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► Introdução

O sistema de frequência modulada (FM), microfone sem fio, é utilizado como complemento da adaptação do aparelho
de  amplificação  sonora  individual  (AASI)  e/ou  implante  coclear  (IC)  com  o  objetivo  de  melhorar  a  compreensão  do
sinal/fala em ambientes ruidosos, reverberantes e quando a fonte sonora está distante. O uso da amplificação é descrito
como o primeiro passo no processo de intervenção para a família1 e o sistema de FM deve ser considerado como parte
fundamental da intervenção audiológica do deficiente auditivo, principalmente no caso de crianças.
O objetivo principal do processo de habilitação ou reabilitação da pessoa com deficiência auditiva é reduzir os efeitos
negativos da perda de audição na comunicação. Pensando nisso, é papel do fonoaudiólogo avaliar e auxiliar na criação de
condições para que o diálogo possa fluir até mesmo nas situações desfavoráveis de comunicação.
Apesar dos avanços tecnológicos que observamos nos AASI, principalmente no que diz respeito às conexões sem fio,
como  a  possibilidade  de  conexão  direta  com  o  celular  por  meio  do  Bluetooth,  conexão  com  a  televisão  via  interfaces
específicas  disponíveis  em  diferentes  fabricantes  de  AASI,  bem  como  os  algoritmos  responsáveis  por  suprimir  o  ruído
ambiental, cancelar a reverberação presente em uma sala e acionar o microfone direcional, e consequentemente a melhora
da qualidade sonora, os AASI possuem limitações no que diz respeito a otimizar a relação sinal/ruído adequada para o
deficiente auditivo, especialmente quando a fonte sonora está distante.
O  ruído  de  fundo  (competitivo)  atrapalha  a  comunicação  oral  e  pode  gerar  prejuízos  físicos,  emocionais  e
educacionais,  tais  como  alterações  nos  limiares  auditivos  e/ou  zumbido;  cansaço  resultante  do  esforço  maior  para  se
concentrar,  prejuízo  na  aprendizagem,  pois  o  aluno  poderá  perder  parte  do  conteúdo,  ou  mesmo,  receber  a  mensagem
alterada2.
É  bem  estabelecido  que  indivíduos  deficientes  auditivos  com  perdas  de  origem  coclear  têm  mais  dificuldade  em
perceber a fala em um ambiente ruidoso3­7, necessitando de uma relação sinal/ruído de +15 dB a +20 dB para a recepção
inteligível da fala, sendo que indivíduos com audição normal precisam de uma relação sinal/ruído de +6 dB para a mesma
tarefa8.
O objetivo deste capítulo é discutir a importância da adaptação dos sistemas de comunicação sem fio, microfone sem
fio, e os aspectos relevantes desta adaptação e a tecnologia atual.

► Sistema de frequência modulada | O que é e como funciona?


O sistema FM é um microfone sem fio e, portanto consiste em duas partes: transmissor e receptor. A primeira parte,
transmissor,  obrigatoriamente  possui  um  microfone,  que  pode  ser  interno  (acoplado  ao  circuito)  ou  externo  (p.  ex.,
microfone headset). Basicamente, o transmissor capta o sinal próximo da fonte sonora e o transforma em radiofrequência
para que o sinal seja encaminhado sem fio aos receptores. Um mesmo transmissor de radiofrequência pode encaminhar o
sinal  para  vários  tipos  de  receptores.  Para  que  isso  ocorra,  é  necessário  que  os  receptores  estejam  dentro  da  área  de
transmissão, em geral, 30 metros, e sincronizados com a radiofrequência dos receptores.
No  caso  do  sistema  pessoal,  cujo  receptor  está  conectado  na  prótese  auditiva  e/ou  implante  coclear,  os  receptores
convertem a radiofrequência em sinal elétrico e o encaminham à entrada de áudio do AASI e/ou implante coclear. O sinal
ainda é processado de acordo com a programação do AASI e/ou mapeamento do IC. Existem também receptores que se
comunicam  com  os  AASI  e/ou  IC  via  bobina  de  indução  magnética.  Neste  caso,  o  receptor  converte  o  sinal  de
radiofrequência em indução magnética e não sinal elétrico, para que a bobina telefônica do dispositivo capte a indução
magnética.  Estes  receptores  são  posicionados  pendurados  ao  pescoço  do  paciente  através  de  um  colar,  o  qual  também
possui  função  de  antena.  É  importante  ressaltar  que  a  bobina  de  indução  magnética  do  AASI  possui  uma  faixa  de
frequência estreita em comparação à faixa de frequência da entrada direta de áudio e possui uma conexão menos estável,
já  que  a  comunicação  por  indução  magnética  pode  sofrer  interferências  de  outros  equipamentos  que  emitem  fortes
campos magnéticos.
O  nome  “sistema  FM”  originou­se  do  tipo  de  radiofrequência,  frequência  modulada,  utilizado  por  esses  sistemas,
desde o seu desenvolvimento na década de 1960, até os dias atuais. No entanto, em 2010 surgiu o primeiro sistema de
radiofrequência  digital  e  estudos  recentes  mostram  vantagens  da  transmissão  digital  em  comparação  a  transmissão  via
frequência modulada, tanto para os usuários de aparelhos auditivos quanto para os usuários de implante coclear9­11.
Devido  as  duas  formas  de  transmissão  do  sinal  presente  nestes  microfones  sem  fio,  utilizaremos  neste  capítulo  o
termo “sistema de radiofrequência” para se referir ao sistema FM e ao sistema de radiofrequência digital.

