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W/Brasil

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sumário Revista Ônibus - Ano VI - Número 32 - Junho/Julho 2005

opinião L. C. Urquiza Nóbrega


Pobreza e transporte público ________________________ 6
mobilidade inclusão social
MDT lança campanha nacional Tarifa Cidadã ____________ 8
entrevista Marcos Bicalho
Tarifa do transporte está acima da capacidade
de pagamento das classes "D" e "E" _________________ 12 8
meio ambiente
Petrobras e Fetranspor apresentam resultados
de controle de fumaça negra no Rio __________________ 14
prevenção de acidentes
Lei americana exige teste de drogas
em empregados de transportes _______________________ 18
turismo e fretamento
Encontro reúne empresários do turismo de todo o país _____ 20
bilhetagem eletrônica 12
Meio milhão de vales eletrônicos já
em uso no Rio de Janeiro __________________________ 22
assistência ao rodoviário
Sest/Senat agora também em Três Rios _________________ 24

seções
Crônica: Tânia Mara _______________________________ 4
Cara Fetranspor ___________________________________ 4
Editorial: José Carlos Reis Lavouras ____________________ 5
Produtos e serviços _______________________________ 25
14
Terminal _______________________________________ 26

Uma publicação da dos Santos Caetano; João dos Anjos Silva Diretor de Marketing e Comunicação:
Soares; Francisco José Gavinho Geraldo; João Augusto Monteiro
Jacob Barata Filho; e Alexandre Antunes Diretor Administrativo e Financeiro:
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José Carlos Cardoso Machado; José Francisco Arthur Cesar de Menezes Soares Distribuição: Fetranspor
crônica Tânia Mara cara Fetranspor

"Realmente, o Rio de Janeiro, além dos


Falando de uma Recife seus muitos problemas sociais, tem uma
frota urbana de causar inveja. Talvez é a
sem pontes frota mais nova, linda, maravilhosa do Bra-
sil. Em termos de pintura, variedade de
Lendo matéria, na última edição da revista “Movimento”, sobre modelos, está de parabéns! Sou fã da
“o transporte no Recife antes das pontes e da poluição”, comecei a Breda Rio e Real Auto Ônibus. Gostaria,ou
melhor, sugiro que façam uma reportagem
imaginar uma cidade que não conheci – para mim, Recife sem
na Série Histórica sobre essas empresas!”
pontes simplesmente não é Recife. Procurei visualizar as viagens
nas embarcações citadas no texto: jangadas, canoas, barcaças, Eduardo A. Cândido, Guarulhos – SP
ximbelos, botes, catraias, burrinhas... Os sacos de açúcar, as frutas, Pois é, Eduardo. Embora as empresas do
o capim para o gado, em alguns casos até a água dependiam desse Rio de Janeiro venham enfrentando pro-
transporte, então chamado “fluvial”, mesmo quando era feito blemas seríssimos, vêm conseguindo man-
por mar. ter a frota em boas condições. Quanto às
Quantos namorados faziam essas viagens para ver suas ama- suas sugestões, estão anotadas. Agrade-
cemos pela colaboração.
das? Quantas mocinhas românticas dos séculos XVI, XVII e XVIII
olhavam as águas do Capibaribe e do Beberibe a suspirar, pensando
nos rapazes de além-rio? "Sou assinante da revista Ônibus já faz
Depois de muita viagem no tempo, lembrei que as cidades nordestinas, como alguns anos e a cada edição a revista fica
Recife, Caruaru, Campina Grande, Salvador e muitas outras transformam-se, nesta melhor ainda. Estou escrevendo para pa-
época, animadas pela devoção aos santos juninos – Santo Antônio (casamenteiro), São rabenizar toda a equipe da revista pela
Pedro (dono das chaves do Céu) e São João (o da “capelinha de melão” da música qualidade das matérias e sugerir em uma
edição próxima uma matéria contando a
infantil) – e pelas tradições locais.
história da Viação Redentor..."
As fogueiras, as bandeirolas, os ensaios de quadrilhas, as delícias feitas com milho
e coco, as beberagens (quentão, licor de jenipapo, batida de amendoim)... quanta coisa Rafael Dórcelles Menezes da Silva, via
boa! E nós, brasileiros, pensamos em pegar um avião para passar férias em Orlando. e-mail
Não é à toa que o nosso Ariano Suassuna considera isso um absurdo dos grandes. Nada Também anotamos a sua sugestão, Rafael,
contra a Disneylândia. Mas que não tem nada melhor do que as nossas tradições, as e agradecemos pela correspondência. É im-
nossas cidades, as nossas comidas, as nossas belezas naturais, lá isso é verdade. portantíssimo, para nós, o retorno de nos-
Lembro-me de ver (não sei se ainda é assim), nas cidades do interior da Bahia, e até sos leitores.
em Salvador, as casas de portas abertas, com as mesas cobertas de guloseimas. Os
vizinhos iam entrando, conversavam, comiam, bebiam e passavam adiante. As fogueiras “Acompanhei pela internet as publicações
acesas na calçada (na Bahia a arrumação é bem característica: normalmente, os paus a anteriores da Revista Ônibus e gostaria
serem queimados ficam na vertical), no interior das casas vasos enfeitados com folhas de parabenizar a Fetranspor por mais esse
de pitanga e, em alguns sobrados, colchas ou toalhas de mesa expostas nas janelas. excelente trabalho que é a revista e, apro-
Em Pernambuco, havia ainda os bacamarteiros, a banda de pífaros. Em qualquer veitando, gostaria de dar sugestão para a
dessas cidades, meninas e moças casadoiras ficavam em polvorosa: faziam simpa- Série Histórica, vocês poderiam contar a
história das empresas Matias e Alpha.”
tias para descobrir se iam casar, para adivinhar quantos anos faltavam para o casa-
mento, para saber as iniciais do futuro marido. Era um tal de deixar bacia d’água no Àlvaro Fernandes Santos Barros,
sereno, enterrar faca na bananeira, fazer oração pela metade ou deixar mesa posta via e-mail
para o santo... Agradecemos pela mensagem, pelos cum-
Falo de tradições brasileiras e inocentes, que ainda fazem, em alguns lugares deste primentos e pelas sugestões, Álvaro
Brasil, o divertimento de jovens, crianças e adultos – e que praticamente desaparece-
ram em cidades como o Rio, em que manter a porta de casa aberta é ato de loucura, e Correspondências para esta coluna devem ser
onde aqueles que insistem em soltar balões cometem crime ambiental e podem causar encaminhadas para: Revista Ônibus – Rua da
Assembléia, 10, 39º andar, Centro, Rio de
desastres terríveis, como incendiar parte do que resta da Mata Atlântica ou provocar Janeiro – RJ. CEP. 20011-901, ou para o fax
acidentes aéreos. Sinal dos tempos. Que encheu Recife de pontes, trouxe novas opções (21) 2531-3711 ou, ainda, para o e-mail
de transporte e fez crescer nossas cidades de forma desordenada. decom@fetranspor.com.br.

