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CARREIRAS

V
O
L

POLICIAIS 1
U
M
E

PREPARAÇÃO - CONHECIMENTO - APROV


APROVAÇÃO
AÇÃO

PRF-PF-PC

Língua Portuguesa
Redação
RLM e Matemática
Noções de Informática
Noções de Direito Administrativo
Noções de Direito Constitucional
Ética no Serviço Público
Noções de Arquivologia
Noções de Contabilidade
Física Aplicada à Perícia de Acidentes Rodoviários

VIDEOAULAS DE:
- Atualidades
- Matemática Básica
     SUMÁRIO 5

ÍNDICE
LÍNGUA PORTUGUESA ............................
..........................................................
............................................................
.....................................................
....................... 9
1. Interpretação e Compreensão de Texto ................... ..................................
..............................
..............................
..............................
..............................
................... 10
2. Reescritura de Frases e Parágrafos do Texto ...................................
..................................................
..............................
..............................
.......................
........ 11
3. Formação de Palavras....................
....................................
...............................
..............................
..............................
..............................
..............................
...........................
............ 14
4. Emprego das Classes de Palavras ................ ...............................
..............................
..............................
..............................
..............................
............................17
.............17
5. Sintaxe ...............
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
...............................
...............................
........................28
.........28
6. Pontuação .............
............................
..............................
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..............................
..............................
..............................
..............................
......................38
.......38
7. Gêneros textuais .............
............................
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...........................
............ 41
8. Redação de Correspondências Oficiais ................. ................................
..............................
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...............................
...................46
....46
REDAÇÃO ...............................................................................................................................49
1. Redação para Concursos Públicos ..............
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...............................
...............................
.............................50
..............50
2. Dissertação Expositiva e Argumentativa..............
.............................
..............................
..............................
...............................
...............................
...................55
....55
MATEMÁTICA ..........................................................................................................................60
1. Proposições ..............
.............................
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..............................
..............................
..............................
..............................
...............................
...............................
...................63
....63
2. Argumentos ...............
..............................
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...............................
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..............................
.................67
..67
3. Psicotécnicos .............
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...............................
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..............................
..............................
..............................
...............................
.................69
.69
4. Análise Combinatória ...............
..............................
...............................
...............................
..............................
..............................
..............................
...............................
.................69
.69
5. Probabilidade ...............
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
...............................
...............................
.............................72
..............72
6. Noções de Estatística...............................
...............................................
...............................
..............................
..............................
..............................
..............................
.................74
..74
7. Conjuntos Numéricos.....................................
....................................................
..............................
..............................
..............................
..............................
...........................
............ 81
8. Sistema Legal de Medidas .............
.............................
...............................
..............................
..............................
..............................
..............................
...........................84
............84
9. Razões e Proporções ..............
.............................
..............................
..............................
..............................
..............................
...............................
...............................
...................85
....85
10. Porcentagem e Juros ..............
.............................
...............................
...............................
..............................
..............................
..............................
..............................
.................87
..87
11. Sequências Numéricas .............
............................
...............................
...............................
..............................
..............................
..............................
..............................
.................88
..88
12. Matrizes, Determinantes e Sistemas Lineares ...................................
..................................................
...............................
...............................
...................
.... 91
13. Funções, Função Afim e Função Quadrática ............... ..............................
..............................
..............................
..............................
...........................97
............97
14. Função Exponencial e Função Logarítmica ................... ..................................
..............................
...............................
...............................
......................
.......104
104
15. Trigonometria..............
.............................
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...........................
............105
105
16. Geometria Plana ...............
..............................
..............................
..............................
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..............................
...............................
...............................
......................
.......109
109
17. Geometria Espacial.........................................
........................................................
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..............................
...............................
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.......................
........ 115
NOÇÕES DE INFORMÁTICA ......................................................................................................126
1. Hardware ..............
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....................
..... 128
2. Software...........................................
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......................
....... 130
3. Software...............
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.....................
...... 131
4. Linux ..............
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............................135
.............135
5. Windows ...............
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..............................
..............................
.....................137
......137
6  SUMÁRIO    

6. Sistema Windows 10...........................


...........................................
...............................
..............................
..............................
..............................
..............................
....................
.....140
140
7. BrOffice Writer – Editor de Texto .............. .............................
..............................
..............................
...............................
...............................
............................153
.............153
8. BrOffice Calc – Editor de Planilhas ............... ..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
.........................
.......... 163
9. BrOffice Impress - Editor de Apresentação ............... ..............................
..............................
...............................
...............................
...........................
............169169
10. Microsoft Outlook 2013 ..............
.............................
..............................
..............................
..............................
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...............................
...........................
............ 174
11. Microsoft Word 2013 ..............
.............................
..............................
..............................
..............................
..............................
...............................
...............................
..................177
...177
12. Microsoft Excel 2013 .....................................
....................................................
..............................
..............................
..............................
..............................
.........................
..........180
180
13. Microsoft PowerPoint 2013 ...................
..................................
..............................
..............................
..............................
...............................
...............................
................... 183
14. Redes de Computadores ...................................
..................................................
..............................
..............................
..............................
..............................
....................
..... 185
15. Cloud Computing....................................
....................................................
...............................
..............................
..............................
..............................
..............................190
...............190
16. Segurança da Informação ...............
..............................
..............................
..............................
..............................
...............................
...............................
.......................
........191191
18. Arquitetura de Redes ..............
.............................
...............................
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..............................
..............................
..............................
...............194194
17. Glossário ..............
.............................
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..............................
..............................
..............................
...................
.... 200
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL ............................
...........................................................
......................................................
....................... 203
1. Introdução ao Direito Constitucional ...............
..............................
..............................
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...............................
......................205
.......205
2. Princípios Fundamentais ...............
...............................
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..............................
..............................
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..............................
.........................207
..........207
3. Direitos Fundamentais - Regras Gerais .......................................
......................................................
..............................
..............................
..........................212
...........212
4. Direitos Fundamentais - Direitos e Deveres Individuais e Coletivos............... Coletivos ..............................
..............................
....................
..... 216
5. Direitos Fundamentais - Direitos e Deveres Individuais e Coletivos .................... ...................................
..............................
................221
.221
6. Direitos Fundamentais - Direitos Sociais e Nacionalidade ............... ..............................
..............................
..............................
....................
.....233
233
7. Direitos Fundamentais – Direitos Políticos e Partidos Políticos ................. ................................
..............................
.........................239
..........239
8. Da Organização Político–Administrativa ................ ...............................
..............................
..............................
..............................
..............................243
...............243
9. Administração Pública ..............
.............................
...............................
...............................
..............................
..............................
..............................
..............................255
...............255
10. Organização dos Poderes - Poder Legislativo ..................................
.................................................
...............................
...............................
.................269
..269
11. Organização dos Poderes – Poder Executivo .............. .............................
..............................
..............................
..............................
.........................282
..........282
12. Organização dos Poderes – Poder Judiciário ................ ...............................
..............................
...............................
...............................
......................289
.......289
13. Funções Essenciais à Justiça..............
Justiça ..............................
...............................
..............................
..............................
..............................
..............................
....................303
.....303
14. Defesa do Estado e das Instituições Democráticas ..............................
.............................................
..............................
..............................
................313
.313
15. Ordem Social ...............
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
...............................
...............................
............................321
.............321
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO ............................
...........................................................
......................................................
....................... 330
1. Introdução ao Direito Administrativo.............. .............................
..............................
..............................
...............................
...............................
......................334
.......334
2. Administração Pública ..............
.............................
...............................
...............................
..............................
..............................
..............................
..............................337
...............337
3. Órgão Público ...............
..............................
..............................
..............................
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..............................
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...........................343
............343
4. Agentes Públicos ...............
..............................
..............................
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..............................
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...............................
...............................
......................344
.......344
5. Princípios Fundamentais da Administração Pública .............. .............................
..............................
..............................
..............................345
...............345
6. Poderes e Deveres Administrativos ...........................................
..............................
..............................
..............................
..............................
.........................349
..........349
7. Ato Administrativo ..............
.............................
...............................
...............................
..............................
..............................
..............................
..............................
....................
.....355
355
8. Improbidade Administrativa ..............
..............................
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..............................
..............................
..............................
....................359
.....359
     SUMÁRIO 7

9. Serviços Públicos ...............


..............................
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......................363
.......363
10. Controle da Administração Pública ................ ...............................
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......................
.......373
373
11. Responsabilidade Civil do Estado ................................
...............................................
..............................
..............................
..............................
.........................378
..........378
12. Processo Administrativo Federal .............. .............................
..............................
..............................
...............................
...............................
..........................
........... 380
13. Lei nº 8.112, de 11 de Dezembro de 1990 ........................
.......................................
..............................
...............................
...............................
......................384
.......384
14. Licitação .............
............................
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....................
..... 413
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO .............................
...........................................................
............................................................
.......................................
......... 423
1. Ética no Serviço Público ........................................
.......................................................
..............................
..............................
...............................
...............................
................. 424
2. Resoluções 1 a 10 da Comissão de Ética Pública da Presidência da República ............... ..............................
....................433
.....433
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ..................................................................................................448
1. Arquivística: Princípios e Conceitos ..............
.............................
..............................
..............................
..............................
..............................
........................
......... 449
2. Gestão da Informação e de Documentos .................
................................
..............................
..............................
..............................
..............................
...............459
459
3. Tipologias Documentais e Suportes Físicos ..................
.................................
..............................
..............................
..............................
.........................474
..........474
4. Legislação Arquivística....................................
...................................................
..............................
..............................
...............................
...............................
.....................
...... 480
5. Documentos Eletrônicos e Digitais .................................
................................................
..............................
...............................
...............................
......................505
.......505
NOÇÕES DE ECONOMIA ..........................
........................................................
............................................................
..................................................
.................... 513
1. Conceitos Iniciais .............
............................
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.........................
.......... 516
2. Patrimônio ...............
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..............................
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..................517
...517
3. Contas ..............
.............................
..............................
...............................
...............................
..............................
..............................
..............................
...............................
.........................520
.........520
4. Escrituração ...............
..............................
..............................
...............................
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..............................
..............................
..............................
..............................524
...............524
5. Balanço Patrimonial.............
............................
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....................534
.....534
6. Conceitos ..............
.............................
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..............................
..............................
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....................
.....535
535
7. Ativos ...............
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..............................
..............................
.........................536
..........536
8. Passivos ..............
.............................
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
...............................
...............................
......................538
.......538
9. Patrimônio Líquido ..............
.............................
...............................
...............................
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..............................
..............................
..............................
....................538
.....538
10. Componentes Patrimoniais Teoria e/ou Contabilização ............. ............................
...............................
...............................
......................542
.......542
11. Operações com Mercadorias...................................
..................................................
..............................
..............................
..............................
..............................552
...............552
12. CPC 00 (R1) - Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro .......572
13. Depreciação, Amortização e Exaustão ...............................................................
..............................
..............................
..............................
.........................
.......... 581
14. Demonstrações Contábeis...........
Contábeis..........................
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
...........................594
............594
FÍSICA APLICADA À PERÍCIA DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS......................................................617
1. Cinemática .............
............................
..............................
...............................
...............................
..............................
..............................
..............................
..............................
....................
..... 618
2. Dinâmica ...............
..............................
..............................
...............................
...............................
..............................
..............................
..............................
..............................
....................623
.....623
3. Estática ...............
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
...............................
...............................
......................629
.......629
4. Ondulatórias ..............
.............................
..............................
...............................
...............................
..............................
..............................
..............................
..............................632
...............632
5. Óptica...............
..............................
..............................
...............................
...............................
..............................
..............................
..............................
..............................
.........................638
..........638
    LÍNGUA PORTUGUESA  9

ÍNDICE
1. Interpretação e Compreensão de Texto........................................................................10
2. Reescritura de Frases e Parágrafos do Texto .................................................................11
3. Formação de Palavras..........................
........................................................
.............................................................
.........................................
.......... 14
4. Emprego das Classes de Palavras ...........................
..........................................................
...................................................
.................... 17
4. 1. Substantivo......................
.....................................
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
...........................
............17
17
4. 2. Artigo..........................................
.........................................................
...............................
...............................
..............................
..............................
.............................19
..............19
4. 3. Adjetivo........................
.......................................
..............................
...............................
...............................
..............................
..............................
............................20
.............20
4. 4. Interjeição ..............................
.............................................
...............................
...............................
..............................
..............................
..............................
..................
...20
20
4. 5. Numeral .............
............................
..............................
..............................
...............................
...............................
..............................
..............................
.......................
........20
20
4. 6. Advérbio ..........................................
.........................................................
...............................
...............................
..............................
..............................
........................
.........21
21
4. 7. Conjunção ...............
..............................
..............................
...............................
...............................
..............................
..............................
..............................
...................
....21
21
4. 8. Preposição .....................................
....................................................
..............................
..............................
..............................
..............................
..........................
........... 22
4. 9. Pronome ..........................................
.........................................................
...............................
...............................
..............................
..............................
.......................
........ 22
4. 10. Palavra QUE ................
...............................
..............................
...............................
...............................
..............................
..............................
............................
.............24
24
4. 11. Palavra SE ....................
...................................
..............................
...............................
...............................
..............................
..............................
............................
.............24
24
4. 12. Verbo ...............
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
...............................
..........................
..........26
26
5. Sintaxe ......................................................................................................................28
5. 1. Frase ..............
.............................
..............................
..............................
...............................
...............................
..............................
..............................
............................
.............2828
5. 2. Oração ...............................
..............................................
..............................
...............................
...............................
..............................
..............................
.......................
........ 28
5.2.1 Termos Essenciais da Oração .............. .............................
..............................
..............................
..............................
...............................
.....................
..... 28
5.2.2 Termos Integrantes da Oração .........................................
........................................................
..............................
...............................
.....................
..... 29
5.2.3 Termos Acessórios da Oração .................. .................................
..............................
..............................
..............................
...............................30
................30
5. 3. Período Composto ...............
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
......................
.......31
31
5.3.1. Período Composto por Coordenação ...............................
..............................................
..............................
...............................
......................
......31
31
5.3.2. Período Composto por Subordinação .............. .............................
..............................
..............................
...............................
......................
......31
31
5. 4. Sintaxe de Concordância ...........................................
..........................................................
..............................
..............................
............................
............. 33
5.4.1. Concordância Nominal ...............
..............................
...............................
...............................
..............................
..............................
............................
............. 33
5.4.2 Concordância Verbal.........
Verbal........................
..............................
...............................
...............................
..............................
..............................
.......................
........ 33
5. 5. Colocação Pronominal ...................................
..................................................
..............................
..............................
..............................
..........................
........... 33
5. 6. Sintaxe de Regência...............
..............................
...............................
...............................
..............................
..............................
..............................
..................
... 34
5.6.1 Regência Nominal .............
............................
...............................
...............................
..............................
..............................
..............................
.......................
........ 34
5.6.2. Regência Verbal.................................
................................................
..............................
..............................
..............................
...............................
.....................
..... 35
5.6.3. Crase ...............
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
...............................
..........................
.......... 36
6. Pontuação ..................................................................................................................38
7. Gêneros textuais ............................
..........................................................
.............................................................
..............................................
............... 41
8. Redação de Correspondências Oficiais ...........................
.........................................................
............................................
.............. 46
10
1. Interpretação e Compreensão de Concessão Adversidade Conclusão Causa Tempo
embora mas – contudo dessa forma Porque quan-
 T Texto
exto – ainda
que – se
– no entan-
to – todavia
– logo – por-
tanto – assim
– pois do – na
– já que hora em
bem que – se bem que sendo – por – visto que –
O que é Interpretar Textos? – mesmo – porém – conseguinte que – logo que
que – por entretanto. uma vez – assim
   A Interpretar textos é, antes de tudo, compreender o que se mais que. que que
   S
   E leu. Para que haja essa compreensão, é necessária uma leitu-
   U Leia o trecho a seguir, publicado no jornal Correio Popular:
   G ra muito atenta e algumas técnicas que veremos no decorrer
   U
   T dos textos. Uma dica importante é fazer o resumo do texto por “Durante a sua carreira de goleiro, iniciada no Comercial
   R
   O parágrafos. de Ribeirão Preto, sua terra natal, Leão, de 51 anos, sempre
   P
   A impôs seu estilo ao mesmo tempo arredio e disciplinado. Por
   U
   G
   N
Ambiguidade outro lado, costumava ficar horas aprimorando seus defeitos
    Í
   L Ambiguidade ou anfibologia é a falta de clareza em um após os treinos. Ao chegar à seleção brasileira em 1970,
enunciado que lhe permite mais de uma interpretação. É con-
hecida, também, como duplo sentido. Observe os exemplos a quando fez parte do grupo que conquistou o tricampeonato
seguir: mundial, Leão não dava um passo em falso. Cada atitude e
Exs.: Maria disse à Ana que sua irmã chegou. ( A irmã é cada declaração eram pensados com um racionalismo típico
   de Maria ou Ana?)
  
   de sua família, já que seus outros dois irmãos são médicos.”
chão. (Quem estava caída
 A mãe falou com a filha caída no chão.
     no chão?) Correio Popular, Campinas, 20 out. 2000.
  
     Está em dúvida quanto à configuração da sua máquina? Observe que neste trecho há problemas de coerência.
  
   Então, acabe com ela agora mesmo! (Acabe com a dúvi-
  
   da, com a configuração ou com a máquina?)
“(...) costumava ficar horas aprimorando seus defeitos (...)”
     Em alguns casos, especialmente na publicidade e nos textos Entende-se o que o redator do texto quis dizer, mas a con-
literários, a ambiguidade é proposital; mas, para que ocorra a strução é indevida, uma vez que a definição para aprimorar, se-
compreensão necessária, é preciso que o leitor tenha conheci- gundo o dicionário, é aperfeiçoar, melhorar a qualidade de. Por-
mento de mundo suficiente para interpretar de maneira literal
e não literal. tanto, se interpretada seguindo esta definição, entender-se-ia
No entanto, ela se torna um problema nos textos quando que o jogador melhorava seus defeitos.
causa dúvidas em relação à interpretação. Ela também pode Além da escolha inadequada do vocábulo, há também um
gerar problemas e fazer com que o autor seja mal interpretado, problema causado pelo uso indevido dos elementos de coesão.
como na frase “Sinto falta da galinha da minha mãe”.
Observe o uso da expressão “Por outro lado”, que deveria indi-
Ao escrever, para que não haja problemas relacionados
à ambiguidade, é necessária atenção do autor e uma leitura car algo contrário ao que foi dito anteriormente, mas neste caso
cuidadosa. precede uma afirmação que confirma o que foi dito no período
É importante observar que os textos não são estáticos e anterior, deixando o texto confuso.
dificilmente apresentarão apenas uma tipologia. É comum
que o texto seja, por exemplo, dissertativo-argumentativo, Perceba, portanto, que:
narrativo-descritivo
narrativo-des critivo ou descritivo-instrucional. É importante, Coesão é a relação entre as afirmações do texto
texto,, de maneira
 portanto, identi
identificar
ficar a tipolo
tipologia
gia que predomin
predomina.
a. a deixá-lo claro e fazer sentido:
Coesão e Coerência Ontem o dia foi bom porque vi Lucas.
Observe as orações a seguir: Ontem o dia foi bom apesar de eu ter visto Lucas.
Mariana estava cansada. Viajou a noite toda. Foi trabalhar A relação de sentido estabelecida pela conjunção fará o sen-
no dia seguinte.
tido do texto.
Perceba que a relação entre elas não está clara. Agora, veja
o que acontece quando são inseridos elementos de coesão: Coerência é o sentido do texto, é o fato de o texto fazer
Mariana estava cansada porque viajou a noite toda. Mesmo sentido e ser compreendido pelo leitor em uma primeira leitura.
assim, foi trabalhar no dia seguinte. O que torna um texto coerente, entre outras coisas, é a escolha
Os elementos de coesão são responsáveis por criar a correta das conjunções. Por isso, a coesão e a coerência do texto
relação correta entre os termos do texto, tornando-o coerente.
Os elementos de coesão são representados pelas con- andam juntas e muitas vezes se confundem.
 junções. As principais relações
relações estabelecidas
estabelecidas entre eles
eles são:
2. Reescritura de Frases e Parágrafos Além disso, nem toda substituição é coerente. Por exemp-
lo, na frase “Eu comprei uma casa”, fica incoerente reescrever
do Texto “Eu comprei um lar”.

A reescrita ou reescritura de frases é uma paráfrase que visa


Antônimos
à mudança da forma de um texto.
texto. Para que o novo período este- Palavras que possuem significados diferentes, opostos,
 ja corret
correto,
o, é preci
preciso
so que
que sejam
sejam respe
respeitadas
itadas a correç
correção
ão grama
gramatical
tical contrários.
e o sentido do texto original. Desse modo, quando há qualquer Exs.: Mal / Bem
inadequação do ponto de vista gramatical e/ou semântico, o  Ausência / Presença
trecho reescrito deve ser considerado incorreto.  Subir / Descer 
Assim, para resolver uma questão que envolve reescritu- Cheio / Vazio
ra de trechos ou períodos, é necessário verificar os aspectos Possível / Impossível 
gramaticais (principalmente, pontuação, elementos coesivos, Polissemia
ortografia, concordância, emprego de pronomes, colocação Ocorre quando uma palavra apresenta mais de um sig-
pronominal, regência, etc.) e aspectos semânticos (signifi- nificado em diferentes contextos.
cação de palavras, alteração de sentido, etc.).
Exs.:
Existem diversas maneiras de se parafrasear uma frase, por Banco ( instituição
instituição comercial financeira; assento)
isso cada Banca Examinadora pode formular questões a partir de Manga ( parte
parte da roupa; fruta)
muitas formas. Nesse sentido, é essencial conhecer e dominar as
variadas estruturas que uma sentença pode assumir quando ela
é reescrita. Homônimos
Palavras com a mesma pronúncia (algumas vezes, a mesma
Substituição de Palavras ou grafia), mas com significados diferentes.
de Trechos de Texto Exs.:
 Acender: colocar fogo. Ascender: subir.
No processo de reescrita, pode haver a substituição de pa- Concerto: sessão musical. Conserto: reparo.
lavras ou trechos. Ao se comparar o texto original e o que foi
reestruturado,
reestruturado, é necessário verificar se essa substituição man- Homônimos Perfeitos
tém ou altera o sentido e a coerência do primeiro texto. Palavras com a mesma grafia e o mesmo som.
Palavras
Exs.:
Locuções x Palavras Eu cedo este lugar você. ( cedo
cedo = verbo)
Em muitos casos, há locuções (expressões formadas por Cheguei cedo para jantar. ( cedo
cedo = advérbio de tempo)
mais de uma palavra) que podem ser substituídas por uma pa- Percebe-se que o significado depende do contexto em que
 
lavra, sem alterar o sentido e a correção gramatical. Isso é muito a palavra aparece. Portanto, deve-se ficar atento à ortografia    
comum com verbos. quando a questão é de reescrita.
 
Exs.:
 
Parônimos 
Os alunos têm buscado formação profissional. Palavras que possuem significados diferentes, mas são  
 (locução: têm buscado) muito parecidas na pronúncia e na escrita.

 
Os alunos buscam formação profissional. Exs.:  
(uma palavra: buscam)  Abso l ver:
ver: perdoar, inocentar. Abso r ver:
ver: aspirar.
Ambas as frases têm sentido atemporal, ou seja, expres- C omprimento: extensão. C u 
umprimento:
m
  primento: saudação.
sam ações constantes, que não têm fim.
Conectores
Conectores de Mesmo Valor Semântico
Significação das Palavr
Palavras
as Há palavras, principalmente as conjunções, que possuem L 
Ao avaliarmos a significação das palavras, devemos ficar valores semânticos específicos, os quais devem ser levados em
Í   

conta no momento de fazer uma substituição.
 G 
atentos a alguns aspectos: sinônimos, antônimos, polissemia,  U 
Logo, pode-se reescrever um período, alterando-se a con-

homônimos e parônimos. P 
 junção. Para tanto, é preciso que a outra conjunção tenha o  O 
Sinônimos

mesmo valor semântico. Além disso, é importante verificar T 
 U 
Palavras que possuem significados próximos, mas não são
Palavras como ficam os tempos verbais após a substituição.  G 
 U 
totalmente equivalentes. Exs.: E 
 S 
Exs.:  Embora fosse tarde, fomos visitá-lo. ( conjunção
conjunção subor- A 

Casa: lar - moradia – residência dinativa concessiva)


Carro: automóvel   Apesar de  ser tarde, fomos visitá-lo. ( conjunção
conjunção subor-
Para verificar a validade da substituição, deve-se
deve-se também dinativa concessiva)
ficar atento ao significado contextual. Por exemplo, na frase No exemplo acima, o verbo também sofreu alteração.
“As fronteiras entre o bem e o mal”, não há menção a limites Exs.:
geográficos, pois a palavra “fronteira” está em sentido cono- Toque o sinal para que todos entrem na sala. 11
tativo (figurado). (conjunção subordinativa final)
Toque o sinal a fim de que todos entrem na sala. Em um texto, podem ser encontrados três tipos de discurso: o
12 (conjunção subordinativa final) discurso direto, o indireto e o indireto livre.
No exemplo acima, o verbo permaneceu da mesma maneira. Discurso Direto
Paralelismo São as falas das personagens. Esse discurso pode aparecer
Ocorre quando há uma sequência de expressões com es- em forma de diálogos e citações, e vêm marcadas com alguma
trutura idêntica. pontuação (travessão,
(travessão, dois pontos, aspas, etc.). Ou seja, o dis-
   A curso direto reproduz fielmente a fala de alguém.
   S
   E Paralelismo Sintático Ex.: O médico disse à paciente:
   U É possível quando a estrutura de termos coordenados
   G – Você precisa fazer exercícios físicos regularmente.
   U entre si é idêntica. Nesse caso, entende-se que “termos co-
   T
   R
Discurso Indireto
   O ordenados entre si” são aqueles que desempenham a mesma
   P função sintática em um período ou trecho. É a reprodução da fala de alguém, a qual é feita pelo narra-
   A
Ex.: João comprou balas  e e biscoitos . dor. Normalmente,
Normalmente, esse discurso é escrito em tercei
terceira
ra pessoa.
   U
   G
Perceba que “balas” e “biscoitos” têm a mesma função Ex.: O médico disse à paciente que ela precisava fazer
   N
    Í
   L sintática (objeto direto). Além disso, ambas são expressões exercícios regulamente.
nominais. Assim, apresentam, na sentença, uma estrutura sin- Discurso Indireto Livre
tática idêntica.
Ex.: O s formandos   estão pensando na carreira, isto é, É a ocorrência do discurso direto e indireto ao mesmo tem-
 no futuro. po. Ou seja, o narrador conta a história, mas as personagens
também têm voz própria.
   do verbo
Tanto “na carreira” quanto “no futuro” são complementos
   pensar. Ademais, as duas expressões são formadas
   por preposição e substantiv
No exemplo a seguir, há um discurso direto: “que raiva”,
substantivo.
o. que mostra a fala da personagem.
    
   Paralelismo Semântico Ex.: “Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza.
     Estrutura-se pela coerência entre as informações.
Entretanto, qualquer urubu... que raiva...” (Ana Maria
  
   Machado)
  
   Ex.: Lucélia gosta de maçã e de pera.
No trecho a seguir, há uma fala da personagem, mesclada
     pera,Percebe-se que há uma relação semântica entre maçã e
pois ambas são frutas.
com a narração: “Para que estar catando defeitos no próxi-
mo?”.
Ex.: Lucélia gosta de livros de ação e de pizza.
Observa-se que os termos “livros de ação” e “pizza” não Ex.: “D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo teme-
possuem sentidos semelhantes que garantam a sequência rário. Para que estar catando defeitos no próximo? Eram
lógica esperada no período. todos irmãos. Irmãos.” (Graciliano Ramos)

Retextualização de Diferentes Exemplo de uma transposição de discurso direto para


Gêneros e Níveis de Formalidade indireto:
Ex.: Ana perguntou:
Na retextualização, pode-se alterar o nível de lingua-
– Qual a resposta correta? 
gem do texto, dependendo de qual é a finalidade da trans-
formação proposta. Nesse caso, são possíveis as seguintes  Ana perguntou qual era a resposta correta.
alterações: linguagem informal para a formal; tipos de dis- Voz Verbal
curso; vozes verbais; oração reduzida para desenvolvida; in-
versão sintática; dupla regência. Um verbo pode apresentar-se na voz ativa, passiva ou re-
flexiva.
Linguagem Formal x Linguagem Informal
Um texto pode estar escrito em linguagem coloquial (in-
Ativa
formal) ou formal (norma padrão). A proposta de reescrita Ocorre quando o sujeito é agente, ou seja, pratica a ação
pode mudar de uma linguagem para outra. Veja o exemplo: expressa pelo verbo.
Exs.: Ex.: O aluno resolveu o exer
exercício.
cício.
 P  ra que serve a política? Passiva
(informalidade)
Ocorre quando o sujeito é paciente, ou seja, recebe a ação
 P  ara que serve a política?
expressa pelo verbo.
(formalidade)
Ex.: O exercício foi resolvido pelo aluno.
 A oralidade geralmente é mais informal. Portanto, fique
atento: a fala e a escrita são diferentes, ou seja, a escrita não Reflexiva
reproduz a fala e vice-versa. Ocorre quando o sujeito é agente e paciente ao mesmo
Tipos de Discurso tempo, ou seja, pratica e recebe a ação.
Ex.: A criança feriu-se com a faca.
Discurso  está relacionado à construção de textos, tanto
Discurso 
orais quanto escritos, portanto, ele é considerado uma prática Formação da Voz Passiva
social. A voz passiva pode ocorrer de forma analítica ou sintética.
Voz Passiva Analítica Verbos Transitivos Diretos ou Indiretos
Verbo SER + particípio do verbo principal. Sem alterar o sentido, alguns verbos admitem duas con-
Exs.: A academia de polícia será pintada. struções: uma transitiva direta e outra indireta. Portanto, a
O relatório é feito por ele. ocorrência ou não da preposição mantém um trecho com o
mesmo sentido.
A variação de tempo é determinada pelo verbo auxiliar
(SER), pois o particípio é invariável. Almejar
Exs.: João fez  a pretérito perfeito do indicativo )
 a tarefa. ( pretérito Exs.:  Almejamos  a  paz entre os países que estão em
 A tarefa
tarefa foi feita por João. ( pretérito
pretérito perfeito do indicativo )  guerra. / Almejamos  pela paz entre os países que estão
 João faz  a presente do indicativo)
 a tarefa. ( presente em guerra.
 A tarefa
tarefa é  feita presente do indicativo)
 feita por João. ( presente Atender
 João fará  a a tarefa. (futuro do presente) Exs.: O gerente atendeu os  meus
  meus pedidos. / O gerente
 A tarefa será feita por João. ( futuro
futuro do presente) atendeu aos  meus
 meus pedidos.
Necessitar
Voz Passiva Sintética
Exs.: Necessitamos algumas horas para organizar o
Verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador SE. evento. / Necessitamos de algumas horas para organizar
Ex.: Abriram-se as inscrições para o concurso. o evento.
Transposição da Voz Ativa para a Voz Passiva Transitividade
Transitividade e Mudança de Significado
Pode-se mudar de uma voz para outra sem alterar o sen- Existem alguns verbos que, conforme a mudança de tran-
tido da frase. sitividade, têm o sentido alterado.
Aspirar
Exs.: Os médicos brasileiros  lançaram  um tratamento
 para o câncer.
câncer. Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar
(o ar), inalar.
Um tratamento para o câncer foi lançado pelos médicos
Ex.: Aspirava o suave
suave perfume. (Aspirava-o.)
(Aspirava-o.)
brasileiros.
Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter
Oração Reduzida x Oração Desenvolvida como ambição.
As orações subordinadas podem ser reduzidas ou desen- Ex.: Aspirávamos ao cargo
cargo de diretor.
volvidas. Não há mudança de sentido se houver a substituição
de uma pela outra. ANOTAÇÕES
Exs.: Ao terminar a aula, todos podem sair. ( reduzida
reduzida de
infinitivo)  
Quando terminarem a prova, todos podem sair.( desen-
desen-    
volvida)  
Os vizinhos ouviram uma criança chorando na rua.( re- re-  
duzida de gerúndio ) 
Os vizinhos ouviram uma criança que chorava na rua.  
( desenvolvida)
desenvolvida)

 
Terminada a reforma, a família mudou-se para a nova  
casa.( reduzida
reduzida de particípio)
 Assim que terminou a reforma, a família mudou-se para
a nova casa.( desenvolvida)
desenvolvida)
Inversão
Inversão Sintática L 
Um período pode ser escrito na ordem direta ou indire-
Í   

 G 
ta. Nesse caso, quando ocorre a inversão sintática, a correção  U 

gramatical é mantida. Apenas é necessário ficar atento ao sen- P 
tido do período.
 O 


Ordem direta: sujeito – verbo – complementos/adjuntos
 U 
 G 
adverbiais.
 U 

Exs.: Os documentos foram levados para o gerente.
 S 

(direta)
Foram levados os documentos para o gerente. ( indireta)
indireta)
Dupla Regência
Há verbos que exigem a presença da preposição e outros
não. Deve-se ficar atento ao fato de que a regência pode influ- 13
enciar no significado de um verbo.
14
3. Formação de Palavras Composição por Justaposição: quando não há alteração
fonética nos radicais.
Ex.: Pontapé: ponta + pé
Processos de Formação de Palavras Pé-de-meia: pé + de + meia
Composição por Aglutinação:  quando há alteração
Derivação fonética nos radicais.
Processo pelo qual novas palavras
palavras são formadas a partir de Ex.: Planalto: plano + alto
   A
   S uma palavra, denominada  primitiva, pelo acréscimo de novos Fidalgo: filho + de + algo
   E
   U
   G
   U
elementos que modificam ou alteram o sentido primitivo. As Hibridismo
   T palavras, assim formadas, são chamadas derivadas .
novas palavras,
   R As palavras formadas por elementos provenientes de difer-
   O Os processos de derivação podem ocorrer de diversas ma- entes línguas são denominadas hibridismos .
   P
   A neiras:
   U Ex.: Bis + avô: bisavô
   G Derivação Prefixal: ocorre quando há o acréscimo de um  Radical latino
   N
    Í prefixo ao radical.
   L Ex.: Crono + metro: cronômetro
Ex.: contrapor: contra+por 
 Radical grego
prefixoradical
Derivação Sufixal: ocorre quando há o acréscimo de um Onomatopeia
sufixo ao radical. São as palavras que imitam sons.
   Ex.: felizmente :feliz+mente Exs.: Tique-taque
  
    radicalsufixo Reco-reco
     Derivação Prefixal e Sufixal: ocorre quando há o acrésci- Pingue-pongue
   mo simult âneo  de um sufixo e um prefixo ao radical.
 simultâneo
     Ex.: infelizmente: in+feliz+mente Acentuação
  
  
  
  
 prefixo radicals
radicalsufixo
ufixo Observe a diferença entre as palavras a seguir:
Derivação Parassint
Parassintética:
ética: ocorre quando há o acréscimo Camelô-Camelo
      simultâneo  de um sufixo e um prefixo ao radical, de forma
Dúvida-Duvida
que a palavra não exista só com o prefixo ou só com o sufixo:
Ex.: empobrecer :em+pobre+cer  A diferença que essas palavras possuem é na sílaba tôni-
 prefixo radical sufixo ca. No caso da palavra camelo, trata-se de uma paroxít
paroxítona;
ona; já
Derivação Regressiva
Regressiva:: ocorre quando há a eliminação de a palavra c amelô é
amelô é oxítona.
sufixos ou desinências. Na maioria das vezes, são substantivos O mesmo acontece com dúvida e duvida: a primeira é
formados a partir de verbos. proparoxítona e, portanto, acentuada. A segunda é paroxítona
Ex.: consumir – consumo terminada em A.
Derivação Imprópria: ocorre quando há mudança na Classificação das Sílabas quanto à Intensidade
classe gramatical.
Exs.: Tônica : sílaba pronunciada com maior intensidade.
Temos que fechar bem os armários, pois nessa época Ex.: ca féru bimú si ca
aparecem baratas. Átona: sílaba pronunciada com MENOR intensidade.
substantivo Ex.: ca féru bimú si ca
Compramos várias coisas, pois achamos que estavam No caso dos monossílabos, a classificação entre átono ou
muito baratas. tônico está relacionada também ao sentido.
adjetivo
Os monossílabos tônicos são as palavras de apenas uma
 A sala estava cheia de crianças.
substantivo sílaba e com intensidade forte. São palavras com significado
 Apesar de adulto, ele ainda é muito criança. próprio, como substantivos, adjetivos, advérbios.
substantivo adjetivado. Já os monossílabos átonos, por terem uma intensidade
Uma palavra pode exercer diferentes funções em uma sonora menor, apoiam-se nas palavras tônicas e precisam
oração. Por isso, é importante observar o sentido do que ela delas para garantir seu significado. É o caso das preposições,
representa para identificar a classe gramatical. conjunções, artigos e alguns dos pronomes oblíquos.
Exs.: Eu amo meu trabalho!  Classificação das Palavras em Relação
Eu trabalho muito!  à Posição da Sílaba Tônica
Tônica
Composição Oxítonas : palavras cuja sílaba tônica é a última.
Processo pelo qual novas palavras são formadas através da Ex.: a téca fépa le tóco ra ção
união de dois radicais. A composição pode ser por aglutinação Paroxítonas : palavras cuja sílaba tônica é a penúltima.
ou justaposição. Ex.: es co laál buma çú carba la
Proparoxítonas : palavras cuja sílaba tônica é a antepenúl- Emprego de G ou J
tima.
Emprega-se a Letra J
Ex.: lâm pa daham búr gue respú bli co
Nas palavras de origem árabe, africana ou indígena: pa
 pajé,
jé, jib
jiboia
oia.
Regras de Acentuação
Acentuam-se os  monossílabos tônicos   terminados em Nas palavras derivadas de outras que possuam  j :  laranjal,
a(s), e(s), o(s) e em ditongos abertos éi(s), éu(s) e ói(s).  sujeira.
Ex.: pápépólençóiscéuvéus  Emprega-se a Letra G
Acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em a(s), Nas palavras terminadas com ágio, égio, ígio, ógio, úgio:
e(s), em(ens) e nos ditongos abertos éi(s), éu(s) e ói(s).
 pedágio, refúgio.
Ex.: babá você capô armazéns anéis 
Acentuam-se as  paroxítonas  terminadas
 terminadas em l, n, r, x, ã(s), Nas palavras terminadas em agem, igem e ugem:  gara-
ão(s), i(s), ei(s), um(uns), us, ps.  gem, vertigem. Exceções: pajem, lambujem.
Ex.: dócilhífenfênixvírustóraxbíceps  Emprego de X ou CH
De acordo com a Nova Ortografia, os ditongos abertos ei e oi
não são mais acentuados nas paroxítonas, como, por exemplo, Emprega-se a Letra X
em plateia, ideia e heroico. Depois de ditongo: caixa, peixe, trouxa. Exceç
Exceções:
ões:  recau-
Acentuam-se todas as proparoxítonas . chutar,, recauchutagem.
chutar
Ex.: célulaDráculacócegas  Depois de me: mexer
 mexer,, mexilhão. Exceção: mecha.
Acentuam-se as vogais i(s) e u(s) tônicas dos hiatos nas Depois de en: enxurrada, enxaqueca. Exceção: quando o
oxítonas e paroxítonas. en é prefixo de palavra normalmente escrita com ch: encher,
Ex.: aísanduíchepaís  encharcar, etc .
Quando é precedido por nh, a vogal i tônica não será acen-
tuada: rainha, bainha. Emprego de S ou Z
Os encontros silábicos são divididos em: Emprega-se a Letra S
 Ditongo : há uma vogal e uma semivogal e ficam na mes-
ma sílaba quando ocorre divisão sil ábica: coração, água. Nos sufixos ês, esa e isa, quando usados na formação de
palavras que indiquem nacionalidade, profissão, títulos, etc.:
 Hiato: há duas vogais e ficam em sílabas diferentes quan-
do ocorre divisão silábica: saúde, moeda. chinês/ chinesa, português/portuguesa, poetisa.
poetisa.
Tritongo: há uma vogal e duas semivogais que ficam, por- Nos sufixos oso e osa: receoso, gelatinosa.
gelatinosa.
tanto, na mesma sílaba quando ocorre divisão silábica: Uru- Emprega-se a Letra Z
 guai, quais. Nos sufixos ez  e eza, usados para formar substantivos
 
   
Acento Diferencial derivados de adjetivos: beleza, insensatez.  
Em alguns casos, o acento serve para diferenciar palavras Hífen  
com grafia semelhante. Observe os casos a seguir:

Existem várias regras de emprego do hífen. A fim de fa-  
O verbo  pôr   é acentuado para diferenciar-se da prep- cilitar a memorização, estudaremos as regras principais e, em 
osição por . seguida, as regras impostas pela Nova Ortografia.
 
 
Ex.: Vou pôr  minhas
 minhas coisas no carro. Usa-se o hífen:
 A lista foi feita por  mim.
 mim. Para ligar os elementos das palavras compostas por justa-
A forma verbal pôde (pretérito imperfeito) é acentuada posição que não sofreram alterações
alterações na tonicidade ou grafia.
para diferenciar-se da forma verbal pode (presente do indic- Ex.: Beija-flor, cirurgião-dentista, guarda-chuva, sex-
ativo). ta-feira.
Ex.: No ano passado ele não pôde comparecer ao evento.

Para separar os elementos dos adjetivos compostos. Í   

 Se você quiser, pode ficar com esse vestido. Ex.: Azul-
 Azul-tur
turques
quesa,
a, latin
latino-am
o-americ
ericano,
ano, cor
cor-de
-de-ro
-rosa.
sa.
 G 
 U 
Os verbos ter  e
 e vir , na 3º pessoa do plural, são acentuadas N as
as palavras iniciadas pelos prefixos além, aquém, pós,

para diferenciarem-se
diferenciarem-se da 3ª pessoa do singular.

ré, pró, recém, sem e vice.  O 
Ex.: Ele vem almoçar mais cedo hoje.

Vice-reitor, sem-terra, pós-graduação, além-mar. T 
Eles vêm todo ano para as férias.
 U 
Os prefixos  pré e  pró, quando assumem a forma átona, não  G 
Ele tem medo do resultado dos exames.
 U 
exigem o uso do hífen: pre
 premeti
metidad
dado,
o, pospo
pospor.r. E 
Eles têm muita coisa para fazer.
 S 
Para ligar os pronomes oblíquos aos verbos nos casos de

Ortografia ênclise e mesóclise.


Ex.: Peça-lhe, saber-se-ia.
Sabendo que há fonemas que podem ser representados
por letras diferentes, é comum haver dúvidas em alguns casos. Porquê, Por Quê, Porque e Por Que
Grafia: representação escrita de uma palavra. Embora na fala não seja possível identificar diferenças, ex-
Ortografia : conjunto de normas que estabelece a grafia istem quatro maneiras diferentes de escrever a mesma palavra. 15
correta de cada palavra. Cada uma delas é utilizada em um caso específico. Observe:
Por que
16 Utilizado nas orações interrogativas, sejam elas diretas ou
indiretas.
Ex.: Por que o resultado da prova demora tanto? 
Gostaria de perguntar por que você não gosta dele.
Sempre que depois da expressão puder ser empregada a
   A
palavra motivo.
   S Ex.: Não sei por que cheguei atrasada.
   E
   U Quando a expressão puder ser substituída por para que ou
   G
   U  pelo qual .
   T
   R
   O Ex.: O caminho por que passei foi interditado.
   P
   A
   U
Por quê
   G Quando for a última palavra da frase, o pronome que de-
   N
    Í
   L verá ser acentuado.
Ex.: Ficou triste sem entender por quê.
Você não vai à festa? Por quê? 
Porque
Utilizado quando a expressão puder ser substituída por
    pois  ou
 ou para que.
  
   Ex.: Não falei nada  porque sabia que não iria acreditar
     em mim.
  
     Porquê
  
  
   Utilizado quando assumir o papel de substantivo, sendo
   precedido por artigo e puder ser substituída por motivo.
     Ex.: O candidato não quis explicar o porquê da renúncia.

ANOTAÇÕES
4. Emprego das Classes de Palavras Coletivo
São substantivos comuns que, apesar de estarem no singular,
indicam mais de um ser da mesma espécie.
4. 1. Substantivo Exs.: Enxame: grupo de insetos.
Todos os seres recebem nomes, e este nome é a classe gramat-  Manada: grupo de búfalos, elefantes ou cavalos.
ical chamada substantivo. Os substantivos nomeiam os seres:  Século: período de cem anos.
pessoas, objetos, fenômenos, sentimentos, qualidades, lugares ou Relação de Alguns Substantivos Coletivos
ações. Observe os exemplos:
▷ Acervo: bens patrimoniais, obras de arte;
Exs.: ▷ Alavão: ovelhas leiteiras;
O carro está estacionado na rua. ▷ Álbum: fotografias, selos;
objeto lugar ▷ Alcateia: lobos, feras;
Estava cansada da corrida. Antologia: reunião de textos literários;

  ação ▷ Armada: navios de guerra;
 A sinceridade é uma virtude desejável nos amigos.
▷ Arquipélago: ilhas;
qualidade ▷ Arsenal: armas;
 A chuva nos obrigou a cancelar, com tristeza , a festa na piscina.
▷ Assembleia: parlamentares, membros de asso-
fenômeno estado ciações;
Atilho: espigas;
Classificação dos Substantivos ▷

▷ Atlas: mapas reunidos em livros;


Os substantivos são classificados em: ▷ Bagagem: objetos de viagem;
Comum ▷ Baixela: utensílios de mesa;
São os substantivos que indicam nomes comuns, como os ▷ Bandeira: garimpeiros, exploradores de minérios;
que aparecem no início deste capítulo: casa, criança, sol. Não ▷ Banca: examinadores, advogados;
indicam nada específico. ▷ Banda: músicos;
Próprio ▷ Bandeira: exploradores;
▷ Bando: aves, ciganos, crianças, salteadores;
São os substantivos que individualizam os seres. Nesta ▷ Batalhão: soldados;
classe estão os nomes próprios:
▷ Bateria: peças de guerra ou de cozinha; instrumen-
▷ Maria Clara tos de percussão;  
▷ Porto Alegre ▷ Biblioteca: livros;    
Boiada: bois;

 
▷ Pernambuco
Boana: peixes miúdos;
 

▷ Japão 
▷ Cabido: cônegos (conselheiros de bispo);
Classificam-se, aqui, os nomes próprios de:
 
▷ Cacho: bananas, uvas, cabelos; 
▷ Pessoas  
▷ Cáfila: camelos;  
▷ Cidades
▷ Cainçalha: cães;
▷ Estados ▷ Cambada: caranguejos, malandros, chaves;
▷ Países ▷ Cancioneiro: canções, de poesias líricas;
▷ Rios ▷ Canzoada: cães;
▷ Ruas ▷ Caravana: viajantes, peregrinos, estudantes;

Í   

Concreto ▷ Cardume: peixes;  G 
 U 
São os substantivos que indicam seres (reais ou imaginários) ▷ Casario: casas; A 

cuja existência é independente de outros seres. ▷ Caterva: desordeiros, vadios;  O 

Ex.: Casa, Brasil, cama, fada. ▷ Choldra: assassinos, malfeitores, canalhas; T 
 U 
Chusma: populares, marinheiros, criados;
 G 

Abstrato
 U 
Cinemateca: filmes;

▷  S 

São os substantivos que indicam seres (reais ou imaginári- ▷ Claque: pessoas pagas para aplaudir;
os) cuja existência depende de outros seres. ▷ Clero: a classe dos clérigos (padres, bispos,
Exs.: Banho: Alguém toma banho. cardeais...);
Cansaço: Alguém fica cansado. ▷ Clientela: clientes de médicos, de advogados;
Felicidade: Alguém fica feliz. ▷ Código: leis;
Portanto, são abstratos os substantivos que indicam senti- ▷ Conciliábulo: feiticeiros, conspiradores; 17
mentos, ações, estados e qualidades. ▷ Concílio: bispos em assembleia;
▷ Conclave cardeais para a eleição do Papa; ▷ Pinacoteca: quadros, telas;
18 ▷ Colmeia: cortiço de abelhas; ▷ Piquete: soldados montados, grevistas;
▷ Confraria: pessoas religiosas;
▷ Plantel: atletas, animais de raça;
▷ Congregação: professores, religiosos;
▷ Conselho: vereadores, diretores, juízes, militares; ▷ Plateia: espectadores;
▷ Consistório: cardeais, sob a presidência do Papa; ▷ Plêiade: poetas, artistas;
   A
   S
▷ Constelação: estrelas; ▷ Pomar: árvores frutíferas;
   E Corja: vadios, tratantes, velhacos, ladrões;
   U
   G

▷ Prole: filhos de um casal;
   U ▷ Coro: anjos, cantores;
   T ▷ Quadrilha: ladrões, bandidos, assaltantes;
   R
   O
▷ Corpo: jurados, eleitores, alunos;
   P ▷ Correição: formigas; ▷ Ramalhete: flores;
   A
   U ▷ Cortiço: abelhas, casas velhas; ▷ Rancho: pessoas em passeio ou jornada, romeiros;
   G
   N
    Í ▷ Elenco: atores, artistas; ▷ Récua: cavalgaduras (bestas de carga);
   L
▷ Enxame: abelhas, insetos; ▷ Rebanho: ovelhas, carneiros, cabras, reses;
▷ Enxoval: roupas e adornos;
▷ Renque: árvores, pessoas ou coisas enfileiradas;
▷ Esquadra: navios de guerra;
▷ Esquadrilha: aviões; ▷ Repertório: peças teatrais ou musicais interpre-
   ▷ Falange: soldados, anjos; tadas por artistas;
  
   ▷ Fato: cabras; ▷ Resma: quinhentas folhas de papel;
     ▷ Fauna: animais de uma região; Réstia: cebolas, alhos;
   Feixe: lenha, capim, varas;

    

▷ Revoada: aves voando;
  
   ▷ Filmoteca: filmes;
  
   ▷ Fornada: pães, tijolos; ▷ Ronda: grupo de soldados que percorre as ruas ga-
rantindo a ordem;
     ▷ Frota: navios mercantes, ônibus;
▷ Galeria: quadros, estátuas; ▷ Rol: lista, relação (de pessoas ou coisas);
▷ Girândola: foguetes, fogos de artifício; ▷ Ror: grande quantidade de coisas;
▷ Grei: gado miúdo, paroquianos, políticos; ▷ Roda: pessoas, amigos;
▷ Hemeroteca: jornais, revistas;
▷ Hostes: inimigos, soldados; ▷ Romanceiro: conjunto de poesias narrativas;
▷ Irmandade: membros de associações religiosas ou ▷ Súcia: pessoas desonestas, velhacos, patifes;
beneficentes; ▷ Sínodo: párocos (sacerdotes, vigários);
▷ Junta: médicos, credores, examinadores; ▷ Tertúlia: amigos, intelectuais em reunião;
▷ Júri: jurados;
▷ Talha: lenha;
▷ Legião: anjos, soldados, demônios;
▷ Magote: pessoas, coisas; ▷ Tríade: conjunto de três pessoas ou três coisas;
▷ Malta: desordeiros, ladrões, bandidos, capoeiras; ▷ Tríduo: período de três dias;
▷ Mapoteca: mapas; ▷ Tripulação: aeroviários, marinheiros;
▷ Matilha: cães de caça; ▷ Tropilha: cavalos;
▷ Matula: desordeiros, vagabundos, vadios;
▷ Tropa: muares;
▷ Magote: pessoas, coisas;
▷ Manada: bois, búfalos, elefantes, porcos; ▷ Trouxa: roupas;
▷ Maquinaria: máquinas; ▷ Turma: estudantes, trabalhadores;
▷ Miríade: astros, insetos, anjos; ▷ Vara: porcos;
▷ Molho: chaves, verdura, capim; ▷ Vocabulário: palavras.
Multidão: pessoas;

▷ Ninhada: pintos;
Flexão do Substantivo
O substantivo é uma classe variável. Ou seja: os nomes sof-
▷ Nuvem: gafanhotos, mosquitos, poeira; rem alterações (variações) para indicar gênero, número e grau.
▷ Panapaná: borboletas em bando migratório; Exs.:
▷ Pelotão: soldados;  gato ( substantivo masculino)
 gata ( mudança de gênero: feminino)
▷ Penca: bananas, chaves, frutos;  gatinha ( mudança de grau: diminutivo)
▷ Pente: balas de arma automática;  gatão ( mudança de grau: aumentativo)
A alteração do substantivo para formar o feminino não Comuns de Dois Gêneros
ocorre em todos os casos e nem sempre da mesma maneira. São substantivos que utilizam a mesma forma para indicar
Acontecerá nos substantivos biformes, que são os que apre-
sentam uma forma para o masculino e outra para o feminino. tanto o masculino quanto o feminino. A diferença, nesse caso,
é o artigo, que será variável para indicar o sexo:
Formação do Feminino Exs.: O colega;
Nos substantivos biformes, alguns casos, por indicarem  A colega;
nomes de seres vivos, geralmente indicam o sexo ao qual per- O chefe;
tence o ser, apresentando uma forma para o masculino e outra  A chefe.
para o feminino.
Exs.: menino – menina Mudança de Gênero com Mudança de Sentido
leão – leoa Em alguns casos, a mudança de gênero implicará na mu-
O feminino pode ser formado de diferentes formas: dança de sentido do substantivo.
Alterando a terminação o por a: Exs.: O moral: ânimo;
Ex.: aluno – aluna.  A moral: caráter;
Alterando a terminação e por a: O capital: valores (bens ou dinheiro);
Ex.: mestre – mestra.  A capital: cidade;
Acrescentando a no final da palavra: O cabeça: líder;
Ex.:  português – portuguesa.
 A cabeça: parte do corpo;
Alterando a terminação ão por ã, oa ou ona:
Exs.: aldeão – aldeã; O grama: unidade de medida de peso;
varão – varoa;  A grama: planta rasteira;
comilão – comilona. O rádio: aparelho sonoro;
Acrescentando esa, essa, isa, ina ou triz:  A rádio: estação;
Exs.: barão – baronesa;
ator – atriz. 4. 2. Artigo
Em alguns casos, o feminino é indicado com uma palavra
diferente: Observe a oração a seguir:
Exs.: homem – mulher; Ex.: Uma ligação mudou meu dia: era o médico de minha
carneiro – ovelha. mãe, dizendo que eu podia buscá-la.
O artigo é um nome que acompanha o substantivo, de-
Substantivos Uniformes finindo-o. Observe que no primeiro caso destacado, o artigo
 
Em alguns casos, há apenas um substantivo para indicar indefine o substantivo, mostrando que é uma ligação como
   
tanto o sexo feminino quanto o masculino. Esses substantivos qualquer outra, nada específico. Já no segundo caso temos um
 
classificam-se em:  
artigo definido, especificando a pessoa: não era um médico in- 
Epicenos determinado, mas o médico específico.  
São os substantivos uniformes que indicam nomes de ani- Observa-se, portanto, que o artigo classifica-se em defini-

 
mais e para especificar o sexo, utiliza-se macho ou fêmea. do ou indefinido.
 
Exs.: a girafa fêmea;
Artigo definido: utilizado para especificar o substantivo
a girafa macho.
- o, a, os, as.
Sobrecomuns Ex.:  A encomenda chegou.
São substantivos uniformes que indicam tanto masculino Artigo indefinido: utilizado para apresentar o substantivo
quanto feminino. A identificação do sexo correspondente se

como algo não específico, como parte de um grupo, e não um
Í   

dará através do contexto.
 G 
ser determinado.
 U 
Ex.: o indivíduo ( homem ou mulher).

Criança de oito anos comove público ao competir em tri- Ex.: Encontrei uma vizinha na festa. P 
 O 

atlo carregando irmão deficiente. Combinações e Contrações dos Artigos

 U 
Comovente a atitude de Noah Aldrich, de 8 anos, que não Preposições Artigos
 G 
 U 
queria participar sozinho de uma competição de triatlo in- E 
o, os a, as um, uns uma, umas
 S 
fantil nos Estados Unidos e resolveu levar o irmão caçula,

Lucas, de 6 anos, com ele. Porém, Lucas sofre de deficiência a ao, aos à, às - -
cerebral, que o impede de andar ou falar. Noah se preparou duma,
durante três meses para as provas de natação, corrida e de do, dos da, das dum, duns
dumas
ciclismo e usou um carrinho, uma bicicleta e um pequeno numa,
bote adaptado para que Lucas pudesse acompanhá-lo. em no, nos na, nas num, nuns
numas
Fonte: http://amazonrunners1.blogspot.com.br/2014/07/menino-de-
19
oito-anos-comove-publico-ao.html (adaptado) por (per) pelo, pelos pela, pelas - -
▷ Título: no centro da folha, em caixa alta. • Ensaio
44 ▷ Texto: É um texto com caráter também didático, em que são ex-
» Identificação do emissor. postas ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito
» O verbo atestar ou declarar deve aparecer no de certo tema. É caracterizado pela defesa de um ponto de
presente do indicativo, terceira pessoal do sin- vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosóf-
gular ou do plural. ico, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem
   A » Finalidade do documento: em geral, costuma-se a necessidade de comprovação científica.
   S usar o termo “para os devidos fins”. Também se
   E História em Quadrinhos
   U pode especificar: “para fins de trabalho”, “para fins
   G
   U escolares”, etc. É um gênero narrativo que consiste em contar algo por
   T
   R
» Nome e dados de identificação do interessado. meio de pequenos quadros. Pode haver diálogos diretos en-
   O
   P
» Citação do fato a ser atestado.
tre personagens. É caracterizado pela linguagem verbal e não
   A
   U verbal.
   G ▷   Local e data: deve-se escrevê-lo a cerca de três
   N
    Í linhas do texto. Notícia
   L
Editorial É um texto em que podem aparecer características nar-
É um gênero textual dissertativo-argumentativo que apre- rativas e descritivas. Conta-se como ocorreu um determina-
senta o posicionamento de uma empresa, revista, jornal sobre do fato. Aparecem as seguintes informações: o que ocorreu,
determinado assunto. como, quando, onde e quem estava envolvido.
   Entrevista Ofício
  
   É um gênero textual em que aparece o diálogo entre o O ofício tem o objetivo de informar, propor convênios,
     entrevistador e o(s) entrevistado(s), para obter informações ajustes, acordos, encaminhar documentos, solicitar providên-
   sobre o entrevistado ou algum assunto. Podem aparecer ele- cias e/ou informações.
     mentos expositivos, argumentativos e narrativos.
  
   É uma correspondência que pode ser dirigida tanto ao
  
   Edital Poder Público quanto a particulares.
     É um documento em que são apresentados avisos, ci- Formatação:
tações, determinações. ▷ Papel timbrado;
São diversos os tipos de editais, de acordo com o objetivo:
pode comunicar uma citação, um proclame, um contrato, uma ▷ Número de ordem na margem superior esquerda;
exoneração, uma licitação de obras, serviços, tomada de preço, ▷ Local e data na mesma linha do número de ordem,
etc. ao lado direito;
Entre eles, os editais mais comuns são os de concursos pú- ▷ Vocativo (a forma de se dirigir à pessoa a que se
blicos, que determinam as etapas dos processos seletivos e as destina a correspondência);
competências necessárias para a sua execução. ▷ O texto pode ser dividido em parágrafos;
Gêneros Literários ▷ Fecho;
Os gêneros literários costumam ser cobrados em algumas ▷ Assinatura e cargo do remetente;
provas. É importante saber que há a presença tanto da lingua- ▷ Endereçamento.
gem denotativa quanto da conotativa. Geralmente, as provas
trazem fragmentos de textos. Alguns gêneros mais cobrados Parecer
são: novela, conto, fábula, crônica, ensaio. O parecer é o pronunciamento fundamentado, com caráter
• Novela opinativo, de autoria de comissão ou de relator, snobre matéria
É um texto narrativo longo, em que são narradas várias sujeita a seu exame.
histórias. Sempre há uma história principal que caracteriza Partes de um parecer:
esse gênero. Exemplos: O Alienista, de Machado de Assis, e A ▷ Designação: número do processo, no centro superior
Metamorfose, de Kafka. do papel. Não é um item obrigatório.
• Conto ▷ Título: denominação do ato, seguido de numeração
É um texto narrativo curto, em que há, geralmente, um (Parecer nº).
enredo (uma história) e poucos personagens. ▷ Ementa: resumo do assunto do parecer, de maneira
• Fábula concisa, a dois espaços do título.
É um texto narrativo em que há uma história curta que ▷ Texto: introdução (histórico); esclarecimentos
termina com uma lição de moral. Geralmente, há a personi- (análise do fato); conclusão do assunto.
ficação, pois há personagens que não são humanos (animais, ▷ Fecho: compreende: local e/ou denominação do
objetos) que adquirem características humanas. órgão (sigla);
• Crônica » Data;
É uma narrativa breve, relacionada ao cotidiano. Pode ter » Assinatura (nome e cargo de quem emite o
um tom humorístico ou reflexivo (presença de críticas). parecer).
Propaganda 4) Fecho, utilizando as fórmulas usuais de cortesia, como
Caracterizado como um texto expositivo, o objetivo é as do ofício.
propagar informações sobre algo, para influenciar o leitor com 5) Local e data, por extenso.
mensagens que despertam as emoções e a sensibilidade. 6) Assinatura, nome e cargo ou função do signatário.
7) Anexos, complementando o Relatório, com material
Poema ilustrativo e/ou ocumental.
É um texto estruturado em versos (linhas) e pode também Classificação de Relatórios:
ter estrofes (conjunto de linhas). É muito comum haver a de- ▷ Informativo: aborda um problema ou situação e
scrição e a narração. oferece informações.
Reportagem ▷ Reativo: aborda um problema, examina as causas e
É um gênero textual que pertence à esfera jornalística e as consequências e oferece sugestões.
tem um caráter dissertativo-expositivo. A reportagem tem, ▷ Conclusivo: aborda um problema ou situação e
por objetivo, informar e levar os fatos ao leitor de uma maneira oferece conclusões.
concisa, clara, e direta. Portaria
Requerimento É um ato pelo qual as autoridades competentes determi-
O requerimento é o instrumento por meio do qual o sig- nam providências de caráter administrativo, dão instruções
natário pede, a uma autoridade, algo que lhe pareça justo ou le- sobre a execução de leis e de serviços, definem situações
gal. Qualquer pessoa que tenha interesse no serviço público pode funcionais e aplicam medidas de ordem disciplinar.
valer-se de um requerimento, que será dirigido a uma autoridade Partes:
competente para conhecer, analisar e solucionar o caso, podendo ▷ Numeração (classificação): número do ato e data de
ser escrito ou datilografado (digitado). expedição.
Os elementos constitutivos do requerimento são: ▷ Título: denominação completa de autoridade que
▷ Vocativo: indica a autoridade a quem se dirige a co- expede o ato.
municação (alinhado à esquerda, sem parágrafo, ▷ Fundamentação: citação da legislação básica em
identificando a autoridade e não a pessoa em si; que a autoridade apoia sua decisão, seguida do ter-
▷ Texto: nome do requerente (letras maiúsculas), quali- mo resolve.
ficação, objeto do requerimento; ▷ Texto: desenvolvimento do assunto.
▷ Fecho: pede deferimento, espera deferimento, ▷ Assinatura: nome da autoridade que expede o ato.
aguarda deferimento;
▷ Local e data; ANOTAÇÕES  
▷ Assinatura.    
Relatório
 
 
Relatório é um documento em que se faz uma descrição 
de fatos, analisados com o objetivo de orientar o serviço in-  
teressado ou o superior imediato para possíveis ações a serem 
tomadas.
 
 
É, em última análise, a exposição circunstanciada de ativ-
idades levadas a termo por funcionário, no desempenho das
funções do cargo que exerce, ou por ordem de autoridade su-
perior.
É geralmente feito para expor: L 
Situações de serviço;
Í   


 G 
▷ Resultados de exames;  U 

▷ Eventos ocorridos em relação a planejamento; P 
 O 
▷ Prestação de contas ao término de um exercício etc. R 

Suas partes componentes são:
 U 
 G 
1) Título (a palavra RELATÓRIO), em letras maiúsculas.
 U 

2) Vocativo: a palavra Senhor(a), seguida do cargo do
 S 

destinatário, e de vírgula.
3) Texto paragrafado, composto de introdução, desen-
volvimento e conclusão.
Introdução: enuncia-se o propósito do relatório;
Desenvolvimento: corpo do relatório - a exposição dos fatos;
Conclusão: o resultado ou síntese do trabalho, bem como a 45
recomendação de providências cabíveis.
46
8. Redação de Correspondências As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Sen-
hor, seguido do cargo respectivo:
Oficiais Senhor Senador,
Senhor Juiz,
O texto é um documento que pertence à administração
pública, por isso seu caráter oficial. Portanto, deve ser escrito de Senhor Ministro,
maneira formal e impessoal. Senhor Governador,
   A O emissor da mensagem na redação oficial representa No envelope, o endereçamento das comunicações dirigi-
   S
   E
   U o Poder Público, e não o cidadão que a emite. O receptor das às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a se-
   G da mensagem será um órgão pertencente à administração guinte forma:
   U
   T
   R pública ou os cidadãos de modo geral. A Sua Excelência o Senhor
   O
   P Fulano de Tal
   A
   U
Pronomes de Tratamento Ministro de Estado da Justiça
   G Os pronomes de tratamento são tradicionais e apresenta-
   N
    Í 70064-900 – Brasília. DF
   L dos pelo Manual de Redação da Presidência da República:

A Sua Excelência o Senhor


a) do Poder Executivo;
Senador Fulano de Tal
Presidente da República;
Vice-Presidente da República; Senado Federal
   70165-900 – Brasília. DF
  
  
Ministros de Estado;
Governadores e Vice-Governa-
     dores de Estado e do Distrito
   Federal;
A Sua Excelência o Senhor
     Oficiais-Generais das Forças Fulano de Tal
  
  
  
  
Armadas;
Embaixadores;
Juiz de Direito da 10a Vara Cível
Rua ABC, no 123
     Secretários-Executivos de
01010-000 – São Paulo. SP
Ministérios e demais ocupantes de
cargos de natureza especial; Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e
Secretários de Estado dos Gover- para particulares. O vocativo adequado é:
nos Estaduais; Senhor Fulano de Tal,
Prefeitos Municipais.
Vossa Excelência (...)
b) do Poder Legislativo: No envelope, deve constar do endereçamento:
Deputados Federais e Senadores; Ao Senhor
Ministro do Tribunal de Contas da Fulano de Tal
União;
Deputados Estaduais e Distritais;
Rua ABC, no 123
Conselheiros dos Tribunais de 12345-000 – Curitiba. PR
Contas Estaduais;
Presidentes das Câmaras Legislati-
vas Municipais. Fecho
O fecho da correspondência oficial respeitará os dois mod-
c) do Poder Judiciário: elos a seguir:
Ministros dos Tribunais Superiores;
 Respeitosamente, quando se dirigir a autoridades
Membros de Tribunais;
de hierarquia superior;
Juízes;
Auditores da Justiça Militar.  Atenciosamente , quando se dirigir a autoridades de
hierarquia igual ou inferior.

Senhor Demais cargos Adequação da Linguagem


A linguagem do texto oficial, mais do que qualquer outro
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas tipo de comunicação, tem a obrigatoriedade de ser clara para
aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do car- qualquer cidadão, considerando que se trata de textos de inter-
go respectivo: esse público. Por isso, a interpretação dos mesmos não pode
gerar dúvidas. Deve-se priorizar o texto direto, claro e conciso. O
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
texto técnico só deverá ser utilizado quando necessário e quan-
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, do o destinatário puder compreendê-lo. Quando um oficio for
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal dirigido ao cidadão comum, deverá ser compreendido por todos
Federal. os públicos.
Abreviaturas e Siglas Ofício e Aviso
Algumas abreviaturas e siglas comumente utilizadas na O Ofício e o Aviso são modalidades de comunicação com
prática de redação oficial: estrutura idêntica. A única diferença entre estas é que o aviso é
§ - parágrafo expedido apenas por Ministros de Estado, para autoridades de
AOR - Assessoria de Orçamento e Controle mesma hierarquia, enquanto o ofício é expedido pelas demais
Art.  - artigo autoridades e destinatários, inclusive particulares.
Ascom - Assessoria de Comunicação Social
Asint - Assessoria Internacional De Ministro de Estado para Ministro de Estado, só pode ser
Aspar - Assessoria Parlamentar aviso. De outras autoridades para outras autoridades, o docu-
AUD - Auditoria mento será um ofício.
cf. - confronte Memorando
CN - Congresso Nacional
COR - Corregedoria O memorando é uma modalidade de comunicação oficial
DC - Diretoria Colegiada interna, pois é utilizado apenas entre unidades de um mesmo
DP - Diretor-presidente órgão. A estrutura é a mesma do ofício; a única diferença é que
GAB - Chefia do Gabinete Hídricos o cargo do destinatário deve aparecer no lugar do nome.
i. é. - isto é
O memorando é uma comunicação interna, também ad-
p. - página
p. us. - pouco usado otado por empresas para avisos internos (da diretoria para
PGE - Procuradoria-geral os demais funcionários, por exemplo).
Res. - Resolução do Congresso Nacional
Telegrama
RI da CD - Regimento Interno da Câmara dos Deputados
RI do SF - Regimento Interno do Senado Federal Telegrama é uma mensagem urgente e concisa que deve
SAC - Superintendência de Apoio a Comitês ser enviada em situações em que não for possível o envio via
Saf - Superintendência de Administração e Finanças e-mail ou correios. Por ser uma mensagem com custo elevado
SAS - Superintendência de Conservação de Água e Solo em relação às novas tecnologias, deve ser evitada e enviada
SFI - Superintendência de Fiscalização apenas em urgências.
SGE - Secretaria-geral É uma categoria da Redação Oficial que não tem padrão
SIH - Superintendência de Informações Hidrológicas a ser seguido, devendo obedecer aos padrões estabelecidos  
SOC - Superintendência de Outorga e Cobrança pelos Correios para envio. Obviamente, a clareza e a concisão    
SPP - Superintendência de Programas e Projetos devem fazer parte deste documento.
 
SPR - Superintendência de Planejamento de Recursos  
STC - Superintendência de Tecnologia e Capacitação Correspondência Eletrônica ( E-mail ) 
 
SUM - Superintendência de Usos Múltiplos Por ser a forma de comunicação de menor custo e maior 
 
agilidade, o E-mail tornou-se a ferramenta mais utilizada para
Práticas Textuais de Ofício a comunicação. A linguagem deve seguir o padrão normativo
 
De acordo com o Manual de Redação da Presidência da da Redação Oficial, mas a estrutura tem poucas exigências.
República, existem três tipos de expedientes que se diferen- Sempre que possível deve-se utilizar a ferramenta de confir-
ciam pela finalidade e pela forma, sendo aquela mais impor-
mação de leitura ou solicitar que o destinatário acuse o rece-
tante: o ofício, o aviso e o memorando. A estes três documen-
tos se estabelece o Padrão Oficio, que implica que todos estes bimento. L 
Í   

documentos devem conter: Mensagem
 G 
 U 

 Tipo e número do expediente, seguido da sigla do
A Mensagem é o instrumento de comunicação entre os

órgão que o expede;
 O 
Chefes dos Poderes Públicos. Geralmente são usadas pelo


 Local e data em que foi assinado, por extenso, com  U 
Chefe do Poder Executivo (presidente da República) para in-  G 
alinhamento à direita;  U 
formar o Chefe do Poder Legislativo sobre:

 Assunto;
 S 

 Destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é  Fatos da Administração Pública;


dirigida a comunicação;  Plano de governo;
 Texto;  Submeter ao Congresso nacional matérias que
 Fecho; dependem de liberação de suas Casas;
 Assinatura;  Apresentar veto, 47
 Identificação do signatário.  etc.
Estrutura: Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à ex-
48 posição de motivos, devidamente preenchido, no qual constam:
1. Síntese do problema ou da situação que reclama
providências
2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou
na medida proposta
3. Alternativas existentes às medidas propostas
   A 4. Custos
   S
   E 5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido so-
   U
   G mente se o ato proposto for medida provisória ou pro-
   U
   T  jeto de lei que deva tramitar em regime de urgência)
   R
   O
   P
6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou
   A medida proposta possa vir a tê-lo)
   U 7. Alterações propostas
   G
   N
    Í 8. Síntese do parecer do órgão jurídico
   L

ANOTAÇÕES
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual6.jpg)

    Tipo de expediente e seu número, no início da


  
   margem esquerda;
      Vocativo (pronome de tratamento) com espaça-
   mento de 4 cm abaixo do item anterior;
    
  
    Texto (2 cm após o vocativo);
  
    Local e data, alinhado à margem direita e 2 cm
     após o término do texto.
A Mensagem não traz a identificação do seu signatá-
rio, pois este é subentendido.
Exposição de Motivos
Trata-se do documento dirigido ao Presidente da Repúbli-
ca (ou ao Vice-Presidente), por um Ministro, para:
 Informar.
 Propor medidas.
 Submeter a sua aprovação para determinado
projeto de ato normativo.
Em alguns casos, a exposição de motivos pode ser in-
terministerial – ou seja, envolver mais de um Ministro. Nes-
ses casos, deverá ser assinada por todos os envolvidos.
Estrutura
Por ter motivos distintos, a exposição de motivos pode ter
dois tipos básicos de estrutura:
Quando tiver o objetivo de informar sobre determinado
assunto, seguirá o padrão ofício.
Quando tiver o objetivo de submeter determinado pro-
 jeto à aprovação, deve, obrigatoriamente, seguir o padrão
ofício, levando em consideração a seguinte estrutura:
Ato normativo proposto ou questão a recla-
Introdução: mar medidas;
Justificativas para o ato normativo proposto
Desenvolvimento: ou adoção de determinadas medidas;
Reafirmação do ato normativo proposto ou
Conclusão: questão a reclamar medidas.
tanto, logo, que (= porque), de tal sorte que, de tal forma que, Em outras palavras: se há algum texto ou uma coletânea
haja vista. de textos, eles têm caráter apenas motivador. Portanto, não
Contraste, oposição, restrição : pelo contrário, em con- faça cópias de trechos dos textos, tampouco pense que o tema
traste com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, da redação é o assunto desses textos. É preciso verificar o re-
entretanto, no entanto, embora, apesar de, apesar de que, corte temático, o qual fica evidente no corpo da proposta.
ainda que, mesmo que, posto que, conquanto, se bem que,
por mais que, por menos que, só que, ao passo que, por ou- Gênero
tro lado, em contrapartida, ao contrário do que se pensa, em Neste critério, verifica-se se a produção textual está adequa-
compensação. da à modalidade redacional, ou seja, se o texto expressa o domí-
Contraposição : É possível que... no entanto... nio da linguagem do gênero: narrar, relatar, argumentar, expor,
É certo que... entretanto... descrever ações, etc.
É provável que ... porém... Os concursos públicos, quase em sua totalidade, têm
como gênero textual a dissertação argumentativa ou o texto
Organização de ideias: Em primeiro lugar ..., em segundo
expositivo-argumentativo. Desse modo, a banca avalia a ob-
..., por último ...; por um lado ..., por outro ...; primeiramente,  jetividade e o posicionamento frente ao tema, a articulação
...,em seguida, ..., finalmente, ....
dos argumentos, a consistência e a coerência da argumen-
Enumeração: É preciso considerar que ...; Também não de- tação.
vemos esquecer que ...; Não podemos deixar de lembrar que... Isso significa que há uma valorização quanto do conteú-
Reafirmação/Retomada: Compreende-se, então, que ... do do texto: a opinião, a justificativa dessa opinião e a seleti-
É bom acrescentar ainda que ... vidade de informações sobre o tema.
É interessante reiterar ...
Coerência
Conclusão Neste critério, avalia-se se há atendimento total do coman-
É o último parágrafo. Deve ser breve, contendo em torno do, com informações novas que evidenciam conhecimento de
de cinco linhas. Na conclusão, deve-se retomar o tema e fazer mundo e que atestam excelente articulação entre os aspectos
o fechamento das ideias apresentadas em todo o texto e não exigidos pela proposta, o recorte temático e o gênero textual
somente em relação às ideias contidas no último parágrafo do requisitado. Ou seja, é preciso trazer informações ao texto que
desenvolvimento. não estão disponíveis na proposta. Além disso, é essencial
Pode-se concluir: garantir a progressão textual, quer dizer, seu texto precisa ter
- Fazendo uma síntese das ideias expostas. uma evolução e não pode trazer a mesma informação em to-
- Esclarecendo um posicionamento e/ou questionamento, dos os parágrafos.
desde que coerente, com o desenvolvimento.
- Estabelecendo uma dedução ou demonstrando uma con-
Coesão e Gramática  
Neste critério, percebe-se se há erros gramaticais; se os
   
sequência dos argumentos expostos.  
- Levantando uma hipótese ou uma sugestão coerente períodos estão bem organizados e articulados, com uso de
vocabulário e conectivos adequados; e se os parágrafos estão
 
com as afirmações feitas durante o texto. 
- Apresentando possíveis soluções para os problemas ex- divididos de modo consciente, a fim de garantir a progressão  
postos no desenvolvimento, buscando prováveis resultados. textual. 
 
• Conectores Critérios de Correção da Bancas  
Pode-se iniciar o parágrafo da conclusão com: Cada Banca Examinadora delimita, na publicação do edital
Assim; Assim sendo; Portanto; Mediante os fatos expostos; de abertura de um concurso, que critérios serão utilizados para
Dessa forma; Diante do que foi dito; Resumindo; Em suma; Em corrigir as redações. Por isso, é essencial que se conheça quais
vista disso, pode-se concluir que; Finalmente; Nesse sentido; são esses critérios e como cada Banca os organiza. A seguir,
Com esses dados, conclui-se que; Considerando as informações são apresentados critérios de algumas Bancas. Você perceberá
apresentadas, entende-se que; A partir do que foi discutido. que são predominantemente os mesmos itens; o que muda é a
nota atribuída para cada um e como a proposta é organizada.
Critérios de Correção da Redação

Banca Cespe

para Concursos Públicos



 Ç 
Aspectos Macroestruturais
à 
 O 

Conteúdo 1. Apresentação (legibilidade, respeito às margens e in-


Neste critério, observa-se se há apresentação marcada do dicação de parágrafos) e estrutura textual (organização das
recorte temático, o qual deve nortear o desenvolvimento do ideais em texto estruturado).
texto; se o recorte está contextualizado no texto, por exemplo: 2. Desenvolvimento do tema
quando a proposta propuser uma situação hipotética, ela deve Tópicos da proposta
estar diluída em seu texto. Aspectos Microestruturais
Lembre-se: a proposta não faz parte de seu texto, ou seja, Ortografia
sua produção não pode depender da proposta para ter sentido Morfossintaxe 53
claro e objetivo. Propriedade vocabular
Banca FCC abordado e a cobertura dos tópicos apresentados,
54 valendo, no máximo, 20 (vinte) pontos para cada
O candidato deverá desenvolver texto dissertativo a partir questão, que serão aferidos pelo examinador com
de proposta única, sobre assunto de interesse geral. Conside-
rando que o texto é único, os itens discriminados a seguir serão base nos critérios a seguir indicados:
avaliados em estreita correlação: Conteúdo da resposta (seguem os pontos a deduzir para
Conteúdo  – até 40 (quarenta) pontos: cada questão):
▷ perspectiva adotada no tratamento do tema; Capacidade de argumentação (até 6 )
▷ capacidade de análise e senso crítico em relação ao Sequência lógica do pensamento (até 4 )
tema proposto; Alinhamento ao tema (até 4 )
   O ▷ consistência dos argumentos, clareza e coerência no
    Ã Cobertura dos tópicos apresentados (até 6 )
   Ç seu encadeamento.
   A
   D Obs.: A nota será prejudicada, proporcionalmente, caso Quanto ao uso do idioma: a utilização correta do vocabu-
   E
   R ocorra abordagem tangencial, parcial ou diluída em meio a di- lário e das normas gramaticais, valendo, no máximo, 10 (dez)
vagações e/ou colagem de textos e de questões apresentados pontos para cada questão, que serão aferidos pelo examinador
na prova. com base nos critérios a seguir indicados:
Estrutura  – até 30 (trinta) pontos: Tipos de erro (seguem os pontos a deduzir):
▷ respeito ao gênero solicitado; Aspectos Formais:
▷ progressão textual e encadeamento de ideias; Erros de forma em geral e erros de ortografia (-0,25 cada
▷ articulação de frases e parágrafos (coesão textual). erro)
   Expressão – até 30 (trinta) pontos: Aspectos Gramaticais
  
   A avaliação da expressão não será feita de modo estanque Morfologia, sintaxe de emprego e colocação, sintaxe de
     ou mecânico, mas sim de acordo com sua estreita correlação regência e pontuação (-0,50 cada erro)
   com o conteúdo desenvolvido. A avaliação será feita conside- Aspectos Textuais
    
  
   rando-se: Sintaxe de construção (coesão prejudicada); concordância;
  
   ▷ desempenho linguístico de acordo com o nível de clareza; concisão; unidade temática/estilo; coerência; proprie-
     conhecimento exigido para o cargo/área/especiali- dade vocabular; paralelismo semântico e sintático; paragrafa-
dade; ção (-0,75 cada erro)
▷ adequação do nível de linguagem adotado à produ- Cada linha excedente ao máximo exigido (-0,40)
ção proposta e coerência no uso; Cada linha não escrita, considerando o mínimo exigido
▷ domínio da norma culta formal, com atenção aos (-0,80).
seguintes itens: estrutura sintática de orações e pe- Proposta 01
ríodos, elementos coesivos; concordância verbal e As vendas de automóveis de passeio e de veículos comer-
nominal; pontuação; regência verbal e nominal; em- ciais leves alcançaram 340 706 unidades em junho de 2012,
prego de pronomes; flexão verbal e nominal; uso de alta de 18,75%, em relação a junho de 2011, e de 24,18%, em
tempos e modos verbais; grafia e acentuação. relação a maio de 2012, segundo informou, nesta terça-feira, a
Banca Cesgranrio Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores
(Fenabrave). Segundo a entidade, este é o melhor mês de ju-
A Redação será avaliada conforme os critérios a seguir: nho da história do setor automobilístico.
▷ adequação ao tema proposto; Disponível em: <http://br.financas.yahoo.com>. Acesso em: 3 jul. 2012
▷ adequação ao tipo de texto solicitado; (adaptado).
▷ emprego apropriado de mecanismos de coesão (re- Na capital paulista, o trânsito lento se estendeu por 295
ferenciação, sequenciação e demarcação das partes km às 19 h e superou a marca de 293 km, registrada no dia 10
do texto); de junho de 2009. Na cidade de São Paulo, registrou-se, na
▷ capacidade de selecionar, organizar e relacionar de tarde desta sexta-feira, o maior congestionamento da história,
forma coerente argumentos pertinentes ao tema segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Às 19
proposto; e h, eram 295 km de trânsito lento nas vias monitoradas pela
▷ pleno domínio da modalidade escrita da norma- empresa. O índice superou o registrado no dia 10 de junho de
-padrão (adequação vocabular, ortografia, mor- 2009, quando a CET anotou, às 19 h, 293 km de congestiona-
fologia, sintaxe de concordância, de regência e de mento.
colocação). Disponível em: <http://noticias.terra.com.br>. Acesso em: 03 jul. 2012
(adaptado).
Banca Esaf O governo brasileiro, diante da crise econômica mundial,
A avaliação da prova discursiva abrangerá: decidiu estimular a venda de automóveis e, para tal, reduziu o
▷ Quanto à capacidade de desenvolvimento do imposto sobre produtos industrializados (IPI). Há, no entanto,
tema proposto: a compreensão, o conhecimento, o paralelamente a essa decisão, a preocupação constante com
desenvolvimento e a adequação da argumentação, a o desenvolvimento sustentável, por meio do qual se busca a
conexão e a pertinência, a objetividade e a sequên- promoção de crescimento econômico capaz de incorporar as
cia lógica do pensamento, o alinhamento ao assunto dimensões socioambientais.
Considerando que os textos acima têm caráter unicamen- em livros didáticos, enciclopédias, jornais, revistas (cientí-
te motivador, redija um texto dissertativo sobre sistema de ficas, informativas, etc.).
transporte urbano sustentável, contemplando os seguintes O tipo descritivo está relacionado à caracterização minucio-
aspectos: sa de algo, sem, necessariamente, ter o objetivo de informar ao
▷ Conceito de desenvolvimento sustentável; (valor: leitor. A linguagem utilizada na descrição nem sempre é objetiva
3,0 pontos) ou impessoal, e sua estrutura não obedece necessariamente a
▷ Conflito entre o estímulo à compra de veículos auto- regras.
motores e a promoção da sustentabilidade; (valor:
4,0 pontos) Partes do Texto Dissertativo-Expositivo
▷ Ações de fomento ao transporte urbano sustentável Tipos de Introdução
no Brasil. (valor: 3,0 pontos)
• Introdução Simples
Proposta 02
É uma introdução direta, na qual é exposta apenas a deli-
I mitação do tema.
Venham de onde venham, imigrantes, emigrantes e refu-
giados, cada vez mais unidos em redes sociais, estão aumen- • Introdução com Paráfrase
tando sua capacidade de incidência política sobre uma reivin- A paráfrase é uma reescrita de frases sem que haja altera-
dicação fundamental: serem tratados como cidadãos, em vez ção de sentido. Para que essa reescrita seja coerente, é neces-
de apenas como mão de obra (barata ou de elite). sário que seja mantido o paralelismo semântico. Este tipo de
(Adaptado de: http://observatoriodadiversidade.org.br) introdução geralmente é usado quando o tema da redação é
II uma afirmação.
A intensificação dos fluxos migratórios internacionais das • Introdução com Conceituação
últimas décadas provocou o aumento do número de países Neste tipo de introdução, a autor do texto apresenta seu
orientados a regulamentar a imigração. Os argumentos ale- ponto de vista ou a ideia central por meio da definição de al-
gados não são novos: o medo de uma “invasão migratória”, gum conceito que tenha relação com o núcleo do tema.
os riscos de desemprego para os trabalhadores autóctones, a • Introdução com Indicação do Desenvolvimento
perda da identidade nacional.
São apresentados o tema e os tópicos que serão esclare-
III cidos no desenvolvimento. Numa dissertação-expositiva enu-
Ainda não existe uma legislação internacional sólida sobre meram-se os aspectos que serão relatadas ao longo do texto.
as migrações internacionais. Assim, enquanto que os direitos É muito importante ter atenção com a ordem dessa enu-
relativos ao investimento estrangeiro foram se reforçando cada meração, pois é necessário que ela seja mantida no decorre do
vez mais nas regras estabelecidas para a economia global, pouca desenvolvimento para que se garanta conexão lógica e a pro-
atenção vem sendo dada aos direitos dos trabalhadores.
 
gressividade textual. Além disso, todos os itens enumerados
(II e III adaptados de: http://www.migrante.org.br)
   
devem ser abordados no desenvolvimento.  
Considerando o que se afirma em I, II e III, desenvolva um É imprescindível, também, que se trate cada tópico em um  
texto dissertativo-argumentativo, posicionando-se a respeito parágrafo diferente, porque facilita, para o examinador, a iden- 
do seguinte tema: tificação de que foi redigido tudo o que foi apresentado.  
2. Dissertação Expositiva e

Tipos de Desenvolvimento  
 
O desenvolvimento deve conter a exposição de cada um
Argumentativa dos aspectos enumerados na introdução. Não há uma forma
específica para se escrever esta parte da redação. A continui-
Dissertação Expositiva dade do texto será dada de acordo com a introdução. Ou seja,
a sequência do desenvolvimento deve estar já delimitada no
Na dissertação expositiva, o objetivo do texto é passar co- parágrafo introdutório.
nhecimento para o leitor de maneira clara, imparcial e objetiva. Nunca deixe mencionar tudo o que é solicitado na propos-
Nesse tipo textual, não se faz necessariamente a defesa ta. Se deixar em branco, será atribuída nota zero na correção R 
de uma ideia, pois não há intenção de convencer o leitor, nem da redação. Isso significa que você deve responder ao questio-


criar debate. Trabalha-se o assunto de maneira atemporal. namento, sem se desviar do tema.

 Ç 
à 
Distinção entre Texto Tipos de Conclusão
 O 

Expositivo e Descritivo • Confirmação


É bastante comum que se confunda o texto dissertativo- É a forma mais simples. É feita uma síntese do que foi
-expositivo com o texto descritivo. Vamos à distinção: escrito na redação ou uma confirmação (reforço) da tese que
O texto expositivo tem por objetivo principal informar orientou o texto e foi afirmado na introdução.
com clareza e objetividade. Predomina a linguagem impes- • Solução
soal e objetiva. De forma geral, segue a estrutura da dis- Este tipo é muito usado em pareceres e relatórios, pois há
sertação (introdução, desenvolvimento, conclusão). Como apresentação de solução ou soluções para a tese apresentada 55
exemplo desse tipo de texto, temos aqueles encontrados na introdução.
• Expansão vier — passa a ser entendido como direito essencial à vida em
56 Neste tipo de conclusão, usa-se o melhor argumento ou a comunidade assentada nos princípios da cidadania.
melhor ideia exposta (no desenvolvimento) e é feita uma co- Em relação ao segundo aspecto (exemplos de ação do Es-
nexão com o desenvolvimento, de forma encerrar a discussão tado na luta pela segurança pública), espera-se que o candida-
ou o assunto. to seja capaz de apontar alguns exemplos da necessária ação
• Finalização do Desenvolvimento do poder público para a conquista e a manutenção do clima de
segurança coletiva nas mais diversas comunidades, sobretudo
O parágrafo de conclusão também pode trazer algum as- as mais vulneráveis. Nesse sentido, basta que o candidato se
pecto relevante sobre o tema, em vez de expor uma “conclu- reporte ao próprio texto motivador, tendo em vista que poli-
   O
são, síntese, expansão ou solução”. ciamento adequado e atendimento às demandas básicas da
    Ã Para que a redação não fique sem fechamento, é recomen-
   Ç
   A
sociedade são faces de uma mesma moeda.
   D dável que se use alguma expressão que indique conclusão, Por fim, no que concerne ao terceiro aspecto (ausência do
   E como: “por fim”, “finalmente”, “por último”, “em último lugar”,
   R poder público e a presença do crime organizado), convém que o
“em conclusão”, etc. candidato faça referência a uma preocupante realidade, por to-
Propostas de Dissertação Expositiva dos sabida: onde há omissão do Estado, a tendência é que esse
vazio seja ocupado por grupos criminosos no atendimento às
Proposta 01 demandas das comunidades. Essa realidade está presente, in-
Convocada pela Defensoria Pública do Rio, a comunidade clusive, em instituições penitenciárias.
do Complexo do Alemão começou a chegar duas horas antes Proposta 02
   do combinado. Enfileiraram-se em busca, principalmente, de
Um relatório do Conselho de Segurança da Organização das
  
   carteiras de identidade e de trabalho, ícones da entrada na
Nações Unidas constatou que 15 mil pessoas viajaram à Síria e
     sociedade formal. Houve duas dúzias de coleta de material
ao Iraque para combater pelo Estado Islâmico e por grupos ex-
   genético para exames de comprovação de paternidade. Fo-
tremistas semelhantes. De acordo com o relatório, essas pessoas
     ram entrevistadas 180 moradoras sobre saúde, maternidade e
  
   violência doméstica. Uma cidadã transexual foi atrás de orien- saíram de mais de 80 países, o que inclui um grupo de países
  
   tação para trocar de nome. Mães pediram tratamento psico- que não havia enfrentado desafios anteriores com relação à Al
Qaeda. Os números reforçam recentes estimativas dos serviços
     lógico para filhos com sintomas de síndrome do pânico. Se-
de inteligência dos Estados Unidos da América sobre o escopo
gundo a presidenta da Associação de Defensores Públicos do
Estado do Rio de Janeiro, “quando conversamos, percebemos do problema dos combatentes estrangeiros, que, conforme o
que a violência permeia o discurso. Mas os moradores têm ou- relatório, se agravou apesar das ações agressivas das forças an-
tras demandas. Denunciam a falta de alguma instituição que titerroristas e das redes mundiais de vigilância. Os números refe-
os defenda da vulnerabilidade”. A agenda dos moradores do rentes ao período iniciado em 2010 são superiores aos números
Alemão envolve cinco ações: moradia, saneamento, educação referentes ao total de combatentes estrangeiros nas fileiras ter-
técnico-profissional, políticas para jovens e espaços de lazer, roristas entre 1990 e 2010 — e continuam crescendo.
Folha de S.Paulo, 1.º/11/2014, p. 10, caderno Mundo 2 (com adaptações).
esporte e cultura.
Flávia Oliveira. Demanda cidadã. In: O Globo, 27/5/2015, p. 28 (com Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter
adaptações). unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca do
Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter tema a seguir.
unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca do A CIVILIZAÇÃO CONTEMPORÂNEA E O TERRORISMO
seguinte tema. Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os se-
SEGURANÇA PÚBLICA: POLÍCIA E POLÍTICAS PÚBLICAS guintes aspectos:
Ao elaborar seu texto, faça o que se pede a seguir. < o 11 de Setembro de 2001 e a nova escalada terrorista;
< Disserte a respeito da segurança como condição para o [valor: 4,00 pontos]
exercício da cidadania. [valor: 25,50 pontos] < o Estado Islâmico: intolerância e agressividade; [valor:
< Dê exemplos de ação do Estado na luta pela segurança 4,00 pontos]
pública. [valor: 25,50 pontos] < a reação mundial ao terrorismo. [valor: 4,00 pontos]
< Discorra acerca da ausência do poder público e a presença • Padrão de Resposta da Banca
do crime organizado. [valor: 25,00 pontos] Espera-se que, relativamente ao primeiro aspecto (O 11 de
• Padrão de Resposta da Banca setembro de 2001 e a nova escalada terrorista), o candidato
Espera-se que, relativamente ao primeiro aspecto propos- mencione o impacto causado em todo o mundo pela ação do
to (a segurança como condição para o exercício da cidadania), terror (Al Qaeda) em território norte-americano, atingindo o
o candidato afirme a impossibilidade real e concreta do pleno prédio do Pentágono, em Washington, e destruindo por com-
exercício da cidadania em um cenário de dramática inseguran- pleto as torres do World Trade Center, em Nova Iorque. A pronta
ça. Tal como dicionarizado, o conceito de cidadania remete ao e vigorosa reação dos EUA (governo Bush) alterou a legislação
“indivíduo que, como membro de um Estado, usufrui de direi- do país, com algum tipo de cerceamento das liberdades, e se
tos civis e políticos garantidos pelo mesmo Estado e desem- estendeu por várias partes do mundo, a começar pela identifica-
penha os deveres que lhe são atribuídos”. Viver em paz, sem ção de países considerados fontes permanentes de ações agres-
o contínuo temor de ser vítima de agressão — venha de onde sivas contra os EUA, definidos como “Eixo do Mal”. Em verdade,
o 11 de setembro de 2001 deu inédita visibilidade ao terrorismo do sistema produtivo conhecido como Revolução Industrial. O
impulsionado pelo fanatismo religioso, que se manifestou em certo é que, em muitos países, ainda não há legislação plena-
outros locais, como, por exemplo, Londres e Madri. mente ativa para controlar o descarte de eletrônicos. No Brasil,
Quanto ao segundo aspecto (Estado Islâmico: intolerância verifica-se reiterada tentativa de burlar a legislação a respeito.
e agressividade), o candidato poderá destacar a intenção do Esse descarte, feito de modo inadequado, agride violentamen-
grupo de instituir um califado muçulmano, com a conquista de te o meio ambiente.
territórios hoje integrantes da Síria e do Iraque, sua absoluta Quanto ao segundo aspecto (a globalização da rota do trá-
subordinação a uma visão estreita e radical do islã, além da fico de resíduos eletrônicos), espera-se que o candidato apon-
chocante violência de seus atos, como a decapitação de pri- te a relação existente entre a globalização da economia e a do
sioneiros, em cenas gravadas e divulgadas pelo mundo afora. tráfico desses resíduos. Em geral, como indicado no texto mo-
Outro direcionamento para o segundo aspecto é o aliciamento tivador, esse descarte criminoso é feito pelas economias mais
de jovens para a luta armada por meio das redes sociais, por desenvolvidas na direção de países periféricos e mais pobres.
exemplo. Relativamente ao terceiro ponto (os lucros gerados pelos
Por fim, o terceiro aspecto a ser focalizado (A reação mun- resíduos e a ação do crime organizado), espera-se que o can-
dial ao terrorismo) deverá levar o candidato a se referir às ma- didato lembre que, devido à falta de monitoramento e à fragili-
nifestações da opinião pública mundial, que tende a repudiar dade da fiscalização, essa atividade ilegal torna-se por demais
maciçamente atitudes dessa natureza, à ação de organismos atraente em termos financeiros, sem maiores riscos para quem
dela se ocupa. É onde entra o crime organizado global, que
internacionais (como a citada ONU) e à reação objetiva de tem se diversificado e investido em resíduos. O próprio texto
muitos países (particularmente os ocidentais, à frente os EUA), motivador deixa transparecer que o descarte do lixo eletrôni-
agindo civil e militarmente para frear a ação terrorista. Além co, tal como visto nos exemplos citados, acaba sendo mais um
disso, ao abordar os aspectos citados no comando da prova, ramo do crime organizado global, integrando a extensa teia
espera-se que o candidato mencione o interesse econômico que envolve lavagem de dinheiro, comércio de armas, tráfico
subjante às atividades terroristas, o que decorre sobretudo do humano, fraudes na área esportiva, avanço ilegal sobre a bio-
interesse por fontes naturais, tais como petróleo e gás natural. diversidade, entre tantos outros.
Proposta 03 Proposta 04
Em um lixão de Gana, carcaças de computadores espalha- Considerando que o contexto que envolve as drogas ilíci-
das em meio a todo o tipo de dejetos chamam a atenção por tas, redija um texto dissertativo que atenda, necessariamente,
etiquetas que identificam sua procedência: delegacias, conse- ao que se pede a seguir:
lhos públicos e até universidades britânicas. O mesmo acon- AS DROGAS ILÍCITAS NA CONTEMPORANEIDADE
tece em lixões da China, com produtos oriundos da Europa ou
> O problema social das drogas ilícitas no mundo contem-
dos Estados Unidos da América (EUA). Já na América Central,
porâneo
 
um navio saído dos EUA passa por países pobres tentando
> O fracasso da política antidrogas militarizada
   
encontrar um terreno que aceite o depósito do que dizem ser  
fertilizante, mas que na verdade são cinzas de produtos ele- > Alternativas à atual política antidrogas  
trônicos. Parte do material, rico em arsênio, chumbo e outras • Padrão de Resposta da Banca 
substâncias tóxicas, é jogado em uma praia do Haiti, outra Espera-se que, em relação ao primeiro item (“O problema
 
parte atirada no oceano. Não tão distante, 353 toneladas de social das drogas ilícitas no mundo contemporâneo”), o can-

 
resíduos de televisores são trazidos dos EUA em contêineres didato aponte as drogas como um grave problema social da  
ao Porto de Navegantes, em Santa Catarina (carga devolvida contemporaneidade. Sem distinção de classes sociais e presente
à origem). em todas elas, o uso de drogas ilícitas instalou-se no interior das
O Globo, 24/8/2015, p. 21 (com adaptações). sociedades, e é, sob muitos aspectos, elemento fundamental
Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter para a desestruturação familiar e para a exacerbação da violên-
unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca do cia. Além disso, contribui decisivamente para o adensamento do
seguinte tema. crime organizado, cuja atuação, cada vez mais, ocorre em escala
LIXO ELETRÔNICO: O PLANETA EM PERIGO global.
No que concerne ao segundo item (“O fracasso da política an-

Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos: E 

< lixo eletrônico: a outra face do desenvolvimento; [valor: tidrogas militarizada”), espera-se que o candidato pondere, por A 
exemplo, que o custo do combate às drogas é elevado, seja no
 Ç 
3,50 pontos] à 
que se refere a vidas humanas, seja no que se refere ao dinheiro
 O 
< a globalização da rota do tráfico de resíduos eletrônicos;
[valor: 3,00 pontos] nele aplicado. Em suma, pode-se afirmar que, se determinados
instrumentos utilizados por cinco décadas não apresentaram re-
< os lucros gerados pelos resíduos e a ação do crime orga- sultados, esses métodos são ineficazes, o que leva à reflexão sobre
nizado. [valor: 3,00 pontos] a conveniência de substituí-los.
• Padrão de Resposta da Banca Por fim, em relação ao terceiro item (“Alternativas à atual
Espera-se que, em relação ao primeiro tópico proposto política antidrogas”), espera-se que o candidato alegue que
(lixo eletrônico: a outra face do desenvolvimento), o candidato estão em marcha atitudes que podem ser uma alternativa in-
identifique nesses resíduos eletrônicos a outra e danosa face teressante à atual política antidrogas militarizada, por exem- 57
do desenvolvimento trazido pelo processo de transformação plo, a rejeição à pulverização pura e simples dos campos de
cultivo de coca, planta da qual é feita a cocaína; a permissão persuasão. Por isso, a coerência entre as ideias e a clareza na
58 para o cultivo de pequenas plantações de coca; a plantação de forma de expressão são elementos fundamentais.
maconha para fins medicinais e, sobretudo, ação de lideranças
políticas (no Brasil, com destaque para o ex-presidente Fer- Estrutura
nando Henrique Cardoso), que defendem a descriminalização A estrutura lógica da dissertação consiste em: introdução
do uso da maconha, a qual distingue claramente o usuário e o (apresenta o tema a ser discutido); desenvolvimento (expõe
traficante. os argumentos e ideias sobre o tema, com fundamento em
Proposta 05 fatos, exemplos, testemunhos e provas do que se pretende
demonstrar); e conclusão (traz o desfecho da redação, com a
   O
Considerando o contexto que envolve as drogas ilícitas, finalidade de reforçar a ideia inicial).
    Ã
   Ç
redija um texto dissertativo que atenda, necessariamente, ao
   A
   D
que se pede a seguir: Parágrafo
   E A MOBILIDADE HUMANA NA MODERNIDADE
   R O parágrafo é uma unidade do todo que é o texto. Perceba
- fatores que levam milhares de pessoas a enfrentar a peri- que a redação trata de um único assunto, que é aquele apre-
gosa travessia do Mediterrâneo sentado no comando. Assim, dividimos o texto em parágrafos
- o dilema moral vivido pela Europa entre receber ou rejei- para que a leitura seja fluida, de acordo com a abordagem re-
tar os imigrantes servada a cada um dos parágrafos.
- o papel da opinião pública internacional na sociedade Elementos Contidos em um Parágrafo
contemporânea
Todo parágrafo possui uma ideia central, que é o tópico
   • Padrão de Resposta da Banca principal. Geralmente, ela se encontra na introdução do pará-
  
   Espera-se que, ao abordar o primeiro item proposto (fa- grafo. Em torno dessa ideia central, temos ideias secundárias
     tores que levam milhares de pessoas a enfrentar a perigosa que dão desenvolvimento ao parágrafo. Vale ressaltar que
   travessia do Mediterrâneo), o candidato enfatize, no mínimo, muitos parágrafos ainda possuem uma conclusão, a qual tem
     dois aspectos determinantes para as atuais levas de milhares como função sintetizar o conteúdo dele.
  
   de imigrantes que buscam, na Europa, as condições elementa-
  
   res de uma vida razoavelmente digna que não mais encontram
Outro elemento não obrigatório, mas de suma importância,
é o termo que faz a relação entre os parágrafos. Geralmente se
     em seus países de origem. De um lado, a fome e a miséria, encontra do segundo parágrafo em diante e objetiva fazer a
quadro que tão bem representa a situação vivida, em larga conexão lógica das ideais presentes em cada parágrafo. Logo,
medida, por habitantes da África subsaariana. De outro, a ação podemos afirmar que um parágrafo adequado possui clareza,
truculenta de governos despóticos e corruptos, além da mul- objetividade, coerência, coesão e conteúdo adequado.
tiplicação de guerras civis, às vezes, ensejando autênticos ge- Quanto ao tamanho dos parágrafos, é importante que haja
nocídios. Especificamente em relação ao Oriente Médio, desta- uma harmonia entre eles. Dessa forma, deve-se redigir pará-
ca-se a caótica realidade experimentada pela Síria, na qual se grafos de tamanhos semelhantes, não necessariamente iguais.
associam um governo ditatorial, rivalidades religiosas levadas Ademais, é importante não fazer parágrafos muito grandes.
ao extremo e a ação implacável do terrorismo. Como cada parágrafo possui uma ideia principal, não se
Em relação ao segundo tópico (o dilema moral vivido pela recomenda escrever um parágrafo com apenas um período
Europa entre receber ou rejeitar os imigrantes), espera-se que ou misturar ideias em um mesmo parágrafo. Dessa maneira, o
o candidato se reporte ao intenso debate travado no âmbito ideal é reservar um parágrafo para cada ideia e(ou) argumen-
da União Europeia, quando alguns membros compreende- tação abordada ou então daquelas contidas na enumeração
ram a imperiosa necessidade de se encontrarem meios para a feita na introdução.
recepção de certo número de imigrantes, como é o caso, por Por fim, vamos novamente às regrinhas básicas: não faça
exemplo, da Alemanha, enquanto outros, particularmente na parágrafos excessivamente longos e confusos, pois o exami-
Europa do Leste, ofereciam resistência explícita ao acolhimen- nador se cansará facilmente e não compreenderá seu texto.
to desses imigrantes. Por outro lado, também não faça parágrafos excessivamente
Por fim, quanto ao terceiro ponto (o papel da opinião pú- curtos, que não contenham o devido desenvolvimento da
blica internacional na sociedade contemporânea), espera-se ideia principal.
que o candidato lembre ser este um elemento definidor da
contemporaneidade: milhares de pessoas saem às ruas e se Exemplos
manifestam, por todos os meios, em face de determinados A seguir, há dois parágrafos que podem servir como intro-
acontecimentos, como atos terroristas e o desespero desses dução de um texto. Pode-se perceber que há uma organização
milhares de imigrantes. Esse fenômeno de participação cida- interna que garante uma leitura rápida e eficaz. Além disso, há
dã tem forçado os governos a tomarem certas atitudes que, dois elementos básicos: a apresentação do assunto e o objetivo
muitas vezes, não se situavam em seu campo de alternativas. do texto.
01. Considera-se a humanização no ambiente de trabalho
Dissertação Argumentativa uma das principais características com a qual a empre-
A dissertação argumentativa consiste na exposição de sa deve preocupar-se a fim de que alcance bons resul-
ideias a respeito de um tema, de forma técnica e impessoal, tados, afinal, o capital humano é o bem mais precioso
com base em raciocínios e argumentações. Tem por objetivo de uma instituição e o responsável por mantê-la ativa
a defesa ou a contestação de um ponto de vista por meio da no mercado em geral. Além disso, a CF tem como um
62 RLM e MATEMÁTICA     

13. Funções, Função Afim e Função Quadrática.............................


...........................................................
..................................
.... 96
Definições, Domínio, Contradomínio e Imagem......... Imagem........................
..............................
...............................
...............................
....................
.....96
96
Raízes..............
.............................
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
...............................
.....................
..... 97
Funções Injetoras, Sobrejetoras e Bijetoras .........................
........................................
..............................
..............................
..........................
........... 97
Funções Crescentes, Decrescentes e Constantes ................................
...............................................
..............................
..........................
........... 97
Funções Inversas e Compostas ....................
...................................
..............................
..............................
..............................
...............................
.....................
..... 97
Função Afim..............
.............................
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
...............................
..........................
.......... 97
Função Quadrática..............
.............................
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
...............................99
................99
14. Função Exponencial
Exponencial e Função
Função Logarítmica ..............................
............................................................
.................................
... 103
Equação e Função Exponencial ..............
.............................
..............................
..............................
..............................
..............................
.........................103
..........103
Equação e Função Logarítmica.........................
........................................
..............................
..............................
..............................
..............................103
...............103
15. Trigonometria .........................................................................................................104
Triângulos ..............
.............................
..............................
..............................
...............................
...............................
..............................
..............................
...........................10
............1044
Trigonometria no Triângulo Retângulo ........................................
.......................................................
..............................
..............................
.................105
..105
Trigonometria num Triângulo Qualquer........................
.......................................
..............................
..............................
..............................
.................105
..105
Medidas dos Ângulos ...............
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
.........................105
..........105
Ciclo Trigonométrico ...............
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
.........................106
..........106
Funções Trigonométricas ...............
..............................
...............................
...............................
..............................
..............................
..............................
.................106
..106
Identidades e Operações Trigonométricas................. ................................
..............................
..............................
...............................
....................107
....107
16. Geometria Plana .....................................................................................................108
Semelhanças de Figuras ...............
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
....................108
.....108
Relações Métricas nos Triângulos............................
............................................
...............................
..............................
..............................
......................108
.......108
Quadriláteros ..............
.............................
..............................
..............................
...............................
...............................
..............................
..............................
......................109
.......109
Polígonos Regulares .............
............................
..............................
...............................
...............................
..............................
..............................
...........................
............ 110
Círculos e Circunferências.........................
........................................
...............................
...............................
..............................
..............................
......................
....... 110
Polígonos Regulares Inscritos e Circunscritos ................. ................................
..............................
..............................
...............................
................ 111
Perímetros e Áreas dos Polígonos e Círculos ....................................
...................................................
..............................
............................113
.............113
17. Geometria Espacial...................................................................................................114
Retas e Planos.............
............................
..............................
..............................
...............................
...............................
..............................
..............................
.......................114
........114
Prismas ................
...............................
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
...............................
................116
116
Cilindro ................
...............................
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
...............................
...............................
...............119
119
Cone Circular...............
Circular..............................
..............................
..............................
...............................
...............................
..............................
..............................
......................120
.......120
Pirâmides ...............
..............................
..............................
..............................
...............................
...............................
..............................
..............................
............................121
.............121
Esfera ..............
.............................
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
..............................
...............................
....................
....123
123
1. Proposições será falsa, e se uma proposição for falsa, a sua negação será
verdadeira.
A matéria é fácil e, com um pouco de concentração, con- Os símbolos da negação são (~) ou ( ) antes da letra que
¬

segue-se aprendê-la e principalmente dominar a matéria e representa


represen ta a proposição.
garantir sua aprovação. Ex.: p: 3 é ímpar;
~p: 3 não é ímpar;
Definições p: 3 é par (outra forma de negar a proposição).
Proposição é uma declaração
declaração   (sentença declarativa, com Lei da dupla negação:
sujeito “definido”, verbo e sentido completo) que pode ser ~(~p) = p, negar uma proposição duas vezes significa vol-
vol-
classificada em
classificada  em valores como verdadeiro e falso. tar para própria proposição:
São exemplos de proposições: q: 2 é par;
p: Daniel é enfermeiro. ~q: 2 não é par;
Q: Leo foi à Argentina. ~(~q): 2 não é ímpar ; portanto;
a: Luiza adora brincar. q: 2 é par.
B: Rosário comprou um carro. Tipos de Proposição
Essas letras “p”, “Q”, “a”, “B”, servem para representar As proposições são de apenas dois tipos, simples ou com-
(simbolizar) as proposições. postas.. A principal diferença entre as proposições simples e as
postas
Valores
Valores Lógicos das Proposições compostas é a presença do conectivo lógico nas
lógico nas proposições
compostas; além disso, tem-se também que as proposições
Uma proposição só pode ser classificada em dois valores
lógicos, que são o Verdadeiro (V) ou o Falso (F), não admi- compostas podem ser divididas, enquanto as proposições
tindo outro valor. simples não. Outro detalhe é que as proposições simples têm
As proposições têm três princípios básicos, sendo um de- apenas um verbo enquanto as compostas têm mais de um
les o princípio fundamental que é: verbo. Observe o quadro para diferenciar mais fácil os dois
tipos de proposição.
Princípio da não contradição: diz
contradição:  diz que uma proposição não
pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo. Simples (at
(atômicas) Compostas (mo
(moleculares)
Os outros dois são: Não tê
têm co
conectivo lólógico Têm co
conectivo ló
lógico
Não po
podem seser di
divididas Podem se
ser di
divididas
Princípio da identidade: diz
identidade:  diz que uma proposição verda-
1 verbo + de 1 verbo
deira sempre será verdadeira e uma falsa sempre será falsa.
Princípio do terceiro excluído: diz
excluído: diz que uma proposição só Conectivo Lógico  
pode ter dois valores lógicos, ou o de verdadeiro ou o de falso, Serve para unir as proposições simples, formando propo-
não existindo um
existindo um terceiro valor.
   
sições compostas. São eles:  
Sentenças Abertas e e: conjunção
e: conjunção (^)  
Quantificadores Lógicos  disjunção ()
ou: disjunção
ou: 
 
ou..., ou: disjunção exclusiva ( )
Existem algumas “sentenças abertas” que aparecem com 
se..., então: condicional ()
 
incógnitas (termo desconhecido),
desconhecido), como por exem
exemplo:
plo: “x + 2 =  
5”, não sendo consideradas proposições, já que não se pode se..., e somente se: bicondicional ( )
classificá-las sem saber o valor de “x”, porém, com o uso dos Alguns autores consideram a negação (~) como um conecti-
quantificadores lógicos,
lógicos , elas tornam-se proposições, uma vez vo, porém aqui não faremos isso, pois os conectivos servem para
que esses quantificadores passam a dar valor ao “x”. formar proposição composta, e a negação faz apenas a mudança
do valor das proposições.
Os quantificadores lógicos são:
O “e” possui alguns sinônimos, que são: “mas”, “porém”,

: para todo; qualquer que seja; todo;

“nem” (nem = e não) e a própria vírgula. O condicional tam-
M

: existe; existe pelo menos um; algum; bém tem alguns sinônimos que são: “portanto”, “quando”,
 e 
M
: não existe; nenhum. “como” e “pois” (pois = condicional invertido. Ex.: A, pois B A 
Ex.:

= B  A). E 
M
 x + 2 = 5 (sentença aberta - não é proposição) Ex.: Á  
 p:  x, x + 2 = 5 (lê-se: existe x tal que, x + 2 =5). Agora é

a: Danilo foi à praia (simples). I  
 C 
 proposição, uma vez que agora é possível classificar a b: Giovanna está brincando (simples).

 proposição como verdadeira, já que sabemos que tem p: Danilo foi a praia se, e somente se  Giovanna estava
um valor de “x” que somado a dois é igual a cinco. brincando (composta).
Negação de Proposição q: se 2 é par, então 3 é ímpar (composta).
(Modificador Lógico) Tabela-V
abela-Verdade
erdade e Conectivos Lógicos
Negar uma proposição significa modificar o seu valor ló- A tabela-verdade nada mais é do que um mecanismo 63
gico, ou seja, se uma proposição é verdadeira, a sua negação usado para dar valor às proposições compostas (que também
serão ou verdadeiras ou falsas), por meio de seus respectivos
64 conectivos.
A primeira coisa que precisamos saber numa tabela-ver-
dade é o seu número de linhas, e que esse depende do número P Q
de proposições simples que compõem a proposição composta.
Número de linhas = 2n, em que “n
“n” é o número de proposições
proposições
simples que compõem a proposição composta. Portanto se hou-
   A ver 3 proposições simples formando a proposição composta então
   C
   I
   T a tabela dessa proposição terá 8 linhas (23 = 8). Esse número de Valor lógico de uma proposição composta por disjunção
    Á
   M linhas da tabela serve para que tenhamos todas as relações possí- (ou) = tabela-verdade da disjunção ( ).
   E
   T veis entre “V” e ”F” das proposições simples. Veja: Uma proposição composta por disjunção só será falsa se
   A
   M todas as suas proposições simples que a compõem forem fal-
P Q R
  e sas, caso contrário
contrário,, a disjunção será verdadeira.
   M V V V Ex.: P  Q
   L
   R V V F
P Q P  Q
V F V
V V V
V F F
V F V
F V V
F V V
F V F
   F F F
  
  
F F V
Representando por meio de conjuntos, temos: P  Q
     F F F
   Observe que temos todas as relações entre os valores lógi-
     cos das proposições, que sejam: as 3 verdadeiras (1ª linha), as
  
   3 falsas (última linha), duas verdadeiras
verdadeiras e uma falsa (2ª, 3ª e 5ª
  
   linhas), e duas falsas e uma verdadeira (4ª, 6ª e 7ª linhas). Nes- P Q
     sa demonstração, temos uma forma prática de como se pode
organizar a tabela, sem se preocupar se foram feitas todas re-
lações entres as proposições.
Valor lógico de uma proposição composta por disjunção
Para o correto preenchimento da tabela, devemos seguir exclusiva (ou, ou) = tabela-verdade da disjunção exclusiva
algumas regras: ().
▷ Comece sempre pelas proposições simples e suas Uma proposição composta por disjunção excluexclusiva
siva só será
negações, se houver; verdadeira
verdade ira se as suas proposições simples que a compõem ti-
▷ Resolva os parênteses, colchetes e chaves, respec- verem valores diferentes, caso contrário, a disjunção exclusiva
tivamente (igual à expressão numérica), se houver; será falsa.
▷ Faça primeiro as conjunções e disjunções, depois os Ex.: P  Q
condicionais e por último os bicondicionais;
▷ A última coluna da tabela deverá ser sempre a P Q P  Q
da proposição toda, conforme as demonstrações V V F
adiante. V F V
O valor lógico de uma proposição composta depende dos F V V
valores lógicos das proposições simples que a compõem assim
como do conectivo utilizado, e é o que veremos a partir de F F F
agora.
Representando por meio de conjuntos, temos: P  Q
Valor lógico de uma proposição composta por conjunção (e)
= tabela-verdade da conjunção ( ).
Uma proposição composta por conjunção só será verda-
deira se todas as suas proposições simples que a compõem P Q
forem verdadeiras,
verdadeiras, caso contrário, a conjunção será falsa.
Ex.: P  Q
P Q P  Q
V V V Valor lógico de uma proposição composta por condicio-
V F F
nal (se, então) = tabela-verdade do condicional ( ).
Uma proposição composta por condicional só será falsa se
F V F
a primeira proposição (também conhecida como antecedente
F F F ou condição suficiente) for verdadeira
verdadeira e a segunda proposição
Representando por meio de conjuntos, temos: P  Q (também conhecida como consequente ou condição neces-
sária) for falsa; nos demais casos, o condicional será sempre Atente-se para o princípio da equivalência. A tabela-ver-
verdadeiro. dade está aí só para demonstrar a igualdade.
Ex.: P  Q Seguem algumas demonstrações das mais importantes:
P Q P  Q P ^ Q = Q ^ P: basta trocar as proposições simples de lugar
– também chamada de recíproca.
V V V
V F F P Q P  Q 
Q P
F V V V V V V
F F V V F F F

Representando por meio de conjuntos, temos: P  


  Q F V F F

Q F F F F
P P  Q = 
Q P
: basta trocar as proposições simples de lugar
– também chamada de recíproca
recíproca..
P Q PvQ QvP
V V V V
V F V V
Valor lógico de uma proposição composta por bicondicio- F V V V
nal (se e somente se) = tabela-verdade do bicondicional ( ). F F F F
Uma proposição composta por bicondicional é verdade
verdadeira
ira
sempre que suas proposições simples que a compõem têm va- P  Q =  Q P: basta trocar as proposições simples de lugar
lores iguais, caso contrário, ela será falsa. - também chamada de recíproca
recíproca..
No bicondicional, “P” e “Q” são ambos suficientes e neces- P  Q = ~P  ~Q : basta negar as proposições simples –
sários ao mesmo tempo. também chamada de contrária
contrária..
Ex.: P  Q P  Q = ~Q  ~P:  troca as proposições simples de lugar e
negam-se – também chamada de contra-positiva
contra-positiva..
P Q P  Q
V V V
P  Q = (P  ~Q)  (~P  Q):  observe aqui a exclusividade
dessa disjunção.
V F F
F V F
P Q ~P ~Q P  ~Q ~P
 Q P Q Q P ~P ~Q
 ~Q~Q (P  ~Q)
 ~P
~Q

F F V (~P  Q)
 
   
Representando por meio de conjuntos, temos: P  Q V V F F F F F F F F F
 
V F F V V F V V V V V
 
P=Q 
F V V F F V V V V V V  
F F V V F F F F F F F 
 
 
P  Q =  Q  P:  basta trocar as proposições simples de
lugar - também chamada de recíproca.
P  Q = ~P  ~Q:  basta negar as proposições simples –
Proposição também chamada de contrária.
Verdadeira quando... Falsa quando... P  Q = ~Q  ~P:  troca as proposições simples de lugar
composta
e negam-se – também chamada de contra- positiva.

