Você está na página 1de 76

Introdução à Manufatura Mecânica

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


Capítulo 5

Conformação Plástica

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


Conteúdo
1. Características
2. Classificação
3. Principais Processos

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


1. Características

O que significa a palavra


conformação?

E conformação plástica?

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


1. Características
 Processos de conformação de corpos metálicos
com a modificação da forma original da matéria-
prima em outra forma definida.
 Não ocorre erosão do material.

Que processo de fabricação se caracteriza


pela erosão (remoção de material) de um
bloco metálico?

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


1. Características
 Processos de conformação a frio: ocorrem em
temperatura ambiente até temperaturas abaixo
da temperatura de recristalização.
 Processos de conformação a quente: ocorrem em
temperaturas acima da temperatura de
recristalização.

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


1. Características
 Diversos materiais podem ser conformados
plasticamente: aços, alumínio, cobre, titânio etc.
 Os produtos conformados plasticamente
apresentam uma grande variedade de geometrias,
tais como perfis, chapas, folhas, tubos e barras.
2. Classificação
 Processos de compressão direta.
 Processos de compressão indireta.
 Processo de tração.
 Processos de dobramento.
 Processos de cisalhamento.

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


2. Classificação
Processos de compressão direta
 Esforços de compressão que modificam a
geometria da peça de trabalho.
 Exemplos: laminação e forjamento.
2. Classificação
Processos de compressão indireta
 Esforços de tração ou compressão sobre a peça de
trabalho, que causam uma reação da matriz sobre
a peça, resultando em sua compressão.
 Matriz: ferramenta cuja geometria interna vai
determinar a forma da peça sob conformação
plástica.
2. Classificação
Processos de compressão indireta (continuação)
 Matriz
2. Classificação
Processos de compressão indireta (continuação)
 Exemplos: trefilação, extrusão e estampagem.
2. Classificação
Processo de tração
 Estiramento de chapas.
 A peça toma a forma da matriz através da
aplicação de forças de tração em suas
extremidades.
2. Classificação
Processos de dobramento
 As modificações de forma são obtidas mediante a
aplicação de um momento fletor.
2. Classificação
Processos de dobramento (continuação)
 Dobramento de chapas, barras e outros produtos.
2. Classificação
Processos de cisalhamento
 Envolvem forças cisalhantes que podem vir a
romper ou não o metal.
 Exemplo: corte de chapas.
3. Principais Processos
Laminação
3. Principais Processos
Laminação (continuação)
 Consiste na passagem de uma peça entre dois
cilindros que giram à mesma velocidade, mas em
sentidos contrários.
 Por ter uma espessura maior que a distância entre
os cilindros, a peça sofre uma deformação plástica,
reduzindo sua seção transversal e aumentando
seu comprimento e largura.
 Para se obter uma determinada espessura, deve-se
submeter a peça a sucessivos passes através dos
vários cilindros.

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


3. Principais Processos
Laminação (continuação)
3. Principais Processos
Laminação (continuação)
Laminação a frio:
 A peça inicial para processamento é um produto
semiacabado (chapa).
 O material processado é mais resistente à
deformação, podendo haver encruamento,
possibilitando apenas pequenas reduções de seção
transversal.

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


3. Principais Processos
Laminação (continuação)
Laminação a frio: (continuação)
 Um tratamento térmico de recozimento, entre
uma e outra sequência de passes, pode ser
necessário para obter-se a redução da seção
transversal.
 Aplicada em operações finais (de acabamento),
quando é necessário obter um melhor
acabamento superficial, obtido com cilindros mais
lisos, sem aquecimento.

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


3. Principais Processos
Laminação (continuação)
Laminação a frio. (continuação)
3. Principais Processos
Laminação (continuação)
Laminação a quente:
 A matéria-prima é um lingote ou tarugo obtido por
lingotamento contínuo.
 A temperatura de trabalho é superior à
temperatura de recristalização do metal, visando
reduzir a resistência à deformação plástica,
evitando o encruamento.
 Aplicada quando são necessárias grandes
reduções de seções transversais.

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


3. Principais Processos
Laminação (continuação)
Laminação a quente. (continuação)
3. Principais Processos
Laminação (continuação)
Laminadores:
 Máquinas que executam a laminação.
 Compostos por estruturas (gaiolas), cilindros,
mancais etc.
3. Principais Processos
Laminação (continuação)
Laminadores: (continuação)
 Cilindros de encosto: servem para transmitir força e
movimento.
 Cilindros de trabalho: realizam a deformação na
peça.
 Partes dos cilindros:
 Corpo: onde ocorrem as operações de laminação.
 Pescoço: onde o peso do cilindro e a carga de
laminação devem ser suportados.
 Trevo: onde ocorre o acoplamento com o eixo
motor.

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


3. Principais Processos
Laminação (continuação)
Cilindros:
3. Principais Processos
Laminação (continuação)
Tipos de laminadores:
 Duo.
 Conjunto de duos (laminador contínuo).
 Trio.
 Quádruo.
 Sendzimir.
 Cilindros com canais.

