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2.1 Seleção
A escolha dos episódios para análise se deu em função do interesse
pessoal nos temas abordados e da vontade de contemplar os dois formatos
atualmente produzidos pelo podcast (narrativa e mesa redonda). A ordem da
análise foi estabelecida de acordo com a data de publicação, do mais antigo para
o mais recente.
3.0 Relacionamento
O Ciência Suja é um podcast jornalístico que não está atrelado a um grande
veículo ou conglomerado de mídia. Esse é um fator definidor em todas as suas escolhas
e direcionamentos, desde a proposta de conteúdo até as estratégias de divulgação. Pode
ser considerado um projeto independente, já que o único vínculo de responsabilidade é
com a NAV Reportagens, empresa de pequeno porte conduzida pelos mesmos
jornalistas que produzem o podcast.
Há um apoio financeiro por parte do IQC (indefinido) e do Instituto
Serrapilheira (50 mil reais em 2020 e 99 mil reais em 2022), mas são doações dentro de
projetos de incentivo e suporte à divulgação científica, de forma que o podcast continua
tendo total liberdade na produção dos seus episódios e também na comunicação
desenvolvida em outras frentes. Também existe uma ligação com a Rádio Guarda-
Chuva, com uma natureza semelhante à de chancela, que eles classificam como “selo”.
O projeto parece estar sustentado apenas nessas doações: em nenhum momento
há veiculação de anúncios ou pedido de doações por parte do público. Também não são
oferecidos serviços que demandem uma assinatura ou pagamento único. Essas
constatações são válidas para os episódios das duas temporadas, para o conteúdo
publicado nas redes sociais e para o material exibido no site. Dado o estilo do podcast,
supõe-se que o custo de produção não seja demasiadamente elevado - o que torna viável
executar o projeto. Preocupa, entretanto, que a equipe aparentemente não busque meios
alternativos de financiamento nem incentive doações de ouvintes, uma vez que apoios
de institutos e entidades semelhantes não oferecem garantia de renovação.
O site oficial do podcast, entretanto, é um alento - é atrativo, de fácil navegação,
contém as informações necessárias sobre o projeto e a equipe, disponibiliza a íntegra
dos episódios da segunda temporada (mas não da primeira) e ainda oferece material
complementar para o ouvinte, como links para os documentos consultados e reportagens
ou trabalhos mencionados e uma versão para download dos roteiros. O
redirecionamento para as redes sociais também é bem posicionado e fácil. É preciso
ainda destacar a qualidade dos materiais gráficos que acompanham os episódios e da
identidade visual do Ciência Suja, desenvolvida por May Tanferi e Guilherme Henrique
(o que também está bem creditado no site).
O projeto possui perfil no Instagram, no Facebook, no Twitter e no Youtube,
totalizando 14.400 seguidores. Todo conteúdo publicado nesses perfis é derivado dos
episódios. No Instagram, há uma tentativa maior de explorar formatos capazes de atrair
novos ouvintes, e um cuidado com as tendências atuais. O mesmo não acontece nas
outras redes sociais, em que o Ciência Suja apenas reposta os episódios ou as
publicações pensadas para o Instagram. A interação com o público ainda é mínima, com
a figura do podcast se limitando a curtir comentários e sem estimular uma participação
mais ativa dos ouvintes, o que pode estar relacionado à fase inicial do projeto ou à sua
condição de atividade paralela para todos os membros da equipe.
Hoje as temporadas estão disponíveis, além das redes sociais, nos agregadores
Spotify; Apple; Google; Amazon; Deezer; Castbox; Overcast; Stitcher; Podcast Addict,
Pocket Casts; Player FM e RSS. Em síntese, pode-se dizer que o Ciência Suja se
preocupa com a distribuição do seu material, mas, ao menos no momento, não tem
como prioridade a construção de uma comunidade de ouvintes.
ANEXO:
Link para o comentário em áudio -
https://drive.google.com/file/d/1bmBB8V2oyaNDiS8jA_0mxbiOc2QoJNaQ/view?usp=sharing