■ Tipos de sistema de radiofrequência


Os  microfones  sem  fio  podem  ser  classificados  quanto  ao  modo  de  utilização  do  receptor  e  quanto  ao  modo  de
processamento do sinal.

► Modo de utilização do receptor


■ Sistema pessoal
Neste tipo de sistema o receptor está no nível da orelha do usuário, ou seja, é integrado no circuito de um fone de
ouvido  (para  pessoas  sem  perda  auditiva  periférica),  ou  conectado  no  AASI  e/ou  implante  coclear  ou  posicionado
próximo a eles (para pessoas com deficiência auditiva).

■ Sistema de ampli⑌�cação em campo ou sound⑌�eld


Neste caso o receptor é acoplado e há um ou mais arranjos de alto­falantes distribuídos estrategicamente em uma sala.
Este tipo de sistema é utilizado principalmente em salas de aula para evitar o esforço vocal do professor e garantir uma
relação sinal/ruído adequada para pessoas ouvintes ou sem perda auditiva periférica.
O  sistema  FM  em  campo  livre  é  categorizado  como  um  sistema  de  distribuição  de  som  em  sala  de  aula  (ADS  ou
CADS do inglês classroom audio distribution system), conforme normatizado pela ASA/ANSI S12.60 (ANSI, 2010)12.

► Modo de processamento do sinal


■ Sistema de frequência modulada com ganho ⑌�xo
O sistema FM possui um “ganho”, que resulta no “FM advantage” ou “vantagem FM”. O “FM advantage” mensura a
intensidade relativa (compara a intensidade) quando ambos sinais, FM e microfone do AASI estão ativos, FM+M13. No
sistema FM tradicional (fixo), o ganho FM geralmente determinado é 10 dB, o que resulta em uma vantagem FM de 10
dB, por exemplo, a voz do interlocutor 10 dB mais intensa do que o ruído ambiente na orelha do usuário14. Em geral, é
recomendado um ganho FM de 10 dB, mas em alguns receptores é possível ajustar esse ganho FM se o intuito é ouvir
mais ou menos a conversação ao redor. Em ambientes com ruído intenso pode ser necessário um aumento do ganho FM
de +15 dB ou mesmo alternar para apenas FM15.
No sistema FM fixo, o ganho FM determinado é fixo independente do nível de ruído ambiente. Se o nível do ruído é
intenso, para alcançar uma vantagem FM adequada o usuário deve alternar do modo FM+M para apenas FM, ou mesmo
reduzir a sensibilidade do microfone do processador de fala do implante coclear. Dependendo da tecnologia do AASI ou
do mapeamento do processador de fala do implante coclear, esta mudança entre FM+M para apenas FM pode não estar
disponível.
■ Sistema de frequência modulada adaptativo
No sistema FM adaptativo o ganho FM varia automaticamente de acordo com o nível do ruído ambiente. Quando o
ruído  ambiente  ultrapassa  um  nível  de  intensidade  preestabelecido  (ponto  de  joelho),  o  transmissor  de  FM  envia  um
comando  aos  receptores  e  pode  haver  um  aumento  de  até  +15  dB  no  ganho  FM  para  garantir  uma  relação  sinal/ruído
positiva  até  mesmo  com  ruído  intenso.  Se  o  nível  do  ruído  ambiente  reduz,  o  sistema  FM  também  reduz  o  ganho
automaticamente.

■ Sistema de radiofrequência digital


No  sistema  de  radiofrequência  digital  ambos  os  modos  de  processamento  do  sinal  são  encontrados:  sistema  de
radiofrequência digital com ganho fixo e sistema de radiofrequência digital adaptativo.

► Sistemas de radiofrequência e aparelhos de ampli⑌�cação sonora individual


Fatores a serem considerados na adaptação de sistemas de radiofrequência no AASI
Para  a  adaptação  do  sistema  de  radiofrequência  no  AASI  é  importante  a  avaliação  do  fonoaudiólogo  quanto  às
características técnicas deste. Para que o AASI seja compatível é necessário um destes recursos: entrada direta de áudio,
bobina telefônica ou conectividade digital sem fio disponível em alguns AASI.

