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https://novaescola.org.br/conteudo/9919/um-ceu-propicio-para-trabalhar-ciencias
Astronomia
Foto: NASA
O 31 de janeiro deste ano é marcado por um raro encontro de fenômenos celestes: o eclipse da
“Superlua Azul de Sangue”. Este é o nome dado pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço
(NASA), agência espacial americana, para a junção da superlua, Lua azul e Lua de sangue que ocorrerão
simultaneamente no último dia de janeiro.
América do Norte, Oriente Médio, Ásia, Rússia Oriental, Austrália e Nova Zelândia terão oportunidade
de presenciar o encontro astronômico. Na maior parte do Brasil, o raro eclipse não será visível (confira
aqui o mapa global de onde ele terá visibilidade), com exceção de algumas localidades do extremo
norte do país. Embora seja difícil fazer a distinção a olho nu, as outras áreas deverão apenas ver a Lua
mais brilhante e maior do que o normal, já que ela se encontrará no ponto mais próximo da Terra.
Para quem se encontra fora da área de visibilidade do evento, a NASA transmitirá o fenômeno pelo site
www.nasa.gov/nasalive às 8:30 da manhã (Brasília, horário brasileiro de verão).
Ainda assim, a ocasião traz uma oportunidade para as aulas de Ciências e até interdisciplinar com
Geografia, Matemática e Física. Temas conectados aos fenômenos astronômicos costumam despertar
a curiosidade das pessoas (e de seus alunos também). Um exemplo disso foi o eclipse solar ocorrido
em 21 de agosto de 2017. No momento do evento, a audiência da Netflix despencou em 10% nos
Estados Unidos.
Hey, just wondering why 10% of you chose to watch a giant rock cover a giant ball of gas
when I HAVE ALWAYS BEEN THERE FOR YOU.
Em tradução livre: “Ei, apenas imaginando por quê 10% de vocês preferiram olhar uma pedra gigante
cobrindo uma bola gigante de gás enquanto nós sempre estivemos lá por vocês?”.
A Lua é vista a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) Foto: NASA
ENTENDA OS FENÔMENOS
Eclipse lunar: acontece quando o Sol, a Terra e a Lua se encontram alinhados. Com a Terra entre os
dois corpos celestes, a sombra do planeta oculta a Lua, provocando um eclipse lunar total. O
fenômeno só acontece se a Lua estiver na fase cheia. Anualmente, ele ocorre pelo menos duas vezes.
Lua de sangue: durante o eclipse lunar, a Lua adquirirá uma coloração avermelhada e perceptível a
olho nu. O efeito é gerado pela luz do Sol na atmosfera, que incide na Lua com tons de vermelho.
Apenas durante os eclipses lunares totais é possível vê-la assim.
Superlua: é o termo usado quando a Lua cheia chega no ponto mais próximo da Terra. A proximidade
entre as duas faz com que a Lua aparente estar maior e também mais brilhante do que a média de sua
fase cheia. O termo correto seria dizer que a Lua cheia está próxima ao perigeu. O evento do dia 31
integra a trilogia das superluas (esta é a terceira ocorrência em dois meses), que será a última de 2018.
Lua azul: apesar do nome, não há alteração na cor do satélite. A expressão é usada para designar a
segunda Lua cheia de um mesmo mês, o que ocorre em intervalos de mais ou menos dois anos. Isso
acontece porque o tempo entre duas fases em que ela se encontra cheia é de 29,5 dias, pouco menos
do que um mês por ciclo.
Garota observa fenômeno da superlua nos Estados Unidos Foto: Getty Images
Um bom ponto de partida é relacionar os conhecimentos prévios dos alunos com conhecimentos
básicos de Astronomia. Um exemplo de como esse tema pode ser explorado é o trabalho desenvolvido
por Felipe Bandoni, professor de Ciências da Educação de Jovens e Adultos e colunista de NOVA
ESCOLA. Em 2012, Felipe foi Educador Nota 10 com o projeto “Lua de São Jorge”. Confira o plano de
aula do professor e inspire-se com o teaser do projeto:
Vídeo: https://www.youtube.com/embed/m9CtgSEqdTQ
A última vez em que a superlua coincidiu com um eclipse foi em 1982. Além disso, essa lua cheíssima
têm outras razões para ser especial. Ela é a última de uma série de três superluas nos últimos dois
meses (as duas primeiras aconteceram em 3 de dezembro e 1º de janeiro). Esta é também a segunda
Lua cheia do mês, fenômeno intitulado de Lua azul (apesar do nome, não há alteração na cor do
satélite).
Rodolfo destaca que é bom estar atento à essas oportunidades antes delas acontecerem para planejar
com antecedência atividades. “Assim é possível preparar os alunos para a observação e ao que podem
se atentar para fazer registros. Uma atividade interessante a partir da observação do eclipse lunar é a
Escala de Danjon”, diz. A escala vai de 0 a 4 e é usada para medir a densidade de partículas na
atmosfera. É essa quantidade de partículas que define a cor do eclipse. Quanto menor, mais difícil é
enxergar o corpo celestial. “O astrônomo André-Louis Danjon inventou essa escala para fazer uma
medição rápida da quantidade de partículas na atmosfera”, explica o especialista.
Embora o interesse pelo tema ganhe destaque quando ocorrem fenômenos raros, esses eventos
podem ser resgatados ao longo do ano nas aulas, considerando que conhecimentos astronômicos,
como eclipses e fases da Lua, fazem parte dos currículos. Confira alguns materiais que podem auxiliar
a levar esse tema para a sua turma:
Para trabalhar em Ciências, Matemática e Geografia
Astronomia a olho nu
Plano de aula para relacionar conceitos básicos de Astronomia com o conhecimento prévio dos
alunos