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Texto 1 - FIGURAÇÕES DA CIDADE: UM OLHAR PARA A LITERATURA COMO FONTE

DA HISTÓRIA URBANA

Autor: Ana Claudia Veiga de Castro

Ano da publicação: 2016

- Aborda o crescente interesse pela conexão entre a história e a literatura


(principalmente nas ultimas décadas);
- Consequentemente, se tem a consolidação do subcampo da história cultural urbana
(modificando a compreensão do que temos por ‘artefato urbano’);
- O artigo propõe justamente essa reflexão para as potencialidades do uso da literatura
como fonte para a história urbana;

- “Littérature et histoire ne sont pas, nous le savons, deux champs étanches, il s’agit
bien plutôt d’un vieux couple avec une longue chronique de querelles.”
(François Hartog, Ce que la littérature fait de l’histoire et à l’histoire, 2008).

“Literatura e história não são, sabemos, dois campos à prova d'água, é um casal de
idosos com uma longa crônica de brigas. (François Hartog - O que a literatura faz da
história, 2008).

- “Sempre existiu uma íntima ligação entre a literatura e as cidades” pois são nessas
que estão as instituições literárias (editoras, patronos, bibliotecas, museus, livrarias,
teatros, revistas...);
- Essa ligação se dá não só por este fato de ser o local da “circulação literária”, mas
também por ser o local do artista moderno (o artista “capturado pelo espírito da cidade
moderna” - BRADBURY, 1989, p. 77);
- Com o surgimento do romance como novo gênero literário (séc. XIX), além da poesia
e crônicas cotidianas, a cidade deixa de ser apenas um palco/cenário dos
acontecimentos, e passa a ser um personagem;
- Os romances reproduzindo as praticas urbanas decorrentes da Revolução Industrial e
seus efeitos;
- Assim surge a ‘História Cultural Urbana’ (1980). Enquanto a ‘História Urbana”
tradicional leva em consideração apenas fontes técnicas e legais, a história cultural
urbana considera os gêneros literários e os discursos não especializados (ensaios,
narrativas, poesias, dramaturgias, crônicas de viagens, representações pictóricas e
cinematográficas, entre outros);
- Ascensão da cultura ocupando um espaço de destaque no fazer histórico sobre as
cidades;
- Divergências entre pesquisadores sobre a história cultural urbana ser um novo campo
ou um subcampo da História;
- Para o arquiteto e historiador argentino Adrián Gorelik não se trata de um novo campo,
mas sim de uma nova perspectiva de análise que cruza com diversos outros campos
do conhecimento, tendo assim uma diferente leitura para um artefato mais complexo
(no caso o artefato urbano, por exemplo);
- O historiador ainda complementa que a história cultural urbana pode ainda ser levada
como uma vantagem metodológica, pois a cidade como um objeto aberto e
multifacetado, recusa apenas um olhar teórico;
- “A história cultural urbana abre-se a todas as disciplinas que tenham algo a dizer sobre
a cidade, e com isso redefine todas as questões que giram em torno dela: a literatura,
a política, a sociologia, a arquitetura, que também acabam reformuladas ao passarem
pelo filtro da cidade.” (GORELIK, 2009, p. 249).
- A partir deste tema, começa-se as discussões sobre as potencialidades e os limites
da literatura como fonte para o estudo da história urbana (acervo ampliado de
documentos);
- A autora analisa duas literaturas que formularam hipóteses válidas para pensarmos as
cidades na história: O campo e a cidade na história e na literatura de Raymond
Williams e Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade de
Marshall Berman;
- O primeiro retrata a cidade industrial inglesa com o advento da revolução industrial,
abordando os processos desta na época (a ruptura da imagem e da relação entre
cidade e campo);
- A literatura traz elementos fundamentais para a compreensão do mundo social da
época e suas transformações (consequentemente, conseguimos traçar seus efeitos
na forma urbana);
- É a partir desta visão da literatura que podemos apreender historicamente com a
literatura da cidade, ou seja, a partir do estabelecimento de nexos da vida social na
cidade (suas implicações) “a historiografia inconsciente de si mesma e de sua época”
(ADORNO, 1970, p. 207).
- Já o segundo livro discuti as múltiplas imagens do mundo moderno e como a
modernidade se vincula ao território urbano;
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