Conexão via entrada direta de áudio (DAI)


Quase todos os AASI retroauriculares possuem entrada direta de áudio (DAI). Esses aparelhos possuem um adaptador
denominado sapata de áudio que possibilita a conexão de dispositivos de áudio e auxiliares auditivos como o receptor de
radiofrequência  universal  (Figura 40.1).  Existe  também  AASI  que  não  precisa  da  utilização  da  sapata  de  áudio  para  a
conexão do receptor de radiofrequência. Estes já foram projetados considerando o uso de sistema de radiofrequência no
qual  o  fabricante  desenvolve  um  receptor,  denominado  receptor  específico  (Figura  40.2),  que  se  integra  ao  design  do
AASI.
No passado surgiu um modelo de AASI que continha o receptor de radiofrequência dentro do seu circuito eletrônico.
Entretanto, sua fabricação foi descontinuada, visto que a substituição do AASI inviabilizava a utilização do receptor de
radiofrequência em outro AASI.

Figura 40.1 Adaptação de um receptor de radiofrequência universal por meio da sapata de áudio.
Figura 40.2  Adaptação  de  um  receptor  radiofrequência  específico  –  receptor  desenvolvido  especialmente  para  se  integrar
ao design do modelo do AASI.

Conexão via bobina telefônica


AASIs que não possuem entrada direta de áudio, mas possuem bobina de indução magnética no circuito, também são
compatíveis  com  sistemas  de  radiofrequência.  Neste  caso,  é  necessária  a  utilização  do  receptor  de  radiofrequência  por
indução magnética (Figura 40.3).

Conexão via interface de comunicação digital sem o


Atualmente há AASIs que possuem funcionalidades de transmissão e recebimento de dados de áudio através de uma
conexão digital sem fio. Estes são compatíveis com uma interface de comunicação, que consiste num dispositivo externo
do  AASI,  o  qual  possibilita  a  conexão  deste  com  diversos  equipamentos  de  áudio,  como  por  exemplo,  TV,  rádio  e
inclusive o receptor de radiofrequência (Figura 40.4).  Neste  caso,  assim  que  a  interface  de  comunicação  recebe  o  sinal
elétrico do receptor, este é convertido em sinal digitalmente codificado e enviado sem fio para o AASI. Esta forma de
comunicação é menos suscetível à interferência do que a comunicação por meio do receptor via indução magnética.
Há vantagens e desvantagens para cada tipo de adaptação do receptor.
Adaptar um receptor de radiofrequência universal possui a desvantagem estética, de manuseio e cuidados, pois neste
caso,  são  necessárias  duas  peças  acopladas  no  AASI  para  a  adaptação  do  sistema  de  radiofrequência,  e  geralmente,  as
sapatas  de  áudio  se  acoplam  à  gaveta  da  pilha  do  AASI,  sendo  necessária  a  remoção  da  mesma  para  abrir  o
compartimento de pilha. Com o uso, o encaixe da sapata de áudio pode tornar­se mais frágil e folgado. A vantagem da
utilização deste receptor está na possibilidade da substituição do AASI sem a necessidade de substituir o receptor, apenas
a  sapata  de  áudio.  Pois,  como  o  próprio  nome  já  diz,  o  receptor  é  universal,  ou  seja,  é  compatível  com  qualquer
dispositivo que possui entrada direta de áudio (AASI ou IC).
Figura 40.3 Adaptação de um receptor por indução magnética para AASIs que possuem bobina telefônica.

Figura 40.4  Adaptação  de  um  receptor  de  radiofrequência  universal  em  uma  interface  de  comunicação  sem  fio  digital  de
alguns tipos de AASI.

Adaptar  um  receptor  específico  possui  vantagem  estética  e  há  a  facilidade  de  manuseio  devido  à  possibilidade  do
acesso  à  pilha  do  AASI  sem  a  necessidade  da  desconexão  do  receptor.  Já  a  desvantagem  é  a  utilização  restrita  deste
receptor a uma família específica de AASI de um determinado fabricante.
Adaptar  um  receptor  por  indução  magnética  possibilita  que  um  maior  número  de  AASI  seja  compatível,  tanto  nos
modelos  retroauriculares  quanto  nos  intra­aurais.  Porém,  existem  três  desvantagens  que  consistem  na  necessidade  de  o
paciente  utilizar  o  receptor  pendurado  ao  pescoço,  faixa  de  frequência  da  bobina  telefônica  do  AASI  mais  estreita  em
comparação  à  faixa  de  frequência  da  entrada  direta  de  áudio  e  conexão  menos  estável,  devido  à  possibilidade  de
ocorrência de interferências.
Já  no  caso  da  adaptação  do  receptor  via  interface  de  comunicação  do  AASI,  a  vantagem  também  consiste  na
possibilidade  do  uso  do  sistema  de  radiofrequência  nos  aparelhos  intra­aurais  e  a  desvantagem  no  número  restrito  de
AASI com essa tecnologia até então.