P  Q P e Q são verdadeiras Pelo menos uma falsa

M

Pelo menos uma


P  Q = (P  Q)  (Q  P):  observe que é condicional  e 
P  Q P e Q são falsas para os dois lados, por isso bicondicional.
verdadeira
M

(PQ) 

P e Q têm valores P Q ~P ~Q PQ QP PQ QP ~P~Q ~Q~P

P  Q P e Q têm valores iguais (QP)
M
diferentes Á  
V V F F V V V V V V V

P = verdadeiro, q = ver-
I  
P  Q P = verdadeiro e Q = falso
 C 
dadeiro ou P = falso V F F V F V F F F F F

P e Q têm valores F V V F V F F F F F F
P  Q P e Q têm valores iguais
diferentes F F V V V V V V V V V

Equivalências Lógicas P  Q = ~Q  ~P:  troca as proposições simples de lugar e


Duas ou mais proposições compostas são ditas equivalen- nega-se – também chamada de contra-positiva
contra-positiva..
tes quando são formadas pelas mesmas proposições simples e P  Q = ~P  Q: negam-se o antecedente ou mantém o 65
suas tabelas verdades (resultado) são iguais. consequente.
P Q ~P ~Q PQ ~Q~P ~P  Q P Q P  Q ~( 
P  Q
 Q)) P Q
66 V V V F F
V V F F V V V
V F F V F F F V F F V V
F V F V V
F V V F V V V
F F V F F
F F V V V V V
   A
   C
Tautologias, Contradições
   I Equivalências mais importantes e mais cobradas em con-
   T
    Á cursos. e Contingências
   M
   E Tautologia:  proposição composta que é sempre verdadei-
Tautologia: proposição
   T
   A Negação de Proposição Composta ra independente dos valores lógicos das proposições simples
   M
  e São também equivalências lógicas; vejamos algumas delas: que a compõem.
   M
   L
~(P  Q) = ~P ~Q  (Leis De Morgan) (P  Q) (P  Q)
   R Para negar a conjunção, troca-se o conectivo e ( ) por ou P Q P  Q PvQ (P Q)
 (P v Q)
() e negam-se as proposições simples que a compõem.
V V V V V
P Q ~P ~Q P  Q ~ (P Q
 Q)) ~P ~Q V F F V V
F V F V V
   V V F F V F F F F F F V
  
   V F F V F V V Contradição: proposição composta que é sempre falsa, in-
Contradição: proposição
     dependente dos valores lógicos das proposições simples que
   F V V F F V V a compõem.
     ~(P  Q)  P
  
  
F F V V F V V
  
   P Q P  Q ~(P Q
 Q)) ~(P Q)
 P
~(P  Q) = ~P ~Q  (Leis De Morgan)
     Para negar a disjunção, troca-se o conectivo ou ( ) por e
V V V F F
V F V F F
() e negam-se as proposições simples que a compõem.
F V V F F
P Q ~P ~Q P  Q ~ (P Q
 Q)) ~P ~Q F F F V F
Contingência: ocorre quando não é tautologia nem con-
Contingência: ocorre
V V F F V F F tradição. ~(P  Q) P
V F F V V F F P Q P  Q ~(P Q
 Q)) ~(P Q)
 P
V V F V V
F V V F V F F
V F V F F
F F V V F V V F V V F V
F F F V F
~(P  Q) = P ^ ~Q  (Leis De Morgan)
Para negar o condicional, mantém-se o antecedente e ne- Relação entre Todo, Algum e Nenhum
ga-se o consequent
consequente.
e. Também conhecidos como quantificadores universais
P Q ~P ~Q P  Q ~ (P Q
 Q)) ~P ~Q (quantificadores lógicos), eles têm entre si algumas relações
que devemos saber, são elas:
V V F F V F F “Todo A é B” equivale
B” equivale a “nenhum A não é B”,
B”, e vice-versa.
V F F V V F F Ex.: “todo amigo é bom = nenhum amigo não é bom.” 
F V V F V F F “Nenhum A é B” equivale
B” equivale a “todo A não é B”,
B”, e vice-versa.
Ex.: “nenhum aluno é burro = todo aluno não é burro.” 
F F V V F V V
Essas são as duas relações de equivalência mais comuns,
~(P  Q) =  P  Q porém há uma em que utilizamos o ALGUM.
Para negar a disjunção exclusiva, faz-se o bicondicional. “Todo A é B” equivale a “algum B é A”.
“todo professor é aluno = algum aluno é professor.” 
P Q P  Q ~( P Q
 Q)) P  Q

“Todo A é B” tem
B” tem como negação “algum A não é B” e
V V F V V
vice-versa.
V F V F F Ex.: ~(todo estudante tem insônia) = algum estudante
F V V F F não tem insônia.
F F F V V “Algum A é B” tem
B” tem como negação “nenhum A é B” e
B” e vice-versa.
~(P  Q) = (P  Q). Ex.: ~(algum sonho é impossível) = nenhum sonho é im-
Para negar a bicondicional, faz-se a disjunção exclusiva.  possível.
Temos também a representação em forma de conjuntos,  p 2 : Toda bonita é charmosa.
que é:  p 3 : Maria é bonita.
TODO A é B:
c: Portanto, Maria é charmosa.
 p1 : Se é homem, então gosta de futebol.
 p 2 : Mano gosta de futebol.
B A c: Logo, Mano é homem.
Representação dos Argumentos
Os argumentos podem ser representados das seguintes
formas:
ALGUM A é B:

A B

NENHUM A é B:

A B

Tipos de Argumentos
Existem vários tipos de argumento. Vejamos alguns:

Por fim podemos representar as relações da seguinte for- Dedução:


ma: O argumento dedutivo parte de situações gerais para
 
chegar a conclusões particulares. Esta forma de argumento    
é válida quando suas premissas, sendo verdadeiras, forne-
 
Equivalência
cem uma conclusão também verdadeira.  
Ex.:

 p1 : Todo professor é aluno.
Negação
 

 p 2 : Daniel é professor.  
AéB A não é B A não é B
 
TODO ALGUM NENHUM c: Logo, Daniel é aluno.
A não é B AéB AéB
Negação Indução:
O argumento indutivo é o contrário do argumento de-
dutivo, pois parte de informações particulares para chegar a
uma conclusão geral. Quanto mais informações nas premissas,

Equivalência L 
maiores as chances da conclusão estar correta.
M

Ex.:
 e 

2. Argumentos  p1 : Cerveja embriaga.


M

 p 2 : Uísque embriaga.


Os argumentos são uma extensão das proposições, mas
M
 p 3 : Vodca embriaga. Á  
com algumas características e regras próprias. Vejamos isso a T 
c: Portanto, toda bebida alcoólica embriaga.
I  
partir de agora.
 C 

Definições Analogia:
Argumento é um conjunto de proposições, divididas em As analogias são comparações (nem sempre verdadeiras).
premissas (proposições iniciais - hipóteses) e conclusões (pro- Neste caso, partindo de uma situação já conhecida verificamos
verificamos
posições finais - teses). outras desconhecidas, mas semelhantes. Nas analogias, não
Ex.: temos certeza. 67
Ex.:
 p1 : Toda mulher é bonita.  p1 : No Piauí faz calor.
 p 2 : No Ceará faz calor. ficação, uma vez que dependendo do argumento
argumento,, um método
68  p 3 : No Paraná faz calor. ou outro, sempre será mais fácil e principalmente mais rápido.
Falaremos
Falare mos dos métodos por ordem de facilidade:
c: Sendo assim, no Brasil faz calor.
1º método: diagramas
método: diagramas lógicos (ou método dos conjun-
Falácia: tos).
As falácias são falsos argumentos, logicamente inconsistentes, Utilizado sempre que no argumento houver as expressões:
inválidos ou que não provam o que dizem. todo,, algum
todo algum ou
 ou nenhum
nenhum,, e seus respectivos sinônimos.
   A
   C
   I Ex.: Representaremos o que for dito em forma de conjuntos e
   T verificaremos se está correto ou não.
    Á  p1 : Eu passei num concurso público.
   M As representações genéricas são:
   E
   T  p 2 : Você passou num concurso público.
   A TODO A é B:
   M c: Logo, todos vão passar num concurso público.
  e
   M
   L Silogismos:
   R
Tipo de argumento formado por três proposições, sendo B A
duas premissas e uma conclusão. São em sua maioria dedu-
tivos.
Ex.:
 p1 : Todo estudioso passará no concurso. ALGUM A é B:
    p 2 : Beatriz é estudiosa.
  
   c: Portanto, Beatriz passará no concurso.
     A B
   Classificação dos argumentos
     Os argumentos só podem ser classificados em, ou válidos,
  
  
  
  
ou inválidos: NENHUM A é B:
     Válidos ou bem construídos:
Os argumentos são válidos sempre que as premissas B
garantirem a conclusão, ou seja, sempre que a conclusão
for uma consequência obrigatória do seu conjunto de pre- A
missas.
Ex.:
 p1 : Toda mulher é bonita.
 p 2 : Toda bonita é charmosa.
2º método: premissas
método: premissas verdadeiras (proposição simples
 p 3 : Maria é mulher. ou conjunção).
c: Portanto, Maria é bonita e charmosa. Utilizado sempre que não for possível os diagramas lógicos
Veja que, se Maria é mulher, e toda mulher é bonita, e toda e quando nas premissas houver uma proposição simples ou
bonita é charmosa, então Maria só pode ser bonita e charmosa. uma conjunção.
A proposição simples ou a conjunção serão os pontos de
Inválidos ou mal construídos: partida da resolução, já que teremos que considerar todas as
Os argumentos são inválidos sempre que as premissas não premissas verdadeiras e elas – proposição simples ou conjun-
garantirem a conclusão, ou seja, sempre que a conclusão não ção – só admitem um jeito de serem verdadeiras.
for uma consequência obrigatória do seu conjunto de premissas. O método consiste em, considerar todas as premissas
Ex.: como verdadeiras, dar valores às proposições simples que a
 p1 : Todo professor é aluno. compõem e no final avaliar a conclusão; se a conclusão tam-
 p 2 : Daniel é aluno. bém for verdadeira o argumento é válido, porém se a conclu-
c: Logo, Daniel é professor. são for falsa o argumento é inválido.
Note que, se Daniel é aluno, nada garante que ele seja pro- Premissas verdadeiras e conclusão verdadeiras = argu-
fessor, pois o que sabemos é que todo professor é aluno, não mento válido.
o contrário. Premissas verdadeiras e conclusão falsa = argumento in-
Alguns argumentos serão classificados apenas por meio válido.
desse conceito. Fique atento para não perder tempo. Esses dois métodos (1º e 2º) são os mais utilizados para a
resolução das questões de argumento. Cerca de 70% a 80%
Métodos para Classificar das questões serão resolvidas por um desses dois métodos.
3º método: conclusão
método: conclusão falsa (proposição simples, disjun-
os Argumentos ção ou condicional).
Os argumentos nem sempre podem ser classificados da Utilizado sempre que não for possível um dos “dois”
mesma forma, por isso existem os métodos para sua classi- métodos citados anteriormente e quando na conclusão
houver uma proposição simples, uma disjunção ou um con- Neste capítulo, abordaremos inicialmente as questões
dicional. mais simples do raciocínio lógico para uma melhor familiari-
Pelo mesmo motivo do método anterior, a proposição zação com a matéria.
simples, a disjunção ou o condicional serão os pontos de Não existe teoria, somente prática e é com ela que vamos
partida da resolução, já que teremos que considerar a con- trabalhar e aprender.
clusão como sendo falsa e elas – proposição simples, dis-
 junçãoo e condicional
 junçã condic ional – só
s ó admitem
admit em um jeito de
d e serem falsas
fa lsas.. 4. Análise Combinatória
O método consiste em: considerar a conclusão como fal-
sa, dar valores às proposições simples, que a compõem, e su- Neste capítulo você verá as técnicas dos Arranjos, das Com-
por as premissas como verdadeiras, a partir dos valores das binações e saberá quando usar cada uma.
proposições simples da conclusão. No final, se assim ficar – a
conclusão falsa e as premissas verdadeiras
verdadeiras – o argumento será
Definição
inválido; porém se uma das premissas mudar de valor, então o A análise combinatória é utilizada para descobrir o núme-
argumento passa a ser válido. ro de maneiras possíveis de
possíveis  de realizar determinado evento, sem
Conclusão falsa e premissas verdadeiras = argumento in- que seja necessário demonstrar todas essas maneiras.
válido. Ex.: Quantos são os pares formados pelo lançamento de
Conclusão falsa e pelo menos 1 (uma) premissa falsa = ar- dois “ dados 
dados ” simultaneamente? 
gumento válido. No primeiro dado, temos 6 possibilidades – do 1 ao 6 – e,
Para esses dois métodos (2º método e 3º método), po- no segundo dado, também temos 6 possibilidades – do 1
demos definir a validade dos argumentos da seguinte forma: ao 6. Juntando todos os pares formados, temos 36 pares
PREMISSAS CONCLUSÃO ARGUMENTO (6 . 6 = 36).
Verdadeiras Verdadeira Válido (1,1), (1,2), (1,3), (1,4), (1,5), (1,6),
(1 ,6),
Verdadeiras Falsa Inválido (2,1), (2,2), (2,3), (2,4), (2,5), (2,6),
Pelo menos 1 (uma) falsa Falsa Válido (3,1), (3,2), (3,3), (3,4), (3,5), (3,6),
4º método: tabela-verdade.
método: tabela-verdade. (4,1), (4,2), (4,3), (4,4), (4,5), (4,6),
Método utilizado em último caso, quando não for possível (5,1), (5,2), (5,3), (5,4), (5,5), (5,6),
usar qualquer um dos anteriores.
Dependendo da quantidade de proposições simples que (6,1), (6,2), (6,3), (6,4), (6,5), (6,6);
tiver o argumento, esse método fica inviável, pois temos que Logo, temos  36  36 pares.
desenhar a tabela-verdade.
tabela-verdade. No entanto, esse método é um dos Não há necessidade de expor todos os pares formados,
 
mais garantidos nas resoluções das questões de argumentos. basta que saibamos quantos pares são.
   
Consiste em desenhar a tabela-verdade do argumento em  
questão e avaliar se as linhas em que as premissas forem todas Imagine se fossem 4 dados e quiséssemos saber todas as  
verdadeiras
verdadeir as – ao mesmo tempo – a conclusão também será toda quadras possíveis, o resultado seria 1296 quadras. Um núme- 
verdadeira.
verdadeir a. Caso isso ocorra, o argumento será válido, porém se ro inviável de ser representado. Por isso utilizamos a Análise  
em uma das linhas em que as premissas forem todas verdadei- Combinatória.

 
ras e a conclusão for falsa, o argumento será inválido.
inválido. Para resolver as questões de Análise Combinatória, utiliza-
 
Linhas da tabela – verdade em que as premissas são todas mos algumas técnicas, que veremos a partir de agora.
verdadeiras e conclusão, nessas linhas, também todas verda-
deiras = argumento válido. Fatorial
Linhas da tabela – verdade em que as premissas são todas Fatorial de um número (natural e maior que 1) é a mul-
verdadeiras
verdade iras e pelo menos uma conclusão falsa, nessas linhas = tiplicação desse número pelos seus antecessores em ordem R 
argumento inválido.

decrescente (até o número 1). M
Algumas questões de argumento não poderão ser feitas Considerando um número “n” natural maior que 1, defini-
 e 
por nenhum desses métodos apresentados anteriormente,
M
mos o fatorial de “n” (indicado pelo símbolo n!
n!)) como sendo: A 
porém a questão não ficará sem resposta uma vez que co- T 

nhecemos os princípios das proposições. Atribuiremos valor n! = n . (n - 1) . (n - 2) . ... . 4 . 3 . 2 . 1; para n  2
M
Á  
para as proposições simples contidas nas premissas (consi- T 
I  
derando todas as premissas como verdadeiras).
 C 
Ex.: 4! = 4 . 3 . 2 . 1 = 24 A 

6! = 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 720
3. Psicotécnicos 8! = 8 . 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 40320
Questões psicotécnicas são todas as questões em que não Observe que:
precisamos de conhecimento adicional para resolvê-las. As 6! = 6 . 5 . 4! 
questões podem ser de associações lógicas, verdades e men- 8! = 8 . 7 . 6! 
tiras, sequências lógicas, problemas com datas – calendários, Para n = 0, teremos: 0! = 1. 69
sudoku, entre outras. Para n = 1, teremos: 1! = 1.
Princípio Fundamental p = os elementos utilizados.
70 Ex.: salada de fruta.
da Contagem (PFC)
É uma das técnicas mais importantes e uma das mais Permutação
utilizadas nas questões de Análise Combinatória.
O PFC é utilizado nas questões em que os elementos po- Permutação Simples
dem ser repetidos ou ou quando
 quando a ordem dos elementos fizer Usado quando os elementos (envolvidos no cálculo) não
   A podem ser repetidos e  quando a ordem dos elementos faz
   C
   I
diferença no resultado.
   T
    Á Esses “elementos” são os dados das questões, os va- diferença no resultado e quando são utilizados todos os ele-
   M lores envolvidos. mentos do conjunto.
   E
   T Nada mais é do que um caso particular
par ticular de arranjo cujo p = n.
   A Consiste de dois princípios: o multiplicativo e o aditivo
aditivo..
   M Logo:
  e A diferença dos dois consiste nos termos utilizados durante a
   M
   L
resolução das questões.
   R
Multiplicativo: usado sempre que na resolução das ques-
“ e”. Como o próprio nome já diz, fa-
tões utilizarmos o termo “e
remos multiplicaçõe
multiplicações.s.
Aditivo: usado quando utilizarmos o termo “ ou”. Aqui rea-
lizaremos somas.
  
  
   Ex.: Quantas senhas são possíveis com os algarismos 1,
      3, 5 e 7? 
   Como nas senhas os algarismos podem ser repetidos,
      para formar senhas de 3 algarismos temos a seguinte
  
  
  
  
 possibilidade:
 SENHA = Algarismo E Algarismo E Algarismo
     Nº de SENHAS = 4 . 4 . 4 (já que são 4 os algarismos que Assim, a fórmula da permutação é:
temos na questão, e observe o princípio multiplicativo no
uso do “e”). Nº de SENHAS = 64. Pn = n!
Arranjo e Combinação As permutações são muito usadas nas questões de
Duas outras técnicas usadas para resolução de pro- anagramas.
blemas de análise combinatória, sendo importante saber Anagramas: todas as palavras formadas com todas as
quando usa cada uma delas. letras de uma palavra, quer essas novas palavras tenham
Arranjo: usado quando os elementos (envolvidos
Arranjo: (envolvidos no cálcu- sentido ou não na linguagem comum.
lo) não podem ser repetidos e quando a ordem dos elementos Ex.: Quantos anagramas têm a palavra prova? 
faz diferença no resultado
A palavra prov provaa tem 5 letras, e nenhuma repetida, sendo
A fórmula do arranjo é: assim n = 5, e:
P  5  = 5! 
= P  5  = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 
P  5  = 120 anagramas 
Sendo:
Permutação com Elementos Repetidos
n = a todos os elementos do conjunto;
Na permutação com elementos repetidos, usa-se a seguin-
p = os elemento
elementoss utilizados. te fórmula:
Ex.: pódio de competição.
Combinação:: usado quando os elementos (envolvidos no
Combinação
cálculo) não podem ser repetidos e quando a ordem dos ele-
mentos não faz diferença no resultado.
A fórmula da combinação é: Sendo:
n = o número total de elementos do conjunto;
= k, y, w = as quantidades de elementos repetidos.
repetidos.
Ex.: Quantos anagramas têm a palavra concurso? 
Observe que na palavra CONCURSO existem duas letras
Sendo: repetidas, o “C” e o “O”, e cada uma duas vezes, portanto
n = a todos os elementos do conjunto; n = 8, k = 2 e y = 2, agora:
Resumo:

Pn = n!

e = multiplicação
ou = adição
PERMUTAÇÃO
SIM
Princípio
Fundamental
SIM da Contagem
(P.F.C.) São utilizados
todos os ele-
mentos?
ANÁLISE Os elementos
podem ser Arranjo
COMBINATÓRIA repetidos? SIM

=
 
NÃO A ordem dos    
elementos faz a  
diferença?  

 
NÃO 
=
 
Combinação  

Para saber qual das técnicas utilizar basta fazer duas, no Permutações Circulares e
máximo, três perguntas para a questão, veja:

Combinações com Repetição

Os elementos podem ser repetidos?
M
 e 
Se a resposta for sim, deve-se trabalhar com o PFC; se a Casos especiais dentro da Análise Combinatória.
C ombinatória.
M

resposta for não, passe para a próxima pergunta;




Permutação Circular:
Circular: usada quando houver giro horário E 
A  ordem dos elementos faz diferença no resultado da M

questão? ou anti-horário
anti-horário.. Á  

I  
 C 
Se a resposta for sim, trabalha-se com arranjo; se a res-
Pc (n) = (n - 1)!

posta for não, trabalha-se com as combinações (todas as
questões de arranjo podem ser feitas por PFC).
Sendo:
(Opcional): vou utilizar todos os elementos para resolver
a questão? n = o número total de elementos do conjunto;
Para fazer a 3ª pergunta, depende, se a resposta da 1ª for Pc = permutação circular.
não e a 2ª for sim; se a resposta da 3ª for sim, trabalha-se Combinação com Repetição:
Repetição : usada quando p > n ou 71
com as permutações. quando a questão informar que pode haver repetição.
tivo “e” elas serão multiplicadas, e quando for pelo “ou”, elas
72 = = serão somadas.

Sendo:
Eventos Complementares
n = o número total de elementos do conjunto; Dois eventos são ditos complementares
complementares quando
 quando a chance
p = o número de elementos utilizados; do evento ocorrer somado à chance de ele não ocorrer sempre
   A Cr = combinação com repetição. dá 1 (um).
   C
   I
   T
    Á
   M
   E
5. Probabilidade P(A) + P(Ā) = 1
   T
   A Neste capítulo, veremos como é fácil e interessante calcu- Sendo:
   M
lar probabilidade
probabilidade..
  e P(A) = a probabilidade do evento ocorrer;
   M
   L
   R
Definições P(Ā) = a probabilidade do evento não ocorrer.
Disciplina que serve para calcular as chances
chances de
 de determi-
nado evento ocorrer. Casos Especiais de Probabilida
Probabilidade
de
Para o cálculo das probabilidades, temos que saber primeiro 3 A partir de agora veremos algumas situações típicas da
(três) conceitos básicos acerca do tema: probabilidade, que servem para não perdermos tempo na re-
Experimento Aleatório:
Aleatório: é o experimento em que não é
   solução das questões.
  
  
possível garantir o resultado, mesmo que esse seja feito diver-
    
sas vezes nas mesmas condições. Eventos
Eventos Independentes
   Ex.: Lançamento de uma moeda: ao lançarmos uma
Dois ou mais eventos são independentes quando não
     moeda os resultados possíveis são o de cara e o de coroa,
  
   mas não tem como garantir qual será o resultado desse dependem uns dos outros para acontecer, porém ocorrem si-
  
   lançamento. multaneamente.
multaneamen te. Para calcular a probabilidade de dois ou mais
     Ex.: Lançamento de um dado: da mesma forma que a
eventos independentes, basta multiplicar a probabilidade de
moeda, não temos como garantir qual o resultado (1, 2,
 3, 4, 5 e 6) desse lançamento. cada um deles.
Espaço Amostral - ( ) ou (U):
(U): é o conjunto de todos os Ex.: Uma urna tem 30 bolas, sendo 10 vermelhas e 20
resultados possíveis para um experimento aleatório. azuis. Se sortearmos 2 bolas, 1 de cada vez e repondo a
Ex.: Na moeda: o espaço amostral na moeda é  sorteada na urna,
ur na, qual será a probabilidade
probabi lidade de a primei-
prim ei-
 = 2, pois só temos dois resultados possíveis para esse
experimento, que é ou CARA ou COROA. ra ser vermelha e a segunda ser azul? 
Ex.: No “dado” : o espaço amostral no “dado” é
 Sortear uma bola vermelha da urna não depende de uma
U = 6, pois temos do 1 (um) ao 6 (seis), como resultados
 possíveis para esse experimento. bola azul ser sorteada e vice-versa, então a probabilidade
Evento: é o acontecimento – dentro do experimento ale-
Evento:
atório – que se quer determinar a chance de ocorrer. É uma
parte do espaço amostral. da bola ser vermelha é  , e para a bola
bol a ser azul a pro-

Fórmula da Probabilidade babilidade é . Dessa forma, a probabilidade de a pri-


A fórmula da probabilidade nada mais é do que uma razão
entre o evento e o espaço amostral. meira bola ser vermelha e a segunda azul é:

Os valores da probabilidade variam de 0 (0%) a 1 (100%).


Quando a probabilidade é de 0 (0%), diz-se que o evento
é impossível.
Ex.: Chance de você não passar num concurso.
Quando a probabilidade é de 1 (100%), diz-se que o evento
é certo.
Ex.: Chance de você passar num concurso. Probabilidade Condicional
Qualquer outro valor entre 0 e 1, caracteriza-se como a
É a probabilidade de um evento ocorrer sabendo que já
probabilidade de um evento.
Na probabilidade também se usa o PFC, ou seja sempre ocorreu outro, relacionado a esse.
que houver duas ou mais probabilidades ligadas pelo conec- A fórmula para o cálculo dessa probabilidade é:
ANOTAÇÕES

Probabilidade da União de Dois Eventos


Assim como na teoria de conjuntos, faremos a relação com
a fórmula do número de elementos da união de dois conjuntos.
É importante lembrar que “ou” significa união.
A fórmula para o cálculo dessa probabilidade é:

P (A U B) = P (A) + P (B) - P (A  B)

Ex.: Ao lançarmos um dado, qual é a probabilidade de


obtermos um número primo ou um número ímpar? 
Os números primos no dado são 2, 3 e 5, já os números
ímpares no dado são 1, 3 e 5, então os números primos e
ímpares são 3 e 5. Aplicando a fórmula para o cálculo da
 probabilidade fica:

 
   
 
 

 

 
 
Probabilidade Binomial
Essa probabilidade será tratada aqui de forma direta e com
o uso da fórmula. R 

A fórmula para o cálculo dessa probabilidade é:
M
 e 
M



M
Á  

I  
 C 
Sendo:

C = o combinação;
n = o número de repetições do evento;
s = o números de “sucessos” desejados;
73
f = o número de “fracassos”.
74
6. Noções de Estatística Curso
Polícia Federal
Número de Alunos
250
Definições DEPEN
INSS
150
350
Este conteúdo utiliza técnicas para organizar, descrever, Receita Federal 250
analisar, interpretar e apresentar dados, por meio de tabelas, ROL: 150, 250, 250, 350.
gráficos e medidas descritivas.
   A
   C
   I
População: conjunto de elementos com pelo menos uma Tabela de Frequência
   T
    Á
característica em comum. A tabela de frequência serve para organizar dados. A frequên-
   M
   E
Amostra: subconjunto da população, que deve representar cia Absoluta (F.A.) é o valor real do dado e a frequência Relativa
   T a população.
   A (F.R.) é o valor em porcentagem quando comparado ao total.
   M Variável: característica que vai ser observada ou medida
  e Ex.: As idades dos alunos de uma sala são: 12, 13, 13, 14, 11,
   M
ou contada na população. 12, 15, 14, 13, 14, 15, 11, 12, 13, 13, 13, 15, 12, 12, 13. Organizan-
   L Censo: é um conjunto de dados obtidos de todos os mem-
   R do no ROL e na tabela de frequência como fica? 
bros da população. No ROL fica: 11, 11, 12, 12, 12, 12, 12, 13, 13, 13, 13, 13, 13, 13,
Experimento Aleatório: fenômenos que, quando repeti- 14, 14, 14, 15, 15, 15.
dos inúmeras vezes em processos semelhantes, possuem re- Na tabela fica:
sultados imprevisíveis.
As variáveis podem ser quantitativas (discreta ou con- Tabela 02
  
  
  
tínua) ou qualitativas (nominal ou ordinal).
Idade F.A F.R (%) Frequência Acumulada
Quantitativa Discreta: podem assumir apenas alguns va-
    
   lores.
11 2 10 2
     Ex.: Número de filhos.
  
   Quantitativa Contínua: podem assumir infinitos valores.
  
   Ex.: Peso, altura.
12 5 25 7

     Qualitativa Nominal: apenas identifica as categorias. 13 7 35 14


Ex.: Gênero (feminino e masculino).
Qualitativa Ordinal: podem-se ordenar as categorias. 14 3 15 17
Ex.: Grau de instrução.
15 3 15 20
VARIÁVEIS
TOTAL 20 100
QUALITATIVAS QUANTITATIVAS  
Tipos de Frequência
Geralmente, dados isolados são agrupados na forma de
NOMINAIS ORDINAIS DISCRETAS   CONTÍNUAS  tabelas de frequência, que nada mais são do que dados pon-
derados ou agrupados. Existem quatro tipos de frequências:
Apresentação dos Dados Frequência Absoluta Simples f i i )(
Dados Isolados: representam os dados na forma bruta. Frequência Relativa Simplesf  ri ()
Dados Ponderados: consiste uma tabela que contém, para Frequência Acumulada i(F )
cada valor observado, o número de vezes que ele ocorre (fre- Frequência Acumulada Relativa ri(F)
quência), mas não sabemos a quem corresponde cada valor. Ex.: 0, 2, 1, 2, 3, 1, 2, 2, 3, 4
Dados Agrupados: apenas para dados quantitativos.
É uma tabela que contém divisões da variável em estudo
(intervalos) em que é observado o número de vezes que x fi fri Fi Fri
ocorrem os valores contidos nestes intervalos.
0 1 1/10 = 10% 1 10%
Tabelas
Servem para organizar e apresentar os dados coletados, 1 2 2/10 = 20% 3 30%
por meio das variáveis, e facilitar a interpretação dos mesmos.
Os dados obtidos por meio das variáveis também podem 2 4 4/10 = 40% 7 70%
ser organizados no ROL, que nada mais é do que colocar os
dados em ordem crescentes, mesmo que esses sejam ou es- 3 2 2/10 = 20% 9 90%
tejam repetidos.
Ex.: Quantidade de alunos matriculados no Empresa X. 4 1 1/10 = 10% 10 100%
Tabela 01
 10 1 = 100% - -
Quantidade de alunos matriculados por curso na Empresa X
Gráficos Medidas Descritivas
Servem para representar e apresentar os dados coleta- Servem para analisar e interpretar os dados coletados. São
dos. Os gráficos podem ser em barra, coluna, setores (pizzas), separadas em medidas de tendência central e em medidas de
linhas, dentre outros.
dispersão.
Barras
Empresa X Medidas de Tendência Central
São assim chamadas por mostrarem um valor ao redor do
Receita Federal qual se concentram os dados.
INSS
Média Aritmética
DEPEN
É a soma de todos os valores observados divididos pela
Polícia Federal quantidade de valores.
0 50 100 150 200 250 300 350

Número de Alunos
Colunas
Empresa X
400 Ex.: Calcule a média de alunos, por curso, da Empresa X.
350 ROL: 150, 250, 250, 350.
300
250
200 Número de Alunos
150
100
50
0
Receita DEPEN INSS Polícia
Federal Federal
A média aritmética ponderada é calculada por meio do
somatório das multiplicações entre valores e as frequências
Setores  
Empresa X
desses valores divididas pelo somatório dessas frequências.    
Ex.: Calcule a nota final de um aluno cujas notas no 1º, 2º,  
 3º e 4º bimestres foram, respectivamente, 7,0; 6,0; 8,0; 8,0;
 

 sabendo que o peso de cada bimestre ímpar vale 2 e de  
cada bimestre par vale 3. 
 
Receita Federal  
INSS
DEPEN
Polícia Federal



M

Linhas Médias:
 e 
M
Empresa X A 

400 Aritmética Simples (X) E 
M
350
Ex.: 2 e 8.
Á  

300
I  
 C 

250
200 Número de Alunos
150 Propriedades:
100 Se a cada xi (i = 1, 2, ..., n) adicionarmos uma constante real
50 k, a média aritmética fica adicionada de k unidades;
0
Receita DEPEN INSS Polícia Se multiplicarmos cada xi (i = 1, 2, ..., n) por uma constante 75
Federal Federal real k, a média aritmética fica multiplicada por k.
Aritmética Ponderada (XP) Os valores da amostra devem ser colocados em ordem
76 Ex.: Notas de um aluno. crescente;
Se a quantidade de valores da amostra for ímpar, a medi-
Notas Peso ana é o valor central da amostra;
Se a quantidade de valores da amostra for par, é preciso
7,0 1 tirar a média dos valores centrais para calcular a mediana.
Ex.: 3 - 4 - 9 - 6 - 3 - 8 - 2 - 4 - 5 - 6 
   A 6,0 2
   C
   I
   T
    Á 8,0 3
   M
   E
   T 7,5 4
   A
   M
  e Média Ponderada:
   M
   L 4-5-7-2-9
   R
Me = 2 - 45- - 7 - 9
Geométrica (G) Me = 5
Ex.: 2 e 8.
Ex.: Calcule a moda e a mediana:
40 - 44 - 42 - 23 - 36 - 40
Harmônica (H)
   23 - 36 - 40 - 40 - 42 - 44
  
  
Ex.: 2 e 8. Mo = 40
    
  
    
  
  
  
   Moda (Mo)
     É o valor que mais aparece nos dados observados.
Ex.: Determine a moda dos alunos, por curso, da Empre- Medidas de Tendência Central com Da-
 sa X. dos Agrupados na Tabela de Frequência
ROL: 150, 250, 250, 350
M o = 250 São assim chamadas, por mostrarem um valor ao redor do
qual se concentram os dados.
Moda é a medida de tendência central que consiste no val-
or observado com mais frequência em um conjunto de dados. Média Aritmética ( )
Ex.: 6 - 9 - 12 - 9 - 4 - 5 - 9  É a soma de todos os valores observados divididos pela
M o = 9 quantidade de valores.
12 - 13 - 19 - 13 - 14 - 12 - 16 
M o = 12 e 13 (Bimodal)
4 - 29 - 15 - 13 - 18 
Ex.: De acordo com os dados da tabela 2, será:
M o = Não há moda (Amodal)
= (11 + 11 + 12 + 12 + 12 + 12 + 12 + 13 + 13 + 13 + 13 + 13 +
Mediana (Md) 13 + 13 + 14 + 14 + 14 + 15 + 15 + 15) / 20
É o valor que ocupa a posição central (divide os dados ao  = 260 / 20
meio) dos dados observados. = 13 
 A média aritmética ponderada é calculada por meio do
Numa sequência cuja quantidade de valores é ímpar, a  somatório das multiplicações entre valores e as frequências
mediana será o valor do meio (no ROL), já na sequência, cuja desses valores divididas pelo somatório dessas frequências.
quantidade de valores é par, a mediana será a média dos dois De acordo com os dados da tabela é:
valores centrais.
Ex.: Calcule a mediana dos alunos, por curso, da Empresa X.
ROL: 150, 250, 250, 350.

Mediana é uma medida de tendência central que indica


exatamente o valor central de uma amostra de dados.
Moda (Mo): é o valor que mais aparece nos dados obser- Propriedades
vados (o que tem maior F.A). Se a cada xi (i = 1, 2, ... , n) for adicionada uma constante
Ex.: De acordo com os dados já apresentados, a moda é o 13. real k, a variância não se altera.
Mediana (Md): é o valor que ocupa a posição central nos Se cada xi (i = 1, 2, ... , n) for multiplicado por uma constan-
dados observados. te real k, a variância fica multiplicada por k2.
Ex.: A mediana no exemplo já visto é o 13 também, visto
que ele ocupa a 10ª e a 11ª posições (sequência com uma Desvio Padrão
quantidade par de elementos) É a raiz quadrada da variância.
Obs.: Na tabela, olhe pela frequência acumulada. Populacional
Medidas de Dispersão
As medidas de dispersão ajudam as medidas de tendência
central (média) a descrever o conjunto de dados apropriadamente.
Mostram-se os dados que estão perto ou longe uns dos outros.
Amplitude
É a diferença entre o maior e menor valor observados nos Amostral
dados.

At = Xmax - Xmin
Ex.: Calcule a amplitude dos alunos, por curso, da Em-
 presa X. Ex.: Calcule o desvio padrão dos alunos, por curso, da
ROL: 150, 250, 250, 350. Empresa X.
At = 350 - 150
At = 200
Variância Propriedades
É a média do quadrado dos desvios (desvio = diferença
entre cada valor e a média). Quando adicionamos uma constante a cada elemento de
um conjunto de valores, o desvio padrão não se altera.
Populacional
Quando multiplicamos cada elemento de um conjunto de  
valores por uma constante real k, o desvio padrão fica multi-    
plicado por k.
 
 
Amostral Coeficiente de Variação 
O coeficiente de variação é definido como a razão entre o
 

desvio padrão e a média. É uma medida de dispersão relativa
 
 
que indica a variabilidade da amostra em relação à média.
Populacional
Ex.: Calcule a variância dos alunos, por curso, da Empresa X.
ROL: 150, 250, 250, 350.

Nesse caso, estamos trabalhando com a população,




M
Amostral  e 
logo: M



M
Á  

Ex.: Calcule o coeficiente de variação dos alunos, por cur- I  
 C 
 so, da Empresa X.

77
Medidas de Forma Simétrica X = Me = Mo
78 Assimetria Positiva X > Me > Mo
Assimetria
A medida de assimetria indica o grau de distorção da dis- Assimetria Negativa X < Me < Mo
tribuição em relação a uma distribuição simétrica. Cujo:
Simetria X = Média;
   A Existe um eixo de simetria no gráfico gerado pela tabela Me = Mediana;
   C
   I de frequência. Esse eixo divide o gráfico em duas partes iguais.
   T
    Á Mo = Moda.
   M
   E
   T
   A Curtose
   M
  e A medida de curtose nos indica a forma da curva de dis-
   M tribuição em relação ao seu achatamento.
   L
   R
Leptocúrtica
Média = Mediana = Moda Quando a distribuição apresenta uma curva de frequên-
cia mais fechada que a normal (ou mais aguda em sua parte
   superior).
X = Me = Mo
  
  
     Sempre que os dados tiverem média, mediana e moda ig-
   uais, a distribuição será simétrica.
    
  
   Assimétrica à Direita (ou de Assimetria Positiva)
  
   Nesse caso, a cauda à direita é mais alongada que a cauda
     à esquerda.

Mesocúrtica
A curva normal que é a referencial.

Moda < Mediana < Média

X > Me > Mo

Assimétrica à Esquerda (ou de Assimetria Negativa)


Nesse caso, a cauda à esquerda é mais alongada que a
cauda à direita.
Platicúrtica
Quando a distribuição apresenta uma curva de frequên-
cia mais aberta que a normal (ou mais achatada na sua parte
superior).

Média < Mediana < Moda

X < Me < Mo

QUADRO RESUMO
(Tipos de Assimetria)
 Teoria dos Conjuntos As relações entre subconjunto e conjunto são de: “está
contido = ” e “contém = ”.
Nesta seção, estão os principais conceitos sobre conjuntos Os subconjuntos estão contidos nos conjuntos e os con-
e suas operações. Um assunto importante e de fácil aprendiza-  juntos contém os subconjuntos. Veja:
gem.
H F
Definições F H
O conceito de conjunto é redundante visto que se trata de Todo conjunto é subconjunto de si próprio. (D D);
um agrupamento ou reunião de coisas, que serão chamadas O conjunto vazio é subconjunto de qualquer conjunto.
de elementos do conjunto.
(Ø D);
Ex.: Se quisermos montar o conjunto das vogais do alfa-
beto, os elementos  serão a, e, i, o, u. Se um conjunto A possui “p” elementos, então ele possui
A nomenclatura dos conjuntos é formada pelas letras 2p subconjuntos;
maiúsculas do alfabeto. O conjunto formado por todos os subconjuntos de um conjun-
E  x.: Conjunto dos estados da região sul do Brasil: to A, é denominado conjunto das partes de A. Assim, se A = {4, 7},
 A = {Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul}. o conjunto das partes de A, é dado por {Ø, {4}, {7}, {4, 7}}.
Representação dos Conjuntos
Os conjuntos podem ser representados tanto em chaves
Operações com Conjuntos
como em diagramas. União de conjuntos: a união de dois conjuntos quaisquer
será representada por “A  B” e terá os elementos que perten-
Representação em Chaves cem a A “ou” a B, ou seja, todos os elementos.
Ex.: Conjuntos dos estados brasileiros que fazem frontei-
ra com o Paraguai:
B = {Paraná, Mato Grosso do Sul}.
Representação em Diagramas
Ex.: Conjuntos das cores da bandeira do Brasil:
A U B
D

Verde Interseção de conjuntos: a interseção de dois conjuntos


Amarelo quaisquer será representada por “A  B”. Os elementos que
fazem parte do conjunto interseção são os elementos comuns
 
Azul
Branco    
aos dois conjuntos.  
 
Elementos e Relação de Pertinência 
 
Quando um elemento está em um conjunto, dizemos que 
ele pertence a esse conjunto. A relação de pertinência é repre-
 
sentada pelo símbolo (pertence).
 
A B
U
Ex.: Conjunto dos algarismos pares: G = {2, 4, 6, 8, 0}.
Observe que:
4 G Diferença de conjuntos: a diferença de dois conjuntos
7 G quaisquer será representada por “A – B” e terá os elementos
que pertencem somente a A, mas não pertencem a B, ou seja,

Conjunto Unitário e Conjunto Vazio L 
M
que são exclusivos de A.
Conjunto unitário: possui um só elemento.
 e 
M
Ex.: Conjunto da capital do Brasil: K = {Brasília} A 

Conjunto vazio: simbolizado por Ø ou {}, é o conjunto que E 
M
não possui elemento. Á  
Ex.: Conjunto dos estados brasileiros que fazem fronteira

I  
 C 
com o Chile: M = Ø.

A-B
Subconjuntos
Subconjuntos são partes de um conjunto. Complementar de um conjunto: se A está contido no conjun-
Ex.: Conjunto dos algarismos: F = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 0}. to universo U, o complementar de A é a diferença entre o conjunto
Ex.: Conjunto dos algarismos ímpares: H = {1, 3, 5, 7, 9}. universo e o conjunto A, será representado por “CU(A) = U – A”
Observe que o conjunto H está dentro do conjunto F sendo, e terá todos os elementos que pertencem ao conjunto universo, 79
então, o conjunto H um subconjunto de F. menos os que pertencem ao conjunto A.
Multiplicação
80 U
Nada mais é do que a soma de uma quantidade de par-
A celas fixas. Ao resultado da multiplicação chama-se produto.
Os símbolos que indicam a multiplicação são o “x” (sinal de
vezes) ou o “.” (ponto).
Cp(A)
Ex.: 4 x 7 = 7 + 7 + 7 + 7 = 28 
   A
   C
   I
   T
7. Conjuntos Numéricos 7 . 4 = 4 + 4 + 4 + 4 + 4 + 4 + 4 = 28 
As propriedades da multiplicação são:
    Á Os números surgiram da necessidade de contar ou quanti-
   M
   E ficar coisas ou objetos. Com o passar do tempo, foram adquir- Elemento Neutro: qualquer número multiplicado por 1 terá
   T como produto o próprio número.
   A indo características próprias.
   M Ex.: 5 . 1 = 5 
  e
   M Números Naturais Comutativa: ordem dos fatores não altera o produto.
   L
   R É o primeiro dos conjuntos numéricos. Representado pelo Ex.: 3 . 4 = 4 . 3 = 12 
símbolo . É formado pelos seguintes elementos: Associativa: o ajuntamento dos fatores não altera o resul-
 = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, ... +} tado.
O símbolo  significa infinito, o + quer dizer positivo, en- Ex.: 2 . (3 . 4) = (2 . 3) . 4 = 24
tão + quer dizer infinito positivo. Distributiva: um fator em evidência multiplica todas as
parcelas dentro dos parênteses.
  
   Números Inteiros
   Ex.: 2 . (3 + 4) = (2 . 3) + (2 . 4) = 6 + 8 = 14
Na multiplicação existe “jogo de sinais”, que fica assim:
     Esse conjunto surgiu da necessidade de alguns cálculos não
   possuírem resultados, pois esses resultados eram negativos.
     Representado pelo símbolo , é formado pelos seguintes Parcela Parcela Produto
  
  
  
  
elementos:
+ + +
, ..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, ..., + }
 = {-
     + - -
Operações e Propriedades dos - + -
Números Naturais e Inteiros - - +
As principais operações com os números naturais e inteiros
são: adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e ra- Ex.: 2 . -3 = -6
diciação (as quatro primeiras são também chamadas operações -3 . -7 = 21
fundamentais).
Divisão
Adição É o inverso da multiplicação. Os sinais que a representam
Na adição, a soma dos termos ou parcelas resulta naquilo são: “÷”, “:”, “/” ou a fração.
que se chama total. Ex.: 14 ÷ 7 = 2 
Ex.: 2 + 2 = 4
 25 : 5 = 5 
As propriedades da adição são:
Elemento Neutro: qualquer número somado ao zero tem  36/12 = 3 
como total o próprio número. Por ser o inverso da multiplicação, a divisão também
Ex.:  2 + 0 = 2  possui o “jogo de sinal”.
Comutativa: a ordem dos termos não altera o total.
Ex.:  2 + 3 = 3 + 2 = 5  Números Racionais
Associativa: o ajuntamento de parcelas não altera o total. Com o passar do tempo alguns cálculos não possuíam re-
Ex.: 2 + 0 = 2 
sultados inteiros, a partir daí surgiram os números racionais,
Subtração que são representados pela letra e são os números que po-
Operação contrária à adição, também conhecida como di- dem ser escritos sob forma de frações.
ferença. = (com “b” diferente de zero  b  0); em que “a” é
Os termos ou parcelas da subtração, assim como o total, o numerador e “b” é o denominador.
têm nomes próprios:
Fazem parte desse conjunto também as dízimas perió-
M – N = P; em que M = minuendo, N = subtraendo e P =
diferença ou resto. dicas (números que apresentam uma série infinita de al-
Ex.: 7 – 2 = 5  garismos decimais, após a vírgula) e os números decimais
Quando o subtraendo for maior que o minuendo, a dife- (aqueles que são escritos com a vírgula e cujo denominador
rença será negativa. são as potências de 10).
Operações com os Números Racionais am/n =
72/3
Adição e Subtração
Para somar frações deve-se estar atento se os denomina- Radiciação
dores das frações são os mesmos. Caso sejam iguais, basta É a expressão da potenciação com expoente fracionário.
repetir o denominador e somar (ou subtrair) os numeradores, A representação genérica da radiciação é: ; cujo “n” é o
porém se os denominadores forem diferentes é preciso fazer índice da raiz, o “a” é o radicando e “ ” é o radical.
o M.M.C. (assunto que será visto adiante) dos denominadores, Quando o índice da raiz for o 2 ele não precisa aparecer e
constituir novas frações equivalentes às frações originais e, as- essa raiz será uma raiz quadrada.
sim, proceder com o cálculo. As propriedades das “raízes” são:
+ =
=
= am/m = a1 = a
+ = + =
Racionalização: se uma fração tem em seu denominador
Multiplicação um radical, faz-se o seguinte:
Para multiplicar frações basta multiplicar numerador com  = · = =

numerador e denominador com denominador.


= Transformando Dízima Periódica
Divisão em Fração
Para dividir frações basta fazer uma multiplicação da primei- Para transformar dízimas periódicas em fração, é preciso
ra fração com o inverso da segunda fração. atentar-se para algumas situações:
Verifique se depois da vírgula só há a parte periódi-
÷ = = = (Simplificando por 2) ca, ou se há uma parte não periódica e uma periódi-
Toda vez que for possível deve-se simplificar a fração até ca.
sua fração irredutível (aquela que não pode mais ser simplifi- Observe quantas são as “casas” periódicas e, caso
cada). haja, as não periódicas. Lembrado sempre que essa
Potenciação observação só será para os números que estão de-
pois da vírgula.  
Se a multiplicação é soma de uma quantidade de parcelas Em relação à fração, o denominador será tantos “9”
fixas, a potenciação é a multiplicação de uma quantidade de
   
quantos forem as casas do período, seguido de tan-  
fatores fixos, tal quantidade indicada no expoente que acompa- tos “0” quantos forem as casas não periódicas (caso  
nha a base da potência. haja e depois da vírgula). Já o numerador será o nú- 
A potenciação é expressa por: an, cujo “a” é a base da po- mero sem a vírgula até o primeiro período “menos”
 
tência e o “n” é o expoente. toda a parte não periódica (caso haja).

 
Ex.: 4 3  = 4 . 4 . 4 = 64 Ex.: 0,6666... =  
As propriedades das potências são:
a0 = 1 0,36363636... =
30 = 1 0,123333... =  =

a  = a
1

2,8888... = =

51 = 5
M
 e 
a-n = 1/an 3,754545454... =  =
M



 2-3 = = 1/8
Transformando Número Decimal
M
Á  

am . an = a(m + n) em Fração
I  
 C 

32 . 33 = 3(2 + 3) = 35 = 243 Para transformar número decimal em fração, basta contar
quantas “casas” existem depois da vírgula; então o denomina-
am : an = a(m - n)
dor da fração será o número 1 acompanhado de tantos zeros
45 : 43 = 4(5 – 3) = 42 = 16 quantos forem o número de “casas”, já o numerador será o
(am)n = am . n número sem a “vírgula”. 81
2.4
 (2 )  = 2  = 2  = 256
2 4 8
Ex.: 0,3 =
2,45 = Ex.:
82  2 < x < 5: o 2 e o 5 não fazem parte do intervalo.
49,586 =  2  x < 5: o 2 faz parte do intervalo, mas o 5 não.
 2  x  5: o 2 e o 5 fazem parte do intervalo.
Números Irracionais Com os colchetes
Quando os colchetes estiverem voltados para os núme-
São os números que não podem ser escritos na forma de ros, significa que farão parte do intervalo. Porém, quando os
   A
   C
   I fração. colchetes estiverem invertidos, significa que os números não
   T farão parte do intervalo.
    Á O conjunto é representado pela letra e tem como elemen-
   M Ex.:
   E
   T
tos as dízimas não periódicas e as raízes não exatas.
   A  ]2;5[: o 2 e o 5 não fazem parte do intervalo.
   M
  e Números Reais [2;5[: o 2 faz parte do intervalo, mas o 5 não faz.
   M Simbolizado pela letra , é a união do conjunto dos nú-
   L [2;5]: o 2 e o 5 fazem parte do intervalo.
   R meros racionais com o conjunto dos números irracionais.
Representado, tem-se: Sobre uma reta numérica
Intervalo aberto 2<x<5:
R 0 2 5

   Em que 2 e 5 não fazem parte do intervalo numérico, rep-


  
   N Z Q  I
resentado pela marcação aberta (sem preenchimento - O).
    
   Intervalo fechado e aberto 2<x<5:
     0 2 5
  
  
  
   Em que 2 faz parte do intervalo, representado pela marca-
Colocando todos os números em uma reta, tem-se: ção fechada (preenchida - ) em que 5 não faz parte do inter-
     -2 -1 0 1 2 valo, representado pela marcação aberta (O).
Intervalo fechado 2<x<5:
As desigualdades ocorrem em razão de os números serem 0 2 5
maiores ou menores uns dos outros.
Em que 2 e 5 fazem parte do intervalo numérico, represen-
Os símbolos das desigualdades são: tado pela marcação fechada ( ).
 maior igual a;
 menor igual a; Múltiplos e Divisores
> maior que; Os múltiplos são resultados de uma multiplicação de dois
 menor que. números naturais.
Dessas desigualdades surgem os intervalos, que nada mais Ex.: Os múltiplos de 3 são: 0, 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 27,
são do que um espaço dessa reta, entre dois números.  30... (os múltiplos são infinitos).
Os intervalos podem ser abertos ou fechados, depende Números quadrados perfeitos são aqueles que resultam da
dos símbolos de desigualdade utilizados. multiplicação de um número por ele mesmo.
Intervalo aberto ocorre quando os números não fazem parte Ex.: 4 = 2 . 2 
do intervalo e os sinais de desigualdade são: Ex.: 25 = 5 . 5 
 maior que;
Os divisores de um “número” são os números cuja divisão
desse “número” por eles será exata.
 menor que.
Ex.: Os divisores de 12 são: 1, 2, 3, 4, 6, 12.
Intervalo fechado ocorre quando os números fazem parte do
intervalo e os sinais de desigualdade são: Números Primos
 maior igual a; São os números que têm apenas dois divisores, o 1 e ele
 menor igual a. mesmo (alguns autores consideram os números primos aque-
les que tem 4 divisores, sendo o 1, o -1, ele mesmo e o seu
Intervalos oposto – simétrico).
Os intervalos numéricos podem ser representados das se- Veja alguns números primos:
guintes formas: 2 (único primo par), 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41,
Com os símbolos <, >, ,  43, 47, 53, 59, ...
Quando forem usados os símbolos < ou >, os números que Os números primos servem para decompor outros números.
os acompanham não fazem parte do intervalo real. Já quando A decomposição de um número em fatores primos serve
forem usados os símbolos  ou  os números farão parte do para fazer o MMC (mínimo múltiplo comum) e o MDC (máximo
intervalo real. divisor comum).
MMC e MDC Divisibilidade por 9: para um número ser divisível por 9, a
soma dos seus algarismos deve ser divisível por 9.
O MMC de um, dois ou mais números é o menor número Ex.: 75 é não divisível por 9.
que, ao mesmo tempo, é múltiplo de todos esses números.
684 é divisível por 9.
O MDC de dois ou mais números é o maior número que pode
dividir todos esses números ao mesmo tempo. Divisibilidade por 10: para um número ser divisível por 10,
Para calcular, após decompor os números, o MMC de basta que ele termine em 0.
dois ou mais números será o produto de todos os fatores Ex.: 90 é divisível por 10.
primos, comuns e não comuns, elevados aos maiores ex-  364 não é divisível por 10.
poentes. Já o MDC será apenas os fatores comuns a todos
os números elevados aos menores expoentes. Expressões Numéricas
Ex.: 6 = 2 . 3  Para resolver expressões numéricas, deve-se sempre se-
18 = 2 . 3 . 3 = 2 . 3  2  guir a ordem:
.
 35 = 5  7  Resolva os (parênteses), depois os [colchetes], depois as
144 = 2 . 2 . 2 . 2 . 3 . 3 = 2  . 3 4  2  {chaves}, nessa ordem;
 225 = 3 . 3 . 5 . 5 = 3  2  . 5  2  Dentre as operações resolva primeiro as potenciações e
490 = 2 . 5 . 7 . 7 = 2 . 5 . 7  2  raízes (o que vier primeiro), depois as multiplicações e divi-
640 = 2 . 2 . 2 . 2 . 2 . 2 . 2 . 5 = 2 7  . 5  sões (o que vier primeiro) e por último as somas e subtrações
(o que vier primeiro).
MMC de 18 e 225 = 2 . 3  2  . 5  2  = 2 . 9 . 25 = 450
Calcule o valor da expressão:
MDC de 225 e 490 = 5 
Ex.: 8 – {5 – [10 – (7 – 3 . 2)] ÷ 3}
Para saber a quantidade de divisores de um número basta, Resolução:
depois da decomposição do número, pegar os expoentes dos
fatores primos, somar “+1” e multiplicar os valores obtidos. 8  – {5 – [10 – (76 –)] ÷ 3}
Ex.: 225 = 3  2  . 5  2  = 3  2+1  . 5  2+1  = 3 . 3 = 9 8  – {5 – [10 –1 )(] ÷ 3}
Nº de divisores = (2 + 1) . (2 + 1) = 3 . 3 = 9 divisores. Que 8  – {5 –9][ ÷ 3}
são: 1, 3, 5, 9, 15, 25, 45, 75, 225. 8  – {5 3 –}
Divisibilidade 8   2 
– }{
As regras de divisibilidade servem para facilitar a resolu- 6 
ção de contas, para ajudar a descobrir se um número é ou não  
divisível por outro. Veja algumas dessas regras.
Divisibilidade por 2: para um número ser divisível por 2
8. Sistema Legal de Medidas    
 
basta que o mesmo seja par. Medidas de Tempo  
Ex.: 14 é divisível por 2. A unidade padrão do tempo é o segundo (s), mas deve-

17 não é divisível por 2.
 
mos saber as seguintes relações: 
Divisibilidade por 3: para um número ser divisível por 3, a 1 min. = 60 s
 
soma dos seus algarismos tem que ser divisível por 3.
 
1h = 60 min = 3600 s
Ex.: 174 é divisível por 3, pois 1 + 7 + 4 = 12 
1 dia = 24 h = 1440 min = 86400 s
188 não é divisível por 3, pois 1 + 8 + 8 = 17  30 dias = 1 mês
Divisibilidade por 4: para um número ser divisível por 4,
2 meses = 1 bimestre
ele tem que terminar em 00 ou os seus dois últimos números
devem ser múltiplos de 4. 6 meses = 1 semestre R 
12 meses = 1ano

Ex.: 300 é divisível por 4. M

 532 é divisível por 4. 10 anos = 1 década  e 

100 anos = 1 século


M
766 não é divisível por 4. A 
Cuidado com as transformações de tempo, pois elas não

Divisibilidade por 5: para um número ser divisível por 5,

M
ele deve terminar em 0 ou em 5. seguem o mesmo padrão das outras medidas. Á  

Ex.: 35 é divisível por 5. Ex.: 15h47min18seg + 11h39min59s = 26h86min77s  = I  
 C 
 26h87min17s = 27h 27min17s= 1dia3h27mim17s;

 370 é divisível por 5.
Ex.: 8h23min – 3h49min51seg = 7h83min – 3h49min-
 548 não é divisível por 5.
 51seg = 7h82min60seg – 3h49min51seg = 4h33min9seg.
Divisibilidade por 6: para um número ser divisível por 6,
ele deve ser divisível por 2 e por 3 ao mesmo tempo. Sistema Métrico Decimal
Ex.: 78 é divisível por 6. Serve para medir comprimentos, distâncias, áreas e volu-
 576 é divisível por 6. mes. Tem como unidade padrão o metro (m). Veremos agora 83
652 não é divisível por 6. seus múltiplos, variações e algumas transformações.
Metro (m): Ex.: Transformar 269dm 3   em cm 3   = 269 .  1.000 =
84 km  269.000cm 3 
hm Ex.: Transformar 4.831cm 3  em m 3  = 4.831 ÷ 1.000.000 =
multiplica-se por 10
0,004831m 3 
dam
O metro cúbico, por ser uma medida de volume, tem rela-
m ção com o litro (l), e essa relação é:
   A dm
1m3 = 1000 litros
   C
   I 1dm3 = 1 litro
   T divide-se por 10
    Á cm 1cm3 = 1 mililitro
   M
   E
9. Razões e Proporções
   T mm
   A
   M Para cada degrau descido da escada, multiplica-se por 10, e
  e
para cada degrau subido, divide-se por 10. Neste capítulo, estão presentes alguns assun-
   M
   L
   R
Ex.: Transformar 2,98km em cm = 2,98 .  100.000 = tos muito incidentes em provas: razões e proporções.
 298.000cm (na multiplicação por 10 ou suas potências, bas- É preciso que haja atenção no estudo desse conteúdo.
ta deslocar a “vírgula” para a direita);
Ex.: Transformar 74m em km = 74 ÷ 1000 = 0,074km (na Grandeza
divisão por 10 ou suas potências, basta deslocar a “vírgu- É tudo aquilo que pode ser contado, medido ou enume-
la” para a esquerda). rado.
   O grama (g) e o litro (l) seguem o mesmo padrão do Ex.: Comprimento (distância), tempo, quantidade de
  
   metro (m).  pessoas e/ou coisas, etc.
     Metro quadrado (m2): Grandezas diretamente proporcionais: são aquelas em
   que o aumento de uma implica o aumento da outra.
     km2
  
   Ex.: Quantidade e preço.
  
   hm2 Grandezas inversamente proporcionais: são aquelas em
multiplica-se por 102
     dam2
que o aumento de uma implica a diminuição da outra.
Ex.: Velocidade e tempo.
m2 Razão
dm2 É a comparação de duas grandezas. Essas grandezas po-
divide-se por 10 2
dem ser de mesma espécie (com a mesma unidade) ou de es-
cm2
pécies diferentes (unidades diferentes). Nada mais é do que
mm2 uma fração do tipo , com b  0.
Nas razões, os numeradores são também chamados de an-
Para cada degrau descido da escada multiplica por 10 2 ou tecedentes e os denominadores de consequentes.
100, e para cada degrau subido divide por 102 ou 100. Ex.: Escala: comprimento no desenho comparado ao ta-
Ex.: Transformar 79,11m 2   em cm 2   = 79,11 .  10.000 = manho real.
791.100cm  ;  2 
Velocidade: distância comparada ao tempo.
Ex.: Transformar 135m 2   em km 2   = 135 ÷ 1.000.000 =
0,000135km 2 . Proporção
Metro cúbico (m ): 3
Pode ser definida como a igualdade de razões.
km 3

=
hm3 multiplica-se por 103

dam3 Dessa igualdade, tiramos a propriedade fundamental das


proporções: “o produto dos meios igual ao produto dos ex-
m3 tremos” (a chamada “multiplicação cruzada”).
dm3 b . c = a . d
divide-se por 103 cm3 É basicamente essa propriedade que ajuda resolver a
mm3
maioria das questões desse assunto.
Dados três números racionais a, b e c, não nulos, denomina-
se quarta proporcional desses números um número x tal que:
Para cada degrau descido da escada, multiplica-se por 103
ou 1000, e para cada degrau subido, divide-se por 103 ou 1000. =
Proporção contínua é toda proporção que apresenta os Logo, a parte proporcional a 4 é o 20 e a parte proporcio-
meios iguais. nal ao 6 é o 30.
De um modo geral, uma proporção contínua pode ser re-
presentada por: Divisão em partes inversamente proporcionais.
=
Divida o número 60 em partes inversamente proporcio-
nais a 2 e a 3.
As outras propriedades das proporções são:
Numa proporção, a soma dos dois primeiros termos está Ex.:
para o 2º (ou 1º) termo, assim como a soma dos dois últimos + = 60
está para o 4º (ou 3º).
+ =
= ou = 60
Numa proporção, a diferença dos dois primeiros termos 5x = 60 · 6 
está para o 2º (ou 1º) termo, assim como a diferença dos dois 5x = 360
últimos está para o 4º (ou 3º).
x=
= ou = x = 72
Numa proporção, a soma dos antecedentes está para a  X = constante proporcional 
soma dos consequentes, assim como cada antecedente está
para o seu consequente. Então, = = 36 e = = 24
 Logo, a parte proporcional a 2 é o 36 e a parte propor-
= = cional ao 3 é o 24.
Perceba que, na divisão diretamente proporcional, quem
Numa proporção, a diferença dos antecedentes está para tiver a maior parte ficará com o maior valor. Já na divisão in-
a diferença dos consequentes, assim como cada antecedente versamente proporcional, quem tiver a maior parte ficará com
está para o seu consequente. o menor valor.

= =
Regra das Torneiras
Sempre que uma questão envolver uma “situação” que
 
Numa proporção, o produto dos antecedentes está para o pode ser feita de um jeito em determinado tempo (ou por uma    
pessoa) e, em outro tempo, de outro jeito (ou por outra pes-
 
produto dos consequentes, assim como o quadrado de cada
soa), e quiser saber em quanto tempo seria se fosse feito tudo
 
antecedente está para quadrado do seu consequente.
ao mesmo tempo, usa-se a regra da torneira, que consiste na

 
aplicação da seguinte fórmula: 
= =  
 

A última propriedade pode ser estendida para qualquer


número de razões. Em que “t” é o tempo.
= = =
Quando houver mais de duas “situações”, é melhor usar
a fórmula: R 

Divisão em Partes Proporcionais



M
 e 
Para dividir um número em partes direta ou inversamente M

proporcionais, basta seguir algumas regras:





M
Divisão em partes diretamente proporcionais. Em que “n” é a quantidade de situações.
Á  

Divida o número 50 em partes diretamente proporcio-
I  
Uma torneira enche um tanque em 6h. Uma segunda
 C 

nais a 4 e a 6. torneira enche o mesmo tanque em 8h. Se as duas torneiras
Ex.: 4x + 6x = 50 forem abertas juntas quanto tempo vão levar para encher o
10x = 50 mesmo tanque?
 x =
 x = 5 
 x = constante proporcional  85
Então, 4x = 4 . 5 = 20 e 6x = 6 . 5 = 30 = = 3h 25min e 43s
86
Regra de Três 10. Porcentagem e Juros
Mecanismo prático e/ou método utilizado para resolver O presente capítulo trata de uma pequena parte da
questões que envolvem razão e proporção (grandezas). matemática financeira, e também do uso das porcentagens,
assuntos presentes no dia a dia de todos.
Regra de Três Simples
Aquela que só envolve duas grandezas. Porcentagem
   A Ex.: Durante uma viagem um carro consome 20 litros de É a aplicação da taxa percentual a determinado valor.
   C
   I
   T combustível para percorrer 240km, quantos litros são ne- Taxa percentual: é o valor que vem acompanhado do sím-
    Á
   M
cessários para percorrer 450km?  bolo %.
   E Primeiro, verifique se as grandezas envolvidas na ques-
   T Para fins de cálculo, usa-se a taxa percentual em forma de
   A
   M
tão são direta ou inversamente proporcionais, e monte fração ou em números decimais.
  e uma estrutura para visualizar melhor a questão. Ex.: 3% = 3/100 = 0,03 
   M
   L
   R
Distância Litro 15% = 15/100 = 0,15 
240 20  34% de 1200 = 34/100 . 1200 = 40800/100 = 408 
450 x 65% de 140 = 0,65 . 140 = 91 
 Ao aumentar a distância, a quantidade de litros de com-
bustível necessária para percorrer essa distância também Lucro e Prejuízo
   vai aumentar, então, as grandezas são diretamente pro- Lucro e prejuízo são resultados de movimentações finan-
  
    porcionais. ceiras.
     = Custo (C): “Gasto”.
   Venda (V): “Ganho”.
      Aplicando a propriedade fundamental das proporções:
  
    240x = 9000 Lucro (L): Quando se ganha mais do que se gasta.
  
  
     x= = 37,5 litros L=V-C

Regra de Três Composta Prejuízo (P): Quando se gasta mais do que se ganha.


Aquela que envolve mais de duas grandezas. P=C-V
Ex.: Dois pedreiros levam nove dias para construir um
muro com 2m de altura. Trabalhando três pedreiros e au-
mentando a altura para 4m, qual será o tempo necessário Ex.: Um computador foi comprado por R$ 3.000,00 e re-
 para completar esse muro?  vendido com lucro de 25% sobre a venda. Qual o preço
de venda? 
Neste caso, deve-se comparar uma grandeza de cada vez
com a variável. Como o lucro foi na venda, então L = 0,25V:
L = V – C 
Dias Pedreiros Altura 0,25V = V – 3.000
9 2 2 0,25V – V = -3.000
x 3 4 -0.75V = -3.000 (-1)
Note que, ao aumentar a quantidade de pedreiros, o número 0,75V = 3.000
V = 3000 = 300000 = 4.000
de dias necessários para construir um muro diminui, então as
0,75 75
 grandezas pedreiros e dias são inversamente proporcionais.
No entanto, se aumentar a altura do muro, será necessário Logo, a venda se deu por R$ 4.000,00 reais.
mais dias para construí-lo. Dessa forma as grandezas muro
e dias são diretamente proporcionais. Para finalizar, basta Juros Simples
montar a proporção e resolver, lembrando que quando uma Juros: atributos (ganhos) de uma operação financeira.
 grandeza for inversamente proporcional à variável sua fra- Juros Simples: os valores são somados ao capital apenas
ção será invertida. no final da aplicação. Somente o capital rende juros.
= · Para o cálculo de juros simples, usa-se a seguinte fórmula:

J = C . i . t
= Cujo:
Ex.: Aplicando a propriedade fundamental das proporções: =Jjuros;
6x = 72  C = capital;
i = taxa de juros;
 X = = 12 dias t = tempo da aplicação.
Ex.: Um capital de R$ 2.500,00 foi aplicado a juros de 2% Sequência dos números quadrados perfeitos:
ao trimestre durante um ano. Quais os juros produzidos?  (1, 4, 9, 16, 25, 36, 49, 64, 81, 100...);
Em 1 ano há exatamente 4 trimestres, como a taxa está Sequência dos números primos: (2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23,
em trimestre, agora é só calcular: 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53...).
 J = C . i . t  Veja que na sequência dos números quadrados perfeitos a
 J = 2.500 . 0,02 . 4 lei que determina sua formação é: an = n2.
 J = 200
Juros Compostos Lei de Formação de uma Sequência
Para determinarmos uma sequência numérica, precisamos
Juros Compostos: os valores são somados ao capital no de uma lei de formação. A lei que define a sequência pode ser
final de cada período de aplicação, formando um novo capital, a mais variada possível.
para incidência dos juros novamente. É o famoso caso de juros Ex.: A sequência definida pela lei an = n 2  + 1, com “n” N,
sobre juros. cujo an é o termo que ocupa a n-ésima posição na sequên-
Para o cálculo de juros compostos, usa-se a seguinte fór- cia é: 0, 2, 5, 10, 17, 26... Por esse motivo, a n é chamado de
mula: termo geral da sequência.
M = C . (1 + i)t Progressão Aritmética (P.A.)
Toda sequência na qual, a partir do segundo termo, a sub-
Cujo: tração de um termo por seu antecessor tem como resultado
M = montante; um valor fixo, que chamaremos de razão e representaremos
C = capital; pela letra “r”, é chamada de progressão aritmética.
i = taxa de juros; Ex.: (2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, ...); r = 2 
t = tempo da aplicação. (5, 2, -1, -4, -7, -10, -13, ...); r = -3
Um investidor aplicou a quantia de R$ 10.000,00 à taxa Uma P.A. pode ser crescente, decrescente ou constante:
de juros de 2% a.m. durante 4 meses. Qual o montante desse Crescente: é aquela que tem a razão positiva, r > 0;
investimento? Decrescente: é aquela que tem a razão negativa, r < 0;
Aplicando a fórmula, já que a taxa e o tempo estão na Constante: é aquela que tem a razão nula, r = 0.
mesma unidade:
Ex.: M = C . (1 + i)t 
M = 10.000 . (1 + 0,02) 4 Termo Geral da P.A.
M = 10.000 . (1,02)4 Sabendo-se o primeiro termo de uma P.A. e sua razão, po-  
M = 10.000 . 1,08243216  demos determinar qualquer termo que quisermos, bastando    
para isso fazer uso da fórmula do termo geral, que é:
 
M = 10.824,32   
an = a1 + (n - 1) . r

Capitalização  

Capitalização: acúmulo de capitais (capital + juros). Sendo:
 
 
Nos juros simples, calcula-se por: M = C + J. a1 = o primeiro termo da P.A.;
Nos juros compostos, calcula-se por: J = M – C. an = o termo que se quer determinar;
Em algumas questões terão que ser calculados os
montantes do juro simples ou os juros do juro composto. n = o número do termo;
r = a razão da P.A.
11. Sequências Numéricas Ex.: Determine o 8º termo da P.A. (3, 7, 11, 15, ...)


Resolução:
M
Neste capítulo, será possível verificar a formação de uma  e 

sequência e também do que trata a P.A. (Progressão Aritmética)  Sendo a1  = 3, e r = 4 (7 - 3 = 4), aplicando a fórmula do M

termo geral, temos:



e a P.G. (Progressão Geométrica).


an = a1  + (n - 1) . r 
M

Conceitos a8  = 3 + (8 - 1) . 4


Á  

I  
a8  = 3 + 7 . 4
 C 
Sequências: conjuntos de elementos organizados de acor- A 

do com certo padrão, ou seguindo determinada regra. O co- a8  = 3 + 28 


nhecimento das sequências é fundamental para a compreen- a8  = 31 
são das progressões. Portanto, o 8º termo da P.A. é 31.
Progressões: as progressões são sequências numéricas
com algumas características exclusivas. Propriedades das P.A.
Cada elemento das sequências e/ou progressões são de- 1ª propriedade: qualquer termo da P.A., a partir do segun- 87
nominados termos. do, é a média aritmética entre seu antecessor e seu sucessor.
Camadas  Dados
196
 Aplicação Cabeçalho protocolo de Aplicação Dados
Transporte Cabeçalho de Transporte Dados

 Rede Cabeçalho de Rede Dados


   A
   C
   I  Enlace Cabeçalho do Frame Dados
   T
    Á  Física (bits) 01001100100101010101111101010100101001011011010001111011
   M
   R
Cabeçalho do
   O
   F
   N
 Dados 
Frame Endereços
   I
   E
 Dados 
Cabeçalho de Em uma rede de computadores trabalhamos com en-
   D Rede
   S dereços para os dispositivos. Estes dispositivos recebem en-
   E Cabeçalho de dereços lógicos e endereços Físicos.
    Õ  Dados 
   Ç Transporte
   O
   N  Dados  Endereço Físico
Um endereço Físico é um endereço original de fábrica, que
TCP é único no mundo. Tal endereço é controlado pela IANA, que
O protocolo TCP é um dos protocolos da família de proto- distribui (vende) as faixas de endereços para as empresas fab-
colos do TCP/IP. Ele oferece um serviço orientando a Conex-
   ricantes. Cada endereço é armazenado em uma memória do
  
  
ão, além de ser um serviço confiável que garante a entrega tipo ROM, ou seja, não alterável.
dos dados ao cliente.
     O MAC é o endereço Físico de uma rede. Ele identifica o
   Durante a fase de transferência, o TCP está equipado com equipamento, mas não a rede; assim, ele não é roteável; é de-
     vários mecanismos que asseguram confiabilidade e robust-
scrito com 48 bits.
  
   ez:
  
   ▷ números de sequência que garantem a entrega or- Endereço Lógico
     denada; Endereço lógico é o endereço IP, que pode ser definido
▷ código detector de erros (checksum) para detecção de por software. Ele é utilizado para identificar tanto a rede como
falhas em segmentos específicos; também o Host. Este endereço é roteável.
▷ confirmação de recepção e temporizadores que per-
mitem o ajuste e contorno de eventuais atrasos e Endereçamento IPv4
perdas de segmentos.
Um endereço IPv4 possui tamanho de 32 bits, o que vi-
UDP (User Datagram Protocol  – Pro- abiliza um total de 4.294.967.296 combinações possíveis, ou
tocolo de Datagrama de Usuário) seja, pouco mais de 4 bilhões. Considerando que todo dispos-
itivo em rede recebe um endereço IP que deve ser único para
É um protocolo simples da camada de transporte. Ele identificá-lo, rapidamente nota-se que não há endereços para
permite que a aplicação escreva um datagrama encapsulado todos os dispositivos conectados à rede, ainda mais se consid-
em um pacote IPv4 ou IPv6, e então enviado ao destino. Mas erarmos um dispositivo para cada pessoa no mundo.
não garante se o segmento irá chegar ou não. Este protocolo
também não oferecesegurança na comunicação, portanto Inicialmente, o IPv4 foi organizado em classes de en-
não é um serviço confiável. Também dizemos que o UDP é dereços (Classful) para que as redes locais não utilizassem en-
um serviço sem conexão. dereços IPs reais nos seus dispositivos internos. Deste modo,
Este protocolo é utilizado pelos serviços de  Stream e pelo se uma empresa possui uma rede com 100 computadores,
DNS. para a Internet é como se todos eles fossem apenas um. Neste
cenário a tabela NAT se torna necessária.
ARP ( Address Resolution Protocol ) Porém, com o tempo, até mesmo essa proposta se mos-
É um protocolo usado para mapear um endereço da cama- trou ineficiente para atender à alta demanda de endereços.
da de enlace (Ethernet, por exemplo) a partir do endereço da Logo, novas versões de protocolo IP foram apresentadas, mas
camada de rede (como um endereço IP). até que estivessem aptas para uso no mercado outra solução
A tabela ARP é a estrutura utilizada para mapear os ende- provisória foi tomada: a criação do Classless para o gerencia-
reços MAC dos dispositivos aos seus respectivos endereços IP. mento de endereços de redes e sub-redes.
Tabela NAT (Network Address Translation ) Classful
A tabela NAT é utilizada apenas no IPv4 nas conexões de Na divisão classful foram apresentadas cinco classes dis-
borda de rede, ou seja, para mapear endereços de sub-redes, tintas, sendo as mais usadas as classes A, B e C, pois D e E
ou mesmo da rede “fria” (Intranet) para endereços da rede são classes de endereços reservados. Assim, na primeira con-
“quente” (Internet). cepção as classes eram tomadas pelo endereço IP, conforme
Em IPv6 a tabela NAT não se faz necessária. ilustra a tabela a seguir.
Classe Gama de Endereços  
 A 0.0.0.0 até 127.255.255.255 1111 1111 0000 0000 0000 0000 0000 0000
 B  128.0.0.0 até 191.255.255.255  255 0 0 0
C  192.0.0.0 até 223.255.255.255
Caso 1:
 D 224.0.0.0 até 239.255.255.255
 E  240.0.0.0 até 255.255.255.254 Se um Host X possui endereço IP 10.0.0.0, um Host Y possui
endereço IP 10.12.14.0 e um Host Z possui endereço IP 15.0.3.1
Classe Nº de Endereços por Rede e os três pertençam ao classful A, ou seja, possuem a máscara
A 16.777.216 255.0.0.0, anteriormente representada, pode-se concluir que
B 65.536 X e Y pertencem à mesma rede, uma vez que o primeiro grupo
C 256 não tem seu valor alterado. Já o Host Z apresenta um núme-
Como identificado anteriormente, tal proposta logo se tor- ro diferente para o primeiro grupo, indicando não pertencer à
nou obsoleta, e o emprego de máscaras foi utilizado para iden- mesma rede que X e Y. Na prática, o computador realiza um
tificar as classes de rede. Na anterior são identificados quantos AND bit a bit com o IP binário e a máscara para verificar se
endereços cada classe (classful) suporta por rede. Contudo, de- pertencem à mesma rede.
stas quantias é necessário reduzir dois endereços (de rede e de
broadcast) para saber quantos endereços poderão ser usados
por dispositivos de rede. Desse modo, uma rede classe C suporta  255  0 0 0 Máscara
256 endereços por rede dos quais 254 podem ser usados por 0000 0000 0000 0000
1111 1111  0000 0000 Classe A
Hosts, uma vez que dois são reservados. 0000 1010 0000 0000 0000 0000 0000 0000 IP X
Uma máscara é um número de estrutura similar ao en- 10 0 0 0
dereço IP. Porém, relaciona-se a este por cálculos lógicos bit Endereço
a bit para identificar o endereço que representa a rede e o en- 0000 1010 0000 0000 0000 0000 0000 0000
Rede
dereço de broadcast.
Portanto, como o IP, cada grupo pode ter o valor máximo
255. Porém, no caso das máscaras, o mais comum é usar estes  255  0 0 0 Máscara
valores máximos, como identifica a tabela a seguir. 1111 1111  0000 0000 0000 0000 0000 0000 Classe A
0000 1010 0000 1100 0000 1110 0000 0000 IP Y
Classe Máscara de Rede CIDR  
10 12 14 0
 A 255.0.0.0  /8 Endereço
 B  255.225.0.0  /16 0000 1010 0000 0000 0000 0000 0000 0000
Rede  
C  255.255.255.0  /24    
Máscaras  255  0 0 0 Máscara
 
O número que expressa uma máscara normalmente é alto,
 
1111 1111  0000 0000 0000 0000 0000 0000 Classe A 
pois ele representa os bits mais à esquerda de um octeto mar- 0000 1111  0000 0000 0000 0011 0000 0001 IP Z
 
cados como 1 e os demais zeros. Com isso, as máscaras podem 
15  0 3 1
sumir apenas valores, como apresenta a tabela a seguir.
 
Endereço
 
0000 1111  0000 0000 0000 0000 0000 0000
Octeto (8 bits) Decimal   Rede
1000 0000 128
Caso 2: Um exemplo Classful C
1100 0000 192
1110 0000 224
Se um Host X possui endereço IP 192.168.0.100, um Host
Y possui endereço IP 192.168.0.250 e um Host Z possui en-

1111 0000 240
 O 
dereço IP 192.168.5.120, sendo classful C possuem a máscara
 Ç 
1111 1000 248
 Õ  

1111 1100 252 255.255.255.0, pode-se concluir que X e Y pertencem à mesma  S 

rede, uma vez que o primeiro, o segundo e o terceiro octe-



1111 1110 254

tos não têm seus valores alterados. Já o Host Z apresenta um


I  

1111 1111 255 F 
número diferente para o terceiro grupo, assim o Host Z não
 O 
É importante lembrar que o IPv4 é composto por 4 grupos, R 
pertence à mesma rede que X e Y.
M
chamados octetos quando trabalhados em binário. Por isso, Á  
cada grupo pode assumir valor máximo 255, pois é o maior

I  
 C 
valor possível de ser representado com 8 bits.

 255  255 255 0 Máscara
Uma máscara assumirá apenas os valores apresentados,
postos à esquerda. No exemplo a seguir, a máscara é 255.0.0.0. 1111 1111 1111 1111 1111 1111 0000 0000 Classe C
Cumpre observar os respectivos octetos: os números identifi- 1100 0000 1010 1000 0000 0000 0110 0100 IP X
cados com 1 representam uma rede. Assim, se algum número 192  168 0 100
deles for alterado no endereço IP de um Host, significa que Endereço 197
1100 0000 1010 1000 0000 0000 0000 0000
este se encontra em uma rede diferente. Rede
198  255  255 255 0 Máscara 1100 0000 1010 1000 0000 0001 0000 0000
 IP 
1111 1111  1111 1111 1111 1111 0000 0000 Classe C 192 168 1 0
1100 0000 1010 1000 0000 0000 1111 1010 IP Y
192  168 0 250
1111 1111 1111 1111 1111 1111 1111  0000
   A Endereço  Máscara
   C
   I
1100 0000 1010 1000 0000 0000 0000 0000 255 255 255 240
   T
Rede
    Á
   M A forma mais simples vista até aqui é utilizar o CIDR. Mas
   R é possível notar que nem sempre a questão o irá informar. Se
   O
   F  255  255 255 0 Máscara
   N
   I
o candidato possuir habilidades em converter decimais para
1111 1111 1111 1111 1111 1111 0000 0000 Classe C
   E binários ou mesmo se tiver decorado a tabela 9, então só resta
   D 1100 0000 1010 1000 0000 0101 0111 1000 IP Z
   S contar os números 1, ou neste caso, usar o menor esforço e con-
   E 192  168 5 120
    Õ tar os zeros da máscara, que afinal é o que se deseja. Portanto,
   Ç Endereço
   O 1100 0000 1010 1000 0000 0101 0000 0000
Rede a máscara apresentada corresponde ao CIDR /28, ou seja, os 4
   N
Observa-se que o endereço de rede obtido para X e Y é o últimos dígitos são os endereços por rede. Calculando, temos:
mesmo, mas para Z é outro. 256 – 240 = 16 endereços por rede
Para saber quantos são os endereços por rede, a más- Ou
   cara é de fundamental ajuda, principalmente se for dada pela 32 – 28 = 4
  
   questão na forma CIDR, como apresenta a tabela 8. Este é um 24=16 endereços por rede
     dos tópicos mais cobrados nas provas. Para a quantidade de Hosts utilizáveis, é importante lem-
   Sabe-se que o endereço IPv4 possui 32 bits e que uma brar-se de subtrair destes 16 os 2 endereços reservados.
    
  
   máscara identifica os bits à esquerda que serão usados para Nota-se que as máscaras 255.255.255.254 e
  
   identificar a rede. Assim, os bits que sobram à direita (zerados) 255.255.255.255 não fazem muito sentido: a primeira por não
     são usados para identificar endereços por rede. Um CIDR rep- existirem endereços para Hosts; e a segunda, além de não pos-
resenta exatamente o total de bits da máscara que são mar- suir endereços por rede, é um endereço reservado, utilizado
cados como 1, ou seja, o total de bits que representam redes. para broadcast.
Portanto, ao calcular pelo complemento, temos: Vejamos, a seguir, as diferentes redes que podem ser cri-
32 (tamanho do IPv4, portanto sempre será 32) – CIDR adas com o endereço 192.168.1.0/27, lembrando que o /27 é o
(normalmente informado pela questão) = X CIDR, ou seja, os 27 bits à esquerda serão para rede, e os 5 bits
Para calcular quantos são os endereços por rede, deve-se que sobram são para cada rede. Verifica-se que ao mudar um
elevar 2 por X, ou seja, 2X=Y. dos três bits à esquerda do último octeto (em destaque) se
Já para identificar a quantidade de Host utilizáveis, basta tem uma rede distinta. À direita os valores indicam o primeiro
calcular Y-2. endereço IP de cada rede, que é o endereço que a identifica.
Deste modo, dado o exemplo:
Em uma rede classe C, quantos endereços IPs podem ser
usados por Hosts?
Classe C = 255.255.255.0, ou seja, CIDR /24.
32-24=8
28=256 endereços por rede.
256-2 = 254 endereços para Hosts.
Classless
Como a proposta de divisão em classful também se mos-
trou limitada, surge a proposta classless, agora permitindo
uma maior subdivisão, além de apresentar melhor aproveita-
mento das faixas de endereços IPs.
A lógica de trabalho e cálculo é similar ao classful, com
a diferença de que agora parte de um octeto pode ser usada Assim, podemos concluir que a primeira rede/sub-rede
como máscara. Assim, os valores apresentados na tabela a se- que pode ser composta vai de 192.168.1.0/27 até 192.168.1.31/27,
guir são mais presentes. o endereço 192.168.1.32/27 marca o início da segunda rede/
No exemplo a seguir, dado o endereço IP 192.168.1.0 e a sub-rede. A tabela a seguir, destaca os intervalos de endereços
máscara 255.255.255.240, quantos são os endereços por rede? e os respectivos endereços reservados.
 Endereço de  Faixa de endereços utilizá-  Endereço de  Sub-
 rede veis por Hosts   broadcast  -rede
192.168.1.0 192.168.1.1 192.168.1.30 192.168.1.31 0
192.168.1.32 192.168.1.33 192.168.1.62 192.168.1.63 1
192.168.1.64 192.168.1.65 192.168.1.92 192.168.1.93 2
192.168.1.94 192.168.1.95 192.168.1.126 192.168.1.127 3
192.168.1.128 192.168.1.129 192.168.1.158 192.168.1.159 4
192.168.1.160 192.168.1.161 192.168.1.190 192.168.1.191 5
192.168.1.192 192.168.1.193 192.168.1.222 192.168.1.223 6
192.168.1.224 192.168.1.225 192.168.1.254 192.168.1.255 7
Conversão Binário  Decimal
A conversão de número binários para decimais é ob-
tida somando-se potências de base 2, conforme ilustra a
figura a seguir.

Conversão Decimal  Binário


Para converter um número decimal para um número
binário, devemos realizar divisões inteiras sucessivas por 2, ou
seja, mantendo o resto. Ao final deve-se pegar do último resto
ao primeiro. Vejamos o exemplo.

 
   
 
 

 

 
 

ANOTAÇÕES

 O 
 Ç 
 Õ  

 S 


I  


 O 

M
Á  

I  
 C 

199
200
17. Glossário Cookie
Um cookie é uma informação que pode ser armazenada
A-D pelo navegador se um website requisitar. A informação não
pode ter um tamanho muito grande. Cookies possuem uma
Adware validade e, ao expirarem, são automaticamente deletados pelo
   A Adwares são programas feitos para mostrar anúncios e navegador.
   C
   I
   T
    Á
propagandas de vários produtos. Geralmente são instalados Domínio
   M no computador de uma forma injusta.
   R Um domínio é um endereço na internet. Por exemplo,
   O
   F
   N
Android example.com, assim como superdownloads.com.br ou globo.
   I
É o sistema operacional do google para celulares, smart- com; todos são domínios. No Brasil, o Registro.br gerencia os
   E
   D phones e tablets. domínios, qualquer fora dos definidos por essa organização é
   S
   E considerado inválido. Os nomes dos domínios são transforma-
    Õ
   Ç Backdoor (Porta dos Fundos) dos para endereços IP através do DNS.
   O
   N Qualquer malware que possua um backdoor permite que o DNS
computador infectado seja controlado totalmente ou parcial-
mente via conexão com uma porta. Domain Name System, ou Sistema de Nomes de Domí-
nio. O DNS é o processo que resolve o domínio de um site, de
Bluetooth forma que, quando você acessar www.site.com, o seu com-
  
  
  
Bluetooth é uma forma de conexão que constitui uma rede
do tipo PAN (rede pessoal), utilizado para conexões de dispo-
putador possa transformar isso no endereço IP do servidor
     de destino.
sitivos como mouses, teclados, celulares, smartphones, entre
   outros dispositivos. Driver
    
  
   Bug São informações sobre o funcionamento das peças de
  
   O termo bug (“inseto”) é usado para definir defeitos inex- Hardware. Um driver é usado para que o sistema operacio-
     plicáveis em engenharia e também em informática. Softwares nal se comunique com o hardware. Existem também drivers
bugados costumam travar mais. Outros bugs podem fazer com de software para software, por exemplo, sua placa de vídeo
que worms se propaguem pela Internet. precisa de um driver, assim como a placa de som e alguns
Existe uma história verídica que conta que, em 1947, o monitores.
computador Mark II estava com problemas no funcionamento
e era por causa de um inseto que estava dentro das placas do F-P
computador. É considerado um caso “real” de um “computa-
dor que não funcionava por um bug”, mas não é o primeiro Firewall
registro histórico do uso do termo. O Firewall monitora as conexões feitas pelo seu computa-
dor para garantir que nenhum recurso dele esteja sendo usado
BIOS indevidamente. São úteis na prevenção de worms, trojans e
Sigla para “Basic Input/Output System”, que pode ser tra- outros malwares que tentem explorar comunicações de rede.
duzido para “Sistema Básico de Entrada/Saída”. A BIOS é um
pequeno software armazenado em um componente da placa- Gateway
mãe que é responsável pelo boot do computador. É um ponto de junção, composto de hardware e software,
Boot que funciona como um “portão de entrada” ou acesso inter-
mediário entre duas redes de formatos diferentes.
Chama-se boot o processo que seu computador executa
quando é ligado. Hash
Cache Um hash é uma sequência de letras/números gerada por
um algoritmo de hashing, que busca identificar um arquivo ou
É uma memória de armazenamento temporário, com fina- informação unicamente. Hashs podem ser usados para saber
lidade de fornecer um acesso mais rápido às informações. se os arquivos que você baixa através da Internet são idênticos
Atualmente encontramos a cache em navegadores de in- aos distribuídos pelo desenvolvedor.
ternet, nos processadores, bem como nos HDs. A sequência do hash é limitada (dificilmente passa dos 512
bytes).
Cracker
Pessoas que usam seus conhecimentos de informática Hijack
para destruir computadores ou ganhar dinheiro, roubando e Chama-se hijack (sequestro) quando o navegador web do
burlando sistemas bancários e de cartão de crédito. computador tem sua página inicial alterada ou pop-ups apa-
A maioria das pessoas chama, erroneamente, os crackers recem enquanto navega um site que, normalmente, estaria
de hackers. limpo.
HTTP Protocolo
O HyperText Transfer Protocol foi criado para que os na- Protocolos são regras que definem o modo pelo qual dife-
vegadores e servidores web pudessem se comunicar de uma rentes sistemas se comunicam. Seu navegador e servidor web
forma padronizada. É um dos protocolos mais comuns da web. precisam entender um ao outro, por isso os dois se utilizam do
HTTP para interpretar as informações que recebem e formular
IRC as mensagens que irão mandar.
O Internet Relay Chat é um sistema para bate-papo muito
conhecido na internet. S-V
Kernel Scam
O kernel é o coração do Sistema Operacional, pois faz a Fraudes que buscam estritamente ganhos financeiros. Nas
comunicação mais básica entre o software e o hardware. fraudes do tipo scam, diferente do phishing, o usuário contrata
Um erro no kernel pode causar uma falha grave no sistema um serviço, mas nunca o recebe. Existem outros scams em que
operacional. Muitas vezes, erros diretos no boot do sistema são o usuário é induzido a realizar um pagamento para a transferên-
causados por falhas no kernel. cia de valores, mas a transação nunca é efetuada, fazendo com
que o usuário perca o dinheiro. Podemos assimilar esse tipo de
Keylogger ataque ao golpe do bilhete premiado.
[Key = chave; log = registro de ações] Software que cap-
tura as teclas digitas no computador. Atualmente, o termo Script
foi expandido para incluir vários softwares de monitoração Scripts são “roteiros” utilizados principalmente para au-
completa do sistema, tais como o Perfect Keylogger (BPK). tomatizar tarefas administrativas. São também conhecidos
como arquivos de lotes.
Log
Um Log (to log - registrar) é um arquivo que guarda infor- Servidor
mações passadas (registros). Existem registros/logs de erros, A Internet funciona com uma base de Servidor-Cliente.
páginas visitadas (“Histórico”), entre outros, que podem aju- Os servidores geralmente esperam para atender um clien-
dar na identificação e solução de problemas. te, como um caixa no banco (servidor) que atende as pessoas
Malware (clientes) que usam os serviços do banco. Invasões só ocorrem
quando o computador da vítima tiver um servidor para que o
Malware é software que tem objetivos maliciosos, nele, se cliente (o atacante) possa se conectar.
incluem todos os trojans, vírus e spywares.
SMTP
 
Na maioria das vezes, “malware” será apenas tratado    
como um grupo que engloba spywares e adware. O Simple Mail Transfer Protocol é um protocolo de envio  
de mensagens de correio eletrônico associado aos clientes de
MS-DOS
 
e-mail, é também para a troca de mensagens entre os servi- 
Sistema operacional base do Windows. Atualmente ele dores de e-mail.  
não é mais usado como sistema operacional, mas é possível 
Smartphone
 
encontrá-lo no Windows; é o prompt de comando.  
São os telefones Inteligentes.
Phishing
É uma página ou mesmo um e-mail falso que tentam in- Software
duzir o usuário a informar seus dados pessoais e confidenciais Software é a parte lógica do computador, aquela que você
como senhas. não pode ver nem tocar, mas opera constantemente.

 O 
 Ç 

POP3 Spam
 Õ  

 S 
O Post Office Protocol é um protocolo que trabalha no E-mail não solicitado. Geralmente contém propagandas D 
absurdas com fórmulas mágicas para ganhar dinheiro e pro-

ciclo das mensagens eletrônicas. Serve para que os usuá- I  
dutos farmacêuticos.

rios possam facilmente baixar as suas mensagens de e-mail F 
 O 
do servidor.
Spoofing

M

Porta de Conexão
Á  
Referente ao que é forjado/falsificado. Um ataque de “IP

I  
 C 
O protocolo TCP/IP define 65535 “portas” lógicas para a Spoof” é aquele no qual o endereço IP do remetente é forja-

conexão. As portas são apenas um recurso criado pelo pro- do. Um e-mail “spoofed” é um e-mail em que o cabeçalho da
tocolo para facilitar a conexão entre dois computadores que mensagem (“De:” ou “From:”) foi falsificado.
ainda não possuem uma conexão ativa.
Várias portas possuem tarefas padrão. A porta 80, por Spyware
exemplo, é responsável por conexões do HTTP, que é o proto- Spywares são programas que capturam os dados do usuá- 201
colo utilizado pela maioria dos sites na web. rio ao fazer uso de algum serviço específico, como acessar de-
terminado site ou programa; eles podem vir acompanhados
202 de hijackers. Cuidado, spywares são diferentes de Phishings. ANOTAÇÕES
Sistema Operacional
Um Sistema Operacional é um Software especial que faz
   A um trabalho muito importante: gerencia o hardware. Ele tam-
   C
   I
   T bém tem uma interface para que os programadores possam
    Á
   M desenvolver programas que serão úteis, como editores de tex-
   R
   O
   F
to, calculadoras ou navegadores web. O sistema operacional
   N
   I não é útil por si só, mas os programas que rodam nele são.
   E
   D
   S TCP/IP
   E
    Õ Sigla para Transmission Control Protocol/Internet Protocol,
   Ç
   O
   N ou simplesmente Protocolo de Controle de Transmissão/Pro-
tocolo de Internet. O TCP/IP é uma suíte que inclui vários pro-
tocolos como o IP, TCP e UDP. Ele é apenas chamado de TCP/
IP, pois o TCP e o IP são os dois protocolos mais importantes
   incluídos nessa suíte.
  
  
     TI
   TI é uma abreviação para Tecnologia da Informação. Refe-
    
  
   re-se a ela tudo que tenha um processador e consiga processar
  
   informação.
    
Trojan Horse (Cavalo de Troia)
É um meio utilizado para infiltrar outros malwares ao com-
putador do usuário.
UDP
UDP (User Datagram Protocol) é um protocolo mais sim-
ples que o TCP e não possui muitos recursos. Ele também não
tem a garantia de que os pacotes chegam ao destino. É utiliza-
do por alguns serviços muito importantes como o DNS.
Por ser mais simples, ele pode algumas vezes ser mais rápido.
Vírus
Vírus (na definição clássica) é todo programa de compu-
tador que funciona como parasita, infectando os arquivos que
existem em um computador.
Por esse motivo, Trojans não são vírus, mas apenas “mal-
ware”. Worms também não são vírus, pois só usam a rede para
se espalhar e não infectam arquivos no disco rígido.

W
Worms
Worm é um tipo de malware que usa a rede para se es-
palhar. São muito famosos por infectar um grande número de
computadores em pouco tempo, usando anexos de e-mail e
forjando e-mails aparentemente legítimos.
Outros worms usam a rede local para serem instalados em
diferentes computadores.
    NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL 203

ÍNDICE
1. Introdução ao Direito Constitucional..........................................................................205
Noções Gerais .............................................................................................................................205
Metodologia de Estudo............................................................................................................... 205
Classificações..............................................................................................................................205
2. Princípios Fundamentais ...........................................................................................207
Princípio da Tripartição dos Poderes.......................................................................................... 207
Princípio Federativo ...................................................................................................................208
Princípio Republicano.................................................................................................................209
Presidencialismo.........................................................................................................................209
Democracia .................................................................................................................................209
Fundamentos da República Federativa do Brasil .......................................................................209
Objetivos Fundamentais da República Federativa do Brasil.......................................................210
3. Direitos Fundamentais - Regras Gerais ...................................................................... 212
Conceito .......................................................................................................................................212
Amplitude Horizontal e Vertical ..................................................................................................212
Classificação ................................................................................................................................212
Características .............................................................................................................................212
Dimensões dos Direitos Fundamentais ....................................................................................... 213
Titulares dos Direitos Fundamentais ...........................................................................................213
Cláusulas Pétreas e os Direitos Fundamentais ............................................................................213
Eficácia dos Direitos Fundamentais.............................................................................................214
Força Normativa dos Tratados Internacionais.............................................................................215
Tribunal Penal Internacional - TPI ...............................................................................................215
Direitos X Garantias .....................................................................................................................215
4. Direitos Fundamentais - Direitos e Deveres Individuais e Coletivos ............................ 216
Direito à Vida ...............................................................................................................................216
Direito à Igualdade ......................................................................................................................216
Direito à Liberdade ......................................................................................................................217
5. Direitos Fundamentais - Direitos e Deveres Individuais e Coletivos ............................ 221
Direito à Propriedade ..................................................................................................................221
Direito à Segurança .................................................................................................................... 222
Remédios Constitucionais .......................................................................................................... 230
6. Direitos Fundamentais - Direitos Sociais e Nacionalidade ..........................................233
Direitos Sociais ........................................................................................................................... 233
Direitos de Nacionalidade .......................................................................................................... 235
204 NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL    
7. Direitos Fundamentais – Direitos Políticos e Partidos Políticos...................................239
Direitos Políticos......................................................................................................................... 239
Partidos Políticos ........................................................................................................................ 242
8. Da Organização Político–Administrativa ...................................................................243
Princípio Federativo ...................................................................................................................243
Vedações Constitucionais ..........................................................................................................244
Características dos Entes Federativos ........................................................................................244
Competências dos Entes Federativos .........................................................................................248
Intervenção................................................................................................................................. 252
9. Administração Pública ..............................................................................................255
Conceito ...................................................................................................................................... 255
Princípios Expressos da Administração Pública ......................................................................... 255
Princípios Implícitos da Administração Pública ......................................................................... 257
Regras Aplicáveis aos Servidores Públicos ................................................................................259
Direitos Trabalhistas....................................................................................................................261
Liberdade de Associação Sindical ...............................................................................................261
10. Organização dos Poderes - Poder Legislativo ..........................................................269
Princípios ....................................................................................................................................269
Poder Legislativo ........................................................................................................................ 270
11. Organização dos Poderes – Poder Executivo.............................................................282
Princípios .................................................................................................................................... 282
12. Organização dos Poderes – Poder Judiciário ............................................................289
Disposições Gerais ......................................................................................................................289
Composição dos Órgãos do Poder Judiciário ..............................................................................291
Análise das Competências dos Órgãos do Poder Judiciário .......................................................298
13. Funções Essenciais à Justiça ....................................................................................303
Ministério Público .......................................................................................................................303
Advocacia Pública.......................................................................................................................309
Defensoria Pública .......................................................................................................................310
Advocacia ....................................................................................................................................312
14. Defesa do Estado e das Instituições Democráticas .....................................................313
Sistema Constitucional de Crises .................................................................................................313
Forças Armadas ...........................................................................................................................316
Segurança Pública .......................................................................................................................317
15. Ordem Social .......................................................................................................... 321
Seguridade Social ........................................................................................................................321
Da Educação, da Cultura e do Desporto ..................................................................................... 323
Ciência e Tecnologia................................................................................................................... 325
Comunicação Social .................................................................................................................... 325
Meio Ambiente............................................................................................................................ 326
Família, Criança, Adolescente, Jovem e Idoso ........................................................................... 327
Índios .......................................................................................................................................... 329
1. Introdução ao Direito Constitucional Além de Guardião da Constituição, o STF possui outra
atribuição Constitucional, qual seja, a de intérprete do texto
fundamental. É o Supremo quem define a melhor interpre-
Noções Gerais tação para esta ou aquela norma Constitucional. Quando um
Para iniciarmos o estudo do Direito Constitucional, alguns Tribunal manifesta sua interpretação, dizemos que ele rev-
conceitos precisam ser esclarecidos, principalmente para elou sua jurisprudência (o pensamento dos tribunais),
aqueles que nunca tiveram contato com a matéria.
sendo a do STF a que mais interessa para o estudo do Di-
Primeiramente, faz-se necessário conhecer qual será o ob- reito Constitucional. E é exatamente neste ponto que se en-
 jeto de estudo desta disciplina jurídica: Constituição Federal.
contra a maior importância do STF para o objetivo que aqui
A Constituição Federal é simplesmente a norma mais im-
portante de todo o ordenamento jurídico brasileiro. Ela é a se tem em vista: é essencial conhecer sua jurisprudência,
norma principal, a norma fundamental. pois costuma cair em prova. Para se ter ideia da importância
Se pudéssemos posicionar as espécies normativas na for- dessa matéria, é possível que alguma jurisprudência do STF
ma de uma pirâmide hierárquica, a Constituição Federal apare- seja contrária ao próprio texto constitucional. Dessa forma, o
ceria no topo desta pirâmide, ao passo que as outras espécies aluno precisa ter uma dupla percepção: conhecer o texto da
normativas estariam todas abaixo dela, como na ilustração: Constituição e conhecer a jurisprudência do STF.
Contudo, ainda existe outra fonte de conhecimento essen-
cial para o aprendizado em Direito Constitucional: a doutrina.
CF
A doutrina é o pensamento produzido pelos estudiosos do
Direito Constitucional. Conhecer a doutrina também faz parte
LEI, MP
de sua preparação.
DECRETO PRESIDEN- Em suma, para estudar Direito Constitucional é necessário es-
CIAL tudar:
A Constituição Federal;
PORTARIA A Jurisprudência do STF;
Doutrina de Direito Constitucional.
Para que sua preparação seja adequada, é necessário que Neste trabalho, apresentar-se-á o conteúdo de Direito
se tenha em vista uma Constituição atualizada. Isso por conta Constitucional atualizado, objetivo e necessário para prova de
de que a Constituição Federal foi promulgada em 1988, mas já forma que se tenha à mão um material suficiente ao estudo
foi alterada várias vezes. Significa dizer, numa linguagem mais para concurso público.
 
 jurídica, que ela foi emendada.    
As Emendas Constitucionais são a única forma de alteração Metodologia de Estudo  
do Texto Constitucional. Portanto, jamais uma lei, ou outra espé-
 
Aproveitam-se essas considerações iniciais para passar
cie normativa hierarquicamente inferior à Constituição, poderá

uma dica de estudo que pode ser útil na preparação para con-  
alterar o seu texto.
curso público. A preparação em Direito Constitucional precisa 
Neste ponto caberia a pergunta: o que torna a Constituição
 
observar três passos:  
Federal a norma mais importante do Direito Brasileiro? A res-
posta é muito simples: a Constituição possui alguns elementos Leitura da Constituição Federal;
que a distinguem das outras espécies normativas, por exem- Leitura da apostila; N 
plo: Resolução de exercícios.  O 
 Ç 
Os Princípios Constitucionais; O aluno que seguir esses passos certamente chegará à
 Õ  

aprovação em concurso público. Essa é a melhor orientação
 S 
Os Direitos Fundamentais; D 

A Organização do Estado; para quem está iniciando os estudos.



A Organização dos Poderes.


I  

Classificações


I  
De nada adiantaria possuir uma Constituição Federal com

A partir de algumas características que possuem as Con-
 O 

tantos elementos essenciais ao Estado se não existisse al-


 C 
stituições, é possível classificá-las, agrupá-las. As classifi-
 O 
guém para protegê-la. O próprio texto constitucional previu

cações abaixo não são as únicas possíveis, realçando apenas
 S 

um Guardião para a Constituição, o Supremo Tribunal Federal aqueles elementos mais comumente cobrados nos concursos
I  

 U 
(STF). públicos.
 C 
I  
 O 
O STF é o órgão de cúpula do Poder Judiciário e possui Quanto à origem, a Constituição pode ser Promulgada ou


como atribuição principal a guarda da Constituição. Ele é tão Outorgada. A Constituição Promulgada  é aquela decorrente

poderoso que se alguém editar uma norma que contrarie o de um verdadeiro processo democrático para a sua elaboração,
disposto no texto constitucional, o Supremo a declarará incon- fruto de uma Assembleia Nacional Constituinte. A Outorgada
stitucional. Uma norma declarada inconstitucional pelo STF é aquela imposta, unilateralmente, por um governante ou por 205
não produzirá efeitos na sociedade. um grupo de pessoas, ao povo.
Quanto à possibilidade de alteração, mutação, podem ser
206 Flexíveis, Rígidas ou Semirrígidas. As Constituições Flexíveis
não exigem, para a sua alteração, qualquer processo legislativo
especial. As Rígidas, contudo, dependem de um processo leg-
   L islativo de alteração mais difícil do que aquele utilizado para as
   A
   N normas ordinárias. As Constituições Semirrígidas são aquelas
   O
   I
   C cuja parte de seu texto só pode ser alterada por um proces-
   U so mais difícil, sendo que outra parte pode ser mudada sem
   T
   I
   T qualquer processo especial.
   S
   N
   O Quanto à forma  adotada, as Constituições podem ser:
   C
   O Escritas ou Dogmáticas e Costumeiras. A Constituição Dog-
   T
   I mática é aquela que apresenta um único texto, no qual
   E
   R
   I encontramos sistematizadas e organizadas todas as dis-
   D
   E posições essenciais do Estado. A Constituição Costumeira
   D é aquela formada pela reunião de diversos textos esparsos,
   S
   E
    Õ reconhecidos pelo povo como fundamentais, essenciais.
   Ç
   O Quanto à extensão, podem ser: Sintéticas ou Analíticas.
   N
A Constituição Sintética é aquela concisa, enxuta e que só traz
as disposições políticas essenciais a respeito da forma, orga-
   nização, fundamentos e objetivos do Estado. A Constituição
  
  
Analítica é aquela que aborda diversos assuntos, não neces-
sariamente relacionados com a organização do Estado e dos
    
   poderes. Ela desce a minúcias que poderiam figurar em uma
     lei ordinária, não precisando constar do texto constitucional.
  
   A partir das classificações apresentadas acima, temos que a
  
   Constituição Federal de 1988 pode ser considerada por Promul-
     gada, Rígida, Escrita e Analítica.

ANOTAÇÕES
2. Princípios Fundamentais Poder Executivo
Função principal (típica) de administrar o Estado;
Os Princípios Fundamentais, também chamados de Poder Legislativo
Princípios Constitucionais, formam a base de toda a orga- Função principal (típica) de legislar e fiscalizar as contas
nização do Estado Brasileiro. Como bem citado pelo Profes- públicas;
sor José Afonso da Silva, “os Princípios Fundamentais visam Poder Judiciário
essencialmente definir e caracterizar a coletividade política Função principal (típica) jurisdicional.
e o Estado e enumerar as principais opções político-consti- Além da sua própria função, a Constituição criou uma
tucionais1”. sistemática que permite a cada um dos poderes o exercício da
Exatamente em razão de sua importância, a Constituição Fed- função do outro poder. Essa função acessória chamamos de
eral os colocou logo no início, pois eles são a base de todo o texto. função atípica:
O que se segue a partir desses princípios é mero desdobramento Poder Executivo
de seu conteúdo. Função atípica de legislar e julgar;
Quem se prepara para concurso público deve saber que, Poder Legislativo
quando esse tema é abordado, costuma-se trabalhar questões Função atípica de administrar e julgar;
com o conteúdo previsto nos Arts. 1º ao 4º do texto consti- Poder Judiciário
tucional. Geralmente, aparece apenas texto constitucional Função atípica de administrar e legislar.
puro, mas, dependendo do concurso, as bancas costumam
cobrar questões doutrinárias mais difíceis. Dessa forma, pode-se dizer que além da própria função,
cada poder exerce de forma acessória a função do outro poder.
Quais princípios serão abordados? Uma pergunta sempre surge na cabeça dos candidatos:
▷ Princípio da Tripartição dos Poderes; qual dos três poderes é mais importante?
▷ Princípio Federativo; A única resposta possível é a inexistência de poder mais
▷ Princípio Republicano; importante. Cada poder possui sua própria função de forma
▷ Presidencialismo; que não se pode afirmar que exista hierarquia entre os pode-
▷ Princípio Democrático; res do Estado.
▷ Fundamentos da República Federativa do Brasil; Eles são independentes e harmônicos entre si, e para se
▷ Objetivos Fundamentais da República Federativa do garantir essa harmonia, a doutrina norte-americana desen-
Brasil; volveu um sistema que mantém a igualdade entre os poderes:
▷ Princípios que Regem as Relações Internacionais do Sistema de Freios e Contrapesos ( checks and balances  ).
Brasil. O sistema de freios e contrapesos adotado pela nossa Con-  
stituição, revela-se nas inúmeras medidas previstas no texto
Princípio da Tripartição dos Poderes
   
constitucional que condicionam a competência de um poder  
à apreciação de outro poder de forma a garantir o equilíbrio  
Esse princípio, também chamado de Princípio da Sepa- entre os três poderes. Abaixo estão alguns exemplos delas: 
ração dos Poderes, originou-se, historicamente, numa tenta- Exs.:  
tiva de limitar os poderes do Estado. Alguns filósofos perce- A necessidade de sanção do Chefe do Poder Execu-

beram que, se o Poder do Estado estivesse dividido entre três
 
tivo para que um Projeto de Lei aprovado pelo Poder  
entidades diferentes, seria possível que a sociedade exercesse
um maior controle de sua utilização. Legislativo possa entrar em vigor;
Na verdade, a divisão não é do Poder Estatal, haja vista ser O processo do Chefe do Poder Executivo por crime N 
ele uno, indivisível e indelegável, mas apenas uma divisão das de responsabilidade a ser realizado no Senado Fed-  O 
 Ç 
suas funções. Nos dizeres de José Afonso da Silva: “O poder eral, cuja sessão de julgamento é presidida pelo  Õ  

político, uno, indivisível e indelegável, se desdobra e se compõe Presidente do STF;  S 

de várias funções, fato que permite falar em distinções das A necessidade de apreciação pelo Poder Legislati- E 

funções, que fundamentalmente são três: a legislativa, a exec- vo das Medidas Provisórias editadas pelo Chefe do I  

utiva e a jurisdicional” 2. Poder Executivo;

I  

A previsão constitucional desse princípio encontra-se no A nomeação dos ministros do STF é feita pelo Presi-
 O 
 C 
Art. 2º , que diz: dente da República depois de aprovada pelo Senado
 O 

Art. 2º.  São Poderes da União, independentes e Federal.
 S 

harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Ju-
I  
Em todas as hipóteses acima apresentadas, faz-se

 U 
diciário. necessária a participação de mais de um Poder para a con-
 C 
I  
 O 
Esses são os três poderes, cada qual responsável pelo secução de um ato administrativo. Isso cria uma verdadeira


desenvolvimento de uma função principal do Estado: relação de interdependência entre os poderes, o que garante o

1 CANOTILHO, J. J. Gomes, e MOREIRA, Vital. Fundamentos da Constituição. In: equilíbrio entre eles.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 33ª Ed. São Paulo: Por último, não se pode esquecer que a separação dos po-
Malheiros, 2010. p. 94. 207
2 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 33ª Ed. São deres é uma das cláusulas pétreas por força do Art. 60, § 4º, III,
Paulo: Malheiros, 2010. p. 108. da Constituição Federal.
Significa dizer que a separação dos poderes não pode ser Por Desagregação
208 abolida do texto constitucional por meio de emenda: Ocorre quando um estado unitário resolve se descentralizar
 Art. 60, § 4º - Não será objeto de deliberação a politicamente, desagregando o poder central em favor de vários
 proposta de emenda tendente a abolir: entes titulares de poder político.
   L
   A
III. A separação dos Poderes.
   N Como última observação, não menos importante, a Forma
   O
   I
   C
   U
Princípio Federativo Federativa de Estado também é uma cláusula pétrea.
   T Esse princípio apresenta a Forma de Estado adotada no
   I
   T
Depois de estudar os Princípios da Tripartição dos Poderes
   S Brasil: federação. A forma de Estado reflete o modo de exer- e o Federativo, passa-se a ver como eles estão estruturados
   N
   O cício do poder político em função do território. É uma forma dentro da República Federativa do Brasil. Uma informação im-
   C
   O
   T
composta ou complexa3, visto que prevalece a pluralidade de portante antes disso: a autonomia política existente em cada
   I
   E poderes políticos internos. Está baseada na descentralização ente federativo pode ser percebida por meio de existência dos
   R
   I
   D política do Estado, cuja representação se dá por meio de qua- poderes em cada um.
   E tro entes federativos:
   D
   S Poder Executivo = Presidente da
   E União; República
    Õ
   Ç Estados;
   O
   N
Distrito Federal;
Poder Legislativo = Congresso
Municípios. União
Nacional
   Cada ente federativo possui sua própria autonomia políti-
  
   ca, o que não pode ser confundido com o atributo da soberania,
     pertencente ao Estado Federal. Poder Judiciário =
   A autonomia de cada ente confere-lhe a capacidade política STF e D emais  Órgãos J udiciais
    
  
   de, inclusive, criar sua própria Constituição. Apesar de cada ente Federais
  
   federativo possuir essa independência, não se pode esquecer
que a existência do pacto federativo pressupõe a existência de
     uma Constituição Federal e da impossibilidade de separação Poder Executivo = Governador
(Princípio da Indissolubilidade do Vínculo Federativo). Havendo
quebra do pacto federativo, a Constituição Federal prevê como
instrumento de manutenção da forma de Estado a chamada In- Poder Legislativo =
tervenção Federal, a qual será estudada em momento oportuno. Estados
Assembleia Legislativa
Não existe hierarquia entre os entes federativos. O que os
distingue é a competência que cada um recebeu da Constituição
Federal. Deve-se ressaltar que os estados e o Distrito Federal Poder Judiciário = Tribunal de Justiça
possuem direito de participação na formação da vontade na-
cional ao possuírem representantes no Senado Federal. Os mu-
nicípios não possuem representantes no Senado Federal. Carac-
teriza-se, ainda, pela existência de um guardião da Constituição Poder Executivo = Prefeito
Federal, o Supremo Tribunal Federal. A doutrina tem apontado
para algumas características da forma federativa brasileira:
Tricotômica Poder Legislativo = Câmara de
Municípios
Vereadores
Federação constituída em três níveis: federal, estadual e
municipal. O Distrito Federal não é considerado nessa classi-
ficação, haja vista possuir competência híbrida, ou seja, ora Poder Judiciário =
age como estado ora como município. NÃO EXISTE
Centrífuga
Essa característica reflete a formação da federação brasileira.
É a formação “de dentro para fora”. O movimento é de centrifuga- Poder Executivo = Governador
dora. A força de criação do estado federal brasileiro surgiu a partir
de um Estado Unitário para a criação de um estado federado, ou
seja, o poder centralizado que se torna descentralizado. O poder Distrito Poder Legislativo = Câmara Legis-
político era concentrado nas mãos de um só ente e, depois, passa Federal lativa
a fazer parte de vários entes federativos.
3 A doutrina classifica as formas de Estado em Compostas ou Unitárias. Os Estados
Compostos ou Complexos possuem como base a descentralização política enquanto
que os Estados Unitários ou simples possuem uma única entidade política a qual exerce Poder Judiciário = Tribunal de Justiça
de forma centralizada o poder político (CUNHA, 2011, p. 872). Estado Federal é espécie
de Estado Composto, portanto, não se confunde com Estado Unitário.
Princípio Republicano Esse princípio também é conhecido como princípio
sensível e, no Brasil, caracteriza-se por seu exercício se dar de
O princípio Republicano representa a Forma de Governo forma direta e indireta. Por esse motivo, a democracia brasile-
adotada no Brasil. A forma de governo reflete o modo de aqui- ira é conhecida como semidireta ou participativa. Esse tema,
sição e exercício do poder político, além de medir a relação porém, será abordado na seção sobre Direitos Políticos.
existente entre o governante e o governado.
A melhor forma de entender esse instituto é conhecen- FORMA DE ESTADO FEDERATIVA
do suas características. A primeira característica decorre da
análise etimológica da expressão res publica. Essa expressão,
que dá origem ao Princípio ora estudado, significa coisa públi-
ca, ou seja, em um Estado Republicano o governante cuida da FORMA DE GOVERNO REPUBLICANA
coisa pública, governa para o povo.
Outra característica importante é a Temporariedade. Esse
atributo revela o caráter temporário do exercício do poder
político. Por causa desse princípio, em nosso Estado, o gover- SISTEMA DE ESTADO PRESIDENCIALISTA
nante permanece no poder por tempo determinado.
Em uma República, o governante é escolhido pelo povo.
Essa é a chamada Eletividade. O poder político é adquirido
REGIME DE ESTADO DEMOCRÁTICO
pelas eleições, sendo que a vontade popular se concretiza nas
urnas.
Por fim, em um Estado Republicano o governante pode ser Fundamentos da Repúbli-
responsabilizado por seus atos.
A forma de governo republicana se contrapõe à monarquia, ca Federativa do Brasil
cujas características são opostas às estudadas aqui. Entre os Princípios Constitucionais mais importantes, de-
stacam-se os Fundamentos da República Federativa do Brasil,
Presidencialismo os quais estão elencados no Art. 1º da Constituição Federal:
Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada
O Presidencialismo é o sistema de governo adotado no  pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Brasil. O sistema de governo rege a relação entre o Poder Ex- Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático
ecutivo e o Legislativo medindo o grau de dependência entre de Direito e tem como fundamentos:
eles. No Presidencialismo, prevalece a separação entre os Po-
deres Executivo e Legislativo, os quais são independentes e I. A soberania;  
harmônicos entre si. II. A cidadania;    
A Constituição declara, em seu Art. 76, que: III. A dignidade da pessoa humana;  
O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da IV. Os valores sociais do trabalho e da livre inicia-  
República, auxiliado pelos Ministros de Estado. tiva; 
O Presidencialismo possui uma característica muito impor- V. O pluralismo político.  
tante, que é a concentração das funções executivas em uma A soberania é um fundamento que possui estreita relação

 
só pessoa, o Presidente, o qual é eleito pelo povo, e exerce ao com o Poder do Estado. É a capacidade que o Estado tem de  
mesmo tempo três funções: Chefe de Estado, Chefe de Gover- impor sua vontade. Esse princípio possui uma dupla acepção:
no, e Chefe da Administração Pública. soberania interna e externa. N 
A função de Chefe de Estado diz respeito a todas as A soberania interna é a capacidade de impor o poder es-  O 
 Ç 
atribuições do Presidente nas relações externas do País. Como tatal no âmbito interno, perante os administrados, sem se su-  Õ  

Chefe de Governo, o Presidente possui inúmeras atribuições in-  jeitar a qualquer outro poder.  S 

ternas no que tange à governabilidade do país. Já como Chefe A soberania externa é percebida pelo reconhecimento dos E 

da Administração Pública, o Presidente exercerá as funções



outros Estados soberanos de que o Estado Brasileiro possui I  

relacionadas com a chefia da Administração Pública Federal. sua própria autonomia no âmbito internacional.