Revista Ônibus 4
editorial José Carlos Reis Lavouras

Vale-transporte:
a evolução da evolução
Como tudo que funciona bem, o vale-transpor- ser descontado em, no máximo, 6% de seu salário,
te há muitos anos faz parte da vida do trabalhador mesmo que o valor das tarifas do transporte utili-
do Estado do Rio de Janeiro sem chamar muita zado no percurso casa-trabalho-casa ultrapassasse
atenção. Este é um fenômeno normal: quando se este percentual. Para o empresário, contribuiu com
tem água nas torneiras ou um simples toque no a queda do absenteísmo que acontecia no fim do
interruptor traz luz ao recinto, não se percebe o mês, quando os trabalhadores de menor poder aqui-
quanto esses serviços são importantes para o dia- sitivo já não dispunham do dinheiro para a condu-
-a-dia de todos. Nos últimos dias, porém, a introdu- ção, pois o salário não era suficiente para cobrir
ção de nova tecnologia vem trazendo à baila assun- todas as despesas mensais. Assiste-se agora à evo-
tos relativos ao vale-transporte. lução da evolução. O segmento de transporte tem
A imprensa tem veiculado dúvidas da popula- plena convicção de que, passado o impacto que toda
ção sobre o benefício, desde quem tem direito, qual inovação produz, a tecnologia dos cartões RioCard
sua origem, até o motivo da mudança. Alguns elo- tornar-se-á imprescindível na vida dos clientes do
giam a medida, felizes com a modernização do vale- transporte público.
-transporte, conquistado há duas décadas. Outros Depois da implantação na ca-
Muitos estranharam, nas últimas
resistem à alteração da rotina. Alguns problemas, pital, Niterói, São Gonçalo e
normais em qualquer introdução tecnológica se apre- Maricá dão também início ao pro- décadas, a criação do fax, a
sentam e são solucionados.Todo o processo de trans- cesso de bilhetagem eletrônica.
introdução da informática nas
formação é assim. Ajustes sempre se tornam ne- Outros municípios, como Cabo
cessários, aqui e ali, mas o avanço acontece, torna-se Frio, Angra dos Reis e Teresópolis empresas, o telefone celular, a
irreversível e, na maioria das vezes, indispensável. já contam com processos de criação do comércio virtual, a
Muitos estranharam, nas últimas décadas, a bilhetagem em diferentes níveis
criação do fax, a introdução da informática nas de implantação. São os sinais dos automatização dos bancos. Mas
empresas, o telefone celular, a criação do comér- tempos. Sábios aqueles que usam poucos hoje podem se imaginar
cio virtual, a automatização dos bancos. Mas pou- a experiência adquirida no passa-
cos hoje podem se imaginar vivendo sem essas do para manterem a sintonia com vivendo sem essas inovações
inovações. o seu tempo, olhando para o futu-
O benefício do vale-transporte, criado por lei no ro, prontos para construírem uma realidade me-
ano de 1985 e de concessão obrigatória desde lhor para aqueles que virão depois.
1987, por si só já representou uma grande mudan-
ça para o trabalhador de baixa renda, que passou a

5 Revista Ônibus
opinião L. C. Urquiza Nóbrega

Pobreza e transporte público


O Ipea acaba de divulgar levantamento sobre e segurança, o transporte coletivo é necessidade
o quadro social brasileiro, documento que necessi- diária para mais de 60 milhões de pessoas, que
ta ser lido e discutido em todas as esferas do po- através dele têm acesso – ou poderiam tê-lo – à
der público e da sociedade. gama de serviços sociais disponíveis ou ao siste-
Os dados oficiais publicados revelam que há ma econômico, como força de trabalho ou como
no Brasil, atualmente, cerca de 54 milhões de po- consumidoras.
bres, dos quais vinte e poucos milhões vivendo como Essa importância do transporte público, entre-
indigentes. Aplicado o critério de distribuição de tanto, não é reconhecida, infelizmente (ao menos
renda, ocupamos o vergonhoso segundo lugar den- na escala necessária) pelas autoridades federais,
tre os países mais injustos, perdendo apenas para estaduais e municipais. Com raríssimas exceções
Serra Leoa. e sob generalizada indiferença dos governos, o povo
Há que se refletir seriamente sobre essa man- brasileiro, em sua maioria, não dispõe desses
cha de poluição social e anticivilizatória que macula meios coletivos para sua mobilidade em padrões
a imagem, a história e o futuro do Brasil. de conforto, segurança, disponibilidade e
Tão fundamental para A reflexão racional, desprovida de funda- modicidade tarifária, como referência de quali-
mentalismos políticos ou religiosos, conduzirá a dade de vida e de inclusão e promoção social e
a vida das pessoas mudanças necessárias em muitas atitudes e pro- econômica.
gramas governamentais e em tantas outras atitu- Daí a importância e atualidade do MDT (Mo-
como educação, saúde des e ações da sociedade, desde o recôndito dos vimento pelo Direito ao Transporte), cujas propos-
lares às escolas, igrejas, estabelecimentos empre- tas necessitam ser analisadas e adotadas, tendo
e segurança, o sariais, clubes e meios de comunicação. Clamar- como premissa o reconhecimento da importância
transporte coletivo é -se-á por justiça social dentro do Brasil, no contex- fundamental do transporte coletivo urbano e ru-
to de compromisso autêntico e sincero de cada ral. O presidente Lula bem que poderia dar o pon-
necessidade diária para um e de todos, para reversão, se possível no espaço tapé inicial nessa cruzada recebendo a Frente Par-
de uma geração, do quadro vergonhoso e inaceitá- lamentar constituída, no Congresso Nacional, em
mais de 60 milhões vel exposto pelo Ipea. defesa desse tema, e os dirigentes da Associação
Dentre centenas de atividades essenciais para Nacional do Transporte Público que, com idealis-
de pessoas o desenvolvimento mais homogêneo dos brasilei- mo e dedicação, coordenam e promovem aquele
ros, destaca-se o transporte público. Tão fundamen- grande movimento da sociedade.
tal para a vida das pessoas como educação, saúde * Superintendente da Fetranspor

Revista Ônibus 6
7 Revista Ônibus
mobilidade inclusão social

MDT lança campanha nacional


Movimento pelo
Direito ao
Transporte luta
por passagens
mais baratas Uma tarifa de transporte mais dade dos Engenheiros e Arquitetos
barata, em todos os modais, através do Estado do Rio de Janeiro), pelo
de medidas como a diminuição de coordenador geral do Movimento,
tributos que acabam pesando no Marcos Bicalho, que concedeu entre-
bolso do usuário final. Esta é a pro- vista coletiva. Os participantes da
posta de campanha apresentada à mesa composta para o evento tam-
imprensa em 15 de junho último, bém responderam às perguntas dos
simultaneamente no Rio de Ja- jornalistas: Otávio Cunha, presidente
neiro e em São Paulo, pelo da NTU;Willian de Aquino, coordena-
Movimento pelo Direito dor regional do MDT; Fátima Montoni,
ao Transporte (MDT) e representante da Rio Trilhos; Regina
pela Frente Parlamen- Amélia Costa Oliveira, da SuperVia;
tar do Transporte Públi- Oswaldo Garcia, do sindicato dos ro-
co. A “Ação Nacional Tari- doviários do município do Rio; e Wal-
fa Cidadã” foi mostrada dir Cardoso, da Associação dos Usuá-
à mídia do Rio de Janeiro rios de Transporte Coletivo de
na sede da SEAERJ (Socie- Abrangência Nacional – Autcan.