► Características de programação do AASI


Em  alguns  AASIs  é  fundamental  habilitar  um  programa  a  ser  utilizado  com  os  sistemas  de  radiofrequência.  O
programa  a  ser  criado  dependerá  do  tipo  de  adaptação  do  receptor  –  via  entrada  direta  de  áudio,  bobina  telefônica  ou
interface de comunicação sem fio do AASI. Se a adaptação ocorrer via entrada direta de áudio é necessário verificar se o
AASI  possui  um  programa  dedicado  para  essa  entrada  de  áudio,  denominado  DPAI  (designated  programmable  audio
input).
OS AASI com DPAI (Figura 40.5) permitem a programação, através do  software de programação do fabricante, de
parâmetros acústicos como ganho, saída, compressão, escolha entre os modos de funcionamento FM ou FM+M (FM +
microfone)  e  atenuação  da  função  do  microfone  do  AASI  (este  último  estará  disponível  somente  no  modo  FM+M).  O
modo indicado é o FM+M, principalmente para crianças, pois possibilita ao AASI amplificar todo sinal de áudio recebido
pelo receptor de radiofrequência e também pelo microfone do AASI. Neste caso, o paciente escutará o sinal do sistema de
radiofrequência  e  também  os  sons  ambientais.  Assim,  se  um  colega  na  sala  de  aula  faz  uma  pergunta  ao  professor,  a
criança usuária de AASI com o sistema de radiofrequência também escutará.

Figura 40.5 Exemplo de tela de programação de um AASI com DPAI.

Existe ainda AASI que, além de possuir DPAI, ativa este programa automaticamente, ou seja, assim que o transmissor
do sistema de radiofrequência é ligado, o AASI altera a sua programação automaticamente para o DPAI.
No AASI sem DPAI não é possível programar parâmetros acústicos como ganho, saída, compressão etc. Neste caso, é
possível utilizar recursos do receptor universal para alternar entre os modos FM+M ou FM apenas.
No AASI adaptado com um receptor por indução magnética, o programa a ser criado neste é o de bobina telefônica +
microfone  e/ou  bobina  telefônica  (Figura  40.6).  Em  alguns  AASI  há  possibilidade  de  programar  parâmetros  acústicos
como ganho, saída e compressão da bobina telefônica.
O  AASI  adaptado  com  o  receptor  de  radiofrequência  universal  por  meio  da  interface  de  comunicação  exige
emparelhamento  prévio  desta  interface  com  o  AASI.  Assim,  é  necessário  que  o  fonoaudiólogo  conheça  a  forma  de
funcionamento da interface de comunicação e não só o sistema de radiofrequência que irá adaptar. Em alguns aparelhos, é
possível  alterar  os  parâmetros  acústicos  de  programação,  como  ganho,  saída,  compressão,  entre  outros,  de  forma
independente  para  o  sinal  da  interface,  o  que  influenciará  a  qualidade  sonora  do  sistema  de  radiofrequência  quando  o
receptor universal estiver encaixado na interface.
Diante  das  várias  possibilidades  de  adaptação  dos  receptores  de  radiofrequência  no  AASI  e,  analisando  suas
vantagens e desvantagens, é importante que o fonoaudiólogo considere no momento da seleção do AASI a possibilidade
da adaptação futura dos sistemas de radiofrequência.
Figura 40.6 Exemplo de tela de programação de um AASI adaptado com receptor por indução magnética.

► Sistema de radiofrequência e implantes cocleares


O  implante  coclear  aumenta  significativamente  o  acesso  ao  som  e  melhora  a  habilidade  auditiva,  de  forma  que  os
pacientes,  familiares  e  fonoaudiólogos  algumas  vezes  consideram  que  as  crianças  estão  ouvindo  bem  o  suficiente  e  os
auxiliares auditivos não são necessários. Crianças e adultos são capazes de ouvir muito melhor com implante coclear do
que  com  AASI,  porém  é  importante  lembrar  que  crianças  com  implante  coclear  apresentam  uma  redução  no
reconhecimento de fala no ruído em comparação ao desempenho em ambientes silenciosos16­18.
Estudos com crianças usuárias de implante coclear e sistemas de radiofrequência apontam melhoras de até 20 dB no
limiar  de  reconhecimento  de  fala  no  ruído18  e  diferença  de  16  dB  na  relação  sinal/ruído19  com  o  uso  do  sistema  de
radiofrequência.

