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MARINHA DO BRASIL
CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE ALEXANDRINO
E L E T RI CI DADE I I
1ª REVISÃO - 2014
OSTENSIVO
OSTENSIVO CIAA-118/062
ELETRICIDADE II
MARINHA DO BRASIL
2014
FINALIDADE: DIDÁTICA
1a REVISÃO
ATO DE APROVAÇÃO
________________________________________
HEITOR VIEIRA FILHO
Capitão-de-Mar-e-Guerra (RM1)
Coordenador da Escola de Máquina e Artífices
OSTENSIVO - II - REV-1
OSTENSIVO CIAA-118/062
ÍNDICE
PÁGINAS
Folha de Rosto.......................................................................................................... I
Ato de Aprovação..................................................................................................... II
Índice........................................................................................................................ III
Introdução................................................................................................................. VI
CAPÍTULO 1 - MAGNETISMO
1.1 - Eletromagnetismo .......................................................................................... 1-1
1.2 - Eletroímãs e Solenóides.................................................................................. 1-7
OSTENSIVO - IV - REV-1
OSTENSIVO CIAA-118/062
INTRODUÇÃO
1 - PROPÓSITO
Esta publicação foi elaborada com a finalidade de oferecer orientações básica
relativas à Eletricidade II.
Os assuntos nela contidos foram extraídos de publicações de fácil compreensão,
atendendo às exigências curriculares, com o propósito de facilitar a aprendizagem dos alunos.
Entretanto, os complementos dos assuntos aqui elaborados serão melhor absorvidos pelos
maquinistas no exercício de funções técnicas a bordo dos navios dos da MB, com
equipamentos reais.
2 - DESCRIÇÃO
Esta publicação está dividida em seis capítulos. No capítulo 1 descreve o
magnetismo; no capítulo 2 explica os conceitos fundamentais; no capítulo 3 aborda a
aprendizagem da corrente alternada; no capítulo 4 identifica as máquinas elétricas; no
capítulo 5 demonstra a utilização dos instrumentos de teste e no capítulo 6 são apresentados
os dispositivos de proteção e controle.
3 - AUTORIA E EDIÇÃO
Esta publicação é de autoria do 3ºSG-MO MIZAEL DE SOUZA MEIRELES foi
elaborada e editada no CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE ALEXANDRINO.
4 - DIREITOS DE EDIÇÃO
Reservados para o CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE ALEXANDRINO.
Proibida a reprodução total ou parcial, sob qualquer forma ou meio.
5 - CLASSIFICAÇÃO
Esta publicação é classificada, de acordo com o EMA-411 (Manual de Publicações da
Marinha), em: Publicação da Marinha do Brasil, não controlada, ostensiva, didática e manual.
Fig. 1-6
Obs: O solenóide quando energizado adquire as propriedades de um imã.
1.1.7 - Polaridade de uma bobina eletromagnética
Conforme anteriormente explicado o sentido do campo magnético em torno de um
condutor reto depende do sentido da corrente através daquele condutor. Assim, uma
inversão de corrente no condutor causa uma inversão no sentido do campo que é por
ela produzido. Seque-se que a corrente que causa a inversão numa bobina também
causa uma inversão no seu campo bipolar. Isso é verdadeiro porque esse campo é
produto da união dos campos das espiras individuais da bobina. Portanto, se for
invertido o campo de cada espira, conclui-se que o campo total (campo da bobina)
será também invertido.
Quando for conhecido o sentido da corrente através da bobina, sua polaridade pode
Fig. 1-7
1.1.8 - Intensidade do campo magnético
A intensidade do campo de uma bobina depende de um certo número de fatores, tais
como:
- Número de espiras do bobina;
- Intensidade da corrente através da bobina;
- Razão comprimento-largura (diâmetro) da bobina; e
- Tipo de material do núcleo.