Revista Ônibus 8
Dez anos de crise
Em sua apresentação, Marcos
Bicalho enfocou a crise que se aba-
te sobre o setor, que há 10 anos
vem sofrendo queda no número de
passageiros – a média nacional de
redução é de 35%. O transporte
clandestino, o “boom” da indústria
automobilística, com as conse-
qüentes facilidades para aquisição
de automóveis, e o crescente nú-
mero de motocicletas foram algu-
mas das causas apresentadas para
a diminuição do número de passa-
geiros pagantes. O aumento de
óleo diesel, as gratuidades sem
fonte de custeio e a forte tributa-
ção que incide sobre o segmento
são fatores que agravam a crise.
Bicalho classificou a situação do públicos fica mais difícil, a procura ciência no planejamento para a ofer-
transporte como um círculo vicio- de emprego e outras viagens ne- ta, por exemplo, causa superposição
so, em que os reajustes tarifários cessárias para manter um padrão de linhas de trem, ônibus e alterna-
apenas repõem as perdas causa- de vida um pouco melhor para a tivos – e todos os meios legais so- Marcos
Bicalho:
das pela inflação, diminuindo pro- população de baixa renda vão, cada frem a concorrência predatória do
sociedade
gressivamente a capacidade de in- vez mais, rareando. transporte clandestino. precisa se
vestimento das transportadoras, O presidente da NTU, Otávio mobilizar
com reflexos na qualidade do Vieira da Cunha Filho, defendeu para tornar
serviço, o que gera mais queda de
Energia elétrica onera tratamento diferenciado para o transporte
demanda.
transporte sobre trilhos preço do combustível utilizado no mais barato
O mais preocupante, para o
coordenador geral do MDT, é que, Segundo Regina Amélia Costa
segundo estudos da ex-Secretaria Oliveira, diretora de Desenvolvi-
de Desenvolvimento Urbano da mento da SuperVia, a cobrança de
Presidência da República, as clas- tarifa horo-sazonal (valor mais alto
ses “D” e “E” representam 45% para os horários de maior consu-
da população brasileira, mas a par- mo) pelas concessionárias de ener-
ticipação desse segmento na utili- gia elétrica atinge fortemente o
zação do transporte rodoviário (res- trem e o metrô, pois os horários de
ponsável por 90% dos desloca- pico coincidem com os de trans-
mentos no país) é de apenas 27%. porte, encarecendo as tarifas. Caso
Estudos do Ipea e do Itrans confir- a horo-sazonalidade seja suspensa,
mam que o pobre perdeu mobili- as tarifas da SuperVia podem ser
dade no Brasil: 37 milhões de bra- reduzidas de 13% e 15%, infor-
sileiros que moram nas cidades não mou. Para Fátima Montoni, da Rio
usam transporte urbano por falta Trilhos, a falta de uma política de
de dinheiro. Aumentam as viagens transporte público mais racional
a pé, enquanto o acesso a serviços afeta a todos os modais, pois a defi-

9 Revista Ônibus
mobilidade inclusão social

transporte coletivo de passageiros.


Os setores da aviação e da pesca
contam com benefícios, mas o do
transporte público, não, ressaltou .
Ele destacou também que o trans-
porte aéreo é pago, na maior parte,
por empresas, que custeiam as via-
gens de seus funcionários. O trans-
porte público é pago principalmente
pela parte da população que não tem
condições de ter veículo próprio. Otá-
vio Cunha frisou que o transporte
europeu conta com subsídio gover-
namental e por isso mantém alto
padrão de qualidade. No Brasil, é o
usuário que arca com os custos da
operação, e as transportadoras, dos
diversos modos, ainda são sobrecar- A campanha está sendo veicula- A mesa
regadas com tributos, recolhidos pe- da, desde o último dia 19, através do evento:
los governos de municípios, estados de rádio, jornais, televisão, outdoors Waldir Cardoso,
Fátima Montoni,
e pela esfera federal. Além disso, e busdoors em todo o país. Os inte-
Willian de Aquino,
gratuidades são criadas sem indica- ressados podem conhecer as peças Otávio Cunha, Oswaldo
ção de fonte de custeio. no site www.tarifacidada.org.br. Garcia e Regina Amélia

mapa da gratuidade Fonte: Sindicatos e entidades regionais

Veja as classe favorecidas com gratuidades em algumas cidades brasileiras


Cidade/Estado Categorias beneficiadas
Funcionários de empresas de transportes urbanos, deficientes físicos, idosos, policiais militares,
bombeiros, guardas do Detran, fiscais do Ministério do Trabalho, oficiais de justiça, guardas munici-
Aracaju (SE)
pais, carteiros, fiscais do órgão gestor e operador de transporte, sindicato dos rodoviários federais,
patrulheiros rodoviários, funcionários do sindicato das empresas dos trabalhadores rodoviários.

Funcionários das empresas dos sistema de transporte, agentes de inspeção do Ministério do Trabalho,
Belo Horizonte oficiais de justiça das juntas de Conciliação e Julgamento do TRT, da Justiça federal do Fórum judicial,
(MG) carteiros, idosos, portadores de deficiência física ou mental, surdos, alunos excepcionais em trata-
mento em clínicas especializadas.

Policiais militares e civis, servidores da Fundação Nacional de Saúde, carteiros, oficiais de justiça,
agentes de inspeção do trabalho, idosos com mais de 65 anos, portadores de deficiência física (com
Salvador (BA) acompanhantes), menores até cinco anos, fiscais da STP, funcionários das empresas de ônibus urba-
nos, comissários de menores.

Idosos, portadores de deficiência, funcionários de empresas de transporte urbano, oficiais de justiça,


São Paulo funcionários dos Correios, guardas municipais, policiais militares.

Idosos com mais de 65 anos, estudantes uniformizados da rede pública, portadores de deficiência,
Rio de Janeiro
doentes crônicos.

Revista Ônibus 10
Gratuidades não existem Saiba o que onera a
Um princípio básico de economia custos, esses valores são incluídos tarifa do transporte:
é o de que nenhum produto ou serviço no cálculo da tarifa, onerando os
(Média das maiores cidades brasileiras)
é gratuito. Ou seja: quando se usufrui passageiros pagantes. No entanto,
de algo sem pagar, é porque alguém como as tarifas não contam com
arcou com esse ônus. É exatamente o subsídio e a população tem baixo
que acontece com as gratuidades do poder aquisitivo, os valores
transporte. Existem, no país, inúmeros adotados para as tarifas do trans-
tipo de isenções de tarifa – para estu- porte público estão sempre aquém
dantes, idosos, deficientes, doentes daqueles apontados pelas planilhas
crônicos, policiais, oficiais de justiça, técnicas. O que acontece então é
carteiros e outras. que as gratuidades oneram as ta-
Muitas delas não acarretam in- rifas e diminuem a capacidade de
clusão social, pois favorecem clas- investimento das empresas. No Rio
ses profissionais que usam o trans- de Janeiro, o governo estadual op-
porte público a serviço, como é o tou recentemente por estabelecer
caso de carteiros e oficiais de jus- um vale social, para deficientes e
tiça. Isso acontece em grande par- doentes crônicos de baixa renda e
te das cidades brasileiras. Como as o vale-educação, para estudantes.
leis que criam essas benesses não Dessa forma, assumirá parte dos
estipulam de onde sairão os valo- encargos da gratuidade no trans-
res necessários para cobrir seus porte intermunicipal.

11 Revista Ônibus
entrevista Marcos Bicalho

Tarifa do transporte está acima da


capacidade
de pagamento das classes “D” e “E”
Marcos Bicalho dos Santos é engenheiro civil pela Revista Ônibus: O MDT está em campanhas eleitorais locais. A
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mes- lançando campanha para o barate- partir do início deste ano, voltou a
tre em Ciências da Engenharia de Transporte pelo amento de tarifas, com apoio da haver uma movimentação nesse
Instituto Militar de Engenharia (IME) e tem larga ex- Frente Parlamentar do Transporte e sentido. A Frente Nacional de Pre-
periência no setor de transporte público. Atualmente de entidades representativas dos feitos já se reuniu por três vezes,
operadores de transporte, como a em Brasília, Curitiba e Salvador, e a
é coordenador do Movimento pelo Direito ao Trans-
NTU. Por que concessionários desse questão voltou a ser tratada como
porte e diretor superintendente da Associação
serviço público lutam por uma tari- pauta prioritária junto ao governo
Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).
fa mais baixa? Isso não é um con- federal. Houve entendimentos com
Nesta edição, fala a Ônibus sobre a campanha na- tra-senso? os ministros Olívio Dutra, das Cida-
cional que reúne ONGs, órgãos governamentais, da Marcos Bicalho: Não, é um des, e Aldo Rebelo, da Coordenação
sociedade civil, e entidades como a Frente Nacional reflexo da realidade do setor, que Política, e há uma expectativa de se
de Prefeitos e a Frente Parlamentar pelo Transporte vem perdendo passageiros dia-a- marcar, em breve, uma audiência
em prol de uma tarifa que torne o transporte coletivo -dia. Existe a constatação de que a com o presidente Lula. Quanto à
acessível a todos os brasileiros. tarifa está acima da capacidade de parte técnica, já houve uma defini-
pagamento das faixas da popula- ção. Agora, vamos aguardar as deci-
ção de renda mais baixa. As empre- sões políticas.
sas vêem seu negócio hoje com cer-
to pessimismo, pois grande parte de R.O.: Dentre as propostas para
seus clientes, integrantes das clas- o barateamento da tarifa, está a
ses “D” e “E”, estão ficando impe- redução do óleo diesel utilizado no
didos de usar os serviços de trans- transporte público. Qual o impacto
porte público de forma regular. Se que o diesel tem hoje nas tarifas de
continuar desta forma, dentro em ônibus?
breve não se terá condições de ofe- M.B.: Historicamente, o diesel
recer um transporte de qualidade à costumava representar algo em
população. torno de 10% das tarifas. Nos últi-
mos três anos, depois da Lei do
R.O.: O MDT, desde sua criação, Petróleo, com a mudança na políti-
defende um pacto federativo em ca de preço dos combustíveis, o
prol de um transporte mais acessí- aumento chegou a 100%. Hoje, o
vel para a população de baixa ren- combustível representa 25% dos
da. Como está esse pacto? custos do transporte rodoviário de
M.B.: No segundo semestre de passageiros. Caso o pleito do MDT
2004, as tratativas sofreram uma de subsídio de 25% seja aceito, os
interrupção, porque as representa- reflexos na tarifa serão de 12%,
ções municipais estavam envolvidas na média nacional.