■ Fatores a serem considerados na adaptação de sistemas FM nos implantes cocleares


Entrada de áudio dos processadores de fala
A grande maioria dos processadores de fala dos implantes cocleares é compatível com os sistemas de radiofrequência.
Porém, é importante verificar as configurações da entrada de áudio do processador de fala, especialmente se esta permite
associar  o  sinal  da  entrada  de  áudio  com  o  sinal  do  microfone  do  processador  de  fala,  ou  seja,  o  modo  FM+M.  Como
citado  na  seção  “adaptação  do  sistema  de  radiofrequência  em  AASI”,  o  modo  FM+M  é  o  mais  recomendado,
principalmente em crianças.
Este  recurso  de  combinar  o  sinal  do  sistema  de  radiofrequência  e  o  sinal  do  microfone  do  processador  de  fala  é
conhecido como audio mixing (mixagem de áudio) nos softwares de mapeamento dos processadores de fala dos implantes
cocleares.

Conexão do receptor de radiofrequência no processador de fala


O soquete de conexão da entrada de áudio dos diferentes modelos de processadores de fala não é igual; isso significa
que para conexão do receptor universal é necessário um adaptador e, em alguns casos, adaptador e cabo específicos de
cada modelo (como por exemplo, os processadores de fala do tipo caixa). A utilização de adaptadores e cabos adequados
é  extremamente  importante,  porque  há  diferenças  na  resistência  elétrica,  impedância  da  entrada  de  áudio  dos
processadores  de  fala.  O  adaptador  e  cabo  (Figura  40.7)  quando  necessário  podem  ser  fornecidos  pelo  fabricante  do
implante  coclear  ou  pelo  próprio  fabricante  do  sistema  de  radiofrequência.  Por  esse  motivo,  aconselhamos  consultar  o
fabricante do implante coclear, a fim de verificar qual adaptador e cabo são recomendados, se o fabricante possui esses
acessórios ou autoriza a utilização de adaptadores e cabos fornecidos pelo fabricante do sistema de radiofrequência.
Atualmente  os  fabricantes  de  implante  coclear  estão  considerando  o  uso  do  sistema  de  radiofrequência  no
desenvolvimento dos processadores de fala e otimizando a conexão da entrada de áudio. Em geral, os processadores de
fala  modernos  possuem  uma  conexão  direta  para  o  receptor  de  radiofrequência  sem  a  necessidade  de  um  adaptador  e
cabo,  como  podemos  observar  no  AuriaTM  da  Advanced  Bionics,  FreedomTM  da  Cochlear  e  no  Opus2TM  da  MED­EL
(Figuras 40.8, 40.9 e 40.10).

Figura 40.7 Exemplo de adaptador e cabo para conexão do receptor de radiofrequência em processadores de fala do tipo
caixa.

Figura  40.8  AuriaTM  da  Advanced  Bionics  com  o  ângulo  denominado  “iConnec”  para  conexão  direta  do  receptor  de
radiofrequência.
Figura 40.9 FreedomTM da Cochlear com o compartimento de bateria “Microlink Freedom”; compartimento de bateria com
receptor de radiofrequência integrado.

Figura 40.10 Opus 2TM da MED­El possui compartimento de bateria que permite a conexão direta do receptor universal.

Características do mapeamento
Na grande maioria dos casos não são necessárias modificações no mapeamento; em geral, os fabricantes de implante
coclear  sugerem  uma  redução  da  sensibilidade  do  microfone  do  processador  de  fala.  A  redução  da  sensibilidade  do
microfone varia a razão entre o nível de entrada do sinal do sistema de radiofrequência e o nível de entrada do sinal do
microfone do processador de fala. Testes de fala no ruído e observações do desempenho da criança sem e com o sistema
de radiofrequência em ambientes ruidosos auxiliam na determinação do melhor nível de sensibilidade do microfone do
processador.

► Uso alternativo do sistema de radiofrequência


O sistema de radiofrequência pessoal também pode ser indicado para crianças sem perda auditiva periférica, mas que
apresentam dificuldades de aprendizagem associadas a déficit de atenção e com transtornos do processamento auditivo
(TPA).  Para  essa  população,  uma  favorável  relação  sinal/ruído  parece  facilitar  a  atenção  para  as  tarefas  e  melhorar  o
tempo de resposta, pois quando a fala do professor se torna mais clara, as crianças apresentam um tempo maior de foco e
concentração  no  estímulo  sonoro  relevante,  enquanto  ignoram  o  estímulo  competitivo.  Porém,  em  estudo  de  revisão
sistemática  da  literatura,  não  foi  encontrada  forte  evidência  científica  que  comprove  a  efetividade  do  uso  do  sistema
radiofrequência na intervenção de indivíduos com TPA. Uma vez que este equipamento é frequentemente recomendado
para a intervenção nos casos de TPA, se torna imprescindível a realização de estudos com alta evidência científica que
possam guiar seguramente as tomadas de decisões clínicas a este respeito20­22.

