Portugues Como Viver Int JR Fin Corregido

Como viver no
Reino
de Deus
Cumprindo os dois
mandamentos principais
Rafael Gutiérrez
COMO VIVER_INT_JR_FIN_CORREGIDO.indd 1 18/11/2019 8:41:44 a. m.

Como Viver no Reino de Deus – Cumprindo os Dois Man-
damentos Principais por Rafael Gutiérrez
©2019 Todos os direitos reservados pelo autor
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tocopiado, gravado, nem por nenhum outro meio, sem a per-
missão do editor.
A menos que se indique o contrário, as citações bíblicas são
tomadas da Santa Bíblia, tradução João Ferreira de Almeida,
Revista e Atualizada.
ISBN: 978-1-64713-406-8
Traduzido por: Sindalva Gomes Scherr

e-mail: sindalvagscherr@hotmail.com
fone: (55) 33 9953.6568
Revisado por: William Pirovani Sanche

e-mail: william_sanche@hotmail.com
fone: (55) 28 99991.3993
Impreso en Colombia
Printed in Colombia

Contenido
Agradecimentos ....................................................................................... 9
SEÇÃO 1
O Reino de Deus é um Reino de amor. ................................... 10
Capítulo 1
O Reino de Deus é um Reino de amor...........................................11
Capítulo 2
Perto do Reino de Deus ou no Reino de Deus ...........................23
Capítulo 3
Como se entra no Reino de Deus ....................................................29
Capítulo 4
O batismo em água, o primeiro mandamento a obedecer......39
Capítulo 5
O evangelho é mais do que crer e ser batizado .........................51
Capítulo 6
A Grande Comissão ou a Grande Omissão?...............................59
Capítulo 7
Os que podem ser discípulos do Senhor Jesus ..........................65
Capítulo 8
Provas de amor para com Jesus .......................................................71
Capítulo 9
Aquele que não leva a sua cruz a cada dia não pode
ser discípulo de Jesus............................................................................79
Capítulo 10
Aquele que não renuncia às suas posses não
pode ser discípulo de Jesus ................................................................85

Capítulo 11
Aquele que permanece na Palavra de Jesus para
cumpri-la pode ser discípulo de Jesus ...........................................89
Capítulo 12
Aquele que põe a mão no arado e olha para traz não
pode ser discípulo de Jesus ................................................................95
Capítulo 13
Os discípulos de Jesus dão muito fruto e assim é
glorificado o nome do Pai ..................................................................99
Capítulo 14
Como se desenvolve um discípulo............................................... 105
Capítulo 15
Fazer discípulos: O objetivo principal da Grande
Comissão ................................................................................................ 111
Capítulo 16
Os discípulos e o Reino de Deus............................................... .... 115
Capítulo 17
Os mandamentos do Senhor Jesus
são superiores à Lei de Moisés ...................................................... 129
SEÇÃO 2
Como amar ao próximo ................................................... 136
Capítulo 18
Primeira lei de amor do Reino de Deus em relação
ao próximo: Não se enraiveça com seu irmão ........................ 139
Capítulo 19
Segunda lei de amor do Reino de Deus em relação
ao próximo: Quanto ao adultério ................................................. 151

Capítulo 20
Terceira lei de amor do Reino de Deus em relação
ao próximo: Quanto ao divórcio................................................. . 157
Capítulo 21
Quanta lei de amor do Reino de Deus em relação
ao próximo: Cumprir com nossas palavras.............................. 161
Capítulo 22
Quinta lei de amor do Reino de Deus em relação ao
próximo: Amar aos maus.................................. ............................... 165
Capítulo 23
Sexta lei de amor do Reino de Deus em relação
ao próximo: Amar aos nossos inimigos ..................................... 171
SEÇÃO 3
Como amar a Deus ........................................................... 175
Capítulo 24
Primeira lei de amor do Reino dos Céus quanto
à nossa relação com o Pai: Dar aos pobres .............................. 177
Capítulo 25
Segunda lei de amor do Reino dos Céus quanto
à nossa relação com o Pai: A oração ........................................... 191
Capítulo 26
Terceira lei de amor do Reino dos Céus quanto
à nossa relação com o Pai: O jejum ............................................ 197
Capítulo 27
Quarta lei de amor do Reino dos Céus quanto
à nossa relação com o Pai: Tesouros no céu ............................ 203

Capítulo 28
Quinta lei de amor do Reino dos Céus quando à nossa
relação com o Pai: O Olho misericordioso............................. .. 217
Capítulo 29
Sexta lei de amor do Reino dos Céus quanto à nossa
relação com o Pai: Deus e as riquezas.................................... .... 221
Capítulo 30
Sétima lei de amor do Reino dos Céus quanto à nossa
relação com o Pai: Confiança absoluta................................... ... 229
SEÇÃO 4
Como amar a nós mesmos .............................................. 235
Capítulo 31
Primeira lei de amor do Reino de Deus em relação
a nós mesmos: Não julgar os outros ........................................... 237
Capítulo 32
Segunda lei de amor do Reino de Deus em relação
a nós mesmos: Não desperdiçar nossos recursos. ................ 245
Capítulo 33
Terceira lei de amor do Reino de Deus em relação a
nós mesmos: Orar pedindo, buscando e chamando ............ 249
Capítulo 34
Quarta lei de amor do Reino de Deus em relação
a nós mesmos: A regra de ouro para tratar os outros ......... 265
Capítulo 35
Quinta lei de amor do Reino de Deus em relação
a nós mesmos: O caminho estreito da santidade.................. 269

Capítulo 36
Sexta lei de amor do Reino de Deus em relação a nós
mesmos: Conhecer os falsos profetas pelos frutos ............... 275
Capítulo 37
Resumo .................................................................................................... 281
Capítulo 38
O maior engano que existe..................................................... ........ 285
Capítulo 39
Os dois alicerces..................................................................... ............. 295
Capítulo 40
O batismo no Espírito Santo................................................... ....... 301
Capítulo 41
A Mesa do Senhor e o discípulo............................................. ....... 311
Epílogo: .................................................................................................... 365
Apêndice: ................................................................................................ 371

30
Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas f
Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro manda
o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. 31E o segundo, sem
COMO VIVER NO REINO DE DEUS

8 CUMPRINDO OS DOIS MANDAMENTOS PRINCIPAIS

as tuas forças; este é o primeiro mandamento. 31E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Amarás, pois, ao
ro mandamento. 31E o segundo, semelhante a este, é: 30Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo
undo, semelhante a este, é: 30Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a
Agradecimentos
Agradeço muito ao nosso Pai Celestial por ter paciência
comigo durante todos estes anos, até chegar, por Sua Graça
e Misericórdia, a entender como ser e como fazer discípu-
los. Agradeço a revelação do Espírito Santo para ajudar-nos
a cumprir a Grande Comissão do nosso Senhor Jesus Cristo.
À minha esposa Miriam, que sempre me animou a seguir
adiante com este livro, e quem, com muito amor, suportou
tempos sozinha para eu poder escrever.
Aos líderes e membros da congregação Porta de Restau-
ração, por toda a paciência que tiveram comigo escutando a
mensagem deste livro em várias ocasiões, enquanto recebía-
mos, juntos, as revelações do Senhor. Muitos da congregação
leram o manuscrito deste livro e me animaram a publicá-lo.
Muitos da congregação foram parte deste processo de fazer
discípulos.
À irmã Martha Villarreal e ao pastor José Enrique Orte-
ga Negrín, por terem plantado a primeira semente financeira
para que este livro fosse impresso. Muito obrigado, meus ir-
mãos, por acreditarem neste projeto.
Finalmente, quero agradecer a todos os que, de alguma
forma, fizeram parte deste projeto, mas como são muitos,
temo não mencionar alguém. Que o Senhor os abençoe e
multiplique tudo o que fizeram para que este livro se tornasse
uma realidade.

30
SEÇÃO 1
O Reino De Deus
É Um Reino De Amor
10 Bendiciones del Espíritu Santo

1
CAPÍTULO
O Reino de Deus
é um Reino de Amor
Todos nós fomos criados com um vazio de Deus, que

só ele pode encher com seu amor. Muitas vezes, bus-
camos encher esse vazio com outras coisas, como
fama, riqueza, posses, outras pessoas, drogas, álcool,
vícios, sexo, etc. A verdade, é que nada pode encher
esse vazio, senão o amor de Deus. Deus é amor, e é
por isso que um dos versículos mais conhecidos do
mundo nos diz “porque Deus amou ao mundo de tal
maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo
o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
- João 3:16
O idioma do Reino de Deus é amor. Como se aprende

este idioma, como se aprende amor? Temos que ensinar-nos
a amar, pois a verdade é que não sabemos como, ou é possível
que tenhamos uma ideia distorcida do amor.
11

30
A instrução do Senhor Jesus foi de fazer discípulos, en-
sinando-lhes a viver no Reino de Deus, o Reino de amor, até
que o guardem.
Quando o escriba perguntou ao Senhor Jesus qual era o
principal mandamento, o Senhor respondeu que era amar ao
Senhor com todo o coração, a alma, a mente, e o segundo se-
melhante a este, amar ao próximo como a si mesmo. Mateus
22:34-40, Marcos 12:28-34. Algo interessante é que o Senhor
não lhe disse o que teria que fazer para cumprir estes dois
mandamentos.
Todo mundo tem sua “medida” para amar a Deus Pai, ao
próximo, e a si mesmo. Daqui saem as mais de cinco mil reli-
giões oficiais do mundo, além das que não são oficiais. Estas
religiões são as “medidas” que os homens fizeram para cum-
prir como eles consideram que se deve amar a Deus Pai, ao
próximo, e a si mesmo. De fato, parece que cada indivíduo
deste planeta tem a sua própria ideia de “medida” para con-
seguir os dois mandamentos principais. Algumas “medidas”
são bem estritas, e poderíamos dizer que estes são os fariseus
modernos. Existem outras que são bem suaves e fracas, mui-
to liberais.
Dado ao fato de que estes dois mandamentos são os mais
importantes, e se nós os cumprimos, o Senhor Jesus disse que
haveríamos cumprido toda a Lei de Moisés. Não seria impor-
tantíssimo saber como cumprir estes dois mandamentos,
sem chegar a equivocar-nos na “medida” de alguém mais, ou
ainda inventar a nossa própria “medida”?
O Senhor Jesus disse que as palavras que Ele falou não
eram suas, senão do Pai que lhe enviou - João 14:24. Não se-
ria glorioso que o Senhor Jesus nos dissesse exatamente como


cumprir estes dois mandamentos, e assim evitar tanta confu-
são? Não só evitaríamos confusão, senão que verdadeiramen-
te estaríamos agradando ao Pai ao fazer Sua Vontade e desejo.
Vemos que estes dois mandamentos principais dizem
que devemos amar em três relações: ao Pai, ao próximo, e a
nós mesmos. Qual dessas relações é a mais importante? Isso
seria como se tivéssemos uma mesa com três pés, e nos per-
guntássemos: qual dos três pés é mais importante? A respos-
ta lógica é que os três são iguais em importância, pois se falta
um, os outros dois não funcionam.
Se nossa relação com o Pai celestial está mal, fará inope-
rante a nossa relação com o próximo e com nós mesmos. Se
a nossa relação com o próximo está mal, ficará sem efeito a
relação com o Pai e com nós mesmos. Se a nossa relação com
nós mesmos está mal, ficará sem efeito a relação com o Pai
e com o próximo. Pelo contrário, se a relação com o Pai está
bem, isto nos ajudará a ter uma boa relação com nós mesmos
e com os demais. Se a relação com nós mesmos está bem, nos
ajudará em nossa relação com o Pai e com o próximo, igual-
mente se nossa relação com o próximo está saudável, isto nos
ajudará com nossas relações ao Pai e com nós mesmos.
Concluímos, pois, que estas três relações de amor devem
estar funcionando todo o tempo.
Como conseguir isto, se nós mesmos não sabemos qual
é a verdadeira “medida” para amar ao Pai, ao próximo, e a si
mesmo como devemos? Não seria glorioso que Deus mes-
mo nos desse sua medida para amar ao Pai, ao próximo, e a
nós mesmos? Assim não teríamos que estar falhando, usan-
do medidas falsas para cumprir estes dois mandamentos
principais.
O Reino de Deus é um Reino de Amor 13

30
Glória a Deus que em seu amor e misericórdia, enviou
a Jesus para ensinar-nos a amar ao Pai, ao próximo, e a nós
mesmos. O Senhor Jesus armou SUA medida de amor para
amar ao Pai, ao próximo, e a nós mesmos, em Mateus 5, 6 e
7, passagem da Bíblia conhecida como O Sermão do Monte.
Aí o Senhor nos dá 11 características de como são os cida-
dãos do Reino de Deus, 6 leis de amor para com o próximo, 7
leis de amor para amar ao Pai celestial, e 6 leis de amor para
amarmos a nós mesmos.
Os dois mandamentos principais, o amar a Deus, ao pró-
ximo, e a nós mesmos, são como os trilhos de uma linha de
trem. Um só não basta, pois ambos são necessários. Imagine-
mos um trem fora dos trilhos; pode incendiar e fazer muito
barulho, mas não anda. Assim são muitos crentes hoje em
dia, os quais fazem muito barulho, mas não avançam porque
não estão cumprindo estes dois mandamentos principais.
A razão pela qual muitos cristãos não cumprem estes dois
principais mandamentos é porque ninguém lhes ensinou a
vivê-los.
Isto nos leva à seguinte pergunta: se estes são os dois
mandamentos mais importantes, por que isto não é o prin-
cipal que ensinamos a viver no cristianismo de hoje em dia?
A razão é porque estes dois mandamentos estão ligados à
Grande Comissão de ir e fazer discípulos a todas as nações,
que o Senhor Jesus nos deu, e isso não estamos cumprindo,
porque também não sabemos o que é fazer um discípulo.
O Senhor Jesus nos deu a Grande Comissão de ir por to-
das as nações e fazer discípulos, batizando-os em nome do
Pai, do Filho Jesus e do Espírito Santo, e que ensinássemos
aos discípulos a guardar as coisas que o Senhor Jesus nos or-


denou. Si o amar a Deus Pai, amar ao próximo, e amar a nós
mesmos, são os dois mandamentos mais importantes, não
seria ensinar isto que o Senhor Jesus nos ordena na Gran-
de Comissão? Poderíamos concluir então, que para fazer um
discípulo, depois que este creu em Jesus Cristo como Senhor
e Salvador, e ter sido batizado em nome do Pai, do Filho Jesus,
e do Espírito Santo, temos que ensinar-lhe a amar ao Pai, ao
próximo e a si mesmo. Existem outras coisas que temos que
ensinar aos discípulos, mas estes dois mandamentos são bá-
sicos, pois são o fundamento de amor do edifício espiritual
que o Espírito Santo quer construir sobre a vida do discípulo.
O discípulo não nasce, se faz, e é por isso que o Senhor
Jesus disse que fossemos por todas as nações e fizéssemos
discípulos, ensinando-lhes a guardar as coisas que Ele orde-
nou. Até que lhes ensinemos a guardar as coisas que o Se-
nhor Jesus ordenou, não fizemos um discípulo.
No nosso idioma, tem muitas palavras que perderam seu
significado ao longo do tempo, e a palavra discípulo é uma
delas. Estamos falando da palavra discípulo no contexto do
Cristianismo. Se não temos uma definição clara do que o Se-
nhor Jesus Cristo disse que é um discípulo, teremos um con-
flito mental cada vez que escutemos a palavra discípulo.
Para ver isto com mais clareza, usaremos a palavra ár-
vore para ilustrar este ponto. Imaginemos que o conceito e
definição de uma árvore que você tenha, é o normal, a qual é
uma planta grande, com raízes profundas, um tronco, muitos
galhos, muitas folhas, e se é uma árvore frutífera até flores
e muitas frutas. Agora, se o conceito que eu tenho de uma
árvore é como um arbusto, cada vez que você mencionar a
palavra árvore, estarei pensando que está falando de um ar-

30
busto, e soará estranho cada vez que você disser que pode su-
bir em uma árvore, e que até pode produzir frutos. Por outra
parte, quando eu falar de árvore, e lhe disser que dentro da
minha casa tem um montão de árvores, e que até as tenho na
soleira da janela, você ficará pensando que estou falando coi-
sas estranhas. Você não me entenderá, nem eu te entenderei
quando falarmos de árvores, já que precisamos ter o mesmo
conceito ou ideia do que é uma árvore.
O mesmo acontece quando falamos de discípulos nos
círculos cristãos, já que alguns pensam que um discípulo é
simplesmente uma pessoa que segue a Jesus. Outros pensam
que o discípulo é aquele que fez um curso de 12 semanas,
ou um ano, etc. Outros pensam que discípulo é uma palavra
para diferenciar um cristão comprometido de outro que não
é. O pior dos casos é aquela pessoa que nem tem ideia do que
é um discípulo, assim que cada vez que ouve a palavra discí-
pulo, sua mente fica em branco.
Neste livro, vamos usar uma definição de discípulo que
nos ajudará a pensar o mesmo, cada vez que se mencione a
palavra discípulo, e é a seguinte:
Um discípulo é um seguidor do Senhor Jesus Cristo que
permanece nEle, para fazer a vontade do Pai, no poder do
Espírito Santo, e a ensina a outros, até que a guardem.
De onde sai esta definição? Vejamos isto com mais detalhes:
Um discípulo é um seguidor de Jesus Cristo e perma-
nece nEle.
Isto parece óbvio, mas algumas pessoas que já tiveram
bastante contato com o Evangelho do Senhor Jesus Cristo,
ainda não fizeram sua decisão de ser seguidores do Senhor
Jesus Cristo. Eles ainda estão na etapa de “venha e veja”. João


nos fala que esta etapa é parte do processo de acercar-se ao
Senhor Jesus Cristo, quando nos conta sobre os dois discípu-
los de João Batista que quiseram seguir a Jesus. Jesus lhes per-
guntou: Que buscais? Disseram-lhe: Rabí (que quer dizer Mes-
tre), onde assistes? Respondeu-lhes: Vinde e vede. João 1:38,39.
Hoje em dia temos muitas pessoas que estão visitando as
igrejas ou as reuniões cristãs, e somente estão olhando como
é que são as coisas, mas ainda não decidiram seguir ao Se-
nhor Jesus. O Senhor quer levar-nos desta etapa de “venha
e veja” a uma etapa mais profunda que é “venha e siga-me”.
No dia imediato, resolveu Jesus partir para a Galileia e en-

controu a Felipe, a quem disse: segue-me.
João 1:43
“Venha e siga-me” é uma etapa ou nível de compromisso

maior do que “venha e veja”, mas o que segue alguém, pode fi-
car para traz ou seguir de longe, ou seguir de vez em quando,
e é por isso que o Senhor Jesus nos leva a uma etapa ou nível
superior, que é permanecer com Ele. João 15:1-10 (aí se men-
ciona a palavra permanecer 10 vezes na Nova Versão Trans-
formadora (NVT)).
Sigamos com a nossa definição de discípulo:
Um discípulo é um seguidor do Senhor Jesus Cristo
que permanece nEle, para fazer a vontade do Pai,
Vejamos esta parte de fazer a vontade do Pai:
O Senhor Jesus disse: Nem todo o que diz Senhor, Senhor!

entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade
do meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de

30
dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profe-
tizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demô-
nios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então,
lhes direi, explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos
de mim, os que praticais a iniquidade.
Mateus 7:21-23.
A vontade do Pai é a coisa mais importante que podemos

fazer nesta terra, de tal maneira que o Senhor Jesus Cristo dis-
se que podemos profetizar em seu nome, expulsar demônios
em seu nome, e fazer muitos milagres em seu nome, e ainda
assim deixarmos de fazer a vontade do Pai. Pelas palavras do
Senhor Jesus sabemos que fazer estas coisas não é a vontade
do Pai, ainda que estas coisas estejam envolvidas na sua vonta-
de. Isto se diz com muito cuidado, pois pode ser mal interpre-
tado, levando a pensar que somos contra a profetizar, expulsar
demônios, e fazer muitos milagres. Ao contrário, estamos a fa-
vor destas coisas, mas com o entendimento de que a vontade
do Pai é o primeiro que devemos fazer. Profetizar, expulsar de-
mônios, e fazer muitos milagres será necessário, à medida que
vamos fazendo discípulos, mas o principal é fazer a vontade do
Pai. Essa deve ser a ordem: Fazer a vontade dom Pai, e à medi-
da que a fazemos e a ensinamos a outros, até que a guardem,
profetizamos, expulsamos demônios, e faremos muitos mila-
gres, segundo requer o momento e as circunstâncias.
Se a vontade do Pai é tão importante, você a conhece de tal
maneira que poderia pegar um papel e um lápis e escrevê-la? A
está vivendo? A está ensinando a outros? Se falhamos na primei-
ra pergunta, como poderemos estar cumprindo as outras duas?


Nos perguntamos, como pode o Senhor Jesus pedir-nos
que façamos a vontade do Pai, se nunca nos disse como? Se-
ria injusto da parte dEle fazer-nos este pedido, e nEle não há
injustiça. O Senhor SIM, nos disse qual é a vontade do Pai.
Estas palavras do Senhor Jesus que acabamos de ler em Ma-
teus 7, são o final do Sermão do Monte, e em Mateus 5, 6 e 7,
Ele acaba de dizer-nos claramente qual é a vontade do Pai.
Através do livro explicaremos com detalhas a vontade do Pai.
Continuemos com nossa definição de discípulo:
que permanece nEle, para fazer a vontade do Pai, no po-
der do Espírito Santo.
Observemos agora esta parte no poder do Espírito Santo:
As leis de amor que o Senhor Jesus pede no que ele decla-
ra que é a vontade do Pai (Mateus 5, 6 e 7), SÃO IMPOSSÍVEIS
DE SE CUMPRIR EM NOSSO PRÓPRIO ESFORÇO, OU SEJA,
COM NOSSA CARNE. É por isso que necessitamos do poder
o Espírito Santo. O apóstolo Paulo disse muito claro em ro-
manos 8:1-10:
Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão
em Cristo Jesus.
Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou
da lei do pecado e da morte.
Porquanto, o que fora impossível à lei, no que estava enfer-
ma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho
em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pe-
cado;
e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado, a fim de
que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não anda-
mos segundo a carne, mas segundo o Espírito.

30
Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas
da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coi-
sas do Espírito.
Porque o pendor da carne da para a morte, mas o do Espí-
rito, para a vida e paz.
Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois
não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar.
Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.
Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato,
o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o
Espírito de Cristo, esse tal não é dele.
Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está
morto por causa do pecado, mas o espírito é vida, por cau-
sa da justiça.
Paulo faz eco disto em Gálatas 5:16-18:

Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concu-
piscência da carne.
Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra
a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o
que, porventura, seja do vosso querer.
Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei.
O Senhor Jesus disse que receberíamos poder quando o

Espírito Santo viesse sobre nós em Atos 1:8.
As leis de amor do Reino de Deus são impossíveis de vi-
ver no poder humano, e isso é precisamente o que o Senhor
quer que entendamos, que podemos conseguir somente sub-
metendo-nos ao Espírito Santo de Deus, pois o fruto do espíri-
to é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade,


fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra essas coisas não
há lei. Gálatas 5:22-23
Continuemos com a nossa definição de discípulo, e veja-
mos agora a última parte:
que permanece nEle, para fazer a vontade do Pai, no po-
der do Espírito Santo, e ensiná-la a outros até que a guar-
dem.
E ensiná-la a outros até que a guardem. Aqui está a repro-
dução do discípulo, já que se este não se reproduz, o evange-
lho do Reino se retém. O Senhor Jesus quando deu a Grande
comissão em Mateus 28:18-20, disse que o discípulo se faz
depois de batizá-lo em nome do Pai, do Filho Jesus, e do Espí-
rito Santo, ensinando-lhe que guarde o que Ele ordenou. Como
já vimos, a vontade do Pai é o mais importante, assim que va-
mos ensinar a viver (guardar) a vontade do Pai aos discípulos,
e eles farão o mesmo com seus discípulos.
Agora que temos uma definição um pouco mais ampla
do que é um discípulo do Senhor Jesus Cristo, nós fazemos a
pergunta: este é o tipo de discípulo que estão fazendo hoje?
Se a resposta é não, então, no poder do Espírito, trabalhe-
mos para que isto mude.
Neste livro veremos quais são as características dos cida-
dãos do Reino de Deus, seis leis de amor para amar ao pró-
ximo, sete leis de amor para amar ao Pai e seis leis de amor
para amarmos a nós mesmos. Tudo isto da boca do mesmo
Senhor Jesus. Também veremos temas importantes como o
batismo na água, o batismo no espírito Santo e a Mesa do
Senhor.

30
Te convido a continuar lendo este livro para que vejamos
qual é a vontade do Pai com mais detalhes, e aprendamos a
ser discípulos do Senhor Jesus, para que possamos fazer mui-
tos discípulos e assim podermos viver no Reino de Deus.


2
CAPÍTULO
Perto do Reino de
Deus ou no Reino
de Deus?
Quando os fariseus e os escribas perguntaram

ao Senhor qual era o principal mandamento, en-
contramos a resposta do Senhor Jesus em Mateus
22:34-40 e em Marcos 12:28-34.
28
Chegando um dos escribas, tendo ouvido a discussão en-
tre eles, vendo como Jesus lhes houvera respondido bem,
perguntou-lhe: Qual é o principal de todos os mandamen-
tos? 29 Respondeu Jesus: O principal é: Ouve, ó Israel, o Se-
nhor nosso Deus é o único Senhor! 30 Amarás, pois, o Se-
nhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de
todo o teu entendimento e de toda a tua força. 31 O segundo
é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro
mandamento maior do que estes. 32 Disse-lhe o escriba:
23

30
Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que ele é o úni-
co, e não há outro senão ele, 33 e que amar a Deus de todo o
coração, de todo o entendimento e de toda a força, e amar
ao próximo como a si mesmo excede a todos os holocaustos
e sacrifícios. 34 Vendo Jesus que ele havia respondido sabia-
mente, declarou-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E já
ninguém mais ousava interrogá-lo.
Marcos 12:28-34
A Lei de Moisés tinha os dez mandamentos principais,

mas tinha um total de seiscentos e treze mandamentos. Seis-
centos e três eram necessários para explicar os dez princi-
pais. O Senhor Jesus resume toda a lei em dois mandamentos:
Amar a Deus sobre todas as coisas, e amar ao próximo como
a nós mesmos.
Das necessidades básicas da alma, as mais importantes
são: amar e ser amado. No Reino de Deus, estas duas neces-
sidades se satisfazem completamente, já que Deus é amor e
Ele está totalmente interessado em suprir essa necessidade
de amor que o ser humano tem. O homem, em resposta, ama
a Deus e também ama ao seu próximo como a si mesmo.
O Senhor Jesus disse quais são os dois mandamentos
principais, mas na resposta que deu aos escribas e fariseus
não disse como seria feito. Então, surge a pergunta: Como
amo a Deus? Como amo ao próximo? Como me amo a mim
mesmo?
É possível que cada pessoa do planeta nos dê sua própria
definição de como amar a Deus, como amar ao próximo e
como amar-se a si mesma. De fato, isso é o que cada religião
faz: dar-nos sua própria definição de como amar a Deus, ao


próximo e a nós mesmos. Graças a isso, temos mais de cinco
mil religiões oficiais no mundo. É por isso que precisamos
da declaração da parte de Deus para nos dizer como con-
seguir isto. Jesus Cristo, sendo Deus encarnado, é o único
que pode nos dizer como conseguir isto.
Notemos algo muito importante na resposta que o escri-
ba deu ao Senhor Jesus. Ele respondeu correta e exatamente
as mesmas palavras que Jesus havia dito que eram os man-
damentos mais importantes. Mas isso não é suficiente para
estar dentro do Reino de Deus, já que o Senhor Jesus Cristo
respondeu ao escriba que ele não estava longe do Reino de
Deus. O Senhor Jesus não lhe disse que estava dentro do Rei-
no, mesmo tendo respondido corretamente. Muitos que se
dizem cristãos pensam que, porque têm “a doutrina correta”
e sabem falar dela, já estão no Reino de Deus.
O Reino de Deus não foi alcançado através do Antigo
Pacto, mesmo com os dois mandamentos principais estando
na Lei de Moisés (Deuteronômio 6:5; Levítico 19:18). Eram
necessários seiscentos e onze mandamentos para cumprir os
dois principais. Estes abrangem toda a área da vida humana,
e o desejo de Deus era que, onde quer que a pessoa que vivia
sob a Lei de Moisés se movesse, encontrasse um mandamen-
to para guiá-la.
O Reino de Deus consiste em cumprir, precisamente, es-
tes dois mandamentos principais: O amar a Deus e ao pró-
ximo como a si mesmo. O Senhor Jesus Cristo é quem nos
explica como amar a Deus, como amar ao próximo e como
amarmos a nós mesmos.
O Senhor Jesus põe tudo isto junto ao que nós conhece-
mos como “O Sermão do Monte”. É aqui onde o Senhor nos
Perto do Reino de Deus ou no Reino de Deus? 25

30
dá a identidade de cidadãos do Reino de Deus, e nos dá as
leis de amor do seu Reino para sabermos como alcançar estes
dois mandamentos principais. Como veremos mais adiante,
os mandamentos do Senhor Jesus no Reino de Deus exigem
mais do que a Lei de Moisés. Para enchermos nossos cora-
ções de esperança, temos que lembrar que o Espírito Santo
será nosso poder para cumprirmos os mandamentos do Se-
nhor Jesus, e não com o nosso próprio esforço humano, já que
pelo esforço humano é impossível viver no Reino de Deus.
• Em Mateus 5, o Senhor nos dá a identidade de cida-

dãos do Reino, e também nos dá seis leis de amor
para nos relacionarmos e amar aos outros;
• Em Mateus 6 nos dá sete leis de amor para nos rela-

cionarmos e amar ao Pai; e
• Em Mateus 7 nos dá seis leis de amor para nos rela-

cionarmos e nos amarmos a nós mesmos.
Se nós queremos estar e andar no Reino de Deus, então

nosso dever é prestar muita atenção ao que o Senhor Jesus
está dizendo em Mateus 5, 6 e 7, e pôr em ação estas leis de
amor do Reino que o Senhor Jesus está nos dando. Estas leis
ou mandamentos de amor são “as coisas” que o Senhor Jesus
nos ordenou na Grande Comissão, para que as ensinemos aos
discípulos, até que as guardem. Lamentavelmente, isto não é
o que se está ensinando hoje em dia em muitos círculos cris-
tãos, e é por isso que o Espírito do Senhor está despertando a
muitos que querem fazer discípulos a prestarem atenção aos


mandamentos mais importantes que existem, cumpri-los e
também ensiná-los aos outros, até que os guardem.
Quando o Senhor Jesus terminou de responder esta per-
gunta do escriba, Marcos 12:34 (RA) diz: “[...] e já ninguém mais
ousava interrogá-lo”. Por que ninguém se atrevia a perguntar
nada mais? Porque o Senhor já havia respondido à pergunta
mais importante de todas. Para que então fazer mais pergun-
tas? Hoje em dia, existem muitos crentes, inclusive líderes,
que deveriam deixar de fazer perguntas e começar a viver a
resposta que o Senhor Jesus deu sobre a pergunta mais im-
portante de todas.
Existem quatro elementos principais no reino terreno:
Um rei, cidadãos, uma constituição ou lei, e um território.
Da mesma maneira, o Reino dos Céus tem um Rei, que se
chama Jesus, tem cidadãos com onze características básicas,
chamados discípulos, e tem uma Constituição ou dezenove
leis básicas de relacionamentos, as quais encontramos em
Mateus 5, 6 e 7. Também tem um território, que é o mundo
inteiro. Muitos, dentre o povo de Deus, ao não entenderem
estes quatro elementos do Reino dos Céus, quiseram levar
o conhecimento do Rei Jesus a todo o mundo, mas se es-
queceram de ser e comportar-se como cidadãos do Reino, e
também de cumprir as leis do Reino. Um reino sem cidadãos
justos e retos e sem leis é uma anarquia. A anarquia é o pior
governo que pode existir, pois o caos reina onde não há leis
nem governo para implementar essas leis. Será por isso que
em muitos círculos, o cristianismo de hoje se assemelha a
uma anarquia mais que a qualquer outro tipo de governo?
Que imagem você tem do Reino dos Céus? Que será algo
para o futuro? O Reino de Deus está entre nós e continuará
Perto do Reino de Deus ou no Reino de Deus? 27

30
no futuro. Começamos a estabelecer o Reino de Deus aqui na
terra pregando este Evangelho do Reino a todas as nações, ou
seja, a todas as pessoas. A Grande Comissão é exatamente ir
por todo o mundo e aos que creem e são batiza forças”. O pro-
pósito deste pequeno livro é ajudar-nos a viver no Reino de
Deus, obedecendo estes dois mandamentos, para logo ensiná-
-los a outros, até colocá-los em prática. O Espírito Santo con-
tinuará edificando o Reino de Deus sobre esse fundamento.
Não se esqueça que para ser discípulo tem que fazer dis-
cípulos, pois até que aquele que quer ser discípulo não se re-
produza, não chegará a ser um discípulo. É no processo de
formar discípulos que nós mesmos chegamos a ser discípu-
los. É a exigência de ser um exemplo para os demais que nos
fará viver na dependência do Espírito Santo, para assim aju-
dar a outros a serem discípulos.


3
CAPÍTULO
Como se entra no
Reino de Deus?
A proclamação
do Evangelho do Reino
Quando o Senhor Jesus Cristo esteve aqui na ter-
ra, sua pregação sempre tinha a ver com o Reino
dos Céus, ou seja, o Reino de Deus. Marcos 1:1
diz: “Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho
de Deus”. A palavra evangelho significa “boas no-
vas ou boas notícias”. Pode-se ler Marcos 1:1 da
seguinte maneira: “Princípio das boas notícias de
Jesus, o Filho de Deus”.
Marcos 16:14-16:
14
Finalmente apareceu Jesus aos onze, quando estavam à
mesa, e censurou-lhes a incredulidade e dureza de cora-
ção, porque não deram crédito aos que o tinham visto já
29

30
ressuscitado. 15E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o
evangelho a toda criatura. 16Quem crer e for batizado será
salvo; quem, porém, não crer será condenado.
O Senhor aqui envia os discípulos a pregar o Evangelho.

Em outras palavras, o Senhor está dizendo: “vão e preguem
as boas notícias”.
Antes de ver as boas notícias, precisamos saber qual é a
notícia ruim, para entender o contexto no qual vamos pregar
as boas notícias. A notícia ruim começa com Adão, o primei-
ro homem.
Gênesis 2:7-9; 15-17:

7
Então formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra, e
lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou
a ser alma vivente. 8 E plantou o Senhor Deus um jardim no
Éden, da banda do Oriente, e pôs nele o homem que havia
formado. 9 Do solo fez o Senhor Deus brotar toda sorte de
árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e também
a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conheci-
mento do bem e do mal.
15
Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e colocou no jar-
dim do Éden para o cultivar e o guardar.16 E lhe deu esta or-
dem: De toda árvore do jardim comerás livremente, 17 mas
da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás;
porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
Adão foi criado perfeito, mas com a possibilidade de pe-

car, pois ele foi feito com uma vontade livre para escolher. Se


o homem não tivesse esta capacidade, então seria como um
autómato, um robô. Para que o livre arbítrio funcionasse, era
necessária uma prova para que o homem pudesse tomar uma
decisão. Havia duas árvores principais no jardim do Éden que
serviam para esta prova: Uma era a árvore da vida e a outra
era a árvore do conhecimento do bem e do mal. O desejo de
Deus era que o homem, em seu estado inocente e perfeito,
estendesse sua mão e tomasse da árvore da vida, mas ele não
fez assim. O mais provável era que o Senhor mostraria e en-
sinaria sobre o bem e o mal a Adão, mas em um contexto
onde ele já tivesse decidido, por sua própria vontade, comer
da árvore da vida.
O Senhor fez a Eva como ajuda idônea, como companhei-
ra para Adão, mas recordemos que a ordem de não comer da
árvore do conhecimento do bem e do mal foi dada a Adão,
antes que Eva fosse formada, e foi Adão quem a passou a Eva.
Adão devia ter obedecido a Deus, e Eva devia ter obedecido
a Adão. Todos nós conhecemos o final da história, quando
Eva é tentada, come do fruto da árvore proibida, o dá a seu
esposo, quem também come voluntariamente, e dessa forma
dá lugar ao pecado, pois por sua própria vontade escolheu
desobedecer a Deus. Se Satanás conseguiu conquistar o pri-
meiro homem, também conquistou todos os outros descen-
dentes de Adão, pois a raça humana estava sobre dele. Veja-
mos como o Apóstolo Paulo explica tudo isso:
Romanos 5:12-21:
12
Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado
no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte
passou a todos os homens porque todos pecaram.13 Porque
Como se entra no Reino de Deus? 31

30
até ao regime da lei havia pecado no mundo, mas o pecado
não é levado em conta quando não há lei. 14 Entretanto reinou
a morte desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que
não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual
prefigurava aquele que havia de vir. 15 Todavia, não é assim
o dom gratuito como a ofensa; porque, se pela ofensa de um
só morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom
pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foi abundante so-
bre muitos. 16 O dom, entretanto, não é como no caso em que
somente um pecou; porque o julgamento derivou de uma só
ofensa, para a condenação; mas a graça transcorre de mui-
tas ofensas, para a justificação. 17 Se pela ofensa de um, e por
meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem
a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida
por meio de um só, a saber, Jesus Cristo. 18 Pois, assim como
por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para
condenação, assim também por um só ato de justiça veio a
graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida.
19
Porque, como pela desobediência de um só homem muitos
se tornaram pecadores, assim também por meio da obedi-
ência de um só muitos se tornarão justos. 20 Sobreveio a lei
para que avultasse a ofensa; mas, onde abundou o pecado,
superabundou a graça, 21 a fim de que, como o pecado reinou
pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para
a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor.
A má notícia é que todos, como descendentes de Adão,

pecamos, e por isso estamos condenados eternamente a es-
tar fora da presença de Deus “pois todos pecaram e carecem
da glória de Deus [...]” Romanos 3:23.


As boas notícias são que, apesar do pecado que há em
nós e que nos separa do Deus Santo, e mesmo que Sua San-
tidade exige e requer o castigo pelo pecado, Ele também é
Amor e nos ama, e para resolver este problema, o Pai manda
a Seu Filho Jesus para que viva nesta terra como homem per-
feito e sem pecado. O salário do pecado do primeiro homem
– Adão – é a morte e também a escravidão satânica, mas Je-
sus, o segundo homem, toma nosso lugar na cruz e morre
por nós, levando sobre Si nossos pecados. Aí não termina a
história, senão que continua dizendo que Jesus ressuscitou
no terceiro dia para dar-nos a entender que seu sacrifício foi
aceito pelo Pai, e que somente Ele pode salvar-nos dos nossos
pecados. Qualquer que creia e aceite este sacrifício de Jesus
pela fé, e que se arrependa de seus pecados, crendo em seu
coração que Deus ressuscitou a Jesus Cristo dentre os mor-
tos, e confessando a Jesus como seu Senhor, sai da conde-
nação dos descendentes de Adão, e sai debaixo do senhorio
satânico; então é batizado e entra no Reino de Deus.
Romanos 10:8-13 nos declara:

8
Porém, que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca
e no teu coração, isto é, a palavra da fé que pregamos. 9 Se
com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu
coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, se-
rás salvo. 10 Porque com o coração se crê para justiça, e com
a boca se confessa a respeito da salvação. 11 Porquanto o Es-
critura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido.
12
Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que
o mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que

30
o invocam. 13 Porque: Todo aquele que invocar o nome do
Senhor será salvo.
ARREPENDIMENTO.
Antes de continuar, é necessário que falemos do arrepen-

dimento, pois é algo que devemos enfatizar, já que é parte
integral da pregação do Evangelho do Reino.
Lucas 24:46-47 diz:

46
[...] e lhes disse: Assim está escrito que o Cristo havia de pa-
decer, e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia, 47 e que
em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de
pecados, a todas as nações, começando de Jerusalém.
Atos 2:38 diz:

38
Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós
seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos
vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.
O Senhor Jesus disse que se pregasse o arrependimen-

to em Seu Nome por todas as nações. O arrependimento é
a ação de aborrecer o caminho do pecado, e agora querer o
caminho do Senhor Jesus. É a mudança de mente e direção.
Vejamos esta ilustração: Hoje em dia, muitas pessoas, de
todas as partes do mundo, querem entrar nos Estados Uni-
dos. Muitos são atraídos pelos benefícios, tais como a eco-
nomia, a paz, a liberdade, o avanço tecnológico, o nível de
vida, a educação etc. Muitos dos estrangeiros que vão para os
Estados Unidos não têm afinidades com a nação, porque eles


nunca renunciam à cidadania de seus países de origem. Se
nos Estados Unidos fosse aprovada uma lei que dissesse que
toda pessoa que entra em suas fronteiras deveria renunciar,
voluntariamente, a seu país, a sua cultura, seu idioma etc. e
aceitar a cidadania, a cultura e o idioma dos Estados Unidos
como sendo seus, quantas pessoas você crê que entrariam
nos Estados Unidos?
Assim mesmo, são muitos os que querem entrar no Rei-
no dos Céus para receber os benefícios: vida eterna, bênçãos
materiais, emocionais, espirituais etc. Mas essas pessoas
nunca se arrependeram de seus pecados e nem das suas mal-
dades. É por isso que o Senhor Jesus, quando começou a pre-
gar, a primeira coisa que disse foi que tem que arrepender-se
e crer no Evangelho. Hoje em dia, são muitos os que estão
nas igrejas e não se arrependeram, ainda que digam crer no
Evangelho. O Senhor Jesus disse que esse é o joio que cres-
ce junto com o trigo, pessoas que têm aparência de piedade,
mas negam a eficácia desta.
Muitos confundem arrependimento com remorso. O arre-
pendimento implica uma dor por causa do pecado, enquanto
o remorso é dor por ter sido pego em pecado. O remorso tem
um efeito superficial, mas o arrependimento tem um efeito
profundo que afeta todo o ser do crente. Daí a necessidade do
arrependimento para poder entrar no Reio dos Céus. Ainda
que o remorso possa acompanhar o arrependimento, só o re-
morso não é arrependimento. Você já viu criminosos que têm
remorso porque foram pegos, mas não estão arrependidos do
mal que fizeram?
Muitas vezes, as pessoas tomam uma “decisão” por Jesus
Cristo baseadas não no arrependimento, mas porque foram

30
pressionadas, “motivadas” ou convencidas de que a “religião
cristã” é melhor que a religião que eles têm. Outras vezes to-
mam esta decisão para satisfazer-nos ou para que os deixe-
mos tranquilos etc. Não será por isso que logo temos que fazer
as mesmas coisas para que sirvam ao Senhor (pressioná-los,
motivá-los etc.)? De agora em diante, estejamos certos de que
a pessoa que vem a Jesus Cristo o faça porque está arrependida
da vida que leva e do caminho por onde anda.
1 Reis 18:21 diz:

21
“Então Elias se chegou a todo o povo, e disse: Até quando
coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, se-
gui-o; se é Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu”.
Por que o povo não respondeu nenhuma palavra? Porque

não havia arrependimento. Hoje em dia encontramos cris-
tãos da mesma forma. Andam indecisos, entre dois pensa-
mentos: seguir no mundo de pecados ou seguir a Jesus Cristo.
O arrependimento é básico para seguir a Jesus Cristo. É por
isso que o Senhor Jesus Cristo começou Seu ministério pre-
gando o arrependimento Mateus 4: 17, Marcos 1:14, 15.
O NOVO NASCIMENTO
O Senhor Jesus disse a Nicodemos que ele teria que nas-

cer de novo para entrar no Reino de Deus:
3
A isto respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo
que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de
Deus. 4 Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem


nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre ma-
terno e nascer segunda vez? 5 Respondeu Jesus: Em verdade,
em verdade te digo: Quem não nascer da água e do Espíri-
to, não pode entrar no reino de Deus. 6 O que é nascido da
carne, é carne; e o que é nascido do Espírito, é Espírito. 7
Não te admires de eu te dizer: Importa-vos nascer de novo.
8
O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes
donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nasci-
do do Espírito.
João 3:3-8
O ato de uma pessoa reconhecer que é pecadora e que

por isto está condenada à eternidade longe de Deus, no infer-
no, e saber que não pode salvar-se a si mesma por nenhum
outro meio – pois tem que ser o mesmo Deus o autor da
salvação –, produz o arrependimento que a faz abandonar a
vida de pecado que leva. E o crer em seu coração que Jesus
Cristo é a única solução para seu pecado, confessá-lO como
o Senhor da sua vida e obedecê-lO no batismo, é o que se
chama novo nascimento.

30


4
CAPÍTULO
O batismo na água
O primeiro mandamento
a obedecer
O Senhor Jesus disse que: “quem crer e for batizado
será salvo”
Marcos 16:16.
Certamente que este livro será lido por pessoas que, ain-
da que sejam cristãs, o são de diferentes formas. Você sabia
que nem todos os cristãos pensam o mesmo sobre o batis-
mo em água? Por que existe essa diferença? Se conseguirmos
entender três coisas simples, entenderemos o porquê deste
problema. Estas três coisas são: Doutrina, Dogma e Tradição.
Com relação à Doutrina, todos os cristãos têm a mesma dou-
trina, pois, ainda que tenhamos diversas traduções, basica-
mente todos temos a mesma Bíblia. É no assunto de Dogma
onde começam as dificuldades, pois o dogma é a crença da
interpretação que cada grupo ou pessoa dá a certa doutrina
39

30
específica. A Tradição é o rito ou a maneira como esse grupo
ou pessoa faz ou implementa esse dogma. O ideal seria que a
doutrina, o dogma e a tradição combinassem o máximo pos-
sível. Quando tratarmos agora sobre o batismo, tenha isso
em mente.
Depois que a pessoa se arrependeu e creu na mensagem
do Evangelho, o seguinte passo, nas instruções do Senhor so-
bre a Grande Comissão, é que o crente seja batizado. Já ob-
servamos, na experiência, que o crente que não é batizado
não continua crescendo. Por que é assim? Porque somente o
batismo não salva, mas o batismo é parte do pacote completo
da salvação. O batismo do qual o Senhor Jesus falou não é um
simples simbolismo, senão que é uma realidade espiritual.
Que é a realidade espiritual? É ALGO QUE EXISTE E É
REAL EM DEUS.
Vejamos um exemplo da realidade espiritual nas Escritu-
ras: compare 1 Pedro 1:18-20 com Apocalipse 13:8 e Efésios 1:4.
1 Pedro 1:18-20 diz:

“18 [...] sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis,
como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil
procedimento que vossos pais vos legaram, 19 mas pelo pre-
cioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o
sangue de Cristo, 20 conhecido, com efeito, antes da funda-
ção do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por
amor de vós”.
O versículo 20 faz uma declaração que parece incrível

para a mente natural, mas que nos revela algo da realidade
espiritual (algo que é ou só existe em Deus). Aqui se men-


ciona que o Cordeiro foi destinado DESDE ANTES DA FUN-
DAÇÃO DO MUNDO. Surge a interessante pergunta: Como
pode o Cordeiro ter sido destinado desde antes da fundação
do mundo, se nem sequer havia o mundo, nem havia sido
criado o animal chamado cordeiro para usá-lo como figura
representativa, nem ainda existia o homem para que pecasse
e tivesse necessidade de ser salvo?
Isto nos indica que o Cordeiro existia em Deus, mesmo
que ainda não houvesse o mundo. Como pode ser isto? Por-
que Deus vive em um ETERNO PRESENTE. É por isso que
quando Moisés perguntou ao Senhor qual era o Seu nome,
ele lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU” – Êxodo 3:13-14 –,
querendo dizer com isto que: no passado Eu Sou, no presente
Eu Sou e no futuro Eu Sou.
Nós, os humanos, vivemos em relação com os três es-
tados gramaticais do tempo: passado, presente e futuro.
Quando temos qualquer experiência, nós a vemos dentro do
contexto de que se é algo que já aconteceu (passado), se é
algo que está acontecendo (presente) ou se é algo que ainda
vai acontecer ( futuro). Por isso, para nós, quando ouvimos a
respeito do Cordeiro destinado desde antes da fundação do
mundo, soa como algo que existia no passado, sem que nem
mesmo existe no presente. Para nós, as coisas devem existir
primeiro no presente e logo, quando já não existem, entram
no passado. Deus vê as coisas da perspectiva do PRESENTE
ETERNO (ainda que tenha que limitar-Se durante o trato
com o homem, e é por isso que Deus tem que fazer uso do
passado, presente e futuro, mas não é porque Ele está limita-
do, mas para que nós entendamos).
O batismo na água 41

30
Vejamos uma ilustração da salvação com respeito à rea-
lidade espiritual:
Realidade Espiritual
Deus habita em um eterno presente
Realidade Física
(Nós)
Passado Presente Futuro
Na Figura 01 está o Senhor (representado por um círcu-

lo que não tem princípio nem fim), morando em um eterno
presente, tudo o que está aqui é REAL em Deus (Realidade
Espiritual). No quadro debaixo mostra-se a realidade física (é
aqui onde nós vivemos), que está sujeita aos três estados gra-
maticais do tempo (passado, presente e futuro).
O propósito do crente é unir estas duas realidades por
meio da FÉ. Hebreus 11:1 nos diz que a fé é a convicção que
temos de fatos que não vemos.
Vejamos, pois, um exemplo da realidade espiritual da
morte do nosso Senhor Jesus Cristo:
Na Figura 02, quando nós vemos a morte, a sepultura e a
ressurreição do Senhor, as colocamos no PASSADO ( faz dois
mil anos que Cristo morreu).


Vejamos a Figura 02, a realidade espiritual, onde mora
Deus. Nós perguntamos: Se Deus vive em um ETERNO PRE-
SENTE (querendo isto dizer que para Ele não há passado
nem futuro), quando está morrendo Jesus Cristo?
FÉ
Realidade Física
A resposta é que Jesus Cristo, na realidade espiritual,

ESTÁ MORRENDO NESTE PRECISO MOMENTO!
É por isso que o sacrifício de Jesus pode salvar-nos HOJE,
porque quando o aceitamos por FÉ, por FÉ nos unimos à re-
alidade espiritual. É por isso que o Seu Sangue é efetivo hoje,
porque está fluindo NESTE MESMO MOMENTO, e pode per-
doar-nos e lavar nossos pecados.

30
Colossenses 2:13-15 nos diz:
“13 E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas trans-
gressões, e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida
juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; 14
tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e
que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial,
removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz; 15 e, des-
pojando os principados e as potestades, publicamente os
expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz”.
Quando aceitamos a Jesus Cristo como nosso Senhor

e Salvador, nos identificamos com a cruz do Calvário e
com a cruz na realidade espiritual. Como isto ocorre?
Romanos 10:9-10 nos diz:

9
Se com tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em
teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos,
serás salvo. 10 Porque com o coração se crê para justiça, e
com a boca se confessa a respeito da salvação.
Agora, Jesus Cristo não somente morreu na cruz, senão

que também foi sepultado e ressuscitou com poder ao tercei-
ro dia. Para obter a salvação, devemos receber e identificar-
-nos com todo o sacrifício de Jesus Cristo; não somente com
a Sua morte, senão que também com Sua sepultura e com
Sua ressurreição.
Quando e como, pois, nos identificamos com a SEPUL-
TURA e a RESSURREIÇÃO de Jesus Cristo?
Nos identificamos com a sepultura e a ressurreição por
meio do batismo na água. O Senhor Jesus Cristo disse:


Marcos 16:15-16:
“15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a
toda criatura. 16 Quem crer e for batizado será salvo; quem,
porém, não crer será condenado”.
Vemos nestes versículos que o crer e o ser batizado são

partes do mesmo pacote da salvação. Em outras palavras, o
batismo não é opcional, senão que é parte integral da salva-
ção. Reiteramos que só o batismo não nos salva, mas o batis-
mo que se segue ao que crê, sim é parte da salvação.
Vemos também a ordem em que o Senhor Jesus Cristo
disse que devem suceder a estes eventos: Primeiro crer e logo
ser batizado. O senhor não disse que deveríamos ser batiza-
dos primeiro e depois crer. Alguns disseram: “Deve ser batiza-
do quando ainda se é um bebê, para tirar o pecado original”.
Vejamos o que diz a Palavra do Senhor com respeito a isto:
13
“Então lhe trouxeram algumas crianças para que as to-
casse, mas os discípulos os repreendiam.14 Jesus, porém,
vendo isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim os
pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino
de Deus. 15 Em verdade vos digo: Quem não receber o reino
de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará
nele. 16 Então, tomando-as nos braços e impondo-lhes as
mãos, as abençoava“. Marcos 10:13-16 – Ver também Ma-
teus 19:13-15 e Lucas 18:15-17
Vemos aqui que o Senhor Jesus nos diz que O REINO DE

DEUS É DAS CRIANÇAS, e que se nós, os adultos, quisermos
entrar no Reino de Deus, devemos recebê-lO como o fazem

30
as crianças. Isto elimina a ideia de que tem que tirar o pe-
cado original das crianças. E surge a seguinte pergunta: O
que é uma criança? Uma criança é alguém que vive na ino-
cência. Em outras palavras, alguém que não tem consciên-
cia de pecado, pois ainda não peca voluntariamente, nem
com o entendimento de que o que está fazendo é pecamino-
so. Esta idade de inocência vem diminuindo à medida que
as crianças estão sendo expostas a tanto pecado e maldade,
através da televisão e de outros meios de comunicação. Logo
que uma criança começa a pecar voluntariamente e com o
entendimento de saber o que está fazendo de errado, já não
é uma criança (no sentido de inocência), senão que precisa
arrepender-se e entregar sua vida a Jesus Cristo.
O crer em Jesus Cristo como Senhor e Salvador nos iden-
tifica com sua morte; o ser batizado nos identifica com sua
sepultura e ressurreição. Não se pode sepultar a alguém que
não tenha morrido. As crianças (inocentes) não morreram,
espiritualmente falando (lembremos que o Senhor Jesus dis-
se que das tais é o Reino de Deus), e por isso não existe a ne-
cessidade de batizá-las. Por outro lado, os adultos (quando se
deixa de ser inocente) devem reconhecer que são pecadores,
arrepender-se, aceitar o sacrifício e o perdão de Jesus Cris-
to na cruz do Calvário por seus pecados e recebê-lO como o
Senhor de suas vidas. Depois de terem crido em Jesus Cristo
e terem aceitado a Sua obra (identificar-se com a morte de
Jesus Cristo), ENTÃO são batizados (sepultados e ressusci-
tados ao se identificarem com a sepultura e ressurreição de
Jesus Cristo).
O cristão, o discípulo, é um seguidor de Jesus Cristo, e se
vamos seguir a Jesus Cristo, devemos obedecer às Suas pala-


vras. O Senhor Jesus Cristo foi quem estabeleceu a ordem de
crer e logo ser batizado.
Paulo nos disse em Romanos 6:3-7:

3
“Ou, porventura, ignorais que todos os que fomos batiza-
dos em Cristo Jesus, fomos batizados na sua morte? 4 Fomos,
pois, sepultados com ele na morte pelo batismo, para que,
como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória
do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida.
5
Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua
morte, certamente o seremos também na semelhança da
sua ressurreição; 6 sabendo isto: que foi crucificado com ele
o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja des-
truído, e não sirvamos o pecado como escravos; 7 porquanto
quem morreu, justificado está do pecado“.
Paulo nos fala outra vez, dizendo:

Colossenses 2:12:
“12 [...] tendo sido sepultados juntamente com ele no batis-
mo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé
no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos“.
1 Pedro 3:21-22:
“21 [...] a qual, figurando o batismo, agora, também, vos sal-
va, não sendo a remoção da imundícia da carne, mas a in-
dagação de uma boa consciência para com Deus, por meio
da ressurreição de Jesus Cristo, 22 o qual, depois de ir para o
céu, está à destra de Deus, ficando-lhe subordinados anjos,
e potestades, e poderes.”

30
Quando somos batizados (a palavra batismo significa
“submergir”) na realidade física onde nós vivemos, nos mer-
gulham na água, mas na realidade espiritual, somos mergu-
lhados na morte e na sepultura de Cristo. Quando saímos da
água na realidade física, entramos na ressurreição de Cristo
na realidade espiritual.
A ilustração seria da seguinte maneira:
FÉ
Realidade Física
MORTE SEPULTURA RESSURREIÇÃO
Crer com o coração Batismo na Água Batismo na Água

(Confessar com a boca) (Submergir na água) (Sair da água)
Algo importante que devemos nos lembrar é que o ba-

tismo que o Senhor Jesus ordenou aos Seus seguidores não é
o mesmo batismo com que João Batista batizava, já que este
era somente um batismo de arrependimento – Atos 19:1-5. O
batismo que ensinou o Senhor Jesus é uma identificação com
a Sua morte, sepultados e ressuscitados juntamente com Ele,


e daí a sua importância. Agora podemos entender um pouco
melhor as palavras do Senhor Jesus quando disse:
“Quem crer e for batizado será salvo [...]”.