I  

A cidadania como princípio revela a condição jurídica de
 O 

Democracia
 C 
quem é titular de Direitos Políticos. Ela permite ao indivíduo
 O 

Este princípio revela o Regime de Governo adotado no que possui vínculo jurídico com o Estado participar de suas de-
 S 

I  
Brasil. Caracteriza-se pela existência do Estado Democrático cisões e escolher seus representantes. O exercício da cidadania

 U 

de Direito e pela preservação da dignidade da pessoa humana. guarda estreita relação com a Democracia, pois essa autoriza a
 C 
I  
 O 
A democracia significa o governo do povo, pelo povo e participação popular na formação da vontade estatal.


para o povo. É a chamada soberania popular. Sua fundamen- A dignidade da pessoa humana é considerada o

tação constitucional encontra-se no Art. 1º da CF: princípio com maior hierarquia axiológica da Constituição.
 Art. 1º, Parágrafo único.  Todo o poder emana do povo, Sua importância se traduz na medida em que deve ser as-
que o exerce por meio de representantes eleitos ou di- segurada, primordialmente, pelo Estado, mas também deve 209
retamente, nos termos desta Constituição. ser observada nas relações particulares. Como fundamento,
embasa toda a gama de direitos fundamentais, os quais es-
tão ligados em sua origem a esse princípio. A dignidade da
Objetivos Fundamentais da
210
pessoa humana representa o núcleo mínimo de direitos e República Federativa do Brasil
garantias que devem ser assegurados aos seres humanos.
   L O valor social do trabalho e da livre iniciativa revela a Outro grupo de Princípios Constitucionais que costuma ser
   A
   N adoção de uma economia capitalista ao mesmo tempo em que cobrado em prova é o dos Objetivos da República Federativa do
   O
   I
   C
   U
elege o trabalho como elemento responsável pela valorização Brasil, os quais estão previstos no Art. 3º da Constituição Federal:
   T
   I social. Ao mesmo tempo em que a Constituição garante uma
   T
   S liberdade econômica, protege o trabalho como elemento rela- Art. 3º.  Constituem objetivos fundamentais da
   N
   O cionado à dignidade do indivíduo como membro da sociedade. República Federativa do Brasil:
   C
   O O Pluralismo Político, ao contrário do que parece, não está
   T
   I I. Construir uma sociedade livre, justa e solidária;
   E relacionado apenas com a pluralidade de partidos políticos, de-
   R
   I
   D vendo ser entendido sob um sentido mais amplo, pois revela uma II. Garantir o desenvolvimento nacional;
   E
   D sociedade em que pluralidade de ideias se torna um ideal a ser III. Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir
   S
   E preservado. Liberdades, como de expressão, religiosa ou política as desigualdades sociais e regionais;
    Õ
   Ç estão entre as formas de manifestação desse princípio.
   O
   N Geralmente, quando esse tema é cobrado em prova, costu- IV. Promover o bem de todos, sem preconceitos de
ma ser questionado apenas o texto constitucional. origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
   SOBERANIA formas de discriminação.
  
   Os objetivos são verdadeiras metas a serem perseguidas pelo
    
   CIDADANIA Estado com o fim de garantir os ditames constitucionais. Deve-se ter
     muita atenção em relação a esses dispositivos, pois eles costumam
  
   FUNDAMENTOS
  
   REPÚBLICA
ser cobrados em prova fazendo-se alterações dos termos consti-
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
     FEDERATIVA DO tucionais.
BRASIL Outra característica que distingue os fundamentos dos
VALOR SOCIAL DO TRABALHO E objetivos é o fato de os fundamentos serem nominados com
DA LIVRE INICIATIVA
 substantivos ao passo que os objetivos se iniciam com verbos.
Essa diferença pode ajudar a perceber qual a resposta correta
PLURALISMO POLÍTICO na prova.

GArantir o desenvolvimento
nacional

PROmover o bem de todos sem


distinção de origem, raça, sexo, cor, CONstruir uma sociedade livre,
idade e quaisquer outras formas de OBJETIVOS
 justa e solidária
discriminação

ERradicar a pobreza e a marginal-


ização e reduzir as desigualdades
sociais e regionais
Princípios que Regem as Relações em pesquisas científicas para cura de doenças, bem como na
defesa e preservação do meio ambiente, entre outros.
Internacionais do Brasil A concessão de asilo político como princípio constitucional
E, por fim, têm-se os Princípios que regem as relações in- fundamenta a decisão brasileira de amparar estrangeiros que
ternacionais, os quais estão previstos no Art. 4º da CF: estejam sendo perseguidos em seus países por questões políti-
Art. 4º. A República Federativa do Brasil rege-se nas cas ou de opinião.
 suas relações internacionais pelos seguintes princípios: Destaca-se, entre os princípios que regem as relações in-
I. Independência nacional; ternacionais, um mandamento para que a República Federati-
II. Prevalência dos direitos humanos; va do Brasil busque a integração econômica, política, social e
III. Autodeterminação dos povos; cultural dos povos da América Latina, visando à formação de
IV. Não intervenção; uma comunidade latino-americana de nações. Repare que o
texto constitucional mencionou América Latina, não América
V. Igualdade entre os Estados;
do Sul. Parece não haver muita diferença, mas esse tema já foi
VI. Defesa da paz; cobrado em prova e a troca dos termos é considerada errada.
VII. Solução pacífica dos conflitos;
VIII. Repúdio ao terrorismo e ao racismo; ANOTAÇÕES
IX. Cooperação entre os povos para o progresso da
humanidade;
X. Concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil bus-
cará a integração econômica, política, social e cultural
dos povos da América Latina, visando à formação de
uma comunidade latino-americana de nações.
Esses princípios revelam características muito interessantes
do Brasil, ressaltando sua soberania e independência em relação
aos outros Estados do mundo.
A independência nacional destaca, no âmbito da soberania
externa, a relação do país com os demais estados, uma relação
de igualdade, sem estar subjugado a outro Estado.
A prevalência dos direitos humanos vai ao encontro do
fundamento da dignidade da pessoa humana, característica  
muito importante que se revela por meio do grande rol de
direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição
   
 
Federal.  
O Brasil defende a autodeterminação dos povos.  Por 
esse princípio, respeitam-se as decisões e escolhas de cada  
povo. Entende-se que cada povo é capaz de escolher o seu 
 
próprio caminho político e de resolver suas crises internas  
sem necessidade de intervenção externa de outros países.
Esse princípio se completa ao da não intervenção no mes-
mo sentido de preservação e respeito à soberania dos de- N 
mais Estados.
 O 
 Ç 
 Õ  
Esses princípios se completam juntamente com o da igual- E 
 S 
dade entre os Estados, sendo que cada país é reconhecido D 
como titular de soberania na mesma proporção que os demais,


sem hierarquia entre eles.
I  


Com uma ampla gama de garantias constitucionais, não
I  

 O 
poderia ficar de lado a defesa da paz como princípio funda-  C 
mental, ao mesmo tempo que funciona como bandeira defen-
 O 

dida pelo Brasil em suas relações internacionais. No mesmo
 S 

I  
sentido, a solução pacífica dos conflitos revela o lado concili-

 U 
ador do governo brasileiro, que por vezes intermedeia relações
 C 
I  
 O 
conturbadas entre outros chefes de estado.


O repúdio ao terrorismo e ao racismo  é princípio decor-

rente da dignidade da pessoa humana; terrorismo e racismo


são tomados como inaceitáveis em sociedades modernas.
O Estado Brasileiro tem-se destacado na cooperação en- 211
tre os povos para o progresso da humanidade, envolvendo-se
212
3. Direitos Fundamentais - Essa classificação encontra-se distribuída entre os Arts. 5º
e 17 do texto constitucional e é normalmente chamada pela
Regras Gerais doutrina de Conceito Formal dos Direitos Fundamentais. O Con-
ceito Formal é o que a Constituição Federal resolveu classificar
   L Os direitos e garantias fundamentais estão entre os temas como sendo Direito Fundamental. É o rol de direitos fundamen-
   A
   N mais cobrados em provas. Além de questões envolvendo a tais previstos expressamente no texto constitucional.
   O
   I
   C
literalidade do texto constitucional, encontramos aqui muitas Costuma-se perguntar nas provas: “O rol de direitos fun-
   U
   T discussões doutrinárias e jurisprudências que tornam essa damentais é um rol exaustivo? Ou melhor, taxativo?” O que se
   I
   T
   S
matéria uma fonte inesgotável de questões. quer saber é se o rol de direitos fundamentais é só aquele que
   N Procura-se nas próximas páginas apresentar as principais
   O está expresso na Constituição ou não.
   C questões levantadas na doutrina e nos tribunais, sempre privi-
   O Responde-se a essa questão com o § 2º do Art. 5º, que diz:
   T
   I legiando as posições adotadas pelas bancas organizadoras de § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constitu-
   E
   R
   I concurso público. ição não excluem outros decorrentes do regime e dos
   D
   E Inicia-se o estudo pelas Regras Gerais aplicáveis aos  princípios por ela adotados, ou dos tratados interna-
   D direitos fundamentais, tema que tem sido priorizado pelas
   S cionais em que a República Federativa do Brasil seja
   E
    Õ
maiores organizadoras de concursos do país.  parte.
   Ç
   O
   N Conceito Isso significa que o rol não é taxativo, mas exemplificativo.
A doutrina costuma chamar esse parágrafo de Cláusula de Ab-
Os direitos e garantias fundamentais são institutos jurídi- ertura Material, que é exatamente a possibilidade de existirem
cos que foram criados no decorrer do desenvolvimento da hu-
   outros direitos fundamentais, ainda que fora do texto consti-
  
  
manidade e se constituem de normas protetivas que formam tucional. Esse seria o Conceito Material dos direitos fundamen-
um núcleo mínimo de prerrogativas inerentes à condição hu-
     mana.
tais, ou seja, todos os direitos fundamentais que possuem a
   essência fundamental, ainda que não estejam expressos no
     Amplitude Horizontal e Vertical texto constitucional.
  
  
  
   Possuem como objetivo principal a proteção do indivíduo Características
     diante do poder do Estado. Mas não só do Estado. Os direit- O elemento jurídico acima abordado, além de explicar a pos-
os e garantias fundamentais também constituem normas de sibilidade de se inserirem novos direitos fundamentais no rol dos
proteção do indivíduo em relação aos outros indivíduos da que já existem expressamente na Constituição Federal, também
sociedade.
constitui uma das características que serão abordadas a seguir:
E é exatamente nesse ponto que surgem os conceitos de Historicidade
Amplitude Horizontal e Amplitude Vertical. Amplitude verti-
cal é o efeito protetor que as normas definidoras de direitos e Essa característica revela que os Direitos Fundamentais são
garantias fundamentais produzem para um indivíduo diante frutos da evolução histórica da humanidade. Significa que eles
do Estado. Já a amplitude horizontal é o efeito protetor que as evoluem com o passar do tempo.
normas definidoras de direitos e garantias fundamentais pro- Inalienabilidade
duzem para um indivíduo diante dos outros indivíduos. Os direitos fundamentais não podem ser alienados, não podem
ser negociados, não podem ser transigidos.
ESTADO Irrenunciabilidade
Os direitos fundamentais não podem ser renunciados.
Imprescritibilidade
   e    l
    d
   u   a
   c
Os direitos fundamentais não se sujeitam aos prazos pre-
    t
    i    i
    l    t
   p   r
scricionais. Não se perde um direito fundamental pelo decorrer
   e
   m
    A
    V do tempo.
Amplitude
Universalidade
Horizontal Os direitos fundamentais pertencem a todas as pessoas,
INDIVÍDUO INDIVÍDUO independentemente da sua condição.
Máxima Efetividade
Essa característica é mais uma imposição ao Estado, que
Classificação está coagido a garantir a máxima efetividade dos direitos fun-
A Constituição Federal, quando se refere aos direitos fun- damentais. Esses direitos não podem ser ofertados de qualquer
damentais, classifica-os em cinco grupos: forma. É necessário que eles sejam garantidos da melhor forma
▷ Direitos e Deveres Individuais e Coletivos; possível.
▷ Direitos Sociais; Concorrência
▷ Direitos de Nacionalidade; Os direitos fundamentais podem ser utilizados em conjun-
▷ Direitos Políticos; to com outros direitos. Não é necessário abandonar um para
▷ Partidos Políticos. usufruir outro direito.
Complementariedade paz. Esse seria o direito mais almejado pelo homem e que con-
Um direito fundamental não pode ser interpretado soz- substancia a reunião de todos os outros direitos.
inho. Cada direito deve ser analisado juntamente com outros Deve-se ressaltar que esses direitos, à medida que foram
direitos fundamentais, bem como com outros institutos jurídi- sendo conquistados, complementavam os direitos anteriores,
cos. de forma que não se pode falar em substituição ou superação
Proibição do Retrocesso de uma geração sobre a outra, mas em cumulação, de forma
que hoje podemos usufruir de todos os direitos pertencentes a
Essa característica proíbe que os direitos já conquistados todas as dimensões.
sejam perdidos. Para não se esquecer das três primeiras dimensões é só
Limitabilidade lembrar-se do Lema da Revolução Francesa: Liberdade, Igual-
Não existe direito fundamental absoluto. São direitos rel- dade e Fraternidade.
ativos.
Não Taxatividade 1ª DIMENSÃO 2ª DIMENSÃO 3ª DIMENSÃO
Essa característica, já tratada anteriormente, diz que o rol
de direitos fundamentais é apenas exemplificativo, tendo em
vista a possibilidade de inserção de novos direitos. LIBERDADE IGUALDADE FRATERNIDADE
Veja como esse tema costuma ser abordado em prova:

Dimensões dos Direitos Fundamentais Titulares dos Direitos Fundamentais


As dimensões, também conhecidas por Gerações de direit- Quem são os Titulares dos
os fundamentais, são uma classificação adotada pela doutrina Direitos Fundamentais?
que leva em conta a ordem cronológica de reconhecimento A própria Constituição Federal responde a essa per-
desses direitos. São cinco as dimensões atualmente reconhe- gunta quando diz no caput do Art. 5º que são titulares “os
cidas: brasileiros e estrangeiros residentes no país”. Mas será que
1ª Dimensão – foram os primeiros direitos conquistados é necessário residir no país para que o estrangeiro tenha
pela humanidade. São direitos relacionados à liberdade, em direitos fundamentais?
todas as suas formas. Possuem um caráter negativo diante do Imaginemos um avião cheio de alemães que está fazendo
Estado, tendo em vista ser utilizado como uma verdadeira lim- uma escala no Aeroporto Municipal de Cascavel-PR.
itação ao poder estatal, ou seja, o Estado, diante dos direitos Nenhum dos alemães reside no país. Seria possível entrar
de primeira dimensão, fica impedido de agir ou interferir na no avião e matar todas aquelas pessoas, haja vista não serem
sociedade. São verdadeiros direitos de defesa com caráter in-
 
titulares de direitos fundamentais por não residirem no país? É
dividual. Estão entre estes direitos as liberdades públicas, civis
   
claro que não. Para melhor se compreender o termo “residen-
e políticas.
 
te”, o STF o tem interpretado de forma mais ampla no sentido  
2ª Dimensão – estes direitos surgem na tentativa de redu- de abarcar todos aqueles que estão no país. Ou seja, todos os 
zirem as desigualdades sociais provocadas pela primeira di- que estão no território brasileiro, independentemente de resi-  
mensão. Por isso, são conhecidos como direitos de igualdade. direm no país, são titulares de direitos fundamentais. 
Para reduzir as diferenças sociais, o Estado precisa interferir na
 
Mas será que, para ser titular de direitos fundamentais,  
sociedade: essa interferência reflete a conduta positiva adota- é necessário ter a condição humana? Ao contrário do que
da por meio de prestações sociais. São exemplos de direitos de parece, não é necessário. Tem-se reconhecido como titulares
segunda dimensão: os direitos sociais, econômicos e culturais. de direitos fundamentais as pessoas jurídicas. Ressalta-se que N 

3ª Dimensão – aqui estão os conhecidos direitos de frater- não só as pessoas jurídicas de direito privado, mas também as
 O 
 Ç 
pessoas jurídicas de direito público.
 Õ  
nidade. São direitos que refletem um sentimento de solidarie- E 
 S 
dade entre os povos na tentativa de preservarem os direitos de
Cláusulas Pétreas e os Di-

toda a coletividade. São de terceira geração o direito ao meio


ambiente saudável, o direito ao progresso da humanidade, ao reitos Fundamentais
I  


patrimônio comum, entre outros. I  

O Art. 60, § 4º da Constituição Federal, traz o rol das  O 
4ª Dimensão – esses direitos ainda não possuem um posi- chamadas Cláusulas Pétreas:
 C 

cionamento pacífico na doutrina, mas costuma-se dizer que


 O 

nesta dimensão ocorre a chamada globalização dos direitos fun- § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de  S 

emenda tendente a abolir:
I  
damentais. São direitos que rompem com as fronteiras entre os

 U 

Estados. São direitos de todos os seres humanos, independente- I. A forma federativa de Estado;  C 
I  
 O 
mente de sua condição, como o direito à democracia, ao plural- II. O voto direto, secreto, universal e periódico; N 

ismo político. São também considerados direitos de 4ª geração III. A separação dos Poderes;

os direitos mais novos, que estão em construção, como o direito IV. Os direitos e garantias individuais.
genético ou espacial. As Cláusulas Pétreas são núcleos temáticos formados
5ª Dimensão – essa é a mais nova dimensão defendida por por institutos jurídicos de grande importância, os quais não 213
alguns doutrinadores. É formado basicamente pelo direito à podem ser retirados da Constituição. Observe-se que o tex-
to proíbe a abolição desses princípios, mas não impede que Daí a doutrina chamá-la de norma contível, restringível
214 os mesmos sejam modificados, no caso, para melhor. Isso já ou redutível. Essas espécies permitem que outra norma re-
foi cobrado em prova. É importante notar que o texto con- duza a sua aplicabilidade. São normas que produzem efeitos
stitucional prevê no inciso IV como sendo Cláusulas Pétreas imediatos, mas esses efeitos podem ser restringidos.
   L apenas os direitos e garantias individuais. Pela literalidade Ex.: Art. 5º, VII, XII, XIII, XV, XXVII, XXXIII; Art. 9º; Art. 37, I;
   A
   N da Constituição, não são todos os direitos fundamentais que  Art. 170, parágrafo único; entre outros.
   O
   I
   C
são protegidos por esse instituto, mas apenas os de caráter Já as normas de eficácia limitada  são desprovidas de
   U
   T
   I
individual. Parte da doutrina e da jurisprudência entende que eficácia social. Diz-se que as normas de eficácia limitada não
   T
   S
essa proteção deve ser ampliada, abrangendo os demais di- são autoaplicáveis, possuem aplicabilidade indireta, mediata e
   N
   O
reitos fundamentais. Deve-se ter atenção com esse tema em reduzida ou diferida.
   C prova, pois já foram cobrados os dois posicionamentos. São normas que dependem de outra para produzirem
   O
   T
efeitos. O que as difere das normas de eficácia contida é a
   I
   E
   R
   I
Eficácia dos Direitos Fundamentais dependência de outra norma para que produza efeitos soci-
   D O § 1º do Art. 5º da Constituição Federal prevê que:
   E ais. Enquanto as de eficácia contida produzem efeitos imedi-
   D § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias atos, os quais poderão ser restringidos posteriormente, as de
   S
   E fundamentais têm aplicação imediata. eficácia limitada dependem de outra norma para produzirem
    Õ
   Ç
   O
Quando a Constituição Federal se refere à aplicação de efeitos. Deve-se ter cuidado para não pensar que essas es-
   N uma norma, na verdade está falando da sua eficácia. pécies normativas não possuem eficácia. Como se afirmou an-
Esse tema é sempre cobrado em provas de concurso. Com teriormente, elas possuem eficácia jurídica, mas não possuem
o intuito de obter uma melhor compreensão, é necessário con- eficácia social. As normas de eficácia limitada são classifica-
   ceituar, classificar e diferenciar os vários níveis de eficácia das das, ainda, em:
  
   normas constitucionais. Normas de eficácia limitada de princípio institutivo
    

Para que uma norma constitucional seja aplicada é indis- (organizativo ou organizatório);
   pensável que a ela possua eficácia.
     ▷ Normas de eficácia limitada de princípio programáti-
  
   Se os efeitos produzidos se restringem ao âmbito normativo, co.
  
   tem-se a chamada eficácia jurídica, ao passo que, se os efeitos As normas de eficácia limitada de princípio institutivo são
são concretos, reais, tem-se a chamada eficácia social. Eficácia
      jurídica, portanto, é a capacidade que uma norma constitucional
aquelas que dependem de outra norma para organizar ou in-
stituir estruturas, entidades ou órgãos.
tem de revogar todas as outras normas que com ela apresen- Ex.: Art. 18, § 2º; Art. 22, Parágrafo único; Art. 25, § 3º;
tem divergência. Já a eficácia social, também conhecida como  Art. 33; Art. 88; Art. 90, §2º; Art. 102, §1º; Art. 107, §1º; Art.
efetividade, é a aplicabilidade na prática, concreta, da norma. 113; Art. 121; Art. 125, §3º; 128, §5º; Art. 131; entre outros.
Todas as normas constitucionais possuem eficácia jurídica, mas
nem todas possuem eficácia social. Logo, é possível afirmar que As normas de eficácia limitada de princípio programático
todas as normas constitucionais possuem eficácia. O problema são aquelas que apresentam verdadeiros objetivos a serem
surge quando uma norma constitucional não pode ser aplicada perseguidos pelo Estado, programas a serem implementados.
na prática, ou seja, não possui eficácia social. Em regra, possuem fins sociais.
Para explicar esse fenômeno, foram desenvolvidas várias Ex.: Art. 7º, XI, XX, XXVII; Art. 173, §4º; Art. 196; Art. 205;
classificações acerca do grau de eficácia de uma norma con-  Art. 215; Art. 218; Art. 227; entre outros.
stitucional. A classificação mais adotada pela doutrina e mais O Supremo Tribunal Federal (STF) possui algumas de-
cobrada em prova é a adotada pelo professor José Afonso da cisões que conferiram o grau de eficácia limitada aos seguintes
Silva1. Para esse estudioso, a eficácia social se classifica em: dispositivos:
Eficácia Plena; Ex.: Art. 5º, LI; Art. 37, I; Art. 37, VII; Art. 40, § 4º; Art. 18,
Eficácia Contida; §4º.
Eficácia Limitada. Feitas as considerações iniciais sobre esse tema, resta sa-
ber o que o § 1º do Art. 5º da CF quis dizer com “aplicação
As normas de  eficácia plena   são aquelas autoaplicáveis.
imediata”. Para traduzir essa expressão, basta analisar a ex-
São normas que possuem aplicabilidade direta, imediata e in-
tegral. Seus efeitos práticos são plenos. É uma norma que não plicação apresentada anteriormente. Segundo a doutrina, as
depende de complementação legislativa para produzir efeitos. normas que possuem aplicação imediata ou são de eficácia
Veja os exemplos: plena ou contida. Ao que parece, o texto constitucional quis re-
stringir a eficácia dos direitos fundamentais em plena ou con-
Ex.: Art. 1º; Art. 5º, caput e incisos XXXV e XXXVI; Art. 19; tida, não existindo, em regra, normas definidoras de direitos
 Art. 21; Art. 53; Art. 60, § 1º e 4º; Art. 69; Art. 128, § 5º, I e II;
fundamentais com eficácia limitada. Entretanto, pelos próprios
 Art. 145, § 2º; entre outros.
exemplos aqui apresentados, não é essa a realidade do texto
As normas de eficácia contida também são autoaplicá- constitucional. Certamente, existem normas de eficácia limita-
veis. Assim como as normas de eficácia plena, elas possuem da entre os direitos fundamentais (7º, XI, XX, XXVII). A dúvida
aplicabilidade direta e imediata. Contudo, sua aplicação não que surge então é: como responder na prova?
é integral. É neste ponto que a eficácia contida se diferencia da
eficácia plena. A norma de eficácia contida nasce plena, mas A doutrina e o STF têm entendido que, apesar do texto
pode ser restringida por outra norma. expresso na Constituição Federal, existem normas definido-
1 Silva, José Afonso da. “Curso de Direito Constitucional Positivo”. 27ª edição. São ras de direitos fundamentais que não possuem aplicabilidade
Paulo: Malheiros, 2005. imediata, as quais são de eficácia limitada. Diante dessa con-
tradição, a doutrina tem orientado no sentido de se conferir a Ainda há os tratados internacionais que não falam de
maior eficácia possível aos direitos fundamentais. Em prova, direitos humanos. São tratados que falam de outros temas,
pode ser cobrada tanto uma questão abordando o texto puro por exemplo, o comércio. Esses tratados possuem força
da Constituição Federal quanto o posicionamento da doutrina. normativa de Lei Ordinária.
Deve-se responder conforme for perguntado. Para o tratado ser equivalente à emenda constitucional,
A Constituição previu dois instrumentos para garantir a tem que ser aprovado nas duas casas do Congresso Nacional,
efetividade das normas de eficácia limitada: Ação Direta de em dois turnos, pelo voto de 3/5 dos membros.
Inconstitucionalidade por omissão e o Mandado de Injunção. Em suma, são três as forças normativas dos Tratados Interna-
Todas as normas constitucionais possuem eficácia jurídica, cionais:
mas nem todas possuem eficácia social.
EMENDA À CON-
JURÍDICA PLENA STITUIÇÃO

EFICÁCIA
TRATADOS NORMA
PRINCÍPIO INTERNACIONAIS SUPRALEGAL
SOCIAL CONTIDA ORGANIZATIVO

LEI ORDINÁRIA
LIMITADA
PRINCÍPIO Tribunal Penal Internacional - TPI
PROGRAMÁTICO Há outra regra muito interessante prevista no § 4º do
Art. 5º da Constituição:
§ 4º - O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.
Força Normativa dos É o chamado Tribunal Penal Internacional. Mas o que é o
Tratados Internacionais Tribunal Penal Internacional? É uma corte permanente, local-
Uma regra muito importante para a prova é a que está pre- izada em Haia, na Holanda, com competência de julgamento
vista no § 3º do Art. 5º: dos crimes contra a humanidade.
§3º  - Os tratados e convenções internacionais sobre É um Tribunal, pois tem função jurisdicional; é Penal  
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa porque só julga crimes; é Internacional, haja vista sua com-    
do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quin- petência não estar restrita à fronteira de um só Estado.  
tos dos votos dos respectivos membros, serão equiva- Mas uma coisa deve ser esclarecida. O TPI não julga
 
lentes às emendas constitucionais.

qualquer tipo de crime. Só os crimes que tenham repercussão  
Esse dispositivo constitucional apresenta a chamada Força para toda a humanidade. Geralmente, são crimes de guerra, 
Normativa dos Tratados Internacionais.
 
agressão estrangeira, genocídio, dentre outros.  
Segundo o texto constitucional, é possível que um tratado Apesar de ser um tribunal com atribuições jurisdicionais, o
internacional possua força normativa de emenda constitucion- TPI não faz parte do Poder Judiciário brasileiro. Sua competên-
al, desde que preencha os seguintes requisitos: cia é complementar à jurisdição nacional, não ofendendo, por-

 O 
Tem que falar de direitos humanos; tanto, a soberania do Estado brasileiro. Isso significa que o TPI só
 Ç 
 Õ  
Tem que ser aprovado nas duas casas legislativas


age quando a Justiça Brasileira se omite ou é ineficaz.  S 
do Congresso Nacional, ou seja, na Câmara dos


Deputados e no Senado Federal; Direitos X Garantias D 
I  

▷ Tem que ser aprovado em dois turnos em cada casa; Muitos questionam se direitos e garantias são a mesma

I  

Tem que ser aprovado por 3/5 dos membros em
 O 

coisa, mas a melhor doutrina tem diferenciado esses dois in-  C 
cada turno de votação, em cada casa. stitutos.
 O 

Preenchidos esses requisitos, o Tratado Internacional terá
 S 
Os direitos são os próprios direitos previstos na Constituição

força normativa de Emenda à Constituição.
I  

Federal. São os bens jurídicos tutelados pela Constituição. Eles rep-
 U 

Mas surge a seguinte questão: e se o Tratado Interna-


 C 
resentam por si só esses bens.
I  
 O 
cional for de Direitos Humanos e não preencher os requi-

As garantias são instrumentos de proteção dos direitos.

sitos constitucionais previstos no § 3º do Art. 5º da Con-

stituição? Qual será sua força normativa? Segundo o STF, São ferramentas disponibilizadas pela Constituição para a
caso o Tratado Internacional fale de direitos humanos, mas fruição dos direitos.
não preencha os requisitos do § 3º do Art. 5º da CF, ele terá Apesar da diferença entre os dois institutos é possível afir- 215
força normativa de Norma Supralegal. mar que toda garantia é um direito.’
216
4. Direitos Fundamentais -  Aborto sentimental 
II. Se a gravidez resulta de estupro e o aborto é pre-
Direitos e Deveres Individuais e Cole- cedido de consentimento da gestante ou, quando
incapaz, de seu representante legal.
   L
   A
   N
tivos São os  abortos necessárioe sentimental. Aborto
   O
   I A Constituição Federal, ao disciplinar os direitos individ- necessário é aquele praticado para salvar a vida da gestante
   C e o aborto sentimental é utilizado nos casos de estupro. Es-
   U
   T
uais, os coloca basicamente no Art. 5º. Logo no caput   desse
   I
   T artigo, já aparece uma classificação didática dos direitos ali sas duas exceções à prática do crime de aborto são hipóteses
   S em que se permite a sua prática no direito brasileiro. Além
   N previstos:
   O dessas duas hipóteses previstas expressamente na legislação
   C Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção
   O
   T de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e brasileira, o STF também reconhece a possibilidade da práti-
   I
   E
   R aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do ca de aborto do feto anencéfalo (feto sem cérebro) 1. Mais
   I
   D direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à uma vez, o direito à vida encontra-se flexibilizado.
   E
 propriedade, nos termos seguintes:
   D
   S
Para estudarmos os direitos individuais, utilizaremos os
Legítima Defesa e Estado de Necessidade
   E
    Õ
   Ç cinco grupos de direitos previstos no caput  do Art. 5º: Esses dois institutos, também excludentes de ilicitude do
   O
   N Direito à vida; crime, são outras possibilidades de limitação do direito a vida,
conforme disposto no Art. 23 do Código Penal Brasileiro:
Direito à igualdade;
Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato:
   Direito à liberdade;
I. Em estado de necessidade;
  
   Direito à propriedade;
II. Em legítima defesa;
     Direito à segurança.
Em linhas gerais e de forma exemplificativa, o estado de
   Percebe-se que os 78 incisos do Art. 5º, de certa forma,
necessidade permite que, diante de uma situação de perigo,
     decorrem de um desses direitos que podem ser chamados
  
   uma pessoa possa, para salvar uma vida, tirar a vida de out-
  
  
de “direitos raízes”. Utilizando essa divisão, a seguir serão
abordados os incisos mais importantes desse artigo, tendo em ra pessoa. Na legítima defesa, caso sua vida seja ameaçada
     vista a preparação para a prova. Logicamente, não conseguire- por alguém, existe legitimidade em retirar a vida de quem o
mos abordar todos os incisos, o que não tira a responsabili- ameaçou.
dade de lê-los. Outro ponto que deve ser ressaltado é que o direito à vida
não está adstrito apenas ao fato de se estar vivo. Quando a
Direito à Vida constituição protege o direito à vida, a faz em suas diversas
Ao falar desse direito, que é considerado pela doutrina acepções. Existem dispositivos constitucionais que protegem
como o direito mais fundamental de todos , por ser um pres- o direito à vida no que tange a sua preservação da integridade
suposto para o exercício dos demais direitos, enfrenta-se um física e moral (Art. 5º, III, V, XLVII, XLIX; Art. 199, §4º. A Consti-
primeiro desafio: esse direito é absoluto? tuição também protege o direito à vida no que tange à garan-
Assim como os demais direitos, o direito à vida não é absoluto. tia de uma vida com qualidade (Arts. 6º; 7º, IV; 196; 205; 215).
São várias as justificativas existentes para considerá-lo um direito
passível de flexibilização: Direito à Igualdade
Pena de Morte Igualdade Formal X Igualdade Material
Uma que já apareceu em prova: existe pena de morte no Possui como sinônimo o termo Isonomia. A doutrina clas-
Brasil? sifica esse direito em:
A sua resposta tem que ser “SIM”. A alínea “a” do inciso Igualdade Formal
XLVII do Art. 5º traz essa previsão expressamente: Traduz-se no termo “todos são iguais perante a lei, sem dis-
XLVII. Não haverá penas: tinção de qualquer natureza”. É o previsto no caput   do Art. 5º.
a) de morte, salvo em caso de guerra declara- É uma igualdade jurídica, que não se preocupa com a realidade,
da, nos termos do Art. 84, XIX; mas apenas evita que alguém seja tratado de forma discrimi-
Todas as vezes que a Constituição traz uma negação acom- natória.
panhada de uma exceção, estamos diante de uma possibili- Igualdade Material
dade. Também chamada de igualdade efetiva ou substancial. É
Aborto a igualdade que se preocupa com a realidade. Traduz-se na
seguinte expressão: “tratar os iguais com igualdade e os desi-
A prática de aborto no Brasil é permitida? O Art. 128 do 1 O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Relator, julgou procedente
Código Penal Brasileiro apresenta duas possibilidades de a ação para declarar a inconstitucionalidade da interpretação segundo a qual a
prática de aborto que são verdadeiras excludentes de ilicitude: interrupção da gravidez de feto anencéfalo é conduta tipificada nos artigos 124,
126, 128, incisos I e II, todos do Código Penal, contra os votos dos Senhores Minis-
Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico: tros Gilmar Mendes e Celso de Mello que, julgando-a procedente, acrescentavam
 Aborto necessário condições de diagnóstico de anencefalia especificadas pelo Ministro Celso de Mel-
lo; e contra os votos dos Senhores Ministros Ricardo Lewandowski e Cezar Peluso
I. Se não há outro meio de salvar a vida da ges- (Presidente), que a julgavam improcedente. Impedido o Senhor Ministro Dias Tof-
tante; foli. Plenário, 12.04.2012. ADPF 54 – Relator Min. Marco Aurélio.
guais com desigualdade, na medida das suas desigualdades”. Deve ser Necessário ao Exercício do Cargo
Esse tipo de igualdade confere um tratamento com justiça O critério discriminatório deve ser necessário ao exercício
para aqueles que não a possuem. do cargo. A título de exemplo: seria razoável exigir para um
cargo de policial militar, altura mínima ou mesmo, idade máx-
Todos são iguais perante ima, que representam vigor físico, tendo em vista a natureza
Formal a lei, sem distinção de
qualquer natureza do cargo que exige tal condição. As mesmas condições não
poderiam ser exigidas para um cargo de técnico judiciário, por
não serem necessárias ao exercício do cargo.
Igualdade
Em suma, podem ser exigidos critérios discriminatórios
desde que previstos em lei e que sejam necessários ao exer-
Tratar os iguais com igual- cício do cargo, observados os critérios de proporcionalidade
Material dade e os desiguais com
desigualdade e razoabilidade.
Esse tema sempre tem sido alvo de questões em prova,
A igualdade formal é a regra utilizada pelo Estado para con- principalmente sob o aspecto jurisprudencial. Veja este exem-
ferir um tratamento isonômico entre as pessoas. Contudo, por plo de questão:
diversas vezes, um tratamento igualitário não consegue atender
a todas as necessidades práticas. Faz-se necessária a utilização
Ações Afirmativas
da igualdade em seu aspecto material para que se consiga pro- Como formas de concretização da igualdade material
duzir um verdadeiro tratamento isonômico. foram desenvolvidas políticas públicas de compensação di-
Imaginemos as relações entre homens e mulheres. A regra rigidas às minorias sociais chamadas de Ações Afirmativas
é que homem e mulher são tratados da mesma forma conforme ou Discriminações Positivas. São verdadeiras ações de cunho
previsto no inciso I do Art. 5º: social que visam a compensar possíveis perdas que determi-
I. Homens e mulheres são iguais em direitos e nados grupos sociais tiveram ao longo da história de suas vi-
obrigações, nos termos desta Constituição; das. Quem nunca ouviu falar nas “quotas para os pobres nas
Universidades” ou ainda, “reserva de vagas para deficientes
Contudo, em diversas situações, homens e mulheres serão
em concursos públicos”? Essas são algumas das espécies de
tratados de forma diferente:
ações afirmativas desenvolvidas no Brasil.
Licença-Maternidade
Mas por que reservar vagas para deficientes em concursos
Tem duração de 120 dias para a mulher. Para o homem, apenas
públicos? Ora, é óbvio que o deficiente, qualquer que seja sua
5 dias de licença-paternidade;
deficiência, quando se prepara para um concurso público pos-
Aposentadoria sui muito mais dificuldade que uma pessoa que tem a pleni-
 
A mulher se aposenta 5 anos mais cedo que o homem; tude de seu vigor físico. Em razão dessa diferença, o Estado,
   
 
Serviço Militar Obrigatório na tentativa de reduzir a desigualdade existente entre os con-  
Só o homem está obrigado. correntes, resolveu compensar a limitação de um portador de 
Essas são algumas das situações em que são permitidos necessidades especiais reservando-lhe vagas especiais.  
tratamentos desiguais entre as pessoas. As razões que justifi- Perceba que, ao contrário do que parece, quando se res-

 
cam essa discriminação são as diferenças efetivas que existem ervam vagas num concurso público para deficientes estamos  
entre os homens e as mulheres em cada uma das hipóteses. diante de um nítido tratamento discriminatório, que nesse
Exemplificando, a mulher tem mais tempo para se recuperar caso é justificável pelas diferenças naturais entre o concorrente
em razão da nítida distinção do desgaste feminino para o mas- sadio e o concorrente deficiente. Lembre-se de que igual-

 O 

culino no que tange ao parto. É indiscutível que, por mais des- dade material é tratar iguais com igualdade e desiguais com
 Ç 
 Õ  

gastante que seja o nascimento de um filho para o pai, nada se desigualdade. O que se faz por meio dessas políticas de com-  S 

compara ao sofrimento suportado pela mãe. Por essa razão, a pensação é tratar os desiguais com desigualdade, na medida E 

licença-maternidade é maior que a licença-paternidade. de suas desigualdades. Só dessa forma é possível alcançar um

I  

Igualdade nos Concursos Públicos verdadeiro tratamento isonômico entre os candidatos.



I  

 O 
O tema diz respeito à igualdade nos concursos públicos. Se- Por fim, destaca-se o fato de o STF ter declarado consti-  C 
tucional a política de cotas étnico-raciais para seleção de estu-
 O 
ria possível restringir o acesso a um cargo público em razão do

dantes em universidades públicas pacificando uma discussão


 S 
sexo de uma pessoa? Ou por causa de sua altura? Ou ainda, pela

I  
antiga sobre esse tipo de ação afirmativa.

idade que possui?
 U 
 C 

Direito à Liberdade
I  
Essas questões encontram a mesma resposta: sim! É pos-
 O 

sível, desde que os critérios discriminatórios preencham al-



O direito à liberdade pertence à primeira geração de dire-

guns requisitos: itos fundamentais por expressarem os direitos mais ansiados


Deve ser Fixado em Lei pelos indivíduos como forma de defesa diante do Estado. O
Não basta que os critérios estejam previstos no edital, pre- que se verá a seguir são algumas das acepções desse direito 217
cisam estar previstos em lei, no seu sentido formal. que podem ser cobradas em prova.
XX. Sistemas de consórcios e sorteios; XVI. Organização, garantias, direitos e deveres das
XXI. Normas gerais de organização, efetivos, mate-  polícias civis.
rial bélico, garantias, convocação e mobilização das § 1º  - No âmbito da legislação concorrente, a com-
 polícias militares e corpos de bombeiros militares;  petência da União limitar-se-á a estabelecer normas
XXII. Competência da polícia federal e das polícias  gerais.
rodoviária e ferroviária federais; § 2º - A competência da União para legislar sobre nor-
XXIII. Seguridade social; mas gerais não exclui a competência suplementar dos
XXIV. Diretrizes e bases da educação nacional; Estados.
XXV. Registros públicos; § 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Es-
XXVI. Atividades nucleares de qualquer nature- tados exercerão a competência legislativa plena, para
 za; atender a suas peculiaridades.
XXVII. Normas gerais de licitação e contratação, em § 4º  - A superveniência de lei federal sobre normas
todas as modalidades, para as administrações públi-  gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe
cas diretas, autárquicas e fundacionais da União, for contrário.
Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o No âmbito das competências concorrentes, algumas re-
disposto no Art. 37, XXI, e para as empresas públicas gras são fundamentais para a prova. Aqui, a participação da
e sociedades de economia mista, nos termos do Art. União é no sentido de fixar normas gerais, ficando os Estados
173, § 1º, III; com a competência de suplementar a legislação federal. Caso
XXVIII . Defesa territorial, defesa aeroespacial, def- a União não legisle sobre determinada matéria de competên-
esa marítima, defesa civil e mobilização nacional; cia concorrente, nasce para o Estado o direito de legislar de
XXIX. Propaganda comercial. forma plena sobre a matéria. Contudo, resolvendo a União
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os legislar sobre matéria já regulada pelo Estado, a lei estadual
Estados a legislar sobre questões específicas das matérias ficará com sua eficácia suspensa pela lei federal nos pontos
relacionadas neste artigo. discordantes. Deve-se ter cuidado com esse último ponto. Não
As competências concorrentes, previstas no Art. 24 da ocorre revogação da lei estadual pela lei federal, haja vista não
Constituição, podem ser exercidas de forma concorrentes existir hierarquia entre leis de entes federativos distintos. O
pela União, pelos Estados e pelo Distrito Federal. Atenção: que ocorre, como bem explicitou a Constituição Federal, é a
Município não possui competência concorrente. Vejamos o suspensão da eficácia.
que diz o citado artigo: Quanto às competências dos Estados, há as seguintes es-
Art. 24.  Compete à União, aos Estados e ao Distrito pécies: residual, por delegação da União, concorrente suple-
Federal legislar concorrentemente sobre: mentar e expressa.  
I. Direito tributário, financeiro, penitenciário, A competência residual dos Estados é também chamada de    
econômico e urbanístico; competência remanescente ou reservada. Está prevista no Art.  
II. Orçamento; 25, § 1º, o qual prevê que aos Estados serão reservadas todas  
III. Juntas comerciais; as competências que não sejam previstas a União ou aos Mu- 
nicípios. Deve-se lembrar que esse dispositivo fundamenta tan-
 
IV. Custas dos serviços forenses;
to as competências materiais quanto as legislativas:

V. Produção e consumo;
 
Art. 25 , § 1º - São reservadas aos Estados as competên-
 
VI. Florestas, caça, pesca, fauna, conservação da
natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, cias que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
 proteção do meio ambiente e controle da poluição; Outra competência dos Estados é a por delegação da N 
VII. Proteção ao patrimônio histórico, cultural, União, que decorre da possibilidade de serem delegadas as
 O 
 Ç 
artístico, turístico e paisagístico; competências privativas da União mediante Lei Complemen-
 Õ  

VIII. Responsabilidade por dano ao meio am- tar. Encontra-se prevista no Art. 22, parágrafo único:
 S 

biente, ao consumidor, a bens e direitos de valor Art.  22, Parágrafo único.  Lei complementar poderá


artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; autorizar os Estados a legislar sobre questões específi-
I  

cas das matérias relacionadas neste artigo.

IX. Educação, cultura, ensino, desporto, ciência, I  

tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação;
 O 
Temos ainda as competências concorrentes suplemen-  C 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, tares previstas no Art. 24, § 2º da CF. Essas suplementam a
 O 

de 2015) competência legislativa da União no âmbito das competências
 S 

X. Criação, funcionamento e processo do juizado concorrentes permitindo, inclusive, que os Estados legislem de
I  

 U 
de pequenas causas; forma plena quando não existir lei federal sobre o assunto:
 C 
I  
 O 
XI. Procedimentos em matéria processual; Art. 24, § 2º - A competência da União para legislar


XII. Previdência social, proteção e defesa da saúde;  sobre normas gerais não exclui a competência suple-

XIII. Assistência jurídica e Defensoria pública; mentar dos Estados.


XIV. Proteção e integração social das pessoas por- § 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Es-
tadoras de deficiência; tados exercerão a competência legislativa plena, para 251
XV. Proteção à infância e à juventude; atender a suas peculiaridades.
Há também as competências expressas dos Estados, as Não se deve confundir as competências comuns com as
252 quais podem ser encontradas nos Art. 18, § 4º e 25, §§ 2º e 3º concorrentes. Competência comum é comum a todos os entes
da Constituição Federal: e é administrativa. Competência concorrente é só para União,
Art. 18 , § 4º -  A criação, a incorporação, a fusão e Estados e o DF além de ser legislativa. Município tem com-
   L o desmembramento de Municípios, far-se-ão por petência comum, mas não tem concorrente.
   A
   N lei estadual, dentro do período determinado por Lei
   O
   I Competências Administrativas
   C Complementar Federal, e dependerão de consulta (Materiais)
   U  prévia, mediante plebiscito, às populações dos Mu-
   T
   I
   T nicípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de União
   S
   N Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na
   O Exclusiva (Art. 21)
   C
   O
forma da lei. Comum (Art. 23)
   T
   I
   E
Art. 25 , § 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente,
   R ou mediante concessão, os serviços locais de gás ca- Estados
   I
   D
   E
nalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida Comum (Art. 23)
   D  provisória para a sua regulamentação. Residual, reservada, remanescente (Art. 25 § 1º)
   S
   E
    Õ
§ 3º - Os Estados poderão, mediante lei complemen- Municípios
   Ç
   O
tar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações ur-
   N banas e microrregiões, constituídas por agrupamentos Comum (Art. 23)
de municípios limítrofes, para integrar a organização, Exclusiva (Art. 30, III-IX)
o planejamento e a execução de funções públicas de Distrito Federal
   interesse comum.
  
   Para os Municípios, a Constituição previu dois tipos de Competência híbrida
     competência legislativa: exclusiva e suplementar. A legislati-
   va exclusiva dos Municípios está prevista no Art. 30, I, o qual
Competências Legislativas
    
  
   menciona que os Municípios possuem competência para legis- União
  
   lar sobre assuntos de interesse local: Privativa (Art. 22)
     Art. 30. Compete aos Municípios: Concorrente (Art. 24)
I. Legislar sobre assuntos de interesse local. Estados
A competência legislativa suplementar está prevista no Art.
30, II, o qual permite aos Municípios legislar de forma suplementar Concorrente suplementar (Art. 24)
Residual, reservada, remanescente (Art. 25, § 1º)
a Legislação Federal e Estadual: Por delegação da União (Art. 22, § Único)
Art. 30. Compete aos Municípios: Expressos (Art. 25, § 2º e 3º)
II. Suplementar a legislação federal e a estadual no
que couber. Municípios
Por fim, nós há a competência legislativa do Distrito Fed- Exclusiva (Art. 30, I)
eral que, conforme já dito, é híbrida, permitindo ao DF leg- Suplementar ao Estado (Art. 30, II)
islar sobre as matérias de competência dos Estados e dos
Distrito Federal
Municípios. Apesar dessa competência ampla, a Constituição
resolveu estabelecer algumas limitações a sua autonomia leg- Competência híbrida (Estados e Municípios)
islativa excluindo algumas matérias de sua competência. Se-
gundo o Art. 21, XIII e XIV da CF, o Distrito Federal não possui
competência para organizar e legislar sobre alguns dos seus Intervenção
órgãos: Poder Judiciário, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros A Constituição Federal está assentada no princípio federa-
Militar e Polícia Civil. tivo como forma de Estado adotada no Brasil. O fato de sermos
Art. 21. Compete à União: uma federação reflete inúmeras características, dentre as quais
XIII. Organizar e manter o Poder Judiciário, o se destaca a autonomia de cada ente federativo. A autonomia
Ministério Público do Distrito Federal e dos Territóri- é atributo inerente aos entes federativos que exclui a possib-
os e a Defensoria Pública dos Territórios. ilidade de hierarquia entre os mesmos bem como a possibili-
XIV. Organizar e manter a polícia civil, a polícia mili- dade de intervenção de um ente federativo no outro.
tar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Feder- A regra constitucional é a da não intervenção. Contudo, ex-
al, bem como prestar assistência financeira ao Distri- cepcionalmente, a Constituição Federal previu hipóteses taxativas
to Federal para a execução de serviços públicos, por que permitem a um ente federativo intervir em outro ente em
meio de fundo próprio; situações que visem à preservação da unidade do pacto federati-
Diante deste estudo, algumas conclusões são muito úteis vo, a garantia da soberania nacional e de princípios fundamentais.
para a prova: A União poderá intervir nos Estados e no Distrito Federal e
Não se deve confundir as competências exclusivas com as os Estados poderão intervir em seus Municípios. A União não
privativas da União. Competência exclusiva é administrativa e pode intervir em município, salvo se for um município perten-
indelegável. Competência privativa é legislativa e delegável. cente a Território Federal. Destaca-se, novamente, que a possi-
bilidade de intervenção é uma exceção e só poderá ocorrer nas A intervenção Federal espontânea, ou de ofício, é aquela
hipóteses taxativamente elencadas na Constituição Federal. em que o Chefe do Poder Executivo, de forma discricionária,
Outra regra comum às intervenções é que a competência decreta a intervenção independentemente de provocação de
outros órgãos. A decretação de ofício ocorrerá nas hipóteses
para decretá-las é exclusiva do Chefe do Poder Executivo. Se a
previstas nos incisos I, II, III e do Art. 34:
intervenção é federal, a competência para decretar é do Presi- Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Dis-
dente da República. Se a intervenção é estadual, a competên- trito Federal, exceto para:
cia é do Governador de Estado. I. Manter a integridade nacional;
A seguir serão abordados as espécies de intervenção. II. Repelir invasão estrangeira ou de uma unidade
Intervenção Federal da Federação em outra;
A intervenção federal é a intervenção da União nos Esta- III. Pôr termo a grave comprometimento da ordem
 pública.
dos ou nos Municípios pertencentes aos Territórios Federais e
será decretada pelo Presidente da República. A intervenção federal provocada é aquela que depende da
provocação dos órgãos legitimados pela Constituição Federal,
Como dito anteriormente, a possibilidade de intervenção conforme o Art. 36:
federal constitui exceção prevista em rol taxativo, conforme Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
disposto no Art. 34: I. No caso do Art. 34, IV, de solicitação do Poder
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Dis- Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou im-
trito Federal, exceto para:  pedido, ou de requisição do Supremo Tribunal
I. Manter a integridade nacional; Federal, se a coação for exercida contra o Poder
II. Repelir invasão estrangeira ou de uma unidade  Judiciário;
da Federação em outra; II. No caso de desobediência a ordem ou decisão
 judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Fed-
III. Pôr termo a grave comprometimento da ordem eral, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal
 pública;  Superior Eleitoral;
IV. Garantir o livre exercício de qualquer dos Pode- III. De provimento, pelo Supremo Tribunal Federal,
res nas unidades da Federação; de representação do Procurador-Geral da República,
V. Reorganizar as finanças da unidade da Feder- na hipótese do Art. 34, VII, e no caso de recusa à ex-
ação que: ecução de lei federal.
a) suspender o pagamento da dívida fundada A provocação se dá por meio de solicitação ou requisição.
A solicitação não obriga o Presidente da República a decre-
 por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo
 
tar a medida, ao contrário da requisição, que está revestida
de força maior;
   
de obrigatoriedade na qual caberá ao Presidente apenas ex-  
b) deixar de entregar aos Municípios receitas ecutá-la.  
tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos A decretação de intervenção federal por solicitação ocor- 
 prazos estabelecidos em lei; rerá na hipótese do Art. 34, IV, a qual compete ao Poder Exec-  
VI. Prover a execução de lei federal, ordem ou de- utivo ou Legislativo das Unidades da Federação solicitar a ex- 
 
cisão judicial; ecução da medida quando se acharem coagidos ou impedidos  
de executarem suas atribuições constitucionais.
VII. Assegurar a observância dos seguintes A decretação de intervenção federal por requisição ocor-
 princípios constitucionais: rerá nas hipóteses previstas no Art. 34, IV, VI e VII. No inciso

 O 
a) forma republicana, sistema representativo IV, a requisição caberá ao Supremo Tribunal Federal quando
 Ç 
 Õ  
e regime democrático; a coação for exercida contra o Poder Judiciário. No inciso VI, a

 S 

b) direitos da pessoa humana; requisição virá do STF, STJ ou do TSE quando houver desobe- D 

diência de ordem judicial. E no inciso VI e VII a requisição será D 
c) autonomia municipal; do Supremo quando houver representação interventiva feita
I  


d) prestação de contas da administração pelo Procurador Geral da República nos casos de recusa de ex-
I  

 O 
 pública, direta e indireta; ecução de lei federal ou ofensa aos princípios sensíveis.  C 
 O 
e) aplicação do mínimo exigido da receita re- O decreto interventivo especificará todas as condições em N 
 S 
 sultante de impostos estaduais, compreendida a que ocorrerá a medida e terá eficácia imediata após a sua de- T 
I  

 proveniente de transferências, na manutenção e cretação pelo Presidente da República. Após sua decretação,  U 
 C 

desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços a medida será submetida a apreciação do Congresso Nacional I  
 O 
no prazo de 24 horas:

 públicos de saúde.


Art. 36 , § 1º - O decreto de intervenção, que especifi-
A partir desse artigo, a doutrina classificou a intervenção cará a amplitude, o prazo e as condições de execução e
federal em dois tipos: que, se couber, nomeará o interventor, será submetido
Intervenção Federal Espontânea; à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia 253
Intervenção Federal Provocada. Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º - Se não estiver funcionando o Congresso Nacional II. Não forem prestadas contas devidas, na forma
254 ou a Assembleia Legislativa, far-se-á convocação ex- da lei;
traordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas. III. Não tiver sido aplicado o mínimo exigido da re-
Caberá ao Congresso Nacional aprovar ou suspender a ex- ceita municipal na manutenção e desenvolvimento
   L
   A
ecução da Intervenção: do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;
   N Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Na-
   O
   I
   C cional: IV. O Tribunal de Justiça der provimento a represen-
   U tação para assegurar a observância de princípios
   T
   I IV. Aprovar o estado de defesa e a intervenção
   T
   S federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender indicados na Constituição Estadual, ou para prover
   N
   O
   C qualquer uma dessas medidas. a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
   O
   T Nas hipóteses de intervenção decretada por requisição do Devem ser atendidos os mesmos requisitos da Inter-
   I
   E
   R
Poder Judiciário previstas no Art. 34, VI e VII, a Constituição venção Federal: temporariedade, controle político pelo leg-
   I
   D dispensou a necessidade e apreciação do Congresso Nacional, islativo e decreto do Chefe do Executivo.
   E destacando que, nesses casos, o decreto limitar-se-á a sus-
   D Na hipótese do inciso IV, a intervenção dependerá de
   S
   E
pensão do ato impugnado, caso essa medida seja suficiente
    Õ para conter a crise. Se a mera suspensão do ato não resta- representação interventiva do Procurador-Geral de Justiça,
   Ç
   O belecer a normalidade, poderão ser adotadas outras medidas sendo dispensada a apreciação da Assembleia Legislativa.
   N
com o mesmo objetivo: Segundo o STF, essa decisão do Tribunal de Justiça que au-
Art. 36 , § 3º -  Nos casos do Art. 34, VI e VII, ou do Art. toriza a intervenção do Estado no Município possui nature-
    35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional za político-administrativa e tem caráter definitivo, sendo
  
   ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a insuscetível de recurso extraordinário para o STF 1.
      suspender a execução do ato impugnado, se essa medi-
   da bastar ao restabelecimento da normalidade. ANOTAÇÕES
     Não podemos esquecer que nos casos de intervenção es-
  
  
  
   pontânea ou provocada por solicitação, o Presidente deverá
consultar, antes da decretação, o Conselho da República e o
     Conselho da Defesa Nacional que emitirão parecer opinativo
sobre a situação:
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronun-
ciar-se sobre:
V. Intervenção federal, estado de defesa e estado
de sítio;
Art. 91 , § 1º - Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
II . Opinar sobre a decretação do estado de def-
esa, do estado de sítio e da intervenção federal.
Cessando a crise, a ordem será restabelecida, inclusive
com o retorno das autoridades públicas afastadas, caso não
possuam outra incompatibilidade:
§ 4º  - Cessados os motivos da intervenção, as autori-
dades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo
impedimento legal.
Apesar de a Constituição Federal não mencionar sobre a
possibilidade de controle judicial da Intervenção, seria possível
que ocorresse este controle caso os limites constitucionais es-
tabelecidos fossem desrespeitados. Ressalta-se que contra a
Intervenção em si não cabe atuação do Poder Judiciário, con-
siderando ser essa uma medida de natureza política.
Intervenção Estadual
A intervenção estadual poderá ocorrer nos Municípios lo-
calizados em seu território mediante decreto do Governador
do Estado nas hipóteses previstas no Art. 35:
Art. 35.  O Estado não intervirá em seus Municípios,
nem a União nos Municípios localizados em Território
Federal, exceto quando:
I. Deixar de ser paga, sem motivo de força maior, 1 Súmula 637 do STF: não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal
 por dois anos consecutivos, a dívida fundada; de Justiça que defere pedido de intervenção estadual em Município.
9. Administração Pública União

Antes de iniciar este estudo sobre a Administração


Estados
Pública, definida nos Art. 37 ao 43 da Constituição Federal,
Direta
é importante esclarecer que o tema analisado aqui é devid-
Distrito Federal
amente estudado de forma mais aprofundada na disciplina
   a
   c
de Direito Administrativo. A missão deste estudo é apre-     i
    l
Objetiva (ativi-
    b
    ú Municípios
sentar os mais importantes temas acerca da Administração     P dade)
   o
Pública, sob a ótica do texto constitucional.     ã
   ç
   a
   r Autarquias
    t Subjetiva
   s
    i
Conceito    n
    i
   m
(sujeitos)
Fundações
    d
Primeiramente, faz-se necessário conceituar a Adminis-     A

tração Pública, remetendo ao caput  do Art. 37, CF. Indireta Sociedades de


Art. 37.  A administração pública direta e indireta de Economia Mista
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distri-
to Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de Empresas Públicas
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte: Segundo a Constituição Federal, a Administração Pública,
seja ela direta ou indireta, pertencente a qualquer dos Pode-
Neste primeiro momento, deve-se entender que al- res, deverá obedecer aos princípios da Legalidade, Impessoal-
guns termos que aparecem no Art. 37. O conceito da Ad- idade, Moralidade, Publicidade e Eficiência, os quais serão
ministração Pública deve ser visto sob dois aspectos. Sob estudados agora.
a perspectiva objetiva, a Administração Pública constitui a Princípios Expressos da Ad-
atividade desenvolvida pelo poder público, que tem como ministração Pública
função a satisfação do interesse público. Sob a perspectiva Os princípios que regem a Administração Pública são
subjetiva, Administração Pública é o conjunto de órgãos e verdadeiros parâmetros que orientam o desenvolvimento
 
da atividade administrativa, os quais são de observância
   
pessoas jurídicas que desempenham a atividade adminis-
obrigatória. A Administração é regida por princípios expres-
 
trativa. Interessa aqui conhecer a Administração Pública sos e princípios implícitos. Primeiramente vamos analisar os
 
sob essa última perspectiva, a qual se classifica em Admin- princípios expressos no texto constitucional, que são: Legal-

 
istração Direta e Indireta. idade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. 
 
A Administração Pública Direta é formada por pessoas Legalidade  
 jurídicas de direito público, ou pessoas políticas, entes que Esse é o primeiro princípio expresso na Constituição Fed-
possuem personalidade jurídica e autonomia própria. São eral para a Administração Pública. Para se entender o Princípio N 
da Legalidade, é preciso analisar suas duas acepções: a legal-
 O 
entes da Administração Pública Direta a União, os Estados,
 Ç 
idade em relação aos particulares e a legalidade em relação à
 Õ  

o Distrito Federal e os Municípios. Esses entes são pessoas Administração Pública.
 S 

 jurídicas de Direito Público que exercem as atividades ad- Para os particulares, a legalidade remete ao Art. 5º da


Constituição: significa que ele poderá fazer tudo o que não for
I  
ministrativas por meio dos órgãos e agentes pertencentes


proibido por lei, conforme já previa o Art. 5º, II da Constituição I  

aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Os órgãos Federal:
 O 
 C 
não são dotados de personalidade jurídica própria, pois II. ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
 O 

alguma coisa senão em virtude de lei.
 S 
agem em nome da pessoa jurídica a qual estão vinculados. T 
I  
Já em relação à Administração Pública, a legalidade impõe

 U 
A Administração Pública Indireta é formada por pessoas  C 
uma conduta mais rigorosa exigindo que se faça apenas o I  
 O 
 jurídicas próprias, de direito público ou privado, que execu- que estiver determinado por lei ou que seja permitido pela


lei: quando se fala em lei, trata-se daquela em sentido estri-

tam atividades do Estado por meio da descentralização ad-
ministrativa. São os entes da Administração Indireta as Au- to, ou em sentido formal, porque há exceções à aplicação do
Princípio da Legalidade que já apareceram em prova, como a
tarquias, Fundações Públicas, Sociedades de Economia Mista Medida Provisória, o Estado de Defesa e o Estado de Sítio; por 255
e Empresas Públicas. isso, esse princípio não deve ser encarado de forma absoluta.
A Medida Provisória é exceção, pois é ato emitido pelo Moralidade
256 chefe do Poder Executivo, porque com sua publicação já pro-
duz efeitos na sociedade; em seguida, temos os sistemas con- Não é possível se definir o que é, mas é possível com-
stitucionais de crises, sendo exceções, porque o decreto que preender por meio da interpretação das normas. Esse princípio
   L rege essas medidas prevê algumas situações excepcionais, prevê que o administrador deve agir conforme os fins públi-
   A cos. Por esse princípio, ao administrador não basta fazer tudo
   N
   O
com amparo constitucional, então são exceções à legalidade,
   I
   C mas com fundamento constitucional. O agente público, ao conforme a lei. É importante o faça de boa-fé, respeitando os
   U
   T agir, deverá pautar sua conduta segundo a lei. preceitos éticos, com probidade e justiça. E aqui não se fala em
   I
   T
   S moral comum, mas em uma moral jurídica ou política.
   N
   O
Impessoalidade A não observância do referido princípio poderá ser com-
   C
   O Esse princípio exige do administrador uma postura isen- batida por meio da Ação Popular, conforme prevê o Art. 5º,
   T ta de interesses pessoais. Ele não poderá agir com o fim de
   I
   E LXXIII da CF:
   R
   I atender suas próprias vontades. Agir de forma impessoal é LXXIII. Qualquer cidadão é parte legítima para
   D
   E agir visando a atender o interesse público. A impessoalidade  propor ação popular que vise a anular ato lesivo
   D
   S
deve ser enxergada sob duas perspectivas: finalidade da at- ao patrimônio público ou de entidade de que o
   E uação administrativa e proibição da promoção pessoal. A im-
    Õ
   Ç Estado participe, à moralidade administrativa, ao
   O pessoalidade deve ser vista sob duas perspectivas: primeiro,
   N meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
a impessoalidade se confunde com o interesse público; se-
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
gundo, a impessoalidade é a proibição da autopromoção, ou
seja, vedação à promoção pessoal. custas judiciais e do ônus da sucumbência.
   Ressalte-se também que, se o agente público agir em de-
  
   A título exemplificativo, para a finalidade da atuação admin-
sconformidade com o princípio de moralidade, sua conduta
     istrativa, que será sempre a satisfação do interesse público em
poderá ensejar a ação de improbidade administrativa, a qual
   benefício da coletividade, é que se realizam os concursos públi-
é punida nos termos do Art. 37, § 4º:
     cos para contratação de pessoal e licitação para contratação dos
  
   serviços pela Administração Pública, são formas exigidas por lei § 4º - Os atos de improbidade administrativa impor-
  
   que garantem o referido princípio. Isso impede que o adminis- tarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
     trador atue satisfazendo seus interesses pessoais. função pública, a indisponibilidade dos bens e o res-
Nesse sentido, fica proibida a vinculação da imagem do  sarcimento ao erário, na forma e gradação previstas
administrador a obras e propagandas não se permitindo em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
também a vinculação da sigla do partido. Ressalte-se ainda
o teor da Súmula Vinculante nº 13 do STF, que veda a prática Publicidade
de nepotismo: A publicidade como princípio também poderá ser analisa-
 Súmula Vinculante 13.  A nomeação de cônjuge, com- da sob duas acepções: a primeira delas é a publicidade como
 panheiro ou parente em linha reta, colateral ou por condição de eficácia do ato administrativo; a segunda, como
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade forma de se garantir a transparência destes mesmos atos.
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, Como condição de eficácia do ato administrativo, a publi-
investido em cargo de direção, chefia ou assessora- cidade muito aparece em prova; o examinador costuma dizer
mento, para o exercício de cargo em comissão ou de que a publicidade é requisito de validade do ato administra-
confiança, ou, ainda, de função gratificada na Admin- tivo, mas isso é errado, porque validade e eficácia são difer-
istração Pública direta e indireta, em qualquer dos entes. A publicidade é necessária, pois é a forma de tornar
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
conhecido o conteúdo do ato, principalmente se esse ato for
dos municípios, compreendido o ajuste mediante des-
capaz de produzir efeitos externos ou que ensejem ônus para o
ignações recíprocas, viola a Constituição Federal.
patrimônio público. Em regra, a publicidade se dá pelos meios
A impessoalidade também proíbe a promoção pessoal. O de comunicação oficiais, como o Diário Oficial da União.
administrador público não poderá se utilizar da máquina ad-
ministrativa para promover sua própria imagem. Veja o que diz A publicidade também tem a função de garantir a trans-
o Art. 37, § 1º diz: parência do ato administrativo. É uma forma dos administra-
§1º  - A publicidade dos atos, programas, obras, dos fiscalizarem a atuação do poder público. Apesar de sua
 serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter importância, nesse aspecto a publicidade encontra limitação
caráter educativo, informativo ou de orientação so- na própria Constituição que prevê a possibilidade de sigilo dos
cial, dela não podendo constar nomes, símbolos ou atos administrativos todas as vezes que for necessário para
imagens que caracterizem promoção pessoal de au- preservar a segurança da sociedade e do Estado:
toridades ou servidores públicos. XXXIII. Todos têm direito a receber dos órgãos públi-
Notemos que esse parágrafo tem como objetivo trazer de cos informações de seu interesse particular, ou de in-
forma expressa a proibição da vinculação da imagem do agente teresse coletivo ou geral, que serão prestadas no pra-
público com as obras e serviços realizadas durante seu mandato,  zo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
nesse sentido, já existe proibição da utilização inclusive da sigla aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
do partido.  sociedade e do Estado.
Eficiência § 3º  - Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessi-
dade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com
O Princípio da Eficiência foi o último incluído no rol dos remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu
princípios, em razão da reforma administrativa promovida adequado aproveitamento em outro cargo.
pela Emenda Constitucional nº 19/98. A sua inserção como
§ 4º - Como condição para a aquisição da estabilidade,
princípio expresso está relacionada a necessidade de pro-
é obrigatória a avaliação especial de desempenho por
dução de resultados satisfatórios a sociedade. A Adminis- comissão instituída para essa finalidade.
tração Pública deve ter produtividade em suas atividades
como se fosse iniciativa privada.
Fazer aquilo que a lei
Como forma de garantir uma nova postura na prestação Legalidade determina
dos seus serviços, esse princípio exige que as ações sejam
praticadas com celeridade, perfeição, visando a atingir ótimos
resultados, sempre tendo como destinatário o bem-estar do Agir conforme fins
administrado. A celeridade dos processos encontra-se prevista públicos
no Art. 5º, LXXVIII da CF:
LXXVIII. A todos, no âmbito judicial e administra- Impessoalidade
tivo, são assegurados a razoável duração do pro- Vedação à pro-
cesso e os meios que garantam a celeridade de sua moção pessoal
tramitação.
   s
   o
Em respeito ao princípio da eficiência, a Constituição Fed-    s
   s
   e
eral previu formas de participação do administrado como fiscal    r
   p
   x
da Administração Pública:     E Agir conforme ética,
   s Moralidade
   o
    i probidade e justiça
Art. 37 , § 3º - A lei disciplinará as formas de participação    p
    í
   c
   n
do usuário na administração pública direta e indireta, reg-     i
   r
    P
ulando especialmente:
I. As reclamações relativas à prestação dos serviços Condição de eficácia
 públicos em geral, asseguradas a manutenção de dos atos
 serviços de atendimento ao usuário e a avaliação Publicidade
 periódica, externa e interna, da qualidade dos
 serviços; Garantia da transpar-
II. O acesso dos usuários a registros administrativos ência
e a informações sobre atos de governo, observado  
o disposto no Art. 5º, X e XXXIII;    
Eficiência Gestão de bons
III. A disciplina da representação contra o exer- resultados
 
cício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou  
função na administração pública. 
Decorre desse princípio, ainda, a necessidade de avaliação Princípios Implícitos da  

de desempenho para concessão da estabilidade ao servidor
Administração Pública
 
público em estágio probatório, bem como a existência da aval-
 
iação periódica de desempenho como uma das condições para Além dos princípios expressamente previstos no caput  do Art.
perda do cargo nos termos do Art. 41 da CF: 37 da Constituição Federal (Legalidade, Impessoalidade, Moralidade,
Publicidade e Eficiência), a doutrina elenca outros como princípios

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício  O 
gerais de direito que decorrem da interpretação constitucional:
 Ç 
os servidores nomeados para cargo de provimento efe-  Õ  

tivo em virtude de concurso público. Supremacia do Interesse Público
 S 

§ 1º - O servidor público estável só perderá o cargo:

Esse princípio é tido pela doutrina como um dos pilares D 
I. Em virtude de sentença judicial transitada em
I  
do regime jurídico administrativo. Nesse sentido, o Estado

 julgado;

representa o interesse público ou da coletividade, e a coletiv-
I  

 O 
II. Mediante processo administrativo em que lhe idade, em regra, deve prevalecer sobre o interesse privado. A  C 
 seja assegurada ampla defesa;
 O 
Administração Pública, em sua relação com os administrados N 

III. Mediante procedimento de avaliação periódica


 S 
tem prevalência sobre o interesse privado. T 
I  
de desempenho, na forma de lei complementar,

O Regime Democrático adotado no Estado brasileiro con-  U 
 C 
assegurada ampla defesa. fere à Administração Pública o poder de representar os inter- I  
 O 

§ 2º  - Invalidada por sentença judicial a demissão do esses da sociedade, é nessa relação que vamos desenvolver


 servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocu- a supremacia do interesse público, que decorre da relação de

 pante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de ori- verticalidade entre o Estado e os particulares.
 gem, sem direito a indenização, aproveitado em outro Esse princípio não goza de caráter absoluto, pois o Estado
cargo ou posto em disponibilidade com remuneração também age como se fosse particular em suas relações jurídi- 257
 proporcional ao tempo de serviço. cas, geralmente econômicas, por exemplo, o Estado não pode
abusar da autoridade estatal sobre os direitos e princípios fun- A melhor forma de verificar a sua utilização prática é no
258 damentais dos administrados, já que esses são os limites da caso concreto. Imagine uma fiscalização sanitária realizada pelo
supremacia do interesse público. poder público em que o administrado é flagrado cometendo um
Decorre desse princípio o poder de império exercido ilícito sanitário, ou seja, encontra um produto com o prazo de
   L pela Administração Pública, a qual poderá impor sua von- validade vencido. Dependendo da infração cometida, será apli-
   A
   N tade ao particular de forma coercitiva, podendo inclusive cada uma penalidade administrativa maior ou não. Com a apli-
   O
   I
   C restringir seus direitos e impor obrigações, como ocorre no cação dos princípios em tela, a penalidade deve ser necessária,
   U adequada e equivalente à infração cometida. Os princípios ga-
   T
   I caso da desapropriação e requisição administrativa. Logi-
   T rantem que a sanção aplicada não seja maior que a necessária
   S camente, esse princípio não goza de caráter absoluto, não
   N para atingir o fim proposto pelo poder público. O que se busca é
   O tendo aplicabilidade nos atos praticados de mera gestão
   C uma adequação entre os meios e os fins necessários, proibindo
   O administrativa ou quando o poder público atua como par-
   T
   I ticular nas relações econômicas. o excesso na aplicação das medidas.
   E
   R
   I Sem dúvida, esses princípios gerais de direito estão entre
   D
   E
Indisponibilidade do Interesse Público os mais utilizados atualmente nas decisões do Supremo Tribu-
   D nal Federal, pois esses princípios são utilizados nas decisões
   S
Juntamente com a Supremacia do Interesse Público, o
   E
    Õ princípio da Indisponibilidade do Interesse Público forma a base para se adequar a lei ao caso concreto.
   Ç do regime jurídico-administrativo. Por esse princípio, a Admin-
   O Em suma, esses princípios são a adequação dos meios
   N istração Pública não pode ser vista como dona da coisa pública, com a finalidade proposta pela Administração Pública, com
mas apenas gestora. A coisa pública pertence ao povo, e o Es- o fim de evitar os excessos cometidos pelo agente público.
tado é o responsável pelo cuidado ou gestão da coisa pública. Em razão disso, também são conhecidos como a proibição
  
  
   Como limitação a esse princípio, existe o princípio da le- do excesso, por isso trabalhar a razoabilidade e a propor-
galidade, que determina os passos e em que condições a Ad- cionalidade como unidade.
    
   ministração Pública pode se utilizar dos bens públicos, sempre
Continuidade dos Serviços Públicos
     respeitando a indisponibilidade do interesse público. Desta-
  
   ca-se ainda o papel que esse princípio exerce como limitador Esse princípio se traduz pelo próprio nome. Ele exige que a
  
   do princípio da supremacia do interesse público. atividade administrativa seja contínua, não sofra interrupções
     Um ponto importante a respeito desse princípio é que os e seja adequada, com qualidade, para que não ocorram pre-
bens públicos são indisponíveis, não pertencendo aos seus ad-  juízos tanto para a Administração quanto para os adminis-
ministradores ou aos seus agentes os quais estão proibidos, trados. Apesar disso, há situações excepcionais, em que se
inclusive de renunciar a qualquer direito ou prerrogativa iner- permite a interrupção do serviço público. Existem limitações
ente ao Poder Público. a esse princípio, tanto para a Administração, quanto para o
particular que está incumbido de executar o serviço público, e
Na desapropriação, a Administração Pública pode retirar
sua atuação pode ser percebida no próprio direito de greve do
o bem de uma pessoa pelo fundamento da Supremacia do in-
servidor público que se encontra condicionado à observância
teresse público, por outro lado, em razão da Indisponibilidade da lei para ser exercido.
do interesse público, há vedação à Administração Pública no
sentido de não se apropriar de tal bem sem que o particular O poder de vinculação desse princípio é tão grande que o
seja indenizado. particular, ao prestar o serviço público por delegação, não poderá
interrompê-lo ainda que a administração pública não cumpra sua
Supremacia Desapropriação
parte no contrato. Significa dizer que o particular prejudicado no
contrato administrativo não poderá opor a exceção do contrato
não cumprido, ficando desobrigado apenas por decisão judicial
transitada em julgado, ou seja, o particular não pode deixar de
cumprir sua obrigação pelo não cumprimento por parte da ad-
Indisponibilidade Desapropriação ministração, mas o particular pode deixar de prestar o serviço pú-
blico quando determinado por decisão judicial.
O responsável pela prestação do serviço público só ficaria
desobrigado da sua prestação em caso de emergência e desde
Razoabilidade e Proporcionalidade que haja aviso prévio em situações de segurança, de ordem
Esses princípios são, por vezes, vistos em separado pela técnica ou mesmo por inadimplência do usuário.
doutrina; eles servem para a limitação da atuação administra-
tiva, e devem ser vistos em conjunto, como unidade. A Razoab- Autotutela
ilidade e a Proporcionalidade decorrem do princípio do devido Esse princípio permite que a Administração avalie e reve-
processo legal e são utilizados, principalmente, como limitador  ja seus próprios atos, tanto em relação à legalidade do ato,
da discricionariedade administrativa, ainda mais quando o ato quanto ao aspecto do mérito. Essa possibilidade não impede o
limitado restringe os direitos do administrado. Trata-se, portan- ato de ser apreciado pelo Poder Judiciário, limitando a verifi-
to, de uma ferramenta para controle de legalidade que pode cação da legalidade, nunca o mérito. Quando o ato for revisto
gerar a nulidade do ato administrativo. Ao pensar em Razoabi- em razão de vício de legalidade, ocorre a anulação do ato, se
lidade e Proporcionalidade, deve-se pensar em dois elementos a questão é de mérito (discricionariedade e oportunidade), a
que os identificam: adequação e necessidade. administração revoga seus atos.
Este princípio foi consagrado pelo Supremo por meio da celetista, ou seja, quem ocupa um emprego público possui
Súmula 473: uma relação trabalhista com a Administração Pública.
 Súm. 473, STF. A administração pode anular seus própri- Função pública é a atribuição ocupada por quem não pos-
os atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, sui cargo ou emprego público. Ocorre em duas situações: nas
 porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, contratações temporárias e nas atividades de confiança.
 por motivo de conveniência ou oportunidade, respeit- Os cargos, empregos e funções são acessíveis a todos
ados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os os brasileiros e estrangeiros que preencherem os requi-
casos, a apreciação judicial. sitos previstos em lei. Aos estrangeiros, o acesso é limit-
A autotutela dos atos administrativos não depende de ado, essa é norma de eficácia limitada, pois depende de
provocação, podendo a administração analisar de ofício seus regulamentação, como professores ou pesquisadores em
próprios atos. Essa é a ideia primordial da autotutela. universidades e instituições de pesquisa científica e tec-
Segurança Jurídica nológica. Destaca-se ainda que existem cargos privativos
de brasileiros natos, os quais estão previstos no Art. 12, §
Esse princípio tem fundamento inicial já no Art. 5º da CF, 3º da CF: Presidente e Vice-Presidente da República, Pres-
que decorre da própria garantia fundamental à Segurança idente da Câmara dos Deputados, Presidente do Senado
Jurídica; no que tange a sua aplicabilidade na Administração Federal, Ministro do STF, oficial das forças armadas, carreira
Pública, esse princípio evoca a impossibilidade da lei nova diplomática e Ministro do Estado da Defesa.
prejudicar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
 julgada, ou seja, esse princípio veda a aplicação retroativa de O acesso aos cargos e empregos públicos depende de
nova interpretação da norma administrativa, para que o ad- aprovação em concurso público de provas ou de provas e
ministrado não seja surpreendido com inovações jurídicas. títulos dependendo do cargo a ser ocupado. A realização
do concurso não será necessária para o preenchimento de
Por se tratar de um direito fundamental, a administração cargos em comissão, haja vista serem de livre nomeação
pública fica obrigada a assegurar o seu cumprimento sob pena e exoneração. Estão obrigados a contratar por meio de
de ser responsabilizada.
concurso toda a Administração Pública direta e indireta,
Regras Aplicáveis aos Ser- seja do Poder Executivo, Legislativo, ou Judiciário, seja da
União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
vidores Públicos É importante ressaltar, neste momento, que a função públi-
Passamos agora a analisar as regras aplicáveis aos servi- ca aqui tratada não pode ser confundida com a função que
dores públicos, as quais estão previstas nos Arts. 37 a 41 da todo agente da Administração Pública detém, que é aquele
Constituição Federal. conjunto de atribuições inerentes ao cargo ou emprego; neste
momento a função pública foi tratada como diferenciação do
Cargos, Empregos e Funções cargo e do emprego públicos. Em seguida, é necessário ressal-
 
Os primeiros dispositivos relacionados aos servidores pú- tar que os cargos em comissão dispensam o concurso público,
   
blicos e que foram apresentados pela Constituição Federal
 
que é meio exigido para que se ocupe um cargo ou emprego
regulamentam o acesso a cargos, empregos e funções públi-
 
públicos.
cas. Vejamos o que diz o Art. 37, I e II da CF:

Validade do Concurso Público
 
I. Os cargos, empregos e funções públicas são 
acessíveis aos brasileiros que preencham os req- A Constituição Federal previu prazo de validade para os
 
 
uisitos estabelecidos em lei, assim como aos es- concursos públicos. Vejamos o que diz o Art. 37, III e IV:
trangeiros, na forma da lei; Art. 37, III . O prazo de validade do concurso público
II. A investidura em cargo ou emprego público de-  será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual N 
 pende de aprovação prévia em concurso público de  período;
 O 
 Ç 
 provas ou de provas e títulos, de acordo com a nature-
 Õ  
IV. Durante o prazo improrrogável previsto no ed- E 
 za e a complexidade do cargo ou emprego, na forma
 S 
ital de convocação, aquele aprovado em concurso D 
 prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo

 público de provas ou de provas e títulos será con- D 
em comissão declarado em lei de livre nomeação e vocado com prioridade sobre novos concursados
I  

exoneração.

 para assumir cargo ou emprego, na carreira.
I  

 O 
Ao iniciarmos este estudo, uma distinção se faz necessária O prazo de validade será de até 2 anos,  podendo ser  C 
antes de tudo: qual a diferença entre cargo, emprego e função
 O 
prorrogado apenas uma vez, por igual período. O prazo de N 
pública?
 S 
validade passa a ser contado a partir da homologação do re- T 
I  
Cargo público é a unidade de competência ofertada por sultado. Este é o prazo que a Administração Pública terá para

 U 

uma pessoa jurídica de direito público e ocupada por um


 C 
contratar ou nomear os aprovados para o preenchimento do I  
 O 
agente público que tenha sido criado por lei com denominação emprego ou do cargo público, respectivamente.


específica e quantidade certa. Quem ocupa um cargo público

Segundo posicionamento do STF, quem é aprovado dentro
fez concurso público e é submetido a um regime estatutário e do número de vagas previstas no edital possui direito subjetivo
pode ser de provimento efetivo ou em comissão. à nomeação durante o prazo de validade do concurso. Uma
Emprego público, por sua vez, seria a unidade de com- forma de burlar esse sistema encontrado pela Administração 259
petência desempenhada por agentes contratados sob regime Pública tem sido a publicação de edital com cadastro de reser-
va, que gera apenas uma expectativa de direito para quem foi o mínimo, ter-se-ia pelo menos 1 vaga para deficiente, o que
260 classificado no concurso público. corresponderia a 50% das vagas, ultrapassando assim o limite
de 20% estabelecido em lei.

   L Classificados dentro das Classificado em Cadastro Funções de Confiança e


   A
   N
   O
vagas de Reserva Cargos em Comissão
   I
   C
   U
A Constituição prevê a existência das funções de confiança
   T
   I e os cargos em comissão:
   T Direito Subjetivo à
   S Expectativa de Direito Art. 37, V. As funções de confiança, exercidas exclu-
   N Nomeação
   O  sivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo,
   C
   O
   T
e os cargos em comissão, a serem preenchidos por
   I
   E
Segundo a Constituição, durante o prazo improrrogável do  servidores de carreira nos casos, condições e percen-
   R
   I concurso, os aprovados terão prioridade na convocação diante tuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às
   D
   E
dos novos concursados, o que não impede a abertura de novos atribuições de direção, chefia e assessoramento.
   D certames apesar de a Lei 8.112/90 proibir a abertura de novo con-
   S
   E curso enquanto houver candidato aprovado no concurso anterior Existem algumas peculiaridades entre esses dois institutos
    Õ
   Ç e desde que esteja dentro do prazo de validade. Na prova, deve- que sempre são cobrados em prova. As funções de confiança são
   O
   N se responder conforme for perguntado. Se for segundo a Consti- privativas de ocupantes de cargo efetivo, ou seja, para aquele
tuição Federal, não há proibição de realização de novo concurso que fez concurso público; já os cargos em comissão podem ser
enquanto existir outro com prazo de validade aberto. Se pergun- ocupados por qualquer pessoa, apesar de a Constituição esta-
   tar segundo a Lei 8.112/90, não se abrirá novo concurso enquanto belecer que deve se reservar um percentual mínimo para os
  
   houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de ocupantes de cargo efetivo. Tanto as funções de confiança como
     validade não expirado. os cargos em comissão destinam-se às atribuições de direção,
   chefia e assessoramento.
     Reserva de Vaga para Deficiente As funções de confiança – livre designação e livre dispen-
  
  
  
   Essa regra sobre concurso público é uma das mais impor- sa – são apenas para servidores públicos ocupantes de cargos
efetivos, os quais serão designados para seu exercício poden-
     tantes de inclusão social previstas no texto constitucional; é reg- do ser dispensados a critério da administração pública. Já os
ra de ação afirmativa que visa à inserção social dos portadores cargos em comissão são de livre nomeação e livre exoneração,
de necessidades especiais, e compensar a perda social que al- podendo ser ocupados por qualquer pessoa, servidor público
guns grupos têm. Possuindo valor social relevante, diz respeito à ou não. A ocupação de um cargo em comissão por pessoa não
reserva de vagas para pessoas com necessidades especiais, que detentora de cargo de provimento efetivo não gera direito de
não podem ser tratados da mesma forma que as pessoas que ser efetivado, muito menos de adquirir a estabilidade.
estão em pleno vigor físico. Aqui, a isonomia deve ser material Contratação por Tempo Determinado
observando a nítida diferença entre os deficientes e os que não Outra forma de ingresso no serviço público é por meio de
são. Vejamos o que dispõe a Constituição a respeito desse tema: contratação por tempo determinado. A Constituição prevê:
Art. 37, VIII.  A lei reservará percentual dos cargos e Art. 37 , IX. A lei estabelecerá os casos de contratação
empregos públicos para as pessoas portadoras de defi-  por tempo determinado para atender a necessidade
ciência e definirá os critérios de sua admissão. temporária de excepcional interesse público.
Por se tratar de norma de eficácia limitada, a Constituição Nesse caso, temos uma norma de eficácia limitada, pois a Con-
exigiu regulamentação para este dispositivo o que foi feito, no stituição não regulamenta, apenas prevê que uma lei vai regulam-
âmbito federal, pela Lei 8.112/90: entar. Na contratação por tempo determinado, o contratado não
Art. 5, § 2º - Às pessoas portadoras de deficiência é as- ocupa cargo público nem possui vínculo trabalhista. Ele exercerá
 segurado o direito de se inscrever em concurso público função pública de caráter temporário. Essa contratação tem que ser
 para provimento de cargo cujas atribuições sejam com- embasada em excepcional interesse público, questão emergencial.
 patíveis com a deficiência de que são portadoras; para Em regra, faz-se o Processo Seletivo Simplificado, podendo ser feito
tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) por meio de provas, entrevista ou até mesmo entrega de currículo;
das vagas oferecidas no concurso. esse processo simplificado não pode ser confundido com o concurso
Esse dispositivo garante a reserva de até 20% das vagas público.
oferecidas no concurso para os deficientes. Complementando O seu contrato com a Administração Pública é regido por
esta norma, foi publicado o Decreto Federal 3.298/99 que fixou norma específica de regime especial que, no caso da esfera
o mínimo de 5% das vagas para deficientes, exigindo nos casos federal, será a Lei 8.745/93. A referida lei traz várias hipóteses
em que esse percentual gerasse número fracionado, que fosse de contratação temporária para atender a essa necessidade
arredondado para o próximo número inteiro. Essa proteção ger- excepcional.
ou um inconveniente nos concursos com poucas vagas, fazendo
com que o STF interviesse e decidisse no sentido de que se a Direitos Sociais dos Servidores Públicos
observância do mínimo de 5% ultrapassar o máximo de 20% Quando se fala em direitos sociais aplicáveis aos servidores
não será necessário fazer a reserva da vaga. Isso é perfeita- públicos, significa dizer uma parcela dos direitos de natureza
mente visível em concursos com duas vagas. Se fosse reservado trabalhista prevista no Art. 7º da Constituição Federal. Vejamos
quais direitos sociais trabalhistas foram destinados a esses tra- ros lugares na própria Constituição ou em leis esparsas. A título
balhadores ocupantes de cargos públicos. de exemplo, pode-se citar o direito à aposentadoria, que apesar
Direitos Trabalhistas de não ter sido referido no Art. 39, § 3º, encontra-se previsto
A Constituição Federal não concedeu todos os direitos expressamente no Art. 40 da Constituição Federal.
trabalhistas aos servidores públicos, mas apenas os previstos O § 3º, que contém parte dos direitos do servidor públi-
expressamente no texto constitucional no Art. 39, § 3º: co, é uma boa oportunidade de questão de prova como nesta
Art. 3 9, § 3º -  Aplica-se aos servidores ocupantes de questão comentada abaixo:
cargo público o disposto no Art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII,
 XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo
a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão
quando a natureza do cargo o exigir. Liberdade de Associação Sindical
Segundo esse dispositivo, foram garantidos os seguintes A Constituição Federal garante aos servidores públicos o
direitos sociais aos servidores públicos: direito à associação sindical:
VI. Salário-mínimo , fixado em lei, nacionalmente
unificado, capaz de atender a suas necessidades VI. É garantido ao servidor público civil o direito à
vitais básicas e às de sua família com moradia, livre associação sindical.
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, hi- A Constituição concede ao servidor público civil o direito à
 giene, transporte e previdência social, com reajust-
es periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, associação sindical. Dessa forma, a livre associação profission-
 sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; al ou sindical não é garantida aos militares em razão da pecu-
VII. Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, liaridade do seu regime jurídico, cuja vedação está prevista na
 para os que percebem remuneração variável; própria Constituição Federal:
VIII. Décimo terceiro salário com base na remuner-
Art. 14 2, IV. Ao militar são proibidas a sindicalização
ação integral ou no valor da aposentadoria;
IX. Remuneração do trabalho noturno superior à e a greve.
do diurno; Segundo a doutrina, trata-se de uma norma autoaplicável,
XII. Salário-família pago em razão do dependente a qual não depende de regulamentação para ser exercida, pois
do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; o servidor pode prontamente usufruir desse direito.
XIII. Duração do trabalho normal não superior a oito
horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada Direito de Greve  
a compensação de horários e a redução da jornada,
Segundo o Art. 37, VII:
   
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;  
XV. Repouso semanal remunerado, preferencial- VII. O direito de greve será exercido nos termos e  
mente aos domingos; nos limites definidos em lei específica;

XVI. Remuneração do serviço extraordinário su-
 
 perior, no mínimo, em cinquenta por cento à do O direito de greve, previsto na Constituição Federal aos 
 
normal; servidores públicos, condiciona o seu exercício a uma norma  
XVII. Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo regulamentadora, por isso é uma norma de eficácia limitada.
menos, um terço a mais do que o salário normal; Como até o presente momento a necessária lei não foi pub- N 
XVIII. Licença à gestante, sem prejuízo do emprego licada, o Supremo Tribunal Federal adotou a Teoria Concretista
 O 
 Ç 
e do salário, com a duração de cento e vinte dias;  Õ  
Geral, a partir da análise do Mandado de Injunção, e fez com que

XIX. Licença-paternidade, nos termos fixados em
 S 

o direito de greve tivesse efetividade e conferiu efeito erga omnes 



lei;

à decisão, ou seja, os seus efeitos atingem todos os servidores pú-



XX. Proteção do mercado de trabalho da mulher,
I  

mediante incentivos específicos, nos termos da lei; blicos, ainda que aquele não tenha ingressado com ação judicial

I  

 O 
XXII. Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por para exercer seu direito de greve.  C 
meio de normas de saúde, higiene e segurança;
 O 
A partir disso, segundo o STF, os servidores públicos de todo o

XXX. Proibição de diferença de salários, de exercício


 S 

país poderão se utilizar do seu direito de greve nos termos da Lei I  
de funções e de critério de admissão por motivo de

 U 
7.783/89, a qual regulamenta o direito de greve dos trabalhadores
 C 
 sexo, idade, cor ou estado civil. I  
 O 

A experiência de ler os incisos destinados aos servidores pú- da iniciativa privada.





blicos é muito importante para que você acerte em prova. O fato Ressalte-se que o direito de greve, juntamente com o de
de outros direitos trabalhistas do Art. 7º não terem sido previstos associação sindical, não se aplica aos militares pelos mesmos
no Art. 39 não significa que tais direitos não sejam concedidos
aos servidores públicos. Ocorre que alguns direitos trabalhistas motivos já apresentados ao analisarmos o direito de liberdade 261
conferidos aos servidores públicos estão disciplinados em out- de associação sindical.
Além dessas hipóteses, a Constituição Federal também
262 Direitos Sociais dos Servidores previu a acumulação lícita em outros casos, observemos:
Públicos Magistrado + Magistério – é permitida a acumulação de
um cargo de juiz com um de professor:
   L
   A Art. 95 , Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
   N
   O
   I Trabalhista Associação Sindical Greve I. Exercer, ainda que em disponibilidade, outro car-
   C
   U
 go ou função, salvo uma de magistério.
   T
   I
   T Membro do Ministério Público + Magistério – é permitida
   S a acumulação de um cargo de Membro do Ministério Público
   N Garantida aos servidores
   O
civis Nos termos da lei que regulam- com um de professor:
   C
   O
enta a greve dos trabalhadores
   T
   I da iniciativa privada Art. 128 , § 5º -  Leis complementares da União e dos
   E
   R
Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos
   I
   D Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as
   E atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, ob-
   D • Salário-mínimo
   S
   E • Garantia do mínimo para os que  servadas, relativamente a seus membros:
    Õ têm remuneração variável
   Ç II. As seguintes vedações:
   O
   N • 13º salário d) exercer, ainda que em disponibilidade,
• Duração de trabalho não superi- qualquer outra função pública, salvo uma de
or a oito horas por dia e 44 por magistério.
   semana Cargo Eletivo + cargo, emprego ou função pública – é
  
   • Repouso semanal remunerado permitida a acumulação de um cargo eletivo com um cargo
     • Remuneração pelo serviço ex- emprego ou função pública:
   traordinário (horas extras) Art. 38.  Ao servidor público da administração direta,
     TRABALHISTAS
• Férias anuais
  
   autárquica e fundacional, no exercício de mandato ele-
  
   • Licença à gestante (120 dias) tivo, aplicam-se as seguintes disposições:
     • Licença-paternidade I. Tratando-se de mandato eletivo federal, estadual
• Proteção ao mercado de tra- ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego
balho da mulher ou função;
• Redução dos riscos inerentes ao II. Investido no mandato de Prefeito, será afasta-
trabalho do do cargo, emprego ou função, sendo-lhe fac-
• Proibição de diferença de ultado optar pela sua remuneração;
salários III. Investido no mandato de Vereador, havendo com-
Vedação à Acumulação de Cargos,  patibilidade de horários, perceberá as vantagens de
 seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remu-
Empregos e Funções Públicos neração do cargo eletivo, e, não havendo compatibili-
A Constituição achou por bem regular a acumulação de dade, será aplicada a norma do inciso anterior;
cargos públicos no Art. 37, XVI e XVII: IV. Em qualquer caso que exija o afastamento
XVI. É vedada a acumulação remunerada de cargos  para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de
 públicos, exceto, quando houver compatibilidade  serviço será contado para todos os efeitos legais,
de horários, observado em qualquer caso o dispos- exceto para promoção por merecimento;
to no inciso XI:
V. Para efeito de benefício previdenciário, no caso de
a) a de dois cargos de professor; afastamento, os valores serão determinados como
b) a de um cargo de professor com outro  se no exercício estivesse.
técnico ou científico;
A proibição de acumular se estende à percepção de remu-
c) a de dois cargos ou empregos privativos de neração e aposentadoria. Vejamos o que diz o §10º do Art. 37:
 profissionais de saúde, com profissões regulam-
entadas; § 10 - É vedada a percepção simultânea de proventos de
aposentadoria decorrentes do Art. 40 ou dos Arts. 42 e 142
XVII. A proibição de acumular estende-se a em-
 pregos e funções e abrange autarquias, fundações, com a remuneração de cargo, emprego ou função públi-
empresas públicas, sociedades de economia mista, ca, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta
 suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão
ou indiretamente, pelo poder público; declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
Segundo o texto constitucional, em regra, é vedada a acu- Aqui a acumulação dos proventos da aposentadoria com a
mulação de cargos públicos, ressalvadas as hipóteses previstas remuneração será permitida nos casos em que são autorizadas
na própria Constituição Federal e quando houver compatibili- a acumulação dos cargos, ou, ainda, quando acumular com
dade de horário. cargo em comissão e cargo eletivo. Significa dizer ser possível
a acumulação dos proventos da aposentadoria de um cargo, § 4º - Como condição para a aquisição da estabilidade,
emprego ou função pública com a remuneração de cargo, em- é obrigatória a avaliação especial de desempenho por
prego ou função pública. comissão instituída para essa finalidade.
O primeiro ponto relevante é que a estabilidade se adquire
A Constituição também vedou a percepção de mais de após três anos de efetivo exercício. Só adquire estabilidade
uma aposentadoria, ressalvados os casos de acumulação de quem ocupa um cargo público de provimento efetivo, após a
cargos permitida, ou seja, o indivíduo pode acumular as apo- aprovação em concurso público. Essa garantia não se estende
sentadorias dos cargos que podem ser acumulados: aos titulares de emprego público nem aos que ocupam cargos
Art. 40, § 6º - Ressalvadas as aposentadorias decor- em comissão de livre nomeação e exoneração.
rentes dos cargos acumuláveis na forma desta Con- Não confunda a estabilidade com estágio probatório. Esse
é o período de avaliação inicial dentro do novo cargo a que o
 stituição, é vedada a percepção de mais de uma apo-
servidor concursado se sujeita antes de adquirir sua estabili-
 sentadoria à conta do regime de previdência previsto dade. A Constituição não fala nada de estágio probatório, mas,
neste artigo. para os servidores públicos federais, aplica-se o prazo previsto
Professor + professor na Lei 8.112/90. Aqui temos um problema. O referido estatuto
dos servidores públicos federais prevê o prazo de 24 meses
para o estágio probatório.
   e
   s Professor + técnico ou científico Contudo, tem prevalecido, na doutrina e na jurisprudência,
   o
   g
   e
   r
   p
o entendimento de que não tem como se dissociar o prazo do
   m
Saúde + saúde estágio probatório da aquisição da estabilidade, de forma que
   e
 ,
   s
   o    s até o próprio STF e o STJ reconhecem que o prazo do estágio
   g    e
   r     õ
   a    ç
   c    n Magistrado (juiz) + magistério (professor) probatório foi revogado tacitamente pela EC 19/98 que alterou
   e    u
    d    f o prazo de aquisição da estabilidade para 3 anos. Reforça esse
   o
    ã
   ç
entendimento o fato de que a Advocacia-Geral da União já
   a
    l
   u Membro do MP + magistério emitiu parecer vinculante determinando a aplicação do prazo
   m
   u
   c
de 3 anos para o estágio probatório em todo o Poder Executi-
    A
Cargo eletivo + cargo, vo Federal, o que de fato acontece. Dessa forma, para prova o
emprego ou função prazo do estágio probatório é de 3 anos.
Segundo o texto constitucional, é condição para a aqui-
Estabilidade sição da estabilidade a avaliação especial de desempenhos
Um dos maiores desejos de quem faz concurso público é aplicada por comissão instituída para essa finalidade.
alcançar a Estabilidade. Essa é a garantia que se dá aos titu- O servidor estável só perderá o cargo nas hipóteses previs-
tas na Constituição, as quais são:
 
lares de cargo público, ou seja, ao servidor público. Essa garan-
Sentença judicial transitada em julgado;
   
tia faz que o servidor tenha certa tranquilidade para usufruir  
do seu cargo com maior tranquilidade; o servidor passa ex- Procedimento Administrativo Disciplinar;  
ercer suas atividades sem a preocupação de perder seu cargo Insuficiência de desempenho comprovada na Ava- 
por qualquer simples motivo. Vejamos o que diz a Constituição liação Periódica;  
Federal: Excesso de despesas com pessoal nos termos do 
 
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os Art. 169, § 3º.  
 servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em
virtude de concurso público. Servidores em Exercício de Mandato Eletivo
§ 1º - O servidor público estável só perderá o cargo: Para os servidores públicos que estão no exercício de man- N 
dato eletivo, aplicam-se as seguintes regras:
 O 
I. Em virtude de sentença judicial transitada em  Ç 

Art. 38.  Ao servidor público da administração direta,


 Õ  
 julgado;

 S 
II. Mediante processo administrativo em que lhe autárquica e fundacional, no exercício de mandato ele- D 
tivo, aplicam-se as seguintes disposições:

 seja assegurada ampla defesa; D 
I. Tratando-se de mandato eletivo federal, estadual
I  
III. Mediante procedimento de avaliação periódica


de desempenho, na forma de lei complementar, ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego
I  

 O 
assegurada ampla defesa. ou função;  C 

II. Investido no mandato de Prefeito, será afastado do


 O 
§ 2º  - Invalidada por sentença judicial a demissão do

cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar


 S 
 servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocu-

I  
 pela sua remuneração;

 pante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de ori-
 U 
 C 
 gem, sem direito a indenização, aproveitado em outro III. Investido no mandato de Vereador, havendo com- I  
 O 

cargo ou posto em disponibilidade com remuneração  patibilidade de horários, perceberá as vantagens de




 seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remu-

 proporcional ao tempo de serviço.
§ 3º  - Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessi- neração do cargo eletivo, e, não havendo compatibili-
dade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com dade, será aplicada a norma do inciso anterior;
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu IV. Em qualquer caso que exija o afastamento 263
adequado aproveitamento em outro cargo.  para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de
 serviço será contado para todos os efeitos legais, para propor a lei que altere o quadro remuneratório dos seus
264 exceto para promoção por merecimento; servidores. Por exemplo, no âmbito do Poder Executivo Fed-
V. Para efeito de benefício previdenciário, no caso de eral o Presidente da República é quem tem a iniciativa para
afastamento, os valores serão determinados como propor o projeto de lei.
   L
   A
 se no exercício estivesse. Ainda há que se fazer a revisão geral anual, sem distinção
   N Em suma: de índices e sempre na mesma data, que serve para suprir as
   O
   I
   C
   U Mandato Eletivo Federal, Estadual ou Distrital:  afasta-se perdas inflacionárias que ocorrem com a remuneração dos ser-
   T
   I
   T
do cargo, emprego ou função; vidores. No que tange à revisão geral anual, o STF entende que
   S
   N Mandato Eletivo Municipal: a competência para a iniciativa é privativa do Presidente da
   O
   C Prefeito: Afasta-se do cargo, mas pode optar pela remu- República, com base no Art. 61, § 1º, II, “a” da CF:
   O
   T neração; § 1º  - São de iniciativa privativa do Presidente da
   I
   E
   R Vereador: Havendo compatibilidade de horário, pode exer- República as leis que:
   I
   D cer os dois cargos e cumular as duas remunerações respeitando II. Disponham sobre:
   E
   D os limites legais. Não havendo compatibilidade de horário, de- a)  criação de cargos, funções ou empregos pú-
   S
   E verá afastar-se do cargo podendo optar pela remuneração de blicos na administração direta e autárquica ou
    Õ
   Ç um dos dois. aumento de sua remuneração.
   O
   N Havendo o afastamento, a Constituição determinou
ainda que esse período seja contabilizado como tempo de Revisão Geral Anual
serviço gerando todos seus efeitos legais, com exceção da
   promoção de merecimento, além de ser contabilizado para
  
   efeito de benefício previdenciário.
     Sem distinção de índices
   Mandato Eletivo
    
  
  
  
   Federal,
Sempre na mesma data
     Estadual ou Municipal
Distrital
Iniciativa do Presidente da República
Afasta-se
do cargo, Outro ponto importante é o teto constitucional, que é o
Prefeito Vereador
emprego limite imposto para fixação das tabelas remuneratórias dos
ou função servidores; conforme o inciso XI do Art. 37, CF:
XI. A remuneração e o subsídio dos ocupantes de
Afasta-se do Sem com- cargos, funções e empregos públicos da adminis-
cargo e opta Compatibilidade
patibilidade de tração direta, autárquica e fundacional, dos mem-
pela remuner- de horários
horários bros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
ação
do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores
Afasta-se do de mandato eletivo e dos demais agentes políticos
Acumula os
cargo e opta e os proventos, pensões ou outra espécie remuner-
cargos e as
pela remuner- atória, percebidos cumulativamente ou não, incluí-
remunerações
ação
das as vantagens pessoais ou de qualquer outra
Regras de Remuneração dos Servidores Públicos natureza, não poderão exceder o subsídio mensal,
A Constituição Federal previu várias regras referentes a em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal
remuneração dos servidores públicos, que consta no Art. 37, Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios,
da CF, as quais são bem interessantes para serem cobradas em o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito
sua prova: Federal, o subsídio mensal do Governador no âm-
X. A remuneração dos servidores públicos e o bito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados
 subsídio de que trata o § 4º do Art. 39 somente Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo
 poderão ser fixados ou alterados por lei específica, e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de
observada a iniciativa privativa em cada caso, asse-  Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
 gurada revisão geral anual, sempre na mesma data centésimos por cento do subsídio mensal, em espé-
e sem distinção de índices; cie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no
O primeiro ponto importante sobre a remuneração dos âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos
servidores é que ela só pode ser fixada por meio de lei es- membros do Ministério Público, aos Procuradores e
pecífica, se a Constituição não estabelece qualquer outro aos Defensores Públicos.
critério, essa lei é ordinária. Além disso, a iniciativa da lei Vamos entender essa regra, analisando os diversos tipos
também é específica, ou seja, cada poder tem competência de limites previstos no texto constitucional.
O primeiro limite é o Teto Geral, que, segundo a Constitu-
ição, corresponde ao subsídio do Ministro do Supremo Tribunal
Federal. Isso significa que nenhum servidor público no Brasil
pode receber remuneração maior que o subsídio do Ministro lação conforme o Art. 29, VI da Constituição Federal2.
do Supremo Tribunal Federal. Esse limite se aplica a todos os Magistrados dos Tribunais Superiores: 95% do subsídio
poderes em todos os entes federativos. Ressalte-se que a ini- dos ministros do STF. Dos demais magistrados, o subteto é
ciativa de proposta legislativa para fixação da remuneração 95% do subsídio dos ministros dos Tribunais Superiores.
dos Ministros pertence aos próprios membros do STF. Art. 93 , V. O subsídio dos Ministros dos Tribunais Superi-
Em seguida, nós temos os subtetos, que são limites ores corresponderá a noventa e cinco por cento do sub-
aplicáveis a cada poder e em cada ente federativo. Vejamos de  sídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribu-
forma sistematizada as regras previstas na Constituição Federal: nal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão
fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual,
Estados e DF conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária
Poder Executivo: subsídio do Governador. nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser
Poder Legislativo: subsídio do Deputado Estadual ou Dis-  superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem
trital. exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal
Poder Judiciário: subsídio do Desembargador do Tribunal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em
de Justiça. Aplica-se este limite aos membros do Ministério qualquer caso, o disposto nos Arts. 37, XI, e 39, § 4º.
Público e da Defensoria Pública dos Estados e Distrito Federal. Governador e Subsídio do ministro
Prefeito do STF
Municípios
Poder Executivo: subsídio do Prefeito.
A Constituição permite que os Estados e o Distrito Feder- 75% do subsídio do
al poderão, por iniciativa do governador, adotar limite único Deputado Estadual e Deputado Federal
nos termos do Art. 37, § 12, mediante emenda a Constituição    s Distrital
   o
   c
Estadual ou a Lei Orgânica do DF, o qual não poderá ultrapas-     i
    f
    í
   c
sar 90,25% do subsídio do ministro do STF. Ressalte-se que se    e
   p
   s
porventura for criado este limite único ele não será aplicado a     E
   s
75% do subsídio do
   o
    t Deputado Estadual
alguns membros do Poder Legislativo, como aos Deputados    e
    T Vereador (municípios + de 500
Distritais e Vereadores. mil hab.)
Subtetos
 
   
Magistrados dos 95% do subsídio dos
Estados e DF Municípios
 
Tribunais Superiores ministros do STF  

Lembre-se de que esses limites aplicam-se quando for  
Poder Executivo: subsídio do Subsídios do possível a acumulação de cargos prevista no texto constitucio- 
Governador Prefeito
nal, ressalvados os seguintes casos:
 
 
Magistratura + Magistério:  a Resolução nº 14/2006 do
Conselho Nacional de Justiça prevê que não se sujeita ao teto
Poder Legislativo: subsídio do a remuneração oriunda no magistério exercido pelos juízes; N 
deputado estadual ou distrital
 O 
Exercício cumulativo de funções no Supremo Tribunal Fed-  Ç 
 Õ  
eral e Tribunal Superior Eleitoral. E 
 S 


Poder Judiciário: subsídio do

I  
desembargador do TJ


2 Art. 29, VI . O subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras I  

Municipais em cada legislatura para a subsequente, observado o que dispõe esta
 O 

A seguir, são abordados alguns limites específicos que Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os
 C 
 O 
seguintes limites máximos: a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio N 
também estão previstos no texto constitucional, mas em out- máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do subsídio dos Depu-
 S 

ros artigos, pois são determinados a algumas autoridades: tados Estaduais; b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habitantes, o
I  

subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por cento do subsídio dos
 U 
Governador e Prefeito: subsídio do ministro do STF; Deputados Estaduais; c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil habi-
 C 
I  
 O 
Deputado Estadual e Distrital 1: 75% do subsídio do Dep- tantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta por cento do


utado Federal; subsídio dos Deputados Estaduais; d) em Municípios de cem mil e um a trezentos L 
mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a cinquenta por
Vereador: 75% do subsídio do Deputado Estadual para os cento do subsídio dos Deputados Estaduais; e) em Municípios de trezentos mil e
municípios com mais de 500.000 habitantes. Nos municípios um a quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores correspond-
com menos habitantes, aplica-se a regra proporcional a popu- erá a sessenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; f) em Municípios 265
de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corre-
1 Arts. 27, §2º e 32, §3º da Constituição Federal sponderá a setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
Casos em que se pode ultrapassar  pensionistas, observados critérios que preservem o
266 o teto constitucional equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste arti-
 go (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
Magistratura + Min. STF + 19.12.2003).
Magistério Min. TSE
   L
   A
§ 1º  - Os servidores abrangidos pelo regime de previ-
   N
   O
dência de que trata este artigo serão aposentados, cal-
   I
   C culados os seus proventos a partir dos valores fixados
   U
   T Teto Ministro STF na forma dos §§ 3º e 17 (Redação dada pela Emenda
   I
   T
   S Os limites aplicam-se as empresas públicas e sociedades Constitucional nº 41, 19.12.2003).
   N
   O
   C
de economia mista desde que recebam recursos da União dos I. Por invalidez permanente, sendo os proventos
   O Estados e do Distrito Federal para pagamento do pessoal e  proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se
   T
   I
   E custeio em geral: decorrente de acidente em serviço, moléstia profis-
   R
   I
   D
§ 9º - O disposto no inciso XI aplica-se às empresas  sional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na
   E  públicas e às sociedades de economia mista, e suas forma da lei (Redação dada pela Emenda Consti-
   D
   S  subsidiárias, que receberem recursos da União, dos tucional nº 41, 19.12.2003);
   E
    Õ Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para II. Compulsoriamente, com proventos proporciona-
   Ç
   O  pagamento de despesas de pessoal ou de custeio is ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos
   N
em geral. de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade,
A Constituição Federal também trouxe previsão expressa na forma de lei complementar; (Redação dada pela
   vedando qualquer equiparação ou vinculação de remuneração Emenda Constitucional nº 88, de 2015)
  
   de servidor público: III. Voluntariamente, desde que cumprido tempo
     XIII. É vedada a vinculação ou equiparação de quais- mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço
   quer espécies remuneratórias para o efeito de remu-  público e cinco anos no cargo efetivo em que se
     neração de pessoal do serviço público. dará a aposentadoria, observadas as seguintes
  
  
  
  
Antes da EC 19/1998, muitos servidores incorporavam
vantagens pecuniárias calculadas sobre outras vantagens, ge-
condições (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional nº 20, de 15/12/98);
     rando aumento desproporcional da remuneração. Isso acabou a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de
com a alteração do texto constitucional: contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos
XIV. Os acréscimos pecuniários percebidos por de idade e trinta de contribuição, se mulher (Re-
 servidor público não serão computados nem acu- dação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
mulados para fins de concessão de acréscimos ul- 15/12/98);
teriores. b) sessenta e cinco anos de idade, se homem,
Destaque-se, ainda, a regra constitucional que prevê a irre- e sessenta anos de idade, se mulher, com proven-
dutibilidade da remuneração dos servidores públicos: tos proporcionais ao tempo de contribuição (Re-
XV. O subsídio e os vencimentos dos ocupantes de dação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
cargos e empregos públicos são irredutíveis, res- 15/12/98).
 salvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo § 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por
e nos Arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remu-
A irredutibilidade aqui é meramente nominal, não existin- neração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que
do direito à preservação do valor real em proteção a perda do  se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para
poder aquisitivo. A irredutibilidade também não impede a alter- a concessão da pensão (Redação dada pela Emenda
ação da composição remuneratória; significa dizer que podem Constitucional nº 20, de 15/12/98).
ser retiradas as gratificações, mantendo-se o valor nominal da § 3º - Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por
remuneração, nem mesmo a supressão de parcelas ou gratifi- ocasião da sua concessão, serão consideradas as remuner-
cações; é preciso considerar que o STF entende não haver direito ações utilizadas como base para as contribuições do servi-
adquirido a regime jurídico. dor aos regimes de previdência de que tratam este artigo
Regras de Aposentadoria e o Art. 201, na forma da lei (Redação dada pela Emenda
Esse tema costuma ser trabalhado em Direito Previ- Constitucional nº 41, 19.12.2003).
denciário devido às inúmeras regras de transição que foram § 4º  - É vedada a adoção de requisitos e critérios dif-
editadas, além das previstas no texto constitucional. Para as erenciados para a concessão de aposentadoria aos
provas de Direito Constitucional, é importante a leitura aten- abrangidos pelo regime de que trata este artigo, res-
ta dos dispositivos abaixo:  salvados, nos termos definidos em leis complementar-
Art. 40.  Aos servidores titulares de cargos efetivos es, os casos de servidores (Redação dada pela Emenda
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- Constitucional nº 47, de 2005):
nicípios, incluídas suas autarquias e fundações, é as- I. Portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda
 segurado regime de previdência de caráter contribu- Constitucional nº 47, de 2005);
tivo e solidário, mediante contribuição do respectivo II. Que exerçam atividades de risco; (Incluído pela
ente público, dos servidores ativos e inativos e dos Emenda Constitucional nº 47, de 2005);
III. Cujas atividades sejam exercidas sob condições tivo observará, no que couber, os requisitos e critérios
especiais que prejudiquem a saúde ou a integri- fixados para o regime geral de previdência social (In-
dade física (Incluído pela Emenda Constitucional cluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98).
nº 47, de 2005). § 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de car-
§ 5º  - Os requisitos de idade e de tempo de con-  go em comissão declarado em lei de livre nomeação e
tribuição serão reduzidos em cinco anos, em relação ao exoneração bem como de outro cargo temporário ou
disposto no § 1º, III, “a”, para o professor que com- de emprego público, aplica-se o regime geral de prev-
 prove exclusivamente tempo de efetivo exercício das idência social (Incluído pela Emenda Constitucional nº
funções de magistério na educação infantil e no ensi-  20, de 15/12/98).
no fundamental e médio (Redação dada pela Emenda § 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
Constitucional nº 20, de 15/12/98). nicípios, desde que instituam regime de previdência
§ 6º  - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos complementar para os seus respectivos servidores tit-
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é ulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das
vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo re-
conta do regime de previdência previsto neste artigo.  gime de que trata este artigo, o limite máximo estabe-
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de lecido para os benefícios do regime geral de previdência
15/12/98).  social de que trata o Art. 201 (Incluído pela Emenda Con-
§ 7º - Lei disporá sobre a concessão do benefício de  stitucional nº 20, de 15/12/98).
 pensão por morte, que será igual (Redação dada pela § 15  - O regime de previdência complementar de que
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003). trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do re-
I. Ao valor da totalidade dos proventos do servidor  spectivo Poder Executivo, observado o disposto no Art.
falecido, até o limite máximo estabelecido para os  202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio
benefícios do regime geral de previdência social de de entidades fechadas de previdência complementar,
que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento de natureza pública, que oferecerão aos respectivos
da parcela excedente a este limite, caso aposentado à  participantes planos de benefícios somente na mo-
data do óbito; ou (Incluído pela Emenda Constitucion- dalidade de contribuição definida (Redação dada pela
al nº 41, 19.12.2003); Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003).
II. Ao valor da totalidade da remuneração do servi- § 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção,
dor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servi-
até o limite máximo estabelecido para os benefícios dor que tiver ingressado no serviço público até a data
do regime geral de previdência social de que trata o da publicação do ato de instituição do correspondente
art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela regime de previdência complementar (Incluído pela  
excedente a este limite, caso em atividade na data Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98).
do óbito (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41,
   
§ 17  - Todos os valores de remuneração considerados  
19.12.2003).  para o cálculo do benefício previsto no § 3º serão dev-  
§ 8º  - É assegurado o reajustamento dos benefícios idamente atualizados, na forma da lei (Incluído pela 
 para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003).  
real, conforme critérios estabelecidos em lei (Redação § 18 - Incidirá contribuição sobre os proventos de apo-

dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003).
 
 sentadorias e pensões concedidas pelo regime de que  
§ 9º  - O tempo de contribuição federal, estadual ou trata este artigo que superem o limite máximo estabe-
municipal será contado para efeito de aposentadoria lecido para os benefícios do regime geral de previdên-
e o tempo de serviço correspondente para efeito de cia social de que trata o Art. 201, com percentual igual

disponibilidade (Incluído pela Emenda Constitucional
 O 
ao estabelecido para os servidores titulares de cargos
 Ç 
nº 20, de 15/12/98).
 Õ  
efetivos (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41,

 S 
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de 19.12.2003). D 

contagem de tempo de contribuição fictício (Incluído



§ 19  - O servidor de que trata este artigo que tenha D 
 pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98).
I  
completado as exigências para aposentadoria voluntária


§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer
I  

 O 
dos proventos de inatividade, inclusive quando decor- em atividade fará jus a um abono de permanência equiv-  C 
rentes da acumulação de cargos ou empregos públicos,
 O 
alente ao valor da sua contribuição previdenciária até N 
bem como de outras atividades sujeitas a contribuição
 S 
completar as exigências para aposentadoria compulsória T 
I  
 para o regime geral de previdência social, e ao mon- contidas no § 1º, II (Incluído pela Emenda Constitucional nº

 U 
tante resultante da adição de proventos de inatividade
 C 
41, 19.12.2003). I  
 O 
com remuneração de cargo acumulável na forma desta § 20 - Fica vedada a existência de mais de um regime


Constituição, cargo em comissão declarado em lei de

 próprio de previdência social para os servidores titu-
livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo (Incluí- lares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade
do pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98).  gestora do respectivo regime em cada ente estatal,
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de prev- ressalvado o disposto no Art. 142, § 3º, X (Incluído pela 267
idência dos servidores públicos titulares de cargo efe- Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003).
§ 21  - A contribuição prevista no § 18 deste artigo ▷ Não cabe Habeas Corpus  em relação a punições dis-
268 incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de ciplinares militares;
aposentadoria e de pensão que superem o dobro do ▷ Ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;
limite máximo estabelecido para os benefícios do re- ▷ O militar, enquanto em serviço ativo, não pode es-
   L  gime geral de previdência social de que trata o Art. tar filiado a partidos políticos.
   A
   N  201 desta Constituição, quando o beneficiário, na
   O
   I
   C forma da lei, for portador de doença incapacitante ANOTAÇÕES
   U (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005).
   T
   I
   T
   S
   N Dos Militares dos Estados, do Distri-
   O
   C to Federal e dos Territórios
   O
   T
   I A Constituição Federal distingue duas espécies de servi-
   E
   R
   I dores, os civis e os militares, sendo que a estes reserva um re-
   D
   E gime jurídico diferenciado, previsto especialmente no Art. 42
   D
   S (Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares) e no Art. 142,
   E
    Õ § 3º (Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica).
   Ç
   O
   N
As Polícias Militares, os Corpos de Bombeiros Militares e
as Forças Armadas são instituições organizadas com base na
hierarquia e na disciplina.
   Tomando de empréstimo o conceito constante do Art. 14,
  
   § 1º e 2º, da Lei nº 6.880, de 1980 (Estatuto dos Militares das
     Forças Armadas), temos que a hierarquia militar é a ordenação
   da autoridade, em níveis diferentes, dentro da estrutura militar
     e a disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral
  
  
  
  
das leis, regulamentos, normas e disposições que fundamen-
tam o organismo militar e coordenam seu funcionamento reg-
     ular e harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento
do dever por parte de todos e de cada um dos componentes
desses organismos.
É claro que a hierarquia e a disciplina estão presentes em
todo o serviço público. No entanto, no seio militar, elas são
muito mais rígidas, objetivando garantir pronta e irrestrita
obediência de seus membros, o que é imprescindível para o
exercício das suas atividades.
As Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros Militares
são órgãos de Segurança Pública (Art. 144, da CF), organiza-
dos e mantidos pelos Estados.
Às Polícias Militares cabem as atribuições de polícia ad-
ministrativa, ostensiva e a preservação da ordem pública. Aos
Corpos de Bombeiros Militares cabe, além das atribuições
definidas em lei (atividades de combate a incêndio, busca e
resgate de pessoas, etc.), a execução de atividades de defesa
civil (Art. 144, § 5º, da CF).
Segundo o § 6º, do Art. 144, da CF, as Polícias Militares e os
Corpos de Bombeiros Militares são forças auxiliares e reserva
do Exército e subordinam-se aos Governadores dos Estados,
do Distrito Federal e dos Territórios.
No Art. 42, a Constituição Federal estende aos policiais
militares e aos bombeiros militares praticamente as mes-
mas disposições aplicáveis aos integrantes das Forças Ar-
madas, militares da União, previstas no Art. 142, § 2º e 3º,
da CF. Assim, entre outros:
▷ O militar que seja alistável é elegível. No entanto,
se contar menos de dez anos de serviço, deverá af-
astar-se da atividade; se contar mais de dez anos de
serviço será agregado pela autoridade superior e, se
eleito, passará automaticamente, no ato da diplo-
mação, para a inatividade;
10. Organização dos Poderes - Poder Art. 2º.  São Poderes da União, independentes e
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Ju-
Legislativo diciário.
A seguir, será tratado de outro princípio que, juntamente
Com o objetivo de limitar o poder do Estado, alguns com a Separação dos Poderes, é responsável pela organização
filósofos desenvolveram a tese de que, se o poder estivesse do Estado: Princípio Federativo.
nas mãos de várias pessoas, seria possível controlá-lo de
uma forma melhor. Essa necessidade se deu em razão dos Princípio Federativo
grandes abusos cometidos pelos imperadores que agiam Quando se fala em Federação, está-se falando da Forma
arbitrariamente com seus súditos. A partir de então, sur- de Estado adotada no Brasil. A forma de Estado reflete o modo
giu a teoria da Separação dos Poderes , também chamada de exercício do poder político em função do território, ou seja,
de Tripartição dos Poderes. Antes de analisar cada um dos como o poder político está distribuído dentro do território.
Poderes do Estado, são explorados a seguir dois princípios Para compreender esta forma de Estado precisa-se ter em
constitucionais essenciais para entender essa organização: mente sua principal característica: descentralização política.
Tripartição dos Poderes e Federativo. Dizemos então que, numa federação, o poder político está
distribuído entre os vários entes federativos, ou melhor, entre
Princípios quatro entes federativos:
União;
Princípio da Tripartição dos Poderes Estados;
O primeiro princípio constitucional importante para o estudo Distrito Federal;
da Organização dos Poderes é o Princípio da Tripartição dos Po- Municípios.
deres, também chamado de Princípio da Separação dos Pode-
res. Sua origem histórica tem como fundamento a necessidade Poder Executivo
=
de se limitar os poderes do Estado. Alguns filósofos perceberam Presidente da República
que se o Poder do Estado estivesse dividido entre três entidades
diferentes, seria possível que a sociedade exercesse um maior
controle sobre sua utilização. Poder Legislativo
=
Foi aí que surgiu a ideia de se dividir o Poder do Estado em União Congresso Nacional
três poderes, cada qual responsável pelo desenvolvimento de
uma função principal do Estado:
Poder Judiciário
Poder Executivo =
Função principal (típica) de administrar o Estado; STF e demais órgãos
 
Poder Legislativo  judiciais federais    
 
Função principal (típica) de legislar e fiscalizar as contas  
públicas; Poder Executivo 
Poder Judiciário =  
Governador
Função principal (típica) jurisdicional.