► Recursos extras dos sistemas de radiofrequência


Os sistemas de radiofrequência também promovem acessibilidade a equipamentos eletrônicos como: televisão, rádio,
tocadores de MP3, GPS (sistema de navegação por satélite) etc. Neste caso, o transmissor de radiofrequência é conectado
na saída de áudio do equipamento desejado através de um cabo. Alguns modelos permitem ainda uma conexão sem fio
com dispositivos que possuem o recurso  Bluetooth, como celulares. Para isso, é necessário um emparelhamento entre o
celular e o transmissor de radiofrequência. Outro recurso que pode ser encontrado em alguns modelos de transmissores de
radiofrequência, recomendados para adultos, é função de controle remoto para o AASI.

► Veri⑌�cação do sistema de radiofrequência


Existe uma grande disparidade no tempo gasto entre a adaptação do AASI e a adaptação de dispositivos de tecnologia
assistiva,  especialmente  para  a  população  pediátrica.  No  entanto,  o  acoplamento  de  tecnologia  sem  fio  no  AASI  pode
resultar em algumas mudanças indesejadas no ganho/saída destes dispositivos.
Assim, a avaliação do sistema de radiofrequência requer mais do que uma verificação superficial, como a inspeção
auditiva, e, consequentemente, tem havido esforços para o desenvolvimento de protocolos que possam ser utilizados por
todos os fonoaudiólogos para avaliar e verificar a tecnologia sem fio para o indivíduo com perda auditiva23. Dentre esse
guias de boas práticas, destacam­se o da American Academy of Audiology (AAA, 2008, 2011)24 e, mais recentemente, a
nova normativa da American National Standards Institute e Acoustical Society of America (ANSI/ASA) S3.4725.

■ Testes de avaliação da fala


O desempenho de fala esperado do usuário de sistema de radiofrequência deve ser igual ao desempenho observado
quando a fonte sonora está próxima e sem apoio visual. Há necessidade da avaliação das habilidades auditivas, nível de
linguagem  e  vocabulário  do  usuário  antes  da  realização  dos  testes  para  não  subestimar  ou  superestimar  as  resposta  do
paciente.
O desafio de qualquer investigação envolvendo sistemas de FM é definir uma metodologia controlada que simule o
ambiente  de  sala  de  aula16.  O  guia  da  AAA  (American  Academy  of  Audiology  Clinical  Practice  Guidelines:  Remote
Microphone Hearing Assistance Technologies for Children and Youth from Birth to 21 Years, 2008, 2011)24 recomenda
que, quando comparadas diferentes situações auditivas, isto é, no ruído com sistema de radiofrequência e sem sistema de
radiofrequência,  é  importante  determinar  que  diferença  no  escore  representa  diferença  significativa  no  desempenho  da
percepção da fala. Apesar de o mesmo guia não recomendar testes adaptativos no ruído ou que variem o nível da fala e/ou
ruído, por subestimarem a intensidade da fala (fala variando e ruído fixo) e superestimarem o nível de ruído (fala fixa e
ruído  variando)  em  relação  a  situações  típicas  de  sala  de  aula,  muitas  pesquisas  com  sistemas  de  radiofrequência  têm
utilizado  estes  tipos  de  testes5,18,26,27  com  várias  delas  adotando  as  sentenças  do  HINT  (Hearing  in  Noise  Test)28 como
material de avaliação da fala, geralmente por meio de gravação em CD, e com relação sinal ruído fixa com resultados em
porcentagem16,29,30.

■ Veri⑌�cação das características eletroacústicas


Para  a  verificação  das  características  eletroacústicas  do  sistema  de  radiofrequência  é  adotado  o  critério  de
“transparência”. O procedimento dura cerca de 5 minutos e consiste em 3 rápidas medições no acoplador de 2 cc (sem a
presença do paciente, apenas com seu AASI).
O conceito foi definido pela AAA (2008, 2011)24: “a transparência é atingida quando a entrada de 65 dB NPS para o
microfone  do  FM  produz  um  resultado  igual  à  entrada  de  65  dB  NPS  para  o  microfone  do  aparelho  de  amplificação
sonora individual”, de acordo com o seguinte protocolo:

• Calibrar o equipamento de mensuração no acoplador de 2 cc
• Encaixar o AASI no acoplador de 2 cc dentro da caixa de teste e traçar  curva 1 para uma entrada de 65 dB NPS
(tipo de estímulo: digital speech ou sinal de fala). Essa será a curva de referência do funcionamento do AASI, mas
não será utilizada para o cálculo da transparência.
• Ainda na caixa teste, conectar o receptor de radiofrequência no AASI. Ligar o transmissor fora da caixa de teste e
colocar em mudo seu microfone ou vedar com a massa (Figura 40.11). Traçar  curva 2 para uma entrada de 65 dB
NPS (tipo de estímulo: digital speech ou sinal de fala)
• Com o AASI ainda ligado ao acoplador de 2 cc e microfone de teste, o mesmo deve ser removido para fora da
caixa  de  teste  e  seu  microfone  vedado  com  massa.  O  microfone  do  transmissor  de  radiofrequência  deve  ser
colocado na caixa de teste e então traçada a curva 3 nas mesmas condições das curvas 1 e 2 (Figura 40.12).
• Subtrair a resposta das  curvas 3 e 2 para as seguintes frequências: 750, 1.000 e 2.000 Hz (Figuras 40.13 e 40.14).
Calcular uma média de frequência das diferenças. Se a diferença média é <2 dB, não alterar a configuração do FM
(ganho FM). Se a diferença for >2 dB, alterar a configuração do FM e reavaliar para confirmar a transparência. Por
exemplo,  se  a  média  da  curva  3  é  de  4  dB  inferior  à  média  da  curva  2,  a  configuração  do  sistema  de
radiofrequência (ganho FM) deve ser aumentada em 4 dB e as diferenças médias recalculadas
• Por fim, realizar uma inspeção auditiva com entradas simultâneas no microfone do sistema de radiofrequência e do
AASI para julgar a qualidade do sinal.

