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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

NOME DA/DO DISCENTE:


Ana Luiza e Milena

RESENHA:

And the Band Played On

PETROLINA-PE

2022

NOME DA/DO DISCENTE


RESENHA:

And the Band Played On

Resenha apresentada à disciplina.


Leitura e Técnica e Elaboração e
Análise de Textos Científicos
(LTEATC), ministrada pelo professor
Afonso Henrique Novaes Menezes,
para obtenção de nota.

PETROLINA-PE

2022

RESENHA

AND THE BAND Played On. Direção: Roger Spottiswood. Produção: Sarah Pillsbury
e Midge Saford. Intérpretes: Matthew Modine, Alan Alda e outros. Roteiro: Arnold
Schulman. Música: Carter Burwell. San Francisco, California: Spelling Entertainment,
HBO Pictures, 1993. Blu-ray (141 min), dolby stereo, color. Baseado no livro “And the
Band Played On: Politics, People, and the AIDS Epidemic”, de Randy Shilts.

Dados do autor:
Roger Spottiswood foi um diretor e roteirista canadense que começou sua carreira
como editor na década de 70. Ele dirigiu um número notável de filmes e produções
para a TV, entre eles estão Sob Fogo Cerrado, (1983) e o filme da franquia James
Bond de 1997, O Amanhã Nunca Morre estrelado por Pierce Brosnan.

1 Introdução:
A obra cinematográfica “And the band played on”, traz uma ilustração real do cenário
de vulnerabilidade política em relação com à comunidade LGBT+ vivida nos Estados
Unidos na década de 80. Ligado a isso, um alastrante contágio epidêmico se
associava previamente em relacionamentos homossexuais. Desse modo, o ambiente
social retratado era de grande repressão social e incertezas para os infectados com o
“Câncer gay” por não ter nenhuma perspectiva de cura.

2 Descrição do assunto:
O filme dá início exibindo a participação do Dr. Don francis (protagonista) incluso no
ambiente onde se apresentava o surto da gripe Ebola na África Subsaariana, em 1976.
Essa comparação serve de suporte para adentrar ao contexto norte-americano que
também estava presenciando o começo de uma epidemia no final dos anos 70. De
início, os números infectados se mostrava apenas em homossexuais ativos
sexualmente e foi nomeada de “câncer gay”, onde essa enfermidade era altamente
agressiva ao sistema imunológico, tornando inevitável a morte das vítimas
contaminadas.

A doença era totalmente desconhecida, não havia correlação direta com o agente
causador. E cada vez mais esta infectava um maior número de vítimas chegando a
100% de taxa de mortalidade. Devido ao grande alastramento dessa enfermidade os
cientistas, incluindo Dr. Francis, se mobilizaram para estudar a fundo as causas e
possibilidades de cura no CDC (Centro de Controle de Doenças). Entretanto, a
conjuntura política daquele momento não favorecia a busca de informações e
investimentos, o que dificultou a investigação científica devido à falta de verba e
ausência de equipamentos especializados para a pesquisa. Em consequência, Dr.
Francis precisou recorrer aos cientistas franceses, estes possuíam estruturas e
equipamentos adequados para a busca cientifica. Visto a isso, seu sentimento de
culpa e preocupação o motivava a se dispor a qualquer situação para solucionar este
caos o mais rápido possível.
A audácia do protagonista em encontrar saídas para a busca da cura o fazia deixar o
patriotismo em segundo plano para priorizar os avanços da pesquisa. Com isso, suas
atitudes causava incômodo na elite estadunidense como no renomado cientista Dr.
Robert Gallo. Ele era um pesquisador que adorava receber prestígio em cima de suas
descobertas, quando recebeu informações sobre a descoberta do vírus pelos
franceses se sentiu afrontado. Com isso, não aceitou que uma doença surgida em solo
norte-amerciano recebesse crédito em outro continente e decidiu forjar uma
descoberta paralelamente. Mas, no fim de tudo o Dr. Francis conseguiu amenizar esse
descontentamento reunindo os franceses com o Dr. Gallo para entrarem em um
consenso da descoberta cientifica, onde ambos foram privilegiados.
Em desfecho, embora as controversas científicas, hesitações políticas e midiáticas,
ocorreu uma divulgação pública abrangendo informações sobre a doença, nomeando
o vírus por HIV e a identificando pelo termo AIDS (Síndrome da Imunodeficiência
Humana. Vale ressaltar, que o esforço do Dr. Francis juntamente com o CDC (Centro
de Controle de Doenças) que foram os pioneiros da pesquisa cientifica não receberam
nenhum reconhecimento na pesquisa.

3 Apreciação crítica

A cena de abertura de um longa-metragem é muito importante para definir o tom do


filme e atrair o público para a história que será contada. E, felizmente, "And The Band
Played On" desempenha esse papel ao mostrar o passado do personagem principal,
Dr. Don Francis, enfrentando a gripe Ebola na África Subsaariana. Pois, além de
cumprir esses objetivos, anteriormente citados, o roteiro ao mostrar esse flashback
enriquece as motivações do protagonista que serão apresentadas no decorrer da
narrativa, fazendo com que a audiência sinta uma empatia pelo personagem logo
inicialmente.
Acerca dos outros personagens do filme, eles cumprem os seus devidos papéis, e
assim como o protagonista, não possuem um arco de desenvolvimento marcante.
Mas, graças as suas motivações plausíveis junto com as excelentes performasses dos
atores, o longa-metragem consegue mostrar os diferentes pontos de vista sobre a
epidemia de uma forma sem ser monótona e maçante. Por exemplo, através do
personagem Dr. Robert Gallo, que era famoso por seus trabalhos com retrovírus
humano, o filme mostra a disputa científica pelos créditos da descoberta desse novo
vírus e de como, infelizmente, a ciência nem sempre é acompanhada pela ética.
Outro fator positivo, é a história do filme possuir outros aspectos atemporais
despertando questões a respeito da homofobia ou da propagação de Fake News, no
cenário mundial, por exemplo. Na época em que se passa a obra, mostra-se como
esses fatores podem acabar sendo um contratempo para o avanço científico. Com
isso, o filme provoca alguns momentos emocionantes, e também, revoltantes para o
telespectador. Isto pode ser observado, através da representação de um governo que
recusava financiar as pesquisas sobre a "imunodeficiência gay", termo pejorativo que a
mídia propagava na época.
4 Considerações finais
A obra, apesar de ter sido produzida na década de 90, continua sendo atemporal.
Pois, além de retratar um marco histórico no campo da ciência e social de uma época,
as críticas que o filme faz possuem independência em relação ao tempo, já que, o seu
significado ainda persiste nos tempos atuais.
Ou seja, o filme não serve apenas para pessoas que buscam saber mais sobre o
desenrolar da história da AIDS, mas, também, para aqueles que querem refletir sobre
a relação da ciência com o nosso cenário atual. Por exemplo, ao decorrer do filme
pode-se fazer uma analogia com a pandemia do COVID-19, que também possuiu
algumas características que estão presentes no longa, como o medo coletivo, frente a
uma doença desconhecida, ou de como os interesses políticos e pessoais podem
atrapalhar o avanço científico sobre a enfermidade.

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