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Liderança

Rural
Carga horária: 20 horas
Fonte: Gettyimages

Apresentação
Há tantos desafios para conduzir uma empresa rural e fazê-la progredir! Por isso, é preciso ter
coragem e ser líder do próprio empreendimento rural.

Ser líder? Vamos conversar sobre isso?

Bem-vindo ao curso Liderança Rural!

Você já se perguntou se deve haver um líder na propriedade rural? E o que esse líder deve fazer
para ser mesmo um líder? Ou, ainda, como motivar as pessoas envolvidas no negócio rural? E,
por acaso, você já pensou que a sua liderança e a motivação do time também são influenciadas
pelo modo como acontece a gestão do negócio rural?

Então, neste curso, você compreenderá os conceitos por trás da liderança e da motivação. Verá
como a empresa rural pode ser mais organizada, com objetivos definidos e clareza nos negócios,
e também como a comunicação pode contribuir para a equipe trabalhar com entusiasmo e foco.

Você ainda irá explorar o que são as direções estratégica e operacional, que envolvem a produ-
ção, as finanças, a comercialização e as pessoas. E verá que um líder deve conhecer muito bem
sua propriedade para saber as possibilidades e as limitações de sua ação na área rural. Agora,
vamos entender um pouco mais sobre os temas que discutiremos no nosso curso.

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Direção, liderança e motivação são aspectos importantes e
que podem melhorar muito uma propriedade rural! Mas, fique
tranquilo caso estes termos sejam novos para você, realiza-
remos juntos uma jornada de aprendizagem para conhecer
esses conceitos.

Para início de conversa, você sabia que desenvolver a liderança gera muitos pontos positivos
para um empreendimento rural?

Mas o que é a liderança em um negócio rural? O que um líder precisa saber e fazer?

Você verá a resposta para essas e outras perguntas ao longo do curso.

Vamos conhecer a organização do conteúdo.

Neste universo da liderança rural, percorreremos quatro módulos. Vamos ver o que terá em cada
um deles.

Organização dos conteúdos


O curso está organizado em módulos que são divididos por aulas. Veja só!

Módulo 1 – Direção na empresa rural

Conheceremos as direções estratégica e operacional que envolvem a produção, as


finanças, a comercialização e as pessoas na área rural.

Falando em pessoas, sua equipe será quem estiver trabalhando com você. Ela pode ser
formada por seus colaboradores ou até mesmo familiares! Dentro deste módulo você
terá as seguintes aulas:

Aula 1 – Para começo de conversa: conceitos básicos de direção na propriedade rural

Aula 2 – A direção como função administrativa

Aula 3 – Direção estratégica e direção operacional

Aula 4 – Para além da produção: a comunicação como recurso da ação de direção

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Módulo 2 – Liderança em negócios rurais

Buscaremos responder à pergunta: o que é mais importante: ser um bom líder ou ser
um bom gestor? Também veremos como é possível melhorar a gestão de pessoas e a
liderança na propriedade. Para conhecer toda essa temática, você estudará os conteú-
dos das aulas:

Aula 1 – O papel da liderança nas empresas rurais

Aula 2 – Ser um bom líder ou ser um bom gestor

Aula 3 – Para além da produção: como melhorar a gestão de pessoas e a liderança na


propriedade

Módulo 3 – Motivação na área rural

Falaremos sobre o que é motivação e quais técnicas podem ser usadas para motivar a
equipe envolvida nas atividades produtivas. O conteúdo está distribuído nas aulas:

Aula 1 – O que é motivação

Aula 2 – Fatores motivacionais na área rural e a relação com a cultura e os valores or-
ganizacionais

Aula 3 – Para além da produção: analisando o ciclo motivacional e suas implicações

Módulo 4 – Gestão da empresa rural

Analisaremos as boas práticas de gestão do negócio rural e para isso você irá estudar o
conteúdo das seguintes aulas:

Aula 1 – A gestão rural e a tomada de decisão: colhendo resultados

Aula 2 – Habilidades do gestor em direcionar, motivar e liderar

Aula 3 – Desafios rurais para dirigir, liderar e motivar

Ao concluir o curso, você conseguirá adotar princípios de gestão de pessoas e processos, con-
siderando aspectos de direção, motivação e liderança para enfrentar os desafios da empresa no
campo, seja você dono ou um colaborador.

Agora que você já sabe o que estudaremos, use e abuse desta oportunidade incrível de aprendi-
zagem.

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Recursos educacionais
Ao longo do curso, você encontrará diversos recursos educacionais para tornar seu aprendizado
mais interessante e prazeroso. São eles:

Dentro da Porteira
Este recurso é muito bacana para você relacionar os conteúdos com a sua
realidade. Quando encontrá-lo, fique atento e responda às questões.