Este procedimento é necessário para garantir que a conexão do sistema de radiofrequência não altere as configurações
do microfone do AASI e que ambos os sinais, do sistema de radiofrequência e do microfone do AASI, estejam audíveis.
Se  o  dispositivo  não  estiver  transparente,  o  aluno  pode  deixar  de  monitorar  a  sua  própria  voz  e  escutar  os  colegas  de
classe, por exemplo.

Figura 40.11 Posicionamento do AASI e receptor dentro da caixa teste.

A  Figura  40.1523  representa  a  verificação  eletroacústica  em  sistema  de  radiofrequência  com  receptor  via  indução
magnética.  Os  passos  são  os  mesmos  descritos  no  roteiro  anterior,  porém  é  necessário  o  uso  do  cordão  de  indução  ao
redor do pescoço e a aproximação do acoplador e AASI na altura da orelha no caso do AASI intracanal ou encaixe do
AASI no gancho do acoplador no caso de AASI retroauricular. É importante lembrar que a bobina telefônica do AASI
deve estar ativada.
Figura 40.12 Posicionamento microfone do transmissor FM dentro da caixa de teste.

Figura  40.13  Exemplo  de  resultado  de  pesquisa  de  transparência.  (Esta  figura  encontra­se  reproduzida  em  cores  no
Encarte.)

Figura 40.14 Exemplo de resultado de transparência nas frequências de 750, 1.000 e 2.000 Hz.
Figura 40.15 Verificação eletroacústica em sistema de radiofrequência com receptor via indução magnética23.

■ Uso de questionários
O  uso  de  medidas  subjetivas,  como  os  questionários  “Avaliação  do  Sistema  FM”31 (Figuras 40.16  a  40.18),  “Early
Listening Function – ELF”32, e o “Questionário de Participação em Sala de Aula – CPQ”33 (Figura 40.19), entre outros já
consagrados  para  a  utilização  no  acompanhamento  do  AASI,  juntamente  com  medidas  objetivas,é  fundamental  para
determinar a eficácia da indicação dos dispositivos auxiliares para o deficiente auditivo. Pesquisas34 relacionando as duas
formas de medidas são necessárias para uma adequada definição de protocolos de indicação e adaptação do sistema de
radiofrequência.
Figura 40.16 Avaliação do sistema FM.
Figura 40.17 Questionário de avaliação do sistema FM.
Figura 40.18 Informações sobre o uso do sistema FM.
Figura 40.19 Questionário de participação em sala de aula (CPQ).

■ Checagem do equipamento
Para o usuário de sistema de radiofrequência, foram selecionadas algumas das dúvidas mais importantes do dia a dia
relacionadas ao funcionamento do sistema de radiofrequência (Quadro 40.1, baseado em Blasca et al., 200635).

■ Acompanhamento do sistema de radiofrequência


As metas principais a serem atingidas com a adaptação do sistema de radiofrequência são36:

• Proporcionar adequada audibilidade e inteligibilidade
• Percepção da fala compatível ao desempenho obtido em situações ideais de escuta
• Monitoramento auditivo da própria voz e audibilidade consistente da fala no ambiente de comunicação
• Redução dos efeitos da distância, ruído e reverberação
• Sinal consistente do locutor, independentemente do movimento da cabeça
• Tecnologia que será utilizada de forma efetiva por parte do indivíduo, dos pais e/ou professores.

Para  tanto,  a  Figura  40.20  apresenta  um  exemplo  de  proposta  de  planejamento  do  uso  e  monitoramento  do  FM,
principalmente para crianças em situações educacionais, em que devem ser definidos36:

Quadro 40.1 Exemplos de checagem no funcionamento do sistema FM.