Marcos 16:16
Depois que a pessoa é batizada, está pronta para seguir o

caminho da obediência que o Senhor Jesus traçou, pois ago-
ra essa pessoa está pronta para obedecer. Agora essa pessoa
pode ser ensinada a guardar os mandamentos que o Senhor Je-
sus mandou. Veja uma vez mais a ordem em Mateus 28:19-20:
19
Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, bati-
zando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; 20
ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho or-
denado. E eis que estou convosco todos os dias até à consu-
mação do século.
A uma pessoa que não foi batizada é possível ensinar a

teoria, mas não se pode ensiná-la a guardar as coisas que o
Senhor Jesus mandou. Se uma pessoa não pode obedecer ao
primeiro mandamento que o Senhor lhe dá, o qual é parte da
sua salvação, como poderá obedecer aos outros mandamen-
tos? Como poderemos fazer um discípulo de alguém que não
obedece ao Senhor Jesus?

30


5
CAPÍTULO
O evangelho é mais
que crer e ser batizado
O crer e ser batizado

é todo o Evangelho ou
as boas novas de Jesus,
o Filho de Deus?
Claro que não. Vejamos outro versículo a respei-
to da pregação do Evangelho para que recebamos
mais luz em
Mateus 24:14
“14 E será pregado este evangelho do reino por todo o mun-
do, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim.”
A Grande Comissão consiste em fazer discípulos com o

Evangelho do Reino. Aqui encontramos um elemento a mais,
e é “o Evangelho do Reino”. Surge a pergunta: De qual reino se
51

30
está falando aqui? Está-se falando do Reino de Deus. O Reino
de Deus é igual ao Reino dos Céus, pois Deus habita no Céu, e
ali se faz a Sua vontade todo o tempo. Comparemos:
Marcos 1:14-15
14
Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galiléia,
pregando o evangelho de Deus, 15 dizendo: O tempo está
cumprido e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e
crede no evangelho.
Mateus 4:17
17
Daí por diante passou Jesus a pregar e a dizer: Arrepen-
dei-vos, porque está próximo o reino dos céus.
Note com muita atenção que o Senhor Jesus pregou

o Evangelho do Reino quando ainda não tinha morrido na
cruz, nem havia ressuscitado. Depois da Sua morte, sepultu-
ra e ressurreição, devemos ir e pregar o arrependimento em
Seu nome, para que os que creram e foram batizados possam
entrar no Reino de Deus. A esses ensinamos o Evangelho do
Reino, o mesmo que o Senhor Jesus ensinou, e que os demais
apóstolos pregaram.
Concluímos então que, quando o Senhor Jesus Se refere,
em Sua Palavra, ao Evangelho, temos que entender “o Evange-
lho do Reino de Deus e dos Céus”, pois se não fazemos assim,
podemos seguir perpetuando o erro de não pregar o Evange-
lho completo, mas somente a parte de crer e que já vamos
para o céu, esquecendo-nos da parte de batizar e ensinar a
guardar tudo o que o Senhor Jesus ordenou.


Existe só um Evangelho do Reino dos Céus, e nós temos
que seguir pregando-O. Devemos pregar o mesmo Evangelho
do Reino de Deus que Jesus pregava (que é o mesmo que Pau-
lo pregava – Gálatas 1:6-12).
O Senhor apareceu por quarenta dias depois de ter res-
suscitado, ensinando a Seus discípulos sobre o Reino – Atos
1:1-3. Devemos falar do Rei Jesus, levar o Evangelho do Rei-
no de Deus a todas as nações, e nós, os cidadãos do Reino
(discípulos), devemos obedecer às leis de amor do Reino e
ensiná-las a outros, até que as guardem. Isto é o básico do
Evangelho do Reino de Deus.
A grande maioria dos crentes conhecem do Rei Jesus, e
têm o desejo de levar o Evangelho a todo o mundo, mas onde
muitos falham é em saber quais são os requisitos para ser um
discípulo, quais são as características dos cidadãos do Reino
e as dezenove leis básicas das quais seis regem as relações
humanas, sete regem a relação com o Pai celestial e seis re-
gem a relação entre nós mesmos. É necessário conhecer to-
das estas coisas, mas o mais importante ainda é vivê-las, para
também ensiná-las a outros, até que as cumpram, obedecen-
do assim ao Rei Jesus e o mandado de ir a todas as nações e
fazer discípulos.
Muitos pensam que o Reino de Deus – o Reino dos Céus
– é algo que ocorrerá no futuro. É certo que o Reino continu-
ará no futuro, mas o que muitos entre os povos de Deus igno-
ram é que o Reino de Deus começa e vive-se e estabelece-se
aqui na terra por meio dos discípulos de Jesus Cristo. “Venha
o teu Reino e seja feita a tua vontade, assim na terra como no
céu” é o desejo do Rei Jesus, e somente os discípulos podem
alcançar isto.
O evangelho é mais que crer e ser batizado 53

30
O Senhor Jesus Cristo nos deu a Grande Comissão de ir
por todo o mundo e fazer discípulos. Para aqueles que crêem
e são batizados, temos que ensiná-los a guardar as coisas
que o Senhor Jesus ordenou.
A dificuldade que temos hoje em dia no mundo cristão
Evangélico quanto a fazer discípulos é a de ensinar a guar-
dar as coisas que o Senhor Jesus ordenou. Normalmente, não
temos uma medida clara de quando um crente chega a ser
um discípulo. Aqui não estamos falando em relação a tempo,
mas sim em relação à maturidade.
Um erro muito grande no qual se cai é o de pensar que
se ensinamos a alguém sobre as leis do Reino, já cumprimos
com o que o Senhor Jesus pediu na Grande Comissão. O Se-
nhor Jesus nunca disse que deveríamos somente ensinar, mas
que aos que cressem e fossem batizados, deveríamos ensinar
também a guardar todas as coisas que Ele ordenou. É nes-
sa parte de ensinar a guardar que temos que dedicar tempo
ao discípulo. Enquanto ele ou ela não aprenderem a guardar
o que o Senhor Jesus ordenou, não conseguiremos nosso pro-
pósito de fazer discípulos. Um discípulo precisa de cuidado
durante muito tempo, não somente de algumas semanas ou
meses, que é o tempo que dura a maioria dos “cursos de disci-
pulado” nas igrejas atuais. Até que não se veja que o discípulo
está se multiplicando, fazendo outro(s) discípulo(s), não se
completa a Grande Comissão nessa pessoa. A meta de cada
discípulo deve ser fazer um discípulo conforme o modelo do
Senhor Jesus, e que esse discípulo faça outro discípulo, e as-
sim sucessivamente. Chegar a ser um discípulo de Jesus é um
processo que dura bastante tempo. Quando tempo? Até que
guarde as coisas que o Senhor Jesus ordenou.


Surge a pergunta: O que é ser um discípulo do Senhor
Jesus?
1. Um discípulo de Jesus Cristo é aquele que O ama so-

bre todas as coisas e pessoas – Lucas 14:26; Mateus
10:37.
2. Um discípulo de Jesus Cristo é aquele que toma a Sua

cruz cada dia e O segue em santidade e em uma entre-
ga completa – Lucas14:27; Mateus 10: 38,39.
3. Um discípulo de Jesus Cristo é aquele que Lhe deu

todas as suas posses para converter-se em um admi-
nistrador dessas coisas, em vez de ser o dono, pois o
Senhor agora é o dono de todas as posses desse discí-
pulo – Lucas 14:28-33.
4. Um discípulo de Jesus Cristo é aquele que obedece e

permanece em Sua Palavra – João 8:31.
5. Um discípulo de Jesus Cristo é aquele que não volta

atrás – Lucas 9:62, compare com João 6:60-68.
Como muitos entre nós não fomos discipulados da ma-

neira que o Senhor Jesus mandou, é por isso que temos temor
em discipular outros, pois não sabemos o que esperar de um
discípulo. Vejamos um breve resumo de Mateus 5, 6 e 7, onde
o Senhor Jesus nos deixa bem claro qual é a medida para um
discípulo que quer ser cidadão do Reino de Deus.

30
• O Sermão do Monte é dirigido aos discípulos, ainda
que a multidão escutasse de longe – Mateus 5:1-2.
• Ali o Senhor Jesus nos fala da identidade ou das nove

características que devem ter os cidadãos do Reino,
sem as quais não se pode viver nem cumprir as leis
de amor do Reino dos Céus. É bom lembrarmos que,
para viver no Reino, temos que estar submetidos ao
Rei, por meio do Espírito Santo que nos dá o poder
para vivermos no Reino dos Céus – Mateus 5:3-12.
• O Senhor também nos diz que somos o sal e a luz da

terra, e que nosso propósito como tais é fazer boas
obras de tal modo que os homens as vejam e glorifi-
quem ao nosso Pai que está nos Céus – Mateus 5:13-
16. Estas completam as onze características da iden-
tidade dos cidadãos do Reino.
• O Senhor nos disse que Ele veio para cumprir a Lei

de Moisés, mas que as leis de amor do Seu Reino vão
além da Lei de Moisés, pois vão diretamente ao cora-
ção. Os que cumprem estes mandamentos pequenos
e os ensinam aos homens serão chamados grandes no
Reino dos Céus. Os que não os cumprem e com o seu
mau exemplo ensinam os outros a desobedecê-los
serão chamados pequenos no reino dos Céus. Nossa
justiça deve ultrapassar à dos escribas e dos fariseus,
e isto somente é possível quando estamos submeti-
dos ao Espírito Santo – Mateus 5:17-20.


• As seis primeiras leis básicas do amor do Reino dos
Céus têm a ver com a nossa relação com as outras
pessoas – Mateus 5:21-48. As sete seguintes leis bá-
sicas do amor têm a ver com nossa relação com o
Pai (Mateus 6:1-34). As seis seguintes leis básicas do
amor têm a ver com a relação conosco mesmos, ou
seja, com o nosso desenvolvimento pessoal – Mateus
7:1-20.
• O Senhor termina as instruções dando-nos advertên-

cias muito fortes para que nós prestemos atenção e
demos a devida importância ao que Suas Palavras re-
querem. Estas advertências devem motivar-nos a nos
concentrarmos em cumprir Suas Palavras, levando-
-As a cabo como prioridades – Mateus 7:21-29.
É bom lembrarmos que o Reino de Deus não é comida

e nem bebida, senão justiça, paz e gozo no Espírito Santo –
Romanos 14:17. Portanto, o Pai quer que as relações entre os
homens e com Ele estejam cheias de justiça, paz e gozo. Isso
é o que o Senhor quer nos ensinar a viver. Quando essas rela-
ções estiverem saudáveis, o Senhor poderá edificar qualquer
ministério sobre nós, pois saberemos como fazer.
Quando enchermos a medida de Mateus 5, 6 e 7, seremos
verdadeiros discípulos do Senhor Jesus Cristo, e quando sair-
mos para cumprir a Grande Comissão, já saberemos de que
se trata.

30


6
CAPÍTULO
A Grande Comissão
ou a Grande Omissão?
17
E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvi-
daram. 18 Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo:
Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.
19
Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito
Santo; 20 ensinando-os a guardar todas as coisas que
vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos
os dias até à consumação do século.
Mateus 28:17-20
15
E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a
porém, não crer será condenado. 17 Estes sinais hão de
acompanhar aqueles que crêem: em meu nome expelirão
demônios; falarão novas línguas; 18 pegarão em serpentes;
59

30
e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se
impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.
Marcos 16:15-18
45
Então lhes abriu o entendimento para compreenderem
as Escrituras; 46 e lhes disse: Assim está escrito que o Cristo
havia de padecer, e ressuscitar dentre os mortos no tercei-
ro dia, 47 e que em seu nome se pregasse arrependimento
para remissão de pecados, a todas as nações, começando
de Jerusalém. 48 Vós sois testemunhas destas coisas. 49 Eis
que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei,
pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder.
Lucas 24:45-49
21
Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim
como o Pai me enviou, eu também vos envio. 22 E, havendo
dito isto, soprou sobre eles, e disse-lhes: Recebei o Espírito
Santo. 23 Se de alguns perdoardes os pecados, são-lhes per-
doados; se lhos retiverdes, são retidos.
João 20:21-23
Estas são as Escrituras que encontramos nos Evangelhos

sobre a Grande Comissão. No versículo 17 de Mateus 28 tem
algo muito importante para se notar, e é que, em frente ao
mesmo Senhor Jesus, houve duas reações completamente di-
ferentes por parte dos discípulos: um deles O adorou, mas
outros duvidaram. Se isso pode acontecer diante do mesmo
Senhor Jesus, então isto também acontece hoje em dia. Al-
guns crentes adoram ao Senhor Jesus e decidem obedecê-lO
quanto à Grande Comissão. Outros duvidam e pensam se


a Grande Comissão é para eles ou não, pois quase sempre
vêem que essa ênfase é para os missionários, para os pastores
e para os evangelistas. O desejo do Senhor Jesus é que todos
nós entendamos que a Grande Comissão é para todo filho do
Senhor, e não somente para alguns.
O Senhor nos deu a Grande Comissão de ir por todas
as nações baseado em Sua autoridade e poder de pregar o
Evangelho a toda criatura. Aos que creram e foram batizados
temos que ensiná-los a guardar ( fazer) as coisas que Ele nos
ordenou. No Sermão do Monte (Mateus 5, 6 e 7), o Senhor
Jesus nos dá as instruções básicas para amar a Deus, amar ao
próximo e a nós mesmos. Todo discípulo deve ter esse fun-
damento.
O Senhor disse que fizéssemos discípulos conforme o Seu
modelo, mas não nos disse exatamente como, ou seja, não
nos deixou nenhuma estratégia em particular. Ele deixou o
como a nosso critério, à medida que escutemos a Voz do Es-
pírito Santo, porque seriam diferentes as nossas circunstân-
cias, nossa época e nossa cultura.
Uma simples ilustração disso seria que o Senhor nos peça
que lhe façamos uma comida, mas não disse se é chinesa, ita-
liana, mexicana, européia etc. O Senhor deixa a nosso critério
que tipo de comida é a que vamos fazer, mas devemos fazer-
-Lhe uma comida. O Senhor quer discípulos; o como vamos
conseguir os discípulos é a nossa porção.
Para nos ajudar nesse trabalho precisamos da direção do
Espírito Santo, para que nos dê a estratégia para fazer discí-
pulos em nosso contexto e época atuais. É possível que uma
estratégia funcione em vários lugares, mas muitos crentes
têm falhado em levar a Grande Comissão adiante simples-
A Grande Comissão ou a Grande Omissão? 61

30
mente por quererem usar estratégias equivocadas em lugares
equivocados e em tempos equivocados.
Muitos crentes têm pensado que os únicos que devem
cumprir a Grande Comissão são os missionários, os evange-
listas e os pastores. Não há nada mais irreal, pois a Grande
Comissão foi dada aos discípulos, ou seja, a todos os seguido-
res de Cristo Jesus. O diabo gostaria que essa ideia de que só
eles podem fazer discípulos se perpetuasse.
Neste livro, tratamos das coisas que vamos ensinar aos
discípulos que levantaremos para o Senhor. Esperamos que,
com a ajuda do Espírito Santo, este manual possa te ajudar
a formar-se primeiro como discípulo e depois formar a ou-
tros como discípulos. Estes são somente os princípios bá-
sicos que todo discípulo do Senhor deve saber e fazer, pois
o Senhor te dará Sua própria estratégia para alcançar essa
Grande Comissão. Por exemplo, onde reunir-se, por quanto
tempo reunir-se etc. Em tudo isso o Espírito Santo do Senhor
o guiará.
O Senhor nos dá uns pontos importantes a considerar
nas escrituras que acabamos de ver:
1. É na autoridade e poder de Jesus que vamos fazer dis-

cípulos;
2. É por todo o mundo que devemos ir. Não há lugar

que possa ficar sem a oportunidade de ouvir que há
salvação para eles em Cristo Jesus. Se não podemos
ir a outras nações, devemos ajudar a enviar alguém,
mas sempre fazendo discípulos onde o Senhor nos
colocou.


3. Alguns não crerão, mas outros sim. O passo seguinte
para os que creram é que sejam batizados em nome
do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.
4. Aos que creram e foram batizados, temos que ensi-

nar-lhes a guardar o que o Senhor Jesus ordenou.
Mais adiante veremos em que isto consiste.
Alguém tem que responder ao chamado dessa Grande

Comissão para que funcione e não se converta na Grande
Omissão. Serei eu? Será você?
Alguém pode dizer: É que eu não fui discipulado, como
poderei discipular outros? O propósito deste livro é animar e
ajudar você a formar-se como discípulo do Senhor Jesus para
então poder cumprir a Grande Comissão, pois esse é o desejo
do Pai e de Jesus, o Filho Amado; e o Espírito Santo está mais
que disposto a ajudar-nos nessa tarefa tão importante. Neste
momento, façamos uma pausa para fazer uma oração para
nos envolvermos intencionalmente em fazer discípulos.
Ore em voz alta:

Pai nosso, te agradeço por salvar-me da condenação
eterna, através do sacrifício de Jesus Cristo, e permi-
ta-me agora fazer parte do Teu Reino.
Neste momento, abro o meu coração para que o Teu

Espírito Santo me encha de poder para ser testemu-
nha Tua e cumprir essa Grande Comissão que Teu Fi-
lho Jesus nos deixou. Preciso da Tua estratégia para
cumprir essa Grande Comissão no lugar e nas cir-
A Grande Comissão ou a Grande Omissão? 63

30
cunstâncias em que me encontro. Recebo a Tua sabe-
doria e a Tua inteligência para alcançar essa Grande
Comissão. Estou disposto(a) e disponível para fazer
essa Tua obra e me rendo a Ti para que me uses com
Teu poder e com a Tua graça. Declaro isto em nome
de Jesus. Amém.
Se você o analisa com mais profundidade, o discipula-

do é um processo que requer e exige tempo, e também uma
relação próxima entre o que ensina e o discípulo. No nosso
contexto atual (a vida na cidade), muitas pessoas estão limi-
tadas quanto ao tempo. Podemos e devemos usar todos os
recursos disponíveis para aproveitar o tempo: o telefone, a
Internet etc., mas não podemos nos esquecer que as relações
humanas se desenvolveram com aproximação física, com re-
lacionamentos. O Senhor Jesus passou tempo com Seus dis-
cípulos. Talvez não tenhamos a oportunidade que Jesus teve
(aqui é onde entra o nosso contexto), mas devemos procurar
passar tempo com as pessoas que vamos discipular. O tempo
é um fator importantíssimo no discipulado. Não somente o
tempo para ensinar, mas também para compartilhar as expe-
riências e os momentos agradáveis e os não tão agradáveis da
vida do discípulo. Em outras palavras, devemos chegar a co-
nhecer nossos discípulos, e que eles nos conheçam também.


7
CAPÍTULO
Os que não podem

ser discípulos do
Senhor Jesus
Todos os crentes são chamados a ser discípulos,
mas nem todos querem ou têm as características
para serem discípulos. O Senhor Jesus explicou que
há certos requisitos que os crentes em Jesus Cristo
têm que ter para serem discípulos. Se não preen-
chem os requisitos, não podem ser discípulos do
Senhor Jesus. Muitas vezes, perdem-se tempo e
recursos tentando fazer discípulos de pessoas que
não têm essas características. O Senhor Jesus não
perdeu tempo com essas pessoas, senão que lhes
disse, claramente, que para serem Seus discípulos
haveriam de subir a outro nível de compromisso.
Algo importante que não podemos nos esquecer é que o

que o Senhor nos pede nas seguintes Escrituras é a aspiração,
65

30
a medida que devemos chegar como discípulos. O Senhor
Jesus não nos está dizendo estas coisas para eliminar-nos,
muito pelo contrário, é para levar-nos a sermos verdadeiros
discípulos. Por menos que isso o Senhor Jesus disse que não
se pode ser discípulo. Essa deve ser a meta de cada crente:
ter estas características em todo o momento. Devemos nos
lembrar que é um erro muito grande querer fazer discípulos
das pessoas que não têm essas características, pois só vamos
perder tempo e recursos.
Existem cinco coisas que o Senhor Jesus disse que, se não
as temos, não podemos ser seus discípulos, nem participar
no Reino de Deus:
1. Amar a Jesus sobre todas as coisas. Lucas 14: 25,26
2. Tomar sua própria cruz a cada dia e segui-lO. Lucas

14:27
3. Renunciar a tudo quanto tem. Lucas 14:28-33
4. Obedecer à Sua Palavra, assim permanecendo nEle.

João 8:31-32
5. O que põe a mão no arado e olha para traz não é apto

para o Reino de Deus. Lucas 9:62
Por que o Senhor está tão interessado que sejamos dis-

cípulos dEle e não somente cristãos? Porque, hoje em dia,
tem muitos que se dizem crentes, mas que nem sequer vi-
vem para Cristo Jesus, enquanto que o discípulo é o que Ele


está chamando para ser cidadão do Reino dos Céus, e é quem
deve andar diariamente na Constituição e nas Leis de amor
do Reino de Deus, e é o agente da parte de Deus para estabe-
lecer Sua vontade aqui na terra.
Vamos ver estas cinco coisas com mais detalhes, pois são
a base para seguir edificando o edifício espiritual de nossas
vidas.
OS QUE NÃO AMAM A JESUS SOBRE

TODOS OS OUTROS AMORES, NÃO
PODEM SER SEUS DISCÍPULOS
Lucas 14:25-26
25
Grandes multidões o acompanhavam, e ele, voltando-se,
lhes disse: 26 Se alguém vem a mim, e não aborrece a seu
pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda a
sua própria vida, não pode ser meu discípulo.
Mateus 10:37-38
37
Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é
digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que
a mim não é digno de mim; 38 e quem não toma a sua cruz,
e vem após mim não é digno de mim.
O versículo 25 é muito importante para percebermos o

que o Senhor Jesus estava dizendo: reduzindo a multidão em
discípulos. Hoje em dia, parece que as coisas andam ao con-
trário: queremos multidões, mas nos deparamos com o fato
de que poucos são discípulos. Por que isso acontece?
Os que não podem ser discípulos do Senhor Jesus 67

30
São muitos os fatores, mas o fator básico com que nos
deparamos é que não existe uma ideia clara do que é ser
um discípulo. Existem programas de 13 semanas nos quais
se ensinam algumas disciplinas básicas, existem os seminá-
rios, institutos bíblicos etc. Tudo isso é bom e terá o seu lugar
no Reino, mas isso não produz discípulos da maneira que o
Senhor Jesus pede e exige, pois o que nos ordenou o Senhor
Jesus na Grande Comissão foi ensinar aos discípulos a ama-
rem a Deus, e amarem ao próximo como a si mesmos. Como
observaremos, isso tem a ver com o viver diário. Essas são
necessidades universais.
O senhor Jesus não estava desprezando a multidão e nem
a nós. O que Ele quer é que a multidão se converta em discí-
pulos, e é por isso que continua dizendo as seguintes palavras
a respeito dos que não podem ser discípulos.
Versículos 26 (compare com Mateus 10:37-38). O que
vem a Jesus e não aborrece a sua família, ou a si mesmo por
causa dEle, não pode ser discípulo do Senhor Jesus.
Se o Senhor Jesus foi quem disse que amássemos a nosso
próximo como a nós mesmos, como nos manda aborrecer ou
a odiar a nossa família ou ainda a nós mesmos?
O que o Senhor está dizendo aqui é que vai haver uma
competição entre o amor pela família e o amor por Jesus. O
nosso amor por Jesus deve ser tão grande, que quando o com-
paramos com o amor que temos pela nossa família, parecerá
ódio. Já viu esse tipo de amor ultimamente? É esse o tipo de
amor que você tem por Jesus? Poderíamos fazer uma compa-
ração, como se o nosso amor pela família valesse cem dólares
e o nosso amor por Jesus, dez milhões de dólares. Os cem
dólares (amor pela nossa família) são bons, mas quando se


compara com os dez milhões (nosso amor por Jesus), já não
parecem grande coisa. Isso nos dá uma ideia do que o Senhor
Jesus está falando.
Não estamos falando de um amor do tipo romântico, se-
não do verdadeiro amor que se entrega e se compromete a
obedecer, porque já somos amados por Deus mesmo, e agora
queremos amar ao Senhor sobre todas as coisas.
Os que não podem ser discípulos do Senhor Jesus 69

30


8
CAPÍTULO
Provas de amor
por Jesus
1 João 2: 3-6
3
Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se
guardamos os seus mandamentos. 4Aquele que diz:
Eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é
mentiroso, e nele não está a verdade. 5 Aquele, entre-
tanto, que guarda a sua palavra, nele verdadeiramen-
te tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabe-
mos que estamos nele: 6 aquele que diz que permanece
nele, esse deve também andar assim como ele andou.
Vejamos também João 14:15, 21, 23,24
15
Se me amais, guardareis os meus mandamentos.
21
Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse
é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu
Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.
71

30
23
Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha
palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos
nele morada. 24 Quem não me ama, não guarda as minhas
palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas
do Pai que me enviou.
Vejamos também João 21:15-17
15
Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro:
Simão, filho de João, amas-me mais do que estes outros?
Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Ele lhe
disse: Apascenta os meus cordeiros. 16 Tornou a perguntar-
-lhe pela segunda vez: Simão, filho de João, tu me amas? Ele
lhe respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe
Jesus: Pastoreia as minhas ovelhas. 17 Pela terceira vez Je-
sus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu me amas? Pedro
entristeceu-se por ele lhe ter dito, pela terceira vez: Tu me
amas? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas, tu
sabes que eu te amo. Jesus lhe disse: Apascenta as minhas
ovelhas.
Hoje em dia, encontramos muitos que se chamam segui-

dores de Jesus e não guardam Seus mandamentos, nem estão
cuidando ou pastoreando (discipulando) a outros. O amor
por Jesus se demonstra guardando Seus mandamentos, pois
disso se trata o discipulado, de ensinar a outros a guardarem
o que Jesus ordenou. O amor por Jesus se demonstra amando
e cuidando dos outros. Como já dissemos no princípio, isso
não é somente para os pastores, evangelistas ou missioná-
rios. Aquele que não ama a Jesus, não pode ser Seu discípulo.


Por quê? Porque o amor a Jesus é o que nos ajudará a guardar
Seus mandamentos e a amar os outros como a nós mesmos.
Aquele que não ama a Jesus não ama aos outros com amor
divino. É necessário o amor divino para amar aos discípulos
e aos outros.
Esta demonstração de amor ao Senhor Jesus, ao apascen-
tar e pastorear os cordeiros e ovelhas, é o que vai manter o
discipulado vivo e ativo no mundo. A reação em cadeia do
que ama ao Senhor Jesus é dessa maneira: o que ama ao Se-
nhor Jesus, obedecendo à Sua Palavra de ir e fazer discípulos
por todo o mundo, segue demonstrando que O ama sobre to-
das as coisas, ao cuidar dos bebês e dos maduros em Cristo,
para que estes também aprendam a amar ao Senhor Jesus e
continuem amado-O ao fazerem discípulos.
O Senhor Jesus sabe que se nós não fizermos com que
o nosso amor por Ele seja o primeiro e o mais importan-
te, facilmente outras pessoas ou coisas podem tomar esse
lugar. Essa é a razão pela qual Ele ordena que nosso amor
por Ele seja o primeiro, e que sem essa característica não se
pode ser Seu discípulo. Esse é o mandamento principal, isso
é amar o Deus encarnado. Se não cumprimos esse manda-
mento, de que servem os outros mandamentos? A igreja de
Éfeso, em Apocalipse 2, deixou o primeiro amor. Não que
exista primeiro amor, segundo amor, terceiro amor, décimo
amor etc., senão que o amor pelo Senhor deve ser o primeiro
amor, ou seja, deve estar antes que todas as outras pesso-
as ou coisas. O seu amor por Jesus é o primeiro amor, ou
existem outras coisas ou pessoas que estão ocupando esse
lugar?
Provas de amor por Jesus 73

30
A MULHER QUE JESUS IMORTALIZOU

POR SEU EXEMPLO DE AMOR
Vejamos agora um exemplo de amor pelo Senhor Jesus
em Mateus 26:6-13 (compare com Marcos 1:3-9; João 11:1-2 e
12:1-8; e Lucas 7:36-50).
6
Ora, estando Jesus em Betânia, em casa de Simão, o lepro-
so, 7 aproximou-se dele uma mulher, trazendo um vaso de
alabastro cheio de precioso bálsamo, que lhe derramou so-
bre a cabeça, estando ele à mesa. 8 Vendo isto, indignaram-
-se os discípulos e disseram: Para que este desperdício? 9
Pois esse perfume podia ser vendido por muito dinheiro, e
dar-se aos pobres. 10 Mas Jesus, sabendo disto, disse-lhes:
Por que molestais esta mulher? Ela praticou boa ação para
comigo. 11 Porque os pobres sempre os tendes convosco, mas
a mim nem sempre me tendes; 12 pois, derramando este per-
fume sobre o meu corpo, ela o fez para o meu sepultamento.
13
Em verdade vos digo: Onde for pregado em todo o mundo
este evangelho, será também contado o que ela fez, para
memória sua.
Na narração do Evangelho segundo João sobre essa his-

tória diz que o nome da que derramou o perfume era Maria,
e que sua irmã Marta estava servindo a ceia. Vejamos agora
Lucas 10:38-42, para ver o contraste entre Marta e Maria:
38
Indo eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa
mulher, chamada Marta, hospedou-o na sua casa. 39 Tinha
ela uma irmã, chamada Maria, e esta quedava-se assenta-


da aos pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos. 40 Marta
agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos ser-
viços. Então se aproximou de Jesus e disse: Senhor, não te
importas de que minha irmã tivesse deixado que eu fique
a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me. 41
Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! andas inquieta e te
preocupas com muitas coisas. 42 Entretanto, pouco é neces-
sário, ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa
parte e esta não lhe será tirada.
Essas duas irmãs representam muito bem a maneira

como deveria ser nossa relação com o Senhor. DEVOÇÃO
por um lado e SERVIÇO por outro, e nessa ordem. Por que
essa ordem é importante? A devoção sempre anda buscando
oportunidades para passar tempo aos pés do Senhor. Se ser-
vimos sem devoção ao Senhor em primeiro lugar, o serviço
será feito debaixo do poder da carne.
Qual é o erro em ter muita devoção e pouco ou nenhum
serviço? Por exemplo, os que vão à igreja e aos retiros espi-
rituais, mas que fazem pouco ou nada para servir ao Senhor
através do serviço aos demais.
Qual é o erro em ter muito serviço e pouca ou nenhuma
devoção? Pense naqueles que fazem muitas coisas para Deus,
mas que passam pouco ou nenhum tempo a sós com Ele.
Com qual das duas identifica-se você?
Pelo que vemos nas Escrituras, Maria tinha uma grande
devoção pelo Senhor Jesus. Foi essa grande devoção que a
motivou a derramar o perfume tão caro sobre o Senhor Jesus
Cristo. Maria tinha um perfume de nardo puro que custava
cerca de trezentos denários. Um denário era o pagamento

30
por um dia de trabalho de um jornaleiro (trabalhador diaris-
ta) naquela época. Pense quanto tempo e esforço devem ter
custado a Maria para conseguir o dinheiro para comprar esse
perfume, que valia o equivalente a um ano de salário. Quan-
to seria isso para você hoje? Se você tivesse um perfume tão
caro, derramá-lo-ia sobre o Senhor como fez Maria? Se você
tivesse o salário de um ano guardado, dá-lo-ia ao Senhor, se
Ele te pedisse para estender seu Reino? Você crê que se pode
amar sem dar? E você crê que se pode dar sem amar?
Qual foi a reação dos discípulos diante desse ato de de-
voção de Maria?
Eles consideraram um desperdício, e pensaram que seria
uma excelente ideia ter vendido o perfume e dado o dinhei-
ro aos pobres. Possivelmente eles já haviam andado muito
com o Senhor Jesus e tinham uma consciência desenvolvida
de que os pobres eram importantes e que deveriam ajudá-
-los (mais adiante, veremos este ponto, especificamente). Na
sua opinião, eles pensavam que estavam corretos, mas o que
disse o Senhor Jesus a respeito da devoção de Maria? Ele a
considerou tão importante que disse que onde quer que se
pregasse o Evangelho, falar-se-ia do que ela fez. Você consi-
dera que o desejo do Senhor é que todos aqueles que se cha-
mam discípulos tenham um coração tão devoto quanto o de
Maria? Que mudanças haveria entre nós se tivéssemos um
coração assim?
Na história de Lucas, o Senhor Jesus explicou a Simão
que a razão pela qual ele tinha tão pouca devoção era porque
sentia que não se lhe havia perdoado muito, mas também lhe
explicou que a razão pela qual Maria teve um coração com tal
atitude era porque a ela se havia perdoado muito. Talvez al-


guns de nós tenham crescido no Evangelho, e sentimos mais
afinidades com Simão do que com Maria. Talvez alguns de
nós tenham sido resgatados de uma vida totalmente perdida,
e sentimos mais afinidades com Maria. Você que simpatiza
mais com Simão crê que é possível ter um coração como o de
Maria? Como conseguir um coração assim? Pense e dê exem-
plos e passos para consegui-lo, pois esse é o ideal do Evan-
gelho do Senhor Jesus, ter homens e mulheres que, quando
outros os olhem, digam: “Como é que ele(a) pode desperdiçar
sua vida assim, com Cristo?” Não seria glorioso que nós tivés-
semos tal devoção ao Senhor Jesus para que dissessem isso
de nós?
O obedecer as leis e o mandamento de amor do Reino
não é opcional. O cuidar e apascentar (discipular) a outros
não é opcional. É uma obrigação, mas está baseada no amor
ao Senhor, e porque o Espírito Santo nos dá o poder para con-
segui-lo, o faremos. Compreende por que o Senhor Jesus disse
que o que não O ama sobre todas as coisas não pode ser Seu
discípulo?
Falaremos mais sobre esse ponto do amor por Jesus
quando, mais adiante, falarmos sobre o tempo do coração na
Mesa do Senhor e a relação de permanência – João 15 – para
termos forças para sermos cidadãos do Reino e viver as leis
de amor dele mesmo.

30


9
CAPÍTULO
O que não leva a sua

cruz a cada dia...
não pode ser discípulo
de Jesus
Lucas 14:27
E qualquer que não tomar a sua cruz, e vier após
mim, não pode ser meu discípulo.
Lucas 9:23
Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se
negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me.
Marcos 8:34-38
34
Então, convocando a multidão e juntamente os seus discí-
pulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo
se negue, tome a sua cruz e siga-me. 35 Quem quiser, pois,
salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por cau-
79

30
sa de mim e do evangelho salvá-la-á. 36 Que aproveita ao
homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? 37 Que
daria um homem em troca de sua alma? 38 Porque qualquer
que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de
mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se
envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os
santos anjos.
Comparemos isto com Gálatas 2:20:

Fui crucificado com Cristo; assim, já não sou eu quem vive,
mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na
carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si
mesmo se entregou por mim.
O Senhor Jesus Cristo disse que, quem não levar a cruz a

cada dia, não pode ser Seu discípulo (note que essa cruz de que
se fala aqui não é a cruz de Jesus, senão a cruz do discípulo, já
que a cruz de Jesus foi única, e ninguém mais a pode levar).
A cruz era um instrumento de morte. Aquele que carregasse
uma cruz sabia que não voltaria, porque estava a caminho da
morte. O que se vê hoje entre os seguidores de Jesus? Pessoas
que fazem a sua própria vontade todo o tempo. Também en-
contramos alguns que são seguidores de Jesus aos domingos,
ou um certo dia do ano, mas não todos os dias. Estes crentes
não mataram o seu eu, a carne, o mundo, nem o pecado. O dis-
cípulo está disposto a permitir que o Espírito Santo lhe ajude a
crucificar o eu, a carne, o mundo e o pecado a cada dia, e não
somente quando tem um evento especial ou um culto de avi-
vamento. Esse é um compromisso diário, não ocasional. Essa é
a classe de discípulos que o Senhor Jesus está buscando.


Levar a sua cruz a cada dia significa não somente matar
o eu, senão também a carne (os desejos pecaminosos do cor-
po e da alma), o mundo e o pecado. Levar a cruz a cada dia
quer dizer viver em santidade. O discípulo não precisa de um
policial espiritual que o esteja vigiando todo o tempo, pois
ele submete sua vontade ao Espírito Santo todos os dias para
que o santifique.
Existem crentes que diante do pastor ou de sua autorida-
de espiritual ou de outros crentes são santinhos, mas quando
estão a sós ou com pessoas do mundo, eles não vivem em
santidade. É por isso que o Senhor Jesus disse que, quem
não tomar sua cruz a cada dia, não pode ser Seu discípulo. O
Senhor Jesus está buscando pessoas que amem a santidade
interior, para que se manifeste uma santidade exterior. Mais
adiante falaremos disso, quando tocarmos no tema do cará-
ter ou identidade dos cidadãos do Reino.
Também a cruz de cada um de nós é a vida que o Senhor
nos permitiu viver particularmente. O Espírito Santo usará a
Palavra de Deus, e as disciplinas espirituais (a leitura e estudo
da Palavra, a oração, a Mesa do Senhor, a comunhão uns com
os outros etc.) junto com as circunstâncias de sua vida para
formar a imagem de Jesus em você – Romanos 8:29. Muitos
não aceitam a cruz da sua própria vida, e os encontramos
reclamando da vida e das circunstâncias que os rodeiam. O
Senhor Jesus disse que os que não tomam sua cruz a cada dia
e O seguem, não podem ser Seus discípulos.
A cruz também nos fala de sofrimento. É possível que o
sofrimento nunca chegue a nossas vidas, mas devemos ter a
disposição espiritual, mental e física de sofrer, se for necessá-
rio, por causa do Senhor Jesus Cristo. Falaremos mais sobre
O que não leva a sua cruz a cada dia... 81

30
isso no tópico as bem-aventuranças ou as características da
identidade dos cidadãos do Reino.
Em Mateus 13:20-21, o Senhor Jesus disse:

20
O que foi semeado em solo rochoso, esse é o que ouve a
palavra e a recebe logo, com alegria; 21 mas não tem raiz em
si mesmo, sendo antes de pouca duração; em lhe chegando
a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se
escandaliza.
É possível que tenhamos que sofrer perseguição por cau-

sa do Senhor Jesus. Paulo disse em Romanos 8 que nada pode
nos separar do amor de Jesus Cristo se estamos dispostos a
resistir.
Romanos 8:35-39
35
Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação,
ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo,
ou espada? 36 Como está escrito: Por amor de ti, somos en-
tregues à morte o dia todo, fomos considerados como ove-
lhas para o matadouro. 37 Em todas estas coisas, porém, so-
mos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.
38
Porque eu estou bem certo de que nem morte, nem vida,
nem anjos, nem principados, nem coisas do presente, nem
do porvir, nem poderes, 39 nem altura, nem profundidade,
nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor
de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Paulo também nos conta de sua experiência ao sofrer por

Cristo em:


2 Coríntios 11:23-31
23
São ministros de Cristo? ( falo como fora de mim) eu ain-
da mais: em trabalhos, muito mais; muito mais em prisões;
em açoites, sem medida; em perigos de morte, muitas vezes.
24
Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites
menos um; 25 fui três vezes fustigado com varas; uma vez ape-
drejado, em naufrágio três vezes, uma noite e um dia passei
na voragem do mar; 26 em jornadas muitas vezes, em perigos
de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre patrícios,
em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no
deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos;
27
em trabalhos e fadigas, em vigílias muitas vezes; em fome
e sede, em jejuns muitas vezes; em frio e nudez. 28 Além das
coisas exteriores, há o que pesa sobre mim diariamente, a
preocupação com todas as igrejas. 29 Quem enfraquece, que
também eu não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu
não me inflame? 30 Se tenho de gloriar-me, gloriar-me-ei no
que diz respeito à minha fraqueza. 31 O Deus e Pai do Senhor
Jesus, que é eternamente bendito, sabe que não minto.
Tomar sua cruz e viver em santidade, aceitar a vontade

de Deus na sua vida, e estar disposto a sofrer, se for neces-
sário, por causa de Jesus Cristo, é algo que o discípulo tem
que fazer a cada dia. Você está disposto a tomar a sua cruz e
seguir o Senhor Jesus a cada dia? Lembre-se que o desejo do
Senhor Jesus não é eliminar-nos, senão mostrar-nos que Ele
tem um nível mais alto de entrega para aquele que quer ser
Seu discípulo.
O Senhor Jesus disse que, o que não toma a sua cruz e O
segue a cada dia, não pode ser Seu discípulo.
O que não leva a sua cruz a cada dia... 83

30


10
CAPÍTULO
Aquele que não

renuncia a tudo
quanto tem...
de Jesus
Lucas 14:28-33
28
Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se
assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem
os meios para a concluir? 29 Para não suceder que, tendo
lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que
a virem zombem dele, 30 dizendo: Este homem começou a
construir e não pôde acabar. 31 Ou, qual é o rei que, indo
para combater outro rei, não se assenta primeiro para cal-
cular se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem
contra ele com vinte mil? 32 Caso contrário, estando o outro
ainda longe, envia-lhe uma embaixada, pedindo condições
85

30
de paz. 33 Assim, pois, todo aquele que dentre vós não re-
nuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.
Muitos não pensam no quanto custa seguir a Jesus, e
quando o Senhor Jesus lhes pede daquilo que eles têm, des-
cobrem que é muito difícil dar-Lhe dos seus bens e também
de seus recursos (tempo, talento e habilidades).
O que o Senhor Jesus nos está pedindo é que demos tudo
o quanto temos a Ele, e logo Ele nos devolve, não para sermos
donos, mas mordomos ou administradores. Isso faz toda a dife-
rença, pois daqui em diante Ele é quem dirige nossas finanças.
O Senhor Jesus queria evitar esse problema que temos
hoje: Igrejas cheias de pessoas que não amam a Jesus, que
não matam o seu eu a cada dia, a carne, o mundo e o peca-
do, e que não colocam suas posses na obra do Senhor. Como
avançará o Evangelho com crentes assim? Por que o Senhor
quer que renunciemos a todas as nossas posses e que Ele seja
o dono e Senhor de tudo? Porque assim é a única maneira de
chegarmos a ser administradores, e não donos das coisas que
agora o Senhor vai nos confiar para o Reino de Deus.
Enquanto você for o dono das suas coisas, quando você
dizimar ou der alguma oferta, é como se você desse uma es-
mola ao Senhor, e você vai sentir como se tivesse feito uma
grande coisa. Sua atitude carnal se elevará porque você está
no controle. Por outro lado, quando você faz do Senhor o
dono de tudo quanto você tem, se Ele te pede que Lhe dê o dí-
zimo e alguma oferta, você o fará com alegria, e não na carne,
senão agora como um verdadeiro administrador das coisas
de Deus. Também você estará dependendo do Espírito Santo
para que te ensine a usar as suas posses restantes depois de
haver dado o dízimo e ofertas.


Hoje em dia, é preciso “implorar” a muitos crentes para
darem ou talvez motivá-los a fazer “negócios” com o Senhor:
“Se der tanto, o Senhor te dará tanto”. Ou talvez seja preciso
dizer que o Senhor vai abençoá-los, se derem. É bom lembrar-
mos que o Senhor já nos abençoou para que demos a Ele tudo
o que temos. Aos discípulos, não é necessário pedir-lhes, por-
que eles estão sempre buscando a oportunidade de investir
no Reino dos Céus. Os discípulos estão prontos para dar, pois
têm suas finanças em ordem, como bons administradores
das posses que o Senhor lhes confiou. Lembremos que, os
que não renunciam às suas posses, não podem ser discípulos
do Senhor Jesus. Quando virmos as sete leis de amor do Reino
na relação com o Pai, notaremos que cinco delas têm que ver
diretamente com o dinheiro.
Aquele que não renuncia a tudo quanto tem... 87

30


11
CAPÍTULO
Aquele que permane-

ce na Palavra de Jesus
para cumpri-La...
pode ser discípulo de
Jesus
Em João 8:31-32
31
Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido
nele: Se vós permanecerdes na minha palavra,
sois verdadeiramente meus discípulos; 32 e co-
nhecereis a verdade e a verdade vos libertará.
1 João 2:3-6
3
Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se guarda-
mos os seus mandamentos. 4 Aquele que diz: Eu o conheço,
e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não
está a verdade. 5 Aquele, entretanto, que guarda a sua pa-
lavra, nele verdadeiramente tem sido aperfeiçoado o amor
89

30
de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: 6 aquele que diz
que permanece nele, esse deve também andar assim como
ele andou.
A Grande Comissão não consiste em somente levar o

Evangelho, mas também em ensinar aos que creram e foram
batizados a guardar as coisas que o Senhor Jesus ordenou.
Muitos creram e foram batizados, mas não foram ensinados a
guardar as coisas que Jesus ordenou. Nós, os que vamos fazer
discípulos, devemos ter isso bem claro, pois esta é a parte
onde as pessoas receberão liberação. Jesus Cristo é a verdade,
e Sua palavra é verdade. Conheceremos a verdade e a verdade
nos libertará. O discípulo faz um compromisso de guardar
a Palavra do Senhor para assim ser livre. Será por isso que o
inimigo põe tantos obstáculos para que não guardemos a Pa-
lavra do Senhor Jesus? Aquele que não guarda a Sua Palavra
não pode ser Seu discípulo.
Devemos começar a ler e ouvir a Sua Palavra. Hoje em dia
não há desculpas para não ouvir ou ler a Bíblia: Tem livrarias
evangélicas por todo lugar; a Bíblia está em CD, MP3, no tele-
fone celular e na Internet, em qualquer lugar.
17
E, assim, a fé vem pela pregação e a pregação pela pala-
vra de Cristo.
Romanos 10:17
Conselhos práticos:
• É preciso tirar tempo, a cada dia, para que a Palavra
do Senhor fale conosco.


• É preciso obedecer ao que o Senhor nos diz através
da Palavra.
• É preciso ajudar outros a obedecerem a Palavra.
João 14:15; 21.

15
Se me amais, guardareis os meus mandamentos.
21
Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse
é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu
Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.
Mais adiante estaremos vendo dezenove mandamen-

tos básicos de amor que o Senhor Jesus ensina para termos
um excelente relacionamento com os outros, com nosso Pai
Celestial e com nós mesmos. O Senhor Jesus chama a estes
mandamentos de amor de “muito pequenos”. Quando come-
çarmos a ver estes mandamentos de amor, vamos notar que
a grande maioria de crentes não os estão obedecendo, pois
os vêem muito grandes ou difíceis para vivê-los. O verdadeiro
discípulo ama a Jesus e guarda Suas Palavras.
O Senhor Jesus disse, em Mateus 7:24-27, que Suas Pala-
vras são as que vão fazer com que nossas vidas permaneçam,
ainda que em meio às dificuldades.
Mateus 7:24-27
24
Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as
pratica será comparado a um homem prudente, que edifi-
cou a sua casa sobre a rocha; 25 e caiu a chuva, transborda-
ram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra
aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a
Aquele que permanece na Palavra de Jesus para cumpri-La... 91

30
rocha. 26 E todo aquele que ouve estas minhas palavras e
não as pratica será comparado a um homem insensato,
que edificou a sua casa sobre a areia; 27 e caiu a chuva,
transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com
ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a
sua ruína.
Será de grande bênção para você e para os outros, se você

memorizar os capítulos 5, 6 e 7 de Mateus. Na verdade, não
é tão difícil. Vejamos um plano para conseguir em menos de
um mês, e com um mínimo de esforço – se você precisar de
mais tempo, use-o, mas faça todo o possível para consegui-lo:
1. Dia 1. Mateus 5:1-5 Introdução e três bem-aventuranças

2. Dia 2. Mateus 5:6-8 Três bem-aventuranças
3. Dia 3. Mateus 5:9-12 Três bem-aventuranças
4. Dia 4. Mateus 5:13 O sal da terra
5. Dia 5. Mateus 5:14-16 A luz do mundo
6. Dia 6. Mateus 5:17-20 Jesus e a Lei
7. Dia 7. Mateus 5:21-26 Jesus e a ira
8. Dia 8. Mateus 5:27-30 Jesus e o adultério
9. Dia 9. Mateus 5:31-32 Jesus e o divórcio
10. Dia 10. Mateus 5:33-37 Jesus e os juramentos
11. Dia 11. Mateus 5:38-42 Como amar as pessoas más
12. Dia 12. Mateus 5:43-48 Como amar os inimigos
13. Dia 13. Mateus 6:1-4 O dar aos pobres
14. Dia 14. Mateus 6:5-13 Como orar
15. Dia 15. Mateus 6:13-15 Como orar-perdoar
16. Dia 16. Mateus 6:16-18 Como jejuar
17. Dia 17. Mateus 6:19-21 Tesouros no céu


18. Dia 18. Mateus 6:22-23 O olho, a lâmpada do corpo
19. Dia 19. Mateus 6:24 Deus e as riquezas
20. Dia 20. Mateus 6:25-34 A preocupação e a ansiedade
21. Dia 21. Mateus 7:1-5 Julgar os outros
22. Dia 22. Mateus 7:6 Como administrar – sentido geral
23. Dia 23. Mateus 7:7-11 Pedindo, buscando e batendo
(na porta)
24. Dia 24. Mateus 7:12 A regra de ouro
25. Dia 25. Mateus 7:13-14 A porta estreita
26. Dia 26. Mateus 7:15-20 Por seus frutos os conhecereis
27. Dia 27. Mateus 7:21-23 Nunca os conheci
28. Dia 28. Mateus 7:24-29 Os dois fundamentos
Se você olhar com atenção, notará que, por não estudar

e pôr em prática essas leis de amor do Reino, as pessoas co-
meçam desde cedo a edificar suas vidas no fundamento equi-
vocado. Quando mais adiante chegam os problemas da vida,
estes destroem o que se havia edificado. Quase todo ministé-
rio, hoje em dia, está tentando recolher os pedaços das vidas
destruídas. É certo que isso é parte do que fazemos como fi-
lhos de Deus, mas devemos nos lembrar que o Senhor Jesus
quer que nossas casas estejam fundadas sobre a rocha, ou
seja, Suas Palavras, para que quando vierem os problemas,
nossas vidas não sejam destruídas.
Os que guardam as Palavras do Senhor serão verdadeiros
discípulos.
Aquele que permanece na Palavra de Jesus para cumpri-La... 93

30


12
CAPÍTULO
O que põe a mão no

arado e olha para
trás...
de Jesus
Lucas 9:57-62
57
Indo eles caminho fora, alguém lhe disse: Seguir-te-ei para
onde quer que fores. 58 Mas Jesus lhe respondeu: As raposas
têm seus covis e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do ho-
mem não tem onde reclinar a cabeça. 59 A outro disse Jesus:
Segue-me. Ele, porém, respondeu: Permite-me ir primeiro
sepultar meu pai. 60 Mas Jesus insistiu: Deixa aos mortos o
sepultar os seus próprios mortos. Tu, porém, vai, e prega o
reino de Deus. 61 Outro lhe disse: Seguir-te-ei, Senhor; mas
deixa-me primeiro despedir-me dos de casa. 62 Mas Jesus
lhe replicou: Ninguém que, tendo posto a mão no arado,
olha para trás, é apto para o reino de Deus.
95

30
Quando o Senhor Jesus falou sobre um arado, toda pes-
soa que o escutava sabia do que Ele estava falando. Hoje em
dia, muitos dos que vivem nas cidades desconhecem o que
é um arado. O arado é um instrumento para cortar a terra
e prepará-la para o plantio. O arado é puxado por animais,
como cavalos, bois etc., e a pessoa que ara deve estar sempre
olhando para frente, senão sai da linha e estraga o trabalho.
Muitas vezes, para manter o olhar fixo para frente, olha em
direção a uma árvore, ou uma pedra que está do outro lado
do campo, para assim manter o olhar reto. Outra razão pela
qual se deve olhar para frente é para ver como a lâmina do
arado está cortando – a profundidade que está cortando, se
é pouca ou muita profundidade, se está machucando os ani-
mais, porque ficam cansados.
É lamentável ver como muitos começam a seguir a Jesus
e O seguem por um tempo, mas logo abandonam o caminho.
O senhor Jesus disse: “[...] aquele, porém, que perseverar até ao
fim, esse será salvo” – Mateus 10:22, Mateus 24:13 e Marcos
13:13. Se alguém olha para trás, não está apto para o Reino
de Deus. Falando espiritualmente, o Senhor nos tirou deste
mundo e nos colocou no Reino de Deus. Que coisa valiosa
ficou para trás? Tudo o que é valioso está agora na frente. O
discípulo tem um propósito novo e um novo porvir. O passa-
do deve ficar para trás, e devemos começar a ver o novo que
temos no Reino de Deus. Os que olham para trás começam
a arar saindo da linha, e não se pode plantar em um campo
mal arado. Agora, pois, muitos voltam atrás porque não ti-
veram alguém que os tomasse pela mão e lhes ensinasse a
serem discípulos de Jesus Cristo. Muitos voltam atrás porque
estão caminhando a sós e não têm companheiro que os aju-


dem quando eles caem pelo caminho, e também no processo
como discípulos. O que faz discípulos nunca está só e nem o
que está sendo discipulado está só.
Talvez você esteja lendo este livro sobre discipulado, mas
nunca tenha sido discipulado da maneira como o Senhor Je-
sus Cristo ordenou. Em outras palavras, ninguém, desde que
você aceitou o Senhor Jesus, nunca te tomou pelas mãos e te
disse: “Eu vou te ensinar as leis de amor do Reino de Deus, até
que você as esteja vivendo, e depois você vai ensiná-las a ou-
tros, da mesma maneira”. Se esse é o seu caso, não desanime,
pelo contrário, porque agora você vai romper esse ciclo em
sua vida, e você começará a fazer discípulos da maneira que
o Senhor Jesus ordenou na Grande Comissão.
Muitos voltam atrás nos momentos das provas da vida,
ou do ataque do maligno por meio das tentações etc., mas
o discípulo decide seguir a Jesus Cristo e não olha para trás.
Você não voltará atrás, senão que ajudará a muitos a não vol-
tarem atrás.
Neste momento, declare com a sua boca que você colo-
cou as mãos no arado e que não vai olhar para trás, senão que
olhará para Jesus, Ele, autor e consumador da nossa fé.
O que põe a mão no arado e olha para trás... 97

30


13
CAPÍTULO
Os discípulos de
Jesus dão muito
fruto e assim é
glorificado o Pai
João 15:1-8
1
Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. 2Todo
ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e
todo o que dá fruto, limpa, para que produza mais fruto
ainda. 3 Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho
falado; 4 permanecei em mim, e eu permanecerei em vós.
Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não
permanecer na videira; assim nem vós o podeis dar, se não
permanecerdes em mim. 5 Eu sou a videira, vós os ramos.
Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto;
porque sem mim nada podeis fazer. 6 Se alguém não perma-
necer em mim, será lançado fora à semelhança do ramo,
e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam. 7 Se
permanecerdes em mim e as minhas palavras permanece-
99

30
rem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito. 8 Nisto
é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos
tornareis meus discípulos.
Qual é o fruto que o Senhor está esperando de Seus discí-

pulos com o qual o Pai será glorificado? O Senhor espera que
se produza o fruto do Espírito Santo nos discípulos, tal como
o encontramos em Gálatas 5:22-23:
22
Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimi-
dade, benignidade, bondade, fidelidade, 23 mansidão, do-
mínio próprio. Contra estas coisas não há lei.
Esse fruto é a imagem de Jesus formada em nós pelo Es-

pírito Santo. É por isso que traz glória ao Pai. O propósito de
formar discípulos é ajudá-los a que se submetam ao Espíri-
to Santo, através da Palavra, para que, nas circunstâncias da
vida, eles possam ser transformados à imagem de Jesus.
Romanos 8:29
29 “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os
predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho,
a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. ”
COMO SE CONHECE QUE SOMOS

DISCÍPULOS DE JESUS?
João 13:35
35 Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se ti-
verdes amor uns aos outros.


