Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
São Carlos
2023
SUMÁRIO
Resumo...................................................................................................................................... 2
1. Introdução.............................................................................................................................3
2.1. Princípios e tipos de forjamento....................................................................................4
2.2. Tipos de máquinas.........................................................................................................6
2.3. Tipos de matrizes...........................................................................................................8
2.3.1. Forjamento por matriz aberta............................................................................... 8
2.3.2. Forjamento por matriz fechada.............................................................................9
2.3.3. Forjamento por martelo...................................................................................... 10
2.4. Parâmetros do forjamento........................................................................................... 10
3. Análises e Discussões.......................................................................................................... 11
3.1. Forjamento na Indústria Automotiva...........................................................................11
3.2. Forjamento na Indústria Aeronáutica.......................................................................... 14
3.3. Comparações entre processos e indústrias.................................................................. 19
4. Conclusões...........................................................................................................................22
Referências Bibliográficas..................................................................................................... 24
1
Resumo
2
1. Introdução
3
2. Revisão Bibliográfica
4
Figura 1: Representações esquemáticas do (a) forjamento livre e (b) forjamento em matriz.
(a) (b)
Fonte: Conformação plástica dos metais (BRESCIANI, E. et. al, 2011).
5
● Resfriamento: Após o forjamento, a peça pode ser resfriada para evitar que ela
retorne à sua forma original. Isso é feito através de métodos como resfriamento ao ar
ou resfriamento em água;
6
basicamente pela massa do martelo e altura de elevação. A Equação 1 define a
capacidade nominal do equipamento:
𝑇=𝑄 ·𝐻 (1)
● Martelo de dupla ação: Em relação ao modelo anterior, este difere-se pelo sistema
de levantamento e queda da massa cadente, tendo em vista que a energia fornecida é
uma soma entre a massa e um acionamento pneumático ou hidráulico, em que o
sistema de válvulas do cilindro controla a velocidade na proporção definida, variando
a intensidade de cada golpe. Esse sistema permite que a força exercida pelo pistão
alcance 20 vezes o peso da massa cadente. Desta forma, esse dispositivo leva certa
preferência sobre os martelos de queda livre. A Equação 2 define a capacidade
nominal desse equipamento.
2
𝑇=
𝑚𝑉
2
=
𝑚
2 (
2𝐺𝐻 1 +
𝐹
𝑄 ) = (𝑄 + 𝐹)𝐻 (2)
Além da classificação dos martelos, vale ressaltar as definições em relação às prensas para
forjamento. O forjamento de grandes peças, em geral, é realizado por meio de prensas
hidráulicas verticais com um cilindro na parte superior, uma vez que trata-se do único tipo de
prensa que aplica uma pressão uniforme com velocidade de deformação praticamente
constante. Entretanto, esse processo é limitado pela capacidade máxima de carga.
7
As prensas mecânicas excêntricas, por sua vez, são amplamente utilizadas no forjamento
de peças de dimensões médias e reduzidas, uma vez que facilitam o manuseio do operador e
possuem baixo custo de operação. A aplicação de força sobre o material processado é
comandado por um excêntrico, levando a denominação de curso limitado.
Já as prensas de fricção, por sua vez, possuem pratos de fricção unidos axialmente a uma
árvore, em que o sentido de rotação da árvore pode ser invertido, liberando a rosca sem-fim
no movimento vertical. Nesse caso, a descida da massa giratória desenvolve energia cinética,
utilizada na execução do trabalho de conformação. Esse equipamento tem sua aplicação para
peças de dimensões reduzidas, em aços e metais duros.
Além disso, existem as prensas horizontais, que são utilizadas em grandes produções de
peças recalcadas a quente ou a frio.
8
As operações básicas do forjamento livre são: recalque, estiramento e alargamento,
como pode ser observado pela Figura 2.
Além disso, outras operações podem ser realizadas através da matriz, como o
dobramento, furação, ampliação, corte e rebaixamento, como mostrado na Figura 3.
Figura 3: Operações de matriz aberta: (a) fendilhamento, (b) expansão e (c) corte.