Escreva sua resposta na área de texto do ambiente virtual e clique no bo-


tão “Salvar”. Você receberá um feedback, e o restante do conteúdo ficará
visível.

Neste arquivo em PDF, o conteúdo não fica bloqueado, mas orientamos


que você faça a mesma coisa: escreva sua resposta na área de texto e,
depois, siga com a leitura e com a análise do feedback. Não esqueça de
salvar novamente o arquivo da apostila em seu computador, assim suas
respostas ficarão gravadas nesse arquivo!

Olha o causo
Aqui, você terá a oportunidade de conhecer exemplos dos conceitos
trabalhados.

Porteira afora
É sempre muito positivo aprofundar seus conhecimentos! Para isso, o Por-
teira Afora apresenta materiais complementares aos assuntos estudados.

Para colher resultados


É muito bom receber dicas para aplicarmos no nosso dia a dia, não é mes-
mo? Pois é, ao encontrar este recurso, você terá acesso a dicas práticas e
pontuais.

Regras do jogo: como funciona o curso?

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Canais de comunicação
Este é um curso autoinstrucional, ou seja, você será o responsável pelo seu ritmo de aprendiza-
gem. Mas, isso não significa que está sozinho nessa jornada!

Durante os estudos, você poderá utilizar os canais de comunicação disponibilizados no seu Am-
biente Virtual de Aprendizagem (AVA) para esclarecer dúvidas técnicas com a monitoria do curso.

Os monitores dão o suporte necessário às dúvidas de cunho mais técnico,


relacionadas ao AVA e às regras de conclusão do curso.

Critérios para conclusão do curso


Para concluir o curso, no ambiente virtual, você precisará cumprir algumas etapas. Veja só:

Questões Dentro da Porteira

Você precisará responder às questões Dentro da Porteira para que o próximo conteúdo
seja disponibilizado.

Atividades de aprendizagem

Para avançar no curso, você também precisará responder à atividade de aprendizagem


ao final de cada módulo. Serão três questões de múltipla escolha, e você terá duas ten-
tativas. Esse é um momento importante para você rever os principais conteúdos estu-
dados, então procure fazer as atividades com empenho.

Pesquisa de satisfação

Ao finalizar os estudos dos quatro módulos, você precisará responder à nossa pesqui-
sa de satisfação para ser considerado concluinte no curso. Quando chegar ao final do
módulo 4, e retornar para a página INÍCIO, a pesquisa de satisfação será aberta, e você
deverá ler com atenção todas as perguntas e selecionar as opções que são mais coe-
rentes, segundo sua opinião! Assim, conseguiremos melhorar cada vez mais nossos
cursos.

E, lembre-se: Essas etapas devem ser realizadas no AVA, portanto, organize-se!

Avance no curso e prepare-se para as transformações!

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Fonte: Gettyimages

Módulo 1 Este Módulo 1 é o primeiro passo da nossa

Direção na
caminhada! Aqui, exploraremos conceitos
básicos de direção na propriedade rural. Con-
versaremos sobre a direção como função

empresa rural
administrativa, estratégica e operacional, e,
extrapolando a produção, falaremos sobre a
comunicação como recurso da ação de direção.

Vamos começar pensando no seguinte... O que você entende por direção? Quem dirige a empresa
rural? Como vai a direção dos seus negócios?

É com essas reflexões iniciais na cabeça que vamos explorar alguns conceitos básicos de dire-
ção na propriedade rural — a direção como função administrativa, estratégica e operacional —,
chegando à comunicação como técnica da ação de direção.

Não se esqueça de que, ao final de cada módulo, você testará seus conhecimentos com um
rápido questionário! Mas, atenção! As atividades devem ser feitas no seu Ambiente Virtual de
Aprendizagem (AVA), e você só irá avançar para o módulo seguinte depois de respondê-las. Fi-
que tranquilo, pois são questões simples e que servirão para que você reflita sobre o que acabou
de estudar!

Você terá duas tentativas para responder cada pergunta e ainda contará, depois de responder
pela primeira vez, com feedbacks construtivos que poderão lhe ajudar na segunda oportunidade
de resposta.

Vamos adiante!

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Aula 1
Para começo de conversa:
conceitos básicos de dire-
ção na propriedade rural
Um dos papéis da liderança é a direção. A direção da empresa rural precisa de atenção para
diversos itens relacionados à administração da propriedade rural. Para ter certeza de que você
está convicto dessa necessidade, pense no seguinte...

Fonte: Gettyimages Fonte: Gettyimages

Você conhece alguma propriedade Ou... Você conhece alguma proprie-


rural sem direção? dade rural que tenha uma direção
invejável?