O amor conquista tudo. O amor é o que vai permanecer
para sempre. O ser discípulo nos dá a oportunidade de apren-
der a amar nossos semelhantes com o amor de Deus. Lem-
bremos que o Reino de Deus é um Reino de relacionamen-
tos: relações humanas, relação com Deus, nosso Pai, relação
com nós mesmos. O propósito do inimigo de nossas almas é
o de romper e acabar com esses relacionamentos ainda na
infância. O desejo de Deus é que tenhamos paz nas relações
humanas, paz com o Pai, e paz com nós mesmos. A grande
maioria de nós vivenciou o término das relações humanas
entre: casais, pais, filhos, familiares, amigos, vizinhos, compa-
nheiros de trabalho ou de escola etc. Todos nós experimen-
tamos a quebra do relacionamento com Deus Pai. E muitas
vezes defraudamos a nós mesmos. O propósito do Reino de
Deus é restabelecer essas relações quebradas e ajudar-nos a
manter as que temos e a formar novos relacionamentos de
uma maneira saudável.
O homem está desenhado para ser amado e amar. Deus
já demonstrou o Seu amor por nós através do sacrifício de Je-
sus na cruz, o qual foi ressuscitado no terceiro dia e nos abriu
a entrada para o Reino de Deus. O amor permanece sempre.
O Apóstolo Paulo nos mostra, em 1 Coríntios 13, o que é
o amor e o que não é o amor:
1
Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se
não tiver amor, serei como o bronze que soa, ou como o cím-
balo que retine. 2 Ainda que eu tenha o dom de profetizar
e conheça todos os mistérios e toda a ciência, ainda que
eu tenha tamanha fé ao ponto de transportar montes, se
Os discípulos de Jesus dão muito fruto e assim é gloriﬁcado o Pai 101

30
não tiver amor, nada serei. 3 E ainda que eu distribua to-
dos os meus bens entre os pobres, e ainda que entregue o
meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor,
nada disso me aproveitará. 4 O amor é paciente, é benigno,
o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensober-
bece, 5 não se conduz inconvenientemente, não procura os
seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal 6
não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a ver-
dade; 7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8 O
amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparece-
rão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará; 9
porque em parte conhecemos, e em parte profetizamos. 10
Quando, porém, vier o que é perfeito, então o que é em parte
será aniquilado. 11 Quando eu era menino, falava como me-
nino, sentia como menino, pensava como menino; quando
cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de meni-
no. 12 Porque agora vemos como em espelho obscuramente,
então veremos face a face; agora conheço em parte, então
conhecerei como também sou conhecido. 13 Agora, pois, per-
manecem a fé, a esperança e o amor, estes três: porém o
maior destes é o amor.
Mais adiante, quando vermos as dezenove leis de amor

do Reino dos Céus, notaremos como é que o amor é a moti-
vação principal para manter as relações humanas, a relação
com o Pai e a relação com nós mesmos. O Senhor disse que o
mandamento principal é amar a Deus sobre todas as coisas e
o segundo é amar ao próximo como a nós mesmos – Marcos
12:28-33. Nestes versículos encontramos o resumo do Sermão
do Monte de Mateus 5, 6 e 7, pois aí nos fala exatamente de


amar a Deus, amar ao próximo e amar a nós mesmos. Se não
se ama a Deus, não se pode amar o próximo. Se não se ama a
si mesmo, não se pode amar o próximo, pois a medida para
amar o próximo é amar a si mesmo. Quanto mais recebemos
do amor de Deus, mais nós vamos amar a nós mesmos e amar
mais o nosso próximo.
Os discípulos de Jesus dão muito fruto e assim é gloriﬁcado o Pai 103

30


14
CAPÍTULO
Como se desenvolve
um discípulo
O discipulado não é um método, nem um

programa, senão o resultado natural de seguir
a Jesus como Senhor e Salvador em uma rela-
ção pessoal com Ele. Nós, como seguidores e
discípulos de Jesus, vamos ensinar a outros a
seguirem Jesus para que sejam Seus discípu-
los também. O que estamos procurando não é
“imitar” a Jesus, mas que o Espírito Santo for-
me a imagem de Jesus em nós, agora que somos
novas criaturas e temos Sua vida em nós. No
discipulado, não se trata de exercer controle e
nem poder sobre a outra pessoa. Não se trata de
impor disciplinas nem formas sobre as pessoas.
O discipulado seria como uma boa relação entre pais e
filhos, em que os filhos são cuidados, ajudados, guiados, cor-
rigidos e disciplinados com amor e carinho, e entendem o
105

30
papel dos pais, e se submetem voluntariamente ao trabalho
de amor destes, com a intenção de que eles também possam
chegar a ser pais. O resultado é uma “família” espiritual, onde
o crescimento é contínuo. Isso é difícil de conseguir, se não
colocamos como nossa meta.
1. Esse tipo de discipulado requer tempo, entrega, dedi-

cação, compromisso etc. de AMBAS AS PARTES – de
quem está discipulando e de quem está sendo disci-
pulado. Se isso não acontece, não haverá progresso
nem avanço na relação pessoal com o Senhor Jesus. O
seguinte é a entrega do discípulo1: Confiar e crer em
Jesus como Senhor e Salvador.
2. Desejo de ser um aprendiz de Jesus – Seu discípulo.
3. Obediência a Jesus, mesmo quando não entendemos

e não gostamos.
4. Essa obediência nos guia e logo sai da completa trans-

formação interior do coração e da alma, formando
assim o fruto do Espírito.
5. Há poder para fazer as obras do Reino.
Vejamos mais detalhadamente:

1. Confiança e dependência em Jesus como “O Filho de
Deus” aquele designado para salvar-nos. Passagens re-
1 Cinco dimensões ou etapas na Vida Eterna: Tirado do livro: A conspiração divina

“The Divine Conspiracy”, de Dallas Willard, página 367.


levantes das escrituras são: João 3:15, Romanos 10:9-
10 e 1 Coríntios 12:3. Essa confiança é uma realidade,
e é, em si mesma, a verdadeira manifestação da “vida
de cima”, não de capacidades humanas normais. É
como Hebreus 11:1 diz: “a convicção de fatos que não
se vêem”. Qualquer que, verdadeiramente, tem essa
confiança pode estar completamente seguro de que
está “incluído”.
2. Mas essa confiança na pessoa de Jesus, naturalmente,

levará a um desejo de ser Seu aprendiz de como viver
no Reino de Deus. Somente um processo histórico que
envolve muitas confusões e falsas motivações pode
levar-nos à nossa situação atual, na qual se pensa que
a fé em Jesus não tem conexão natural com o discipu-
lado para com Ele. Nossa aprendizagem em direção a
Ele significa que vivemos dentro da Sua Palavra, isto
é, em pôr Seus ensinos em prática ( João 8:31). E isso
progressivamente integra nossa existência completa
dentro do glorioso mundo da vida eterna. Chegamos
a ser “verdadeiramente livres” ( João 8:32).
3. A abundância de vida entendida através de aprender

de Jesus, “continuando em Sua Palavra”, naturalmen-
te leva à obediência. Os ensinamentos que temos
recebido e nossa própria experiência ao vivermos es-
ses ensinamentos nos levam a amar a Jesus e ao Pai
com todo o nosso ser: coração, alma, mente e força
corporal. Assim que amamos obedecer-Lhe, mesmo
quando não entendemos ou não “gostamos” do que se
Como se desenvolve um discípulo 107

30
quer de nós. “Se me amais”, disse Jesus, “guardareis os
meus mandamentos” ( João 14:15). E “Aquele que tem
os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me
ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e
eu também o amarei e me manifestarei a ele” (versícu-
lo 21). O amor de Jesus nos sustenta através do curso
de disciplina e treinamento que faz com que a obedi-
ência seja possível. Sem esse amor, nós não ficaremos
para aprender.
4. A obediência, com a vida de disciplina que requer, nos

guia e logo sai da completa transformação interior do
coração e da alma. A condição residente no discípulo
vem a ser uma vida de “amor, alegria, paz, longanimi-
dade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e
domínio próprio” (Gálatas 5:22-23 – compare com 2
Pedro 1:2-11). E o amor é genuíno desde o mais pro-
fundo do nosso ser. Estes são chamados “o fruto do
Espírito”, porque seus efeitos não são diretos de nosso
esforço, mas são produzidos em nós enquanto admi-
ramos e emulamos a Jesus e fazemos o que é necessá-
rio para aprender como obedecê-lO.
5. Finalmente, há poder para fazer as obras do Reino.

Uma das declarações mais impressionantes que Jesus
fez, foi que “aquele que crê em mim fará também as
obras que eu faço e outras maiores fará” ( João 14:12).
Talvez nos sintamos perplexos e incompetentes fren-
te a essa declaração. Mas recordemos que o mundo
em que vivemos necessita, desesperadamente, que


essas classes de obras sejam feitas. Essas obras não
serão feitas com exibição ou para impressionarmos
a nós mesmos ou a outros. Mas, francamente, mes-
mo uma “obra” de pequeno tamanho é mais do que a
maioria da vida de uma pessoa poderia resistir. Uma
boa resposta pública à nossa oração poderia ser o
suficiente para encerrarmos em semanas de superio-
ridade espiritual. Uma quantidade grande de poder
requer um grande caráter para ser uma bênção e não
uma maldição, e esse caráter é algo em que temos de
seguir trabalhando. Ainda assim, é a intenção de Deus
de que em Seu Reino tenhamos tanto poder como o
que possamos usar para o bem. Em verdade, o Seu
objetivo é desenvolver o caráter humano para termos
poder para fazer o que quisermos. E quando já esti-
vermos desenvolvidos completamente nos ensina-
mentos de Jesus e tivermos “a mente de Cristo”, isso
é o que acontecerá – para grande alegria e alívio de
Deus, sem dúvida.
Como se desenvolve um discípulo 109

30


15
CAPÍTULO
Fazer discípulos
O principal objetivo da
Grande Comissão
Se queremos conseguir algo em qualquer as-
pecto da vida, temos que determinar três coisas:
1. O objetivo ou meta;
2. O plano ou estratégia para seguir em frente; e
3. Os meios ou recursos para conseguir.
O desejo de Deus é salvar a humanidade, e Ele já mandou

a Jesus Cristo como mediador para que isso aconteça.
1 Timóteo 2:3-6
3
Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, 4 o
qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem
ao pleno conhecimento da verdade. 5 Porquanto há um só
Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Je-
sus, homem, 6 o qual a si mesmo se deu em resgate por to-
dos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos.
111

30
Quando o Senhor Jesus completou a obra de redenção
para a humanidade:
1. Nos deu a Grande Comissão de ir e fazer discípulos,

ensinando-lhes a guardar os dois principais manda-
mentos como objetivo ou meta.
2. O plano ou estratégia para levar a Grande Comissão

nos será dado pelo Espírito Santo, conforme as nossas
circunstâncias ou o momento em que vivemos. Por
exemplo, não se usa em um lugar onde há persegui-
ção a mesma estratégia para fazer discípulos que se
usa em um lugar onde há liberdade.
3. Deu-nos os meios e recursos para conseguir, os quais

vêm de Deus, através dos dons do Espírito – Efésios
4:11-12, 1 Coríntios 12 e Romanos 12:6-8 –, e por meio
dos discípulos que:
1. Deram o primeiro lugar ao amor para com o Se-

nhor Jesus.
2. Tomaram a sua cruz a cada dia e seguiram a Jesus.
3. Deram a Jesus tudo o que possuíam.
4. Amaram a Sua Palavra e A obedeceram – Lucas
14:26-33 e João 8:31, 32.
5. Puseram a mão no arado e não olharam para trás
– Lucas 9:62.
Quando temos a Grande Comissão de fazer discípulos

como objetivo claro, TUDO o que fazemos tem que se con-


centrar em conseguir isto. O problema é que a Grande Comis-
são não tem sido um objetivo claro, e começamos a colocar o
nosso foco em outros objetivos ou metas. O inimigo das nos-
sas almas se encanta com isso e, de fato, nos engana de uma
maneira muito sutil ao fazer com que percamos o objetivo da
Grande Comissão e ponhamos nossas energias e recursos em
coisas que parecem espirituais e boas. Quantos programas
não existem hoje em dia nas igrejas que estão tirando nossa
energia, nossos recursos e nosso tempo etc. e não nos deixam
tempo nem recursos para o principal que é fazer discípulos?
Os apóstolos, missionários, profetas, pastores, evangelis-
tas e mestres de hoje em dia devem ter bem claro o objetivo
da Grande Comissão, e com a ajuda do Espírito Santo, devem
desenvolver as estratégias necessárias para que dentro das
congregações locais se consiga a Grande Comissão.
DIFICULDADES PARA ALCANÇAR A

GRANDE COMISSÃO:
Não existe uma visão clara da Grande Comissão. Muitos

crentes, hoje em dia, estão contentes com simplesmente se-
rem salvos e confiam que irão para o Céu. Pergunte-se: É mi-
nha prioridade ser discípulo de Jesus Cristo e discipular a ou-
tros, ensinando-lhes a guardar o que o Senhor Jesus ordenou?
Muitos cristãos o são somente de nome, e por isso não se
entregam ao discipulado.
Os crentes novos não sabem o que fazer, pois quase nin-
guém quer ocupar-se de crentes novos. Os crentes mais anti-
gos não sabem o que fazer, pois não lhes ensinaram a serem
Fazer discípulos 113

30
discípulos de acordo com o modelo do Senhor Jesus. E este
ciclo segue perpetuando-se.
Nós queremos romper esse ciclo e cumprir o desejo de
Deus, que é fazer discípulos.


16
CAPÍTULO
Os discípulos e o
Reino de Deus
O mandato do Senhor para que fizéssemos discí-

pulos – ensinando-lhes a guardarem todas as
coisas que o Senhor Jesus Cristo ordenou – é
com o propósito de que os discípulos cheguem
a atuar como cidadãos do Reino de Deus e que
aprendam a praticar as leis do amor do Reino de
Deus. Os discípulos são os únicos que podem
aprender a viver no Reino de Deus.
Marcos 1:15 nos diz que o Reino de Deus está próximo, e

para poder entrar nele tem que arrepender-se e crer no Evan-
gelho. Romanos 10:8-13 nos fala em crer com o coração que
Deus ressuscitou Jesus de entre os mortos e confessar com a
boca que Jesus é o Senhor de nossa vida. Se você não se ar-
rependeu e não creu no Evangelho, você pode ser um amigo
do Evangelho ou até crer ser um “cristão”, mas sem arrepen-
115

30
dimento e sem crer e confessar com a sua boca que Jesus é
seu Senhor, não pode nascer de novo e entrar no Reino os
Céus – João 3:1-8.
No natural, um reino tem quatro elementos principais:
um rei, um território, cidadãos e também leis. Se há um Reino
de Deus, deve ter um território, o qual é o mundo inteiro. Se
há um Reino de Deus, deve haver cidadãos, os quais sãos os
discípulos, e se há um Reino de Deus, deve haver leis de amor
nesse Reino de amor. Mateus 5, 6 e 7 nos mostra a Consti-
tuição ou as leis de amor do Reino de Deus ou do Reino dos
Céus.
Mateus 5:1-2 nos diz:

1
Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se as-
sentasse, aproximaram-se os seus discípulos; 2 e ele passou
a ensiná-los, dizendo: [...].
Quase todos já vimos os filmes cristãos, onde o Senhor

Jesus está ensinando o “sermão do monte” à multidão, estan-
do Ele em cima do monte e a multidão escutando na saia do
monte. Note com atenção o que dizem os versículos 1 e 2
uma vez mais. Dizem que o Senhor, vendo a multidão, subiu
ao monte e, assentando-se, chamou os discípulos e começou
a ensinar-lhes. Ele não estava falando à multidão, porque os
da multidão não podem participar do Reino. Ele estava falan-
do aos discípulos, e se a multidão escutou o que Ele estava
dizendo, foi como um efeito secundário, e não o principal. O
subir ao monte nos fala de um estado espiritual mais alto, ou
seja, uma relação mais íntima com o Senhor e um compro-
misso maior. O Senhor está interessado nas multidões, mas


muito mais nos discípulos, pois estes são os que vão viver no
Reino de Deus e depois alcançarão as multidões.
Em Lucas 14:25-33 diz que “grandes multidões iam com
Ele”, mas voltou-Se e lhes disse três coisas pelas quais não
se pode ser discípulo do Senhor. Já vimos isto anteriormente
com um pouco mais de detalhes. O Senhor Jesus estava redu-
zindo a multidão a discípulos. É lamentável que nos nossos
dias haja muitos líderes espirituais que estão mais interessa-
dos nas multidões do que em fazer discípulos, e é por isso que
no cristianismo atual temos um testemunho tão fraco diante
do mundo físico e espiritual.
Aqui o Senhor vai dizer aos discípulos como são os ci-
dadãos do Reino. Eles têm onze características que vão
produzir glória ao Pai. Estas características são A IDEN-
TIDADE DOS FILHOS DO REINO. O Senhor Jesus nos dá
esta identidade, para que saibamos quem somos e atuemos
conforme o que somos. A estas características chamamos
bem-aventuranças ou felicidade ao extremo. Todos andam
buscando a felicidade, mas esta só vem como resultado de ser
um cidadão do Reino dos Céus, que traz glória a Deus com
sua vida. Esta é a “Carteirinha de Identificação” dos cidadãos
do Reino de Deus. Os cidadãos do Reino não andam buscan- 79
do a felicidade; eles são felizes em todas as circunstâncias. E
tem mais, os cidadãos do Reino dos Céus não estão reagindo
às boas ou as más ações das outras pessoas, mas eles, com
suas boas ações, é que devem provocar boas reações nas ou-
tras pessoas. Devemos nos lembrar que para ter estas carac-
terísticas temos que manter uma relação muito íntima com
o Espírito Santo e uma dependência total dEle, pois de outra
maneira é impossível viver no Reino dos Céus.
Os discípulos e o Reino de Deus 117

30
Vejamos estas onze características ou identidade dos ci-
dadãos do Reino de Deus em Mateus 5:3-16:
1. Bem-aventurados os pobres de espírito, porque de-

les é o Reino dos céus. Esta identidade nos fala de hu-
mildade e do reconhecimento de que não somos nada
sem Deus. Reconhecer que somos pobres de espírito
também vai nos ajudar a perceber que somos iguais
a todos os demais seres humanos e que não somos
melhores nem piores do que eles. Isto vai nos ajudar
muito nas relações humanas, em nossa relação com
o Pai e em nossa relação com nós mesmos. O discí-
pulo que reconhece que é pobre de espírito depende
totalmente do Espírito Santo para viver no Reino de
Deus. A raiz de todo pecado é o orgulho. O orgulho foi
o pecado de Satanás, quando disse:
13
[...] Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exal-
tarei o meu trono, e no monte da congregação me assen-
tarei, nas extremidades do Norte; 14 subirei acima das
mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.
Isaías 14:13-14
O orgulho é o mesmo que Satanás põe no coração dos

homens para que sejam independentes e se afastem
de Deus, dizendo que não necessitam dEle. O orgulho
é o que faz com que o homem se sinta superior a ou-
tro homem, quando, na realidade, somos todos iguais
perante os olhos do Pai.


Como se reconhece o orgulho? Note que o orgulhoso
sempre fala de si mesmo e de suas conquistas. Alguém
disse que na gramática natural do idioma português os
pronomes pessoais são: EU, TU e ELE, mas que no Rei-
no de Deus são: Ele (Deus Pai), Tu (o meu próximo) e Eu.
Quando o Senhor Jesus entrou em Jerusalém, o que

conhecemos como a entrada triunfal, Ele não fez o
que era de costume na época – Mateus 21:1-12. Era
costume, na antiguidade, que os reis entrassem em
um grande cavalo branco, quando conquistavam al-
guma cidade ou território, mas o Senhor veio humil-
de, montado sobre um jumento. Por que veio assim?
Porque veio para estabelecer o Reino de Deus nos
corações, e não como um reino terreno. No Reino de
Deus, esta primeira identidade dos cidadãos do Reino
dos Céus acaba com o orgulho. O orgulhoso não cabe
no Reino de Deus.
Um dia, que não está longe, o Senhor Jesus virá como

o Rei dos reis e Senhor dos senhores, sobre um cavalo
branco, e estabelecerá Seu Reino de paz por mil anos
– Apocalipse 19:11-16.
Enquanto Ele não vem, nós somos Seus representan-

tes. Se o Rei é humilde, como devem ser os embaixa-
dores que o representam?
2. Bem-aventurados os que choram, porque serão

consolados. Esta identidade do cidadão do Reino de

30
Deus nos fala de sofrimento com propósito. Chegará
um momento na vida do discípulo quando ele ou ela
verá as coisas como Deus as vê, e então chorará pelos
perdidos e pelos necessitados; chorará pelas injusti-
ças, e pela falta de amor e perdão que há ao seu redor,
mas não será um choro em vão, senão que um dia re-
ceberemos a consolação do Pai.
E lhes enxugará dos olhos toda lágrima [...].

Apocalipse 21:4
3. Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a

terra. Esta identidade dos cidadãos do Reino de Deus
nos fala de pessoas que são dóceis, obedientes, sub-
missas, domésticas, manejáveis, disciplinadas e de-
pendentes. Estas não são tolas, mas mansas. O man-
so não anda buscando nem promovendo brigas ou
confusão, pelo contrário, as evita. Na restauração de
todas as coisas, a promessa desta bem-aventurança é
que eles receberão a terra por herança, pois eles sim
são capazes de governar com mansidão. O discípulo
manso aprende a governar sua vida e a sua casa, e um
dia governará a terra ao lado do Rei Jesus.
4. Bem-aventurados os que têm sede e fome de justiça,

porque serão fartos. Esta identidade dos cidadãos do
Reino de Deus nos fala de pessoas que querem ver a
justiça de Deus em ação em suas vidas para chegarem
a ser justos, e vão conseguir. No capítulo 6 de Mateus,
quando falarmos das leis de amor do Reino que go-


vernam nossa relação com o Pai, veremos com mais
detalhes como se consegue alcançar a justiça social.
5. Bem-aventurados os misericordiosos, porque al-

cançarão misericórdia. Esta identidade dos cida-
dãos do Reino de Deus nos fala de pessoas que tra-
tam aos outros com compaixão, piedade e ternura.
Misericórdia é não pagar à outra pessoa que fez mal
conforme ela merece, mas com o amor de Deus. A mi-
sericórdia triunfa sobre o juízo. A misericórdia é a que
apazigua a vingança. A misericórdia é a que olha com
bons olhos e busca como ajudar aos necessitados.
6. Bem-aventurados os limpos de coração, porque ve-

rão a Deus. Esta identidade dos cidadãos do Reino de
Deus nos apresenta a solução para todo problema in-
terno do ser humano, pois do coração humano saem
todos os pecados.
Marcos 7:20-23 (Mateus 15:18-20)

“20 E dizia: O que sai do homem, isso é o que o contami-
na. 21 Porque de dentro, do coração dos homens, é que
procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos,
os homicídios, os adultérios, 22 a avareza, as malícias, o
dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a lou-
cura; 23 ora, todos estes males vêm de dentro e contami-
nam o homem.”
É daí a importância de ter um coração limpo, pois os

limpos de coração verão a Deus obrando com poder

30
em suas vidas e também face a face na eternidade.
Do coração limpo emana a verdadeira santidade in-
terior, que flui até o exterior. As leis de amor do Rei-
no de Deus não são simples leis exteriores, são leis
que estão no interior, no coração; isso ainda veremos
com mais detalhes. É por isso que quem não tem um
coração limpo não pode cumprir as leis de amor do
Reino de Deus. Essa limpeza somente a encontramos
no Sangue de Jesus Cristo, sendo aplicada constan-
temente pelo Espírito Santo aos cidadãos do Reino.
Recordemos que uma das características principais
do Novo Pacto é que o Senhor porá Suas leis em nos-
sas mentes e as escreverá no coração – Hebreus 8:10.
Quando falarmos sobre a Mesa do Senhor, trataremos
deste tema com mais profundidade.
7. Bem-aventurados os pacificadores, porque serão

chamados filhos de Deus. Esta identidade dos cida-
dãos do Reino de Deus tem a ver com algo tão im-
portante, que os que a têm serão chamados filhos
de Deus. A mensagem do Natal é: “Glória a Deus nas
maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a
quem ele quer bem” – Lucas 2:14. Quando o Senhor
Jesus enviou os Seus discípulos para pregar o Reino
de Deus lhes disse que a primeira coisa que tinham
que dizer, quando chegassem em uma casa, era um
cumprimento de paz – Mateus 10:11-13. Por quê? Por-
que na maioria dos lugares não há paz, senão brigas,
confusão, discussões etc. Os pacificadores são os pro-
motores da paz, tratando de eliminar as brigas e as


discussões que o diabo tem plantado há muito tem-
po nas relações pessoais. A vida se torna muito dura
e amarga quando não há paz nas relações humanas.
É o Deus da paz que, em breve, vai esmagar Satanás
debaixo de nossos pés – Romanos 16:20. O fruto do
Espírito Santo é a paz – Gálatas 5:22. A paz mental é
fundamental para os cidadãos do Reino, pois muitas
das brigas e batalhas se passam na mente. A Palavra
do Senhor nos diz que:
6
Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém,
sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições,
pela oração e pela súplica, com ações de graça. 7 E a
paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará
os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus. 8
Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que
é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo
o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma
virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocu-
pe o vosso pensamento. 9 O que também aprendestes, e
recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o
Deus da paz será convosco.
Filipenses 4:6-9
Em Isaías 26:3 o Senhor nos disse que:

Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo
propósito é firme; porque ele confia em ti.
Veremos este assunto da paz com mais detalhes quan-

do falarmos da mente, na seção A Mesa do Senhor.

30
8. Bem-aventurados os perseguidos por causa da jus-
tiça, porque deles é o Reino dos Céus. Esta identida-
de dos cidadãos do Reino de Deus nos fala da capaci-
dade de resistir, de aguentar, que possuem os filhos
do Reino. Mesmo que você seja justo, nem todos vão
aceitar esse tipo de vida, mas haverá perseguição por
esta causa. E isso traz felicidade? Somente os que têm
a mente do Reino dos Céus entendem isso. Quando
sofremos por Cristo, não devemos perguntar-nos “por
quê”, senão “para quê”. O cidadão do Reino não é al-
guém que sofre por gosto o prazer. De fato, nenhuma
pessoa normal gosta de sofrer. O que devemos ter é
uma atitude ou mentalidade de que, se for necessário,
sofreremos por causa de Jesus Cristo, e o faremos não
com queixas, mas sabendo que isso traz uma felicida-
de eterna que começa aqui na terra. O apóstolo Pedro
fala claro disto na sua primeira epístola:
15
Não sofra, porém, nenhum de vós como assassino, ou
ladrão, ou malfeitor, ou como quem se intromete em ne-
gócio de outrem; 16 mas, se sofrer como cristão, não se en-
vergonhe disso, antes glorifique a Deus com esse nome.
1 Pedro 4:15-16
9. Bem-aventurados sois quando, por minha causa,

vos injuriares, e vos perseguirem, e, mentindo, dis-
serem todo o mal contra vós. Hoje em dia, fala-se
muito mal de alguns que se chamam filhos de Deus,
mas é verdade o que se diz, e não se está mentindo,
quando se diz mal deles. Eles não trazem glória ao Pai,


senão vergonha à causa de Cristo. Estejamos certos
de que quando falem mal de nós, o façam mentindo.
Um exemplo bem claro de como os primeiros discí-
pulos praticaram isto se encontra em Atos 5:41 onde
diz: “[..] e eles se retiraram do Sinédrio, regozijando-
-se por terem sido considerados dignos de sofrer
afrontas por esse Nome”. Hoje em dia, há uma gran-
de perseguição, em nível mundial, sobre os cristãos.
Em alguns países existem muitos mártires porque os
discípulos decidiram seguir a Jesus e deixaram a sua
religião antiga. É possível que você esteja passando
por essa perseguição. Não desanime, senão que se
anime com as Palavras do nosso Senhor Jesus, pois
você é bem-aventurado, você é feliz. O Senhor Jesus
disse: Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vos-
so galardão nos céus; pois assim perseguiram aos
profetas que vieram antes de vós.
SAL E LUZ DA TERRA.

13
Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido,
como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão
para, lançado fora, ser pisado pelos homens. 14 Vós sois a luz
do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre
um monte; 15 nem se acende uma candeia para colocá-la
debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos que
se encontram na casa. 16 Assim brilhe também a vossa luz
diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e
glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.
Mateus 5:13-16

30
Esta identidade dos cidadãos do Reino nos fala que nós
somos como o sal da terra, servimos para dar sabor e para pre-
servar, e como luz do mundo que somos, dar luz em meio à
escuridão. O Senhor nos chama para fazer a nossa função. Não
é que chegaremos a ser sal e luz, senão que já somos, agora
que estamos no Reino de Deus. O propósito de Deus para
nossas vidas é que as demais pessoas vejam nossas boas obras
e glorifiquem ao Pai que está nos céus. Seremos um reflexo do
Pai, e outros verão como é o Pai ao ver nossas boas atitudes.
O inimigo das nossas almas fica muito feliz quando os
cristãos ficam dentro das quatro paredes dos templos e não
dão testemunho com as suas obras fora, diante dos homens. O
discípulo é chamado para ser sal e luz do mundo em todo mo-
mento e em todo lugar. Muitas pessoas talvez nunca visitaram
um templo cristão, mas têm contato com os discípulos para
que vejam as boas obras do Pai e assim glorifiquem a Deus.
O Senhor Jesus falou que quando o sal perde o seu sabor,
já não serve para mais nada, senão para ser pisado pelos ho-
mens. Hoje em dia, alguns crentes perderam o seu sabor por
causa do seu mau testemunho, e estão sendo pisados pelos
homens.
Em vez de deterem a corrupção, eles já não preservam.
Em vez de serem luz em meio à escuridão, puseram a luz de-
baixo de uma caixa e já não ilumina.
O Senhor Jesus disse que se deve pôr a luz sobre o velador
e alumiar a todos que estão na casa. O nosso primeiro campo
de ação, já que somos luz, é alumiar a nossa própria casa,
para que eles possam ver as nossas boas atitudes e glorifi-
quem o Pai. Como esposos, nossa luz tem que alumiar nosso
casamento. Como pais, nossa luz tem que alumiar nossas re-


lações com nossos filhos, e vice-versa. Como irmãos, nossa
luz tem que alumiar as relações familiares. A solução para as
brigas e os problemas familiares é que o discípulo, que tem a
luz, ilumine a todos que estão na casa.
O Senhor Jesus é sal e luz, e nós também somos sal e luz,
e Ele nos pede que atuemos como tais.
A luz não se esforça para brilhar. Todos sabemos que a
escuridão não existe, senão que é a falta de luz que produz
a escuridão. Muitos crentes oram contra a escuridão. Isso é
tão sem lógica como entrar em um quarto escuro com um
aspirador para tirar a escuridão. O que temos que fazer é sim-
plesmente acender a luz, e a luz se encarregará da escuridão.
O Senhor Jesus disse que a lâmpada do corpo é o olho,
e que se nosso olho é bom, todo o nosso ser estará cheio de
luz – Mateus 6:22-23. É por isso que devemos ser muito cui-
dadosos com o que vemos, pois queremos estar cheios de luz
em nosso interior, para que essa luz se manifeste no exterior.
Estas características ou identidade dos cidadãos do Rei-
no não são o resultado do poder e da habilidade humana, se-
não que vêm como resultado de andar no Espírito Santo. Es-
tas características internas são as que vão nos ajudar a viver
as leis de amor do Reino dos Céus.
A razão pela qual muitos, quando leem Mateus 5, 6 e 7,
não entendem como é possível viver estas leis de amor é por-
que pensam que têm que conseguir por si mesmos, por sua
própria natureza. A verdade é que é impossível viver o que o
Senhor Jesus pede se não for pelo poder do Espírito Santo em
nós, agora que nascemos de novo e somos cidadãos do Reino.
É precisamente para vivermos as leis de amor do Reino de
Deus que o Espírito Santo nos encheu.

30


17
CAPÍTULO
Os mandamentos
do Senhor Jesus são
superiores à Lei de
Moisés
Mateus 5:17-20
17
Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não
vim para revogar, vim para cumprir. 18 Porque em verda-
de vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou
um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra. 19
Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que
dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado
mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar
e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus.
20
Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em
muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino
dos céus.
129

30
1 João 2:1-6 nos diz:
1
Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pe-
queis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao
Pai, Jesus Cristo, o Justo; 2 e ele é a propiciação pelos nossos
pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda
pelos do mundo inteiro. 3 Ora, sabemos que o temos conhe-
cido por isto: se guardamos os seus mandamentos. 4 Aquele
que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos
é mentiroso, e nele não está a verdade. 5 Aquele, entretanto,
que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido
aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos
nele: 6 aquele que diz que permanece nele, esse deve tam-
bém andar assim como ele andou.
O Espírito Santo, através do apóstolo João, nos revela que

o que diz que conhece ao Senhor Jesus e não guarda Seus
mandamentos é um mentiroso. Em Apocalipse 21:15, a João
foi revelado que os mentirosos têm sua parte no lago de fogo
e enxofre que foi preparado para os que passarão a eternida-
de afastados de Deus. É necessário que a esta advertência do
Senhor, que é muito importante, prestemos muita atenção,
pois este ponto é para nos animar a cumprir Seus manda-
mentos de amor, e não somente ser simples cristãos.
Quando não se vive nas leis de amor do Reino de Deus,
o que parece mais alto é a Lei de Moisés. De fato, a meta de
muitos crentes é cumprir a Lei de Moisés. O Senhor começa a
comparar o que diz a Lei de Moisés e o que diz a lei do amor
do Reino, e como é que nossa justiça tem que ir além da dos
fariseus, que guardavam toda a Lei de Moisés, mas estavam
fora do Reino de Deus. As leis de amor do Reino de Deus vão


muito além da Lei de Moisés, pois começam no interior, no
coração, e saem para o exterior. As leis do amor do Reino de
Deus são IMPOSSÍVEIS de viver sem o Espírito Santo moran-
do em nós, para fazer a obra de Jesus real em nossas vidas.
Você pode notar no versículo 19 que o Senhor chama esses
mandamentos de “muito pequenos”. Por que Ele os chama
de “muito pequenos”? Porque o Reino dos Céus é o Reino do
amor e a pessoa que ama cumpre a Lei. Estes mandamentos
são “muito pequenos” porque nos levam ao grande, o qual é o
amor. Se não podemos cumprir esses “mandamentos muito
pequenos”, não conheceremos o amor.
Note que o Senhor Jesus disse que qualquer que quebre
esses mandamentos muito pequenos e assim ensinar aos
homens, será chamado de pequeno (mínimo) no Reino dos
Céus. Hoje em dia, encontramos muitos crentes que não es-
tão cumprindo os mandamentos de amor do Reino, e com
seus maus exemplos estão ensinando a outros a não cumpri-
-los. Esses crentes serão chamados de muito pequenos (míni-
mos) no Reino dos Céus. O mais provável é que esses crentes
não estejam cumprindo as leis de amor do Reino dos Céus
porque ninguém nunca lhes ensinou a cumpri-las. Queremos
romper esse ciclo, e é por isso que estamos aprendendo sobre
essas leis de amor, para cumpri-las – vivê-las e ensiná-las a
outros, até que as cumpram.
O Senhor continua dizendo que qualquer que FAÇA e
ENSINE esses mandamentos de amor, esse será chamado
grande no Reino dos Céus. Hoje em dia, nosso conceito de
alguém “grande” no Evangelho é alguém que tem um douto-
rado em teologia, ou algum título, ou é líder de uma mega
igreja, ou tem um ministério internacional etc. Tudo isso é
Os mandamentos do Senhor Jesus são superiores à Lei de Moisés 131

30
bom e talvez útil, mas não é a medida que o Senhor Jesus dá
de quem é grande no Reino dos Céus. O Senhor Jesus deseja
que todos sejamos grandes no Reino dos Céus, e é por isso
que Ele apela para o desejo de ser grande que todo ser huma-
no normal tem. Quando o Senhor nos fez, colocou em nós a
necessidade de domínio ou poder. O homem foi desenhado
para grandes coisas, e é por isso que o Senhor nos chama para
sermos grandes no Reino dos Céus. Ao entendermos o que é
ser grande no Reino dos Céus nos manteremos focados nas
coisas importantes, para que assim não percamos tempo e
recursos em coisas boas, mas que não são parte da grandeza
que o Senhor Jesus tem para nós. Atos 1:1 diz que Lucas quer
escrever das obras que Jesus fez e ensinou (note a ordem).
Fazer e ensinar é a ordem do Reino, pois aqui está a Grande
Comissão resumida: Fazemos o que o Senhor nos pede, e en-
sinamos a outros a guardar o que o Senhor Jesus ordenou. No
final do discurso, em Mateus 7, o Senhor comparou aquele
que escuta Suas palavras e as CUMPRE a um homem pru-
dente que edificou a sua casa sobre a rocha, e quando vieram
as tormentas da vida, a casa permaneceu. Também o Senhor
Jesus comparou aquele que ouve as Suas palavras, mas não
as cumpre, a um homem insensato que edificou a sua casa
sobre a areia, e quando vieram as tormentas da vida, sua casa
desabou.
O Senhor Jesus nos dá uma advertência para que ponha-
mos por obra os mandamentos de amor ANTES de dar-nos
essas leis – o mandamento de amor do Reino em Mateus
5:19-20 e DEPOIS em Mateus 7:24-27. Isto nos faz recordar
que o importante é fazer, e não somente ouvir, como diz
Tiago 1:22.


O Senhor Jesus disse:
20
Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em
muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis do reino
dos céus. Mateus 5:20
Recordemos que o Reino dos Céus não é comida nem

bebida, senão justiça, paz e gozo no Espírito Santo. O Reino
dos Céus trata de relações justas, que, como resultado, tra-
zem paz e alegria (nessa ordem). Os mandamentos de amor
do Senhor Jesus não são “doutrina” para memorizar e sentir-
-nos orgulhos. Os mandamentos de amor do Senhor Jesus são
vida diária e quotidiana que afetam toda a humanidade. Por
exemplo: As pessoas da China se chateiam com seu irmão,
igual na Índia, Bolívia, Dinamarca e em todos os países do
mundo. Hoje em dia, temos grupos e indivíduos que, quando
vão pregar o Evangelho em outros lugares, levam sua “doutri-
na” ou o que crêem ser sua denominação ou grupo em parti-
cular. O mandato do Senhor Jesus na Grande Comissão foi de
ensinar aos discípulos as coisas que Ele ordenou, até que as
guardassem. Vejamos agora um resumo dos mandamentos
de amor do Senhor Jesus, para que tenhamos uma ideia do
que estamos falando.
RESUMO DAS DEZENOVE LEIS DE AMOR

DO REINO DOS CÉUS
Recordemos que essas dezenove leis de amor são a am-

pliação dos dois mandamentos principais. Mateus 22:37-40;
Marcos 12:29-31; Lucas 10:27

30
Veremos, em Mateus 5, seis leis de amor que regem
nossas relações com os demais seres humanos:
1. Irar-se contra os outros

2. Como relacionar-nos com o sexo oposto
3. Sobre o divórcio
4. Homens e mulheres de palavra: que nosso sim seja
sim, e que nosso não seja não
5. Como tratar as pessoas más
6. Como tratar os inimigos
Em Mateus 6, veremos sete leis de amor que regem

nossa relação com o Pai Celestial:
1. O dar aos pobres

2. A oração
3. O jejum
4. Guardar tesouros no céu
5. O olho bom (dadivoso)
6. Os dois senhores: Deus e as riquezas
7. Confiando em Deus para todas as nossas necessida-
des
Em Mateus 7, veremos seis leis de amor que regem a

relação com nós mesmos:
1. Como lidar com nossas próprias faltas

2. Como administrar nossos recursos
3. Como orar e interceder
4. Como agir com os outros: a regra de ouro


5. Como andar no caminho de santidade
6. Como detectar os falsos mestres e os falsos profetas
Quando virmos o quadro completo de como fazer um

discípulo, começaremos a dar-nos conta do muito que im-
plica esse trabalho. É por isso que o Senhor Jesus nos pediu
uma só coisa, e foi o fazer discípulos. O tempo é muito cur-
to, os obreiros são poucos e a colheita é muito grande. Neste
momento, peçamos ao Senhor da colheita que envie obreiros
para a colheita. Ore para que o Senhor os envie a você – Ma-
teus 9:35-37.
A Palavra do Senhor diz que o menino Jesus crescia em
sabedoria e em estatura (relação consigo mesmo), e em graça
para com Deus (relação com o Pai) e para com os homens
(relação com os outros).
Lucas 2:52
E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de
Deus e dos homens.
Nos capítulos seguintes veremos como nós podemos

crescer nessas áreas.

SEÇÃO 2
Como amar ao próximo
Seis leis de amor do
Reino de Deus quanto à
relação com o próximo.

O Senhor Jesus disse que o mandamento mais importante
era amar a Deus sobre todas as coisas, e o segundo semelhan-
te a este que é amar ao próximo como a nós mesmos. Por que
quando o Senhor Jesus explica isso mais amplamente começa
com o amor ao próximo em vez do amor a Deus primeiro?
Uma explicação seria o que nos diz em 1 João 4:11-12; 20- 21.
11
Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós,
também, amar uns aos outros. 12 Ninguém, jamais, viu a
Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós,
e o seu amor é em nós aperfeiçoado.
20
Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é men-
tiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê,
não pode amar a Deus, a quem não vê. 21 Ora, temos, da
parte dele este mandamento: que aquele que ama a Deus
ame também a seu irmão.
A demanda de amor para com o próximo é o que fará

com que nos acheguemos ao amor de Deus por meio do Es-
pírito Santo (o fruto do Espírito é amor), para que nos encha
do amor que o próximo exige de nossas vidas.
Muitos se retiraram para as montanhas, para os mostei-

ros e templos para amar a Deus, e se esqueceram de que de-
vem amar ao próximo. Outros que estão no cristianismo hoje
em dia dizem que amam a Deus, mas têm inimizades com o
irmão. O apóstolo João diz que estes são mentirosos.
Seis é o número do homem, porque foi criado no sexto dia.

Essas seis leis têm a ver com o relacionamento com os outros.

30


18
CAPÍTULO
Primeira lei de amor

do Reino de Deus
na relação com o
próximo:
Com teu irmão, nem te
irrites
É bom lembrar que devemos viver esta lei de amor
e ensiná-la aos discípulos, até que a guardem.
A primeira lei de amor do Reino de Deus com relação ao

próximo tem a ver como os cidadãos do Reino tratam os ir-
mãos. A palavra “irmão” vai mais além da sua conotação na-
tural, referindo-se também ao primo, ao sobrinho, ao tio, ao
esposo, ao conhecido, ao companheiro de trabalho, ao vizi-
nho, ao amigo, ao irmão na fé etc. O cidadão do Reino, o discí-
pulo, que tem as características de manso, de misericordioso
e de pacificador como sua identidade é quem pode amar ao
139

30
seu próximo como o Senhor Jesus pede nesta sua primeira lei
de amor do Reino em relação ao amor ao próximo. Vejamos
isto com mais detalhes:
Mateus 5:21-26
21
Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem
matar estará sujeito a julgamento. 22 Eu, porém, vos digo que
todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará
sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão
estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar:
Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo. 23 Se, pois, ao trazeres
ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem
alguma coisa contra ti, 24 deixa perante o altar a tua oferta,
vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltan-
do, faze a tua oferta. 25 Entra em acordo sem demora com o
teu adversário, enquanto estás com ele a caminho, para que
o adversário não te entregue ao juiz, o juiz ao oficial de justi-
ça, e sejas recolhido à prisão. 26 Em verdade te digo que não
sairás dali, enquanto não pagares o último centavo.
Observe como o Senhor Jesus cita o que a Lei de Moisés

pedia, e logo cita o que a lei do amor do Reino de Deus pede.
Você notará que o que o Senhor Jesus pede vai muitíssimo
além do que a Lei exigia. De fato, não tem comparação entre
uma e outra, já que se pode cumprir perfeitamente a Lei de
Moisés e falhar totalmente no cumprimento da lei de amor
do Reino.
Nas relações humanas podem ocorrer duas coisas que
são diametralmente opostas. Uma é que, à medida que nos
aproximamos de outras pessoas, vemos coisas boas, e nos


aproximamos mais. Mas, acontece também que, à medida
que nos aproximamos e vemos as falhas, essas nos afastam
mais, pois surgem os mal-entendidos, os desenganos etc. É
algo muito normal, mas se não estamos à espreita, esta últi-
ma parte pode entrar de maneira aberta ou muito sutilmente
e fazer estragos em nossas relações pessoais com os outros.
O Senhor começa a dizer-nos o que a Lei de Moisés diz:
e é que não matarás, e qualquer que matar será sujeito a jul-
gamento. Mas logo o Senhor Jesus dá o Seu mandamento de
amor, o qual vai mais além do exterior, e vai diretamente ao
coração, e diz: “Todo aquele que irar-se contra seu irmão es-
tará sujeito a julgamento”. O Senhor está dizendo que irar-
-se contra o irmão é equivalente, na Lei de Moisés, a matar.
Pense nisto por um momento. Quantas pessoas, mesmo se
dizendo cristãs, estão matando os seus irmãos e semelhan-
tes quando se iram contra eles? Se nós nos iramos contra o
irmão e o matamos ante os olhos de Deus, como nos vê Deus
agora que matamos a um filho Seu? Como se sentiria um pai
terreno se ele tivesse dois filhos e um se irasse contra o outro
irmão e o matasse? Se sentiria feliz? Deixaria por isso mesmo
a falta do seu filho que matou a seu próprio irmão? Como Se
sente o Pai Celestial quando matamos algum de Seus filhos
por irar-nos com o irmão?
O Senhor Jesus continua dizendo-nos que, se em nossa
ira começamos a insultá-lo – estúpido, insensato –, então so-
mos dignos de ser levados à corte suprema de justiça para
que nos julguem e nos apliquem todas as penas que existem
na lei do país.
O Senhor segue declarando que, se continuarmos em
nossa ira e o chamarmos de tolo – idiota, tonto –, então fi-
Primeira lei de amor do Reino de Deus na relação com o próximo: 141

30
caremos expostos ao inferno de fogo. Alguém poderia dizer:
Não é possível que, porque se chame alguém de tolo o Senhor o
mande ao inferno. Quem pensa assim não entendeu o assunto
principal. É o princípio da ira que mata as pessoas, e o Se-
nhor quer parar isso. Quantas pessoas, no começo da sua ira,
continuam falando palavras más, dolorosas, ferinas, chegan-
do até ao abuso físico, que terminam rompendo relações por
muito tempo e, às vezes, pelo resto da vida? Quantas relações
matrimoniais não terminaram assim? Quantas relações en-
tre irmãos não se quebraram assim? Quantas relações entre
amigos não se romperam assim? Quantas pessoas vivem por
anos afastadas umas das outras, e tudo por uma ira inicial?
Já está entendido onde está o mal? Não é o simples fato
de lançar insultos a alguém que o Senhor Jesus está Se re-
ferindo, senão ao centro das brigas, ao coração que se irrita
contra seu irmão. A Lei de Moisés só deixa culpado de juízo
ao que matava uma pessoa fisicamente. O Senhor Jesus trata
com o coração, é por isso que este mandamento, ou lei de
amor do Reino de Deus, só pode ser alcançado pelos cida-
dãos do Reino, os quais são mansos, misericordiosos e paci-
ficadores. Já está entendido por que o Senhor Jesus falou da
identidade dos cidadãos do Reino antes de falar das leis de
amor do Reino? O manso, o misericordioso, o pacificador é
quem pode controlar a ira.
Que é a ira? O dicionário define a ira como: sentimento
de cólera, raiva. A ira é uma das emoções mais fortes no ser
humano. O problema com a ira é que, na maioria das vezes,
não sabemos como controlá-la e terminamos fazendo mais
mal do que bem. A ira tem sido posta em nós por Deus para
que nos iremos contra o pecado, contra o diabo, contra a in-


justiça, contra as obras más e perversas etc. Mas, como é que
a ira é usada normalmente? Contra o próximo, contra Deus e
contra nós mesmos. O Senhor Jesus quer ensinar-nos a usar a
ira para o bem, e a primeira coisa que nos disse em nosso trato
de amor ao próximo é que não nos iremos contra nosso irmão.
Alguns são naturalmente agressivos, pois assim foram
criados por toda a sua vida, mas no Reino de Deus existem
leis de amor que vão ajudar aos agressivos a controlarem sua
agressividade. Para os agressivos, o atuar dessa maneira, mui-
tas vezes, é uma vantagem, pois intimidam os outros com
sua agressividade ou conquistam muitas coisas por serem as-
sim. Uma dificuldade que o agressivo sempre enfrenta é que
muitas vezes ele afasta as pessoas de si mesmo e também
contrai muitos inimigos.
Mais adiante estaremos tratando da quinta e sexta leis
do amor do Reino, e será a respeito da relação com o próximo.
Essas leis de amor têm a ver com o trato com os maus e o
trato com os inimigos. Se o agressivo se irrita com seu irmão,
como atuará com os que sãos maus ou seus inimigos?
Alguns são naturalmente passivos. Os passivos, aparen-
temente, não mostram sua agressividade abertamente, senão
que muitas vezes o que fazem é não prestar atenção nas ou-
tras pessoas, e lhes dão um “tratamento do silêncio”, ou aban-
donam o quadro, ou simplesmente estão maquinando outras
maneiras sutis de vingar-se.
No Reino de Deus, nem os agressivos nem os passivos
resolvem os problemas como o Senhor Jesus deseja, pois os
agressivos e os passivos não são mansos, nem pacificadores,
nem misericordiosos, nem limpos de coração, nem resistem
aos que os afrontem e persigam por causa de Jesus.

30
A maneira como se resolvem as coisas no Reino de Deus
é assertivamente. Esta palavra quer dizer que o interesse está
em resolver o problema sem necessidade de ser agressivo ou
passivo. O que está certo, busca ser cheio do Espírito Santo
para resolver os problemas. A agressividade complica mais as
coisas. A passividade não resolve o assunto, mas o que está
certo depende do Espírito Santo para que lhe guie.
Que tipo de cristão é você? Agressivo, passivo ou o asser-
tivo? Lembre-se que, para ser assertivo, tem que submeter-se
ao Espírito Santo de Deus. O Senhor está querendo formar
discípulos assertivos para que resolvam os problemas das re-
lações humanas.
1 João 2:9-11
9
Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão até agora
está nas trevas. 10 Aquele que ama a seu irmão permanece
na luz e nele não há nenhum tropeço. 11 Aquele, porém, que
odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não
sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos.
Quando duas pessoas se irritam entre si, às vezes é difícil

encontrar quem tem a razão, pois ambos dizem que o outro
teve a culpa. Para resolver o dilema, o Senhor Jesus nos dá a
solução, e é muito simples:
“23Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares

de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa peran-
te o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu
irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta”
– Mateus 5:23-24.


A pessoa que continua a relacionar-se com o Senhor (o
que “traz a oferta no altar”), quando se lembrar do que pas-
sou (e vai lembrar, pois as desavenças entre irmãos são coi-
sas duras – Provérbios 18:19), é a que deve deixar a oferta no
altar (sem apresentá-la), e ir, e reconciliar-se primeiro com o
irmão, e logo continuar com a oferta.
O Senhor Jesus disse que reconciliar-se com o irmão deve
ser a prioridade. Em outras palavras, isso tem que ser resolvi-
do o mais rápido possível.
Mateus 5:25-26
“25Entra em acordo sem demora com o teu adversário, en-
quanto estás com ele a caminho, para que o adversário não
te entregue ao juiz, o juiz ao oficial de justiça, e sejas reco-
lhido à prisão. 26Em verdade te digo que não sairás dali,
enquanto não pagares o último centavo”.
Note que o irmão agora já é um “adversário”. O senhor Je-

sus utiliza a expressão “sem demora” para dar um sentido de
pressa a esse assunto, pois ainda estão no mesmo caminho.
Quando as pessoas se irritam entre si e as coisas não se solu-
cionam corretamente, cada um se aparta para o seu “próprio
caminho”, e logo fica mais difícil “encontrar-se”. Veja que ago-
ra quem tem o poder de entregar-lhe ao juiz é o adversário, e
não você, pois o Senhor já lhe disse o que você teria que fazer
e você não fez. O Senhor disse que agora o juiz lhe entregará
ao oficial de justiça e você será jogado na cadeia, e ficará ali
até que pague o último centavo.
Você vê por que tem tantas pessoas atadas e presas em
seu interior? Está entendendo que este é um problema uni-

30
versal que afeta todas as pessoas na humanidade? E você vê
por que no Reino de Deus o Senhor Jesus trata com este as-
sunto imediatamente?
O Salmo 133 nos fala de como é bom e agradável que os
irmãos vivam juntos e em harmonia, porque ali envia o Se-
nhor bênção e vida eterna. Quando os crentes se juntam as-
sim, em nome do Senhor Jesus, forma-se a Igreja. O Senhor
Jesus Cristo disse que, se dois crentes estiverem de acordo so-
bre qualquer coisa que pedirem, ser-lhes-ás concedido pelo
Pai celestial (Mateus 18:19-20).
O inimigo das nossas almas sabe que se ele consegue di-
visão ou desunião entre os crentes, estes não poderão pôr-se
de acordo e pedirem que a vontade de Deus seja realidade
na terra. Qual é então a tática número um que o diabo usa
para tirar o poder da igreja? FAZER COM QUE OS IRMÃOS
SE VOLTEM UNS CONTRA OS OUTROS.
O Senhor Jesus sabia que a Igreja ia ser formada por indi-
víduos com grandes diferenças em todas as áreas. Por exem-
plo: diferença cultural, social, econômica, intelectual, emo-
cional, espiritual, pessoal, de caráter, de gênero etc. Quando
se juntam pessoas com diferenças tão variadas, têm-se os
ingredientes necessários para que as divergências se conver-
tam em algo explosivo. O Senhor, sabendo que isso ia suceder,
nos deixou instruções para que, se as diferenças chegassem a
causar ofensas, saberíamos como resolver a situação. Muitos
crentes têm sido enganados pelo inimigo precisamente por-
que não puseram em prática as instruções que o Senhor nos
deixou na Sua Palavra. Faríamos muito bem em recordar as
Palavras do Senhor, para que, na próxima ocasião em que nos
ofenderem, saibamos como atuar.


Alguém poderia perguntar: Que aconteceria se eu fosse
tratar o assunto com meu irmão e ele não me escutasse?
Vejamos agora as Palavras do Senhor com relação a isto em
Mateus 18:15-22:
15 ”
Se teu irmão pecar [contra ti], vai argui-lo entre ti e ele
só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. 16 Se, porém, não
te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para
que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda
palavra se estabeleça. 17 E, se ele não os atender, dize-o à
igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o
como gentio e publicano. 18 Em verdade vos digo que tudo o
que ligardes na terra terá sido ligado no céu, e tudo o que
desligardes na terra terá sido desligado no céu.19 Em verda-
de também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra,
concordarem a respeito de qualquer coisa que porventura
pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos
céus. 20 Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu
nome, ali estou no meio deles. 21 Então Pedro, aproximan-
do-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão
pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? 22
Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas
até setenta vezes sete”.
Esta deve ser a maneira como os discípulos resolvem

suas diferenças. O Senhor começa com uma declaração mui-
to interessante: “Se o teu irmão pecar contra ti...”. Por que co-
meça o Senhor com esta declaração? Porque o Senhor sabe
que eu creio que sou o bom e que é a OUTRA PESSOA, a que
sempre tem a culpa, e é a que me ofende.

30
O Senhor continua dizendo-nos que devemos ir ao ofen-
sor e repreendê-lo a SÓS. Mas, o que é que fazemos na maio-
ria das vezes?
Em primeiro lugar, não falamos com quem nos ofendeu,
porque, segundo a lógica, foi ele quem nos fez mal, e se ele
quer consertar as coisas, ele é quem deveria nos buscar. Foi
assim que o Senhor nos instruiu? Não, Ele disse que o ofendi-
do deve ir e falar com o ofensor (a razão é porque o ofensor é
o fraco neste caso, e o ofendido é que é o forte).
A segunda coisa que fazemos mal é que contamos a todo
o mundo o problema e nos fazemos de vítima. Pensamos que,
se contamos aos outros, vamos resolver o problema, e não
sabemos que o que estamos fazendo é complicá-lo cada vez
mais, pois estamos fazendo uma fofoca do assunto (Provér-
bios 25:9-11). Acontece também que a pessoa a quem conta-
mos o problema não pode fazer nada, devido a que agora não
pode falar com o “ofensor”, já que se o fizer será uma traição,
pois foi um segredo que lhe confiamos, e a pessoa ofensora
não pode saber.
Qual é a razão pela qual o Senhor nos pede que trate-
mos o problema a SÓS? Precisamente para que o assunto não
afete outros do corpo de Cristo, e, se o problema é resolvido
entre nós, aí morre o assunto, ganhamos o irmão e ninguém
mais é contaminado pela situação.
O que acontece se a pessoa que nos ofendeu não quer
nos ouvir? O Senhor continua dizendo que devemos tomar a
um ou dois, para que sejam testemunhas. O propósito é para
que a pessoa ofensora tenha oportunidade de arrepender-
-se, e o problema fique resolvido entre um grupo pequeno
de pessoas.


O que fazemos se ela não ouve as testemunhas que leva-
mos? Então levamos o assunto para a igreja. Talvez a pessoa
ofensora se arrependa ao saber que todos conhecem sua con-
duta e sua falta de amor e reconciliação.
O que acontece então se ela não ouve a igreja? A igre-
ja (congregação local) é a única que pode determinar que a
conduta da pessoa ofensora não é a de quem se diz seguidor
de Jesus Cristo. Portanto, a congregação, e somente a con-
gregação, é a única que pode julgar e expulsar o indivíduo
e declará-lo como um ímpio (pessoa não santa). Por que a
igreja deve julgar e expulsar a tal pessoa? Porque não quis ar-
repender-se e nem se reconciliar com o ofendido. Porque essa
pessoa é um impedimento quando a igreja ora. Se na igreja
local tem uma pessoa assim, essa pessoa não pode colocar-se
de acordo com a pessoa ofendida para orar. É por isso que o
diabo sempre trata de causar desavenças e mal-entendidos
entre os cristãos. Para quê? Para que as orações desses cris-
tãos sejam sem efeito. Há muitos crentes que, em vez de se-
guir esse processo para resolver os problemas, preferem ir-se
da congregação. Esses crentes não sabem que, quando fazem
isso, se vão “com um morto sobre ele”. É por isso que quando
chegam a outra congregação “cheiram a morte”, ao invés de
terem um perfume suave (2 Coríntios 2:14-17). Mas o proble-
ma não foi resolvido. O Senhor sabe, o diabo sabe e o crente
ofendido também sabe.
Seria glorioso se o povo de Deus, começando pelos líde-
res, usasse esse processo para resolver suas diferenças. Re-
cordemos que foi o Senhor Jesus Cristo mesmo quem nos en-
sinou isso. Quanto poder e bênção há quando se resolvem as
diferenças dessa maneira!