9
2.3.3. Forjamento por martelo
● Temperatura: Parâmetro que varia de acordo com o tipo de material e forma da peça
a ser processada, essencial para facilitar a moldagem e conferir as características
adequadas durante o processamento;
10
3. Análises e Discussões
Desde a popularização dos carros em 1920 os seres humanos e as indústrias por trás
dessas maravilhas que impulsionam a mobilidade e progresso tecnológico nunca pararam de
avançar, até os dias de hoje, onde cada vez mais deseja-se veículos com preços acessíveis,
estética e conforto para toda população mundial. Porém, o sucesso e o desenvolvimento dessa
renomada indústria é acompanhada por um elemento essencial, o forjamento. O processo de
forjar peças automotivas desempenha um papel fundamental na fabricação de componentes
duráveis, resistentes e de alta qualidade, além de garantirem produtividade para a indústria.
A manufatura dos componentes automotivos passam por processos de forjamento
diversos, como o forjamento a frio, morno e quente e para todos esses, as indústrias devem
seguir um padrão entre qualidade (Q), produtividade ou “delivery” (D) e custo. Assim, os
fabricantes de automóveis cada vez mais investem em equipamentos de forjamento em altas
velocidades e automação, visando reduzir custos e produtividade. Todavia, esses
equipamentos não tiram totalmente a necessidade do indivíduo, pois essas novas tecnologias
tem necessidade de mão de obra especializada.
De acordo com o artigo “Cold- and warm-forging applications in the automotive
industry “ uma das maiores fabricantes de automóveis a Nissan, tem como foco melhorar os
processos de forjamento a frio e morno, de modo que os componentes fabricados saiam
praticamente “Near net shape”, ou seja, após o forjamento a geometria e propriedades
mecânicas da peça fique a mais próxima possível da aplicação final, a fim de reduzir custo e
aumentar a produtividade. A Tabela 1, mostra os componentes produzidos pela Nissan e o
tipo de forjamento.
11
Tabela 1: Componentes manufaturados a frio e a quente.
Fonte: IFUM-Institute for Metal Forming and Metal Forming Machine Tools, University of Hannover,
Germany.
12
Outro componente fundamental para os veículos são os virabrequins e esses também
podem ser fabricados a partir do forjamento de precisão. Essa operação garante um alto
potência para reduzir custos e tempo. Esse processo apresenta algumas vantagens em relação
ao forjamento convencional, não tem processos de acabamento por usinagem pós forjamento,
melhores propriedades mecânicas, devido a não modificar a estrutura posteriormente, menor
perda de massa e desse modo como não há excesso de material a tensão de compressão pode
ser reduzida e em alguns casos, diminui-se até o tamanho da prensa.
13
com menos carbono e silicone, a fim de aumentar a tenacidade da matriz. Além disso, foi
feito um tratamento térmico superficial para elevar a dureza nas pontas dentadas da
engrenagem na matriz.
14
porte, turbojatos particulares ou até mesmo caças militares. Os processos de fabricação de
seus componentes, naturalmente, seguem esse mesmo padrão, visando também sempre a
redução de custos. Por questões de segurança, todas as peças devem possuir um rígido
controle em sua manufatura, incluindo aquelas fabricadas por forjamento, garantindo um
funcionamento pleno e efetivo de suas funções.
Um dos pontos a ser considerado quando se trata de forjamento na indústria
aeronáutica é que há diversos materiais diferentes utilizados nesse setor, que possuem
diversas aplicações diferentes, mas que passam pelo mesmo processo de conformação, cada
um com seus respectivos parâmetros e particularidades. Sendo assim, não é recomendável
generalizar os processos de forjamento para a indústria aeronáutica como um todo, mas sim
analisar esse processo para cada classe de materiais presentes na cadeia produtiva.
Um exemplo disso são as ligas de titânio, que despertam alto interesse da indústria
aeronáutica. Ainda que possuam características interessantes, a conformação desse material
em geometrias complexas deve ser feita de maneira cuidadosa devido à baixa
conformabilidade e grande variação da tensão de escoamento com a temperatura e taxa de
deformação (SEMIATIN, 1998).
A liga Ti-6Al-4V, por exemplo, é muito utilizada em aviões em aplicações estruturais
devido às suas excelentes propriedades mecânicas, baixa densidade e boa resistência à
corrosão (ASTARITA et. al, 2014). O forjamento dessa liga em aplicações aeronáuticas é
feita usualmente abaixo da temperatura de transição beta da liga para manter um maior
controle da microestrutura, podendo, portanto, ser considerada como um trabalho a morno,
que na maioria das vezes dispensa tratamentos térmicos posteriores. Além disso, por se tratar
de um material que é aplicado em diversas peças de características geométricas diferentes,
algumas destas podem ser feitas em matriz aberta, e outras, em matriz fechada.
15
Figura 6: Exemplo de aplicação de ligas de titânio no suporte do motor turbojato.