1.2 – ELETROÍMÃS E SOLENÓIDES
1.2.1 - Conceito
Um eletroímã consiste em uma bobina de fio enrolado em volta de um núcleo de
material magnético, que pode ser fixo ou móvel, cuja finalidade é intensificar o
campo magnético. O núcleo móvel é também conhecido como armadura
Desejando-se produzir uma bobina magneticamente mais forte, usam-se mais espiras
colocadas em camadas. Assim temos três tipos de bobinas:
- Espira singela (magneticamente fraca);
- Bobina helicoidal (magneticamente forte); e
- Solenóide (muito forte magneticamente).
Fig. 1-8
1.2.2 - Solenóides
a) Conceito
Um solenóide é um eletroímã de força magnética intensa, em função do grande
número de espiras, que usa a corrente elétrica para controlar um atuador
mecânico.
Sabe-se, por experiência, que um pedaço de ferro doce é atraído para um pólo de
um imã permanente. Uma haste de ferro doce é da mesma forma atraída por uma
bobina de força magnética intensa na qual flui corrente. Se a bobina do solenóide
e a haste de ferro estiverem orientadas, quando fluir corrente pela bobina, a haste
de ferro será puxada para dentro da bobina devido à sua alta permeabilidade. A
haste tem menor relutância que o ar que ela substitui, e o circuito magnético será
quase que inteiramente através da haste.
Fig. 1-9
b) Aplicação dos solenóides
Os solenóides é de largo emprego a bordo de aeronaves e navios. Esses
dispositivos são usados para abrir circuitos interruptores automaticamente quando
a corrente de carga excede determinado valor; para fechar chaves de partida de
motores; para disparar canhões; para operar válvulas inundadas, freios magnéticos
e muitos outros dispositivos.
APARELHO SÍMBOLO
Pilha
Lâmpada
Resistor
Motor
Amperímetro
Voltímetro
Bateria
Fig. 2-1
Fig. 2-2
b) Circuito elétrico paralelo resistivo - Figs. 2-3 e 2-4
O que caracteriza um circuito paralelo é a ligação de seus componentes de tal
forma que exista mais de um caminho para a passagem de corrente.
A corrente total fornecida pela fonte (bateria) é igual à soma das correntes em
cada ramo do circuito. Podemos explicar como: a corrente ao deixar a fonte se
divide para passar pelos componentes e realizar trabalho, reunindo-se após.
A tensão em um circuito paralelo é a mesma da fonte. Podemos verificar que cada
terminal está ligado diretamente na fonte, é como se todos os pontos fossem
apenas um. Assim, todos recebem ao mesmo tempo a tensão da fonte.
Fig. 2-3
Fig. 2-4
Fig. 2-5
Fig. 2-6
I - MESMO I - SE DIVIDE
U - SE DIVIDE U - MESMO
RT = R1+R2+...... 1/RT = 1/R1+1/R2+1/R3+......
IGUAIS: RT = n.R IGUAIS: RT = R/n
SE UM QUEIMAR, OS DEMAIS 2 RESISTORES:
PARAM DE FUNCIONAR RT = R1 . R2
R1 + R2
Fig. 2-7
2.2.2 – Lei de ohm
“A intensidade da corrente elétrica que percorre um resistor é diretamente
proporcional à tensão ou DDP entre os seus terminais”. A corrente diminui quando
diminuímos a tensão ou aumentamos a resistência. A recíproca também é verdadeira.
A corrente aumenta quando aumentamos a tensão ou diminuímos a resistência.
Assim, a lei de Ohm pode ser expressa por uma equação, em que a corrente (I) é
igual à razão entre a tensão (E) e a resistência (R): I = E/R
I = é a corrente no resistor expressa em ampéres (A)
E = é a tensão nos terminais dos resistores expressa em volts (V)
R = é a resistência do resistor expressa em ohm (Ώ)
Fig.2-8 Fig.2-9
Q = constante
Se, C=Q/V
U1=Q/C1
U2=Q/C2
U3=Q/C3
Fig. 2-10
II) Associação de capacitores em paralelo. Fig. 2-11
Na associação de capacitores em paralelo as armaduras negativas do
capacitor são liga das entre si assim como as armaduras positivas do
capacitor. Quando os capacitores são ligados em paralelo a ddp da
associação é a mesma para todos os capacitores.
