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6° SEMESTRE - NOTURNO
SÃO PAULO
2023
Nesta segunda-feira (4/12), a Comissão de Educação (CE) do Senado debateu
o Projeto de Lei (PL) 1.338/2022, que regulamenta a oferta do ensino domiciliar.
A audiência pública foi marcada por maioria contrária à proposta. Uma única
debatedora a favor do homeschooling classificou os argumentos dos demais
como um “jogo semântico e uma falácia”. A reunião foi conduzida pelo
presidente da Comissão, senador Flávio Arns (PSB-PR).
Karen nos conta que o motivo de seu interesso pela prática veio por pensar que
o ensino é pouco individualizado. “Eu sempre achei que a escola é a forma de
ensino que atende a maioria das pessoas. No entanto, desde que eu estava
frequentando uma escola ficava me perguntando se não poderia existir outra
maneira de receber instrução formal. Apesar de ter tido acesso a uma escola
considerada boa, sempre achei ruim o fato dos alunos receberem a mesma
instrução, de não ser levado em conta suas individualidades de aprendizado e
de interesse”.
Karen nos conta que no seu caso quem educa seus filhos é ela própria, ao ser
questionada se ela acha que consegue cobrir todas as áreas que uma escola
cobre ela afirma que sim e caso haja dificuldades aponta outras alternativas. “Eu
tenho certeza de que consigo cobrir todos os conteúdos oferecidos por uma
escola regular. Nunca tive dificuldades em nenhuma matéria e percebo que o
homeschool, ao menos na linha que estamos seguindo em nossa família, conduz
o aluno a uma formação que, em muitos aspectos, proporciona ao aluno o
desenvolvimento do autodidatismo.
Outro ponto muito abordado por pessoas que não apoiam o homeschooling é de
que há a possibilidade de a criança não se desenvolver da forma adequada em
questões de sociabilidade e contato interpessoal já que ela não terá contato com
outras crianças e outras realidades e opiniões, como foi defendido por Andressa
Pellanda, Karen discorda da fala da coordenadora-geral da Campanha Nacional
pelo Direito à Educação, para ela é um equívoco considerar somente a escola
como possibilidade para a criança se socializar. “Acreditar que a socialização se
dá apenas e principalmente no âmbito escolar é um erro grave. A escola é
apenas uma de entre as possibilidades de a criança exercer suas capacidades
sociais. Em nossa família procuramos proporcionar aos nossos filhos uma boa
convivência familiar, eles têm a oportunidade frequente de passar um tempo com
avós e bisavós. Eles frequentam aula de judô, onde encontram outras crianças
e costumeiramente brincam juntos, antes ou após a aula. Frequentamos
encontros regulares do grupo de apoio de famílias educadoras, no qual estão
crianças de diversas faixas etárias. Os seres humanos, mesmo dentro de uma
mesma família, podem ser muito diferentes, quem tem irmãos que o diga”!
Karen ainda cita o fato de haver bullying na maioria das escolas como mais um
fator para a escolha do ensino domiciliar. “Na escola é situação bastante comum
a criança sofrer abusos morais pelos mais diversos motivos. Sabemos que as
escolas, algumas vezes, até tentam trabalhar essas questões, mas poucas
conseguem realmente fazer com que as crianças mudem verdadeiramente seu
comportamento aceitando seus amigos “diferentes”. Não que seja impossível,
mas não acredito que esse trabalho de socialização, de aceitação, aconteça na
escola exatamente como aqueles que são contrários à prática da educação
domiciliar imaginam”.