Outros tipos de ligas amplamente usadas são as de alumínio, devido à sua baixa
densidade e boa resistência mecânica. Como grande parte da fuselagem é feita desse material,
é necessário cuidado em seu processamento para garantir que as propriedades mecânicas se
mantenham elevadas, garantindo a resistência à propagação de trincas por fadiga,
durabilidade e baixos níveis de tensões residuais. Atualmente, em aviões mais recentes
(A350, Boeing 787) há uma crescente tendência de substituir parte da fuselagem de alumínio
por compósitos de fibra de carbono, devido à sua baixa densidade e excelentes propriedades
mecânicas. Ainda sim, partes críticas da fuselagem ainda são compostas de ligas de alumínio,
já que esse material também apresenta propriedades interessantes para a indústria.
Uma dessas ligas de alumínio é a 6005A, uma das mais utilizadas na indústria
aeronáutica. Devido à alta dependência entre a capacidade de deformação e a temperatura do
material para essa liga, e com o objetivo de evitar o encruamento, normalmente o forjamento
dessas ligas é feito acima da temperatura de recristalização, caracterizando um trabalho à
quente (Shi et. al, 2013). Além disso, muitas vezes é necessário um tratamento térmico
posterior para garantir o alívio de tensões residuais internas (Ball, 2015). Como a maioria das
aplicações dessa liga são para a produção de chapas dobradas para aplicação na fuselagem, na
maioria dos casos a matriz utilizada é fechada.
16
Tabela 3: Composição química da liga 6005A.
Figura 7: Composição de materiais de aviões mais antigos (maior parte da fuselagem feita de
alumínio, e não de compósitos).
17
Um terceiro tipo de materiais amplamente utilizadas na construção de aeronaves são
as ligas de magnésio, usadas como componentes de caixa de câmbio e motor, fundições de
caixa de câmbio, asas, revestimento da fuselagem, porta, rodas e trem de pouso, e até mesmo
painéis do painel de instrumentos e componentes do assento. Um Boeing 727, por exemplo,
possui mais de 1200 peças compostas de ligas de magnésio (Dziubińska, 2016).
De acordo com o Metals Handbook de 1998 da ASM, as temperaturas de forjamento
de ligas de magnésio das classes AZ e ZK, usadas na aviação, variam entre 290 e 450°C, ou
seja, acima da temperatura de recristalização desse material (~190°C) (Dziubińska, 2016).
Com isso, considera-se que o trabalho de forjamento dessas ligas é feito a quente, em
matrizes fechadas na grande maioria das vezes. Além disso, como o intervalo de temperatura
de forjamento é estreito, é comum haver um pré-aquecimento das ferramentas em torno de
300°C.
Outro parâmetro comum no forjamento desses materiais é o uso de lubrificantes,
como grafite coloidal, óleos minerais e ceras.
18
Figura 10: Suporte da janela de um Airbus feita em ligas magnésio forjada em matriz fechada (à
direita).
19
eficiência dos veículos, contribuindo para a economia de combustível e a diminuição das
emissões de gases poluentes.
Esses avanços no processo de forjamento têm impactos positivos não apenas no
desempenho e na segurança de aeronaves e automóveis, mas também na economia e no meio
ambiente. A indústria aeronáutica e automobilística são importantes impulsionadoras do
crescimento econômico, gerando empregos e impulsionando a inovação tecnológica. Além
disso, a busca por materiais mais leves e eficientes resulta em veículos mais sustentáveis,
reduzindo a pegada de carbono e contribuindo para a luta contra as mudanças climáticas,
dado extremamente questionado de forma global pela dificuldade dessas indústrias no
combate a diversos fatores que prejudicam a sociedade.
Entre essas duas vertentes, podemos destacar a principal diferença na forma da sua
produção, ou seja, como é feito a execução do forjamento nessa duas indústrias e suas
principais diferenças, já que como demonstrado acima a indústria automobilística opta pelo
forjamento a frio, enquanto a indústria aeronáutica está inclinado para o forjamento a quente.
O forjamento a frio e o forjamento a quente são duas técnicas distintas de
conformação de metais que são amplamente utilizadas na indústria. Enquanto a indústria
automobilística tende a empregar predominantemente o forjamento a frio, a indústria
aeronáutica tem uma maior preferência pelo forjamento a quente. Essa preferência está
relacionada às características e demandas específicas de cada setor.