30
Uma vez mais, fica estabelecido que necessitamos do Es-
pírito Santo para que nos dê poder para sermos cidadãos do
Reino dos Céus.
É bom lembrar que devemos viver essa lei de amor e
ensiná-la aos discípulos, até que a cumpram. Quanto tem-
po você levou para viver a primeira lei de amor do Reino de
Deus quanto à relação com o próximo – com o seu irmão,
não te ires? O Senhor Jesus disse que, se O amamos, guarda-
mos Seus mandamentos. O apóstolo João disse que, se dize-
mos que conhecemos ao Senhor Jesus e não guardamos Seus
mandamentos, somos mentirosos. Quanto tempo você pre-
cisará para ensinar esta lei de amor ao seu discípulo, até que
a guarde? Está vendo por que o fazer discípulos toma tanta
energia espiritual, emocional e física, além do tempo e dos
recursos financeiros necessários para consegui-lo?


19
CAPÍTULO
Segunda Lei de amor

do Reino de Deus em
relação ao próximo:
Sobre o adultério
e ensiná-la aos discípulos até que a guardem.
Mateus 5:27-30
27
Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. 28 Eu, porém, vos
digo: Qualquer que olhar para uma mulher com intenção
impura, no coração já adulterou com ela. 29 Se o teu olho
direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te con-
vém que se perca um dos teus membros e não seja todo o
teu corpo lançado no inferno. 30 E se a tua mão direita te
faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se
perca um dos teus membros e não vá todo o teu corpo para
o inferno.
151

30
A segunda lei de amor do Reino de Deus em relação ao
próximo tem a ver com o adultério. A Lei proibia o adultério,
mas o Senhor Jesus vai mais além do ato físico, e chega ao
coração. O Senhor Jesus disse que o adultério acontece quan-
do se olha para uma mulher e a deseja em seu coração – ou
uma mulher olha para um homem e o deseja em seu coração.
Quando o apóstolo Paulo menciona as obras pecaminosas da
carne, começa com quatro pecados sexuais – adultério, forni-
cação, imundícia e lascívia – Gálatas 5:19.
Na época do Senhor Jesus, e ainda em algumas culturas
atuais, as mulheres se vestiam de forma que cobriam todo
o seu corpo, mas isso não era impedimento para que os ho-
mens olhassem além da roupa. Em nossa cultura ocidental,
as mulheres não se vestem tão modestamente, e isso compli-
ca as coisas, ainda mais para os homens. Também hoje temos
algo que não existia na época em que isso foi escrito, e é a
pornografia e o fácil acesso que temos a ela por meio do ci-
nema, da televisão, de revistas, Internet etc. A pessoa casada
que participa da pornografia está adulterando, dando lugar
ao divórcio ( falaremos disso na terceira lei de amor do Rei-
no). Os cidadãos do Reino têm um coração puro, e não vêem
pornografia nem olham para outra pessoa do sexo oposto
para adulterar no seu coração.
O livro de Provérbios é um dos livros de sabedoria e diz
muito sobre o adultério. Os primeiros quatro capítulos de
Provérbios exaltam a sabedoria e nos motivam a buscá-la
para nossas vidas. O capítulo 5 de Provérbios começa falando
do adultério. Parece que o adultério é o maior impedimento
que existe para adquirir sabedoria. Vejamos algumas referên-
cias. Provérbios 5:1-23; 6:23-35; 7:1-27.


Para os que não estão casados, a luta por se manterem
puros é muito grande, pois existem muitas tentações à di-
reita e à esquerda. Para o solteiro que se envolve em relações
sexuais, não sabe no que está se envolvendo. 1 Coríntios 6:16
nos diz que aquele que se une a uma rameira – ou qualquer
mulher nesse sentido – forma uma só carne com ela. Diz-se
o mesmo do matrimônio. É por isso que os que têm relações
sexuais sem estar casados fazem uma união de alma, e quan-
do se casam, encontram-se envolvidos emocionalmente com
a outra pessoa com quem manteve relações sexuais. Essa é
uma atadura da alma, e tem que ser rompida, do contrário
não poderá desfrutar da união que Senhor quer para o seu
matrimônio. O casado e o que não está casado, como cida-
dãos do Reino, devem ter um coração puro e limpo para po-
derem lutar contra as tentações sexuais.
Os homens (e também as mulheres) têm uma luta cons-
tante com o sexo. No desenho de Deus para o homem, Ele
o fez de tal forma que o homem é estimulado sexualmente
pelo que vê. Essa visão o faz estar pensando muito frequente-
mente no sexo. Note que o Senhor Jesus está falando com ho-
mens (os 12 discípulos eram homens), e lhes está falando em
uma cultura onde a roupa cobria todo o corpo das mulheres,
e ainda assim, os homens andavam olhando as mulheres com
desejo de tê-las sexualmente. Pode-se imaginar a luta em que
vivem os homens de hoje em dia, onde muitas mulheres mos-
tram seu corpo ao invés de cobri-lo? Os anúncios, a televisão,
os meios de comunicação, todos estão cheios de mulheres
provocativas, e o cidadão do Reino se encontra confrontando
tudo isso diariamente.
Segunda Lei de amor do Reino de Deus em relação ao próximo: 153

30
O Senhor disse que, se o teu olho ou a tua mão te faz
pecar, então deves tomar uma medida drástica e arrancá-lo
de ti ou cortar-te a mão. A grande maioria dos homens (para
não dizer todos) que vivem no Reino de Deus estão lutando
com essa situação. Quem vai ensiná-los a viver essa segunda
lei de amor do Reino dos Céus, senão alguém que já venceu
essa situação para poder ajudá-los? Está entendendo por que
o Senhor disse que façamos discípulos ensinando-lhes a guar-
dar esses mandamentos? Para você ensiná-los tem que vivê-
-los primeiro, e esse é precisamente o desejo do Senhor, que
você aprenda, que seja discípulo, para então fazer discípulos.
Muitos dos nossos discípulos terão problemas com essa área,
e teremos que ajudar-lhes com o poder do Espírito Santo.
Alguém pode perguntar: É errado admirar uma mulher
bonita e atraente? O Senhor Jesus não está falando aqui para
não admirar a beleza de uma mulher, e sim de olhar para ela
com intenção de possuí-la sexualmente. Normalmente, a pri-
meira vez que se olha não é má, mas a segunda vez, que a
desnuda e a cobiça no coração. Alguém dirá: “daqui em dian-
te, quando ver uma mulher bonita, não tirarei os olhos dela,
porque assim não terei que dar a segunda olhada”. Isso soa
engraçado, mas o cidadão do Reino quer agradar ao Rei Jesus,
e porque ama a Jesus e quer obedecê-lo em tudo.
Se unirmos a primeira lei de amor do Reino, que nos diz
que com nossos irmãos não devemos nos irar, veremos que
muitos casais não aplicam esta primeira lei de amor em suas
vidas, e lhes é mais fácil começar a olhar as outras pessoas do
sexo oposto, já que o que têm em casa são discussões contí-
nuas. Assim, quebram a segunda lei de amor do Reino, a qual


lhes leva a quebrar a terceira lei de amor do Reino, que fala
do divórcio.
Uma vez mais, estabelecemos a necessidade do Espírito
Santo, para que nos dê poder para sermos cidadãos do Reino
dos Céus.
Recordemos que devemos viver esta lei de amor e ensiná-
-la aos discípulos até que a cumpram. Quanto tempo você
precisou para viver esta segunda lei de amor do Reino de
Deus quanto à relação com o próximo – como tratar o sexo
oposto? O Senhor Jesus disse que se Lhe amarmos, guardare-
mos Seus mandamentos. O apóstolo João disse que se dize-
mandamentos, somos mentirosos. Quanto tempo você pre-
cisará para ensinar esta lei de amor ao seu discípulo até que
a guarde? Está vendo por que o fazer discípulos toma tanta
energia espiritual, emocional e física, além do tempo e dos
recursos financeiros necessários para consegui-lo?
Segunda Lei de amor do Reino de Deus em relação ao próximo: 155

30


20
CAPÍTULO
Terceira lei de amor

do Reino de Deus em
relação ao próximo
Sobre o divórcio.
É bom lembrar que devemos viver esta lei de amor,
Mateus 5:31-32
31
Também foi dito: Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe
carta de divórcio. 32 Eu, porém, vos digo: Qualquer que repu-
diar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas,
a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a re-
pudiada comete adultério.
Em Deuteronômio 24.1-3 se estabelece na Lei o assunto

do divórcio.
Malaquias 2:13-16 nos mostra o quadro grande, a vista
panorâmica do que o Senhor quer para o matrimônio. O Se-
157

30
nhor odeia o repúdio, ou seja, o divórcio. Mateus 19:3-10 nos
diz que o divórcio não é o desejo de Deus.
O Senhor disse que a única razão que ele dá para o divórcio é
por causa da fornicação. A palavra fornicação inclui todo tipo de
perversão sexual, por exemplo: homossexualidade, bestialidade,
prostituição, adultério, sexo pré-matrimonial, pornografia etc.
Hoje em dia, temos estatísticas que dizem que a taxa de di-
vórcio entres os cristãos conservadores foi significativamen-
te mais alta do que para outros grupos de fé, e muito mais do
que os ateus e gnósticos experimentam. Pergunta-se: Como
isto é possível, se os cristãos devem ser o bom exemplo para o
resto da humanidade? (Fonte desta estatística: https://www.
barna.org/barna-update/article/15-familykids/42-new-mar-
riage-and-divorce-statistics-released#.U-GWDmd0x1M).
Existem muitos crentes que são vítimas do divórcio, não
porque eles querem e nem porque o provocaram, mas porque
seu cônjuge que não é crente quer o divórcio. Isto se expli-
ca da seguinte maneira: muitas pessoas vêm ao Senhor e seu
cônjuge não vem. Isto traz conflitos que não foram explica-
dos pelo Senhor Jesus, já que ele falou aos judeus, que conhe-
ciam a Lei de Moisés. Paulo fala deste problema em
10
Ora, aos casados, ordeno não eu, mas o Senhor, que a mu-
lher não se separe do marido 11 (se, porém, ela vier a separar-
-se, que não se case, ou que se reconcilie com seu marido), e
que o marido não se aparte de sua mulher. 12 Aos mais digo
eu, não o Senhor: Se algum irmão tem mulher incrédula, e
esta consente em morar com ele, não a abandone; 13 e a mu-
lher que tem marido incrédulo, e este consente em viver com


ela, não deixe o marido. 14 Porque o marido incrédulo é san-
tificado no convívio da esposa, e a esposa incrédula é santi-
ficada no convívio do marido crente. Doutra sorte os vossos
filhos seriam impuros; porém, agora, são santos. 15 Mas, se o
descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos não
fica sujeito à servidão nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem
chamado à paz. 16 Pois como sabes, ó mulher, se salvarás a teu
marido? ou como sabes, ó marido, se salvarás a tua mulher?
Muitos maridos já não toleram a mulher cristã. Muitas es-

posas não crentes não estão gostando de terem um marido cris-
tão. Lamentavelmente, alguns vão deixando o cônjuge cristão
sem opção. Este é um problema muito sério. Existem mulheres
que estão sofrendo grandemente porque seus maridos querem
o divórcio e elas se encontram abandonadas e, muitas vezes,
com a carga de criar seus filhos sozinha. Também os homens
que ficaram sós porque as esposas, agora que são cristãos, não
querem estar mais com alguém que já não faz o que fazia antes.
Aplicação das três primeiras leis do Reino para os cida-
dãos do Reino de Deus que estão casados:
1. O cidadão do Reino não anda em brigas com seu côn-

juge, porque é manso, misericordioso e pacificador.
2. O cidadão do Reino não anda em adultério, nem men-

tal e nem físico, porque ele é limpo de coração.
3. O cidadão do Reino não busca divorciar-se, pois en-

tende o propósito do matrimônio para sua vida e quer
a vontade de Deus, que disse que odeia o divórcio. Se
Terceira lei de amor do Reino de Deus em relação ao próximo 159

30
o seu cônjuge quer divorciar-se, não deve ser porque
o cidadão do Reino dos Céus o tenha provocado.
Está notando quantos problemas se resolveriam hoje em dia

com somente cumprir estas três leis de amor do Reino dos Céus?
Está percebendo por que o Senhor Jesus nos mandou fazer dis-
cípulos ensinando-lhes a guardar estas coisas? Talvez você esteja
pensando que se alguém tivesse te ensinado estas leis do amor, a
sua vida seria outra, e teria se livrado de muitas dores.
É bom lembrar que devemos viver esta lei de amor e ensi-
ná-la aos discípulos até que a cumpram. Quanto tempo você
precisou para viver esta terceira lei de amor do Reino de Deus,
quanto à relação com o próximo, sobre o divórcio? O Senhor
Jesus disse que, se O amamos, guardaremos Seus mandamen-
tos. O apóstolo João disse que, se dissermos que conhecemos
o Senhor Jesus e não guardamos Seus mandamentos, somos
mentirosos. Quanto tempo será necessário para viver esta lei
de amor do Reino e ensiná-la ao seu discípulo até que a guar-
de? Está vendo por que o fazer discípulos toma tanta energia
espiritual, emocional e física, sem falar do tempo e dos recur-
sos financeiros necessários para alcançá-lo?
É possível que você já tenha se dado conta de que o pa-
rágrafo anterior é a maneira que se termina cada capítulo
sobre uma lei de amor do Reino, e que se fazem as mesmas
perguntas. Talvez esteja passando pela sua mente a tentação
de pular este parágrafo nas seguintes leis de amor. Por favor,
não faça isto, não pule este parágrafo, muito pelo contrário,
pare para meditar, pedindo ao Espírito Santo que lhe ajude a
cumprir esta lei de amor e a obedecer ao mandato da Grande
Comissão, e assim ensinar esta lei de amor a outros.


21
CAPÍTULO
Quarta lei de amor

do Reino de Deus em
Cumprir com nossas pa-
lavras
Mateus 5:33-37
33
Também ouvistes que foi dito aos antigos: Não jurarás fal-
so, mas cumprirás rigorosamente para com o Senhor os teus
juramentos. 34 Eu, porém, vos digo: De modo algum jureis:
Nem pelo céu, por ser o trono de Deus; 35 nem pela terra, por
ser estrado de seus pés; nem por Jerusalém, por ser cidade do
grande Rei; 36 nem jures pela tua cabeça, porque não podes
tornar um cabelo branco ou preto. 37 Seja, porém, a tua pala-
vra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno.
161

30
O que dissermos deve cumprir-se, para que as pessoas
possam confiar em nós. Alguns dizem: “A única coisa que te-
nho é minha palavra”. Essa é uma grande verdade, e é por isso
que nossa palavra tem que ser digna de que outros confiem
nela.
Sempre houve pessoas que não cumprem com a sua pa-
lavra, e para estar seguro lhe dizem: “juro”, e daí por diante
começam os juramentos até o ponto de jurar pelo céu ou pela
terra.
Atualmente, muitas pessoas não têm palavra, é neces-
sário fazer contratos legais para obrigar a pessoa a cumprir
com o que disse.
Os cidadãos do Reino do Céu cumprem sua palavra: o
sim é sim e o não é não.
Hoje em dia, muitas pessoas não têm crédito porque ver-
dadeiramente não têm palavra. Falam que vão pagar, mas
não pagam. Assim como a pessoa que paga no tempo certo
traz glória a Deus, a pessoa que não paga, ou que paga com
atraso, traz desonra ao Pai.
Algumas pessoas chegam tarde nos lugares porque não
se pode confiar na sua palavra. Disseram que iam estar na
hora certa, mas não chegam, porque não têm palavra.
Alguns pais não podem corrigir seus filhos porque não
se pode confiar na sua palavra. Dizem aos filhos que lhes
vão corrigir, mas não fazem isso. A criança observa isto e diz:
“meus pais não cumprem sua palavra”, e assim começam a
perder o respeito para com eles, e ainda estão aprendendo a
não cumprir suas palavras pelo mau exemplo dos seus pais.
Alguns fazem promessas e não cumprem porque não se
pode confiar em sua palavra.


Alguns pais fazem promessas para seus filhos e não as
cumprem, quebrando assim a confiança que seus filhos po-
deriam ter neles.
Alguns matrimônios andam mal porque não se pode
confiar na palavra de um ou de ambos dos cônjuges.
Algo muito importante que devemos lembrar é que Deus
cumpre Sua Palavra, e nós, os cidadãos do Reino, estamos
mostrando que trazemos a imagem de Deus em nós, ao cum-
prir nossa palavra. Este é um exemplo poderoso para nossos
filhos, para que eles aprendam a confiar na Palavra de Deus.
Se os que se chamam cristãos fossem verdadeiros cida-
dãos do Reino e cumprissem sua palavra, ainda que isto vies-
se em seu próprio prejuízo, o Reino de Deus avançaria com
poder.
Uma vez mais, estabelecemos que necessitamos do Es-
Reino dos Céus.
precisou para viver esta quarta lei de amor do Reino de Deus,
quanto à relação com o próximo – a serem homens e mu-
lheres de palavra? O Senhor Jesus disse que, se Lhe amamos,
guardaremos Seus mandamentos. O apóstolo João disse que,
se dizemos que conhecemos ao senhor Jesus e não guarda-
mos Seus mandamentos, somos mentirosos. Quanto tempo
você precisará para ensinar esta lei de amor ao seu discípulo
até que a guarde? Está vendo por que o fazer discípulos toma
tanta energia espiritual, emocional e física, além do tempo e
dos recursos financeiros necessários para consegui-lo?
Quarta lei de amor do Reino de Deus em relação ao próximo 163

30


22
CAPÍTULO
Quinta Lei de amor

do Reino de Deus em
Amar aos maus
É bom lembrar que devemos viver esta lei de amor,
Mateus 5:38-42
38
Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente. 39 Eu,
porém, vos digo: Não resistais ao perverso; mas a qualquer
que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; 40 e
ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-
-lhe também a capa. 41 Se alguém te obrigar a andar uma
milha, vai com ele duas. 42 Dá a quem te pede, e não voltes
as costas ao que deseja que lhe emprestes.
As leis de amor do Reino vão além do que ensina a Lei

de Moisés, e para poder cumprir estas leis de amor, não po-
165

30
demos utilizar nossa força humana, mas tem que ser com o
poder do Espírito Santo em nós.
Se um crente não pode viver a primeira lei de amor do Reino
quanto à relação com o próximo – o não irar-se com seu irmão
–, você crê que pode viver a quinta lei de amor do Reino quanto
à relação com o próximo? Muitos cristãos são briguentos e para
eles é impossível viver esta lei de amor. Eles vivem num mundo
onde lhes ensinaram “olho por olho e dente por dente” (o pro-
pósito original da Lei era que as pessoas pensassem bem no que
iam fazer, pois o mesmo que fizesse, era o que fariam com ele, e
isso servia para que deixássemos de fazer o mal).
O Senhor Jesus disse:

Mateus 5:39
39
“[...] Não resistais ao perverso; mas a qualquer que te ferir
na face direita, volta-lhe também a outra [...]”.
Isto significa que devemos nos deixar pisar pelas pessoas

más? O desejo natural em qualquer ser humano normal é o
de defender-se, e até de vingar-se de alguém que nos agride,
verbal ou fisicamente. Não podemos nos esquecer que so-
mos cidadãos do Reino dos Céus, e não somente isso, somos
embaixadores, comissionados pelo Rei Jesus para levar Sua
mensagem de paz e de reconciliação com o Pai. Paulo disse
isso da seguinte maneira:
2 Coríntios 5:20
De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como
se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cris-
to, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus.


Os cidadãos e embaixadores do Reino de Deus são man-
sos, misericordiosos, pacificadores, resistem à perseguição e
às difamações por causa de Cristo Jesus. Sem estas caracte-
rísticas não se pode viver esta lei de amor do Reino dos Céus.
Isto significa que não devemos defender-nos ou aos nos-
sos, se nos atacam? Esta pergunta é muito difícil de ser res-
pondida, pois é possível que para alguns crentes este quadro
seja somente uma hipótese, já que nunca estão rodeados
de pessoas más. Para outros, cercar-se dos maus é algo que
acontece muitas vezes em sua vida diária. O primeiro gru-
po deve aprender a teoria e estar disposto a atuar como o
Senhor Jesus pede, para o caso de um dia encontrar-se com
uma pessoa má. Para o segundo grupo, isto será uma prática
para eles vencerem o mal com o bem.
O Espírito Santo vai te mostrar o que fazer quando você
se encontrar com uma pessoa má, pois você, como cidadão/
embaixador, compreende qual é o plano do Senhor, permitin-
do-lhe tratar com os maus. O plano e desejo do Senhor é sal-
var ao mau também, pois Ele pagou o preço da sua salvação
na cruz. Como Ele fará, se ninguém lhe mostrar o amor de
Deus? É bom lembrar que o mundo não pode ajudar os maus
a entrarem no Reino de Deus. E sabemos que os maus têm
que entrar no Reino de Deus para mudarem. O que Jesus está
apresentando aqui é a nossa parte como cidadãos/embaixa-
dores para representar ao Rei Jesus, para quando eles decidi-
rem aceitá-Lo, será porque já viram um testemunho podero-
so da parte dos filhos do Reino de Deus. Lembremos que já
falamos de sermos assertivos no poder do Espírito Santo.
O Senhor continua em sua explicação de como amar ao
próximo mau, dizendo: “E ao que demandar contigo e tirar-
Quinta Lei de amor do Reino de Deus em relação ao próximo 167

30
-te a túnica, deixa-lhe também a capa”. E nos perguntamos:
Não estão se aproveitando de mim fazendo isto? É possível
que isto ocorra, mas, às vezes, padecemos coisas injustas por
causa do Nome de Jesus, e estaremos dispostos até a sofrer
algum tipo de perda se for necessário, com o propósito de
ser luz para a pessoa má. O Senhor Jesus usa vários exemplos
onde tudo o que está ocorrendo é “perda” para o discípulo
quando se trata com a pessoa má. Não podemos nos esque-
cer o plano do Senhor para o mau, que é o de salvá-lo, e a nós
cabe nesse momento ser testemunha para o mau. Que tipo
de testemunha seremos? Alguns estão realizando uma práti-
ca mental para o dia em que se encontrarem com uma pessoa
má, e outros estão aprendendo a aplicar, diariamente, como
tratar os maus à maneira do Reino de Deus.
O Senhor Jesus continua dizendo: “Se alguém te obrigar a
andar uma milha, vai com ele duas.”
Qual crê você que é o propósito de “ir à segunda milha”?
Na antiguidade, um soldado romano podia pedir a qualquer
pessoa que lhe ajudasse a levar todo o seu equipamento por
uma milha. Quando a pessoa que era obrigada a levar a carga
via a marca de uma milha, soltava tudo que estava levando e
ia embora, pois já havia cumprido a sua obrigação. Imagine o
impacto que era para o soldado romano se uma pessoa con-
tinuasse levando a carga por mais uma milha. Este soldado
agora estava pronto para escutar o que se tivesse para dizer
a ele sobre o Rei. Então perguntamos: andar a segunda milha
com a pessoa má? É possível que já estejamos entendendo o
que é o que quer o Rei Jesus com o mau.
Qual das bem-aventuranças ou características dos cida-
dãos do Reino de Deus é necessária para poder cumprir esta


lei de amor? Os mansos, os misericordiosos, os pacificadores
e também os que sofrem perseguições por causa da justiça, e
os que sofrem por causa do nome de Cristo Jesus são os que
têm a capacidade para viver esta lei de amor do Reino.
O Senhor Jesus disse: “Dá a quem te pede e não voltes as
costas ao que deseja que lhe emprestes”. Qual tem sido a sua
experiência ao dar dinheiro, especificamente a alguém que
é mau? É possível que alguém diga: “Olha, eu não dou meu
dinheiro aos bons, muito menos aos maus”.
Qual tem sido a sua experiência de emprestar dinheiro
aos maus? Para alguns é possível que seja boa, mas a maioria
dirá que sua experiência foi ruim. Alguns até dirão que foi
muito ruim. Alguém pode dizer: “Eu já emprestei dinheiro a
pessoas boas que não me pagaram, você acha que vou em-
prestar aos maus?”
A verdade é que nossos recursos são limitados, e não te-
mos para todos que nos pedirem, nem emprestar a todos os
que pedem. Por que o Senhor nos disse para fazer isso então?
Vejamos um pouco sobre a segunda lei de amor do Reino que
tem a ver com a relação com nós mesmos, e que, provavel-
mente, nos dará luz para entender o que o Senhor Jesus está
dizendo:
Não deis aos cães o que é santo, nem lances ante os por-
cos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e,
voltando-se, vos dilacerem – Mateus 7:6.
O viver no Reino de Deus é uma experiência de constante

dependência do Rei Jesus através do Espírito Santo. É o Espí-
rito do Senhor que nos vai dirigir como atuar com os maus
em cada caso em particular. Algumas vezes você será dirigido
Quinta Lei de amor do Reino de Deus em relação ao próximo 169

30
pelo Espírito Santo a dar e emprestar aos maus, e outras ve-
zes não poderá “dar o santo aos cães, nem lançar as pérolas
aos porcos”.
Uma vez mais, estabelecemos que necessitamos do Es-
Reino dos Céus.
precisou para viver esta quinta lei de amor do Reino de Deus,
quanto à relação com o próximo – amar as pessoas más? O
Senhor Jesus disse que, se Lhe amamos, guardaremos Seus
mandamentos. O apóstolo João disse que, se dizemos que
conhecemos ao Senhor Jesus e não guardamos Seus man-
damentos, somos mentirosos. Quanto tempo você precisará
para ensinar esta lei de amor ao seu discípulo até que a guar-
espiritual, emocional e física, além do tempo e dos recursos
financeiros necessários para consegui-lo?


23
CAPÍTULO
Sexta lei de amor

do Reino de Deus
em relação com o
próximo
Amar aos nossos inimigos
Mateus 5:43-48
43
Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o
teu inimigo. 44 Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos
e orai pelos que vos perseguem; 45 para que vos torneis filhos
do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre
maus e bons, e vir chuvas sobre justos e injustos. 46 Porque,
se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não
fazem os publicanos também o mesmo? 47 E se saudardes
somente os irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gen-
171

30
tios também o mesmo? 48 Portanto, sede vós perfeitos como
perfeito é o vosso Pai celeste.
Parece que o Senhor nos vai dando um treinamento um

pouco mais difícil a cada vez. Às vezes, é difícil amar aos ir-
mãos e ao cônjuge; às vezes, é difícil cumprir a Palavra. O
amar aos maus é difícil, e amar aos inimigos é muito difícil.
Alguns entre nós talvez tenha feito inimigos, mas na
maioria das vezes as outras pessoas são as que decidem ser
nossas inimigas, e não temos controle sobre isso.
Romanos 12:17-20 nos diz:

17
Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fa-
zer o bem perante todos os homens; 18 se possível, quanto
depender de vós, tende paz com todos os homens; 19 não vos
vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque
está escrito: A mim me pertence a vingança; eu retribuirei,
diz o Senhor. 20 Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome,
dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fa-
zendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça.
Se um crente não pode sequer amar ao seu irmão ou ao

seu cônjuge, crê você que amará aos maus e ainda a seus ini-
migos? Por outro lado, o crente que pelo poder do Espírito
Santo pode amar seus inimigos, pode amar a qualquer outra
pessoa.
Note como o Senhor Jesus nos disse que, para poder tra-
tar com os inimigos, devemos usar um espírito ou atitude
contrária:


“Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.”
Mateus 5:44
Que quer o Senhor com estas leis de amor, especialmente

com a primeira, a quinta e a sexta? O Senhor quer eliminar o
agressivo e o passivo em nós, pois normalmente tomamos o
caminho da agressão ou o caminho da passividade para re-
solver as disputas ou problemas que temos em nossas rela-
ções pessoais, e quer que atuemos agora, como filhos do Pai
Celestial, que faz sair o sol sobre os maus e os bons, e que faz
chover sobre os justos e injustos.
É muito provável que alguns dos que estão lendo estas
linhas nunca tiveram inimigos, e para eles isto é uma sim-
ples teoria. Há outros que talvez tenham muitos inimigos, e
seja porque os fizeram antes de conhecer como é que o Reino
de Deus funciona, ou porque os demais decidiram ser seus
inimigos. De qualquer maneira, o Senhor Jesus deixa bem
claro como é que os cidadãos do Reino agora agem com os
inimigos. Não nos esqueçamos que o propósito do Senhor é
alcançar nossos inimigos com Seu amor. Quem mostrará aos
inimigos o amor do Pai Celestial, se não os seus filhos? Imagi-
ne a surpresa que terão os inimigos quando agirmos com eles
com amor? Levemos em conta que nós somos os embaixado-
res de Deus para reconciliar o mundo com Ele.
precisou para viver esta sexta lei de amor do Reino de Deus,
quanto à relação com o próximo – como amar aos inimigos?
O Senhor Jesus disse que, se Lhe amamos, guardaremos Seus
mandamentos. O apóstolo João disse que, se dizemos que
Sexta lei de amor do Reino de Deus em relação com o próximo 173

30
conhecemos ao Senhor Jesus e não guardamos Seus man-
damentos, somos mentirosos. Quanto tempo você precisará
para ensinar esta lei de amor ao seu discípulo até que a guar-
financeiros necessários para consegui-lo?


SEÇÃO 3
Como amar a Deus
Seis leis de amor do
Reino de Deus quanto à
nossa relação com o Pai.
As instruções da Grande Comissão são para ir a todas

as nações e fazer discípulos, ensinando-lhes a GUARDAR
TODAS as coisas que o Senhor Jesus nos ordenou. Mateus
5, 6 e 7 nos mostra a identidade dos cidadãos do Reino de
Deus e também as leis de amor do Reino quanto às relações
humanas, a relação com o Pai celestial e a relação com nós
mesmos.
Sexta lei de amor do Reino de Deus em relação com o próximo 175

30
Resumo do que vimos até aqui: Em Mateus, capítulo 5, já
vimos as onze características dos cidadãos do Reino de Deus:
os pobres de espírito, os que choram, os mansos, os que têm
fome e sede de justiça, os misericordiosos, os limpos de cora-
ção, os pacificadores, os que sofrem perseguição por causa da
justiça, os que são perseguidos por causa de Jesus, sem razão,
os que são sal e luz da terra. Vimos que sem estas caracterís-
ticas não se pode viver no Reino de Deus. O Espírito Santo é
o único que pode formar isto em nós.
Também vimos as seis leis de amor do Reino de Deus,
quanto ao trato em relação com os outros, que são: o trato
com os irmãos, o trato com o sexo oposto, o divórcio, que
nosso sim seja sim e nosso não seja não, como tratar aos
maus e como tratar aos inimigos.
Nesta lição, começaremos a ver as sete leis de amor em
nossa relação com o Pai. Sete é o número que representa
Deus, pois Ele está completo, e nossa relação com Ele deve
ser completa. Na versão Almeida Revista e Corregida 2009
(ARC) da Bíblia em Português, no capítulo 6, menciona-se
o Pai doze vezes. Os discípulos eram doze, e o Senhor Jesus
quer que os discípulos saibam que o Pai quer ter uma relação
pessoal com cada um. O Pai quer que tenhamos paz em nos-
sa relação com os outros e também em nossa relação com
Ele. Vejamos que, destas sete leis de amor, cinco têm a ver
como o dinheiro ou coisas materiais. Somente o orar e o jeju-
ar não têm a ver com dinheiro ou coisas materiais. Estas sete
leis de amor são:
O dar aos pobres; A oração; O jejum; Tesouros no Céu; O
olho misericordioso; Deus e as riquezas; Confiança absoluta
no Pai Celestial.

24
CAPÍTULO
Primeira Lei de amor

do Reino dos Céus
em nossa relação
com o Pai
Dar aos pobres
Recordemos que devemos viver esta lei de amor e
ensiná-la aos discípulos até que a guardem.
Mateus 6:1-4
1
Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos ho-
mens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte não
tereis galardão junto de vosso Pai celeste. 2 Quando, pois,
deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fa-
zem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem
glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que eles já
receberam a recompensa. 3 Tu, porém, ao dares a esmola,
ignore a tua esquerda o que faz a tua direita; 4 para que a
177

30
tua esmola fique em secreto: e teu Pai, que vê em secreto,
te recompensará.
Quando perguntaram ao Senhor Jesus qual era o princi-

pal mandamento, Ele disse:
Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda
a tua alma, e de todo o teu entendimento. Mateus 22:37;
(Marcos 12:28-30; Lucas 10:27)
Agora que estamos no Reino de Deus, para que saibamos

como amar a Deus com todo coração, com toda a alma e com
todo o nosso entendimento, o Senhor Jesus nos revela sete
leis de amor do Reino dos Céus, que têm a ver com nossa re-
lação de amor para com o Pai. Destas sete leis de amor, cinco
têm a ver com dinheiro, pois o dinheiro é o deus que compete
com nosso amor para com Deus, e até que saibamos como
dominar o dinheiro, este nos dominará a nós e nos manterá
afastados do amor mais importante do universo.
A primeira lei de amor quanto à relação com o Pai tem
a ver com o dar esmolas: “Quando, pois, deres esmolas”... O
Senhor espera que demos esmolas. Os misericordiosos dão
esmolas, ou seja, ajudam aos pobres e necessitados. A grande
maioria dos habitantes do mundo são pobres. Todas as justi-
ças sociais do discípulo partem deste ponto.
Quando o Senhor Jesus começou Seu ministério aqui na
terra, depois de ter sido tentado no deserto, foi à sinagoga
em Nazaré e, quando Lhe deram o livro do Profeta Isaías, Ele
tomou essa Escritura como a declaração da Sua Missão aqui
na terra. Vejamos isto em Lucas 4:16-19:


16
Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado,
na sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se para ler.
17
Então lhe deram o livro do profeta Isaías, e, abrindo o
livro, achou o lugar onde estava escrito:
18
O Espírito do senhor está sobre mim, Pelo que me ungiu
para evangelizar aos pobres; Enviou-me para proclamar li-
bertação aos cativos, E restauração da vista aos cegos; Para
pôr em liberdade os oprimidos; 19 E apregoar o ano aceitável
do Senhor.
Como podemos notar, o Espírito Santo estava sobre o

Senhor Jesus, e a primeira coisa que fez foi ungi-Lo para dar
boas novas aos pobres. Os pobres sempre estão primeiro no
coração do Pai, mas como veremos adiante, quase ninguém
está interessado nos pobres. Hoje em dia, necessitamos que
essa mesma unção que esteve sobre o Senhor Jesus esteja so-
bre nós, pois assim como o Pai enviou o Senhor Jesus, agora o
Senhor Jesus nos envia a nós - João 20:21.
O dar esmolas tem a ver com o nosso dinheiro. Lem-
bremos que uma das características dos discípulos é que já
submeteram suas posses ao serviço do Rei. Se você tem pro-
blemas com dar ao Senhor, talvez seja porque não submeteu
suas posses ao Rei.
Lucas 14:33
33
Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a
tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.
Não podemos esquecer que renunciamos a nossas pos-

ses não para nos despojarmos ou desfazermos delas, senão
Primeira Lei de amor do Reino dos Céus em nossa relação com o Pai 179

30
para sermos administradores das mesmas, já que agora o Rei
Jesus é o dono de nossas posses, porque se a entregamos vo-
luntariamente, Ele nos indicará como usá-las.
Aqui não estamos falando do dízimo nem das ofertas
ao templo. Estamos falando de ajudar ao indigente e neces-
sitado, sem ter que dizer aos demais, pois é algo que o Rei
colocou no nosso coração e o Espírito Santo nos vai guiar
até a pessoa indicada. Também devemos nos lembrar que as
esmolas não são “umas moedinhas que nos sobrem no bolso”,
mas uma quantidade que, como veremos, seja substancial.
Muitos entenderam mal a parte deste versículo que diz:
“Que a sua mão esquerda não saiba o que faz a direita”, cren-
do que se refere a dízimos e ofertas, e nem sequer escrevem
nos envelopes os valores que dão. Em muitos países tem-se
a vantagem de que o que se dá à igreja se pode deduzir dos
impostos. Isso é uma vantagem que se pode aproveitar para
avançar mais ainda o Reino de Deus.
Muitas vezes, das nossas finanças não nos resta nada
para dar esmolas, porque não abrimos espaço para essa exis-
tência. Não damos esmolas para ser salvos, mas, por alguma
razão, Deus vê com muita atenção aos que dão esmolas, ain-
da que não sejam salvos.
Atos 10:1-4
1
Morava em Cesaréia um homem, de nome Cornélio, cen-
turião da coorte, chamada a italiana, 2 piedoso e temente a
Deus com toda a sua casa, e que fazia muitas esmolas ao
povo e de contínuo orava a Deus. 3 Esse homem observou
claramente durante uma visão, cerca da hora nona do dia,
um anjo de Deus, que se aproximou dele e lhe disse: 4 Cor-


nélio! Este, fi xando nele os olhos, e possuído de temor, per-
guntou: Que é, Senhor? E o anjo lhe disse: As tuas orações
e as tuas esmolas subiram para memória diante de Deus.
Notemos como Cornélio dava muitas esmolas e orava,

mas não era salvo. Foram suas orações e suas esmolas as que
subiram diante de Deus, e o Senhor moveu de maneira mila-
grosa a Pedro para que fosse e pregasse o Evangelho a ele e à
sua casa para que lhes chegasse a salvação.
Provérbios 19:17
17
Quem se compadece do pobre ao Senhor empresta, e este
lhe paga o seu benefício.
Quando Paulo se encontrou com os líderes em Jerusalém,

estes reconheceram o seu ministério aos gentios, e somente
lhe pediram que se lembrasse dos pobres. Paulo procurou fa-
zer isso com diligência, pois ele sabia que era um mandato
do Senhor Jesus, pois o Evangelho que Paulo pregava era o
mesmo que Jesus instituiu.
Gálatas 2:10
10
[...] recomendando-nos somente que nos lembrássemos
dos pobres, o que também me esforcei por fazer.
A primeira coisa que precisamos ter é um coração dispos-

to a obedecer ao Senhor nesta área, pois as pessoas pobres
estão em todo lugar, e o Senhor quer que as ajudemos. Neste
momento, nosso interesse está em preparar-nos para quando
o Senhor nos guiar até uma pessoa pobre. Por exemplo, se

30
temos nossa economia saturada de dívidas, não haverá lugar
para dar aos pobres. Recordemos que, quando damos aos po-
bres, estamos ganhando seu respeito para falar-lhes do Reino
e tirá-los da pobreza.
Mateus 11:5
5
[...] e aos pobres está sendo pregado o evangelho.
O plano para ajudar aos pobres tomaremos da lei social

da Lei de Moisés, pois aqui temos um exemplo muito inte-
ressante para guiar os que queremos ajudar aos pobres, e
agora que estamos no Reino de Deus, queremos obedecer
ao Senhor Jesus no desejo de dar aos pobres. Não estamos
advogando pela Lei de Moisés, pois não vivemos debaixo da
Lei, senão que estamos usando estas Escrituras unicamente
como um exemplo. Recordemos que agora vivemos no Reino
dos Céus, e que aqui operam outras leis superiores. Vejamos
isto em:
Levítico 19:9
9
Quando também segares a messe da tua terra, o canto do
teu campo não segarás totalmente, nem as espigas caídas
colherás da tua messe.
Levítico 23:22
22
Quando segardes a messe da vossa terra, não rebuscareis
os cantos do vosso campo, nem colhereis as espigas caídas
da vossa sega: para o pobre e para o estrangeiro as deixa-
reis: Eu sou o Senhor vosso Deus.


Deuteronômio 24:19-21
19
Quando no teu campo segares a messe, e nele esqueceres
um feixe de espigas, não voltarás a tomá-lo; para o estran-
geiro, para o órfão e para a viúva será; para que o Senhor teu
Deus te abençoe em toda obra das tuas mãos. 20 Quando sa-
cudires a tua oliveira, não voltarás a colher o fruto dos ramos;
para o estrangeiro, para o órfão e para a viúva será. 21 Quando
vindimares a tua vinha, não tornarás a rebuscá-la; para o
estrangeiro, para o órfão e para a viúva será o restante.
Aqui encontramos o que chamamos de canto do campo,

o qual é o equivalente a 5,4% da área de uma parcela de terra
quadrada. Como chegamos a essa conclusão? Se você traça
um círculo dentro de um quadrado tocando o círculo todas
as linhas do quadrado, os quatro cantos que restam ocupam
uma área de 21,5% do quadrado (a área do quadrado menos
a área do círculo). Se dividirmos 21,5% por quatro nos dará
5,4% (poderíamos arredondar para 5%, para ficar mais fácil).
Hoje em dia, a maioria de nós não trabalha nem planta num
campo, mas produzimos por meio de nossos negócios ou em-
pregos. Se queremos ter uma ideia de quanto dar aos pobres,
o exemplo do canto do campo nos pode ajudar bastante a
ter um ponto de referência. Podemos fazer a esquina menor,
mas isso simplesmente demonstrará quão generoso é o seu
coração. Assim que retiraremos 5% de nossos ganhos para
dá-los aos pobres, segundo o Espírito nos guie. Está claro que
o Senhor pode te guiar a dar mais, pois não devemos nos es-
quecer que Ele é o dono das finanças do discípulo, e o discí-
pulo é somente um administrador. Aqui não tem lugar para
o legalismo.

30
Alguém pode dizer: “Irmão, se eu mesmo preciso de aju-
da, como posso ajudar a outro?” Com toda segurança, uma
das razões para dar aos pobres é que nos demos conta de que
não estamos e nem somos tão pobres, e que sejamos agra-
decidos. Lembremos que sempre haverá alguém mais pobre
do que nós, e se o Senhor nos pede para dar é porque Ele nos
deu primeiro. Seria injusto da parte do Senhor pedir-nos para
dar se não tivéssemos, assim que, dentro desta lei de amor do
Reino, está subentendido que o Senhor já nos supriu para que
possamos cumprir o desejo do Seu coração.
O Senhor está nos ensinando que em nossas prioridades
financeiras deve estar destinada uma parte para ajudar aos
pobres. Por que aos pobres? No livro de Provérbios encontra-
mos a resposta para muitas perguntas sobre os pobres. Veja-
mos algumas:
Provérbios 10:15
Os bens do rico são a sua cidade forte, a pobreza dos pobres
é a sua ruína.
Provérbios 13:23
A terra virgem dos pobres dá mantimento em abundância,
mas a falta de justiça o dissipa.
Provérbios 14:20-21; 31
20
O pobre é odiado até do vizinho, mas o rico tem muitos
amigos. 21 O que despreza ao seu vizinho peca, mas o que
se compadece dos pobres é feliz. 31 O que oprime ao pobre
insulta aquele que o criou, mas a este honra o que se com-
padece do necessitado.


Provérbios 17:5
5
O que escarnece do pobre insulta ao que o criou; o que se
alegra da calamidade não ficará impune.
Provérbios 18:23
23
O pobre fala com súplicas, porém o rico responde com
durezas.
Provérbios 19:4; 17
4
As riquezas multiplicam os amigos, mas ao pobre o seu
próprio amigo o deixa.
17
Quem se compadece do pobre ao Senhor empresta, e este
lhe paga o seu benefício.
Provérbios 21:13
O que tapa o ouvido ao clamor do pobre também clamará
e não será ouvido.
Provérbios 22:2; 9; 16; 22; 23

2
O rico e o pobre se encontram; a um e outro faz o Senhor.
9
O generoso será abençoado, porque dá do seu pão ao pobre.
16
O que oprime ao pobre para enriquecer a si ou o que dá
ao rico certamente empobrecerá.
22
Não roubes ao pobre, porque é pobre, nem oprimas em
juízo ao aflito, 23 porque o Senhor defenderá a causa deles, e
tirará a vida aos que os despojam.
8
O que aumenta os seus bens com juros e ganância, ajunta-
-os para o que se compadece do pobre.

30
27
O que dá ao pobre não terá falta, mas o que dele esconde
os seus olhos será cumulado de maldições.
7
Informa-se o justo da causa dos pobres, mas o perverso de
nada disso quer saber.
14
O rei que julga os pobres com equidade firmará o seu tro-
no para sempre.
9
Abre a tua boca, julga retamente, e faze justiça aos pobres
e aos necessitados.
20
Abre a mão ao aflito; e ainda a estende ao necessitado.
O PROPÓSITO DE ANUNCIAR O
EVANGELHO DO REINO DE DEUS AOS
POBRES É COM A FINALIDADE DE TIRÁ-
LOS DA POBREZA
Mateus 11:1-5:
1
Ora, tendo acabado Jesus de dar estas instruções a seus
doze discípulos, partiu dali a ensinar e a pregar, nas cida-
des deles. 2 Quando João ouviu, no cárcere, falar das obras
de Cristo, mandou por seus discípulos perguntar-lhe: 3 És tu
aquele que estava para vir, ou havemos de esperar outro? 4 E
Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide, e anunciai a João o que
estais ouvindo e vendo: 5 Os cegos vêem, os coxos andam,
os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são
ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho.


Quando João Batista enviou a dois dos seus discípulos a
perguntar se Jesus era o Messias, ou se deviam esperar por
outro, o Senhor Jesus começou a fazer milagres, e assim que
terminou, disse: Os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos
são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscita-
dos, e aos pobres está sendo pregado o Evangelho. Note que
cada necessidade foi satisfeita com a resposta correta. O que
acontecerá quando o Evangelho for anunciado aos pobres?
Sairão da pobreza espiritual, emocional e física.
Normalmente, ninguém quer aos pobres – o pobre é
odiado por seu próprio amigo – Provérbios 14:20. Quando nos
acercamos aos pobres, estamos buscando pessoas que estão
à espera de que Deus faça algo por elas. Quando nós chega-
mos com ajuda, somos a resposta de Deus para elas. Quando
lhes falamos do Rei Jesus e do plano que Ele tem para elas, o
mais certo é que aceitarão a Jesus como seu Senhor e Salva-
dor, e começará uma mudança em suas vidas, pois agora nós
mesmos vamos a discipulá-las. Isto é glorioso!
É por isso que a primeira coisa que o Pai nos pede na rela-
ção com Ele é que ajudemos aos pobres, pois ninguém os está
buscando. Você está entendendo o plano de Deus Pai? Ele
mandou a Jesus para morrer na cruz por toda a humanida-
de, e a maioria é pobre, e aos pobres, normalmente, ninguém
ama.
Se cada crente em Jesus Cristo fizesse sua parte como
discípulo e obedecesse a lei de amor do Reino, pessoalmen-
te receberia uma grande bênção, e seria outra a história dos
pobres.

30
PREPARAÇÃO PARA AJUDAR AOS

POBRES
Já que conhecemos o mandato do Senhor sobre isto e en-
tendemos um pouco o problema dos pobres e nossa participa-
ção no Reino com relação a eles, agora, o que devemos fazer é
estar preparados com nossa parte, que chamamos de cantos ou
esquinas no campo, ou seja, nossos cinco por cento voluntário
para este propósito. Você deve ter este dinheiro em mãos, espe-
rando a oportunidade e a direção do Espírito Santo para agir.
Agora, talvez sua economia não esteja em condições de
dar cinco por cento para os pobres, já que, possivelmente, você
está endividado. O Senhor olha o coração que está disposto a
obedecer, e é por isso que Ele nos disse para ensinarmos estes
mandamentos aos discípulos até que o guardem. Isto é um
processo, e se você não pode dar os cinco por cento neste mo-
mento, comece dando um e vá acrescentando à medida que
vai quitando as dívidas ou talvez lhe dêem um aumento de
salário etc. O ponto é começar a obedecer a vontade do Pai.
É possível que seus cinco por cento sejam muito poucos
para impactar uma pessoa pobre que esteja em grande ne-
cessidade, mas talvez você possa juntar seus cinco por cen-
to com os de outros discípulos, e assim poderiam fazer algo
mais impactante. Comece a viver esta aventura e verá o que
acontece e como sua vida será transformada.
Atos 20:35 nos diz:

35
Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é
mister socorrer aos necessitados, e recordar as palavras do
próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber.


Se os pobres são tão importantes na relação com o Pai,
que a primeira coisa que o Senhor Jesus nos diz é que os aju-
demos, mesmo antes de falarmos da oração e jejum, você não
considera que devemos prestar muita atenção a este tema?
Você será usado pelo Senhor para estabelecer ministé-
rios que ajudarão socialmente aos pobres a sair da pobreza
por meio do Evangelho de Jesus Cristo.
ná-la aos discípulos até que a façam. Quanto tempo você pre-
cisou para viver esta primeira lei de amor do Reino de Deus,
quanto à relação com o Pai – o dar esmolas? O Senhor Jesus
disse que, Se o amamos, guardaremos Seus mandamentos. O
apóstolo João disse que, se dissermos que conhecemos ao Se-
nhor Jesus e não guardamos seus mandamentos, somos men-
tirosos. Quanto tempo você tomará para ensinar esta lei de
amor ao seu discípulo, até que a guarde? Está vendo como
fazer discípulo toma tanta energia espiritual, emocional e físi-
ca, além do tempo e dos recursos necessários para alcançá-lo?

30


25
CAPÍTULO
Segunda lei de amor

do Reino dos Céus
em nossa relação
com o Pai
A oração
Mateus 6:5-15
5
E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque
gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das pra-
ças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo
que eles já receberam a recompensa. 6 Tu, porém, quando
orares, entra no teu quarto, e, fechada a porta, orarás a teu
Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te re-
compensará. 7 E, orando, não useis de vãs repetições, como
os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão
191

30
ouvidos. 8 Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus,
o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que
lho peçais. 9 Portanto, vós orareis assim: Pai nosso que estás
nos céus, santificado seja o teu nome; 10 venha o teu reino,
faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; 11 o pão
nosso de cada dia dá-nos hoje; 12 e perdoa-nos as nossas
dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos deve-
dores; 13 e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos
do mal [pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre.
Amém]. 14 Porque se perdoardes aos homens as suas ofen-
sas, também vosso Pai celeste vos perdoará; 15 se, porém,
não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco
vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.
A oração é parte da vida no Reino de Deus. O Senhor Je-

sus nos adverte de não fazer “vãs repetições”. Note que a ên-
fase está em “vãs repetições”. Os pagãos e os religiosos fazem
essas repetições; os discípulos fazem orações que trazem a
vontade de Deus para a terra.
O Senhor Jesus é Quem nos pede que oremos desta ma-
neira. Esta oração não é uma vã repetição. Esta oração, de
setenta palavras na versão João Ferreira de Almeida, Revista
e Atualizada, pode se tornar vã na boca de cristãos religiosos,
mas na boca dos discípulos, cidadãos do Reino de Deus, é
uma arma poderosíssima em nossa relação com Deus. Esta
oração é uma declaração do poder de Deus e Seu Reino para
que este avance e seja estabelecido na terra. Muitas vezes nós
queremos fazer coisas com a condição de ver resultados; se
vemos que algo acontece quando oramos, então continua-
mos orando, se não vemos resposta à oração, deixamos de


orar. O que aconteceria se o Senhor Jesus respondesse não
à oração que fazemos, senão à obediência do discípulo em
fazer esta oração, simplesmente porque o Senhor Jesus or-
denou que a fizéssemos? O que aconteceria se tudo na vida
espiritual dependesse mais da nossa obediência do que de
qualquer outra coisa? Haverá algum segredo nesta oração, ou
o segredo está em fazê-la em obediência? O Senhor Jesus é o
Rei do Reino, e simplesmente temos que fazer o que o Rei diz.
O discípulo obedece ao Rei todo o tempo, pois ele é um imita-
dor do Rei, e o Rei foi obediente ao Pai o tempo em que esteve
na terra. O Senhor Jesus veio revelar como devemos amar ao
Pai, e o Pai Se alegra em que oremos esta oração. Esta oração
é de união, pois todos os cidadãos do Reino devem fazê-la.
Pensemos nisto por um momento: Esta é a única oração que
pede que todos façamos.
Todos já ouvimos falar sobre os guardas do palácio de
Buckingham, em Londres, Inglaterra. Estes guardas pare-
cem estátuas, pois não se movem, e isso lhes tem dado fama
mundial. A rainha da Inglaterra está orgulhosa deles, porque,
ainda que pareça que não fazem nada, estão cuidando do pa-
lácio. O que aconteceria se a oração do Pai Nosso fosse algo
simplesmente que o Pai quisesse que seus filhos fizessem?
Não estaria Ele orgulhoso de nossa obediência?
Lembre-se que agora somos os embaixadores do Reino
de Deus. Esta oração devemos memorizar e repetir como
uma declaração, no começo, durante e no fim do dia.
Ao terminar a oração de declaração, o Senhor Jesus dá
ênfase ao perdão, dizendo que, se perdoamos aos homens
suas ofensas, o Pai nos perdoará, mas se não perdoamos suas
ofensas, tampouco o Pai nos perdoará. O Senhor declara isto
Segunda lei de amor do Reino dos Céus em nossa relação com o Pai 193

30
de maneira positiva e também negativa, para que não fique
em nós nenhuma dúvida de que devemos perdoar, e que o
perdão do Pai está sujeito a como nós perdoamos. Se pedi-
mos perdão ao Senhor mas não perdoamos ao ofensor, nos
perdoará o Pai? Se o Pai não nos perdoa, estamos vivendo
no Reino dos Céus? Se o Pai não nos perdoa, entraremos no
Céu? O perdoar não é uma opção, mas um requisito para es-
tar no Reino dos Céus. Já falamos com mais detalhes sobre
o perdão quando tratamos da primeira lei de amor do Reino
em relação com o próximo, no Capítulo 17.
Poderíamos comparar as ofensas ou feridas emocionais
que nos fazem os outros com a ferida física. As feridas podem
ocorrer com ou sem intenção. É possível que seja um aciden-
te, mas, de todas as maneiras, terminamos feridos. O que é
que devemos fazer primeiro quando temos uma ferida física?
Limpá-la de tudo o que pode contaminar – terra, gordura,
micróbios etc. Depois colocamos antisséptico, uma pomada
e fazemos curativo para protegê-la. Quando termos uma fe-
rida emocional, o primeiro que devemos fazer es limpá-la de
todo contaminante –ressentimento, ódio, rancor, vingança,
etc., e isso fazemos com o antisséptico chamado perdão. O
perdão é o que mata toda “contaminação”. Em seguida, ta-
pamos a ferida emocional com o amor de Deus e deixamos
que cure. Sem o perdão, a ferida emocional se infecta, e como
na ferida física, nunca sarará enquanto houver uma infecção.
Uma ferida física infectada produz pus, cheira mal e dói. A
pessoa com uma ferida emocional, onde não houve o perdão,
sempre está supurando ódio, rancor, desejos de vingança etc.,
e sempre dói. Por isso, podem passar anos e a pessoa ainda
viver como se isso fosse recente. Isto porque não foi curada.


O perdão é o começo do processo de cura. Esta é a razão pela
qual o Senhor Jesus nos disse que os cidadãos do Reino sem-
pre devem perdoar. O Pai já nos perdoou, assim que agora
podemos perdoar.
O que significa perdoar? Em português, a palavra perdoar
é composta de duas palavras: O prefixo per, que significa por,
e doar, que significa conceder, dar, dispensar, legar, doar. En-
tão, perdoar quer dizer por doar, ou seja, que é uma doação
que uma pessoa faz quando perdoa. Quando você doa algo, é
porque o faz da magnanimidade do coração, e não necessaria-
mente porque a outra pessoa o merece ou o fez por merecer.
Quando perdoamos, a outra pessoa não tem que merecê-
-lo, não tem que fazer nada para preencher certos requisitos
para que lhe perdoemos, senão que simplesmente lhe doa-
mos a dívida que tinha contra nós. Imaginemos que alguém
te deve cem dólares e não pode pagar. E essa pessoa te diz:
“Não posso te pagar, por favor, perdoa-me”. Se você decide
perdoar-lhe a dívida, o que você está fazendo é quitando a dí-
vida. Agora, se você está bem “quebrado” e não tem dinheiro,
será difícil para você “doar” essa dívida, mas se tem bastante
dinheiro, você simplesmente se paga a si mesmo.
No espiritual, nós sempre podemos perdoar, pois temos
com que pagar as dívidas dos que nos ofendem, pois o Pai já
nos perdoou todas as nossas dívidas. Em outras palavras, o
Pai já nos “doou”, para que nós tenhamos para “doar” aos ou-
tros. O apóstolo Paulo faz eco destas palavras em
Colossenses 3:13, quando disse:

13
“Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente,
caso alguém tenha motivo de queixa conta outrem. As-
Segunda lei de amor do Reino dos Céus em nossa relação com o Pai 195

30
sim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai
vós [...]”.
Aprenda a oração modelo do Pai Nosso de memória e

comece a declará-la.
É bom lembrar que devemos viver esta lei de amor e
ensiná-la aos discípulos, até que a façam. Quanto tempo
você precisou para viver esta segunda lei de amor do Rei-
no de Deus, quanto à relação com o Pai – orar o Pai Nosso?
O Senhor Jesus disse que, se O amamos, guardaremos Seus
mandamentos. O apóstolo João disse que, se dissermos que
conhecemos ao Senhor Jesus e não guardamos Seus manda-
mentos, somos mentirosos. Quanto tempo você tomará para
ensinar esta lei de amor ao seu discípulo, até que a guarde?
Está vendo como fazer discípulo toma tanta energia espiritu-
al, emocional e física, além do tempo e dos recursos necessá-
rios para alcançá-lo?