E mais... Que caminho você quer percorrer no desenvolvimento de seus negócios? Aonde você
quer chegar? Como vai percorrer esse caminho e em quanto tempo? Quem vai ajudá-lo a alcan-
çar seus propósitos? Se a direção dos seus negócios continuarem da forma como está sendo
executada, como serão os resultados dessas atividades daqui a 10, 20, 30 anos?

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Acredito que sua cabeça já esteja a mil com tantos questionamentos. Muito bem! Essa é a inten-
ção! Para muitas questões, não teremos a resposta neste momento, porém, mais importante do
que saber as respostas a esses questionamentos é pensar sobre eles! Refletir!

É importante, também, tomar conhecimento de alguns conceitos. Então, vamos retomar uma
pergunta inicial: o que você entende por direção? Digite sua resposta no campo indicado e, en-
tão, clique em Salvar.

Dentro da porteira
O que você entende por direção ao
pensar em uma propriedade rural?

Digite sua resposta no campo de texto ao lado.

Atenção! Lembre-se de salvar a apostila em seu computador!

Feedback
A direção pode ser entendida como o ato de comandar, gerenciar ou dirigir a pro-
priedade rural para que se cumpram os objetivos da empresa.

Perceba que a direção diz respeito à supervisão da utilização dos recursos da propriedade para
executar ações planejadas, motivar as pessoas envolvidas nas atividades e apoiar, orientar e
colocar em prática as tarefas e operações planejadas, entre outras ações.

Agora, vamos entender melhor o conceito de direção rural.

Você já ouviu falar em direções estratégica e operacional? Esses são conceitos muito importan-
tes e que você estudará aqui.

Eles envolvem a produção, as finanças, a comercialização e as pessoas, e também deixam evi-


dentes as possibilidades e as limitações das ações na área rural.

Na área rural

Produção Finanças Comercialização Pessoas

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Vamos entender o conceito de direção pensando em uma viagem de carro, em que você é o
passageiro.

Para viajar, diversos itens devem ser conferidos, mas há um personagem fundamental: o motorista.

Você teria coragem de viajar com alguém que não tem habilitação? Ou que dirige perigosamente
e não respeita as leis de trânsito? E que é desatento?

Direção é coisa séria, não é mesmo?! Não


adianta o carro estar com tudo em dia se não
tem a pessoa habilitada para dirigir.

Agora, vamos pensar em uma propriedade


rural. O que seria direção nesse contexto?

Na direção de um carro, precisamos cumprir


alguns deveres, como dirigir com atenção e
manter o veículo na faixa própria.

A direção dos negócios rurais não é muito


diferente de dirigir um carro! Há deveres para
dirigir um empreendimento rural. Então, va-
mos ver alguns deles. Fonte: Gettyimages

Reunir os esforços dos envolvidos na propriedade para alcançar o objetivo


da produção.

Saber se comunicar e negociar com as pessoas para chegar a um consenso.

E mais! Orientar a equipe para as atividades a serem executadas e estimular o trabalho individual
e em grupo.

Pois bem, acabamos de ver a direção estratégica e a direção operacional, e tivemos a oportuni-
dade de conhecer o conceito de direção.

Tenha sempre em mente: nós devemos ser hábeis para dirigir um empreendimento rural.

E isso significa, entre outras coisas, incentivar pessoas individualmente e equipes para alcançar
um propósito maior na produção.

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INCENTIVAR PESSOAS INCENTIVAR PESSOAS
INDIVIDUALMENTE EM EQUIPE

De posse desses conceitos, o que você me diz a respeito da direção que realiza?

Conceitos fundamentais da administra-


ção no setor agropecuário
Juntamente com as funções de planejar, or-
ganizar e controlar, a direção é uma atividade
administrativa.

A administração de hoje na área rural é dife-


rente da que se fazia tempos atrás, em que
reinavam, muitas vezes, o autoritarismo, a im-
posição e a centralização de poder e as pes-
soas eram vistas como máquinas (que eram
substituídas facilmente).

Temos muitos desafios, mas ao mesmo tempo


podemos contar com alternativas e ferramen- Fonte: Gettyimages

tas de gestão que nos auxiliem nessa tarefa. Vamos começar entendendo o que são o planeja-
mento, a direção, a organização e o controle no campo.

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Planejamento
O planejamento determina no presente
o que se espera para o futuro da pro-
priedade rural.
Em outras palavras: planejamento é a
decisão antecipada do que, de que ma-
neira, quando e quem deve fazer aquilo
que está sendo planejado.