O forjamento a frio envolve o processo de moldar o metal em temperaturas ambiente
ou ligeiramente superiores. Nesse método, a deformação do material é realizada através da
aplicação de pressão mecânica. O forjamento a frio é amplamente utilizado na indústria
automobilística, principalmente para produzir peças complexas em grandes volumes, como
engrenagens, eixos e componentes estruturais. Esse método oferece vantagens significativas,
como melhor precisão dimensional, menor custo de produção, menor consumo de energia e
menor desperdício de material. Além disso, o forjamento a frio resulta em uma maior
resistência e dureza das peças, o que é altamente desejável para a indústria automobilística
em termos de desempenho e segurança dos veículos.
20
Figura 11: Exemplo de peças feitas por forjamento a frio na indústria automobilística.
21
Figura 12: Exemplo de peças feitas por forjamento a quente.
4. Conclusões
Inicialmente, foram abordados os princípios e tipos de forjamento, os quais
desempenham um papel fundamental na indústria de fabricação, permitindo a produção de
peças de alta resistência e qualidade. Além dos diferentes tipos de forjamento, existem várias
máquinas e equipamentos utilizados nesse processo. As prensas hidráulicas e mecânicas são
comumente empregadas para aplicar a força necessária durante o forjamento. Elas são
capazes de gerar alta pressão e controlar o movimento com precisão, garantindo a
conformação correta das peças.
Outro tipo de máquina frequentemente utilizada é o martelo de forja. Esses martelos,
operados por ar comprimido ou por sistemas hidráulicos, aplicam impacto controlado nas
peças, permitindo a deformação desejada. Os martelos de forja são especialmente adequados
para a produção de peças forjadas de grande porte e complexidade.
Portanto, os princípios e tipos de forjamento, juntamente com as máquinas utilizadas,
desempenham um papel crucial na indústria de fabricação. Essas técnicas permitem a
produção de peças forjadas com alta resistência e qualidade, atendendo às demandas de
22
diversos setores, como automotivo, aeroespacial, petroquímico e muitos outros. Com o
avanço contínuo da tecnologia, espera-se que novas inovações surjam nesse campo,
impulsionando ainda mais a eficiência e a precisão do processo de forjamento.
Em outro plano podemos abordar a importância da indústria aeronáutica e
automobilística, aliada aos avanços no processo de forjamento. Este segmento está
intrinsecamente ligado à segurança, eficiência, sustentabilidade e progresso econômico. O
contínuo aprimoramento dessa técnica tem permitido a produção de peças mais confiáveis e
sofisticadas, impulsionando o desenvolvimento desses setores e melhorando a vida das
pessoas, seja ao viajar de avião ou dirigir um automóvel.
Concluindo assim, que a principal diferença entre o forjamento a quente e a frio pode
ser resumida da seguinte forma: O processo de fabricação a frio do forjamento aumenta a
resistência de um metal através do enrijecimento por tensão a uma temperatura ambiente.Pelo
contrário, o processo de fabricação de forjamento a quente mantém os materiais de
endurecimento por tensão a alta temperatura, o que resulta em força de rendimento ótima,
baixa dureza e alta ductilidade.
Finalmente, um fabricante escolheria um processo sobre o outro por razões
econômicas e não de qualidade. A decisão é baseada nas funções requeridas do componente
desejado, na indústria e se é uma produção em massa ou um baixo volume de peças
customizadas. A Setforge fornece forjamento a frio e a quente, ambos executados em
excelentes condições com maquinário de última geração para resultados perfeitos.
Trabalhamos de perto com nossos clientes para entender suas necessidades específicas e
encontrar a melhor solução possível.
23
Referências Bibliográficas
BRESCIANI Filho, Ettore (coord.); ZAVAGLIA, Cecília Amélia Carvalho; BUTTON, Sérgio
Tonini; GOMES, Edson; NERY Fernando Antonio da Costa. Conformação Plástica dos
Metais. Campinas: Editora da Unicamp, 1997 (5a. edição), 383p.
BALL, D. L. et al. The Impact of Forging Residual Stress on Fatigue in Aluminum. 56th
AIAA/ASCE/AHS/ASC Structures, Structural Dynamics, and Materials Conference, 5 jan.
(2015).
DAVIS J., DESTEFANI J., ZORC T., ASM Metals handbook. Forming and forging, ASM
International, USA 1998.
HENN Y., FEIN A., Project MagForming - Development of new magnesium forming
technologies for the aeronautics industry, Publishable Final Activity Report, 2010, 1-58.
24