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


3. Principais Processos
Laminação (continuação)
Tipos de laminadores: (continuação)
3. Principais Processos
Laminação (continuação)
Tipos de laminadores: (continuação)
3. Principais Processos
Laminação (continuação)
Tipos de laminadores: (continuação)
3. Principais Processos
Laminação (continuação)
Tipos de laminadores: (continuação)
3. Principais Processos
Laminação (continuação)
Produtos:
 Chapas grossas.
 Chapas laminadas a frio ou a quente.
 Tiras laminadas a frio ou a quente.
3. Principais Processos
Laminação (continuação)

Qual a diferença entre:

a) Folha?
b) Tira?
c) Chapa fina?
d) Barra chata?
e) Chapa grossa?

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


3. Principais Processos
Forjamento
3. Principais Processos
Forjamento (continuação)
 Processo de conformação pelo qual se obtém a
forma desejada da peça, por martelamento ou
aplicação gradativa de uma pressão.
 Geralmente realizado a quente. Exemplo: 800 a
1000o C para aços.
 Deve haver controle da temperatura para evitar
que ocorra um processo de oxidação no material.

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


3. Principais Processos
Forjamento (continuação)
 Utiliza dois tipos principais de equipamentos:
 Martelos
 Prensas.
 Os martelos provocam deformação do metal por
impacto.
 As prensas submetem o metal a uma força de
compressão em baixa velocidade.

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


3. Principais Processos
Forjamento (continuação)
 O processo de forjamento subdivide-se em duas
categorias:
 Forjamento livre.
 Forjamento em matriz.

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


3. Principais Processos
Forjamento (continuação)
 Forjamento livre: operação preliminar de
forjamento, esboça formas mais simples.
Exemplos: esmagamento, conformação de flange,
dobramento de barra e de chapa.
3. Principais Processos
Forjamento (continuação)
Forjamento em matriz:
 A matéria-prima é deformada entre as duas
metades das matrizes, que fornecem a forma
desejada à peça.
 A deformação ocorre sob alta pressão em uma
cavidade fechada.
 Obtêm-se peças com tolerâncias dimensionais
mais estreitas.
 É necessário um grande volume de produção para
justificar o investimento.

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


3. Principais Processos
Forjamento (continuação)
Forjamento em matriz: (continuação)
3. Principais Processos
Forjamento (continuação)
Forjamento em matriz: (continuação)
 As matrizes de forjamento são submetidas a altas
tensões de compressão, podendo chegar a até 2
GPa.
 Também sofrem elevada solicitação térmica, em
decorrência do contato com o metal aquecido.
 Os materiais de construção das matrizes devem
possuir elevadas resistência mecânica, dureza,
tenacidade, resistência à fadiga e resistência ao
desgaste.

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


3. Principais Processos
Forjamento (continuação)
Forjamento em matriz: (continuação)
 Os materiais mais utilizados para matrizes de
forjamento são aços-liga e metal duro.
3. Principais Processos
Forjamento (continuação)
 As peças forjadas são normalmente submetidas a
tratamentos térmicos visando:
 Remoção de tensões internas introduzidas
durante o processo.
 Homogeneização da estrutura da peça forjada.
 Melhoria da usinabilidade e das propriedades
mecânicas.
 Os principais tratamentos térmicos empregados
em produtos de aço forjado são o recozimento e a
normalização.

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


3. Principais Processos
Forjamento (continuação)
Produtos forjados:
 Bielas.
 Ponteiras de ferramentas.
 Peças automotivas em geral.
3. Principais Processos
Trefilação
 Processo que se realiza pela condução de um fio,
barra ou tubo através de uma ferramenta - fieira -
que contém um furo em seu centro.
 Esse furo tem o diâmetro decrescente, e um perfil na
forma de funil curvo ou cônico.
 A passagem do fio pela fieira provoca a redução de
sua seção e, como a operação é comumente
realizada a frio, ocorre o encruamento do material e
as consequentes melhorias de resistência e dureza.
 Pode ser necessário realizar o recozimento, para
melhorar a tenacidade do material.

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


3. Principais Processos
Trefilação (continuação)
 A matéria-prima no processo de trefilação de fios é
denominada de fio-máquina, um arame de aço
laminado a quente.
3. Principais Processos
Trefilação (continuação)
 Os esforços preponderantes de deformação são
causados pela compressão exercida pelas paredes da
furo da ferramenta sobre o fio, causada por uma
força de tração externa aplicada ao fio.
 Como o esforço externo é de tração, e o esforço que
provoca a deformação é de compressão, o processo
de trefilação é um processo de compressão indireta.