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Direção
A direção é a capacidade de influenciar
as pessoas para que trabalhem em prol
de atingir um objetivo comum.

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Organização
A organização consiste em estruturar os
recursos da propriedade agrícola, contri-
buindo para o alcance dos objetivos.

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Para você entender melhor, são exemplos de organização: divisão dos talhões de plantio, dis-
tribuição das benfeitorias (construções) no terreno da propriedade, organização de máquinas,
equipamentos e ferramentas, a divisão das tarefas das pessoas no dia a dia.

Na pecuária, por exemplo, existe a necessidade de organizar a disposição espacial (localização)


das benfeitorias, o manejo da pastagem e o alimento fornecido ao rebanho. Organizar a mão de
obra também se mostra fundamental para aumentar a eficiência e reduzir os custos desse fator
de produção, já que, com isso, evitamos o retrabalho.

Controle
A empresa rural é uma indústria a céu
aberto, então ela também precisa de
controle. Essa atividade deve ser contí-
nua (realizada sempre), permitindo que
se evitem ou corrijam falhas e erros.

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Para entender melhor, conheça alguns exemplos de controles: de gastos; da vacinação do reba-
nho; da produção; de registros de volume de produtividade ou rendimento; de estoques, fornece-
dores e clientes, entre outros.

Criamos um resumo dessas quatro atividades que ajudam a compor uma administração eficiente
na propriedade rural.

As quatro atividades da administração eficiente da propriedade rural

1. Planejamento 2. Direção 3. Organização 4. Controle


Visualizar o que aconte- Liderar as pessoas en- Pôr os pingos nos “is”, Programar e escolher
cerá e o que queremos volvidas nas atividades distribuindo as respon- as regras, e monitorar
que aconteça no futuro. da empresa rural. sabilidades das tarefas e tomando decisões e
dos recursos. combatendo imprevistos. 

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Agora, ainda tendo como foco a direção, vamos nos aprofundar nesse conceito. Siga em frente e
acompanhe todas as informações.

A direção na gestão de pessoas


Falar em direção é falar em direcionar os trabalhos a serem executados. Quando pensamos em
guiar trabalhos, um ponto é fundamental: o contato com as pessoas na empresa rural.

Logo, podemos afirmar que a direção trata do relacionamento entre os administradores da pro-
priedade e os colaboradores (entendidos aqui como funcionários, empregados, subordinados).
Perceba que a ação de direcionar relaciona-se com as pessoas, e não diretamente com os recur-
sos físicos e financeiros, por exemplo.

Para colher resultados


Aqui vai uma dica:
O sucesso da ação de direção está ligado à capacidade de liderar, de criar
meios de estimular a motivação no ambiente de trabalho e de se comunicar
de forma eficaz.

Aula 2
A direção como
função administrativa
Neste curso, você focará seus estudos na direção do negócio, mas não se esqueça de que ape-
nas isso não é suficiente para o sucesso de uma empresa rural. Também é preciso estudar os
outros assuntos que compõem o gerenciamento rural, como o planejamento, a organização e o
controle. Por isso, foque agora na direção, mas mantenha seu radar ligado! 

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A importância do gerenciamento na
propriedade rural
Falar em gerenciamento na atividade rural é falar em uma soma!

Planejamento Direção Organização Controle Gerenciamento

Para ser eficiente na gestão da produção na propriedade rural, é preciso saber planejar, dirigir,
organizar e controlar.

Mas, hoje, já não adianta planejar, organizar, dirigir e controlar ou conhecer muito bem apenas o
que acontece porteira adentro. É preciso saber o que acontece fora dela também!

Isso significa que é necessário buscar conhecimento sobre economia global, leis e impostos, taxa
de câmbio e outros fatores que afetam diretamente o agronegócio brasileiro.

Apesar de ser uma tarefa complexa, o gerenciamento é fundamental para o sucesso do empre-
endimento rural.

É muito importante a gente compreender o que é o gerencia-


mento da propriedade rural, começando por entender o que
significa esse conceito.
Veja: o gerenciamento da propriedade rural diz respeito a de-
senvolver um conjunto de habilidades, atividades e estudos
que irão direcionar desde os assuntos ligados às questões
mais básicas e simples até questões mais complexas, como a
administração de crises e a capacidade de negociar.

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A estratégia na empresa rural: estilos de dire-
ção para a operacionalização das atividades
Como vimos, a direção tem relação direta com a liderança, e o comportamento do dirigente pode
ser: autocrático, democrático ou liberal. Vamos conhecer as principais características de cada estilo.

Dirigente autocrático
O dirigente autocrático exige que seus
subordinados cumpram as ordens e
concentra a tomada de decisões apenas
sob seu comando.
Por outro lado... Se o autocrático pode
ser considerado muito controlador,
podemos dizer que como ponto positivo
tem o fato de ser firme na tomada de
decisões.