Problemas no funcionamento

Problemas Soluções

1. O receptor de FM não funciona (não é possível escutar a voz do Vericar a pilha do AASI e/ou IC e bateria de FM (trocá-las ou recarregá-las)
professor) ou apresenta funcionamento intermitente
Vericar funcionamento do microfone do transmissor (checar com um microfone reserva)

Vericar se os canais (números e cores) do transmissor e receptores são os mesmos


Vericar a posição das teclas de liga/desliga
Vericar se o compartimento de pilha do transmissor, o receptor e AASI e/ou IC estão totalmente
fechados
Vericar os acessórios de conexão de FM (antenas, cabos, sapatas, adaptadores e cordões)
Vericar a oclusão ou rachadura no molde auricular
Encaminhar FM para assistência técnica

2. A bateria de FM dura menos que 4 horas após a recarga Orientar a troca da bateria do transmissor por uma nova e, se persistir, encaminhar FM para
completa assistência técnica

3. O som de FM está distorcido, com chiado Vericar a pilha do AASI e/ou IC e de FM (trocá-las ou recarregá-las)
Vericar o funcionamento do microfone do transmissor (checar com um microfone reserva)

Vericar os acessórios de conexão de FM (antenas, cabos, sapatas, adaptadores e cordões)


4. FM “apita” ou apresenta “chiado” Vericar a oclusão ou rachadura no molde auricular do AAASI
Vericar se há muita proximidade entre o transmissor e o AASI, checando com o usuário em
diferentes posições no ambiente

Encaminhar FM para assistência técnica


Figura 40.20 Modelo de roteiro de acompanhamento do uso do sistema FM.

► Conclusão
A  adaptação  do  AASI  e/ou  IC  adequados  para  a  perda  auditiva  e  a  verificação  dos  benefícios  destes  para  todas  as
situações em que a pessoa com deficiência auditiva é exposta é uma das primeiras responsabilidades do fonoaudiólogo.
Diversos estudos descrevem a influência negativa do ruído para a compreensão de fala no processo de aquisição de
linguagem  ou  até  mesmo  no  desempenho  escolar  de  ouvintes  e  de  pessoas  com  deficiência  auditiva.  Portanto,  é
importante  considerar  o  uso  de  auxiliares  auditivos,  como  o  sistema  de  radiofrequência,  no  processo  de  habilitação  ou
reabilitação do deficiente auditivo.
O  sistema  de  radiofrequência  é  um  dispositivo  eletrônico  de  fácil  adaptação  e  manuseio,  e,  em  geral,  não  são
necessárias  alterações  em  suas  configurações.  Porém  é  fundamental  a  verificação  de  algumas  características  e/ou
programação do dispositivo primário (AASI ou IC).
Como ocorre com o AASI e IC, o sistema de radiofrequência está em constante evolução tecnológica. As pesquisas e
experiências clínicas, como também o aumento no número de usuários deste tipo de tecnologia após a incorporação do
sistema  de  frequência  modulada  pessoal  na  tabela  de  procedimentos,  medicamentos,  órteses,  próteses  e  materiais
especiais do SUS pela portaria no 1274, de 25 de junho de 201337, contribuem para a consolidação do conhecimento para
o atendimento das necessidades desta população.
Na  escola,  se  o  aluno  não  é  capaz  de  ouvir  a  instrução  do  professor,  todo  o  processo  educacional  é  prejudicado38.
Desta  forma,  o  fonoaudiólogo  pode  colaborar  com  programas  de  atuação  baseados  em  instrumentos  de  avaliação  que
apontem  as  adequações  ambientais  e  as  orientações  necessárias  para  o  professor  e  a  criança  com  deficiência  auditiva,
visto que os dispositivos auxiliares da comunicação, como o sistema radiofrequência, fazem parte da tecnologia assistiva
a que o professor deve ter acesso para que seu aluno deficiente auditivo tenha acesso à informação39­42 (Brasil, 2004a, b,
2006a, b).
Enfim, o papel do fonoaudiólogo na reabilitação do deficiente auditivo é possibilitar seu acesso e por consequência
independência  e  segurança  no  maior  número  de  ambientes  de  comunicação  possíveis  em  todas  as  fases  de  sua  vida.
Incluir  orientações  sobre  os  equipamentos  auxiliares,  como  o  sistema  radiofrequência,  possibilita  a  esses  indivíduos  e
seus familiares muitas vezes os meios necessários para uma participação integral em sua comunidade43.

► Glossário
► Aparelho de amplificação sonora individual (AASI). Dispositivo eletrônico de amplificação sonora individual.
► Auxiliares auditivos. Qualquer dispositivo designado a ajudar seus usuários a ouvir em situações difíceis, pode ser
utilizado sozinho ou conectado na prótese auditiva ou implante coclear.
► Implante coclear. Dispositivo eletrônico de estimulação elétrica individual.
► Relação sinal/ruído. Razão entre o nível de intensidade do sinal (p. ex., fala) e o nível de intesidade do ruído.
►  Sistema  FM.  Auxiliar  auditivo  que  envia  o  som  captado  por  um  microfone  à  orelha  do  ouvinte  via  frequência
modulada (similar a um rádio FM).

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