 
Além da sua própria função, a Constituição criou uma
 
sistemática que permite a cada um dos poderes o exercício da Poder Legislativo
Estados =
função do outro poder. É a função atípica: Assembleia Legislativa N 
Poder Executivo
 O 
 Ç 
Função atípica de legislar e julgar;
 Õ  
Poder Judiciário

 S 
Poder Legislativo = D 

Função atípica de administrar e julgar; Tribunal de Justiça D 
I  

Poder Judiciário E 
I  

Função atípica de administrar e legislar.  O 
 C 
Dessa forma, pode-se dizer que além da própria função,  O 

cada poder exercerá de forma acessória a função do outro
 S 

poder.
I  

 U 
Uma pergunta sempre surge na cabeça dos estudantes e
 C 
I  
 O 
poderá aparecer em prova: qual dos três poderes é mais im-


portante?

A única resposta possível é a inexistência de poder mais


importante. Cada poder possui sua própria função de forma
que não se pode afirmar que exista hierarquia entre os pode- 269
res do Estado. Como diz a Constituição no Art. 2º:
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso
270 Poder Executivo Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e
=
Prefeito do Senado Federal.
A Câmara dos Deputados   é composta pelos Deputados
   L
   A
Poder Legislativo Federais que são representantes do povo eleitos segundo o
   N
   O
   I Municípios = sistema proporcional,  devendo cada ente (Estado e Distrito
   C
   U
   T
Câmara de Vereadores Federal) eleger no mínimo 8 e no máximo 70 Deputados Fed-
   I
   T
   S
erais. A proporcionalidade está relacionada com a quantidade
   N
   O Poder Judiciário da população dos entes federativos. Quanto maior for a pop-
   C =
   O
ulação, mais deputados serão eleitos. Os territórios podem
   T
   I
Não Existe eleger quatro deputados. O mandato do Deputado é de qua-
   E
   R
   I tro anos. Atualmente, existem na Câmara 513 membros. Sua
   D
   E Poder Executivo organização é assim expressa na Constituição:
   D
   S
= Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de rep-
   E Governador
    Õ resentantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcio-
   Ç
   O
   N nal, em cada Estado, em cada Território e no Distrito
Poder Legislativo
=
Federal.
Distrito Federal
Câmara Legislativa § 1º  - O número total de Deputados, bem como a rep-
  
  
  
resentação por Estado e pelo Distrito Federal, será es-
tabelecido por lei complementar, proporcionalmente à
     Poder Judiciário
   =  população, procedendo-se aos ajustes necessários, no
     Tribunal de Justiça ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas
  
   unidades da Federação tenha menos de oito ou mais
  
   Cada um dos entes federativos possui sua própria autono-
mia política, a qual pode ser percebida pela capacidade de de setenta Deputados.
     auto-organização, de criação de leis e, inclusive, de criação da § 2º. Cada Território elegerá quatro Deputados.
sua própria Constituição. Apesar de cada ente federativo pos- O Senado Federal é composto por Senadores da Repúbli-
suir essa independência, não se pode esquecer que a existência ca que são representantes dos Estados e do Distrito Federal
do pacto federativo pressupõe a existência de uma Constituição eleitos segundo o sistema majoritário simples ou puro, de-
Federal e da impossibilidade de separação.
vendo cada ente eleger três senadores. Aqui o sistema é ma-
Uma coisa deve ficar bem clara: não existe hierarquia entre
 joritário, haja vista serem eleitos os candidatos mais votados.
os entes federativos. O que os diferencia é a competência que
cada um recebeu da Constituição Federal. O mandato do Senador é de oito anos cuja eleição de
Após analisar estes dois princípios constitucionais, será quatro em quatro anos ocorre de forma alternada. Numa
feita a junção entre eles para se ver como se estruturam den- eleição, elegem-se 2 e na outra 1. Cada Senador será eleito
tro da República Federativa do Brasil. Dessa forma, foi visto na com dois suplentes. Atualmente, existem 81 Senadores.
imagem anterior. Conforme o Art. 46 do texto constitucional:
Agora que ficou esclarecido como o Estado Brasileiro está Art. 46.  O Senado Federal compõe-se de represen-
organizado, serão estudados os três Poderes em espécie. tantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segun-
Começaremos pelo Poder Legislativo, sempre muito cobrado do o princípio majoritário.
em prova.
§ 1º   - Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três
Poder Legislativo  Senadores, com mandato de oito anos.
§ 2º   - A representação de cada Estado e do Distrito
Funções Típicas e Atípicas Federal será renovada de quatro em quatro anos, al-
Esse Poder possui como função típica duas atribuições: ternadamente, por um e dois terços.
legislar e fiscalizar. § 3º  - Cada Senador será eleito com dois suplentes.
Legislar significa criar leis, inovar o ordenamento jurídico.
A função fiscalizatória diz respeito ao controle externo das Competências
contas públicas. É a fiscalização financeira, contábil e orça- Este é um dos temas mais cobrados em prova, razão pela
mentária. qual precisa ser estudado com estratégia para que no momen-
Informações Gerais to em que o candidato enfrentar a questão, consiga resolvê-la.
O Poder Legislativo da União é representado pelo Con- A melhor forma de acertar essas questões é memorizando os
gresso Nacional, cuja estrutura é bicameral, ou seja, é formado artigos sobre as competências, pois é dessa forma que será
pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Essa pre- cobrado em prova. Uma sugestão para facilitar a memorização
visão encontra-se na Constituição Federal: é fazer muitos exercícios sobre o tema.
CN
BICAMERAL

Senado Federal Câmara dos Deputados

35 Anos de idade 81 Senadores da República 513 Deputados Federais 21 Anos de idade

Representantes dos Estados e


Representantes do povo
do DF

Sistema Majoritário Sistema Proporcional

Cada um pode eleger 8 a 70


3 Senadores por Estado e DF Estados e DF Estados e DF
Deputados

Cada um pode eleger 4 Cada um pode eleger 4 depu-


Não elege senador Território Território
deputados tados

Eleição de 4 em 4 anos de forma


Mandato de 8 anos Mandato de 4 anos
alternada (2-1-2-1)
 
A seguir apresentam-se as competências de cada órgão.    
Competência do Congresso Nacional  
 
Uma coisa que se deve entender é que o Congresso Nacional, apesar de ser formado pela Câmara e pelo Senado, possui suas 
próprias competências, as quais estão previstas nos Arts. 48 e 49. Um detalhe que sempre cai em prova diz respeito à diferença  
entre as competências desses dois artigos. 
 
No Art. 48, encontram-se as competências do Congresso que dependem de sanção presidencial, as quais serão desempen-  
hadas mediante lei (lei ordinária ou complementar) que disponham sobre matérias de competência da União. Segue abaixo o rol
dessas competências:
 Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos N 
 Arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
 O 
 Ç 
 Õ  

 S 

I. Sistema tributário, arrecadação e distribuição de VII. Transferência temporária da sede do Governo



rendas; Federal;

I  

II. Plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orça- VIII. Concessão de anistia;

I  

mento anual, operações de crédito, dívida pública
 O 
IX. organização administrativa, judiciária, do  C 
e emissões de curso forçado; Ministério Público e da Defensoria Pública da União
 O 

III. Fixação e modificação do efetivo das Forças
 S 
e dos Territórios e organização judiciária e do T 
 Armadas;
I  

Ministério Público do Distrito Federal;
 U 
IV. Planos e programas nacionais, regionais e seto-
 C 
X. Criação, transformação e extinção de cargos,
I  
 O 
riais de desenvolvimento; N 
empregos e funções públicas, observado o que es-

V. Limites do território nacional, espaço aéreo e

marítimo e bens do domínio da União; tabelece o Art. 84, VI, b;


VI. Incorporação, subdivisão ou desmembramento XI. Criação e extinção de Ministérios e órgãos da
de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as re- administração pública; 271
 spectivas Assembleias Legislativas; XII. Telecomunicações e radiodifusão;
XIII. Matéria financeira, cambial e monetária, insti- Competência da Câmara de Deputados
272 tuições financeiras e suas operações;
As competências da Câmara dos Deputados estão previs-
XIV. Moeda, seus limites de emissão, e montante
tas no Art. 51, as quais serão exercidas, em regra, por meio de
da dívida mobiliária federal;
Resolução da Câmara. Apesar de o texto constitucional prever
   L
   A
XV. Fixação do subsídio dos Ministros do Supre- essas competências como privativas, elas não podem ser del-
   N
   O
mo Tribunal Federal, observado o que dispõem os egadas:
   I
   C  Arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I.
   U  Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Dep-
   T
   I No Art. 49, têm-se as Competências Exclusivas do Con- utados:
   T
   S gresso Nacional. Essas não dependem de sanção presidencial
   N I. Autorizar, por dois terços de seus membros, a
   O e serão formalizadas por meio de Decreto Legislativo:
   C instauração de processo contra o Presidente e o
   O
   T
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: Vice-Presidente da República e os Ministros de Es-
   I
   E I. Resolver definitivamente sobre tratados, acordos tado;
   R
   I
   D ou atos internacionais que acarretem encargos ou II. Proceder à tomada de contas do Presidente da
   E
   D
compromissos gravosos ao patrimônio nacional; República, quando não apresentadas ao Congresso
   S
   E
II. Autorizar o Presidente da República a declarar Nacional dentro de sessenta dias após a abertura
    Õ
   Ç
 guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças es- da sessão legislativa;
   O trangeiras transitem pelo território nacional ou
   N
nele permaneçam temporariamente, ressalvados
III. Elaborar seu regimento interno;
os casos previstos em lei complementar; IV. Dispor sobre sua organização, funcionamento,
 polícia, criação, transformação ou extinção dos
   III. Autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da
  
   República a se ausentarem do País, quando a aus- cargos, empregos e funções de seus serviços, e a
iniciativa de lei para fixação da respectiva remu-
     ência exceder a quinze dias;
neração, observados os parâmetros estabelecidos
   IV. Aprovar o estado de defesa e a intervenção
na lei de diretrizes orçamentárias;
     federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender
  
   qualquer uma dessas medidas; V. Eleger membros do Conselho da República, nos
  
   V. Sustar os atos normativos do Poder Executivo termos do Art. 89, VII.
     que exorbitem do poder regulamentar ou dos lim- Competência do Senado Federal
ites de delegação legislativa;
VI. Mudar temporariamente sua sede; As competências do Senado Federal estão previstas no Art.
52, as quais serão exercidas, em regra, por meio de Resolução
VII. Fixar idêntico subsídio para os Deputados Fed-
do Senado. Apesar de o texto constitucional prever essas com-
erais e os Senadores, observado o que dispõem os
petências como privativas, elas não podem ser delegadas:
 Arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
VIII. Fixar os subsídios do Presidente e do Art. 52. Compete privativamente ao Senado Feder-
Vice-Presidente da República e dos Ministros de al:
Estado, observado o que dispõem os Arts. 37, XI, I. Processar e julgar o Presidente e o Vice-Presiden-
 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; te da República nos crimes de responsabilidade,
IX. Julgar anualmente as contas prestadas pelo bem como os Ministros de Estado e os Comandan-
Presidente da República e apreciar os relatórios tes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos
 sobre a execução dos planos de governo; crimes da mesma natureza conexos com aqueles;
X. Fiscalizar e controlar, diretamente, ou por II. Processar e julgar os Ministros do Supremo Tri-
qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executi- bunal Federal, os membros do Conselho Nacional
vo, incluídos os da administração indireta; de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Pú-
XI. Zelar pela preservação de sua competência leg- blico, o Procurador-Geral da República e o Advoga-
islativa em face da atribuição normativa dos outros do-Geral da União nos crimes de responsabilidade;
Poderes; III. Aprovar previamente, por voto secreto, após
XII. Apreciar os atos de concessão e renovação de arguição pública, a escolha de:
concessão de emissoras de rádio e televisão; a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta
XIII. Escolher dois terços dos membros do Tribunal Constituição;
de Contas da União; b) Ministros do Tribunal de Contas da União indi-
XIV. Aprovar iniciativas do Poder Executivo refer- cados pelo Presidente da República;
entes a atividades nucleares; c) Governador de Território;
XV. Autorizar referendo e convocar plebiscito; d) Presidente e diretores do banco central;
XVI. Autorizar, em terras indígenas, a exploração e e) Procurador-Geral da República;
o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa f) Titulares de outros cargos que a lei deter-
e lavra de riquezas minerais; minar;
XVII. Aprovar, previamente, a alienação ou con- IV. Aprovar previamente, por voto secreto, após ar-
cessão de terras públicas com área superior a dois  guição em sessão secreta, a escolha dos chefes de
mil e quinhentos hectares. missão diplomática de caráter permanente;
V. Autorizar operações externas de natureza finan- a imunidade não pertence à pessoa, e sim ao cargo, motivo
ceira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito pelo qual é irrenunciável. Isso significa que o parlamentar só a
Federal, dos Territórios e dos Municípios; detém enquanto estiver no exercício de sua função.
VI. Fixar, por proposta do Presidente da República, São dois os tipos de imunidade:
limites globais para o montante da dívida consoli- Imunidade material;
dada da União, dos Estados, do Distrito Federal e Imunidade formal.
dos Municípios; A imunidade material é uma verdadeira irresponsabi-
VII. Dispor sobre limites globais e condições para lidade absoluta. Também conhecida como inviolabilidade
as operações de crédito externo e interno da União, parlamentar, ela isenta o seu titular de qualquer respons-
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abilidade civil, penal, administrativa ou mesmo política, no
de suas autarquias e demais entidades controladas que tange às suas opiniões, palavras e votos. Vejamos o
 pelo Poder Público federal; que diz o caput  do Art. 53:
VIII. Dispor sobre limites e condições para a Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil
concessão de garantia da União em operações de e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, pala-
crédito externo e interno; vras e votos.
IX. Estabelecer limites globais e condições para o Mas deve-se ter atenção: essa prerrogativa diz respeito
montante da dívida mobiliária dos Estados, do Dis- apenas às opiniões, palavras e votos proferidos no exercício
trito Federal e dos Municípios; da função parlamentar durante o seu mandato, ainda que a
X. Suspender a execução, no todo ou em parte, de busca pela responsabilização ocorra após o término do seu
lei declarada inconstitucional por decisão definitiva mandato. Não importa se está dentro do recinto parlamentar
do Supremo Tribunal Federal; ou fora dele. O que importa é que seja praticado na função ou
XI. Aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a em razão da função parlamentar.
exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da Repúbli- As imunidades formais são prerrogativas de ordem pro-
ca antes do término de seu mandato; cessual e ocorrem em relação:
XII. Elaborar seu regimento interno; Ao foro de julgamento;
XIII. Dispor sobre sua organização, funcionamen- À prisão;
to, polícia, criação, transformação ou extinção dos Ao processo.
cargos, empregos e funções de seus serviços, e a A prerrogativa de foro decorre do previsto no Art. 53, § 1º
iniciativa de lei para fixação da respectiva remu- da CF, que prevê:
neração, observados os parâmetros estabelecidos § 1º   - Os Deputados e Senadores, desde a expedição
na lei de diretrizes orçamentárias; do diploma, serão submetidos a julgamento perante o  
XIV. Eleger membros do Conselho da República,  Supremo Tribunal Federal.    
nos termos do Art. 89, VII; Como pode se depreender do texto constitucional, a partir  
XV. Avaliar periodicamente a funcionalidade do da expedição do diploma o parlamentar será julgado perante  
 Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e o STF nas ações de natureza penal sem necessidade de autor- 
 seus componentes, e o desempenho das adminis- ização da Casa legislativa à qual pertence. Ressalte-se que o  
trações tributárias da União, dos Estados e do Dis- parlamentar será julgado no STF por infrações cometidas antes

 
trito Federal e dos Municípios. ou depois da diplomação, contudo, finalizado o seu mandato,  
 Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I perde-se com ele a imunidade, fazendo com que os seus pro-
e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tri- cessos saiam da competência do STF e passem para os demais
bunal Federal, limitando-se a condenação, que so- órgãos do Judiciário, a depender da matéria em questão. Não N 
 O 
mente será proferida por dois terços dos votos do estão incluídas nessa prerrogativa as ações de natureza cível.  Ç 
 Õ  
 Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, Em relação à prisão, o parlamentar só poderá ser preso em

 S 
 por oito anos, para o exercício de função pública, flagrante delito de crime inafiançável conforme previsão do § D 

 sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. 2º do Art. 53: D 
I  
As questões sobre as competências dos órgãos parlam- § 2º   - Desde a expedição do diploma, os membros do


Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em
I  
entares são muito cobradas em prova e exigem do candidato

 O 
uma nítida capacidade de memorização. Às vezes, é possível flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos  C 

 serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa


 O 
encontrar uma questão que trabalhe a competência asso- N 

respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus


 S 
ciada com questões doutrinárias ou mesmo jurisprudencial.

I  
membros, resolva sobre a prisão.

Vejamos o exemplo:  U 
 C 
Essa prerrogativa inicia sua abrangência a partir da diplo- I  
Imunidade Parlamentar
 O 
mação e alcança qualquer forma de prisão, seja de natureza


penal ou civil. A manutenção dessa prisão depende de mani-

Os parlamentares, por ocuparem uma função essencial
na organização política do Estado, possuem Imunidades. As festação da maioria absoluta dos membros da Casa.
imunidades são prerrogativas inerentes à sua função que têm Apesar de o texto constitucional não prever, interpreta-se
como objetivo garantir a sua independência durante o exer- de forma lógica que o Parlamentar será preso no caso de uma 273
cício do seu mandato. Um ponto que deve ser lembrado é que sentença penal condenatória transitada em julgado.
Há também a imunidade em relação ao processo prevista cos da administração direta e indireta, incluídas as
274 no Art. 53, §§ 3º ao 5º: fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo
§ 3º   - Recebida a denúncia contra o Senador ou Dep- Poder Público federal, e as contas daqueles que
utado, por crime ocorrido após a diplomação, o Su- derem causa a perda, extravio ou outra irregular-
   L  premo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, idade de que resulte prejuízo ao erário público;
   A
   N que, por iniciativa de partido político nela representa- III . Apreciar, para fins de registro, a legalidade
   O
   I
   C do e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, dos atos de admissão de pessoal, a qualquer
   U até a decisão final, sustar o andamento da ação.
   T
   I
título, na administração direta e indireta, incluí-
   T das as fundações instituídas e mantidas pelo
   S § 4º   - O pedido de sustação será apreciado pela Casa
   N Poder Público, excetuadas as nomeações para
   O respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco
   C
   O
dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. cargo de provimento em comissão, bem como
   T a das concessões de aposentadorias, reformas
   I
   E § 5º   - A sustação do processo suspende a prescrição,
   R
   I enquanto durar o mandato. e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores
   D que não alterem o fundamento legal do ato con-
   E A imunidade em relação ao processo prevista na Con-
   D
stituição possibilita a Casa a qual pertence o parlamentar, cessório;
   S
   E
    Õ pelo voto da maioria absoluta, sustar o andamento da ação IV. Realizar, por iniciativa própria, da Câmara
   Ç
   O penal desde que a faça antes da decisão definitiva e desde dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão
   N
que seja em relação aos crimes cometidos após a diplo- técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de
mação. Não é necessária autorização da respectiva casa natureza contábil, financeira, orçamentária, opera-
para processar o parlamentar. cional e patrimonial, nas unidades administrativas
   dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e
  
  
A Casa Legislativa possui 45 dias para apreciar o pedido
demais entidades referidas no inciso II;
que, se aprovado, suspenderá o prazo prescricional da infração
     até o final do mandato. V. Fiscalizar as contas nacionais das empresas
    supranacionais de cujo capital social a União par-
     Função Fiscalizadora ticipe, de forma direta ou indireta, nos termos do
  
  
  
   Essa é a segunda função típica do Poder Legislativo. Além tratado constitutivo;
de criar normas, o Congresso Nacional também possui como VI. Fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repas-
     função principal a fiscalização contábil, financeira e orça-  sados pela União mediante convênio, acordo, ajuste
mentária da União e de suas Entidades da Administração dire- ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Dis-
ta e Indireta. Vejamos o Art. 70 da Constituição: trito Federal ou a Município;
 Art. 70.  A fiscalização contábil, financeira, orça-
VII. Prestar as informações solicitadas pelo Con-
 gresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por
mentária, operacional e patrimonial da União e das qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscal-
entidades da administração direta e indireta, quanto ização contábil, financeira, orçamentária, operacio-
à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação nal e patrimonial e sobre resultados de auditorias e
das subvenções e renúncia de receitas, será exercida inspeções realizadas;
 pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e
VIII. Aplicar aos responsáveis, em caso de ilegal-
 pelo sistema de controle interno de cada Poder. idade de despesa ou irregularidade de contas, as
 Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa físi-  sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre
ca ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, outras cominações, multa proporcional ao dano
 guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores causado ao erário;
 públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em IX. Assinar prazo para que o órgão ou entidade ad-
nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. ote as providências necessárias ao exato cumpri-
Veja que o Art. 70 fala em Controle Externo e Controle mento da lei, se verificada ilegalidade;
Interno. São as duas formas de fiscalização vislumbrada pelo X. Sustar, se não atendido, a execução do ato im-
texto constitucional. O Controle Interno é aquele realizado  pugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
por cada Poder. Cada um fiscaliza suas próprias contas. Já o Deputados e ao Senado Federal;
Controle Externo é o realizado pelo Congresso Nacional, com XI. Representar ao Poder competente sobre irregu-
apoio do Tribunal de Contas da União. laridades ou abusos apurados.
O Art. 71 ainda apresenta as atribuições do Tribunal de Uma questão sempre cobrada em prova diz respeito às
Contas da União no que tange à fiscalização exercida: regras do Tribunal de Contas da União. A primeira coisa a ser
 Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Na- estabelecida é a situação jurídica do TCU. A qual dos três po-
cional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Con- deres pertence o TCU?
tas da União, ao qual compete: A única reposta possível: o TCU não está subordinado a
I. Apreciar as contas prestadas anualmente pelo nenhum Poder. Ele é um órgão autônomo que está vinculado
Presidente da República, mediante parecer prévio funcionalmente ao Poder Legislativo. Não se trata de subordi-
que deverá ser elaborado em sessenta dias a con- nação, mas de ligação funcional. Apesar da previsão de função
tar de seu recebimento;  jurisdicional, o TCU também não pertence ao Poder Judiciário.
II. Julgar as contas dos administradores e demais O termo utilizado no Art. 73 é equivocado quando comparado
responsáveis por dinheiros, bens e valores públi- à natureza do órgão:
 Art. 73.  O Tribunal de Contas da União, integrado por do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União. Já
nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro o terceiro membro escolhido pelo Presidente, será de sua livre
 próprio de pessoal e jurisdição em todo o território escolha desde que preenchidos os demais requisitos já men-
nacional, exercendo, no que couber, as atribuições pre- cionados.
vistas no Art. 96. Outra observação importantíssima e sempre cobrada em
Apesar de ser chamado de “tribunal” e de a Constituição prova: a Constituição equipara os Ministros do TCU aos Minis-
Federal ter dito que possuía “jurisdição”, o TCU não é órgão do tros do STJ ao passo que os auditores estão equiparados aos
Poder Judiciário. As suas ações possuem natureza meramente Juízes do TRF. Logicamente, se o auditor estiver substituindo
administrativa. o Ministro, a ele serão asseguradas as garantias próprias dos
Vencido esse tema, passa-se à análise da composição do Ministros. Esta é a leitura dos § 3º e 4º:
TCU: § 3°  - Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão
§ 1º   - Os Ministros do Tribunal de Contas da União as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos,
 serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior
 seguintes requisitos: Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à apo-
I. Mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco  sentadoria e pensão, as normas constantes do Art. 40.
anos de idade; § 4º  - O auditor, quando em substituição a Ministro, terá
II. Idoneidade moral e reputação ilibada; as mesmas garantias e impedimentos do titular e, quan-
III. Notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, do no exercício das demais atribuições da judicatura, as
econômicos e financeiros ou de administração de juiz de Tribunal Regional Federal.
 pública; Processo Legislativo
IV. Mais de dez anos de exercício de função ou de Agora será estudada outra função típica do Poder Legisla-
efetiva atividade profissional que exija os conheci- tivo: o Processo Legislativo. O Processo Legislativo é um con-
mentos mencionados no inciso anterior.  junto de procedimentos necessários para criação das normas.
§ 2º   - Os Ministros do Tribunal de Contas da União A Constituição, no Art. 59, apresenta algumas normas que po-
 serão escolhidos: dem ser criadas segundo essas regras:
I. Um terço pelo Presidente da República, com  Art. 59.  O processo legislativo compreende a elabo-
aprovação do Senado Federal, sendo dois alterna- ração de:
damente dentre auditores e membros do Ministério I. Emendas à Constituição;
Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice II. Leis complementares;
 pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade III. Leis ordinárias;
e merecimento;
IV. Leis delegadas;  
II. Dois terços pelo Congresso Nacional.
V. Medidas provisórias;    
Como se pode perceber, ser Ministro do TCU não é para
VI. Decretos legislativos;
 
qualquer pessoa. Faz-se necessário o preenchimento dos se-  
guintes requisitos: VII. Resoluções. 
▷ Ser brasileiro;  Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a  
▷ Possuir mais de trinta e cinco e menos de sessenta e elaboração, redação, alteração e consolidação das leis. 
 
cinco anos de idade; Essas são as chamadas normas primárias, pois a sua fon-  
▷ Possuir idoneidade moral e reputação ilibada; te de validade é a própria constituição. Nem de longe são as
únicas normas existentes no direito brasileiro. O candidato
▷ Possuir notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, deve ter ouvido falar em uma portaria ou instrução norma- N 
econômicos e financeiros ou de administração públi- tiva. Essas outras normas que não estão no Art. 59, mas que
 O 
 Ç 
ca; também regulam nossas vidas, são chamadas de normas se-
 Õ  

Ter mais de dez anos de exercício de função ou de
 S 

cundárias as quais, retiram a validade das normas primárias. D 
efetiva atividade profissional que exija os conheci-

Uma pergunta que sempre é feita em prova: existe hier- D 
mentos mencionados no inciso anterior. arquia entre as normas primárias previstas no Art. 59?
I  

A Constituição também regulou a forma de escolha desses

I  
Em um primeiro momento, é possível verificar hier-

membros por meio das seguintes regras:
 O 
arquia entre essas normas, haja vista as emendas consti-  C 
Um terço será escolhido pelo Presidente da Repú-
 O 

tucionais possuírem o mesmo  status   da Constituição Fed-

blica, com aprovação do Senado Federal, sendo
 S 
eral. Fora as emendas que são hierarquicamente superiores

dois alternadamente dentre auditores e membros
I  

às demais, pode-se afirmar, com amparo no próprio STF,  U 
do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados
 C 
que não existe hierarquia entre demais normas primárias.
I  
 O 
em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios Isso significa dizer que as leis complementares, leis or-


de antiguidade e merecimento;

dinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos
▷ Dois terços pelo Congresso Nacional. legislativos e resoluções estão na mesma posição jurídica.
Quanto à escolha feita pelo Presidente uma observação é O que as distingue é a competência para edição e para a
pertinente. Dos três membros que poderão ser escolhidos pelo utilização. Cada uma dessas normas possui uma utilização 275
Presidente dois serão, obrigatoriamente, auditores e membros específica prevista na própria Constituição e é isso que será
estudado a partir de agora. Inicia-se com o chamado Pro- Quer dizer que só o Presidente da República tem iniciativa
276 cesso Legislativo Ordinário. para propor projetos de lei sobre esses temas.
Não existe hierarquia entre lei complementar e lei ordinária. Outra consideração importante se refere à iniciativa popu-
   L Processo Legislativo Ordinário lar, ou seja, os projetos de lei propostos por cidadãos. A Consti-
   A tuição no § 2º do Art. 61 condiciona o exercício desta iniciativa
   N Esse é o processo legislativo destinado a elaboração das
   O
   I
   C leis ordinárias e complementares. É composto por três fases: ao preenchimento de alguns requisitos:
   U
   T introdutória, constitutiva e complementar. § 2º  - A iniciativa popular pode ser exercida pela apre-
   I
   T
   S
 sentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei
   N
   O Fase introdutória  subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado
   C nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados,
   O
   T A fase introdutória é composta basicamente pela iniciati- com não menos de três décimos por cento dos ele-
   I
   E
   R
va, ou seja, pela deflagração do processo de criação de uma lei. itores de cada um deles.
   I
   D
Mas quem pode iniciar esse processo legislativo? Também é relevante anotar a competência do STF e dos
   E
   D Tribunais Superiores que estão previstos no Art. 93 e 96, II:
   S
   E
Qualquer membro ou comissão do Congresso Nacional, da
    Õ Câmara ou do Senado; o Presidente da República; o Supremo Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo
   Ç
   O Tribunal Federal; os Tribunais Superiores; o Procurador-Geral da Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistra-
   N
República; e os cidadãos. Isso está previsto no caput  do Art. 61: tura, observados os seguintes princípios.
 Art. 61.  A iniciativa das leis complementares e or- Art. 96. Compete privativamente:
   dinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da
  
   Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do
II. Ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Su-
 periores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder
     Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Legislativo respectivo, observado o disposto no
    Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores,  Art. 169.
     ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na
  
   E ainda há a iniciativa do Procurador Geral da República,
  
  
forma e nos casos previstos nesta Constituição.
chefe do Ministério Público da União, e que está prevista no
Algumas considerações precisam ser feitas acerca da ini- Art. 127, § 2º:
     ciativa. Primeiramente, no que tange à iniciativa do Presidente
da República: existem algumas matérias em que a iniciativa Art. 127 , § 2º  - Ao Ministério Público é assegurada au-
da lei é privativa do Presidente, as quais estão previstas no § tonomia funcional e administrativa, podendo, observa-
1º do Art. 61: do o disposto no Art. 169, propor ao Poder Legislativo
§ 1º  - São de iniciativa privativa do Presidente da a criação e extinção de seus cargos e serviços auxilia-
República as leis que: res, provendo-os por concurso público de provas ou de
 provas e títulos, a política remuneratória e os planos
I. Fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Ar- de carreira; a lei disporá sobre sua organização e fun-
madas; cionamento.
II. Disponham sobre: Todo Processo Legislativo precisa ser iniciado em uma
a) criação de cargos, funções ou empregos das Casas do Poder Legislativo da União, as quais possuem
 públicos na administração direta e autárquica ou atribuição principal para legislar. A Casa Legislativa, onde o
aumento de sua remuneração;
projeto de lei é apresentado inicialmente, é chamada de Casa
b) organização administrativa e judiciária, Iniciadora. Sempre o projeto se inicia em uma Casa, enquanto
matéria tributária e orçamentária, serviços públi- a outra fica responsável pela revisão. Quem revisa é chamada
cos e pessoal da administração dos Territórios;
de Casa Revisora. Se o projeto se iniciar na Câmara dos Depu-
c) servidores públicos da União e Territórios, tados, essa será a Casa Iniciadora, enquanto o Senado Feder-
 seu regime jurídico, provimento de cargos, estab- al será a Casa Revisora. Se ao contrário, o projeto se inicia no
ilidade e aposentadoria;
Senado, a Câmara será a Casa Revisora.
d) organização do Ministério Público e da
Defensoria Pública da União, bem como normas Em regra, a Casa Iniciadora será a Câmara dos Deputados,
 gerais para a organização do Ministério Público e ou seja, é nessa casa que os processos legislativos costumam
da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Fed- ser iniciados. Excepcionalmente, o Processo Legislativo se
eral e dos Territórios; iniciará no Senado Federal. O Senado só será Casa Iniciadora
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos quando a iniciativa for de um membro ou de uma comissão
da administração pública, observado o disposto do Senado bem como nos casos em que for proposta por
no Art. 84, VI; comissão mista do Congresso Nacional. No último caso, o pro-
f) militares das Forças Armadas, seu regime cesso iniciar-se-á alternadamente em cada casa, iniciando-se
 jurídico, provimento de cargos, promoções, esta- uma vez na Câmara outra vez no Senado1.
bilidade, remuneração, reforma e transferência 1 Regimento Comum: Resolução nº 1, de 1970-CN, (texto consolidado até 2010)
 para a reserva. e normas conexas. Brasília: Congresso Nacional, 2011, Art. 142: Os projetos elab-
Fase Constitutiva A maioria relativa é
relativa é a maioria dos presentes. Sua lógica
Apresentado o projeto de lei à Casa Iniciadora, iniciar-se-á é parecida com a utilizada para descobrir a maioria absoluta,
a Fase Constitutiva. Essa fase é formada por três momentos: com apenas uma distinção: o parâmetro aqui é a quantidade
discussão, votação e sanção. de presentes. Logo, para se calcular a maioria relativa, deve-se
contar os presentes, descobrir quanto é a metade e chegar ao
• Discussão primeiro número inteiro após a metade. Supondo que este-
A discussão, também chamada de debate, é o momento  jam presente
presentess 41 Senadores, o que já bastaria para se iniciar
destinado à discussão dos projetos de lei. A discussão ocorre qualquer deliberação, a maioria relativ
relativaa dos presentes estaria
em três locais: na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), representada
represen tada por 21 membros. Essa quantidade já seria sufici-
nas Comissões Temáticas (CT) e no Plenário. ente para aprovar uma lei ordinária.
A CCJ realiza uma análise formal do projeto e emite um Entendidos esses quóruns
quóruns,, pode-se votar o projeto de lei.
parecer terminativo
terminativo quanto à constituciona
constitucionalidade.
lidade. Isso signifi- Duas são as consequências possíveis de um projeto de lei na
ca dizer que aquilo que for decidido por essa comissão definirá Casa Iniciadora:
o rumo do projeto de lei analisado. Rejeição
Já as Comissões Temáticas realizam um exame materi- Projeto de lei rejeitado deve ser arquivado;
al e emitem pareceres meramente opinativos, ou seja, essas Aprovação
comissões emitem apenas uma opinião que poderá ser segui-
da ou não. Projeto de lei aprov
aprovado
ado segue para Casa Revisora.
Após o debate nas comissões, o projeto de lei é enviado ao Após a aprovação do projeto de lei na Casa Iniciadora, o
plenário, onde ocorre a votação. projeto será encaminhado para a Casa Revisor
Revisoraa conforme dis-
posição do Art. 65:
• Votação
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será re-
Neste momento se faz necessário compreender
compreender os quóruns
visto pela outra, em um só turno de discussão e votação,
necessários para votação. Existem três tipos de quórum:
e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o
Quórum para Deliberação: aprovar,, ou arquivado, se o rejeitar.
aprovar
Para a deliberação em plenário de qualquer projeto de  Parágrafo único.  Sendo o projeto emendado, voltará
lei é necessária a presença da maioria absoluta dos mem- à Casa iniciadora.
bros, conforme disposto no Art. 47:
Na Casa Revisora o projeto também precisa passar pelas
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, mesmas comissões que passou na Casa Iniciadora até chegar ao
as deliberações de cada Casa e de suas Comissões plenário. A partir da votação, o projeto pode ter três destinos:
 serão tomadas por maioria dos votos,
votos, presente a maio-
ria absoluta de seus membros. Rejeição  
Quórum para Aprovação de Lei Ordinária: Caso o projeto seja rejeitado, o mesmo será arquivado;    
Para aprovação de lei ordinária, é necessário o voto de Aprovação sem Emendas  
maioria simples ou relativa dos presentes com fundamento no Se aprovado sem emendas, o projeto segue para o Presi-  
Art. 47 acima apresentado. dente da República sancionar ou vetar; 
Quórum para Aprovação de Lei Complementar: Aprovação com Emendas
 

Para aprovação de lei complementar é necessário o voto Se aprovado com emendas, o projeto retorna à Casa Ini-
 
da maioria absoluta dos membros. Vejamos o Art. 69 da Con-
 
ciadora, que analisará as emendas. Caso aprove as emendas,
stituição: encaminharáá o projeto para sanção do President
encaminhar Presidente.e. Se as emen-
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por das não forem aprovadas, a Casa Iniciadora retira as emendas N 
maioria absoluta., e, do mesmo jeito, encaminha o Projeto de Lei para sanção.
 O 
 Ç 
Essa situação revela uma nítida prevalência da Casa Iniciadora
 Õ  
Mas o que é maioria absoluta? Calcula-se
absoluta?  Calcula-se a maioria abso- E 
sobre a Casa Revisora.
 S 
luta de forma muito simples. É o primeiro número inteiro após D 
a metade. Uma observação deve ser feita nos casos dos Projetos de Lei


Ex.: No caso do Senado Federal, que possui 81 mem- rejeitados: segundo o Art. 67, projeto de lei rejeitado só poderá
I  


bros, para se calcular a maioria absoluta primeiramente ser apresentado novamente na mesma sessão legislativa se for I  

apresentado pelo voto de maioria absoluta dos membros de
 O 
 se busca a metade, que é 40,5. O primeiro número in-  C 
teiro após a metade é 41. Logo, esse número representa qualquer das casas (Princípio da Irrepetibilidade Relativa):
 O 

a maioria absoluta do Senado. Esse raciocínio deve ser Art. 67
67.. A matéria constante de projeto de lei rejeitado
 S 

feito também com a Câmara para se chegar a sua maioria
I  
 somente poderá constituir objeto de novo projeto, na

 U 
absoluta, que é 257. Lembre-se de que a maioria absolu- mesma sessão legislativa, mediante proposta da maio-
 C 
I  
ta é um número fixo. Sempre será a mesma quantidade.
 O 
ria absoluta dos membros de qualquer das Casas do

Lembre-se também de que esse quórum serve tanto para

Congresso Nacional.

iniciar as deliberações nas Casas quanto para aprovar a
lei complementar. Esse tema sempre é cobrado em prova, bem como os as-
pectos relacionados aos quóruns
quóruns exigidos
 exigidos para as deliberaçõ
deliberações
es
no parlamento. Memorize as regras e tenha cuidado para não 277
orados por Comissão Mista serão encaminhados, alternadamente, ao Senado e à
Câmara dos Deputados. confundi-las.
Sanção ou Veto O veto pode ser jurídico ou político. O Veto Jurídico ocorre
278 Inicia-se agora a tratar do terceiro momento da fase con- quando o Presidente considera o projeto de lei inconstitucio-
nal. É uma espécie de controle de constitucionalidade prévio,
stitutiva: a sanção ou veto. A sanção é a concordância do Pres-
pois ocorre antes da criação da lei. Já o Veto Político ocorre
   L
   A idente com o projeto de lei, enquanto o veto é a sua discordân- quando o Presidente veta o projeto de lei por considerá-lo
   N
   O
   I cia. Tanto a sanção quanto o veto estão regulados no Art. 66: contrário ao interesse público.
   C
   U
   T
   I  Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação A doutrina afirma ainda que o veto poderá ser total ou
   T
   S enviará o projeto de lei ao Presidente da República, parcial. O Veto Total ocorre quando o Presidente veta todo o
   N
   O
   C que, aquiescendo, o sancionará. projeto de lei. O Veto Parcial é aquele em que o Presidente
   O
   T
   I veta parte do projeto de lei. No que tange ao veto parcial, a
   E 1º  -
 - Se o Presidente da República considerar o projeto, no
§ 1º 
   R
   I Constituição estabeleceu
estabeleceu alguns limites no § 2º:
   D todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse
   E
   D
Art. 66 , § 2º  - - O veto parcial somente abrangerá texto
 públic
 púb lico,
o, ve
vetá-
tá-lo-
lo-áá tot
total
al ou pa
parc
rcial
ialmen
mente
te,, no pr
praz
azoo de
de quin
quinze
ze
   S
   E
integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
    Õ dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará,
   Ç
   O
Ou seja, não existe veto de palavras ou letras isoladas. O
   N dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado
veto só pode abranger o texto integral de um artigo, parágrafo,
Federal os motivos do veto. inciso ou de alínea.
   Primeiramente, serão analisados alguns aspectos impor- O veto tem que ser motivado, pois, conforme prevê o § 1º do
  
   tantes da sanção. O § 1º do Art. 66 afirma que o Presidente Art. 61 o Presidente deverá informar a sua justificativa ao Presiden-
     te do Senado Federal em 48 horas. Isso se faz necessário em razão
   possui 15 dias úteis para manifestar-se sobre o projeto de lei.
     Esse parágrafo apresenta a modalidade de Sanção Expressa. do veto ser superável, ou seja, o Congresso, em 30 dias, analisará
  
   o veto e poderá, pelo voto de maioria absoluta dos Deputados e
  
   Sanção Expressa é aquela em que o Presidente expressamente
Senadores, rejeitá-lo. É o que dispõe o § 4º do Art. 66:
     manifesta sua concordância com o projeto de lei. Ele deixa
§ 4º - O veto será apreciado em sessão conjunta, den-
clara sua opinião a favor do projeto de lei.
tro de trinta dias a contar de seu recebimento, só po-
Outra forma de sanção é a chamada Sanção Tácita. Veja- dendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos
mos o § 3º do mesmo artigo: Deputados e Senadores. (Redação dada pela Emenda
Art. 66 , § 3º  - - Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio Constitucional nº 76, de 2013)
do Presidente da República importará sanção. Derrubado o veto, o projeto será enviado ao Presidente da
República para que o promulgue:
A Sanção Tácita ocorre quando o Presidente, durante o
§ 5º - Se o veto não for mantido, será o projeto enviado,
prazo que possui de 15 dias, não manifesta sua vontade quanto
 paraa promu
 par promulgaç
lgação,
ão, ao Pres
Presiden
idente
te da Repúb
República
lica..
ao projeto de lei. Simplesment
Simplesmentee fica em silêncio.
Finalizado o terceiro momento da fase constitutiva, ini-
O silêncio do Presidente significa concordância com o pro- cia-se agora a fase complementar.
 jeto de lei. Note que com a sanção o projeto de lei se transfor-
Fase Complementar
ma em lei.
A fase complementar consiste em dois momentos: a
Quanto ao veto, algumas considerações também precis- promulgação e a publicação.
am ser feitas. Utilizando a mesma fundamentação do Art. 66, A promulgação é um atestado de que a lei existe. Em regra,
pode-se afirmar que o Presidente possui o prazo de 15 dias é feita pelo Presidente da República; contudo, nos casos de
úteis para concordar ou discordar do projeto de lei. Agora, sanção tácita ou rejeição do veto, em que o Presidente não
havendo discordância de forma expressa tem-se o chamado promulgue a lei em 48 horas, a competência para fazê-la será
Veto Expresso. Uma pergunta surge diante dessa afirmação: do Presidente do Senado Federal e, se esse não a fizer, será
será que existe veto tácito? competentee o Vice-Pr
competent Vice-Presidente
esidente do Senado. A publicação marca
o início da exigência da lei.
Ora, se durante o prazo de 15 dias úteis, o Presidente não
§ 7º  -
 - Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e
falar nada, tem-se a Sanção Tácita. Seria possível o silêncio do oito horas pelo Presidente da República, nos casos dos
Presidente provocar duas consequências jurídicas diferentes? § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se
Não. Logo, pode-se afirmar que não existe Veto Tácito. O veto este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presi-
será sempre expresso. dente do Senado fazê-lo.
Aprovado com Emendas

Rejeitado: Arquivado irrepetibilidade relativa

Aprovado Aprovado

Iniciativa Casa Casa Senção ou Promulgação Publicação


Iniciadora Revisora Veto
Membro ou comissão da CCJ Presidente da Presidente da
Câmara, do Senado ou Comissões República República
do Congresso Nacional Temáticas Sanção expressa EXCEÇÃO
Presidente da República Plenário ou tácita Derruba o veto
STF Veto ou sanção tácita
Tribunais Superiores Sempre Expresso
PGR Quóruns: Jurídico ou Político
Presidente do
Cidadão Mínimo para deliberação: maioria absoluta Total ou Parcial Mo- Senado
dos membros tivado superável
Lei Ordinária: maioria simples ou relativa
dos presentes Vice-Presidente
Lei Complementar: maioria absoluta dos do Senado
membros
Emenda Constitucional: 3/5 dos membros

Após a promulgação, há a publicação


publicação.. A publicação marca 45 dias para análise do Senado (Casa Revisora);  
o momento em que a norma se torna conhecida da sociedade, 10 dias para a Casa Iniciadora analisar as emendas se    
pois passa a ser pública. Essa publicidade é feita em jornais existirem.  
oficiais como o Diário Oficial da União. A partir da publicação, Esta é a leitura dos § 2º e 3º do Art. 64:
 
se não houver outro prazo para o início da vigência, a lei 
poderá ser exigida. § 2º  -
  - Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e  
Esse é o Processo Legislativo das leis ordinárias e com- o Senado Federal não se manifestarem sobre a prop- 
osição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e
 
plementares. A diferença entre o Processo Legislativo das  
leis ordinárias e o das leis complementares está no quórum cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliber-
de aprovação. Além dessa diferença, a doutrina tem salienta- ações legislativas da respectiva Casa, com exceção das
do que, para uma matéria ser regulada por lei complementar, que tenham prazo constitucional determinado, até que N 
 O 
deve haver exigência expressa do texto constitucional.  se ultime a votação.  Ç 
 Õ  
Passa-se para outra espécie de processo legislativo:
legislativo: o Pro- § 3º   - A apreciação das emendas do Senado Feder-

 S 
cesso Legislativo Sumário. al pela Câmara dos Deputados far-se-á no prazo de


dez dias, observado quanto ao mais o disposto no
Processo Legislativo Sumário

I  
 parágrafo anterior.
anterior.


O Processo Legislativo Sumário é o Processo Legislativo I  

Ordinário com prazo. Regulado no Art. 64, o Processo Legis- O § 2º apresentado também prevê que se qualquer  O 

uma das Casas Legislativas não votar o Projeto de Lei no


 C 
lativo Sumário é caracterizado pelo pedido de urgência solic-
 O 

itado pelo Presidente da República nos projetos de Lei de sua prazo de 45 dias, a votação das demais proposituras ficará  S 

iniciativa,
iniciativa, ainda que não seja de iniciativa privativa.
privativa. sobrestada até que se realize a votação. É o chamado so-
I  

 U 
Art. 64 , § 1º  -
  - O Presidente da República poderá so- brestamento ou trancamento de pauta.  C 
I  
 O 
licitar urgência para apreciação de projetos de sua ini- A Constituição também deixou clara sua vedação de pedido de N 

ciativa. urgência para projetos de códigos bem como a suspensão do prazo L 

Pedida a urgência, o Congresso Nacional deverá analisar nos recessos parlamentares:


o projeto de lei no prazo de 100 dias os quais são destinados: § 4º  -
  - Os prazos do § 2º não correm nos períodos de
45 dias para análise da Câmara dos Deputados (Casa Ini- recesso do Congresso Nacional, nem se aplicam aos 279
ciadora);  projetos de código.
É possível afirmar que todos os processos legislativos em A aprovação de Emendas depende de um quórum
quórum bem
 bem
280 regime de urgência se iniciam na Câmara dos Deputados? qualificado: aprovação nas duas Casas, em dois turnos em
Certamente que sim, visto que só pode ser pedido pelo cada Casa, por três quintos dos membros em cada votação. É
Presidente da República e este, quando inicia o processo leg- o que prevê o § 2º do Art. 60:
   L
   A
islativo, o faz na Câmara dos Deputados conforme disposição § 2º  -
 - A proposta será discutida e votada em cada Casa
   N expressa no caput  do
 do Art. 64:
   O
   I do Congresso Nacional, em dois turnos, consideran-
   C
   U
 Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de do-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos
   T
   I iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tri-
   T votos dos respectivos membros.
   S bunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na
   N Não depende de sanção presidencial que, após aprova-
   O
   C Câmara dos Deputados.
da, vai direto para promulgação, que fica a cargo das Mesas
   O
   T
   I Processo Legislativo Especial da Câmara e do Senado. Caso a proposta seja rejeitada por
   E
   R
   I O Processo Legislativo Especial é o processo de criação das qualquer uma das Casas, deverá ser arquivada aplicando-se
   D
   E demais espécies normativas previstas no Art. 59: emendas con- o Princípio da Irrepetibilidade Absoluta, o qual significa que
   D
   S
stitucionais, medidas provisórias, leis delegadas, decretos leg- a mesma proposta, uma vez rejeitada, não pode ser reapre-
   E islativos e resoluções. As leis ordinárias e complementares são sentada na mesma sessão legislativa, conforme estabelecido
    Õ
   Ç criadas segundo o Processo Legislativo Ordinário. Nesta apostila
   O no Art. 60:
   N
não serão estudados todos os processos legislativos especiais. Fo- § 3º  -
 - A emenda à Constituição será promulgada pelas
calizam-se as duas principais, mais cobradas em prova: emendas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal,
   constitucionais e medidas provisórias. com o respectivo número de ordem.
  
   Emendas à Constituição 5º  -
 - A matéria constante de proposta de emenda rejeita-
§ 5º 
     A aprovação de Emendas à Constituição decorre do Poder da ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova
   Constituinte  propost
 propostaa na mesm
mesmaa sessão
sessão legi
legislat
slativa
iva..
     para alterar oDerivado Reformador, que é o único legitimado
  
   texto constitucional. As emendas são as únicas A edição de Emendas Constitucionais obedece a alguns
  
   espécies normativas responsáveis
responsáveis pela alteração da Constitu- limites constitucionais chamados de limites circunstanciais e
     ição Federal. limites materiais.
O Processo Legislativo das Emendas é diferenciado, tendo Os limites circunstanciais são momentos em que não se
em vista seu poder normativo ser muito grande, pois é o da podem apresentar propostas de emendas constitucionais. São
própria Constituição. Logo, é um processo mais dificultado, três os momentos: intervenção federal, estado de defesa e es-
mais rigoroso. A Constituição Federal regula esse processo no tado de sítio. Assim, dispõe o § 1º do Art. 60:
seu Art. 60. § 1º   - A Constituição não poderá ser emendada na
Primeiramente, será analisada a iniciativa, que é o rol de legit- vigência de intervenção federal, de estado de defesa
imados para propor a alteração do Texto Constitucional. Vejamos ou de estado de sítio.
o caput  do
  do Art. 60, que possui um rol de legitimados para propor
Os limites materiais 
materiais   são temas que não podem ser re-
emendas, o qual é diferente do rol de legitimados para propor pro-
 jeto
 jetoss de
de lei:
ei: tirados da Constituição Federal, pois compõem seu núcleo
imutável.
imutáv el. São as chamadas cláusulas pétreas previstas
previstas no § 4º
Art. 60.  A Constituição poderá ser emendada medi-
ante proposta:
do Art. 60:
§ 4º  -
  - Não será objeto de deliberação a proposta de
I. De um terço, no mínimo, dos membros da Câmara emenda tendente a abolir:
dos Deputados ou do Senado Federal;
 I. A forma federativa de Estado;
II. Do Presidente da República;
 II. O voto direto, secreto, universal e periódico;
III. De mais da metade das Assembleias Legislati-
 III. A separação dos Poderes;
vas das unidades da Federação, manifestando-se,
cada uma delas, pela maioria relativa de seus  IV.. Os direitos e garantias individuais.
 IV
membros. Medidas Provisór
Provisórias
ias
Atente-se para alguns detalhes que são muito importantes.
Atente-se O Art. 62 é destinado à regulação das Medidas Provisórias.
Um deputado ou senador não pode propor emenda à Consti- A edição dessa espécie normativa é de competência privativa
tuição, só se estiverem representados
representados por 1/3, no mínimo, dos do Presidente da República e só pode ser elaborada em situ-
membros. Outro ponto relevante é saber que o Presidente da ação de relevância e urgência. É uma função atípica desem-
penhada pelo Chefe do Executivo. Veja o caput  do
 do Art. 62:
República é legitimado para propor tanto lei quanto emenda.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente
E, por último, deve-se ter cuidado com o último legitimado, da República poderá adotar medidas provisórias, com
que é um pouco diferente: mais da metade das Assembleias força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Con-
legislativas
legislativas das unidades da federação, manifestando-se, cada  gresso Nacional.
uma delas, pela maioria relativa de seus membros. Deve-se ter A Medida Provisória não é uma lei, mas tem força de lei.
muito cuidado, principalmente, com o quórum
quórum exigido
 exigido aqui, Depois de editada, produz efeitos imediatos, mas precisa ser
que é a maioria relativa
relativa dos membros, e não maioria absoluta. submetida à apreciação do Congresso Nacional.
Primeiramente, passa por uma comissão mista do Con- Rejeição
gresso para verificação dos requisitos constitucionais,
constitucionais, seguin- A rejeição pode ser tácita ou expressa. Em ambos os casos,
do posteriormente para o plenário de cada Casa Legislativa. A se rejeitada, a MP perde sua eficácia desde a origem (ex tunc ).).
Casa Iniciadora obrigatória é a Câmara dos Deputados, tendo Nesse caso o Congresso Nacional terá 60 dias para disciplinar
em vista a competência ser do Presidente da República: as relações jurídicas decorrentes do período em que estava em
§ 5º  -
  - A deliberação de cada uma das Casas do Con- vigor mediante Decreto Legislativo. Caso não o faça, os atos
 gresso Nacional sobre o mérito das medidas pro- praticados durante a vigência da MP permanecerão regulados
visórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimen- pela própria Medida Provisória
Provisória::
to de seus pressupostos constitucionais.
§ 11  -
  - Não editado o decreto legislativo a que se refere
§ 8º  -
 - As medidas provisórias terão sua votação inicia- o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de
da na Câmara dos Deputados.
eficácia de medida provisória, as relações jurídicas con-
§ 9º   - Caberá à comissão mista de Deputados e  stituídas
 stituídas e decorr
decorrentes
entes de atos praticados
praticados durant
durantee sua
 Senadores examinar as medidas provisórias e sobre vigência conservar-se-ão por ela regidas.
elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em ses-
 são separada, pelo plenário de cada uma das Casas do A Medida Provisória rejeitada ou que tenha perdido a
Congresso Nacional. eficácia não poderá ser reeditada na mesma Sessão Legisla-
tiva aplicando-se nesse caso o Princípio da Irrepetibilidade
O Congresso tem um prazo de 60 dias para manifestar-se so-
bre a Medida Provisória, o qual poderá ser prorrogado por mais 60 Absoluta:
dias se necessário. Esse prazo ficará suspenso durante os recessos § 10  - É vedada a reedição, na mesma sessão legisla-
parlamentares. Se, por ventura, nos primeiros 45 dias a MP não for tiva, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou
analisada, a pauta da Casa onde se encontrar entrará em regime que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.
de urgência sobrestando as demais deliberações. O sobrestamen- Não poderão ser editadas Medidas Provisórias que versem
to da pauta, também conhecido como trancamento de pauta, im- sobre os limites materiais estabelecidos no Art. 62, § 1º e no
pede a Casa Legislativa de votar outra proposição que não possua Art. 25, § 2º da Constituição Federal:
prazo enquanto a Medida Provisória não for votada: § 1º  -
 - É vedada a edição de medidas provisórias sobre
§ 3º   - As medidas provisórias, ressalvado o disposto matéria:
nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não  I. Relativa a:
forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, pro- a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos,
rrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período,
 partidos políticos e direito eleitoral;
devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto
legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. b) direito penal, processual penal e processu-
al civil;
§ 4º  -
 - O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da pub-  
licação da medida provisória, suspendendo-se durante os c) organização do Poder Judiciário e do    
 períodos
 perí odos de rece
recesso
sso do Congr
Congress
essoo Nacion
Nacional.
al. Ministério Público, a carreira e a garantia de seus  
§ 6º  -
 - Se a medida provisória não for apreciada em membros;  
até quarenta e cinco dias contados de sua publi- d) planos plurianuais, diretrizes orça- orça- 
cação, entrará em regime de urgência, subsequen- mentárias, orçamento e créditos adicionais e  
 suplementares, ressalvado o previsto no Art. 167167,,

temente, em cada uma das Casas do Congresso  
Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a § 3º;  
votação, todas as demais deliberações legislativas I. Que vise a detenção ou sequestro de bens, de
da Casa em que estiver tramitando.
tramitando.  poupança popular ou qualquer outro ativo finan-
ceiro;

§ 7º  -
 - Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a  O 
 Ç 
vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta II. Reservada a lei complementar;  Õ  

dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação III. Já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo
 S 

encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.



Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto

A apreciação da Medida Provisória pelo Congresso Nacion-



do Presidente da República. I  

al pode gerar três consequências:

Art. 25.  Os Estados organizam-se e regem-se pe- I  

Conversão em Lei sem Emendas
 O 
las Constituições e leis que adotarem, observados os  C 
Havendo conversão integral da MP em lei, ela seguirá para  princípios desta Constituição.
 O 

promulgação pelo Presidente
Presidente da Mesa do Congresso Nacional.
 S 
§ 2º  -
 - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou me- T 
I  
Conversão em Lei com Emendas diante concessão, os serviços locais de gás canalizado,

 U 
 C 
Havendo conversão parcial a MP se transformará em Pro- na forma da lei, vedada a edição de medida provisória I  
 O 
 jeto de Lei, seguindo todos os trâmites normais, inclusive em  para a sua regulamentação.


relação a sanção presidencial
presidencial::

Projeto de lei rejeitado pode ser reapresentado na mesma
§ 12  -
 - Aprovado projeto de lei de conversão alterando  sessão legislativa pelo voto da maioria
maio ria absoluta dos membros
me mbros
o texto original da medida provisória, esta manter-se-á de qualquer uma das casas. Projetos de Emenda e Medidas
integralmente em vigor até que seja sancionado ou Provisórias rejeitadas não podem ser reapresentadas na mes- 281
vetado o projeto. ma sessão legislativa.
282
11. Organização dos Poderes – Poder A função de Chefe de Estado diz respeito a todas as
atribuições do Presidente nas relações externas do País. Como
Executivo Chefe de Governo, o Presidente possui inúmeras atribuições
internas, no que tange à governabilidade do país. Já como
   L O Poder Executiv
Executivo,
o, tem como função principal administrar Chefe da Administração Pública, o Presidente exercerá as
   A
   N o Estado. Para entender como o Poder Executivo Brasileiro funções relacionadas com a chefia da Administração Pública
   O
   I
   C
está organizado, a seguir serão analisados alguns princípios Federal, ou seja, apenas da União.
   U
   T constitucionais
constitucionais que o influenciam. Esses princípios que regem o Poder Executivo costumam
   I
   T ser cobrados em prova. Vejamos esta questão sobre o princípio
   S
   N
   O
Princípios republicano:
   C Sistema de Governo
   O
   T
   I
Princípio Republicano
   E
   R O primeiro princípio que será estudo é o Republicano Presidencialismo
   I
   D
   E
que representa a Forma de Governo adotada no Brasil. A
   D forma de governo reflete o modo de aquisição e exercício
   S
   E do poder político, além de medir a relação existente entre o Chefe da
    Õ
   Ç governante e o governado. Chefe de Estado Administração Chefe de Governo
   O Pública
   N A melhor forma de entender esse instituto é conhecen-
do suas características. A primeira característica decorre da
análise etimológica da expressão res publica. Essa expressão,
   que dá origem ao princípio ora estudado, significa coisa públi-
  
   ca, ou seja, em um Estado republicano o governante governa a Relação externas Chefe da Ações internas de
     coisa pública, governa para o povo. do Brasil com Administração Governabilidade
   Na república, o governante é escolhido pelo povo. Essa
outros Estados Pública Federal
    
  
   é a chamada eletividade. O poder político é adquirido pelas
  
   eleições, cuja vontade popular se concretiza nas urnas. Partindo de discussões sobre o presidencialismo, que car-
     Outra característica importante é a Temporariedade. acteriza as funções exercidas pelo Presidente da República, a
Esse atributo revela o caráter temporário do exercício do seguir serão estudados suas atribuições, que aparecem prati-
poder político. Por causa desse princípio, em nosso Estado, camente em todos os editais que contêm Poder Executivo.
o governante permanece por quatro anos no poder, sendo
permitida apenas uma reeleição. Atribuições do Presidente
Por fim, num Estado Republicano o governante pode ser As atribuições do Presidente da República encontram-se
responsabilizado por seus atos. arroladas no Art. 84 da Constituição Federal:
Quando se fala dessas características da forma de gov- Art. 84.  Compete privativamente ao Presidente da
erno republicana, remete-se imediatamente ao regime República:
político adotado no Brasil, que permite a participação pop- I. Nomear e exonerar os Ministros de Estado;
ular nas decisões estatais: democracia. II. Exercer,
Exercer, com o auxílio
auxíli o dos Ministros de Estado, a
direção superior da administração federal;
Princípio Democrático III. Iniciar o processo legislativo, na forma e nos
Esse princípio revela o Regime de Governo 
Governo  adotado no casos previstos nesta Constituição;
Brasil, também chamado de Regime Político.
Político. Caracteriza-se IV. Sancionar, promulgar e fazer publicar as leis,
por um governo do povo, pelo povo e para o povo. bem como expedir decretos e regulamentos para
Presidencialismo  sua fiel execução;
V. Vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
o  Sistema de Governoadotado
O Presidencialismo é o Sistema adotado no
Brasil. O sistema de governo rege a relação entre o Poder Ex- VI. Dispor, mediante decreto, sobre:
ecutivo e o Legislativo, medindo o grau de dependência en- a) Organização e funcionamento da adminis-
tre eles. No Presidencialismo, prevalece a separação entre os tração federal, quando não implicar aumento de
Poderes Executivo e Legislativo os quais são independentes e despesa nem criação ou extinção de órgãos pú-
harmônicos entre si. blicos;
A Constituição declara que o Poder Executivo da União é b) Extinção de funções ou cargos públicos,
exercido pelo Presidente da República, auxiliado por seus Min- quando vagos;
istros de Estado: VII. Manter relações com Estados estrangeiros e
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente acreditar seus representantes diplomáticos;
da República, auxiliado pelos Ministros de Estado. VIII. Celebrar tratados, convenções e atos interna-
O Presidencialismo possui uma característi
característica
ca muito impor- cionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacio-
tante para prova: o presidente, que é eleito pelo povo, exerce nal;
ao mesmo tempo três funções: Chefe de Estado, Chefe de Gov- IX. Decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
erno e Chefe da Administr
Administração
ação Pública. X. Decretar e executar a intervenção federal;
XI. Remeter mensagem e plano de governo ao da União, que observarão os limites traçados nas re-
Congresso Nacional por ocasião da abertura da  spectivas delegações.
 sessão legislativa, expondo a situação do País e Esse tema, quando cobrado em prova, costuma trabalhar
 solicitando as providências que julgar necessárias; com a memorização do texto constitucional. A dica é memo-
XII. Conceder indulto e comutar penas, com au- rizar o Art. 84 da Constituição. Ele sempre está contemplado
diência, se necessário, dos órgãos instituídos em em prova.
lei;
Como já se falou na análise do Presidencialismo, as
XIII. Exercer o comando supremo das Forças Ar- atribuições do Presidente são de Chefe de Estado, Chefe de
madas, nomear os Comandantes da Marinha, do Governo ou Chefe da Administração Pública. Procurou-se,
Exército e da Aeronáutica, promover seus ofici-
ais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes
abaixo, adequar, conforme a melhor doutrina, as atribuições
 são privativos; do Art. 84 às funções desenvolvidas pelo Presidente no exer-
cício de seu mandato:
XIV. Nomear, após aprovação pelo Senado Fed-
eral, os Ministros do Supremo Tribunal Federal Como Chefe de Estado:
e dos Tribunais Superiores, os Governadores de O Presidente representa o Estado nas suas relações inter-
Territórios, o Procurador-Geral da República, o nacionais. São funções de Chefe de Estado as previstas nos
 presidente
 presiden te e os diretores do banco central e out- incisos VII, VIII, XIX, XX, XXII e XXVII do Art. 84;
ros servidores, quando determinado em lei; Como Chefe de Governo:
XV. Nomear, observado o disposto no Art. 73, os O Presidente exerce sua liderança política representando e
Ministros do Tribunal de Contas da União; gerindo os negócios internos nacionais. São funções de Chefe de
XVI . Nomear os magistrados, nos casos previs- Governo as previstas nos incisos I, III, IV, V, IX, X, XI, XII, XIII, XIV,
tos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da XV, XVI, XVII, XVIII, XXI, XXIII, XXIV, XXVI e XXVII;
União;
Como Chefe da Administração Pública:
XVII. Nomear membros do Conselho da República,
nos termos do Art. 89, VII; O Presidente gerencia os negócios internos administrati-
vos da administração pública federal. São funções de Chefe
XVIII. Convocar e presidir o Conselho da República
e o Conselho de Defesa Nacional; da Administração Pública as previstas nos incisos II, VI, XXV
e XXVII.
XIX. Declarar guerra, no caso de agressão estrangei-
ra, autorizado pelo Congresso Nacional ou referen- Uma característica interessante é que esse rol de com-
dado por ele, quando ocorrida no intervalo das ses- petências é meramente exemplificativo, por força do inciso
 sões legislativ
legislativas,
as, e, nas mesmas
mesmas condições
condições,, decretar
decretar,, XXVII, que abre a possibilidade de o Presidente exercer outras
total ou parcialmente, a mobilização nacional; atribuições além das previstas expressamente no texto con-  
XX. Celebrar a paz, autorizado ou com o referendo stitucional.    
do Congresso Nacional; Outra questão amplamente trabalhada em prova é a pos-
 
XXI. Conferir condecorações e distinções honorífi- sibilidade de delegação de algumas de suas atribuições, con-
 
cas; forme prescrição do parágrafo único do Art. 84. Nem todas as

 
XXII. Permitir, nos casos previstos em lei comple- atribuições do Presidente são delegáveis, apenas as previstas 
mentar, que forças estrangeiras transitem pelo nos incisos VI, XII e XXV
XXV,, primeira parte:
 
 
território nacional ou nele permaneçam temporar- VI. Dispor, mediante decreto, sobre:
iamente;  a) Organização e funcionamento da adminis-
XXIII. Enviar ao Congresso Nacional o plano pluri- tração federal, quando não implicar aumento de N 
anual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias
 O 
despesa nem criação ou extinção de órgãos pú-  Ç 
e as propostas de orçamento previstos nesta Con-
 Õ  
blicos;

 stituição;
 S 

 b) Extinção de funções ou cargos públicos,



XXIV. Prestar, anualmente, ao Congresso Nacional,

quando vagos;

dentro de sessenta dias após a abertura da sessão
I  

legislativa, as contas referentes ao exercício ante- XII. Conceder indulto e comutar penas, com au- E 
I  

rior; diência, se necessário, dos órgãos instituídos em  O 

lei;
 C 
XXV. Prover e extinguir os cargos públicos federais,
 O 

na forma da lei; XXV. Prover os cargos públicos federais, na forma
 S 

da lei.
I  
XXVI. Editar medidas provisórias com força de lei,

 U 

nos termos do Art. 62; São três competências que podem ser delegadas para três
 C 
I  
 O 
XXVII. Exercer outras atribuições previstas nesta pessoas: Ministro de Estado, Procurador-Geral da República e


Constituição. Advogado-Geral da União.

 Parágrafo único:  O Presidente da República poderá Ministro de Estado é qualquer ministro que auxilie o Pre-
delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI,  sidente da República na administração do Estado. São exem-
 XII e XXV
XXV,, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao  plos: Ministro da Justiça, Ministro da Fazenda e Ministro da 283
Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral  Agricultura.
Processo Eleitoral O critério de idade é para a situação de desempate. Ocor-
284 O processo de eleição do Presidente da República também rendo morte, desistência ou impedimento de algum candidato
encontra regulação expressa no texto constitucional: do segundo turno, deverá ser convocado o próximo mais votado.
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente Finalizada a eleição, o Presidente e o Vice terão prazo de
   L
   A
da República realizar-se-á, simultaneamente, no pri- dez dias a contar da posse, para assumir o cargo. Caso não seja
   N meiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no
   O
   I último domingo de outubro, em segundo turno, se assumido, o cargo será declarado vago. Se o Presidente as-
   C
   U houver, do ano anterior ao do término do mandato sume e o Vice não, o cargo do Vice é declarado vago, ficando o
   T
   I
   T  presidencial vigente. Presidente sem Vice até o fim do mandato. Caso o Vice assuma
   S
   N § 1º - A eleição do Presidente da República impor- e o Presidente não, o cargo de Presidente será declarado vago,
   O
   C tará a do Vice-Presidente com ele registrado. assumindo o Vice a função de Presidente e permanecendo du-
   O
   T § 2º - Será considerado eleito Presidente o candidato rante o seu mandato sem Vice.
   I
   E que, registrado por partido político, obtiver a maioria
   R Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República
   I
   D
absoluta de votos, não computados os em branco e
   E os nulos. tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, pre-
   D
   S § 3º - Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta  stando o compromisso de manter, defender e cumprir
   E
    Õ
na primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte a Constituição, observar as leis, promover o bem geral
   Ç dias após a proclamação do resultado, concorrendo os
   O
   N dois candidatos mais votados e considerando-se eleito do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a
aquele que obtiver a maioria dos votos válidos. independência do Brasil.
§ 4º - Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer  Parágr
 Par ágrafo único.  Se, decorrid
afo único decorridos
os dez dias da dat
dataa fixada
   morte, desistência ou impedimento legal de candidato,  paraa a poss
 par posse,
e, o Pres
Presiden
idente
te ou o Vice
Vice-Pr
-Presid
esident
ente,
e, salv
salvoo mo-
mo-
  
   convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior tivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será
     votação.
declarado vago.
   § 5º - Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, rema-
     nescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a
Impedimento e Vacância
  
   mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
  
   Algumas considerações são importantes acerca desse tema. O Impedimento e a Vacância são espécies de ausência do
     Primeiramente, deve-se registrar que a Constituição regulou até o Presidente da República. São circunstâncias em que o Pres-
dia em que deve ocorrer a eleição: idente não está no exercício de sua função. A diferença entre
Primeiro Turno: os dois institutos está no fato de que, na vacância a ausência é
Primeiro Domingo de Outubro; definitiva, enquanto no impedimento a ausência é temporária.
Segundo Turno: São exemplos de vacância: morte, perda do cargo, renúncia. São
Último Domingo de Outubro.
exemplos
exem plos de impedimento: doença, viagem, férias. Na vacância,
Uma coisa chama a atenção no caput do Art. 77. É que a ocorre sucessão; no impedimento, ocorre substituição. Tanto no
Constituição diz que as eleições ocorrem no ano anterior ao do
término do mandato presidencial vigente. Pergunta-se: será caso de impedimento como no de vacância, a Constituição Fed-
que essa regra é aplicável no direito brasileiro? eral determina que o Vice-Presidente ficará no lugar do Presi-
É claro que esse dispositivo é aplicado nos dias de hoje. dente, pois essa é a sua função precípua:
A eleição ocorre no ano anterior ao do término do mandato Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimen-
presidencial vigente, pois o mandato acaba no dia 1º de ja- to, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente.
neiro, conforme dispõe o Art. 82: Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei
quatro anos e terá início em primeiro de janeiro do ano complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por
 seguinte ao da sua eleição. ele convocado para missões especiais.
Ora, se o novo mandato tem início em primeiro de janeiro,
significa que o mandato antigo acaba no dia primeiro de janei- O problema maior surge quando o Presidente e o Vice se
ro. Logo, está corretíssimo afirmar que as eleições ocorrem no ausentam ao mesmo tempo. Nesse caso, a Constituição de-
ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. termina que se convoquem outros sucessores: Presidente da
Quando votamos para Presidente, só votamos no Presi- Câmara dos Deputados, Presidente do Senado Federal e Pres-
dente. O Vice é eleito como consequência da eleição do Pres- idente do Supremo Tribunal Federal.
Federal. Esses são os legitimados
idente. Esse será eleito se tiver a maioria absoluta dos votos, a sucederem o Presidente da República e o Vice-Presidente de
não computados os votos brancos e nulos, ou seja, será eleito forma sucessiva e temporária quando ocorrer a ausência dos
aquele que possuir a maioria absoluta dos votos válidos.
válidos. Maio- dois ao mesmo tempo:
ria absoluta dos votos significa dizer que o eleito obteve o pri- Art. 80.  Em caso de impedimento do Presidente e
meiro número inteiro após a metade dos votos válidos. Se nin-
do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos car-
guém obtiver maioria absoluta, deve-se convocar nova eleição
– segundo turno. Para o segundo turno, são chamados os dois  gos, serão sucessivamente chamados ao exercício da
candidatos mais votados. Se, porventura, ocorrer empate no Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o
segundo lugar, a Constituição determina que seja convocado do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.
o mais idoso.
Presidente da República Presidente da República e
Vice-Presidente

Vacância Impedimento Vacância

Sucessão Substituição Definitivo

Definitivo Temporário
Primeiros 2 anos do mandato Últimos 2 anos do mandato
Eleições Diretas 90 dias Eleições Indiretas 30 dias
Vice-Presidente Definitivo

Presidente da Câmara Temporário Perda do Cargo no Caso de Saída do País


Presidente do Senado sem Autorização do Congresso Nacional
Presidente do STF Esse artigo prevê a possibilidade de perda do cargo do
Presidente e Vice-Presidente nos casos de ausência do País
Agora, se ocorrer vacância dos cargos de Presidente e de por período superior a 15 dias sem licença do Congresso Na-
cional:
Vice ao mesmo tempo, a Constituição determina que sejam
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República
realizadas novas eleições: não poderão, sem licença do Congresso Nacional, au-
 sentar-se do País por período superior a quinze dias,
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Pres-
 sob pena de perda do cargo.
idente da República, far-se-á eleição noventa dias de- Vejamos que a Constituição não proíbe que o Presidente
 pois de aberta a última vaga. ou o Vice se ausentem do país sem licença do Congresso Na-
cional. Mas se a ausência se der por mais de 15 dias, nesse caso
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do será indispensável
indispensável a autorização da Casa Legislativa.
 período presidencial, a eleição para ambos os cargos Órgãos Auxiliares do Pres-
 
   
 será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Con- idente da República  
 gresso Nacional, na forma da lei. A Constituição nos apresenta três órgãos auxiliares do Presi-  
dente da República: Ministros de Estado, Conselho da República

§ 2º -  Em qualquer dos casos, os eleitos deverão com-  
e Conselho de Defesa Nacional. Os Ministros de Estados são os 
 pletar o período de seus antecessores. auxiliares diretos do Presidente da República. Os Arts. 87 e 88  
trazem várias regras que podem ser trabalhadas em prova:
 
Caso a vacância se dê nos dois primeiros anos de man-
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre
dato, a eleição será direta, ou seja, com a participação do brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício N 
dos direitos políticos.
 O 
povo e deverá ocorrer no prazo de 90 dias a contar da úl-  Ç 
único. Compete ao Ministro de Estado, além
 Parágrafo único.
 Õ  

tima vacância. Mas, se a vacância se der nos dois últimos de outras atribuições estabelecidas nesta Constituição
 S 

anos do mandato, a eleição será indireta (realizada pelo e na lei:


I. Exercer a orientação, coordenação e supervisão
I  
Congresso Nacional) no prazo de 30 dias a contar da úl-


dos órgãos e entidades da administração federal I  

tima vacância. Quem for eleito permanecerá no cargo até na área de sua competência e referendar os atos
 O 
 C 
e decretos assinados pelo Presidente da República;
 O 
o fim do mandato de quem ele sucedeu. Não se inicia um

II. Expedir instruções para a execução das leis, de-
 S 

novo mandato. Esse mandato é chamado pela doutrina de
I  
cretos e regulamentos;

 U 
III. Apresentar ao Presidente da República relatório
 C 
Mandato-Tampão. I  
 O 
anual de sua gestão no Ministério;


Em qualquer uma das duas situações, enquanto não forem IV. Praticar os atos pertinentes às atribuições que

eleitos os novos Presidente e Vice-Presidente, quem permanece no lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presiden-
te da República.
cargo é um dos sucessores temporários: Presidente da Câmara, do Art. 88.  A lei disporá sobre a criação e extinção de 285
Senado ou do STF. Ministérios e órgãos da administração pública.
O Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacion- nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especial-
286 al também são órgãos auxiliares do Presidente da República, mente na faixa de fronteira e nas relacionadas com
mas que possuem atribuição consultiva. Em situações deter- a preservação e a exploração dos recursos naturais
n aturais
minadas pela Constituição, o Presidente, antes de tomar algu- de qualquer tipo;
   L ma decisão, precisa consultar esses dois órgãos. IV. Estudar, propor e acompanhar o desenvolvi-
   A
   N
   O
Abaixo, seguem os Arts. 89, 90 e 91, cujas regras também mento de iniciativas necessárias a garantir a
   I podem ser cobradas em prova. Destacam-se as composições e
   C
   U
independência nacional e a defesa do Estado
   T
   I
as competências desses órgãos: democrático.
   T
   S Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de § 2º - A lei regulará a organização e o funcionamento
   N
   O consulta do Presidente da República, e dele participam: do Conselho de Defesa Nacional.
   C
   O I. O Vice-Presidente da República;
   T
   I
   E II. O Presidente da Câmara dos Deputados; Responsabilidades
   R
   I
   D
III. O Presidente do Senado Federal;
   E IV. Os líderes da maioria e da minoria na Câmara A forma de governo adotada no País é a República e, por
   D essa razão, é possível responsabilizar
responsabilizar o President
Presidentee da Repúbli-
   S dos Deputados;
   E
    Õ V. Os líderes da maioria e da minoria no Senado ca por seus atos. A Constituição tratou de regular a respons-
   Ç abilização por Crime de Responsabilidade e por Infrações Pe-
   O Federal;
   N nais Comuns.
VI. O Ministro da Justiça;
VII. Seis cidadãos brasileiros natos, com mais de Antes de trabalhar com cada uma das responsabilidades,
   trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomea- serão analisadas as chamadas Imunidades.
  
   dos pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Imunidades são prerrogativas inerentes aos cargos mais
      Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos importantes do Estado. Cargos que são estratégicos e essen-
   Deputados, todos com mandato de três anos, ve- ciais à manutenção da ordem constitucional. Entre vários, se
     dada a recondução. destaca o de Presidente da República.
  
   Art. 90. Compete ao Conselho da República pronun-
  
   ciar-se sobre:
A imunidade pode ser:
Material
     I. Intervenção federal, estado de defesa e estado É a conhecida irresponsabilidade penal absoluta. Essa imu-
de sítio; nidade protege o titular contra a responsabilização penal.
II. As questões relevantes para a estabilidade das Formal
instituições democráticas.
§ 1º -  O Presidente da República poderá convocar São Prerrogativas de Cunho Processual
Ministro de Estado para participar da reunião do Con- Um primeiro ponto essencial que precisa ser estabeleci-
 selho, quando constar da pauta questão relacio
relacionada
nada do: o Presidente não possui imunidade material, contudo, em
com o respectivo Ministério. razão da importância do seu cargo, possui imunidades formais.
§ 2º - A lei regulará a organização e o funcionamento Apesar de o President
Presidentee não possuir imunidade material, outros
do Conselho da República. cargos a possuem, por exemplo, os Parlamentares.
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de con- Ao todo, pode-se elencar quatro prerrogativas proces-
 sulta do Presidente da República nos assuntos relacio- suais garantidas
suais  garantidas pela Constituição Federal ao Chefe do Exec-
nados com a soberania nacional e a defesa do Estado utivo da União:
democrático, e dele participam como membros natos:
I. O Vice-Presidente da República;
• Processo
II. O Presidente da Câmara dos Deputados; A Constituição exige juízo de admissibilidade emitido pela
Câmara para que o Presidente possa ser processado durante o
III. O Presidente do Senado Federal;
seu mandato. Isso significa que o Presidente da República só
IV. Ministro da Justiça;
Justiça; poderá ser processado se a Câmara dos Deputados autorizar
V. O Ministro de Estado da Defesa; pelo voto de 2/3 dos membros:
VI. O Ministro das Relações Exteriores; Art. 86.   Admitida a acusação contra o Presidente
VII. O Ministro do Planejamento; da República, por dois terços da Câmara dos Dep-
VIII. Os Comandantes da Marinha, do Exército e da utados, será ele submetido a julgamento perante
 Aeronáutica. o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais
§ 1º -  Compete ao Conselho de Defesa Nacional: comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes
I. Opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de responsabilid
responsabilidade.
ade.
de celebração da paz, nos termos desta Constitu- Prerrogativa de Foro
ição;
O Presidente não pode ser julgado por qualquer juiz, haja
II. Opinar sobre a decretação do estado de defesa,
do estado de sítio e da intervenção federal; vista a importância da função que exerce no Estado.
III. Propor os critérios e condições de utilização Diante disso, a Constituição estabeleceu
estabeleceu dois foros compe-
de áreas indispensáveis à segurança do território tentes para julgar o Presidente:
Supremo Tribunal Federal O Presidente responderá por esse tipo de infração caso
Será julgado pelas infrações penais comuns; sua conduta se amolde ao previsto no Art. 85 da Constituição
Senado Federal Federal:
Será julgado pelos Crimes de Responsabilidade. Art. 85.  São crimes de responsabilidade os atos do
Presidente da República que atentem contra a Consti-
Analisando essas duas primeiras prerrogativas, não se
tuição Federal e, especialmente, contra:
pode esquecer o previsto no Art. 86, § 1º:
I. A existência da União;
§ 1º - O Presidente ficará suspenso de suas funções:
II. O livre exercício do Poder Legislativo, do Poder
I. Nas infrações penais comuns, se recebida a
 Judiciário, do Ministério Público
Público e dos Poderes con-
denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal
 stitucionais das unidades da Federação;
Federal;
III. O exercício dos direitos políticos, individuais e
II. Nos crimes de responsabilidade, após a instauração
 sociais;
do processo pelo Senado Federal.
IV. A segurança interna do País;
§ 2º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias,
o julgamento não estiver concluído, cessará o afasta-
V. A probidade na administração;
admini stração;
mento do Presidente, sem prejuízo do regular prosse- VI. A lei orçamentária;
 guimento
 guimen to do processo.
p rocesso. VII. O cumprimento das leis e das decisões judici-
A Constituição determina que, após iniciado o processo, tan- ais.
to por infração penal comum quanto por crime de responsabili- Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei
dade, o Presidente fique suspenso de suas funções pelo prazo de especial, que estabelecerá as normas de processo e
180 dias, tempo necessário para que se finalize o processo. Caso  julgamento.
o Presidente não seja julgado nesse período, ele poderá retornar Esse rol de condutas, consideradas como Crime de Re-
ao exercício de suas funções sem prejuízo de continuidade do sponsabilidade estabelecido na Constituição, é meramente
exemplificativo, já que é a Lei 1.079/50 o dispositivo regula-
processo. Deve-se ter muito cuidado em prova com o início do
dor do Crime de Resposabilidade. Deve-se destacar sua rele-
prazo de suspensão: vância na fixação de outras autoridades que respondem por
Infração Penal Comum esse crime, novos crimes além dos procedimentos adotados
O prazo de suspensão inicia-se a partir do recebimento da nesse processo, principalmente na competência exclusiva do
denúncia ou queixa;
queixa ; cidadão para denunciar o Presidente. Destaca-se ainda que,
Crime de Responsabilidade para haver condenação, o Senado deve proferi-la pelo voto  
de 2/3 dos seus membros.
O prazo de suspensão inicia-se a partir da instauração do
   
Considerando que não se trata de um crime, essa infração  
processo..
processo
não pode resultar numa pena privativa de liberdade. Quem  
Caso a Câmara autorize o processo do Presidente por pratica crime de responsabilidade não pode ser preso. A con- 
crime de responsabilidade, o Senado deverá processá-lo, sequência estabelecida no Art. 52, parágrafo único, é a perda
 

pois não assiste discricionariedade ao Senado em proces- do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer função  
sar ou não. Sua decisão é vinculada à decisão da Câmara, pública pelo prazo de oito anos:
 
pelo fato de as duas Casas serem políticas. Contudo, nos Art. 5 2, Parágrafo único.  Nos casos previstos nos
casos de infração penal comum, o STF não está obriga- incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supre- N 
do a processar o Presidente em respeito à Separação dos mo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que  O 

 somente será proferida por dois terços dos votos do


 Ç 
 Õ  
Poderes.  Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação,

 S 
Vamos aproveitar o momento para entender o que são in-  por oito anos, para o exercício de função pública, sem


fração penal comum e crime
cr ime de responsabilidade.  prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. D 
I  

Infração Penal Comum: Prisão

I  

É qualquer crime ou contravenção penal cometida pelo O Presidente só pode ser preso pela prática de infração
 O 
 C 
Presidente da República na função ou em razão da sua função penal comum e somente se sobrevier sentença condenatória:
 O 

 S 
de Presidente. Seu processamento se dará no Supremo Tribu- Art. 86, § 3º -  Enquanto não sobrevier sentença T 
I  

nal Federal. condenatória, nas infrações comuns, o Presidente
 U 
 C 
Crime de Responsabilidade: da República não estará sujeito a prisão.
I  
 O 

A primeira coisa que se precisa saber sobre o crime de re- Irresponsabilidade


Irresponsabilidade Penal
Pe nal Relativa

sponsabilidade é que ele não é um crime. O crime de respons- Também conhecida na doutrina como Imunidade Formal
abilidade é uma infração de natureza político-administrativa. Temporária, essa prerrogativa afirma que o Presidente não
O nome crime é impróprio para esse instituto. O processo que poderá ser responsabilizado por atos alheios aos exe
exercícios
rcícios de 287
visa a esse tipo de responsabilização é o Impeachment. suas funções:
§ 4º - O Presidente da República, na vigência de seu
288 mandato, não pode ser responsabilizado por atos est- Imunidade
ranhos ao exercício de suas funções.
Para melhor compreender as imunidades conferidas ao
   L
   A Presidente da República, analisemos as seguintes situações
   N Formal Material
   O
   I hipotéticas:
   C
   U
   T
01. Suponhamos que o Presidente da República seja fla-
   I
   T
   S
grado após ter cometido o assassinado de duas pes- Autorização da Câmara dos
   N soas por motivos particulares. Processo Deputados = 2/3 dos votos
   O
   C
   O
a) Poderia ele, no momento em que é flagrado, ser
   T
   I
   E
preso pelo crime?
   R
   I
   D
Não. O Presidente só pode ser preso se tiver uma sentença STF: Crime Comum
   E
   D
condenatória.
   S Poderia o Presidente ser processado pelo crime de duplo Prerrogativa de
   E
    Õ
Foro Senado: Crime de Respons-
   Ç homicídio durante o se mandato? abilidade
   O
   N O Presidente não pode ser responsabilizado por atos al-
heios aos exercícios de suas funções. Ao matar duas pessoas,
ele não comete o crime na condição de Presidente, ou seja, Prisão Só depois da sentença penal
   condenatória
  
  
esse crime não possui relação com sua função de Presidente.
Por esse motivo, ele não pode ser processado durante o seu
    
   mandato. Não significa que ficará impune pelo crime cometi-
Irresponsabilidade Não responde por ato
     do, apenas será responsabilizado normalmente após o man- Penal relativa alheio a sua função
  
  
  
  
dato, nesse caso, sem nenhuma prerrogativa. Apesar de não
haver previsão legal, a jurisprudência entende que o prazo
     prescricional, nesse caso, ficará suspenso, não prejudicando a ANOTAÇÕES
responsabilização do Presidente.
02. Suponhamos agora que, em reunião com os Ministros,
o Presidente tenha discutido com um deles. Em meio à
confusão, o Presidente mata o Ministro.
a) Poderia ele ser preso por esse crime?
O Presidente não pode ser preso enquanto não sobrevier
sentença condenatória. É a imunidade em relação às prisões.
b) O Presidente poderá ser processado por esse crime
enquanto estiver no seu mandato?
Nesse caso sim. Perceba que o crime cometido foi em razão
da função de Presidente, visto que não estaria na reunião com
Ministros se não fosse o Presidente da República. Dessa forma,
ele será processado por essa infração penal comum no Supre-
mo Tribunal Federal, caso a Câmara dos Deputados autorize
o processo. Havendo sentença condenatória, ele poderá ser
preso. A possibilidade de responsabilização do Presidente da
República por infração penal comum só ocorre se o crime com-
etido estiver ligado à sua função de Presidente.
Já em relação a outras esferas do direito, como cíveis, admin-
istrativas, trabalhistas ou qualquer outra área, o presidente não
possui prerrogativa. Isso significa que o Presidente responderá
normalmente, sem nenhum privilégio, nas outras esferas do Di-
reito. O tema das Responsabilidades do Presidente tem sido alvo
de inúmeras questões de prova. As questões podem ser trabalha-
das a partir da literalidade do texto constitucional ou mesmo in-
vocando caso concreto para verificação das regras e prerrogativas
do Presidente.
12. Organização dos Poderes – Poder Critérios para Ingresso na Carreira
Conforme o que diz o Art. 93, I, da Constituição Federal:
Judiciário Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo
Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistra-
Disposições Gerais tura, observados os seguintes princípios:

Organograma I. Ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o


de juiz substituto, mediante concurso público de
O Poder Judiciário é o titular da chamada função jurisdicional.  provas e títulos, com a participação da Ordem
Ele possui a atribuição principal de “dizer o direito”, “aplicar o di- dos Advogados do Brasil em todas as fases, ex-
reito ao caso concreto”. Além de desempenhar esta função típica, igindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três
o Judiciário também exerce de forma atípica a função dos demais anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas
poderes. Quando realiza concursos públicos ou contrata uma nomeações, à ordem de classificação.
empresa prestadora de serviços, ele o faz no exercício da função
administrativa (Poder Executivo). O Judiciário também exerce de Esse inciso apresenta regras para o ingresso na carreira da
forma atípica a função do Poder Legislativo quando edita instru- Magistratura. O ingresso dar-se-á no cargo de juiz substituto e
mentos normativos que regulam as atividades dos tribunais. depende de aprovação em concurso público de provas e títulos.
Para desempenhar suas funções, o Poder Judiciário se uti- Como foi possível perceber, é um tipo de concurso que é bem
liza de diversos órgãos os quais estão previstos no Art. 92: seletivo, sendo que aprovação depende de intensa dedicação
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: do candidato. Além de a prova ser dificílima, o candidato precisa
comprovar no mínimo três anos de atividade jurídica, que só pode
I. O Supremo Tribunal Federal; ser realizada após a conclusão do curso. Deve-se estar atento a
I-A. O Conselho Nacional de Justiça; esse prazo de atividade jurídica exigido, as bancas constumam
II. O Superior Tribunal de Justiça; trocar o três por outro númeral.
II-A. O Tribunal Superior do Trabalho; (In- O conceito de atividade jurídica é definido na Resolução nº
cluído pela Emenda Constitucional nº 92, de 75/2009 do Conselho Nacional de Justiça que prevê, entre outros,
 2016) o exercício da advocacia ou de cargo público privativo de bacharel
III. Os Tribunais Regionais Federais e Juízes Fed- em direito como forma de se comprovar o tempo exigido.
erais;
IV. Os Tribunais e Juízes do Trabalho;
Quinto Constitucional
V. Os Tribunais e Juízes Eleitorais; O quinto permite que uma pessoa se torne magistrado sem
necessidade de realização de concurso público para a magistra-  
VI. Os Tribunais e Juízes Militares; tura. É uma porta de entrada destinada a quem não é membro    
VII. Os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito do Poder Judiciário. A regra do quinto decorre do fato de que 1/5  
Federal e Territórios. das vagas em alguns tribunais são destinadas aos membros do  
§ 1º - O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional Ministério Público ou da Advocacia. Vejamos o que dispõe o Art. 
de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Cap- 94 da Constituição Federal:
 
ital Federal.

Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais
 
§ 2º - O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Su- Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal
 
 periores têm jurisdição em todo o território nacional. e Territórios será composto de membros, do Ministério
Público, com mais de dez anos de carreira, e de advoga-
STF

dos de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com  O 
 Ç 
mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indi-
 Õ  

CNJ cados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação
 S 

das respectivas classes. E 

 Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal
I  

STJ TST TSE STM formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo,

I  

que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de
 O 
 C 
 seus integrantes para nomeação.
 O 
Auto- N 
TJ TRF TRT TRE ridades Um detalhe que não pode ser esquecido é: para concor-
 S 

I  
Militares rer às vagas pelo quinto constitucional, faz-se necessário

 U 
que os membros do Ministério Público e da Advocacia pos-
 C 
I  
 O 
Juiz de Juiz Juiz do Juiz Juiz suam mais de dez anos de experiência.


Direito Federal Trabalho Eleitoral Militar

Outra questão muito importante é saber quais são os tri-
bunais que permitem o ingresso pelo quinto. Segundo o Art.
Para que se tenha ideia de como esse esquema dos órgãos 94, podem ingressar pelo quinto os membros dos Tribunais
do Poder Judiciário pode ser útil em uma prova, vejamos esta Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito 289
questão: Federal e Territórios.
Ainda possuem um quinto das vagas para os Membros Garantias dos Membros
290 do MP e da Advocacia os Tribunais Regionais do Trabalho
e o Tribunal Superior do Trabalho. Assim preveem os Arts. As garantias são um conjunto de proteções que os mem-
111-A e 115 da Constituição: bros do Poder Judiciário possuem e que são inerentes ao ex-
ercício de suas funções. Uma observação se faz necessária:
   L
   A
Art. 111-A.   O Tribunal Superior do Trabalho com- quando se fala “membro do poder judiciário”, refere-se ao tit-
   N
   O
 por-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre ular da Função Jurisdicional, ou seja, ao magistrado, ao juiz. Os
   I
   C brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos demais servidores auxiliares do Poder Judiciário não possuem
   U
   T
   I de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico as mesmas garantias dos juízes.
   T e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da
   S
   N
República após aprovação pela maioria absoluta do A doutrina classifica as garantias dos magistrados em duas
   O
   C
 Senado Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda espécies:
   O
   T
   I Constitucional nº 92, de 2016) Garantias de Independência;
   E
   R
   I I. Um quinto dentre advogados com mais de dez Garantias de Imparcialidade.
   D
   E anos de efetiva atividade profissional e membros do As Garantias de Independência são proteções que garan-
   D tem ao magistrado uma maior tranquilidade para desempen-
   S Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos
   E
    Õ de efetivo exercício, observado o disposto no Art. 94. har suas funções. O objetivo é permitir ao juiz segurança no
   Ç
   O Art. 115.  Os Tribunais Regionais do Trabalho com- desempenhar de suas funções. Elas estão previstas no Art. 95,
   N
 põem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quan- as quais são:
do possível, na respectiva região, e nomeados pelo  Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
   Presidente da República dentre brasileiros com mais  I. Vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será ad-
  
   de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: quirida após dois anos de exercício, dependendo a
     I. Um quinto dentre advogados com mais de dez  perda do cargo, nesse período, de deliberação do
   anos de efetiva atividade profissional e membros do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais
     Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos casos, de sentença judicial transitada em julgado;
  
   de efetivo exercício, observado o disposto no Art. 94.
  
  
 II.  Inamovibilidade, salvo por motivo de interesse
O Superior Tribunal de Justiça também permite que mem-  público, na forma do Art. 93, VIII;
     bros do Ministério Público ou da Advocacia nele ingressem,  III.  Irredutibilidade de subsídio, ressalvado o dis-
contudo não são destinadas 1/5 das vagas, mas 1/3 das vagas:  posto nos Arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e
 Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, 153, § 2º, I.
no mínimo, trinta e três Ministros. A vitaliciedade é como se fosse a estabilidade do servidor
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de público, com uma diferença: ela é bem mais vantajosa que a
 Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, simples estabilidade. A vitaliciedade garante ao magistrado
dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos perder o seu cargo apenas por sentença judicial transitada em
de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e  julgado. Como se pode ver, é bem mais vantajosa que a estabili-
reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela dade. Atente-se para alguns detalhes: a vitaliciedade só será ad-
maioria absoluta do Senado Federal, sendo: quirida após dois anos de exercício no cargo; durante o estágio
I. Um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais probatório do juiz, que dura dois anos, ele poderá perder o cargo
Federais e um terço dentre desembargadores dos por deliberação do próprio tribunal do qual faz parte.
Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice ela- Um detalhe quase nunca percebido é que a exigência dos
borada pelo próprio Tribunal; dois anos de exercício para se adquirir a vitaliciedade só se
II. Um terço, em partes iguais, dentre advogados e aplica aos juízes do primeiro grau, ou seja, aos juízes que in-
membros do Ministério Público Federal, Estadual, gressaram na carreira por meio de concurso público. Os juízes
do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, que ingressam diretamente no Tribunal, por meio do Quinto
indicados na forma do Art. 94. Constitucional, ou mesmo no STJ pelo 1/3 das vagas, não pre-
Quinto Constitucional cisam esperar os dois anos para adquirir a garantia. Para estes,
a vitaliciedade é imediata, sendo adquirida no momento em
Dez anos de ex- que ele pisa no Tribunal.
MP periência Advogado A inamovibilidade prevê que o magistrado não poderá ser
removido do local onde exerce a sua função sem sua vontade.
1 Ele poderá julgar qualquer pessoa, conforme sua convicção, sem
5 medo de ser obrigado a deixar o local onde exerce sua jurisdição.
Essa garantia não é absoluta, pois poderá ser removido de ofício
por interesse público conforme preleciona o Art. 93, VIII:
TJ – TRF – TRT - TST Art. 9 3, VIII. O ato de remoção, disponibilidade e apo-
 sentadoria do magistrado, por interesse público, fun-
dar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do
Atenção: 1 STJ respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça,
3 assegurada ampla defesa.
§ 2º  - Os demais membros do Conselho serão nomea- Como se pode perceber, nem todos os membros do Con-
292 dos pelo Presidente da República, depois de aprovada selho Nacional de Justiça são membros do Poder Judiciário.
a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. Essa é uma característica já cobrada em prova, com exceção do
§ 3º   - Não efetuadas, no prazo legal, as indicações Presidente do STF, que é membro nato do CNJ; os demais serão
   L  previstas neste artigo, caberá a escolha ao Supremo nomeados pelo Presidente da República depois de aprovada a
   A
   N Tribunal Federal. escolha pela maioria do Senado Federal. Caso as indicações
   O
   I
   C A composição do CNJ possui uma dificuldade peculiar para acima listadas não sejam efetuadas, caberá ao Supremo Tri-
   U
   T
   I a memorização. Percebana leitura do artigo, que os membros bunal Federal fazê-las. Lembre-se de que os membros do CNJ
   T
   S do Conselho são indicados por algum órgão. Além de memo- exercem um mandato de dois anos, sendo admitida uma re-
   N
   O rizar os membros, o candidato tem de memorizar o órgão que condução.
   C Abaixo, segue um esquema de memorização para a com-
   O indicou o membro. Para isso, deve-se fazer uma análise lógica
   T
   I na construção dessa composição: posição desse órgão do poder judiciário.
   E
   R
   I A primeira coisa que se tem que fazer é identificar os
   D Composição do CNJ
   E órgãos que escolhem:
   D
   S STF; Membro do
   E Presidente do STF
    Õ
   Ç
STJ; STF Desembargador do TJ PGR
MPU
   O TST; Membro do
   N Juiz Estadual MPE
PGR;
CFOAB;
   Câmara dos Deputados;
Ministro do STJ
  
   STJ Juiz TRF CFOAB Dois
Advogados
Senado Federal.
     Juiz Federal
   A partir dessa primeira análise, parte-se para a identi-
     ficação dos membros que são indicados por cada um dos
CD
  
   órgãos, que deve ser construída de forma lógica. Ministro do TST
  
   Entre os membros do CNJ existem dois advogados: quem
TST Juiz TRT Cidadão
Juiz do Trabalho SF
     poderia indicar dois advogados? O STF, o STJ, o TST ou o Con-
selho Federal dos Advogados do Brasil? Que quem indica os Superior Tribunal de Justiça
dois advogados é o CFOAB. Entre os membros do CNJ, existe
um membro do Ministério Público da União e um membro do O texto constitucional prevê no Art. 104:
Ministério Público estadual. Quem indica esses dois membros Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de,
do Ministério Público? Será o STF? Ou seria o STJ? Não é mais no mínimo, trinta e três Ministros.
lógico que a escolha dos membros do Ministério Público seja  Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de
do Procurador Geral da República, que é o chefe do Ministério  Justiça serão nomeados pelo Presidente da República,
Público da União? Certamente. dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos
Com base nessa lógica, fica fácil identificar os membros de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e
do CNJ. Continuemos a análise. Agora existem membros da reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela
 justiça trabalhista: um Ministro do TST, um Juiz do TRT e um maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
Juiz do Trabalho. Quem escolhe esses juízes? STF, STJ ou TST? I. Um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais
Mais uma resposta bem lógica. Só pode ser o Tribunal Supe- Federais e um terço dentre desembargadores dos
rior do Trabalho o responsável pela escolha desses três mem- Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice
bros pertencentes à justiça trabalhista. elaborada pelo próprio Tribunal;
Ainda há alguns membros a serem escolhidos. Quem es- II. Um terço, em partes iguais, dentre advogados e
colhe os membros da Justiça Federal (Juiz do TRF e Juiz Fed- membros do Ministério Público Federal, Estadual,
eral)? Tem de ser o Tribunal guardião da Legislação Federal: do Distrito Federal e Territórios, alternadamente,
Superior Tribunal de Justiça. Ele também escolherá um mem- indicados na forma do Art. 94.
bro do seu próprio tribunal para fazer parte do CNJ. O Superior Tribunal de Justiça é composto por, no mínimo,
Ao Supremo Tribunal Federal fica a responsabilidade pela 33 ministros. Deve-se ter cuidado com isso em prova: não são
escolha dos membros da Justiça Estadual, ou seja, um Juiz Es- 33, mas, no mínimo 33. Esse dispositivo permite que o Tribunal
tadual e um Desembargador de Tribunal de Justiça. Aqui cabe possua mais de 33 membros.
uma observação importantíssima. O STF não escolhe um de
seus ministros para fazer parte do CNJ, pois o Presidente do Seus membros serão nomeados pelo Presidente da
STF é membro nato. Ele não é escolhido, ele faz parte do CNJ República depois de aprovada a escolha pelo Senado Feder-
desde sua nomeação como Presidente do STF. Ao mesmo tem- al. Aqui se aplica uma regra comum nos tribunais superiores:
po em que é indicado como Presidente do STF, ele também nomeação pelo Presidente mediante aprovação do Senado.
cumulará a função de Presidente do CNJ. Outro requisito é a idade: no mínimo 35 e no máximo 65 anos.
Por último, resta saber quem o Senado Federal e a Câmara Questão sempre cobrada em prova é a composição. A
dos Deputados indicará para ser membro do CNJ. Cada um deles escolha dos Ministros não é livre, estando vinculada ao texto
indicará um cidadão de notável saber jurídico e reputação ilibada. constitucional que prevê:
▷ 1/3 das vagas para os membros dos Tribunais Re- Justiça do Trabalho
gionais Federais;
A Justiça do Trabalho encontra-se prevista no Art. 111 da
▷ 1/3 das vagas para os Desembargadores dos Tribu- Constituição, sendo competente para julgar as causas cuja
nais de Justiça; matéria possua natureza trabalhista. São órgãos da Justiça do
▷ 1/3 das vagas, dividida em partes iguais, para Trabalho:
membros do Ministério Público Federal, Estadual Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
e do Distrito Federal e advogados com mais de 10 I. O Tribunal Superior do Trabalho;
anos de experiência. II. Os Tribunais Regionais do Trabalho;
No que tange às vagas para os membros do Ministério Pú- III. Juízes do Trabalho.
blico e advogados, uma coisa chama a atenção: a divisão em § 1º a 3º - Vejamos a composição dos órgãos da Justiça
partes iguais. Se houver isso em uma prova, é muito provável trabalhista.
que o candidato marque essa afirmação como sendo incorreta,
tendo em vista 1/3 de 33 ser igual a 11, valor esse impossível
Tribunal Superior de Trabalho
de se dividir em partes iguais, quando a divisão se trata de O Tribunal Superior do Trabalho é o órgão de cúpula da
Justiça do Trabalho. Segundo a Constituição Federal, o TST é
pessoas. Contudo, essa é a previsão expressa da Constituição, composto por 27 membros, conforme previsão do Art. 111-A:
que não é de toda absurda. Considerando que o STJ pode ser
Art. 111-A.  O Tribunal Superior do Trabalho com-
composto por mais de 33 membros, havendo, por exemplo, 36,  por-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre
seria possível efetivar essa divisão em partes iguais. Enquanto brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de
o órgão for formado por 33 membros, a vaga remanescente  sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e repu-
é alternada entre membros do MPF e MPDFT e da advocacia. tação ilibada, nomeados pelo Presidente da República
após aprovação pela maioria absoluta do Senado Fed-
Tribunal Regional Federal eral, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucio-
O Art. 107 apresenta as regras de composição dos Tribu- nal nº 92, de 2016)
nais Regionais Federais: I. Um quinto dentre advogados com mais de dez
Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se anos de efetiva atividade profissional e membros
de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando pos- do Ministério Público do Trabalho com mais de dez
 sível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente anos de efetivo exercício, observado o disposto no
da República dentre brasileiros com mais de trinta e  Art. 94;
menos de sessenta e cinco anos, sendo: II. Os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais
I. Um quinto dentre advogados com mais de dez do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira,  
anos de efetiva atividade profissional e membros do indicados pelo próprio Tribunal Superior.    
Ministério Público Federal com mais de dez anos de O Texto Constitucional exige para ser Ministro do TST a  
carreira; condição de brasileiro, maior de 35 anos e menor de 65 anos.  
II. Os demais, mediante promoção de juízes fede- A nomeação dos Ministros se dá por ato do Presidente da 
 
rais com mais de cinco anos de exercício, por anti- República após a aprovação do Senado Federal pelo voto da 
 guidade e merecimento, alternadamente. maioria absoluta dos seus membros. Os 27 ministros são divi-  
 
Os TRFs possuem a mesma peculiaridade do STJ no que diz didos da seguinte forma:
respeito à composição baseada em um mínimo, sendo, nesse ▷ 1 /5 – advogados com mais de dez anos de efe-
caso, no mínimo sete juízes, recrutados, quando possível, na tiva atividade profissional e membros do Minis- N 

tério Público do Trabalho com mais de dez anos


 O 
respectiva região. Atualmente, são cinco regiões jurisdicionais,
 Ç 

de efetivo exercício;
 Õ  
cada uma sob a responsabilidade de um TRF.

 S 

Para fazer parte dos TRFs o juiz precisa ter no mínimo 30 ▷ 4 /5 – juízes dos TRT’s, oriundos da magistratu- D 

e no máximo 65 anos de idade. Quando comparada aos Tribu- ra de carreira, indicados pelo próprio tribunal. D 
I  

nais Superiores, a idade mínima sofre uma atenuação de 35 ▷ Como se pode perceber, no TST adota-se o critério E 
I  
de ingresso pela regra do Quinto Constitucional.

para 30 anos; deve-se ter atençaõ em relação a isso.  O 

Além disso, é importante ressaltar a exigência de


 C 
Os membros dos TRFs são nomeados pelo Presidente da  O 

República sem necessidade de aprovação do Senado Federal. que juiz do TRT que deseje concorrer a uma vaga  S 

Essa é outra distinção importante. no TST seja membro do Poder Judiciário de car-
I  

 U 
Nos TRFs adota-se a regra do Quinto Constitucional, por reira, isto é, que tenha ingressado nos quadros do  C 
I  
 O 
meio do qual, 1/5 das vagas são destinadas a advogados e tribunal por meio de concurso público nos termos N 

membros do Ministério Público Federal com mais de 10 anos do Art. 93, I da CF. Essa última regra exclui a pos- L 

de experiência. As demais vagas são destinadas a promoção sibilidade daqueles que são oriundos do quinto
de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, que constitucional nos TRTs de ingressarem no TST
pode ocorrer ou por merecimento ou por antiguidade, de for- na vaga destinada aos membros da magistratura 293
ma alternada. trabalhista (4/5 das vagas).
A Constituição prevê, ainda, o funcionamento junto ao TST ▷ 4 /5 – juízes do trabalho promovidos por antiguida-
294 da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Mag- de e merecimento, alternadamente.
istrados do Trabalho e o Conselho Superior da Justiça do Tra- A Constituição prevê, dentro da estrutura dos TRTs, como
balho, conforme o Art. 111-A, § 2º: forma de democratizar o acesso à Justiça do Trabalho, a pos-
   L Art. 111-A , § 2º   - Funcionarão junto ao Tribunal Supe- sibilidade de instalação da justiça itinerante, com a realização
   A
   N de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos
   O
   I
rior do Trabalho:
   C
   U I. A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamen- limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de eq-
   T
   I
   T to de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre uipamentos públicos e comunitários. Não se deve esquecer de
   S
   N outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o que os TRTs poderão funcionar descentralizadamente, constitu-
   O
   C ingresso e promoção na carreira; indo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do
   O
   T II. O Conselho Superior da Justiça do Trabalho,  jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo, garan-
   I tindo-se, dessa forma, uma maior celeridade processual. Ainda
   E
   R
cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão
   I
   D administrativa, orçamentária, financeira e patrimo- dentro da estrutura da Justiça do Trabalho, a Constituição prevê
   E
   D nial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo a possibilidade de juízes de direito exercerem as atribuições da
   S  graus, como órgão central do sistema, cujas decisões  jurisdição trabalhista nas comarcas não abrangidas pela Justiça
   E
    Õ
   Ç terão efeito vinculante. do Trabalho, garantindo-se, nesse caso, recurso para o TRT:
   O Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, po-
   N § 3º  Compete ao Tribunal Superior do Trabalho pro-
cessar e julgar, originariamente, a reclamação para a dendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição,
 preservação de sua competência e garantia da autori- atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o re-
   dade de suas decisões. (Incluído pela Emenda Consti-  spectivo Tribunal Regional do Trabalho.
  
   tucional nº 92, de 2016) Por fim, a Constituição determinou que a jurisdição nas
     Tribunal Regional do Trabalho Varas do Trabalho seja exercida por um juiz singular:
    Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exer-
     O ingresso no Tribunal Regional do Trabalho se dá con-
  
   forme as regras previstas no Art. 115 da CF:
cida por um juiz singular.
  