26
CAPÍTULO

do Reino dos céus
na relação com o Pai
O jejum
Recordemos que devemos viver esta lei de amor e
ensiná-la aos discípulos até que a guardem.
Mateus 6:16-18
16
Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os
hipócritas; porque desfiguram o rosto com o fim de pare-
cer aos homens que jejuam. Em verdade vos digo que eles
já receberam a recompensa. 17 Tu, porém, quando jejuares,
unge a cabeça e lava o rosto; 18 com o fim de não parecer aos
homens que jejuas, e, sim, ao teu Pai em secreto; e teu Pai,
que vê em secreto, te recompensará.
Existem ataduras, maus hábitos, más atitudes etc. que

nos impedem de ter uma relação pessoal com o Pai Celestial.
197

30
É aqui onde podemos usar o jejum para desfazermos todas
estas coisas que são perturbadoras. Este jejum é um tempo
especial e separado para nos dedicarmos exclusivamente a
desfazermos destas coisas. Estamos fazendo porque quere-
mos uma relação mais profunda com o Pai e a comida não
nos importará, senão que ainda usaremos a fome e os ron-
cos estomacais como recordação de que estamos desfazen-
do-nos de tudo isto que nos impede de viver livremente na
presença de Deus. Em outras palavras, temos tanta fome de
nosso Pai, que deixamos de comer para desejar ser-lhe agra-
dável. Enquanto estamos jejuando, cada vez que nosso siste-
ma digestivo ronca, diga ao Senhor: “Pai, tenho fome e sede
de Ti, e Te dou graças por saciar-me”.
Quando devemos jejuar? O Senhor começa seu mandato
sobre o jejum dizendo: “E quando jejuares...”. Em outras pala-
vras, deve ser algo que praticamos com frequência. O Espírito
Santo é quem nos guia em nosso tempo de jejum, mas como
discípulos, devemos estar treinados e disciplinados no jejum.
Portanto, uma boa sugestão seria jejuar um dia por semana,
para assim estabelecer um padrão de disciplina, e quando o
Espírito Santo nos mover, podemos jejuar por mais tempo,
se for necessário. O jejum não é simplesmente deixar de co-
mer. É deixar de comer intencionalmente, como obediência
a nosso Senhor Jesus. Isto é tão simples que podemos perder
de vista o que o Senhor quer. Muitas vezes, estamos mais fo-
cados no resultado do jejum do que na obediência ao Senhor
Jesus, o Rei do Reino. O que aconteceria se o propósito do
jejum fosse simplesmente uma prova de obediência que o Se-
nhor nos põe, mais do que alcançar e adquirir coisas através
do jejum? Jejuamos ao nosso Pai que está no secreto, e nosso


Pai, que vê no secreto, nos recompensará em público. Note
como estas três primeiras leis de amor do Reino dos Céus se
fazem no secreto. Existe uma relação secreta com o Pai Ce-
lestial que cada filho do Reino dos Céus deve manter.
Alguns pensam que, porque jejuam, Deus está obrigado
a responder seus pedidos e orações. É bom lembrar que, o
que o Senhor está buscando é obediência. Se Ele disse que
temos que jejuar, então, jejuemos. Simples assim. Veremos
que, através da simples obediência, o Senhor Jesus revelará
mais profundamente o propósito do jejum no Reino de Deus.
Em Isaías, encontramos uma passagem que nos fala des-
se verdadeiro jejum que estamos fazendo, com a intenção de
que o Pai nos libere de toda obra má e perversa que trazemos
arrastada do nosso passado. Leia-o enquanto jejuas para ver
os pontos importantes que o Senhor quer tratar com você.
Isaías 58:1-12:
1
Clama a plenos pulmões, não te detenhas, ergue a tua voz
como a trombeta, e anuncia ao meu povo a sua transgres-
são, e à casa de Jacó os seus pecados. 2 Mesmo neste estado
ainda me procuram dia a dia, têm prazer em saber os meus
caminhos; como povo que pratica a justiça, e não deixa o
direito do seu Deus, perguntam-me pelos direitos da jus-
tiça, têm prazer em se chegar a Deus, 3 dizendo: Por que
jejuamos nós, e tu não atentas para isso? Por que afligimos
as nossas almas, e tu não o levas em conta? Eis que no dia
em que jejuais cuidais dos vossos próprios interesses e exi-
gis que se faça todo o vosso trabalho. 4 Eis que jejuais para
contendas e rixas, e para ferirdes com punho iníquo; jeju-
ando assim como hoje não se fará ouvir a vossa voz no alto.
Terceira lei de amor do Reino dos céus na relação com o Pai 199

30
5
Seria este o jejum que escolhi, que o homem um dia aflija a
sua alma, incline a sua cabeça como o junco e estenda de-
baixo de si pano de saco e cinza? chamarias tu a isto jejum
e dia aceitável ao Senhor? 6 Porventura não é este o jejum
que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças
as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despe-
daces todo jugo? 7 Porventura não é também que repartas
o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres de-
sabrigados, e se vires o nu, o cubras, e não te escondas do
teu semelhante? 8 Então romperá a tua luz como a alva, a
tua cura brotará sem detença, a tua justiça irá adiante de
9
ti, e a glória do Senhor será a tua retaguarda; então
clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás por socorro, e
ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o dedo
que ameaça, o falar injurioso; 10 se abrires a tua alma ao fa-
minto, e fartares a alma aflita, então a tua luz nascerá nas
trevas, e a tua escuridão será como o meio dia. 11 O Senhor
te guiará continuamente, fartará a tua alma até em luga-
res áridos, e fortificará os teus ossos; serás como um jardim
regado, e como um manancial, cujas águas jamais faltam.
12
Os teus filhos edificarão as antigas ruínas; levantarás os
fundamentos de muitas gerações, e serás chamado repara-
dor de brechas, e restaurador de veredas para que o país se
torne habitável.
Algo importante que o jejum também fará em nós é criar

uma identificação com aqueles que estão passando fome fí-
sica na terra, por carência, falta de alimentos e recursos. A
fome dói, e você se compadecerá daqueles que passam fome
e começará a perguntar ao Pai: “Pai, que podemos fazer por


estes que passam fome?” É possível que agora você este-
ja compreendendo melhor a primeira lei de amor do Reino
quanto à relação com o Pai, que é dar esmolas aos pobres. A
dor da fome que você passa quando jejua lhe impactará para
saber o que está passando o pobre que não tem o que comer,
e o motivará a fazer algo.
É bom lembrar que devemos viver esta lei de amor e en-
siná-la aos discípulos, até que a façam. Quanto tempo você
precisou para viver esta terceira lei de amor do Reino de Deus,
quanto à relação com o Pai – o jejum? O Senhor Jesus disse
que, se O amamos, guardaremos Seus mandamentos. O após-
tolo João disse que, se dissermos que conhecemos ao Senhor
Jesus e não guardamos seus mandamentos, somos mentiro-
sos. Quanto tempo você tomará para ensinar esta lei de amor
ao seu discípulo, até que a guarde? Está vendo como fazer
discípulo toma tanta energia espiritual, emocional e física,
além do tempo e dos recursos necessários para alcançá-lo?
Terceira lei de amor do Reino dos céus na relação com o Pai 201

30


27
CAPÍTULO
Quarta lei de amor

do Reino dos Céus
Tesouros no céu
Mateus 6:19-21:
19
Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra,
onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam
e roubam; 20 mas ajuntai para vós outros tesouros no céu,
onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não esca-
vam nem roubam; 21 porque onde está o teu tesouro, aí esta-
rá também o teu coração.
Na primeira lei de amor do Reino em relação com o

Pai, dissemos que o Senhor quer tirar-nos da pobreza para
fazer-nos ricos. Esta é parte da razão pela qual pregamos o
203

30
Evangelho aos pobres com tanta intensidade. Agora, muitos,
quando começam a adquirir bens materiais, não entendem
porquê e nem para quê o Senhor os está abençoando e co-
meçam a fazer tesouros na terra, e não no céu. Este é um mal
comum nos países desenvolvidos, onde há grande abundân-
cia de riquezas. Talvez agora comecemos a entender por que
o Senhor Jesus disse que aquele que não renuncia a todas as
suas posses por Ele não pode ser seu discípulo – Lucas 14:33.
O Senhor nos dá a capacidade de fazer riquezas com
o propósito de ajudar a estender Seu Reino. O Senhor está
muito interessado em dar-nos riquezas e bens, precisamente
para que façamos tesouros no Céu, pois Ele mesmo nos disse
que onde está nosso tesouro, aí também estará nosso cora-
ção. O Senhor quer que façamos tesouros no Céu para que
nossos corações estejam unidos ao Céu, pensando no Céu,
desejando o Céu, meditando no Céu, atentos ao Céu, queren-
do que o que se passa no Céu também se passe na terra.
Por que muitos crentes não têm seu coração conectado
ao Céu? Porque não dão à causa de Cristo. Não podemos per-
der a mensagem principal do Pai nesta quarta lei de amor do
Reino, e é que Ele quer dar-nos para que tenhamos como dar
em abundância, para que nossos corações estejam conecta-
dos ao Céu. O coração é o iniciador dos movimentos das três
principais áreas da alma: A mente, as emoções e a vontade.
Se o meu coração está conectado ao Céu através dos tesou-
ros que mandei para o Céu, isto motivará à mente, com todas
as suas funções, a pensar no Céu, motivará as minhas emo-
ções a estarem conectadas com o Céu, e motivará a minha
vontade a querer fazer mais coisas para o Reino dos Céus.
Recordemos que o tesouro que fizermos no Céu É O NOSSO


TESOURO. É por isso que quando damos à obra de Deus ou
ao necessitado etc., não estamos dando a uma instituição ou
igreja ou pessoa, mas ao Senhor, e Ele põe no tesouro do Céu
a nosso favor.
Como fazemos tesouros no Céu para que nosso coração
esteja unido ao Céu?
Falemos um pouco sobre o dízimo:
Sempre que se fala de dinheiro, o diabo se encarrega de
dar-lhe uma interpretação negativa. Isto é porque ele quer
continuar nos roubando.
Alguns dizem que o dízimo foi um assunto da Lei e que
não é para hoje. Vamos ver que o dízimo já existia antes da
Lei, e era voluntário:
Gênesis 14:17-20:
17
Após voltar Abrão de ferir a Quedorlaomer e aos reis que
estavam com ele, saiu-lhe ao encontro o rei de Sodoma no
vale de Savé, que é o vale do Rei. 18 Melquisedeque, rei de
Salém, trouxe pão e vinho; era sacerdote do Deus Altíssimo;
19
abençoou ele a Abrão, e disse: Bendito seja Abrão pelo
Deus Altíssimo; que possui os céus e a terra; 20 e bendito seja
o Deus Altíssimo, que entregou os teus adversários nas tuas
mãos. E de tudo lhe deu Abrão o dízimo.
Gênesis 28:20-22:
20
Fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for comigo,
e me guardar nesta jornada que empreendo, e me der pão
para comer e roupa que me vista, 21 de maneira que eu volte
em paz para a casa de meu pai, então o Senhor será o meu
Deus; 22 e a pedra, que erigi por coluna, será a casa de Deus;
Quarta lei de amor do Reino dos Céus na relação com o Pai 205

30
e de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o
dízimo.
Os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó dizimaram volunta-

riamente, e assim ensinaram aos seus filhos depois deles.
Quando Deus libertou o povo de Israel do Egito, deu-lhes
leis e mandamentos. Isso é o que chamamos de Lei de Moisés.
Na Lei de Moisés, fez-se obrigatório dar o dízimo aos levitas.
Números 18:20-21:
20
Disse também o Senhor a Arão: Na sua terra herança ne-
nhuma terás, e no meio deles nenhuma porção terás: eu sou
a tua porção e a tua herança no meio dos filhos de Israel.
21
Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por he-
rança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da con-
gregação.
Para que servia o dízimo? Para manter os Levitas, para

que mantivessem o serviço do Tabernáculo (Templo), e assim
puderam ensinar ao povo sobre o Senhor e Sua Lei.
O povo de Israel se “esqueceu” de dizimar e ofertar, e os
levitas começaram a passar fome e necessidades, e é por isso
que o Senhor tem que chamar-lhes a atenção por meio do
profeta Malaquias.
Malaquias 3:6-12:
6
Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de
Jacó, não sois consumidos. 7 Desde os dias de vossos pais
vos desviastes dos meus estatutos, e não os guardastes;
tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz


o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos
de tornar? 8 Roubará o homem a Deus? Todavia vós me
roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas
ofertas. 9 Com maldições sois amaldiçoados, porque a mim
me roubais, vós, a nação toda. 10 Trazei todos os dízimos à
casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa,
e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos
abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós bênção
sem medida. 11 Por vossa causa repreenderei o devorador,
para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no
campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos. 12 Todas
as nações vos chamarão felizes, porque vós sereis uma ter-
ra deleitosa, diz o Senhor dos Exércitos.
Aqui vemos a revelação mais ampla de porquê dizimar

e ofertar. Vejamos três razões poderosas pelas quais o diabo
não quer que os crentes dizimem:
1. Detém-se a obra do Senhor. Versículo 10a. O dese-

jo do Senhor é que, através dos dízimos, Sua obra seja
sustentada e avance.
2. A bênção de Deus se detém em sua vida. Versículos

10b e 12. O desejo do Senhor é que demos mais, para
que tenhamos mais para dar ao Seu Reino, e este siga
crescendo. Não somente o Reino do Senhor seguirá
crescendo, mas nós receberemos parte dessa bênção.
A água que passa por um canal (rego) sempre molha
este canal. Em outras palavras, o Senhor sempre nos
dará primeiro, para que possamos seguir dando.

30
Na época do profeta Malaquias, era costume das pes-
soas ricas, de vez em quando, abrir as janelas de suas
casas e atirar moedas para que os pobres e necessita-
dos recebessem algo. O Senhor usa esta mesma ilus-
tração e diz que Ele abrirá as janelas dos Céus e vai
dar bênçãos sem medida. No versículo 12, o Senhor
continua dizendo que todas as nações dirão que so-
mos felizes, porque somos terra deleitosa. Está vendo
por que o diabo não quer que o povo de Deus dizime?
3. O diabo tem direito legal às suas posses. Versículo

11. Se você não dizima ao Senhor, o inimigo se en-
carregará de tirar o dízimo de você.
Algo muito importante que acontece quando dizima-
mos é que se começa a tirar de nós essa mentalidade
de pobreza, de que nós não temos, e o coração e o
bolso começam a exercitar-se com a generosidade. O
apóstolo Paulo disse em
Atos 20:35:
35
Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é
mister socorrer aos necessitados, e recordar as palavras do
próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que re-
ceber.
Já não vivemos debaixo da Lei. Vivemos no Reino dos

Céus, e todas nossas posses são do Senhor, e não somente o
dízimo. Um erro no qual muitos crentes bem-intencionados
têm caído é pensar que a única parte de nossas finanças que
é do Senhor é o dízimo. Nós somos os administradores dos


cem por cento, e nessa administração tiramos os dez por cen-
to para continuar fazendo tesouros no Céu, já que havíamos
começado a ajuntar tesouros no Céu quando começamos a
dar nossos cinco por cento aos pobres (ver o capítulo 9 sobre
Lucas 14: 28-33 e também a seguinte lei de amor do Reino
que reforça este ponto). Agora que estamos na graça e somos
os mordomos dos bens do Senhor, damos os dízimos com
uma atitude voluntária, como fez Abrão, nosso pai da fé. Re-
cordemos que Abraão foi justificado pela fé, e com base nesta
fé, fez obras.
É a graça menos exigente do que a Lei? 1 Coríntios 16:1-

2 nos diz:
1
Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como
ordenei às igrejas da Galácia. 2 No primeiro dia da semana
cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua
prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas
quando eu for.
Notemos, nos versículos acima, a exortação para apartar

algo conforme se vai prosperando. Isso fala de uma porcenta-
gem. A pergunta natural é: Com qual porcentagem começare-
mos? A resposta é que essa porcentagem não pode ser menor
do que deu Abraão, ou do que a Lei de Moisés pedia, já que
a graça e o caminho da fé não são menos exigentes (recorde-
mos que o Senhor Jesus não nos pede só dez por cento, mas
nos pede tudo, e logo nos deixa ser os administradores desses
bens). A seguinte pergunta seria: Como conseguiremos que o
discípulo aprenda a ajuntar tesouros no Céu usando o dízimo
como modelo?

30
Haverá alguns discípulos cuja economia é estável e eles
poderão começar a ajuntar tesouros no Céu imediatamente,
através do modelo do dízimo. Mas, haverá também muitos
discípulos cuja economia está saturada de dívidas e pagos.
Em outras palavras, o que entra só dá para as despesas. Vai
ser muito difícil para a pessoa que tem sua economia satura-
da de dívidas e despesas tirar os dez por cento de seus ganhos
e destiná-los à obra do Senhor.
Para aqueles discípulos que têm suas finanças saturadas,
apresentamos um plano de dez meses para aprender a dizi-
mar e ajuntar tesouros no Céu com nossas finanças, mesmo
que nossa economia esteja saturada de dívidas. No primeiro
mês, dizimaremos um por cento, no segundo mês aumenta-
remos para dois por cento, no terceiro mês daremos três por
cento, e assim sucessivamente, até que alcancemos os dez
por cento completo. Não nos esqueçamos que, quando deci-
dimos ser discípulos, uma das primeiras coisas que tivemos
que fazer foi dar todas as nossas finanças para o Rei Jesus,
para que agora Ele seja o dono, e nós os administradores –
Lucas 14:28-33. Muitos têm entregue finanças negativas ao
Senhor Jesus, com mais dívidas do que entradas, e isso é bom,
pois Ele é quem quer abençoar tudo o que temos para que
possamos ter liberdade econômica. Existe uma ferramenta
muito simples para ajudar-nos a descobrir qual é o estado
de nossas finanças. Chama-se orçamento mensal. Não anu-
al, mas mensal. Você vai pegar um pedaço de papel onde vai
escrever quais são os gastos que tem para este mês. Não se
esqueça de marcar o um por cento. No final, some todos os
gastos para esse mês e compare o gasto total com sua en-
trada de dinheiro líquido. Assim você verá se sobrou ou se


faltou dinheiro para completar o mês (o mais provável é que
não sobre, mas falte). Lembre-se que não se pode gastar mais
do que se ganha, porque então entraremos num acúmulo de
dívidas. Se sobrou dinheiro, lembre-se da possibilidade de no
próximo mês ter gastos que não teve neste mês, assim será
melhor economizar o que sobrou. Lembre-se também que
no mês seguinte vai dar um por cento a mais de dízimo. Se
faltou dinheiro, deve então buscar no orçamento o que deve
ser cortado (comer fora etc.). Em seguida, pegue uma folha
de orçamento que possa copiar e usar a cada mês. Lembre-
-se de que o orçamento vai nos ajudar a gastar o dinheiro no
papel. Você tem que estar orando sempre para que o Senhor
lhe ajude a ter paz financeira.
ORÇAMENTO
Gastos para o mês de: __________
DÍZIMOS $__________
AUTOMÓVEIS/TRANSPORTE
Gasolina $__________
Óleo $__________
Impostos $__________
Seguros $__________
Reparos $__________
Manutenção $__________
Pagamentos $__________
Transporte Público $__________
Outros gastos $__________
CASA
Aluguel $__________
Prestação $__________

30
Impostos $__________
Seguros $__________
Luz $__________
Gás $__________
Telefone $__________
Água $__________
Comida $__________
TV a cabo $__________
Projetos $__________
Manutenção $__________
Outros $__________
POUPANÇA $__________
DÍVIDAS
Cartões $__________
Empréstimos $__________
Fiado $__________
GASTOS BANCÁRIOS $__________
RECREAÇÃO $__________
ROUPA $__________
SAÚDE
Médico $__________
Dentista $__________
Remédios $__________
Seguro $__________
Outros $__________
SEGUROS
De vida $__________
Outros $__________


GASTOS DIVERSOS
Jornais $__________
Revistas $__________
Assinaturas $__________
Cosméticos $__________
Cabeleireiro $__________
Lavanderia $__________
Tinturaria $__________
Almoços $__________
Quotas de clubes $__________
Hobbies $__________
Aniversários $__________
Aniversários de casamento $__________
Natal $__________
Ajuda aos pais $__________
Ajuda à família $__________
Envios ao exterior $__________
Outros $__________
EDUCAÇÃO $__________
CRECHES $__________
TOTAL GERAL $__________
Isto é o que você vai precisar para este mês.

Como você pode ver, esta ferramenta é muito boa para
dizer-nos o que fazer com o dinheiro. Use-a até que esteja fa-
miliarizado com ela e suas finanças se estabilizem. Uma vez
que suas finanças estejam estabilizadas, comece um plano
para sair de todas as dívidas supérfluas (coisas que são mais
vaidade do que necessidade).

30
Tem uma história muito boa no antigo Testamento onde
dois filhos de Deus fizeram o que tinham que fazer com o dízi-
mo, e houve uma bênção incrível sobre toda a nação, incluin-
do os sacerdotes e levitas que estavam encarregados de ensi-
nar ao povo sobre a Lei do Senhor. Vejamos esta história em
2 Crônicas 31:4-12:
4
Além disso ordenou ao povo, moradores de Jerusalém,
que contribuísse com sua parte devida aos sacerdotes e le-
vitas para que pudessem dedicar-se à lei do Senhor. 5 Logo
que se divulgou esta ordem, os filhos de Isael trouxeram em
abundância as primícias do cereal, do vinho, do azeite, do
mel, e de todo produto do campo; também os dízimos de
tudo trouxeram em abundância. 6 Os filhos de Israel e de
Judá, que habitavam nas cidades de Judá, também trou-
xeram dízimos das vacas e das ovelhas, e dízimos das coi-
sas que foram consagradas ao Senhor seu Deus; e fi zeram
montões e montões. 7 No terceiro mês começaram a fazer
os primeiros montões; e no sétimo mês acabaram. 8 Vin-
do, pois, Ezequias e os príncipes, e vendo aqueles montões,
bendisseram ao Senhor e ao seu povo de Israel. 9 Pergun-
tou Ezequias aos sacerdotes e aos levitas acerca daqueles
montões. 10 Então o sumo sacerdote Azarias, da casa de
Zadoque, lhe respondeu: Desde que se começou a trazer
à casa do Senhor estas ofertas, temos comido e nos temos
fartado delas, e ainda há sobra em abundância; porque o
Senhor abençoou ao seu povo, e esta grande quantidade
é o que sobra. 11 Então ordenou Ezequias que se preparas-
sem depósitos na casa do Senhor. 12 Uma vez preparados,
recolheram neles fielmente as ofertas, os dízimos e as coi-


sas consagradas; disto era intendente Conanias, o levita, e
Simei, seu irmão, era o segundo.
Não seria glorioso se isto acontecesse nas congregações

de hoje em dia? Sim, e pode-se conseguir, através de discípu-
los que dão e consagraram suas finanças ao Rei Jesus.
Existe um plano muito fácil para conduzir nossas finan-
ças e é o seguinte:
• 10% para o Senhor e Sua obra.
• 10% para economizar e fazer riqueza.
• 20% para pagar dívidas anormais (as que não são

como água, luz, transporte etc., senão por exemplo
um dinheiro que pegou emprestado com um amigo
ou familiar, coisas supérfluas que comprou sem con-
sultar o Senhor etc.).
• 60% para viver.
Quando ficar livre das dívidas anormais, então poderá

usar os 20% para ampliar sua qualidade de vida, ou dar mais
– os 5% aos pobres e necessitados etc.
Se as suas finanças já estão estáveis, mantenha-se ajun-
tando tesouros no Céu, aproveitando toda oportunidade que
se lhe apresente para ajuntar tesouros no Céu. Recordemos
que, quanto maior for o nosso tesouro, mais unida será nos-
sa alma ao Céu. Devemos ensinar aos discípulos a ajuntar

30
tesouros no Céu até que o façam. Precisamos da força e do
poder do Espírito Santo para consegui-lo.
A ESCADA DA GENEROSIDADE
1. Reconhecer que tudo o que temos é porque Deus nos

deu e nós somente somos os mordomos ou adminis-
tradores desses bens – Lucas 14:33; Deuteronômio 8:18.
2. Começar a dar com intenção e consistência.
3. Traçar como meta o dar ao Senhor dez por cento de

tudo o Ele nos abençoar.
4. Continuar dando com mão aberta e generosidade,

segundo o Senhor te guie e te mostre necessidades,
além do dízimo.
É bom lembrar que devemos viver esta lei de amor e

ensiná-la aos discípulos, até que a façam. Quanto tempo
você precisou para viver esta quarta lei de amor do Reino de
Deus quanto à relação com o Pai – ajuntar tesouros no Céu?
conhecemos ao Senhor Jesus e não guardamos seus manda-
ensinar esta lei de amor ao seu discípulo até que a guarde?
Está vendo como fazer discípulos toma tanta energia espiri-
tual, emocional e física, além do tempo e dos recursos neces-
sários para alcançá-lo?


28
CAPÍTULO
Quinta lei de amor

do Reino dos céus
O olho misericordioso,
a lâmpada do corpo
Mateus 6:22-23:
22
São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem
bons, todo o teu corpo será luminoso; 23 se, porém, os teus olhos
forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso
a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!
Estes versículos nos falam do olho bom, que olha com

misericórdia e desejo de ajudar aos necessitados. Recorde-
mos que os cidadãos do Reino se caracterizam porque são
misericordiosos.
217

30
Provérbios 22:9:
9
O generoso será abençoado, porque dá do seu pão ao pobre.
O olho mau é o olho mesquinho, que somente está olhan-

do egoisticamente, sem levar em conta que existem muitas
necessidades no mundo. Note que o olho maligno não olha
ao necessitado com misericórdia, e isso é o que produz tre-
vas em nós. Podemos perceber por que o Senhor põe tanta
ênfase em que ajudemos aos necessitados, especialmente
dando-lhes do nosso dinheiro? O olho misericordioso viu a
necessidade do indigente, foi e lhe deu pão.
Quando você olha para uma pessoa necessitada, com que
olho o olha? Com olhos de misericórdia e ajuda ou com olhos
de desprezo? Alguns nem sequer olham para os necessitados,
pois eles vivem em lugares muito longe dos pobres e indigen-
tes. Deus nos ajude a olhar com bons olhos. Recordemos, por
um momento, a primeira lei de amor do Reino quanto à rela-
ção com o Pai. A primeira coisa que o Senhor nos pediu é que
déssemos esmolas aos pobres. É possível que, na medida em
que temos progressos financeiros, nos afastemos mais ainda
dos pobres (mudamos para um bairro mais rico, já não convi-
vemos com os de menor condição social etc.). É por isso que,
aonde quer que vamos, temos que ter olhos bons e continuar
dando esmolas. Nós nos afastamos tanto do plano original do
Senhor, que hoje em dia é muito difícil conseguir isso. Tam-
bém é possível que você viva em um bairro pobre, mas con-
tinua olhando com olhos de misericórdia e compartilhando
seu pão com o necessitado.
O olho foi desenhado para ver todas as coisas. Entre to-
das as coisas que o olho vê, também há coisas más. É por


isso que o Senhor nos adverte que as coisas de maldade que
vemos vão interferir na relação com o Pai. Hoje em dia, vi-
vemos em um mundo onde abundam as imagens: pela tele-
visão, revistas, livros, jornais, computadores, internet, grava-
ções, cinema etc. Existem coisas cheias de maldade em cada
um destes meios de comunicação que citamos, e é aí onde o
discípulo deve aprender a usar seu olho. Tem coisas que não
devemos ver, e é aqui onde o Espírito Santo tem que vir em
nosso auxílio, e através do coração puro que têm os cidadãos
do Reino, mostrar-nos que essas coisas vão nos contaminar,
se continuamos assistindo-as, e elas arruinarão nossa relação
com o Pai. O Senhor quer que nossos olhos sejam ternos e
sensíveis às coisas que Ele quer que vejamos para o Reino.
Temos que ensinar aos discípulos a olhar com esses
olhos, para que sejam sensíveis à dor humana, e também que
possam viver em santidade.
siná-la aos discípulos até que a façam. Quanto tempo você
precisou para viver esta quinta lei de amor do Reino de Deus
quanto à relação com o Pai – ver com olhos de misericórdia
e santidade? O Senhor Jesus disse que, se O amamos, guarda-
remos seus mandamentos O apóstolo João disse que, se dis-
sermos que conhecemos ao Senhor Jesus e não guardamos
seus mandamentos, somos mentirosos. Quanto tempo você
tomará para ensinar esta lei de amor ao seu discípulo até que
a guarde? Está vendo como fazer discípulo toma tanta ener-
gia espiritual, emocional e física, além do tempo e dos recur-
sos necessários para alcançá-lo?
Quinta lei de amor do Reino dos céus na relação com o Pai 219

30


29
CAPÍTULO
Sexta lei de amor do

Reino dos céus na
relação com o Pai
Deus e as riquezas
Mateus 6:24:
24
Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de
aborrecer-se de um, e amar ao outro; ou se devotará a um e
desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.
O Senhor Jesus disse que há somente dois senhores que

lutam por nossa aliança: Um é Deus, o Senhor do universo, e
o outro são as riquezas.
É por isso que o Senhor Jesus quando disse que, se al-
guém quiser ser Seu discípulo, deve considerar bem o quanto
custa, pois quem não dá ao Senhor Jesus todas as suas posses
221

30
para que Ele seja o dono e o discípulo seja o seu mordomo
ou administrador, não pode ser Seu discípulo – Lucas 14:28-
33. Aqui o Senhor volta a reiterar isto, pois, se não damos ao
Senhor nossas riquezas desde o princípio, sempre estaremos
em luta constante entre Deus e as riquezas.
Alguém pode perguntar: Por que esta luta entre Deus e as
riquezas? Porque as riquezas dão poder, domínio, controle,
autoridade, segurança, felicidade, bem-estar, abrem portas,
dão satisfação temporária, compram todos os tipos de coisas
etc. Podem se converter em um substituto de Deus, já que,
tendo riquezas, para quê precisamos de Deus?
2 Coríntios 4:4 diz:

4
[...] nos quais o deus deste século cegou os entendimen-
tos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do
evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.
É interessante notar que neste versículo não se dá o

nome de Satanás como o deus deste século. O nome do anti-
go deus das riquezas é Mamom. Está claro que Satanás usa
a Mamom para cegar os incrédulos, e é por isso que se põe
tanta confiança no dinheiro e nas riquezas, em vez de pô-la
no verdadeiro Deus, que nos ama e nos cuida.
É importante definir o que é riqueza para que assim to-
dos tenhamos o mesmo entendimento, já que se nos compa-
ramos com alguém que tem mais do que nós, diríamos que
ele é rico, e se nos comparamos com alguém que tem menos
do que nós, diríamos que nós é que somos os ricos. Uma boa
definição, que se pode aplicar a toda situação e circunstân-
cia, seria: “Ter o suficiente e necessário para viver (casa e


comida), e um pouco mais”. Esse “pouco mais” é que é bem
amplo, e não tem limite. Esse “pouco mais” é o que pode nos
fazer cair no supérfluo e excessivo.
Quando viemos para o Evangelho do Reino e caminha-
mos nEle, existe uma grande possibilidade de prosperarmos
e até chegar a uma posição de riqueza, já que isto é parte do
plano do Senhor para podermos ajudar aos outros.
Provérbios 22:29 diz:

Vês a um homem perito na sua obra? perante reis será pos-
to; e não entre a plebe.
Na Nova Versão Internacional da Bíblia este versículo diz:

29
Você já observou um homem habilidoso em seu trabalho?
Será promovido ao serviço real; não trabalhará para gente
obscura.
Ao aumentar nossas riquezas, é aqui onde nosso cora-

ção pode se afastar do Senhor e começar a servir às riquezas,
e não a Deus. É por isso que temos que vigiar sempre para
que as bênçãos que o Senhor nos dá não nos afastem dEle.
O cidadão do Reino deve saber como usar as riquezas para
estender o Reino.
1 Timóteo 6:6-10:
6
De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o conten-
tamento. 7 Porque nada temos trazido para o mundo, nem
coisa alguma podemos levar dele; 8 tendo sustento e com
que nos vestir, estejamos contentes. 9 Ora, os que querem
ficar ricos caem em tentação e cilada, e em muitas con-
Sexta lei de amor do Reino dos céus na relação com o Pai 223

30
cupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os
homens na ruína e perdição. 10 Porque o amor do dinheiro é
raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram
da fé, e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.
1 Timóteo 6: 17-19:
17
Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgu-
lhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da
riqueza, mas em Deus que tudo nos proporciona ricamente
para nosso aprazimento, 18 que pratiquem o bem, sejam ri-
cos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir, 19
que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento
para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida.
Um dos problemas que muitos filhos de Deus têm é que

não sabem como administrar as riquezas que agora estão ad-
quirindo. Essa administração começa com o fato de que tudo
que possuímos é do Senhor, e não nosso. Jesus é o dono e nós
os administradores. Agora, se requer que os administradores
sejam fiéis, pois daremos conta do que o Senhor nos confiou.
O Senhor Jesus se referiu a isto, precisamente, na parábola
dos talentos, em Mateus.
Mateus 25:14-30:
14
Pois será como um homem que, ausentando-se do país,
chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens. 15 A um
deu cinco talentos, a outro dois e a outro um, a cada um se-
gundo a sua própria capacidade; e então partiu. 16 O que re-
cebera cinco talentos saiu imediatamente a negociar com
eles e ganhou outros cinco. 17 Do mesmo modo o que recebe-


ra dois ganhou outros dois. 18 Mas o que recebera um, sain-
do, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor.
19
Depois de muito tempo, voltou o senhor daqueles servos
e ajustou contas com eles. 20 Então, aproximando-se o que
recebera cinco talentos, entregou outros cinco, dizendo:
Senhor, confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco
talentos que ganhei. 21 Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo
bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei:
entra no gozo do teu senhor. 22 E, aproximando-se também
o que recebera dois talentos, disse: Senhor, dois talentos me
confiastes; aqui tens outros dois que ganhei. 23 Disse-lhe o
senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, so-
bre o muito te colocarei: entra no gozo do teu senhor. 24 Che-
gando, por fim, o que recebera um talento, disse: Senhor,
sabendo que és homem severo, que ceifas onde não seme-
aste, e ajuntas onde não espalhaste, 25 receoso, escondi na
terra o teu talento; aqui tens o que é teu. 26 Respondeu-lhe,
porém, o senhor: Servo mau e negligente, sabias que ceifo
onde não semeei e ajunto onde não espalhei? 27 Cumpria,
portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros, e
eu, ao voltar, receberia com juros o que é meu. 28 Tirai-lhe,
pois, o talento, e dai-o ao que tem dez. 29 Porque a todo o
que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não
tem, até o que tem lhe será tirado. 30 E o servo inútil lançai-o
para fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes.
Notemos como o Senhor Jesus deu a cada um de acordo

com a sua capacidade, mas esperava o mesmo resultado de
todos, e era que ganhassem com o que Ele lhes deu. É por
isso que Ele é tão severo com o servo que escondeu o talento,

30
pois Ele lhe deu para que ganhasse. Nem todos nós temos a
mesma capacidade econômica, mas o Senhor vai nos pedir
contas do que nos encomendou, seja muito ou seja pouco.
A quantidade não é o que importa, mas o nosso avanço no
Reino com o que Ele nos dá para administrarmos. Está claro
que isto inclui mais do que valores econômicos, pois se leva
em conta também as nossas habilidades, nosso tempo e as
oportunidades.
É lamentável que hoje em dia existam tantos crentes que
ainda não entenderam como opera o Reino de Deus, e por-
que desconhecem isto, caem no erro de não usar as rique-
zas que o Senhor lhes deu para o crescimento do Seu Reino.
Por exemplo, são muitos os crentes que têm riquezas e que
estão servindo a elas, e não ao Senhor. Seu tempo, talentos,
habilidades e oportunidades estão somente a serviço das ri-
quezas – cuidando-as, mantendo-as, multiplicando-as etc.
Alguns que têm riquezas e agora querem ser discípulos vão
enfrentar uma grande luta para desprender-se de quem tem
sido o “seu outro deus” por tanto tempo. É por isso que o que
está discipulando tem uma grande tarefa, para ensinar a esse
discípulo que o Pai deve ser o seu Deus na prática, e não so-
mente na teoria. Quanto tempo levará para alguém deixar de
servir às riquezas para servir a Deus? É possível que você já
esteja percebendo porque é tão importante fazer discípulos e
o muito que isso nos exige.
Agora que vivemos no Reino, devemos aprender a usar
as riquezas que o Senhor nos deu para Sua glória e o avanço
do Seu Reino.
siná-la aos discípulos até que a façam. Quanto tempo você


precisou para viver esta sexta lei de amor do Reino de Deus
quanto à relação com o Pai – amar a Deus e não às riquezas?
conhecemos ao Senhor Jesus e não guardamos Seus manda-
ensinar esta lei de amor ao seu discípulo até que a guarde?
Está vendo como fazer discípulo toma tanta energia espiritu-
al, emocional e física, além do tempo e dos recursos necessá-
rios para alcançá-lo?

30


30
CAPÍTULO
Sétima lei de amor

do Reino dos céus
Confiança absoluta
Mateus 6:25-34
25
Por isso vos digo: Não andeis ansiosos pela vossa vida,
quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso
corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do
que o alimento, e o corpo mais do que as vestes? 26 Observai
as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam
em celeiros; contudo vosso Pai celeste as sustenta. Porven-
tura não valeis vós muito mais do que as aves? 27 Qual de
vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado
ao curso da sua vida? 28 E por que andais ansiosos quanto
ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do cam-
229

30
po: eles não trabalham nem fiam. 29 Eu, contudo, vos afir-
mo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como
qualquer deles. 30 Ora, se Deus veste assim a erva do cam-
po, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto
mais a vós outros, homens de pequena fé? 31 Portanto, não
vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos?
ou: Com que nos vestiremos? 32 porque os gentios é que pro-
curam todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que
necessitais de todas elas; 33 buscai, pois, em primeiro lugar,
o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas. 34 Portanto, não vos inquieteis com o dia de
amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao
dia o seu próprio mal.
A sétima lei de amor do Reino quanto à relação com o Pai

nos fala de uma confiança absoluta, deixar a preocupação e
confiar em nosso Pai como o supridor das coisas necessárias
desta vida.
O Senhor Jesus sabia que alguns dos Seus discípulos esta-
riam em uma posição de possuir riquezas e abundância, e é
por isso que deu leis de amor para ensinar nessa área em par-
ticular, mas sabia também que alguns discípulos estariam em
condições onde teriam apenas o necessário para sobreviver, e
também nos dá uma lei de amor para ajudar-nos nesta área.
É possível, também, que alguns dos Seus discípulos es-
tariam numa posição de deixar suas comodidades para irem
levar o Evangelho a outros lugares, sem saber o que vão co-
mer ou vestir. O Senhor Jesus quer assegurar-nos de que, se o
Pai cuida das aves e das flores, como não cuidaria de nós, que
somos a mais importante de Suas criaturas? O Senhor Jesus


quer assegurar-nos de que o Pai não nos deixará faltar nada
de essencial.
Hoje em dia, existem dois extremos que o diabo usa para
manter as pessoas distantes do Reino de Deus: Um é a rique-
za, o outro é a pobreza.
Como já vimos na última lei de amor do Reino, as rique-
zas produzem uma luta com Deus, e se não seguimos as leis
de amor do Reino relacionadas às riquezas, facilmente ter-
minaremos servindo às riquezas, e não a Deus. Esta é a luta
básica nos países desenvolvidos, que têm em abundância. As
pessoas estão muito envolvidas em servir às riquezas, e não
têm tempo para Deus.
Por outro lado, há lugares no mundo onde a pobreza é
extrema e as pessoas não têm o necessário para suas neces-
sidades básicas. Essas pessoas passam todo o tempo lutan-
do apenas para subsistir e sobreviver, e não têm tempo para
Deus.
Como você pode notar, ainda que sejam situações dia-
metralmente opostas, o resultado é o mesmo: As pessoas não
têm tempo para Deus.
O Senhor Jesus, sabendo disto, nos dá esta lei de amor do
Reino para que saibamos que nosso Pai Celestial nunca nos
deixará e nem nos desamparará. O salmista disse em
Salmos 37:25
25
Fui moço, e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo
desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão.
O Senhor Jesus resumiu as necessidades básicas do cor-

po em duas: a comida e a bebida, como nosso sustento, e o
Sétima lei de amor do Reino dos céus na relação com o Pai 231

30
vestir, representando nossa proteção, amparo e abrigo. As
pessoas do mundo se preocupam por terem o que comer, o
que beber e o que vestir, e isso é natural, mas seja em riqueza
ou pobreza, gastam todo seu esforço e energia para consegui-
-los. O Senhor reitera que o Pai sabe que temos necessidades
destas coisas, e que Ele se encarregará de nós, assim como faz
com as criaturas inferiores (as aves e a erva do campo).
O Senhor Jesus nos anima a buscarmos primeiramente o
Reino de Deus e Sua justiça, e todas essas coisas com as quais
as pessoas do mundo se preocupam em buscar Ele vai acres-
centá-las às nossas vidas. Isto funciona da seguinte maneira:
Enquanto buscamos ao Rei Jesus, enquanto vivemos como
cidadãos do Reino, enquanto cumprimos as leis de amor do
Reino, enquanto estendemos o território do Reino, o Pai se
encarregará de suprir todas as nossas necessidades. Por que
é tão difícil conseguir isto? Por que o Senhor tem que nos di-
zer para que busquemos primeiramente o Seu Reino e a sua
justiça? É porque essas necessidades são tão primordiais, que
podem tirar-nos do foco do Reino de Deus. É lamentável ver
como muitos que se dizem filhos de Deus não confiam no seu
Pai amoroso. É por isso que o Senhor Jesus nos diz que aos
discípulos temos que ensinar-lhes até que estejam pratican-
do. Acontece é que, por muito tempo, deixaram os crentes
sentados nas cadeiras e nos bancos das igrejas para escutar
sermão atrás sermão, mas ninguém lhes pegou pelas mãos
para dizer-lhes: “Vem, que eu vou te ensinar a confiar no Pai”.
E sabe por que isto não está sendo feito? Porque a maioria
dos crentes estão muito ocupados buscando seus próprios
reinos, e não o Reino de Deus. E criou-se um círculo vicioso
do qual é muito difícil sair. Esperamos que você seja um dos


que vão romper este círculo, e comece a confiar no Pai Ce-
lestial, para que assim você possa também ajudar a outros a
serem discípulos. Recordemos que o Pai está sumamente in-
teressado em nós, pois somos os cidadãos que vamos trazer
glória ao Seu nome sobre a terra.
A ordem é: primeiro o Reino, e depois as coisas se acres-
centarão. Mas, muitas vezes, buscamos que as coisas sejam
acrescentadas primeiro, e descuidamos da nossa busca do
Reino. Logo nos perguntamos por que andamos igual às pes-
soas do mundo. Nos questionamos por que não temos poder
em nossas vidas. Também ficamos admirados de que o Reino
das trevas permaneça intacto e nossa luz não esteja brilhan-
do. O discípulo busca primeiro Deus e a Sua justiça, porque
o tempo na terra está curto. Muitos crentes desperdiçaram
os melhores anos de suas vidas concentrados em buscar as
coisas a serem acrescentadas para em seguida buscar o Reino
de Deus, e se deram conta do erro fatal que cometeram, mas
já é muito tarde. Se você, que está lendo estas palavras, for
um jovem, escute bem o que o Espírito Santo está te dizendo.
Só temos uma vida, e não podemos desperdiçá-la nas coisas
acrescentadas, quando o Pai já nos disse que não nos preocu-
pemos por elas. Vejamos desta maneira: Imagine que você é
um pai de vários filhos, e que você é sumamente rico, e diz a
seus filhos: Filhos, não se preocupem com nada, mas somen-
te em fazer o que eu lhes diga. Como você se sentiria se seus
filhos começassem a se preocupar e fossem buscar as mes-
mas coisas com as quais você lhes disse que não deveriam
preocupar-se, porque você é quem iria supri-las, e logo não
têm tempo para fazer o que você lhes pediu? É assim que se
sente o Pai Celestial, quando Seus filhos andam preocupados,

30
buscando coisas que Ele disse que lhes supriria, exatamente
para que tivesse tempo para fazer o que Ele pede.
Nós, discípulos, nos animaremos a ir para outros lugares
e levar o Evangelho do Reino; mas só quando começarmos a
confiar no Pai amoroso é que saberemos que ele cuidará de
nós, onde quer que estejamos, e nada nos faltará.
O Senhor termina dizendo-nos que não nos preocupe-
mos pelo dia e pelo amanhã, pois cada dia tem o seu próprio
cuidado. Lembra-se da oração do “Pai Nosso”, onde pedimos
ao Pai que nos dê o pão nosso de cada dia? Muitas vezes, a
incerteza do futuro nos enche de tanta preocupação, que não
temos tempo de desfrutar o hoje. O ontem já passou, e não
podemos voltar atrás. Do amanhã não sabemos o que será.
Hoje é o presente que o Pai nos deu, e como todo presente,
temos que desfrutá-lo.
Reitero que devemos viver esta lei de amor e ensiná-la
aos discípulos até que o façam. Quanto tempo você precisou
para viver esta sétima lei de amor do Reino de Deus quanto
à relação com o Pai – deixar as preocupações e a ansieda-
de e confiar plenamente no Pai? O Senhor Jesus disse que,
se O amamos, guardaremos Seus mandamentos O apóstolo
João disse que, se dissermos que conhecemos ao Senhor Je-
sus e não guardamos seus mandamentos, somos mentirosos.
Quanto tempo você tomará para ensinar esta lei de amor ao
seu discípulo até que a guarde? Está vendo como fazer discí-
pulo toma tanta energia espiritual, emocional e física, além
do tempo e dos recursos necessários para alcançá-lo?


SEÇÃO 4
Como amar-se a si mesmo
Seis Leis de amor quanto
à relação com você mesmo
Recordando: Em Mateus, capítulo cinco, já vimos as
onze características dos cidadãos do Reino de Deus: os po-
bres de espírito, os que choram, os mansos, os que têm fome
e sede de justiça, os misericordiosos, os limpos de coração,
os pacificadores, os que padecem perseguição por causa da
justiça, os que são injuriados sem razão por causa de Jesus e
os que são sal da terra e luz do mundo. Sem estas caracterís-
ticas não se pode viver no Reino de Deus. O Espírito Santo é
o único que pode formar isto em nós.

30
Também vimos as seis leis de amor do Reino de Deus
quanto ao relacionamento com os outros, que são: o relacio-
namento com os irmãos, o relacionamento com o sexo opos-
to, o divórcio, que nosso sim seja sim e o nosso não seja não,
como tratar os maus e como tratar os inimigos.
Na seção passada, tratamos com sete leis de amor da
nossa relação com o Pai. Sete é o número que representa
Deus, pois Ele está completo, e nossa relação com Ele deve
ser completa. Na versão Almeida Revista e Corrigida 2009
(ARC), no capítulo seis, menciona-se o Pai doze vezes. Os dis-
cípulos eram doze, e o Senhor Jesus quer que os discípulos
saibam que o Pai quer ter uma relação pessoal com cada um.
O Pai quer que tenhamos paz em nossa relação com os ou-
tros e também em nossa relação com Ele. Estas foram as leis
de amor que vimos: dar esmolas aos pobres e necessitados,
o Pai Nosso – a oração que o Senhor quer que todo discípulo
ore –, o jejum, ajuntar tesouros no céu, ver com olhos mise-
ricordiosos, a diferença entre servir a Deus e às riquezas, e
porque não preocuparmos e assim poder confiar em nosso
Pai celestial.
Agora entraremos em nossa quarta seção, onde veremos
seis leis de amor que têm a ver com você mesmo. Esta é a
parte de amarmos a nós mesmos para que tenhamos uma
medida com a qual possamos amar ao próximo. Estas leis
de amor são: não julgar, cuidar das coisas que o Pai nos deu,
como pedir, buscar e bater (chamar), a regra de ouro, o cami-
nho estreito da santidade e como não nos deixarmos enganar
pelos falsos profetas.

31
CAPÍTULO
Primeira lei de amor

do Reino de Deus
na relação consigo
mesmo:
Não julgar os outros.

Mateus 7:1-5 diz:

1
Não julgueis, para que não sejais julgados. 2 Pois com o
critério com que julgardes, sereis julgados; e com a medida
com que tiverdes medido vos medirão também. 3 Por que vês
tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na
trave que está no teu próprio? 4 Ou como dirás a teu irmão:
Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave
no teu? 5 Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e então
verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão.
237

30
Todos nós temos falhas, mas é tão difícil admiti-lo! Pare-
ce mais fácil encontrar falhas nos outros, e isso ocorre mais
à medida que nos aproximamos uns dos outros. Toda pessoa
busca ser amada e amar, e isto inclui a aceitação, pois um
dos maiores temores que os seres humanos enfrentam é a
rejeição. Quantas pessoas não fazem coisas estranhas pelo
simples fato de serem aceitas? Quantas mentiras não se vi-
vem diariamente para que as pessoas não descubram quem
somos na realidade e assim não nos rejeitem? O mundo está
cheio de pessoas assim: Sempre buscando ser aceitas, e o dia
que descobrem suas faltas, a pessoa pensa que vão rejeitá-la,
e o mais provável é que abandone a relação.
Ao julgar as falhas dos outros, muitas vezes não o faze-
mos com o fim de ajudar-lhes a crescer nesta área, mas sim-
plesmente como uma crítica, e não se medem as consequên-
cias que essa crítica pode ocasionar à outra pessoa.
Falando de falhas, o Senhor Jesus nos disse algo muito
importante: Que as minhas falhas são tão grandes, que devo
preocupar-me mais com a TRAVE que está no meu olho do
que pelo ARGUEIRO do olho alheio.
Quantas vezes falamos da falha de alguém com outra
pessoa e não dizemos diretamente à pessoa afetada? A suti-
leza desse engano é que, ao dizer a outra pessoa, cremos que
estamos solucionando o problema, quando o que realmente
estamos fazendo é complicando-o, pois colocamos uma car-
ga no coração desta pessoa, e se falamos depois diretamente
com a pessoa afetada, ainda assim é provável que a pessoa a
quem contamos o problema fique com isto em seu coração.
Pense no exemplo de um casal que briga e um deles vai con-
tar a outra pessoa como seu cônjuge é culpado. Esta pessoa


que escutou isso tem agora uma carga em seu coração, e, nor-
malmente, as coisas logo se ajeitam entre o casal, mas ainda
fica o peso no coração da pessoa que escutou.
Recordemos que o Senhor Jesus está nos dando estas leis
de amor para que cresçamos como pessoas. Enquanto nos
concentramos nas falhas dos outros, não prestamos atenção
às nossas, e o mais provável é que os outros nos meçam com
a mesma medida e terminem julgando-nos, pois nos esque-
cemos que nossa falha é ainda maior do que a dos outros.
Temos que ensinar ao discípulo a não julgar e a concentrar-
-se em trabalhar em suas próprias falhas com o poder do Espírito
Santo. Você ajudará a seu discípulo a tirar o argueiro do seu olho,
mas não nos esqueçamos que existem coisas que nos impedem
de aproximarmo-nos uns dos outros para tirar o argueiro:
• O que pensará a outra pessoa, se me aproximo para

chamar-lhe a atenção sobre a sua falha.
• Se ficará com raiva.
• Se vai se ressentir.
• Se sairá da igreja.
• Não é minha a posição chamar a atenção de ninguém

(se for assim, então devo buscar alguém que tenha au-
toridade e vamos juntos).
• Se lhe falo de sua falha, vai atirar-me no rosto os meus

defeitos (trave).
Primeira lei de amor do Reino de Deus na relação consigo mesmo: 239

30
• É que sou olho, e somente vejo (se já falou com mais
alguém, então você é boca também, e pode ir e falar
diretamente com a pessoa afetada).
• É que não tem confiança, pois nunca houve uma re-

lação pessoal suficientemente íntima para me aproxi-
mar e expor suas falhas.
• Vão interpretar-me mal.
• Depois, vão me rejeitar.
• Em que outra desculpa você pode pensar?
Lembre-se que em Provérbios 27:5-6 diz:

“5 Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto. 6
Leais são as feridas feitas pelo que ama, porém os beijos de
quem odeia são enganosos”.
COMO DEVEMOS APROXIMAR-NOS AOS

OUTROS PARA FAZER-LHES VER SUAS
FALHAS?
Devemos levar em conta as palavras do Senhor: Com o

critério com que julgardes sereis julgados; e, com a medida
com que tiverdes medido, vos medirão também. Vamos lem-
brar Gálatas 6:1:
Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós,
que sois espirituais, corrigi-o, com o espírito de brandura; e
guarda-te para que não sejas também tentado.


• Não fale com ninguém mais, pois somente porá carga
emocional e espiritual na pessoa a quem contar, e ela
não entende todo o quadro. Busca ao Senhor em ora-
ção e intercessão amorosa pela pessoa que está em
falta. E, assim que tiver oportunidade (às vezes terá
que buscá-la), fale diretamente com esta pessoa.
• Não vá com orgulho, pois todos nós temos falhas.
• Não vá com a atitude de “eu sou mais santo do que

você”.
• Não vá com aspereza ou dureza.
1 Timóteo 5:1-2 diz:

1
Não repreendas ao homem idoso, antes exorta-o como a
pai; aos moços, como a irmãos; 2 às mulheres idosas, como
a mães; às moças, como a irmãs, com toda a pureza.
• Não vá com desejos de vingança.
• Não vá com desejo de “pô-lo em seu lugar” a outra

pessoa.
• Não deixe que a outra pessoa te fale de alguém mais,

se não está disposto a ir e falar com a pessoa afetada,
porque isso seria fofoca.
• Devemos aproximar-nos com humildade da outra

pessoa, assim como Jesus se aproximou da mulher

30
adúltera, sabendo que somos pecadores e também
temos falhas.
• Devemos revestir-nos de misericórdia, de benignida-

de, de humildade, de mansidão, de paciência. Colos-
senses 3:12-14.
• Devemos nos acercar da outra pessoa com interesse

genuíno de edificá-la no caminho e no caráter do Se-
nhor.
• Devemos aproximar-nos com o interesse de formar

uma equipe unida.
• Que outra maneira você acha que devemos usar para

nos aproximar dos outros para corrigir suas falhas?
Devemos lembrar as palavras de Hebreus 12:5-11 para

que no dia em que alguém nos chame a atenção sobre algu-
ma falha, não nos irritemos, mas que entendamos que é para
o nosso bem.
5
[...] e estais esquecidos da exortação que, como a filhos,
discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção
que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és re-
provado; 6 porque o Senhor corrige a quem ama, e açoita a
todo filho a quem recebe. 7 É para disciplina que perseverais
(Deus vos trata como a filhos); pois, que filho há a quem o
pai não corrige? 8 Mas se estais sem correção, de que todos
se têm tornado participantes, logo sois bastardos, e não fi-
lhos. 9 Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne,


que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de es-
tar em muito maior submissão ao Pai dos espíritos, e en-
tão viveremos? 10 Pois eles nos corrigiam por pouco tempo,
segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina
para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua
santidade. 11 Toda disciplina, com efeito, no momento não
parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois,
entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela
exercitados, fruto de justiça.
Quando o discípulo começar a viver esta lei de amor, co-

meçará a crescer, pois ele prestará atenção a tudo nele que
não agrada ao Senhor e é um impedimento para os outros.
ná-la aos discípulos até que o façam. Quanto tempo você pre-
cisou para viver esta primeira lei de amor do Reino de Deus
quanto à relação consigo mesmo – julgar os outros? O Senhor
Jesus disse que, se O amamos, guardamos os Seus manda-
mentos. O apóstolo João disse que, se dissermos que conhe-
cemos ao Senhor Jesus e não guardamos Seus mandamentos,
somos mentirosos. Quanto tempo você tomará para ensinar
esta lei de amor ao seu discípulo até que a guarde? Está ven-
do como fazer discípulo toma tanta energia espiritual, emo-
cional e física, além do tempo e dos recursos necessários para
alcançá-lo?