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


3. Principais Processos

Trefilação
(continuação)
3. Principais Processos
Trefilação (continuação)
 As máquinas de trefilar em geral realizam a trefilação
em vários estágios, dependendo da magnitude da
redução da seção transversal.
3. Principais Processos
Trefilação (continuação)
3. Principais Processos
Trefilação (continuação)
As máquinas de trefilar são classificadas segundo o
diâmetro dos produtos trefilados:
 Barras redondas.
 Fios grossos (φ entre 2 e 5 mm).
 Fios médios (φ entre 0,5 e 2 mm).
 Fios finos (φ entre 0,15 e 0,5 mm).
 Fios capilares (φ menor que 0,15 mm).

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


3. Principais Processos
Trefilação (continuação)
3. Principais Processos
Extrusão
 Processo de conformação plástica que consiste em
fazer passar um tarugo ou lingote pela abertura
existente em uma ferramenta (matriz), por meio
da ação de compressão.
 Os produtos da extrusão são perfis, tubos e barras
da seção circular.

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


3. Principais Processos
Extrusão (continuação)

Tarugo Lingote
3. Principais Processos
Extrusão (continuação)
3. Principais Processos
Extrusão (continuação)
3. Principais Processos
Extrusão (continuação)
 A passagem da matéria-prima pela matriz provoca
a deformação plástica, mas sem encruamento,
pois comumente o processo é conduzido a uma
temperatura acima da temperatura de
recristalização do metal (trabalho a quente).
 Obtêm-se perfis metálicos com propriedades
mecânicas controladas.

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


3. Principais Processos
Extrusão (continuação)
 Quanto ao tipo de movimento, pode-se classificar
o processo em:
 Extrusão direta.
 Extrusão inversa.
 A extrusão direta ocorre quando o êmbolo
empurra o material para interior da matriz.
 Na extrusão inversa, o êmbolo empurra a matriz
contra o material.
 A extrusão direta tem maior utilização, em face da
maior simplicidade do equipamento, pois não
exige um pistão oco.

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


3. Principais Processos
Extrusão (continuação)
3. Principais Processos
Extrusão (continuação)
3. Principais Processos
Extrusão (continuação)
 A maquina de extrusão é uma prensa hidráulica,
comumente horizontal, de 1.000 a 8.000 toneladas
de força, com acionamento hidráulico.
3. Principais Processos
Extrusão (continuação)
 Os produtos extrudados são barras (redondas,
quadradas, hexagonais etc.), arames, tubos e
perfis (ocos ou maciços) de formas diversas.
 Os materiais metálicos mais comumente
extrudados são o alumínio, o cobre e suas ligas.

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


3. Principais Processos
Extrusão (continuação)
3. Principais Processos
Estampagem
3. Principais Processos
Estampagem (continuação)
 Conformação mecânica de chapas, geralmente
realizada a frio.
 Tipos de operações de estampagem:
 Estampagem profunda (embutimento).
 Dobramento.
 Corte.

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


3. Principais Processos
Estampagem (continuação)
Estampagem profunda (embutimento).
 A matéria-prima, chapa metálica, sofre a ação de
uma ferramenta - punção – sobre a cavidade da
matriz.
 A chapa embutida pode ser chamada de copo.

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


3. Principais Processos
Estampagem (continuação)
Estampagem profunda (embutimento). (continuação)
3. Principais Processos
Estampagem (continuação)
Estampagem profunda (embutimento). (continuação)
 Se o esforço de estampagem provocar uma tensão
superior ao limite de resistência da peça, ocorrerá
a fissura ou rompimento.

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


3. Principais Processos
Corte e Dobra (continuação)
 No corte, a ferramenta (punção), realiza o esforço
de cisalhamento sobre a matéria-prima,
empurrando a área a ser cortada sobre a matriz,
destacando-a da chapa original.
 Após a produção de um grande número de peças, o
esforço de corte para vencer a resistência da
matéria-prima faz com que o estampo perca o fio
de corte.
 A partir daí, é necessário realizar a têmpera e a
afiação do punção e da matriz, para que
readquiram os cantos vivos responsáveis pelo corte.

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


3. Principais Processos
Corte e Dobra (continuação)
3. Principais Processos
Corte e Dobra (continuação)
 No dobramento de uma peça, os esforços são
aplicados em duas direções, para provocar a flexão
e a deformação plástica desejadas, mudando a
forma de uma superfície plana. O dobramento é
realizado em ferramentas denominadas estampos
de dobramento.

Silvio Romero Adjar Marques, MSc.


3. Principais Processos
Corte e Dobra (continuação)
3. Principais Processos
Corte e Dobra (continuação)
3. Principais Processos
Corte e Dobra (continuação)
 Os materiais mais comuns para a fabricação de
punções e matrizes são os aços-liga do tipo aços
para ferramentas.
 As matérias-primas mais utilizadas no corte e
dobra são:
 Aços de baixo carbono.
 Latão 70-30 (70% cobre / 30% zinco).
 Cobre.
 Alumínio.
 Zinco.
 Outros metais não-ferrosos e suas ligas (na
forma de chapas, tiras e folhas).
Silvio Romero Adjar Marques, MSc.
3. Principais Processos

Você também pode gostar