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A MODERNIDADE NOS ESPAÇOS DO SERTÃO: “NATAL – RN EM LUZ” PELA

PERSPECTIVA DE ALENUSKA ANDRADE


Alenuska Kelly Guimarães Andrade tem licenciatura e bacharelado em História pela
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), como também, mestrado pela mesma
universidade.  Sua experiência é na área de História, com ênfase em História Urbana, atuando
principalmente nos seguintes temas: História da cidade de Natal, modernidade, inovações
tecnológicas, transformações urbanas e patrimônio cultural. Em 2009, para defesa do
mestrado apresentou sua dissertação: “A eletricidade chega à cidade: Inovação técnica e a
vida urbana em Natal (1911-1940)”. Seu objetivo era o de analisar a relação entre energia
elétrica e a vida urbana em Natal entre 1911 e 1940. Para isso, utilizou de bibliografia e fontes
que exploraremos aqui, elencando algumas questões acerca delas. Veremos, por assim dizer, o
uso do que dá sustentação ao trabalho da pesquisadora.
No capitulo I, ao qual foi escolhido para esta analise, é possível ver a autora
preparando seu terreno para poder discutir a chegada da energia elétrica e as transformações
provocadas por esta na vida dos moradores da cidade de Natal – RN. Dentre a Bibliografia,
muitas contidas nas notas de rodapé, podemos elencar dentre os nomes o da historiadora e
antropóloga Lilia Schwarcz e do historiador estadunidense Warren Dean. Tais autores, servem
para relatar a condição mundial perante os avanços modernos provocados pela Revolução
Industrial e os usos da eletricidade e do petróleo como fontes de energia. Alenuska (2009)
aponta que no Brasil a instalação de energia se segue ao exemplo do Rio, capital do país entre
os finais do século XIX e boa parte do XX.
Material bibliográfico a parte, para imaginar o social e as emergências de eletricidade
moderna, a autora utilizou muito de debates parlamentares sobre a energia elétrica na primeira
república, estes, encontrados no Centro da Memória da Eletricidade no Brasil - uma entidade
cultural sem fins lucrativos, instituída em 1986 por iniciativa dos principais agentes do setor
de energia elétrica brasileiro, liderados pelas Empresas Eletrobras. Não só, também foram
feitos usos de relatos encontrados em arquivo, apresentados na época à Assembleia
Legislativa Provincial do Rio Grande do Norte, pelo exmo. primeiro vice-presidente da
província. Muito do que paira no capitulo I, são relatos de domínio político, de ações
legislativas e requerimentos para a cidade de Natal, como também relatos encontrados em
jornais: A República, jornal brasileiro publicado e sediado em Natal, no estado do Rio Grande
do Norte, fundado em 1 de julho de 1889 pelo ex-governador Pedro Velho, pertence ao
Departamento Estadual de Imprensa, órgão do Governo do Rio Grande do Norte; e o Diário
de Natal, jornal local.
Alenuska (2009), usa suas fontes como ponte para a discussão. Através dos relatos
jornalísticos e de memória, ela elenca as transformações paulatinas que a cidade foi tomando
com o decorrer da primeira república e os interesses postos naquele momento de corrida para
urbanizar os espaços. Ela explora seu conjunto documental para imaginar uma realidade
passada que ela quer reconstruir. São pelos discursos analisados que o trabalho vai tomando
forma e servem de norte para o seu objetivo, o de analisar a relação entre energia elétrica e a
vida urbana em Natal entre 1911 e 1940, e, de modo forte, analisar as transformações no
social natalense. A partir dos interesses da cidade contidos nos relatos orais e de memória, a
autora narra as beneficie e inquietações de um novo mundo que se formava na capital norte-
rio-grandense, das novas noites não escuras, dos novos ditames de postura.
A partir do uso das fontes e materiais bibliográficos, a autora Alenuska Andrade nos
contou sobre os processos de modernização dos espaços natalenses, e como estes
desemborcaram pedidos constantes e transformações na vida das pessoas. A eletricidade foi
debate em vários relatos de pedidos de troca dos lampiões que eram amodernos e precisavam
de constantes reparos. A instalação elétrica na cidade possibilitou novas maneiras de interação
social, uma vez que a noite passou a ser menos vista como trevas e mais como horário de
interação social. A iluminação também favoreceu a segurança das pessoas, que tinham medo
de andar pelas ruas a noite devido aos constantes assaltos e entes de alta periculosidade.
Porém, também desenvolveu atritos, já que o custo da instalação era caro e poucas pessoas
podiam pagar o serviço, gerando aí, segregações e mecanismos de defesa dos mais pobres.