Fonte: Gettyimages

Dirigente autocrático
A direção democrática acontece quando
as decisões são definidas após discussão
e análise de forma conjunta por todos os
envolvidos na atividade.
Por outro lado... o dirigente democrático
é admirado por consultar seus colegas de
trabalho, mas essa consulta pode atrasar
decisões e torná-las imprecisas em de-
terminados momentos que são cruciais.

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Dirigente liberal
O comportamento liberal ocorre quando
as decisões são tomadas pelos colabo-
radores sem que haja, necessariamente,
interferência do dirigente.
Por outro lado... enquanto o dirigente
liberal demonstra e deposita confiança
na equipe, sua ausência pode gerar um
ambiente de trabalho com conflitos, por
não haver interferência no curso dos
acontecimentos.
Fonte: Gettyimages

Agora, pensando nestes estilos de liderança, vamos refletir um pouco. Digite sua resposta no
campo indicado e, então, clique em Salvar.

Dentro da porteira
Você conhece dirigentes que se
enquadram nesses estilos? Ou ainda:
você se reconheceu em algum deles?
E mais... Qual é o melhor estilo de
direção?

Digite sua resposta no campo de texto ao lado.

Atenção! Lembre-se de salvar a apostila em seu computador!

Feedback
Esta última pergunta poderá ficar sem reposta, já que não existe mágica ou recei-
ta pronta para isso! Dependendo da situação, é possível adotar mais uma postura
do que outra. Você verá esses aspectos em mais detalhes no Módulo 2.

Agora, vamos conversar sobre outras funções da direção:


a estratégica e a operacional.

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Aula 3
Direção estratégia e dire-
ção operacional
É importante diferenciar as características da direção estratégica daquelas da direção operacio-
nal. Vamos entender melhor a definição de cada uma delas? É só acompanhar o quadro abaixo.

Direção estratégica

A direção estratégica da propriedade trata das questões para organizar a empresa


rural a fim de evitar que o dirigente apenas “apague incêndios” ou resolva assuntos
superficiais e imediatos.

Quando fazemos questionamentos do tipo “O que fazer?”, estamos buscando decisões


estratégicas.

Direção operacional

A direção operacional foca no “o que fazer” e no “como fazer” em relação às tarefas


rotineiras do empreendimento rural.

Quando perguntamos “Como fazer?”, consideramos as decisões de ordem operacional.

Como já vimos, as funções das direções estratégica e operacional consideram a produção, as


finanças, a comercialização e as pessoas. Vamos conhecer alguns aspectos importantes relacio-
nados a elas. Veja!

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Produção
Neste item, são administradas questões físicas,
de volume ou quantidade (seja total ou unitá-
ria), como o uso de insumos e outros fatores de
produção (horas/máquina; hectares/ano; litros/
hectare, entre outros), e a geração de produtos
ou serviços (sacas/ano; litros/mês, toneladas/hec-
tare etc.).

Ao supervisionar as atividades de plantio de uma


determinada área, você realizará uma direção es-
tratégica. Ao comandar e determinar as tarefas,
cumprirá uma direção operacional da produção. Fonte: Gettyimages

Finanças
É a administração dos valores monetários dos
estoques das receitas (entradas) ou despesas
(saídas), por ano ou por mês. Se você está
decidindo sobre gastos ou poupanças e sobre
aplicações ou contratações, realiza uma dire-
ção estratégica.

Ao cumprir um passo a passo dos ganhos e


dos gastos na empresa, considerando contas
a pagar e a receber, a direção das finanças
será operacional. Fonte: Gettyimages

Comercialização
Envolve as atividades administrativas de
compras e de vendas de bens e serviços, e de
contato com fornecedores e clientes para a
tomada de preços de produtos.

A direção estratégica na comercialização


acontece quando nos comunicamos com
clientes e fornecedores para realizar a compra
de insumos. Ao decidir e realizar a venda da
produção de soja, por exemplo, a direção exe-
cutada está relacionada à parte operacional. Fonte: Gettyimages

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Pessoas
Refere-se aos colaboradores que realizam as ta-
refas na empresa. Quando você contrata alguém
para a propriedade, sua direção é estratégica.
Já, ao verificar o trabalho realizado ou motivar os
colaboradores, você está cumprindo o papel da
direção operacional.

Apresentamos, a seguir, uma sugestão de


leitura bacana que irá ampliar os seus co-
nhecimentos. Para ter acesso ao texto, clique
sobre o título.
Fonte: Gettyimages

Porteira afora
Veja a reportagem Funcionário feliz, fazenda próspera, da revista
Hortifruti Brasil.