Revista Ônibus 12
R.O.: A mobilidade da popula- R.O.: A tarifa também não é o renes para se melhorar a qualida-
ção brasileira está caindo signifi- único problema das empresas con- de dos serviços oferecidos. Outro
cativamente, segundo vários estu- cessionárias de transporte, em seus ponto fundamental é o fortaleci-
dos recentes, como os do Ipea (Ins- diversos modais. Talvez ela seja prin- mento do vale-transporte, pois ele
tituto de Pesquisas Econômicas cipalmente a conseqüência de ou- tem uma importância extraordi-
Aplicadas). Apenas uma tarifa tros problemas. Que ações o Sr. acre- nária no que se refere a assegu- É fundamental o
mais baixa poderia melhorar essa dita que possam melhorar a situa- rar a mobilidade do trabalhador.
situação? Que outras medidas po- ção dessas empresas? fortalecimento do
deriam ser tomadas para resolver M.B.: O transporte ilegal tem R.O: Fale um pouco mais sobre vale-transporte,
o problema? de ser combatido com muita ên- a Ação Nacional Tarifa Cidadã.
M.B.: Uma tarifa menor não re- fase, pois é um fator de desagre- M.B.: Esta campanha é o pri- que tem uma
solveria o problema inteiramente, gação e de enfraquecimento do meiro momento em que o setor do
importância
pois dentro desses 37 milhões de transporte legal. Outra medida im- transporte público em todo o país
brasileiros das áreas urbanas que portante é investir em infra-estru- abre as portas para a sociedade e extraordinária
são excluídos do transporte público, tura urbana. Houve um grande mostra a realidade de seus proble-
existe uma parcela de indigentes. período sem obras significativas mas. É um passo muito importante
para assegurar a
Para esta parcela, dificilmente a nas grandes cidades brasileiras. para as medidas que devem mobilidade do
solução seria tão simples. Daí o pro- Os ônibus disputam espaço com reestruturar e recuperar o serviço
jeto de lei do deputado Jackson os automóveis. A velocidade co- no Brasil. A sociedade em geral e os trabalhador
Barreto, que prevê o vale-social, de mercial é bastante baixa, isso de- usuários em particular precisam se
forma a garantir que esses excluí- grada a qualidade do transporte. conscientizar do problema, para
dos tenham ao menos chance de Há necessidade também de se pressionar os governantes por uma
buscar um emprego, por exemplo. buscar linhas de investimento pe- solução.

13 Revista Ônibus
meio ambiente

Petrobras e Fetranspor apresentam


controle de
resultados de
fumaça negra no Rio
85% da frota avaliada estão dentro dos padrões aceitáveis
Um dia de festa. Assim, Paulo
Leonelli, do Ministério das Minas e
Energia, classificou o último 31 de
maio, quando Fetranspor e Petrobras
apresentaram resultados obtidos
durante oito anos de parceria no
Projeto EconomizAR no Estado do
Rio de Janeiro. E os motivos para
comemoração realmente não são
poucos: Leonelli frisou que o Proje-
to já representa economia de divi-
sas para o país de cerca de 1 bilhão
de dólares. Tudo isso só se tornou
possível, em sua opinião, pela con-
gregação de esforços entre os seto-
res público e privado.
Para o gerente de Suporte ao
Conpet da Petrobras, Frederico Mari-
nho, os resultados são motivo de or-
gulho para as sociedades carioca e
fluminense. O projeto implica ado-
ção de medidas muito simples e pro-
duz resultados muito significativos.
Marinho lembrou que o que chama-
mos de “fumaça negra” nada mais
é do que o diesel não queimado, ou
desperdiçado – o que equivale à quei-
ma de dinheiro. Ele frisou também a
necessidade do setor de transporte
coletivo de passageiros ser ouvido na conscientização do segmento, conse- Lélis Marcos Teixeira, conselhei-
hora de elaboração de políticas pú- guiu, só no Rio de Janeiro, através da ro da Fetranspor e presidente do Rio
blicas que permitam ganhos para o reeducação de empresários, conduto- Ônibus, além de apresentar os nú-
país, pois “é preciso avaliar o custo res de veículos e outros profissionais meros do Projeto no âmbito da ca-
social do desperdício”. O Projeto assegurar 50% dos resultados obti- pital do Estado, disse sentir-se hon-
EconomizAR, que demonstra a dos em todo o país, destacou. rado por participar de um segmen-

Revista Ônibus 14
to responsável pelos deslocamen-
João Augusto
tos de 82% da população do Esta- Monteiro,
do, que contribui também para a Armando
melhoria da qualidade de vida da Hinds, Carlos
cidade pelo controle de emissões. Augusto
Os secretários de Transporte e de Arentz e
Cláudio
Meio Ambiente falaram de esfor-
Alzuguir
ços conjugados das duas pastas, observam
para a diminuição da poluição aferição em
ambiental. Xerez explicou que uma ônibus. Ao
tecnologia francesa vai em breve fundo, o céu
permitir mudanças de transporte e do Rio parece
agradecer
de trânsito na cidade, através de
acompanhamento, por computado- Fernando Castro, e do Sinterj (Sin-
res, da emissão de fumaça nos lo- dicato das Empresas de Transpor-
cais e horários de maior fluxo de te Intermunicipais do Estado do “As cidades devem estar
veículos. O software, por enquanto, Rio de Janeiro) Joel Fernandes
está monitorando a bacia aérea 3 Rodrigues, respectivamente o no coração das pessoas,
(Zona Norte e Baixada), que mais antigo e o mais novo partici-
abrange oito municípios. Os repre- pante no âmbito da Fetranspor,
não em seus pulmões”
sentantes do Setranspani (Sindi- apresentaram os resultados das Paulo Saldiva
cato das Empresas de Transporte aferições nas áreas de abran-
de Passageiros de Nova Iguaçu), gência de seus sindicatos.

entrevista Frederico Marinho

Adesão do empresariado é voluntária bilidade para com o meio ambiente.


