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A Culpa é das Estrelas

Este fascinante livro correspondeu às minhas expetativas. Esperava um livro profundo


e emocional e não me enganei!

Deixei-me encantar pelo “género John Green”, uma forma de escrever “estilo
adolescente”, mas com uma profundidade surpreendente. Ler este livro é como entrar numa
conversa de adolescentes pelos termos utilizados, mas é ao mesmo tempo uma constante
citação de verdades supremas e de coisas que nos fazem pensar.

Claro que as personagens deste livro têm uma história de vida que as torna diferentes,
docemente irónicas, talvez até brincalhonas com a sua má sorte. Não acho que seja um livro
mal escrito pelos diálogos simplistas, mas sim um livro muito bem conseguido que nos leva de
corpo e alma para a sensação de ser um adolescente.

Como já referi, estes adolescentes têm algo nas suas vidas que os torna diferentes, que
se calhar os fez crescer mais depressa. Hazel é uma menina de 16 anos que, infelizmente, tem
sido doente terminal a maior parte da sua vida.

Esta acaba por conhecer Augustus, a ligação entre os dois acontece e a vida passa a ter
mais sentido. Um rapaz de 17 anos muito especial. Completam-se e começam a passar todo o
tempo que podem juntos. Hazel gosta muito de ler, e é a partir do seu livro favorito que este
casal vai procurar respostas para algumas das questões mais difíceis da vida.

Adorei a forma como se envolvem na história do livro “Uma Aflição Imperiosa” e como
procuram respostas para o final abrupto. Desde especular finais, contactar o autor e,
principalmente nunca desistir de procurar respostas. Pode parecer uma fixação um pouco
parva, mas a verdade é que é uma forma de não desistir, esta busca é uma metáfora de quem
balança anos a fio entre a vida e a morte, quem não desiste. Não por ser mais ou menos forte,
mas sim porque não há nada a fazer, não somos realmente donos da nossa vontade ou do
nosso corpo quando a doença toma conta de tudo de forma avassaladora.

Um livro de adolescentes, não só para adolescentes, que descreve miúdos que só


queriam ter uma vida normal. A forma emocionante como a família sofre e se envolve, de
como estão sempre presentes, todos os dias, pois não se sabe qual poderá ser o último.

Este livro é o mais comovente que alguma vez li e uma das frases que mais me marcou
foi “O sofrimento não nos muda, Hazel. Revela-nos.”. Acredito que nos faz refletir sobre a vida
e as decisões que tomamos. Não temos controlo sobre o que nos acontece, mas sim sobre a
forma como reagimos e o rumo que tomamos.

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