V=constante
Portanto a carga em cada capacitor é expressa por:
Se, C=Q/V
Isolando “Q”, temos que:
Q1=C1.V,Q2=C2.V,Q3=C3.V
Como Q=Q1+Q2+Q3, percebemos que Ceq.V=C1.V+C2.V+C3.V
Portanto a capacitância equivalente (Ceq) é dada por:
Ceq=C1+C2+C3 ...Cn
Fig. 2-11
Fig. 2-12
2.2.4 - Indutância
a) Conceito de indutância
É a característica de um circuito ou de um condutor de se opor à variação do fluxo
de corrente. A indutância exerce sobre a corrente a mesma influência que a inércia
exerce sobre uma determinada massa. A inércia é a característica da massa de se
opor à variação de movimento.
Símbolo e unidade de medida
Unidade - Henry
Símbolo - L
b) Indutor Fig.2-13
São corpos que apresentam as propriedades da indutância de maneira bastante
acentuada.
Fig.2-13
Fig.2-14
Características da associação série:
- só existe um percurso para a passagem da corrente elétrica;
- a corrente elétrica é a mesma em cada componente da associação;
- a queda de tensão total é a soma das quedas de tensão.
II) Associação paralela - Se um certo número de indutores for ligado em paralelo,
a indutância total será determinada da seguinte forma:
1 1 1 1
...
LT L1 L2 Ln
Fig.2-15
Características da associação paralela:
- existem vários caminhos para a passagem da corrente elétrica;
- a corrente total é a soma das correntes parciais em cada ramo;
- a tensão total é a mesma em qualquer ponto do circuito;
Fig.2-17
Fig. 3-1
Obs.: Os geradores de CA são também conhecidos como alternadores.
Fig. 3-2
3.2.2 - Ciclo
É a rotação completa da espira que, quando representada em um gráfico, traça uma
forma de onda chamada senóide. A espira, ao descrever o movimento curvilíneo,
forma uma senóide que compreende dois semiciclos denominados alternância
positiva e alternância negativa.
3.2.3 - Freqüência
É a quantidade de ciclos produzidos na unidade de tempo.
Símbolo: f
Unidade: hertz (Hz) - Formula: f = 1/T
3.2.4 – Valores de Tensão
Conforme previamente explicado, uma tensão ou corrente alternada muda
periodicamente de sentido e valor. O movimento de elétrons é inicialmente em uma
direção e decorrido determinado tempo a direção é invertida.
Na CA a tensão está variando continuamente, de modo que cada valor de tensão só e
xiste por um instante. Olhando para a Fig. 3-3, desenho de uma senóide, podemos ver
que existe uma série de valores de tensão que surgem à medida que a espira gira.
3.2.5 - Valor de pico ou Valor máximo
É o mais alto valor alcançado em cada alternância, podendo ser positivo ou negativo.
Símbolo: Vp ou Emax (OU SEJA) Vp = Vpp x 0,5
Fig. 3-3
Fig.3-4
Fig.3-5
Tendo como analogia um copo de chopp podemos visualizar a potência total. O
líquido do chopp é representado pela potência ativa e a espuma a potência reativa em
kVAr, a soma dos dois representaria a potência total ou aparente.
Seguindo a mesma lógica, é importante manter os níveis de circulação de potência
reativa nas instalações o mais baixo possível, para que permaneça mais espaço para a
circulação de potência ativa ou real. Desta forma, quanto mais próximos os valores
de potência ativa ou real e da potência total, a instalação de apresentará mais
eficiente e com menos perdas.
3.3.3 - Potência Reativa
Potência reativa é medida em kVAr. É utilizada basicamente para carga nos
capacitores e para produção de campos magnéticos nas bobinas dos motores e
transformadores.
Como não é propriamente consumida, mas temporariamente utilizada e depois
devolvida, as concessionárias de energia elétrica impõe limites a sua utilização.
Como capacitores e bobinas se utilizam da potência reativa em tempos inversos, usa-
se acrescentar capacitores nas instalações elétricas onde há bobinas, para que
troquem potência reativa entre si, melhorando assim o fator de potência e evitando-se
multas por parte da concessionária.