É preciso conscientizar.
Revista Ônibus: Como vê os re- veículo, dos gerentes de frota, para a gestão
sultados obtidos no Rio de Ja- dos combustíveis e dos próprios empresá- R.O: O que mais teria a desta-
neiro, em relação aos números rios, que passam a ver mais claramente as car , quanto ao Projeto no Rio?
nacionais do Projeto? responsabilidades social e ambiental. Estes F.M: O protótipo desse projeto foi aqui
Frederico Marinho: Esses resultados são dois fatores importantes no conceito de no Rio de Janeiro. O entusiasmo de Ar-
são motivo de celebração. Ultrapassar a auto-sustentabilidade. Quando são mostra- mando Hinds na sua condução, no de-
marca de 100 mil aferições, com resul- dos resultados como estes, fica claro que a senvolvimento das equipes, dos estu-
tados grandiosos para o setor, em ter- Fetranspor tem sido exemplar, pelo zelo, pela dos técnicos que liderou são dignos de
mos de aumento de eficiência energética dedicação, pela adesão dos sindicatos do se- aplausos, de parabéns ao trabalho des-
dos veículos de transporte público de pas- tor... Isso mostra a seriedade do Projeto. te engenheiro, legíti-
sageiros, com expressiva redução de mo representante
poluentes atmosféricos, como o CO2 e R.O: Existem novidades no Projeto? da Fetranspor e da
outros, em nível local e regional, é um F.M: Temos ainda grandes desafios. cidadania carioca.
fato auspicioso.Temos 85% da frota ava- Estamos implantando medidas para dar
liada dentro dos padrões. O interessante maior sustentação, como converter as
é que a adesão ao Projeto é voluntária e unidades móveis para GNV, para reduzir
gratuita para as empresas. Nada é feito os custos de manutenção. Será feita
de forma impositiva. Há uma reeduca- nova adesivação dessas unidades, com
ção dos motoristas, para a condução do destaque para mensagem de responsa-

15 Revista Ônibus
meio ambiente

Créditos de carbono
e saúde Tratado de Kyoto
O engenheiro Pablo Fernandez,
da Ecosecurities do Brasil, falou so-
entra em vigor
bre o Protocolo de Kyoto e a possi-
Juliana Araújo mento global nos países industriali-
bilidade de reduções de emissões zados. Os países desenvolvidos fir-
devidamente certificadas serem Após discussões que se esten- maram o compromisso de reduzir a
convertidas em créditos de carbo- diam desde 1990, entrou em vi- emissão de poluentes em 5,2% em
no, deixando uma pergunta no ar: a gor, no último dia 16 de fevereiro, relação aos níveis de 1990, e de até
economia realizada pelas empre- o Tratado de Kyoto, resultado da 8%, entre 2008 e 2012. Países sub-
sas de ônibus pode se encaixar nes- 3ª Conferência das Partes da Con- desenvolvidos e em desenvolvimen-
se modelo? Numa primeira análi- venção das Nações Unidas sobre to podem participar, mas sem as
se, Fernandez considera possível, Mudanças Climáticas, realizada mesmas obrigações. Além disso, a
mas afirmou ser necessário um no Japão, em 1997. São 166 os adesão ao Tratado é voluntária. Para
aprofundamento do assunto. países participantes, com o intui- entrar em vigor, necessitou ser rati-
O professor Paulo Saldiva, da to de discutir providências em re- ficado por pelo menos 55 países,
Faculdade de Medicina da USP, lação ao aquecimento global. incluindo aqueles que, juntos, pro-
O documento estabelece a duziam 55% do gás carbônico lan-
mostrou resultados da poluição at-
redução das emissões de dióxido çado na atmosfera em 1990.
mosférica na saúde da população
de carbono (CO2), corresponden- Países ou organizações que
e disse que “as cidades devem es-
tes a 76% do total das emissões adotem tecnologias não poluentes
tar no coração das pessoas, não
de gases relacionadas ao aqueci- recebem o chamado “crédito-carbo-
em seus pulmões”. Segundo ele, é
possível um esforço conjunto en-
tre a Petrobras, a USP e a em seu Estado e falou da adoção de xandre Bahia Santiago e de João
Fetranspor no sentido de avaliar o um selo para identificação dos veí- Eudes Tuma, da Petrobras, e da
quanto a redução de poluentes já culos dentro dos padrões aceitos receptividade do presidente da Fe-
conseguida com o Projeto repre- pela legislação vigente. O selo tem deração, José Carlos Reis Lavouras,
senta na diminuição de inter- a validade de três meses. para que o Projeto tivesse início no
nações e mortes por problemas Rio de Janeiro. Fez menção especial
cárdio-respiratórios no estado do
Pessoas e números ao superintendente da Fetranspor,
Rio de Janeiro. Armando Hinds, coordenador do Luiz Carlos de Urquiza Nóbrega, que,
O coordenador do Projeto Projeto no Estado do Rio de Janeiro, com seu entusiasmo e dedicação
EconomizAR no Espírito Santo, João preferiu ressaltar a importância muito contribuiu para a expansão do
Fernandes, também apresentou re- das pessoas para o sucesso do Projeto e, um a um, citou todos os
sultados bastante positivos obtidos EconomizAR. Citou a atuação de Ale- envolvidos, desde os presidentes dos
sindicatos aos técnicos e rodoviários,
lembrando que a atuação dessas
Unidades pessoas permitiu que se alcanças-
móveis sem números tão grandiosos, apre-
do projeto,
sentados a seguir pelo engenheiro
equipadas com
minilaboratórios, Guilherme Wilson: 100.428 aferi-
ficaram à ções, economia de 191 milhões de
disposição dos litros de combustível e a não emis-
interessados são de 10,4 toneladas de material
particulado (fumaça negra) e de 522
mil toneladas de CO2.

Revista Ônibus 16
no”, que visa a garantir a conces- e remover o carbono da atmosfera. países que poluíram menos recebes-
são de bônus financeiros proporcio- Alguns pesquisadores e cientistas, sem um bônus, enquanto os que
nais à não emissão de gases porém, apontam a possibilidade de poluíram acima do nível combinado
poluentes. Em outras palavras, eles os países desenvolvidos usarem o recebessem uma multa. O detalhe
recebem créditos para cada tonela- MDL como pretexto para continuar interessante é que tal multa é paga
da de partículas que deixam de lan- poluindo. ao país que reduziu suas emissões
çar no ar. Os créditos são previstos A venda de créditos de carbono de CO2 de acordo com o Tratado.
pelo Mecanismo de Desenvolvimen- é vista como uma oportunidade de A redução da emissão dos ga-
to Limpo (MDL), definido pelo artigo viabilizar lucros das empresas, sem ses poluentes deve acontecer em
12 do Tratado de Kyoto, implantado representar maior impacto no meio várias atividades econômicas, espe-
no Brasil pela Comissão Intermi- ambiente. Existem metas de redu- cialmente nas de energia e trans-
nisterial de Mudança Global do Cli- ção, que as empresas ou os países portes. Os veículos existentes hoje
ma, presidida pelos ministérios de são obrigados a cumprir. Caso não no mundo são responsáveis por um
Ciência e Tecnologia e de Meio Am- se enquadrem nos patamares esta- terço do consumo de energia e pro-
biente. O MDL é uma medida belecidos, podem comprar créditos duzem cerca de 60% da poluição
para promover o desenvolvimento de carbono de empresas autoriza- atmosférica global.
sustentável em países subdesenvol- das a negociá-los em bolsas de va-
vidos, único dentre os mecanismos lores. Como o crédito é referente à
de flexibilização que prevê a parti- quantidade de gases que deixou de
cipação das nações em desenvolvi- ser emitida por outra empresa ou
mento. O objetivo é estimular a pro- país, a compradora teria que se en-
dução de energia limpa, como a so- quadrar naquele patamar. Na ver-
lar e a gerada a partir de biomassa, dade, é como se as empresas ou

