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O dia amanhecia novamente e todos no barco dormiam tranquilos sem nenhum problema, até

que... 
   Amelie P.O.V 
  De repente, eu acordo com um barulho muito alto vindo da parte de baixo do barco, eu já
levanto e pego minha arma para me defender, só que percebo que o barulho parecia alguém...
gritando? Será que algum deles está sendo atacado? Mil pensamento do o que pode ter
acontecido vêm a minha mente, meu primeiro instinto é ir para fora e ver se eles estão bem,
porém quando eu estou na frente da porta alguém bate. 
  Logo, lembro do que aquele barqueiro havia dito, e apenas aponto a arma em direção a saída
do meu quarto, mas eu ouço uma voz familiar: 
  - ‘Melie, ocê tá bem? Escutou esse barulho também? - Bárbara falva com uma voz rouca e
sonolenta do outro lado da porta. 
  - Você também escutou? - Eu perguntei falando alto para ela escutar. 
  - Sim, posso entrar? - ela pergunta e eu nem respondo e já vou abrindo a porta. 
  Quando eu a vejo com uma cara de quem acabou de acordar eu acho muito fofo! Vou falar
verdade acho que desde de eu a vi pela primeira vez eu me apaixonei à primeira vista, a forma
que seu sotaque soava, a fora de como ela era superprotetora com seus amigos, como ela se
arriscava para salvar os outros, a suas sardas que pareciam as constelações do universo...  Aí
meu Deus! Isso tá sendo muito clichê! 
  Acho que eu sempre soube que eu não gostava apenas de meninos, mas sim de todos os
gêneros, tantas vezes que eu ficava olhando para as pessoas me perguntando como que seria
beijar elas, independente do gênero, nunca tive de contar isso para ninguém e isso tá
guardado dentro de mim a tempos e acho que irá continuar assim. 
 - ‘Melie? Cê tá bem? Tá olhando pro nada - Bárbara perguntou me acordando do meu transe. 
- Ahn... Tô, enfim você quer ir investigar e ver o que foi este barulho?  
- Tem certeza? o Arthur falou pra nois seguir as regras. 
- Mas, ir atrás caso aconteça algo suspeito, e eu acho que isso é bem suspeito – Tento
convence-la 
Ela suspira derrotada e vai pro seu quarto pegar sua lanterna e arma, quando ela retorna nós
vamos silenciosamente até onde achamos que é a entrada do último andar ficando frente a
frente com a porta e os barulhos ainda estavam lá. 
Medo. Era o que definia o que eu estava sentindo, fazia 6 meses que a gente voltou da ilha, 6
meses que tudo aconteceu conosco, eu não deveria mais ter medo de nada, mas eu ainda
sentia, tanto por quanto pelos meus amigos, pela minha família. Com uma mão eu segurava
minha arma e a outra estava livre, minha mão treme, se forma um nó na minha garganta, e se
algum deles estiverem lá em perigo? E se meu irmão fosse quem estava gritando? Vários e se
passavam pela minha mente, porém tudo para quando eu sinto uma mão se entrelaçando a
minha, sua mão era quente, reconfortante quando olho pro lado vejo Bárbara segurando
minha mão, ainda olhando para a porta com um pequeno sorriso de canto. 
Eu devo ter virado um tomate de tanto que eu senti meu rosto esquentar, apenas sacudo
minha cabeça tirando meus pensamentos de mim e tento abrir a porta, porém como esperado
estava trancada. 
- Eu falaria pra nois arrombar, mas acho que faria muito barulho. Única saída é encontrar a
chave. 
- Realmente... -Eu falo, só que aí eu lembro – Pera... Eu tenho um ritual. 
- Que? - Bárbara franziu o cenho confusa. 
Logo eu pego alguns frascos de componentes ritualísticos e começo a desenhar no braço o
símbolo do ritual e encosto na porta, então ela abre. Bárbara fica de queixo caído e eu fico
orgulhosa de mim mesma (pela primeira vez aquele ano) pelo meu feito, pego minha arma
novamente e chamo a Bárbara para descermos aquela escada de madeira que estava todo
velha e rangia como nunca. 
Começamos a descer e podíamos ver uma névoa espessa pela parte de baixo, as paredes todas
estavam sujas de algo que parecia um... lodo? Não era tinta, mas mesmo assim dava uma
vontade tocar, nós nos mantemos e descemos até o fim, não dava para enxergar quase nada,
porém eu conseguia enxergar uma silhueta de alguém no fundo. Apontei minha arma em
direção à silhueta para mostrar a Bárbara, e fomos em direção, o barulho já havia parado
quando entramos ali, mas de alguma forma ele retornou como um grunhido vindo
diretamente de nossa gente, vindo daquela pessoa. 
No susto eu recarreguei minha arma e apontei em direção a aquele ser e Bárbara fez o mesmo,
de repente, ouvimos um barulho vindo de trás da gente e quando eu virei Bárbara disse: 
- A silhueta sumiu! - Falou um pouco alto demais. 
Quando eu vejo alguém pulando para cima de mim e meu instinto me faz automaticamente
desviar, aquilo era um zumbi de sangue! Eu pego minha arma e atiro nele acertando bem no
braço arrancando-o, ele olha pra mim e veem pra cima, eu atiro e acerto no peito dele
jogando-o para longe, e quando eu vejo a Bárbara atira e acerta na cabeça dele matando-o.
Dou um suspiro aliviado e vou em direção à Bárbara. 
- Você tá bem Barb? - É raramente que eu a chamo por esse apelido por vergonha, porém eu
tô pouco me fudendo agora. 
- Sim – Ela fala ofegante e olha para mim, mas parece que ela começa a olhar para os meus
lábios e eu também começo a observar seus lábios rosados, se eu não estivesse perto dela eu
não enxergaria por conta da névoa que tinha naquele lugar. O silêncio ali era confortável, e a
cada momento nós ficávamos mais próximas uma da outra até o momento em que
conseguíamos sentir as nossas respirações. 
- Gente, vocês tão bem?! Eu vou tiros lá do meu quarto – Olivier chega correndo preocupado,
eu e a Bárbara tomamos um susto e nos afastamos, maldito momento que meu irmão tinha
que aparecer né?  
- Sim, nois tamo bem Oli - Bárbara responde indo em direção a ele, porém quando ela passa
por mim eu vejo que seu rosto estava... Rosado? Não. Deve ser só impressão minha mesmo,
pôr a gente ter, literalmente, quase se beijado, mas enfim né. 
Nós três saímos de lá e o Olivier voltou pro seu quarto e a Bárbara também, eu ainda acho que
devíamos quebrar as regras, só para ver o que irá acontecer, e já que não tem ninguém
comigo, é exatamente isto que eu irei fazer. Então, eu guaro minha arma e vou subindo até o
topo do barco para ver se aquele tal de Phillip tá acordado e quando eu subo eu ouço alguém
falando meio abafado. 

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