Aula 4
Para além da produção: a
comunicação como recur-
so da ação de direção
A comunicação nos acompanha desde o nascimento. Nos comunicamos o tempo todo com os
nossos familiares, colegas de trabalho, vizinhos... Ela pode ser considerada um desafio, já que o
entender e o se fazer entender é uma arte, concorda?

No meio rural, a comunicação é fundamental para que se tenha uma gestão eficiente.

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As atividades do dia a dia no campo exigem
que o colaborador entenda as tarefas e como
se deseja que ele as execute. Do contrário, as
atividades poderão ser realizadas incorreta-
mente, resultando em diminuição da produtivi-
dade ou, até mesmo, em danos ao maquinário.

Fonte: Gettyimages

A comunicação não se limita somente à lingua-


Linguagem oral gem oral, pois nos comunicamos também por
meio de gestos, símbolos, expressões ou por
A linguagem oral é a nossa fala. qualquer outra maneira que faça o outro enten-
der a mensagem que desejamos transmitir.

E você? Saberia dizer qual é a relação entre a comunicação


e a direção?
Bem, a comunicação pode ser tida como um recurso da ação de
direção. Ao se comunicar, é necessário que o conteúdo da infor-
mação seja claro e possível de ser entendido pelas pessoas.

Agora, vamos conversar sobre algumas técnicas de comunicação que facilitam o desempenho
da direção.

Comunicação assertiva
Procurando em um dicionário, o significado da palavra “comunicação” aparece como:

“Ação de transmitir uma mensagem e, eventualmente, receber outra mensagem como resposta”,
e indo além, buscando a origem da palavra “comunicação”, constatamos que ela é derivada do
termo em latim “communicare” e quer dizer “partilhar”, “tornar comum”.

Vamos fazer mais uma pausa, mas agora para refletir sobre a comunicação? Digite sua resposta
no campo indicado e, então, clique em Salvar.

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Dentro da porteira
Pensando nesses conceitos, comunicar
parece algo fácil? Você já teve alguma
experiência em que houve falha na
comunicação? Como ser melhor nesse
ato de “tornar comum”?

Digite sua resposta no campo de texto ao lado.

Atenção! Lembre-se de salvar a apostila em seu computador!

Feedback
Sabemos que a comunicação é uma arte, não é tarefa simples, mas, para tornar
o ato da comunicação mais eficaz, com menos falhas, existem técnicas que nos
ajudam a melhorar nossa conversação com outras pessoas, como a técnica da
comunicação assertiva! Vamos conversar, a seguir, sobre isso.

Podemos desenvolver estilos de comunicação que nos ajudam nessa tarefa. O estilo de comuni-
cação assertivo é um deles. Você já ouviu falar? Acompanhe.

Comunicação as- Não quer dizer Tem mais a ver com equi-
sertiva não quer que, ao solicitar líbrio: franqueza ao comu-
dizer que você algo para alguém, nicar seus pontos, levando
terá que acertar ela sairá correndo em consideração o outro.
o alvo. para fazer naquele
instante.

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Apesar de “assertividade” parecer ter relação com “acerto”, na verdade o termo vem da palavra
“assero”, que significa afirmação, afirmar, tornar firme. Então, esse estilo de comunicação exige
que você seja franco em expor seus desejos e necessidades e que consiga levar em considera-
ção as necessidades e os desejos do outro.

Pessoas com comunicação assertiva se expressam sem ofen-


der. Elas mantêm o contato olho no olho quando se comu-
nicam, mas sem intimidar ou ameaçar. Têm uma postura
tranquila, falam de forma que todos escutem e respondem a
todas as questões.

Essa postura não necessariamente terá que agradar a todos à sua volta — o que é mesmo
impossível —, mas resulta em uma escuta ativa, dando abertura ao ponto de vista do outro e à
colaboração. E então? Você tem praticado a comunicação assertiva?

Pense a respeito e procure praticar os itens que apresentamos aqui.

Prática de feedbacks
O feedback é outra técnica que ajuda muito na prática de uma direção eficaz. Mas você saberia
explicar o que é isso?
Muita gente pensa que feedback é um sermão ou uma bronca, mas isso é mentira! Por essa ra-
zão, vamos conversar atentamente sobre esse conceito. Vejamos.
Feedback pode ser traduzido como uma conversa de aprendizado sobre um fato que já aconte-
ceu. Portanto, chamamos de feedback a comunicação feita entre duas ou mais pessoas com a
finalidade de expor comentários a respeito dos resultados alcançados em determinada atividade.