30


32
CAPÍTULO
Segunda lei de amor

do Reino de Deus
quanto a amar-se a
si mesmo:
Não desperdiçar nos-
sos recursos
Mateus 7:6:
Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os por-
cos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e,
voltando-se, vos dilacerem.
Nossa vida nesta terra é muito limitada: Nossos recursos

– finanças, influências, oportunidades, coisas materiais, edu-
cação etc. – são limitados; nosso tempo é limitado; nossas
habilidades – talentos, carisma, dons etc. – são limitadas.
245

30
É possível que o Senhor Jesus esteja nos dizendo o se-
guinte: “Cuida muito bem do que tem, não dê aos cães o que é
santo – o que é consagrado e separado para uso de Deus, pois
os cães não sabem o que fazer com tais coisas. Não jogue pé-
rolas aos porcos – as coisas que são valiosas –, pois quando
comê-las – assimilá-las –, vão se dar conta de que são muito
duras, e vão pisoteá-las – vão depreciá-las –, e vão irritar-se
contigo, até despedaçar-te.”
O que é algo santo? É algo que foi separado ou consagra-
do para o uso de Deus. Nossas vidas são santas precisamente
porque Jesus Cristo nos comprou com Seu Sangue, e agora
somos Seus, e Ele nos separou para Si mesmo. Quais são os
“cães” e os “porcos”? Os “cães” e os “porcos” podem represen-
tar situações, condições e, com muita cautela e precaução,
poderíamos dizer que também representam pessoas.
Como discípulos do Senhor Jesus, que já submetemos a
Ele toda nossa vida e posses, na hora de colocar em práti-
ca, vamos ver que existem muitas vozes que estão pedindo e
exigindo nossos recursos financeiros, nosso tempo e nossas
habilidades. Como saber a quem dar o quê? É aqui onde entra
nossa total dependência do Espírito Santo para que nos dirija
e nos ajude a ter discernimento. O Espírito Santo, por meio
da sua Palavra, por meio das experiências dos discípulos que
já caminharam por esta trilha, e por meio de nossas próprias
circunstâncias, vai nos ensinar como usar nossos recursos,
tempo e habilidades para estender o Reino.
Esta lei de amor do Reino nos ajuda a aplicar com certeza
as outras leis de amor do Reino que nos pede para fazermos
coisas para os outros. Por exemplo:


• Não tenho tempo para encolerizar-me e ficar com rai-
va com meu irmão.
• Meus olhos são para olhar com benevolência, e não

para olhar as pessoas do sexo oposto com um coração
adúltero.
• Saberei como dar ao meu cônjuge e à minha família

a prioridade do tempo, recursos e habilidades, o que
fará com que meu matrimônio seja mais forte, e a fa-
mília não se dissolva.
• Saberei dizer sim a certas coisas e não a outras, por-

que não tenho todo o tempo, as habilidades e os re-
cursos que me pedem.
• Saberei lidar com o mau e com o que me pedir.
• Saberei como lidar com o inimigo, e qual tempo, re-

cursos e habilidades vou dedicar-lhe.
• Saberei como dar esmolas, pois o Espírito me guiará a

usar bem os recursos, o tempo e as habilidades.
Quantas vezes jogamos as coisas santas aos cães? Por

exemplo, vendo programas de televisão ou no computador
com coisas que não edificam e nem avançam o Reino? Quan-
tas vezes conversamos coisas vãs com “cães e porcos”, e so-
mente terminamos em inimizades e discussões? Quantas
vezes usamos mal o nosso dinheiro, comprando coisas vãs e
Segunda lei de amor do Reino de Deus quanto a amar-se a si mesmo: 247

30
supérfluas, e logo ficamos sem dinheiro para investir no Rei-
no? Quantas vezes usamos nossas habilidades para dá-las ao
mundo, e não as usamos para o Reino?
Não podemos interpretar mal o principal ponto do Se-
nhor Jesus aqui, pois estas palavras são impossíveis de viver
para o crente que não está submetido ao Espírito Santo. O Se-
nhor não está dizendo que vivamos como se a vida fosse um
convento, mas o contrário, que usemos tudo o que Ele nos dá
para trazer glória ao Seu nome, e para fazê-lO conhecido às
outras pessoas.
Me amo a mim mesmo, é por isso que uso bem os recur-
sos que o Senhor Jesus me confiou, e é por isso que não quero
desperdiçá-los.
ná-la aos discípulos até que o façam. Quanto tempo você pre-
cisou para viver esta segunda lei de amor do Reino de Deus
quanto à relação consigo mesmo – não desperdiçar nossos
recursos? O Senhor Jesus disse que, se O amamos, guardamos
os Seus mandamentos. O apóstolo João disse que, se disser-
mandamentos, somos mentirosos. Quanto tempo você to-
mará para ensinar esta lei de amor ao seu discípulo até que a
guarde? Está vendo como fazer discípulo toma tanta energia
necessários para alcançá-lo?


33
CAPÍTULO

do Reino de Deus
quanto a amar-se a
si mesmo:
Orar pedindo, buscan-
do e chamando por nós
mesmos e pelos outros
Mateus 7:7-11:
7
Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-
-vos-á. 8 Pois todo o que pede recebe; o que busca encon-
tra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á. 9 Ou qual dentre vós é o
homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará
pedra? 10 Ou se lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra?
11
Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos
vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará
boas coisas aos que lhe pedirem?
249

30
Recorda a oração do “Pai Nosso”, a qual é uma declaração
que o Pai quer que todos os Seus filhos proclamem? Pois ago-
ra, o Rei do Reino diz: “Pedi, buscai, batei, pois tenho muitas
coisas para dar-te, agora que você já sabe como manejá-las no
meu Reino”.
Nestas alturas, você já estará compreendendo um pouco
melhor o quadro em que consiste o Reino de Deus. Você e eu
somos parte dos dispensadores da vontade de Deus na ter-
ra. Necessitamos de muitos recursos, e o Senhor Jesus quer
dar-nos esses recursos para avançar o Reino de Deus. Nossos
pedidos os fazemos através das orações. A oração requer fé,
e também esforço. Hebreus 11:6 nos diz que o Senhor é ga-
lardoador dos que o buscam. Vejamos um pouco mais sobre
a oração, agora que estamos compreendendo o contexto das
leis de amor do Reino de Deus.
Qual seria uma boa definição de oração? Uma definição
simples seria: Falar com Deus. Mas isto envolve muito, pois exis-
tem muitos temas para tratar com Deus. Mas a realidade é que
não falamos muito com Deus. Em outras palavras, não oramos
como sabemos que deveríamos. Este não é um problema novo,
pois uma vez nosso Senhor Jesus Cristo teve que ensinar sobre
a necessidade de orar sempre, e não desanimar – Lucas 18:1-8.
Por que é que muitas vezes não oramos? Vejamos algu-
mas razões:
• Às vezes nos perguntamos: Para que orar, se Deus já

sabe a resposta?
• Outras vezes dizemos: Se, de qualquer maneira, Deus

fará o que Ele quiser fazer, mudará de opinião se eu orar?


• Porque, em algumas ocasiões, oramos e não acontece
nada, nos desanimamos de continuar orando. Parece
que a oração é uma perda de tempo. Parece que Deus
responde a todos, mas a mim nunca, ou quase nunca.
• O que significa orar em espírito? Veja o Capítulo 39.
• O que significa orar sem cessar?
• Não criamos o hábito de orar. Oramos muito espora-

dicamente, se é que oramos.
• A oração é chata. Sempre um monólogo, repetindo as

mesmas coisas.
• Sou muito pecador, por isso Deus não me escuta, por-

tanto, não oro nem para pedir perdão.
Trataremos de responder a estas perguntas, pois, às ve-

zes, são um impedimento para que oremos eficazmente.
Comecemos, pois, com a primeira pergunta:

PARA QUE ORAR, SE DEUS JÁ SABE A RESPOSTA?
O Senhor mesmo é quem nos manda orar, dizendo que

não desanimemos (não deixemos de perseverar) da oração
– Lucas 18:1-8. Também nos disse o Senhor: “Invoca-me, e
te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que
não sabes”. Jeremias 33:3. Em Isaías 65:24, o Senhor nos diz:
“E será que, antes que clamem, eu responderei; estando eles
Terceira lei de amor do Reino de Deus quanto a amar-se a si mesmo 251

30
ainda falando, eu os ouvirei”. Acontece que Deus já sabe a
resposta, mas NÓS não a sabemos, e é por meio da oração
que encontramos a resposta à nossa petição. No processo da
busca de uma resposta nos encontramos com Ele mesmo.
Esse é o desejo de Deus, que nos encontremos com Ele. Mais
do que uma resposta, Ele quer ser a mesma resposta, já que,
buscando a resposta, encontramos a Ele, que tem a respos-
ta para todas as nossas necessidades. Quando aprendermos
isto, O buscaremos, e Ele será a resposta para o que necessi-
tamos. Por isso devemos perseverar, para nos encontrarmos
com Ele.
Vamos agora à seguinte pergunta:
“SE, DE QUALQUER MANEIRA, DEUS

FARÁ O QUE ELE QUISER FAZER”,
MUDARÁ DE OPINIÃO SE EU ORAR?
Devemos recordar que a oração não se trata de “torcer

o braço de Deus para que nos responda o que queremos”. A
oração verdadeira vai unida com a Palavra de Deus. Por isso
é tão importante que conheçamos o que Deus nos disse que
quer fazer. Sua vontade já está revelada na Bíblia. Ao conhe-
cer o que Ele já nos manifestou que quer fazer, é mais fácil
ficarmos de acordo com Ele ao pedir.
Muitos dos problemas que acontecem nas nossas vidas
são causados, precisamente, pela desobediência dos princí-
pios de Deus já estabelecidos na Sua Palavra. Às vezes, re-
cebemos as consequências da desobediência de outros. Por
exemplo, se nos roubam, outro desobedeceu, mas nós rece-
bemos as consequências negativas da sua ação. Ainda assim,


Deus é misericordioso e, às vezes, nos livra das consequên-
cias, mas outras vezes não. Por que Deus faz isto? Porque a
sabedoria de Deus é multiforme, e Ele usa as coisas boas e as
coisas más para o nosso bem. Isto é o que diz em
Romanos 8:28:
28 “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem
daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados
segundo o seu propósito”.
Se amamos a Deus, nossas vidas se vão a caracterizar

porque queremos agradar-Lhe, e se algo de mau nos aconte-
ce, devemos ter fé, a certeza de que Deus, de alguma maneira,
o mudará para o bem, agora ou mais tarde.
Em 2 Reis 20:1-11 vemos narrada a história do rei Eze-
quias, que fez o bem diante dos olhos de Deus, mas havia re-
cebido palavra da parte de Deus de que ia morrer. Este rei
orou e Deus ouviu a sua petição, e mudou o plano que tinha
para ele.
Devemos recordar sempre que a oração é uma comuni-
cação com Deus para conhecer a Sua vontade. Como a co-
nheceremos, se não oramos? Ezequias ouviu, claramente,
qual era a vontade de Deus, mas ele também sabia que Deus
é clemente e misericordioso, e que é galardoador dos que O
buscam, e é por isso que ele orou para que Deus mudasse o
plano. Porque Ezequias era um homem íntegro, Deus mudou
o plano.
Deus tem planos fixos, os quais Ele não vai mudar, e tem
planos que estão sujeitos a mudanças pelas petições dos seus
filhos que são íntegros em Seu caminho. O que acontece é

30
que muitas vezes não sabemos quem é quem. E é por meio
da oração que saberemos. O que teria acontecido se Ezequias
não tivesse orado? O mesmo acontece conosco, se não ora-
mos.
Você já tem um tempo fixo de oração todos os dias? Se
ainda não tem, comece a criar o hábito, orando de cinco a
dez minutos cada dia, na mesma hora. O Espírito Santo vai te
guiando em seu tempo de oração e Ele lhe dirá como aumen-
tar o tempo. Não deixe de fazer o pouco porque não pode fa-
zer o muito. Sendo fieis no pouco, no muito Ele nos colocará.
Vejamos esta próxima declaração:

“PORQUE EM ALGUMAS OCASIÕES ORAMOS E NÃO
ACONTECE NADA, NOS DESANIMAMOS DE CONTINU-
AR ORANDO. PARECE QUE A ORAÇÃO É UMA PERDA DE
TEMPO. PARECE QUE DEUS RESPONDE A TODOS, MAS
A MIM NUNCA, OU QUASE NUNCA.”
Lucas 18:1-8 diz:

1
Disse-lhes Jesus uma parábola, sobre o dever de orar sem-
pre e nunca esmorecer. 2 Havia em certa cidade um juiz, que
não temia a Deus nem respeitava homem algum. 3 Havia
também naquela mesma cidade uma viúva, que vinha ter
com ele, dizendo: Julga a minha causa contra o meu adver-
sário. 4 Ele por algum tempo não a quis atender; mas depois
disse consigo: Bem que eu não temo a Deus, nem respeito
a homem algum, 5 todavia, como esta viúva me importuna,
julgarei a sua causa, para não suceder que, por fim, venha
a molestar-me. 6 Então disse o Senhor: Considerai no que
diz este juiz iníquo. 7 Não fará Deus justiça aos seus esco-


lhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça de-
morado em defendê-los? 8 Digo-vos que depressa lhes fará
justiça. Contudo, quando vier o Filho do homem, achará
porventura fé na terra?
Devemos recordar que Deus sempre responde a oração;

algumas vezes diz SIM, outras vezes diz NÃO, e outras vezes
diz ESPERE. Deus é o Pai bom, amoroso e misericordioso que
nos trata como o que somos: Seus filhos. Assim como no na-
tural os pais têm estes três tipos de respostas para seus filhos,
dependendo da idade, capacidade, maturidade, responsabili-
dade etc., no espiritual, nosso Pai Celestial também tem estas
três respostas, dependendo da nossa idade, capacidade, ama-
durecimento, responsabilidade etc.
O problema pode surgir porque eu quero que a resposta
seja SEMPRE positiva. NÃO também é uma resposta, ainda
que não nos agrade.
Quando Deus nos responde dizendo ESPERA, poderia
ser porque nem todas as coisas ainda estão em seus lugares.
A impaciência é que nos faz atuar com desespero e também
apressadamente. Muitas vezes o Senhor nos diz para espe-
rarmos porque, no processo, Ele também está nos ensinan-
do a ter paciência. Salmo 40:1-3; Gálatas 5:22. Às vezes, esta
resposta é muito difícil de ser aceita, porque como temos a
mentalidade de microondas, queremos tudo imediatamente.
A fé diz: “Eu creio que Deus me ouve, por isso oro”. A paciên-
cia diz: “Eu espero que o que pedi virá no tempo de Deus”.
Hebreus 6:11-12.
Outra coisa que impede que o Senhor responda a oração
é quando estamos em pecado (desobediência). O Salmo 66:18

30
diz: “Se eu no coração contemplara a vaidade, o Senhor não
me teria ouvido”.
O pecado traz uma separação entre nós e Deus, e ainda
que Deus queira responder, por causa do nosso pecado, não
podemos receber a resposta. Quando estamos em pecado, o
que o Senhor faz é nos disciplinar. Hebreus 12:4-11.
Você pode mencionar um exemplo de experiência sua
em oração, quando Deus respondeu com um SIM à sua peti-
ção? Com um NÃO? Com ESPERA?
Alguma vez você recebeu a disciplina do Senhor em sua
vida por andar em pecado (desobediência)?
O Senhor SEMPRE nos ouve, por isso não desanime na
oração. Descubra, através da oração, qual a resposta de Deus,
e caminhe em fé, de acordo com isso.
Temos agora o tema de:

O QUE SIGNIFICA “ORAR EM ESPIRITO”?
Veja o capítulo 39.
Vejamos agora o tema de:

O QUE SIGNIFICA “ORAR SEM CESSAR”?
1 Tessalonicenses 5:17
O que significa orar sem cessar? Você crê que é possível

orar sem cessar? Vejamos o que nos diz Hebreus 8:10:
10
Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Is-
rael, depois daqueles dias, diz o Senhor. Nas suas mentes
imprimirei as minhas leis, também sobre os seus corações
as inscreverei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu
povo.


Vejamos Romanos 8:5:
5
Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coi-
sas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das
coisas do Espírito.
Que conexão existe entre orar sem cessar e manter nossa

mente pensando nas coisas do Espírito? Orar sem cessar é
imperativo para que nos apropriemos do propósito do Novo
Pacto. O Senhor quer estabelecer Suas leis de amor em nos-
sa mente, para que conheçamos a Sua vontade, e em nosso
coração, para que desejemos fazer a Sua vontade. O Espírito
Santo nos dá o poder para conseguirmos a Sua vontade.
Já que a palavra do Senhor nos anima a orar sem cessar,
que passos práticos podemos dar para conseguirmos? Pode-
mos começar tirando um tempo à primeira hora da manhã
para dedicar à oração, e assim “juntar a lenha para manter
ardendo o fogo da oração durante todo o dia”.
Orar sem cessar não significa que passemos o dia todo
repetindo as mesmas orações ou orações vãs. Significa que
a linha de comunicação entre o Senhor e nós nunca se fe-
che. Quando oramos sem cessar mantemos a mente como
um ioiô, algumas vezes em cima, ocupados com as coisas
espirituais, outras vezes embaixo, ocupados com os afazeres
diários.
Quando oramos sem cessar, é mais rápido pedir perdão,
se caímos em pecado, já que não queremos que o pecado atra-
palhe essa contínua comunhão com Deus. Isto nos mantém
em limpeza espiritual. Também nos dá perseverança. Isaías
26:3 (ARC 2009) diz: “Tu conservarás em paz aquele cuja men-
te está firme em ti; porque ele confia em ti”. Poderíamos dizer

30
que a oração sem cessar é o pensamento perseverando em
Deus. Tem que fazer um esforço consciente até que o orar
sem cessar faça parte natural da nossa vida. O resultado de
perseverar pensando nas coisas do Senhor é completa paz.
À medida que perseveramos na oração sem cessar, vere-
mos que o Espírito Santo vai trazer à nossa mente situações
e pessoas pelas quais devemos orar. Por exemplo, de repente
você vai se lembrar de um amigo ou conhecido de infância
ou de tempos atrás e, em vez de somente recordar o passado,
você vai notar que o que o Espírito Santo do Senhor quer é
que você ore e interceda por essa pessoa, pois você não sabe
a situação que ela está atravessando, mas o Espírito Santo
sim, e quer usar você para que “entre na brecha” em favor
dessa pessoa. Se não estamos intercedendo por alguém, po-
demos aproveitar o tempo para louvar ao Senhor em nosso
coração ou em voz alta, se a situação o permitir. A oração sem
cessar não tem limites.
Vimos até aqui que orar é muito importante, que, ainda
que Deus já saiba a resposta, Ele quer que conheçamos Sua
vontade através da oração. Também vimos que, ainda que
Deus tenha um plano fixo, também existem coisas que são
variáveis. Como não sabemos qual é qual, por isso é que de-
vemos perseverar em oração, para assim poder determinar
qual é o plano de Deus em nosso caso específico. Vimos tam-
bém que Deus sempre responde: Algumas vezes sim, outras
não, e outras vezes diz: Espera. Vimos também que a Palavra
nos anima a orar sem cessar, querendo dizer que em todo
momento e por todas as coisas devemos orar.
Vamos agora contestar a declaração que diz:


“NÃO CRIAMOS O HÁBITO DE ORAR.

ORAMOS MUITO ESPORADICAMENTE,
SE É QUE ORAMOS”.
Tem sido difícil para você estabelecer o hábito de orar em
sua vida? Por que é tão difícil criar o hábito de orar?
Os que já têm o hábito da oração podem declarar que isto é
muito importante. O hábito é como um recipiente. Se você tem
sede e pede água para alguém, o que aconteceria se a quem
você pede a água a jogasse diretamente em suas mãos? O mais
certo é que grande quantidade da água se derramaria e se des-
perdiçaria. Mas se você tivesse um copo ou um recipiente em
mãos, você teria mais água para beber, e também para guar-
dar e usar no futuro. Até poderia compartilhar com outros, se
necessário. Vemos, pois, que o recipiente é muito importante.
Poderíamos dizer que o hábito de orar é como um recipiente, e
é por isso mesmo que o hábito da oração é muito importante.
Quando é o melhor tempo para orar e estabelecer um há-
bito na oração? A Palavra do Senhor nos diz, em várias oca-
siões, que o melhor tempo para orar é de madrugada ou pela
manhã. É claro que isto não quer dizer que não precisamos
orar todo o tempo. Vejamos alguns exemplos nos Salmos:
De manhã, Senhor, ouves a minha voz; de manhã te apre-

sento a minha oração e fico esperando.
Salmo 5:3
Desperta, ó minha alma! Despertai, lira e harpa! Quero

acordar a alva.
Salmo 57:8

30
Mas eu, Senhor, clamo a ti por socorro, e antemanhã já se
antecipa diante de ti a minha oração.
Salmo 88:13
Sacia-nos de manhã com a tua benignidade, para que can-

temos de júbilo e nos alegremos todos os nossos dias.
Salmo 90:14
1
Bom é render graças ao Senhor, e cantar louvores ao teu
nome, ó Altíssimo, 2 anunciar de manhã a tua misericórdia,
e, durante as noites, a tua fidelidade [...].
Salmo 92:1-2
Faze-me ouvir pela manhã da tua graça, pois em ti confio;

mostra-me o caminho por onde devo andar, porque a ti ele-
vo a minha alma.
Salmo 143:8
O Senhor costumava orar pela madrugada:

Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lu-
gar deserto, e ali orava.
Marcos 1:35
A madrugada ou a manhã significa o primeiro tempo de-

pois que levantamos. Em outras palavras, se você trabalha
de noite e dorme de dia, a “madrugada” para você é o tempo
quando se levanta. Por que a manhã ou a madrugada é o me-
lhor tempo? Porque estamos reconhecendo que Deus merece
o primeiro lugar do nosso dia. Também porque assim enco-
mendamos a Deus todo o dia que está por diante. Já não te


aconteceu que, se deixa para orar em outro tempo, é possível
que este tempo nunca chegue, já que as outras coisas estão
sempre chamando nossa atenção? Em nossa lista de priori-
dades, a oração deve estar em primeiro lugar, pois esse é o
tempo para falar com Deus e colocar-nos em Suas mãos.
A que horas teríamos que dormir para levantar-nos “de ma-
drugada” para orar e assim começar a formar o hábito de orar?
Continuaremos a responder à declaração que diz:
“A ORAÇÃO É CHATA. SEMPRE UM

MONÓLOGO, REPETINDO AS MESMAS
COISAS”.
O Senhor Jesus disse que quando orarmos não usemos de

vãs repetições, como os gentios (pagãos), que presumem que
pelo muito falar serão ouvidos. Mateus 6:7-8.
Note que o Senhor disse que não usássemos “vãs“ repeti-
ções. Podemos fazer repetições que não sejam “vãs”. Você já
não orou a mesma oração um montão de vezes até receber a
resposta?
A vezes, o orar se torna chata, porque é uma atividade
espiritual que requer trabalho e esforço, e como não “vemos”
a Deus enquanto falamos a oração, cremos que Ele não nos
está ouvindo. É aqui onde temos que nos lembrar que a ora-
ção é um ato de fé.
Vejamos Hebreus 11:6

6
De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é
necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que
ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam.

30
Continuemos agora com a declaração que diz:
“SOU MUITO PECADOR, POR ISSO DEUS

NÃO ME ESCUTA, PORTANTO, NÃO ORO
NEM PARA PEDIR PERDÃO”.
Vejamos João 9:31:

Sabemos que Deus não atende a pecadores; mas, pelo con-
trário, se alguém teme a Deus e pratica a sua vontade, a
este atende.
Temos duas classes de pecadores: Os que receberam o

perdão através de Jesus Cristo e os que ainda não se arrepen-
deram e vivem em seus pecados. Os que recebemos o perdão
através de Jesus Cristo temos a oportunidade de sermos ven-
cedores através do poder do Espírito Santo em nossas vidas.
Estamos na luta contra o pecado e vamos vencê-lo em nome
do Senhor Jesus. Agora, se tememos a Deus e fazemos Sua
vontade, Ele nos ouve.
O que significa “temer a Deus”? Vejamos Provérbios 16:6:
Pela misericórdia e pela verdade se expia a culpa, e pelo
temor do Senhor os homens evitam o mal.
Assim tratamos com o negativo (pecado) em nossas vidas.
O que significa “fazer Sua vontade”?
Vejamos Filipenses 2:12-13:

12
Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes,
não só na minha presença, porém muito mais agora, na
minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e


tremor; 13 porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer
como o realizar, segundo a sua boa vontade.
Aí tratamos com o positivo que Deus tem para nós.
Todos nós temos nossa própria vontade, em outras pa-
lavras, nosso próprio desejo. Isso é o que nos faz indivíduos
diferentes uns dos outros. A vontade diz ao desejo: “quero
tal coisa, e a mente, em seguida, começa a pensar em como
adquirir essa coisa (algumas vezes, o desejo é tão forte que
nem sequer pensamos, só atuamos para adquirir o que de-
sejamos). Também as emoções se envolvem e chegam a ser
como raízes que alimentam e fixam ainda mais o desejo de
tal coisa em nós. Isso já te aconteceu?
Quando nossa vontade está influenciada pelo pecado, fa-
zemos obras más e pecaminosas. É por isso que Deus quer
que tratemos firme e continuamente com o pecado em nos-
sas vidas.
Alguns pensam que Deus não quer que queiramos ou de-
sejemos coisas. Isso não é verdade. O que Deus quer é o me-
lhor para nós, e é por isso que Ele quer que desejemos o que
Ele tem para nós.
Nossa vontade deseja muitas coisas, logo começamos a
orar pedindo por essas coisas. É bom que oremos para deter-
minar se o que desejamos é a vontade de Deus ou se é um sim-
ples capricho que nos vai afastar do caminho do Senhor (já
viram pessoas que desejam algo e quando conseguem se dão
conta de que o preço que tiveram que pagar foi muito alto?
Muitas vezes, esse preço inclui a família, bens, paz e tranqui-
lidade, tempo, recursos, e até a relação com o Senhor sofre).
O que devemos fazer para receber as petições (desejos,
aspirações) do coração? Salmos 37:4 diz:

30
Agrada-te do Senhor, e ele satisfará aos desejos do teu co-
ração.
Devemos ensinar aos discípulos a agradar-se do Senhor

e a pedir para que o Reino de Deus avance até que o façam.
O Espírito Santo nos ajuda a orar em nossa debilidade. Fala-
remos um pouco mais sobre isto quando tratarmos do ponto
do batismo no Espírito Santo.
siná-la aos discípulos, até que o façam. Quanto tempo você
precisou para viver esta terceira lei de amor do Reino de Deus
quanto à relação consigo mesmo – pedir, buscar, bater por
meio da oração? O Senhor Jesus disse que, se O amamos,
guardamos Seus mandamentos. O apóstolo João disse que, se
dissermos que conhecemos ao Senhor Jesus e não guardamos
Seus mandamentos, somos mentirosos. Quanto tempo você
a guarde? Está vendo como fazer discípulo toma energia es-
piritual, emocional e física, além do tempo, e dos recursos


34
CAPÍTULO
Quarta lei de
amor do Reino de
Deus quanto a
amar-se a si mesmo:
A regra de ouro para
tratar os outros
É bom lembrar que devemos viver estar lei de amor
Mateus 7:12
12
Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, as-
sim fazei-o vós também a eles; porque esta é a lei e os pro-
fetas.
Algumas vezes, ouvimos pessoas citarem a regra de ouro

de forma negativa. Eles dizem: “Não faça a outros o que não
quer que façam contigo”. Isso é verdade, mas pode nos impe-
dir de colocar ênfase no positivo, ou seja, fazer com os outros
265

30
como gostaríamos que fizessem conosco, pois são mais as
coisas positivas que podemos fazer do que as negativas, e fa-
zendo o positivo, automaticamente não faremos o negativo.
Para alcançar esta lei de amor do Reino, a qual é tão po-
derosa, que o Senhor Jesus resume como “a lei dos profetas”,
precisamos fazer-nos a seguinte pergunta: Como eu gosta-
ria que me tratassem? Uma pessoa que é normal, dentro
dos parâmetros da sociedade, se cuida e se ocupa de si mes-
ma. O apóstolo Paulo disse isso de maneira simples em Efé-
sios 5:29a:
29
“Porque ninguém jamais odiou a sua própria carne, antes
a alimenta e dela cuida [...]”.
Também recordemos que o ser humano é egoísta porque
o pecado tomou lugar no seu coração. Deus fez o homem com
o que chamamos de urgências (no mundo secular se chama
instintos): Fome e sede, sobrevivência, reprodução, poder e
domínio. Estas urgências são as que nos ajudam a manter-
-nos vivos e ativos, mas nós podemos passar a vida pensando
e vivendo somente para suprir essas urgências e cairmos no
egoísmo. É importante pensar em si mesmo para cuidar-se e
proteger-se, mas pode-se facilmente cair em um narcisismo,
ou seja, um amor excessivo por si mesmo. Quando aprende-
mos por meio do Espírito Santo e com a ajuda de quem está
nos discipulando, começamos a entender que esse amor por
nós mesmos é a medida que usaremos para amar ao próximo.
O discípulo está aprendendo sobre sua identidade, ou
seja, quem ele é no Reino de Deus – já falamos sobre isto no
capítulo 15. Ao saber que Deus nos ama tanto e que somos
muito valiosos para Ele, podemos ter uma medida para saber


como amar ao próximo como a nós mesmos. Porque o Pai
nos valoriza, valorizaremos aos outros.
Agora o Senhor Jesus nos dá a regra de ouro, para que
saibamos como é que devemos amar ao próximo: Tudo o que
eu gosto que façam a mim, isso farei aos outros.
Não podemos nos esquecer que esta lei de amor é para os
cidadãos do Reino de Deus, já que isto não pode ser aplicado
às pessoas com entendimento errado nas relações humanas.
Por exemplo, a um masoquista (pessoa que sente prazer em
apanhar e com o sofrimento).
O pecado corrompe tudo aquilo que Deus criou como
bom. É por isso que Deus teve que dar muitos mandamentos
na Lei, precisamente para regular essas urgências corrompi-
das pelo pecado e mantê-las controladas.
Agora o Senhor Jesus diz: “Não tens que aprender um
montão de leis, te darei uma só, na qual estão incluídas
todas as outras: Tudo o que queres que façam contigo,
faça com os outros”.
Claro que tudo isso está sujeito às nossas possibilidades
e recursos, e é por isso que o Senhor une estes versículos à
oração. Ao surgir em nós um desejo de agir com os outros
como gostaríamos que agissem conosco, nos daremos conta
de que nossos recursos e habilidades são escassos ou poucos,
o que nos levará a pedirmos ao Pai em favor dos outros, e pro-
visão para podermos ajudar a muitos. Aqui é onde diz que a
oração do discípulo é para interceder em favor dos outros. O
que falamos na lei anterior sobre o pedir, buscar e bater (cha-
mar), agora tem uma aplicação muito especial. O discípulo
agora é um intercessor porque ele está orando como gostaria
que orassem por ele.
Quarta lei de amor do Reino de Deus quanto a amar-se a si mesmo: 267

30
siná-la aos discípulos até que o façam. Quanto tempo você
precisou para viver esta quarta lei de amor do Reino de Deus
quanto à relação consigo mesmo – a regra de ouro? O Senhor
Jesus disse que, se O amamos, guardamos Seus mandamen-
tos. O apóstolo João disse que, se dissermos que conhecemos
ao Senhor Jesus e não guardamos Seus mandamentos, somos
mentirosos. Quanto tempo você tomará para ensinar esta lei
de amor ao seu discípulo até que a guarde? Está vendo como
fazer discípulo toma energia espiritual, emocional e física,
além do tempo, e dos recursos necessários para alcançá-lo?


35
CAPÍTULO
Quinta lei de amor

do Reino de Deus
quanto a amar-se a
si mesmo:
O caminho estreito de
santidade
Mateus 7:13-14:
13
Entrai pela porta estreita (larga é a porta e espaçoso o
caminho que conduz para a perdição e são muitos os que
entram por ela), 14 porque estreita é a porta e apertado o
caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acer-
tam com ela.
Falaremos agora sobre a santidade, ou seja, a vida de

consagração ao Senhor. Hoje em dia encontramos dois ex-
269

30
tremos no cristianismo: Um tem a ver com a libertinagem
ou licença de pecar, dizendo que vivemos na graça de Deus.
Os que defendem este extremo, muitas vezes, o que fazem é
abusar da graça do Senhor. Isto é uma vergonha para o nome
do Senhor Jesus Cristo, pois esta vida de libertinagem não
traz glória a Deus. A graça do Senhor não é uma licença para
pecar, senão uma oportunidade para viver no Espírito e assim
vencer o pecado.
O outro extremo que encontramos é o legalismo. Os que
defendem este extremo têm uma série de regulamentos, uma
lista de coisas que se podem e não se podem fazer, e vivem
em uma constante acusação, se estão agradando a Deus ou
não, baseados em suas atuações.
Ambos os extremos são maus, pois isso não é o Reino de
Deus.
17
Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas
justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.
Romanos 14:17
Por meio do Espírito Santo de Deus se cumpre a justiça

de Deus em nós, e isso produz paz e alegria.
Nos perguntamos: O que significa a porta estreita e o ca-
minho apertado? Uma das coisas que significa é o caminho
de santidade e consagração pessoal. Qual é a verdadeira san-
tidade? A verdadeira santidade se produz pelo Espírito Santo
operando em nós. Vejamos isto em Romanos 8:1-17:
1
Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão
em Cristo Jesus. 2 Porque a lei do Espírito da vida em Cristo
Jesus te livrou da lei do pecado e da morte. 3 Porquanto o
que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne,


isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança
de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito,
condenou Deus, na carne, o pecado, 4 a fim de que o precei-
to da lei se cumprisse em nós que não andamos segundo a
carne, mas segundo o Espírito. 5 Porque os que se inclinam
para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se
inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito. 6 Porque o
pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a
vida e paz. 7 Por isso o pendor da carne é inimizade contra
Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode
estar. 8 Portanto os que estão na carne não podem agradar
a Deus. 9 Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito,
se de fato o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém
não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. 10 Se, po-
rém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto
por causa do pecado, mas o espírito é vida por causa da
justiça. 11 Se habita em vós o Espírito daquele que ressusci-
tou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a
Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também os vossos
corpos mortais, por meio do seu Espírito, que em vós ha-
bita. 12 Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à carne
como se constrangidos a viver segundo a carne. 13 Porque,
se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas,
se pelo Espírito mortificardes os feitos do corpo, certamente
vivereis. 14 Pois todos os que são guiados pelo Espírito de
Deus são filhos de Deus. 15 Porque não recebestes o espírito
de escravidão para viverdes outra vez atemorizados, mas
recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clama-
mos: Aba, Pai. 16 O próprio Espírito testifica com o nosso
espírito que somos filhos de Deus. 17 Ora, se somos filhos,
Quinta lei de amor do Reino de Deus quanto a amar-se a si mesmo: 271

30
somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros
com Cristo: se com ele sofrermos, para que também com ele
sejamos glorificados.
O versículo 5 nos dá uma revelação bem poderosa, e é

que, para viver em Espírito, faz-se o mesmo que para viver na
carne. Permita-me explicar: O versículo diz que os que são da
carne PENSAM (cogitam) em coisas da carne, mas os que são
do Espírito, PENSAM nas coisas do Espírito. O que pensamos
determinará se andamos na carne ou no Espírito. Diga-me o
que você pensa, e lhe direi qual será o resultado. Falaremos
disto com mais detalhes no tema da mente, na Mesa do Se-
nhor.
Em Gálatas 5:16-21 nos diz:
16
Digo, porém: Andai no Espírito, e jamais satisfareis à con-
cupiscência da carne. 17 Porque a carne milita contra o Espí-
rito, e o Espírito contra a carne, porque são opostos entre si;
para que não façais o que porventura seja do vosso querer. 18
Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei. 19 Ora,
as obras da carne são conhecidas, e são: prostituição, im-
pureza, lascívia, 20 idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias,
ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, 21 invejas, bebe-
dices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, a respeito
das quais eu vos declaro, como já outrora vos preveni, que
não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam.
Claramente vemos a luta que existe entre a carne e o Es-

pírito, e as obras da carne são: prostituição, impureza, lascí-
via, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, dis-
córdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e


coisas semelhantes a estas. Diariamente, através dos meios
de comunicação – internet, televisão rádio, telefone, jornais,
revistas, livros, cinema etc. – recebemos uma grande dose de
ações das obras da carne que nos convidam a pensar e atuar
conforme a carne. Não estamos dizendo que os meios de co-
municação são maus, senão que o inimigo de nossas almas
usa esses meios, eficazmente, para manter nossas mentes
ocupadas constantemente nas coisas da carne. Com frequ-
ência, recebemos, diariamente, um bombardeio de fora para
fazer-nos pensar nas coisas da carne. É por isso que a porta
estreita e o caminho apertado significam que não daremos à
nossa mente a largura para pensar nas coisas da carne, senão
que se manterá no caminho apertado, pensando nas coisas
do Espírito Santo.
Pensemos agora, por um momento, no tempo que de-
dicamos normalmente às coisas do Espírito. A maioria dos
crentes não passam tempo adequado na Palavra do Senhor
e nem para o companheirismo cristão. Oram muito pouco,
e quase não participam da Mesa do Senhor. Em Atos 2:42 le-
mos que os primeiros cristãos faziam esforço perseverante
para conseguir estas quatro coisas básicas:
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão,
no partir do pão e nas orações.”
Sempre houve uma luta para manter-nos em Espírito, e
é por isso que o Senhor nos deu os meios ou disciplinas para
manter-nos aí. Estas quatro coisas são parte importante para
seguir andando em Espírito. Os primeiros discípulos necessi-
taram delas, e nós também necessitamos.
O fruto do Espírito é o resultado de andar – pensar – no
Espírito. Esse fruto tem nove partes: Amor, alegria, paz, lon-
Quinta lei de amor do Reino de Deus quanto a amar-se a si mesmo: 273

30
ganimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão,
domínio próprio – Gálatas 5:22-23. Note que estas nove ca-
racterísticas combinam com as características dos cidadãos
do Reino dos Céus que já tratamos anteriormente, pois já
declaramos que, sem o poder do Espírito Santo não se pode
viver no Reino de Deus.
Romanos capítulo 8, e em especial o versículo 29, nos diz
que o propósito de Deus para nós é formar a imagem do Filho
Jesus em nós por meio do Espírito Santo, para que Ele seja
o primogênito entre muitos irmãos. Nós trazemos a imagem
caída de Adão, mas agora, a concentração do Pai está em for-
mar a imagem gloriosa do Filho Jesus em nós, por meio do
Espírito Santo. Esta é que é a verdadeira santidade; este é o
caminho apertado; esta é a porta estreita, pois o Pai está bus-
cando muitos filhos que se pareçam com Seu Filho Jesus.
siná-la aos discípulos até que o façam. Quanto tempo você
precisou para viver esta quinta lei de amor do Reino de Deus
quanto à relação consigo mesmo – viver no caminho aper-
tado de santidade? O Senhor Jesus disse que, se O amamos,
guardamos Seus mandamentos. O apóstolo João disse que se,
dissermos que conhecemos ao Senhor Jesus e não guardamos
piritual, emocional e física, além do tempo, e dos recursos


36
CAPÍTULO
Sexta lei de amor

do Reino de Deus
quanto a amar-se a
si mesmo:
Conhecendo os falsos
profetas pelos seus frutos
Mateus 7:15-20
15
Acautelai-vos dos falsos profetas que se vos apresentam
disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubado-
res. 16 Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventu-
ra, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? 17Assim toda
árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz
frutos maus. 18 Não pode a árvore boa produzir frutos maus,
nem a árvore má produzir frutos bons. 19 Toda árvore que
não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. 20 Assim,
pois, pelos seus frutos os conhecereis.
275

30
Depois do engano de Satanás no jardim do Éden, nós, os
humanos, ficamos muito propensos e vulneráveis a qualquer
tipo de engano. O inimigo se aproveita desta debilidade, e é
por isso que o Senhor Jesus adverte para que em nosso amor
por nós mesmos e crescimento pessoal não nos deixemos en-
ganar. É possível que uma pessoa que foi enganada uma vez
desconfie de todos e daí em diante seja difícil restabelecer a
confiança. Recordemos que Satanás se veste de anjo de luz, e
seus ministros também fazem o mesmo.
2 Coríntios 11:13-15 diz:

13
Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos,
transformando-se em apóstolos de Cristo. 14 E não é de ad-
mirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de
luz. 15 Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se
transformem em ministros de justiça; e o fim deles será con-
forme as suas obras.
O apóstolo Pedro também se une a esta voz de alarme, e

nos diz em
2 Pedro 2:1-3:
1
Assim como no meio do povo surgiram falsos profetas, as-
sim também haverá entre vós falsos mestres, os quais in-
troduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até
ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou,
trazendo sobre si mesmos repentina destruição. 2 E muitos
seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será
infamado o caminho da verdade; 3 também, movidos por
avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para


eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua des-
truição não dorme.
Judas nos adverte da mesma coisa, pois sua carta inteira

trata disto, mas no versículo 4 nos diz:
4
Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação,
os quais, desde muito, foram antecipadamente pronuncia-
dos para esta condenação, homens ímpios, que transfor-
mam em libertinagem a graça de nosso Deus, e negam o
nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo.
O discípulo quer crer, e é por isso que está propenso

ao engano. O discípulo novo está fraco, e os falsos profe-
tas, sendo lobos ferozes, se disfarçam como ovelhas para
enganá-lo. O Senhor Jesus nos dá a maneira exata para des-
cobrirmos os falsos profetas: não é pelas suas palavras, pois
estas sempre soam muito bem; não é pela sua aparência,
pois parecem ovelhas; é pelos seus frutos que os conhece-
remos. Mas, para conhecer os frutos de alguém, temos que
estar perto dessa pessoa para ver o seu comportamento. É
por isso que muitos desses falsos profetas não ficam muito
tempo no mesmo lugar, porque logo serão descobertos, es-
pecialmente por aqueles que não se importam com o que
lhes dizem, mas querem ver como atuam. Para dar mais ên-
fase a este ponto, o Senhor Jesus disse que não se pode co-
lher uvas dos espinheiros, e nem colher figos dos abrolhos.
A árvore má dá maus frutos, e a árvore boa dá bons frutos.
Assim que, é pelos seus frutos que conheceremos os falsos
profetas. O Senhor Jesus repete isto duas vezes, precisamen-
te para que não nos esqueçamos.
Sexta lei de amor do Reino de Deus quanto a amar-se a si mesmo: 277

30
Pensar que alguém é genuíno do Reino porque fala boni-
to ou diz uma profecia correta ou manifesta algum dom es-
piritual mostra a falta de entendimento desta lei de amor do
Reino. É bom lembrar que Satanás se veste de anjo de luz, e o
mesmo vão fazer os seus ministros.
Na antiguidade, os falsos profetas eram descobertos
quando suas profecias não se cumpriam.
Deuteronômio 18:21-22 diz:

21
Se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra
que o Senhor não falou? 22 sabe que quando esse profeta
falar, em nome do Senhor, e a palavra dele se não cumprir
nem suceder, como profetizou, esta é palavra que o Senhor
não disse; com soberba a falou o tal profeta; não tenhas
temor dele.
O Senhor Jesus não seguiu esse padrão do Antigo Testa-

mento para nos ensinar a distinguir os falsos profetas, sim-
plesmente porque Satanás é capaz de fazer cumprir suas
profecias com a intenção de enganar os discípulos. O Senhor
Jesus disse que é pelos seus frutos que os conheceremos, e
não pelas suas palavras.
É possível que o Senhor tenha falado dos falsos profetas
em sua última lei de amor na relação com nós mesmos para
que possamos olhar para todas as outras leis de amor do Rei-
no que já aprendemos e assim comparar o comportamento
dos falsos profetas com estas leis de amor. Os falsos profetas
não terão estas leis de amor operando em suas vidas, princi-
palmente porque eles não são do Reino e, consequentemen-
te, não as podem viver. Somente os que têm o Espírito Santo


e se submetem a Ele podem viver no Reino, cumprindo estas
leis de amor. O Reino de Deus não consiste em palavras, mas
em poder, poder que leva à ação, poder que se manifesta nos
frutos.
Não nos esqueçamos de que conheceremos os falsos pro-
fetas pelos seus frutos, e não pelas suas palavras ou dons.
ná-la aos discípulos até que a pratiquem. Quanto tempo você
precisou para viver esta sexta lei de amor do Reino de Deus
quanto à relação consigo mesmo – como reconhecer os fal-
sos profetas? O Senhor Jesus disse que, se O amamos, guarda-
mos os Seus mandamentos. O apóstolo João disse que, se dis-
sermos que conhecemos o Senhor Jesus e não guardamos os
piritual, emocional e física, além de tempo e dos recursos ne-
cessários para alcançá-lo?
Sexta lei de amor do Reino de Deus quanto a amar-se a si mesmo: 279

30


37
CAPÍTULO
Resumo
Até aqui, vimos que o Reino de Deus é algo to-
talmente diferente do que temos visto e vivido
como cristãos, nas igrejas da atualidade – é cla-
ro que nem todos que se dizem cristãos atuam
dessa maneira, mas, em geral, isto é o que se vê
em muitos círculos chamados cristãos.
Por exemplo:
Os cidadãos do Reino de Deus A igreja como instituição

Dão glória ao Pai Traz vergonha ao Pai por seu
comportamento
Amam a Deus Ama ao mundo e o que nele
existe
Se reúnem para adorar a Deus Quer ser entretida
O Rei guia pela Sua Palavra Faz leis, protocolos, formas etc.
281

30
Entram por arrependimento Entra sem arrependimento
São pobres de espírito Busca as coisas materiais
Choram Não lhe interessa a dor alheia
São mansos Pessoas com rancor e fáceis de

brigar
Têm fome e sede de justiça Tem apatia, indiferença, tédio,
etc.
São misericordiosos Não se envolve na miséria hu-
mana
São limpos de coração Vive na carne
São pacificadores Não vive em paz com os outros
Estão dispostos a sofrer Se enerva e se ofende por qual-

quer coisa
Aguentam a infâmia Não se alegra com a persegui-
ção
São sal da terra Perdeu o sabor; é odiada pelos
homens
São luz Esconde a luz
São grandes fazendo e ensinan- Não faz nada e nem ensina

do
Resolvem suas diferenças em Briga e não resolve o conflito
amor
Evitam o adultério a todo custo O adultério é comum
Não provocam o divórcio Se divorcia, às vezes sem moti-

vo


Seu sim é sim e seu não, não Não tem palavra
Aprendem a tratar bem aos Não entende este conceito

maus
Tratam bem aos inimigos Este conceito não é considera-
do possível
Dão esmolas aos pobres Deixa que o governo faça seu
trabalho
Oram em obediência ao Pai Toma suas próprias orações
Jejuam Não jejua
Guardam tesouros no céu Seus tesouros estão aqui na ter-

ra
Olham com misericórdia Não olha com misericórdia
Servem a Deus Serve às riquezas
Confiam em Deus como prove- Vive preocupada e ansiosa

dor
Não julgam e tratam com suas Julga e se intromete nas coisas
próprias faltas alheias
Sabem como administrar seus Não sabe como administrar
bens seus bens
Sabem orar pedindo para o Rei- Ora para seus próprios deleites
no
Tratam os outros com a regra Pensa somente em si mesmo
de ouro
Andam no caminho estreito Anda no caminho largo da per-
dição
Sabem como identificar os fal- Aceita os falsos profetas
sos profetas
Resumo 283

30


38
CAPÍTULO
O maior engano que

já existiu
Mateus 7: 21-23
21
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no
reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu
Pai que está nos céus. 22 Muitos, naquele dia, hão de
dizer-me: Senhor, Senhor! porventura não temos nós
profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos
demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?
23
Então lhes direi explicitamente: Nunca vos conheci.
Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade.
O Senhor Jesus disse: “Nem todo o que me diz: Senhor,

Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a von-
tade de meu Pai, que está nos céus”. Qual é a vontade do Pai?
Muitos crentes andam perplexos, tentando descobrir qual é
a vontade do Pai. A vontade do Pai é que amemos a Ele sobre
todas as coisas, e que amemos ao nosso próximo como a nós
mesmos. Está entendendo melhor por que o senhor quer que
285

30
oremos o “Pai Nosso”, pedindo que seja feita a vontade do Pai
na terra como é feita no Céu? Fazer a vontade de Deus é o
mais importante, é o principal, é o primeiro. Para fazer essa
vontade, Ele nos deu o Seu Espírito Santo.
O Senhor Jesus está falando da vontade do Pai que Ele
acaba de explicar em Mateus 5, 6 e 7. Isto deve ficar bem cla-
ro, assim que vejamos de novo:
A VONTADE DO PAI É QUE...
• Sejamos pobres em espírito.
• Choremos com o coração do Pai.
• Sejamos mansos.
• Tenhamos fome e sede de justiça.
• Sejamos misericordiosos.
• Sejamos limpos de coração.
• Sejamos pacificadores.
• Estejamos dispostos a sofrer por causa da justiça.
• Estejamos dispostos a sofrer por causa do Seu Nome.
• Sejamos sal desta terra.


• Sejamos a luz deste mundo.
• Sejamos grandes no Reino dos Céus, ao cumprir Seus

mandamentos e ensiná-los a outros.
• Não nos irritemos com os irmãos.
• Não olhemos o sexo oposto para desejá-lo em nosso

coração.
• Não sejamos os iniciadores do divórcio.
• Sejamos pessoas que o nosso sim seja sim, e o não

seja não.
• Amemos aos maus.
• Amemos aos nossos inimigos.
• Demos esmolas aos pobres.
• Oremos o Pai Nosso.
• Jejuemos.
• Guardemos tesouros no Céu.
• Tenhamos olhos misericordiosos e bons.
• Sirvamos a Deus, e não às riquezas.
O maior engano que já existiu 287

30
• Confiemos nEle como o supridor de toda necessida-
de.
• Não julguemos aos outros, mas tratemos com nós

mesmos.
• Saibamos como usar nossos recursos financeiros.
• Peçamos, busquemos e batamos para avançar no Rei-

no.
• Ajamos com os outros como gostaríamos que agis-

sem conosco.
• Andemos no caminho estreito da santidade.
• Não nos deixemos enganar pelos falsos profetas.
• Edifiquemos nossas vidas sobre as Palavras do Senhor

Jesus, e ajudemos a outros a serem discípulos.
Na última lei de amor do Reino, quanto a amar a nós

mesmos, o Senhor Jesus disse que a maneira de reconhecer
os falsos profetas era pelos seus frutos. O Senhor Jesus, atra-
vés do Espírito Santo, nos dá dons (administração, aposto-
lado, artesanato, discernimento, exortação, evangelismo, fé,
doação, cura, ajuda, hospitalidade, interpretação de línguas,
conhecimento, liderança, misericórdia, milagres, missões,
música, pastoreio, oração, profecias, serviço, ensino, línguas,
sabedoria, martírio). Os dons são dados como o Espírito San-


to quer, mas os frutos são produzidos por meio do Espírito
Santo, através da obediência ou submissão à Palavra do Rei
Jesus, da disciplina, das experiências etc. Em outras palavras,
um crente pode ter dons porque lhes foram dados, mas pode
não ter frutos porque não os produziu. Este é o erro que o Se-
nhor Jesus quer evitar, pois se continuarmos nesse caminho,
poderemos chegar ao engano sutil e maior que jamais existiu,
e é por isso que Ele nos faz esta advertência.
Quando deixamos de fazer a vontade do Pai que está nos
Céus, então é possível caminhar um pouco de tempo nos
dons do Espírito Santo, e logo começar a entrar em ação o
engano satânico, ocorrendo um intercâmbio dos dons espiri-
tuais autênticos por dons espirituais falsos, dados por pode-
res demoníacos para enganar ao crente e aos outros crentes
também. Como isto é possível? Muito simples. Já vimos que
Satanás se disfarça como anjo de luz, e seus ministros tam-
bém (demônios que fazem o mesmo). Esses demônios são os
que mantêm os crentes que não fazem a vontade do Pai em
engano, e quando chegar o dia final, o momento em que esses
crentes estiverem diante do Senhor Jesus, dirão:
Mateus 7:22
22
[...] Senhor, Senhor! porventura não temos nós profetizado
em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em
teu nome não fizemos muitos milagres?
Note, com muita atenção, o que é que esses crentes estão

colocando como exemplo de espiritualidade: O profetizar, o
expulsar demônios e o fazer milagres.

30
Observe que o Senhor Jesus, que é a sabedoria encarnada,
usa estes exemplos de espiritualidade, pois, hoje em dia, qua-
se 2.000 anos depois que Ele disse estas palavras de advertên-
cia, o que é que os cristãos dos círculos mais espirituais estão
buscando como prova de espiritualidade? Hoje em dia, não é
precisamente a profecia, o expulsar demônios e os milagres a
prova de que alguém é uma grande figura espiritual?
Na advertência do Senhor Jesus, estes crentes não somen-
te fizeram milagres, mas muitos milagres. Não serão estas
pessoas motivo de inveja de muitos crentes da atualidade?
Está percebendo o quanto é fácil ser enganado? Está compre-
endendo por que para descobrir um falso profeta temos que
buscar os frutos, e não suas palavras ou “espiritualidade”?
Não estamos falando aqui contra os dons do Espírito
Santo. O ponto do Senhor Jesus é a ordem em que as coisas
acontecem. Foi o Senhor Jesus quem disse que o profetizar,
o expulsar demônios e o fazer milagres serão parte do nosso
viver diário, enquanto fazemos discípulos.
Vejamos Marcos 16:15-18:

15
E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a
porém, não crer será condenado. 17 Estes sinais hão de
acompanhar aqueles que crêem: em meu nome expelirão
demônios; falarão novas línguas; 18 pegarão em serpentes;
e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se
impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.
Nos versículos 15 e 16 está a Grande Comissão. Recorde-

mos que a Grande Comissão é ir por todo o mundo e pregar


o Evangelho, batizando os que crêem, em nome do Pai, do
Filho Jesus, e do Espírito Santo, e a estes, ensiná-los a cumprir
os mandamentos principais, os quais vimos explicados em
Mateus 5, 6 e 7 – até que os pratiquem, até que os cumpram,
até que os guardem. Enquanto se está cumprindo a Grande
Comissão, será necessário profetizar, expulsar demônios e fa-
zer milagres, de acordo com a necessidade. Os outros dons
do Espírito também entram em operação aqui. Mas, o que é
que está acontecendo em muitos meios cristãos hoje em dia?
Não se está cumprindo a Grande Comissão da maneira que o
Senhor Jesus a comissionou. Os crentes ficaram na mesmice
e pasmos, observando certos indivíduos profetizando, expul-
sando demônios e fazendo milagres. Note que os sinais segui-
rão aos que crêem, mas atualmente, se seguem os sinais para
que as pessoas creiam. Com isto, o enganador se aproveita
das nossas almas; e se nos descuidarmos, podemos terminar
como aqueles que se encontram mais mostrando os sinais
do que fazendo a vontade do Pai. Estes indivíduos, aparente-
mente, é o melhor que se está conseguindo hoje em dia, pois
eles são os “espirituais”, e ninguém se preocupa em perguntar
pelos seus frutos, de acordo com Mateus 5, 6 e 7, pois, como
já vimos, é aí onde está a vontade de Deus. Ninguém pergun-
ta se eles estão fazendo discípulos da maneira que o Senhor
Jesus ensinou. Estes são os que um dia estarão diante do Se-
nhor, e veja que a única coisa que eles têm para justificar-se
diante do Rei do universo é: “Senhor, Senhor! Porventura, não
temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expe-
limos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?”
A resposta do Senhor Jesus será: “Nunca vos conheci. Apartai-
-vos de mim, os que praticais a iniquidade”.

30
Praticantes da iniquidade? Mas, não estão eles profeti-
zando em nome de Jesus, não estão expulsando demônios em
nome de Jesus, não estão fazendo muitos milagres em nome
de Jesus? Como pode isso ser iniquidade, ou seja, maldade? O
fazer o bem é o que elimina a maldade. Estes crentes nunca
foram conhecidos pelo Senhor, exatamente porque nunca se
acercaram ao Senhor para que fossem conhecidos por Ele. Os
estudiosos das Escrituras que sabem o grego dizem que este
termo conhecer se refere à intimidade sexual de um casal. Em
outras palavras, é um conhecimento muito profundo, mas só
é possível consegui-lo quando ambos se achegam. É muito
possível que estes crentes não tiveram tempo para intimida-
de com o Senhor Jesus, pois eles estavam muito ocupados em
cumprir o que pensavam que era o “seu ministério”, mas tudo
era um engano, pois nunca fizeram a vontade do Pai. Tam-
bém é possível que, cada vez que esses crentes profetizavam,
expulsavam demônios ou faziam milagres, seu ego se enchia
de tal maneira que se esqueciam que estas coisas lhes foram
dadas para ajudá-los a levar o amor do Pai a outros que não
O conheciam. Eles nunca pensaram que o principal é amar
a Deus e ao próximo como a nós mesmos, e que temos que
manter o principal como principal.
Calce você os sapatos dessas pessoas por um momento
para que possa compreender a profundidade do engano. Pen-
se onde vai passar a eternidade, você que pensava que estava
fazendo tanto bem em nome do Senhor Jesus. Pense nas pala-
vras do Senhor Jesus: “Apartai-vos de mim, os que praticais a
iniquidade”. Pense que este não é o momento de arrepender-
-se, pois isso já passou, já que é o dia do juízo. Pense que ago-
ra você passará a eternidade no inferno, você que acreditava


estar agradando a Deus. Não é este o maior engano que já
existiu? Disto é que o Senhor Jesus quer nos livrar, e é por isso
que Ele faz esta advertência tão forte.