   Art. 115.  Os Tribunais Regionais do Trabalho com- Competências
      põem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quan- Quanto às competências da Justiça do Trabalho, a Consti-
do possível, na respectiva região, e nomeados pelo tuição encarregou-se de defini-las expressamente no Art. 114:
Presidente da República dentre brasileiros com mais Art. 114.  Compete à Justiça do Trabalho processar e
de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:  julgar:
I. Um quinto dentre advogados com mais de dez I. As ações oriundas da relação de trabalho, abrangi-
anos de efetiva atividade profissional e membros do dos os entes de direito público externo e da adminis-
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos tração pública direta e indireta da União, dos Estados,
de efetivo exercício, observado o disposto no Art. 94; do Distrito Federal e dos Municípios;
II. Os demais, mediante promoção de juízes do II. As ações que envolvam exercício do direito de
trabalho por antiguidade e merecimento, alterna-  greve;
damente. III. As ações sobre representação sindical, entre
§ 1°  - Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a  sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre
 justiça itinerante, com a realização de audiências e de-  sindicatos e empregadores;
mais funções de atividade jurisdicional, nos limites ter- IV. Os mandados de segurança, “Habeas Corpus” e
ritoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipa- “Habeas Ddata”, quando o ato questionado envolver
mentos públicos e comunitários. matéria sujeita à sua jurisdição;
§ 2°  - Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão
V. Os conflitos de competência entre órgãos com
funcionar descentralizadamente, constituindo
 jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no Art.
Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno aces-
102, I, o;
 so do jurisdicionado à justiça em todas as fases do
 processo. VI. As ações de indenização por dano moral ou patri-
 Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exer-
monial, decorrentes da relação de trabalho;
cida por um juiz singular. VII. As ações relativas às penalidades administra-
São no mínimo sete juízes recrutados, quando possível, na tivas impostas aos empregadores pelos órgãos de
respectiva região os quais serão nomeados pelo Presidente da fiscalização das relações de trabalho;
República entre brasileiros com mais de 30 e menos de 65 anos VIII. A execução, de ofício, das contribuições soci-
de idade. Para ser um juiz do TRT, é necessária a observação dos ais previstas no Art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos
seguintes critérios: legais, decorrentes das sentenças que proferir;
▷ 1 /5 – advogados com mais de 10 anos de efeti- IX. Outras controvérsias decorrentes da relação de
va atividade profissional e membros do Minis- trabalho, na forma da lei.
tério Público do Trabalho com mais de 10 anos § 1º   - Frustrada a negociação coletiva, as partes
de efetivo exercício;  poderão eleger árbitros.
I. promover, privativamente, a ação penal pública, seja, por Membros aprovados em concurso público de provas
304 na forma da lei; e títulos, assegurada a participação da OAB durante a sua re-
II. zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos alização, entre os quais são exigidos os seguintes requisitos:
e dos serviços de relevância pública aos direitos Ser bacharel em direito;
   L
   A
assegurados nesta Constituição, promovendo as Possuir, no mínimo, três anos de atividade jurídica.
   N
   O
medidas necessárias a sua garantia; Em relação à atividade jurídica, deve-se salientar a regula-
   I
   C III. promover o inquérito civil e a ação civil públi- mentação feita pela Resolução nº 40 do Conselho Nacional do
   U
   T
   I ca, para a proteção do patrimônio público e social, Ministério Público, a qual prevê, entre outras atividades, o ex-
   T
   S do meio ambiente e de outros interesses difusos e ercício da advocacia ou de cargo, função e emprego que exija
   N
   O coletivos; a utilização preponderante de conhecimentos jurídicos, ou até
   C
   O IV. promover a ação de inconstitucionalidade ou mesmo a realização de cursos de pós-graduação dentro dos
   T
   I
   E representação para fins de intervenção da União e parâmetros estabelecidos pela referida resolução. É impor-
   R tante lembrar que esse requisito deverá ser comprovado no
   I
   D
dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
   E V. defender judicialmente os direitos e interesses momento da investidura no cargo, ou seja, na posse1, depois
   D
   S das populações indígenas; de finalizadas todas as fases do concurso.
   E
    Õ VI. expedir notificações nos procedimentos admin- A Constituição exige ainda que o Membro do Ministério
   Ç
   O istrativos de sua competência, requisitando infor- Público resida na comarca de lotação, salvo quando houver
   N
mações e documentos para instrui-los, na forma da autorização do chefe da Instituição. Em razão da semelhança
lei complementar respectiva; e importância com a carreira da magistratura, a Constituição
   VII. exercer o controle externo da atividade policial, previu expressamente a aplicação do Art. 93 aos membros do
  
   na forma da lei complementar mencionada no ar- Ministério Público, no que for compatível com a carreira. E, por
fim, determina que a distribuição dos processos aos órgãos min-
     tigo anterior;
isteriais seja feita de forma imediata.
   VIII. requisitar diligências investigatórias e a in-
      stauração de inquérito policial, indicados os fun- No âmbito de suas atribuições, algumas funções merecem
  
   destaque:
  
  
damentos jurídicos de suas manifestações proces-
 suais; Titular da Ação Penal Pública
     IX. exercer outras funções que lhe forem conferi- Segundo o inciso I do Art. 129, compete ao Ministério Pú-
das, desde que compatíveis com sua finalidade, blico promover, privativamente, a ação penal pública, na forma
 sendo-lhe vedada a representação judicial e a con- da lei. A doutrina classifica esse dispositivo como espécie de
 sultoria jurídica de entidades públicas. norma de eficácia contida possuindo aplicabilidade direta e
§ 1º . A legitimação do Ministério Público para as ações imediata, permitida a regulamentação por lei.
civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, Essa competência é corroborada pela possibilidade de
nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Con- requisição de diligências investigatórias e da instauração de
 stituição e na lei. inquérito policial, para que o órgão ministerial formule sua
§ 2º. As funções do Ministério Público só podem ser ex- convicção sobre o ilícito penal, o que está previsto no inciso
ercidas por integrantes da carreira, que deverão residir VIII do Art. 129.
na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do Essa exclusividade conferida pela Constituição Federal
chefe da instituição (Redação dada pela Emenda Con- encontra limitação no próprio texto constitucional, ao per-
 stitucional nº 45, de 2004). mitir o cabimento de ação penal privada subsidiária da públi-
§ 3º. O ingresso na carreira do Ministério Público far- ca nos casos em que o Ministério Público fique inerte e não
 se-á mediante concurso público de provas e títulos, cumpra com sua obrigação2.
assegurada a participação da Ordem dos Advogados Dessa competência decorre o poder de investigação do
do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel Ministério Público, o qual tem sido alvo de muita discussão nos
em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica tribunais. Quem não concorda com esse poder sustenta ser a
e observando-se, nas nomeações, a ordem de classifi- atividade de investigação criminal uma atividade exclusiva da
cação (Redação dada pela Emenda Constitucional nº autoridade policial nos termos do Art. 144 da CF.
45, de 2004). O posicionamento que tem prevalecido na doutrina e na
§ 4º. Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o  jurisprudência é no sentido de que o Ministério Público tem
disposto no Art. 93 (Redação dada pela Emenda Con- legitimidade para promover a investigação criminal, haja vista
 stitucional nº 45, de 2004). ser ele o destinatário das informações sobre o fato delituoso
§ 5º . A distribuição de processos no Ministério Público produzido no inquérito policial. Ademais, por ter caráter ad-
 será imediata (Incluído pela Emenda Constitucional nº ministrativo, o inquérito policial é dispensável, não dependen-
45, de 2004). do o MP da sua existência para promover a persecução penal.
No desempenho das suas funções institucionais, algumas
características foram previstas pela Constituição, as quais são
muito importantes para a prova.
1 Resolução do CNMP nº 87, de 27 de junho de 2012.
Os §§ 2º e § 3º afirmam que as funções do Ministério 2 Ações Diretas de Inconstitucionalidade, Ações Declaratórias de Constitucionali-
Púbico só podem ser exercidas por integrantes da carreira, ou dade, Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental.
Para a solução desse caso, tem-se aplicado a Teoria dos Interventiva para fins de intervenção da União e dos Estados
Poderes Implícitos. Segundo a teoria, as competências expres- nas hipóteses previstas na Constituição Federal.
samente previstas no texto constitucional carregam consigo os
meios necessários para sua execução, ou seja, a existência de uma Controle Externo da Atividade Policial
competência explícita implica existência de competências im- A Constituição Federal determina que o Ministério Públi-
plicitamente previstas e necessárias para execução da atribuição co realize o controle externo da atividade policial. Fala-se em
principal. Em suma, se ao Ministério Público compete o ofereci- controle externo haja vista o Ministério Público não pertencer
mento exclusivo da Ação Penal Pública, por consequência da apli- à mesma estrutura das forças policiais. É uma instituição to-
cação dessa teoria, compete também a execução das atividades talmente autônoma a qualquer órgão policial, razão pela qual
necessárias à formação da sua opinião sobre o delito. Significa não se pode falar em subordinação dos organismos policiais
dizer que o poder de investigação criminal está implicitamente ao Parquet . A justificativa para essa atribuição decorre do fato
previsto no poder de oferecimento da ação penal pública. de ser ele o destinatário final da atividade policial.
Se, por um lado, o controle externo objetiva a fiscalização
Legitimidade para Promover o Inquérito das atividades policiais para que elas não sejam desenvolvi-
Civil e a Ação Civil Pública das além dos limites legais, preservando os direitos e garan-
O Ministério Público também é competente para promover tias fundamentais dos investigados, por outro, garante o seu
o inquérito civil e a ação civil pública nos termos do inciso III perfeito desenvolvimento, prevenindo e corrigindo a produção
do Art. 129. Essas ferramentas são utilizadas para a proteção probatória, visando ao adequado oferecimento da ação penal.
do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros O controle externo da atividade policial desenvolvido pelo
interesses difusos e coletivos. Ministério Público, além de regulamentado nas respectivas
Entendem-se como interesses difusos aqueles de nature- leis orgânicas, está normatizado na Resolução nº 20 do CNMP.
za indivisível, cujos titulares não se podem determinar apesar Ressalte-se que o controle externo não exime a instituição
de estarem ligados uns aos outros pelas circunstâncias fáticas. policial de realizar o seu próprio controle interno por meio das
Interesses coletivos se diferenciam dos difusos na medida em corregedorias e órgãos de fiscalização.
que é possível determinar quem são os titulares do direito. Sujeitam-se ao citado controle externo todas as institu-
Segundo a Constituição Federal, a ação civil pública não é ições previstas no Art. 144 da Constituição Federal 4, bem como
medida exclusiva a ser adotada pelo Ministério Público: as demais instituições que possuam parcela do poder de polí-
Art. 129 , § 1º . A legitimação do Ministério Público para cia desde que estejam relacionadas com a segurança pública e
as ações civis previstas neste artigo não impede a de ter-
a persecução criminal.
ceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Conselho Nacional do Ministério Público
Constituição e na lei. O Conselho Nacional do Ministério Público, a exemplo do
A lei de Ação Civil Pública (Lei nº 7.347/85) prevê que são le- Conselho Nacional de Justiça, foi criado pela Emenda Consti-  
gitimados para propor tal ação, além do MP: tucional nº 45/2004 com o objetivo de efetuar a fiscalização    
A Defensoria Pública; administrativa e financeira do Ministério Público, bem como o  
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; cumprimento dos deveres funcionais de seus membros.  
A autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de Composição

 
economia mista; Segundo o texto constitucional, o CNMP é composto de 14 
A associação que concomitantemente esteja constituí- membros, nomeados pelo Presidente da República, depois de
 
 
da há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil e inclua aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal,
entre suas finalidades institucionais a proteção ao meio am- para um mandato de dois anos, sendo permitida apenas uma
biente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concor- recondução. Veja-se a composição prevista pela Constituição N 

rência ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico Federal no Art. 130-A:


 O 
 Ç 

e paisagístico. Art. 130-A.  O Conselho Nacional do Ministério Pú-


 Õ  

blico compõe-se de quatorze membros nomeados
 S 
Já o inquérito civil é procedimento investigatório de caráter D 
 pelo Presidente da República, depois de aprovada

administrativo, que poderá ser instaurado pelo Ministério Pú- D 

blico com o fim de colher os elementos de prova necessários a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, I  

 para um mandato de dois anos, admitida uma re-

para a sua convicção sobre o ilícito e, posteriormente, instrução
I  

condução, sendo:
 O 
da Ação Civil Pública.  C 
I. o Procurador-Geral da República, que o pre-
 O 

Controle de Constitucionalidade  side;
 S 

I  
Função das mais relevantes desempenhada pelos órgãos II . quatro membros do Ministério Público da

 U 

ministeriais ocorre no Controle da Constitucionalidade das leis União, assegurada a representação de cada uma
 C 
I  
 O 
e atos normativos. Essa atribuição é inerente à sua função de de suas carreiras; N 

guardião da ordem jurídica. Como protetor da ordem jurídica,

compete ao Ministério Público oferecer as ações de controle 4 Art. 144.  A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de
abstrato de constitucionalidade3, bem como a Representação todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pes-
 soas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia 305
3 Art. 5º, LIX, da CF.  Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias
esta não for intentada no prazo legal. militares e corpos de bombeiros militares.
III. três membros do Ministério Público dos Estados; III. requisitar e designar membros do Ministério Pú-
306 IV. dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal blico, delegando-lhes atribuições, e requisitar servi-
Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça; dores de órgãos do Ministério Público.
V. dois advogados, indicados pelo Conselho Feder- § 4º. O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos
   L al da Ordem dos Advogados do Brasil;  Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho.
   A
   N
   O VI. dois cidadãos de notável saber jurídico e repu- § 5º. Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias
   I
   C tação ilibada, indicados um pela Câmara dos Dep- do Ministério Público, competentes para receber rec-
   U
   T
   I utados e outro pelo Senado Federal. lamações e denúncias de qualquer interessado contra
   T
   S § 1º . Os membros do Conselho oriundos do Ministério membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive
   N
   O Público serão indicados pelos respectivos Ministérios contra seus serviços auxiliares, representando direta-
   C
   O Públicos, na forma da lei. mente ao Conselho Nacional do Ministério Público.
   T
   I
   E
   R
   I
Atribuições Princípios Institucionais
   D
   E Vejamos as atribuições previstas constitucionalmente para A Constituição Federal prevê expressamente no § 1º do Art.
   D o CNMP: 127 os chamados Princípios Institucionais, os quais norteiam o
   S
   E
    Õ § 2º. Compete ao Conselho Nacional do Ministério Públi- desenvolvimento das atividades dos Órgãos Ministeriais:
   Ç co o controle da atuação administrativa e financeira do
   O § 1º. São princípios institucionais do Ministério Público a
   N Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcio- unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
nais de seus membros, cabendo-lhe: O Princípio da Unidade  revela que os membros do
   I. zelar pela autonomia funcional e administrativa Ministério Público integram um órgão único chefiado por um
  
  
do Ministério Público, podendo expedir atos reg- Procurador-Geral. Essa unidade é percebida dentro de cada
ulamentares, no âmbito de sua competência, ou ramo do Ministério Público, não existindo unidade entre o
     recomendar providências;
   Ministério Público estadual e da União, ou entre os diversos
     II. zelar pela observância do Art. 37 e apreciar, de Ministérios Públicos estaduais, ou ainda entre os ramos do
  
   ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos Ministério Público da União. Qualquer divisão que exista den-
  
   administrativos praticados por membros ou órgãos tro de um dos Órgãos Ministeriais possui caráter meramente
     do Ministério Público da União e dos Estados, po- funcional.
dendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para Já o Princípio da Indivisibilidade, que decorre do Princípio
que se adotem as providências necessárias ao exato da Unidade, revela a possibilidade de os membros se substi-
cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos tuírem sem qualquer prejuízo ao processo, pois o Ministério Pú-
Tribunais de Contas; blico é uno e indivisível. Os membros agem em nome da institu-
III. receber e conhecer das reclamações contra ição e nunca em nome próprio, pois pertencem a um só corpo.
membros ou órgãos do Ministério Público da União Esse princípio veda a vinculação de um membro a um processo
ou dos Estados, inclusive contra seus serviços aux- permitindo, inclusive, a delegação da denúncia a outro membro.
iliares, sem prejuízo da competência disciplinar e Ressalte-se que, como no Princípio da Unidade, a Indivisibili-
correicional da instituição, podendo avocar proces- dade só ocorre dentro de um mesmo ramo do Ministério Público.
 sos disciplinares em curso, determinar a remoção, a E, por fim, há o Princípio da Independência Funcional,
disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios com uma dupla acepção: em relação aos membros e em
ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e relação à instituição. No que tange aos membros, o referido
aplicar outras sanções administrativas, assegurada Princípio garante uma atuação independente no exercício
ampla defesa; das suas atribuições sujeitando-se apenas às determinações
IV. rever, de ofício ou mediante provocação, os pro- constitucionais, legais e de sua consciência jurídica, não hav-
cessos disciplinares de membros do Ministério Pú- endo qualquer hierarquia ou subordinação intelectual entre
blico da União ou dos Estados julgados há menos os membros. Sob a perspectiva da instituição, o Princípio da
de um ano; Independência Funcional elimina qualquer subordinação do
V. elaborar relatório anual, propondo as providências Ministério Público a outro Poder. Apesar da Independência
que julgar necessárias sobre a situação do Ministério Funcional, verifica-se a existência de uma mera hierarquia
Público no País e as atividades do Conselho, o qual administrativa.
deve integrar a mensagem prevista no Art. 84, XI. Além desses princípios expressos na Constituição Feder-
§ 3º. O Conselho escolherá, em votação secreta, um al, a doutrina e a Jurisprudência reconhecem a existência de
Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério um princípio implícito no texto constitucional: Princípio do
Público que o integram, vedada a recondução, com- Promotor Natural. Esse princípio decorre da interpretação
 petindo-lhe, além das atribuições que lhe forem con- do Art. 129, § 2º, da Constituição, que afirma:
feridas pela lei, as seguintes: § 2º. As funções do Ministério Público só podem ser ex-
I. receber reclamações e denúncias, de qualquer ercidas por integrantes da carreira, que deverão residir
interessado, relativas aos membros do Ministério na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do
Público e dos seus serviços auxiliares; chefe da instituição.
II. exercer funções executivas do Conselho, de in- O Princípio do Promotor Natural veda a designação de
 speção e correição geral; membros do Ministério Público fora das hipóteses constitucio-
15. Ordem Social Equidade na forma de participação no custeio;
Diversidade da base de financiamento;
A Ordem Social é um conjunto de ações desencadeadas Caráter democrático e descentralizado da adminis-
por meio de prestações positivas do Estado que visam a redu- tração, mediante gestão quadripartite, com partic-
zir as desigualdades sociais e a garantir um tratamento míni- ipação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
mo, com o fim de tornar efetivo o fundamento constitucional aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
da dignidade da pessoa humana. Perceba este sentimento ex- A universalidade de cobertura representa a cobertura so-
presso no Art. 193 da Constituição Federal: bre qualquer situação de risco social enquanto que a universal-
Art. 193. A ordem social tem como base o primado do idade de atendimento está relacionada com a cobertura para
trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça so- todos os que necessitarem.
ciais. A uniformidade e equivalência de benefícios e serviços às
O trabalho é considerado como a base de toda a teia social. populações urbanas e rurais deixa claro que não existe trata-
É ele que garante a dignidade para as pessoas. Além disso, o mento diferenciado entre os trabalhadores urbanos e rurais.
citado artigo deixa claro o objetivo da Ordem Social, qual seja, Ambos são tratados da mesma forma.
garantir o bem-estar e a justiça sociais. A seletividade e a distributividade visa a redistribuir os
Esses direitos decorrem dos direitos sociais trabalhados benefícios sociais na tentativa de atender a quem mais dele
anteriormente no Art. 6º da Constituição. São direitos imple- necessitar. Em tese, esses princípios permitem um tratamento
mentados por meio de políticas públicas. desigual sob o enfoque da igualdade material.
A Constituição Federal estabeleceu alguns grupos de direit- A Irredutibilidade do valor dos benefícios garante ao ben-
os que serão trabalhados na Ordem Social: eficiário a manutenção do valor nominal dos benefícios.
Seguridade Social; A equidade na forma de participação no custeio   apre-
Educação, Cultura e Desporto; senta a ideia de distribuição justa levando em consideração
Ciência e Tecnologia; a capacidade de contribuição e a isonomia entre os con-
Comunicação Social; tribuintes. A ideia aqui para a manutenção da Seguridade é
Meio Ambiente; que o custeio seja distribuído de forma justa entre os vários
agentes contributivos. Esse princípio nos conduz ao seguinte,
Família, Criança, Adolescente, Jjovem e Idoso; e que é a diversidade da base de financiamento,  o qual conta
Índios. com a participação de vários agentes responsáveis pela ma-
Esse tema, quando cobrado em prova, costuma ter uma nutenção financeira da Seguridade Social, especialmente, os
abordagem próxima da literalidade da Constituição. Significa trabalhadores, as empresas e os entes estatais.
dizer que, para o candidato acertar questões sobre Ordem Por fim, há o último objetivo, que é o caráter democrá-
Social, será necessária a leitura repetida dos artigos que com- tico e descentralizado da administração, mediante gestão
 
põem essa parte da Constituição Federal. Apesar de o mais co- quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos em-
   
brado ser o próprio texto, tratar-se-á de cada um desses temas pregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos cole-
 
sob uma abordagem doutrinária e jurisprudencial. giados. Aqui, há uma questão que já apareceu várias vezes em
 
prova, principalmente por causa da palavra quadripartite, que

Seguridade Social significa a participação na gestão de forma democrática, en-
 

A Seguridade Social está prevista no Art. 194 e constitui volvendo quatro atores sociais: trabalhadores, empregadores,  
um conjunto de ações que visam a garantir o mínimo exis- aposentados e Governo.
 
tencial para a população, objetivando melhores condições Agora serão analisados os três serviços que compõem a
de vida. É composta de três ações: a saúde, a Previdência Seguridade Social: Saúde, Previdência Social e Assistência
Social e a Assistência Social.

Social. Aqui se propõe analisar apenas os pontos mais impor-  O 
 Ç 
A implementação dessas ações são obrigação não só do tantes, envolvendo esses temas. Como já sinalizado anterior-
 Õ  

Estado, mas também da sociedade, conforme estabelece o mente, na Ordem Social o mais cobrado em prova é o próprio
 S 

Art. 194: texto constitucional. E 

Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto


Saúde
I  

integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e

I  

da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relati- Acerca desse tema, várias questões costumam ser cobradas  O 

vos à saúde, à previdência e à assistência social. em prova. Segue a análise de algumas delas:
 C 
 O 

Apesar da ação conjunta, a obrigação de organizar a Se- Caráter não Contributivo
 S 

guridade Social é do Estado, que deve fazer amparada nos
I  

seguintes objetivos: O direito à saúde é uma norma de proteção do direito à  U 


 C 
vida destinada a todas as pessoas, independentemente de
I  
 O 
Universalidade da cobertura e do atendimento; contribuição à Previdência Social. Por isso, dizemos que não


Uniformidade e equivalência dos benefícios e possui caráter contributivo, ou seja, quem quiser ser bene-

serviços às populações urbanas e rurais; ficiado pela saúde pública poderá utilizar dos seus serviços
Seletividade e distributividade na prestação dos independentemente de filiação ou contribuição à Previdência
benefícios e serviços; Social. Observando a leitura do caput  do Art. 196 se pode per- 321
Irredutibilidade do valor dos benefícios; ceber que esse direito de caráter social é garantido a todos:
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Esta- na qualidade de segurado. Esse tema está regulamentado
322 do, garantido mediante políticas sociais e econômicas na Lei 8.213/91 e será melhor estudado na disciplina de Di-
que visem à redução do risco de doença e de outros reito Previdenciário.
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
   L  serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Regras para Aposentadoria
   A As regras de aposentadoria são o ponto forte desse tema;
   N
   O
   I
Vinculação ao Direito à Vida serão tratadas junto à disciplina de Direito Previdenciário.
   C
   U O direito à saúde decorre do próprio direito à vida, como Art. 201 , §7º. É assegurada aposentadoria no regime
   T
   I
   T forma de garantir qualidade à vida em sua modalidade de ex-  geral de previdência social, nos termos da lei, obedeci-
   S
   N istência humana. De nada adianta garantir ao indivíduo o direito das as seguintes condições:
   O
   C de viver se essa vida não possuir o mínimo de dignidade. Ga-
   O rantir saúde é cumprir os ditames constitucionais que protegem I. trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e
   T
   I
   E o indivíduo em sua existência, em perfeita consonância com o trinta anos de contribuição, se mulher;
   R
   I
   D princípio da dignidade da pessoa humana. II. sessenta e cinco anos de idade, se homem, e ses-
   E  senta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco
   D
   S
Remoção de Órgãos, Tecidos e Substâncias Humanas anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos
   E Outra norma muito interessante e que pode cair em prova
    Õ os sexos e para os que exerçam suas atividades em
   Ç é a proteção constitucional à remoção de órgãos, tecidos e sub-
   O regime de economia familiar, nestes incluídos o pro-
   N stâncias humanas. A Constituição Federal, em seu Art. 199, § 4º, dutor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.
traz expressamente a vedação para a comercialização de órgãos, Art. 201 , §8º. Os requisitos a que se refere o inciso I
apesar de não regulamentar as formas de remoção, pesquisa,
   do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco anos,
  
  
coleta e processamento de sangue. A falta de regulamentação  para o professor que comprove exclusivamente tempo
ocorre porque a Constituição deixou para a legislação infracon-
     stitucional o dever de fazê-la.
de efetivo exercício das funções de magistério na edu-
   cação infantil e no ensino fundamental e médio.
     O dispositivo em questão é um exemplo de norma de eficá-
O destaque fica para a redução do período de contribuição
  
   cia limitada, o qual foi regulamentado pelas Leis 10.205/01,
  
   9.434/97 e 11.105/05: para quem exerce a função de magistério. Observe-se que
a Constituição Federal reduziu em cinco anos a o tempo de
     Art. 199 , § 4º. A lei disporá sobre as condições e os contribuição necessário para aposentadoria para o professor
requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e
que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das
 substâncias humanas para fins de transplante, pesqui-
 sa e tratamento, bem como a coleta, processamento e
funções de magistério na educação infantil e no ensino funda-
transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado mental e médio.
todo tipo de comercialização. Com relação a esse tema, algumas observações se fazem
necessárias. Primeiramente, deve-se destacar que exclusiv-
Previdência Social idade do tempo de efetivo exercício das funções de mag-
istério compreende não apenas as funções exercidas em sala
Caráter Contributivo e Filiação Obrigatória de aula, mas também as exercidas nos cargos de direção,
Sem dúvida, uma das questões mais cobradas em prova coordenação e assessoramento pedagógico, desde que ex-
está no próprio caput  do Art. 201, que afirma ser a Previdência ercidos por professores. Em segundo lugar, deve-se atentar
Social de caráter contributivo e filiação obrigatória: para os professores que possuem esses benefícios, os quais
Art. 201.  A previdência social será organizada sob a estão expressamente previstos na Constituição.
forma de regime geral, de caráter contributivo e de fil- Só terão direito à aposentadoria especial os professores da
iação obrigatória, observados critérios que preservem educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio.
o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos ter-
mos da lei, a: Previdência Privada
I. cobertura dos eventos de doença, invalidez, Outra regra que já foi cobrada em prova diz respeito à pos-
morte e idade avançada; sibilidade de o regime de previdência ser organizado pela ini-
II. proteção à maternidade, especialmente à ges- ciativa privada. Algumas palavras-chave definem essa relação
tante; de previdência privada: complementar, autonomia e facultati-
III. proteção ao trabalhador em situação de desem- vo. Vejamos o que diz o Art. 202 da CF:
 prego involuntário; Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter
IV. salário-família e auxílio-reclusão para os de- complementar e organizado de forma autônoma em
 pendentes dos segurados de baixa renda; relação ao regime geral de previdência social, será
V. pensão por morte do segurado, homem ou mul- facultativo, baseado na constituição de reservas que
her, ao cônjuge ou companheiro e dependentes,  garantam o benefício contratado, e regulado por lei
observado o disposto no § 2º. complementar.
Ter caráter contributivo significa dizer que só poderá § 1°. A lei complementar de que trata este artigo assegurará
ser beneficiado pela Previdência Social quem contribuir ao participante de planos de benefícios de entidades de
previamente com o sistema de previdência público. Além  previdência privada o pleno acesso às informações relativas
da contribuição, a Constituição exige a filiação ao Sistema, à gestão de seus respectivos planos.
 2º. As contribuições do empregador, os benefícios e V. a garantia de um salário mínimo de benefício
as condições contratuais previstas nos estatutos, reg- mensal à pessoa portadora de deficiência e ao ido-
ulamentos e planos de benefícios das entidades de  so que comprovem não possuir meios de prover à
 previdência privada não integram o contrato de tra-  própria manutenção ou de tê-la provida por sua
balho dos participantes, assim como, à exceção dos família, conforme dispuser a lei.
benefícios concedidos, não integram a remuneração
dos participantes, nos termos da lei.
Da Educação, da Cultura e do Desporto
§ 3º. É vedado o aporte de recursos a entidade de previ- Educação
dência privada pela União, Estados, Distrito Federal e Mu- O acesso à educação é um dos grandes serviços de ordem
nicípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, social e deverá ser garantido segundo os princípios previstos
 sociedades de economia mista e outras entidades públi- no Art. 206, que costuma ser muito cobrado em prova:
cas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, Art. 206. O ensino será ministrado com base nos se-
em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá ex-  guintes princípios:
ceder a do segurado. I. igualdade de condições para o acesso e per-
§ 4º. Lei complementar disciplinará a relação entre a manência na escola;
União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, inclusive II. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divul-
 suas autarquias, fundações, sociedades de economia  gar o pensamento, a arte e o saber;
mista e empresas controladas direta ou indiretamente, III. pluralismo de ideias e de concepções ped-
enquanto patrocinadoras de entidades fechadas de agógicas, e coexistência de instituições públicas e
 previdência privada, e suas respectivas entidades fecha-  privadas de ensino;
das de previdência privada. IV. gratuidade do ensino público em estabeleci-
mentos oficiais;
§ 5º. A lei complementar de que trata o parágrafo ante-
rior aplicar-se-á, no que couber, às empresas privadas V. valorização dos profissionais da educação esco-
lar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira,
 permissionárias ou concessionárias de prestação de com ingresso exclusivamente por concurso público
 serviços públicos, quando patrocinadoras de entidades de provas e títulos, aos das redes públicas;
fechadas de previdência privada. VI. gestão democrática do ensino público, na forma
§ 6º. A lei complementar a que se refere o § 4° deste da lei;
artigo estabelecerá os requisitos para a designação dos VII. garantia de padrão de qualidade;
membros das diretorias das entidades fechadas de prev- VIII. piso salarial profissional nacional para os
idência privada e disciplinará a inserção dos participantes
 
 profissionais da educação escolar pública, nos ter-
nos colegiados e instâncias de decisão em que seus inter- mos de lei federal.
   
 
esses sejam objeto de discussão e deliberação.
Gratuidade do Ensino Público  
Quando se diz complementar, quer se dizer que com-
Como consequência da regra constitucional, que prevê

plementa o regime geral de previdência. A autonomia rep-  
gratuidade do ensino público, o STF editou a Súmula Vincu-
resenta a não vinculação do regime privado ao público. E,

lante nº 12, proibindo a cobrança de taxa de matrícula nas Uni-
 
por fim, a faculdade de se aderir, haja vista não constituir  
versidades Públicas:
obrigação a nenhum trabalhador.
 Súmula Vinculante 12. A cobrança de taxa de matrícu-
Assistência Social la nas universidades públicas viola o disposto no Art. N 
 O 
 206, IV, da Constituição Federal.
 Ç 
O Art. 203 prevê os benefícios e serviços da Assistência  Õ  

Social. São várias as prestações oferecidas a quem precisa de Igualdade de Condições e Acesso Meritocrático
 S 

assistência, geralmente aos hipossuficientes. A Assistência So- Outros dois princípios que se destacam nos Arts. 206 e


cial não depende de contribuição à previdência social: 208, da CF, são a igualdade de condições de acesso e per-
I  


Art. 203.  A assistência social será prestada a quem manência na escola e o acesso meritocrático aos níveis mais
I  

 O 
dela necessitar, independentemente de contribuição à elevados de ensino:  C 
 seguridade social, e tem por objetivos:
 O 
Art. 206 , I. igualdade de condições para o acesso e

 S 
I. a proteção à família, à maternidade, à infância, à  permanência na escola;

I  

adolescência e à velhice;
 U 
Art. 208 , V. acesso aos níveis mais elevados do ensino,  C 
I  
II. o amparo às crianças e adolescentes carentes; da pesquisa e da criação artística, segundo a capaci-
 O 

III. a promoção da integração ao mercado de tra-



dade de cada um; L 

balho; Entende-se por acesso meritocrático aquele que privilegia


IV. a habilitação e reabilitação das pessoas por- o mérito de cada estudante na obtenção da vaga para univer-
tadoras de deficiência e a promoção de sua inte- sidades e demais cursos de pós-graduação, o que justifica a 323
 gração à vida comunitária; utilização de vestibulares para seleção dos candidatos.
Art. 21. Compete à União: § 3º. O ato de outorga ou renovação somente produzirá
326 XVI. exercer a classificação, para efeito indicativo, efeitos legais após deliberação do Congresso Nacional, na
de diversões públicas e de programas de rádio e forma dos parágrafos anteriores.
televisão. § 4º. O cancelamento da concessão ou permissão, antes
   L de vencido o prazo, depende de decisão judicial.
   A
   N
Propriedade de Empresa Jornalística, Ra-
   O § 5º. O prazo da concessão ou permissão será de dez
   I
   C
diodifusão Sonora e de Sons e Imagens anos para as emissoras de rádio e de quinze para as de
   U
   T
   I
Aqui tem-se uma questão que eventualmente aparece em televisão.
   T provas.
   S
   N
Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o
   O Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de Congresso Nacional instituirá, como seu órgão auxiliar,
   C
   O radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de o Conselho de Comunicação Social, na forma da lei.
   T
   I
   E
brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos,
   R
   I
   D
ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasile- Meio Ambiente
   E iras e que tenham sede no País. Nossa Constituição é uma das normas mais garantistas do
   D
   S § 1º. Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento Meio Ambiente. Essa postura tem colocado o país à frente de
   E
    Õ do capital total e do capital votante das empresas jor- muitos outros nas questões de preservação ambiental. É muito
   Ç
   O nalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens interessante a forma como esse direito social é apresentado sen-
   N
deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros do bem de uso comum do povo cuja preservação visa a garantir
natos ou naturalizados há mais de dez anos, que ex- um meio ambiente sadio para as presentes e futuras gerações:
   ercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e Art. 225.  Todos têm direito ao meio ambiente eco-
  
  
estabelecerão o conteúdo da programação. logicamente equilibrado, bem de uso comum do povo
     § 2º. A responsabilidade editorial e as atividades de e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
    seleção e direção da programação veiculada são priv- Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
     ativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais de  preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
  
   dez anos, em qualquer meio de comunicação social.
  
   § 3º. Os meios de comunicação social eletrônica, inde-
Atribuições do Poder Público
Para que esse ideal de preservação seja garantido, a Con-
      pendentemente da tecnologia utilizada para a prestação stituição exigiu uma série de condutas dos Poderes Públicos,
do serviço, deverão observar os princípios enunciados no as quais estão previstas no § 1º do Art. 225 da CF:
 Art. 221, na forma de lei específica, que também garan- § 1º. Para assegurar a efetividade desse direito, incum-
tirá a prioridade de profissionais brasileiros na execução be ao Poder Público:
de produções nacionais.
I. preservar e restaurar os processos ecológicos es-
§ 4º. Lei disciplinará a participação de capital es-  senciais e prover o manejo ecológico das espécies
trangeiro nas empresas de que trata o § 1º. e ecossistemas;
§ 5º. As alterações de controle societário das empresas II. preservar a diversidade e a integridade do pat-
de que trata o § 1º serão comunicadas ao Congresso rimônio genético do País e fiscalizar as entidades
Nacional. dedicadas à pesquisa e manipulação de material
O Art. 222 exige, para ser proprietário de empresa jor-  genético;
nalística, que o titular seja brasileiro nato ou naturalizado III. definir, em todas as unidades da Federação, es-
há mais de 10 anos. Essa regra não impede que estrangeiros  paços territoriais e seus componentes a serem es-
sejam proprietários de empresas de comunicação no Brasil,  pecialmente protegidos, sendo a alteração e a su-
haja vista a possibilidade desses estrangeiros integrarem  pressão permitidas somente através de lei, vedada
uma pessoa jurídica desde que a administração seja feita qualquer utilização que comprometa a integridade
por brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos dos atributos que justifiquem sua proteção;
e a pessoa jurídica seja constituída sobre as leis brasileiras. IV. exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou
A Constituição limita em 30 % a possibilidade de capital atividade potencialmente causadora de significativa
votante estrangeiro. degradação do meio ambiente, estudo prévio de im-
Seguem abaixo alguns outros artigos que já foram alvos  pacto ambiental, a que se dará publicidade;
de questões de prova: V. controlar a produção, a comercialização e o
Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e ren- emprego de técnicas, métodos e substâncias que
ovar concessão, permissão e autorização para o serviço comportem risco para a vida, a qualidade de vida e
de radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o meio ambiente;
o princípio da complementaridade dos sistemas priva- VI. promover a educação ambiental em todos os níveis
do, público e estatal. de ensino e a conscientização pública para a preser-
§ 1º. O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do Art. vação do meio ambiente;
64, § 2º e § 4º, a contar do recebimento da mensagem. VII. proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da
§ 2º. A não renovação da concessão ou permissão de- lei, as práticas que coloquem em risco sua função
 penderá de aprovação de, no mínimo, dois quintos do ecológica, provoquem a extinção de espécies ou
Congresso Nacional, em votação nominal.  submetam os animais a crueldade.
Responsabilização pela Atividade
Lesiva ao Meio Ambiente Floresta
Amazônica
Os dois parágrafos que se seguem ambos do Art. 225 da CF, Brasileira
são muito importantes, pois trazem a possibilidade de respons- Pantanal Mato-
Mata Atlântica Grossense
abilização pelo dano ambiental tanto na esfera administrativa
quanto na esfera penal. Ou seja, quem polui o meio ambiente
pode ser responsabilizado penalmente, incluindo a Pessoa Patrimônio
Nacional
Jurídica. Aqui fica claro que Pessoa Jurídica pode praticar crime:
§ 2º. Aquele que explorar recursos minerais fica obriga- Serra do Zona Costeira
do a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo Mar
com solução técnica exigida pelo órgão público compe-
tente, na forma da lei.
§ 3º. As condutas e atividades consideradas lesivas ao Família, Criança, Adolescente,
meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas Jovem e Idoso
ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, in-
dependentemente da obrigação de reparar os danos
Família
causados.
Esse é um dos temas sobre a Ordem Social que aparecem
em abundância em provas, em razão das recentes mudanças
Patrimônio Nacional promovidas pelas Emendas Constitucionais n os 65 e 66 de 2010,
bem como o atual posicionamento jurisprudencial do STF:
Esse parágrafo já foi abordado várias vezes em prova e requer Art. 226.  A família, base da sociedade, tem especial
a memorização do candidato dos ecossistemas que são consid-  proteção do Estado.
erados patrimônio nacional. Os examinadores costumam incluir § 1º. O casamento é civil e gratuita a celebração.
outro tipo de ecossistema não previsto nesse parágrafo. Por ex- § 2º. O casamento religioso tem efeito civil, nos termos
da lei.
emplo, em 2010 afirmou-se numa prova da banca CESPE que os § 3º. Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida
“pampas gaúchos” também integravam o patrimônio nacional. a união estável entre o homem e a mulher como enti-
Estes elementos devem ser memorizados: dade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em  
casamento.    
Art. 225 , § 4º. A Floresta Amazônica brasileira, a Mata § 4º. Entende-se, também, como entidade familiar a  
 Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense comunidade formada por qualquer dos pais e seus de-  
e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua uti-  scendentes. 
§ 5º. Os direitos e deveres referentes à sociedade con-
 
lização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições 
 jugal são exercidos igualmente pelo homem e pela  
que assegurem a preservação do meio ambiente, in- mulher.
 
clusive quanto ao uso dos recursos naturais. § 6º. O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
§ 7º. Fundado nos princípios da dignidade da pessoa
Limitação para Utilização do Meio Ambiente humana e da paternidade responsável, o planejamento

 O 
 Ç 
Como forma de limitar a utilização do Meio Ambiente, a familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado  Õ  

 propiciar recursos educacionais e científicos para o ex-  S 
Constituição instituiu algumas restrições à utilização das terras
ercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva


devolutas ou arrecadadas. Essas terras são consideradas bens  por parte de instituições oficiais ou privadas.

I  

dos Estados e, por esse motivo, indisponíveis: § 8º. O Estado assegurará a assistência à família na pes- E 
I  
 soa de cada um dos que a integram, criando mecanis-

Art. 225 , § 5º. São indisponíveis as terras devolutas ou
 O 

mos para coibir a violência no âmbito de suas relações.


 C 

arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias,


 O 
O primeiro destaque é o fim da separação judicial. De acor-

 S 
necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. do com a nova redação do § 6º, a partir de agora o casamento

I  

se dissolve com o divórcio, sem a necessidade de efetivar-se
 U 
Outro dispositivo limitador é o § 6º, que restringe a insta-  C 
primeiro a separação judicial.
I  
 O 
lação de reatores nucleares, os quais, antes de serem instala-

Outro destaque é a recente decisão do STF 1 que reconhe- A 

dos, terão sua localização definida em legislação federal: ceu a possibilidade de União Estável entre casais homoafe-
Art. 225 § 6º. As usinas que operem com reator nuclear tivos, ampliando a compreensão do § 3º. Sobre esse tema
deve-se ter muito cuidado. A Constituição Federal entende
deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o 327
1 Vide ADI 4.277 e ADPF 132, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 5-5-2011,
que não poderão ser instaladas. Plenário, DJE de 14-10-2011.
que União Estável ocorre entre homem e mulher, enquanto o § 3º. O direito a proteção especial abrangerá os se-
328 STF entende que pode ocorrer entre casais do mesmo sexo. Di-  guintes aspectos:
ante dessa pluralidade de entendimentos, caso em prova haja I. idade mínima de quatorze anos para admissão ao
uma pergunta que tenha como base a Constituição Federal, trabalho, observado o disposto no Art. 7º, XXXIII;
   L
   A
deve-se responder que é só entre homem e mulher. Mas se a II. garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
   N
   O
questão perguntar segundo o STF, nesse caso a União Estável III. garantia de acesso do trabalhador adolescente
   I
   C poderá ocorrer entre pessoas do mesmo sexo. É bom lembrar e jovem à escola;
   U
   T
   I também das entidades familiares reconhecidas pela Constitu- IV. garantia de pleno e formal conhecimento da
   T
   S ição Federal: atribuição de ato infracional, igualdade na relação
   N
   O
   C
Casamento civil ou religioso - quando ocorre a formal-  processual e defesa técnica por profissional habilita-
   O
   T
ização da união entre um homem e mulher segundo as leis do, segundo dispuser a legislação tutelar específica;
   I
   E civis ou religiosas; V. obediência aos princípios de brevidade, excep-
   R
   I
   D União Estável - união informal entre pessoas (do mesmo cionalidade e respeito à condição peculiar de pes-
   E
   D
sexo ou não) com efeitos jurídicos iguais aos do casamento;  soa em desenvolvimento, quando da aplicação de
   S
   E
Monoparental - quando a família é formada por qualquer qualquer medida privativa da liberdade;
    Õ um dos pais e seus descendentes.
   Ç VI. estímulo do Poder Público, através de assistên-
   O
   N O STF não liberou o casamento entre casais homoafeti- cia jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos ter-
vos, apenas reconheceu a União Estável entre eles. Não se mos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda,
deve confundir casamento com união estável. de criança ou adolescente órfão ou abandonado;
   VII. programas de prevenção e atendimento espe-
  
   Criança, Adolescente e Jovem cializado à criança, ao adolescente e ao jovem de-
     O Art. 227 possui várias normas de proteção para a criança,  pendente de entorpecentes e drogas afins.
   o adolescente e jovem, que podem ser cobradas em prova. A § 4º. A lei punirá severamente o abuso, a violência e a
     Constituição também sofreu alterações nesse artigo por meio da
  
   exploração sexual da criança e do adolescente.
  
   Emenda Constitucional nº 65, que inseriu o Jovem entre os in- § 5º. A adoção será assistida pelo Poder Público, na
divíduos que possuem proteção especial da Constituição Federal.
     Merece destaque especial no § 3º, I, que prevê como idade mínima
forma da lei, que estabelecerá casos e condições de
 sua efetivação por parte de estrangeiros.
para o trabalho da criança 14 anos: § 6º. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento,
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Esta- ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações,
do assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem,  proibidas quaisquer designações discriminatórias relati-
com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à vas à filiação.
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, § 7º. No atendimento dos direitos da criança e do adoles-
à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à con- cente levar-se-á em consideração o disposto no Art. 204.
vivência familiar e comunitária, além de colocá-los a § 8º. A lei estabelecerá:
 salvo de toda forma de negligência, discriminação, ex-
I. o estatuto da juventude, destinado a regular os
 ploração, violência, crueldade e opressão. direitos dos jovens;
§ 1º. O Estado promoverá programas de assistência inte- II. o plano nacional de juventude, de duração de-
 gral à saúde da criança, do adolescente e do jovem, admit- cenal, visando à articulação das várias esferas do
ida a participação de entidades não governamentais, me-  poder público para a execução de políticas públi-
diante políticas específicas e obedecendo aos seguintes cas. .
 preceitos:
I. aplicação de percentual dos recursos públicos Imputabilidade Penal
destinados à saúde na assistência materno-infantil;  Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de
II. criação de programas de prevenção e aten- dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.
dimento especializado para as pessoas portadoras Dizer que são inimputáveis os menores de 18 anos sig-
de deficiência física, sensorial ou mental, bem como nifica dizer que a eles não podem ser imputada a prática de
de integração social do adolescente e do jovem por- crime e nem podem ser punidos segundo o Código Penal.
tador de deficiência, mediante o treinamento para Por isso, o próprio dispositivo determina que a conduta
o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso ilícita dos menores de 18 anos seja regulada por legislação
aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de especial, a qual já existe: Lei 8.069/90, Estatuto da Criança
obstáculos arquitetônicos e de todas as formas de dis- e do Adolescente.
criminação. Responsabilidade dos Pais para com os Filhos e
§ 2º. A lei disporá sobre normas de construção dos dos Filhos para com os Pais
logradouros e dos edifícios de uso público e de fab- Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar
ricação de veículos de transporte coletivo, a fim de os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de
 garantir acesso adequado às pessoas portadoras de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfer-
deficiência. midade.
334
1. Introdução ao Direito Esquema da Divisão do Direito
DIREITO
Administrativo ADMINISTRATIVO

   O PÚBLICO Desigualdade


   V
   I - Supremacia do Interes-
   T
   A
Neste capítulo, vamos conhecer algumas características do se Público / Prerrogati-
   R ESTADO
   T
   S Direito Administrativo, seu conceito, sua finalidade, seu regime DIVISÃO DO
vas de Direito Público;
   I
   N - Indisponibilidade do
   I  jurídico peculiar
peculiar que orienta toda a sua atividade
atividade administrati-
administrati- DIREITO
Interesse Público / De-
   M
   D veres da Administração;
   A va, seja ela exercida pelo próprio Estado-administrador, ou por INDIVÍDUO
   O - Verticalidade nas
   T
   I particular. Para entendermos melhor tudo isso, é preciso dar PRIVADO relações Jurídicas.
   E
   R
   I
   D
início ao nosso estudo pela compreensão adequada do papel I gualdade
 gualdade
   E
   D do Direito na vida social. I sonomia
 sonomia
   S
   E O Direito é um conjunto de normas (regras e princípios) INDIVÍDUO INDIVÍDUO
    Õ
   Ç
   O
   N
impostas coativamente pelo Estado que regularão a vida em Horizontalidade nas Relações Jurídicas 
sociedade, possibilitando a coexistência pacífica das pessoas.
Os dois princípios norteadores do Direito Administrativo
   são: Supremacia do Interesse Público (gera os poderes) e In-
  
   Ramos do Direito disponibilidade do Interesse Público (gera os deveres da ad-
     ministração).
  
     O Direito é historicamente dividido em dois grandes ra-
Conceito de Direito Administrativo
  
  
   Vários são os conceitos que podem ser encontrados na
   mos: o Direito Público e o Direito Privado. Em relação ao Di- doutrina para o Direito Administrativo. Descreveremos dois
     reito Privado, vale o princípio da igualdade (isonomia) entre deles trazidos pela doutrina contemporânea e citados a seguir:
as partes; aqui não há que se falar em superioridade de uma O Direito Administrativo é o ramo do direito público que
tem por objeto órgãos, agentes e pessoas jurídicas administra-
parte sobre a outra. Por esse motivo, dizemos que estamos
tivas que integram a Administração Pública. A atividade jurídi-
jurídi -
em uma relação jurídica horizontal ou uma horizontalidade ca não contenciosa que exerce e os bens que se utiliza para a
nas relações jurídicas. consecução de seus fins de natureza pública1 .
O Direito Administrativo é o conjunto harmônico de princí-
O Direito Privado é regulado pelo princípio da autonomia
 pios jurídicos que regem órgãos, agentes
agentes e atividades públicas
da vontade, o que traduz a regra a qual diz que o particular que tendem a realizar concreta, direta e imediatamente os fins
pode fazer tudo que não é proibido (Art. 5º, II, da Constituição desejados pelo Estado 2 .
Federal). Objeto do Direito Administrativo
No Direito Público, temos o Estado em um dos polos, Os conceitos de Direito Administrativo foram desenvolvi-
representando os interesses da coletividade, e um particular
p articular dos de forma que se desdobram em uma sequência natural
de tópicos que devem ser estudados ponto a ponto para que a
desempenhando seus próprios interesses. Sendo assim, o matéria seja corretamente entendida.
Estado é tratado com superioridade ante ao particular, pois Por meio desses conceitos, podemos constatar que o obje-
o Estado é o procurador da vontade da coletividade e, re- to do Direito Administrativo são as relações da administração
pública, sejam elas de natureza interna entre as entidades que
presentada pelo próprio Estado, deve ser tratada de forma a compõe, seus órgãos e agentes, ou de natureza externa entre
prevalente
prevalente ante a vontade do particular. a administração e os administrados.
O fundamento dessa relação jurídica vertical é encon- Além de ter por objeto a atuação da administração pública,
também é foco do Direito
D ireito Administrativo
Administrativo o desempenho das ati-
trado no Princípio da Supremacia do Interesse Público, que vidades públicas quando exercidas por algum particular, como
estudaremos com mais detalhes no tópico referente aos no caso das concessões, permissões e autorizações de serviços
públicos.
princípios. Mas já podemos adiantar que, como o próprio Resumidamente, podemos dizer que o Direito Adminis-
nome o interesse público é supremo. Desse modo, são dis- trativo tem por objeto a administração pública e também as
ponibilizadas ao Estado prerrogativas especiais para que atividades administrativas, independentemente de quem as
exerçam.
possa atingir os seus objetivos. Essas prerrogativas são os
1 Direito Administrativo, Maria Sylvia Zanella di Pietro, 23ª edição.
poderes da administração pública. 2 Conceito de Direito Administrativo do professor Hely Lopes Meirelles.
Fontes do Direito Administrativo O Sistema Francês (do contencioso administrativo), não
utilizado no Brasil, determina que as lides administrativas
administrativas po-
É o lugar de onde provém algo, no nosso caso, no qual dem transitar em julgado, ou seja, as decisões administrativas
administrativas
emanam as regras do Direito Administrativo. Esse não está têm força de definibilidade. Nesse sentido, falamos em duali-
codificado em um único livro. Dessa forma, para o estudarmos dade de jurisdição, já que existem tribunais administrativos e
de maneira completa, temos que recorrer às fontes, ou seja, a  judiciais, cada qual com suas
suas competências.
institutos esparsos. Por esse motivo, dizemos que o Direito Ad- O Sistema Inglês, também chamado de jurisdicional único
ministrativo está tipificado (escrito), mas não está codificado ou unicidade da jurisdição, é o sistema que atribui somente
em um único instituto. ao poder judiciário a capacidade de tomar decisões sobre a
Lei:: fonte principal do Direito Administrativo. A lei deve ser
Lei legalidade administrativa
administrativa com caráter de coisa julgada ou de-
compreendida em seu sentido amplo, o que inclui a Consti- finitividade.
tuição Federal, as normas supra legais, as leis e também os O Direito Administrativo,
Administrativo, no nosso sistema, não pode fazer
atos normativos da própria administração pública. Temos coisa julgada e todas as decisões administrativas podem ser
como exemplo os Arts. 37 ao 41 da Constituição Federal, a Lei revistas
revis tas pelo poder judiciário, pois somente ele pode dar reso-
nº 8.666/93, a Lei nº 8.112/90, a Lei de Improbidade Adminis- lução em caráter definitivo. Ou seja, não cabem mais recursos,
trativa (Lei nº 8.429/92), Processo Administrativo Federal (Lei por isso, falamos em trânsito em julgado das decisões judiciais
nº 9.784/99), etc. e nunca das decisões administrativas.
administrativas.
Jurisprudência:: gênero que se divide entre jurisprudência e
Jurisprudência A Constituição Federal de 1988 adotou o sistema Inglês
doutrina. Jurisprudência são decisões quais são editadas pelos ou, o do não contencioso administrativo.
tribunais e não possuem efeito vinculante; são resumos nume-
rados que servem de fonte de pesquisa do direito materializados Via Administrativa de Curso Forçado
em livros, artigos e pareceres. São situações em que o particular é obrigado a seguir to-
Doutrina tem a finalidade de tentar sistematizar e melhor das as vias administrati
administrativas
vas até o fim, antes de socorrer ao po-
explicar o conteúdo das normas de Direito Administrativo;
Administrativo; dou- der judiciário. Isso é exc
exceção,
eção, pois a regra é que, ao particular,
trina pode ser utilizada como critério de interpretação de nor- é facultado socorrer ao poder judiciário, por força do Art. 5º,
mas, bem como auxiliar a produção normativa. XXXV, da Constituição Federal.
Costumes:: conjunto de regras não escritas, porém, obser-
Costumes  XXXVV. A lei não exc
 XXX excluir
luiráá da aprec
apreciaçã
iaçãoo do Poder
Poder Judi-
Judi-
vadas de maneira uniforme, as quais suprem a omissão legis- ciário lesão ou ameaça a direito (ver CF/88).
lativa acerca de regras internas da Administração Pública. Exemplos de via administrativa de curso forçado:
Segundo o doutrinador do Direito Administrativo, Hely Lopes Aqui, o indivíduo deve esgotar as esferas administrativas
Meirelles, em razão da deficiência da legislação, a prática adminis- obrigatoriamente antes de ingressar com ação no poder ju-
trativa vem suprindo o texto escrito e, sedimentada na consciência diciário.  
dos administradores e administrados, a praxe burocrática passa a Justiça Desportiva:
Desportiva : só são admitidas pelo poder judiciá-    
saciar a lei e atuar como elemento informativo da doutrina.
rio ações relativas à disciplina e as competições desportivas  
Lei e Súmulas Vinculantes são consideradas fontes prin-
depois de esgotadas as instâncias da Justiça Desportiva. Art.
 
cipais do Direito Administrativo. Jurisprudência, súmulas,
217, § 1º, CF.

doutrina e costumes são considerados fontes secundárias.  
Ato administrativo ou a omissão da administração pú-
Fontes do Direito

 
blica que contrarie súmula vinculante
vinculante:: só pode ser alvo de  
PRINCIPAIS ART. 37 AO 41 CF/ 88 reclamação ao STF depois de esgotadas as vias administra-
FONTES LEI Nº 8.666 /93 tivas. Lei nº 11.417/2006, Art. 7º, §1º.
LEI Nº 8.112 /90 Habeas Data: é indispensável para caracterizar o interesse

 O 
LEI Nº 8.429 / 92
 Ç 
LEI de agir no Habeas Data a prova anterior do indeferimento do  Õ  
LEI Nº 9.784 /99

pedido de informação de dados pessoais ou da omissão em
 S 

atendê-lo sem que se confirme situação prévia de pretensão.

JURISPRUDÊNCIA JURISPRUDÊNCIA

STF, HD, 22-DF Min. Celso de Mello.
I  


I  

Regime Jurídico Administrativo



SÚMULAS
 O 
DOUTRINA A 

É o conjunto de normas e princípios de direito público que M
SÚMULAS I  
regulam a atuação da administração pública. Tais regras se

COSTUMES VINCULANTES (STF)
I  
 S 
fundamentam nos princípios da Supremacia e da Indisponi-


bilidade do Interesse Público, conforme estudaremos adiante.


I  

Sistemas Administrativos O Princípio da Supremacia do Interesse Público é o funda-


 O 

É o regime que o Estado adota para o controle dos atos ad- mento dos poderes da Administração Pública, afinal de contas,
ministrativos ilegais praticados pelo poder público nas diversas qualquer pessoa que tenha como fim máximo da sua atuação
esferas e em todos os poderes. Existem dois sistemas que são o interesse da coletividade, somente conseguirá atingir esses 335
globalmente utilizados. objetivos se dotadas de poderes especiais.
O Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público é o Poderes Funções Típicas Funções Atípicas
336 fundamento dos deveres da Administração Pública, pois essa
Criar Leis Administrar
tem o dever de nunca abandonar o interesse público e de usar Legislativo
Fiscalizar (Tribunal de Contas) Julgar Conflitos
os seus poderes com a finalidade de satisfazê-lo
satisfazê-lo..
   O Criar Leis
   V
   I Desses dois princípios decorrem todos os outros princípios Executivo Administrar
   T Julgar Conflitos
   A
   R
e regras que se desdobram no regime jurídico administrativo.
   T Administrar
Judiciário Julgar Conflitos
   S
   I
   N
   I
Noções de Estado Criar Leis
   M É importante notar que a atividade administrativa está
   D
   A Conceito de Estado presente nos três poderes, por isso, o Direito Administrativo,
   O
   T
   I Estado é a pessoa jurídica territorial soberana.
soberana. por ser um dos ramos do Direito Público, disciplina não somen-
   E
   R
   I Pessoa:: capacidade para contrair direitos e obrigações.
Pessoa te a atividade administrativa do Poder Executivo, mas também
   D a do Poder Legislativo e do Judiciário.
   E Jurídica:: é constituída por meio de uma formalidade docu-
Jurídica
   D
   S
   E
    Õ
mental e não por uma mulher, tal como a pessoa física.
Territorial Soberana:
Soberana: quer dizer que, dentro do território
Noções de Governo
   Ç O governo é atividade política e discricionária, tendo con-
   O
   N
do Estado, esse detém a soberania, ou seja, sua vontade pre-
valece ante a das demais pessoas (sejam elas físicas ou jurídi- duta independente. Governar está relacionado com a função
cas). Podemos definir soberania da seguinte forma: soberania política do Estado, a de comandar, de coordenar, de direcionar
e de fixar planos e diretrizes de atuação do Estado. O governo
   é a independência na ordem internacional (lá fora ninguém
é o conjunto de Poderes e órgãos constitucionais responsáveis
responsáveis
  
   manda no Estado) e supremacia na ordem interna (aqui dentro
pela função política do Estado.
     quem manda é o Estado).
O governo está diretamente ligado com as decisões toma-
   Elementos do Estado
     das pelo Estado. Exerce a direção suprema e geral, ao fazer uma
  
   Território: é a base fixa do Estado (solo, subsolo, mar, es-
Território: analogia, podemos dizer que o governo é o cérebro do Estado.
  
   paço aéreo). Função de Governo e Função Administrativa
     Povo:: é o componente humano do Estado.
Povo É comum aparecer em provas de concursos públicos ques-
tões que confundem as ideias de governo e de administração
Governo Soberano:
Soberano: é o responsável pela condução do pública. Para evitar esse erro, analisaremos as diferenças entre
Estado. Por ser tal governo soberano, ele não se submete a as expressões:
nenhuma vontade externa, pois, relembrando, lá fora o Estado
é independente e aqui dentro sua vontade é suprema, afinal, a Segundo o jurista brasileiro, Hely Lopes Meirelles, o go-
vontade do Estado é a vontade do povo. verno é uma atividade política e discricionária e tem conduta
independente.
Formas de Estado De acordo com ele, a administração é uma atividade neutra,
Temos duas formas de Estado: normalmente vinculada à lei ou à norma técnica, e exercida me-
Estado Unitário:
Unitário: é caracterizado pela centralização políti- diante conduta hierarquizada.
ca; não existe divisão em estados membros ou municípios, há Não podemos confundir Governo com Administração Pú-
somente uma esfera política central que emana sua vontade blica, pois governo se encarrega de definir os objetivos do Es-
para todo o país. É o caso do Uruguai. tado e definir as políticas para o alcance desses objetivos; a
Estado Federado:
Federado: caracteriza-se pela descentralização Administração
Administr ação Pública se encarrega simplesmente em atingir
os objetivos traçados pelo governo.
política; existem diferentes
diferentes entidades políticas autônomas que
são distribuídas regionalmente e cada uma exerce o poder po- O governo atua mediante atos de soberania ou, pelo me-
lítico dentro de sua área de competência. É o caso do Brasil. nos, de autonomia política na condução dos negócios públicos.
A Administração é atividade neutra, normalmente vinculada à
Poderes do Estado lei ou à norma técnica. Governo é conduta independente, en-
Os poderes do Estado estão previstos no texto Constitu- quanto a Administração é hierarquizada.
cional. O Governo deve comandar com responsabilidade consti-
 Art. 2º. São Poderes da União, independentes e harmô-
tucional e política, mas sem responsabil
responsabilidade
idade técnica e legal
nicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. pela execução. A administração age sem responsabilidade
política, mas com responsabilidade técnica e legal pela exe-
Os poderes podem exercer as funções para que foram cução dos serviços públicos.
investidos pela Constituição Federal (funções típicas) ou exe-
cutar cargos diversas das suas competências constitucionais Sistemas de Governo
(funções atípicas). Por esse motivo, não há uma divisão ab- Sistema de governo se refere ao grau de dependência en-
soluta entre os poderes, e sim relativa, pois o poder Executiv
Executivoo tre o poder legislativo e executivo.
pode executar suas funções típicas (administrar) e pode tam-
bém iniciar o processo legislativo em alguns casos (pedido de Parlamentarismo
vagas para novos cargos). Além disso, é possível até mesmo É caracterizado por uma grande relação de dependência
legislar no caso de medidas provisórias com força de lei. entre o poder legislativo e o executivo.
A chefia do Estado e a do Governo são desempenhadas Compõe a Administração Pública material qualquer pes-
por pessoas distintas. exercem as atividades
soa jurídica, seus órgãos e agentes que exercem
Chefe de Estado: responsável pelas relações internacionais. administrativas do Estado. Como exemplo de tais atividades,
Chefe de Governo: responsável pelas relações internas, o há a prestação de serviços públicos, o exercício do poder de
chefe de governo é o da Administração pública. polícia, o fomento, a intervenção e as atividades da Adminis-
tração Pública.
Presidencialismo Essas são as chamadas atividades típicas do Estado e, pelo
É caracterizado por não existir dependência, ou quase nenhu- critério formal, qualquer pessoa que exerce alguma dessas é Ad-
ma, entre o Poder Legislativo e o Executivo. ministração Pública, não importa quem seja. Por esse critério,
A chefia do Estado e a do Govern
Governoo são representadas pela teríamos, por exemplo, as seguintes pessoas na Administração
mesma pessoa. Pública:
O Brasil adota o presidencialism
presidencialismo. o. União, Estados, Municípios, DF, Autarquias, Fundações
Públicas prestadoras de serviços públicos, Empresa Pú-
Formas de Governo blica prestadora de serviço público, Sociedade de Eco-
Conforme Hely Meirelles, a forma de governo se refere à nomia Mista prestadora de serviços públicos e, ainda,
relação entre governantes e governados. as concessionárias, autorizatárias e permissionárias de
Monarquia  serviço público.
Hereditariedade: o poder é passado de pai para filho.
Hereditariedade: Esse critério não é o adotado pelo Brasil. Assim sendo, a
classificação feita acima não descreve a Administração Pública
Vitaliciedade:: o detentor do poder fica no cargo até a mor-
Vitaliciedade Brasileira, que, conforme veremos
veremos a seguir
s eguir,, adota o modelo for-
te. mal de classificação.
Ausência de prestação de contas.
Sentido Formal/Subjetiv
Formal/Subjetivoo
República
Em sentido formal ou subjetivo, a Administração Pública
Eletividade: o governante precisa ser eleito para chegar
Eletividade: compreende o conjunto de órgãos e pessoas jurídicas encar-
ao poder.
regadas, por determinação legal, do exe
exercício
rcício da função admi-
Temporalidade:: ao chegar ao poder, o governante ficará
Temporalidade nistrativaa do Estado.
nistrativ
no cargo por tempo determinado.
Pelo modelo formal, segundo Meirelles, a Administração Pú-
Dever de prestar contas. blica é o conjunto de entidades (pessoas jurídicas, seus órgãos e
O Brasil adota a república como forma de governo. agentes) que o nosso ordenamento jurídico identifica como Ad-
2. Administração Pública ministração Pública, pouco interessa a sua área de atuação, ou  
seja, pouco importa a atividade mas, sim, quem a desempenha.
   
Antes de fazermos qualquer conceituação doutrinária
 
A Administração Pública Brasileira que adota o modelo formal é
sobre Administração Pública, podemos entendê-la como a
 
classificada em Administração Direta e Indireta.
ferramenta utilizada pelo Estado para atingir os seus obje-

Organização da Administração
 
tivos. O Estado possui objetivos, e quem escolhe quais são 
eles é o seu governo, pois a esse é que cabe a função política
 
A Administração Pública foi definida pela Constituição Fe-  
(atividade eminentemente discricionária) do Estado e que deral no Art. 37.
determina as suas vontades, ou seja, o Governo é o cérebro
37..  A Administração Pública direta e indireta de
 Art. 37
do Estado. Para poder atingir esses objetivos, o Estado preci-
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis- N 
sa fazer algo, e o faz por meio de sua Administração Pública.  O 
trito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios  Ç 
Sendo assim, essa é a responsável pelo exercício das ativida-  Õ  
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida-

des públicas do Estado.
 S 
de e eficiência e, também, ao seguinte: D 

ESTADO
ADMINISTRAÇÃO O Decreto-Lei nº 200/67 determina quem é Administra- D 
OBJETIVO I  
PÚBLICA ção Pública Direta e Indireta.


I  
 Art. 4º. A Administração Federal compreende:

 O 

I.  A Admini
Administração
stração Direta, que se constitui dos


MEIO  serviços integrado
integradoss na estrutu
estrutura
ra admini
administrativa
strativa
M
I  
da Presidência da República e dos Ministérios.

I  

Classificação de
 S 
II.  A Administração Indireta, que compreende as


Administração
Administr ação Pública  seguintes categorias de entidades, dotadas
dotadas de per- T 
I  

 sonalidade jurídica própria:  O 

Sentido Material/
Material/Objetivo
Objetivo a)  Autarquias;
Em sentido material ou objetivo, a Administração Pública  b) Empresas Públicas;
compreende o exercício
exercício de atividades pelas quais se manifesta a c)  Sociedades de Economia Mista. 337
função administrativa do Estado. d) Fundações públicas.
Dessa forma, temos somente quatro pessoas que repre- Descentralização Administrativa:
Administrativa : técnica administrativa em
338 sentam a Administração Direta e nenhuma outra. São consi- que a Administração direta passa a atividade administrativa,
deradas pessoas jurídicas de direito público e possuem várias serviço ou obra pública para outras pessoas jurídicas ou físicas
características.
característic as. As pessoas da Administr
Administração
ação Direta recebem o (para pessoa física somente por delegação por colaboração). A
   O descentralização pode ser feita por outorga legal (titularidade
   V
   I
nome de pessoas políticas do estado. + execução) ou diante delegação por colaboração (somente
   T
   A
   R
A Administração Indireta também representa um rol taxati- execução). A outorga legal cria as pessoas da Administração
   T vo e não cabe ampliação. Existem quatro pessoas da Adminis- Indireta (FASE). A Delegação por colaboração gera os conces-
   S
   I
   N
   I tração Indireta e nenhuma outra; elas possuem características sionários, permissionários e Autorizatários de serviços públicos:
   M
   D marcantes. Contudo, não possuem a mais importante e que di- Descentralização
Descentralizaç ão por Outorga Legal (também cha-
   A
   O ferencia das pessoas políticas do Estado, ou seja, a capacidade mada de descentr
descentralização
alização técnica, por serviços, ou
   T
   I funcional): é feita por lei e transfere a titularidade
   E de legislar (capacidade política).
   R
   I e a execução da atividade administrativa por prazo
   D
   E Administração Direta indeterminado para uma pessoa jurídica integrante
   D da administração indireta.
   S
   E
    Õ
A Administração Direta é representada pelas entidades   Descentralização por Delegação (tam-
   Ç
   O
políticas. São elas: União, Estados, DF e os Municípios. bém chamada de descentral
descentralização
ização por colaboração
colaboração):):
   N A definição no Brasil foi feita pelo Decreto-Lei nº 200/67, é feita em regra por um contrato administrativo e,
que dispõe sobre a organização da Administração Federal e nesses casos, depende de licitação; também pode
estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa. acontecer descentralização por delegação por meio
   de um ato administrativo. Transfere somente a exe-
  
   É importante observar que esse decreto dispõe somente
cução da atividade administrativa, e não a sua titu-
sobre a Administração Pública Federal, todavia, pela aplicação
     laridade, por prazo determinado para um particular,
   do princípio da simetria, tal regra é aplicada uniformemente por
pessoa física ou jurídica.
     todo o território nacional. Assim sendo, tal classificação utilizada
  
   nesse decreto define expressamente a Administração Pública
  
   Federal e também, implicitamente, a Administração Pública dos
ADMINISTRAÇÃO
DIRETA
     demais entes da federação.
Os Entes Políticos possuem autonomia política (capacida-
de de legislar), administrativa
administrativa (capacidade de auto-organiza
auto-organizar- r-
se) e capacidade financeira (capacidade de julgar as próprias OUTORGA LEGAL DELEGAÇÃO
contas). Não podemos falar aqui em hierarquia entre os entes,
mas sim em cooperação, pois um não dá ordens aos outros, PARTICULARES QUE
ENTES DA ADMINISTRA-
visto que eles são autônomos. ÇÃO INDIRETA
VÃO EXECUTAR O SER-
VIÇO PÚBLICO POR SUA
Características CONTA E RISCO
São pessoas jurídicas de direito público interno – tem au-
tonomia.
▷ Unidas formam a República Federativa do Brasil: • AUTARQUIAS • CONCESSÕES
pessoa jurídica de direito público externo –tem so- • FUNDAÇÕES PÚBLICAS • PERMISSÕES
berania (independência na ordem externa e supre- • EMPRESAS PÚBLICAS • AUTORIZAÇÕES
macia na interna). • SOCIEDADES DE ECO-
NOMIA MISTA
▷ Regime jurídico de direito público.
▷ Autonomia Política: Administrativa e Financeira. Outorga Legal
▷ Sem subordinação: atuam por cooperação. ▷ Feita por lei;
▷ Competências: hauridas da CF. ▷ Transfere a titularidade e a execução do serviço pú-
▷ Responsabilidade civil - regra - objetiva. blico;
▷ Bens: públicos, não pode ser objeto de sequestro, ▷ Não tem prazo.
arresto, penhora etc. Delegação
▷ Débitos judiciais: são pagos por precatórios. ▷ Feita por contrato, exceto as autorizações;
▷ Regime de pessoal: regime jurídico único. ▷ Os contratos dependem de licitação;
▷ Competência para julgamento de ações judiciais. ▷ Transfere somente a execução do serviço público e
União = Justiça Federal. não a titularidade;
Demais Entes Políticos = Justiça Estadual. ▷ Há fiscalização do Poder Público. Tal
Tal fiscalização de-
corre do exercício do poder disciplinar;
Noção de Centralização, ▷ Tem prazo.
Descentralização e Desconcentração Desconcentração Administrativa : técnica de subdi-
Centralização Administrativa:
Administrativa : órgãos e agentes traba- visão de órgãos públicos para que melhor desempe-
lhando para a Administr
Administração
ação Direta. nhem o serviço público ou atividade administrativa.
Em outras palavras, na desconcentração, a Pessoa federal, temos como exemplo a nomeação dos dirigentes das
Jurídica distribui competências no âmbito de sua agências reguladoras. Tais nomeações são feitas pelo Presi-
própria estrutura. É a distribuição de competências dente da República e, para terem efeito, dependem de apro-
entre os diversos órgãos integrantes da estrutura de vação do Senado Federal.
uma pessoa jurídica da Administração Pública. So- Via de regra, lembraremos que a nomeação do dirigente
mente ocorre na Administração Direta ou Indireta, de uma entidade administrativa é feita pelo chefe do Poder
 jamais para particulares, uma vez que não existem Executivo, sendo que, em alguns casos, é necessária a prévia
órgãos públicos entre particulares. aprovação de outro poder. Excepcionalmente, o Judiciário e o
Legislativo poderão nomear dirigentes para essas entidades,
Administração Indireta desde que vinculadas ao respectivo poder.
Criação dos Entes da Administração Indireta
Pessoas / Entes / Entidades Administrativas
A instituição das entidades administrativas
administrativas depende sem-
▷ Fundações Públicas;
pre de uma lei ordinária específica. Essa lei pode criar a en-
▷ Autarquias; tidade administrativa. Nesse caso, nasce uma pessoa jurídica
▷ Sociedades de Economia Mista; de direito público, as autarquias. A lei também pode autorizar
▷ Empresas Públicas. a criação das entidades administrativas. Nessa circunstância,
Características nascem as demais entidades da administração indireta: fun-
▷ Tem personalidade jurídica própria; dações públicas, empresas públicas e sociedades de economia
mista. Pelo fato dessas entidades serem autorizadas por lei,
▷ Tem patrimônio e receita próprios; elas são pessoas jurídicas de Direito Privado.
Privado.
▷ Tem autonomia: A lei que cria ou que autoriza a criação de uma entidade ad-
  Administrativa; ministrativaa é uma lei ordinária específica.
ministrativ
  Técnica; Quando a lei autoriza a criação de uma entidade da Adminis-
Financeira. tração Indireta, a sua construção será consumada após o registro
Obs.: na serventia registral pertinente (cartório ou junta comercial, con-
Não tem autonomia política;. forme o caso).
Finalidade definida em lei; DESCENTRALIZAÇÃO POR
Controle do Estado. OUTORGA LEGAL (LEI)
Não há subordinação nem hierarquia entre os entes da ad-
ministração direta e indireta, mas sim, vinculação que se ma- LEI AUTORIZA
LEI CRIA
nifesta por meio da supervisão ministerial
ministerial realizada
 realizada pelo mi- A CRIAÇÃO  
nistério ou secretaria da pessoa política responsável pela área    
de atuação da entidade administrativa. Tal supervisão tem por  
finalidade o exercício do denominado controle finalístico ou PESSOA JURÍDICA DE PESSOA JURÍDICA DE
 
poder de tutela.
tutela . DIREITO PÚBLICO DIREITO PRIVADO 
 
Em alguns casos, a entidade administrativa
administrativa pode estar di- 
 
retamente vinculada à chefia do poder executivo e, nesse con-  
texto, caberá a essa chefia o exercício do controle finalístico de FUNDAÇÃO PÚBLICA
AUTARQUIA EMPRESA PÚBLICA
tal entidade. SOC. DE ECON. MISTA
São frutos da descentr
descentralização
alização por outorga legal.

▷  O 
Nomeação de Dirigentes. Extinção dos entes da administração indireta:
indireta:
 Ç 

 Õ  

Os dirigentes das entidades administrativas
administrativas são nomeados Só lei revoga lei.
 S 
▷ D 
pelo chefe do poder a que está vinculada a respectiva enti- Se a lei cria, a lei extingue.

▷ D 
dade, ou seja, as entidades administrativas ligadas ao poder ▷ Se a lei autoriza a criação, autoriza também a ex-
I  

tinção.

executivo federal têm seus dirigentes nomeados pelo chefe de I  

 O 
tal poder, que, nesse caso, é o(a) Presidente(a) da República. Relação da Administraçã
Administraçãoo


É válido lembrar que, em todos os poderes, existe a função ad- M

ministrativa no executivo, de forma típica, e nos demais poderes, Pública Direta com a Indireta I  

I  
de forma atípica. Além disso, a função administrativa de todos os As entidades compreendidas na Administração Indireta
 S 


poderes é exercida pela sua Administração Pública (Administra- vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência estiver A 

ção Direta e Indireta), assim sendo, existe Administração Pública enquadrada sua principal atividade. Dessa forma, não há que
I  

 O 
Direta e Indireta nos três poderes e, caso uma entidade adminis- se falar em hierarqu
hierarquia
ia ou subordinação, mas, sim vinculação.
trativa seja vinculada ao Poder Legislativo ou Judiciário, caberá ao A vinculação entre a Administração Direta e a Administração
chefe do respectivo poder a nomeação de tal dirigente. Indireta gera o chamado controle finalístico ou supervisão minis-
Excepcionalmente, a nomeação de um dirigente pode terial. Assim, a Administração Direta não pode intervir nas deci- 339
depender ainda de aprovação do Poder Legislativo. Na esfera sões da Indireta, salvo se ocorrer a chamada fuga de finalidade.
Se a autarquia além das regras do regime jurídico comum
340 ainda é alcançada por alguma regra especial, peculiar às suas
SUBORDINAÇÃO E atividades, será considerada uma autarquia em regime especial.
HIERARQUIA
• Agências Reguladoras
   O São responsáveis por regular, normatizar e fiscalizar deter-
   V
   I VÍNCULO
   T minados serviços públicos que foram delegados ao particular
particular..
   A ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO
   R
   T
   S
DIRETA INDIRETA Em razão dessa característica, elas têm mais liberdade e maior
   I
   N
   I
autonomia, se comparadas com as Autarquias comuns.
   M
   D
Ex.:  ANCINE, ANA, ANAC, ANTAQ,
ANTAQ, ANATEL, ANEEL, ANP, ANP,
   A  ANTT.
   O
   T
   I
   E
CONTROLE SUPERVISÃO • Autarquia Territorial
   R
   I FINALÍSTICO MINISTERIAL É classificado como Autarquia Territorial, o espaço que faça
   D
   E parte do território da União, mas que não se enquadre na defi-
   D
   S
   E
Autarquias nição de Estado membro, DF ou município. No Brasil atual, não
    Õ Autarquia é a pessoa jurídica de direito público,
público, criada por existem exemplos
exemplos de Autarquias Territoriais,
Territoriais, mas elas podem vir
   Ç
   O
lei, com capacidade de autoadministração, para o desempe- a ser criadas. Nesse caso, esses Territórios fazem parte da Ad-
   N
ministração Direta e são Autarquias Territoriais, pois são criados
nho de serviço público descentralizado (atividade típica do
por lei e assumem personalidade jurídica de direito público.
Estado). É o próprio serviço público personificado.
   • Associações Públicas (Autarquias Interfederativas ou
  
   Vejamos
Vejamos a seguir as suas características: Multifederativas)
     Personalidade Jurídica: Direito Público. Também chamada de consórcio público de Direito Público.
   Recebem todas as prerrogativ
prerrogativas
as do Direito Público. O consórcio público é a pessoa jurídica formada exclusi-
     ▷

  
   Finalidade: atividade típica do Estado. vamente por entes da Federação, na forma da Lei nº 11.107,
  
   de 2005, para estabelecer relações de cooperação federativa,
Regime Jurídico: público. inclusive a realização de objetivos de interesse comum, consti-
     Responsabilidadee Civil: objetiva.
Responsabilidad tuída como associação pública, com personalidade jurídica de
Bens:  públicos (não podem ser objeto de penhora, arresto, direito público e natureza autárquica, ou como pessoa jurídica
sequestro). de direito privado, sem fins econômicos.
▷ Ao serem constituídas, recebem patrimônio do Ente Sendo assim, não é todo consórcio público que representa
representa
Instituidor e, a partir desse momento, seguem com uma Autarquia Interfederativa, mas somente os públicos de
sua autonomia. Direito Público.
• Autarquia Fundacional ou Fundação Autárquica
Débitos Judiciais: pagamento por precatórios.
As Fundações Públicas de Direito Público (exceção) são
Regime de Pessoal:  regime jurídico único.
consideradas, na verdade, uma espécie de autarquia.
Competência para o julgamento de suas ações judiciais: • Agências Executivas
▷ Autarquia Federal = Justiça Federal. As agências executivas não se configuram como pessoas
▷ Outras Esferas = Justiça Estadual.  jurídicas, menos ainda outra
outra classificação qualquer.
qualquer. Represen-
Ex.: INSS, Banco Central do Brasil. tam, na prática, um título que é dado às autarquias e funda-
ções públicas que assinam contrato de gestão com a Adminis-
Espécies de Autarquias tração Pública. Art. 37, §8º.
• Comum ou Ordinária (de Acordo com Decreto--Le
Decreto--Leii Conselhos fiscalizadores de profissões são considerados
nº 200/67) autarquias. Contudo, comportam uma exceção muito impor-
São as autarquias que recebem as características princi- tante:
pais, ou seja, criadas diretamente por lei, pessoas jurídicas de ADI 3.026-DF Min. Eros Graus. 08/06/2006. OAB: Con-
direito público e que desempenham um serviço público espe- siderada entidade  sui generis , um serviço independente não
cializado; seu ato constitutivo é a própria lei. sujeita ao controle finalístico da Administração Direta.
Sob Regime Especial Fundação Pública
As autarquias em regime especial são submetidas a um A Fundação Pública é a entidade dotada de personalidade ju-
regime jurídico peculiar, diferente do jurídico relativo às au- rídica de Direito Privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de
tarquias comuns. autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que
Por autarquia comum deve-se entender as ordinárias, aquelas não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público,
que se submetem a regime jurídico comum das autarquias. Na com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos
esfera federal, o regime jurídico comum das autarquias é o Decre- respectivos órgãos de direção e funcionamento custeado por re-
to-Lei nº 200/67. cursos da União e de outras fontes.
Regra  subsidiárias que explorem atividade econômica de
▷ Autorizada por lei;  produção ou comercialização de bens ou de prestação
▷ Pessoa jurídica de Direito Privado; de serviços, dispondo sobre:
▷ Depende de registro dos atos constitutivos na junta I.  Sua função social e formas de fiscalização pelo
comercial; Estado e pela sociedade;
▷ Depende de lei complementar que especifique o II. A sujeição ao regime jurídico próprio das empre-
campo de atuação.  sas privadas, inclusive
incl usive quanto aos direitos e obri-
 gações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
Exceção
III. Licitação e contratação de obras, serviços, com-
▷ Criada diretamente por lei;  pras e alienações, observados os princípios da Ad-
▷ Pessoa jurídica de direito público; ministração Pública;
▷ Possui um capital personalizado (diferença mera- IV. A constituição e o funcionamento dos conselhos
mente conceitual); de administração e fiscal, com a participação de
▷ Considerada pela doutrina como autarquia funda- acionistas minoritários;
cional.
V. Os mandatos, a avaliação de desempenho e a
As fundações públicas de Direito Público, são espécie de responsabilidade dos administradores.
autarquia, sendo chamadas pela doutrina como autarquias
§ 2º - As empresas públicas e as sociedades de econo-
fundacionais.
mia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não
Características extensivos às do setor privado.
Personalidade Jurídica:Direito Privado. § 3º - A lei regulamentará as relações da Empresa Pú-
inalidade:
F  Lei complementar definirá – Sem fins blica com o Estado e a sociedade.
lucrativos. § 4º - A lei reprimirá o abuso do poder econômico que
egime
R Jurídico:  Híbrido (regras de Direito Público vise à dominação dos mercados, à eliminação da concor-
+ Direito Privado) incontroverso. rência e ao aumento arbitrário dos lucros.
esponsabilidade
R Civil:  se for prestadora de ser- § 5º - A lei, sem prejuízo da responsabilidade indivi-
viço público é objetiva, caso contrário é subjetiva. dual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a
ens
B Privados, com exceção:  bens diretamente responsabilidade desta, sujeitando-a as punições com-
ligados à prestação de serviço público são bens pú-  patíveis com sua natureza, nos atos praticados contra
blicos. a ordem econômica e financeira e contra a economia
ébitos
D Judiciais: são pagos por meio do seu patri-  popular.  
mônio, com exceção dos bens diretamente ligados à Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista Presta-    
prestação de serviços públicos, que são bens públicos doras de Serviço Público  
e não se submetem a pagamento de débitos judiciais. Essas entidades são criadas para a exploração da atividade
 
egime
R de Pessoal: Regime Jurídico Único. econômica em sentido amplo, o que inclui o exercício delas em

ompetência
C para o julgamento de suas ações
 
sentido estrito e também a prestação de serviços públicos que 
 judiciais: podem ser explorados com o intuito de lucro.
 
Justiça Federal.
 
Segundo o Art. 175 da Constituição Federal:
Federal:
Outras esferas = Justiça Estadual. Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, di-
Ex.: IBGE, Biblioteca Nacional, FUNAI. retamente ou sob regime de concessão ou permissão,

 O 
Empresas Públicas e Sociedades  sempre atrav
atravésés de licitação, a prestação de serviços
 Ç 
 Õ  
 públicos.

de Economia Mista
 S 

Parágrafo único. A lei disporá sobre:




São pessoas jurídicas de Direito Privado, criadas pela
I. O regime das empresas concessionárias e permis-

Administração Direta por meio de autorização da lei, com o
I  

 sionárias de serviços públicos, o caráter especial de

respectivo registro, para a prestação de serviços públicos ou
I  

 seu contrato e de sua prorrogação, bem como as
 O 
a exploração da atividade econômica. A 
Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista Explo- condições de caducidade, fiscalização e rescisão da

M
radoras da Atividade Econômica concessão ou permissão; I  

I  
Segundo o Art. 173 da Constituição Federal:
Federal: II. Os direitos dos usuários;
 S 


Art. 173.  Ressalvados os casos previstos nesta Consti- III. Política tarifária;


tuição, a exploração direta de atividade econômica pelo IV. A obrigação de manter serviço adequado.
I  

 O 
Estado só será permitida quando necessária aos impe-
rativos da segurança nacional ou a relevante interesse Não se inclui nessa categoria os serviços públicos relativos aos
coletivo, conforme definidos em lei. direitos sociais, pois esses não podem ser prestados com o intuito
§ 1º  - A lei estabelecerá o estatuto jurídico da Empre- de lucro pelo Estado e, também, não são de titularidade exclusiva 341
 sa Pública, da sociedade de economia mista e de suas do Estado, podendo ser livremente explorados por particulares.
Características Comuns das Empresas Pú- Administração Indireta:
342 blicas e Sociedades de Economia Mista ▷ Autorizada por lei;
Personalidade Jurídica: Direito
Jurídica: Direito Privado. ▷ Pessoa jurídica de Direito Privado;
Finalidade: prestação
Finalidade:  prestação de serviço público ou a exploração ▷ Capital 50% + 1 ação no controle da Administração
   O
   V da atividade econômica. Pública;
   I
   T
   A Regime Jurídico Híbrido: se for prestadora de serviço pú- ▷ onstituição obrigatória por sociedade anônima
   R (S.A.);
   T
   S blico, o regime jurídico é mais público; se for exploradora da
   I Competência
Competênc ia da Justiça Estadual.
   N
   I atividade econômica, o regime jurídico é mais privado. ▷

   M
   D Responsabilidade Civil: se for prestadora de serviço público, Empresa Pública
   A a responsabilidade civil é objetiva, se for exploradora da atividade
   O Entidade dotada de personalidade jurídica de Direito Pri-
   T
   I econômica, a civil é subjetiva. vado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, au-
   E
   R
   I Bens Privados, com exceção: 
exceção:   bens diretamente ligados à torizado por lei para a explor
exploração
ação de atividade econômica que
   D
   E públicos.Débitos Judiciais:
prestação de serviço público são bens públicos.Débitos o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou
   D são pagos por meio do seu patrimônio, com exceção dos bens di-
   S
de conveniência administrativa, podendo revestir-se de qual-
   E
    Õ
retamente ligados à prestação de serviços públicos, que são bens quer das formas admitidas em direito.
   Ç
   O públicos e não se submetem a pagamento de débitos judiciais. ▷ Autorizado por lei;
   N
Regime de Pessoal: CLT
Pessoal: CLT – Emprego Público. ▷ Pessoa jurídica de Direito Privado;
Exemplo de Empresa Pública: Caixa Econômica Federal, ▷ 100% na constituição de capital público;
   Correios. ▷ Constituído de qualquer forma admitido em direito;
  
    sil eExemplo de Sociedade de Economia Mista: Banco do Bra- ▷ Competência
Competên cia da Justiça Federal.
     Petrobras. Esse quadro foi desenvolvido para memorização das ca-
   Sociedade de Economia Mista racterísticas mais importantes das pessoas da Administração
     Pública indireta.
  
   A Sociedade de Economia Mista é uma entidade dota-
  
   da de personalidade jurídica de Direito Privado, autoriza- Tabela Comparativa
Comparativa das Características dos
     da por lei para a exploração de atividade econômica, sob Entes da Administração Pública
a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a EAE: Exploração da atividade econômica.
voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da
PSP: Prestação de serviço público.
ENTIDADES SOCIEDADE DE
CARACTERÍSTICA AUTARQUIA FUNDAÇÃO PÚ
PÚBLICA EMPRESA PÚ
PÚBLICA
POLÍTICAS ECONOMIA MISTA

PERSONALIDADE
Direito Público Direito Público Direito Privado Direito Privado Direito Privado
JURÍDICA

Exploração da ativi-
Exploração da atividade
Competências Atividade dade econômica OU
FINALIDADE Lei Complementar definirá econômica OU prestação
constitucionais típica do Estado prestação de serviço
de serviço público
público

Híbrido: se PSP + público. Híbrido: se EAE + privado; Híbrido: se EAE +


REGIME JURÍDICO Direito Público Direito Público Caso desenvolva outra se privado; se PSP +
atividade, mais privado. PSP + público público
RESPONSABILIDADE Objetiva: ação Objetiva: ação PSP = Objetiva, nos demais PSP = Objetiva, EAE = PSP = Objetiva, EAE
CIVIL Subjetiva: omissão Subjetiva: omissão casos, subjetiva Subjetiva = Subjetiva

Privados, exceção:
Privados, exceção: bens Privados, exceção: bens
bens diretamente
diretamente ligados à diretamente ligados à
BENS Públicos Públicos ligados à prestação
prestação de serviços públi- prestação de serviços pú-
de serviços públicos
cos são bens públicos. blicos são bens públicos.
são bens públicos.

DÉBITOS JUDICIAIS Precatórios Precatórios Patrimônio Patrimônio Patrimônio

Regime Jurídico
REGIME DE PESSOAL Regime Jurídico Único Regime Jurídico Único CLT CLT
Único

COMPETÊNCIA PARA União: Justiça Fed- Federal: Justiça Federal; Federal: Justiça Federal; Federal: Justiça Federal; Todas: Justiça
Todas:
eral; Demais: Justiça
JULGAMENTO Demais: Justiça Estadual. Demais: justiça Estadual. Demais: justiça Estadual. Estadual.
Estadual.
3. Órgão Público Características
Neste capítulo, aprenderemos
aprenderemos a respeito dos órgãos públi- Não possui personalidade jurídica
cos, sua finalidade, seu papel na estrutura da Administração Muitas pessoas se assustam com essa regra devido ao fato
Pública, bem como as diversas teorias e classificações relativas de o órgão público ter CNPJ, realizar licitações e também por
ao tema. Começaremos a partir das teorias que buscam expli- celebrar contratos públicos. Todavia, essas situações não de-
car o que é o órgão público. vem ser levadas em consideração nesse momento.
Teorias O CNPJ não é suficiente para conferir personalidade jurídi-
ca para o órgão público, a sua instituição está ligada ao direito
São três as teorias criadas para caracterizar e conceituar a tributário, e realmente o órgão faz licitação, celebra contratos,
ideia de órgão público: a Teoria do Mandato, Teoria da Repre- mas ele não possui direitos, não é responsável pela conduta
sentação e Teoria Geral do Órgão. dos seus agentes e tudo isso por que ele não possui personali-
Teoria do Mandato dade jurídica, órgão público não é pessoa.
Essa teoria preceitua que o agente, pessoa física, fun- Integram a estrutura da pessoa ju-
cionaria como o mandatário da pessoa jurídica, agindo sob rídica que pertencem
seu nome e com a responsabilidade dela, em razão de ou- O órgão público é simplesmente o integrante da estrutura
torga específica de poderes (não adotado). corporal (orgânica)
(orgânica) da pessoa jurídica a que está ligado. O ór-
Teoria da Representação gão público é para a pessoa jurídica a que está ligado, o que o
coração, os rins, o fígado, o estômago e o pulmão, dentre tan-
O agente funcionaria como um tutor ou curador do Esta- tos outros órgãos do corpo humano são para nós, essenciais.
do, que representaria nos atos que necessita participar (não ▷ Não possui capacidade processual, salvo os órgãos
adotado). independentes e autônomos que podem impetrar
Teoria Geral do Órgão Mandado de Segurança em defesa de suas prerro-
gativas constitucionais, quando violadas por outro
Tem-se presunção de que a pessoa jurídica exteriora sua
órgão.
vontade por meio dos órgãos, os quais são parte integrante
integrante da
própria estrutura da pessoa jurídica, de tal modo que, quando ▷ Não possui patrimônio próprio.
os agentes que atuam nesses órgãos manifestam sua vontade, ▷ São hierarquiza
hierarquizados.
dos.
considera-se que essa foi manifestada pelo próprio Estado. Fa- ▷ São frutos da desconcentr
desconcentração.
ação.
lamos em imputação da atuação do agente, pessoa natural, à ▷ Estão presentes na Administração Direta e Indireta.
pessoa jurídica (adotado pela CF/8
CF/88).
8). ▷ Criação e extinção: por meio de Lei.  
Alguns órgãos possuem uma pequena capacidade, que é ▷ Estruturação: pode ser feita por meio de decreto au-    
impetrar mandado de segurança para garantir prerrogativas tônomo, desde que não impliquem em aumento de  
próprias. Contudo, somente os órgãos independentes e au- despesas.  
tônomos têm essa capacidade.
Os agentes que trabalham nos órgãos estão em impu-


Segundo o doutrinador Hely Lopes Meirelles, os órgãos tação à pessoa jurídica que estão ligados.
 
não possuem personalidade jurídica, tampouco vontade pró-

 
pria, agem em nome da entidade a que pertencem, mantendo
mantendo
relações entre si e com terceiros, e não possuem patrimônio
Classificação  
próprio. Os órgãos manifestam a vontade da Pessoa Jurídica à Dentre as diversas classificações pertinentes ao tema,
qual pertencem; os agentes, quando atuam para o Estado, di- a partir de agora, abordaremos as classificações quanto à N 
posição estatal que leva em consideração a relação de su-
 O 
zemos que estão em imputação à pessoa jurídica a qual estão  Ç 
bordinação e hierarquia, a estrutura que se relaciona com a
 Õ  
efetivamente
efetivam ente ligados. Assim, falamos em imputação à pessoa E 
desconcentração e a composição ou atuação funcional que se
 S 
 jurídica. D 
relaciona com a quantidade de agentes que agem e manifes-

Constatamos que órgãos são meros centros de compe- D 

tência, e os agentes que trabalham nesses órgãos estão em tam vontade em nome do órgão. I  


imputação à pessoa jurídica a que estão ligados; suas ações Posição Estatal
I  

 O 
são imputadas ao ente federativo. Assim, quando um servi- A 
Quanto à posição estatal, os órgãos são classificados em

dor público federal atua, suas ações são imputadas (como se M

o próprio Estado estivesse agindo) à União, pois o agente é independentes,


independent es, autônomos, superiores e subalternos: I  

I  
ligado a um órgão que pertence a esse ente.
 S 
Órgãos Independentes T 

Ex.: Quando um Policial Federal está trabalhando, ele é um

▷ São considerados o mais alto escalão do Gove
Governo.
rno. T 
agente público que atua dentro de um órgão (Departamento
I  

de Polícia Federal) e suas ações, quando feitas, são conside-


▷ Não exercem subordinação.  O 

radas como se a União estivesse agindo. Por esse motivo, os ▷ Seus agentes são inseridos por eleição.
atos que gerem prejuízo a terceiros são imputados a União, ▷ Têm suas competências determinadas pelo texto
ou seja, é a União que paga o prejuízo e, depois, entra com constitucional. 343
ação regressiva contra o agente público. ▷ Possuem alguma capacidade processual.
Órgãos Autônomos Conceito
344 ▷ São classificados como órgãos diretivos. Considera-se agente público toda pessoa física que exerça,
▷ Possuem capacidade administrativa, financeira e ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, no-
técnica. meação, designação, contratação ou qualquer outra forma de in-
   O
   V
   I ▷ São exemplos os Ministérios e as Secretarias. vestidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função pública.
   T
   A Possuem alguma capacidade processual.
   R
   T
   S

Classificação
   I
   N
   I
Órgãos Superiores ▷ Agentes políticos.
   M
   D
▷ São órgãos de direção, controle e decisão. ▷ Agentes administrativos.
   A
   O ▷ Não possuem autonomia administrativa ou financeira. ▷ Particulares em colaboração com o poder público.
   T
   I Exemplos são as coordenadorias, gabinetes, etc.
   E
   R
   I

Agentes Políticos
   D
   E
Subalternos Estão nos mais altos escalões do Poder Público. São res-
   D ▷ Exercem atribuições de mera execução. ponsáveis pela elaboração das diretrizes governamentais e
   S
   E
    Õ ▷ Exercem
Exerc em reduzido poder decisório. pelas funções de direção, orientação e supervisão geral da
   Ç Administração
Administração Pública.
   O
   N
▷ São exemplos as seções de expediente ou de ma-
teriais. Características
▷ Sua competência é haurida da Constituição Federal.
Federal.
   Estrutura ▷ Não se sujeitam às regras comuns aplicáveis aos ser-
  
   A classificação quanto à estrutura leva em consideração, a vidores públicos em geral.
     partir do órgão analisado, se existe ou não um processo de des- ▷ Normalmente são investidos em seus cargos por
   concentração, se há ramificações que levam a órgãos subordina- meio de eleição, nomeação ou designação.
     Não são hierarquizados, subordinando-se tão so-
  
   dos ao órgão analisado. ▷

  
   Simples: são aqueles que representam um só centro de
mente à Constituição Federal.
Exceção: auxiliares imediatos dos chefes do Executivo são,
     competências, sem ramificações, independentemente do nú- hierarquizados,
hierarquizados, pois se subordinam ao líder desse poder.
mero de cargos. Ex.: Ministros de Estado; Secretários estaduais e municipais.
Composto: são
Composto:  são aqueles que reúnem em sua estrutura diver- Poder Federal Estadual Municipal
sos órgãos, ou seja, existem ramificações.
Presidente da Governadores; Prefeitos;
A Presidência da República é um órgão composto, pois dela Executivo República; Secretários Secretários
se origina outros órgãos de menor hierarquia, dentre esses o Ministros de Estados. Estaduais. Municipais.
Ministério da Justiça, por exemplo, que também é órgão com- Deputados Fed-
posto, pois, a partir dele, tem-se novas ramificações,
ramificações, tais como o erais; Deputados
Legislativo Vereadores
Estaduais.
Departamento Penitenciário Nacional, o Departamento de Polí- Senadores.
cia Federal, entre outros . Membros do Poder
Membros do
Judiciário Poder Judiciário Não há
A partir da Presidência da República, tem-se também um Judiciário Federal.
Estadual.
órgão chamado de gabinete, e esse é considerado simples, pois Membros do Membros do
a partir dele não há novos órgãos, ou seja, não nasce nenhuma Ministério Ministério Público Ministério Público Não há
ramificação a partir do gabinete da Presidência da República. Público Federal. Estadual.

Atuação Funcional/Composição Agentes Administrativos


Os órgãos públicos podem ser classificados em singulares São as pessoas que exercem atividade pública de natureza
ou colegiados: profissional, permanente e remunerada, estão sujeitos à hie-
rarquia funcional e ao regime jurídico estabelecido pelo ente
Órgãos Singulares ou Unipessoais:
Unipessoais: a sua atuação ou deci- ao qual pertencem. O vínculo entre esses agentes e o ente ao
sões são atribuições de um único agente. qual estão ligados é um vínculo de natureza permanente.
Ex.: Presidência da República.
Servidores Públicos (estrito):
(estrito): são os titulares de cargos
Órgão Colegiado ou Pluripessoal:
Pluripessoal: a atuação e as decisões públicos  (efetivos e comissionados), são vinculados ao seu
3
dos órgãos colegiados acontecem mediante obrigatória mani- cargo por meio de um estatuto estabelecido pelo ente con-
festação conjunta de seus membros. tratante.
Ex.: Congresso Nacional, Tribunais de Justiça. Empregados Públicos: são
Públicos: são os ocupantes de Emprego Pú-
4. Agentes Públicos blico ; são vinculados ao seu emprego por meio da CLT (Con-
4

solidação das Leis do Trabalho).


Neste capítulo estudaremos a respeito dos agentes públi- 3 Os cargos públicos estão presentes
presentes na Administração
Administração Direta da União,
União, dos Esta-
dos, do DF e dos Municípios, e também nas suas autarquias e fundações públicas.
cos, sua finalidade, seu papel na estrutura da administração 4 Os empregos públicos
públicos estão presentes nas empresas públicas
públicas e sociedades de
pública, bem como as diversas classificações relativas ao tema. economia mista.
Temporários: são contratados por tempo determinado para
Temporários: são trito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
atender necessidade temporária de exce
excepcional
pcional interesse público. de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida-
Exercem função pública temporária e remunerada, estão vincula- de e eficiência e, também, ao seguinte (Ver CF/88).
dos à administração pública por meio de um contrato de direito
público e não de natureza trabalhista. O meio utilizado pelo Esta-
Classificação
do para selecionar os temporários é o processo seletivo simplifica- Os princípios da Administração Pública são classificados
do e não o concurso público. como princípios explícitos (expressos) e implícitos.
Algumas doutrinas dividem a classificação dos servido- É importante apontar que não existe relação de subordi-
res públicos em sentido amplo e em estrito. Nesse último nação e de hierarquia entre os princípios expressos e os im-
caso, servidor público é o que consta acima, ou seja, so- plícitos; na verdade, essa relação não existe entre nenhum
mente os titulares de cargos públicos; já em sentido amplo, princípio.
adota-se a seguinte regra: servidor público é um gênero Isso quer dizer que, em um aparente conflito entre os prin-
que comporta três espécies: os servidores estatutários, os cípios, um não exclui o outro, pois deve o administrador pú-
empregados públicos e os servidores temporários. Então, blico observar ambos ao mesmo tempo, devendo nortear sua
caso se adote o conceito de servidor público em sentido decisão na obediência de todos os princípios fundamentais
amplo, este será sinônimo de agente administrativo. pertinentes ao caso em concreto.
Servidor Público (Amplo): Como exemplo, não pode o administrador público deixar
▷ Servidor Estatutário = servidor público (estrito)
(estrito) de observar o princípio da legalidade para buscar uma atuação
▷ Empregado Público = empregado público mais eficiente (de acordo com o Princípio da Eficiência), deven-
▷ Servidor Temporário = temporário do ele, na colisão entre os dois princípios, observar a lei e ainda
buscar a eficiência conforme os meios que lhes seja possível.
Particulares em Colaboraçã
Colaboraçãoo Os princípios explícitos ou expressos são aqueles que estão
com o Poder Público descritos no caput  do
 do Art. 37 da CF. São eles:
Agentes Honoríficos:
Honoríficos: são cidadãos que transitoriamente
são requisitados ou designados para prestar certos serviços pú- LEGALIDADE
blicos específicos em razão da sua honra, da sua conduta cívica
ou de sua notória capacidade profissional. Geralmente atuam IMPESSOALIDADE
sem remuneração. São os mesários, jurados, entre outros.
Agentes Delegados:
Delegados: são particulares que recebem a incum-
MORALIDADE
bência de exercer determinada atividade, obra ou serviço, por
sua conta e risco e em nome próprio, sob permanente fiscali-
PUBLICIDADE  
zação do poder contratante, ou seja, são aquelas pessoas que EFICIÊNCIA
   
 
recebem a incumbência de prestar certas atividades do Estado
por meio da descentralização por delegação. São elas: Os princípios implícitos são aqueles que não estão descri-  
tos no caput  do
 do Art. 37 da CF. São eles:

▷ Autorizatárias de serviços públicos;  
▷ Concessionáriass de serviços públicos;
Concessionária ▷ Supremacia do Interesse Público; 
 
▷ Permissionárias de serviços públicos. ▷ Indisponibilidade do Interesse Público;  
Agentes Credenciados:
Credenciados: são os particulares que recebem
recebem a ▷ Motivação;
incumbência de representar a administração em determinado ▷ Razoabilidade;
ato ou praticar certa atividade específica, mediante remunera- Proporcionalidade;

▷  O 
ção do Poder Público credenciante.
credenciante. Autotutela;
 Ç 

 Õ  

5. Princípios Fundamentais da Continuidade dos Serviços Públicos;


 S 
▷ D 
Segurança Jurídica, entre outros.

Administração Pública

A seguir, analisaremos as características dos princípios
I  


fundamentais da administração pública que mais aparecem
I  

Neste capítulo, o objetivo é conhecer o rol de princípios
 O 
nas provas de concurso público. A 
fundamentais que norteiam e orientam toda a atividade admi- D 

Princípio da Legalidade
M
nistrativaa do Estado, bem como toda a atuação da Administra-
nistrativ I  

ção Pública direta e indireta.
I  
O Princípio da Legalidade está previsto em dois luga-
 S 

Tais princípios são de observância obrigatória para toda a

res distintos na Constituição Federal. Em primeiro plano, A 

Administração Pública, quer da União, dos Estados, do Distri- no Art. 5º, II:  ning
 ninguém
uém será obri
obrigado
gado a fazer ou deixa
deixarr de
I  

to Federal, quer dos Municípios. São considerados expressos,
 O 
fazer alguma coisa senão em virtude de lei . O Princípio da
pois estão descritos expressamente no caput   do Art. 37 da Legalidade regula a vida dos particulares e, ao particular,
Constituição Federal de 1988. é facultado fazer tudo que a lei não proíbe; é o chamado
Art. 37.  A Administração Pública direta e indireta de princípio da Autonomia da Vontade. Essa regra não deve 345
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis- ser aplicada à administração pública.
Em segundo plano, o Art. 37, caput   do texto Constitucio-
346 nal, determina que a Administração Pública somente pode FINS PÚBLICOS
fazer aquilo que a lei determina ou autoriza. Assim, em caso
de omissão legislativa (falta de lei), a Administração Pública
   O
   V
   I está proibida de agir. IMPESSOALIDADE
   T
   A Nesse segundo caso, a lei deve ser entendida em senti-
   R
   T
   S
   I do amplo, o que significa que a administração pública deve PROIBIÇÃO DE PROMOÇÃO
   N
   I
   M
obedecer aos mandamentos constitucionais, às leis formais e PESSOAL § 1º, ART. 37
   D
   A materiais (leis complementares, leis delegadas, leis ordinárias,
   O
   T
   I
   E
Medidas Provisórias) e também às normas infra legais (decre- Princípio da Moralidade
   R
   I tos, resoluções, portarias, entre outros), e não somente a lei O Princípio da Moralidade é um complemento ao da legali-
   D
   E em sentido estrito. dade, pois nem tudo que é legal é moral. Dessa forma, o Esta-
   D
   S do impõe a sua administração a atuação segundo a lei e tam-
   E PRINCÍPIO PARA
    Õ TODOS OS
bém segundo a moral administrativa. Tal princípio traz para o
   Ç Art. 5º
   O PARTICULARES
agente público o dever de probidade. Esse dever é sinônimo
   N
de atuação com ética, decoro, honestidade e boa-fé.
O Princípio da Moralidade determina que o agente deva
LEGALIDADE
   sempre trabalhar com ética e em respeito aos princípios mo-
  
   PRINCÍPIO PARA TODA
rais da administração pública. O princípio está intimamente
Art. 37 ligado ao dever de probidade (honestidade) e sua não obser-
     caput ADMINISTRAÇÃO vação acarreta a aplicação do Art. 37, §4º da CF/88 e a Lei nº
   PÚBLICA
     8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa); (Ver CF/88).
  
   § 4º - Os atos de improbidade administrativa importa-
  
   Princípio da Impessoalidade rão a suspensão dos direitos políticos, a perda da fun-
     O Princípio da Impessoalidade determina que todas as
ção pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarci-
mento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
ações da administração pública devem ser revestidas de fi-  sem prejuízo da ação penal cabível. (Ver CF/88)
nalidade pública. Além disso, como segunda vertente, proí- O desrespeito ao Princípio da Moralidade afeta a própria
be a promoção pessoal do agente público, como determina legalidade do ato administrativo, ou seja, leva a anulação do
o Art. 37, § 1º da CF/88: ato, e ainda pode acarretar a responsabilização dos agentes
por improbidade administrativa.
 Art. 37, § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, O Princípio da Moralidade não se refere ao senso comum
 serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter de moral, que é formado por meio das instituições que pas-
caráter educativo, informativo ou de orientação social, sam pela vida da pessoa, tais como família, escola, igreja, entre
dela não podendo constar nomes, símbolos ou ima- outras. Para a administração pública, esse princípio refere-se
à moralidade administrativa, que está inserida no corpo das
 gens que caracterizem promoção pessoal de autorida-
normas de Direito Administrativo.
des ou servidores públicos (Ver CF/88).
O Princípio da Impessoalidade é tratado sob dois prismas, Princípio da Publicidade
a saber: Esse princípio deve ser entendido como aquele que deter-
mina que os atos da Administração sejam claros quanto à sua
▷ Como determinante da finalidade de toda atuação procedência. Por esse motivo, em regra, os atos devem ser pu-
administrativa (também chamado de princípio da blicados em diário oficial e, além disso, a Administração deve
finalidade, considerado constitucional implícito, in- tornar o fato acessível (público). Tornar público é, além de
serido no princípio expresso da impessoalidade). publicar em diário oficial, apresentar os atos na Internet, pois
esse meio hoje é o que deixa todas as informações acessíveis.
▷ Como vedação a que o agente público se promova à
O Princípio da Publicidade apresenta dupla acepção em
custa das realizações da administração pública (veda- face do sistema constitucional vigente:
ção à promoção pessoal do administrador público pe- ▷ Exigência de publicação em órgão oficial como re-
los serviços, obras e outras realizações efetuadas pela quisito de eficácia dos atos administrativos que de-
administração pública). vam produzir efeitos externos e dos atos que impli-
É pelo Princípio da Impessoalidade que dizemos que o quem ônus para o patrimônio público.
agente público age em imputação à pessoa jurídica a que Essa regra não é absoluta, pois, em defesa da intimidade
e também do Estado, alguns atos públicos não precisam ser
está ligado, ou seja, pelo princípio da impessoalidade as publicados:
ações do agente público são determinadas como se o pró-  Art. 5º  ,  X, CF. São invioláveis a intimidade, a vida pri-
prio Estado estivesse agindo. vada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral de- com a Emenda Constitucional nº 19/98), e apresenta dois as-
corrente de sua violação. pectos principais:
 Art. 5º, XXXIII, CF. Todos têm direito a receber dos ór- ▷ Relativamente à forma de atuação do agente públi-
 gãos públicos informações de seu interesse particular, ou co, espera-se o melhor desempenho possível de suas
de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no atribuições, a fim de obter os melhores resultados.
 prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas ▷ Quanto ao modo de organizar, estruturar e discipli-
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da nar a Administração Pública, exigiu-se que esse seja
 sociedade e do Estado. o mais racional possível, no intuito de alcançar me-
Sendo assim, o ato que tiver em seu conteúdo uma infor- lhores resultados na prestação dos serviços públicos.
mação sigilosa ou relativa à intimidade da pessoa tem que res- Art. 37 , § 8º -  A autonomia gerencial, orçamentária
guardar o devido sigilo. e financeira dos órgãos e entidades da administração
▷ Exigência de transparência da atuação administra- direta e indireta poderá ser ampliada mediante contra-
tiva: to, a ser firmado entre seus administradores e o poder
 Art. 5º, XXXIII, CF. Todos têm direito a receber dos órgãos
 público, que tenha por objeto a fixação de metas de
 públicos informações de seu interesse particular, ou de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei
dispor sobre (Ver CF/88).
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo
da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas O Princípio da Eficiência orienta a atuação da adminis-
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e tração pública de forma que essa busque o melhor custo
do Estado; (Ver CF/88). benefício no exercício de suas atividades, ou seja, os ser-
viços públicos devem ser prestados com adequação às ne-
O Princípio da Publicidade orientou o poder legislativo cessidades da sociedade que o custeia.
nacional a editar a Lei nº 12.527/2011, que regulamenta o dis-
positivo do Art. 5º, XXXIII, da CF. Dispõe sobre o acesso à infor- A atuação da Administração Pública tem que ser eficiente,
mação pública, sobre a informação sigilosa, sua classificação, o que acarreta ao agente público o dever de agir com presteza,
bem como a informação pessoal, entre outras providências. esforço, rapidez e rendimento funcional. O seu descumprimen-
to poderá acarretar a perda do seu cargo por baixa produti-
Tal dispositivo merece ser lido, pois essa lei transpassa toda a vidade apurada em procedimento da avaliação periódica de
essência do Princípio da Publicidade. desempenho, tanto antes da aquisição da estabilidade, como
Podemos inclusive afirmar que esse princípio foi materiali- também após.
zado em lei após a edição da Lei nº 12.527/2011. Veja a seguir a
redação do Art. 3º dessa Lei: Princípio da Supremacia do
Art. 3º.  Os procedimentos previstos nesta Lei desti- Interesse Público sobre o Privado
nam-se a assegurar o direito fundamental de acesso à
Esse princípio é também considerado o norteador do  
informação e devem ser executados em conformidade
Direito Administrativo. Ele determina que o Estado, quando    
com os princípios básicos da administração pública e
trabalhando com o interesse público, se sobrepõe ao parti-  
com as seguintes diretrizes: cular. Devemos lembrar que esse princípio deve ser utilizado  
I. Observância da publicidade como preceito geral pelo administrador público de forma razoável e proporcional 
e do sigilo como exceção; para que o ato não se transforme em arbitrário e, consequen-  
II. Divulgação de informações de interesse público, temente, ilegal.

 
independentemente de solicitações; É o fundamento das prerrogativas do Estado, ou seja,  
III. Utilização de meios de comunicação viabiliza- da relação jurídica desigual ou vertical entre o Estado e o
dos pela tecnologia da informação; particular. A exemplo, temos o poder de império do Estado
IV. Fomento ao desenvolvimento da cultura de (também chamado de poder extroverso), que se manifesta

 O 
transparência na administração pública; por meio da imposição da lei ao administrado, admitindo
 Ç 
 Õ  
até o uso da força coercitiva para o cumprimento da norma.

V. Desenvolvimento do controle social da adminis-
 S 

tração pública. Assim sendo, a administração pública pode criar obrigações, D 



restringir ou condicionar os direitos dos administrados. D 
I  
Limitações:


PUBLICAR
I  
Respeito aos demais princípios;


 O 

Não está presente diretamente nos atos de gestão 5.



