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Resumo
ensino, onde até então havia estudado, como também uma breve analise do referido
tema em legislações estrangeiras.
Abstract
The present work aims to analyze the growth of the contemporary phenomenon that
has become conventionally called homeschooling (home education) in Brazil. One of
the main points for carrying out this work is the lack of specific legislation on the
subject, although there is an increasing number of families that choose this
educational model. The number of Brazilian families that adhere to the model of
home education instead of traditional education is growing, several families from
different locations and social classes have chosen to teach their children at home
instead of sending them to schools. Following the example of several other countries,
those in favor of home education have re-emphasized the use of international human
rights protection documents to demand the autonomy of parents in choosing their
children's education, as well as the organization of associations to influence the
Legislative and also spread the topic in society. Supported in the search of several
families for the regulation of home education in Brazil, we seek to demonstrate the
urgency of the regulation of home education in Brazilian territory. The study is based
on extensive research of Brazilian legislation, in particular Extraordinary Appeal
888.815 with recognized general repercussions. The appeal originated in a writ of
mandamus filed by the parents of a girl, then 11 years old, against the act of the
Secretary of Education of the Municipality of Canela (RS), who denied the request for
the child to be educated at home and directed enroll in the regular school system,
where he had studied until then, as well as a brief analysis of that subject in foreign
legislation.
1. INTRODUÇÃO
2. HOMESCHOOLING NO MUNDO-CONCEITO
Art. 149 – A educação é direito de todos e deve ser ministrada pela família e
pelos poderes Públicos, cumprindo a estes proporcioná-la a brasileiros e
estrangeiros domiciliados no País, de modo que possibilite eficientes fatores
da vida moral e econômica da Nação, e desenvolva num espírito brasileiro a
consciência da solidariedade humana. (Grifo meu). 9
Vale também mencionar que em 1940, três anos após a decretação da CF/37
o código penal pelo decreto-lei n. 2.848 tipificou o crime de abandono intelectual
para os pais que sem justa causa deixam de prover instrução primaria para os filhos.
8 CHRIST, Mara Vicelle Ruviaro. O Ensino Domiciliar No Brasil, Estado, Escola E Família.
Disponível em: <https://www.aned.org.br/images/TrabalhosAcademicos/CHRIST_O-ENSINO-
DOMICILIAR-NO-BRASIL-ESTADO-ESCOLA-E-FAMILIA.pdf>. Acesso em Acesso em: 15 de março
de 2021. p.19
9 CHRIST, Mara Vicelle Ruviaro. O Ensino Domiciliar No Brasil, Estado, Escola E Família.
Art. 246 – Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho
em idade escolar:
Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês ou multa. 11
Destaca-se que na ocasião em que esse decreto lei entrou em vigência era
plenamente lícito, reconhecido e aceito o ensino domiciliar pelo estado conforme já
mencionado nas Constituições que o antecederam. O decreto lei acima referido
tornou cristalino que o ensino era obrigatório sendo ele nas residências ou na
escola, exatamente como previam as cartas magnas à época, não fazendo,
portanto, nenhuma objeção ou ressalva ao mencionado no texto constitucional.
A Constituição dos Estados Unidos do Brasil, em 1946, posterior ao Código
Penal, manteve a ideia do ensino domiciliar como uma opção ao pais para
provimento da educação aos filhos.
A família tem prioridade no que diz respeito à educação dos filhos em todas
as Constituições mencionadas acima, 1934, 1937 e 1946. O que ambas apontam,
portanto, é a obrigatoriedade do ensino primário a todos. Porém, como se dará esse
ensino fica a critério da família, haja vista que a educação era tida como dever e
direito natural dos pais.
A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Lei 4024/61
também previa a possibilidade de o ensino primário ser ministrado no lar. Dita lei
apontou a família como tendo primazia na responsabilidade pela oferta da educação.
O artigo 2º da referida lei assim menciona:
17Magno Fernandes Moreira, Alexandre. O direito à educação domiciliar (p. 170). Monergismo.
Edição do Kindle.
10
Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília,
DF, 16 jul. 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm>. Acesso em 14
de maio de 2021.
20BRASIL. Lei de Diretrizes e B. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em:
22LUSTOSA, Oton. A lei, o costume, o Direito. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina,
ano 6, n. 51, 1 out. 2001. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/2113>. Acesso em 05 de maio de
2021.
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dependente do estado.
Há 27 anos, projetos de lei são apresentados para exigir a legalização do
ensino domiciliar no Brasil. Caso houvesse sido implementado desde os primeiros
projetos de lei, o ensino domiciliar certamente teria diminuido sobremaneira os
empactos da COVID-19 na educação e no aprendizado dos alunos. Tendo em vista
que grande partes das familias conseguiriam continuar seu calendario escolar sem
sofrer nenhum ônus quanto a ministração de suas aulas, e haveria uma outra
alternativa segura para as familias que desejassem ingressar à modalidade. o que
se percebe é que o enorme prejuizo com a morosidade na regulamentação dessa
modalidade de ensino desagua de maneira custosa sobre as familas em tempos de
pandemia.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS:
É possivel concluir que o ensino domiciliar pode vir a ser uma opção à
modernização e progresso da educação e da sociedade, servindo ao povo e
cumprindo a finalidade constitucional proposta. Quer seja por razões práticas ou
quer seja por razões objetivadas, as familias podem escolher a modalidade escolar
para a educação de seus filhos da mesma forma, o ensino domiciliar. O que se
busca portanto, é garantir o a autonomia familiar em relaçao a garantia de seu direito
de decisão sobre qual modelo se adequa da melhor forma a cada realidade familiar
especificamente.
O presente estudo teceu considerações não apenas jurídicas mas também
sociais sobre o ensino domiciliar, ensino este que abdica da frequência compulsória
à escola ou seja, ao prédio escolar, sem negar entretanto a escola enquanto
instituição válida para aqueles que desejam. No aspecto doméstico, posicionou-se
pela tese que reconhece que a legislação positiva do país já é bastante para
assegurar a prática em comento.
O Projeto de Lei (PL) 3.179 de 2012, de autoria do deputado federal Lincoln
Portella tratando sobre o tema, está às vias de receber um parecer favoravel da
deputada Luísa Canziani (PTB-PR). A deputada assim se posicionou em relaçao ao
tema em comendo: "Apenas em estados totalitários a educação é reservada
exclusivamente ao Estado, excluindo o papel da família. Precisamos clarear o tema",
15
26O Projeto de Lei (PL) 3.179 de 2012. Disponível em: < https://www.aned.org.br/images/Juridico/
Posicionamento_da_ANED_e_Sugestoes_de_Alteracao_ao_Substitutivo_ao_PL3179_2012docx_-
_Documentos_Google.pdf>. Acesso em 05 de maio de 2021.
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANED. Dados sobre a educação domiciliar no Brasil.2016. Disponível em
https:<//www.aned.org.br/conheca/ed-no-brasil>. Acesso em: 10 de março de 2021.