30


39
CAPÍTULO
Os dois fundamentos
Mateus 7: 24-29
24
Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras
e as pratica será comparado a um homem pruden-
te, que edificou a sua casa sobre a rocha; 25 e caiu
a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos
e deram com ímpeto contra aquela casa, que não
caiu, porque fora edificada sobre a rocha. 26 E todo
aquele que ouve estas minhas palavras e não as pra-
tica será comparado a um homem insensato, que
edificou a sua casa sobre a areia; 27 e caiu a chuva,
transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram
com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sen-
do grande a sua ruína. 28 Quando Jesus acabou de
proferir estas palavras, estavam as multidões mara-
vilhadas da sua doutrina; 29 porque ele as ensinava
como quem tem autoridade, e não como os escribas.
O Senhor Jesus nos dá uma última advertência, e nela faz

a comparação entre um homem prudente e um insensato.
295

30
O que ouve as palavras de Jesus e as pratica é o homem
prudente que edificou a sua casa sobre a rocha. Na narra-
ção de Lucas, diz que cavou, abriu profunda vala e lançou o
alicerce sobre a rocha – Lucas 6:46-49. Note que depois de
edificar foi que vieram a enchente, os rios e os ventos contra
aquela casa, a qual se manteve firme porque estava edificada
sobre a rocha.
Os que ouvem as palavras do Senhor Jesus e não as pra-
tica, é como o homem insensato que edificou sua casa sobre
a areia. Vieram a enchente, os rios e os ventos contra aquela
casa até que desabou, e foi grande a sua ruína.
A casa representa nossas vidas. Tanto os prudentes como
os insensatos edificamos nossas vidas. Preste atenção no fato
de que aos dois sucedem os mesmos problemas: vêm a en-
chente e os rios, sopram os ventos. As mesmas dificuldades
virão aos prudentes e aos insensatos. Porque somos pruden-
tes, não quer dizer que estaremos livres dos problemas.
A diferença se vê no final, em como ficou a casa. A do
insensato foi totalmente destruída, e só restaram pedaços.
Como começam os insensatos a construir suas casas? Nor-
malmente, vemos que os insensatos começam a edificar suas
casas sobre o fundamento da areia desde pequenos, especial-
mente os meninos. Quando chegam na puberdade, desde os
doze anos, começam a experimentar o sexo, abrindo portas
para a imoralidade sexual, as enfermidades venéreas, a gravi-
dez, e como não têm amadurecimento suficiente, é possível
que recorram ao aborto ou que abandonem seus bebês, per-
petuando assim a dor e o abuso sobre estes. Começam com
os vícios que trazem problemas para suas vidas, afetando a
economia, a saúde e o bem-estar. Vícios como a bebida, o ci-


garro, as drogas etc. A rebeldia dessa idade os torna violentos
e abusivos, envolvendo-se com a lei desde pequenos. Quando
atingem a idade de quarenta anos de vida, às vezes menos,
começam a colher o que plantaram em seus últimos anos:
matrimônios desfeitos, pouca ou nenhuma relação com os
filhos que tiveram fora do casamento, problemas econômi-
cos de todo tipo, enfermidades crônicas detectadas ou em
desenvolvimento. E a lista continua.
Existem ministérios cristão dedicados a recolher os pe-
daços das casas – vidas – que os insensatos edificaram na
areia, porque não fizeram caso da Palavra do Senhor. Não há
nenhum problema nisto, ainda que, muitas vezes, isto seja
um engano do inimigo, pois o Senhor nos chamou para fazer
discípulos precisamente para evitar estas coisas. Muitos mi-
nistérios não fazem discípulos porque não têm tempo para
fazê-los, já que estão consumindo todo o seu tempo reco-
lhendo os pedaços das pessoas insensatas, que não ouviram
as Palavras do Senhor Jesus. Se estes insensatos não mudam,
o que é que vão edificar com os pedacinhos de suas vidas, se
o que fazem é construir, outra vez, sobre a areia?
Quantos pastores gastam tempo, energia, recursos finan-
ceiros e habilidades recolhendo pedaços de pessoas insen-
satas que escutam a Palavra do Senhor Jesus todas as sema-
nas, mas não as praticam? Quando será rompido este ciclo,
para que eles edifiquem sobre a rocha, e logo possam ajudar
a outros a construírem sobre a rocha, cumprindo a Grande
Comissão?
Todo pastor ou líder que está lendo estas palavras já se
deram conta de que, se os crentes cumprirem o que está es-
crito em Mateus 5, 6 e 7, a história de sua vida será outra,
Os dois fundamentos 297

30
bem como a dos pastores e líderes. Como o cumprirão, se não
tem quem os ensine a cumpri-lo? Hoje em dia, são muitos os
pastores e líderes que estão ocupados apagando fogos, reco-
lhendo pedaços, e não têm tempo para formar discípulos da
maneira que o Senhor Jesus disse que formássemos.
Você, pastor, líder, e também crente que tem estado de-
sesperado, sabendo que existe mais no Reino de Deus, você
que vai à igreja aos domingos, saiba que existe solução para
os problemas do mundo. O Senhor Jesus já nos comissionou
para que fôssemos e ensinássemos a outros a cumprir os
mandamentos. Como pode notar, o assunto do discipulado
não é uma lição que se dá em três semanas, nem um curso de
seis ou doze meses. É até que o pratiquem.
Quanto tempo leva até que o pratiquem? Só o Espírito
Santo pode saber. Quanto recurso financeiro tomará? Tudo o
que seja necessário, e é por isso que pedimos os recursos ao
Pai. Quanto esforço tomará? Todo o coração, toda a mente,
todas as forças, toda a alma.
Vê, agora, que é mais fácil ficar no exibicionismo com os
dons, alimentando o ego, e não usá-los para cumprir a Gran-
de Comissão?
O Senhor Jesus nos deu a Grande Comissão, nos deu o
Seu Espírito Santo para dar-nos poder, nos deu a Sua Palavra
para que saibamos como amar ao Pai, como amar ao próxi-
mo e como amar a nós mesmos.
Você faria bem em aprender de memória Mateus 5, 6 e
7, pois são as palavras fundamentais para edificar sobre a
Rocha, que é o próprio Senhor Jesus. Depois de aprendê-las,
comece a obedecê-las com uma entrega e uma paixão como
nunca fez antes, pois esta é a vontade do Pai para você. Não


tem que inventar uma maneira de amar ao Pai, ao próximo
e a você mesmo. O Senhor Jesus já nos revelou por meio do
Espírito Santo.
No capítulo 10 está a sugestão para memorizar Mateus
5, 6 e 7 em menos de um mês. Se não pode conseguir em me-
nos de um mês, tome o tempo necessário, mas aprenda-os.
Não leia outra coisa em sua Bíblia que não seja isto, até que
memorize. O espírito de religiosidade virá bater à sua por-
ta para dizer-lhe que existem muitas coisas nas Escrituras
para ler; como vai fazer tão grande esforço, quando tem ou-
tras coisas que deve memorizar? Lembre-se que estas pala-
vras são o fundamento da sua vida, esta é a vontade do Pai.
O Espírito não pode seguir edificando, se não houver um
fundamento sólido. Isto é o que temos que obedecer como
discípulos para poder ensinar a outros a serem discípulos.
Você notará que, por um lado, sentirá o poder do Espírito
Santo para cumprir a vontade do Pai, e por outro lado, vai ter
a oposição do inimigo, já que ele sabe que não poderá mais te
enganar porque você já não permitirá. Essa oposição virá por
meio do desânimo, pois é uma das principais armas do ini-
migo. Você deparará com outros crentes que ainda querem
ficar sentados na igreja a cada domingo. Você notará que há
muitos pastores que estão interessados em fazer multidões,
e não em fazer discípulos. Você ainda vai notar que, muitas
coisas que muitos consideram muito importantes no mundo
cristão são coisas que serão um impedimento para que você
seja um discípulo e faça discípulos. Você notará que o ini-
migo vai querer te desconcentrar e tratará de fazer com que
você foque nas coisas triviais, mas não faça isso. Nosso dever
é obedecer ao Senhor Jesus, o Rei do Reino.
Os dois fundamentos 299

30
No desanime, você está sendo chamado a ser grande no
Reino dos Céus. Ao inimigo de nossas almas encanta lutar
com os anãos espirituais, porque ele sabe que assim é fácil
de vencer. Você e eu recebemos toda a autoridade no Céu e
na terra para ir e fazer discípulos. Da mesma maneira que o
Pai comissionou ao Senhor Jesus, assim também nos comis-
sionou. É tempo de nos levantarmos e entendermos para que
fomos cheios do poder do Espírito Santo. Foi para irmos ser
testemunhas e fazer discípulos que nos foi dado esse poder.
É tempo de usá-lo para a glória do Pai e para a extensão do
Reino.


40
CAPÍTULO
O batismo no Espíri-
to Santo para rece-
ber poder para ser e
fazer discípulos
Falemos agora sobre um tema importantíssimo,
que pode gerar controvérsias; e para evitá-las, ve-
remos algo que nos ajudará muito em nosso en-
tendimento do cristianismo atual, que é saber a
diferença entre três definições, que são: Doutrina,
Dogma e Tradição.
Doutrina: Se observarmos com atenção, nos daremos

conta de que todos nós que somos crentes em Cristo Jesus
temos a mesma doutrina, pois todos usamos a Bíblia como
fonte do que Deus disse. Existem muitas versões da Bíblia,
mas, basicamente, todas as Bíblias cristãs dizem o mesmo.
Podemos então dizer com certeza que todos os crentes têm
a mesma doutrina.
301

30
Dogma: Aqui é onde o cristianismo começa a tomar mui-
tas cores diferentes, pois o dogma é a interpretação que uma
pessoa ou grupo de pessoas dão a certa doutrina em particu-
lar. Quando ouvimos alguém dizer que tem “sã doutrina” ou
“falsa doutrina”, o que ela está se referindo é à “sã interpreta-
ção” ou “falsa interpretação”, pois já determinamos que todos
os cristãos têm a mesma doutrina, ou seja, a Bíblia. A razão
pela qual temos tantos grupos diferentes no cristianismo de
hoje é exatamente porque cada um tem seu dogma, ou seja,
a sua própria interpretação. Muitas vezes, o que se crê, verda-
deiramente, não é na doutrina, mas na interpretação dessa
doutrina. É por isso que é possível ter acreditado em algo no
passado e termos outra crença sobre isto agora. Por exemplo:
Quantas pessoas você conhece que antes criam que a salvação
era por obras, mas agora entendem que é somente pela fé na
graça e na obra do Senhor Jesus Cristo? Mudou a doutrina?
Não, a doutrina sempre esteve escrita na Bíblia. A doutrina não
mudou, o que mudou foi a interpretação, ou seja, seu dogma.
Tradição: A tradição é, basicamente, como se pratica o
dogma ou a interpretação. Em outras palavras, é como se fa-
zem as coisas entre os diferentes grupos do cristianismo. Daí
vem a tradição luterana, a ortodoxa grega, a católica, a evan-
gélica, a pentecostal etc. Existem grupos cristãos onde a tra-
dição é ainda mais forte do que a doutrina e o dogma. É daqui
que temos muitos cristãos tradicionais que põem mais ênfase
em como se fazem as coisas do que no coração das coisas.
O ideal seria que a Doutrina, o Dogma e a Tradição com-
binassem o máximo possível.
A razão pela qual temos que dar esta explicação é sim-
plesmente porque cada pessoa tem seu dogma ou interpre-


tação, e o que continua é também uma interpretação. Vamos
tentar explicar como este dogma concorda com a doutrina e
com a tradição ou experiência.
Quando falamos no batismo do Espírito Santo, simples-
mente seguimos as instruções do Senhor Jesus para os discí-
pulos. Vejamos isto na Palavra, ou seja, na “Doutrina”, a qual
é a mesma que todos nós temos:
João 1:33:
33
Eu não o conhecia; aquele, porém, que me enviou a ba-
tizar com água me disse: Aquele sobre quem vires descer e
pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo.
Lucas 24:45-49:
45
Então lhes abriu o entendimento para compreenderem
as Escrituras; 46 e lhes disse: Assim está escrito que o Cristo
havia de padecer, e ressuscitar dentre os mortos no tercei-
ro dia, 47 e que em seu nome se pregasse arrependimento
para remissão de pecados, a todas as nações, começando
de Jerusalém. 48 Vós sois testemunhas destas coisas. 49 Eis
que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei,
pois, na cidade, até que do alto sejam revestidos de poder.
Lucas continua a história, contando a Teófilo, no livro de

Atos, o que aconteceria agora que o Senhor Jesus se foi ao Céu:
Atos 1:1-5; 8:
1
Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo, relatando todas as coi-
sas que Jesus começou a fazer e a ensinar, 2 até ao dia em
que, depois de haver dado mandamentos por intermédio
O batismo no Espírito Santo para receber poder para ser e fazer discípulos 303

30
do Espírito Santo aos apóstolos que escolhera, foi elevado
às alturas. 3 A estes também, depois de ter padecido, se
apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis, apa-
recendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas
concernentes ao reino de Deus. 4 E, comendo com eles, de-
terminou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas
esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim
ouvistes. 5 Porque João, na verdade, batizou com água, mas
vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois
destes dias.
8
[...] mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito
Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém,
como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.
A ordem e promessa do Senhor Jesus para os primeiros

discípulos foi que ficassem em Jerusalém, até que fossem re-
vestidos do Poder do Alto. A isto o Senhor Jesus chama serem
batizados no Espírito Santo para receberem poder para se-
rem testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia, em Sama-
ria e até aos confins da terra. Vemos então que o batismo no
Espírito Santo está totalmente ligado e unido à Grande Co-
missão de ir e fazer discípulos a todas as nações, ensinando-
-os a guardar todas as coisas que o Senhor Jesus ordenou. Se
alguém recebeu o batismo no Espírito Santo e não está fazen-
do discípulos, então algo nesse crente não está funcionando
como deveria.
Continuemos com a doutrina para ver o que se passou
quando desceu o Espírito Santo e batizou os discípulos:


Atos 2:1-4:
1
Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reuni-
dos no mesmo lugar; 2 de repente veio do céu um som, como
de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam
assentados. 3 E apareceram, distribuídas entre eles, línguas
como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. 4 Todos
ficaram cheios do Espírito Santo, e passaram a falar em ou-
tras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem.
João disse que o Senhor Jesus batizaria com o Espírito

Santo ( João 1: 33). Esta era a promessa do Pai (Lucas 24:49;
Atos 1:4-5) a qual se cumpriu em Atos 2:1-5. Vemos aqui que,
quando o Espírito Santo desceu pela primeira vez, ocorreram
três coisas notáveis: Um vento impetuoso, línguas como de
fogo que pousaram sobre cada um deles, e falaram em outras
línguas. O Espírito Santo veio para ficar, e vemos que, desta
passagem bíblica adiante, cada vez que os cristãos são bati-
zados no Espírito Santo, a evidência inicial é que falam em
outras línguas, segundo o Espírito lhes concede que falem.
Atos 8:14-19:
14
Ouvindo os apóstolos, que estavam em Jerusalém, que Sa-
maria recebera a palavra de Deus, enviaram-lhe Pedro e
João; 15 os quais, descendo para lá, oraram por eles para que
recebessem o Espírito Santo; 16 porquanto não havia ainda
descido sobre nenhum deles, mas somente haviam sido ba-
tizados em o nome do Senhor Jesus. 17 Então lhes impunham
as mãos, e recebiam estes o Espírito Santo. 18 Vendo, porém,
Simão que, pelo fato de imporem os apóstolos as mãos, era
concedido o Espírito [Santo], ofereceu-lhes dinheiro, 19 pro-

30
pondo: Concedei-me também a mim este poder, para que
aquele sobre quem eu impuser as mãos receba o Espírito
Santo.
Ainda que este texto nos diga especificamente que fala-

ram em línguas, está inserido o fato de que Simão lhes ofere-
ceu dinheiro para que, quando ele orasse, também as pessoas
recebessem o batismo do Espírito Santo.
Atos 10:44-48:
44
Ainda Pedro falava estas coisas quando caiu o Espírito
Santo sobre todos os que ouviam a palavra. 45 E os fiéis que
eram da circuncisão, que vieram com Pedro, admiraram-
-se, porque também sobre os gentios foi derramado o dom
do Espírito Santo; 46 pois os ouviam falando em línguas e
engrandecendo a Deus. Então perguntou Pedro: 47 Porven-
tura pode alguém recusar a água, para que não sejam ba-
tizados estes que, assim como nós, receberam o Espírito
Santo? 48 E ordenou que fossem batizados em nome de Jesus
Cristo. Então lhe pediram que permanecesse com eles por
alguns dias.
Como sabia Pedro e os irmãos que haviam ido com ele

à casa de Cornélio que os que estavam lá haviam recebido o
Espírito Santo? O versículo 46 nos dá a resposta: “[...] pois os
ouviam falando em línguas e engrandecendo a Deus”.
Atos 19:1-7:
1
Aconteceu que, estando Apolo em Corinto, Paulo, tendo
passado pelas regiões mais altas, chegou a Éfeso e, achando


ali alguns discípulos, 2 perguntou-lhes: Recebestes, porven-
tura, o Espírito Santo quando crestes? Ao que lhe responde-
ram: Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que existe o Es-
pírito Santo. 3 Então Paulo perguntou: Em que, pois, fostes
batizados? Responderam: No batismo de João. 4 Disse-lhes
Paulo: João realizou batismo de arrependimento, dizendo
ao povo que cressem naquele que vinha depois dele, a sa-
ber, em Jesus. 5 Eles, tendo ouvido isto, foram batizados em
o nome do Senhor Jesus. 6 E, impondo-lhes Paulo as mãos,
veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas
como profetizavam. 7 Eram ao todo uns doze homens.
Note que, ainda que todo crente em Jesus Cristo tenha o

Espírito Santo habitando em seu ser – Romanos 8:9 –, aqui
se está falando de uma experiência diferente. É por isso que
chegamos à conclusão de que no livro de Atos, quando se fala
do batismo do Espírito Santo, sempre há a evidência INICIAL
de falar em outras línguas.
Surge uma pergunta importante: Por que línguas como
evidência inicial de que fomos batizados no Espírito Santo?
Em Tiago 3:1-12 nos diz que a língua é tão poderosa que, se a
podemos controlar, também podemos controlar todo o nos-
so ser. Mas note também que nenhum homem é capaz de
controlar a própria língua (versículo 8). O que o Senhor quer
nos deixar saber é que, quando recebemos o batismo do Espí-
rito Santo, Ele controla o incontrolável, para que entendamos
que, se permitirmos, Ele também pode dominar todo o nos-
so ser. Todo crente que recebeu o batismo do Espírito Santo
deve se lembrar muito bem destas palavras, para que saiba
que, se o Espírito Santo é capaz de governar a língua, também

30
pode governar qualquer outra área de nossas vidas. Este é o
poder do domínio próprio através do Espírito Santo.
Para quem é o batismo no Espírito Santo? O batismo no
Espírito Santo é para todo crente que queira recebê-lo, e para
recebê-lo simplesmente tem que crer e aceitá-lo por fé. Atra-
vés da oração, pedimos ao Senhor que nos batize com o Es-
pírito Santo. Precisamos desse poder em nossas vidas para
vivermos como discípulos, e para fazermos discípulos.
O que temos que fazer para receber o batismo do Espírito
Santo? Temos que desejá-lo, querê-lo. Deus não obriga e nem
impõe. É um ato da nossa vontade consciente que diz: “Se-
nhor, eu quero o que Tu tens para mim”. Renda-se ao Senhor,
e confesse-lhe todo pecado ou atitude negativa em sua vida.
Se orou uma vez e nada aconteceu, não desanime, siga
persistindo. Lembre-se que o Pai quer que sejamos batizados
no Espírito Santo, pois Ele diz isso em
Lucas 11:13:
13
“Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos
vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito
Santo àqueles que lho pedirem?”
Você vai sentir que do seu interior quer fluir como se fos-
se um rio de água viva ( João 7:37-39). Não busque manifesta-
ções ou sensações externas. Quando isto acontecer, simples-
mente deixe que venha à sua língua e fale. Lembre-se que,
ainda que seja você quem fala produzindo o som, é o Espírito
Santo quem põe as palavras do Seu próprio Espírito, e não o
seu próprio cérebro. Se as palavras não soarem “coerentes”,
não se preocupe, não é você quem as está produzindo, mas


o Espírito Santo dentro de você. Você não perderá o controle
da sua vontade ou das suas faculdades.
O batismo no Espírito Santo abre as portas a muitas bên-
çãos espirituais. Vejamos oito delas:
• As línguas são uma evidência inicial. Atos 2:4; 8:17-20

(inserido); 10:45-48; 19:1-6; Tiago 3:8 onde vemos que
o Espírito Santo doma o indomável, para que me sirva
de exemplo de que Ele pode dominar todas as áreas
da minha vida, se as submeto a Ele.
• É para receber poder para ser testemunha. Atos 1:4-8
• Nos faz sensíveis ao fruto do Espírito Santo. Gálatas

5:22-23
• Nos faz sensíveis aos dons do Espírito Santo. 1 Corín-

tios 12; Romanos 12:4-9; Efésios 4:11
• É uma linguagem de gratidão e adoração. 1 Coríntios

14:16-17
• É uma linguagem de petição (pelas próprias necessi-

dades). Romanos 8:26
• É uma linguagem de intercessão (orar por outros). Ro-

manos 8:27; Efésios 6:18
• É uma linguagem de edificação pessoal. 1 Coríntios

4:4; Judas 20

30
O Senhor Jesus não nos deu o batismo no Espírito Santo
como uma opção, mas como algo que precisamos para ser
e fazer discípulos. Anime-se a buscar este batismo a fim de
ser cheio de poder para ser testemunha, para fazer discípulos
por todas as nações.


41
CAPÍTULO
A Mesa do Senhor e
o discípulo
Apocalipse 3:20
Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a mi-
nha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cea-
rei com ele e ele comigo.
Nós, os discípulos, estamos trabalhando arduamente

para estabelecer o Reino dos Céus aqui na terra. Fazemos isto
porque amamos ao senhor Jesus e queremos guardar Seus
mandamentos e ensinar a outros (são as duas medidas para
saber se amamos ao Senhor Jesus). Enquanto estabelecemos
Seu Reino, não podemos perder de vista o Rei Jesus, e é por
isso que Ele deixou a Mesa para que O recordemos como o
servo sofredor, que nos amou e Se entregou por nós etc., para
lembrarmos como tudo começou, para que mantenhamos o
primeiro amor. Por que o Senhor Jesus deixaria o mandamen-
to para que nos lembrássemos dEle? Será que é porque seria
311

30
possível nos esquecermos do Senhor Jesus? Sim, é possível
nos esquecermos do Senhor Jesus. A Igreja de Laodicéia fez
exatamente isso. Esqueceu-se do Senhor Jesus, a ponto de
deixá-lO de fora. Encontramos o Senhor batendo à porta para
que O deixassem entrar em Sua própria igreja.
Hoje em dia, a maioria dos crentes usa esse versículo para
evangelizar, dizendo à pessoa que não conhece ao Senhor Je-
sus que Ele está à porta do seu coração e quer entrar. Não
tem problema em usar este versículo assim, mas a realidade é
que estas palavras foram ditas pelo Senhor Jesus para a Igreja,
pois parte da Igreja se ocupou tanto com outras coisas que
se esqueceu dEle e o deixou de fora da própria Igreja. Todos
nós conhecemos congregações onde Jesus Cristo não é exal-
tado nem adorado, e nem glorificado, mas carregam o nome
de cristãs. O que é que o Senhor Jesus disse aos da Sua Igreja
que fará com que Lhe abram a porta? Ele disse que ceará com
eles e eles com Ele. De que ceia está falando aqui o Senhor?
Ele está falando dessa ceia memorial que Ele instituiu, exa-
tamente para que a Igreja não se esqueça dEle. É nesse me-
morial que o discípulo manterá contato com o Rei Jesus em
uma dimensão totalmente diferente da dimensão da leitura
ou estudo da Bíblia, diferente da oração, e ainda diferente ao
companheirismo com os irmãos de fé.
Vamos recordar, mais uma vez, a respeito do que é dou-
trina, dogma e tradição, porque, mesmo que já tenhamos vis-
to, isto é extremamente importante.
Doutrina: Se observarmos detalhadamente, veremos
que todos nós que somos crentes em Cristo Jesus temos a
mesma doutrina, pois todos usamos a Bíblia como fonte do
que Deus nos disse. Existem muitas versões bíblicas, mas, ba-


sicamente, todas as Bíblias cristãs dizem o mesmo. Podemos
dizer, com certeza, que todos nós crentes temos a mesma
doutrina.
Dogmas: Aqui é onde o cristianismo começa a tomar
muitas cores diferentes, pois o dogma é a interpretação que
uma pessoa ou grupo de pessoas dão a certa doutrina em
particular. Quando ouvimos alguém dizer que tem “sã doutri-
na” ou “falsa doutrina”, o que ela está se referindo é à “sã inter-
pretação” ou “falsa interpretação”, pois já determinamos que
todos nós que somos cristãos temos a mesma doutrina, ou
seja, a Bíblia. A razão pela qual temos tantos diferentes gru-
pos no cristianismo de hoje é exatamente porque cada um
tem seu dogma, ou seja, a sua própria interpretação. Muitas
vezes, o que se crê, verdadeiramente, não é na doutrina, mas
na interpretação dessa doutrina. É por isso que é possível ter
acreditado em algo no passado e termos outra crença sobre
isto agora. Por exemplo: Quantas pessoas você conhece que
antes criam que a salvação era por obras, mas agora enten-
dem que é somente pela fé na graça e na obra do Senhor Je-
sus Cristo? Mudou a doutrina? Não, a doutrina sempre esteve
escrita na Bíblia. A doutrina não mudou, o que mudou foi a
interpretação, ou seja, seu dogma.
Tradição: A tradição é, basicamente, como se pratica
o dogma ou a interpretação. Em outras palavras, é como se
fazem as coisas entre os diferentes grupos do cristianismo.
Daí vem a tradição luterana, a ortodoxa grega, a católica, a
evangélica, a pentecostal etc. Existem grupos cristãos onde a
tradição é ainda mais forte que a doutrina e o dogma. É daqui
que temos muitos cristãos tradicionais que põem mais ênfa-
se em como se fazem as coisas do que no coração das coisas.
A Mesa do Senhor e o discípulo 313

30
O ideal seria que a doutrina, o dogma e a tradição combi-
nassem o máximo possível.
Vejamos agora, como exemplo, a Mesa do Senhor, a San-
ta Ceia, a Eucaristia, a Santa Comunhão etc. Todos lemos as
mesmas Escrituras onde o Senhor Jesus deixou este memo-
rial como um mandamento para Seus seguidores, ou seja,
para Seus discípulos. Todos temos a mesma doutrina.
Quando vemos o dogma ou interpretação dessas Escritu-
ras, é aí que começa a diferença entre o povo de Deus.
Uns dizem que a Mesa do Senhor é um simbolismo, ou-
tros dizem que é transubstanciação, outros dizem que é uma
realidade espiritual.
Vejamos agora a tradição sobre a Mesa do Senhor. Quan-
do olhamos para o cristianismo atual, vemos uma grande
mistura de doutrina, dogma e tradição. Quando alguém não
gosta desta mistura, simplesmente faz sua própria interpre-
tação, juntamente com a tradição. Esta é a triste realidade,
e tudo isto está acontecendo exatamente porque não estão
fazendo discípulos da maneira que o Senhor Jesus ordenou.
Quando os primeiros discípulos se reuniram para partir o
pão, não se reuniram para determinar se a Mesa do Senhor
era um simbolismo, ou se era transubstanciação, ou se era
uma realidade espiritual. Os primeiros discípulos se reuni-
ram para recordar o Amado, porque isso foi o que o Senhor
Jesus ordenou, e isso é o que o discípulo precisa para manter-
-se unido ao Senhor.
Como eram os “cultos” dos primeiros discípulos? Quando
o Senhor Jesus foi ao Céu, eles começaram a se lembrar que
a única coisa que o Senhor lhes havia deixado para quando
se reunissem era o Memorial, do qual o Senhor simplesmente


disse: “Façam isso em memória de mim”. Imaginemos esta
cena por um momento: Os discípulos se reúnem para cele-
brar o Memorial. Tem uma mesinha com os elementos que
o Senhor Jesus havia usado para representar Seu Corpo e
Seu Sangue: pão e vinho. Estavam os discípulos assentados
ao redor da Mesa. O que faziam eles? É possível que alguns
trouxessem as Escrituras do Antigo Testamento que falava
do Messias e como isto se aplicava ao Senhor Jesus. Talvez
alguém se inspirasse e cantasse um hino de amor e gratidão
ao Senhor ressuscitado. Talvez alguém trouxesse uma pala-
vra de ânimo a seguir, perseverando no Caminho do Senhor,
inspirado pelo Espírito Santo. É possível que no desenrolar
do culto tivessem outras coisas, como poesia, uma palavra
de sabedoria ou profecia, línguas e interpretações de línguas
etc., mas tudo girava em torno da Mesa do Senhor, pois para
participar do Memorial era que os discípulos se reuniam.
É lamentável que, na atualidade, a Mesa do Senhor não
tenha essa relevância que o Senhor lhe deu. O Espírito Santo
quer que se mantenha essa ênfase, mas nós é que temos que
obedecer. Alguns dentre os cristãos dizem que é preciso fazer
o Memorial da Mesa do Senhor a cada semana, outros a cada
mês, outros a cada três meses, outros a cada ano, para alguns
outros é uma surpresa, pois não sabem quando vão fazê-lo etc.
Pensemos por um momento: Se tomarmos duas linhas
paralelas – a definição de linhas paralelas é que são duas li-
nhas, uma ao lado da outra, que, por mais que se estendam,
nunca se juntam nem se distanciam uma da outra –, se as
movermos em um pequeno ângulo quando se iniciam, é pos-
sível que por uma pequena distância não se veja como vão
se abrindo, mas depois de quilômetros, veremos como se

30
afastam. Algo semelhante aconteceu com a Mesa do Senhor.
Isto era para que os primeiros discípulos se reunissem, mas
hoje, tomou-se um rumo diferente. Em alguns círculos cris-
tãos, trata-se como um rito. Em outros trata-se como algo
tão sem importância que quase não lhe dão atenção. Em ou-
tros, se esqueceram quase que por completo. Perguntamos:
O que substituiu a Mesa do Senhor? Por que isto aconteceu?
Como podemos voltar ao coração do Senhor neste Memorial
tão importante que foi o único em que o Senhor disse que nos
reuníssemos para fazer? É disso que se trata a seção seguinte
deste livro.
A palavra do Senhor nos diz em Atos 2:42 que os pri-
meiros discípulos perseveravam no partir do pão, ou seja, na
Mesa do Senhor.
Aqui tem uma história muito interessante: Trata-se de
uma jovem recém-casada que estava assando um pedaço de
presunto pela primeira vez, já que acabara de se casar. O jo-
vem esposo estava ajudando-a na cozinha e notou como sua
esposa cortou as duas pontas do presunto, e lhe perguntou:
Por que corta as duas pontas do presunto? A jovem lhe res-
pondeu: É algo que aprendi com a minha mãe. Ela sempre
cortava as duas pontas do presunto, mas, na verdade, não sei
por que ela fazia isto, mas como fomos convidados a comer
com ela na próxima semana, nós lhe perguntaremos.
Na semana seguinte, foram comer com a mãe, como es-
tava planejado, e enquanto preparavam a comida, o jovem
esposo perguntou à sogra por que ela cortava as duas pon-
tas do presunto. E a sogra respondeu: Imagine que foi algo
que aprendi com a minha mãe. Ela sempre cortava as duas
pontas do presunto, mas não sei por que ela fazia isto, mas


podemos perguntar-lhe quando formos comer juntos no dia
de Ação de Graças.
Agora sim é que o jovem ficou curioso. Quase não podia
esperar para descobrir este grande segredo que nem sua es-
posa nem sua sogra sabiam, ainda que cortassem as pontas
do presunto por anos.
Chegou o dia esperado por este jovem, e logo depois que
agradeceram a comida, perguntou à avó de sua esposa: Vovó,
perguntei à sua neta e à sua filha por que elas cortam as duas
pontas do presunto antes de assá-lo, mas nenhuma das duas
soube me responder, apenas que viram a senhora fazê-lo. En-
tão, por que a senhora corta as duas pontas do presunto? E
a avó, com um grande sorriso, respondeu: É que a forma o
recipiente que eu usava para assá-lo era pequeno e eu tinha
que cortar as duas pontas para caber!
Quando se trata da Ceia do Senhor, muitos cristãos vêm
praticando este ato por muito tempo e, lamentavelmente,
como a jovem e sua mãe da história, não sabem por que fa-
zem o que fazem. Simplesmente o fazem porque outros, an-
tes deles, vêm fazendo.
Deve ficar bem claro aqui o fato de que a vida de fé
do cristão não se vive pelo que se entende ou pelo que
se sente. A vida de fé se vive por obediência à Palavra de
Deus, entendamos ou não entendamos, sintamos ou não
sintamos. Em outras palavras, se você tem participado
da Ceia do Senhor em obediência à Palavra do Senhor, é
o que importa.
Por outro lado, quando sabemos porque fazemos as coi-
sas, isso nos ajuda a dar ênfase ou a prioridade correta. Por
exemplo, se duas pessoas comem cenoura, mas só uma delas

30
conhece os nutrientes da cenoura, ainda que as duas vão re-
ceber os benefícios desse vegetal, o mais certo é que a pessoa
que conhece seus nutrientes vai esforçar-se para comer mais
cenoura, e se tem a opção entre a cenoura e outro alimen-
to menos nutritivo, escolherá a cenoura, pelo conhecimento
que possui. O propósito desta lição é que aprendamos por
que devemos participar da Ceia do Senhor ou Comunhão (o
termo comunhão para referir-se à Ceia do Senhor vem de 1
Coríntios 10:16). Esperamos que, uma vez que você saiba o
porquê e como participar da Ceia do Senhor, você deseje par-
ticipar mais e mais desse ato tão sublime.
Atos 2:42
E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão,
no partir do pão e nas orações.
O que é o partir do pão? Lembremos brevemente dos

acontecimentos históricos que precedem o versículo que es-
tamos considerando – Atos 2:42. O versículo 41 nos diz que,
naquele dia, depois da pregação de Pedro, acrescentaram-se
à Igreja como que três mil pessoas. E esse era o dia de Pente-
costes (quando o Espírito Santo desceu sobre os que estavam
no cenáculo). Pentecostes é a festa ou celebração judaica que
ocorre cinquenta dias após a festa das primícias (Levítico
23:15-17). O Senhor ressuscitou no domingo, quando se ce-
lebrava a festa dos primeiros frutos. Cinquenta dias depois
ocorreu o Pentecostes.
Então, vemos como o contexto histórico do versículo 42
nos indica que estes três mil (que perseveravam nas quatro
coisas mencionadas no versículo 42) eram parte da igreja que


acabava de nascer em Pentecostes e que, portanto, o partir
do pão a que se refere aqui não é um evento social ou festas
“ágapes” (como mais adiante sucedeu na igreja de Corinto (1
Coríntios 11:20-22).
O partir do pão não significava que compartilhavam seu
pão com os necessitados. Recorde que isto de refere aos dias
de Pentecostes. Em outras palavras, ainda não havia a neces-
sidade de compartilhar o pão físico; isto aconteceu depois
(Atos 6:1-3).
O que é então o “partir do pão”?
Esta expressão tem sua origem na atitude do Senhor Je-
sus, quando instituiu o Memorial da Mesa do Senhor (Mateus
26:26; Marcos 14:22; Lucas 22:19).
Hoje em dia, assim como foi nos dias dos primeiros cren-
tes, o partir do pão é uma celebração na qual os crentes em
Jesus Cristo recordam o Sublime Sacrifício na Cruz do Calvá-
rio, onde Seu corpo foi, como disse o profeta Isaías, “ferido e
moído” (partido) por nós, e de onde o Seu Sangue foi derra-
mado para a remissão dos nossos pecados e para estabelecer
a Nova Aliança. Cada vez que os crentes fazem esse Memo-
rial, anunciam a morte do Senhor, até que Ele venha outra
vez (1 Coríntios 11:23-26).
Recordemos agora que quando o Senhor estabeleceu isto
como um Memorial, como a Nova Aliança, Ele estava cele-
brando a Páscoa, que era a celebração da Antiga Aliança (a
saída do Egito dos filhos de Israel (Êxodo 12)). Para entender
o Memorial da Nova Aliança, vejamos como se celebrava a
Páscoa hebréia:

30
A celebração começava com uma oração, para aben-
çoar o primeiro cálice (havia um total de quatro cá-
lices de vinho que circulavam durante a cerimônia).
Logo, cada pessoa tomava ervas e as molhava em

água salgada (simbolizando a Israel que passou pelo
mar e saiu vivo).
O chefe da família tomava um dos três pães sem fer-

mento, o partia e colocava separadamente (o escon-
dia). Então, em resposta à pergunta de um membro
mais novo da família, contava-se a história da Pri-
meira Páscoa e cantavam-se os Salmos 113 e 114. O
segundo cálice era cheio (Lucas 22:17) e circulava
antes da ceia. Todos lavavam as mãos (provavelmen-
te no ponto em que Jesus lavou os pés dos discípu-
los ( João 13:4-12)), davam ação de graças e partiam
o pão. Distribuíam-se ervas amargas molhadas em
molho (neste momento foi quando Jesus deu o pão
molhado a Judas ( João 13:26)).
O clímax do ritual é a comida festiva do cordeiro as-

sado.
Depois disto foi que Jesus instituiu a “Ceia do Se-

nhor”, partindo o pão que antes havia sido posto de
lado (é interessante notar que o Senhor tomou o pão
que havia sido posto de lado (ocultado da vista)),
porque esse pão representava-O perfeitamente, já
que Ele esteve três dias “oculto” na tumba. Eram três


pães: um representando o Pai, outro o Filho e o outro
o Espírito Santo (os judeus não entendiam isto e nem
os discípulos, vindo entendê-lo depois). O Senhor
não tomou o quarto cálice porque esse é o cálice de
Elias, profeta que havia de vir. Já o Senhor estava ali,
e Ele era o profeta que havia de vir.
O ritual termina com o canto do Salmo de “Hallel”,

ou Aleluia (115-118), e o “grande Hallel”, o Salmo 136.
Estes Salmos são, possivelmente, o “hino” menciona-
do em Mateus 26:30.
O fato da Ceia do Senhor estar no coração da Pás-

coa explica seu sentido. Jesus está pensando em Si
mesmo como o cordeiro pascoal, oferecido pela li-
bertação do seu povo (isto concorda com as pala-
vras de João Batista quando disse: “Eis o Cordeiro
de Deus, que tira o pecado do mundo!” ( João 1:29)).
O vinho fala da Sua morte e da Nova Aliança que ra-
tifica, para reconciliar Deus com o homem. Até que
Ele volte, devemos recordar o significado do que Ele
fez por nós2.
O Senhor Jesus disse, com relação ao pão: “[...] Tomai,

comei; isto é o meu corpo”. Do cálice, disse: “[...] isto
é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança [...]” (Ma-
teus 26:26-28).
2 Manual Bíblico Ilustrado, páginas 492 e 493 - Editorial Caribe.

30
Nestas declarações encontramos quatro coisas:
(1) Seu Corpo
(2) Pão
(3) Seu Sangue
(4) Vinho
O Senhor Jesus disse ( João 6:53-56) que, para permanecer

nEle, tínhamos que comer a Sua Carne e beber o Seu San-
gue. Nós fazemos a mesma pergunta que os judeus fazem:
“Como pode este ( Jesus) dar-nos a comer Sua Carne e beber
Seu Sangue?” (Vers. 52). Recordemos que a Lei proibia comer
sangue – Levítico 3:17.
Alguns, para explicar estes quatro elementos implicados
na Ceia do Senhor, dizem que, quando comemos o pão e be-
bemos da taça, estes se convertem em carne e em sangue do
Senhor, literalmente.
Isto se chama “transubstanciação”, que quer dizer que o pão
e o vinho mudam a estrutura da sua substância, convertendo-
-se em Carne e Sangue físicos do Senhor. Na realidade, ninguém
nunca pôde comprovar isto fisicamente falando; é mais um dog-
ma de fé de certo seguimento do cristianismo do que realidade.
Outros dizem que o pão e o vinho são somente “símbo-
los” que representam o Corpo e o Sangue do Senhor. Este
“simbolismo” fica pequeno quando se explicam as Palavras do
Senhor, quando disse: “Isto é o meu Corpo”, e deu um pedaço
de pão aos Seus discípulos; logo tomou o vinho e disse: “Isto
é o meu Sangue”.
Se a Ceia do Senhor não é “transubstanciação” e nem so-
mente um “símbolo”, o que é então? É REALIDADE ESPIRI-
TUAL.


E o que é realidade espiritual? É ALGO QUE EXISTE E É
REAL EM DEUS.
Já falamos anteriormente sobre a realidade espiritual da
salvação e sobre a realidade espiritual do batismo em água.
Seria bom que você lesse isto uma vez mais para refrescar a
memória.
Vejamos agora outro exemplo de realidade espiritual: A
adoração. Escreve-se muito sobre adoração e existe muito
material bom sobre adoração. O interesse neste ponto é so-
mente entender o que acontece na realidade espiritual quan-
do adoramos aqui, na realidade física. Vejamos uns versícu-
los que nos falam disto em
Apocalipse 19: 1-8:

1
Depois destas coisas, ouvi no céu uma como grande voz
de numerosa multidão, dizendo: Aleluia! A Salvação, e a
glória, e o poder são do nosso Deus, 2 porquanto verdadeiros
e justos são os seus juízos, pois julgou a grande meretriz que
corrompia a terra com a sua prostituição, e das mãos dela
vingou o sangue dos seus servos. 3 Segunda vez disseram:
Aleluia! E a sua fumaça sobe pelos séculos dos séculos. 4 Os
vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes prostra-
ram-se e adoraram a Deus, que se acha sentado no trono,
dizendo: Amém. Aleluia! 5 Saiu uma voz do trono, excla-
mando: Dai louvores ao nosso Deus, todos os seus servos,
os que o temeis, os pequenos e os grandes. 6 Então ouvi uma
como voz de numerosa multidão, como de muitas águas, e
como de fortes trovões, dizendo: Aleluia! pois reina o Senhor
nosso Deus, o Todo-Poderoso. 7 Alegremo-nos, exultemos, e
demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cor-

30
deiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou, 8 pois lhe foi
dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro.
Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos.
Aqui João nos disse que ele viu todos os lavados pelo San-
gue de Cristo, prontos para as bodas do Cordeiro e adorando
a Deus. Isto quer dizer que João viu VOCÊ e todos os crentes
de todos os tempos, adorando a Deus desde dois mil anos.
Como isso é possível? Lembre-se que o passado, o presente
e o futuro estão sempre presentes diante de Deus. É por isso
que, quando adoramos a Deus, o que fazemos é unir a rea-
lidade física (nossa adoração, seja na igreja ou a sós) com a
realidade espiritual (como vê Deus), por meio da fé.
Toda esta explicação foi necessária para entendermos a
realidade espiritual da Ceia do Senhor. Neste momento, pedi-
mos ao Senhor que nos dê Espírito de revelação para enten-
dermos as palavras de Mateus 26:26-28, que dizem:
26
“Enquanto comiam, tomou Jesus um pão e, abençoando-
-o, o partiu e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei;
isto é o meu corpo. 27 A seguir tomou um cálice e, tendo dado
graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos; 28
porque isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança,
derramado em favor de muitos, para remissão de pecados”.
Jesus tomou o PÃO (realidade física) e o deu aos Seus dis-

cípulos e lhes disse: “Isto É O MEU CORPO” (realidade espi-
ritual).
Tomou em seguida o CÁLICE (realidade física) e disse:
“Isto É O MEU SANGUE” (realidade espiritual).


Vejamos a seguinte ilustração:
Participamos de Sua Carne

e de Seu Sangue
FÉ
Realidade Física
Participamos do
Pão e Vinho
Lembremos sempre que a FÉ é o que une ambas as rea-

lidades. A Palavra do Senhor nos diz que sem fé é impossível
agradar a Deus (Hebreus 11:6).
A CEIA DO SENHOR: UM MEMORIAL
A Ceia do Senhor é um MEMORIAL. O Senhor Jesus Cris-

to disse: “Fazei isto em memória de mim” (Lucas 22:19). Para
se ter memória de algo, deve haver uma EXPERIÊNCIA. Por
exemplo, se você não conhece alguém pessoalmente nem
sabe nada dessa pessoa, como pode essa pessoa pedir-lhe
que faça memória de algo que passou com ela na sua infân-

30
cia? Seria absurdo pedir-lhe que faça tal memória, porque
você nunca esteve ali. Se você tivesse estado com essa pessoa
quando criança, então teria memória. Assim acontece com
muitos que se dizem cristãos: Não tiveram uma experiência
pessoal com Jesus Cristo através do Seu sacrifício na Cruz, e
é por isso que não encontram nenhum significado na Ceia do
Senhor. É por isto que eles não podem fazer em MEMÓRIA do
Senhor. Não se pode recordar o que não está na mente. A ra-
zão pela qual muitos “cristãos” consideram este MEMORIAL
um rito é exatamente porque eles não têm memória do que o
Senhor Jesus Cristo fez por eles na Cruz. Não existe memória
de um encontro com Jesus Cristo, porque nunca O aceitaram
como o Senhor e Salvador das suas almas. Quando essas pes-
soas têm os elementos da Ceia do Senhor em suas mãos (pão
e vinho), ainda que estejam tocando a realidade física, elas
não podem tocar a realidade espiritual (ainda que digam que
o pão e o vinho se tornam o corpo e o sangue, literalmente,
por meio da transubstanciação). Por isso, em muitos círculos
chamados cristãos, a Ceia do Senhor é um ato vazio e sem
sentido para aquele que a pratica.
Os cristãos evangélicos, para não cair no erro da tran-
substanciação, têm caído no erro de chamar de SÍMBOLOS
ao pão e ao vinho, que são os elementos da Ceia do Senhor ou
Comunhão. Se algo é um símbolo, então não é a mesma coi-
sa. Isto faz com que o MEMORIAL que o Senhor Jesus Cristo
estabeleceu não tenha muito sentido para alguns cristãos, já
que é somente um simbolismo, e sendo somente um simbo-
lismo, não tem muito significado e facilmente se torna um
rito ou um ato vazio. Alguns do círculo evangélico levaram o
simbolismo ao extremo, dizendo que o pão, na comunhão, é


a igreja – o corpo de Cristo. Isto é um erro, porque quando o
Senhor partiu o pão e o deu aos discípulos e disse: “Isto é meu
corpo que por vós é partido”, não se referia à igreja, já que
esta nunca foi “partida” como foi o Seu corpo físico na cruz
do Calvário. Paulo nos ensina que a igreja é o corpo espiritual
do Senhor, mas não o Seu corpo físico. Paulo também nos
ensina que, ao participar do pão, que é o corpo de Cristo, tor-
namo-nos parte de um mesmo corpo, que é a igreja – 1
Coríntios 10:16-27.
Este glorioso memorial nos deve trazer as palavras de

Isaías 53, que diz:
1
“Quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o
braço do Senhor? 2 Porque foi subindo como renovo perante
ele, e como raiz duma terra seca; não tinha aparência nem
formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos
agradasse. 3 Era desprezado, e o mais rejeitado entre os ho-
mens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e como
um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado,
e dele não fizemos caso. 4 Certamente ele tomou sobre si as
nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós
o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. 5 Mas
ele foi traspassado pelas nossas transgressões, e moído pe-
las nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava
sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. 6 Todos nós
andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se des-
viava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a ini-
quidade de nós todos. 7 Ele foi oprimido e humilhado, mas
não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro;
e, como ovelha, muda perante os seus tosquiadores, ele não

30
abriu a sua boca. 8 Por juízo opressor foi arrebatado, e de
sua linhagem quem dela cogitou? porquanto foi cortado da
terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo
foi ele ferido. 9 Designaram-lhe a sepultura com os perversos,
mas com o rico esteve na sua morte, posto que nunca fez
injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca. 10 Todavia,
ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der
ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteri-
dade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor pros-
perará nas suas mãos. 11 Ele verá o fruto do penoso trabalho
de sua alma, e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o
seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquida-
des deles levará sobre si. 12 Por isso eu lhe darei muitos como
a sua parte e com os poderosos repartirá ele o despojo, por-
quanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os
transgressores, contudo levou sobre si o pecado de muitos, e
pelos transgressores intercedeu”.
Paulo nos diz em 1 Coríntios 11:26:

26
“Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes
o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha”.
Este memorial inclui os três estados do tempo: passado,

presente e futuro.
Vejamos o versículo outra vez: Porque todas as vezes que
comerdes este pão e beberdes o cálice, ANUNCIAIS (presen-
te) A MORTE DO SENHOR (passado), ATÉ QUE VENHA ( fu-
turo). Vejamos isto com mais detalhes:


DURANTE O MEMORIAL, RECORDEMOS

O QUE O SENHOR FEZ (PASSADO) POR
NÓS NA CRUZ DO CALVÁRIO.
É durante este tempo que devemos examinar-nos a nós
mesmos e permitir que o Espírito Santo de Deus nos mostre
a condição de nossa alma, e se há pecados a confessar e arre-
pendimentos, devemos confessá-los ao Senhor e apartar-nos
dos mesmos.
1 Coríntios 11:27-32 nos diz:

27
“Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do
Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do
Senhor. 28 Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim
coma do pão e beba do cálice, 29 pois quem come e bebe sem
discernir o corpo, come e bebe juízo para si. 30 Eis a razão
por que há entre vós muitos fracos e doentes, e não poucos
que dormem. 31 Porque, se nos julgássemos a nós mesmos,
não seríamos julgados. 32 Mas, quando julgados, somos dis-
ciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com
o mundo”.
O que significa comer a Ceia do Senhor INDIGNAMEN-

TE? Primeiramente, nenhum de nós é digno em nossos pró-
prios méritos. Somos dignos porque o Senhor nos perdoou e
nos lavou com Seu Sangue e nos limpou de todas as nossas
imundícies e de todos os nossos pecados.
O versículo 29 nos diz que comer indignamente é comer
o pão e tomar o cálice sem discernir o Corpo do Senhor. Isto é
o mesmo que comer e beber juízo para si mesmo.

30
Existem pessoas crentes que se aproximam da Mesa do Se-
nhor muito levianamente; vêm com pecado e más atitudes em
suas vidas e, ao invés de reconhecer que não estão bem, arre-
pender-se e pedir perdão ao Senhor, quem é O único que pode
nos perdoar, TOMAM O PÃO E O CÁLICE, ESTANDO EM PE-
CADO. Elas estão comendo e bebendo juízo para elas mesmas.
Depreciaram o valor do Sacrifício do Senhor, que é o único que
pode limpá-las. É por isso, diz Paulo, que existem muitos fracos
e doentes entre os crentes e não poucos que dormem.
Existem cristãos que sabem que, se estão em pecado e
tomam a comunhão, lhes sobrevirão estas coisas, e optam
por evitar a comunhão. Isto é um erro muito grande, já que
o Senhor não quer que estejamos em pecado, pois foi exa-
tamente por isto que Ele morreu, para que já não andemos
em pecado. O Senhor DESEJA TER COMUNHÃO CONOSCO.
A palavra COMUNHÃO significa UNIÃO COMUM. Qual é a
união comum entre nós e o Senhor Jesus Cristo? Sua Carne e
o Seu Sangue (pão e vinho).
O Senhor nos diz em João 6:56:

“Quem comer a minha carne e beber o meu sangue, perma-
nece em mim e eu, nele”.
Você já está se dando conta de porquê o inimigo de nos-

sas almas não quer que participemos da Comunhão, e é por
isso que quer manter-nos em pecado e que não nos aproxi-
memos da Mesa do Senhor? Mas, Glória a Deus, que em Je-
sus Cristo há uma fonte que nunca seca para limpar-nos de
todos os nossos pecados! O Senhor nos convida à Sua Mesa e
está nos esperando com os braços abertos.


DURANTE O MEMORIAL, RECORDEMOS

O QUE O SENHOR ESTÁ FAZENDO
(PRESENTE) POR NÓS.
Tendo saído da fonte de purificação e limpeza, que é Seu
Sangue e Seu Sacrifício, agora nos concentramos em recordar
o que o Senhor está fazendo HOJE por nós. Este é o tempo
de agradecer ao Senhor pela Sua presença em nossas vidas,
através do Espírito Santo que habita em nós. O Senhor disse
quando foi ao céu: “E eis que estou convosco todos os dias até
à consumação do século”. Porque a Sua presença está em nós,
que amamos a Deus, sabemos que todas as coisas cooperam
para o nosso bem, isto é, daqueles que são chamados segun-
do o Seu propósito (Romanos 8:28). Sabemos que
24
“Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos e alegremo-
-nos nele.
Salmo 118:24
O Nosso Senhor disse que a Sua Carne é verdadeira co-

mida e o Seu Sangue é verdadeira bebida ( João 6:55). HOJE,
precisamos de força para vencer o pecado, o eu, o diabo, a
carne e o mundo. Muitos do povo de Deus, atualmente, estão
buscando “caramelos” espirituais, em lugar da verdadeira co-
mida e da verdadeira bebida que nos oferece o Senhor, atra-
vés da Sua Mesa.
O livro de Números 11:4-6 narra uma história que se as-
semelha muito à condição da igreja nominal do nosso tempo:

30
“4 E o populacho, que estava no meio deles, veio a ter gran-
de desejo das comidas dos egípcios; pelo que os filhos de
Israel tornaram a chorar, e também disseram: Quem nos
dará carne a comer? 5 Lembramo-nos dos peixes que no
Egito comíamos de graça; dos pepinos, dos melões, dos
alhos silvestres, das cebolas e dos alhos. 6 Agora, porém,
seca-se a nossa alma, e nenhuma coisa vemos senão este
maná”.
Quando o povo de Israel ia em sua peregrinação pelo

deserto, deixou-se influenciar pelos estrangeiros que se
misturaram com eles (gente que não era israelita, mas que
se aproveitou para sair do Egito durante a confusão) e de-
preciaram o maná, que era o pão que o Senhor lhes manda-
va do céu. Então, desejaram outras comidas para satisfazer
sua fome.
O mesmo acontece hoje na igreja: Gente que é “estran-
geira” (gente que não pertence ao povo de Deus, remido pelo
Sangue de Cristo, mas que tem aparência de piedade, ainda
que seus atos o neguem (2 Timóteo 3.1-5), se misturou com o
verdadeiro povo de Deus e o influenciou para que não coma
o verdadeiro Pão do Céu, mas coma “outras comidas espiri-
tuais”. Eles acham que o Pão do Céu é insípido (sem sabor) e
leve. Estes são os que estão sempre buscando uma atividade
religiosa que os divirta e entretenha. São os que, por exem-
plo, estão dispostos a sacrificar-se para ir ao último concerto
“cristão”, mas que nunca se encontram nas reuniões de ora-
ção. São os que querem “carne”, mas depreciam o verdadeiro
Pão do Céu. O Senhor Jesus Cristo chamou a estas pessoas
de “joio”.


O Senhor Jesus Cristo disse:
48
“Eu sou o pão da vida. 49 Vossos pais comeram o maná no
deserto, e morreram. 50 Este é o pão que desce do céu, para
que todo o que dele comer não pereça. 51 Eu sou o pão vivo
que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamen-
te; e o pão que eu darei pela vida do mundo, é a minha carne.
52
Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como pode
este dar-nos a comer a sua própria carne? 53 Respondeu-lhes
Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a
carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não
tendes vida em vós mesmos. 54 Quem comer a minha carne
e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei
no último dia. 55 Pois a minha carne é verdadeira comida, e
o meu sangue é verdadeira bebida. 56 Quem comer a minha
carne e beber o meu sangue, permanece em mim e eu nele.
João 6:48-56
Note que quando os judeus perguntaram a Jesus como

Ele lhes daria de comer o Seu Corpo e de beber o Seu Sangue,
o Senhor Jesus nunca lhes respondeu a esta pergunta. O Se-
nhor Jesus prosseguiu dizendo-lhes que, se não comessem da
Sua Carne e nem bebessem do Seu Sangue não teriam vida
eterna. Esses foram os discípulos que continuaram com Ele, a
quem Ele logo revelou como deveriam comer da Sua Carne e
beber do Seu Sangue. Isto foi feito na última Páscoa que cele-
brou com eles (Mateus 26:26-29). Foi ali que lhes disse: “Este
pão é meu corpo, e este vinho é meu sangue”.
Se você continuar lendo até o fim de João 6:68, se dará
conta de que estas palavras que acabamos de ler foram as
que causaram divisão entre Seus seguidores, que muitos O

30
abandonaram naquela hora. Jesus até perguntou aos doze se
eles queriam ir também, o que Pedro respondeu dizendo:
68
“[...] Senhor, para quem iremos? tu tens as palavras da
vida eterna; 69 e nós temos crido e conhecido que tu és o
Santo de Deus”.
Neste tempo de desnutrição espiritual que muitos es-

tão vivendo, seria bom fazer nossas as palavras de Pedro e
aproximarmo-nos e comermos do Senhor e bebermos do Seu
Sangue, como Ele nos mandou que fizéssemos, para que te-
nhamos forças para este tempo.
Se a Ceia do Senhor ou Comunhão é tão importante para
a nossa vida espiritual, como acabamos de ler, surge uma per-
gunta muito importante: De quanto em quanto tempo de-
vemos tomar a Ceia do Senhor?
Esta pergunta é muito importante, dado o fato de que
alguns dizem que devemos tomá-La a cada ano. Penso que
estão comparando o Memorial da Nova Aliança com o Me-
morial da Antiga Aliança, o qual instruiu o Senhor a Moisés
para que se celebrasse a cada ano (Êxodo 12).
• Existem algumas congregações em que a Ceia do Se-

nhor é uma surpresa, pois não se sabe quando vão
celebrá-la.
• Outras dizem que é a cada três ou quatro meses.
• Outras dizem que é a cada primeiro (ou segundo, ou

terceiro ou quarto) domingo do mês.