▷ D 
M

PUBLICIDADE
Exemplos de Incidência: I  

Intervenção na propriedade privada;
I  
 S 

Exercício do poder de polícia, limitando ou condicionan-

TRANSPAR- A 
TORNAR ÊNCIA do o exercício de direito em prol do interesse público;

I  
PÚBLICO

DO ATO Presunção de legitimidade dos atos administrativos.
 O 

5 Atos de gestão são praticados pela administração na qualidade de gestora de


Princípio da Eficiência seus bens e serviços, sem exercício de supremacia sobre os particulares, assem-
elhando-se aos atos praticados pelas pessoas privadas. São exemplos de atos de 347
O Princípio da Eficiência foi o último a ser inserido no bojo gestão a alienação ou a aquisição de bens pela administração pública, o aluguel a um
do texto constitucional (o Princípio da Eficiência foi incluído particular de um imóvel de propriedade de uma autarquia, entre outros.
Princípio da Indisponibilidade Veja que o administrador não pode fazer menos ou mais
348 do que a lei determina, isso em obediência ao Princípio da
do Interesse Público Legalidade, senão cometerá abuso de poder.
Conforme dito anteriormente, o princípio da indisponibi-
   O lidade do interesse público juntamente com o da supremacia Princípio da Autotutela
   V
   I
   T do interesse público, formam os pilares do regime jurídico ad- O Princípio da Autotutela propicia o controle da Adminis-
   A
   R ministrativo. tração Pública sob seus próprios atos em dois pontos especí-
   T
   S
   I Esse princípio é o fundamento das restrições do Estado.
   N
   I
ficos:
   M Assim sendo, apesar de o Princípio da Supremacia do Interes-
   D De legalidade:  em que a Administração pode controlar
   A se Público prever prerrogativas especiais para a Administração
   O Pública em determinadas relações jurídicas com o administra- seus próprios atos quando eivados de vício de ilegalidade,
   T
   I
   E do, tais poderes são ferramentas que a ordem jurídica confere sendo provocado ou de ofício.
   R
   I
   D ao agentes públicos para alcançar os objetivos do Estado. E De mérito:  a Administração Pública pode revogar seus
   E atos por conveniência e oportunidade.
   D o uso desses poderes, então, deve ser balizado pelo interesse
   S público, o que impõe restrições legais a sua atuação, garantin-  Súmula 473 do STF . A Administração pode anular seus
   E
    Õ
   Ç do que a utilização do poder tenha por finalidade o interesse  próprios atos, quando eivados de vícios que os tor-
   O
   N público e não o do administrador. nam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou
Sendo assim, é vedada a renúncia do exercício de compe- revogá-los, por motivo de conveniência ou oportuni-
tência pelo agente público, pois a atuação desse não é baliza- dade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalva-
   da, em todos os casos, a apreciação judicial.
  
  
da por sua vontade pessoal, mas, sim, pelo interesse público,
também chamado de interesse da lei. Os poderes conferidos O Princípio da Autotutela não exclui a possibilidade de
    
   aos agentes públicos têm a finalidade de auxiliá-los a atingir controle jurisdicional do ato administrativo previsto no Art.
     tal interesse. Com base nessa regra, concluímos que esses 5º, XXXV, da CF: a lei não excluirá da apreciação do Poder
  
   agentes não podem dispor do interesse público, por não ser o
  
   seu proprietário, e sim o povo. Ao agente público cabe a ges-
 Judiciário lesão ou ameaça a direito.

     tão da Administração Pública em prol da coletividade. Poder


Judiciário
Princípios da Razoabilidade Ex-tunc (critério de
ANULAÇÃO
e Proporcionalidade Ato Ilegal Retroativos legalidade)
Os Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade
não se encontram expressos no texto constitucional. Esses são Própria
classificados como princípios gerais do Direito e são aplicáveis Administração
a vários ramos da ciência jurídica. São chamados de princípios
da proibição de excesso do agente público. Poder Judiciário não revoga
Poder
A razoabilidade diz que toda atuação da Administração ato de outro poder 
Judiciário
tem que seguir a teoria do homem médio, ou seja, as decisões
devem ser tomadas segundo o critério da maioria das pessoas REVOGAÇÃO Ex-nunc (critério
“racionais”, sem exageros ou deturpações. Ato Legal Prospectivos de mérito)
Razoabilidade: adequação entre meios e fins. O Princí-
pio da Proporcionalidade diz que o agente público deve ser Própria
proporcional no uso da força para o cumprimento do bem Administração
público, ou seja, nas aplicações de penalidades pela Admi-
nistração deve ser levada em conta sempre a gravidade da Princípio da Ampla Defesa
falta cometida. A ampla defesa determina que todos que sofrerem medi-
Proporcionalidade: vedação de imposição de obrigações, das de caráter de pena terão direito a se defender de todos os
restrições e sanções em medida superior àquela estritamente meios disponíveis legais em direito. Está previsto nos proces-
necessária ao interesse público. sos administrativos disciplinares:
Podemos dar como exemplo a atuação de um fiscal sani-  Art. 5ª, LV, CF . Aos litigantes, em processo judicial ou
tário, que esteja vistoriando dois estabelecimentos e, em um administrativo, e aos acusados em geral são assegu-
rados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
deles, encontre um quilo de carne estragada e, no outro, en- recursos a ela inerentes;
contre uma tonelada.
Na aplicação da penalidade, deve ser respeitada tanto a ra- Princípio da Continuidade
zoabilidade quanto a proporcionalidade, ou seja, aplica-se, no do Serviço Público
primeiro, uma penalidade pequena, uma multa, por exemplo, O Princípio da Continuidade do Serviço Público tem como
e, no segundo, uma penalidade grande, suspensão de 90 dias. escopo (objetivo) não prejudicar o atendimento dos serviços
▷ Poder Judiciário: pode anular somente por provoca- Vício de Forma
ção do interessado. Exceção : a lei determina que a forma seja elemento es-
Efeitos da Anulação: Ex tunc , retroagem desde a data da prá- sencial de validade de determinado ato (também não cabe
tica do ato, impugnando a validade do ato. convalidação).
Prazo: 5 (cinco) anos Convalidação Tácita
▷ Contagem; O Art. 54 da Lei nº 9.784/99 prevê que a Administração
▷ Prática do ato. tem o direito de anular os atos administrativos de que decor-
No caso de efeitos patrimoniais contínuos, a partir do pri- ram efeitos favoráveis para os destinatários. O prazo é de cinco
meiro pagamento. anos, contados da data em que forem praticados, salvo com-
Revogação ou Controle de Mérito provada má-fé. Transcorrido esse prazo, o ato foi convalidado,
pois não pode ser mais anulado pela Administração.
É o desfazimento do ato administrativo por motivos de
conveniência e oportunidade. Convalidação Expressa
Cabimento  Art. 55, Lei nº 9.784/99. Em decisão na qual se evidencie
não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo
▷ Ato discricionário legal, inconveniente e inoportuno; a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis
▷ Não é cabível a revogação de ato vinculado.  poderão ser convalidados pela própria Administração.
Competência para Revogar
Apenas a entidade da Administração Pública que praticou 8. Improbidade Administrativa
o ato. A improbidade administrativa está prevista no texto cons-
Não pode o controle de mérito ser feito pelo Poder Judiciário titucional em seu Art. 37, § 4º, que prevê:
na sua função típica de julgar. Todavia, a Administração Pública  Art. 37, § 4º - Os atos de improbidade administrativa im-
está presente nos três poderes da União e, caso uma entidade  portarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
dos Poderes Judiciário, Legislativo ou Executivo pratique um função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressar-
ato discricionário legal, que com o passar do tempo, se mostre cimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
inconveniente e inoportuno, somente a entidade que criou o ato  sem prejuízo da ação penal cabível.
tem competência para revogá-lo. A norma constitucional determinou que os atos de impro-
Assim, o poder judiciário não tem competência para exer- bidade administrativa deveriam ser regulamentados para a
cer o controle de mérito dos atos da Administração Pública, sua execução, o que ocorreu com a edição da Lei nº 8.429/92,
mas a essa do Poder Judiciário pratica atos administrativos e que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos
cabe somente a ela a revogação dos atos praticados por ela
 
nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato,
mesma.
   
cargo, emprego ou função na administração pública direta, in-  
Efeitos da Revogação: Ex nunc , não retroagem, ou seja, a re- direta ou fundacional e dá outras providências.  
vogação gera efeitos prospectivos, para frente.
Sujeitos

Cassação  
Sujeito Passivo (Vítima)

É o desfazimento do ato administrativo decorrente do des-  
cumprimento dos requisitos que permitem a manutenção do
 
A administração direta, indireta ou fundacional de qual-
ato. Na maioria das vezes, a cassação representa uma sanção quer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal,
aplicada ao particular que deixou de atender às condições exi- dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao pa-
gidas para a manutenção do ato.

trimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o
 O 
 Ç 
Como exemplo, temos a cassação da carteira de moto- erário haja concorrido ou concorra com mais de 50% do patri-
 Õ  

rista, que nada mais é do que a cassação de um ato admi- mônio ou da receita anual.
 S 

nistrativo classificado como licença. A cassação da licença Entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo,

para dirigir decorre da prática de infrações de trânsito pra-



fiscal ou creditício, de órgão público, bem como daquelas
I  

ticadas pelo particular, sendo assim, nesse caso, essa cas- para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou

I  
sação é uma punição.

concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio
 O 

Convalidação ou da receita anual, limitando-se, nesses casos, a sanção



M
patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição I  

dos cofres públicos.
I  
Convalidação é a correção com efeitos retroativos do ato
 S 

administrativo com defeito sanável, o qual pode ser conside-

Sujeito Ativo (Pessoa que Pratica o




rado:
I  

Ato de Improbidade Administrativa)
 O 
Vício de Competência Relativo à Pessoa
Agente público (exceção agente político sujeito a crime de
Exceção : competência exclusiva (não cabe convalidação). responsabilidade STF), servidores ou não, com algum tipo de
O vício de competência relativo à matéria não é considera- vínculo nas entidades que podem ser vítimas de improbidade 359
do um defeito sanável e também não cabe convalidação. administrativa.
Conceito de Agente Público para Aplicação da Lei II. Perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
360 Reputa-se agente público, para os efeitos dessa lei, todo  para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remune- móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas
ração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qual- entidades referidas no Art. 1º por preço superior ao
   O quer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, em- valor de mercado;
   V
   I
   T prego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. III. Perceber vantagem econômica, direta ou indi-
   A reta, para facilitar a alienação, permuta ou locação
   R Qualquer pessoa que induza ou concorra com o agente pú-
   T
   S
   I blico ou que se beneficie do ato. de bem público ou o fornecimento de serviço por
   N
   I ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;
   M As disposições dessa lei são aplicáveis, no que couber,
   D
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou con- IV. Utilizar, em obra ou serviço particular, veículos,
   A
   O corra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie máquinas, equipamentos ou material de qualquer
   T
   I natureza, de propriedade ou à disposição de qual-
   E sob qualquer forma direta ou indireta.
   R
   I quer das entidades mencionadas no Art. 1º desta
   D
   E
   D
Regras Gerais lei, bem como o trabalho de servidores públicos,
empregados ou terceiros contratados por essas
   S Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são
   E
    Õ
entidades;
   Ç obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de V. Receber vantagem econômica de qualquer na-
   O
   N legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato tureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração
dos assuntos que lhe são afetos. ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de nar-
Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omis- cotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer
   são, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal
  
   integral ressarcimento do dano. vantagem;
     No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente pú- VI. Receber vantagem econômica de qualquer nature-
   blico ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao  za, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre
    
  
  
seu patrimônio. medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer
  
   Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qua-
público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá à autoridade lidade ou característica de mercadorias ou bens forne-
     administrativa responsável pelo inquérito representar ao Minis- cidos a qualquer das entidades mencionadas no Art. 1º
tério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado. desta lei;
A indisponibilidade, a que se refere o caput   desse artigo, VII.  Adquirir, para si ou para outrem, no exercício de
recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de
dano ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enrique- qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à
cimento ilícito. evolução do patrimônio ou à renda do agente público;
O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou VIII. Aceitar emprego, comissão ou exercer ativida-
se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações dessa lei até de de consultoria ou assessoramento para pessoa
o limite do valor da herança. física ou jurídica que tenha interesse suscetível de
 ser atingido ou amparado por ação ou omissão de-
Modalidades corrente das atribuições do agente público, duran-
As modalidades estão previstas do Art. 9º ao 11, da Lei te a atividade;
nº 8.429/92, e constituem um rol exemplificativo, ou seja, IX. Perceber vantagem econômica para interme-
no caso concreto, podem existir outras situações capitula- diar a liberação ou aplicação de verba pública de
das como improbidade que não estão expressamente pre- qualquer natureza;
vistas no texto da lei.  X. Receber vantagem econômica de qualquer na-
tureza, direta ou indiretamente, para omitir ato
Enriquecimento Ilícito de ofício, providência ou declaração a que esteja
 Art. 9º.  Constitui ato de improbidade administrativa, obrigado;
importando enriquecimento ilícito auferir qualquer  XI. Incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimô-
tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do nio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do
exercício de cargo, mandato, função, emprego ou ati- acervo patrimonial das entidades mencionadas no
vidade nas entidades mencionadas no Art. 1º desta lei,  Art. 1º dessa lei;
e notadamente:  XII. Usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou
I. Receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem valores integrantes do acervo patrimonial das entida-
móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem des mencionadas no Art. 1º dessa lei.
econômica, direta ou indireta, a título de comis-
 são, percentagem, gratificação ou presente de Prejuízo ao Erário
quem tenha interesse, direto ou indireto, que Dos atos de improbidade administrativa que causam pre-
 possa ser atingido ou amparado por ação ou  juízo ao erário:
omissão decorrente das atribuições do agente  Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa
 público; que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão,
dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, des- XVI. Facilitar ou concorrer, por qualquer forma,
vio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos  para a incorporação, ao patrimônio particular de
bens ou haveres das entidades referidas no Art. 1º des-  pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas
ta lei, e notadamente: ou valores públicos transferidos pela administração
I. Facilitar ou concorrer por qualquer forma para a in-
 pública a entidades privadas mediante celebração
corporação ao patrimônio particular, de pessoa física de parcerias, sem a observância das formalidades
ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores inte- legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (In-
 grantes do acervo patrimonial das entidades mencio- cluído pela Lei nº 13.019, de 2014)
nadas no Art. 1º desta lei; XVII. Permitir ou concorrer para que pessoa física ou
 jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores
II. Permitir ou concorrer para que pessoa física ou
 públicos transferidos pela administração pública a en-
 jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou va- tidade privada mediante celebração de parcerias, sem
lores integrantes do acervo patrimonial das entida- a observância das formalidades legais ou regulamen-
des mencionadas no Art. 1º desta lei, sem a obser- tares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019,
vância das formalidades legais ou regulamentares de 2014)
aplicáveis à espécie;
XVIII. Celebrar parcerias da administração pública
III. Doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente com entidades privadas sem a observância das for-
despersonalizado, ainda que de fins educativos ou malidades legais ou regulamentares aplicáveis à
assistências, bens, rendas, verbas ou valores do pa- espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)
trimônio de qualquer das entidades mencionadas
no Art. 1º desta lei, sem observância das formalida- XIX. Agir negligentemente na celebração, fiscaliza-
des legais e regulamentares aplicáveis à espécie; ção e análise das prestações de contas de parcerias
firmadas pela administração pública com entida-
IV. Permitir ou facilitar a alienação, permuta ou lo- des privadas; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)
cação de bem integrante do patrimônio de qual-
quer das entidades referidas no Art. 1º desta lei, ou XX. Liberar recursos de parcerias firmadas pela
ainda a prestação de serviço por parte delas, por administração pública com entidades privadas sem
 preço inferior ao de mercado; a estrita observância das normas pertinentes ou
influir de qualquer forma para a sua aplicação irre-
V. Permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou lo-  gular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)
cação de bem ou serviço por preço superior ao de
mercado; XXI. Liberar recursos de parcerias firmadas pela
administração pública com entidades privadas sem
VI. Realizar operação financeira sem observância a estrita observância das normas pertinentes ou
das normas legais e regulamentares ou aceitar ga- influir de qualquer forma para a sua aplicação irre-
rantia insuficiente ou inidônea;  gular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)
VII. Conceder benefício administrativo ou fiscal sem
a observância das formalidades legais ou regula- Atos que Atentem aos Princípios  
mentares aplicáveis à espécie;
VIII. Frustrar a licitude de processo licitatório ou de
da Administração Pública    
 Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que  
 processo seletivo para celebração de parcerias com
entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevi- atenta contra os princípios da Administração Pública  
damente; (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014) qualquer ação ou omissão que viole os deveres de 
honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às
 
IX. Ordenar ou permitir a realização de despesas não
instituições, e notadamente:

autorizadas em lei ou regulamento;  
 X. Agir negligentemente na arrecadação de tributo I. Praticar ato visando ao fim proibido em lei ou  
ou renda, bem como no que diz respeito à conser- regulamento ou diverso daquele previsto, na regra
vação do patrimônio público; de competência;
 XI. Liberar verba pública sem a estrita observância II. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, N 
 O 
das normas pertinentes ou influir de qualquer for- ato de ofício;  Ç 
 Õ  
ma para a sua aplicação irregular; III. Revelar fato ou circunstância de que tem ciência E 
 S 
 XII. Permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro em razão das atribuições e que deva permanecer D 
em segredo;

 se enriqueça ilicitamente; D 
IV. Negar publicidade aos atos oficiais;
I  
 XIII. Permitir que se utilize, em obra ou serviço


 particular, veículos, máquinas, equipamentos ou V. Frustrar a licitude de concurso público; I  

 O 
material de qualquer natureza, de propriedade ou VI. Deixar de prestar contas quando esteja obriga- A 
à disposição de qualquer das entidades menciona- do a fazê-lo;

M
das no Art. 1º desta lei, bem como o trabalho de VII. Revelar ou permitir que chegue ao conheci-
I  

 servidor público, empregados ou terceiros contra-
I  
mento de terceiro, antes da respectiva divulgação
 S 
tados por essas entidades.


oficial, teor de medida política ou econômica capaz A 
 XIV. Celebrar contrato ou outro instrumento que

de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
I  
tenha por objeto a prestação de serviços públicos

 O 
 por meio da gestão associada sem observar as for- VIII. Descumprir as normas relativas à celebração,
malidades previstas na lei; fiscalização e aprovação de contas de parcerias
 XV. Celebrar contrato de rateio de consórcio público firmadas pela administração pública com entida-
 sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou des privadas. (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 361
 sem observar as formalidades previstas na lei.  2014)
Princípios dos Serviços Públicos Prestação desconcentrada centralizada: o órgão compe-
tente para prestar o serviço integra a estrutura de uma entida-
Com base no conceito acima exposto de serviço público de da Administração Direta.
adequado, constatamos que são princípios da boa prestação
dos serviços públicos, além dos princípios fundamentais da Ad- Prestação desconcentrada descentralizada: o órgão com-
ministração Pública, o exposto na redação de tal conceito, sendo petente para prestar o serviço integra a estrutura de uma enti-
assim, vamos analisar os princípios descritos no Art. 6º, §1º. dade da Administração Indireta.
Regularidade: o padrão de qualidade da prestação do ser- A prestação feita por delegação não caracteriza prestação
viço deve ser sempre o mesmo e suficiente para atender com desconcentrada descentralizada, pois, para isso, seria necessário
adequação as necessidades dos usuários. que o particular delegado tivesse a titularidade do serviço público,
Continuidade dos serviços públicos: os serviços públicos o que não acontece na delegação, que transfere somente a execu-
não podem ser interrompidos, salvo em situações de emer- ção do serviço e mantém a titularidade com o poder concedente.
gência ou mediante aviso prévio do prestador, tais como ocor-
re em casos de inadimplência ou quando o prestador preten- Prestação direta: é a prestação feita pelo Poder Público,
de realizar manutenção nos equipamentos necessários à boa que é sinônimo de Administração Direta e Indireta, sendo as-
prestação do serviço. sim, prestação direta é a do serviço público feita pelas entida-
Eficiência: na prestação dos serviços públicos, devem ser des da Administração Direta e também pelas Indireta.
observados o custo e o benefício. Prestação indireta: é a prestação do serviço público feita
Segurança:  os serviços devem ser prestados sem riscos por particulares mediante delegação da execução.
aos usuários e esses não podem expor sua saúde em perigos
na utilização do serviço. Concessão e Permissão
Atualidade: busca constante de atualizações de tecnologia
e técnicas empregadas, bem como da qualificação de pessoal.
de Serviço Público
A adequação na prestação às novas tecnologias tem como fi- Base Constitucional
nalidade melhorar o alcance e a eficiência da prestação.  Art. 22, XXVII, CF. Compete privativamente à União le-
Generalidade: a prestação de serviços públicos não distin-  gislar sobre: normas gerais de licitação e contratação,
gue usuários, ou seja, é igual para todos. em todas as modalidades, para as administrações pú-
Cortesia na prestação: os prestadores dos serviços públi- blicas diretas, autárquicas e fundacionais da União,
cos devem tratar bem os usuários. Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o
Modicidade das tarifas:  as tarifas oriundas da presta- disposto no Art. 37, XXI , e para as empresas públicas
ção dos serviços públicos devem ter valores razoáveis para e sociedades de economia mista, nos termos do Art.
os usuários. A finalidade dessa regra é garantir o acesso aos 173, § 1º, III;
serviços públicos ao maior número de usufruidores possíveis.  Art. 175, Parágrafo único: A lei disporá sobre:
 
Quanto mais essencial for o serviço, mais barata será a tarifa e, I. O regime das empresas concessionárias e permis-
   
em alguns casos, pode até mesmo chegar à zero.  sionárias de serviços públicos, o caráter especial de
 
 
Formas de Prestação dos  seu contrato e de sua prorrogação, bem como as
condições de caducidade, fiscalização e rescisão da

Serviços Públicos
 
concessão ou permissão; 
 
Prestação Centralizada: a pessoa política titular do serviço II. Os direitos dos usuários;  
público faz a prestação por meio dos seus próprios órgãos. III. Política tarifária;
Prestação Descentralizada: a pessoa política transfere a IV. A obrigação de manter serviço adequado.
execução do serviço público para outra pessoa. N 

Competência para a Edição de Normas


 O 
 Ç 
Modalidades
 Õ  

 S 
Prestação descentralizada por serviços/outorga legal: a Normas Gerais D 

pessoa política titular do serviço público transfere a sua titu- Competência privativa da União (Art. 22, XXVII, CF).

I  
laridade e a sua execução para uma entidade integrante da

Lei nº 8.987/95: institui normas gerais sobre o regime de

administração indireta.
I  

concessão ou permissão de serviço público.
 O 
Prestação descentralizada por colaboração/delegação: a

Lei nº 11.079/04: institui normas gerais para licitação e

pessoa política transfere somente a execução do serviço público,
M
contratação de parceria público-privada no âmbito da Admi- I  
por delegação a um particular, que vai executá-lo por sua conta

nistração Pública.
I  
 S 
e risco. Ex.: Concessões, Permissões e Autorizações de Serviços

As duas leis acima descritas são nacionais, ou seja, são leis

Públicos .


criadas pela União e que devem obrigatoriamente ser obser-
I  

Prestação desconcentrada:  o serviço é executado por um  O 
vadas pela União, Estados, DF e Municípios. Todavia, a Lei nº
órgão, com competência específica para prestá-lo, integrante da 11.079/04 tem um núcleo que é aplicável somente à Administra-
estrutura da pessoa jurídica que detém a titularidade do serviço 8. ção Pública Federal, em outras palavras, ela traça normas gerais
para todos os entes federados e ainda traz algumas específicas 365
8 ALEXANDRINO, Marcelo & PAULO Vicente – Direito Administrativo Descompli-
cado, pg. 696 – 20ª Edição – Editora Método. que são aplicadas somente à Administração Pública Federal.
Normas Específicas ▷ A execução indireta por delegação (concessão ou per-
366 missão) depende de lei autorizativa;
Cada ente federal cria as suas próprias normas específicas.
▷ São sempre precedidos de licitação.
Lei nº 8.987/95: institui normas gerais sobre o regime de
   O
concessão e permissão da prestação de serviços públicos. Diferenças entre a Concessão e
   V
   I
   T
   A
É importante observar que, com base no Art. 1º da Lei nº Permissão de Serviços Públicos
   R 8.987/95, é aplicável aos contratos de concessão e permissão
   T Art. 2º da Lei nº 9.074/95: É vedado à União, aos Es-
   S
   I de serviços públicos, naquilo que lhes couber, as disposições tados, ao Distrito Federal e aos Municípios executarem
   N
   I contidas na Lei nº 8.666/93 (licitação e contratos administrati-
   M obras e serviços públicos por meio de concessão e
   D vos). Tal lei visa regulamentar as regras contidas no parágrafo  permissão de serviço público, sem lei que lhes auto-
   A
   O único do Art. 175 da CF. rize e fixe os termos, dispensada a lei autorizativa nos
   T
   I
   E
   R Conceito de Concessão e casos de saneamento básico e limpeza urbana e nos
   I
   D  já referidos na Constituição Federal, nas Constituições
   E
   D
Permissão de Serviço Público Estaduais e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e
   S
   E Poder Concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou Municípios, observado, em qualquer caso, os termos
    Õ
   Ç o Município, em cuja competência se encontre o serviço públi- da Lei nº 8.987, de 1995.
   O
   N co, precedido ou não da execução de obra pública, objeto de Concessão Permissão
concessão ou permissão (Art. 2º, I).
Sempre licitação, todavia, admite outras
Concessão de Serviço Público: a delegação de sua pres- Sempre licitação na mo-
   tação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na dalidade concorrência.
modalidades e não somente concor-
  
   modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de
rência.

     empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, Natureza contratual.
Natureza contratual: contrato
   por sua conta e risco e por prazo determinado (Art. 2º, II).
de adesão (Art. 40).
     Celebração do contra-
  
   Concessão de Serviço Público Precedida da Execução de to: pessoa jurídica ou
Celebração do contrato: pessoa jurídica
  
   Obra Pública: a construção, total ou parcial, conservação, refor- Consórcio de empresas.
ou pessoa física.

     ma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interes- Não há precariedade. Delegação a título precário.
se público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação,
na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou a consórcio Não é cabível revogação Revogabilidade unilateral do contrato
do contrato. pelo poder concedente.
de empresas que demonstre capacidade para a sua realização,
por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessio-
nária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do
Autorização de Serviço Público
serviço ou da obra por prazo determinado (Art. 2º, III). Autorização de serviço público é o ato discricionário, me-
Permissão de Serviço Público: a delegação, a título pre- diante o qual o Poder Público delega ao particular, a título
cário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, precário, a prestação de serviço público que não exija alto in-
feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que vestimento de capital ou alto grau de especialização técnica.
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta Características do termo de autorização
e risco (Art. 2º, IV). ▷ Tem natureza precária/discricionária:
» É discricionária a autorização.
Características Comuns das
» Pode ser revogada unilateralmente pela Admi-
Concessões e Permissões nistração Pública por razões de conveniência e
▷ São delegações de prestação de serviço público; oportunidade.
▷ Transferem somente a execução do serviço público, fi- ▷ Em regra, não tem prazo determinado.
cando a titularidade com o poder público concedente; ▷ A revogação não acarreta direito à indenização.
▷ A prestação do serviço é por conta e risco do par- Exceção: nos casos de autorização por prazo certo, ou seja,
ticular; com tempo determinado no ato de autorização, a revogação
▷ O poder concedente fiscaliza a prestação feita pelo antes do término do prazo pode ensejar ao particular o direito
particular em decorrência do exercício do poder dis- à indenização.
ciplinar; Cabimento da autorização de serviços públicos
▷ O particular tem o dever de prestar um serviço pú- ▷ Casos em que o serviço seja prestado a um grupo
blico adequado: restrito de usuários, sendo o seu beneficiário exclu-
» Descumprimento. sivo ou principal o próprio particular autorizado.
» Intervenção. Ex.: Exploração de serviços de telecomunicação em re-
» Aplicação de penalidade administrativa.  gime privado, que é autorizada a prestação por usuário
» Extinção por caducidade. restrito que é o seu único beneficiário: operador privado
▷ Duração por prazo determinado, podendo o contra- de rádioamador.
to prever sua prorrogação, estipulando as condições; ▷ Situações de emergência, transitórias e eventuais.
Diferença entre autorização de serviços públicos e a autori- Da mesma forma, essa lei também é aplicada para:
zação do poder de polícia ▷ Órgãos da Administração Pública Direita;
▷ Administração Pública Indireta  (autarquias, fun-
Autorização de Serviço Público Autorização do poder de Polícia dações públicas, empresas públicas, sociedades de
economia mista);
Concede ao particular o ▷ Fundos Especiais;
Concede ao particular o exercício
exercício de atividade cuja
titularidade é exclusiva do
de atividades regidas pelo direito ▷ Entidades Controladas  (direta ou indiretamente
privado, livre à iniciativa privada. pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios).
poder público.
Características comuns entre Concessão, Autorização e A parceria público-privada é um Contrato administrativo
Permissão de Serviços Públicos de concessão, podendo adotar duas modalidades:
São formas de delegação da prestação de serviços públicos. Concessão Patrocinada
▷ Transferem somente a execução da atividade e não É a concessão de serviços públicos ou de obras públicas
a sua titularidade. de que trata a Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando
As delegações de serviço público são fiscalizadas em de- envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contra-
corrência do Poder Disciplinar da Administração Pública. prestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.
As concessões patrocinadas regem-se Lei nº 11.079/2004,
Diferenças entre Concessão, Permissão aplicando subsidiariamente o disposto na Lei nº 8.987, de 13 de
fevereiro de 1995, e nas leis que lhe são correlatas.
e Autorização de Serviços Públicos
Concessão Administrativa
Concessão Permissão Autorização É o contrato de prestação de serviços de que a Administra-
Sempre licitação, todavia, ção Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva
Sempre licitação execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.
admite outras modal-
na modalidade Não há licitação.
idades e não somente As concessões administrativas regem-se pela Lei nº
concorrência.
concorrência. 11.079/2004, aplicado adicionalmente o disposto nos Arts. 21,
Natureza contratual: 23, 25 e 27 a 39 da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e
Natureza contratual. contrato de adesão Ato administrativo. Art. 31 da Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995.
(Art. 40).
Concessão Patrocinada  contraprestação paga pela
Concessão da
Celebração do Autorização pode Administração + tarifa paga pelo usuário.
Celebração do contrato: Concessão Administrativa   contraprestação paga
contrato: pessoa ser feita para pes-  
pessoa jurídica ou pessoa
 jurídica ou consórcio soa física, jurídica pela Administração.
física.
   
de empresas. ou consórcio de
A concessão comum não constitui parceria público-pri-
 
empresas.
vada – assim entendida a concessão de serviços públicos ou
 
Não há precarie- Delegação a título Ato administrativo
de obras públicas de que trata a Lei nº 8.987/1995, quando

dade. precário. precário.  
não envolver contraprestação pecuniária do parceiro pú- 
Revogabilidade unilateral Revogável unilat- blico ao parceiro privado. Os contratos administrativos de
 
Não é cabível revo-
do contrato pelo poder eralmente pelo
 
gação do contrato.
concedente. Poder Concedente.
concessão comum continuam sendo regidos exclusivamen-
te pela Lei nº 8.987/1995 demais legislação correlata .
Os contratos administrativos que não caracterizem con-
Parcerias Público-Privadas

 O 
cessão  comum, patrocinada ou administrativa continuam re-  Ç 
 Õ  
A Parceria Público-Privada (PPP), cujas normas gerais en- gidos exclusivamente pela Lei nº 8.666/1993 e pelas leis que E 
 S 
contram-se traçadas na Lei nº 11.079/2004, é um contrato de lhe são correlatas. D 

prestação de obras ou serviços com valor não inferior a R$ 20 É vedada a celebração de contrato de parceria público- D 
I  
-privada:

milhões firmado entre empresa privada e o governo federal, E 
I  
Cujo valor do contrato seja inferior a R$

estadual ou municipal, com duração mínima de cinco e no má- ▷
 O 

ximo 35 anos. 20.000.000,00 (vinte milhões de reais).




M

Disposições Preliminares ▷ Cujo período de prestação do serviço seja inferior a I  



cinco anos. I  
 S 
A Lei nº 11.079/2004 institui normas gerais para licitação T 
Que tenha como objeto único  o fornecimento de


e contratação de parceria público-privada no âmbito dos Po-

mão de obra, o fornecimento e instalação de equi-

I  
deres:

pamentos ou a execução de obra pública.
 O 

▷ Da União. Diretrizes que devem ser observadas na contratação de


▷ Dos Estados. parceria público-privada:
▷ Do Distrito Federal. ▷ Eficiência no cumprimento das missões de Estado 367
▷ Dos Municípios. e no emprego dos recursos da sociedade.
Sempre que a assinatura do contrato ocorrer em exercício  satisfazer as exigências dentro do prazo fixado no
370 diverso daquele em que for publicado o edital, deverá deverá ser pre- instrumento convocatório.
cedida da atualização dos estudos e demonstrações a que se No caso de propostas escritas, seguidas de lances em
referem
refere m os itens I a IV acima citados. viva voz (verbais):
voz (verbais):
   O As concessões patrocinadas em que mais de 70% da re- ▷ Os lances em viva-voz serão sempre oferecidos na
   V
   I
   T muneração do parceiro privado for paga pela Administração ordem inversa da classificação das propostas escri-
   A
   R Pública dependerão de autorização legislativ
legislativaa específica. tas, sendo vedado ao edital limitar a quantidade de
   T
   S
   I Os estudos de engenharia parap ara a definição do valor do investi- propostas.
   N
   I mento da PPP deverão ter nível de detalhamento de anteprojeto, O edital poderá restringir a apresentação de lances
   M ▷
   D
   A
e o valor dos investimentos para definição do preço de referência em viva-voz
viva-voz aos licitantes cuja proposta escrita for no
   O para a licitação será calculado com base em preços de mercado
   T
   I considerando o custo global de obras semelhantes no Brasil ou no máximo 20% maior que o valor da melhor proposta.
   E
   R
   I exterior ou com base em sistemas de custos que utilizem como in- O exame de propostas técnicas, para fins de qualificação
   D ou julgamento, será feito por ato motivado, com base em exi-
   E sumo valores de mercado do setor específico do projeto, aferidos,
   D
em qualquer caso, mediante orçamento sintético, elaborado por gências, parâmetros e indicadores de resultado pertinentes
   S
   E
    Õ meio de metodologia expedita ou paramétrica. ao objeto, definidos com clareza e objetividade no edital. Este
   Ç
   O O instrumento convocat
convocatório
ório conterá
 conterá minuta do contrato, poderá prever a inversão da ordem das fases de habilitação e
   N
indicará expressamente
expressamente a submissão da licitação às normas da  julgamento,, hipótese em que:
 julgamento
Lei 11.079/2004 e observará, no que couber, os §§ 3º e 4º do I. Encerrada a fase de classificação das propostas ou
Art. 15, os Arts. 18, 19 e 21 da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de o oferecimento de lances, será aberto o invólucro
  
  
  
1995, podendo ainda prever: com os documentos de habilitação do licitante mais
bem classificado, para verificação do atendimento
     ▷ Exigência de garantia de proposta do licitante, obser-
das condições fixadas no edital;
   vado o limite do inciso III do Art. 31 da Lei nº 8.666, de
     21 de junho de 1993. II. Verificado o atendimento das exigências do edi-
  
   O emprego dos mecanismos privados de resolução tal, o licitante será declarado vencedor;
  
  

de disputas, inclusive a arbitragem, a ser realizada no III. Inabilitado o licitante melhor classificado, serão
     Brasil e em língua portuguesa, nos termos da Lei nº analisados os documentos habilitatórios do licitan-
9.307,, de 23 de setembro de 1996, para dirimir confli-
9.307 te com a proposta classificada em 2o (segundo) lu-
tos decorrentes ou relacionados ao contrato.  gar, e assim, sucessivamente, até que um licitante
O edital deverá especificar, quando houver, as garantias classificado atenda às condições fixadas no edital;
da contraprestação do parceiro público a serem concedidas ao IV. Proclamado o resultado final do certame, o
privado. objeto será adjudicado ao vencedor nas condições
Art. 12. O certame para a contratação de parcerias pú- técnicas e econômicas por ele ofertadas.
blico-privadas obedecerá ao procedimento previsto na Disposições Aplicáveis à União
legislação vigente sobre licitações e contratos adminis-
trativos e também ao seguinte: Apesar de traçar normas gerais aplicáveis no âmbito
I. O julgamento poderá ser precedido de etapa de Federal, Estadual, Distrital e Municipal, a Lei 11.079/2004
qualificação de propostas técnicas, desclassifican- traz algumas regras específicas para a União.
do-se os licitantes que não alcançarem a pontua- Órgão Gestor de Parcerias Público-privadas Federais
ção mínima, os quais não participarão das etapas Será instituído por decreto
decreto e e com competência
competência para:
 para:
 seguintes; ▷ Definir os serviços prioritários para execução no regime
II. O julgamento poderá adotar como critérios, de parceria público-privada.
além dos previstos nos incisos I e V do Art. 15 da Lei ▷ Disciplinar os procedimentos para celebração desses
nº 8.987,
8.987, de 13 de fevereiro de 1995, os seguintes: contratos.
a)  menor valor da contraprestação a ser paga ▷ Autorizar a abertura da licitação e aprovar seu edital.
 pela Administração Pública; ▷ Apreciar os relatórios de execução dos contratos.
b) melhor proposta em razão da combinação do Esse órgão será composto por indicação nominal de um
critério da alínea a com o de melhor técnica, de representante titular e respectivo suplente de cada um dos
acordo com os pesos estabelecidos no edital; seguintes órgãos:
III. O edital definirá a forma de apresentação das ▷ Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, ao
 propostas econômicas, admitindo-se: qual cumprirá a tarefa de coordenação das respecti-
a) propostas escritas em envelopes lacrados; ou vas atividades.
b)  propostas escritas, seguidas de lances em ▷ Ministério da Fazenda.
viva voz; ▷ Casa Civil da Presidência da República.
IV. O edital poderá prever a possibilidade de sa- Das reuniões desse órgão para examinar projetos de par-
neamento de falhas, de complementação de insufi- ceria público-privada participará um representante do órgão
ciências ou ainda de correções de caráter formal no da Administração Pública direta cuja área de competência seja
curso do procedimento, desde que o licitante possa pertinente ao objeto do contrato em análise.
Para deliberação do órgão gestor sobre a contratação de O FGP responderá por suas obrigações com os bens e
parceria público-privada, o expediente deverá estar instruído direitos integrantes de seu patrimônio, não respondendo os
com pronunciamento prévio e fundamentado: cotistas por qualquer obrigação do Fundo, salvo pela integra-
▷ Do Ministério do Planejamento, Orçamento e Ges- lização das cotas que subscreverem.
tão, sobre o mérito do projeto. A integralização com bens acima referido será feita inde-
▷ Do Ministério da Fazenda, quanto à viabilidade da pendentemente de licitação, mediante prévia avaliação e au-
concessão da garantia e à sua forma, relativamen- torização específica do Presidente da República, por proposta
te aos riscos para o Tesouro Nacional e ao cum- do Ministro da Fazenda.
primento do limite de que trata o Art. 22 da Lei nº O aporte de bens de uso especial ou de uso comum no FGP
11.079/2004. será condicionado a sua desafetação de forma individualizada.
Para o desempenho de suas funções, o órgão gestor de A capitalização do FGP, quando realizada por meio de re-
parcerias público-privadas federais poderá criar estrutura de cursos orçamentários, dar-se-á por ação orçamentária especí-
fica para essa finalidade, no âmbito de Encargos Financeiros
apoio técnico com a presença de representantes de institui- da União.
ções públicas.
O FGP será criado, administrado, gerido e representado
O órgão gestor de parcerias público-privadas federais  judicial e extrajudicialmente
extrajudicialmente por instituição financeira contro-
remeterá ao Congresso Nacional e ao Tribunal de Contas da lada, direta ou indiretam
indiretamente,
ente, pela União, com observância das
União, com periodicidade anual, relatórios de desempenho normas a que se refere o inciso XXII do Art. 4º da Lei nº 4.595,
dos contratos de parceria público-privada (esse relatórios, de 31 de dezembro de 1964.
salvo informações classificadas como sigilosas, serão dispo- O estatuto e o regulamento do FGP serão aprovados em
nibilizados ao público, por meio de rede pública de transmis- assembleia dos cotistas. A representação da União na referida
são de dados). assembleia dar-se-á na forma do inciso V do Art. 10 do Decre-
Compete aos Ministérios e às Agências Reguladoras,
Reguladoras , nas to-Lei nº 147, de 3 de fevereiro de 1967.
suas respectivas áreas de competência, submeter o edital de Caberá à instituição financeira deliberar sobre a gestão e
alienação dos bens e direitos do FGP, zelando pela manuten-
licitação ao órgão gestor, proceder à licitação, acompanhar e
ção de sua rentabilidade e liquidez.
fiscalizar os contrato
contratoss de parceria público-privada.
público-privada.
O estatuto e o regulamento do FGP devem deliberar sobre
Os Ministérios e Agências Reguladoras encaminharão a política de concessão de garantias, inclusive no que se refere
ao órgão gestor de parcerias público-privadas federais, com à relação entre ativos e passivos do Fundo.
periodicidade semestral,
semestral , relatórios circunstanciados acerca A garantia será prestada na forma aprovada pela assem-
da execução dos contratos de parceria público-privada, na bleia dos cotistas, nas seguintes modalidades:  
forma definida em regulamento. ▷ Fiança, sem benefício de ordem para o fiador.    
Ficam a União, seus fundos especiais, suas autarquias, ▷ Penhor de bens móveis ou de direitos integrantes do  
suas fundações públicas e suas empresas estatais depen- patrimônio do FGP,
FGP, sem transferênci
transferênciaa da posse da coi-  
dentes autorizadas a participar, no limite global de R$ sa empenhada antes da execução da garantia. 
6.000.000.000,00 (seis bilhões de reais), reais), em Fundo Ga- Hipoteca de bens imóveis do patrimônio do FGP.

 

rantidor de Parcerias Público-Privadas (FGP) que terá por ▷ Alienação fiduciária, permanecendo a posse direta dos  
finalidade prestar garantia de pagamento de obrigações bens com o FGP ou com agente fiduciário por ele con-
 
pecuniárias assumidas pelos parceiros públicos federais, dis- tratado antes da execução da garantia.
tritais, estaduais ou municipais em virtude das parcerias de ▷ Outros contratos que produzam efeito de garantia, N 
que trata a Lei nº 11.079/2004. desde que não transfiram a titularidade ou posse  O 
 Ç 

O FGP terá natureza privada e patrimônio próprio separa- direta dos bens ao parceiro privado antes da exe-  Õ  

cução da garantia.
 S 
do do patrimônio dos cotistas, e será sujeito a direitos e obri- D 

gações próprios. ▷ Garantia, real ou pessoal, vinculada a um patrimônio E 



de afetação Constituído em decorrência da separa- I  
O patrimônio do Fundo será formado pelo aporte de bens

ção de bens e direitos pertencentes ao FGP.

I  
e direitos realizado pelos cotistas, por meio da integralização

O FGP poderá prestar contra-gar
contra-garantias
antias a seguradoras, ins-
 O 

de cotas e pelos rendimentos obtidos com sua administração.



tituições financeiras
financeiras e organismos internacionais
internacionais que assegu-

M
Os bens e direitos transferidos ao Fundo serão avaliados rarem o cumprimento das obrigações pecuniárias dos cotistas I  

por empresa especializada, que deverá apresentar laudo fun- em contratos de parceria público-privadas.
I  
 S 

damentado, com indicação dos critérios de avaliação adotados A quitação pelo parceiro público de cada parcela de débi-


to garantido pelo FGP importará exoneração proporcional da

e instruído com os documentos relativos
relativos aos bens julgados. I  

garantia.
 O 
A integralização das cotas poderá ser realizada em dinhei-
ro, títulos da dívida pública, bens imóveis dominicais, bens O FGP poderá prestar garantia mediante contratação de
móveis, inclusive ações de sociedade de economia mista fede- instrumentos disponíveis em mercado, inclusive para comple-
ral excedentes ao necessário para manutenção de seu controle mentação das modalidades acima previstas. 371
pela União, ou outros direitos com valor patrimonial. O parceiro privado poderá acionar o FGP nos casos de:
▷ Crédito líquido e certo, constante de título exigível Disposições Finais
372 aceito e não pago pelo parceiro público após 15 dias
Fica a União autorizada a conceder incentivo,
incentivo, nos termos do
contados da data de vencimento;
vencimento; e Programa de Incentivo à Implementação de Projetos de Interes-
▷ Débitos constantes de faturas emitidas e não aceitas se Social (PIPS), instituído pela Lei nº 10.735, de 11 de setembro
   O
   V
pelo parceiro público após 45 (quaren
(quarentata e cinco) dias de 2003, às aplicações em fundos de investimento, criados por
   I
   T
   A
contados da data de vencime
vencimento,
nto, desde que não te- instituições financeiras, em direitos creditórios provenientes dos
   R
   T nha havido rejeição expressa por ato motivado. contratos de parcerias público-privadas.
   S
   I
   N A quitação de débito pelo FGP importará sua sub-roga- O Conselho Monetário Nacional estabelecerá, na forma da
   I
   M ção nos direitos do parceiro privado. Em caso de inadimple- legislação pertinente,
pertinente, as diretrizes para a concessão de crédito
   D
   A mento, os bens e direitos do Fundo poderão ser objeto de destinado ao financiamento de contratos de parcerias público-
   O constrição judicial e alienação para satisfazer as obrigações -privadas, bem como para participação de entidades fechadas
   T
   I
   E
   R garantidas. de previdência complementar.
   I
   D O FGP poderá usar parcela da cota da União para prestar A Secretaria do Tesouro Nacional editará, na forma da legisla-
   E
   D garantia aos seus fundos especiais, às suas autarquias, às suas ção pertinente, normas gerais relativas à consolidação das contas
   S públicas aplicáveis aos contratos de parceria público-privada.
   E
    Õ
fundações públicas e às suas empresas estatais dependentes.
   Ç
   O O FGP é obrigado a honrar faturas aceitas e não pagas pelo O inciso I do § 1º do Art. 56 da Lei nº 8.666/1993, foi alte-
   N parceiro público. O FGP é proibido de pagar faturas rejeitadas ex- rado pela Lei 11.079/2004, passando a vigorar com a seguinte
pressamente por ato motivado. redação:
Caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública,
   O parceiro público deverá informar o FGP sobre qualquer
devendo estes ter sido emitidos sob a forma escritural,
  
   fatura rejeitada e sobre os motivos da rejeição no prazo de 40
mediante registro em sistema centralizado de liquida-
     (quarenta)
(quaren ta) dias contado da data de vencimento.
vencimento.
ção e de custódia autorizado pelo Banco Central do
   A ausência de aceite ou rejeição expressa de fatura por
Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos, con-
     parte do parceiro público no prazo de 40 (quarenta) dias
  
   forme definido pelo Ministério da Fazenda.
  
  
contado da data de vencimento implicará aceitação tácita. O
As operações de crédito efetuadas por empresas públicas ou
agente público que contribuir por ação ou omissão para essa
     aceitação tácita ou que rejeitar fatura sem motivação será res- sociedades de economia mista controladas pela União não pode-
ponsabilizado pelos danos que causar, em conformidade com rão exceder a 70% do total das fontes de recursos financeiros da
sociedade de propósito específico, sendo que para as áreas das
a legislação civil, administrativa e penal em vigor
vigor..
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, onde o Índice de Desen-
O FGP não pagará rendimentos a seus cotistas, asseguran- volvimento Humano (IDH) seja inferior à média nacional, essa par-
p ar-
do-se a qualquer deles o direito de requerer o resgate total ou ticipação não poderá exceder a 80%.
parcial de suas cotas, correspondente ao patrimônio ainda não Não poderão exceder a 80% do total das fontes de recur-
utilizado para a concessão de garantias, fazendo-se a liquida- sos financeiros da sociedade de propósito específico ou 90%
ção com base na situação patrimonial do Fundo. nas áreas das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste,
Centro-Oeste, onde o
A dissolução do FGP, deliberada pela assembleia dos co- IDH seja inferior à média nacional, as operações de crédito ou
tistas, ficará condicionada à prévia quitação da totalidade dos contribuiçõess de capital realizadas cumulativamente
contribuiçõe cumulativamente por:
débitos garantidos ou liberação das garantias pelos credores. ▷ Entidades fechadas de previdência complementar.
Dissolvido o FGP, o seu patrimônio será rateado entre os ▷ Empresas públicas ou sociedades de economia mis-
cotistas, com base na situação patrimonial à data da dissolu- ta controladas pela União.
ção. Para esses fins, financeiros as operações de crédito e con-
É facultada a constituição de patrimônio de afetação que tribuições de capital à sociedade entende-se por fonte de re-
não se comunicará com o restante da herança do FGP, ficando cursos de propósito específico.
vinculado exclusivamente à garantia em virtude da qual tiver A União não poderá conceder garantia ou realizar transfe-
sido constituído, não podendo ser objeto de penhora, arresto, rência voluntária aos Estados, Distrito Federal e Municípios se a
sequestro, busca e apreensão ou qualquer ato de constrição soma das despesas de caráter continuado, derivadas do conjun-
 judicial decorrente
decorrente de outras obrigações
obrigações do FGP.
FGP. to das parcerias já contratadas por esses entes, tiver excedido,
A constituição do patrimônio de afetação será feita por no ano anterior, a 5% da receita corrente líquida do exer
exercício
cício ou
registro em Cartório de Registro de Títulos e Documentos ou, se as despesas anuais dos contratos vigentes nos 10 anos sub-
no caso de bem imóvel, no Cartório de Registro Imobiliário sequentes excederem
excederem a 5% da receita corrente líquida projetada
correspondente. para os respectivos exercícios.
exercícios.
A União somente poderá contratar parceria público-pri- Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que contra-
vada quando a soma das despesas de caráter continuado tarem empreendimentos por intermédio de parcerias público-
derivadas do conjunto das parcerias já contratadas não tiver -privadas deverão
deverão encaminhar ao Senado Federal e à Secretaria
excedido, no ano anterior, a 1% da receita corrente líquida do
líquida  do do Tesouro Nacional, previamente à contratação, as informações
exercício,
exe vigentes, nos 10
rcício, e as despesas anuais dos contratos vigentes, necessárias para cumprimento dessa determinação.
anos subsequentes, não excedam a 1% da receita corrente lí- Na aplicação do limite previsto no caput deste artigo, serão
quida projetada para os respectivos exercícios. computadas as despesas derivadas de contratos de parceria ce-
lebrados pela administração pública direta, autarquias, fundações Controle Externo
públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista e É exercido por um poder sobre os atos administrativos de
demais entidades controladas, direta ou indiretamente, pelo res- outro poder.
pectivo ente, excluídas as instituições estatais não dependentes. A exemplo, temos o controle judicial dos atos administra-
Serão aplicáveis, no que couber, as penalidades previstas no tivos, que analisa aspectos de legalidade dos atos da Adminis-
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; tração Pública dos demais poderes; ou o controle legislativo
na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 – Lei de Improbidade realizado pelo poder legislativo, nos atos da Administração
Administrativa;
Administrativa; na Lei nº 10.028, de 19 de outubro de 2000 - Lei Pública dos outros poderes.
dos Crimes Fiscais; no Decreto-Lei nº 201, de 27 de fevereiro de Controle Popular
1967; e na Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, sem prejuízo das É o controle exercido pelos administrados na atuação da
penalidades financeiras previstas contratualmente. Administração
Administr ação Pública dos três poderes, seja por meio da ação
popular,, do direito de petição ou de outros.
popular
10. Controle da Administração Pública É importante lembrar que os atos administrativos devem
ser publicados, salvo os sigilosos. Todavia, uma outra finali-
É um conjunto de instrumentos que o ordenamento jurí- dade da publicidade dos atos administrativos é o desenvolvi-
dico estabelece a fim de que a própria administração Pública, mento do controle social da Administr
Administração
ação Pública9.
os três poderes, e, ainda, o povo, diretamente ou por meio de
órgãos especializados, possam exercer
exercer o poder de fiscalização, Quanto ao Momento de Exercício
orientação e revisão da atuação de todos os órgãos, entidades Controle Prévio
e agentes públicos, em todas as esferas do poder. É exercido antes da prática ou antes da conclusão do ato
Classificação administrativo.
Finalidade:
Quanto à Origem É um requisito de validade do ato administrativo.
administrativo.
Ex.:  A apro
aprovaç
vação
ão do Sena
Senado
do Fede
Federal
ral da esc
escolha
olha de minis
ministro
tross
Controle Interno do STF ou de dirigente de uma agência reguladora federal.
Acontece dentro do próprio poder, decorrente do prin- Em tais situações, a referida aprovação antecede a nomea-
cípio da autotutela. ção de tais agentes.
Finalidade: Controle Concomitante
Art. 74 , CF
CF.. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciá-
Judi ciá- É exercido durante a prática do ato.
rio manterão, de forma integrada, sistema de controle
interno com a finalidade de:
Finalidade:
I.  Avaliar o cumprimento das metas previstas no
Possibilitar a aferição do cumprimento das formalidades exi-  
 plano plurianual, a execução
execução dos programas de go- gidas para a formação do ato administrativo.    
verno e dos orçamentos da União; Ex.: Fiscalização da execução de um contrato adminis-  
trativo; acompanhamento de uma licitação pelos órgãos  
II. Comprovar a legalidade e avaliar os resultados, de controle. 
quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentá-  
ria, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades Controle Subsequente/C
Subsequente/Corretivo
orretivo/Posterior
/Posterior 
 
da administração federal, bem como da aplicação de É exercido após a conclusão do ato.  
recursos públicos por entidades de direito privado; Finalidade:
III. Exercer o controle das operações de crédito, ▷ Correção dos defeitos sanáveis do ato;
avais e garantias, bem como dos direitos e haveres ▷ Declaração de nulidade do ato;

da União;
 O 
Revogação do ato discric
discricionário
ionário legal inconveniente
 Ç 
 Õ  
IV.  Apoiar o controle externo no exercício de sua e inoportuno.

 S 
missão institucional. Cassação do ato pelo descumprimento dos requisi-


§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem tos que são exigidos para a sua manutenção.

conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade,


I  

Conferir eficácia ao ato.

dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob
I  

Ex.: Homologação de um concurso público.
 O 
 pena de respo
responsab
nsabilid
ilidade
ade soli
solidári
dária.
a. A 

Exs.: 9 Lei de Acesso à Informação Pública - Lei nº 12.527/Art.
12.527/Art. 3º. Os procedimento
procedimentoss
M
I  
Pode ser exercido no âmbito hierárquico ou por órgãos previstos nesta Lei destinam-se a assegurar o direito fundamental de acesso à

I  
informação e devem ser executados em conformidade com os princípios básicos
 S 
especializados (sem hierarquia); da Administração Pública e com as seguintes diretrizes:


O controle finalístico (controvérsia doutrinária, alguns

I. observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção;

autores falam que é modalidade de controle externo);
I  

II. divulgação de informações de interesse público, independentemente
independentemente de solic-
 O 
 A fiscalização realizada por um órgão da Administração itações;
Pública do Legislativo sobre a atuação dela própria; III. utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação;
O controle realizado pela Administração Pública do poder IV. fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na Administração
 judiciário nos atos administrativos praticados pela pró- Pública; 373
 pria Administração Pública desse poder. V. desenvolvimento do controle social da Administração Pública.
Quanto ao Aspecto Controlado Mesmo quando o defeito admite convalidação,
convalidação, a adminis-
374 tração pública tem a possibilidade de anular, pois a regra é a
Controle de Legalidade anulação e a convali
convalidação
dação uma faculdade disponível ao agente
Sua finalidade é verificar se o ato foi praticado em con- público em hipóteses excepcionais.
   O formidade com o ordenamento jurídico, e, por esse, enten- Convalidação Tácita:
   V
   I demos que o ato tem que ser praticado de acordo com as leis
   T
   A
O  Art. 54 da Lei nº 9.784 prevê que a administração
   R e também com os princípios fundamentais da administração tem o direito de anular os atos administrativos de que de-
   T
   S
   I pública. corram efeitos favoráveis; para os destinatários, decai em
   N
   I Lei deve ser entendida, nessa situação, em sentido amplo, cinco anos, contados da data em que forem praticados,
   M
   D
   A
ou seja, a Constituição Federal, as leis ordinárias, com plemen- salvo comprovada má-fé. Transcorrido esse prazo, o ato foi
   O tares, delegadas, medidas provisórias e as normas infralegais. convalidado,
convalidad o, pois não pode ser mais anulado pela adminis-
   T
   I
   E Exercício::
Exercício tração.
   R
   I
   D Própria Administração Pública: pode
Pública: pode realizar o controle Convalidação Expressa:
   E de legalidade a pedido ou de ofício. Em decorrência do princí- Art. 55, Lei nº 9.784/99. Em decisão na qual se evi-
   D
   S
   E pio da autotutela, é espécie de controle interno. dencie não acarretar lesão ao interesse público nem
    Õ  prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem
apresentarem defeitos
   Ç Poder Judiciário: no exercício da função jurisdicional,
   O  sanáveis poderão ser convalidados pela própria Admi-
   N pode exercer o controle de legalidade somente por provoca-
ção. Nesse caso, é uma espécie de inspeção externo. nistração.
Poder Legislativo: somente
Legislativo: somente pode exercer controle de le- O prazo que a Administração Pública tem para convalidar
   galidade nos casos previstos na Constituição Federal. É forma um ato é o mesmo que ela tem para anular, ou seja, cinco anos
  
   de controle externo. contados a partir da data da prática do feito. Como analisamos, a
     Consequências: convalidação, se trata de um controle de legalidade que verificou
   que o ato foi praticado com vício, todavia, na hipótese descrita no
     Confirmação da
Confirmação  da validade do ato. Art. 55 da Lei nº 9.784/99, a autoridade com competência para
  
   Anulação do
Anulação  do ato com vício de validade (ilegal).
  
  
anular tal ato, pode optar pela sua convalidação.
Um ato administrativo pode ser anulado pela própria Admi-
     nistração10 que o praticou, por provocação ou de ofício (controle Controle de Mérito
interno) ou pelo poder judiciário. Nesse caso, somente por pro- Sua finalidade é verificar a conv
conveniência
eniência e a oportunidade
vocação (controle externo). A anulação gera efeitos retroativos dos atos administra
administrativos
tivos discricionários.
(ex tunc ),), desfazendo todas as relações do ato resultadas, salvo, Exercício:
entretanto, os efeitos produzidos para os terceiros de boa-fé. Em regra, é exercido discricionariamente pelo próprio po-
Prazo para anulação na via administrativa: cinco anos, con- der que praticou o feito.
tados a partir da prática do ato, salvo comprovada
comprovada má-fé . Excepcionalmente, o poder legislativo tem competência
Segundo o STF, quando o controle interno acarretar o des- para verificar o mérito de atos administrativos dos outros po-
fazimento de um ato administrativo que implique em prejuízo deres, esse é um controle de mérito de natureza política.
à situação jurídica do administrado, a administração deve an- Não pode ser exercido pelo poder judiciário na sua função típica,
tes instaurar um procedimento que garanta a ele o contraditó- mas pode ser executado pela Administração Pública do poder judi-
rio e a ampla-defesa, para que, dessa forma, possa defender ciário nos atos dela própria.
os seus interesse
interesses. s. Consequências:
Convalidação do ato é a correção com efeitos retroativos Manutenção do ato discricionário legal, conveniente e
do ato administrativo com defeito sanável. Considera-se pro- oportuno;
blema reparável: Revogação do ato discricionário legal, inconveniente e ino-
I.I. Vício
 Vício de competência relativo à pessoa. portuno.
  Exceção : Competência exclusiva (também não Nas hipóteses em que o Poder Legislativo exerce controle
de mérito da atuação administrativa dos outros poderes, não
cabe convalidação). lhe é permitida a revogação de tais atos.
O vício de competência relativo à matéria não é
caracterizado como um defeito sanável. Quanto à Amplitude
II. Vício
II.  Vício de Forma Controle Hierárquico
  Exceção : Lei determina que a forma seja ele- Decorre da hierarquia presente na Administração Pública,
mento essencial de validade de determinado que se manifesta na subordinação entre órgãos e agentes,
ato (também não cabe convalidação). sempre no âmbito de uma mesma pessoa jurídica. Acontece
Sendo assim, somente os vícios nos elementos forma e na Administração Pública dos três poderes.
competência podem ser convalidados. Em todos os demais Consequências:
casos, a administração somente pode anular o ato.
É um controle interno permanente (antes/durante/após a
10 Súmula 473, STF.
STF. A Administração pode anular seus próprios atos, quando prática do ato) e irrestrito, pois verifica aspectos de legalidade
eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou
revogá-los,
revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos e de mérito de um ato administrati
administrativovo praticado pelos agentes
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
judicial. e órgãos subordinados.
Esse controle está relacionado às atividades de supervisão, Hipóteses de Controle
coordenação, orientação, fiscalização, aprov
coordenação, aprovação,
ação, revisão, avo-
cação e aplicação de meios corretivos dos desvios e irregula- O  controle legislativo na atuação da Administração
ridades verificados. Pública somente pode ocorrer nas hipóteses previstas na
Constituição Federal, não sendo permitidas às Constituições
Controle Finalístico/Tutela Adminis- Estaduais ou às leis orgânicas criarem novas modalidades de
trativa/ Supervisão Ministerial controle legislativo no respectivo território de sua competên-
É exercido pela administração direta sobre as pessoas jurí- cia. Caso se crie nova forma de controle legislativo por instru-
dicas da administraçã
administraçãoo indireta. mento legal diverso da Const ituição Federal, tal norma será
Efeitos: inconstitucional.
Depende de norma legal que o estabeleça, não se enqua- Como as normas estaduais e municipais não podem criar
drando como um controle específico, e sua finalidade é verifi- novas modalidades de controle legislativo, nessas esferas, pelo
car se a entidade está atingindo as suas intenções estatutárias. princípio da simetria, são aplicadas as hipóteses de controle
legislativoo previstas na Constituição Federal para os estados e
legislativ
Controle Administrativo municípios. Todavia, vale ressaltar que como o sistema legis-
lativo federal adota o bicameralismo, as hipóteses de controle
É um controle interno, fundado no poder de autotutela, exer- do Congresso Nacional, do Senado, das comissões e do Tribu-
cido pelo poder executivo e pelos órgãos administrativos dos po- nal de Contas da União são aplicadas às assembleias legislati-
deres legislativo e judiciário sobre suas próprias condutas, tendo vas na esfera estadual e às câmaras de vereadores nas esferas
em vista aspectos de legalidade e de mérito administrativo 11. municipais.
 Súmula 473  STF::  A Administração pode anular seus
473,,  STF
 próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
 próprios Modalidades
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revo-
 gá-los, por motivo de conv
conveniência
eniência ou oportunid
oportunidade,
ade, Controle de Legalidade
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em to- Quando se analisa aspectos de legalidade da atuação da
dos os casos, a apreciação judicial. Administração Pública dos três poderes, tais como dos atos e
O controle administrativo é sempre interno. Pode ser contratos administrativos.
hierárquico, quando é feito entre órgãos verticalmente esca- Controle de Mérito (Político)
lonados integrantes de uma mesma pessoa jurídica, seja da
Administração
Administr ação Direta ou Indireta; ou não hierárquico, quando É um controle de natureza política, que possibilita ao Po-
exercido entre órgãos que, embora integrem uma só pessoa der Legislativo, nas hipóteses previstas na Constituição Fede-
 jurídica, não estão na mesma linha de escalonamento vertical ral, a intervir na atuação da Administração Pública do Poder
e também no controle finalístico exercido entre a Administra- Executivo, controlando aspectos de eficiência da atuação e  
ção Direta e a Indireta. também de conveniência da tomada de determinadas deci-    
O controle administrativo é um controle permanente, pois sões do poder executivo.  
acontece antes,
antes, durante e depois da prática do ato; também é Ex.: Quando o Senado tem que aprovar o ato do Pre-  
irrestrito,, pois como já foi dito, analisa
irrestrito analisa aspectos de legalidade  sidente da República, que nomeia um dirigente de uma 
e de mérito. agência reguladora.  
Ainda é importante apontar que o controle administrativo
administrativo Efeitos: 
 
pode acontecer de ofício ou a pedido do administrado
administrado.. Não acarreta revogação do ato, pois esse ainda não conclui  
Quando interessado em provocar a atuação da Adminis- o seu processo de formação enquanto não for aprovado pelo
tração Pública, o administrado pode se valer da reclamação poder legislativo, ou seja, tal ato não gera efeitos até a aprova-
administrativa, que é uma expressão genérica para englobar ção, por isso, não há o que se falar em revogação.
revogação. N 
 O 
um conjunto de instrumentos, tais como o direito de petição, a  Ç 

representação, a denúncia, o recurso, o pedido de reconside- Controle Exercido pelo Congresso Nacional  Õ  

 S 
ração, a revisão, dentre outros meios. A competência exclusiva do Congresso Nacional vem des- D 

O meio utilizado pela Administração Pública para proces- crita no Art. 40 da Constituição Federal:


sar o pedido do interessado é o processo administrativo, que, V. Sustar os atos normativos do Poder Executivo
I  


na esfera federal, é regulado pela Lei nº 9.784/99. que exorbitem do poder regulamentar ou dos limi-
I  

 O 
tes de delegação legislativa;
Controle Legislativo


Tal situação acontece quando, no exercício do poder regu- M

É a fiscalização realizada pelo Poder Legislativo, na sua lamentar,, o presidente da república edite um decreto para com-
lamentar
I  

I  
função típica de fiscalizar, na atuação da Administr
Administração
ação Públi- plementar determinada lei e, nesse decreto, ele venha a inovar o
 S 


ca dos três poderes. ordenamento jurídico, ultrapassando os limites da lei. Todavia, a A 

Quando exercido na atuação administrativa dos outros sustação do ato normativo pelo Congresso Nacional não invalida
I  

 O 
poderes, é espécie de controle externo; quando realizado na todo o decreto mas somente o trecho dele que esteja exorbitan-
Administração Pública do próprio poder legislativo, é espécie do do exer
exercício
cício do poder regulamentar.
de controle interno. IX. Julgar anualmente as contas prestadas pelo
Presidente da República e apreciar os relatórios 375
11 ALEXANDRINO, Marcelo & PAULO Vicente. Direito Administrativo Descomplica-
do. 19ª edição. São Paulo - 2011.  sobre a execução dos planos de governo;
governo;
 X. Fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qual-  XI. Avaliar periodicamente a funcionalidade do Sis-
376 quer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, tema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus
incluídos os da administração indireta; componentes, e o desempenho das administrações
tributárias da União, dos Estados e do Distrito Fe-
Controle Exercido Privativamen- deral e dos Municípios.
   O
   V
   I te pelo Senado Federal
   T
   A As competências privativas do Senado Federal vêm descri- Controle Exercido
Exercido pela Câmara dos Deputados
   R
   T
   S tas no Art. 52 da Constituição Federal, dentre essas, algumas A competência da Câmara dos Deputados vem descrita
   I
   N
   I se referem ao exercício de atividades de controle: no Art. 51 da Constituição Federal, e nesse momento ana-
   M
   D I. Processar e julgar o Presidente e o Vice-Presiden- lisaremos as competências relativas à área de controle da
   A te da República nos crimes de responsabilidade,
   O
administração:
   T
   I bem como os Ministros de Estado e os Comandan- Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
   E
   R
   I tes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos I.  Auto
 Autoriza
rizar,r, por
p or doi
doiss terços de seus mem
membros,
bros, a
   D crimes da mesma natureza conexos com aqueles;
   E instauração de processo contra o Presidente e o
   D II. Processar e julgar os Ministros do Supremo Tri-
   S Vice-Presidente da República e os Ministros de
   E
    Õ
bunal Federal, os membros do Conselho Nacional Estado;
   Ç de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Pú-
   O II. Proceder à tomada de contas do Presidente da
   N blico, o Procurador-Geral da República e o Advoga-
República, quando não apresentadas ao Congresso
do-Geral da União nos crimes de responsabilidade;
Nacional dentro de sessenta dias após a abertura
Nesses dois primeiros casos, o julgamento será presidi-
   da sessão legislativa;
  
  
do pelo presidente do STF, limitando-se este à condenação,
Fiscalização Contábil, Financeira e Orça-
que somente será proferida por dois terços dos votos do
     Senado Federal. mentária na Constituição Federal
  
     III. Aprovar previamente,
previamente, por voto
voto secreto, após ar- Também chamado de controle financeiro, em sentido am-
  
    guição pública, a escolha de: plo, vem descrito no Art. 70 da CF, que traz as seguintes regras:
  
   a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta CF. A fiscalização contábil, financeira, orçamentá-
 Art.. 70, CF.
 Art
     Constituição; ria, operacional e patrimonial da União e das entidades
 b) Ministros do Tribunal de Contas da União indi- da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
cados pelo Presidente da República; legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
c) Governador de Território; renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacio-
d) Presidente e diretores do Banco
B anco Central; nal, mediante controle externo, e pelo sistema de controle
e) Procurador-Geral da República; interno de cada Poder.
f) titulares de outros cargos que a lei deter- Como podemos observar, segundo os ditames do Art. 70
minar. da Constituição Federal, a fiscalização contábil, financeira e
IV. Aprovar previamente,
previamente, por voto
voto secreto, após ar- orçamentária é realizada tanto por meio de controle interno
 guição em sessão secreta, a escolha dos chefes de como de externo.
missão diplomática de caráter permanente; Áreas alcançadas pelo controle financeiro (amplo):
V.  Aut
 Autoriz
orizar
ar oper
operaçõ
ações
es ex
exter
ternas
nas de natnature
ureza
za fina
finan-
n- Contábil:: controla o cumprimento das formalidades no re-
Contábil
ceira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito gistro de receitas e despesas.
Federal, dos Territórios e dos Municípios; Financeira:: controla a entrada e a saída de capital, sua des-
Financeira
VI. Fixar, por proposta do Presidente da República, tinação.
limites globais para o montante da dívida consoli- Orçamentária:: fiscaliza e acompanha a execução do orça-
Orçamentária
dada da União, dos Estados, do Distrito Federal e mento anual, plurianual.
dos Municípios; Operacional:: controla a atuação administrativa, obser-
Operacional
VII. Dispor sobre limites globais e condições para as vando se estão sendo respeitadas as diretrizes legais que
operações de crédito externo e interno da União, orientam a atuação da Administração Pública, bem como
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, avaliando aspectos de eficiência e economicidade.
de suas autarquias e demais entidades
en tidades controladas
Patrimonial:: controle do patrimônio público, seja ele mó-
Patrimonial
 pelo Poder Público Federal;
vel ou imóvel.
VIII. dispor sobre limites e condições para a conces-
 são de garantia da União em operações de crédito
Aspectos Controlados:
externo e interno; As áreas alcançadas pelo controle financeiro
financeiro (sentido am-
IX. Estabelecer limites globais e condições para o
plo) abrangem os seguintes aspectos:
montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Legalidade:: atuação conforme a lei.
Legalidade
Federal e dos Municípios; Legitimidade:: atuação conforme os princípios orientado-
Legitimidade
 X. Aprovar, por maioria
maior ia absoluta
absol uta e por
po r voto secre- res da atuação da Administração Pública.
to, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral O controle financeiro realizado pelo Congresso Nacional
da República antes do término de seu mandato; não analisa aspectos de mérito.
Para que o controle financeiro seja eficiente, é necessária V. Fiscalizar as contas nacionais das empresas
a prestação de contas por parte das pessoas físicas ou jurídi-  supranacionais de cujo capital social a União par-
cas que, de qualquer forma, administrem dinheiro ou direito ticipe, de forma direta ou indireta, nos termos do
patrimonial público; tal regra vem descrita no parágrafo único tratado constitutivo;
do Art. 70: VI. Fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repas-
 Art. 70, Parágrafo único.  Prestará contas qualquer pes-
Parágrafo  sados
 sad os pela Uniã
Uniãoo medi
mediant
antee con
convên
vênio,
io, acordo,
acordo, ajuste
ajuste
 soa física ou jurídica, pública ou privada,
privada, que utilize, ar- ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Dis-
recade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens trito Federal ou a Município;
e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou VII. Prestar as informações solicitadas pelo Con-
que, em nome desta, assuma obrigações de natureza  gressoo Nacional,
 gress Nacional, por qualquer
qualquer de suas
suas Casas,
Casas, ou por
 pecuniária. qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscali-
 zação contá
contábil,
bil, finance
financeira,
ira, orçame
orçamentária,
ntária, opera
operacional
cional
Controle Exercido pelos Tribunais de Contas e patrimonial e sobre resultados de auditorias e ins-
Os Tribunais de Contas são órgãos de controle vinculados  peções realiza
realizadas;
das;
ao Poder Legislativo. A finalidade que possuem é auxiliar na VIII.  Aplicar aos responsáveis, em caso de ilegali-
função de exercer o controle externo da Administração Públi- dade de despesa ou irregularidade de contas, as
ca.  sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre
Apesar da expressão órgãos auxiliares, os tribunais de con- outras cominações, multa proporcional ao dano
tas não se submetem ao poder legislativo, ou seja, não existe causado ao erário;
hierarquia nem subordinação entre os tribunais de contas e o IX.  Assinar prazo para que o órgão ou entidade
poder legislativ
legislativo.
o. adote as providências necessárias ao exato cum-
A Constituição Federal, no Art. 71, estabelece as competên-  primento da lei, se verificada ilegalidade;
 X.  Sustar, se não atendido, a execução do ato im- im -
cias do Tribunal de Contas da União (TCU), e, pelo princípio da
simetria, os tribunais de contas estaduais e municipais detêm  pugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
Deputados e ao Senado Federal;
as mesmas competências nas suas esferas de fiscalização, não
 XI. Representar ao Poder competente sobre irregu-
sendo permitidas às Constituições Estaduais e às leis orgânicas
laridades ou abusos apurados.
municipais criar novas hipóteses de controle. Veja
Veja as competên-
§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adota-
cias dos Tribunais de Contas a seguir.
do diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará,
• Hipóteses de Controle: de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Na- § 2º - Se o Congresso
Congresso Nacional ou o Poder Exec Executivo,
utivo, no
cional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Con-  prazo de noventa
noventa dias, não efetivar
efetivar as medidas
medidas prev
previstas
istas
tas da União, ao qual compete: no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.  
I.  Apreciar as contas prestadas anualmente pelo § 3º - As decisões do Tribunal de que resulte
resulte imputação    
Presidente da República, mediante parecer prévio de débito ou multa terão eficácia de título executivo.  
que deverá ser elaborado em sessenta dias a con- § 4º - O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional,  
tar de seu recebimento; trimestral e anualmente, relatório de suas atividades. 
II.  Julgar as contas dos administradores e demais  
• Pontos relevantes:
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos 
A partir dessas regras, analisaremos alguns aspectos rele-
 
da administração direta e indireta, incluídas as fun-  
dações e sociedades instituídas e mantidas pelo Po- vantes referentes ao controle da Administração Pública quan-
do feito pelos tribunais de contas, nas suas respectivas áreas
der Público federal, e as contas daqueles que derem
de competência
competências: s:
causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que N 

resulte prejuízo ao erário público; Apreciação e julgamento das contas públicas  O 
 Ç 
O TCU tem a competência de apreciar e julgar as contas
 Õ  
III. Apreciar, para fins de registro, a legalidade dos

dos administradores públicos.
 S 
atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na D 
C ontas
ontas do Presidente da República são somente apre-

administração direta e indireta, incluídas as fun- D 

dações instituídas e mantidas pelo Poder Público, ciadas mediante parecer prévio do tribunal de contas, a
I  


excetuadas
excet uadas as nomeações
nom eações para cargo de provimen- competência para julgá-las é do Congresso Nacional. I  

 O 
to em comissão, bem como a das concessões de O julgamento das contas feito pelo TCU não depende de A 
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas homologação ou parecer do Poder Legislativ
Legislativo,
o, pois, lembran-

M

as melhorias posteriores que não alterem o funda- do, os Tribunais de Contas não são subordinados ao Poder
I  

I  
mento legal do ato concessório; Legislativo.
 S 


IV. Realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Julgamento das Contas do Próprio Tribunal de Contas A 

Deputados, do Senado Federal, de Comissão técni- Como a Constituição Federal não se preocupou em estabe-
I  

 O 
ca ou de inquérito, inspeções e auditorias de natu- lecer quem é que detém a competência para julgar as contas
reza contábil, financeira, orçamentária, operacional dos Tribunais de Contas, o STF entendeu que podem as Cons-
e patrimonial, nas unidades administrativas dos tituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais submeterem as
Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e de- contas dos Tribunais de Contas a julgamentos das suas respec- 377
mais entidades referidas no inciso II; tivas casas legislativ
legislativas.
as.
378
Controle dos Atos Administrativos
O TCU tem o poder de sustar a execução do ato e, nesse
11. Responsabilidade Civil do Estado
caso, deve dar ciência dessa decisão à Câmara dos Deputados A responsabilidade civil consubstancia-se na obrigação de
e ao Senado Federal. indenizar um dano patrimonial decorrente de um fato lesivo
   O
   V Vinculante nº 3. Nos processos perante ao Tribu-
 Súmula Vinculante voluntário. É modalidade de obrigação extracontratual e,
   I
   T
   A
nal de Contas da União, asseguram-se o contraditório e para que ocorra, são necessários alguns elementos previs-
   R a ampla defesa quando da decisão puder resultar anu- tos no Art. 37, § 6º, da Constituição Federal:
   T
   S
   I
   N lação ou revogação de ato administrativo que beneficie §6º - As pessoas jurídicas de direito público e as pessoas
   I
   M o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do  jurídicas de direito
 jurídicas direito priva
privado
do prestador
prestadoras
as de serviç
serviçoo públi-
   D
   A ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e co responderão pelos danos seus agentes, nessa quali-
   O
   T  pensão. dade, causarem a terceiros, assegurado o direito de re-
   I
   E
   R Controle dos Contratos Administrativos  gresso contr
contraa o responsá
responsável
vel nos casos de
de dolo ou culpa.
   I
   D
   E
   D
Regra: o TCU não pode sustar os contratos administrativos,
administrativos,
pois tal competência é do Congresso Nacional, que deve soli-
Teoria do Risco Administrativo
   S É a responsabilidade objetiva do Estado, que paga o terceiro
   E citar de imediato ao Poder Executivo a adoção das medidas
    Õ
   Ç cabíveis. lesado, desde que ocorra o dano por ação praticada pelo agente
   O
   N
Exceção : caso o Congresso Nacional ou o Poder Executivo público, mesmo o agente não agindo com dolo ou culpa.
Executivo
não tomem as medidas necessárias para a sustação do con- Enquanto para a Administração a responsabilidade inde-
trato em 90 dias, o TCU terá competência para efetuar a sua pende da culpa, para o servidor, ela depende: aquela é objetiva,
   esta é subjetiva e se apura pelos critérios gerais do Código Civil.
  
   sustação.
     Declaração de inconstitucionalidade das Leis Requisitos
   Segundo o STF, os tribunais de contas, no exercício de suas O fato lesivo causado pelo agente em decorrência de culpa
     competências, podem declarar uma norma inconstitucional e
  
  
em sentido amplo, a qual abrange o dolo (intenção), e a culpa
  
  
afastar a sua aplicação nos processos de sua apreciação. Toda-
Toda- em sentido estrito, que engloba a negligência, a imprudência
via, tal declaração de inconstitucio
inconstitucionalidade
nalidade deve ser feita pela e a imperícia.
     maioria absoluta dos membros dos tribunais de contas. A ocorrência de um dano patrimonial ou moral.
 Súmula 347, STF. O Tribunal de Contas, no exercício de
347, STF. O nexo de causalidade entre o dano havido e o compor-
 suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade tamento do agente, o que significa ser necessário que o dano
das leis e dos atos do poder público. efetivamente
efetiva mente haja decorrido diretamente, da ação ou omissão
Controle Judiciário indevida do agente.
As Pessoas Jurídicas de Direito Privado
Privado prestadoras de ser-
É um controle de legalidade (nunca de mérito) realizado viço público estão também sob a responsabilidade na modali-
pelo poder judiciário, na sua função típica de julgar, nos atos dade risco administrativo.
praticados pelas Administração Pública de qualquer poder. Situações de quebra do nexo causal da Administração Pú-
Esse controle por abranger somente aspectos de legalida- blica (Rompimento do Nexo Causal).
de, fica restrito à possibilidade de anulação dos atos adminis-
Caso I
trativoss ilegais, não podendo o poder judiciário realizar o con-
trativo
trole de mérito dos atos administrativos e, em consequência, Culpa exclusiva de terceiros ou da vítima.
não podendo revogar os atos administrativos praticados pela Ex.: Marco, Agente Federal, dirigindo regularmente via-
Administração
Administr ação Pública. tura oficial em escolta, atropela Sérgio, um suicida. Nes-
O controle judiciário somente será exercido por meio da pro-  sa situação, a Administração Pública não está obrigada
a indenizar, pois o prejuízo foi causado exclusivamente
vocação do interessado, não podendo o poder judiciário apre-
 pela vítima.
ciar um ato administrativo de ofício, em decorrência do atributo
da presunção de legitimidade dos atos administrativos. Caso II
É importante lembrar que a própria Administração Pública Caso fortuito, evento da natureza imprevisível e inevitável.
faz o controle de legalidade da sua própria atuação, todavia as Ex.:  A PRF apreend
apreendee um veículo em depósito.
depósito. No local,
local, cai
cai
decisões administrativas não fazem coisa julgada. Assim sen- um raio e destrói por completo o veículo apreendido. Nessa
 situação,
 situação, a Administração
Administração não estará
estará obrigada
obrigada a indenizar
do, a decisão administrativa pode ser reformada pelo poder
o prejuízo sofrido, uma vez que não ocorreu culpa.
 judiciário, pois somente as decisões desse poder é que tem o
efeito de coisa julgada. Caso III
Motivo de força maior, evento humano imprevisível e ine-
Os meios para provocar a atuação do poder judiciário são
vitável.
vários, dentre eles, encontram
encontramos:
os:
Ex.:  A PRF apreend
apreendee um veículo
veículo em depósito.
depósito. Uma
Uma mani-
▷ Mandado de Segurança. festação popular intensa invade-o e depreda todo o veículo,
▷ Ação Popular. inutilizando-o. Nessa situação, a Administração não estará
▷ Ação Civil Pública. obrigada a indenizar o prejuízo sofrido, uma vez que não
▷ Dentre outros. ocorreu culpa.
Estão incluídas todas as pessoas jurídicas de Direito ▷ Depende de ajuizamento de ação de reparação de
Público, ou seja, a Administração Direta, as autarquias e as danos.
fundações públicas de direito público, independentemente Leis de Efeitos Concretos
de suas atividades.
Responsabilidade Civil Decorrente
Teoria da Culpa Administrativa de Atos Jurisdicionais
Segundo a Teoria da Culpa Administrativa, também co-
nhecida como Teoria da Culpa Anônima ou Falta de Serviço, Regra: irresponsabilidade do Estado.
o dever do Estado de indenizar o dano sofrido pelo particular Exceção:
somente existe caso seja comprovada a existência de falta de
serviço. É possível ainda ocorrer a responsabilização do Estado Erro judiciário – Esfera Penal, ou seja, erro do judiciário
aos danos causados por fenômenos da natureza quando ficar que acarretou na prisão de um inocente ou na manutenção do
comprovado que o Estado concorreu de alguma maneira para preso no cárcere por tempo superior ao prolatado na sentença,
que se produzisse o evento danoso, seja por dolo ou culpa. Art. 5º, LXXV, da CF. Segundo o STF, essa responsabilidade não
Nessa situação, vigora
vigora a responsabilidade
responsabilidade subjetiva, pois
pois te- alcança outras esferas.
mos a condição de ter ocorrido com dolo ou culpa. A culpa Caso seja aplicada uma prisão cautelar a um acusado cri-
administrativa
administrati va pode decorrer de uma das três formas possíveis minal e ele venha a ser absolvido, o Estado não responderá
de falta do serviço: pelo erro judiciário, pois se entende que a aplicação da medida
▷ Inexistência
Inexistência do serviço.
não constitui erro do judiciário, mas sim, uma medida cautelar
▷ Mau funcionamento do serviço.
s erviço.
pertinente ao processo.
▷ Retardamento
Retardame nto do serviço.
Cabe sempre ao particular prejudicado pela falta com-
provar sua ocorrência para fazer justa indenização.
Ação de Reparação de Danos
Para os casos de omissão, a regra geral é a responsabi- Administração Pública X Particular:
lidade subjetiva. No entanto, há casos em que mesmo na Pode ser amigável ou judicial.
omissão a responsabilidade do Estado será objetiva como, ▷ Não pode ser intentada contra
contra o agente público cuja
por exemplo, no caso de atendimento hospitalar deficiente ação acarretou o dano.
e de pessoas sob a custódia do Estado, ou seja, o preso, Ônus da Prova:
P rova:
pois, nesse caso, o Estado tem o dever de assegurar inte- Particular: nexo de causalidade direto e imediato entre o
gridade física e mental do custodiado.
fato lesivo e o dano.
Teoria do Risco Integral Administração Pública:  
A Teoria do Risco Integral representa uma exacerbação da ▷ Culpa exclusiva da vítima.    
responsabilidade civil da Administração.
Administração. Segundo essa teoria, ▷ Força Maior.  
basta a existência de evento danoso e do nexo causal para que ▷ Culpa concorrente da vítima.  
surja a obrigação de indenizar para a administração, mesmo Valor da Indenização destina-se à cobertura das seguin-

que o dano decorra de culpa exclusiva do particular.
 
tes despesas: 
Alguns autores consideram
consideram essa teoria para o caso de aci- ▷ O que a vítima perdeu;
 
dente nuclear.
 
▷ O que a vítima gastou (advogados);
Danos Decorrentes de Obras Públicas ▷ O que a vítima deixou de ganhar.
Em caso de morte:

Só Fato da Obra: sem
Obra: sem qualquer irregularidade na sua exe-
 O 
Sepultamento;
 Ç 

cução.
 Õ  

▷ Pensão alimentícia para os dependentes com base  S 
Responsabilidade Civil Objetiva
Objetiva da
 da Administração Públi- na expectativa de vida da vítima.


ca ou particular (tanto faz quem execute a obra). D 
Prescrição: I  
Má Execução da Obra


 Art. 1º da Lei nº 9.494/97: 5 anos.
I  
Administração Pública: Responsabilidade
Pública: Responsabilidade Civil Objeti-


 O 

va, com direito de ação regressiva. Tal prazo aplica-se inclusive às delegatárias de serviço pú- A 

blico.
M
▷ Particular: Responsabilidade
Particular:  Responsabilidade Civil Subjetiva. I  

Ação Regressiva
I  

Responsabilidade Civil Decorrente


 S 


de Atos Legislativos Administração Pública X Agente Público: T 


I  

O Art. 37, § 6º, da CF permite à Administração Pública ou
 O 

Regra: irresponsabilidade do Estado. delegatária (Concessionárias, Autorizatárias e Permissioná-


Exceção: rias) de serviço público a ingressar com uma ação regressiva
Leis Inconstitucionais contra o agente cuja atuação acarretou o dano, desde que 379
▷ Depende de declaração de inconstitucionalidade do STF; comprovado dolo ou culpa.
Requisitos: A Lei nº 9.784/99 será aplicada sempre de forma subsidiá-
380 ▷ Trânsito em julgado da sentença que condenou a ria, acessória, ou seja, a regra geral é que as leis específicas que
Administração
Administr ação ou Delegatária a indenizar
indenizar..  já tratam dos processos
processos administrativos
administrativos continuarão em vigor.
▷ Culpa ou dolo do agente público (responsábilidade Dessa forma, a Lei nº 9.784/99 não revogou nenhuma outra
   O civil subjetiva). que trate sobre o mesmo assunto:
   V
   I
   T Regras Especiais: Art. 69. Os processos administrativos específicos conti-
   A
   R nuarão a reger-se por lei própria, aplicando-lhes apenas
   T ▷ O dever de reparação se estende aos sucessores até
   S
   I  subsidiariament
 subsidiariamentee os preceit
preceitos
os dessa
dessa Lei.
   N o limite da herança recebida.
   I Assim, por exemplo, se o servidor está respondendo a pro-
   M ▷ Pode acontecer após a quebra do vínculo entre o
   D
   A agente público e a Administr
Administração
ação Pública. cesso administrativo disciplinar, usam-se as normas da Lei nº
   O 8.112/90,, em falta de regulamentação dessa, em algum aspec-
8.112/90
   T
   I ▷ A ação de ressarcimento ao erário é imprescritível.
   E to, usa-se a Lei nº 9.784/99.
   R
   I O agente ainda pode ser responsabilizado nas esferas ad-
   D
   E
ministrativa e criminal se a conduta que gerou o prejuízo ainda Princípios
   D incorrer em crime ou em falta administrativa,
administrativa, conforme o caso,
   S
   E podendo as penalidades serem aplicadas de forma cumulativ
cumulativa.a. O Art. 2º da lei traz vários princípios expressos, alguns
    Õ norteadores de forma geral dos atos administrat
administrativos,
ivos, inclusive
   Ç
   O
   N 12. Processo Administrativo Federal expressamente previstos no texto constitucional; outros, que
na Constituição Federal são tidos como implícitos, aqui são
Passaremos a analisar o Processo Administrativo Federal, ou tratados como expressos.
   seja, a Lei nº 9.784/99 que estabelece as regras gerais de tal pro-
  
   cesso no âmbito federal. Essa lei tem, em primeiro plano, a função
A maioria das questões de concursos pede somente se
o candidato sabe que tais princípios são expressos na Lei nº
     de regulamentar o processo administrativo federal. Contudo, ela
   9.784/99, pois, por exemplo, as questões perguntam se a ra-
     contém as normas aplicáveis a todos os atos administrativos. zoabilidade é princípio expresso da Lei nº 9.784/99. Essa ques-
  
   Aqui, complementaremos o conteúdo da lei voltado, espe- tão está correta sob a perspectiva do texto do Art. 2º segun-
  
   cificamente,, para a resolução de questões.
cificamente do da lei, pois a razoabilidade realmente está expressamente
     prevista como princípio. Já no texto constitucional, o mesmo
Abrangência da Lei princípio é tido como implícito.
O Art. 1º da Lei nº 9.784/99 determina a abrangência e a Dessa forma, passamos a analisar o texto do Art. 2º:
aplicação da referida lei. Devemos lembrar que esta é uma lei  Art. 2º.  A Administração Pública obedecerá, dentre
administrativa Federal e não nacional, ou seja, vale para toda
outros, aos princípios da legalidade, finalidade, moti-
Administração
Administr ação Pública Direta e Indireta da União. Dessa forma,
passaremos a analisá-la: vação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade,
Art. 1º.  Essa Lei estabelece normas básicas sobre o ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, inte-
 processo administrativo no âmbito da Administração resse público e eficiência.
Federal direta e indireta, visando, em especial, à pro- Ao lado dos princípios transcritos acima, que são tidos
teção dos direitos dos administrados e ao melhor cum- como expressos, temos os chamados princípios implícitos, ou
 primento dos fins da Administração. seja, não estão expressamente descritos no bojo do texto da
§ 1º - Os preceitos dessa Lei também se aplicam aos Lei nº 9.784/99,
9.784/99, mas são de observância obrigatória por parte
órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, de quem está sob a tutela da lei.
quando no desempenho de função administrativa.
São considerados princípios implícitos:
§ 2º - Para os fins dessa Lei, consideram-se:
Informalismo:: somente existe forma determinada quando
Informalismo
I. Órgão - a unidade de atuação integrante da es-
trutura da Administração direta e da estrutura da
expressamente prescrita em lei.
 Administração indireta; Oficialidade:: o chamado de impulso oficial, significa que de-
Oficialidade
II. Entidade - a unidade de atuação dotada de per- pois de iniciado o processo, a Administração tem a obrigação de
 sonalidade jurídica; conduzi-lo até a decisão final.
III. Autoridade - o servidor ou agente público dota- Verdade material: deve-se permitir que sejam trazidos aos
do de poder de decisão. autos as provas determinantes para o processo, mesmo depois de
Como mencionado acima, a lei tem natureza Federal, transcorridos os prazos legais.
dessa forma, é aplicável à União, autarquias federais, funda- Gratuidade:: em regra, não existe ônus no processo ad-
Gratuidade
ções públicas federais, sociedade de economia mista federais ministrativo, o que é característico nos judiciais.
e empresas públicas federais. Vale ressaltar que os poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário exercem funções típicas e Outra forma de ser cobrado nas questões está relacionada
atípicas. a transcrever o conteúdo dos incisos do Art. 2º e perguntar a
Nas funções empregada dos poderes Legislativo e Judi- qual princípio está diretamente ligado. Para tanto, passaremos
ciário, aplicam-se, no que couber
couber,, as normas determinadas na a determinar em cada inciso os princípios relacionados entre
referida lei. parênteses.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão
Parágrafo II.  Ser ciência da tramitação dos processos admi-
observados, entre outros, os critérios de: nistrativos em que tenha a condição de interessa-
I. Atu
 Atuaçã
açãoo confo
conforme
rme a lei e o Direit
Direitoo (legali
(legalidad
dade);
e); do, ter vista dos autos, obter cópias de documentos
II.  Atend
 Atendimento
imento a fins de inter
interesse
esse geral, vedada a neles contidos e conhecer as decisões
decisõe s proferidas;
renúncia total ou parcial de poderes ou competên- III. Formular alegações e apresentar documentos
cias, salvo autorização em lei (impessoalidade/in- antes da decisão, os quais serão objeto de conside-
disponibilidade do interesse público); ração pelo órgão competente;
III. Objetividade no atendimento do interesse públi- IV. Fazer-se assistir, facultativamente, por advoga-
co, vedada a promoção pessoal de agentes ou auto- do, salvo quando obrigatória a representação, por
ridades (impessoalidade); força de lei.
IV.  Atuaç
 Atuação
ão segundo padrões éticos de probid probidade,
ade, A faculdade de atuar com advogado no processo adminis-
decoro e boa-fé (moralidade); trativo é decorrência direta do princípio do informalismo. Con-
V. Divulgação oficial dos atos administrativos, ressal- tudo, pode a lei expressamente
expressamente exigir a presença do advogado
vadas as hipóteses de sigilo previstas na Constitui- no procedimento. Nesse caso, a inobservância acarretaria nu-
ção (publicidade); lidade do processo.
VI.  Adequa
 Adequaçãoção entre meios e fins, vedada a impo- É de extrema importância notar o teor da Súmula Vincu-
 sição de obrigaç
obrigações,
ões, restr
restrições
ições e sançõe
sançõess em me- lante 5, em que sua redação determina o seguinte:
dida superior àquelas estritamente necessárias ao  Súm. Vinculante 5: A falta de defesa técnica por advo-
atendimento do interesse público (razoabilidade/   gado nono processo
processo admin
administ
istrat
rativo
ivo disci
disciplin
plinar
ar não ofend
ofendee a
 proporcionalida
 propor cionalidade);
de); Constituição.
VII. Indicação dos pressupostos de fato e de direito O Art. 4º determina alguns deveres que devem ser observa-
que determinarem a decisão (motivação); dos no âmbito do processo administrativo.
VIII. Observância das formalidades essenciais à Art. 4º.  São deveres do administrado perante a Ad-
 garantia dos direitos dos admini administrados
strados (segu-
ministração, sem prejuízo de outros previstos em ato
rança Jurídica);
normativo:
IX.  Adoção de formas simples, suficient suficientes
es para
I. Expor os fatos conforme a verdade;
 propiciar
 propic iar adequa
adequadodo grau de certcerteza,
eza, segura
segurança
nça e
respeito aos direitos dos administrados (segurança II. Proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
 jurídica e informalismo);
informalismo); III. Não agir de modo temerário;
 X. Garantia dos direitos à comunicação, à apresen- IV. Prestar as informações que lhe forem solicitadas e
tação de alegações finais, à produção de provas e colaborar para o esclarecimento dos fatos.  
à interposição de recursos, nos processos de que
Início do Processo e Legitimação Ativa
   
 possam result
resultar
ar sanções e nas situaç
situações
ões de litígio
 
(ampla defesa e contraditório); O Art. 5º da Lei nº 9.784/99 traz que o processo pode ser  
 XI. Proibição de cobrança de despesas processuais, iniciado pela própria Administração Pública (de ofício) – de-

corrência do princípio da oficialidade, ou ainda mediante pro-
 
ressalvadas as previstas em lei (gratuidade nos pro- 
cessos administrativos); vocação do interessado por meio de represen
representação
tação aos órgãos  
públicos responsáveis (a pedido).
 
 XII. Impulsão, de ofício, do processo administrativo,
 sem preju
prejuízo
ízo da atuação dos interessados
interessados (oficia
(oficiali-
li- O Art. 6º determina que caso faltem elementos essenciais
dade); ao pedido, a Administr
Administração
ação deverá orientar o interessado a su- N 
pri-los, sendo vedada a simples recusa imotivada de receber o
 XIII. Interpretação da norma administrativa da for-
 O 

requerimento
requerime nto ou outros documentos. Segue o teor dos artigos:
 Ç 
 Õ  
ma que melhor garanta o atendimento do fim pú- E 
Art. 5º. O processo administrativo pode iniciar-se de
 S 
blico a que se dirige, vedada aplicação retroativa de D 

nova interpretação (Segurança Jurídica). ofício ou a pedido de interessado. E 



Art. 6º. O requerimento inicial do interessado, salvo casos I  

Direitos e Deveres dos Administrados em que for admitida solicitação oral, deve ser formulado

I  

 por escr
escrito
ito e conter
conter os segui
seguinte
ntess dados:
dados:
 O 
O Art. 3º da Lei nº 9.784/99 trata de uma lista exemplifica- I. Órgão ou autoridade administrativa a que se di-


tiva de direitos dos administrados para com a Administração
M
rige; I  

Pública. É muito importante frisar o inciso IV que discorre so- II. Identificação do interessado ou de quem o re-
I  
 S 

bre a presença do advogado no processo administrativo.
administrativo.  presente;


 Art. 3º. O administrado tem os seguintes direitos pe-

III. Domicílio do requerente ou local para recebi- I  

rante à Administração, sem prejuízo de outros que lhe mento de comunicações;
 O 

 sejam assegurados: IV. Formulação do pedido, com exposição dos fatos


I.  Ser tratado com respeito pelas autoridades e e de seus fundamentos;
 servidores, que deverão
deverão facilitar o exercício
exercício de seus V. Data e assinatura do requerente ou de seu re- 381
direitos e o cumprimento de suas obrigações;  presentante.
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa III. Esteja litigando judicial ou administrativamente
382 imotivada de recebimento de documentos, devendo o com o interessado ou respectivo cônjuge ou com-
 servidor orientar o interessado quanto ao suprimento  panheiro.
de eventuais falhas. O Art. 20 determina que pode ser arguida suspeição de
   O Art. 7º. Os órgãos e entidades administrativas deverão autoridade ou servidor que tenha amizade ou inimizade no-
   V
   I tória com algum interessado ou com os respectivos cônjuges,
   T elaborar modelos ou formulários padronizados para
   A companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.
   R assuntos que importem pretensões equivalentes.
   T
   S Art. 8º. Quando os pedidos de uma pluralidade de in-
   I
   N
   I teressados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos,
Da Forma, Tempo e Lugar
   M
   D
   A
 poderão ser formulados em um único requerimento, dos Atos do Processo
   O  salvo preceito legal em contrário. O Art. 22 tem como fundamento o princípio do informalis-
   T
   I
   E mo e prevê o seguinte:
   R
   I Dos Interessados e da Competência
   D Art. 22.  Os atos do processo administrativo não de-
   E O Art. 9º trata dos interessados no processo administrati-
   D  pendem de forma determinada, senão, quando a lei
   S vo. Na maioria das vezes, as questões cobradas em concursos expressamente a exigir.
   E
    Õ são meramente texto de lei, em que uma simples leitura resol-
   Ç
   O ve o problema. § 1º - Os atos do processo devem ser produzidos por es-
   N crito, em vernáculo, com a data e o local de sua realiza-
Dessa forma, passamos a transcrever o texto legal: ção e a assinatura da autoridade responsável.
 Art. 9º. São legitimados como interessados no proces- § 2º - Salvo imposição legal, o reconhecimento de fir-
    so administrativo: ma somente será exigido quando houver dúvida de
  
   I. Pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como autenticidade.
     titulares de direitos ou interesses individuais ou § 3º  - A autenticação de documentos exigidos em có-
   no exercício do direito de representação;  pia poderá ser feita pelo órgão administrativo.
     II. Aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm
  
   § 4º  - O processo deverá ter suas páginas numeradas
  
  
direitos ou interesses que possam ser afetados pela  sequencialmente e rubricadas.
decisão a ser adotada;
     III.  As organizações e associações representativas,
O Art. 23 estabelece, como regra geral, a realização dos
atos do processo em dias úteis, no horário normal de funciona-
no tocante a direitos e interesses coletivos; mento da repartição na qual tramitar o processo. No entanto,
IV. As pessoas ou as associações legalmente cons- poderão ser concluídos depois do horário normal os atos já
tituídas quanto a direitos ou interesses difusos. iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do pro-
 Art. 10. São capazes, para fins de processo administra- cedimento ou cause dano ao interessado ou à administração
tivo, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão (Art. 23, parágrafo único).
especial em ato normativo próprio. Estabelece o Art. 25 que os atos do processo devem reali-
O Art. 11 trata da irrenunciabilidade da competência, ou seja, zar-se preferencialmente na sede do órgão, certificando-se o
os órgãos da administração, por meio de seus agentes, não po- interessado se outro for o local de realização, ou seja, devem
dem renunciar as competências determinadas por lei. Merece es- ser executados, de preferência, na sede do órgão, mas pode-
pecial atenção, e por ser matéria certa em provas de concursos, o rão ser realizados em outro local, após regular cientificação.
Art. 13 trata da impossibilidade legal de delegação, sendo um rol
taxativo descrito na lei, que passamos a transcrever abaixo: Do Recurso Administrativo
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: e da Revisão
I . A edição de atos de caráter normativo;
II. A decisão de recursos administrativos; Um dos temas mais cobrados nas provas de concursos é o que
III. As matérias de competência exclusiva do órgão tange ao recurso administrativo e à revisão do processo. O Art. 56
ou autoridade. estabelece direito do administrado ao recurso das decisões admi-
nistrativas, isso em razões de legalidade e mérito administrativo.
Impedimento e Suspeição O § 3º prevê que o administrado, se entender que hou-
Os Arts. 18 e 20 cuidam do impedimento e suspeição no ve violação a enunciado de súmula vinculante, poderá ajuizar
processo administrativo. Nessa situação, a lei visa a preservar a reclamação perante o Supremo Tribunal Federal, desde que,
atuação imparcial do agente público, com vistas à moralidade antes, tenha esgotado as vias administrativas.
administrativa. O § 2º estabelece, como regra geral, a inexigibilidade de ga-
Dessa forma, o Art. 18 prevê que é impedido de atuar no rantia de instância (caução) para a interposição de recurso admi-
processo administrativo o servidor ou autoridade que: nistrativo. Nesse sentido, passamos a transcrever a Súmula Vincu-
I. Tenha interesse direto ou indireto na matéria; lante 21, que proíbe a exigência de depósito para admissibilidade
II . Tenha participado ou venha a participar como de recurso.
 perito, testemunha ou representante, ou se tais  Súm. Vinculante 21. É inconstitucional a exigência de de-
 situações ocorrem quanto ao cônjuge, compa-  pósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para
nheiro ou parente e afins até o terceiro grau; admissibilidade de recurso administrativo.
 Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em Prática dos Atos
face de razões de legalidade e de mérito. Quantidade de dias: cinco dias.
§ 1º - O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a
  Observações:
decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco
dias, o encaminhará à autoridade superior. ▷ Se não existir uma disposição específica, prazo será
§ 2º  - Salvo exigência legal, a interposição de recurso de cinco dias.
administrativo independe de caução. ▷ O prazo total pode ser até de 10 dias (dilatado até
§ 3º - Se o recorrente alegar que a decisão administra- o dobro).
tiva contraria enunciado da súmula vinculante, caberá Artigo na lei que consta o prazo:
à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão
reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso ou autoridade responsável pelo processo e dos administra-
à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou dos que dele participem devem ser praticados no prazo de
inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. cinco dias, salvo motivo de força maior.
Legitimidade para Interpor Recurso Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser
dilatado até o dobro, mediante comprovada justifica-
 Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso admi- ção.
nistrativo:
I. Os titulares de direitos e interesses que forem Intimação - Da Comunicação dos Atos
 parte no processo; Quantidade de dias: três dias úteis;
II. Aqueles cujos direitos ou interesses forem indi- Art. 26 , § 2º -  A intimação observará a antecedência
retamente afetados pela decisão recorrida; mínima de três dias úteis quanto à data de compare-
III. As organizações e associações representativas, cimento.
no tocante a direitos e interesses coletivos; Intimação – da instrução
IV. Os cidadãos ou associações, quanto a direitos Quantidade de dias: três dias úteis;
ou interesses difusos.
Art. 41.  Os interessados serão intimados de prova ou
Do Não Reconhecimento do Recurso diligência ordenada, com antecedência mínima de
 Art. 63. O recurso não será conhecido quando inter- três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de
 posto: realização.
I. Fora do prazo; Parecer
II. Perante órgão incompetente; Quantidade de dias: 15 dias.  
III. Por quem não seja legitimado;   Observação:    
IV. Após exaurida a esfera administrativa. ▷ Salvo norma especial ou comprovada necessidade  
O Art. 64 confere amplos poderes aos órgãos incumbidos da de maior prazo.  
decisão administrativa, em que o setor competente para decidir Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um 
o recurso, poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo
 
ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua

máximo de quinze dias, salvo norma especial ou com-  
competência. Aqui é possível, inclusive, a reforma em prejuízo  provada necessidade de maior prazo.
 
do recorrente, chamada reformatio in pejus . Direito de Manifestação – Da Instrução
O Art. 65 focaliza os processos administrativos de que re-
Quantidade de dias: 10 dias. N 
sultem sanções, que poderão ser revistos, a qualquer tempo, a  O 
  Observação:
 Ç 
pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circuns-  Õ  

Salvo se outro prazo for legalmente fixado.



tâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da ▷
 S 

sanção aplicada. Devemos nos atentar, pois o Parágrafo Único Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o di- E 

prevê que da revisão do processo não poderá resultar agrava-



reito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, I  

mento da sanção.  salvo se outro prazo for legalmente fixado.

I  

Assim, é fácil notar que o legislador determinou regra
 O 
Prazo de decidir A 
distinta para o recurso administrativo e a revisão do proces-

Quantidade de dias: 30 dias. M
so. Esse recurso, é possível o agravamento da penalidade pela I  
  Observações:

autoridade julgadora (chamada reformatio in pejus ), contudo,
I  
 S 
Pode ser prorrogado por igual período se expressa-

isso não acontece na revisão do processo. ▷


mente motivada. T 

Prazos da Lei nº 9.784/99


I  

O prazo total pode ser até de 60 dias.
 O 

A lei possui muitos prazos, dessa forma, sintetizaremos, Art. 49.  Concluída a instrução de processo adminis-
em um único tópico, todos eles para melhor entendimento e, trativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias
consequentemente, para acertar as questões nas provas de  para decidir, salvo prorrogação por igual período ex- 383
concursos públicos:  pressamente motivada.
Prazo para Reconsiderar Prazo de recon-
5 dias
384 Quantidade de dias: cinco dias. siderar
 Art. 56, § 1º - O recurso será dirigido à autoridade que Recurso Admin- Se não existir disposição legal
10 dias
 proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no pra- istrativo específica, o prazo será de 10 dias.
   O  zo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.
   V
   I Se a lei não fixar prazo diferente, o
   T
   A Recurso Administrativo Prazo de decidir
30 dias
prazo será de 30 dias;
   R
   T Quantidade de dias: 10 dias. RA O prazo total pode ser de até 60
   S
   I
   N
dias, ante justificativa explícita.
   I   Observação:
   M Alegações Finais 5 dias úteis
   D
   A
▷ Se não existir disposição legal específica, o prazo
   O será de 10 dias. Art. 24.  Inexistindo disposição específica, os atos do
   T
   I
   E Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos
   R
   I o prazo para interposição de recurso administrativo, administrados que dele participem devem ser pratica-
   D
   E contado a partir da ciência ou divulgação oficial da de- dos no prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior.
   D Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode
   S cisão recorrida.
   E  ser dilatado até o dobro, mediante comprovada justi-
    Õ
   Ç Prazo de Decidir Recurso Administrativo ficação.
   O
   N Quantidade de dias: 30 dias. Art. 26 , § 2º -  A intimação observará a antecedência
Observações: mínima de três dias úteis quanto à data de compare-
Se a lei não fixar prazo diferente, o prazo será de 30 dias. cimento.
  

Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou
  
  
▷ O prazo total pode ser até de 60 dias, se houver jus-
diligência ordenada, com antecedência mínima de três
tificativa explícita.
     dias úteis, mencionando-se data, hora e local de rea-
    Art. 59, § 1º - Quando a lei não fixar prazo diferente, lização.
     o recurso administrativo deverá ser decidido no prazo Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um
  
   máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos au- órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo
  
   tos pelo órgão competente. máximo de quinze dias, salvo norma especial ou com-
     § 2º - O prazo mencionado no parágrafo anterior pode-  provada necessidade de maior prazo.
rá ser prorrogado por igual período, ante justificativa Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o di-
explícita. reito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias,
Alegações Finais  salvo se outro prazo for legalmente fixado.
Art. 49.  Concluída a instrução de processo adminis-
Quantidade de dias: 5 dias úteis. trativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para  para decidir, salvo prorrogação por igual período ex-
dele conhecer deverá intimar os demais interessados  pressamente motivada.
 para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem ale- Art. 56 , § 1º - O recurso será dirigido à autoridade que
 gações.  proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no pra-
Prazos da Lei nº 9.784/99  zo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.
Art. 59 , § 1º - Quando a lei não fixar prazo diferente,
Quantidade o recurso administrativo deverá ser decidido no prazo
Tipo Observações
de Dias máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos au-
Se não existir disposição específi- tos pelo órgão competente.
ca, o prazo será de 5 dias; § 2º - O prazo mencionado no parágrafo anterior pode-
Prática dos atos 5 dias rá ser prorrogado por igual período, ante justificativa
O prazo total pode ser até de 10
dias (dilatado até o dobro). explícita.
Intimação de Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para
comunicação dos 3 dias úteis dele conhecer deverá intimar os demais interessados
atos  para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem ale-
 gações.
Intimação da
3 dias úteis
Instrução
13. Lei nº 8.112, de 11 de Dezembro de 1990
Salvo norma especial ou compro-
Parecer 15 dias
vada necessidade de maior prazo. Disposições Gerais
Direito de A Lei nº 8.112/90 instituiu o Regime Jurídico dos Servidores
Salvo se outro prazo for legal- Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime
manifestação da 10 dias
mente fixado. especial, e das fundações públicas federais.
instrução
Pode ser prorrogado por igual A Lei nº 8.112/90 alcança:
período se expressamente mo- ▷ União;
Prazo de decidir 30 dias tivada; ▷ Autarquias federais;
O prazo total pode ser até de 60 dias. ▷ Fundações públicas federais.
As empresas públicas e as sociedades de economia mis- Prazo de Validade
ta não são regidas por essa lei. Além disso, não é qualquer O prazo de validade do concurso público é de até dois anos
autarquia ou fundação pública que a adota, são apenas as e prorrogável uma única vez, por igual período (a administra-
federais. ção prorroga apenas se quiser).
Conceitos Importantes A Lei nº 8.112/90 estabelece que não se abrirá novo concurso
▷ Servidor: pessoa legalmente investida em cargo pú- enquanto houver candidato aprovado em seleção anterior com
blico (o que torna alguém um servidor público é a prazo de validade não expirado.
INVESTIDURA, sendo que ela é dada com a POSSE).  Art. 37, IV, CF.   Durante o prazo improrrogável pre-
▷ Cargo público: conjunto de atribuições e responsa- visto no edital de convocação, aquele aprovado em
bilidades previstas na estrutura organizacional que concurso público de provas ou de provas e títulos
devem ser cometidas a um servidor.  será convocado com prioridade sobre novos concur-
 sados para assumir cargo ou emprego, na carreira.
Cargo Público Segundo a Lei nº 8.112/90, não poderia ser aberto novo
▷ Acessíveis a todos os brasileiros (estrangeiros ex- concurso enquanto há algum vigente. Mas atenção, pois, con-
cepcionalmente: universidades e instituições de forme a regra constitucional, pode sim ser aberto novo con-
pesquisa científica e tecnológica federais poderão curso nesse caso, porém deve ser observada a prioridade na
prover seus cargos com professores, técnicos e cien- nomeação.
tistas estrangeiros, de acordo com as normas e os Para responder se é possível ou não abrir um novo concur-
procedimentos da Lei nº 8.112/90). so enquanto houver um não expirado com candidatos aprova-
▷ Criados por lei. dos, fique de olho no comando da questão:
▷ Com denominação própria e vencimentos pagos pe- De acordo com a Lei nº 8.112/90: não pode.
los cofres públicos De acordo com a Constituição Federal: pode, mas deve ser
▷ Provimento pode ser em: observada a prioridade na ordem de nomeação.
» caráter efetivo; De acordo com o STF, os candidatos aprovados dentro das
» em comissão.
vagas têm direito subjetivo à nomeação durante o prazo de
validade do concurso.
A Lei nº 8.112/90 veda a prestação de serviços gratuitos, Entretanto, o próprio STF reconhece que, em virtude do
salvo os casos previstos nela. princípio da supremacia do interesse público sobre o privado,
Diferenças entre cargo efetivo, cargo em comissão e fun- ocorrendo situações excepcionais, relevantes, supervenientes,
ção de confiança: imprevisíveis e extraordinárias, nem mesmo os aprovados
Cargo efetivo: nesse os servidores ingressam por meio de dentro das vagas teriam direito a nomeação. Seria o caso, por
concurso público. Deverão passar pelo estágio probatório e exemplo, de um concurso feito para um órgão novo, que na
 
podem adquirir estabilidade no serviço público. prática, por falta de verbas, jamais foi efetivamente instalado.
   
Cargo em comissão e função de confiança: não estão Nessa situação a nomeação de candidatos que iriam receber,
 
sujeitos ao estágio probatório, mas jamais adquirem estabi- mas não iriam sequer trabalhar pela inexistência física do ór-
 
lidade. Tratam-se de atribuições de chefia, direção ou asses- gão, violaria o princípio supracitado.

 
soramento. Assim, no que se refere aos aprovados dentro das vagas: 
Cargo em comissão: é de livre nomeação e exoneração ( ad
 
Regra: Direito subjetivo à nomeação;  
 nutum), isto é, a autoridade escolhe livremente e pode exonerar
independente de motivo. Podem ser preenchidos tanto por par- Exceção: Não tem direito à nomeação (ocorrendo situa-
ticulares como por servidores (mas um percentual mínimo de ções expecionais). N 
servidores de carreira deve ser observado, de acordo com a CF). Reserva de Vagas para Deficiente
 O 
 Ç 
Função de confiança: é de livre designação e dispensa. Nos termos da Lei nº 8.112/90, é assegurado o direito de se
 Õ  

Apenas servidores efetivos podem ser designados. inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas
 S 

atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são

Do Provimento portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% das

I  

vagas oferecidas no concurso.

Concurso Público
I  

A Lei nº 8.112/90 não estabeleceu um patamar mínimo,
 O 

Regras Gerais mas a legislação específica diz que é de 5%. Neste caso, se o D 
M
edital prever quatro vagas, não haverá nenhuma para porta-
O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo
I  

dores de deficiência, pois a reserva dessa caracterizaria 25%
I  
ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o
 S 

regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a do total, o que extrapola o limite estabelecido. R 


inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, Reserva de Vagas para Negros I  

 O 
quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóte- A Lei nº 12.990/2014 reserva aos negros 20% das vagas ofere-
ses de isenção nele expressamente previstas. cidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos
Os cargos públicos de provimento efetivo serão necessa- e empregos públicos no âmbito da administração pública federal,
riamente preenchidos mediante prévia aprovação em concur- das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e 385
so público. das sociedades de economia mista controladas pela União.
Requisitos para Investidura Esses prazos (para tomar posse e entrar em exercício) são
386 Requisitos básicos para investidura em cargo público: declináveis, isto é, não é necessário aguardar o último dia, pode
▷ Nacionalidade brasileira (nato ou naturalizado). tomar posse em um dia após a nomeação e já entrar em exercí-
▷ Gozo dos direitos políticos. cio no dia seguinte.
   O
   V ▷ Quitação com as obrigações militares e eleitorais. Regras referentes à posse:
   I
   T
   A ▷ Nível de escolaridade exigido para o exercício do ▷ Pode ser dada mediante procuração específica.
   R
   T
   S
cargo. ▷ Existe posse apenas nos casos de provimento de
   I
   N
   I
▷ Idade mínima de dezoito anos. cargo por nomeação (única forma de provimento
   M ▷ Aptidão física e mental. originária).
   D
   A
Esses são os requisitos básicos. As atribuições do cargo ▷ Apresenta declaração de bens e valores, bem como
   O
   T
   I podem justificar a exigência de outros, mas eles devem estar de estar ou não em exercício de outro cargo, empre-
   E
   R go ou função pública.
   I
   D
estabelecidos em lei.
▷ Depende de prévia inspeção médica oficial (só pode ser
   E
   D
A Súmula 683 do STF diz que: empossado se for julgado apto física e mentalmente para
   S
   E
O limite de idade para inscrição em concurso públi- o exercício do cargo).
    Õ
   Ç co só se legitima em face do Art. 7º, XXX, da Cons-
   O tituição Federal quando possa ser justificado pela À autoridade responsável do órgão ou entidade para
   N
natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. onde for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe
exercício.
Da Posse e do Exercício
   O início da atividade de função de confiança coincidirá
  
  
Posse:  dada com a assinatura do respectivo termo (na com a data de publicação do ato de designação, salvo quando
posse é que ocorre a investidura).
     o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro
   Nesse termo constarão as atribuições, os deveres, as res- motivo legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após
     ponsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que o término do impedimento, que não poderá exceder a trinta
  
   não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das
  
   partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei.
dias da divulgação.
O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício
     Exercício: efetivo desempenho das atribuições do cargo serão registrados no assentamento individual do servidor.
público ou da função de confiança.
Ao entrar em exercício, o mais novo concursado apresen-
A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publi- tará ao órgão competente os elementos necessários ao seu
cação do ato de provimento. É de quinze dias o tempo para o assentamento individual.
servidor empossado em cargo público entrar em exercício, con-
tados da data da posse. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é
Publicação do ato de provimento (nomeação)  30 dias
contado no novo posicionamento na carreira a partir da data
  POSSE  15 dias  Exercício.
 
de publicação do ato que promover o servidor.
▷ Não tomar posse: o ato de provimento é tornado Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em
 sem efeito. razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, res-
▷ Não entrar em exercício: O servidor será EXONE- peitada a duração máxima do trabalho semanal de quarenta
RADO (cargo) ou o ato de designação tornado sem horas e observados os limites mínimo e máximo de seis horas
efeito (função de confiança). e oito diárias, respectivamente (pode haver disposição de jor-
No caso de posse, em se tratando de servidor, que esteja na nada diversa em leis especiais).
data de publicação do ato de provimento, em licença prevista Jornada do servidor (limites)
nos incisos I, III e V do Art. 81, ou afastado nas hipóteses dos ▷ Semanal - 40 horas
incisos I, IV, VI, VIII, alíneas “a”, “b”, “d”, “e” e “f”, IX e X do Art. ▷ Diária - mínimo seis horas e máximo oito.
102, o prazo será contado do término do impedimento. O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança
Nessa situação, se a pessoa  já for servidor e estiver go- submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, obser-
zando de determinadas licenças ou afastamentos, o tempo vado o disposto no Art. 120 (regras de afastamento ou não do
para tomar posse será iniciado após o término desse impe- cargo efetivo para exercício do cargo em comissão), podendo
dimento. ser convocado sempre que houver interesse da Administração.
O servidor que deva ter exercício em outro município em
razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido Estabilidade e Estágio Probatório
ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no O Art. 20 da Lei nº 8.112/90 diz que ao entrar em exercício,
máximo, trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará
para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do
 sujeito a estágio probatório por período de 24 meses, durante
cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslo-
camento para a nova sede. o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação
O servidor pode (facultado) declinar desses prazos se esti-  para o desempenho do cargo [...].
ver em licença ou afastado legalmente, esse período conta do Entretanto, de acordo com o Art. 41 da CF o prazo para
término do impedimento. aquisição da estabilidade é de três anos, sendo esse também
o entendimento aplicado nas provas para o prazo do estágio ▷ Sentença judicial transitada em julgado.
probatório (isso está pacificado inclusive pela jurisprudência ▷ Processo administrativo disciplinar no qual lhe seja
do STJ). assegurada ampla defesa.
Tanto o prazo para o estágio probatório, como o pe- Já a Constituição Federal estabelece as seguintes hipóte-
ríodo para adquirir estabilidade, é de três anos de efetivo ses de perda do cargo pelo servidor estável:
exercício. ▷ Sentença judicial transitada em julgado.
A estabilidade é dada no serviço público, após esse prazo e ▷ Processo administrativo em que lhe seja assegurada
preenchido os requisitos, o servidor torna-se estável no servi- ampla defesa.
ço público naquela esfera (feita apenas uma vez nessa esfera). ▷ Procedimento de avaliação periódica de desem-
Para que seja adquirida, é necessária a aprovação em estágio penho, na forma de lei complementar, assegurada
probatório. Este diz respeito ao cargo. A cada nova função ele ampla defesa.
deve ser cumprido, independente de o servidor já ser estável ▷ Excesso de despesas com pessoal (Art. 169, §4º).
ou não.
Na Lei nº 8.112/90 a avaliação de desempenho (estágio 13. 1. Provimento e Vacância
probatório) observará os seguinte fatores:
▷ Assiduidade.
Provimento
▷ Disciplina. Provimento é o modo pelo qual um cargo público é preen-
▷ Capacidade de iniciativa. chido. Essas formas, assim como as de vacância, configuram um
▷ Produtividade. rol taxativo, isto é, existem apenas essas hipóteses expressa-
mente previstas em lei.
▷ Responsabilidade.
São Formas de provimento de cargo público (sete hipóte-
Quatro meses antes de findo o período do estágio ses - rol taxativo):
probatório, será submetida à homologação da autoridade ▷ Nomeação (única originária, as outras modalidades são
competente a avaliação do desempenho do servidor, rea- formas derivadas de provimento – ou secundárias).
lizada por comissão constituída para essa finalidade, de ▷ Promoção (forma híbrida - é também forma de va-
acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da res- cância).
pectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de ▷ Readaptação (forma híbrida – é também forma de
apuração dos fatores acima citados. vacância).
O servidor não habilitado em estágio probatório será exo- ▷ Reversão.  
nerado desse cargo (e não demitido). ▷ Aproveitamento.    
O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer ▷ Reintegração.  
cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia ▷ Recondução.  
ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e somente
Nomeação

poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos  
de Natureza Especial, cargos de provimento em comissão do Gru- Trata-se da única forma originária de provimento de cargo 
 
po-Direção e Assessoramento Superiores (DAS), de níveis 6, 5 e 4, público, sendo feita:  
ou equivalentes. Em caráter efetivo  quando se tratar de cargo isolado
Licenças e afastamentos permitidos: de provimento efetivo ou de carreira.
Licenças Em comissão (inclusive na condição de interino)  para car-

 O 

Por motivo de doença em pessoa da família.


 Ç 
▷ gos de confiança vagos.  Õ  

Por motivo de afastamento do cônjuge ou compa- O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza
 S 
▷ D 
nheiro. especial poderá ser nomeado para ter exercício, interinamen-


▷ Para o serviço militar. te, em outra função de confiança, sem prejuízo das atribuições
I  

Para atividade política.


I  
do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela

 O 
Afastamentos
remuneração de um deles durante o período da interinidade.