17 Revista Ônibus
prevenção de acidentes

Lei americana exige teste de


drogas em empregados de
transportes
2ª Jornada de RH
e Prevenção de
Acidentes traz
Elizabeth Edwards
para falar da
experiência dos
Estados Unidos sobre
Locais de Trabalho
sem Drogas
Nos Estados Unidos, uma lei de
1991, que abrange 12,1 milhões de
pessoas, obriga trabalhadores de to-
dos os tipos de transporte de passa-
geiros e de carga, de oleodutos e ou-
tros tipos de indústria a fazer o teste
de álcool e drogas para a sua segu-
rança. É o próprio Departamento de
Transportes que define quem deve resultado positivo para álcool e ou- balho sem Drogas como um bom
aplicar os testes e que procedimen- tras drogas era de 13,6%. Em 2003, negócio, pois intensificam a segu-
tos usar durante a aplicação. Segundo já havia reduzido para 4,5%. No gru- rança pública, proporcionam aos
a coordenadora de Programas de Re- po em que os testes eram obrigató- trabalhadores ambiente seguro,
dução da Demanda do Uso de Drogas rios, foi de 2,5%”, revelou Elizabeth. reduzem custos, aumentam a pro-
em Locais de Trabalho dos EUA, A conferencista explicou que este dutividade, diminuem o risco de
Elizabeth Edwards, conferencista da resultado não vem apenas da responsabilidade para as empre-
2ª Jornada Internacional de Recursos obrigatoriedade dos testes no setor sas. Além disso, famílias são sal-
Humanos e Prevenção de Acidentes, de transportes e de sua adoção em vas e comunidades se beneficiam,
realizada pela Fetranspor, dia 9 de outros setores. Vem de programas afirmou.
maio, no Centro Empresarial de que têm como base cinco compo-
nentes: normas escritas, treina-
Sudeste tem metade
Botafogo, essa experiência america-
na começou em 1988, quando foi apro- mento com supervisor, informação
dos acidentes
vado o Decreto-Lei sobre Locais de ao empregado, assistência social A 2ª Jornada Internacional de
Trabalho Sem Drogas. ao empregado e a testagem pro- Recursos Humanos e Prevenção de
Os testes foram adotados por priamente dita. Elizabeth informou Acidentes contou ainda com a pa-
outros segmentos da economia, que hoje são realizados anualmen- lestra “Acidentes de Trânsito: Uma
apesar da polêmica que geraram. te 40 milhões de testes. Ela defen- Visão do Brasil e do Mundo”, do
“Em 1988, a taxa de testes com deu os programas de Locais de Tra- professor Marcos Musafir, da

Revista Ônibus 18
Sociedade Brasileira de Ortopedia dos pelo uso do álcool. “Isso é ain-
e Traumatologia. Musafir apresen- da mais grave quando levamos em
tou números do Brasil, destacando consideração que somos um dos
que os acidentes de trânsito são a maiores produtores e consumido-
primeira causa de óbitos em jovens res de bebidas alcoólicas do mun-
no País e que a maioria das víti- do”, disse. O professor defendeu
mas de atropelamentos é de ido- políticas públicas mais adequadas
sos e crianças. Destacou ainda que e a inserção da disciplina Educa-
45% dos leitos públicos são ocu- ção para o Trânsito na formação
pados com esses acidentados. de médicos, advogados, assisten-
Só na região Sudeste, segundo tes sociais, psicólogos etc.
o professor, concentra-se mais da
metade dos acidentes – 52,2%.
Programa Alcoolemia
“Há que se focar não numa me-
Zero zadas pelo Programa Alcoolemia Lélis Teixeira,
Maryann Mckay,
lhoria apenas dos atendimentos a Uma mesa redonda para de- Zero, com o objetivo de contribuir
José Mauro Braz de
essas vítimas no Sudeste, mas prin- bater a “Redução dos Riscos Rela- para o esclarecimento e a Lima, Elizabeth
cipalmente na prevenção”, afir- cionados ao Uso, Abuso e Depen- conscientização dos profissionais do Edwards e João
mou. Musafir falou sobre os peri- dência do Álcool e Outras Drogas”, setor de transportes coletivo e suas Augusto Monteiro
gos do uso do álcool no trânsito e coordenada por Arnaldo Savério famílias.
defendeu a taxa de alcoolemia Mazza, da ABMT (Associação Bra- A 2ª Jornada contou ainda com
zero, também defendida pelo pro- sileira de Medicina do Trabalho), a presença do presidente do Rio
fessor José Mauro Braz de Lima, reuniu Fernando Moreira, assessor Ônibus, Lélis Marcos Teixeira, e dos
da Sociedade Brasileira de médico da Fetranspor; Fernando diretores de Marketing e Comuni-
Alcoologia e da UFRJ. Braz de Lima Pedrosa, do Programa PARE; Paulo cação e Administrativo e Financeiro
mostrou relatório de Pesquisa do Azevedo, também da ABMT; e Ser- da Fetranspor, João Augusto
IPEA, divulgado em 2003, sobre os gio Schmidt, da UERJ. Fernando Monteiro e Paulo Marcelo Tavares
Impactos Sociais e Econômicos dos Moreira falou sobre programa, lan- Ferreira, respectivamente, e com o
Acidentes de Trânsito nas Aglome- çado pela Fetranspor em 2002, apoio das entidades citadas na ma-
rações Urbanas, comparando-o a que propõe alcoolemia zero para téria, além da Abramet (Associa-
relatório americano no que diz res- todos aqueles que conduzem veí- ção Brasileira de Medicina de Trá-
peito aos acidentes relacionados culos, pois, segundo especialistas, fego), do Cepral-UFRJ e do Consu-
ao consumo do álcool. “No relató- mesmo os níveis mais baixos e até lado dos Estados Unidos no Rio de
rio brasileiro, não há uma gota de aceitos por lei podem trazer danos. Janeiro, na figura da cônsul Ma-
álcool”, brincou Braz de Lima, ao Visitas a garagens, palestras, dis- ryann Mckay. Todas as palestras
explicar que o relatório do IPEA não tribuição de material didático, en- ministradas estão disponíveis no site
faz menção aos acidentes causa- tre outras ações, estão sendo reali- www.fetranspor.com.br.

19 Revista Ônibus
fretamento e turismo

Encontro reúne empresários do


Turismo de todo o país
Evento teve A Ascensão do Segmento e as
Estórias que fazem a História foi o
participações tema do primeiro painel do 4º En-
contro Nacional dos Transportado-
dos setores res de Fretamento e Turismo, pro-
público e movido pela Anttur, nos dias 10 e
11 de maio, no Hotel Intercontinen-
privado tal, no Rio de Janeiro.
Na abertura, o presidente da en-
tidade, Martinho Ferreira de Moura,
falou sobre a oportunidade de se
discutir questões normativas e es-
tratégicas sobre turismo e desta-
cou a importância da troca de expe-
riências num evento desse porte.
Tânia Brizola, diretora do Departa-
mento de Estruturação, Articulação
e Ordenamento Turístico do Minis- diferenciais, centrar as ações do Sérgio
tério do Turismo, na ocasião repre- negócio no cliente e detectar opor- Azevedo:
sentando o Ministro Valfrido dos tunidades. empresa notável
Mares Guia considerou esses even- No segundo dia do evento, Tâ- deve ser ética,
inovadora e
tos como bons instrumentos de re- nia Brizola e Milton Zuanazzi, se-
aberta a
lacionamento. Falou também da cretário de políticas de Turismo do mudanças
oportunidade de se fazer uma polí- Ministério do Turismo, ministraram
tica efetiva de desenvolvimento tu- palestra sobre Lei Geral do Turismo nal. As Reflexões e Conclusões do
rístico e divulgou a meta do Minis- – Ações do Ministério do Turismo e evento ficaram a cargo do consultor
tério, que é chegar a 9 milhões de as Oportunidades para o Transporte de marketing em transporte Roberto
turistas no país a cada ano. Segun- Turístico. O painel sobre O papel do Sganzerla, que registrou a satisfa-
do a diretora, o governo está traba- Fretamento Contínuo no Desenvol- ção dos clientes com o transporte
lhando para isso e investindo em vimento ficou a cargo do gerente por fretamento. Martinho Ferreira de
melhorias nas rodovias. de infra-estrutura da Embraer, Luiz Moura encerrou as atividades com
Sérgio Azevedo, consultor em Alberto Ladevig. O consultor jurídi- leitura de mensagem de otimismo
Marketing, palestrante do primeiro co-trabalhista da Anttur, Moacyr aos transportadores escrita por Luiz
painel, apresentou alguns casos no- Dario Ribeiro Neto, falou sobre as Carlos de Urquiza Nóbrega, superin-
táveis no transporte por fretamen- Convenções Coletivas no Fretamen- tendente da Fetranspor.
to no Brasil e no Mundo. De acordo to, e Guilherme Paulus, presidente Dentre as personalidades presen-
com Azevedo, algumas característi- da CVC, falou sobre Fretamento tes, o secretário municipal de trans-
cas são importantes para que a em- Eventual/Turístico: visão do cliente. portes,Arolde de Oliveira e o vice-pre-
presa se torne Notável, tais como: No último painel, representantes da sidente da Anttur e presidente do
ser inovadora, ética, aberta a mu- ANTT e da DPRF, abordaram o Fre- Conselho de Administração da
danças, investir em qualidade, criar tamento Interestadual/ Internacio- Fetranspor, José Carlos Reis Lavouras.