• Outras dizem que é a cada primeiro dia da semana
(cada domingo).
• Outras dizem que diariamente. Isto mais como uma

devoção pessoal, já que, coletivamente, para um gru-
po de discípulos se torna muito difícil.
Quem está certo? O Senhor Jesus não especificou quan-

do. Ele só disse como faríamos: Em memória dEle.
Paulo nos disse em 1 Coríntios 11:26:

“Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes
o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha”.
Paulo disse que “TODAS as vezes...” (ênfase do autor).

Isto não nos diz especificamente quando, mas que é o
que acontece a cada vez que tomamos a Ceia do Senhor.
Quando é que os primeiros discípulos celebravam a Ceia
do Senhor?
Atos 20:7 nos diz:

“No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o
fim de partir o pão [...]”.
Aqui, vemos especificamente em qual dia os discípulos

se reuniam para partir o pão (já explicamos o significado de
“partir o pão”): era no primeiro dia da semana, ou seja, a cada
domingo.
Em 1 Coríntios 11:17, Paulo, chamando-lhes a atenção,
diz à congregação de Corinto que, quando eles se reunissem

30
como igreja, não era para comer a Ceia do Senhor, querendo
dizer que ele esperava que a igreja deveria reunir-se especifi-
camente para a Ceia do Senhor. Nos versículos seguintes, ele
estabelece a ordem e a maneira como se deve celebrar este
glorioso ato.
Por que devemos participar da Mesa do Senhor no pri-
meiro dia da semana?
1. Porque esse foi o dia em que o Senhor ressuscitou

( João 20:1; Lucas 24:1; Marcos 16:2; e Mateus 28:1).
2. Quando o Senhor fez os céus e a terra, levou seis dias

“trabalhando” e um para “descansar” (o Senhor não Se
cansa, e também Deus poderia ter feito toda a cria-
ção em um instante, mas Ele queria estabelecer o CI-
CLO da semana com seis dias de atividade e queria
estabelecer o dia de repouso para o homem). O ciclo
da semana tem sete dias. Deus estabeleceu este ciclo
com um propósito. O número sete significa que está
“completo”, que chegou na medida. O primeiro dia da
semana significa um novo começo (o ciclo começa
outra vez). O Senhor ressuscitou no primeiro dia da
semana para inaugurar, para dar início ao Novo Pacto,
ou Nova Aliança.
3. No espiritual, estamos “trabalhando” durante seis dias

para que se estabeleça o Reino de Deus em nossas vi-
das e ao nosso redor. O primeiro dia da semana é para
que comamos e bebamos da verdadeira comida e da
verdadeira bebida, que é o Senhor Jesus Cristo, e para


que, descansando nEle, tenhamos novas forças para o
novo ciclo que começa (entende-se que, durante a se-
mana, você está lendo a Bíblia, orando, assistindo às
reuniões com outros discípulos e testificando de Cris-
to para os perdidos, mas, no primeiro dia da semana,
você se reúne como faziam os primeiros discípulos,
para comer Sua Carne e beber Seu Sangue).
Alguém poderia dizer: “Não se converterá este ato em um

rito, se o fizermos a cada semana?” Esta pergunta está base-
ada em ignorar o fato de que qualquer coisa que se faça na
vida cristã está sujeita a se tornar um rito e, no entanto, nem
por isso deixamos de fazê-la. Por exemplo, não dizemos isso
sobre a oração e, no entanto, pode-se fazer um rito da oração.
Não ouvimos ninguém dizer: “Não oremos muito, para que
não se torne um rito”. Não dizemos isto dos louvores, e, no
entanto, podemos fazer do louvor um rito (ou da leitura da
Bíblia ou da comunhão uns com os outros etc.). As coisas se
convertem em um rito quando não tocamos a realidade espi-
ritual que existe por trás do ato físico. Recorde que a vida de
fé é unir ambas as realidades, a física e a espiritual.
Para os primeiros crentes, assim como para os crentes
de hoje, que querem entrar nesta revelação da importância
da Ceia do Senhor, tudo gira em torno da Mesa do Senhor.
Vejamos, brevemente, como todo o nosso ser (espírito, alma
e corpo (1 Tessalonicenses 5:23) recebe do Senhor durante a
Ceia3.
3 Para um estudo mais profundo do espírito, alma e corpo, veja o livro “Guerra
contra os santos”, de Jessie Penn-Lewis.

30
O ESPÍRITO
Depois de haver comido e bebido da verdadeira comida
e da verdadeira bebida, nosso espírito (o espírito humano
consta de três partes ou áreas principais: consciência, co-
munhão e intuição) está pronto para receber do Espírito
Santo, já que nossa consciência (área do espírito humano
que nos acusa o correto e incorreto, de acordo a luz do Espíri-
to Santo que temos em nós) está limpa de obras mortas, por-
que o Sangue de Cristo a limpou. A comunhão (área do espí-
rito humano onde está a habitação e a união com o Espírito
Santo) é ainda mais íntima, e tem uma aproximação maior
com o Senhor. Como resultado, a intuição (área do espírito
humano por onde se recebe o ensinamento ou revelação di-
reta por parte do Espírito Santo de Deus) está mais aguda, e,
portanto, pode receber “espírito de sabedoria e de revelação
no conhecimento de Deus”, como diz em Efésios 1:17.
O CORAÇÃO
Entre o espírito e a alma encontra-se o coração. O co-

ração é o que inicia os movimentos da vontade, da mente
e das emoções, que são as três partes que compõem nossa
alma. O Senhor nos diz em sua Palavra:
“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração,

porque dele procedem as fontes da vida” – Provérbios 4:23.
E:
“Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos se agradem
dos meus caminhos” – Provérbios 23:26.


Quando Adão pecou, o primeiro que morreu foi seu espíri-
to (morte na Bíblia significa separação, e não aniquilação, como
pensamos). Seu espírito se separou da comunhão com Deus e
se misturou com sua própria alma, de tal maneira que não se
pode dividir (daí a confusão de muitos que não fazem diferença
entre o espírito e a alma), a menos que aconteça o milagre da
salvação. O coração de Adão se corrompeu e passou aos seus
descendentes como herança. Tal foi a corrupção dos homens,
que essa foi a razão do dilúvio. Em Gênesis 6:5 e 6 nos diz:
“5 Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multipli-

cado na terra, e que era continuamente mau todo desígnio
do seu coração; 6 então se arrependeu o Senhor de ter feito o
homem na terra, e isso lhe pesou no coração”.
Uma das características da Nova Aliança é que, quando

aceitamos a Jesus Cristo como o Senhor e Salvador de nossas
vidas, Ele nos dá um coração novo (compare Ezequiel 36:25-
27 com Jeremias 31:27-34 e Atos 8:8-12), porque o coração
velho é completamente enganoso e perverso ( Jeremias 17:9).
Quando somos salvos, o Senhor nos dá um espírito novo e põe
Seu Santo Espírito em nós e nos dá um novo coração, para que
agora o Senhor possa socorrer-nos no resgate da nossa alma.
O NOVO CORAÇÃO PODE SE

CONTAMINAR.
Em virtude de o coração ser o iniciador dos movimentos

das três faculdades ou áreas da alma, o Senhor está extre-
mamente interessado nele. O crente deve saber que, através

30
da Nova Aliança (ou Novo Pacto), ele tem um novo coração,
e que não tem que estar pedindo ao Senhor que lhe dê um
novo coração, mas agradecer-Lhe o que já tem, e começar a
submetê-lo ao uso do Senhor. O problema que existe (e aqui
é onde está a confusão de muitos filhos do Senhor) é que o
coração novo PODE CONTAMINAR-SE.
Existem duas maneiras principais para que nosso novo
coração se contamine: Desde o homem exterior, ou seja, seu
corpo e sua alma (na Bíblia se usa a palavra carne para des-
crever o corpo e a alma), e a segunda é desde o homem inte-
rior, ou seja, seu espírito.
É bom lembrar que o coração encontra-se entre a alma e
o espírito. É por isso que a Palavra do Senhor nos diz em
2 Coríntios 7:1:
“1 Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos
de toda impureza, tanto da carne, como do espírito, aper-
feiçoando a nossa santidade no temor de Deus”.
Vejamos agora um exemplo da primeira maneira de con-

taminar nosso coração. Lembre-se que, quando recebemos
o Senhor como nosso Salvador, Ele pagou o preço e nos per-
doou por meio do Seu Sangue, mas em nossa mente ficam as
MEMÓRIAS dos pecados do passado, das emoções más que
tivemos, de nossa rebeldia e de todas as maldades que come-
temos etc. Talvez nossos corpos ainda estejam sujeitos aos
vícios e hábitos pecaminosos que nos controlam. Não se deu
conta de que nossa luta começa com um PENSAMENTO de
algum pecado que cometemos no passado, e esse pensamen-
to traz as emoções que rodeiam o pecado? Algumas vezes


começa com o pensamento de algum pecado que foi come-
tido contra nós, seja abuso verbal, emocional ou físico, e isso
traz as memórias e emoções associadas com essas situações
e, de repente, nos encontramos desanimados, deprimidos,
acusados, feridos e, talvez, quantas coisas mais. Tudo isso
contamina o nosso novo coração e não lhe permite operar
os impulsos do Espírito Santo em nosso espírito para dirigir
a alma e o corpo.
Vejamos agora um exemplo da segunda maneira de conta-
minar nosso coração (desde o homem interior, ou seja, seu es-
pírito). Se o nosso novo espírito está contaminado, contamina-
rá o nosso novo coração. Como se contamina o nosso espírito?
A Palavra nos ensina em Gálatas 5:20 sobre o pecado de
idolatria e feitiçaria.
1 Samuel 15:23 nos diz:

23
“Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obs-
tinação é como a idolatria [...]”.
O que é idolatria? É ter e adorar a outros deuses. Pode-

mos fazer um deus de qualquer coisa. Por exemplo, podemos
fazer de uma pessoa um deus; podemos fazer do dinheiro o
nosso deus; podemos fazer da fama o nosso deus etc.. Para o
cristão, adorar a outro que não seja ao Deus verdadeiro será
como cometer adultério espiritual. Com o nosso espírito ado-
ramos a Deus ( João 4:23-24), e não devemos adorar a outros
deuses ou imagens, porque isso contamina o nosso espírito.
O que é feitiçaria? Magia negra, adivinhação (leitura de
cartas, horóscopos, leitura da palma da mão, leitura do copo,
psicanálise etc.), encantamentos, consulta aos mortos etc.

30
O cristão não tem porquê pôr a sua confiança na feitiça-
ria. O crente sabe que a sua confiança deve estar no Senhor,
porque seu futuro está controlado e determinado por Deus,
o Todo Poderoso.
O que é rebelião? Basicamente, é fazer o que quer. Em
outras palavras, é fazer o que se tem vontade, quando se tem
vontade, com quem se tem vontade. O crente não deve ser
um rebelde, mas alguém que está sujeito ao Senhorio de Jesus
Cristo, e seu desejo é fazer a vontade de Deus.
Todas essas coisas contaminam nosso espírito. Se nosso
espírito está contaminado, contaminará nosso coração, e os
impulsos que este dá à alma estarão contaminados. As ações
da nossa alma e do nosso corpo estarão contaminadas tam-
bém.
Por que falamos tudo isso? Porque o Senhor nos chama
para uma vida de santidade e pureza, sem mancha e sem
contaminação. E onde encontraremos limpeza? No Sangue
do Senhor.
Paulo nos diz em 1 Coríntios 10:16 que:

16
“Porventura o cálice da bênção que abençoamos não é a
comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é
a comunhão do corpo de Cristo?”
Nos versículos 19 a 22, Paulo continua com o argumento

de que, se nós participamos da mesa dos demônios (coisas
sacrificadas aos ídolos), então participamos dos demônios
que estão por traz desses ídolos. Da mesma maneira, disse
ele que, se participamos da Mesa do Senhor, estamos parti-
cipando do Senhor mesmo. Em outras palavras, se através de


coisas físicas (comidas sacrificadas a demônios) pode-se ter
comunhão com os demônios, então, através das coisas físicas
unidas à fé (pão e vinho), pode-se ter comunhão com o Se-
nhor. Paulo nos diz, nos versículos 21 e 22, que não devemos
participar da Mesa do Senhor e da mesa dos demônios, por-
que provocaremos ciúmes no Senhor. Por que o Senhor tem
ciúmes? Porque ele deseja uma comunhão íntima com Seu
povo. Quando será que nos daremos conta de que o Senhor
preferiu morrer por nós a viver sem nós? Diz a Palavra do Se-
nhor que, quando os anjos caíram, Ele não fez nenhum plano
para salvá-los, mas fez um plano para socorrer a descendên-
cia ( física e espiritual) de Abraão (Hebreus 2:16).
Em Provérbios 8:31, a sabedoria (Cristo) diz:

31
“[...] regozijando-me no seu mundo habitável, e achando
as minhas delícias com os filhos dos homens”.
Tiago 4:5 faz eco destas palavras quando diz:

5
“Ou supondes que em vão afirma a Escritura: É com ciúme
que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós? ”
O Senhor deseja ter comunhão íntima com o Seu povo.

Você a deseja? Percebe que, através da Ceia do Senhor, a sua
comunhão com o Senhor aumenta? É por isso que o Senhor
quer tratar conosco no ciclo da semana, porque é um ciclo
curto. Cada primeiro dia da semana podemos vir ao Senhor e
dizer-Lhe: “Senhor, aqui estou, participando da Tua Carne e do
Teu Sangue, para poder limpar-me de toda contaminação que
chegou ao meu novo coração. Recebo as forças da Tua Carne,
verdadeira comida, e do teu Sangue, verdadeira bebida, para

30
que, neste ciclo, eu possa ser um vencedor”. Não seria glorioso
que todo o povo de Deus pudesse dizer estas palavras?
Quando o crente participa do Corpo e do Sangue do Se-
nhor em fé e por fé, pode submeter seu coração ao Senhor
mais facilmente, porque está recebendo as forças e a limpeza
que precisa.
A ALMA
Já vimos a importância de manter o novo coração limpo

e sem contaminação, visto que o coração é o iniciador dos
movimentos da alma.
A alma tem três partes, ou áreas, ou faculdades princi-
pais: vontade, mente e emoções.
Se o nosso coração está contaminado ou sujo, contami-
nará e sujará estas três áreas. Por essa razão, esteja sempre
muito atento ao primeiro impulso que você recebe para fazer
algo ou quando sente algo ou quando pensa em algo. Esse
primeiro impulso é o coração. Se esse primeiro impulso for
bom, o que segue, geralmente, será bom. Se, pelo contrário,
esse primeiro impulso for mau, o que segue, geralmente, será
mau. Note que usamos a palavra “geralmente” porque, ainda
que o nosso coração esteja limpo, é possível que ainda não
saibamos como usar nossa vontade, nossa mente e nossas
emoções. Lembre-se de que a salvação é um processo que
consta de três tempos:
1- Passado. Quando recebemos Jesus Cristo como nos-

so Senhor e Salvador, nosso espírito foi resgatado e
feito novo.


2- Presente. O Senhor está resgatando nossa alma dos
pecados, vícios, maus hábitos e más atitudes que tí-
nhamos. O Senhor, por meio do Seu Espírito Santo,
está formando a imagem do Filho em nós. Essa ima-
gem é o fruto do Espírito que nos fala em Gálatas
5:22-23. Isto é o que o Senhor está fazendo conosco
HOJE. É hoje que precisamos das forças do Cordeiro
de Deus. É por isso a importância de comer da Sua
Carne e beber do Seu Sangue a cada primeiro dia da
semana; precisamos do Cordeiro durante todo o ciclo
da semana.
3- Futuro. Para nossos corpos físicos, existe a promessa

de que teremos um corpo novo e glorificado, quando
Ele vier por Sua Igreja, ou seja que passemos pelo vale
da sombra e da morte.
Agora, vamos considerar, brevemente, cada uma das três

faculdades da alma. Vejamos primeiro a vontade.
A VONTADE
A vontade é a faculdade que temos para escolher ou

decidir o que fazer.
A Bíblia nos diz em Gênesis 2:16-17 que o homem foi
criado com uma vontade livre para escolher o que quiser (li-
vre arbítrio). Deus disse ao homem qual era Seu desejo, e lhe
explicou o que aconteceria se desobedecesse. Também dis-
se ao homem que podia escolher submeter-se ao desejo de
Deus ou ao seu próprio desejo. Todos sabemos que o homem

30
escolheu desobedecer a Deus (mesmo por engano), e obede-
ceu à voz de Satanás. Dali por diante, a vontade do homem
tem sido submetida à vontade do diabo, porque o pecado é a
corrente o cadeia com a qual o diabo o mantém preso. Mas,
glória a Deus, que enviou a Jesus Cristo para acabar com o
pecado. Jesus Cristo quebrou a corrente do pecado, e agora
nos fez livres para que possamos servir a Ele.
A palavra do Senhor nos diz em Efésios 2:1-6:

1
“Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e
pecados, 2 nos quais andastes outrora, segundo o curso deste
mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito
que agora atua nos filhos da desobediência, 3 entre os quais
também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações
da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensa-
mentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também
os demais. 4 Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa
do grande amor com que nos amou, 5 e estando nós mortos
em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo – pela
graça sois salvos –, 6 e juntamente com ele nos ressuscitou e
nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus [...]”.
Que bom saber que Deus nos perdoou e nos libertou atra-
vés do sacrifício de Jesus Cristo na Cruz! Agora somos verda-
deiramente livres, porque o Filho nos libertou ( João 8:36). Já
não temos que ser escravos do pecado, já não temos que ser
escravos do diabo, já não temos que ser escravos dos vícios,
de maus hábitos ou más atitudes; AGORA SOMOS LIVRES,
e porque somos livres, podemos submeter nossa vontade ao
Senhor e agradar a Ele.


É com a nossa vontade que obedecemos. Abraão é con-
siderado o pai da fé precisamente porque obedeceu. Quando
Abraão foi provado para que oferecesse seu filho Isaque, en-
tendia Abraão o que Deus estava lhe pedindo? Sentia Abraão
que devia sacrificar seu filho da promessa? Nem entendia
(mente), nem sentia (emoções), mas obedeceu, submetendo
a sua vontade à vontade de Deus. O Senhor Jesus Cristo, que
é nosso exemplo máximo, pôde obedecer somente quando
submeteu a Sua própria vontade à vontade do Pai (Mateus
26:36-45). A pessoa que diz ter fé é porque crê. O que crê deve
obedecer àquele em que crê ou a sua fé se tornará uma fé
morta, porque não tem obras. Poderíamos dizer isto da se-
guinte maneira:
FÉ = CRER = OBEDECER.
Para obedecer, precisamos de uma vontade disposta.
Como obtemos uma vontade disposta? Na Mesa do Senhor.
Quando viermos à Mesa do Senhor e virmos o pão, re-
cordaremos que na cruz o Senhor já pagou o preço da nossa
liberdade. Ali recordaremos que agora pertencemos ao Se-
nhor. 1 Coríntios 6:20 nos diz:
20
“Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorifi-
cai a Deus no vosso corpo”.
Quando vemos o cálice, recordamos Seu Sangue e pensa-

mos nas palavras de Hebreus 9:14, que dizem:
14
[...] muito mais o sangue de Cristo que, pelo Espírito eterno,
a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa
consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!”

30
Pelo que Jesus Cristo fez por nós na Cruz, PODEMOS
SUBMETER NOSSA VONTADE AO SENHOR.
A MENTE
Passemos agora, por uns momentos, a considerar outra

parte da nossa alma: A MENTE.
Com nossa mente somos capazes de raciocinar. Em nos-
sa mente também está a memória, a sabedoria (humana), a
inteligência e a lógica.
Existe uma grande batalha que acontece constantemen-
te em nosso interior, e é a batalha da mente. Ninguém além
de nós mesmos sabe a intensidade que é essa luta interna
que temos. É uma batalha pela qual todo cristão atravessa, e
deve aprender como lutar e como ganhar a luta.
Existem três fontes principais de pensamentos que nos
convém considerarmos brevemente:
1- Deus. Romanos 8:5.
Os pensamentos que vêm por parte de Deus são puros e
santos. Muitas vezes, nossas mentes estão tão ocupadas com
nossos próprios pensamentos ou com os pensamentos do dia-
bo, que não podemos receber os pensamentos que vêm da par-
te do Senhor. É por isso que o Senhor quer que aprendamos a
usar nossas mentes para que possamos estar atentos à voz da
Sua Palavra.
2- Satanás.
“Então disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu
coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando
parte do valor do campo?” Atos 5:3


O diabo não pode ler nossas mentes, portanto, ele não
sabe o que pensamos. O único que conhece nossos pensa-
mentos é Deus. Mas Satanás (através dos seus demônios)
pode sim colocar em nossas mentes pensamentos iníquos.
E como o diabo faz isso? Muito fácil. Da mesma maneira que
nós, como humanos, podemos chegar à mente de outras pes-
soas (seja por meio da escrita, ou pela visão ou por qualquer
outro sentido físico), Satanás, desde o mundo espiritual, pode
chegar à nossa mente por meio do nosso espírito e injetar um
pensamento vindo de fora.
3- Nós mesmos. (Não é necessário a Bíblia para provar
isto, pois nós mesmos sabemos o que pensamos, mas veja
Mateus 9:4).
Parte do problema do crente começa com os pensamen-
tos que ativam nossa memória do passado, que têm a ver com
algum problema que temos ou algum pecado, seja cometido
por nós ou contra nós (também existem memórias boas, mas
não estamos falando dessas neste momento). Esses pensa-
mentos nos levam a recordar palavras que disseram nessa
ocasião, as emoções da ocasião, e as circunstâncias que ro-
dearam a ocasião. E vemos que esses pensamentos enchem
nossa mente, e parece que não podem sair, mas que simples-
mente dão voltas dentro da nossa cabeça. Sempre que temos
um pouco de tempo livre para pensar, somente pensamos
nesse assunto. Outras vezes, parece que não podemos nos
concentrar em nenhum outro pensamento, pois esses pensa-
mentos nos perturbam continuamente.
Assim como os pulmões estão desenhados para respirar
constantemente, nossa mente esta desenhada para pensar
constantemente. O propósito do crente não é deixar a mente

30
em branco e parar o processo do pensamento para assim evi-
tar os maus pensamentos, pois nunca devemos pôr ou dei-
xar nossa mente em branco. A Palavra do Senhor nos manda
pensar, mas tudo o que pensamos devemos passar primeira-
mente por um filtro. Esse filtro está descrito em
Filipenses 4:8, que diz:

8
“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que
é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o
que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude
há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso
pensamento”.
Se como crentes, passássemos todos os pensamentos

que vêm à nossa mente através desse filtro, nos livraríamos
de muitas dores, problemas e preocupações desnecessárias.
Se os pensamentos que vêm a nós por meio destas três fon-
tes que acabamos de ver preenchem os requisitos dessas oito
coisas, então podemos pensar neles.
Alguém disse que 98% das coisas com as quais nos pre-
ocupamos nunca acontecem, e que os outros 2% são coisas
que podemos fazer algo para resolvê-las. O Senhor nos disse
em Isaías 26:3:
“Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti;
porque ele confia em ti”. (ARC 2009)
E em Filipenses 4:6 e 7 nos diz:

6
”Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém,
sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições, pela
oração e pela súplica, com ações de graça. 7E a paz de


Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos
corações e as vossas mentes em Cristo Jesus”.
1 Pedro 5:7 diz que devemos estar sempre

“[...] lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele
tem cuidado de vós”.
Sobre a crucificação de Jesus, Mateus 27:33 nos diz:

33
“E, chegando a um lugar chamado Gólgota, que significa
Lugar da Caveira [...]”.
É muito significativo o lugar onde Jesus foi crucificado,

Gólgota, que quer dizer lugar da Caveira, pois a caveira são
os ossos da cabeça. E o que está na cabeça? O cérebro, que
é o órgão físico da mente. É por isso que quando celebramos
a Ceia do Senhor, recordamos que, na cruz, Jesus Cristo ga-
nhou a batalha da mente. Agora podemos, como diz em 2
Coríntios 10:5, levar cativo todo pensamento à obediência a
Cristo. Desta maneira, preenchemos o requisito para viver
em Espírito, segundo nos diz Romanos 8:5:
5
“Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coi-
sas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das
coisas do Espírito”.
AS EMOÇÕES
Chamamos de emoções à capacidade da alma para per-

ceber ou sentir sensações de alegria, prazer, vergonha, triste-
za, alegria, ira, raiva etc.

30
As emoções nos foram dadas por Deus, pois somos seres
desenhados com capacidade de sentir e expressar essas emo-
ções. O Senhor está muito interessado em que usemos nossas
emoções. O problema não está nas emoções, senão que, mui-
tas vezes, nós não sabemos como usá-las. As emoções podem
ser um grande motivador para chegarmos às ações. Lamen-
tavelmente, devido ao fato de não sabermos como usar nos-
sas emoções, estas podem nos levar a cometer más ações.
Tomemos por exemplo a raiva (a maioria das pessoas sente
raiva. Você sente?). Às vezes, ficamos com raiva por coisas
tão insignificantes, que não justifica a nossa raiva. Neste mo-
mento, pense se alguma vez você sentiu raiva por algo que
não valia a pena sentir, mas mesmo assim se enraiveceu. Ou-
tras vezes é o contrário, quando vemos uma injustiça sendo
cometida diante de nós e não ficamos com raiva por eles; não
nos enraivecemos pelo pecado que muitas vezes vemos na
nossa frente, através da televisão ou outro meio de comuni-
cação; não nos enraivecemos quando vemos como a obra do
diabo prospera, etc.
Percebe como muitas vezes usamos mal as emoções (ou
melhor, como deixamos que as emoções nos usem para fazer
o mal)? Outras vezes permitimos que as emoções tomem as
rédeas da nossa vontade. Em outras palavras, obedecemos se
“sentimos”. Nossa obediência sempre deve estar guiada pela
fé na Palavra do Senhor, e não por como nos sentimos em de-
terminada ocasião. Hebreus 10:38 diz que o justo viverá pela
fé, e não por emoções.
Vejamos um exemplo: O Senhor Jesus nos pede que ame-
mos aos nossos inimigos e às pessoas que nos fizeram mal
(Mateus 5:44). Isto é algo que é muito difícil de “sentir”, já que


nossas emoções são contrárias ao que nos pede o Senhor.
Obedeceremos por que “sentimos” ou por que o Senhor as-
sim pede?
Recordemos o caso exemplar de Abraão, o pai da fé. Para
provar sua fé, Deus lhe pediu que sacrificasse a Isaque, seu
único filho (Gênesis 22:2). Coloque-se no lugar de Abraão e
faça como ele faria. Quando Deus lhe pediu que sacrificasse o
filho da promessa, Abraão “entendeu”? Abraão sentiu (como
se fosse uma boa emoção) sacrificá-lo?
Com que parte da sua alma obedeceu? Usou sua vontade
para seguir em fé o que Deus lhe havia pedido. Abraão é o pai
da fé, e nós somos os filhos da fé. Devemos agir como agiu o
nosso pai.
Vejamos, por um momento, o Senhor Jesus, que é o exem-
plo máximo para nós. Mateus 26:36-45 nos diz que o Senhor
se sentia tão profundamente triste e angustiado que parecia
que em Sua alma estava a ponto de morrer. Por que razão se
sentia assim? Porque ele não “sentia” ir à cruz. Ele sabia que
essa era a vontade do Pai, mas isso não impedia o que Ele
sentia. Três vezes orou com as mesmas palavras: “Meu Pai,
se possível, passe de mim esse cálice! Todavia, não seja como
eu quero, e sim como tu queres”. Quando o Senhor teve a se-
gurança em Sua alma de que esta era a vontade do Pai, então
submeteu a Sua vontade sem se importar como se sentia.
Quando viermos à Mesa do Senhor e tomarmos o cálice,
poderemos recordar que o Senhor submeteu a Sua vontade
à do Pai, sem se importar com as emoções. Agora, nós pode-
mos tomar forças do Seu Cálice para submeter nossa vontade
à Sua, sem nos importarmos com o que dizem as emoções.

30
O CORPO
O corpo humano é uma verdadeira maravilha biológica.
Obviamente, o nosso corpo sempre está diante de nós. Con-
tinuamente estamos cientes do nosso corpo físico. Talvez seja
por isso que estamos sempre agindo como se fôssemos um
corpo que tem espírito, em vez de um espírito que tem um cor-
po físico! Talvez seja por isso que dedicamos mais tempo cui-
dando do corpo do que cuidando da alma e do espírito, esque-
cendo-nos que devemos manter um equilíbrio entre os três.
Quando o Senhor soprou o fôlego da vida (espírito) sobre
o corpo de Adão, este veio a ser uma alma vivente (Gênesis
2:7). O corpo físico está desenhado para viver nesta terra e
para expressar muito bem a alma. Por exemplo, quando você
ri ou chora ou se irrita ou tem qualquer outra emoção, o rosto
reflete muito bem isto. O corpo é parte do nosso ser (1 Tes-
salonicenses 5:23), e é muito importante que o corpo esteja
apto, já que a alma redimida vai se expressar através do corpo.
Às vezes, acontece que, seja por negligência ou por ig-
norância, ou porque as doenças atacam, ficamos enfermos.
Ninguém quer ficar doente, e o Senhor também não quer que
o Seu povo fique doente (3 João 1:2). Na Palavra do Senhor
(Marcos 5:21-34), conta-se que uma mulher estava enferma
há muitos anos e, ouvindo que Jesus vinha ao seu vilarejo,
disse: “Se eu apenas lhe tocar as vestes, ficarei curada”. A his-
tória diz que ela tocou as vestes do Senhor e, desde aquele
momento, ficou curada. Quando o Senhor viu que ela O to-
cou, disse-lhe:
34
“[...] Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz, e fica livre do
teu mal”. Marcos 5:34


Hoje, existem muitos enfermos dentro do povo do Se-
nhor que dizem: “Que bom seria se o Senhor Jesus viesse à
minha cidade; eu iria e O tocaria para que me curasse”.
É bom lembrar que, se você se encontra nestas condi-
ções e quer tocar o Senhor, você pode tocá-lO. Como? você
perguntará. Na Comunhão você pode tocá-lO. O Senhor Je-
sus disse que o que come do Pão e bebe do Cálice, come Seu
Corpo e bebe Seu Sangue. Quando você come o Pão e toma
do Cálice, está tocando o Senhor Jesus Cristo. Como aquela
mulher, devemos acercar-nos com a certeza da fé, sabendo
que, se tocarmos no Senhor, seremos curados. O Senhor Jesus
Cristo nos responderia com as mesmas palavras: “A tua fé te
salvou; vai-te em paz e fica livre do teu mal”.
Recordemos as palavras do Profeta Isaías 53:4-5

4
“Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades,
e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por
aflito, ferido de Deus, e oprimido. 5 Mas ele foi traspassado
pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquida-
des; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas
suas pisaduras fomos sarados”.
Também em Mateus 8:17; 1 Pedro 2:24.

Existe um ponto muito importante do qual não devemos
nos esquecer. Paulo nos disse, em 1 Coríntios 11:29-30, que,
se tomamos a Ceia do Senhor indignamente, isto traz como
resultado:
“[...] há entre vós muitos fracos e doentes, e não poucos

que dormem. 1 Coríntios 11:30.

30
Se tomarmos a Ceia do Senhor dignamente, não trará
isto como resultado que haverá muitos sãos e fortes entre
nós e muitos despertos (vivos)?
Quando você participa da Ceia do Senhor, se você está
doente, peça cura divina ao Senhor. Se está são, peça que te
mantenha com saúde divina. Peça-Lhe que lhe dê vigor (Isa-
ías 58:11), energia, vitalidade, fortaleza (Isaías 40:28-31), para
que assim seu corpo físico esteja pronto para fazer a obra de
Deus aqui na terra.
A VINDA DO SENHOR
Já vimos, brevemente, o que o Senhor fez na Cruz (passado)

e o que faz hoje por nós (presente). Vejamos, agora, a gloriosa e
bem-aventurada promessa que têm os que crêem em Seu Nome
( futuro). Quando o Senhor estabeleceu a Nova Aliança, naquela
primeira e memorável Ceia, disse as seguintes palavras:
“E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste

fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber, novo,
convosco no Reino de meu Pai”. Mateus 26:29.
Nestas Palavras está a promessa de que um dia, no reino

do Seu Pai, nós vamos tomar este Cálice do Senhor de uma
maneira que transcende tudo o que conhecemos até agora.
O Senhor Jesus Cristo disse em João 14:1-3:

1
”Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede tam-
bém em mim. 2 Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se
assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos


lugar. 3 E quando eu for, e vos preparar lugar, voltarei e vos
receberei para mim mesmo, para que onde eu estou estejais
vós também”.
Com estas Palavras o Senhor está Se referindo ao costu-

me judaico da época para casar-se. Quando o Senhor disse
estas palavras tão cheias de promessas, os discípulos enten-
deram perfeitamente a que Ele se referia. De fato, muitos dos
Seus discípulos já estavam casados e haviam experimentado
dessa realidade à qual o Senhor estava usando como figura
ou exemplo para declarar-lhes essa grande verdade. O costu-
me hebreu daquela época para casar-se era o jovem ir e falar
com o pai da jovem, então eles acertavam o dote (espécie de
“pagamento ou preço” que tinha que pagar pela jovem). Uma
vez acordados quanto ao dote, o jovem se aproximava da
mesa onde havia uma jarra de vinho e um cálice. Enchia o cá-
lice de vinho e oferecia à jovem. Se a jovem aceitasse o cálice,
isso queria dizer que ela o aceitava (se rejeitasse o cálice, por
qualquer razão, estava rejeitando o jovem). Nesse momento,
o jovem se levantava da mesa e dizia as seguintes palavras:
“Vou à casa do meu pai e prepararei lugar, e quando estiver
pronto, virei por ti”. Se a jovem perguntasse quando seria
isso, ele respondia: “Não sei, só o meu pai sabe”. A razão pela
qual ele dizia isto era porque o pai era quem supervisionava a
morada que ele ia construir, para que fosse edificada correta-
mente (se fosse pelo jovem, fincaria quatro paus, forraria com
palha, e diria que já estava pronto para trazer a esposa). Des-
se momento em diante, a jovem se deitava pronta (ataviada)
e preparada, todas as noites, porque ela não sabia quando o
esposo viria por ela (Mateus 25:1-13).

30
Vejamos João 14:1-3 à luz destas palavras: O Senhor é
como esse jovem que quer casar-se. Nós (a Igreja) somos a
jovem. O Senhor Jesus já pagou o preço na Cruz do Calvário
por nós. Ele nos oferece o cálice (Seu Cálice). Aceitaremos ou
rejeitaremos o Cálice? O Senhor Se foi para preparar-nos lu-
gar na casa do Seu Pai, onde há muitas moradas. Ele voltará
e nos levará para morar com Ele. Quando voltará? Só o Pai
sabe. Nós (a Igreja) devemos estar ataviados e preparados
como diz Efésios 5:27
27
“[...] para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem
mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e
sem defeito”.
Observemos agora estas palavras, à luz da Ceia do Se-

nhor: O Senhor disse que um dia, quando estivermos com Ele
no Reino de Seu Pai, tomaremos o Cálice em uma dimensão
muito mais ampla do que conhecemos agora. Existem ocasi-
ões em que o crente se dá conta de que pecou, o que o leva
a não sentir-se apto no momento, espiritualmente falando,
para tomar a Comunhão. Sente-se indigno de se aproximar
da Mesa do Senhor, e decide não tomar a Ceia do Senhor.
Este é um dos erros mais graves que um crente pode co-
meter! Se não está apto para tomar o Cálice aqui na terra, o
que o faz pensar que estará apto para tomar o Cálice no Céu,
se o Senhor viesse por ele? Se rejeitamos o Cálice, estamos
rejeitando a Ele. Se rejeitamos o Cálice, estamos rejeitando
o único que pode nos limpar dos nossos pecados. Se rejeita-
mos o Cálice, onde iremos encontrar limpeza e purificação
ou forças para nossas almas? Se rejeitamos o Cálice, estamos


dizendo que Seu Sacrifício não foi eficaz para limpar nossas
imundícies. Se rejeitamos o Cálice, estamos dizendo que não
O queremos como esposo. O crente NUNCA deve rejeitar o
Cálice do Senhor.
Alguém poderia perguntar: Deve o crente, então, tomar o
Cálice, se está em pecado?
Vejamos a resposta em 1 Coríntios 11:27-28:

27
“Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do
Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do
Senhor. 28 Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim
coma do pão e beba do cálice [...]”.
Aqui diz, claramente, que se tomarmos o Cálice do Se-

nhor indignamente, seremos culpados do Corpo e do Sangue
do Senhor. O que significa indignamente? Uma boa pergunta
para fazermos seria a seguinte: Quando é que o crente é dig-
no, por seus próprios méritos, para tomar a Ceia do Senhor?
A resposta é que, por nossos próprios méritos, NUNCA sere-
mos dignos de participar de tão sagrado ato. É Seu Sacrifício
que nos faz dignos de nos acercarmos à Sua Mesa.
Se um crente está em pecado e toma a Ceia do Senhor, es-
tá-se colocando do lado daqueles que condenaram o Senhor,
e não do lado dos que recebem Seu perdão, limpeza e graça.
Se faz isto, está rindo abertamente e desafiando Aquele que
pagou o preço, precisamente, para fazer-nos dignos de estar
em Sua presença. O crente que toma o Cálice sabendo que
está em pecado é aquele que diz o seguinte ao Senhor: “Se-
nhor, eu sei que na cruz Tu pagaste o preço por meus peca-
dos, mas aqui estou eu, cheio de pecado, depreciando e rindo

30
do Teu Sublime Sacrifício. Sei que o pecado me separa de Ti,
mas eu quero permanecer em meu pecado”.
O crente que toma a Ceia do Senhor estando em pecado
se esquece da advertência da Palavra do Senhor, que diz:
26
“Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois
de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já
não resta sacrifício pelos pecados; 27 pelo contrário, certa
expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a con-
sumir os adversários. 28 Sem misericórdia morre pelo depoi-
mento de duas ou três testemunhas quem tiver rejeitado a
lei de Moisés. 29 De quanto mais severo castigo julgais vós
será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho
de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi
santificado, e ultrajou o Espírito da graça?”
Hebreus 10:26-29
O que é tomar a Ceia do Senhor indignamente? É rejeitar

o Sacrifício do Senhor Jesus Cristo, que é o único que pode
nos fazer dignos. Paulo nos diz o que acontece quando os
crentes tomam a Corpo e o Sangue do Senhor indignamente:
“Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes, e

não poucos que dormem”
1 Coríntios 11:30.
Conhecendo os terríveis resultados de tomar a Ceia do

Senhor indignamente, não seria melhor, então, que o crente
em pecado deixe de tomar a Ceia do Senhor? NÃO, MIL VE-
ZES NÃO! Vejamos, outra vez, em


1 Coríntios 11:28-29:
28
“Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do
pão e beba do cálice, 29 pois quem come e bebe sem discer-
nir o corpo, come e bebe juízo para si.
Aqui, em nenhum momento, nos diz que devemos deixar

de tomar a Ceia. Pelo contrário, veja bem que Paulo diz que
“coma assim do pão, e beba do cálice”. Aqui nos diz claramente
o que temos que fazer se estamos em pecado:
1.-EXAMINAI-NOS A NÓS MESMOS. Você é o único que

sabe o que há dentro de você mesmo. Ninguém pode fazer
um exame da sua consciência, só você. Só você, debaixo da
luz do Espírito Santo, pode saber o que há dentro de você.
Paulo disse:
31
”Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos
julgados. 32 Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo
Senhor, para não sermos condenados com o mundo”
– 1 Coríntios 11:31-32.
Se ao nos examinarmos encontramos pecado, devemos

ARREPENDER-NOS imediatamente e pedir perdão ao Se-
nhor.
2.-COMEMOS O PÃO E TOMAMOS O CÁLICE TEN-
DO DISCERNIDO O CORPO DO SENHOR. O que sig-
nifica discernir o Corpo do Senhor? “Discernir” é: “separar
colando” (dis= separar, cernir= colar). Quando “separamos
colando” o Corpo do Senhor, ficamos com a substância de
Isaías 53:5

30
5
“Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões, e mo-
ído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz
estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”.
No Corpo (no corpo está também o sangue) do Senhor

encontramos tudo o que precisamos para derrotar o pecado
que nos contamina. O Senhor não quer que permaneçamos
em pecado. É por isso que devemos tomar a Comunhão com
frequência (lembre-se do ciclo semanal), para manter-nos
em Sua limpeza. O que o Senhor quer é que tratemos com o
pecado, porque Ele quer ter comunhão com a Sua Igreja (Sua
esposa).
Você já pode ver por que não podemos deixar de tomar a
Ceia do Senhor? A ideia de não tomá-La não é bíblica.
Cristo vem sem demora! Todos os sinais que haveria an-
tes do Seu regresso já se cumpriram. Só falta que o Senhor
venha por sua Igreja. Você está preparado para esse dia glo-
rioso, quando Cristo voltará e arrebatará a Sua esposa? Está
você preparado para tomar o Cálice em sua nova dimensão
da qual nos falou o Senhor? (Mateus 26:29).
O participar deste Memorial, da Mesa do Senhor, requer
tempo. Você já percebeu como em algumas igrejas este Me-
morial se faz às pressas? Parece que temos pressa em ter-
minar com o evento que nos traz as melhores memórias de
nossas vidas. Não será isto um engano do inimigo das nos-
sas almas? De fato, o que acontece é que, por não entender
a importância da Comunhão, é natural que não se aprecie
este ato tão significativo. Nas reuniões dos primeiros crentes,
tudo girava em torno da Mesa do Senhor. Ali Jesus Cristo era
exaltado, e como consequência natural, o Espírito de Deus


obrava poderosamente nas reuniões. Às vezes, queremos que
o Espírito Santo obre em nossas reuniões, sem antes termos
exaltado o Filho. Nos esquecemos que a obra do Espírito San-
to é, exatamente, fazer ao Filho e ao Pai muito reais em nós.
Através da comunhão, a morte do Senhor anunciamos,
até que Ele venha.
17
O Espírito e a noiva dizem: Vem. Aquele que ouve, diga:
Vem [...].
20
Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente,
venho sem demora. Amém. Vem, Senhor Jesus.
Apocalipse 22:17a, 20

30


Epílogo
O desejo do Pai Celestial é que todos os Seus filhos cres-
çam. De fato, a obra principal do Espírito Santo é formar a
imagem do Filho Jesus em nós, e assim trazer glória ao Pai
– Romanos 8:29. É exatamente para isso que o Senhor Jesus
nos deu a Grande Comissão, a fim de que colaboremos com o
Espírito Santo para que essa imagem se forme em nós, e uma
vez formada em nós (e mesmo enquanto se forma), ajudar
para que se forme em outros a fim de que o Reino de Deus
avance mais rapidamente.
Conhecendo esse desejo do Pai, e vendo que ele não está
se manifestando em muitos crentes, fazemos a seguinte per-
gunta: Por que os crentes não crescem? Vejamos algo que nos
ajudará a entender este quadro um pouco melhor, e é sobre
os três ciclos ou etapas do crente, que encontramos em Isaí-
as 37:30, que diz:
30 Isto te será por sinal: este ano se comerá o que espon-

taneamente nascer, e no segundo ano o que daí proceder;
mas no terceiro ano, porém, semeai e colhei, plantai vinhas,
e comei os seus frutos.
Aqui fala-se de três anos, e sobre coisas que acontecem

nestes três anos. No primeiro ano, comer-se-á do que a terra
produz por si mesma. No segundo ano, acontece o mesmo,
mas no terceiro ano, sim, tem que plantar e colher, plantar e
comer do fruto.
Espiritualmente falando, poderíamos dizer que, no pri-
meiro ano da vida de um crente, ele está sendo alimentado
365

30
pelos outros, e no segundo ano também. Ele passa o tempo
comendo, e onde quer que vá, encontra alimento. É durante
estas duas etapas que o crente é ministrado por todas as coi-
sas: A Palavra, os cânticos, as mensagens bíblicas que ouve, as
palavras dos outros etc. O problema é que, no terceiro ano ou
terceiro ciclo ou terceira etapa de sua vida espiritual, ele deve
estar plantando para colher, plantando para comer, mas por
alguma razão não o faz, e agora ele quer seguir vivendo nas
duas etapas anteriores. Agora ele já não “recebe” como antes.
Agora, parece que o pastor e as outras pessoas que antes lhe
ministravam tanto já não têm “unção”, e ele agora passa de
igreja em igreja buscando quem o “alimente”. Você conhece
crentes como esses? A solução para esses crentes está em
cumprir a Grande Comissão, pois se a estivessem cumprindo,
estariam plantando na vida de alguém mais, e isso é o que os
“alimentaria”, pois dando é que se recebe no Reino dos Céus.
O Apóstolo Paulo nos apresenta um caso muito similar
com a Igreja de Corinto. Em Atos 18:1-11 narra-se como foi
estabelecida a Igreja, e que Paulo ficou na cidade de Corinto
por um ano e seis meses. Dali ele foi para Éfeso, onde esteve
por mais três anos (Atos 19:1,10; 20:31) e foi daí que escreveu a
1ª carta ao coríntios, na qual lhes diz que ele esperava falar-
-lhes como a pessoas maduras em Cristo, e não como a bebês
espirituais – 1 Coríntios 3:1-4. Não sabemos se escreveu esta
carta aos coríntios quando estava há seis meses em Éfeso ou
há um ano e meio etc. O que se entende é que na mente do
Apóstolo Paulo existe um tempo para o crente amadurecer. É
possível que tenha sido durante os seis meses em Éfeso que
ele escreveu a carta, já que os problemas da Igreja de Corinto
eram abundantes. Sendo assim, entendemos que Paulo es-


perava que estes crentes estivessem maduros depois de dois
anos (um ano e meio em Corinto mais seis meses é igual a
dois anos). Suponhamos que dois anos seja o tempo suficien-
te para que um discípulo, com a ajuda de quem o está disci-
pulando, construa o fundamento da sua vida sobre a Rocha,
que é Cristo Jesus. A pergunta que fazemos é: Por que isto não
acontece? Simplesmente porque, igual aos de Corinto, que
tinham ao Apóstolo Paulo como mestre, nós prolongamos o
processo, e é por isso que você vê crentes de muitos anos na
fé que ainda não estão maduros.
Concluímos, então, que o processo de discipulado não
pode ser acelerado, mas pode ser estendido. Isto é o que o
Senhor Jesus não quer que aconteça. É por isso que nos deu a
Grande Comissão, exatamente para que isto não ocorra.
POR QUE É TÃO IMPORTANTE FAZER

DISCÍPULOS, ENSINANDO-LHES A
GUARDAR O QUE O SENHOR ORDENOU?
1. Porque é o que o Senhor Jesus quer. É a Sua vontade.
2. Serão pessoas aptas para o Reino de Deus.
3. Manterá cada crente ocupado em algo que, primeiro,

estará agradando ao Senhor e, segundo, não tem que
ser profissional para fazer discípulos.
4. Ensinando aos outros é o que nos manterá conecta-

dos e envolvidos com o Reino.
Epílogo 367

30
5. Criará uma geração nova, capaz de seguir obedecen-
do ao Senhor Jesus.
6. Evitará os problemas de relacionamento que se vê

hoje em dia nas igrejas e no mundo.
7. Ao invés de passar o tempo recolhendo pedaços das

casas derrubadas, passaremos mais tempo construin-
do casas sobre o fundamento das Palavras do Senhor
Jesus, e avançaremos mais.
8. Esta é uma medicina preventiva e também curativa.
É muito provável que, para este tempo, você tenha uma

melhor ideia do que é o Reino de Deus, do Rei Jesus, da iden-
tidade dos cidadãos do Reino, das dezenove leis de amor do
Reino de Deus, e de que existe um território – o mundo, o
qual, agora que sabemos como fazer discípulos, conquista-
remos para o Rei Jesus. Agora já sabemos como confiar no
Pai para que supra nossas necessidades, agora sabemos o que
fazer com os bens que o Senhor nos deu. Verdadeiramente,
nossa visão aumentou. O que faremos com este conhecimen-
to tão importante? Poderemos colocá-lo em prática. Eu te
incentivo a começar a buscar estes discípulos que o Pai tem
preparado para você desde antes da fundação do mundo –
Efésios 2:10 (lembra-se da realidade espiritual?).
É possível que você nunca teve alguém que te guiasse
como discípulo. Talvez você seja um órfão, espiritualmente
falando, e não saiba como ser um pai espiritual – como fazer
discípulos –, mas agora você tem a oportunidade de ser dis-


cípulo para fazer discípulos. O Senhor Jesus nunca disse: “Ide
por todo o mundo e buscai um mentor”. Não, Ele disse: “Ide
por todo o mundo e fazei discípulos”. O chamado não é bus-
car quem nos discipule, o chamado é fazer discípulos, pois
fazendo discípulos é que nos tornamos discípulos.
Com certeza, depois de tudo o que implica ser e fazer
um discípulo você entenda porque o Senhor Jesus nos deu a
Grande Comissão como foco primário, e por que não há tem-
po para outra coisa. Se você olhar bem, vai notar que cumprir
a Grande Comissão é precisamente cumprir os dois manda-
mentos maiores que existem. Agora você entende por que o
inimigo das nossas almas nos “deixa” fazer toda obra religiosa
e ainda “cristã” com o propósito de que a Grande Comissão
se converta em a Grande Omissão? O inimigo é o criador de
muitos “ministérios” que são verdadeiros “mistérios”, pois
não ajudam em nada a alcançar a Grande Comissão, mas
sim, mantêm a pessoa ocupada, desperdiçando tempo, pos-
ses, recursos e suas habilidades.
Vimos como o batismo no Espírito Santo é uma neces-
sidade para dar-nos poder para fazer discípulos. Aquele que
tem o batismo no Espírito Santo e não está fazendo discípu-
los, não entende o motivo de lhe ter sido dado este poder.
Agora temos também um quadro mais claro da Mesa do
Senhor, e como você poderá participar da Mesa com mais
profundidade e intimidade. É possível que um dia você estará
participando desta Mesa com os discípulos que o Senhor Jesus
te encarregou, e o Espírito Santo Se manifestará com poder,
revelando ao Filho e distribuindo o amor do Pai entre vocês.
É possível que um dia você e seus discípulos se reunirão
somente para aprender sobre o fundamento do Reino dos
Epílogo 369

30
Céus, mas o farão também para planejar estratégias com a
finalidade de avançar o Reino de Deus. Vocês farão proje-
tos para ajudar aos pobres desta terra para que conheçam o
amor do Rei Jesus, o qual lhes tirará da pobreza espiritual e
física. Vocês farão proezas e maravilhas no nome de Jesus. O
Pai tem um armazém do qual somente tem que pedir, como
Ele nos ensinou, para que tenhamos em abundância para dar
e ajudar.
Duas coisas devem ocupar o nosso ser:
1. Fazer discípulos.
2. Ajudar aos que estão fazendo discípulos.
Mateus 28:18-20:
18
Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a auto-
ridade me foi dada no céu e na terra. 19 Ide, portanto, fazei
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do
Pai e do Filho e do Espírito Santo; 20 ensinando-os a guar-
dar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou
convosco todos os dias até à consumação do século.
O Senhor Jesus está com você, portanto, vá e faça discí-

pulos, pois já sabe como fazê-los. Cumpramos a Grande Co-
missão do nosso Senhor Jesus, para que assim não caiamos
na Grande Omissão.


Apêndice
A seguir, temos uma lista de todas as coisas que falamos
sobre a identidade dos discípulos, e sobre as leis de amor do
Reino. Você pode usar esta lista para sua própria avaliação,
ou para a dos seus discípulos.
AVALIAÇÃO PARA O DISCÍPULO
Já aprendiu de memória Mateus 5, 6 e 7?
• Dia 1. Mateus 5:1-5 Introdução e três bem-aventuranças

• Dia 2. Mateus 5:6-8 Três bem-aventuranças
• Dia 3. Mateus 5:9-12 Três bem-aventuranças
• Dia 4. Mateus 5:13 O sal da terra
• Dia 5. Mateus 5:14-16 A luz do mundo
• Dia 6. Mateus 5:17-20 Jesus e a Lei
• Dia 7. Mateus 5: 21-26 Jesus e a ira
• Dia 8. Mateus 5:27-30 Jesus e o adultério
• Dia 9. Mateus 5:31-32 Jesus e o divórcio
• Dia 10. Mateus 5:33-37 Jesus e os juramentos
• Dia 11. Mateus 5:38-42 Como amar as pessoas más
• Dia 12. Mateus 5:43-48 Como amar aos inimigos
• Dia 13. Mateus 6:1-4 O dar aos pobres
• Dia 14. Mateus 6:5-13 Como orar
• Dia 15. Mateus 6:13-15 Como orar-perdoar
• Dia 16. Mateus 6:16-18 Como jejuar
• Dia 17. Mateus 6:19-21 Tesouros no céu
• Dia 18. Mateus 6:22-23 O olho, a lâmpada do corpo
• Dia 19. Mateus 6:24 Deus e as riquezas
371

30
• Dia 20. Mateus 6:25-34 A preocupação e a ansiedade
• Dia 21. Mateus 7:1-5 Julgar os outros
• Dia 22. Mateus 7:6 Como administrar – sentido geral
• Dia 23. Mateus 7:7-11 Pedindo, buscando e batendo
(na porta) para o Reino
• Dia 24. Mateus 7:12 A regra de ouro
• Dia 25. Mateus 7:13-14 A porta estreita
• Dia 26. Mateus 7:15-20 Por seus frutos os conhecereis
• Dia 27. Mateus 7:21-23 Nunca os conheci
• Dia 28. Mateus 7:24-29 Os dois fundamentos
O Senhor Jesus disse que, pelo seu fruto, você reconhe-

cerá os falsos profetas. Se não formos cuidadosos, podemos
cair na mesma armadilha de nos tornarmos falsos profe-
tas pelo nosso mau testemunho. Abaixo está uma roda de
balanço que você pode usar para avaliar visualmente seu
progresso semanal. Faça cópias da roda e faça sua avalia-
ção semanalmente, datando sua folha, para que você possa
ver seu progresso a longo prazo. Esta será uma ótima ferra-
menta para avaliar seus discípulos.


Apéndice 373

Como detectar a los falsos profetas
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para contato com o autor:
Rafael@lagranomision.com
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Como viver no

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©2019 Todos os direitos reservados pelo autor

Esta publicação não pode ser reproduzida, nem guardada em

Traduzido por: Sindalva Gomes Scherr

Revisado por: William Pirovani Sanche

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COMO VIVER NO REINO DE DEUS

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10 Bendiciones del Espíritu Santo

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Todos nós fomos criados com um vazio de Deus, que

O idioma do Reino de Deus é amor. Como se aprende

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COMO VIVER NO REINO DE DEUS

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O Reino de Deus é um Reino de Amor 13

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COMO VIVER NO REINO DE DEUS

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O Reino de Deus é um Reino de Amor 15

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COMO VIVER NO REINO DE DEUS

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No dia imediato, resolveu Jesus partir para a Galileia e en-

“Venha e siga-me” é uma etapa ou nível de compromisso

O Senhor Jesus disse: Nem todo o que diz Senhor, Senhor!

O Reino de Deus é um Reino de Amor 17

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A vontade do Pai é a coisa mais importante que podemos

COMO VIVER NO REINO DE DEUS

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O Reino de Deus é um Reino de Amor 19

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Paulo faz eco disto em Gálatas 5:16-18:

O Senhor Jesus disse que receberíamos poder quando o

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O Reino de Deus é um Reino de Amor 21

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COMO VIVER NO REINO DE DEUS

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Quando os fariseus e os escribas perguntaram

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A Lei de Moisés tinha os dez mandamentos principais,

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Perto do Reino de Deus ou no Reino de Deus? 25

COMO VIVER_INT_JR_FIN_CORREGIDO.indd 25 18/11/2019 8:41:47 a. m.

• Em Mateus 5, o Senhor nos dá a identidade de cida-

• Em Mateus 6 nos dá sete leis de amor para nos rela-

• Em Mateus 7 nos dá seis leis de amor para nos rela-

Se nós queremos estar e andar no Reino de Deus, então

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Perto do Reino de Deus ou no Reino de Deus? 27

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