SECA E PROJETOS DE AÇUDAGEM DISCUTIDOS NA DISSERTAÇÃO DE ADRIANO


WAGNER DA SILVA
Adriano Wagner da silva possui graduação em História (2009), Mestrado em História
(2012), ambos pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Natal. Atualmente, é
professor do Estado. Como pesquisador, tem experiência na área de História, com ênfase em
história contemporânea e do Brasil, História Social, História Social Urbana, Processos de
Estruturação e Transformação do território e Patrimônio Histórico (Identidades Espaciais).
Em 2012, apresentou sua dissertação ao Programa de Pós-Graduação em História da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, esta, intitulada “Engenharia nos sertões
nordestinos: o Gargalheiras, a Barragem Marechal Dutra e a comunidade de Acari, 1909-
1958”, como defesa para a obtenção do título de mestre. Analisemos, então, suas fontes neste
trabalho, elencando o tipo e local das mesmas, o uso dessas e o que fala sua narrativa apoiada
nas fontes.
No capítulo I da obra – “modernizando os sertões: o território sertanejo entre as secas
e a engenharia politécnica”, pode se perceber fontes encontradas em material bibliográfico.
Estas, são discursos, pronunciamentos e discussões políticas encontradas nos relatos
apresentados ao presidente da república, que se encontram e que foram referenciadas no
trabalho de Wagner como achado da pesquisa bibliográfica. Pensa-se, que o autor utilizou das
fontes de seu aparato bibliográfico e deu a sua perspectiva histórica dos projetos de açudagem
nas capitanias do norte que estavam se transformando em sertão no processo de modernização
dos espaços. Isso leva a discutir o uso das fontes realizado pelo autor.
Ao que se percebe, a partir dos relatos é que se foram formando cenários, com
personagens de classes e interesses. Adriano Wagner expôs seus relatos e deles fez uma
analise do discurso, vendo os limiares de uma possível narrativa que informasse sobre as
discussões que permeavam o jogo entre norte e sul na corrida modernista. Fazendo recorte
para sua pesquisa a cidade de Acari, nos interesses políticos do sul em cessar as imigrações do
norte, aparece-se como objeto de resolução a construção de reservatórios d´água, elemento
essencial que vive em estiagem no interior do norte no século XIX. A partir dos usos de
relatos de memória, Adriano narra sobre os processos políticos e construtivos da busca pela
defesa contra as secas no sertão, que até 2012, ano de seu trabalho, voltava a assolar os
nordestinos com longos a períodos de estiagem.
No capitulo I de seu trabalho, Adriano nos conta sobre o lento caminhar dos projetos
em combate as secas, que estavam sob poder dos interesses do sul em minimizar as
imigrações vindas do norte e de transformarem aqueles espaços que para eles era dicotômico.
Do lado dos que sofrem com a estiagem, vemos também o fator da técnica moderna chegando
as cidades do Rio Grande do Norte, criando novas definições para a economia e subsistência
dos moradores das cidades. Ao que procure entender o trabalho mais a fundo do professor
Adriano Wagner, encontrará uma analise do pesquisador discutindo as práticas de açudagem
na cidade de Acari, espaço recorte do trabalho já referido.

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