Exercício de Mandato Eletivo (atenção para não con-




M

fundir, o afastamento para mandado CLASSISTA não A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de I  

I  
pode no estágio probatório). provimento efetivo  depende de prévia habilitação em con-
 S 


▷ Estudo ou Missão no Exterior. curso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a A 

Servir em organismo internacional. ordem de classificação e o prazo de sua validade.
I  

▷  O 
▷ Curso de formação (outro cargo federal). Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento
Servidor Estável e a Perda do Cargo do servidor na carreira, mediante promoção, serão estabele-
A Lei nº 8.112/90 diz que o servidor estável somente perde- cidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira na 387
rá o cargo em virtude de: Administração Pública Federal e seus regulamentos.
Promoção No caso de ser revertido, o servidor perceberá, em subs-
388 tituição aos proventos da aposentadoria, a remuneração do
É uma forma híbrida, pois ela é tanto modalidade de provi-
cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de na-
mento como de vacância de cargo público.
tureza pessoal que percebia anteriormente à aposentadoria.
   O
Ela é aplicada apenas nos cargos escalonados em carrei-
   V Em nenhuma hipótese poderá ser revertido o aposentado
   I ra. Trata-se de progresso dentro da carreira e não da troca de
   T
   A que já tiver completado 70 anos de idade (embora atualmente
   R cargo (lembre-se que a Constituição Federal não permite o in-
   T a idade para a aposentadoria compulsória seja de 75 anos, a
   S
   I gresso em cargo púbico de provimento efetivo sem concurso).
   N
   I
idade máxima para a reversão permanece como 70 anos, de
   M
Vale ressaltar que a promoção não interrompe o tempo de acordo com texto expresso da Lei nº 8.112/90).
   D
   A
exercício, que é contado no novo posicionamento na carreira a
   O
   T
   I
partir da data de publicação do ato que promover o servidor. Reintegração
   E A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo
   R
   I
   D
Readaptação anteriormente ocupado, ou na função resultante de sua transfor-
   E
   D
Aplicada no caso de o servidor (estável ou não) sofrer mação, quando invalidada a sua demissão por decisão adminis-
   S uma limitação (física ou mental) que seja incompatível com trativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
   E
    Õ as atribuições do cargo que ocupa, mas que ainda pode exer- Dessa forma, quando o servidor tiver sido demitido de ma-
   Ç
   O cer outro cujas atribuições não estejam impossibilitadas pela
   N
sua limitação sofrida. neira indevida e essa demissão for invalidada, ele voltará ao
seu cargo, recebendo esse instituto o nome de reintegração.
Caso o readaptando seja julgado incapaz para o serviço
Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará
   público, ele será aposentado por invalidez (e não exonerado).
em disponibilidade (poderá posteriormente ser aproveitado
  
   Seria o caso de um servidor que exerce atividades emi-
em outro cargo, obedecidas as regras do aproveitamento).
     nentemente externas (como um oficial de justiça) sofrer um
Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante
   acidente que o deixe paraplégico. Como cadeirante, ele não
     terá aptidão física para as atribuições do cargo, mas ele poderá será reconduzido à função de origem, sem direito à indeniza-
  
   exercer normalmente funções internas, sendo readaptado em ção ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em dis-
  
   um cargo dessa natureza. ponibilidade.
     Requisitos: Se o cargo do servidor, que estiver sendo reintegrado,
▷ Cargos de atribuições afins. estiver ocupado, o atual ocupante é quem deverá deixar o
▷ Respeitada habilitação exigida. cargo, ocorrendo para ele uma das seguintes hipóteses:
▷ Mesmo nível de escolaridade. ▷ Recondução ao cargo anterior (sem direito à inde-
nização).
▷ Equivalência de vencimentos (não pode reduzir o
▷ Aproveitado em outro cargo.
subsídio ou remuneração).
▷ Colocado em disponibilidade.
Se não existir cargo vago, o servidor exercerá suas atribui-
ções como excedente, até a ocorrência de vaga. Aproveitamento
Reversão Trata-se do retorno do servidor em disponibilidade.
Ex.: Servidor estável cujo órgão para o qual estava lotado
Trata-se do retorno à atividade de servidor aposentado, foi extinto, fica em disponibilidade e recebe proporcio-
podendo ocorrer de duas modalidades: nalmente ao tempo trabalhado.
De Ofício: quando tiver sido aposentado por invalidez e junta O aproveitamento é feito em cargo de atribuições e ven-
médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria cimentos compatíveis com a função anteriormente ocupada.
(no caso de o cargo estiver provido, ele exercerá suas atribuições A disponibilidade ocorre nas hipóteses de reorganização
como excedente até a ocorrência de vaga). Nessa situação a própria ou extinção de órgão ou entidade, eliminação do cargo ou
administração, verificando tal contexto, o reverterá ao cargo. declaração de sua desnecessidade no órgão ou entidade, o
Mediante solicitação (no interesse da administração), servidor estável que não for redistribuído será colocado em
desde que: disponibilidade, até seu aproveitamento.
▷ Seja feita a pedido do servidor. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a dis-
▷ A aposentadoria tenha sido voluntária. ponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo
▷ Ele seja estável enquanto na atividade. legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial.
▷ A aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos an- Recondução
teriores à solicitação. A recondução ocorre quando o servidor passa de um cargo
▷ Haja cargo vago. para outro e acontece alguma das hipóteses previstas na lei,
A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resul- fazendo com que ele deixe a atividade atual, mas possa retor-
tante de sua transformação. Mas caso não haja cargo vago, a nar ao seu cargo anterior. Entretanto, ele somente poderá uti-
consequência depende da modalidade de reversão: lizar a reversão caso seja estável na função para a qual deseja
De ofício: exercerá suas funções como excedente. retornar e que antes de assumir a nova, tenha solicitado o POC
A pedido: somente pode ser feita se houver cargo vago. (posse em outro cargo inacumulável).
A recondução é o retorno do servidor estável ao cargo an- Demissão
teriormente ocupado e decorrerá de: A demissão é a penalidade aplicada para o servidor que come-
▷ Inabilitação em estágio probatório relativo a outro ter uma infração funcional grave. Os detalhes e regras da demissão
cargo são estudadas em tópico próprio (Regime Jurídico Disciplinar).
Ex.: Era técnico e estável, passou no concurso de analista,
mas foi reprovado no estágio probatório. Ele será recon- Promoção
duzido ao cargo de técnico. A promoção já foi estudada no tópico de provimento. Vale
▷ Reintegração do anterior ocupante. lembrar que trata-se de uma maneira híbrida, pois ela caracteriza
Ao ser reconduzido, caso seu cargo de origem encontre-se tanto forma de provimento, como de vacância de cargo público.
ocupado, ele poderá ser aproveitado em outro (observadas as
regras do aproveitamento). Aposentadoria
A jurisprudência admite que a recondução também seja A aposentadoria pode ocorrer de três formas:
feita por opção do servidor, caso o mesmo não se adapte ao ▷ Por invalidez permanente.
novo cargo. ▷ Compulsória.
Voluntária.
Vacância ▷

Entretanto, as regras atinentes à aposentadoria é estudada


São as hipóteses em que o cargo do servidor é desocupa- no tópico de Seguridade Social do Servidor.
do, ficando livre para ser preenchido por outro servidor. O rol
taxativo (sete modalidades) previsto na Lei nº 8.112/90 diz que
Readaptação
a vacância do cargo público decorrerá de: A readaptação já foi estudada no tópico de provimento.
▷ Exoneração. Vale lembrar que trata-se de uma forma híbrida, pois ela ca-
racteriza tanto forma de provimento, como de vacância de
▷ Falecimento. cargo público.
▷ Demissão.
▷ Promoção. Posse em Outro Cargo
▷ Aposentadoria. Inacumulável (POC)
▷ Readaptação. Essa forma de vacância é utilizada quando o servidor quer
▷ Posse em outro cargo inacumulável. se afastar do cargo para assumir um outro, mas sem desligar-se
definitivamente da Administração. Caso ele seja estável e seja
Exoneração inabilitado no estágio probatório do novo cargo, por exemplo,
A exoneração não é forma de punição, trata-se apenas do ele poderá ser reconduzido (se pedir exoneração corta o vínculo  
desligamento do servidor por algum dos motivos previstos em e não poderá ser eventualmente reconduzido).    
A Constituição Federal dispõe ser vedada (proibida) a
 
lei. Ela pode ser feita:
acumulação remunerada de cargos públicos. Entretanto, caso
 
▷ A pedido do servidor. haja compatibilidade de horários, as seguintes hipóteses de

De ofício (pela própria administração).
 

acumulação são permitidas (mas deve ser observado o teto 
A exoneração de ofício será feita: remuneratório):  
 
▷ Quando não satisfeitas as condições do estágio pro- ▷ Dois cargos de professor.
batório. ▷ Um cargo de professor com outro técnico ou científico.
▷ Quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar ▷ Dois cargos ou empregos privativos de profissio- N 
em exercício no prazo estabelecido (15 dias).
 O 
nais de saúde, com profissões regulamentadas.  Ç 
 Õ  
▷ Cargos em comissão. Essa proibição de acumular estende-se a empregos e fun-

 S 

Essas hipóteses de exoneração de ofício, previstas na Lei ções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, so- D 

nº 8.112/90, são direcionadas para o servidor não estável. En- ciedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades D 
I  
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público.

tretanto, a Constituição Federal prevê algumas situações de E 
I  

exoneração que alcançam o servidor estável:
13. 2. Formas de Deslocamento
 O 

▷ Mediante procedimento de avaliação periódica de D 
M
desempenho, na forma de lei complementar e ga- Tanto a remoção, quanto a redistribuição, não são formas de I  

rantida a ampla defesa (Art. 41, § 1º, III). provimento e também não geram vacância.
I  
 S 

Corte de despesas com excesso de pessoal (Art.


Remoção


169, § 3º). I  

A remoção é o deslocamento do servidor, no âmbito do
 O 

Falecimento mesmo quadro, para ter exercício em outra unidade (não exis-
Essa forma de vacância não enseja maiores explicações, pois te nenhuma alteração no seu vínculo funcional, ele apenas
com a morte do servidor, seu cargo será declarado vago e apto exercerá suas funções em outra unidade). A remoção pode ser 389
para ser provido por outra pessoa. dada com ou sem mudança de sede.
Remoção: Ela será feita com prévia apreciação do órgão central do
390 Dentro do mesmo quadro. SIPEC (Sistema de Pessoal Civil), com observância de alguns
Com ou sem mudança de sede. preceitos:
▷ Interesse da administração.
   O
   V
Modalidades ▷ Equivalência de vencimentos.
   I
   T
   A
A remoção pode ocorrer de ofício ou a pedido do servidor. ▷ Manutenção da essência das atribuições do cargo.
   R
   T No caso de a pedido, temos aquela que é feita no interesse da ▷ Vinculação entre os graus de responsabilidade e
   S administração (ele apenas será removido se a administração
   I
   N
complexidade das atividades.
   I achar conveniente e oportuno) e também hipóteses em que
   M ▷ Mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habi-
   D
   A
a administração será obrigada a remover o servidor (indepen- litação profissional.
   O dente de interesse dela).
   T
   I ▷ Compatibilidade entre as atribuições do cargo e as
   E
   R
   I
Remoção de Ofício finalidades institucionais do órgão ou entidade.
   D A remoção de ofício é realizada no interesse da Adminis- A redistribuição ocorrerá ex officio  para ajustamento de
   E
   D tração e, a princípio, independe de aceitação do servidor (ele lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços,
   S será obrigado a deslocar-se para o local determinado).
   E
    Õ
inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de
   Ç Essa é a única modalidade de remoção em que o servidor órgão ou entidade.
   O
   N faz jus à ajuda de custo (espécie de indenização, estudada no A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante
tópico de direitos e vantagens).
ato conjunto entre o órgão central do SIPEC e os órgãos e enti-
   A Pedido, a Critério da Adminis- dades da Administração Pública Federal envolvidos.
  
   tração (discricionariedade) Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade,
     Nesse caso o servidor solicita a remoção para a Adminis- extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor estável
   tração Pública, porém, ele apenas será deslocado se a Admins- que não for redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu
     tração achar conveniente. aproveitamento na forma definida na Lei nº 8.112/90.
  
  
  
  
A Pedido, para Outra Localidade, Indepen- Caso não ocorra nenhuma dessas situações poderá ser man-
dentemente do Interesse da Administração tido sob responsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter exer-
     Nessa modalidade de remoção, configurada alguma das cício provisório, em outro órgão ou entidade, até seu adequado
hipóteses previstas na lei, o servidor tem direito a ser removi- aproveitamento.
do (não existe interesse da administração aqui, ela é obrigada ▷ Redistribuição:
a deslocar o servidor). ▷ Deslocamento do cargo de provimento efetivo.
Hipóteses: ▷ Ocupado ou vago.
▷ Para acompanhar cônjuge ou companheiro, também ▷ Para outro órgão ou entidade, do MESMO Poder.
servidor público civil ou militar, de qualquer dos Po-
deres da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, que foi deslocado no interesse da 13. 3. Direitos e Vantagens
Administração.
Nesse caso, o cônjuge ou companheiro (união estável) do Vencimento e Remuneração
servidor foi removido de ofício para outra localidade. Esse re-
gido pela Lei nº 8.112/90 tem direito a acompanhar o cônjuge/ Conceitos
companheiro removido. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de
O cônjuge ou companheiro que foi removido de ofício cargo público, com valor fixado em lei (vencimento é o básico).
não precisa ser regido pela Lei 8.112/90, ele pode ser um Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido
servidor civil ou militar, de qualquer das esferas e de qual- das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei
quer dos Poderes. (não pode ser inferior ao salário-mínimo).
▷ Por motivo de saúde do servidor, cônjuge, compa- Remuneração = Vencimentos + Vantagens
nheiro ou dependente que viva às suas expensas e Para fins de diferenciação, é importante saber que o sub-
conste do seu assentamento funcional, condiciona- sídio difere da remuneração pois ele é pago em parcela única,
da à comprovação por junta médica oficial.
sendo obrigatório para determinadas carreiras (hipóteses do
▷ Em virtude de processo seletivo promovido, na Art. 144 da CF). O pagamento por subsídio pode ser aplicado
hipótese em que o número de interessados for su-
perior ao número de vagas, de acordo com normas facultativamente para outras carreiras de servidores (cargos
pré-estabelecidas pelo órgão ou entidade em que escalonados em carreiras).
aqueles estejam lotados. Proventos: retribuição pecuniária do inativo (aposentado ou
servidor em disponibilidade remunerada).
Redistribuição
A redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento Características
efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pes- Irredutibilidade: o vencimento do cargo efetivo, acresci-
soal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder. do das vantagens de caráter permanente, é irredutível.
Isonomia: é assegurada a isonomia de vencimentos para As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de
cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Po- força maior  poderão ser compensadas a critério da chefia
der, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas as van- imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício.
tagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao ▷ O desconto somente poderá incidir na remuneração
local de trabalho. ou nos proventos nos seguintes casos:
Teto: nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a ▷ Imposição legal.
título de remuneração, importância superior à soma dos va- ▷ Mandado judicial.
lores percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer ▷ Consignação em folha de pagamento (com autori-
título, no âmbito dos respectivos Poderes (o teto varia de acor- zação do servidor e à critério da administração, na
do com o Poder em que está o servidor): forma definida em regulamento).
Poder Executivo – Ministros de Estado. A Lei nº 8.112/90, em seu Art. 45, § 1º, define que mediante
Poder Legislativo – Membros do Congresso Nacional. autorização do servidor, poderá haver consignação em folha de
Poder Judiciário – Ministros do Supremo Tribunal Federal. pagamento em favor de terceiros, a critério da administração e
Algumas vantagens estão excluídas do teto (não são leva- com reposição de custos, na forma definida em regulamento.
das em conta nesse limite): O total de consignações facultativas de que trata esse § 1º
▷ Gratificação natalina. não excederá a 35% da remuneração mensal, sendo 5% (cinco
▷ Adicional pelo exercício de atividades insalubres, por cento) reservados exclusivamente para:
perigosas ou penosas. I. a amortização de despesas contraídas por meio
▷ Adicional pela prestação de serviço extraordinário. de cartão de crédito; ou
▷ Adicional noturno. II. a utilização com a finalidade de saque por meio
▷ Adicional de férias. do cartão de crédito.
O teto remuneratório é encontrado também no Art. 37, XI, Reposições e Indenizações ao erário serão realizadas com
o pagamento, no prazo máximo de trinta dias, podendo ser
da Constituição Federal, sendo o teto geral o subsídio de Minis-
parceladas, a pedido do interessado (cada parcela não pode-
tro do STF, mas ele também trouxe outros limites específicos: rá ser inferior ao correspondente a dez por cento da remune-
 Art. 37, XI, CF. A remuneração e o subsídio dos ocupan- ração, provento ou pensão).
tes de cargos, funções e empregos públicos da admi- Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês ante-
nistração direta, autárquica e fundacional, dos mem- rior ao do processamento da folha, a reposição será feita imedia-
bros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, tamente, em uma única parcela.
do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores O servidor que estiver em débito com o erário e for de-
de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e mitido, exonerado ou ter aposentadoria ou disponibilidade
os proventos, pensões ou outra espécie remunerató-
 
cassada, terá o prazo de 60 dias para quitar (caso não pague
ria, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as
   
nesse prazo, implicará sua inscrição em dívida ativa).
vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não
 
O vencimento, a remuneração e o provento não serão
 poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
 
objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de 
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se prestação de alimentos resultante de decisão judicial.  
como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e
Vantagens

nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do
 
 
Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio
dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Po- Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as
der Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do seguintes vantagens: N 
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte Indenizações (não incorporam nunca).  O 
 Ç 
e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em Gratificações (pode incorporar - depende de lei).
 Õ  

Adicionais (pode incorporar - depende de lei).
 S 
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, D 
no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem


membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros I  

acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idên-

Defensores Públicos.
I  

tico fundamento.
 O 

Perda da Remuneração


Indenizações
M
O servidor perderá:
I  

São indenizações:
I  
A remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem
 S 


Ajuda de custo.

motivo justificado. ▷ A 
Diárias.

A parcela de remuneração diária, proporcional aos ▷
I  


Transporte.
 O 
atrasos, ausências justificadas e  saídas antecipa- ▷

das (mas admite-se a compensação de horário, até ▷ Auxílio-moradia.


o mês subsequente ao da ocorrência, a ser estabele- Os valores das indenizações, bem como as condições a se-
cida pela chefia imediata, não perdendo, nesse caso rem preenchidas para sua concessão serão estabelecidas em 391
a parcela). regulamento. A Lei 8.112/90 traz apenas as regras gerais.
Ajuda de Custo O servidor que receber diárias e não se afastar da sede
392 A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de (por qualquer motivo) fica obrigado a restituí--las integral-
instalação do servidor que, no interesse do serviço (remoção mente, no prazo de cinco dias.
de ofício), passar a ter exercício em nova sede, com mudan- Também caso ele retorne à sede em prazo inferior ao pre-
   O ça de domicílio  em caráter permanente, vedado o duplo visto para o seu afastamento, deverá restituir as diárias recebi-
   V
   I
   T pagamento de indenização, a qualquer tempo, no caso de o das em excesso (também no prazo de cinco dias).
   A cônjuge ou companheiro que detenha também a condição de
   R
   T
   S servidor, vier a ter exercício na mesma sede. Indenização de Transporte
   I
   N
   I Além desse valor, também correm por conta da adminis- Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que
   M
   D tração as despesas de transporte do servidor e de sua família, realizar despesas com a utilização de meio próprio de loco-
   A
compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais. moção  para a execução de serviços externos, por força das
   O
   T
   I A juda de Custo: atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser em re-
   E
   R
   I ▷ Deslocamento permanente no interesse do serviço. gulamento
   D
   E
▷ Com mudança de domicílio. Ex.: Oficiais de justiça que trabalham com o próprio
   D ▷ Vedado o duplo pagamento da indenização. carro.
   S
   E
    Õ
Se o servidor falecer na nova sede, será assegurada à fa- Auxílio-Moradia
   Ç mília dele ajuda de custo e transporte para a localidade de ori-
   O
   N gem, dentro do prazo de um ano, contado do óbito. O auxílio-moradia é a indenização consistente no ressar-
Disposições sobre a ajuda de custo: cimento das despesas comprovadamente realizadas pelo ser-
▷ Calculada sobre a remuneração do servidor (não pode vidor com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem
   exceder a importância correspondente a três meses). administrado por empresa hoteleira, no prazo de um mês após
  
   ▷ Não será concedida ajuda de custo ao servidor que a comprovação da despesa pelo servidor.
     se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de Ele é devido ao que tenha se mudado do local de residên-
   mandato eletivo. cia para ocupar cargo em comissão ou função de confiança do
     Será concedida ajuda de custo àquele que, não sen- Grupo-Direção e Assessoramento Superiores (DAS), níveis 4, 5
  
  

e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalen-
  
  
do servidor da União, for nomeado para cargo em
tes (apenas para deslocamentos ocorridos após 30 de junho
comissão, com mudança de domicílio.
     ▷ Não é devida nos casos de remoção a pedido (o ser- de 2006).
vidor tem direito apenas no caso de ter sido removi- Para concessão do auxílio-moradia, os seguintes requisi-
do de ofício, compulsoriamente). tos devem ser observados:
▷ O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de cus- ▷ Não exista imóvel funcional  disponível para uso
to quando, injustificadamente, não se apresentar na pelo servidor (nem o cônjuge ou companheiro ocu-
nova sede no prazo de 30 dias. pe imóvel funcional).
Diárias ▷ O servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja
Enquanto a ajuda de custo é feita para o deslocamento ou tenha sido proprietário, promitente comprador,
permanente, as diárias são para as hipóteses de deslocamen- cessionário ou promitente cessionário de imóvel no
to temporário. Município aonde for exercer o cargo, incluída a hipó-
Essa indenização é devida em caso de afastamento da tese de lote edificado sem averbação de construção,
sede, em caráter eventual ou transitório, para outro ponto do nos doze meses que antecederem a sua nomeação.
território nacional ou para o exterior (por exemplo, uma mis- ▷ Nenhuma outra pessoa que resida com o servidor
são para transporte de detento para outra cidade). receba auxílio-moradia.
Nesse caso, o servidor fará jus a passagens e diárias destinadas ▷ O Município no qual assuma o cargo em comissão ou
a indenizar as parcelas de despesas extraordinária com pousada, função de confiança não se enquadre nas hipóteses
alimentação e locomoção urbana, conforme dispuser em regula- do Art. 58, § 3º, em relação ao local de residência ou
mento. A diária será concedida por dia de afastamento, sendo domicílio do servidor (mesma região ou limítrofes).
devida pela metade quando o deslocamento não exigir per-
noite fora da sede, ou quando a União custear, por meio diver- ▷ O servidor não tenha sido domiciliado ou tenha re-
so, as despesas extraordinárias cobertas por diárias. sidido no Município, nos últimos doze meses, onde
Ela é concedida por dia de afastamento (caso não haja for exercer o cargo em comissão ou função de con-
pernoite, ela é devida pela metade). fiança, desconsiderando-se prazo inferior a sessenta
dias dentro desse período.
Se o deslocamento constituir exigência permanente do car-
go, o servidor não fará jus a diárias. Também não terá direito ▷ O deslocamento não tenha sido por força de alte-
a diárias o que se deslocar dentro da mesma região metropo- ração de lotação ou nomeação para cargo efetivo.
litana, aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a 25% do va-
municípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de lor da função em comissão, atividade comissionada ou cargo
controle integrado mantidas com países limítrofes, cuja jurisdi- de Ministro de Estado ocupado. Ele também não pode exceder
ção e competência dos órgãos, entidades e servidores brasileiros a 25% da remuneração do Ministro de Estado.
considera-se estendida, salvo se houver pernoite fora da sede, Independentemente do valor do cargo em comissão ou
hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as fixadas para função comissionada, fica garantido a todos os que preenche-
os afastamentos dentro do território nacional. rem os requisitos o ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00.
No caso de falecimento, exoneração, colocação de imóvel II. A retribuição não poderá ser superior ao equiva-
funcional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o lente a 120 horas de trabalho anuais, salvo situação
auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês. de excepcionalidade, devidamente justificada e
 previamente aprovada pela autoridade máxima do
Retribuições, Gratificações e Adicionais órgão ou entidade, que poderá autorizar o acrésci-
A Lei nº 8.112/90 traz algumas espécies dessas vantagens a mo de até 120 horas de trabalho anuais.
que fazem jus os servidores. Entretanto, esse rol não é taxativo, III. O valor máximo da hora trabalhada correspon-
existem outras modalidades de gratificações e adicionais previs- derá aos seguintes percentuais, incidentes sobre o
tas em leis específicas. maior vencimento básico da administração pública
Retribuição pelo Exercício de Função de Di- federal:
reção, Chefia e Assessoramento A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso somente
Recebido pelo exercício de uma função de direção, chefia será paga se essas atividades forem exercidas sem prejuízo
ou assessoramento (cargo em comissão ou função de confian- das atribuições do cargo de que o servidor for titular, devendo
ça). Essa remuneração será estabelecida em lei específica. ser objeto de compensação de carga horária quando desem-
penhadas durante a jornada de trabalho (compensadas até no
Gratificação Natalina prazo de um ano).
A gratificação natalina é o equivalente ao “13º salário” para os A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso não se
servidores públicos (o décimo terceiro salário é para os celetistas, incorpora ao vencimento ou salário do servidor para qualquer
na Lei nº 8.112/90 utilizamos o termo gratificação natalina). efeito e não poderá ser utilizada como base de cálculo para
Essa gratificação corresponde a 1/12 (um doze avos) da re- quaisquer outras vantagens, inclusive para fins de cálculo dos
muneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por proventos da aposentadoria e das pensões.
mês de exercício no respectivo ano. A fração igual ou superior
a 15 dias é considerada como mês integral, para cálculo dessa Adicional de Insalubridade, Periculo-
gratificação. Ela é paga até o dia 20 do mês de dezembro. sidade ou Atividades Penosas
No caso de exoneração o servidor receberá a gratificação pro- Os servidores que trabalhem com habitualidade em locais
porcionalmente aos meses de exercício (calculada sobre a remu- insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxi-
neração do mês da exoneração). cas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional
A gratificação natalina não será considerada para cálculo sobre o vencimento do cargo efetivo.
de qualquer vantagem pecuniária. Insalubridade: contato permanente com substâncias tóxi-
cas ou radioativas.
Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
Periculosidade: atividade com risco de vida.
Essa gratificação é devida ao servidor que, em caráter  
eventual: Penosidade: atividades em zona de fronteira ou em locais    
cujas condições de vida o justifiquem.
I. Atuar como instrutor em curso de formação, de  
desenvolvimento ou de treinamento regularmente São adicionais de mesma natureza, dessa forma, não  
instituído no âmbito da administração pública federal. pode receber mais de um ao mesmo tempo (o servidor 
deve optar por um deles caso faça jus a mais de um).
 
II. Participar de banca examinadora ou de comis- 
 são para exames orais, para análise curricular, para O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade  
correção de provas discursivas, para elaboração de cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que de-
 
questões de provas ou para julgamento de recursos ram causa a sua concessão.
intentados por candidatos. Haverá um controle permanente da atividade de servido- N 
III. Participar da logística de preparação e de rea- res em operações ou locais considerados penosos, insalubres  O 
 Ç 
lização de concurso público envolvendo atividades ou perigosos. A servidora gestante ou lactante será afastada,  Õ  

de planejamento, coordenação, supervisão, exe- enquanto durar a gestação e a lactação, das operações e locais
 S 

cução e avaliação de resultado, quando tais não previstos nestas hipóteses, exercendo suas atividades em local E 

estiverem incluídas entre as suas atribuições per- salubre e em serviço não penoso e não perigoso.

I  

manentes. Na concessão dos adicionais de atividades penosas, de insalu-

I  

IV. Participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar pro- bridade e de periculosidade, serão observadas as situações esta-
 O 

vas de exame vestibular ou de concurso público ou



belecidas em legislação específica.

M
 supervisionar essas atividades. O adicional de atividade penosa  será devido aos servi-
I  

2,2% (hipóteses I e II). dores em exercício em zonas de fronteira ou em localidades
I  
 S 

1,2% (III e IV). cujas condições de vida o justifiquem, nos termos, condições



§ 2. Os critérios de concessão e os limites da gratifica- e limites fixados em regulamento. I  

 O 
ção de que trata este artigo serão fixados em regula- Os locais de trabalho e os servidores que operam com Raios
mento, observados os seguintes parâmetros: X ou substâncias radioativas serão mantidos sob controle per-
I. O valor da gratificação será calculado em horas, manente, de modo que as doses de radiação ionizante não ul-
observadas a natureza e a complexidade da ativi- trapassem o nível máximo previsto na legislação própria. Nesse 393
dade exercida. caso serão submetidos a exames médicos a cada seis meses .
Adicional por Serviço Extraordinário Interrupção das férias: apenas por motivo de calamidade
394 Esse adicional é devido quando o servidor trabalha além pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar
da sua jornada regular. Ele será remunerado com acréscimo ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada pela au-
de 50% em relação à hora normal do trabalho. toridade máxima do órgão ou entidade. Nesse caso, o restante
   O Somente será permitido serviço extraordinário para do período interrompido será gozado de uma só vez.
   V
   I
   T atender a situações excepcionais e temporárias, respeita-
   A
   R
   T do o limite máximo de duas horas por jornada. 13. 4. Licenças, Afastamentos
   S
   I
   N
   I
   M
Na Lei nº 8.112/90 a jornada é de 40h semanais (8h por
dia), caso trabalhe 9h todos os dias, fará jus a cinco extras nes-
e Concessões
   D sa semana.
   A
   O
Licenças
   T
   I
   E
Adicional Noturno O Art. 81 da Lei nº 8.112/90 diz que será concedida licença
   R O adicional noturno é devido quando o servidor trabalhar
   I
   D
ao servidor nos seguintes casos:
   E no período compreendido entre 22 horas de um dia e cinco ▷ Por motivo de doença em pessoa da família.
   D
   S
do dia seguinte. ▷ Por motivo de afastamento do cônjuge ou compa-
   E
    Õ Durante o serviço noturno, a cada 52 minutos e 30 segun- nheiro.
   Ç
   O dos, computa-se uma hora (a hora noturna é reduzida). O va- ▷ Para o serviço militar.
   N
lor desse adicional é de 25% da hora trabalhada.
▷ Para atividade política.
Caso o servidor trabalhe em jornada extraordinária no pe-
▷ Para capacitação.
   ríodo noturno, esse adicional será calculado sobre a hora nor-
Para tratar de interesses particulares.
  
   mal já acrescida de 50%. ▷

Ex.: Servidor que receba R$20 reais a hora normal. Se tra- Para desempenho de mandato classista.
    

   balhar em jornada extraordinária, terá direito a R$30 cada Além desses casos do Art. 81, a Lei nº 8.112/90 prevê outras
     extra. Se isso for feito no período noturno, calcularemos os hipóteses de licenças, estudadas, em seus aspectos mais rele-
  
    25% sobre esses R$30 (ficaria então R$ 37.50 cada hora vantes, na sequência.
  
   extra noturna). A licença concedida dentro de 60 dias do término de outra
     Adicional de Férias da mesma espécie será considerada como prorrogação.
O adicional de férias é pago, independentemente de solici- Dessa forma, caso após o término de determinada licença,
tação, ao servidor, por ocasião das férias, um adicional corres- o servidor entre novamente nesse estado (na mesma modali-
dade) dentro de 60 dias, essa segunda licença será considera-
pondente a 1/3 da remuneração do período das férias.
da prorrogação da primeira e não uma nova.
No caso de o servidor exercer função de direção, chefia
ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respec- Licença para Tratamento de
tiva vantagem será considerada no cálculo desse adicional. Saúde de Pessoa da Família
Regras sobre as férias Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doen-
O período de férias é de 30 dias, podendo ser acumula- ça em pessoa da sua família (do cônjuge ou companheiro, dos
das no máximo até dois períodos, no interesse do serviço, pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou depen-
salvo legislação específica. dente que viva a suas expensas e conste do seu assentamento
Para o primeiro período aquisitivo, exige-se do servidor 12 funcional), mediante comprovação por perícia médica oficial.
meses de exercício. Ele deve ter pelo menos 12 meses de efe- Para que ela seja concedida, a assistência do servidor deve ser
tivo exercício, somente após esse período poderá tirar férias. indispensável e não possa ser prestada simultaneamente com o
Caso o servidor tenha faltado ao serviço (injustificadamen- exercício do cargo (ou mediante compensação de horários).
te), é vedado levar à conta de férias essas faltas. Assim, caso Dentro de cada período de 12 meses, essa licença pode ser
ele tenha dez faltas no período aquisitivo, esses dez dias não concedida nas seguintes condições:
poderão ser retirados de suas férias (no caso de faltas injustifi- Com remuneração: até 60 dias (consecutivos ou não).
cadas existem medidas apropriadas). Sem remuneração:   até 90 dias (consecutivos ou
Parcelamento: pode ser feito o parcelamento das férias não). Esses 90 dias contam-se após o término dos
em até três etapas, desde que servidor requeira e no interes- 60 dias remunerados.
se da administração (nesse caso recebe o adicional de 1/3 logo Dessa forma, essa licença pode ser concedida por até um
na primeira parcela). prazo máximo de 150 dias, dentro de um período de 12 me-
Pagamento das férias ses, sendo que, os primeiros sessentas dias são remunerados
▷ Até dois dias antes do início delas (inclusive do res- e o prazo restante da licença de 90 não são.
pectivo adicional de 1/3). Ao servidor que estiver sob essa licença, é vedado o exer-
▷ No caso de exoneração, o servidor tem direito às fé- cício de atividade remunerada durante a duração da mesma.
rias, inclusive proporcionais (1/12 avos para cada mês O período remunerado dessa licença que exceder a 30 dias
de efetivo exercício ou fração superior a 14 dias). será computado apenas para efeito de aposentadoria e disponibi-
Raio X ou substâncias radioativas: 20 dias consecuti- lidade. Já o tempo de licença não remunerado não é contado para
vos por semestre (a acumulação nesse caso é vedada). quaisquer efeitos.
Motivo de Afastamento do Cônjuge com a respectiva remuneração, por até três meses, para parti-
cipar de curso de capacitação profissional.
Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar
cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto Esse período não é acumulável, assim, caso tenha, por
do território nacional, para o exterior ou para o exercício de exemplo, 15 anos de efetivo exercício, terá direito aos mesmos
mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo, possuin- três meses.
do as seguintes características: Essa licença é computada como tempo de efetivo exercício
▷ Ela é concedida sem remuneração. e não pode ser utilizada por servidores em estágio probatório
▷ Por prazo indeterminado. por expressa vedação legal contida na Lei nº 8.112/90.
O período em que o servidor usufruir dessa licença não ▷ Regras para essa licença
será computado como tempo de serviço para qualquer efeito. ▷ Devida a cada cinco anos (quinquênio) de efetivo
No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companhei- exercício.
ro também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer ▷ No interesse da Administração.
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos ▷ Com remuneração.
Municípios, a Lei nº 8.112/90 prevê a possibilidade de exercício ▷ Até três meses (para participar de curso de capaci-
provisório em órgão ou entidade da Administração Federal di- tação).
reta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de ▷ Não acumulável.
atividade compatível com o seu cargo. Não confundir com o afastamento para o curso de for-
Licença para o Serviço Militar mação. Nesse caso deixa o cargo para participar do curso de
Ao servidor convocado para o serviço militar será con- formação exigido na nova função.
cedida licença, na forma e condições previstas na legislação Ex.: Um servidor que é técnico de algum órgão federal e
específica.  passou para o cargo de agente da polícia federal. Nesse
A Lei nº 8.112/90, ao tratar dessa licença prevê que após a caso, ele ficará afastado para fazer o curso, mesmo es-
conclusão do serviço militar, o servidor terá um prazo de 30 tando em estágio probatório, desde que seja também
dias para reassumir seu cargo. cargo na esfera federal.
Esse período em que estiver em licença prestando o serviço Licença para Tratar de
militar obrigatório será considerado como de efetivo exercício.
Interesses Particulares
Licença para Atividade Política Essa licença é concedida a critério da administração (ato
O servidor terá direito à licença para atividade política nas discricionário) para os servidores ocupantes de cargo efetivo,
seguintes disposições: que não estejam em estágio probatório, por um prazo de até  
Sem remuneração : durante o período que mediar três anos consecutivos.    
entre a sua escolha em convenção partidária,
Além da discricionariedade de sua concessão, essa licença
 
como candidato a cargo eletivo, e a véspera do re-
pode ser interrompida a qualquer tempo (no interesse do ser-
 
gistro de sua candidatura perante a Justiça Eleito- 
ral. Esse período não será computado como tempo viço ou a pedido do servidor).  
de efetivo exercício. O período que o servidor gozar da licença para tratar de 
 
Com remuneração : a partir do registro da candidatura interesses particulares não será considerado como tempo de  
até o décimo dia seguinte ao da eleição. Entretanto, serviço para qualquer efeito.
esse período não poderá ultrapassar três meses (após Licença para tratar de interesses particulares:
esse prazo a licença não será mais remunerada). Esse
Não pode estar no estágio probatório.


segundo momento da licença será considerado como
 O 
 Ç 
tempo de serviço apenas para efeitos de aposentadoria ▷ Prazo: até três anos consecutivos.  Õ  

Sem remuneração.
 S 
e disponibilidade. ▷ D 

O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde Concedida no interesse da Administração.



▷ D 
desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, Interrompida a qualquer momento.
I  



chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscalização , dele ▷ Não computada como tempo de exercício.
I  

será afastado, a partir do dia imediato ao do registro de sua
 O 

Licença para o Desempenho



candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia se-

M
guinte ao do pleito. de Mandato Classista
I  

I  
 S 
Licença para Capacitação Essa licença é assegurada ao servidor, que não esteja em


estágio probatório, sem direito à remuneração, para que pos-

Ela entrou no lugar da antiga “licença-prêmio”, que foi ex-

I  
sa desempenhar mandato em confederação, federação, asso-

tinta para os servidores regidos pela Lei nº 8.112/90.
 O 

É devida a cada quinquênio de efetivo exercício, sendo ciação de classe de âmbito nacional, sindicato representativo
que, o servidor poderá, no interesse da Administração (tra- da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão.
ta-se de um ato discricionário, a Administração opta pela sua Essa licença também pode ser concedida para participar 395
concessão ou não), afastar-se do exercício do cargo efetivo, de gerência ou administração em sociedade cooperativa cons-
tituída por servidores públicos para prestar serviços a seus produzidas por acidente em serviço, doença profissional ou
396 membros. qualquer das enfermidades especificadas como graves, con-
A duração dessa licença é a mesma do mandado, admitin- tagiosas ou incuráveis.
do prorrogação em caso de reeleição. O servidor que apresentar indícios de lesões orgânicas ou
   O funcionais será submetido a inspeção médica. Ele será sub-
   V
   I O tempo de fruição dela é considerada como período de metido a exames médicos periódicos, nos termos e condições
   T
   A
   R
efetivo exercício para todos os efeitos (exceto para promoção definidos em regulamento. Para esses fins, a União e suas en-
   T
   S
   I por merecimento). tidades autárquicas e fundacionais poderão:
   N
   I Além do disposto em regulamento específico, devem ser ▷ Prestar os exames médicos periódicos diretamente
   M
   D observados os seguintes limites, de acordo o número de asso- pelo órgão ou entidade a qual se encontra vinculado
   A
   O ciados da entidade. o servidor.
   T
   I
   E ▷ Até 5.000 associados : dois servidores. ▷ Celebrar convênio ou instrumento de cooperação ou
   R
   I parceria com os órgãos e entidades da administra-
   D ▷ De 5001 a 30.000 associados : quatro servidores. ção direta, suas autarquias e fundações.
   E
   D ▷ Mais de 30.000 associados: oito servidores. Celebrar convênios com operadoras de plano de
   S ▷
   E Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos
    Õ assistência à saúde, organizadas na modalidade de
   Ç
   O para cargos de direção ou de representação nas referidas en- autogestão, que possuam autorização de funciona-
   N
tidades, desde que cadastradas no órgão competente. mento do órgão regulador, na forma do Art. 230.
▷ Ou prestar os exames médicos periódicos mediante
   Licença para Tratamento contrato administrativo, observado o disposto na Lei
  
   da Própria Saúde nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e demais normas
     Será concedida ao servidor licença para tratamento de sua pertinentes.
   própria saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia mé- Principais Características:
     dica oficial, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus. Com remuneração.
  

  
   Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada ▷ Prazo máximo contínuo de 24 meses.
   na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar Até 24 meses é considerada como tempo de efetivo
    

onde se encontrar internado. exercício.


Inexistindo médico no órgão ou entidade no local onde ▷ Precisa de perícia médica oficial (se exceder 120 dias
se encontra ou tenha exercício em caráter permanente o precisa de junta médica oficial).
servidor, e não se configurando as hipóteses previstas nos ▷ Se inferior a 15 dias (no período de 1 ano), pode dis-
parágrafos do Art. 230 (perícia médica e ausência de órgão pensar perícia oficial (na forma de regulamento).
oficial – utilização de convênios para tanto), será aceito ates-
tado passado por médico particular. Da Licença à Gestante, à Adotante
Nesse caso, o referido atestado somente produzirá efeitos e da Licença-Paternidade
depois de recepcionado pela unidade de recursos humanos do Licença à Gestante
órgão ou entidade.
Essa licença será concedida à servidora gestante por
A licença que exceder o prazo de 120 dias no período de 120 dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração.
12 meses a contar do primeiro dia de afastamento será conce- O início da licença poderá se dar a partir do primeiro dia
dida mediante avaliação por  junta médica oficial. do nono mês de gestação, salvo antecipação por prescrição
A perícia oficial para concessão da licença para tratamen- médica. Se ocorrer nascimento prematuro, a licença terá início
to de saúde, bem como nos demais casos previstos na Lei nº a partir do parto.
8.112/90, será efetuada por cirurgiões-dentistas, nas hipóteses Natimorto: decorridos 30 dias do evento, a servidora será
em que abranger o campo de atuação da odontologia. submetida a exame médico, e se julgada apta, reassumirá o
Essa licença tem o prazo máximo de duração contínua de exercício.
24 meses. Após esse período, se ainda não estiver em condi- Aborto: deve ser atestado por médico oficial, tendo a ser-
ções de voltar ao seu cargo, o servidor deverá ser readaptado vidora direito a 30 dias de repouso remunerado.
(se possível) ou aposentado por invalidez. A Lei nº 8.112/90 também prevê que para amamentar o pró-
Essa licença é também computada de modo cumulativo, prio filho, até a idade de seis meses, a servidora lactante terá
direito, durante a jornada de trabalho, a uma hora de descanso,
no decorrer de toda a vida funcional do servidor. Quando ela
que poderá ser dividida em dois períodos de meia hora.
ultrapassar 24 meses (e não forem 24 meses consecutivos, Vale ressaltar que a Lei nº 11.770/2008 criou o Programa Em-
conforme visto acima), o período que ultrapassar esse limite presa Cidadã, destinado à prorrogação da licença-maternidade.
será considerado como tempo de serviço apenas para fins de Essa lei autorizou que a Administração Direta e Indireta possam
aposentadoria e disponibilidade. aderir ao programa.
Antes de cumular os 24 meses, o período de licença será Dessa forma, o Decreto nº 6.690/2008 instituiu no âmbito
considerado como de efetivo exercício. da Administração Pública Federal Direta, autárquica e funda-
O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao cional, o Programa de Prorrogação da Licença à Gestante e à
nome ou natureza da doença, salvo quando se tratar de lesões Adotante.
» Ao público em geral, prestando as informações comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou
400 requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo. comanditário (existem alguns casos em que essa proi-
» À expedição de certidões requeridas para de- bição não se aplica, serão vistos logo abaixo).
fesa de direito ou esclarecimento de situações ▷ Atuar, como procurador ou intermediário, junto a re-
   O de interesse pessoal. partições públicas, salvo quando se tratar de benefí-
   V
   I
   T » Às requisições para a defesa da Fazenda Pública. cios previdenciários ou assistenciais de parentes até
   A
   R
   T ▷ Levar ao conhecimento da autoridade superior as o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro.
   S
   I irregularidades  de que tiver ciência em razão do ▷ Receber propina, comissão, presente ou vantagem
   N
   I
   M
cargo. de qualquer espécie, em razão de suas atribuições.
   D Levar as irregularidades de que tiver ciência em
   A ▷ ▷ Aceitar comissão, emprego ou pensão de estado
   O
   T
razão do cargo ao conhecimento da autoridade su- estrangeiro.
   I
   E perior ou, quando houver suspeita de envolvimento ▷ Praticar usura sob qualquer de suas formas.
   R
   I
   D dessa, ao conhecimento de outra autoridade com-
   E petente para apuração. ▷ Proceder de forma desidiosa.
   D Utilizar pessoal ou recursos materiais da reparti-

   S
   E
▷ Zelar pela economia do material e a conservação
    Õ do patrimônio público. ção em serviços ou atividades particulares.
   Ç
   O
▷ Guardar sigilo sobre assunto da repartição. ▷ Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao
   N
▷ Manter conduta compatível com a moralidade ad- cargo que ocupa, exceto em situações de emergên-
ministrativa. cia e transitórias.
   Ser assíduo e pontual ao serviço. ▷ Exercer quaisquer atividades que sejam incompa-
  
  

▷ Tratar com urbanidade as pessoas. tíveis com o exercício do cargo ou função e com o


     Representar contra ilegalidade, omissão ou abu-
horário de trabalho.
   ▷

so de poder  (encaminhada pela via hierárquica e ▷ Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quan-
     do solicitado.
  
   apreciada pela autoridade superior àquela contra a
  
   qual é formulada, assegurando-se ao representan- A vedação de que trata o inciso X (participar de gerência ou
do ampla defesa). administração de sociedade privada, personificada ou não perso-
     nificada, exercer o comércio) não se aplica nos seguintes casos:
Proibições ▷ Participação nos conselhos de administração e fis-
Já no Art. 117 dessa Lei encontramos algumas das interdi- cal de empresas ou entidades em que a União dete-
ções impostas ao servidor. Dependendo da proibição violada, nha, direta ou indiretamente, colaboração no capi-
ele poderá ser responsabilizado administrativamente com ad- tal social ou em sociedade cooperativa constituída
vertência, suspensão ou demissão. para prestar serviços a seus membros.
Ao servidor é proibido: ▷ Quando estiver em gozo de licença para o trato de
▷ Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem pré- interesses particulares, observada a legislação sobre
via autorização do chefe imediato. conflito de interesses.
▷ Retirar, sem prévia anuência da autoridade compe- Da Acumulação
tente, qualquer documento ou objeto da repartição.
▷ Recusar fé a documentos públicos. A Constituição Federal, em seu Art. 37, XVI, trata da acu-
▷ Opor resistência injustificada ao andamento de do- mulação remunerada de cargos, dispondo o seguinte:
cumento e processo ou execução de serviço.  XVI. É vedada a acumulação remunerada de cargos
▷ Promover manifestação de apreço ou desapreço no  públicos, exceto, quando houver compatibilidade
recinto da repartição. de horários, observado em qualquer caso o dispos-
to no inciso XI:
▷ Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos
casos previstos em lei, o desempenho de atribuição a) a de dois cargos de professor;
que seja de sua responsabilidade ou de seu subor-  b) a de um cargo de professor com outro técnico
dinado. ou científico;
▷ Coagir ou aliciar subordinados no sentido de filia- c) a de dois cargos ou empregos privativos de
rem-se a associação profissional ou sindical, ou a  profissionais de saúde, com profissões regula-
partido político. mentadas;
▷ Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função  XVII. A proibição de acumular estende-se a empregos
de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até e funções e abrange autarquias, fundações, empresas
o segundo grau civil.  públicas, sociedades de economia mista, suas subsi-
▷ Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou diárias, e sociedades controladas, direta ou indireta-
de outrem, em detrimento da dignidade da função mente, pelo poder público;
pública. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada
▷ Participar de gerência ou administração de sociedade a acumulação remunerada de cargos públicos. Essa proibição
privada, personificada ou não personificada, exercer o estende-se a:
▷ Cargos autoria), a responsabilidade administrativa será afastada.
▷ Empregos Se for absolvido por outro motivo, como falta de provas, por
▷ Funções exemplo, a responsabilidade administrativa não será afetada.
E a proibição acima prevista também abrange: A responsabilidade civil do servidor é subjetiva (somente
▷ Autarquias. será configurada se ele agiu com dolo ou culpa). Ela decorre de
▷ Fundações públicas. ato omissivo ou comissivo (ação ou omissão), doloso ou cul-
▷ Empresas públicas. poso, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. Quem
▷ Sociedades de economia mista. pode responder objetivamente (regra geral, que não exige a
▷ Da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Terri- comprovação de dolo ou culpa, assunto aprofundado em tópico
tórios e dos Municípios. específico) é o Estado, nunca o servidor.
A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condiciona- Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o
da à comprovação da compatibilidade de horários. servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.
Considera-se acumulação proibida a percepção de venci- A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores
mento de cargo ou emprego público efetivo com proventos e contra eles será executada, até o limite do valor da herança
da inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas recebida.
remunerações forem acumuláveis na atividade. Assim, quando o servidor causar um dano a terceiros, esse
O servidor não poderá exercer mais de um cargo em co- terceiro somente poderá acionar judicialmente, visando a uma
missão, exceto no caso previsto no parágrafo único do Art. indenização, a Administração, ele não pode ingressar com a
9º (caso em que tem exercício nos dois, mas deve optar pela ação diretamente contra o servidor.
remuneração de um deles), nem ser remunerado pela parti-
cipação em órgão de deliberação coletiva. Caso a Administração Pública seja condenada, ela poderá
ajuizar ação regressiva contra esse servidor, para reaver os va-
Essa disposição não se aplica à remuneração devida pela
participação em conselhos de administração e fiscal das em- lores que houver pago ao particular em indenização. Entretan-
presas públicas e sociedades de economia mista, suas sub- to, o servidor apenas será responsabilizado se tiver agido com
sidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou dolo ou culpa (responsabilidade subjetiva).
entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato
participação no capital social, observado o que, a respeito, dis- omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou
puser legislação específica. função.
O servidor vinculado ao regime dessa Lei, que acumular li- A responsabilidade penal  abrange os crimes e contraven-
citamente dois cargos efetivos, quando investido em função de ções imputadas ao servidor, nessa qualidade.
provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos
efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal  
horário e local com o exercício de um deles, declarada pelas ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior    
autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos. ou, quando houver suspeita de envolvimento dessa, a outra
 
Nessa hipótese, o servidor acumulou licitamente dois car-
 
autoridade competente para apuração de informação concer-
gos efetivos, mas caso ele seja investido em algum em comis-

nente à prática de crimes ou improbidade de que tenha co-  
são, ele fica afastado dos dois. Por outro lado, havendo com-
patibilidade (horário e local), ele poderá exercer um desses nhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, 
 
cargos efetivos e o de comissão ao mesmo tempo (mas essa emprego ou função pública.  
compatibilidade deve ser declarada pelas autoridades máxi-
mas dos órgãos ou entidades envolvidas). Penalidades Disciplinares
Assim como as formas de provimento e de vacância, as

Responsabilidade do Servidor
 O 
 Ç 
penalidades administrativas possuem um rol taxativo (7 mo-  Õ  

Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servidor res- dalidades):  S 

ponderá nas esferas:



Advertência.

Administrativa.


Suspensão.
I  


Civil (obrigação de reparar o dano).


Demissão.
I  


Penal (abrange crime e contravenções imputadas ao
 O 

▷ Cassação de aposentadoria. A 
servidor, nessa qualidade).

Cassação da disponibilidade.
M

Essas esferas são independentes, podendo cumular-se.
I  

Dessa forma, a absolvição ou condenação em uma delas, ▷ Destituição de cargo em comissão. I  
 S 

como regra geral, em nada influencia nas demais. ▷ Destituição de função comissionada. R 

Na aplicação das penalidades serão consideradas a natu-

Pela mesma infração ele poderá responder nas três esfe-
I  

reza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela
 O 
ras, não havendo bis in idem (não será considerada dupla ou
tripla condenação pelo mesmo fato, pois são diferentes, com provierem para o serviço público, as circunstâncias agravan-
consequências diferentes). tes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.
Apesar da independência das esferas, caso o servidor seja O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o funda- 401
absolvido criminalmente (negada a existência do fato ou sua mento legal e a causa da sanção disciplinar.
Advertência Hipóteses de Suspensão:
402 Trata-se da penalidade utilizada em caso de infrações fun- ▷ Reincidência das faltas punidas com advertência.
cionais leves. Aplicada nas situações de violação de proibição ▷ Violação das demais proibições que não tipifiquem
constante do Art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância infração sujeita a penalidade de demissão.
   O
   V de dever funcional (Art. 116) previsto em lei, regulamentação ▷ Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao
   I
   T
   A ou norma interna, que não justifique imposição de penalida- cargo que ocupa (exceto em situações de emergên-
   R
   T de mais grave. cia e transitórias).
   S
   I
   N Principais características da advertência: ▷ Exercer quaisquer atividades que sejam incompa-
   I
   M ▷ Feita sempre por escrito (não existe advertência verbal). tíveis com o exercício do cargo ou função e com o
   D horário de trabalho.
   A
   O ▷ Em caso de reincidência, será convertida em suspen- Recusa injustificada a realizar inspeção médica.

   T
   I são (se cometer nova falta punível com advertência
   E Durante o período de suspensão, o servidor perde a re-
   R
   I na sequência de outra, antes do prazo do cancela-
   D
mento, essa advertência se converte em suspensão). muneração, entretanto, quando houver conveniência para o
   E
   D serviço (ato discricionário), a penalidade de suspensão poderá
   S ▷ Cancelamento do registro: após três anos (caso não ser convertida em multa, na base de 50% por dia de vencimen-
   E
    Õ pratique outra falta, não possui efeitos retroativos). to ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer
   Ç
   O
   N
Hipóteses: em atividade.
▷ Não observar os deveres do servidor (Art. 116 da Lei A suspensão será cancelada dos registros no prazo de cin-
nº 8.112/90). co anos, caso não pratique nova infração nesse período (mas
   ▷ Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem esse cancelamento não opera efeitos retroativos, ele não rece-
  
   prévia autorização do chefe imediato. berá o período em que ficou afastado).
     ▷ Retirar, sem prévia anuência da autoridade compe- Demissão
   tente, qualquer documento ou objeto da repartição.
     É o desligamento do servidor ativo, em caráter de pena-
  
   ▷ Recusar fé a documentos públicos.
lidade (é diferente de exoneração, pois exoneração não é pe-
  
   ▷ Opor resistência injustificada ao andamento de do- nalidade).
     cumento e processo ou execução de serviço.
Hipóteses:
▷ Promover manifestação de apreço ou desapreço no
▷ Crime contra a administração pública.
recinto da repartição.
▷ Abandono de cargo (ausência intencional por +30
▷ Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos dias consecutivos).
casos previstos em lei, o desempenho de atribuição
que seja de sua responsabilidade ou de seu subor- ▷ Inassiduidade habitual (falta injustificada ao servi-
dinado. ço por 60 dias, interpoladamente, no período de 12
meses).
▷ Coagir ou aliciar subordinados no sentido de filia-
▷ Improbidade administrativa.
rem-se a associação profissional ou sindical, ou a
partido político. ▷ Incontinência pública e conduta escandalosa, na
repartição.
▷ Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função
de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até ▷ Insubordinação grave em serviço.
o segundo grau civil. ▷ Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular,
salvo em legítima defesa própria ou de outrem.
▷ Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quan-
do solicitado. ▷ Aplicação irregular de dinheiros públicos.
▷ Revelação de segredo do qual se apropriou em ra-
Suspensão zão do cargo.
Durante o prazo em que estiver suspenso, o servidor não re- ▷ Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimô-
ceberá sua remuneração e esse período também não será com- nio nacional.
putado como tempo de serviço para qualquer efeito. A Lei nº ▷ Corrupção.
8.112/90 define que o prazo máximo de suspensão é de 90 dias. ▷ Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções
Essa penalidade será aplicada em caso de reincidência públicas.
das faltas punidas com advertência e de violação das demais ▷ Transgressão dos incisos IX a XVI do Art. 117:
proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de » Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal
demissão. ou de outrem, em detrimento da dignidade da
O servidor que injustificadamente, recusar-se a ser sub- função pública.
metido à inspeção médica determinada pela autoridade com- » Participar de gerência ou administração de so-
petente, será suspenso pelo prazo de até 15 dias, cessando os ciedade privada, personificada ou não personi-
efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação. ficada, exercer o comércio, exceto na qualidade
Essa hipótese de suspensão é diferenciada das demais, de acionista, cotista ou comanditário.
pois além de prever um prazo menor, caso o servidor cum- » Atuar, como procurador ou intermediário,
pra a determinação, a penalidade será encerrada.  junto a repartições públicas, salvo quando se
tratar de benefícios previdenciários ou assis- ▷ Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou
tenciais de parentes até o segundo grau, e de de outrem, em detrimento da dignidade da função
cônjuge ou companheiro. pública.
» Receber propina, comissão, presente ou van-
▷ Atuar, como procurador ou intermediário, junto a re-
tagem de qualquer espécie, em razão de suas
atribuições. partições públicas, salvo quando se tratar de benefícios
» Aceitar comissão, emprego ou pensão de esta-
previdenciários ou assistenciais de parentes até o se-
do estrangeiro. gundo grau, e de cônjuge ou companheiro.
» Praticar usura sob qualquer de suas formas. Não poderá retornar ao serviço público federal:
» Proceder de forma desidiosa. ▷ Crime contra a administração pública.
» Utilizar pessoal ou recursos materiais da repar- ▷ Improbidade administrativa.
tição em serviços ou atividades particulares. ▷ Aplicação irregular de dinheiros públicos.
Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de car- Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimô-

gos, empregos ou funções públicas o servidor será notifica-
do para apresentar opção no prazo improrrogável de dez nio nacional.
dias, contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, ▷ Corrupção.
adotará procedimento sumário para a sua apuração e regu-
larização imediata (será utilizado o processo administrativo Competência para Aplicação
disciplinar no rito sumário).
A opção pelo servidor até o último dia de prazo para de-
das Penalidades
fesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá As penalidades disciplinares serão aplicadas:
automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo.
▷ Pelo Presidente da República, pelos Presidentes
Cassação da Aposentadoria das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais
ou Disponibilidade Federais e pelo Procurador-Geral da República,
Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do ina- quando se tratar de demissão e cassação de apo-
tivo que houver praticado, na atividade, falta punível com a sentadoria ou disponibilidade de servidor vincula-
demissão. do ao respectivo Poder, órgão, ou entidade.
Ex.: Na atividade, servidor que já possuía tempo de ser-
viço para aposentar-se voluntariamente pratica uma falta ▷ Pelas autoridades administrativas de hierarquia
funcional (dia 10), em seguida, temendo a punição ele se imediatamente inferior àquelas mencionadas no  
aposenta (dia 15). No dia 20, um PAD é instaurado em vir- inciso anterior quando se tratar de suspensão su-    
tude dessa infração. Se a consequência desse PAD for a pe- perior a 30 dias.  
nalidade de demissão, ele terá sua aposentadoria cassada.
Pelo chefe da repartição e outras autoridades na for-

 
Destituição da Função de Confiança ma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos

 
e do Cargo em Comissão casos de advertência ou de suspensão de até 30 dias. 
 
A destituição de cargo em comissão exercido por não ocu- ▷ Pela autoridade que houver feito a nomeação, quan-  
pante de função efetiva será aplicada nos casos de infração do se tratar de destituição de cargo em comissão.
sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.
Caso o servidor tenha sido exonerado e seja constatada pena- Competência

 O 

lidade punível com suspensão ou demissão, essa exoneração será


 Ç 
Executivo Legislativo Judiciário MPU  Õ  

convertida em destituição. Presidente Procurador
 S 
Demissão e Presidente Presidente D 
da Repúbli- Geral da
Disposições Gerais

Cassação das Casas do Tribunal
ca República

I  
A demissão ou a destituição do cargo em comissão, de-

Suspensão E 
pendendo da infração praticada, também geram outras con- Autoridade imediatamente inferior das acima citadas I  
por +30 dias

 O 
sequências: Suspensão


Indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário (sem até 30 dias e Chefe imediato do servidor
M

advertência
I  
prejuízo da ação penal cabível):

I  
 S 
Destituição Autoridade que nomeou ou designou
Improbidade administrativa.




Aplicação irregular de dinheiros públicos. Prescrição da Ação Disciplinar

▷ I  

Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimô-
 O 

nio nacional. Trata-se da perda do direito que o Estado possui de punir


▷ Corrupção. o servidor pela prática de alguma infração funcional. O prazo
Incompatibilidade do servidor para nova investidura em car- prescricional não começa na data da prática do ato, mas sim na 403
go público federal (por cinco anos): que a administração teve ciência do mesmo.
Prazos Todas as modalidades de PAD têm como pré-requisito
404 indispensável a formação de uma comissão (a composição
Advertência 180 dias depende do aspecto de PAD, mas ela é sempre formada por
Suspensão 2 anos servidores estáveis).
Demissão/Cassação/Destituição 5 anos
   O
   V
   I Afastamento Preventivo
   T O prazo de prescrição começa a correr da data em que o
   A Trata-se de uma medida cautelar cujo fim é evitar que o ser-
   R
   T fato se tornou conhecido. vidor venha a influir na apuração da irregularidade. Nesse caso, a
   S
   I
   N
   I Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determi-
   M
   D às infrações disciplinares capituladas também como crime (se- nar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até
   A 60 dias, sem prejuízo da remuneração (ele continua recebendo).
   O
gue o tempo prescricional do crime caso aquele ato também
   T
   I seja um crime). O afastamento poderá ser prorrogado por igual período,
   E
   R
   I A interrupção da prescrição: ocorre com a abertura da findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído
   D
   E sindicância ou instauração de processo o processo.
   D Essa medida é uma faculdade conferida à administração
   S administrativo disciplinar (interrompe até a decisão final pro-
   E
    Õ ferida por autoridade competente). com objetivo de evitar que o servidor atrapalhe ou interfira no
   Ç andamento do processo administrativo.
   O
   N
Uma vez interrompida a prescrição, o prazo volta a correr
(do zero) a partir do dia em que cessar a interrupção. Sindicância
  
  
13. 8. Processo Administrativo Disciplinar Trata-se da modalidade mais simples para apuração de
irregularidades funcionais e, da sindicância, poderá resultar:
   Processo Administrativo Disciplinar pode ser usado como Arquivamento do processo.
     um termo genérico, isto é, são as modalidades de instrumen-
   tos que a administração pública federal possui para apurar a
Aplicação de penalidade de advertência ou suspen-
     são de até 30 dias.
  
   prática de infrações disciplinares dos servidores. São elas: Instauração de processo disciplinar.
  
   ▷ Sindicância. Dessa forma, a sindicância é a medida utilizada para apu-
     ▷ Processo Administrativo Disciplinar (PAD em senti- ração de infrações passíveis de penalidades de advertência e
do restrito). suspensão por até 30 dias.
▷ PAD de Rito Sumário. O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30
Regras Gerais dias, podendo ser prorrogado por igual período, a critério da
autoridade superior.
A autoridade que tiver ciência de irregularidade no servi- Se na sindicância for verificada a necessidade de aplicação
ço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, de uma penalidade de suspensão superior a 30 dias, demissão,
mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, cassação da aposentadoria ou disponibilidade e de destituição
assegurada ao acusado ampla defesa  (ela é garantida em de cargo em comissão, deverá ser instaurado um PAD.
qualquer caso em que uma penalidade deva ser aplicada).
Se a sindicância concluir pela necessidade de instauração
As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apu- de um PAD, os autos dela integrarão o processo disciplinar
ração, desde que contenham a identificação e o endereço do (como peça informativa da instrução). Mas ela não é uma eta-
denunciante  e sejam formuladas por escrito, confirmada a pa do PAD, o mesmo pode ser instaurado diretamente.
autenticidade.
A comissão da sindicância pode ser composta de dois a
Quando o fato narrado não configurar evidente infração três servidores estáveis e tem natureza transitória (após encer-
disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada por fal- rada a sindicância, os servidores retornam para suas funções).
ta de objeto.
Essa apuração, por solicitação da autoridade a que se refere, Processo Administrativo
poderá ser promovida por autoridade de órgão ou entidade di-
verso daquele em que tenha ocorrido a irregularidade, mediante Disciplinar (PAD)
competência específica para tal finalidade, delegada em caráter
permanente ou temporário pelo Presidente da República, pelos O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar
presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Fede- responsabilidade de servidor por infração praticada no exercí-
rais e pelo Procurador-Geral da República, no âmbito do respecti- cio de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribui-
vo Poder, órgão ou entidade, preservadas as competências para o ções do cargo em que se encontre investido.
 julgamento que se seguir à apuração. É a modalidade mais complexa para apuração de infração
Uma penalidade só pode ser aplicada após passar por uma des- funcional. Ele é obrigatório para aplicação das seguintes pe-
sas três modalidades, não existe aplicação de pena sem uma delas nalidades:
de PAD (nem mesmo a advertência). Suspensão por mais de 30 dias.
Dessa forma, a defesa técnica (advogado) não é requisito in-   Demissão.
dispensável para o PAD (contrata advogado se quiser). Mas caso Cassação e Destituição.
a lei específica do cargo preveja a obrigatoriedade de advogado, Eventualmente o PAD também pode ser utilizado para pu-
esse deve ser observado. nir com advertência ou suspensão igual ou inferior a 30 dias.
Ex.: PAD instaurado para aplicar pena de suspensão de Inquérito Administrativo
mais de 30 dias ou demissão, mas depois da apuração O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do con-
ficou configurada uma infração punível apenas com traditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utiliza-
advertência ou suspensão de 15 dias. Nesse caso, essas ção dos meios e recursos admitidos em direito.
 penalidades podem ser aplicadas sem a necessidade de ▷ É dividido em três subfases:
instaurar uma sindicância.
▷ Instrução.
Por outro lado, a sindicância não pode aplicar penalidade su- ▷ Defesa.
perior a de suspensão de 30 dias, caso seja verificada no curso ▷ Relatório.
dela que a pena a ser aplicada é de demissão, por exemplo, deve Instrução
ser instaurado um PAD. Realizada pela comissão, a instrução tem por objetivo
Comissão do PAD colher o maior número de elementos possíveis (fatos, evi-
O processo disciplinar será conduzido por uma comissão, que dências, depoimentos, etc.) para confirmar ou refutar as
acusações elencadas contra o servidor.
é a responsável pela apuração da infração dos fatos supostamente
praticados pelo denunciado. Os autos da sindicância  integrarão o processo disciplinar,
como peça informativa da instrução, caso tenha havido uma sin-
A comissão realizará a função de investigar os fatos e dicância que deu origem ao PAD, mas como vimos, ele também
apresentar um relatório final conclusivo (que disporá sobre pode ser instaurado diretamente, sem a necessidade de uma sin-
a procedência ou não das acusações, que será acatado pela dicância.
autoridade julgadora, a não ser que nos autos constem pro- Se o relatório da sindicância concluir que a infração con-
vas que disponham em contrário). figura também ilícito penal, a autoridade competente enca-
Composição da comissão: o processo disciplinar será con- minhará cópia dos autos ao Ministério Público, independente-
mente da imediata instauração do processo disciplinar.
duzido por comissão composta de três servidores estáveis de-
Durante a instrução, a comissão promoverá a tomada de
signados pela autoridade competente, que indicará, entre eles, depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis,
o seu presidente. objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessário,
O presidente da comissão deverá ser ocupante de cargo a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação
efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolarida- dos fatos.
de igual ou superior ao do indiciado. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o pro-
A Comissão terá como secretário servidor designado pelo cesso pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar
seu presidente, podendo a indicação recair em um de seus e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e for-  
membros. mular quesitos, quando se tratar de prova pericial.    
Não podem participar  da comissão (nem de sindicância, Vale lembrar que a assistência por advogado é faculta-  
nem de inquérito de PAD): cônjuge, companheiro ou parente do tiva. Ele apenas traz advogado se quiser, não podendo ser  
acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até obrigado ou proibido de constituir procurador. 
o terceiro grau. O presidente da comissão poderá denegar pedidos consi-  
derados impertinentes, meramente protelatórios, ou de ne-

A Comissão exercerá suas atividades com independência e
 
nhum interesse para o esclarecimento dos fatos.  
imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucidação do
fato ou exigido pelo interesse da administração (as reuniões têm Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a com-
provação do fato não precisar de conhecimento especial de
caráter reservado). perito.

 O 
Fases do Processo Disciplinar
 Ç 
As testemunhas serão intimadas a depor mediante man-  Õ  

Instauração: com a publicação do ato que constituir a co- dado expedido pelo presidente da comissão, devendo a se-  S 

gunda via, com o ciente do interessado, ser anexado aos autos.



missão. E 

Inquérito administrativo: que compreende instrução, de- Caso a testemunha seja servidor público, a expedição do I  

fesa e relatório. mandado será imediatamente comunicada ao chefe da repar-



I  

tição onde serve, com a indicação do dia e hora marcados para
 O 
Julgamento A 
inquirição. D 
Sempre que for necessário, a comissão dedicará tempo inte- M

gral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispensados do O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, I  

não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito, sendo que elas
I  
 S 
ponto, até a entrega do relatório final. As reuniões serão regis-

serão inquiridas separadamente.

tradas em atas que deverão detalhar as deliberações adotadas.


Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infir- I  

Instauração mem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes.
 O 

A instauração do processo administrativo é dada com a Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão pro-
publicação da portaria que designar a comissão (cuja compo- moverá o interrogatório do acusado. Ele será intimado para
sição já foi vista no tópico anterior) encarregada de realizar a depor e não poderá trazer seu depoimento escrito, assim 405
investigação. como as testemunhas.
Havendo mais de um acusado, cada um deles será ouvido Julgamento
406 separadamente, e sempre que divergirem em suas declarações Após o recebimento do processo, a autoridade julgadora deve-
sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação en-
rá proferir sua decisão no prazo de 20 dias . Caso ela não o faça no
tre eles.
prazo, não haverá a nulidade do processo (apenas podendo ocorrer
   O
   V
O procurador do acusado poderá assistir ao interrogató- a prescrição pela demora e a responsabilização da autoridade jul-
   I
   T rio, bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe ve- gadora).
   A
   R
   T
dado interferir nas perguntas e respostas, mas é facultado a
   S
   I ele reinquirir as testemunhas, por intermédio do presidente da Como regra geral, a competência para julgamento é da mes-
   N
   I comissão. ma autoridade que instaurou o processo. Entretanto, se a penali-
   M dade a ser aplicada exceder a alçada da administração instaurado-
   D
   A A indiciação do servidor será formulada após a infração dis-
   O ciplinar ser tipificada, devendo especificar os fatos imputados ao ra do processo, esse será encaminhado à autoridade competente,
   T
   I que decidirá em igual prazo (também terá 20 dias para decidir).
   E
   R
servidor e as respectivas provas.
   I No caso de haver mais de um indiciado e diversidade de
   D O indiciado será citado por mandado expedido pelo
   E
   D presidente da comissão para apresentar defesa escrita, no sanções, o julgamento caberá à autoridade competente para a
   S
   E prazo de dez dias, sendo assegurado o direito de do pro- imposição da pena mais grave.
    Õ
   Ç cesso na repartição. No caso de dois ou mais indiciados, o Se a penalidade prevista for a demissão  ou cassação de
   O
   N prazo será comum e de 20 dias. aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá às auto-
O período de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, ridades de que trata o inciso I do Art. 141 (Presidente da Repúbli-
para diligências reputadas indispensáveis. ca; Presidentes das Casas do Poder Legislativo; Presidentes dos
   Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República).
  
  
O indiciado que mudar de residência fica obrigado a comu-
nicar à comissão o lugar onde poderá ser encontrado. Se a comissão tiver reconhecido a inocência do servidor, a
    
   Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será autoridade instauradora do processo determinará o seu arqui-
     citado por edital, publicado no Diário Oficial da União e em vamento, salvo se flagrantemente contrária à prova dos autos.
  
    jornal de grande circulação na localidade do último domicílio
  
   conhecido, para apresentar defesa.
O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quan-
do contrário às provas dos autos.
     Nesse caso de citação por edital, o prazo para defesa será de Quando o referido relatório contrariar as provas dos au-
15 dias a partir da última publicação do edital. tos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente, agravar
Defesa a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de
O indicado que regularmente citado não apresentar defe- responsabilidade.
sa no prazo será considerado revel. A revelia será declarada, Dessa forma, tal autoridade fica vinculada ao relatório da
por termo, nos autos do processo e devolverá o prazo para a comissão, salvo se a conclusão for contrária às provas dos autos.
defesa.
Nesse caso, para defender o indiciado revel, a autoridade Verificada a ocorrência de vício insanável, a autoridade que
instauradora do processo designará um servidor como defensor determinou a instauração do processo ou outra de hierarquia
dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de superior declarará a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará,
mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do no mesmo ato, a constituição de outra comissão para instau-
indiciado. ração de novo processo.
Observe que diferentemente de um processo judicial civil, Como vimos, o julgamento fora do prazo legal não implica
a revelia no PAD não possui efeitos tão graves (como a presun- nulidade do processo.
ção dos fatos narrados pela outra parte), pois no PAD prevale- Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julga-
ce o princípio da verdade material. Dessa forma, mesmo diante dora determinará o registro do fato nos assentamentos indi-
da revelia, continua sendo da Administração o ônus de provar viduais do servidor.
o alegado contra o servidor.
Quando a infração estiver capitulada como crime, o pro-
Relatório cesso disciplinar será remetido ao Ministério Público para ins-
Após a apreciação da defesa, a comissão elaborará relató- tauração da ação penal, ficando trasladado na repartição.
rio minucioso, o qual resumirá as peças principais dos autos
e mencionará as provas em que se baseou para formar a sua O servidor que estiver respondendo a processo disciplinar
convicção. só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntaria-
mente, após a conclusão do processo e o cumprimento da
O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou penalidade, acaso aplicada.
à responsabilidade do servidor.
Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão Processo Administrativo
indicará o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem
como as circunstâncias agravantes ou atenuantes. Disciplinar de Rito Sumário
O processo disciplinar, com o relatório da comissão, será O procedimento disciplinar de rito sumário tem como prin-
remetido à autoridade que determinou a sua instauração, para cipal característica a tramitação mais rápida do que o processo
 julgamento. administrativo comum.
Ele possui algumas regras próprias, diferentes do pro- A indicação da materialidade na hipótese de abandono de
cesso administrativo, mas no restante, ele segue as disposi- cargo é feita pela indicação precisa do período de ausência
ções aplicáveis ao rito comum (subsidiariamente). intencional do servidor ao serviço superior a trinta dias. Já no
Esse procedimento de rito sumário será utilizado no caso caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de
de acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públi- falta ao serviço sem causa justificada, por período igual ou su-
cas, abandono de cargo e inassiduidade habitual. perior a sessenta dias interpoladamente, durante o período de
doze meses.
O prazo para a conclusão do processo administrativo dis-
ciplinar submetido ao rito sumário não excederá trinta dias, Após a apresentação da defesa, a comissão elaborará re-
contados da data de publicação do ato que constituir a co- latório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade
missão, podendo ser prorrogado por até quinze, quando as do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos,
circunstâncias o exigirem. indicará o respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de
abandono de cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao
Quando for constatada a acumulação ilegal, a autoridade serviço superior a trinta dias e remeterá o processo à autori-
responsável por instaurar a sindicância ou processo adminis- dade instauradora para julgamento.
trativo notificará o servidor, por intermédio de sua chefia ime- Modalidades de PAD e Principais Diferenças
diata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez
dias, contados da data da ciência. Sindicância PAD PAD Sumário
Se o servidor não apresentar essa opção, será instaurado Suspensão + 30 Acúmulo ilegal
o procedimento sumário para a sua apuração e regularização dias. de cargos.
Advertência.
imediata. Demissão. Abandono de
Competência Suspensão até cargo.
A Lei nº 8.112/90 define que caso o servidor faça a opção 30 dias. Cassação.
Inassiduidade
até o último dia de prazo para defesa configurará sua boa-fé, Destituição. Habitual.
hipótese em que se converterá automaticamente em pedido Prazo 30 + 30 60 + 60 30 + 15
de exoneração do outro cargo.
▷ Fases do PAD de Rito Sumário: 2 ou 3 servi- 3 servidores
dores estáveis. estáveis. 2 servidores
Comissão
▷ Instauração ocorre com a publicação do ato que Transitória. Permanente.
estáveis.
constituir a comissão, a ser composta por dois servi-
dores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e
a materialidade da transgressão objeto da apuração. Revisão do Processo Administrativo
Instrução sumária compreende indiciação, defesa e
 
▷ O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer mo-
relatório.
   
mento, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos  
▷ Julgamento. ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do puni-  
do ou a inadequação da penalidade aplicada.
A comissão lavrará, até três dias após a publicação do ato

 
que a constituiu, termo de indiciação e promoverá a citação Na revisão serão aduzidos fatos novos ou circunstâncias 
pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de sua che- suscetíveis de justificar:
 
fia imediata para apresentar defesa escrita, no prazo de cin-
 
co dias, sendo assegurado ao servidor vista do processo na ▷ A inocência do punido; ou
repartição. ▷ A inadequação da penalidade aplicada. N 
Após a apresentação da defesa, a comissão elaborará re- Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento  O 
 Ç 
latório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a
 Õ  

do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, revisão do processo (incapacidade mental - o curador pode
 S 

opinará sobre a licitude da acumulação em exame, indicará requerer).


o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à autori- I  

dade instauradora, para julgamento. Ônus da prova no processo revisional: requerente (deve E 
I  
provar esses fatos novos ou circunstâncias alegadas).

No prazo de cinco dias, contados do recebimento do pro-
 O 

cesso, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão.

A simples alegação de injustiça da penalidade não cons- M
Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, titui fundamento para a revisão, que requer elementos no-
I  

I  
será aplicada a pena de demissão, destituição ou cassação de
 S 
vos, ainda não apreciados no processo originário. T 
aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, em-


O requerimento de revisão do processo será dirigido ao

pregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, I  

hipótese em que os órgãos ou entidades de vinculação serão Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, se autori-
 O 

comunicados. zar a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou


Conforme vimos, o processo administrativo disciplinar de entidade onde se originou o processo disciplinar. Caso deferi-
rito sumário também é aplicado no caso de abandono de car- da, a autoridade competente providenciará a constituição de 407
go ou inassiduidade habitual, com algumas peculiaridades. comissão (três servidores estáveis).
A revisão correrá em apenso ao processo originário. Na pe- Esses benefícios serão concedidos nos termos e condições
408 tição inicial, o requerente pedirá dia e hora para a produção de definidos em regulamento, observadas as disposições da Lei
provas e inquirição das testemunhas que arrolar. nº 8.112/90.
Prazo para a comissão concluir os trabalhos: 60 dias. Os benefícios do Plano de Seguridade Social do servidor
   O
   V
   I
Prazo para  julgamento: 20 dias (contados do recebimento compreendem:
   T do processo).
   A
   R
Quanto ao Servidor:
   T
   S Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no que ▷ Aposentadoria.
   I
   N
   I
couber, as normas e procedimentos próprios da comissão do ▷ Auxílio-natalidade.
   M processo disciplinar.
   D
   A
▷ Salário-família.
O julgamento caberá à autoridade que aplicou a penalidade,
   O
   T nos termos do Art. 141 da Lei nº 8.112/90. ▷ Licença para tratamento de saúde.
   I
   E
   R
▷ Licença à gestante, à adotante e licença-paternida-
   I Revisão julgada procedente: penalidade aplicada decla- de.
   D
   E rada sem efeito (todos os direitos do servidor serão restabe-
   D lecidos). ▷ Licença por acidente em serviço.
   S
   E
    Õ Entretanto, tratando-se de destituição de cargo em comis- ▷ Assistência à saúde.
   Ç Garantia de condições individuais e ambientais de
   O são, ela será convertida em exoneração. ▷
   N trabalho satisfatórias.
13. 9. Seguridade Social Quanto ao Dependente:
   ▷ Pensão vitalícia e temporária.
  
   Disposições Gerais ▷ Auxílio-funeral.
     ▷ Auxílio-reclusão.
   A União manterá plano de Seguridade Social para o servi-
Assistência à saúde.
     dor e sua família. ▷

  
   O servidor que for ocupante de cargo em comissão que As aposentadorias e pensões serão concedidas e mantidas
  
   não seja, simultaneamente, ocupante de cargo ou emprego pelos órgãos ou entidades aos quais se encontram vinculados
     efetivo na administração pública direta, autárquica e funda- os servidores, observado o disposto nos Arts. 189 e 224 da Lei
cional não terá direito aos benefícios do Plano de Seguridade nº 8.112/90 (cálculo e revisão da aposentadoria; atualização das
Social, com exceção da assistência à saúde. pensões).
O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo, sem di-
reito à remuneração, inclusive para servir em organismo oficial O recebimento indevido de benefícios havidos por fraude,
internacional do qual o Brasil seja membro efetivo ou com o dolo ou má-fé, implicará devolução ao erário do total auferido,
qual coopere, ainda que contribua para regime de previdência sem prejuízo da ação penal cabível.
social no exterior, terá suspenso o seu vínculo com o regime do
plano de Seguridade Social do Servidor Público enquanto du- Dos Benefícios
rar o afastamento ou a licença, não lhes assistindo, nesse pe-
ríodo, os benefícios do mencionado regime de previdência. Da Aposentadoria
Será assegurada ao servidor licenciado ou afastado sem A Constituição Federal sofreu alterações no que se refere
remuneração a manutenção da vinculação ao regime do ao tema aposentadoria do servidor, sendo que muitas disposi-
plano de Seguridade Social do Servidor Público, mediante o ções da Lei nº 8.112/90 ficaram sem aplicabilidade.
recolhimento mensal da respectiva contribuição, no mesmo
percentual devido pelos servidores em atividade, incidente so- Os aposentados, assim como os servidores em disponibi-
bre a remuneração total do cargo a que faz jus no exercício de lidade, são inativos. Dessa forma não recebem remuneração e
suas atribuições, computando-se, para esse efeito, inclusive, sim proventos.
as vantagens pessoais. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos
Esse recolhimento deve ser efetuado até o segundo dia útil Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas
após a data do pagamento das remunerações dos servidores
públicos, aplicando-se os procedimentos de cobrança e exe- autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência
cução dos tributos federais quando não recolhidas na data de de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do
vencimento. respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos
O plano de Seguridade Social visa a dar cobertura aos ris- pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio
cos a que estão sujeitos o servidor e sua família, e compreende financeiro e atuarial.
um conjunto de benefícios e ações que atendam às seguintes
finalidades: Modalidades de Aposentadoria
▷ Garantir meios de subsistência nos eventos de doen- Por invalidez permanente
ça, invalidez, velhice, acidente em serviço, inativida- Nessa modalidade de aposentadoria os proventos serão
de, falecimento e reclusão. proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente
▷ Proteção à maternidade, à adoção e à paternidade. de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave,
▷ Assistência à saúde. contagiosa ou incurável, na forma da lei.
Compulsória ▷ Esclerose Múltipla.
Nesse caso o servidor titular de um cargo de provimento ▷ Neoplasia Maligna.
efetivo será compulsoriamente aposentado, aos setenta anos de ▷ Cegueira posterior ao ingresso no serviço público.
idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. ▷ Hanseníase .
Voluntária ▷ Cardiopatia grave.
Nessa modalidade o servidor que requer a sua aposenta- ▷ Doença De Parkinson.
doria, desde que cumprido o tempo mínimo de dez anos de
▷ Paralisia Irreversível E Incapacitante.
efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efe-
tivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes ▷ Espondiloartrose Anquilosante.
condições: ▷ Nefropatia Grave.
▷ Sessenta anos de idade e trinta e cinco de contri- ▷ Estados avançados do mal de Paget (osteíte defor-
buição, se homem, e cinquenta e cinco anos de ida- mante).
de e trinta de contribuição, se mulher (os requisitos ▷ Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS).
de idade e de tempo de contribuição serão reduzi- ▷ Outras que a lei indicar, com base na medicina es-
dos em cinco anos para o professor que comprove pecializada.
exclusivamente tempo de efetivo exercício das fun- Na hipótese de aposentadoria por invalidez, o servidor
ções de magistério na educação infantil e no ensino será submetido junta
à médica oficial, que atestará tal ques-
fundamental e médio). tão quando caracterizada a incapacidade para o desempenho
▷ Sessenta e cinco anos de idade, se homem, e ses- das atribuições do cargo ou a impossibilidade de se aplicar o
senta anos de idade, se mulher, com proventos disposto no Art. 24 da Lei nº 8.112/90 (readaptação).
proporcionais ao tempo de contribuição. A aposentadoria compulsória será automática, e declarada
Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião por ato, com vigência a partir do dia imediato àquele em que o
de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do res- servidor atingir a idade limite de permanência no serviço ativo.
pectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposenta- A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará a partir
doria ou que serviu de referência para a concessão da pensão. da data da publicação do respectivo ato.
Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por oca- A aposentadoria por invalidez será precedida de licença
sião da sua concessão, serão consideradas as remunerações para tratamento de saúde, por período não excedente a 24
utilizadas como base para as contribuições do servidor aos (vinte e quatro) meses. Nesse caso, serão consideradas apenas
regimes de previdência de que tratam o Art. 40 e o Art. 201 da as licenças motivadas pela enfermidade ensejadora da invali-
Constituição Federal, na forma da lei. dez ou doenças correlacionadas.
É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados Expirado o período de licença e não estando em condições  
para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regi- de reassumir o cargo ou de ser readaptado, o servidor será    
me de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos aposentado.  
em leis complementares, os casos de servidores:
O lapso de tempo compreendido entre o término da licen-  
▷ Portadores de deficiência. ça e a publicação do ato da aposentadoria será considerado 
▷ Que exerçam atividades de risco. como de prorrogação da licença.
 
Cujas atividades sejam exercidas sob condições espe-


A critério da Administração, o servidor em licença para  
ciais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. tratamento de saúde ou aposentado por invalidez poderá ser
 
Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acu- convocado a qualquer momento, para avaliação das condições
muláveis na forma dessa Constituição, é vedada a percepção de que ensejaram o afastamento ou a aposentadoria.
mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência

O provento da aposentadoria será calculado com obser-
 O 
acima estudado. Dessa forma, se a cumulação fosse lícita na ati-
 Ç 
vância do disposto no § 3º do Art. 41 (o vencimento do cargo
 Õ  
vidade, o servidor também poderá cumular os proventos.

efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é ir-
 S 

É assegurado o reajustamento dos benefícios para preser- redutível) e revisto na mesma data e proporção, sempre que se

var-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme crité-



modificar a remuneração dos servidores em atividade. I  

rios estabelecidos em lei. São estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou van-

I  

O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal tagens posteriormente concedidas aos servidores em ativida-
 O 

será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de servi-



de, inclusive quando decorrentes de transformação ou reclas-

M
ço correspondente para efeito de disponibilidade. sificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria. I  

Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em co-
I  
O servidor aposentado com provento proporcional ao
 S 

missão declarado em lei de livre nomeação e exoneração tempo de serviço, se acometido de qualquer das moléstias


bem como de outro temporário ou de emprego público,

especificadas acima especificadas e, por esse motivo, for con- I  

aplica-se o regime geral de previdência social. siderado inválido por junta médica oficial passará a perceber
 O 

Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis provento integral, calculado com base no fundamento legal de
(para efeitos dessas regras): concessão da aposentadoria.
▷ Tuberculose ativa. Quando proporcional ao tempo de serviço, o provento 409
▷ Alienação mental. não será inferior a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade.
Ao servidor aposentado será paga a gratificação natalina, Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direi-
410 até o dia vinte do mês de dezembro, em valor equivalente ao to à licença-paternidade de 5 dias consecutivos.
respectivo provento, deduzido o adiantamento recebido. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis meses,
Ao ex-combatente que tenha efetivamente participado de a servidora lactante terá direito, durante a jornada de trabalho,
   O operações bélicas, durante a Segunda Guerra Mundial, nos ter- a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois
   V
   I
   T mos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, será concedida períodos de meia hora.
   A
   R aposentadoria com provento integral, aos 25 (vinte e cinco) À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de crian-
   T
   S
   I anos de serviço efetivo. ça até 1 ano de idade, serão concedidos 90 dias de licença re-
   N
   I munerada. No caso de adoção ou guarda judicial de criança
   M
   D
Do Auxílio-Natalidade com mais de 1 ano de idade, a licença será de 30 dias.
   A
O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de
   O
   T
   I nascimento de filho, em quantia equivalente ao menor venci- Da Licença por Acidente em Serviço
   E
   R
   I mento do serviço público, inclusive no caso de natimorto. Será licenciado, com remuneração integral, o servidor aci-
   D dentado em serviço.
   E Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de
   D
   S 50% (cinquenta por cento), por nascituro. Configura acidente em serviço o dano físico ou mental
   E
    Õ O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediata-
   Ç
   O público, quando a parturiente não for servidora. mente, com as atribuições do cargo exercido.
   N
Equipara-se ao acidente em serviço o dano:
Do Salário-Família
▷ Decorrente de agressão sofrida e não provocada
   O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao inativo, pelo servidor no exercício do cargo.
  
   por dependente econômico. Consideram-se dependentes eco- ▷ Sofrido no percurso da residência para o trabalho e
nômicos para efeito de percepção do salário-família:
     vice-versa.
   O cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os
O servidor acidentado em serviço que necessite de trata-
     enteados até 21 anos de idade ou, se estudante, até
  
   24 anos ou, se inválido, de qualquer idade. mento especializado poderá ser tratado em instituição priva-
  
   O menor de 21 anos que, mediante autorização judi- da, à conta de recursos públicos. O tratamento recomendado
     cial, viver na companhia e às expensas do servidor, por junta médica oficial constitui medida de exceção e somen-
ou do inativo. te será admissível quando inexistirem meios e recursos ade-
A mãe e o pai sem economia própria. quados em instituição pública.
Não se configura a dependência econômica quando o be- A prova do acidente será feita no prazo de 10 dias, prorrogá-
neficiário do salário-família perceber rendimento do trabalho vel quando as circunstâncias o exigirem.
ou de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou provento da
aposentadoria, em valor igual ou superior ao salário-mínimo. Da Pensão
Quando o pai e a mãe forem servidores públicos e viverem A Lei nº 8.112/90 estabelece que em caso de morte do servi-
em comum, o salário-família será pago a um deles; quando se- dor, os dependentes, nas hipóteses legais, fazem jus à pensão a
parados, será pago a um e outro, de acordo com a distribuição partir da data de óbito, observado o limite estabelecido no inciso
dos dependentes. XI do caput  do Art. 37 da Constituição Federal (teto remunerató-
Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a madrasta rio) e no Art. 2º da Lei nº 10.887, de 18 de junho de 2004.
e, na falta desses, os representantes legais dos incapazes. Lei nº 10.887/2004, Art. 2º. Aos dependentes dos ser-
vidores titulares de cargo efetivo e dos aposentados de
O salário-família não está sujeito a qualquer tributo, nem qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distri-
servirá de base para qualquer contribuição, inclusive para a to Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias
Previdência Social. e fundações, falecidos a partir da data de publicação
O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração, não desta Lei, será concedido o benefício de pensão por
acarreta a suspensão do pagamento do salário-família. morte, que será igual:
Da Licença à Gestante, à Adotante I. à totalidade dos proventos percebidos pelo apo-
 sentado na data anterior à do óbito, até o limite
e da Licença-Paternidade máximo estabelecido para os benefícios do regime
Será concedida licença à servidora gestante por 120 dias  geral de previdência social, acrescida de 70% (seten-
consecutivos, sem prejuízo da remuneração. ta por cento) da parcela excedente a este limite; ou
A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de II. à totalidade da remuneração do servidor no car-
gestação, salvo antecipação por prescrição médica.  go efetivo na data anterior à do óbito, até o limite
No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a máximo estabelecido para os benefícios do regime
partir do parto.  geral de previdência social, acrescida de 70% (se-
Na situação de natimorto, decorridos 30 dias do evento, a tenta por cento) da parcela excedente a este limite,
servidora será submetida a exame médico, e se julgada apta,  se o falecimento ocorrer quando o servidor ainda
reassumirá o exercício. estiver em atividade.
No caso de aborto atestado por médico oficial, a servi- Parágrafo único.  Aplica-se ao valor das pensões o limite
dora terá direito a 30 dias de repouso remunerado.  previsto no Art. 40, § 2º, da Constituição Federal”.
São BENEFICIÁRIOS das pensões: ▷ desaparecimento no desempenho das atribuições do
I. o cônjuge; cargo ou em missão de segurança.
II. o cônjuge divorciado ou separado judicialmente A pensão provisória será transformada em vitalícia ou
ou de fato, com percepção de pensão alimentícia temporária, conforme o caso, decorridos 5 anos de sua vigên-
estabelecida judicialmente; cia, ressalvado o eventual reaparecimento do servidor, hipóte-
III. o companheiro ou companheira que comprove se em que o benefício será automaticamente cancelado.
união estável como entidade familiar; Acarreta Perda da Qualidade de Beneficiário
IV. o filho de qualquer condição que atenda a um ▷ o seu falecimento;
dos seguintes requisitos: ▷ a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após
a) seja menor de 21 anos; a concessão da pensão ao cônjuge;
b) seja inválido; ▷ a cessação da invalidez, em se tratando de benefi-
d)  tenha deficiência intelectual ou mental, nos ciário inválido, o afastamento da deficiência, em se
termos do regulamento; tratando de beneficiário com deficiência, ou o levan-
V. a mãe e o pai que comprovem dependência eco- tamento da interdição, em se tratando de beneficiá-
nômica do servidor; rio com deficiência intelectual ou mental que o torne
VI. o irmão de qualquer condição que comprove de- absoluta ou relativamente incapaz, (respeitados os
 pendência econômica do servidor e atenda a um dos períodos mínimos decorrentes da aplicação das alí-
requisitos previstos no inciso IV. neas “a” e “b” do inciso VII do Art. 222);
A concessão de pensão aos beneficiários de que tratam os ▷ o implemento da idade de 21 (vinte e um) anos, pelo
incisos I a IV acima tratados exclui os beneficiários referidos filho ou irmão;
nos incisos V e VI. Assim, o cônjuge ou companheiros e os ▷ a acumulação de pensão na forma do Art. 225 (exer-
filhos excluem os pais e irmão, possuindo preferência. cer a opção em caso de ter direito a duas ou mais
A concessão de pensão aos beneficiários de que trata o pensões);
inciso V acima tratado exclui o beneficiário referido no inciso ▷ a renúncia expressa.
VI. Desse modo, caso o servidor possua pais e irmãos, somente O cônjuge e companheiro (ainda que divorciados, mas que
os pais irão receber a pensão, possuindo preferência. recebam pensão alimentícia) também perdem a condição de
O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho beneficiário nas seguintes hipóteses:
mediante declaração  do servidor e desde que comprovada ▷ o decurso de 4 meses, se o óbito ocorrer sem que o
dependência econômica, na forma estabelecida em regu- servidor tenha vertido 18 contribuições mensais ou se
lamento. o casamento ou a união estável tiverem sido iniciados
Caso ocorra habilitação de vários titulares à pensão, o seu em menos de 2 anos antes do óbito do servidor;  
valor será distribuído em partes iguais entre os beneficiários ▷ o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos de    
habilitados. acordo com a idade do pensionista na data de óbi-  
O direito de requerer a pensão não prescreve, podendo ser to do servidor, depois de vertidas 18 contribuições  
requerida a qualquer tempo. Somente as prestações exigíveis mensais e pelo menos 2 anos após o início do casa-

há mais de 5 anos é que irão prescrever. mento ou da união estável:
 

Concedida a pensão, qualquer prova posterior ou habilita- 1. 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de  
ção tardia que implique exclusão de beneficiário ou redução idade;
 
de pensão só produzirá efeitos a partir da data em que for 2. 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis)
oferecida. anos de idade; N 
Casos de perda do direito à pensão por morte: 3. 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e  O 
 Ç 
▷ após o trânsito em julgado, o beneficiário condena- nove) anos de idade;  Õ  

do pela prática de crime de que tenha dolosamente 4. 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos
 S 

resultado a morte do servidor; de idade; E 

▷ o cônjuge, o companheiro ou a companheira se com- 5. 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quaren- I  

provada, a qualquer tempo, simulação ou fraude no ta e três) anos de idade;

I  

casamento ou na união estável, ou a formalização 6. vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos
 O 

desses com o fim exclusivo de constituir benefício de idade.

M
previdenciário, apuradas em processo judicial no Caso o óbito do servidor decorra de acidente de qualquer na-
I  

qual será assegurado o direito ao contraditório e à tureza ou de doença profissional ou do trabalho, é aplicado essa
I  
 S 

ampla defesa. regra, independentemente do recolhimento de 18 contribuições


Será concedida pensão provisória por morte presumida

mensais ou da comprovação de 2 anos de casamento ou de união I  

do servidor, nos seguintes casos: estável.
 O 

▷ declaração de ausência, pela autoridade judiciária A critério da administração, o beneficiário de pensão cuja
competente; preservação seja motivada por invalidez, por incapacidade ou
▷ desaparecimento em desabamento, inundação, incên- por deficiência poderá ser convocado a qualquer momento 411
dio ou acidente não caracterizado como em serviço; para avaliação das referidas condições.
O tempo de contribuição a Regime Próprio de Previdên- básica o implemento de ações preventivas voltadas para a
412 cia Social (RPPS) ou ao Regime Geral de Previdência Social promoção da saúde e será prestada pelo Sistema Único de
(RGPS) será considerado na contagem das 18 (dezoito) con- Saúde – SUS, diretamente pelo órgão ou entidade ao qual
tribuições mensais referidas nas alíneas “a” e “b” do inciso VII estiver vinculado o servidor, ou mediante convênio ou con-
   O do caput  do Art. 222. trato, ou ainda na forma de auxílio, mediante ressarcimento
   V
   I
   T No caso de morte ou perda da qualidade de beneficiário, a parcial do valor despendido pelo servidor, ativo ou inativo, e
   A respectiva cota reverterá para os cobeneficiários.
   R
   T
seus dependentes ou pensionistas com planos ou seguros
   S
   I As pensões serão automaticamente atualizadas na mesma privados de assistência à saúde, na forma estabelecida em
   N
   I data e na mesma proporção dos reajustes dos vencimentos regulamento.
   M
   D dos servidores. Nas hipóteses previstas na Lei 8.112/90 em que seja exigida
   A
   O Excepcionado o direito de opção, é vedada a percepção perícia, avaliação ou inspeção médica, na ausência de médico
   T
   I
   E cumulativa de pensão deixada por mais de um cônjuge ou ou junta médica oficial, para a sua realização o órgão ou en-
   R
   I companheiro ou companheira e de mais de 2 pensões.
   D tidade celebrará, preferencialmente, convênio com unidades
   E
   D Do Auxílio-Funeral de atendimento do sistema público de saúde, entidades sem
   S fins lucrativos declaradas de utilidade pública, ou com o Insti-
   E
    Õ
O auxílio-funeral é devido à família do servidor falecido na
   Ç atividade ou aposentado, em valor equivalente a um mês da tuto Nacional do Seguro Social - INSS.
   O
   N remuneração ou provento. Na impossibilidade, devidamente justificada, da realiza-
No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será pago ção do convênio acima citado, o órgão ou entidade promoverá
somente em razão do cargo de maior remuneração. a contratação da prestação de serviços por pessoa jurídica,
   O auxílio será pago no prazo de 48 horas, por meio de que constituirá junta médica especificamente para esses fins,
  
   procedimento sumaríssimo, à pessoa da família que houver indicando os nomes e especialidades dos seus integrantes,
     custeado o funeral. Se esse for custeado por terceiro, ele será com a comprovação de suas habilitações e de que não estejam
   indenizado, observado acima disposto. respondendo a processo disciplinar junto à entidade fiscaliza-
    
  
   Em caso de falecimento de servidor em serviço fora do lo- dora da profissão.
  
   cal de trabalho, inclusive no exterior, as despesas de transporte Para os fins do disposto acima, ficam a União e suas entidades
do corpo correrão à conta de recursos da União, autarquia ou
     fundação pública.
autárquicas e fundacionais autorizadas a:
Celebrar convênios exclusivamente para a prestação de ser-
Do Auxílio-Reclusão viços de assistência à saúde para os seus servidores ou empre-
À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão, nos gados ativos, aposentados, pensionistas, bem como para seus
seguintes valores: respectivos grupos familiares definidos, com entidades de auto-
Dois terços da remuneração, quando afastado por motivo gestão por elas patrocinadas por meio de instrumentos jurídicos
de prisão, em flagrante ou preventiva, determinada pela au- efetivamente celebrados e publicados até 12 de fevereiro de 2006
toridade competente, enquanto perdurar a prisão (caso seja e que possuam autorização de funcionamento do órgão regula-
absolvido, o servidor terá direito à integralização da remune- dor, sendo certo que os convênios celebrados depois dessa data
ração). somente poderão sê-lo na forma da regulamentação específica
Metade da remuneração, durante o afastamento, em vir- sobre patrocínio de autogestões, a ser publicada pelo mesmo ór-
tude de condenação, por sentença definitiva, a pena que não gão regulador, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias da vigência
determine a perda de cargo. desta Lei, normas essas também aplicáveis aos convênios existen-
O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia tes até 12 de fevereiro de 2006.
imediato àquele em que o servidor for posto em liberdade, Contratar, mediante licitação, na forma da Lei nº 8.666, de
ainda que condicional. 21 de junho de 1993, operadoras de planos e seguros privados de
Ressalvado o disposto neste artigo, o auxílio-reclusão será devi- assistência à saúde que possuam autorização de funcionamento
do, nas mesmas condições da pensão por morte, aos dependentes do órgão regulador.
do segurado recolhido à prisão. O valor do ressarcimento fica limitado ao total despendido
Emenda Constitucional nº 20 pelo servidor ou pensionista civil com plano ou seguro privado
Art. 13. Até que a lei discipline o acesso ao salário-famí- de assistência à saúde.
lia e auxílio-reclusão para os servidores, segurados e seus
dependentes, esses benefícios serão concedidos apenas ANOTAÇÕES
àqueles que tenham renda bruta mensal igual ou inferior a
R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais), que, até a publicação
da lei, serão corrigidos pelos mesmos índices aplicados aos
benefícios do regime geral de previdência social.
Da Assistência à Saúde
A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo, e de
sua família compreende auxílio médico, hospitalar, odon-
tológico, psicológico e farmacêutico. Terá como diretriz
14. Licitação ADM. PÚBLICA UNIÃO; ESTADOS;
DIRETA DISTRITO FEDERAL;
Conceito de Licitação MUNICÍPIOS.
 Art. 37, XXI  . Ressalvados os casos especificados na leg-
islação, as obras, serviços, compras e alienações serão AUTARQUIA;
contratados mediante processo de licitação pública que ADM. PÚBLICA FUNDAÇÃO PÚBLICA;
assegure igualdade de condições a todos os concor- INDIRETA SOCIEDADE DE
rentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de ECONOMIA MISTA;
 pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, EMPRESAS PÚBLICAS.
nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigên-
cias de qualificação técnica e econômica indispensáveis Como licitar?
à garantia do cumprimento das obrigações. Em primeiro lugar, deve ser definido o objeto que se quer
Procedimento administrativo, de observância obrigatória contratar. Depois disso, é necessário estimar o valor total da
obra, do serviço ou do bem a ser licitado, mediante realização
pelas entidades governamentais, em que, observada a igual- de pesquisa de mercado. É importante, ainda, verificar se há
dade entre os participantes, deve ser selecionada a melhor previsão de recursos orçamentários para o pagamento da des-
proposta entre as apresentadas pelos interessados e com elas pesa e se essa se encontrará em conformidade com a Lei de
travar determinadas relações de conteúdo patrimonial, uma Responsabilidade Fiscal.
vez preenchidos os requisitos mínimos necessários ao bom Assim, após apuração da estimativa, deve ser adotada a
cumprimento das obrigações a que eles se propõem (preceito modalidade de licitação adequada, com prioridade especial
da Lei 8.666/93). para o pregão, quando o objeto pretendido referir-se a bens e
serviços comuns listados no Decreto nº 3.555, de 8 de agosto
Regras Gerais sobre Licitações de 2002, que regulamenta essa modalidade. Lembrando que
As regras gerais de licitação são de suma importância a modalidade pregão não está expressamente prevista na Lei
para quem fará um concurso público, pois, de forma objetiva, nº 8.666/93.
conseguimos entender as questões propostas, dessa maneira,
iniciaremos com indagações frequentes: Princípios Explícitos
O que é licitação? ▷ Legalidade;
Licitação é o procedimento administrativo que autoriza a ▷ Impessoalidade;
execução de obras, a prestação de serviços e o fornecimen- ▷ Moralidade e Probidade Administrativa;  
to de bens para atendimento de necessidades públicas; as ▷ Igualdade;    
alienações e locações devem ser contratadas mediante lici- Publicidade;

 
tações públicas. Vinculação ao Instrumento Convocatório;

 

Por que licitar? ▷ Julgamento Objetivo.  
A Constituição Federal, Art. 37, XXI, prevê, para a Adminis- Estão previstos no Art. 3º da Lei nº 8.666/93: 
 
tração Pública, a obrigatoriedade de licitar.  Art. 3º . A licitação destina-se a garantir a observância  
do princípio constitucional da isonomia, a seleção da
O procedimento de licitação objetiva permite que a admin-
 proposta  mais vantajosa para a Administração e a pro-
istração contrate aqueles que reúnem as condições necessárias moção do desenvolvimento nacional sustentável e será N 
para o atendimento do interesse público, levando em consid-  processada e julgada em estrita conformidade com os
 O 
 Ç 
eração aspectos relacionados à capacidade técnica e econômi-  princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da
 Õ  

co-financeira do licitante, à qualidade do produto e ao valor do
 S 
 moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade D 
objeto, sempre procurando atender ao princípio da isonomia administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório,


(igualdade) e objetivando a proposta mais vantajosa. do julgamento objetivo.
I  


Quem deve licitar? O Art. 3º, que trata dos princípios da licitação, determina a I  

 O 
Estão sujeitos à regra de licitar, prevista na Lei nº 8.666, estrita obediência a vários princípios básicos expressos. Con- A 
tudo, dá relevância a um deles, ou seja, o princípio da isono-

de 1993, além dos órgãos integrantes da administração direta,
M
mia tem um tratamento diferenciado.
I  

os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as I  
A licitação, por si só, traz uma ideia de disputa isonômica e
 S 

empresas públicas, as sociedades da economia mista e demais a finalidade é a de conseguir a proposta mais vantajosa para a


entidades controladas direta e indiretamente pela União, Esta-

Administração a fim da celebração do contrato administrativo.
I  

dos, Distrito Federal e Municípios.
 O 
O propósito específico é a realização de obras, serviços, con-
 Art. 175 . Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, di- cessão, permissões, compras, alienações ou locações.
retamente ou sob regime de concessão ou permissão, Devemos nos atentar, pois a competência para legislar acer-
 sempre por meio de licitação, a prestação de serviços ca de licitação é privativa da União, sempre sobre normas gerais, 413
 públicos. e está prevista no Art. 22, XXVII, da Constituição Federal:
 Art. 22  . Compete privativamente à União legislar sobre: Impessoalidade
414  XXVII. Normas gerais de licitação e contratação, Esse princípio obriga a Administração a observar, nas suas
em todas as modalidades, para as administrações decisões, critérios objetivos previamente estabelecidos, afa-
 públicas diretas, autárquicas e fundacionais da stando a discricionariedade e o subjetivismo na condução dos
   O
   V
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obe- procedimentos da licitação. Aqui, o princípio obedece aos dita-
   I
   T decido o disposto no Art. 37, XXI, e para as empre- mes da Constituição Federal e tem por finalidade a obediência
   A
   R
   T
 sas públicas e sociedades de economia mista, nos estrita aos fins coletivos, impedindo, de qualquer modo, a pro-
   S
   I termos do Art. 173, § 1º, III; moção pessoal do administrador e as chamadas “facilidades”
   N
   I
   M É de se notar que os Estados, Distrito Federal e municípios para qualquer particular envolvido no procedimento.
   D
   A podem legislar sobre normas específicas acerca de licitação Moralidade e Probidade Administrativa
   O
   T pública e contratos administrativos, mesmo sem autorização
   I
   E da União, desde que as leis promulgadas não ofendam a Con- Aqui devemos nos atentar, pois, de acordo com a Constitu-
   R
   I
stituição Federal e também não contrariem as normas gerais. ição Federal, a moralidade administrativa é tida como princípio e
   D
   E a probidade como dever. Contudo, o texto da Lei nº 8.666/93 traz
   D Dessa forma, é importante frisar que a Lei nº 8.666/93 insculpido os dois como sendo princípios norteadores da licitação,
   S é aplicável a toda Administração Pública, de acordo com os
   E em que a conduta dos licitantes e dos agentes públicos tem que
    Õ
   Ç Arts. 1º e 2º da lei: ser, além de lícita, compatível com a moral, ética, bons costumes e
   O
   N  Art. 1º.  Esta Lei estabelece normas gerais sobre lic- com as regras da boa administração.
itações e contratos administrativos pertinentes a
obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, Igualdade
   alienações e locações no âmbito dos Poderes da É o mais relevante princípio da lei de licitação e significa
  
   União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- dar tratamento igual a todos os interessados. É condição es-
     nicípios. sencial para garantir em todas as fases da licitação. Também
   chamado de princípio da isonomia entre os licitantes. A igual-
      Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei,
  
   além dos órgãos da administração direta, os fundos dade aqui tem dois sentidos: primeiro, a administração deve
  
   especiais, as autarquias, as fundações públicas, as em- dispensar tratamento isonômico entre os licitantes; segundo,
      presas públicas, as sociedades de economia mista e deve a igualdade garantir que a concorrência seja viável entre
demais entidades controladas direta ou indiretamente os particulares.
 pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. O Art. 3º, § 2º, da Lei, reza que em igualdade de condições
 Art. 2º. As obras, serviços, inclusive de publicidade, com- será assegurado à preferência sucessivamente a bens e
 pras, alienações, concessões, permissões e locações da serviços em caso de empate, seguindo o seguinte critério de
 Administração Pública, quando contratadas com terceiros, desempate:
 serão necessariamente precedidas de licitação, ressalva- ▷ Produzidos no país;
das as hipóteses previstas nesta Lei. ▷ Produzidos ou prestados por empresas brasileiras;
 Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se
▷ Produzidos ou prestados por empresas que invistam
contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou enti- em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no
dades da Administração Pública e particulares, em que
país.
haja um acordo de vontades para a formação de víncu-
lo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual Publicidade
for a denominação utilizada. O Princípio da Publicidade reza que qualquer interessa-
do deve ter acesso às licitações públicas e seu controle, me-
Princípios Explícitos em Espécie diante divulgação dos atos praticados pelos administradores
Legalidade em todas as fases da licitação. No entanto, o conteúdo dos
propostos são sigilosos, conforme prevê o Art. 3º, §   3º, Lei
Nos procedimentos de licitação, esse princípio vincula os nº 8.666/93.
licitantes e a Administração Pública às regras estabelecidas,
§ 3º. A licitação não será sigilosa, sendo públicos e
nas normas e princípios em vigor, ou seja, o administrador
acessíveis ao público os atos de seu procedimento, sal-
fica vinculado aos ditames na lei, tendo alguma liberdade vo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva
(discricionariedade) somente quando a própria lei assim au- abertura.” 
torizar ou determinar, como é o caso da licitação dispensável Dessa forma, quanto maior o valor do contrato, maior será
e licitação dispensada. a publicidade de seus atos. Assim, no convite, a divulgação
Todos os atos de licitação devem estar estritamente na será mínima, devido ao reduzido valor do contrato, e, na con-
lei. Sendo assim, o administrador público não pode exigir do corrência, a divulgação será a maior possível.
licitante condições de habilitação econômica com certa mar- Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrên-
gem acima do necessário ao cumprimento das obrigações a cias, das tomadas de preço, dos concursos e dos leilões, em-
serem contratadas. Assim, somente permitirá as exigências de bora realizados no local da repartição interessada, deverão ser
qualificação técnica e econômicas indispensáveis à garantia do publicados com antecedência, como dispõe o Art. 21 da Lei de
cumprimento das obrigações. Licitação:
d) na hipótese de conflito de interesses específico
e transitório, comunicar sua ocorrência ao supe-
Resolução nº 10, de 29 de
442
rior hierárquico ou aos demais membros de órgão Setembro de 2008
colegiado de que faça parte a autoridade, em se
tratando de decisão coletiva, abstendo-se de vo-
A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, no uso de suas atribui-
ções conferidas pelo art. 1º do Decreto de 26 de maio de 1999 e
tar ou participar da discussão do assunto;
   O
   C
pelos arts. 1º, inciso III, e 4º, inciso IV, do Decreto nº 6.029, de 1º
   I
   L
e) divulgar publicamente sua agenda de compro- de fevereiro de 2007, nos termos do Decreto nº 1.171, de 22 de
   B missos, com identificação das atividades que não
    Ú  junho de 1994, Decreto nº 4.553, de 27 de dezembro de 2002 e
   P  sejam decorrência do cargo ou função pública.
   O
tendo em vista a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999,
   Ç
   I 4. A Comissão de Ética Pública deverá ser informada
   V
   R  pela autoridade e opinará, em cada caso concreto, Resolve
   E
   S  sobre a suficiência da medida adotada para prevenir  Art. 1º Ficam aprovadas, na forma desta Resolução, as
   O  situação que possa suscitar conflito de interesses. normas de funcionamento e de rito processual, deli-
   N
   A  5. A participação de autoridade em conselhos de admi- mitando competências, atribuições, procedimentos e
   C
   I
   T nistração e fiscal de empresa privada, da qual a União outras providências no âmbito das Comissões de Éti-
    É
 seja acionista, somente será permitida quando resultar ca instituídas pelo Decreto nº 1.171, de 22 de junho de
de indicação institucional da autoridade pública com- 1994, com as alterações estabelecidas pelo Decreto nº
 petente. Nestes casos, é-lhe vedado participar de deli- 6.029, de 1º de fevereiro de 2007.
   beração que possa suscitar conflito de interesses com Capítulo I
  
   o Poder Público.
• Das Competências e Atribuições
     6. No trabalho voluntário em organizações do terceiro se-
 Art. 2º Compete às Comissões de Ética:
   tor, sem finalidade de lucro, também deverá ser observa-
I. atuar como instância consultiva do dirigente má-
     do o disposto nesta Resolução.
  
    ximo e dos respectivos servidores de órgão ou de
  
  
7.  As consultas dirigidas à Comissão de Ética Pública entidade federal;
deverão estar acompanhadas dos elementos pertinen-
     tes à legalidade da situação exposta.
II. aplicar o Código de Ética Profissional do Servidor
Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado
Brasília, 25 de setembro de 2003  pelo Decreto nº 1.171, de 1994, devendo:
João Geraldo Piquet Carneiro a)  submeter à Comissão de Ética Pública - CEP
Presidente  propostas de aperfeiçoamento do Código de Éti-
ca Profissional;
Resolução nº 09, de 20  b) apurar, de ofício ou mediante denúncia, fato
de Maio de 2005 ou conduta em desacordo com as normas éticas
 pertinentes;
O PRESIDENTE DA COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, no uso
de suas atribuições e tendo em vista o disposto no art. 2º, in- c) recomendar, acompanhar e avaliar o desenvol-
ciso V, do Decreto de 26 de maio de 1999, que cria a Comissão vimento de ações objetivando a disseminação, ca-
de Ética Pública, e nos termos do art. 4º do Código de Conduta  pacitação e treinamento sobre as normas de ética
da Alta Administração Federal. e disciplina;
III. representar o órgão ou a entidade na Rede de
Resolve Ética do Poder Executivo Federal a que se refere o
 Art. 1º   Fica aprovado o modelo anexo da Declaração art. 9º do Decreto nº 6.029, de 2007;
Confidencial de Informações de que trata a Resolução IV. supervisionar a observância do Código de Con-
no 5, de 7 de junho de 2001. duta da Alta Administração Federal e comunicar à
CEP situações que possam configurar descumpri-
 Art. 2º  A autoridade ocupante de cargo público vincu- mento de suas normas;
lado ao Código de Conduta da Alta Administração Fe-
V. aplicar o código de ética ou de conduta próprio,
deral deverá apresentar a Declaração Confidencial de
 se couber;
Informações, devidamente preenchida:
VI. orientar e aconselhar sobre a conduta ética do
I. pela primeira vez, até dez dias após a posse; e  servidor, inclusive no relacionamento com o cida-
II.  sempre que ocorrer alteração relevante nas in- dão e no resguardo do patrimônio público;
formações prestadas, até trinta dias da ocorrência. VII. responder consultas que lhes forem dirigidas;
 Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua VIII. receber denúncias e representações contra
 publicação.  servidores por suposto descumprimento às normas
 Art. 4º Fica revogado o Anexo à Resolução no 5, de 7 éticas, procedendo à apuração;
de junho de 2001. IX. instaurar processo para apuração de fato ou
FERNANDO NEVES DA SILVA conduta que possa configurar descumprimento ao
Presidente da Comissão de Ética Pública  padrão ético recomendado aos agentes públicos;
 X. convocar servidor e convidar outras pessoas a Capítulo II
 prestar informação;
• Da Composição
 XI. requisitar às partes, aos agentes públicos e aos
órgãos e entidades federais informações e docu-  Art. 3º  A Comissão de Ética do órgão ou entidade será
mentos necessários à instrução de expedientes; composta por três membros titulares e respectivos
 XII. requerer informações e documentos necessá-  suplentes, servidores públicos ocupantes de cargo efe-
rios à instrução de expedientes a agentes públicos tivo ou emprego do seu quadro permanente, designa-
e a órgãos e entidades de outros entes da federa- dos por ato do dirigente máximo do correspondente
ção ou de outros Poderes da República; órgão ou entidade.
 XIII. realizar diligências e solicitar pareceres de es- § 1º   Não havendo servidores públicos no órgão ou na
 pecialistas; entidade em número suficiente para instituir a Comis-
 XIV. esclarecer e julgar comportamentos com indí-  são de Ética, poderão ser escolhidos servidores públi-
cios de desvios éticos; cos ocupantes de cargo efetivo ou emprego do quadro
 XV. aplicar a penalidade de censura ética ao servi-  permanente da Administração Pública.
dor e encaminhar cópia do ato à unidade de gestão § 2º  A atuação na Comissão de Ética é considerada
de pessoas, podendo também:  prestação de relevante serviço público e não enseja
a)  sugerir ao dirigente máximo a exoneração de qualquer remuneração, devendo ser registrada nos as-
ocupante de cargo ou função de confiança;  sentamentos funcionais do servidor.
 b) sugerir ao dirigente máximo o retorno do ser-
vidor ao órgão ou entidade de origem; § 3º O dirigente máximo de órgão ou entidade não po-
derá ser membro da Comissão de Ética.
c)  sugerir ao dirigente máximo a remessa de
expediente ao setor competente para exame de § 4º O Presidente da Comissão será substituído pelo
eventuais transgressões de naturezas diversas; membro mais antigo, em caso de impedimento ou va-
d) adotar outras medidas para evitar ou sanar cância.
desvios éticos, lavrando, se for o caso, o Acordo § 5º No caso de vacância, o cargo de Presidente da Co-
de Conduta Pessoal e Profissional - ACPP; missão será preenchido mediante nova escolha efetua-
 XVI. arquivar os processos ou remetê-los ao órgão da pelos seus membros.
competente quando, respectivamente, não seja
comprovado o desvio ético ou configurada infra- § 6º Na ausência de membro titular, o respectivo su-
ção cuja apuração seja da competência de órgão  plente deve imediatamente assumir suas atribuições.  
distinto; § 7º Cessará a investidura de membros das Comissões    
 XVII. notificar as partes sobre suas decisões; de Ética com a extinção do mandato, a renúncia ou por
 
 XVIII. submeter ao dirigente máximo do órgão ou desvio disciplinar ou ético reconhecido pela Comissão de
 
entidade sugestões de aprimoramento ao código

Ética Pública.  
de conduta ética da instituição;
 Art. 4º A Comissão de Ética contará com uma Secreta-

 XIX. dirimir dúvidas a respeito da interpretação das
 
ria-Executiva, que terá como finalidade contribuir para  
normas de conduta ética e deliberar sobre os casos
a elaboração e o cumprimento do plano de trabalho
omissos, observando as normas e orientações da CEP;
da gestão da ética e prover apoio técnico e material
 XX. elaborar e propor alterações ao código de ética
necessário ao cumprimento das atribuições.
ou de conduta próprio e ao regimento interno da É  
respectiva Comissão de Ética; § 1º O encargo de secretário-executivo recairá em de-

I  
 C 
 XXI. dar ampla divulgação ao regramento ético; tentor de cargo efetivo ou emprego permanente na A 

administração pública, indicado pelos membros da Co-



 XXII. dar publicidade de seus atos, observada a
 O 

restrição do art. 14 desta Resolução; missão de Ética e designado pelo dirigente máximo do
 S 

órgão ou da entidade.

