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Introdução
Figura 1:
Fabrição
artesanal de
espadas por
martelamento (forjamento).
Observava-se que as lâminas despadas exaustivamente deformadas ficavam mais fortes que as
pouco deformadas.
Hoje sabemos que este resultado é alcançado devido ao refino de grão e ao próprio
direccionamento estrutural, além da redução das impurezas e encruamento.
Forjamento
O forjamento de um metal consiste em deformá-lo por martelamento ou prensagem. É,
possivelmente, a mais antiga operação de conformação mecânica praticada pelos ferreiros
com martelos e bigornas (CETLIN E HELMAN, 2005). O desenvolvimento de
maquinárias para substituir os braços do ferreiro ocorreu primeiro durante a revolução
industrial. Hoje em dia existe uma variedade muito grande de máquinas de forja, capazes
de fazer peças que variam em tamanho desde um parafuso de um rotor de turbina até uma
asa inteira de avião (DIETER, 1981). A Figura 2 mostra um exemplo de peça forjada.
Trata-se de uma biela (peça que transforma o movimento retilíneo em circular no motor
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dos automóveis) forjada em prensa.
De modo geral, todos os materiais conformáveis podem ser forjados. Os mais utilizados
para produção de peças forjadas são os aços comuns e ligados, aços estruturais, aços para
cementação e beneficiamento, aços inoxidáveis ferríticos e austeníticos, aços ferramenta,
ligas de alumínio, ligas de cobre (especialmente os latões), de magnésio, de níquel
(inclusive as chamadas superligas, como Waspaloy, Astraloy, Inconel, etc)
(KALPAKJIAN, 2001).
Na peça fundida, as propriedades são similares em todas as direções. Desta forma, as peças
forjadas apresentam maior resistência mecânica que as peças fundidas ou usinadas.
Rosca usinada
Rosca
usinada.
Rosca usinada.
Rosca forjada
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finas além de peças com seu formato final.
Figura 5: Forjamentos mais precisos em que se obtém peças com as propriedades desejadas e com dimensões
próximas ao seu uso.
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O processo de forjamento pode ser classificado:
Forjamento à Frio
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Figura 8: Exemplos de componentes de precisão forjados a frio (near net shape) (SCHAEFFER, 2001).
Materiais não ferrosos como o chumbo, zinco e cobre, foram as primeiras aplicações de
forjamento a frio. Inicialmente, quanto ao uso de aço, empregou-se quase que
exclusivamente aço não ligado. O efeito do encruamento provocando o aumento de
resistência foi de extrema relavância. Actualmente já são também deformados a frio aços
que apresentam alta resistência mecânica (SCHAEFFER, 2001).
Forjamento à Quente
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caldeamento destas cavidades, grãos grosseiros são quebrados e refinados,
heterogeneidades químicas (tais como segregação) são eliminadas em função das rápidas
taxas de difusão presentes à temperatura de trabalho a quente.
Entretanto, peças forjadas a quente podem apresentar estrutura e propriedade não uniforme
através da secção. Já que a deformação é sempre maior nas camadas superficiais, podem
ocorrer peças com grãos finos na superfície e núcleo com grãos grosseiros. Além disto, as
reacções entre a superfície do metal e atmosfera do forno levam a ocorrência de
descarbonetação e oxidação podendo levar a considerável perda de material (perda por
carepa que pode chegar a 3%). No forjamento a quente, em função da dilatação e contração
das peças (decorrentes do aquecimento e resfriamento), as tolerâncias dimensionais são
superiores às praticadas no forjamento a frio.
O intervalo de temperatura no qual uma liga pode ser trabalhada é visualizado através da figura
10. Para dada pressão e temperatura de trabalho há uma quantidade máxima de deformação que
pode ser imposta ao metal. Admite-se que esta limitação é baseada na resistência do metal ao
escoamento. À medida que a temperatura de preaquecimento do tarugo aumenta, a tensão de
escoamento diminui e a quantidade de deformação possível cresce, o que fornece a série de
curvas à esquerda da figura 10 que aumentam para a direita. O limite óbvio na escala de
temperaturas é a temperatura solidus do material. A fragilização a quente também será uma
limitação a temperaturas bem inferiores. À medida que a taxa de deformação aumentar, mais
calor será retido no material e sua temperatura deverá ser diminuída para que não se atinja no
final a temperatura de fragilidade a quente (DIETER, 1981)
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Figura 10 - Efeito esquemático da temperatura, pressão e taxa de deformação no intervalo de trabalho permissível
(DIETER, 1981).
Forjamento à Morno
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