Revista Ônibus 20
21 Revista Ônibus
bilhetagem eletrônica

Rio de Janeiro tem mais de


meio milhão de vales-transporte eletrônicos
dos 1.002. Em maio, esse número
já chegou a 192.665.

RioCard já faz parte da


rotina do carioca
Número de cartões Desde 1º de junho, as empresas
permanentes de ônibus do município do Rio de
Janeiro deixaram de aceitar os va-
Janeiro 1.002 les-transporte em papel. A mudan-
Fevereiro 1.922 ça foi motivo de muitas matérias
Março 26.666 na mídia do Estado, pois afeta toda
a população trabalhadora da capi-
Abril 170.231
tal. A nova tecnologia é considera-
Maio 192.665 da um sucesso, já faz parte do dia-
-a-dia do carioca e começa a se es-
tender para outras regiões. O dire-
tor de Marketing e Comunicação da
Fetranspor, João Augusto Monteiro,
comemora os resultados: “o
RioCard é uma tecnologia de ponta,
que representa um progresso para o
sistema de transporte do Rio de Ja-
Mais de meio milhão de car- cimento, por parte dos usuários, de neiro. Na capital, ônibus e metrô já
tões de vale-transporte RioCard alguns procedimentos. “A falta de têm os validadores implantados, em
estão sendo utilizados no Estado cuidado com o cartão, por exemplo, breve barcas e trens também esta-
do Rio de Janeiro. O diretor de Ope- às vezes provoca a quebra da ante- rão com o novo sistema. O usuário
rações e Tecnologia da Fetranspor, na interna. Alguns usuários dobram só tem a ganhar com isso”, afirma.
Arthur Cesar de Menezes Soares, os cartões eletrônicos e atribuem ao
considera que essa marca de- sistema suas dificuldades”, informa.
monstra o sucesso da implanta- No Rio de Janeiro, foram
Vale-transporte do
ção do vale-transporte eletrônico. adotados dois tipos de vales-trans-
futuro chega a Niterói,
“Como em toda inovação, princi- porte RioCard. Um permanente,
São Gonçalo e Maricá
palmente quando requer introdu- recarregável, e outro pré-carregado, As empresas de transporte dos
ção de nova tecnologia, e, portan- no valor de R$ 80,00, e descartável, municípios de Niterói, São Gonçalo e
to, de nova cultura, existem difi- chamado de “Vale-Rápido”, confor- Maricá só vão aceitar os vales-trans-
culdades iniciais. Mas o número de me “Ônibus” já mostrou em maté- porte de papel comprados até 31 de
transtornos é ínfimo, em relação ria anterior. julho. Como a validade dos tíquetes é
ao volume de cartões em uso”, A evolução do número de soli- de 60 dias após o mês de compra, a
afirmou. Segundo Arthur Cesar, a citações dos cartões do tipo perma- partir de outubro só os vales eletrôni-
maior parte dos problemas se nente mostra o crescimento da uti- cos serão aceitos por essas empresas.
deve exatamente ao desconhe- lização: em janeiro foram solicita- Em Cabo Frio, o sistema já está con-

Revista Ônibus 22
solidado e em vários outros municí-
pios do Estado encontra-se em dife-
rentes níveis de implantação. Em
Teresópolis, na região serrana, estu-
dantes e idosos já têm seus cartões
de gratuidades. Segundo o empresá-
rio Jaques Ouriques, da Viação Dedo
de Deus, o próximo passo será a ado-
ção do cartão para portadores de de-
ficiência e, em seguida, o vale-trans-
porte RioCard. Na Baixada Fluminense,
os sindicatos de empresas de Nova
Iguaçu (Setranspani) e o de Duque de cessos de bilhetagem eletrônica em retor de Operações e Tecnologia da
Campanha
Caxias (Setransduc) também deverão funcionamento no país. Alguns des- Fetranspor: “trata-se de uma evolu- publicitária
chegar ao final do ano com os respec- ses sistemas abrangem mais de uma ção. Como todos os demais segmen- divulga
tivos sistemas funcionando. cidade. Em alguns casos, existem dois tos, o de transportes quer evoluir, me- informações
sistemas numa só região. As soluções lhorar, prestar melhores serviços. Com sobre a nova
Bilhetagem se expande tecnologia
são encontradas de acordo com as o vale em papel, conseguimos expor-
pelo país características e necessidades de cada tar know how não só para outros es-
Segundo dados da NTU (Associa- cidade ou aglomerado urbano, mas a tados do Brasil, mas para o exterior.
ção Nacional das Empresas de Trans- tecnologia do bilhete eletrônico che- Acreditamos que, com o vale eletrô-
portes Urbanos), há cerca de 100 pro- gou para ficar. Conforme define o di- nico, poderemos fazer ainda melhor”.

23 Revista Ônibus
assistência ao rodoviário

Sest/Senat agora
também em Três Rios
O Sest/Senat tem mais uma
unidade no Estado do Rio de Janei-
ro. Foi inaugurado na última quinta-
feira, 19 de maio, no Posto Ipirangão,
em Três Rios, o Posto de Atendimento
ao Trabalhador na Estrada (Pate)
Hélio Soares da Silva. O nome foi
escolhido em homenagem à memó-
ria de empresário de transporte co-
letivo de passageiros da região, cujas
atitudes, tanto no âmbito da em-
presa como na esfera pessoal, fo-
ram de grande importância para a
população local.
Na solenidade de inauguração
do Pate, o conselheiro do Sest/Senat
Martinho Ferreira de Moura, que
então representava o presidente da
Confederação Nacional do Transpor-
te, Clésio Andrade, e o presidente O novo
do Conselho Regional RJ, José Pate
vai oferecer
Carlos Reis Lavouras, ressaltou a
tratamento
contribuição dos transportadores médico e
brasileiros para o desenvolvimento dentário em
do Estado do Rio de Janeiro, em es- suas belas
pecial de sua região Centro Sul. instalações
Martinho fez questão de agradecer
o empenho do proprietário do pos- condições e outros transtornos são
to, Marco Aurélio Rego Vaz, sem cuja responsáveis pela perda de muitas
colaboração o novo Pate não seria vidas, assim como pelo prolonga-
possível. O vice-prefeito Vinícius mento desnecessário das jornadas
Farah agradeceu à CNT pela insta- de trabalho e por outros problemas.
lação do Posto, destacando que o Após o descerramento da pla-
mesmo beneficiará uma população ca, por Esmeraldina Vieira Soares,
de mais de 200 mil habitantes. Re- seu filho, o empresário Marco Au-
presentando os trabalhadores do rélio Soares, agradeceu pela ho-
segmento, o sindicalista Ronaldo menagem à memória do pai e o
Magalhães defendeu a união entre padre Geraldo abençoou o novo
capital e trabalho na luta por me- Posto. Depois da solenidade de
lhores condições operacionais. Ele inauguração, houve show com o
afirmou que estradas em péssimas cantor Sérgio Reis.

