What e Tetra estão em um farol isolado no mar, onde Tetra traz What para fazer um teste. Eles discutem a natureza da divindade e como conceitos divinos surgiram entre humanos primitivos. Tetra adverte What a usar seus poderes apenas para alcançar objetivos primários, para não desrespeitar o que Tetra construiu.
What e Tetra estão em um farol isolado no mar, onde Tetra traz What para fazer um teste. Eles discutem a natureza da divindade e como conceitos divinos surgiram entre humanos primitivos. Tetra adverte What a usar seus poderes apenas para alcançar objetivos primários, para não desrespeitar o que Tetra construiu.
What e Tetra estão em um farol isolado no mar, onde Tetra traz What para fazer um teste. Eles discutem a natureza da divindade e como conceitos divinos surgiram entre humanos primitivos. Tetra adverte What a usar seus poderes apenas para alcançar objetivos primários, para não desrespeitar o que Tetra construiu.
Aos moldes gregos de um mar sem fim com uma perturbadora
protuberância em formato de farol rodeada por áreas rasas praieiras e pássaros brancos que possuíam essa única cor para se destacar minimamente ao horizonte antes de sumirem quando encontravam as nuvens. Nesse pequeno farol, ao enorme som das ondas e sobre a sombras inexplicável em um local a céu aberto, What observava o semblante divino a beber um liquido azulado cristalino com cubos de gelo perfeitamente quadrados, quase emitindo um brilho próprio. -- Porque estamos aqui? – What questionou percebendo aos poucos onde estava sentada, vendo moveis de pedra semelhantes aos pilares gregos. -- Apenas quero fazer um teste, pra isso pensei em um local para lhe acalmar. – comentou deslizando os braços enquanto desviou o olhar ao horizonte que abriu e reluziu, distorcendo parapeitos e aflorando a zona marinha em imensidões de sua fauna e flora alterada. – Me diga What, gosta do que vê? A doutora retraiu-se enquanto percebeu que sua posição se aproximava da de Tetra, tendo seu deslocamento feito por irregularidades que dançavam no canto de seus olhos como vultos a consumir as poucas coisas que tinha noção. -- Você pode ler o que eu penso, do que vale me perguntar? -- Não responda uma pergunta com outra pergunta, estou paciente hoje, quero fechar pequenas lacunas que acabei criando. – comentou com certo ar superior, mas pouco severo, algo completamente desconexo com o habitual. – Vamos, me explique cada detalhe do que sua reles existência humana consegue sentir para que eu poça falar o quão falha você é com base em nossa diferença. -- Tsc... – murmurou desviando a visão. – A agua tras certo conforto, mas eu não sei explicar o porquê, parte dessa ambientação artificial me remeta e um sentimento de calma e uma fadiga distorcida. -- Só isso? -- O que você fala é tão interessante quanto. – retrucou tentando se levantar, tendo dificuldade a cada paço enquanto o solo se provava realmente solido. What caminhou até próximo a brecha criada, percebendo que, com seu aproximar, a sombra que os rondava se expandia. Cabisbaixa e pensativa, desviou o olhar para Tetra que cruzou os braços, também se levantando. -- Uma deusa que representava os desertos não conseguir curar a fraqueza de um corpo ao sol, mesmo que essa parte da Inglaterra possua poucos focos de deserto ou savana, é bom ver que mantem o complexo de inferioridade. Com passos lentos e sem produzir som algum, as duas se encararam durante todo o percurso, parando a poucos metros onde continuaram em silencio, como se Tetra estivesse contendo um forte sentimento, algo que What viu como ameaça de um possível ataque, mas não foi o caso. Trazendo o foco a suas distorções novamente, o olhar de Tetra demarcou o local de foco. Novamente as duas encaravam o mar a se elevar, como um tsunami que cobria o farol em que estavam, o evitando como se ambas estivessem em uma grande cúpula transparente. -- Diga, o que você considera um deus ou divindade. Desviando o olhar com leve desdenho, What rapidamente se aquietou e focou na imensidão de água a lhe rondar. -- Poderia ser mais especifica? -- Um conceito que eu acabei observando de fora em sociedades humanas foi o próprio conceito de divindade. Na visão de pessoas limitadas e sem acesso a conexões com o meio divino, o próprio conceito de divindade fora difundido e teorizado de formas diferentes. Desde de que um deus é uma força natural, uma pessoa ou um simples conceito imaterial... – suspirou cabisbaixa. – De certa forma todas essas definições estão certar, no primórdio dos tempos, deuses eram puras representações de conceitos e ideias que hoje em dia seriam coisas banais, mas antigamente o próprio conceito de sons distintos formando palavras era algo incrível. -- Você parece descrever neandertais quando fala dessa forma... -- Sim, eu sei, é estranho pensar isso, me faz pensar que deuses nada mais são que humanos, que nossos conceitos primordiais seriam o que hoje seria uma personalidade ou arcana. Muitos povos que nunca tiveram conexão com divindades acabaram criando algo equivalente, desenvolvendo ideias e ideais com base em coisas naturais como chuva, relâmpagos ou fertilidade. -- De certa forma, de todos esses anos junto a você, eu sinto que essa foi a coisa mais humana que você falou, mas não sei se eu já to tão desgraçada pra delirar a esse ponto ou se seu argumento é de fato bom. -- Claro que é o segundo, onde já viu eu errando em alguma coisa. – murmurou desviando o olhar. – Enfim eu quero apenas conciliar sobre algo... Lentamente What retraiu seu corpo e enrijeceu a postura. -- Independentemente do que você e sua mentalidade limitada conclua sobre mim e meus meios, saiba que eu carrego o conceito de conhecimento essa que é a força mais forte. A alquimia é puro reflexo da aplicação de minha essência. -- Desculpe, mas onde você quer chegar? -- Quando você for usar de meus poderes, o mínimo que você deve conseguir é seu objetivo primário. Você tem uma arma de manipulação suprema em mãos, e eu só tenho você pra aplicar, mesmo revisando de certa forma a pose desse corpo, eu não vou aceitar desrespeito com o que eu construí. -- Veio roubar meu tempo só pra isso? Me parece algo que eu faria normalmente. – comentou rindo, mesmo que de forma travada. -- A sua mediocridade também me é cômica, mas não é como se você fosse compreender meus pontos mesmo. Pelo menos é bom ver que você entendeu a mensagem.