Fig.3-6
Is : corrente do secundário
Ip : corrente do primário
c) Entre as correntes e o número de espiras
Fig. 4-4
a) Vantagens do autotransformador
1. Economia de cobre;
2. Mais compacto; e
3. Maior rendimento.
b) Desvantagens do autotransformador
1. Não fornece isolamento entre primário e secundário; e
2. Não se presta ao uso com grandes potências.
4.2 – TIPOS DE LIGAÇÕES DOS MOTORES
4.2.1 - Identificação dos motores
Os motores elétricos possuem uma placa identificadora, colocada pelo fabricante, a
qual, pelas normas, deve ser fixadas em local bem visível.
Para se instalar adequadamente um motor, é imprescindível que o instalador saiba
interpretar os dados da placa. E stes dados são:
- Marca comercial e tipo
- Modelo
- Número
- Tensão nominal
- Número de fases
- Tipo de corrente (contínua ou alternada)
- Freqüência
- Potência nominal
- Corrente nominal
- Rotação nominal
- Regime de trabalho
- Número de carcaça (frame)
- Aquecimento permissível ou classe do isolamento
- Letra-código
Fig. 4-5
Fig. 4-6
Para motores trifásicos, americanos, de 760/380 volts, podemos ter a seguinte
identificação: os terminais 1 - 2 - 3 são ligados à linha; pelo processo anterior, temos
as seguintes bobinas (Fig. 4-7):
Fig. 4-14
4.3.6 - Contato normalmente fechado (NF)
É o contato que, quando a bobina não está energizada, está fechado. Seu símbolo é:
Fig. 4-15
Fig. 4-16
4.3.8 - Contato comutador
Inverte a ligação.
Fig. 4-17
4.3.9 - Contato térmico
Serve para desligar o circuito, quando há sobrecorrente; é também denominado relé
térmico ou relé bimetálico. Seu símbolo é:
Fig. 4-18
Obs.: Costuma-se representar os circuitos de controle e de força em diagramas
separados para facilitar a compreensão.
Fig. 6-1
b) Característica quanto à estrutura
É a característica relativa à concepção física.
I) Rosca ou rolha - Fig. 6-2
São fabricados de maneira apoderem ser rosqueados em um soquete no painel de
distribuição. O elemento fusível fica alojado em uma peça de louça ou vidro,
sendo visível por uma janela de inspeção, de modo que se possa identificar
quando está fundido. Este tipo de dispositivo de proteção não é renovável,
devendo ser substi-tuído quando aberto. Sua faixa de operação é de 0,5 a 30 A
com um máximo de 150 V. Atualmente está em desuso.
IV) NH
São fusíveis para alta amperagem.
Fig. 6-5 - NH
V) Bulbo de vidro - Fig.6-6
São de baixa amperagem. Normalmente utilizados para proteção de aparelhos
eletrônicos.
Fig. 6-18
6.5.2 - Procedimento recomendado para resgatar e cuidar de vítimas de choque elétrico
I) Remova imediatamente a vítima do contato elétrico, sem colocar em risco a sua
própria vida
Desligue antes o circuito elétrico. Isso pode ser feito:
a). Desligando a chave geral, se ela ficar nas proximidades;
b). Cortando os cabos de alimentação do equipamento com um machado isolado,
tomando o cuidado de proteger os olhos do clarão que será produzido; e
c) Utilizando uma vara isolada, cordas, cinto, casaco, cobertor ou outro material
qualquer não condutor de eletricidade para remover a vítima;
II) Verifique se a vítima está respirando
Deite-a em posição confortável e afrouxe as suas roupas no pescoço, busto e
cintura para que ela respire livremente. Proteja-a de exposição ao frio e observe-a
cuidadosamente;
III) Evite que a vítima se movimente
Após o choque, o coração fica bastante fraco e qualquer esforço muscular ou
atividade por parte do paciente pode resultar em colapso cardíaco;
IV) Não dê a vítima qualquer estimulante para tomar ou cheirar
Solicite o comparecimento imediato de um médico e não deixe a vítima até que
ela fique sob cuidados médicos adequados;
BIBLIOGRAFIA