Revista Ônibus 24
produtos e serviços

Comil lança Campione 2006


Um projeto guardado a sete chaves de robustez, segurança, solidez
durante dois anos, cujo desenvolvimento e elegância.
exigiu investimentos da ordem de R$ 12 O lançamento do novo
milhões, acaba de ser revelado ao merca- produto, cercado de um cli-
do pela Comil, encarroçadora de Erechim, ma de mistério e muita ex-
no Rio Grande do Sul. Trata-se da nova pectativa por parte do mer-
geração do consagrado rodoviário cado, marca ainda a comemo-
Campione, que desde seu lançamento, em ração dos 20 anos de ativi-
1998, já vendeu 4.400 unidades. Mais do dade da encarroçadora, que
que uma nova roupagem para o velho hoje detém cerca de 10% do
Campione, que marcou um salto decisivo mercado nacional, com uma produção um faturamento de R$ 265 milhões
na história da Comil, o Campione 2006 de 2.200 veículos em 2004, sendo 974 sendo, praticamente, 50% provenien-
se apresenta como uma quebra de rodoviários. Do total produzido, 800 tes do mercado externo, de acordo com
paradigma. Seu design inovador rompe unidades foram exportadas. A expec- Antônio Camilo Policastro, diretor in-
com as tendências de formas arredonda- tativa da empresa para 2005 é atingir dustrial da Comil. Hoje a empresa ex-
das e aerodinâmicas que predominam no uma produção de 2.500 veículos, cres- porta para 29 países da América do
mercado, incorporando, com suas linhas cendo justamente no segmento rodo- Sul, América Central, África, Caribe e
retas e ângulos bem marcados, conceitos viário. Esse crescimento representará Oriente Médio.

Daimler Chrysler é Volvo completa 90 anos


premiada pela Foi há 90 anos que se ouviu o nome móveis. Nessa época a SKF já era líder
Volvo pela primeira vez. Ele batizava um
excelência em novo rolamento da empresa SKF, espe-
mundial no segmento, graças à inven-
ção do seu fundador.
serviços ao cliente cialmente projetado para o uso automo- Até hoje, cerca de 13,5 milhões de
bilístico. O registro oficial aconteceu no carros Volvo foram produzidos – além
A Daimler Chrysler do Brasil foi agra- dia 22 de junho de 1915 e as letras eram de caminhões, ônibus, equipamentos de
ciada, pela quarta vez consecutiva, com carimbadas do lado externo da peça. construção, turbinas de avião e motores
o Prêmio Consumidor Moderno de Exce- O fundador da SKF (Svenska de barco, entre outros. De todos os car-
lência em Serviços ao Cliente, promovi- Kullager Fabriken – Fábrica Sueca de ros produzidos até hoje, cerca de 8 mi-
do pela Padrão Editorial, responsável pela Rolamentos), Sven Wingquist, foi o gran- lhões ainda continuam circulando pelas
publicação da revista Consumidor de inventor do rolamento moderno de ruas das cidades de dezenas de países.
Moderno. esferas, chamado autocompensador, Mal sabia o idealizador do termo
O pioneirismo no atendimento ao cli- em 1907. Já em 1914, percebendo o VOLVO, que 90 anos depois de dar a
ente via “chat”, no site da empresa, e enorme potencial que o mercado idéia do nome, estaria contribuindo
no desenvolvimento de programa para automotivo oferecia ao seu negócio, ele para a criação de uma das marcas mais
assessorá-lo no processo de aquisição montou uma fábrica para fornecer ex- reconhecidas e respeitadas ao redor
de veículo, desde o primeiro contato com clusivamente às montadoras de auto- do mundo.
a rede de concessionários até a fina-
lização do negócio foram alguns dos itens
que contribuíram para a organização ser B12M
apontada, pelo Instituto Indicator GFK, Articulado,
um dos
como a empresa que possui as melho-
lançamentos da
res práticas em serviços ao cliente no Volvo no Brasil
segmento automotivo.

25 Revista Ônibus
terminal

Seminário Nacional da NTU abordou o tema


Política Tarifária nos Transportes Públicos
O Seminário Nacional Política Tarifária
nos Transportes Públicos foi realizado nos Lançamento do Museu Virtual
dias 22 e 23 de junho, no Hotel Blue Tree
Park, em Brasília. Após a abertura, pelo No dia 23 de junho, no decorrer do Seminário Nacional, a NTU, através do
presidente da entidade, Otávio Cunha, vice-presidente e idealizador do projeto, Eurico Divon Galhardi, lançou o Museu
houve apresentação do anteprojeto de lei Virtual do Transporte Urbano, www.museudantu.org.br com um
do Estatuto da Mobilidade Urbana pelo rico acervo histórico. A história da evolução do transporte, em par-
Ministério das Cidades, pelo diretor de ticular do transporte urbano, relacionando a facilidade de locomo-
regulação e gestão da Secretaria Nacio- ção das pessoas e o desenvolvimento econômico e social das cida-
nal de Transporte e da Mobilidade Urba- des estará à disposição dos interessados.
na do Ministério das Cidades, Alexandre O site do Museu Virtual do Transporte Urbano está dividido em
Gomide. Na ocasião, foi lançado pela NTU salas tais como: Linha do tempo global, o transporte no
o relatório técnico “Novas Tendências em Brasil, Sala dos estados, Sala tecno-
Política Tarifária”. O documento apresenta lógica, Transporte e arte e Sala dos
conceitos e caracterizações dos principais pioneiros.
elementos de política tarifária, o panorama O Museu Virtual é uma grande con-
geral das práticas de tarifação no Brasil e tribuição para o setor de transporte,
no mundo e os resultados de uma pesquisa principalmente no que se refere ao
feita em cidades brasileiras com mais de resgate da memória do segmento
100 mil habitantes. mostrando sua importância para o de-
Na parte da tarde foram realizados, senvolvimento do Brasil.
concomitantemente, os Colégios Técnico,
de Recursos Humanos, de Comunicação
e Marketing e de Advogados.
No dia 23, a primeira palestra abor-
Medalha do Mérito 2005
dou o tema Política tarifária nos transpor- No dia 22, ocorreu cerimônia de en- Teixeira; Antônio Zerferino Maia
tes públicos e foi proferida pelo consultor trega de Medalha do Mérito 2005. Con- Categoria Especial
em transporte, Mauricio Cadaval. Na parte forme o novo regulamento, o voto foi se- José Carlos Xavier; Jackson
da tarde o painel foi sobre “Experiências creto, em até três candidatos por cate- Barreto de Lima; Enéas da
brasileiras em política tarifária” – casos goria e no limite de, no máximo, quatro Silva Bueno
de São Paulo, Florianópolis e Maringá e agraciados na Categoria Post-mortem. A Categoria Post-Mortem
falaram respectivamente, José Carlos seguir, relação dos homenageados: Ênio Castro Reis; Manoel dos
Nunes Martinelli, Valdir Gomes da Silva e Categoria Empresário Santos Pereira; Szyja (Simão)
Valdir Pignata . Francisco Edmar Feitosa; Odilon Pereira Herskowicz; José Roberto Felício

Rio Ônibus é Top Social 2005


No último dia 15 de junho, no Teatro início, em outubro de 1999, até março ticipam do projeto. Compareceram tam-
Municipal do Rio de Janeiro, o Rio Ônibus deste ano, beneficiou mais de 74 mil es- bém o presidente do Conselho do Rio Ôni-
recebeu premiação referente ao Prêmio tudantes. O presidente Lélis Marcos bus, João Augusto Morais Monteiro; o vice-
Top Social 2005, concedido pela ADVB-RJ Teixeira e o diretor da Transportes São Sil- -presidente, Octacílio Monteiro; o diretor
– Associação dos Dirigentes de Vendas e vestre, Antônio Correia Barbosa, recebe- Enéas Bueno e, pela Fetranspor, o diretor
Marketing do Brasil. O projeto premiado ram o Prêmio, representando respectiva- de Marketing e Comunicação, João Augusto
foi o Rio Ônibus Criança que, desde seu mente, o Sindicato e as empresas que par- Monteiro.

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