Logo, feedback não é palestra, não é sermão, e sim um diá-


logo! Um diálogo construtivo, que pode tanto reconhecer e
engrandecer aquilo que está sendo feito corretamente e deve
ser mantido como pode servir para apontar o que precisa ser
melhorado ou corrigido.

Nessa linha de raciocínio, feedback pode ser considerado um retorno sobre o que vem sendo
realizado, uma conversa para melhorar.

Alguns autores buscaram classificar o feedback. Apresentaremos três tipos muito utilizados na
área de gestão de pessoas.

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Feedback positivo

O feedback positivo ocorre quando você quer dar a informação de que os objetivos de
determinada tarefa foram atingidos de forma satisfatória. Essa prática busca reforçar o
comportamento, elogiando o que está adequado, garantindo que ele continue.

Feedback corretivo

O feedback corretivo acontece quando seu foco está na necessidade de correção e


mudança, destacando o senso de responsabilidade pelas falhas, mas também confian-
do no aprendizado e na melhoria contínua.

Feedback sanduíche

Não estranhe! Você leu certo: feedback sanduíche. Esse tipo de feedback é muito bom
de usar quando alguém apresenta bom desempenho e resultados, mas precisa melho-
rar em algum ponto.

Esse feedback faz referência ao lanche porque é desenvolvido em três camadas:

feedback positivo
feedback negativo
feedback positivo
O primeiro passo é destacar os pontos positivos, reconhecendo o que a pessoa faz
bem, suas atitudes e características que contribuem para o trabalho.

Na sequência, aparecem os pontos a serem melhorados, focando somente em compor-


tamento, nunca na identidade da pessoa. Eis alguns exemplos:

Troque... “você é desorganizado” por... “você está tendo uma atitude desorganizada”.

Troque... “você é arrogante” por... “você precisa compartilhar mais as informações


com os demais”.

Perceba que o foco deve estar no comportamento que você gostaria que ela desenvol-
vesse, e nunca no que ela está fazendo de errado. Isso faz com que o foco seja direcio-
nado para a ação. Por exemplo:

Troque... “você chegou atrasado hoje novamente” por... “tenho certeza de que con-
segue ser pontual amanhã”.

Por último, na última parte, finalize com palavras fortalecedoras. Com isso, existe uma predis-
posição para que o indivíduo parta para a ação e desenvolva o comportamento necessário.

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Agora, para entendermos a prática dos tipos de feedback, vamos analisar alguns exemplos,
como o caso de Carlos.

Olha o causo
Carlos, um produtor de leite, recebeu um alerta do laticínio sobre a que-
da na qualidade do seu produto. Como consequência, teve uma menor
remuneração nesta entrega. Pensando em melhorar a situação, resolveu
conversar com José, principal colaborador que lida com a produção em sua
propriedade. Começou com um feedback sanduíche:

“José, como você sabe, o leite é o carro-chefe de nossa produção nesta


propriedade — dele, tiramos nosso sustento —, sempre tivemos sucesso
nesta atividade e você sempre me ajudou muito para isso acontecer. No
entanto, recebi algumas críticas em relação ao nosso trabalho e precisamos
melhorar nos pontos relativos à qualidade do leite. O laticínio mandou um
alerta que nosso desempenho caiu. Pensando sobre isso, queria ver com
você se podemos melhorar nosso trabalho para a próxima entrega e conti-
nuar prezando pela qualidade, reforçando nosso compromisso de entregar
um produto de confiança para o laticínio.”

Perceba que, no exemplo, em um primeiro momento se destacam aspectos positivos; em segui-


da, aponta-se o que tem acontecido de negativo, sugerindo alternativas de melhoria, finalizando
com um acordo com o compromisso na atividade.

Olha o causo
Esperando que a qualidade da produção melhorasse, Carlos já se preparou
para dar um feedback positivo:

“José! Tenho uma ótima notícia! Com seus empenho e dedicação consegui-
mos melhorar a qualidade de nossa produção! O laticínio, desta vez, nos
parabenizou! Vamos manter esse padrão?”

Como você pode ver pelo exemplo, o feedback positivo é uma ferramenta importante nas rela-
ções do dia a dia. Não é apenas elogiar, e sim valorizar o trabalhador.

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Olha o causo
Mas, infelizmente, a qualidade não melhorou como Carlos esperava. Nesse
momento, foi necessário realizar um feedback corretivo:

“José, apesar de tentar melhorar nossas práticas diárias aqui no trabalho


com as vacas de leite, ainda não conseguimos alcançar a qualidade ne-
cessária para voltar ao nosso padrão conhecido pelo laticínio. Para isso,
precisamos nos empenhar mais em nossas atividades e tomar mais cuida-
do com a higiene aqui na ordenha. Ou melhor: o que você me sugere para
melhorarmos?”

Já o feedback corretivo tem o papel de informar o colaborador de que a mudança de atitude ain-
da não gerou um bom resultado e que ainda existe necessidade de melhoria no processo. Nessa
hora, ouvir o colaborador tem um valor significativo, uma vez que existe a possibilidade de que
ele tenha diagnosticado alguma falha na tarefa e possa realizar alguma sugestão de melhoria.

Interessante, não é? Deixo aqui o convite para que, sempre que possível, você pratique os tipos
de feedback — no trabalho e até mesmo com colegas e familiares! Combinado?

Conclusão
É chegado o final do primeiro módulo, e você
viu muita coisa até aqui. Neste Módulo 1, você
aprendeu os principais conceitos de direção
no negócio rural, entendendo a diferenciação
de direção com funções administrativa, estra-
tégica e operacional.

Também viu que a comunicação é um recurso


fundamental para que a direção, a liderança
e a gestão da propriedade rural ocorram de
modo efetivo. Teve ainda a oportunidade de
distinguir os tipos de feedback mais utiliza-
dos: positivo, corretivo e sanduíche.
Fonte: Gettyimages

pg. 29
Com esses conhecimentos, você está caminhando para uma direção mais eficiente em uma em-
presa rural. A jornada de liderança é bem desafiadora, e ainda há muitos assuntos para explorar.

Então, avance e analise a primeira atividade de aprendizagem, mas, lembre-se de que as questões
devem ser respondidas no AVA, para que depois você possa acessar o conteúdo do Módulo 2!

Siga em frente!

Atividades de
aprendizagem
Leia atentamente as perguntas antes de respondê-las no AVA; caso precise, volte no texto e
reveja o conteúdo.

Para saber se as alternativas que você assinalou estão certas, aces-


se o AVA e envie suas respostas obrigatoriamente por lá, assim,
terá os feedbacks e gabaritos correspondentes a essas questões.
Você terá duas tentativas, e o próximo módulo só será libera-
do após a conclusão dessa atividade dentro do AVA.

Vamos às questões!

pg. 30
1. Sr. Roberto é um proprietário rural muito antenado! Acompanhando a tendência de se apri-
morar na gestão de pessoas na área rural, ele tem buscado se informar sobre o assunto. Ao
pesquisar a respeito da importância da gestão nas empresas agropecuárias, sr. Roberto se
depara com uma dúvida: qual é o conceito de direção na gestão de pessoas?

a. Direção pode ser entendida como a arte de liderar as pessoas envolvidas nas atividades da
empresa rural para que trabalhem a fim de atingir um objetivo comum.

b. A direção consiste na prática de enxergar o futuro, decidindo o que, de que maneira, quan-
do e quem irá executar o que for planejado.

c. Na propriedade rural, direção diz respeito à ação de combater imprevistos, programando e


escolhendo regras, monitorando e tomando decisões sobre gastos, por exemplo.

d. Organizar os afazeres do dia a dia, distribuir os trabalhos e colocar as coisas em ordem são
tarefas da direção no setor rural.

e. Mandar e desmandar naquelas pessoas que trabalham na propriedade rural para que exe-
cutem os trabalhos de forma ágil e competente, e ainda observar se os objetos estão nos
locais adequados e em ordem.

2. Buscando melhorar a gestão de pessoas na propriedade rural, sr. Roberto também quer
aprimorar a comunicação entre as pessoas que convivem e trabalham com ele e está estu-
dando sobre comunicação assertiva. Uma boa comunicação se aproxima de:

a. Conversas agressivas, com tom individualista e com ofensas.

b. Comunicação com fala tranquila, sem ameaça e sem efeito sobre as execuções das tarefas,
buscando agradar todos à sua volta.

c. Conversa firme, franca, equilibrada, em que aparecem desejos e necessidades dos que
estão se comunicando.

d. Comunicação no estilo acerte ao alvo, sendo assertivo. Falou, logo a pessoa irá fazer a tarefa.

e. Comunicação com tom de ameaça e em voz alta.

pg. 31
3. Sr. Roberto está praticando o feedback, e isso tem melhorado muito a gestão de pessoas
na propriedade. Ele tem realizado conversas em que expõe os pontos positivos que estão
acontecendo; na sequência, apresenta o que precisa ser melhorado, ou seja, a parte nega-
tiva e, para finalizar a conversa, expõe palavras fortalecedoras, destacando outros pontos
positivos. Fazendo isso, sr. Roberto está praticando um feedback do tipo:

a. Negativo.

b. Corretivo.

c. Informal.

d. Sanduíche.

e. Influenciador.

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