 XXIII. requisitar agente público para prestar servi- V 
I  
ços transitórios técnicos ou administrativos à Co-
 Ç 
§ 2º Fica vedado ao Secretário-Executivo ser membro  O 
missão de Ética, mediante prévia autorização do da Comissão de Ética.

 Ú  
dirigente máximo do órgão ou entidade;

§ 3º A Comissão de Ética poderá designar representan-

 XXIV. elaborar e executar o plano de trabalho de
I  
 C 
tes locais que auxiliarão nos trabalhos de educação e  O 
 gestão da ética; e
de comunicação.
 XXV. indicar por meio de ato interno, representan-
tes locais da Comissão de Ética, que serão designa- § 4º Outros servidores do órgão ou da entidade po-
dos pelos dirigentes máximos dos órgãos ou enti- derão ser requisitados, em caráter transitório, para
dades, para contribuir nos trabalhos de educação e realização de atividades administrativas junto à Secre- 443
de comunicação. taria-Executiva.
Capítulo III VIII. coordenar o desenvolvimento de ações obje-
444 • Do Funcionamento tivando a disseminação, capacitação e treinamento
 sobre ética no órgão ou entidade; e
 Art. 5º As deliberações da Comissão de Ética serão to-
IX. executar outras atividades determinadas pela
madas por votos da maioria de seus membros.
Comissão de Ética.
 Art. 6º  As Comissões de Ética se reunirão ordinaria-
   O § 1º   Compete aos demais integrantes da Secretaria-
   C
   I mente pelo menos uma vez por mês e, em caráter
   L -Executiva fornecer o suporte administrativo necessá-
   B extraordinário por iniciativa do Presidente, dos seus
    Ú rio ao desenvolvimento ou exercício de suas funções.
   P membros ou do Secretário-Executivo.
   O § 2º Aos representantes locais compete contribuir com
   Ç
   I
 Art. 7º  A pauta das reuniões da Comissão de Ética será as atividades de educação e de comunicação.
   V
   R
composta a partir de sugestões do presidente, dos
   E
   S membros ou do Secretário--Executivo, sendo admitida Capítulo V
   O a inclusão de novos assuntos no início da reunião. • Dos Mandatos
   N
   A Capítulo IV  Art. 11. Os membros da Comissão de Ética cumprirão
   C
   I
   T
    É • Das Atribuições mandatos, não coincidentes, de três anos, permitida
uma única recondução.
 Art. 8º  Compete ao presidente da Comissão de Ética:
§ 1º  Os mandatos dos primeiros membros e dos respec-
I. convocar e presidir as reuniões; tivos suplentes serão de um, dois e três anos, estabeleci-
   II. determinar a instauração de processos para a dos em portaria designatória.
  
   apuração de prática contrária ao código de ética § 2º  Poderá ser reconduzido uma única vez ao cargo de
     ou de conduta do órgão ou entidade, bem como as membro da Comissão de ética o servidor público que
   diligências e convocações; for designado para cumprir o mandato complementar,
     caso o mesmo tenha se iniciado antes do transcurso da
  
  
III. designar relator para os processos;
  
   IV. orientar os trabalhos da Comissão de Ética, or- metade do período estabelecido no mandato originário.
§ 3º Na hipótese de o mandato complementar ser exerci-
     denar os debates e concluir as deliberações;
do após o transcurso da metade do período estabelecido
V. tomar os votos, proferindo voto de qualidade, e
no mandato originário, o membro da Comissão de Ética
 proclamar os resultados; e
que o exercer poderá ser conduzido imediatamente ao
VI. delegar competências para tarefas específicas  posterior mandato regular de 3 (três) anos, permitindo-
aos demais integrantes da Comissão de Ética. lhe uma única recondução ao mandado regular.
Parágrafo único. O voto de qualidade de que trata o
Capítulo VI
inciso V somente será adotado em caso de desempate.
 Art. 9º  Compete aos membros da Comissão de Ética:
• Das Normas Gerais do Procedimento
 Art. 12. As fases processuais no âmbito das Comissões
I. examinar matérias, emitindo parecer e voto;
de Ética serão as seguintes:
II. pedir vista de matéria em deliberação; I. Procedimento Preliminar, compreendendo:
III. fazer relatórios; e a) juízo de admissibilidade;
IV. solicitar informações a respeito de matérias sob  b) instauração;
exame da Comissão de Ética. c) provas documentais e, excepcionalmente, ma-
 Art. 10. Compete ao Secretário-Executivo: nifestação do investigado e realização de diligên-
I. organizar a agenda e a pauta das reuniões; cias urgentes e necessárias;
II. proceder ao registro das reuniões e à elaboração d) relatório;
de suas atas; e) proposta de ACPP;
III. instruir as matérias submetidas à deliberação f) decisão preliminar determinando o arquiva-
da Comissão de Ética; mento ou a conversão em Processo de Apuração
Ética.
IV. desenvolver ou supervisionar a elaboração de
estudos e subsídios ao processo de tomada de de- II. Processo de Apuração Ética, subdividindo-se
cisão da Comissão de Ética; em:
V. coordenar o trabalho da Secretaria--Executiva, a) instauração;
bem como dos representantes locais;  b) instrução complementar, compreendendo:
VI. fornecer apoio técnico e administrativo à Co- 1. a realização de diligências;
missão de Ética;  2. a manifestação do investigado; e
VII. executar e dar publicidade aos atos de compe-  3. a produção de provas;
tência da Secretaria-Executiva; c) relatório; e
d) deliberação e decisão, que declarará improce- classe poderá provocar a atuação da Comissão de Éti-
dência, conterá sanção, recomendação a ser aplica- ca, visando a apuração de transgressão ética imputada
da ou proposta de ACPP. ao agente público ou ocorrida em setores competentes
 Art. 13.  A apuração de infração ética será formalizada do órgão ou entidade federal.
 por procedimento preliminar, que deverá observar as Parágrafo único. Entende-se por agente público todo
regras de autuação, compreendendo numeração, ru- aquele que por força de lei, contrato ou qualquer ato
brica da paginação, juntada de documentos em ordem  jurídico, preste serviços de natureza permanente, tem-
cronológica e demais atos de expediente administrativo.  porária, excepcional ou eventual, ainda que sem retri-
 Art. 14. Até a conclusão final, todos os expedientes de buição financeira, a órgão ou entidade da Administra-
apuração de infração ética terão a chancela de “reserva- ção Pública Federal direta e indireta.
do”, nos termos do Decreto nº 4.553, de 27 de dezembro  Art. 20.  O Procedimento Preliminar para apuração de
 2002, após, estarão acessíveis aos interessados confor- conduta que, em tese, configure infração ao padrão
me disposto na Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999. ético será instaurado pela Comissão de Ética, de ofício
 Art. 15.  Ao denunciado é assegurado o direito de co- ou mediante representação ou denúncia formulada por
nhecer o teor da acusação e ter vista dos autos no re- quaisquer das pessoas mencionadas no caput do art. 19.
cinto da Comissão de Ética, bem como de obter cópias § 1º  A instauração, de ofício, de expediente de inves-
de documentos. tigação deve ser fundamentada pelos integrantes da
Parágrafo único. As cópias deverão ser solicitadas for- Comissão de Ética e apoiada em notícia pública de
malmente à Comissão de Ética. conduta ou em indícios capazes de lhe dar sustentação.
 Art. 16.  As Comissões de Ética, sempre que constata- § 2º   Se houver indícios de que a conduta configure, a
um só tempo, falta ética e infração de outra natureza,
rem a possível ocorrência de ilícitos penais, civis, de
inclusive disciplinar, a cópia dos autos deverá ser enca-
improbidade administrativa ou de infração disciplinar,
minhada imediatamente ao órgão competente.
encaminhará cópia dos autos às autoridades compe-
tentes para apuração de tais fatos, sem prejuízo da § 3º  Na hipótese prevista no § 2º, o denunciado deverá
 ser notificado sobre a remessa do expediente ao órgão
adoção das demais medidas de sua competência.
competente.
 Art. 17.  A decisão final sobre investigação de conduta
§ 4º Havendo dúvida quanto ao enquadramento da
ética que resultar em sanção, em recomendação ou em conduta, se desvio ético, infração disciplinar, ato de
 Acordo de Conduta Pessoal e Profissional será resumi- improbidade, crime de responsabilidade ou infração
da e publicada em ementa, com a omissão dos nomes de natureza diversa, a Comissão de Ética, em caráter
dos envolvidos e de quaisquer outros dados que per- excepcional, poderá solicitar parecer reservado junto à  
mitam a identificação. unidade responsável pelo assessoramento jurídico do    
Parágrafo único.  A decisão final contendo nome e órgão ou da entidade.  
identificação do agente público deverá ser remetida à  Art. 21. A representação, a denúncia ou qualquer outra  
Comissão de Ética Pública para formação de banco de demanda deve conter os seguintes requisitos: 
dados de sanções, para fins de consulta pelos órgãos I. descrição da conduta;
 
ou entidades da administração pública federal, em ca- II. indicação da autoria, caso seja possível; e

 
 sos de nomeação para cargo em comissão ou de alta  
III. apresentação dos elementos de prova ou indi-
relevância pública.
cação de onde podem ser encontrados.
 Art. 18. Os setores competentes do órgão ou entidade da- Parágrafo único. Quando o autor da demanda não se
rão tratamento prioritário às solicitações de documentos identificar, a Comissão de Ética poderá acolher os fatos
e informações necessárias à instrução dos procedimentos narrados para fins de instauração, de ofício, de proce-
É  

de investigação instaurados pela Comissão de Ética, con-
I  
dimento investigatório, desde que contenha indícios
 C 

forme determina o Decreto nº 6.029, de 2007.  suficientes da ocorrência da infração ou, em caso con- N 
§ 1º   A inobservância da prioridade determinada neste
 O 
trário, determinar o arquivamento sumário.  S 
artigo implicará a responsabilidade de quem lhe der  Art. 22.  A representação, denúncia ou qualquer outra


causa. demanda será dirigida à Comissão de Ética, podendo

I  
 Ç 
§ 2º   No âmbito do órgão ou da entidade e em relação  ser protocolada diretamente na sede da Comissão ou
 O 

aos respectivos agentes públicos a Comissão de Ética encaminhadas pela via postal, correio eletrônico ou fax.

 Ú  
terá acesso a todos os documentos necessários aos tra-

§ 1º  A Comissão de Ética expedirá comunicação oficial L 
I  
balhos, dando tratamento específico àqueles protegidos divulgando os endereços físico e eletrônico para aten-
 C 
 O 
 por sigilo legal. dimento e apresentação de demandas.
Capítulo VII § 2º Caso a pessoa interessada em denunciar ou re-
 presentar compareça perante a Comissão de Ética, esta
• Do Rito Processual  poderá reduzir a termo as declarações e colher a assi-
 Art. 19.  Qualquer cidadão, agente público, pessoa ju- natura do denunciante, bem como receber eventuais 445
rídica de direito privado, associação ou entidade de  provas.
§ 3º   Será assegurada ao denunciante a comprovação III. o fato não possa ser provado por testemunha.
446 do recebimento da denúncia ou representação por ele § 2º  As testemunhas poderão ser substituídas desde
encaminhada. que o investigado formalize pedido à Comissão de Éti-
 Art. 23. Oferecida a representação ou denúncia, a Co- ca em tempo hábil e em momento anterior à audiência
missão de Ética deliberará sobre sua admissibilidade, de inquirição.
   O verificando o cumprimento dos requisitos previstos  Art. 27. O pedido de prova pericial deverá ser justifi-
   C
   I nos incisos do art. 21.
   L cado, sendo lícito à Comissão de Ética indeferi-lo nas
   B § 1º A Comissão de Ética poderá determinar a colheita de  seguintes hipóteses:
    Ú
   P informações complementares ou de outros elementos de
   O I. a comprovação do fato não depender de conhe-
   Ç
   I  prova que julgar necessários. cimento especial de perito; ou
   V
   R § 2º A Comissão de Ética, mediante decisão fundamen- II. revelar-se meramente protelatório ou de ne-
   E
   S tada, arquivará representação ou denúncia manifesta- nhum interesse para o esclarecimento do fato.
   O
   N mente improcedente, cientificando o denunciante.  Art. 28.  Na hipótese de o investigado não requerer
   A § 3º   É facultado ao denunciado a interposição de pe-
   C
   I
a produção de outras provas, além dos documentos
   T
    É
dido de reconsideração dirigido à própria Comissão de apresentados com a defesa prévia, a Comissão de Éti-
Ética, no prazo de dez dias, contados da ciência da de- ca, salvo se entender necessária a inquirição de teste-
cisão, com a competente fundamentação. munhas, a realização de diligências ou de exame peri-
§ 4º A juízo da Comissão de Ética e mediante consen- cial, elaborará o relatório.
   timento do denunciado, poderá ser lavrado Acordo Parágrafo único. Na hipótese de o investigado, com-
  
   de Conduta Pessoal e Profissional.  provadamente notificado ou citado por edital público,
     § 5º Lavrado o Acordo de Conduta Pessoal e Profissio- não se apresentar, nem enviar procurador legalmente
   nal, o Procedimento Preliminar será sobrestado, por constituído para exercer o direito ao contraditório e à
     até dois anos, a critério da Comissão de Ética, confor- ampla defesa, a Comissão de Ética designará um de-
  
   fensor dativo preferencialmente escolhido dentre os
  
  
me o caso.
 servidores do quadro permanente para acompanhar
§ 6º Se, até o final do prazo de sobrestamento, o Acor-
     do de Conduta Pessoal e Profissional for cumprido,
o processo, sendo-lhe vedada conduta contrária aos
interesses do investigado.
 será determinado o arquivamento do feito.
 Art. 29. Concluída a instrução processual e elaborado o
§ 7º  Se o Acordo de Conduta Pessoal e Profissional for relatório, o investigado será notificado para apresentar
descumprido, a Comissão de Ética dará seguimento ao as alegações finais no prazo de dez dias.
feito, convertendo o Procedimento Preliminar em Pro-  Art. 30. Apresentadas ou não as alegações finais, a Co-
cesso de Apuração Ética. missão de Ética proferirá decisão.
§ 8º   Não será objeto de Acordo de Conduta Pessoal e § 1º  Se a conclusão for pela culpabilidade do investi-
Profissional o descumprimento ao disposto no inciso  gado, a Comissão de Ética poderá aplicar a penalidade
 XV do Anexo ao Decreto nº 1.171, de 1994. de censura ética prevista no Decreto nº 1.171, de 1994,
 Art. 24. Ao final do Procedimento Preliminar, será pro- e, cumulativamente, fazer recomendações, bem como
ferida decisão pela Comissão de Ética do órgão ou enti- lavrar o Acordo de Conduta Pessoal e Profissional, sem
dade determinando o arquivamento ou sua conversão  prejuízo de outras medidas a seu cargo.
em Processo de Apuração Ética. § 2º Caso o Acordo de Conduta Pessoal e Profissional seja
 Art. 25. Instaurado o Processo de Apuração Ética, a Co- descumprido, a Comissão de Ética dará seguimento ao
missão de Ética notificará o investigado para, no prazo Processo de Apuração Ética.
de dez dias, apresentar defesa prévia, por escrito, lis- § 3º É facultada ao investigado pedir a reconsideração
tando eventuais testemunhas, até o número de quatro, acompanhada de fundamentação à própria Comissão
e apresentando ou indicando as provas que pretende de Ética, no prazo de dez dias, contado da ciência da
 produzir. respectiva decisão.
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo poderá  Art. 31. Cópia da decisão definitiva que resultar em pe-
 ser prorrogado por igual período, a juízo da Comissão de nalidade a detentor de cargo efetivo ou de emprego
Ética, mediante requerimento justificado do investigado.  permanente na Administração Pública, bem como a
ocupante de cargo em comissão ou função de confian-
 Art. 26. O pedido de inquirição de testemunhas deverá
ça, será encaminhada à unidade de gestão de pessoas,
 ser justificado.
 para constar dos assentamentos do agente público,
§ 1º  Será indeferido o pedido de inquirição, quando:  para fins exclusivamente éticos.
I. formulado em desacordo com este artigo; § 1º O registro referido neste artigo será cancelado após o
II. o fato já estiver suficientemente provado por decurso do prazo de três anos de efetivo exercício, conta-
documento ou confissão do investigado ou quais- dos da data em que a decisão se tornou definitiva, desde
quer outros meios de prova compatíveis com o rito que o servidor, nesse período, não tenha praticado nova
descrito nesta Resolução; ou infração ética.
§ 2º Em se tratando de prestador de serviços sem vín- Capítulo IX
culo direto ou formal com o órgão ou entidade, a cópia
• Disposições Finais
da decisão definitiva deverá ser remetida ao dirigente
máximo, a quem competirá a adoção das providências  Art. 35. As situações omissas serão resolvidas por delibe-
cabíveis. ração da Comissão de Ética, de acordo com o previsto no
§ 3º Em relação aos agentes públicos listados no § 2º, a Código de Ética próprio, no Código de Ética Profissional
Comissão de Ética expedirá decisão definitiva elencan- do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, no
do as condutas infracionais, eximindo-se de aplicar ou Código de Conduta da Alta Administração Federal, bem
de propor penalidades, recomendações ou Acordo de como em outros atos normativos pertinentes.
Conduta Pessoal e Profissional.  Art. 36. O Regimento Interno de cada Comissão de Éti-
ca poderá estabelecer normas complementares a esta
Capítulo VIII
Resolução.
• Dos Deveres e Responsabilidades dos Integrantes  Art. 37. Fica estabelecido o prazo de seis meses para
da Comissão que as Comissões de Ética dos órgãos e entidades do
 Art. 32. São princípios fundamentais no trabalho de- Poder Executivo Federal possam se adequar ao dispos-
 senvolvido pelos membros da Comissão de Ética: to nesta Resolução.
I.  preservar a honra e a imagem da pessoa inves- Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo poderá
tigada;  ser prorrogado, mediante envio de justificativas, nos
II. proteger a identidade do denunciante; trinta dias que antecedem o termo final, para aprecia-
III. atuar de forma independente e imparcial; ção e autorização da Comissão de Ética Pública.
 Art. 38. Esta Resolução entra em vigor na data de sua
IV. comparecer às reuniões da Comissão de Ética,
 publicação.
 justificando ao presidente da Comissão, por escri- JOSÉ PAULO SEPÚLVEDA PERTENCE
to, eventuais ausências e afastamentos; Presidente da Comissão de Ética Pública
V. em eventual ausência ou afastamento, instruir
o substituto sobre os trabalhos em curso; ANOTAÇÕES
VI. declarar aos demais membros o impedimento ou
a suspeição nos trabalhos da Comissão de Ética; e
VII. eximir-se de atuar em procedimento no qual  
tenha sido identificado seu impedimento ou sus-
 peição.
   
 
 Art. 33. Dá-se o impedimento do membro da Comissão  
de Ética quando: 
I. tenha interesse direto ou indireto no feito;
 

II. tenha participado ou venha a participar, em outro  
 processo administrativo ou judicial, como perito, tes-
 
temunha ou representante legal do denunciante, de-
nunciado ou investigado, ou de seus respectivos côn-
 juges, companheiros ou parentes até o terceiro grau; É  
III. esteja litigando judicial ou administrativamente T 
I  
 C 
com o denunciante, denunciado ou investigado, ou A 

com os respectivos cônjuges, companheiros ou pa-



 O 
rentes até o terceiro grau; ou  S 

IV. for seu cônjuge, companheiro ou parente até o


terceiro grau o denunciante, denunciado ou inves-
I  
 Ç 
 O 
tigado. P 
 Ú  
 Art. 34. Ocorre a suspeição do membro quando: B 

for amigo íntimo ou notório desafeto do denun-
I  
 C 
 O 
ciante, denunciado ou investigado, ou de seus res-
 pectivos cônjuges, companheiros ou parentes até o
terceiro grau; ou
for credor ou devedor do denunciante, denunciado
ou investigado, ou de seus respectivos cônjuges, 447
companheiros ou parentes até o terceiro grau.
448 NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA     

ÍNDICE
1. Arquivística: Princípios e Conceitos ......................................................................... 449
Conceitos Fundamentais ............................................................................................................449
Arquivologia ou Arquivística......................................................................................................449
Documento .................................................................................................................................450
Documentos de Arquivo ..............................................................................................................451
Princípios Arquivísticos ...............................................................................................................451
Função do Arquivo .....................................................................................................................452
Características dos Arquivos ......................................................................................................452
Distinção entre Arquivo, Biblioteca e Museu.............................................................................. 453
Classificação dos Arquivos ......................................................................................................... 453
Classificação dos Documentos ...................................................................................................456
Prazo de Guarda dos Documentos .............................................................................................458
Destinação Final dos Documentos..............................................................................................459
2. Gestão da Informação e de Documentos................................................................... 459
Planejamento do Sistema de Arquivamento ..............................................................................460
Fases da Gestão de Documentos ................................................................................................460
Métodos de Arquivamento ......................................................................................................... 463
3. Tipologias Documentais e Suportes Físicos............................................................... 474
Introdução ..................................................................................................................................474
Mudança de Suporte ...................................................................................................................475
Automação ................................................................................................................................. 477
Preservação e Conservação........................................................................................................479
4. Legislação Arquivística ............................................................................................ 480
CONARQ......................................................................................................................................480
SINAR ..........................................................................................................................................481
Arquivo Nacional ........................................................................................................................ 482
Lei nº 8.159, de 08 de Janeiro de 1991 ........................................................................................489
Lei nº 12.527, de 18 de Novembro de 2011 ...................................................................................491
Lei nº 5.433, de 8 de Maio de 1968 .............................................................................................498
Decreto nº 1.799, de 30 de Janeiro de 1996 ...............................................................................499
Decreto nº 4.073, de 3 de Janeiro de 2002 .................................................................................501
5. Documentos Eletrônicos e Digitais ............................................................................505
Documentos Eletrônicos.............................................................................................................505
Documentos Digitais................................................................................................................... 505
Gerenciamento Eletrônico de Documentos ou Gestão Eletrônica de Documentos - GED ......... 505
Gerenciamento de Documentos Eletrônicos - GDE ....................................................................506
Gerenciamento de Produtos Eletrônicos - GPE ..........................................................................506
Sistema de Informação ...............................................................................................................506
1. Arquivística: Princípios e Conceitos diferentes níveis hierárquicos a tomar decisões e ter acesso
rápido e fácil à documentação necessária.
Segundo o Dicionário Internacional de Terminologia Ar- Segundo o Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ)
quivística publicado pelo Conselho Internacional de Arquivos em seu glossário, versão 2010, encontramos as seguintes
(CIA), um arquivo é “o conjunto de documentos, quaisquer
que sejam suas datas, suas formas ou seus suportes mate- definições para Arquivo:
riais, produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídi- 01. Um conjunto de documentos produzidos e acumu-
cas, de direito público ou privado, no desempenho de suas lados por uma entidade coletiva, pública ou privada,
atividades”. pessoa ou família, no desempenho de suas atividades,
Para a Lei nº 8.159, de 8/1/1991 – que dispõe sobre a independentemente da natureza do suporte;
política nacional de arquivos públicos e privados: 02. Uma instituição ou serviço que tem por finalidade a
custódia, o processamento técnico, a conservação e o
 Art. 2º   Consideram-se arquivos, para os fins desta Lei,
acesso a documento arquivístico, salientando-se, ainda
os conjuntos de documentos produzidos e recebidos que, Arquivo Digital é o Conjunto de bits que formam
 por órgãos públicos, instituições de caráter público e uma unidade lógica interpretável por um programa de
entidades privadas, em decorrência do exercício de ati- computador e armazenada em suporte apropriado.
vidades específicas, bem como por pessoa física, qual-
quer que seja o suporte da informação ou a natureza
Em suma: Arquivologia = Arquivística = Estudo dos Ar-
dos documentos.
quivos.
Segundo a historiadora Heloísa Liberalli Bellotto, “a natu-  O termo “ARQUIVO” também é utilizado para:
reza dos arquivos é administrativa, é jurídica, é informacional, ▷ Órgão de documentação – Arquivo Nacional.
é probatória, é orgânica, é serial, é contínua, é cumulativa. A ▷ Conjunto de documentos.
soma de todas essas características faz do arquivo uma insti-
tuição única e inconfundível”. ▷ Móvel para guarda de documentos.
A Arquivologia ou Arquivística é uma das disciplinas que Segundo o Arquivo Nacional, 2006, p. 27: conjunto de do-
vem crescendo em importância nos últimos anos devido ao cumentos produzidos e acumulados por uma entidade coletiva
alto grau de especialização exigido nos concursos públicos pública ou privada, pessoa ou família, no desempenho de suas
atualmente. atividades, independentemente da natureza do suporte.
Se fizermos uma análise superficial, facilmente percebere- O arquivo não trata somente do armazenamento de docu-
mos que matérias da área do Direito, há muito tempo, já não mentos, pois se encontra muito associado à informação nele
fazem a diferença em concursos. O nível de concorrência e contida. Os documentos de arquivo são caracterizados por se-
competição entre os concurseiros tornou o conhecimento des- rem um conjunto orgânico, resultado das atividades de uma
sas disciplinas obrigatório. entidade pública, de uma pessoa física ou jurídica.  
A informação não orgânica, existe muitas vezes nos se-    
Conceitos Fundamentais tores de trabalho, mas, também, na biblioteca, no centro de  
Os conceitos arquivísticos englobam uma infinidade de documentação, sob a forma de publicações, de bancos de  
nomenclaturas e termos próprios, muitos desses capazes de dados ou de dossiês temáticos, etc de acordo com Jean-Yves 
confundir pela similaridade. Dito isso, será esquematizado Rousseau e Carol Couture, em Os Fundamentos da Disciplina  
todo o conteúdo para uma fácil e rápida assimilação, dando Arquivística, Capítulo 2: O Lugar da arquivística na gestão da 
 
ênfase naquilo que vem sendo mais cobrado pela banca nos informação, página 65, 1998.  
últimos certames. A informação orgânica arquivística é utilizada pelos se-
tores de trabalho da organização com o objetivo de decidir,
Arquivologia ou Arquivística de agir e de controlar as decisões e as ações empreendidas e,
É a ciência que tem por objetivo o conhecimento dos ar- ainda, a fim de efetuar pesquisas sobre o passado que ponham N 

quivos e das teorias, métodos e técnicas a serem observadas em evidência decisões ou ações efetuadas anteriormente. As-  O 
 Ç 

na sua constituição, organização, desenvolvimento e utiliza- sim, reduzimos as incertezas e fazemos com que a tomada de  Õ  

ção. As palavras destacadas constituem a chave para o enten- decisões seja mais segura devido aos aprofundamentos do  S 

conhecimento da cultura institucional e do processo decisório.



dimento dessa disciplina.

No Setor de Recursos Humanos são armazenadas uma



Pode ser entendida como um dos ramos da Ciência da

quantidade relativamente grande de informações. Temos o
 Q 
Informação, que engloba também a Biblioteconomia e a Mu-
 U 
registro da frequência dos empregados, o registro do paga-
I  

seologia. Posteriormente, veremos o que as diferencia.
 O 
mento de salários, encargos sociais etc. Essas informações L 
 O 
Apresenta-se como ciência capaz de oferecer subsídios são mantidas, produzidas, revisadas a partir das atribuições  G 
I  
para a realização da gestão da informação. Essa caracterís- regimentais do setor, que é de gerenciar os recursos humanos.

tica faz da arquivologia uma ciência ímpar, pois sua principal Entretanto, é possível encontrar outras informações que são
função é auxiliar o gestor, nos diferentes níveis hierárquicos, a mantidas no setor para subsidiar as suas ações, tais como: Diá-
rio Oficial da União, Coleção IOB, Manual da RAIS, CLT, dentre
tomar decisões.
outras. São, portanto, informações não orgânicas.
A disciplina de Arquivologia fornecerá subsídios para a Fonte: http://www.arquivoememoria.files.wordpress.com/Renato Tarciso 449
Gestão da Informação com a função de auxiliar o gestor nos Barbosa de Sousa.
A significação orgânica entre os documentos é caracterís- Art. 3º. Conjunto de procedimentos e operações técni-
450 tica fundamental dos arquivos, de modo que um documento cas referentes à produção, tramitação, uso, avaliação
destacado de seu conjunto pode perder valor, pois o Arquivo e arquivamento do documento em fase corrente e in-
é um todo orgânico e origina-se das atividades de um órgão e termediária, visando a sua eliminação ou recolhimento
reflete o dia a dia dessas atividades. É, portanto, um organis-
 para guarda permanente.
mo vivo que nasce, cresce e sofre transformações. Cada Arqui-
   A
   I vo é um Arquivo, possuindo cada um, características próprias. No livro Arquivística, Temas Contemporâneos, Vanderlei
   G Batista dos Santos (org.), Editora Senac, 3ª edição, p. 188 afir-
   O Um documento fora de seu dossiê pode não ter significado.
   L
   O Fonte: http://www.senado.gov.br/senado. ma: (...) o arquivista, ou o profissional da informação de forma
   V
   I
   U Para a melhor compreensão do que é Arquivo, devemos co- geral, seja atuante no ciclo decisório que envolve os objetivos
   Q
   R nhecer três conceitos básicos: Documento, Informação e Suporte. institucionais. (...) atuar de forma pró-ativa significa antecipar
   A
   E demandas e elaborar instrumentos que permitam aos clientes
   D
   S
Documento de informação concatenarem fontes e chegarem às suas pró-
   E É toda informação registrada em um suporte material, sus- prias decisões com base em insumos de alto valor agregado.
    Õ
   Ç cetível de consulta, estudo, prova e pesquisa, que comprova ou
   O
   N atesta os fatos, fenômenos, formas de vida e pensamento do Atribuições do Arquivista
gênero humano em determinada época ou lugar. A Lei nº 6.546, de 04 de julho de 1978, regulamenta a pro-
Atualmente, não devemos mais associar os arquivos ao fissão de arquivista e, em seu Art. 2°, determina quais são as
mero armazenamento de papel. Temos um novo paradigma atribuições do arquivista:
   arquivístico, muito mais associado à informação do que neces- 01. planejamento, organização e direção de serviços de
  
   sariamente ao suporte em que essa informação é armazenada
arquivo;
     ou transmitida.
02. planejamento, orientação e acompanhamento do pro-
   Informação
     cesso documental e informativo;
  
   É uma ideia ou conhecimento, um elemento de referência 03. planejamento, orientação e direção das atividades de
  
   ou uma mensagem contida no documento. De acordo com o identificação das espécies documentais e participação
     Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística por informa- no planejamento de documentos e controle de multi-
ção temos um elemento referencial, noção, ideia ou mensa- cópias;
gem contidos em um documento. 04. planejamento, organização e direção de serviços e
 As práticas arquivísticas de acesso e suas normas e orien-
centros de documentação e informação constituídos
tações no contexto informacional estabelecem que o docu-
mento de arquivo exerça sua função social somente ao ser de acervos arquivísticos e mistos;
divulgado e conhecido. É a descrição arquivística que torna 05. planejamento, organização e direção de serviços de
 possível ao cidadão e ao pesquisador o acesso às informações microfilmagem aplicada aos arquivos e orientação do
e aos testemunhos contidos nos documentos, situando-os em planejamento da automação aplicada aos arquivos;
 seu contexto de produção. O Programa de Assistência Técnica 06. orientação quanto a classificação, arranjo e descrição de
visa a alcançar, a curto e médio prazos, os seguintes resultados: documentos e orientação da avaliação e seleção de docu-
i) conscientização da função social dos arquivos como instru- mentos para fins de preservação;
mento de apoio ao Estado e ao cidadão, bem como à pesquisa
histórica e ao desenvolvimento científico e cultural. 07. adoção de medidas necessárias à conservação de do-
Fonte: Resolução nº 3, de 26 de dezembro de 1995. ARQUIVO NACIONAL. cumentos;
Conselho Nacional de Arquivos - CONARQ. 08. elaboração de pareceres e trabalhos de complexidade
sobre assuntos arquivísticos e assessoramento aos tra-
Suporte balhos de pesquisa científica ou técnico-administrativa;
É o meio material no qual a informação é registrada. Meio 09. desenvolvimento de estudos sobre documentos cultu-
físico. ralmente importantes.
Ex.: papel, CD, DVD, fotografia, filme.
Ao se tratar com de Documentos de Arquivo devemos con- Atribuições dos Técnicos de Arquivo
siderar que: A mesma Lei, em seu Art. 3º, estabelece quais são as atri-
a) São produzidos ou recebidos; buições dos Técnicos de Arquivo:
b) São recebidos por uma Instituição ou pessoa; 01. recebimento, registro e distribuição dos documentos,
c) São acumulados. bem como controle de sua movimentação;
Documento = Informação + Suporte 02. classificação, arranjo, descrição e execução de demais
Profissional da Informação tarefas necessárias à guarda e conservação dos docu-
O Decreto nº 82.590/1978 regulamenta a profissão criada mentos, assim como prestação de informações relati-
pela Lei 6.546, de 4 de julho de 1978, que, pela evolução em suas vas aos mesmos;
atribuições passou a ser denominada de “gestão de documentos” 03. preparação de documentos de arquivos para microfil-
que é definida pela Lei 8.159/1991: magem e conservação e utilização do microfilme;
04. preparação de documentos de arquivo para processa- arquivos não têm interesses, paixões, vontades
mento eletrônico de dados. ou ambições, eles simplesmente registram.
No Art. 4º da referida lei temos, ainda: O exercício das
 profissões de Arquivista e de Técnico de Arquivo depende de Princípios Arquivísticos
registro na Delegacia Regional do Trabalho do Ministério do Como toda ciência, a Arquivologia é composta e regida por
Trabalho, que foi regulamentado pelo Decreto nº 93.480, de princípios e conceitos. Alguns são mais cobrados pelas bancas,
29 de outubro de 1986. E em seu Art. 5º a Lei nº 6.546/1978 outros nem tanto. Dentre os que mais aparecem em questões de
diz: Não será permitido o exercício das profissões de Arquivista concursos, destacam-se:
e de Técnico de Arquivo aos concluintes de cursos resumidos, ▷ Proveniência ou respeito aos fundos: respeitar que
 simplificados ou intensivos, de férias, por correspondência ou todos os documentos recebidos ou produzidos de-
avulsos . vem ser imediatamente anexados à pasta do fun-
Os arquivistas devem obedecer às naturezas dos documen- cionário. Visa fixar a identidade dos documentos
tos, pois documentos sigilosos não devem ter seu conteúdo relativa ao seu produtor. Os documentos devem ser
divulgado enquanto permanecerem sob sigilo. De acordo com observados e organizados segundo a competência e
o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística, acesso sig- as atividades da instituição ou de uma pessoa; de-
nifica a “possibilidade de consulta a documentos e informações vem manter individualidade, não sendo misturados
ou a Função arquivística destinada a tornar acessíveis os docu- aos de origem diversa. Os documentos são arquiva-
mentos e a promover sua utilização”. dos respeitando-se a separação por pessoa, setor,
divisão, departamento e instituição de origem. O
Documentos de Arquivo Objetivo desta separação é facilitar o acesso, a con-
Conceitualmente, são aqueles mantidos por uma institui- sulta e o manuseio para acelerar a acessibilidade à
ção ou pessoa ao longo de suas atividades administrativas, informação contida no documento. Ao tratar docu-
com valor de prova. Os documentos de arquivo são produzidos mentação de uso não corrente deve-se obedecer ao
ou recebidos. Isso significa que são acumulados dessa forma. princípio da proveniência, segundo o qual, devem
Os documentos de arquivo apresentam as seguintes caracte- ser mantidos reunidos, num mesmo fundo, todos
rísticas: os documentos provenientes de uma mesma fonte
▷ Autenticidade: está ligada ao processo de criação, geradora de arquivo.
manutenção e custódia; os documentos são produ- ▷ Organicidade: também chamado de Respeito pela
tos de rotinas processuais que visam ao cumprimen- Estrutura. Este princípio reflete a estrutura, as fun-
to de determinada função ou consecução de alguma ções e as atividades da instituição produtora ou
atividade; e são autênticos, quando são criados e acumuladora em suas relações internas e externas.
conservados, de acordo com procedimentos regu- Os documentos não devem ser misturados com de  
lares que podem ser comprovados a partir dessas outras entidades produtivas. Para verificar a sua    
rotinas estabelecidas. organicidade enquanto documento de arquivo, é  
Os documentos devem possuir marcas, sinais ou necessário fazer a vinculação do documento com a  
símbolos que indicam sua origem. Não devemos estrutura da empresa e suas atividades, se o docu- 
confundir com veracidade da informação, pois esta mento reflete essa estrutura ele é orgânico, se não  
pode ser falsa ou verdadeira. refletir não é orgânico.

 
▷ Naturalidade: os registros arquivísticos não são co- Relação orgânica são os vínculos que os documentos ar-  
letados artificialmente, mas acumulados de modo quivísticos guardam entre si e que expressam as funções e ati-
natural nas instituições, em função das atividades vidades da pessoa ou organização que os produziu.
desenvolvidas por elas; os registros arquivísticos se ▷ Unicidade: qualidade pela qual os documentos de
acumulam de maneira contínua e progressiva. São arquivo, a despeito de forma, espécie ou tipo, con-
como sedimentos sobrepostos e isso os dotam de um

servam caráter único em função de seu contexto de
 O 
elemento de coesão natural, embora estruturada.
 Ç 
origem.
 Õ  
Inter-relacionamento: os documentos estabelecem


Integridade: um fundo deve ser preservado sem
 S 

relações no decorrer do andamento das transações

dispersão, mutilação, alienação, destruição não au-

para as quais foram criados; eles estão ligados por A 
torizada ou acréscimo indevido. R 
um elo que é criado no momento em que são produ-  Q 
Cumulatividade: os documentos possuem uma
 U 
zidos ou recebidos; os registros arquivísticos são um ▷ I  
formação progressiva, natural e orgânica. Este

conjunto indivisível de relações.
 O 
princípio é fundamentado pelas ideias do italiano

Unicidade: cada registro documental assume um lu-
 O 
▷  G 
gar único na estrutura documental do grupo ao qual Elio Lodolini ao afirmar que o arquivo é uma infor- I  

pertence. mação espontânea, natural e sedimentar já que o


▷ Imparcialidade: os documentos só servem à admi- documento de arquivo é aquele que foi produzido
nistração e são isentos de parcialidade. Os docu- no transcurso de uma atividade administrativa.
mentos são inerentemente verdadeiros, livres da O princípio da cumulatividade é um dos princípios funda-
suspeita de preconceito no que diz respeito aos mentais que rege a organização dos arquivos e serve de base 451
interesses em nome dos quais são usados hoje. Os à análise tipológica dos documentos arquivísticos. A análise
tipológica dos documentos pressupõe conhecimento dos prin- formas adequadas de acondicionamento, levando
452 cípios arquivísticos: a estrutura orgânico-funcional da insti- em consideração temperatura, umidade e demais
tuição; as reorganizações; o fluxo de informação; as funções/ aspectos que possam danificá-los os mesmos.
atividades definidas por lei e as atípicas. O Princípio da Cumu- ▷ Atendimento aos pedidos de consulta e desarqui-
latividade também pode ser conhecido por Naturalidade. vamento de documentos pelos diversos setores da
   A
▷ Ordem original: levam-se em consideração as rela- instituição, de forma a atender rapidamente à de-
   I ções estruturais e funcionais que presidem a gênese
   G manda pelas informações ali depositadas.
   O dos arquivos.
   L
   O
Além dessas funções principais, podemos destacar outras
   V
   I Pelo Princípio do respeito à Ordem Original o arquivo deve de relativa importância, como a expedição da correspondên-
   U conservar o arranjo dado pela entidade produtora, pois a apli-
   Q cia, criação dos modelos para documentos e criação das nor-
   R cação deste princípio garante a manutenção da organicidade
   A mas de gestão documental da instituição.
   E
   D
dos documentos de arquivo. Saliente-se que este princípio não
   S
   E
faz referência à ordem material, ele faz referência à ordem in- Características dos Arquivos
    Õ telectual de acumulação dos documentos. Os Arquivos possuem as seguintes características bási-
   Ç
   O ▷ Territorialidade: jurisdição a que pertence cada do- cas:
   N
cumento de acordo com a área territorial, a esfera de
poder e o âmbito administrativo em que foi produ- I. A exclusividade de criação e recepção por uma repar-
zido e recebido (nacional, regional e institucional). tição, firma ou instituição.
O princípio da Territorialidade, portanto, tem entre seus ob- II. A origem no curso de suas atividades, devendo os do-
   cumentos servir de prova de transações realizadas e
  
  
 jetivos a necessidade de manter os documentos no território em
o caráter orgânico que liga o documento aos outros
que foram produzidos, haja vista que, alguns postulados jurídi-
     cos de um Estado só são válidos e aplicáveis dentro dos limites do mesmo conjunto. Segundo Solon Buck, ex-arqui-
   territoriais em que esse Estado exerce a sua soberania. vista dos Estados Unidos, no livro de Marilena Leite
    
  
   Princípios da legalidade: os registros arquivísticos Paes, Arquivo: Teoria e Prática, (...) Desse conceito,
  

   são provas confiáveis das ações a que se referem e  podemos deduzir três características básicas que dis-
     devem essa confiabilidade às circunstâncias de sua tinguem os arquivos:
criação e às necessidades de prestar contas. 01. Exclusividade de criação e recepção por uma reparti-
▷ Imprescritibilidade: princípio pelo qual é assegu- ção, firma ou instituição. Não se considera arquivo uma
rado ao Estado o direito sobre os arquivos públicos, coleção de manuscritos históricos reunidos por uma
sem limitação de tempo, por serem estes conside-  pessoa.
rados bens públicos inalienáveis. 02. Origem no curso de suas atividades – os documentos de-
▷ Inalienabilidade: princípio pelo qual é impedida a vem servir de prova de transações realizadas.
alienação de arquivos públicos a terceiros. 03. Caráter orgânico que liga o documento aos outros do
mesmo conjunto. Um documento, destacado de seu
▷ Pertinência Territorial:  é um princípio que possui
conjunto, do todo a que pertence, significa muito me-
um conceito oposto ao do princípio da proveniência
nos do que quando em conjunto...” 
e segundo o qual, documentos ou arquivos, deveriam
ser transferidos para a custódia de arquivos com juris- Para alcançar esses objetivos, é necessário que o arquivo
dição arquivística sobre o território ao qual se reporta disponha dos seguintes requisitos:
o seu conteúdo, sem levar em conta o lugar em que ▷ Contar com pessoal qualificado e em número sufi-
foram produzidos. ciente.
▷ Princípio da Pertinência : princípio segundo o qual ▷ Estar instalado em local apropriado.
os documentos deveriam ser reclassificados por as- ▷ Dispor de instalações e materiais adequados.
sunto sem ter em conta a proveniência e a classifica- ▷ Utilizar sistemas racionais de arquivamento, funda-
ção original. Também pode aparecer em suas provas mentados na teoria arquivística moderna.
com o nome de princípio temático.
▷ Contar com normas de funcionamento.
▷ Princípio da Reversibilidade: princípio segundo o
▷ Contar com dirigente qualificado, preferencialmente
qual todo procedimento ou tratamento empreendi-
do em arquivos pode ser revertido, se necessário. formado em Arquivologia.
A importância do arquivo para a instituição está associada
Função do Arquivo ao aumento expressivo do volume de documentos que ela se
▷ Guardar e organizar os documentos que circulam utiliza no exercício de suas atividades e a necessidade de se
na instituição, tornando disponíveis as informações estabelecerem critérios de guarda e de eliminação de docu-
mantidas sob sua guarda, utilizando, para isso, téc- mentos quando estes já não são mais úteis para a organização.
nicas que permitam um arquivamento ordenado e A adoção de técnicas arquivísticas adequadas permite não
eficiente (Valor Primário). apenas a localização eficiente da informação desejada, mas
▷ Garantir a preservação dos documentos, utilizando também a economia de recursos para a instituição.
Distinção entre Arquivo, sa adquirir, com o tempo, caráter cultural, a partir do caráter
histórico que alguns de seus documentos podem adquirir.
Biblioteca e Museu A presença de peças tridimensionais em um conjunto do-
Embora arquivo, museu e biblioteca tenham a mesma fi- cumental indica tratar-se de museu e os documentos de mu-
nalidade (guardar documentos), seus objetivos são diferentes, seus são peças e objetos de valor cultural, tendo os mais varia-
tendo em vista os tipos documentais que cada instituição trata. dos tipos e dimensões e, por serem objetos, são caracterizados
Objetivos Comuns como tridimensionais.
As finalidades da biblioteca e do museu são didáticas,
Guardar documentos culturais, técnicas ou científicas. A diferença entre os ar-
Preservar documentos quivos e as bibliotecas pode ser reconhecida na função
administrativa que os arquivos têm para uma organiza-
Dar acesso aos documentos ção pública ou privada, diferentemente da função cultural
das bibliotecas, pois o arquivo caracteriza-se por ser um
Arquivo
conjunto orgânico, resultado das atividades de uma pes-
É o conjunto de documentos criados ou recebidos (acu- soa física ou jurídica, e não uma coleção de documentos
mulados) por uma instituição ou pessoa, no exercício de sua de diversas fontes. O arquivo de um órgão é o conjunto
atividade, preservados para garantir a consecução de seus ob- de documentos recebidos ou expedidos por esse órgão no
 jetivos. Os documentos não são objetos de coleção (escolha exercício de suas atividades. Esse conjunto de documentos
artificial) e sim da acumulação natural, no decurso de ativida- pode ser formado por qualquer espécie documental. A bi-
des administrativas. blioteca é um órgão colecionador, enquanto o arquivo é um
Relembrando: os documentos de Arquivo são produzidos órgão receptor. As finalidades da biblioteca e do museu são
ou recebidos. Isto significa que são acumulados dessa forma. didáticas, culturais, técnicas ou científicas.
Sua função é guardar e organizar os documentos, tornan- Quadro comparativo entre biblioteca, museu e arquivo:
do disponíveis as informações mantidas sob sua guarda. E sua
Diferenças
finalidade é servir à Administração e secundariamente servir
à História. Biblioteca e Museu Arquivo
Os documentos de arquivos provêm de atividades pú- Objetivos Culturais Objetivos Funcionais
blicas ou privadas, servidas pelo arquivo e são produzidos
 
Provêm de várias fontes
   
um único exemplar ou em número restrito de cópias. Há, Provém somente das ativi-
(colecionadores, doações,
 
assim, uma significação orgânica entre os documentos. Sa- Objetivos dades públicas ou privadas
compra)  
liente-se que o Princípio da Cumulatividade afirma que os 
 
arquivos são uma formação progressiva, natural e orgânica. Há um número de cópias
Existem vários exemplares

Dentro de sua finalidade funcional, preservam as informa- restritas  
 
ções que evidenciam o funcionamento da instituição ao longo Conjunto (refere-se a uma
do tempo. Unidades isoladas
atividade)
Biblioteca Avaliar Caráter revogável Caráter irrevogável N 
É o conjunto de material, em sua maioria, impresso e não
 O 
 Ç 
Questão de conveniência Normalmente se encontra
 Õ  
produzido pela instituição em que está inserida. Normalmente E 
e não de preservação em uma única via  S 
constituída de coleções temáticas. D 

A biblioteca tem finalidade essencialmente cultural – Métodos determinados Métodos variáveis de

Classificar

guardar informações para estudo. Seus documentos são acu- previamente acordo com o órgão  Q 
 U 
mulados por meio de compra, doação ou permuta.
I  

Descrição Unidades discriminadas Conjunto de documentos
 O 

Museu

 O 

Classificação dos Arquivos


 G 
I  
É uma instituição de interesse público, criada com a fina-

lidade de conservar, estudar e colocar à disposição do público  Os arquivos podem ser classificados em 4 tipos:
conjuntos de peças e objetos de valor cultural. ▷ Quanto à entidade mantenedora
Podemos verificar que, enquanto o arquivo tem finalidade » Público ou privado.
funcional, a finalidade das bibliotecas e dos museus é essen- ▷ Quanto à natureza dos documentos 453
cialmente histórica e cultural, embora o arquivo também pos- » Especial ou especializado.
▷ Quanto ao estágio de evolução Quanto ao Estágio de Evolução
454 » Intermediário ou Corrente. ou Teoria das Três Idades
▷ Quanto à extensão de sua atuação Ciclo Vital Arquivístico
» Setorial ou central. Corrente Intermediário Permanente
   A
   I
   G
   O
Quanto à Entidade Mantenedora Ainda em Consultados esporadica-
Aqueles que
serão arquivados
   L tramitação mente
   O ▷ Dividem-se em público e privado. definitivamente
   V
   I
   U Normalmente, por já
   Q Público Também terem cumprido seu
   R Não serão jamais
   A Órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, chamado de objetivo administrativo,
   E
eliminados
aquivos ativos são transferidos para um
   D
   S
nas esferas Federal, Estadual, Municipal e do DF. Também são arquivo central
   E Cumprem prazos
    Õ considerados públicos os arquivos das Fundações Públicas e      s
     a Possuem valor
   Ç      c
      i
      t prescricionais e
   O Empresas Públicas.      s
      í administrativo Valor secundário,
   N      r precaucionais antes de
     e
      t para a orga- ou seja, históri-
Art. 7º ,  Lei 8.159/1991.  Os arquivos públicos são os      c sua destinação final
     a
     r nização, valor co-cultural
     a (guarda permanente ou
conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no       C primário
destruição)
exercício de suas atividades, por órgãos públicos de Definido devido
   âmbito federal, estadual, do distrito federal e muni- a sua frequente Arquivos chamados Arquivo são aber-
  
   utilização e também de semiativos tos ao público
cipal em decorrência de suas funções administrativas,
     consulta
   legislativas e judiciárias;
     § 1º. São também públicos os conjuntos de docu-
Arquivos fecha- Possuem também valor São chamados de
  
  
dos ao público primário arquivos inativos
  
   mentos produzidos e recebidos por instituições de
Arquivos fechados ao
caráter público, por entidades privadas encarrega-
     público
das da gestão de serviços públicos no exercício de Documentos que
 suas atividades. Protocolo,
     o contam a história
      l
     p arquivamen-
da organização:
     m to, consulta,
Privado      e
     x
      E empréstimo,
sua origem, con-
stituição, normas
São aqueles mantidos por instituição de caráter particular. expedição
e regulamentos
Exemplos: arquivo de instituições financeiras, arquivo de gran- Arquivos Correntes
des redes de lojas, arquivo de imprensa. São os arquivos que guardam os documentos mais novos
e mais utilizados pela instituição. No arquivo corrente, os do-
Existe, ainda, na doutrina, a seguinte divisão: públicos, cumentos possuem grande frequência de uso e possuem fim
institucionais, comerciais, pessoais ou familiares. Sobre administrativo.
isso, devemos lembrar que os institucionais, comerciais, Segundo essa teoria, os documentos de arquivo passam
por três estágios distintos de arquivamento, de acordo com
pessoais ou familiares devem ser entendidos como arqui- a frequência de utilização, a utilidade administrativa para a
vos privados. instituição e o valor intrínseco do documento. Geralmente, as
questões de prova podem ser facilmente respondidas obser-
Quanto à Natureza dos Documentos vando-se as seguintes características:
Podem ser especiais ou especializados. 1ª IDADE – Arquivo Corrente – valor primário – uso restrito
aos produtores do documento. Estes arquivos também podem
Arquivos Especiais ser chamados de Arquivo Corrente, Arquivo Ativo ou Arquivo de
São arquivos cuja forma física (suporte) dos documen- Movimento. São consultados frequentemente pelos administra-
dores ou gestores, assim, devem permanecer em locais de fácil
tos exige cuidado especial, diferenciado, por causa da sua acesso. Os documentos que fazem parte desse arquivo possuem
preservação ou manuseio. Exemplos: foto, filme, negativo, elevado Valor Primário.
microfilme. 2ª IDADE –  Arquivo Intermediário - documentos que
aguardam destinação final – depósito temporário – valor pri-
Especializados mário – acesso com autorização do órgão produtor. Estes ar-
São aqueles que mantêm em sua guarda documentos de de- quivos também podem ser chamados de Arquivo Semiativo,
terminada área do conhecimento, relacionados a assunto especí- Arquivo Intermediário, “limbo” ou “purgatório” e deixaram de
ser consultados com frequência, portanto, não é necessário
fico. Exemplo: arquivo médico, arquivo cartográfico, arquivos de conservá-lo próximo ao local de uso, todavia, ainda possuem
engenharia. Valor Primário. Um dos motivos que fazem com que esses ar-
quivos permaneçam distante do local de uso é em função dos Saliente-se que a transferência e o recolhimento são fei-
custos de manutenção dos mesmos. tos em razão da frequência de uso do documento e não do
3ª IDADE – Arquivo Permanente - é o arquivo propriamente seu valor. Assim, a divisão em corrente, intermediário e per-
dito – valor secundário e histórico. Estes arquivos são chamados manente são gradações de frequência de uso e não de valor
de Arquivo Inativo, Arquivo Permanente ou Arquivo de Custó- documento.
dia. Os documentos que estão neste arquivo perderam seu valor Observe, todavia, que as Bancas têm colocado em suas
de natureza administrativa, no entanto, conservam seu valor his- provas a existência de uma gradação de valor, ou seja, há uma
tórico e documental, portanto, possuem Valor Secundário: his- diminuição do valor primário, assim, os documentos serão
tórico, probatório ou informativo. É o arquivo propriamente dito. transferidos para o Arquivo Intermediário.
Arquivo Corrente - é onde se localizam os documentos O arquivo intermediário também pode ser chamado de
mais utilizados, sendo esta, a fase em que são criados os do- transitório, pois os documentos que estão no arquivo interme-
cumentos e sua tramitação é acentuada, bem como, o índice diário conservam a classificação que lhes foi dada no arquivo
de consultas elevado, assim, sua localização deve ser de fácil corrente. Aqueles que produziram o documento mantém po-
acesso. der sobre o mesmo podendo dar autorização para que outros
Os documentos com alta frequência de uso ou com grande o consultem. O arquivo deve, portanto, ser dirigido por profis-
possibilidade de uso fazem parte de um Arquivo Corrente e um sionais de arquivo conhecedores dos métodos tradicionais de
documento de elevado valor primário deve permanecer próxi- classificação e elaboração de instrumentos de pesquisa.
mo ao seu local de uso em função de constantes consultas por De acordo com Marilena Leite Paes na obra Arquivo: Teoria e
parte dos gestores ou administradores. Prática, tratando-se do arquivo intermediário:  Sua função princi-
Arquivo corrente, para alguns autores, também pode ser  pal consiste em proceder a um arquivamento transitório, isto é, em
denominado: arquivo de prosseguimento, arquivo imediato, assegurar a preservação de documentos que não são mais movi-
arquivo de andamento, arquivo de vigilância ou arquivo “fol- mentados, utilizados pela administração e que devem ser guarda-
low up”. dos temporariamente, aguardando pelo cumprimento dos prazos
estabelecidos pelas comissões de análise ou, em alguns casos, por
Os arquivos correntes localizam-se nos próprios setores um processo de triagem que decidirá pela eliminação ou arquiva-
que produzem/recebem os documentos (arquivos setoriais) mento definitivo, para fins de prova ou de pesquisa .
ou em locais próximos a estes (arquivo central/geral).
As principais rotinas que envolvem o arquivamento na fase Arquivo Permanente
corrente são: De acordo com a Lei 8.159, de 8 de janeiro de 1991:
▷ Inspeção: verificação se realmente o arquivo desti- Art. 8º , § 3º.  Consideram-se permanentes os docu-
na-se ao arquivamento, pois pode ser apenas para mentos de valor histórico, probatório e informativo e
anexar ou apensar ou simplesmente para ser forne- devem ser definitivamente preservados.  
cida uma informação. Ou seja, são os documentos que possuem Valor Secundá-    
▷ Análise: consiste em classificar e determinar como rio. São os arquivos que guardam os documentos que, já tendo  
será codificado, caso não tenha sido feita a classifi- cumprido seu fim administrativo, sua função administrativa,  
cação no protocolo. agora são preservados e conservados pelo seu valor histórico 
▷ Ordenação: dispor os documentos conforme a co- para a Instituição (valor secundário).  
dificação.  Dicas que ajudarão a identificá-lo:

 
Arquivamento: inserir o documento na unidade pré- É o arquivo em que os documentos já perderam seu

 

-estabelecida. valor administrativo e são guardados pelo seu valor


▷ Empréstimo ou consulta: retirada para empréstimo histórico, probatório ou informativo.
ou consulta. ▷ Permitem conhecer a História da Instituição.
Revelam a origem e constituição da Instituição.


Arquivo Intermediário  O 
Os documentos desta fase jamais serão eliminados.
 Ç 

São os arquivos que guardam os documentos utilizados
 Õ  
 Processo mnemônico:

com menor frequência pela instituição. No arquivo interme-
 S 

diário, os documentos possuem baixa frequência de uso, mas E 
1ª idade Corrente Valor primário
ainda possuem fim administrativo.


 Q 
 Devemos lembrar que: 2ª idade Intermediário Valor primário
 U 
I  
É a fase em que os documentos ainda têm valor ad-


 O 
ministrativo, mas são pouco consultados. 3ª idade Permanente Valor secundário

 O 
 G 
▷ A sua transferência para o arquivo intermediário I  
Valor do Documento

permite que os setores otimizem seu espaço.
▷ Não há necessidade de serem conservados próximos O documento só é guardado e preservado pela instituição
aos setores. porque possui algum valor. Esse valor pode ser Administrativo
▷ Nesta fase, os documentos aguardam sua destinação ou Histórico.
final (eliminação ou guarda permanente – aqueles A Arquivologia denomina o valor administrativo como va- 455
que possuem valor histórico para a instituição). lor primário.
 Sobre o valor primário, é preciso lembrar-se de que: ▷ Sonoros.
456 ▷ Serve à Administração dando suporte/apoio às ativi- ▷ Filmográficos.
dades da instituição. ▷ Informáticos ou digitais.
▷ É um valor temporário – em determinado momento ▷ Cartográficos.
o valor administrativo irá acabar (quando ocorre a ▷ Micrográficos.
   A destinação final).
   I
   G
Escritos ou textuais
   O ▷ Todo documento nasce com valor administrativo.
   L Documentos cuja informação esteja manuscrita ou impres-
   O Finalidade: servir à administração.
   V
   I

sa. Exemplos: contrato, atas, relatórios, certidões.
   U A Arquivologia denomina o valor histórico como valor se-
   Q
   R
Iconográficos
   A cundário.
   E
Documentos cuja informação esteja em forma de imagem
   D  Sobre o valor secundário, lembre-se de que: estática. Exemplos: fotografias, negativos, diapositivos (sli-
   S Está presente no documento que perdeu seu valor
   E ▷ des), desenho e gravuras.
    Õ administrativo, mas adquiriu valor histórico.
   Ç
   O Sonoros
   N ▷ Serve de fonte de pesquisa para terceiros e/ou para Documentos cuja informação esteja em forma de som/áu-
própria instituição.
dio. Exemplos: escuta telefônica, gravador analógico.
▷ Finalidade: servir à História.
Filmográficos
▷ O documento que possuir valor secundário será re-
   colhido ao Arquivo Permanente. Documentos cuja informação esteja em forma de imagem
  
   ▷ O documento de valor secundário jamais poderá ser
em movimento (com ou sem som). Exemplos: películas filmo-
     eliminado. gráficas, filmagens, vídeos.
   Informáticos ou Digitais
     Quanto à Extensão de sua Atuação
  
   Documentos gravados em meio digital e que, por isso,
  
   Classificação relativa ao local de instalação do arquivo. necessitam de equipamentos eletrônicos para serem lidos.
     Arquivos Setoriais Exemplos: arquivo em MP3, arquivo do Word, etc.
São aqueles instalados nos setores que utilizam os docu- Cartográficos
mentos de uso constante e cotidiano. Dicas: Documentos que representem, de forma reduzida, uma
▷ É um arquivo descentralizado. área maior. Exemplos: mapas e plantas de engenharia.
▷ Cada setor de trabalho possui o seu. Micrográficos
Arquivos Centrais Documentos em microformas. Exemplos: microfilmes e
São aqueles localizados fora do local de trabalho e acumu- microfichas.
lam, em um único local, documentos provenientes dos diver-
sos setores da instituição, de forma centralizada. Espécie/Tipologia Documental
Enquanto a Espécie é a denominação que se dá ao aspecto
Classificação dos Documentos formal de um documento, a Tipologia Documental correspon-
O Arranjo e a Classificação têm o mesmo significado, pois, de à denominação que se dá quando reunimos determinada
segundo Schellenberg, classificação, em se tratando de docu- espécie à função ou atividade que o documento irá exercer.
mentos públicos, significa o arranjo dos mesmos segundo um A doutrina admite diversas espécies documentais. Exemplos:
plano destinado a facilitar o seu uso corrente. ofício, memorando, declaração, certidão.
Os documentos de arquivos possuem as seguintes classi- Da mesma forma, dentre as diferentes espécies, encon-
ficações: tramos tipos peculiares. Exemplos: declaração de imposto de
▷ Gênero. renda, certidão de nascimento.
▷ Espécie/tipologia documental.  Exemplos de Espécie e Tipo Documental:
▷ Forma.
▷ Formato. Espécie Tipologia
▷ Natureza do assunto.
Contrato Contrato de locação
Gênero
Esta classificação está relacionada ao suporte no qual a Alvará Alvará de funcionamento
informação é registrada; o gênero proporciona ao arquivis-
ta o devido tratamento ao documento, especialmente nas Certidão Certidão de casamento
políticas de conservação e preservação. Existem sete tipos
diferentes de gênero documental:
▷ Escritos ou textuais. Declaração Declaração de Imposto de Renda
▷ Iconográficos.
    NOÇÕES DE ECONOMIA  513

ÍNDICE
1. Conceitos Iniciais ...................................................................................................... 516
Conceito de Contabilidade ..........................................................................................................516
Objeto ..........................................................................................................................................516
Finalidade ....................................................................................................................................516
Usuários .......................................................................................................................................516
Funções da Contabilidade ...........................................................................................................516
Aspectos Patrimoniais .................................................................................................................516
Campo de Aplicação ....................................................................................................................516
Técnicas Contábeis ......................................................................................................................516
2. Patrimônio ............................................................................................................... 517
Conceitos .....................................................................................................................................517
Componentes Patrimoniais .........................................................................................................517
Equação Fundamental da Contabilidade .....................................................................................517
Estados Patrimoniais ...................................................................................................................518
3. Contas ......................................................................................................................520
Conta ..........................................................................................................................................520
Tipos de Contas .......................................................................................................................... 520
Classificação das Contas .............................................................................................................520
Elementos essenciais da conta ...................................................................................................521
Plano de Contas ..........................................................................................................................521
Função da Conta – Razão de sua Existência ................................................................................521
Teoria das Contas ........................................................................................................................521
Situações das Contas: Débitos e Créditos................................................................................... 522
Razonete .................................................................................................................................... 523
Saldo das Contas......................................................................................................................... 523
Balancete .................................................................................................................................... 523
4. Escrituração .............................................................................................................524
Conceitos ...................................................................................................................................524
Processos de Escrituração .......................................................................................................... 524
Métodos de Escrituração ............................................................................................................ 525
Funcionamento das Contas ........................................................................................................ 525
Fórmulas de Lançamento ........................................................................................................... 527
Erros de Escrituração.................................................................................................................. 528
Regimes de Escrituração ............................................................................................................ 529
Livros de Escrituração.................................................................................................................530
Balancete de Verificação .............................................................................................................531
Fatos Contábeis .......................................................................................................................... 532
514 NOÇÕES DE ECONOMIA     

5. Balanço Patrimonial .................................................................................................534


6. Conceitos .................................................................................................................535
7. Ativos ......................................................................................................................536
8. Passivos ...................................................................................................................538
9. Patrimônio Líquido ...................................................................................................538
10. Componentes Patrimoniais Teoria e/ou Contabilização ...........................................542
Despesa Antecipada e Receita Antecipada ................................................................................ 542
Aplicações Financeiras ............................................................................................................... 543
Empréstimos...............................................................................................................................544
Debêntures .................................................................................................................................545
Folha de Pagamento...................................................................................................................546
Ativo Diferido (Extinto pela Lei 11.941/09) ...............................................................................548
Reserva de Reavaliação..............................................................................................................548
Estimativa de Crédito de Liquidação Duvidosa ..........................................................................549
Duplicata Descontada.................................................................................................................550
Duplicata x Nota Promissória ......................................................................................................551
11. Operações com Mercadorias .....................................................................................552
Estoques – Conceito e Composição............................................................................................ 552
Mensuração do Estoque.............................................................................................................. 552
Operações de Compra ................................................................................................................ 553
Custo da Mercadoria Vendida.....................................................................................................560
Operações de Venda ...................................................................................................................560
Apuração do ICMS.......................................................................................................................564
Resultado com Mercadoria (RCM) ..............................................................................................564
Sistema de Inventário................................................................................................................. 565
Critério de Avaliação dos Estoques ............................................................................................ 565
Registro nas Fichas de Controle de Estoque ..............................................................................566
Baixa do Estoque ........................................................................................................................ 570
12. CPC 00 (R1) - Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório
Contábil-Financeiro .....................................................................................................572
Introdução .................................................................................................................................. 572
Relatório Contábil-Financeiro de Propósito Geral ..................................................................... 572
Características Qualitativas da Informação Contábil-Financeira .............................................. 573
Estrutura Conceitual das Demonstrações Contábeis .................................................................. 575
Conceitos de Capital ................................................................................................................... 579
13. Depreciação, Amortização e Exaustão...................................................................... 581
Conceito .......................................................................................................................................581
    NOÇÕES DE ECONOMIA  515

Imobilizado .................................................................................................................................581
Depreciação ................................................................................................................................584
Métodos de Depreciação ............................................................................................................ 585
Alteração da Vida útil doImobilizado ......................................................................................... 589
Baixa do Ativo Não Circulante ....................................................................................................589
Intangível....................................................................................................................................590
Amortização ................................................................................................................................591
Exaustão .....................................................................................................................................592
14. Demonstrações Contábeis ...................................................................................... 594
Lei nº 6.404/76...........................................................................................................................594
Demonstração do Resultado do Exercício ..................................................................................596
516
1. Conceitos Iniciais dos elementos que compõem o patrimônio (bens, direitos e
obrigações).
Quantitativos:   relacionados à identificação em valores
Conceito de Contabilidade monetários dos elementos que compõem o patrimônio.
Iniciaremos o estudo desta disciplina entendendo o que é
Contabilidade. Para isso, vejamos dois conceitos: o primeiro foi Campo de Aplicação
   A
apresentado no 1º Congresso Brasileiro de Contabilidade, e o O campo de aplicação da Contabilidade é a azienda (pat-
   I
   M segundo já foi abordado em prova da ESAF: rimônio considerado juntamente com a pessoa que tem sobre
   O Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções ele poderes de administração e disponibilidade. Patrimônio +
   N
   O de orientação, controle e registro relativos aos atos e fatos da pessoa que o administra).
   C
   E administração econômica. (1º Congresso Brasileiro de Contab-
   E
Muito cuidado neste item! É fácil confundir o campo de
   D ilidade – 1924) aplicação (azienda) com o objeto da Contabilidade (patrimô-
   S
   E Contabilidade é a ciência que estuda, registra, controla e nio). O que ocorre é que muitos concurseiros pensam: “Ora,
    Õ
   Ç interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades com se o objeto de estudo da Contabilidade é o patrimônio, então
   O ele (o patrimônio) será o local onde aplicarei a Contabilidade
   N fins lucrativos ou não. (ESAF)
(campo de aplicação), certo?” Errado! A Contabilidade é apli-
Objeto cada em um patrimônio que sofre variação, e o patrimônio
Na Contabilidade, o objeto é sempre o patrimônio de uma não sofrerá variação sozinho. Para que ele sofra variação,
entidade, definido como um conjunto de bens, direitos e de é necessária a figura do gestor, capaz de administrar o pat-
   obrigações. rimônio. Ou seja, para que possamos aplicar a Contabilidade, é
  
   Conjunto de
necessário um patrimônio sob gestão organizada.
     Objeto Patromônio bens, direito e
Técnicas Contábeis
   obrigações
     As técnicas contábeis são quatro:
  
   Finalidade Escrituração:(registrará  os fatos que alteram o pat-
  
  

rimônio).
A Contabilidade é mantida com a finalidade de fornecer
     às pessoas interessadas (usuários) informações sobre um pat- Demonstração:(exporá, por meio de relatórios, to-

rimônio. dos os fatos contábeis).


▷ Análise das Demonstrações Contábeis:(interpretará
Usuários os fatos contábeis expostos nas demonstrações).
As informações contábeis são elaboradas e apresentadas ▷ Auditoria:(revisará os fatos contábeis expostos nas
para usuários externos em geral, tendo em vista suas finali- demonstrações).
dades distintas e necessidades diversas. Essas informações se
destinam, primariamente, aos seguintes usuários externos: ANOTAÇÕES
▷ Investidores.
▷ Financiadores;
▷ Outros credores.
Por meio da Contabilidade, elaboram-se algumas demon-
strações contábeis que são usadas pelos usuários para obter as
informações que desejam.
Funções da Contabilidade
A Contabilidade possui as seguintes funções:
Função administrativa:  controle do patrimônio. O pat-
rimônio é composto por bens, direitos e obrigações. Portanto,
a função administrativa é responsável por controlar os bens
que a entidade possui, tudo que ela tem a receber de terceiros
(direitos) e aquilo que ela irá pagar a terceiros (obrigações).
Função econômica:  apurar o lucro ou prejuízo, ou seja,
calcular o resultado (rédito). O resultado será apurado por
meio do confronto entre as receitas e despesas, e poderá ser
um lucro ou prejuízo. A função econômica é responsável pela
apuração de quanto a empresa lucrou ou perdeu no período.
Aspectos Patrimoniais
A Contabilidade se ocupa de dois aspectos patrimoniais:
Qualitativos:  relacionados à identificação da natureza
2. Patrimônio Ativo: é um recurso controlado pela entidade como resul-
tado de eventos passados e do qual se espera que resultem
futuros benefícios econômicos para a entidade.
Conceitos
Passivo: é uma obrigação presente da entidade, derivada
Como vimos no capítulo anterior, o patrimônio é formado
pelo conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte
uma pessoa física ou jurídica, que possam ser avaliados eco- em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos.
nomicamente. Patrimônio Líquido: é o valor residual dos Ativos da enti-
Se não for possível atribuir valor ao bem, direito ou dade depois de deduzidos todos os seus Passivos.
obrigação, estes não serão registrados no patrimônio da en- A demonstração contábil responsável por organizar e
tidade.
apresentar os bens, direitos e obrigações chama-se Balanço
Patrimonial:
Componentes Patrimoniais
Ativo Passivo
Bens: são os itens que pertencem a uma pessoa (física ou
 jurídica), e que podem ser avaliados economicamente, ou seja, Bens Obrigações
é possível estabelecer um valor em moeda, um preço. Direitos Patrimônio Líquido
É importante citar que bens estão ligados a direitos legais, Na coluna da esquerda, demonstramos os itens do Ativo
inclusive a direito de propriedade. Porém, ao determinar a ex- (bens e direitos), que representam Aplicações de Recursos.
istência de um Ativo, o direito de propriedade não é essencial.
Assim, um bem pode ser considerado um Ativo mesmo que a Na coluna da direita, demonstramos os itens do Passivo
entidade não tenha o direito de propriedade sobre esse bem, (obrigações e patrimônio líquido), que representam Origens
bastando que ela tenha controle e que o bem lhe seja útil. de Recursos.
Os bens podem ser classificados como tangíveis ou in- Os bens e direitos representam o aspecto positivo patri-
tangíveis. monial, e as obrigações, o aspecto negativo.
Bens tangíveis (também chamados de corpóreos)   são
aqueles que têm existência física. Exemplos: máquinas, eq- Duplicatas emitidas pela Direito. Classificação: Ativo
uipamentos, veículos, imóveis, estoques, móveis e utensílios, empresa
dinheiro, terrenos, ferramentas.
Duplicatas aceitas pela
Bens intangíveis (também chamados de incorpóreos) empresa / emitidas por Obrigação. Classificação: Passivo
são aqueles que não têm existência física, mas são regis- terceiros
trados e controlados pela Contabilidade. Exemplos:  soft-  
wares , marcas, patentes de fabricação, pontos comerciais, Notas promissórias emiti- Obrigação. Classificação: Passivo
   
propriedades científicas. das pela empresa
 
Direitos: são os valores a receber/recuperar de terceiros.
 
Exemplos: duplicatas a receber, clientes, aluguel a receber, im- Notas promissórias 
postos a recuperar, notas promissórias emitidas por terceiros, emitidas por terceiros / Direito. Classificação: Ativo  
recebidas pela empresa 
duplicatas emitidas pela empresa, empréstimos concedidos,  
adiantamentos a fornecedores, adiantamentos a empregados.
 
Adiantamento a fornece- Direito. Classificação: Ativo
Obrigações: são os valores a pagar/recolher/compensar dores
em transações com terceiros. Exemplos: impostos a recolher,
salários a pagar, fornecedores, duplicatas a pagar, contas a pa- Adiantamento de clientes Obrigação. Classificação: Passivo
gar, duplicatas aceitas pela empresa, notas promissórias emit-
idas pela empresa, empréstimos obtidos, adiantamentos de
Equação Fundamental

 O 
clientes, duplicatas descontadas. As obrigações também são
 Ç 
 Õ  
chamadas de Passivo Exigível. da Contabilidade

 S 
Os bens, direitos e obrigações fazem parte do patrimônio D 

de uma entidade, e devem ser classificados em Ativo e Passivo. Ativo Passivo

 C 
▷ Os bens e direitos serão classificados no Ativo.  O 

▷ As obrigações serão classificadas no Passivo. Bens Obrigações
 O 
M
Além das obrigações com terceiros, temos, no Passivo, um Direitos Patrimônio Líquido
I  

grupo chamado Patrimônio Líquido. Esse grupo irá registrar
as obrigações da empresa com os sócios e é formado a partir Ou seja:
de aporte de recursos dos sócios (Capital Social). Falaremos Ativo = Bens + Direitos
sobre sua composição no capítulo 5.
Passivo = Obrigações + Patrimônio Líquido (PL)
De acordo com o Pronunciamento Técnico 00 do CPC
(Comitê de Pronunciamentos Contábeis), Ativo, Passivo e Pat- Os itens de Ativo e Passivo deverão ser demonstrados com 517
rimônio Líquido podem ser conceituados como: seus respectivos valores monetários, por exemplo:
- Reduções de Passivo R$ 80.000,00
Ativo Passivo
518 - Obtenção de ganhos e rendas R$ 95.000,00
Veículos: R$ 30.000 Salários a pagar: R$ 15.000
- Realização de consumos R$ 70.000,00
Duplicatas a receber: R$ 20.000 Patrimônio Líquido: R$ 35.000 Considerando que todo o movimento contábil dessa entidade
está expresso na equação acima, pode-se dizer que o item que
Total do Ativo = R$ 50.000 Total do Passivo = R$ 50.000
a completa será um aumento de
   A
   I aplicação no valor de R$ 10.000,00.
   M Convém observar que o total do Ativo é exatamente igual
   O
   N ao total do Passivo. Isso é fundamental para que o Balanço origem no valor de R$ 10.000,00.
   O
   C
   E
Patrimonial esteja apresentado corretamente. Portanto: aplicação no valor de R$ 5.000,00.
   E
   D
Total do Ativo = Total do Passivo origem no valor de R$ 5.000,00.
   S Com base em todas essas informações, podemos formar a redução de origens no valor de R$ 5.000,00.
   E
    Õ Equação Fundamental da Contabilidade: Resolução:
   Ç
   O
   N Ativo Passivo Ativo = Aplicação de
Passivo = Origem de recursos
recursos
Bens Obrigações (Passivo Exigível) Obrigações: R$215.000
Direitos Patrimônio Líquido Aumentos de Passivo: R$120.000
Bens: R$ 200.000 Reduções de Passivo: (R$
A=P
   Direitos: R$ 150.000 80.000)
  
   A = Bens + Direitos Aumentos de Ativo: R$
     P = Obrigações + PL = Passivo Exigível + PL 100.000 Situação líquida: R$135.000
   * Obrigações = Passivo Exigível Reduções de Ativo: (R$ Obtenção de ganhos e rendas: R$
     45.000) 95.000
  
   Com base nessas informações, chegamos à equação fun- Realização de consumos: (R$
  
   damental: 70.000)
     A=P
Total = R$ 405.000 Total = R$ 415.000
A = Passivo Exigível + PL
Os componentes patrimoniais possuem alguns sinônimos A. Para que o Ativo total seja igual ao Passivo total,
que são usados em questões de prova, por isso é muito impor- é necessário aumentar o saldo das Aplicações em R$
tante conhecê-los: 10.000.
▷ Ativo = Ativo Total = Ativo Patrimonial = Patrimônio
Bruto = Capital Investido Estados Patrimoniais
▷ Direitos Reais = Bens A diferença entre o Ativo e o Passivo Exigível é denominada
▷ Direitos Pessoais = Direitos Situação Líquida (Patrimônio Líquido).
▷ Passivo = Passivo Total = Passivo Patrimonial Se A = P + SL, então SL = A - P
Existem três espécies de situações líquidas:
▷ Passivo Exigível = Passivo = Capital de Terceiros =
Capital Alheio - Situação Líquida Nula;
- Situação Líquida Positiva;
▷ Passivo Real = Passivo Circulante + Passivo Não Cir-
culante = Passivo Exigível - Situação Líquida Negativa.
- Situação Líquida Nula:
▷ Patrimônio Líquido = Situação líquida = Capital
Próprio = Recursos Próprios Também denominada compensada ou equilibrada. Nessa
situação, o Ativo é igual ao Passivo exigível e a empresa não
▷ Capital Total à Disposição = Capital Próprio + Capital possui situação líquida (igual a zero).
de Terceiros
Ex.: (ESAF) A firma Equacionada S.A. apurou o seu Ativo Passivo Exigível
 patrimônio em 2011, computando os saldos iniciais e a
movimentação do exercício. Disto resultaram os valores A=P
abaixo listados: SL = Zero
- Bens R$ 200.000,00 - Situação Líquida Positiva:
- Direitos R$ 150.000,00 Também denominada ativa, superavitária ou favorável.
- Obrigações R$ 215.000,00 Nessa situação, o Ativo é maior que o Passivo exigível, e a situ-
- Situação Líquida R$ 135.000,00 ação líquida é positiva (maior que zero).
- Aumentos de Ativo R$ 100.000,00
Passivo Exigível
- Aumentos de Passivo R$ 120.000,00 Ativo
- Reduções de Ativo R$ 45.000,00 Situação Líquida
A>P
SL > 0
- Situação Líquida Negativa:
Também denominada passiva, deficitária, desfavorável ou
Passivo a Descoberto. Nessa situação, o Ativo é menor que o
Passivo exigível, e a situação líquida é negativa (menor que
zero).
Ativo Passivo
SL Exigível
A<P
SL < 0

ANOTAÇÕES

 
   
 
 

 

 
 


 O 
 Ç 
 Õ  

 S 



 C 
 O 

 O 
M
I  

519
520
3. Contas CONTAS PATRIMONIAIS
ATIVO PASSIVO
Conta Ativo Circulante Passivo Circulante
É um título que identifica um elemento patrimonial com Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante
características semelhantes (bem, direito, obrigação ou PL) ou
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
   A
uma variação patrimonial (receitas e despesas).
   I Capital Social
   M Conta Sintética:  conta genérica. Nome que indica um
   O conjunto de contas. Assim, o valor patrimonial de uma conta ARLP (-) Capital a Realizar
   N
   O sintética é igual à soma dos valores patrimoniais das contas Investimento Reserva de Capital
   C
   E analíticas que a compõem. Imobilizado (+/-) Ajuste de Avaliação Patri-
   E monial
   D Conta Analítica: conta específica. É aquela que demanda Intangível
   S Reservas de Lucro
   E controle e acompanhamento em separado das demais. Apre-
    Õ (-) Prejuízo Acumulado
   Ç senta um maior grau de detalhamento e, por isso, recebe o
   O (-) Ações em Tesouraria
   N registro contábil.
Conta Sintética CONTAS DE RESULTADO: utilizadas para a apuração do re-
Banco conta movimento = 100 sultado do exercício (lucro ou prejuí zo). Consideradas contas
transitórias, visto que seu tempo de vida é limitado a um ex-
Conta analítica Conta analítica ercício social, pois, ao final de cada exercício, seus saldos serão
   Banco do Brasil = 80 Bradesco = 20 zerados (encerrados) a fim de que se possa apurar o resultado
  
   Ex.: (CESPE/AFT/2013) Julgue o item a seguir, relativo ao
do período. São elas:
      plano de contas e a funções e estrutura das contas.A con- ▷ Contas de Receita.
   ta Passivo Circulante é denominada conta sintética, sen- ▷ Contas de Despesa.
    
  
  
do o seu saldo obtido pelo somatório do saldo de contas CONTAS RESULTADO
  
   analíticas.
DESPESAS RECEITAS
     ▷ Conta sintética: conta genérica. Classificação das Contas
▷ Conta analítica: conta específica.
Exs.: Quanto aos Elementos que Registrem
▷ Passivo Circulante= 100 (conta sintética) Patrimoniais: registram bens, direitos, obrigações e PL.
▷ Fornecedor = 60 (conta analítica) São contas estáticas, compõem o Balanço Patrimonial.
▷ Impostos a recolher = 10 (conta analítica) Ex.: caixa, fornecedor, capital social.
▷ Empréstimos obtidos = 30 (conta analítica) Resultado: registram receitas e despesas. São contas
dinâmicas, compõem a DRE.
Tipos de Contas Ex.:  juros Ativos, salários, desconto concedido, desconto obtido.
PATRIMONIAIS Ativo, Passivo e PL BP
Quanto à Necessidade de
Contas permanentes Desdobramento ou Divisão
CONTAS
Sintéticas: conta genérica. Nome que indica um conjunto
de contas (funciona como agregadora, possuindo conta em
RESULTADO Receita e Despesa DRE nível inferior).
Ex.: Passivo Circulante.
Contas temporárias Analíticas: conta específica. Apresentam um maior grau
de detalhamento e, por isso, recebem o registro contábil.
▷ Contas permanentes: saldos acumulados de um
período para outro. Ex.: fornecedor, imposto a recolher.
▷ Contas transitórias: saldos encerrados ao final de Quanto à Natureza do Saldo
cada período.
Devedora: Ativo, Retificadora do Passivo (-) P, Retificado-
CONTAS PATRIMONIAIS: utilizadas para controle e apu- ra do PL (-) PL, Despesa.
ração do patrimônio, registram bens, direitos, obrigações e Ex.: caixa, capital a integralizar, salários.
situação líquida. Consideradas contas permanentes, saldos
acumulados de um período para outro. São elas: Credora: Retificadora do Ativo (-) A, Passivo, PL, Receita.
▷ Contas do Ativo. Ex.: depreciação acumulada, fornecedor, juros Ativos.
▷ Contas do Passivo. Quanto à Movimentação
▷ Contas do Patrimônio Líquido. Unilaterais: recebem registro apenas a débito ou a crédito
▷ Contas Retificadoras: têm a função de reduzir o saldo de (sofrem variações somente em um sentido).
outra conta. Ex.: receitas, despesas.
Bilaterais : recebem registro tanto a débito quanto a crédi- Elementos essenciais da conta
to (sofrem variações nos dois sentidos). ▷ Nome;
Ex.: fornecedor, clientes, caixa. ▷ Data da ocorrência do fato (período);
▷ Saldo (em valor monetário);
Quanto à Variação na Natureza do Saldo ▷ Valor debitado e creditado (movimento);
Estáveis: contas cujo saldo só pode ser devedor ou credor, ▷ Histórico do fato contábil.
sem variação. Ex.: ( CESPE/TRT 10R/2013) Em relação às contas e à
escrituração contábil, julgue o item seguinte.  A estrutu-
Ex.: fornecedor, capital a integralizar, caixa. ra básica de uma rubrica contábil ou conta contempla o
Instáveis: contas cujo saldo ora pode ser devedor, ora, cre- nome da conta, o período a que ela se refere, seu saldo
dor. em valor monetário e seu movimento em determinado
 período.
Ex.: ajuste de avaliação patrimonial. ▷ Elementos essenciais da conta são:
Patrimonial e estática ▷ nome.
Elementos ▷ Data da ocorrência do fato (período);
Resultado e dinâmica
▷  Saldo (em valor monetário).
Sintética
Necessidade ▷ Valor debitado e creditado (movimento).
Analítica
▷ Histórico do fato contábil.
Classificação Devedora
das contas
Natureza
Credora Plano de Contas
Unilateral
Movimentação Conceito
Bilateral
É o conjunto composto pela relação ordenada e codificada
Estável das contas utilizadas pela entidade, com objetivo de uniformi-
Variação do saldo
Instável zar seus registros contábeis.
O plano de contas deve ser flexível, permitindo a exclusão
Ex.: (CESPE/AFT/2013) Julgue o item a seguir, relativo a ou inclusão de contas, acompanhando a dinâmica das oper-
 plano de contas e a funções e estrutura das contas. A conta ações da entidade.
 Juros Ativos é uma conta de resultado, analítica, de nature- Composição  
 za credora, unilateral e dinâmica.
Um plano de contas é composto, basicamente, pelos se-    
guintes elementos:  
Conta sintética: conta genérica. Elenco de Contas: é a estrutura do plano de contas.
▷ ▷
 
Compreende a relação ordenada e codificada de to-

▷ Conta analítica: conta específica.  
das as contas utilizadas pela entidade (listagem das
Passivo Circulante= 100 (conta sintética)


contas a serem adotadas nos registros contábeis).  
 
▷ Fornecedor = 60 (conta analítica) 1. ATIVO - Grupo
▷ Impostos a recolher = 10 (conta analítica) 1.1. Ativo Circulante – Subgrupo (primeiro grau)
▷ Empréstimos obtidos = 30 (conta analítica) 1.1.1. Disponibilidades – Subgrupo (segundo grau)
1.1.1.1. Caixa – Conta (primeiro grau)
Conta: Juros Ativos =
Receita 1.1.1.1.0001 Caixa matriz – conta (segundo grau) N 
 O 
Manual de Contas : evidencia o uso adequado de
 Ç 

Quanto aos Registram receitas.
 Õ  
Contas de Resul- cada conta, definindo os seguintes elementos:

elementos que São contas dinâmicas,  S 
tado
registrem compõem a DRE.
Função da Conta – Razão


de sua Existência
 C 
Apresentam um maior  O 
Quanto à necessi- Contas Analíticas –

grau de detalhamento
dade de desdobra-
 O 
conta específica e por isso, recebem o Funcionamento da Conta – quando a conta será
M

mento ou divisão
registro contábil.
I  
debitada ou creditada, bem como seu saldo.

Quanto à natureza ▷ Natureza do Saldo – devedor ou credor.


Credora Modelos de demonstrações padronizadas
do saldo ▷

Recebem registro ape-


Quanto à movi-
Unilaterais
nas a débito ou a crédito Teoria das Contas
mentação (sofrem variações so- Teoria Personalista: vincula a conta à pessoa responsável 521
mente em um sentido). pelos procedimentos administrativos a ela relacionados.
▷ Agentes Consignatários: bens da empresa.  D.
522 ▷ Agentes Correspondentes: direitos e obrigações da
empresa. CONTAS PERSONALISTA PATRIMONIALISTA
▷ Conta dos Proprietários: patrimônio líquido, receitas Agente Consig-
e despesas. CAIXA Patrimonial
natário
Teoria Materialista: as contas representam valores mate- Conta de Propri-
riais, são apenas valores positivos ou negativos no patrimônio. CAPITAL SOCIAL Patrimonial
   A
   I
etário
   M Contas Integrais: bens, direitos e obrigações. CUSTO DAS MERCA- Conta de Propri-
   O Resultado
   N ▷ Contas Diferenciais: receita, despesa e patrimônio DORIAS VENDIDAS etário
   O líquido.
   C DESPESAS DE ALU- Conta de Propri-
   E Resultado
   E Teoria Patrimonialista: reconhece o patrimônio como objeto GUEL etário
   D da Contabilidade. Distingue os elementos que compõem o pat-
   S Agente Correspon-
   E rimônio (contas patrimoniais) dos elementos que o modificam DUPLICATAS A PAGAR
dente
Patrimonial
    Õ
   Ç (contas de resultado).
   O DUPLICATAS A Agente Correspon-
   N ▷ Contas Patrimoniais: bens, direitos, obrigações e Patrimonial
RECEBER dente
patrimônio líquido.
Contas de Resultado: receita e despesa. IMPOSTOS A RECOL- Agente Correspon-
▷ Patrimonial
HER dente
Agente Con-
Bens Conta de Propri-
signatário LUCROS ACUMULADOS Patrimonial
   etário
  
   Personalista
Agente Corre-
spndente
Direitos e
Obrigações MERCADORIAS
Agente Consig-
Patrimonial
     natário
   Conta de Receita, Despesa
Agente Consig-
     Teoria Proprietário e PL MÓVEIS E UTENSÍLIOS
natário
Patrimonial
  
   das
Bens, Direitos e
  
   Contas Integrais
Obrigações RECEITAS DE JUROS
Conta de Propri-
Resultado
Materialista etário
     Diferenciais
Receitas, Despesas
Conta de Propri-
e PL RECEITAS DE VENDAS Resultado
etário
Patrimonial Ativo, Passivo e PL
Patrimonialista Conta de Propri-
Resultado Receita e Despesa RESERVA LEGAL Patrimonial
etário
Ex.: (ESAF) No Plano de Contas da Empresa Valpeças e SALÁRIOS E ORDE- Conta de Propri-
Resultado
 Acessórios S/A constam diversos títulos contábeis, dos NADOS etário
quais extraímos os seguintes, em ordem alfabética: Agente Consig-
VEÍCULOS Patrimonial
01 - CAIXA natário
02 - CAPITAL SOCIAL
03 - CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS  Situações das Contas:
04 - DESPESAS DE ALUGUEL
05 - DUPLICATAS A PAGAR Débitos e Créditos
06 - DUPLICATAS A RECEBER
07 - IMPOSTOS A RECOLHER DÉBITO Situação de dívida da conta.
08 - LUCROS ACUMULADOS  CRÉDITO Situação de direito da conta.
09 - MERCADORIAS 
10 - MÓVEIS E UTENSÍLIOS  Na identificação dos débitos e créditos nas contas, apli-
11 - RECEITAS DE JUROS  caremos o seguinte raciocínio:
12 - RECEITAS DE VENDAS 
13 - RESERVA LEGAL ▷ ATIVO, (-) PASSIVO e (-) PL   - natureza devedora
14 - SALÁRIOS E ORDENADOS  (saldo devedor):
15 - VEÍCULOS 
 Analisando-se as contas acima, em conformidade com a ▷ Toda vez que aumentar, DEBITAR a respectiva conta.
classificação técnica indicada nas Teorias Personalista e Patri-
monialista das Contas, respectivamente, pode-se dizer que a ▷ Toda vez que diminuir, CREDITAR a respectiva conta.
relação contém: ▷ (-) ATIVO, PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO  – na-
06 Contas de Resultado e 09 Contas Patrimoniais.
07 Contas Integrais e 08 Contas Diferenciais. tureza credora (saldo credor):
07 Contas de Consignatários e 08 Contas do Proprietário. Toda vez que aumentar, CREDITAR a respectiva conta.

08 Contas do Proprietário e 05 Contas de Resultado.
10 Contas Patrimoniais e 08 Contas do Proprietário ▷ Toda vez que diminuir, DEBITAR a respectiva conta.
CONTAS CAIXA
PATRIMO- NATUREZA DÉBITO CRÉDITO SALDO 10.000 3.000
NIAIS
7.000
Ativo
Retificadora
do Passivo  
(-) P
DEVEDORA DEVEDOR As contas de natureza credora apresentarão saldos CRE-
(aumentam) (diminuem)
DORES.
Retificadora
do PL (-) PL
Exemplo.
Fornecedor-----débitos = 6.000,00
Retificadora
do Ativo  créditos = 13.000,00
(-) A
CREDORA
 
CREDOR
saldo final = 7.000,00 (devedor)
Passivo (diminuem) (aumentam)
FORNECEDOR
PL 6.000 13.000
DESPESAS – natureza devedora (saldo devedor): 7.000
▷ Toda vez que ocorrer uma Despesa, DEBITAR a re-
spectiva conta.
▷ Creditadas somente para efeito de apuração do re- Balancete
sultado do período.
▷ RECEITAS - natureza credora (saldo credor): O balancete de verificação é um demonstrativo auxiliar,
▷ Toda vez que ocorrer uma Receita, CREDITAR a re- levantado unicamente para fins operacionais, composto por
spectiva conta. todas as contas com seus respectivos saldos, que são extraí-
▷ Debitadas somente para efeito de apuração do re- dos do Livro Razão, com a finalidade de verificar se o total
sultado do período. dos débitos é exatamente igual ao total dos créditos, ou seja,
verifica se o método das partidas dobradas foi aplicado corre-
CONTAS DE tamente.
RESULTA- NATUREZA DÉBITO CRÉDITO SALDO
DO Balancete de Verificação = pré-balanço
Saldo DEVEDOR = Saldo CREDOR
 Encerramento
Despesa DEVEDORA
(aumentam) do Exercício
DEVEDOR A + (- P) + (- PL) + D = (- A) + P + PL + R
APLICAÇÃO = ORIGEM
Encerramento 
 
Receita CREDORA CREDOR
do Exercício (aumentam)    
ANOTAÇÕES  
Razonete  
Representação gráfica de uma conta = T, em que o lado

 
esquerdo é o lado dos débitos, e o lado direito, dos créditos. 
 
D C  

Saldo das Contas


 O 
 Ç 
 Õ  

Diferença positiva entre o total de débitos e o total de  S 

créditos efetuados na conta.




Saldo Credor: total dos créditos > total dos débitos.

▷  C 
Saldo Devedor: total dos créditos < total dos débitos.
 O 


 O 
▷ Saldo Nulo: total dos créditos = total dos débitos. M

Importante!
I  

As contas de natureza devedora apresentarão saldos DE-


VEDORES.
Exemplo.
Caixa------------débitos = 10.000,00
 créditos = 3.000,00 523
saldo final = 7.000,00 (devedor)
524
4. Escrituração § 2º. É dispensado das exigências deste artigo o
 pequeno empresário a que se refere o Art. 970.
Art. 970.  A lei assegurará tratamento favorecido,
Conceitos diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao
Escrituração é a técnica contábil responsável pelo registro  pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos
dos fatos contábeis (todos os acontecimentos que alteram a daí decorrentes.
   A
situação patrimonial da empresa). O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), por meio da
   I
   M Ex.: Quando uma entidade efetua o pagamento de uma ITG 2.000 (R1), dispõe sobre as formalidades e estabelece
   O dívida, é preciso que ocorra a escrituração desse paga-
   N critérios e procedimentos a serem adotados pela entidade
   O mento, para que o fato seja registrado na contabilidade para a escrituração contábil de seus fatos patrimoniais:
   C
   E da entidade.
   E ITG 2000 (R1) – Escrituração Contábil
   D Vejamos o que a Lei nº 6.404/76 e o Código Civil dispõem Formalidades da Escrituração Contábil
   S sobre esse tema:
   E  3. A escrituração contábil deve ser realizada com ob-
    Õ
   Ç Lei 6.404/76  servância dos Princípios de Contabilidade.
   O
   N Escrituração 4. O nível de detalhamento da escrituração contábil
Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em deve estar alinhado às necessidades de informação
registros permanentes, com obediência aos preceitos de seus usuários. Nesse sentido, esta Interpre-
da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de tação não estabelece o nível de detalhe ou mes-
contabilidade geralmente aceitos, devendo observar mo sugere um plano de contas a ser observado.
   métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e O detalhamento dos registros contábeis é direta-
  
   registrar as mutações patrimoniais segundo o regime mente proporcional à complexidade das operações
     de competência. da entidade e dos requisitos de informação a ela
   § 1º. As demonstrações financeiras do exercício em que aplicáveis e, exceto nos casos em que uma auto-
     houver modificação de métodos ou critérios contábeis, ridade reguladora assim o requeira, não devem
  
  
  
  
de efeitos relevantes, deverão indicá-la em nota e res- necessariamente observar um padrão predefinido.
 saltar esses efeitos.  5. A escrituração contábil deve ser executada:
     § 2º. A companhia observará exclusivamente em livros a) em idioma e em moeda corrente nacionais;
ou registros auxiliares, sem qualquer modificação da
b) em forma contábil;
escrituração mercantil e das demonstrações reguladas
nesta Lei, as disposições da lei tributária, ou de c) em ordem cronológica de dia, mês e ano;
legislação especial sobre a atividade que constitui seu d)  com ausência de espaços em branco, en-
objeto, que prescrevam, conduzam ou incentivem a trelinhas, borrões, rasuras ou emendas; e
utilização de métodos ou critérios contábeis diferentes e) com base em documentos de origem externa
ou determinem registros, lançamentos ou ajustes ou a ou interna ou, na sua falta, em elementos que
elaboração de outras demonstrações financeiras. comprovem ou evidenciem fatos contábeis.
§ 3º.  As demonstrações financeiras das companhias 6. A escrituração em forma contábil de que trata o
abertas observarão, ainda, as normas expedidas pela item 5 deve conter, no mínimo:
Comissão de Valores Mobiliários e serão obrigatoria- a) data do registro contábil, ou seja, a data em
mente submetidas à auditoria por auditores indepen- que o fato contábil ocorreu;
dentes nela registrados. b) conta devedora;
§ 4º.  As demonstrações financeiras serão assinadas pelos c) conta credora;
administradores e por contabilistas legalmente habilitados.
d) histórico que represente a essência econômica
§ 5º. As normas expedidas pela Comissão de Valores da transação ou o código de histórico padroniza-
Mobiliários a que se refere o § 3º deste Artigo deverão do, neste caso baseado em tabela auxiliar inclusa
 ser elaboradas em consonância com os padrões inter- em livro próprio;
nacionais de contabilidade adotados nos principais
e) valor do registro contábil;
mercados de valores mobiliários.
f) informação que permita identificar, de forma
§ 6º. As companhias fechadas poderão optar por
unívoca, todos os registros que integram um
observar as normas sobre demonstrações financeiras
mesmo lançamento contábil.
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários para
as companhias abertas. Processos de Escrituração
Código Civil
Os processos de escrituração contábil são os seguintes:
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são
obrigados a seguir um sistema de contabilidade, me- Manual: a escrituração é feita à mão.
canizado ou não, com base na escrituração uniforme Maquinizado ou semimecanizado: a escrituração é feita
de seus livros, em correspondência com a documen- por meio de máquinas de escrever.
tação respectiva, e a levantar anualmente o balanço Mecanizado: a escrituração é feita por meio de máquinas de
 patrimonial e o de resultado econômico. escrituração. São máquinas específicas, destinadas a esse fim.
Computadorizado ou por processamento eletrônico: a Pensemos na conta “caixa”, que registra os valores que a
escrituração é executada por meio de computadores. empresa tem em caixa, e suas respectivas entradas e saídas
O processo mais utilizado nos dias atuais é o computador- de dinheiro:
izado. Quando fazemos um pagamento utilizando o dinheiro do
caixa, nosso saldo de caixa aumenta ou diminui? Diminui, cer-
Métodos de Escrituração to?! Saiu dinheiro, diminuiu o saldo do caixa.
Método de escrituração é a forma utilizada para o registro E quando recebemos um valor em dinheiro e guardamos
dos fatos contábeis. esse dinheiro no caixa, o que ocorre com o saldo do caixa nes-
É nesse momento da disciplina que iniciaremos o estudo sa situação? Aumenta ou diminui? Aumenta, certo?! Se entra
de débitos e créditos. A partir daqui o estudante aprenderá a dinheiro, o saldo de caixa aumenta.
efetuar as contabilizações de fatos que alteram o patrimônio
de uma entidade. As contabilizações são feitas por meio de É importante saber que essa movimentação (entrada e
lançamentos contábeis. Lançamento nada mais é que o regis- saída de recursos) é registrada, na contabilidade, por meio de
tro de um fato contábil, utilizando débito e crédito. Um lança- débitos e créditos. Quando desejamos registrar o aumento do
mento deve conter local e data do registro, contas debitadas, saldo de caixa, debitamos; quando desejamos registrar a di-
contas creditadas, histórico da operação (descrição do evento minuição do saldo de caixa, creditamos. E isso ocorre em todas
que gerou a contabilização) e valor da operação. as contas contábeis. Todas as contas são movimentadas por
Antes de saber aplicar o débito e o crédito, é preciso saber meio de débitos e créditos.
qual é o método adotado na contabilidade para registrar tais E para que saibamos registrar as movimentações que
débitos e créditos. ocorrem em uma conta, é fundamental conhecer o funciona-
Todos os registros contábeis são feitos por meio do mét- mento das contas.
odo das partidas dobradas, mas existem outros dois métodos Já vimos que, na contabilidade, existem contas de nature-
que, apesar de estarem em desuso, podem ser cobrados em za devedora e contas de natureza credora. É essencial lembrar
prova: a natureza das contas para que seja possível movimentá-la por
Método das partidas simples:  nesse método, há somente meio de débitos e créditos. Vamos relembrar:
o registro dos direitos e obrigações. Está em desuso. Contas de Ativo e Despesas: possuem natureza devedora.
Método das partidas mistas:  são mantidas contas para o Contas de Passivo, Patrimônio Líquido e Receita:   pos-
registro dos bens, direitos e obrigações. Está em desuso.
suem natureza credora.
Método das partidas dobradas:   esse é o método ad-
Contas retificadoras:  possuem natureza inversa ao grupo
otado na contabilidade. Ele determina que a soma dos
valores dos débitos deve ser igual à soma dos valores dos a que pertencem, ou seja:
 Retificadoras do Ativo possuem natureza
 
créditos. Convém notar que ele não informa que teremos
apenas um débito e apenas um crédito, ou que registra- credora. Exs.: (-) PECLD (Perdas Estimadas
   
com Créditos de Liquidação Duvidosa), (-)
 
remos apenas direitos, ou bens. Esse método registra
qualquer situação que modifique o patrimônio, seja um Depreciação Acumulada, (-) Amortização
 

bem, direito, obrigação, receita ou despesa. E uma modi- Acumulada, (-) Provisão para ajuste a valor  
ficação patrimonial pode dar origem ao registro de um ou de mercado. 
mais débitos e um ou mais créditos. O importante é que o
 
 Retificadoras do Passivo e Patrimônio Líquido  
valor total dos débitos seja igual ao valor total de créditos. possuem natureza devedora. Exs.: (-) Encargos
Um lançamento contábil pode ser feito por meio do a transcorrer, (-) Capital a Integralizar, (-) Ações
chamado “razonete”. Razonete é a representação gráfica de em Tesouraria, (-) Prejuízos Acumulados.
uma conta, em que é possível registrar toda a movimentação A seguir, aprenderemos como movimentar as contas.
que ocorre (aumentos e diminuições de saldo). ATENÇÃO! N 
Ele é apresentado da seguinte forma: Contas de Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido: sempre
 O 
 Ç 
 Õ  
Título da Conta que desejarmos aumentar o saldo de uma conta, deveremos E 
 S 
seguir a natureza que ela possui. Para diminuir o saldo, dever- D 
Valor a débito Valor a crédito emos proceder ao lançamento inverso, ou seja:


Contas de Ativo, Retificadoras do Passivo e Retificadoras
 C 
Saldo  O 
do PL: possuem natureza devedora, então, quando desejarmos

Saldo = total de débitos – total de créditos, se:  O 
aumentar o saldo dessas contas, deveremos debitar! Para di-
M
▷ Total de débitos > total de créditos : a conta terá I  

saldo devedor; minuir, deveremos realizar o lançamento inverso, ou seja, um
▷ Total de créditos > total de débitos : a conta terá crédito.
saldo credor. Contas de Passivo, Patrimônio Líquido e Retificadoras do
Ativo: possuem natureza credora, então, quando desejarmos
Funcionamento das Contas aumentar o sado dessas contas, deveremos creditar! Para di-
Para iniciar o estudo do funcionamento das contas, é pre- minuir, deveremos realizar o lançamento inverso, ou seja, um 525
ciso entender o seguinte: débito.
Natureza Devedora Aumentar Diminuir
526  D  C Ativo D C
Natureza Credora Retificadoras do Ativo C D
 C D Passivo C D
Contas de Receitas e Despesas: Retificadoras do Passivo D C
 Despesa – Debitamos; Patrimônio Líquido C D
   A
   I
   M  Receita – Creditamos. Retificadoras do Patrimônio Líquido D C
   O Receitas C
   N Se o estudante preferir, pode memorizar as informações
   O Despesas D
   C abaixo:
   E
   E Contas de Ativo, Retificadoras do Passivo e Retificado- Ex.: (ESAF) O lançamento contábil apropriado para regis-
   D ras do PL: possuem natureza devedora;
   S trar o pagamento de duplicatas no valor de R$ 2.800,00,
   E ▷ Para aumentar o saldo: DEBITA-SE com descontos de 15%, é o que segue abaixo:
    Õ
   Ç
   O ▷ Para diminuir o saldo: CREDITA-SE a) Diversos
   N
Contas do Passivo, Patrimônio Líquido e Retificadoras a Caixa
do Ativo: possuem natureza credora;
Duplicatas a Pagar 2.380,00
▷ Para aumentar o saldo: CREDITA-SE
Descontos Ativos 420,00 2.800,00
▷ Para diminuir o saldo: DEBITA-SE
Procedimentos para efetuar um lançamento: b) Caixa
  
  
   1º) Identificar as contas que deverão ser utilizadas. a Diversos
     2º) Depois de identificá-las, devemos determinar a que a Duplicatas a Pagar 2.380,00
   grupo de contas elas pertencem (Ativo, Passivo Exigível, a Descontos Ativos 420,00 2.800,00
     PL, Receitas ou Despesas).
  
   c) Diversos
  
  
3º) Identificar se o saldo da conta aumenta ou diminui.
4º) Aplicar o mecanismo de débito e crédito. a Duplicatas a Pagar
     Ex.: Efetuar o lançamento de um depósito de R$ 50.000, Caixa 2.380,00
feito em conta corrente do Banco do Brasil com dinheiro Descontos Passivos 420,00 2.800,00
extraído do caixa.
1º) Identificar as contas que deverão ser utilizadas. d) Duplicatas a Pagar
Nesse caso, utilizaremos as contas “Caixa” (de onde sairá a Diversos
o dinheiro para depósito) e “Bancos” (o dinheiro será de- a Caixa 2.380,00
 positado no banco).
a Descontos Ativos 420,00 2.800,00
2º)  Depois de identificá-las, devemos determinar a que
 grupo de contas elas pertencem (Ativo, Passivo Exigível, e) Duplicatas a Pagar
PL, Receitas ou Despesas). a Diversos
Caixa: os valores em caixa são considerados bens numerários,
 portanto, registrados no Ativo. a Caixa 2.380,00
 Bancos : depósitos bancários são considerados, pela ESAF, bens a Descontos Passivos 420,00 2.800,00
numerários, portanto, registrados no Ativo.  D.
3º) Identificar se o saldo da conta aumenta ou diminui . Contabilizaremos o pagamento de duplicatas com desconto.
Caixa: quando ocorre a saída de dinheiro do caixa, o saldo Para contabilizar a operação, seguiremos os procedimentos
diminui (nesse caso, diminuiu o saldo, porque a empresa tira abaixo:
dinheiro do caixa para depositar na conta bancária). 1º) Identificar as contas que deverão ser utilizadas.
 Bancos : quando entra dinheiro por meio de um depósito Duplicatas a pagar (é importante notar que o enun-
bancário, o saldo de caixa aumenta. ciado diz que estamos pagando uma duplicata):
4º) Aplicar o mecanismo de débito e crédito: R$ 2.800,00.
 D: Bancos R$ 50.000,00 Descontos obtidos (estamos “ganhando” esse desconto no pa-
C: Caixa: R$ 50.000,00  gamento da duplicata): R$ 420,00.
OU 
Caixa (pela saída do dinheiro utilizado para quitar a duplicata):
R$ 2.380,00 (valor líquido do desconto. Representa quanto,
 Bancos efetivamente, saiu do saldo do Caixa).
 a Caixa R$ 50.000,001   2º) Depois de identificá-las, devemos determinar a que grupo
de contas elas pertencem (Ativo, Passivo Exigível, PL, Receitas
ou Despesas).
1 Essa maneira de demonstrar a contabilização é bastante cobrada em prova. A
conta que não recebe nenhuma informação na frente (nesse caso, Bancos) sem- Duplicatas a pagar: representa uma obrigação, portanto um
pre será a conta debitada, e a conta que recebe “a” (nesse caso, Caixa) na frente Passivo.
sempre será a conta creditada.
Descontos obtidos: conta de Receita. C : Duplicatas a pagar R$ 20.000,00;
Caixa: representa um bem numerário, portanto, um Ativo. 1  débito e 2 créditos => 12 => 2ª fórmula.
 3º) Identificar se o saldo da conta aumenta ou diminui. 03. Pagamento com atraso de uma duplicata no valor de
Duplicatas a pagar: a quitação de uma dívida gera a diminui- R$ 15.000,00, com acréscimo de juros de 10%.
ção das obrigações, portanto, diminui o Passivo. D: Duplicatas a pagar R$ 15.000,00;
Descontos obtidos: por ser uma Receita, já sabemos qual lan- D: Juros Passivos (o mesmo que Despesas com Juros)
çamento faremos, certo?! Um crédito!  R$ 1.500,00;
Caixa: o pagamento gera a saída de dinheiro do Caixa e, por-
tanto, a diminuição do saldo do Ativo. C : Caixa R$ 16.500,00;
4º) Aplicar o mecanismo de débito e crédito:  2  débitos e 1 crédito => 21 => 3ª fórmula.
D: Duplicatas a pagar R$ 2.800,00; 04. A empresa PC comprou um computador no valor de R$
C: Descontos obtidos R$ 420,00; 1.200,00 e uma motocicleta no valor de R$ 6.000,00.
Efetuou o pagamento em dinheiro no valor de R$
C: Caixa R$ 2.380,00;
3.000,00 e o restante da quantia será pago em 30 dias.
OU 
D: Computadores e periféricos R$ 1.200,00;
Duplicatas a pagar:
D: Veículos R$ 6.000,00;
a Diversos R$ 2.800,00;
a Descontos obtidos R$ 420,00; C : Caixa R$ 3.000,00;
a Caixa R$ 2.380,00. C : Duplicatas a pagar R$ 4.200,00;
 2  débitos e 2 créditos => 22 => 4ª fórmula.
Fórmulas de Lançamento Ex.: (ESAF) Observemos o seguinte fato contábil: paga-
Vimos que um lançamento deve ter, de acordo com o Mét- mento, mediante a emissão de cheque, de uma duplicata
odo das Partidas Dobradas, o valor total de débitos igual ao antes do vencimento, obtendo-se um desconto finan-
valor total de créditos. Vimos também que podem existir uma ceiro, por essa razão. Para que o registro contábil desse
ou mais contas debitadas e uma ou mais contas creditadas. fato seja feito em um único lançamento, deve-se utilizar a
Vejamos quais são os tipos (fórmulas) de lançamento que ex- a) primeira fórmula, com 1 conta devedora e 1
istem: conta credora.
1ª Fórmula: uma conta debitada e uma conta creditada. b) segunda fórmula, com 1 conta devedora e 2
(11)
contas credoras.
2ª Fórmula: uma conta debitada e duas ou mais contas
creditadas. (12) c) terceira fórmula, com 2 contas devedoras e 1
3ª Fórmula: duas ou mais contas debitadas e uma conta conta credora.  
creditada. (21) d) quarta fórmula, com 2 contas devedoras e 2    
4ª Fórmula: duas ou mais contas debitadas e duas ou mais contas credoras.
 
contas creditadas. (22)
 
e) terceira fórmula, com 3 contas devedoras e 1 
conta credora.  
Conta (s) Debitada (s) Conta (s) Creditada (s)
 B.

 
1 º) Identificar as contas que deverão ser utilizadas:
 
1ª Fórmula 1 1
Bancos;
2ª Fórmula 1 2 Duplicatas a pagar;
3ª Fórmula 2 1 Desconto obtido.
4ª Fórmula 2 2  2 º) Depois de identificá-las, devemos determinar a que gru- N 
 po de contas elas pertencem (Ativo, Passivo Exigível, PL,
 O 
Para memorizar, é importante lembrar a ordem das fórmulas:
 Ç 
Receitas ou Despesas):
 Õ  
11, 12, 21, 22.

 S 
Para entender como funcionam as fórmulas de lançamen- Bancos: bens numerários no Ativo; D 

to, vejamos o exemplo a seguir: Duplicatas a pagar: obrigações no Passivo; E 
01. Compra de um veículo, à vista, no valor de R$
 C 
Desconto obtido: Receita.  O 
30.000,00. Pagamento efetuado em cheque.

 3 º) Identificar se o saldo da conta aumenta ou diminui:
 O 
D: Veículos R$ 30.000,00;
M
Bancos: diminui o saldo pelo pagamento;
I  

C: Bancos R$ 30.000,00;
Duplicatas a pagar: a quitação de uma dívida diminui o sal-
1 débito e 1 crédito => 11 => lançamento de 1ª fórmula.
do das obrigações;
02. Compra de veículo sendo parte à vista em dinheiro (R$
10.000,00) e parte com prazo de 30 dias. O valor do Desconto obtido: Receita.
veículo é de R$ 30.000,00. 4º) Aplicar o mecanismo de débito e crédito:
D: Veículos R$ 30.000,00; D: Duplicatas a pagar; 527
C : Caixa R$ 10.000,00; C : Bancos;
essa informação ao estabelecer a vida útil de suas máqui- d) A empresa deve suspender a despesa de
588 nas, para fins de contabilização da depreciação de seu depreciação uma vez que o valor justo está maior que
imobilizado, visto que a legislação do imposto de renda o valor contábil.
determina os percentuais fixos para cada tipo de Ativo. e) A empresa deve acelerar a despesa de depre-
 A Legislação do IR, no artigo 312, trata da depreciação ciação uma vez que o valor justo aumentou.
acelerada, que consiste em se lançar contabilmente parcela C
da depreciação adicional àquela que é registrada com base no Custo = R$ 10.000
   A
   I tempo de vida útil normal. Funcionamento: 01/01/07
   M
   O  A ideia é a seguinte: se o bem é utilizado por mais de um V.u. = 5 anos = 20%aa
   N
   O turno ininterrupto, será desgastado mais rapidamente. Por 1º passo: encontrar o valor contábil do Ativo na data da
   C isso, são atribuídos coeficientes multiplicativos em função do
   E reavaliação. Para isso, precisaremos calcular a depreciação
   E
   D
número de horas trabalhadas por bens móveis sujeitos ao des- acumulada de 1/1/07 até 31/12/09.
   S  gaste pelo uso. Uso = 3 anos 
   E
    Õ Turno Coeficiente Tx. acumulada: 20% x 3 = 60%
   Ç
   O Depreciação Acumulada: 10.000 x 60% = 6.000
   N 8h 1,0
Valor contábil: custo de aquisição (-) dep. acumulada =
16 h 1,5 10.000 – 6.000 = R$ 4.000,00
24 h 2,0 Em 01.01.2010 - a empresa procedeu a uma revisão dos
Dec. 3000/99- RIR valores:
   VJ = 4.500 »»» A depreciação é reconhecida mesmo que o
Art. 312.  Em relação aos bens móveis, poderão ser
  
   adotados, em função do número de horas diárias de
valor justo do Ativo exceda o seu valor contábil.
VR = 4.800,00. »»» O valor residual de um Ativo pode aumentar.
     operação, os seguintes coeficientes de depreciação
   acelerada (Lei nº 3.470, de 1958, artigo 69):
VR (4.800) > VC (4.000) »»» A despesa de depreciação
      será zero enquanto o valor residual subsequente for igual ou
  
   I. um turno de oito horas............................1,0;  superior ao seu valor contábil.
  
   II. dois turnos de oito horas.......................1,5; II. Depreciação do imobilizado com custo significativo
     III. três turnos de oito horas.......................2,0. De acordo com CPC 27, cada componente de um item do
Parágrafo único. O encargo de que trata este artigo Ativo Imobilizado com custo significativo em relação ao custo
 será registrado na escrituração comercial  total do item deve ser depreciado separadamente.
A entidade aloca o valor inicialmente reconhecido de um
Aspectos Importantes- CPC 27 item do Ativo Imobilizado aos componentes significativos desse
I. Valor depreciável e período de depreciação item e os deprecia separadamente. Por exemplo, pode ser ad-
A depreciação é reconhecida mesmo que o valor justo do equado depreciar separadamente a estrutura e os motores de
Ativo exceda o seu valor contábil, desde que o valor residual aeronave, seja ela de propriedade da entidade ou obtida por
do Ativo não exceda o seu valor contábil. A reparação e a ma- meio de operação de arrendamento mercantil financeiro. Um
nutenção de um Ativo não evitam a necessidade de depreciá-lo. componente significativo de um item do Ativo Imobilizado pode
O valor residual de um Ativo pode aumentar. A des- ter a vida útil e o método de depreciação que sejam os mesmos
pesa de depreciação será zero enquanto o valor residual que a vida útil e o método de depreciação de outro componen-
subsequente for igual ou superior ao seu valor contábil. te significativo do mesmo item. Esses componentes podem ser
Ex.: (SEFAZ RJ – FGV) A Cia Barra Mansa apresentava os agrupados no cálculo da despesa de depreciação.
 seguintes dados em relação ao seu Ativo Imobilizado: eq- Exemplo:
uipamentos – custo R$10.000,00. Esses Ativos entraram A empresa Beta adquiriu em 01.01.2012 uma aeronave
em operação em 01.01.2007 e têm vida útil estimada em para transporte de seus diretores por R$ 50.000.000,00. Sa-
 5 anos, sendo depreciados pelo método linear. be-se que as duas turbinas representam 25% do custo total. A
No início de 2010, a empresa procedeu a uma revisão dos aeronave possui uma vida útil de 20 anos e valor residual de
valores, conforme previsto no CPC 27, aprovado pelo CFC. 10%, enquanto que as turbinas têm uma vida útil de 10 anos.
Assim, constatou as seguintes informações: Cálculo da depreciação.
Valor Justo R$ 4.500,00. Custo das turbinas = 50.000.000 x 25% = 12.500.000
Valor Residual R$ 4.800,00. Custo da Aeronave s/ turbina = 50.000.000 x 75% =
Analisando as informações citadas, assinale a alternativa 37.500.000
que indique corretamente o tratamento contábil a ser se- Depreciação em 2012
guido, a partir de 01.01.2010. Turbinas = 12.500.000 x 10% = 1.250.000
a) A empresa deve manter a despesa de depre- Aeronave s/ turbina = 37.500.000
ciação de R$ 2.000,00 ao ano. VR = 10% (3.750.000)
b) A empresa deve acelerar a despesa de deprecia- VD 33.750.000
ção uma vez que o valor residual aumentou. X 5%
c) A empresa deve suspender a despesa de de- Depreciação: 1.687.500
preciação uma vez que o valor residual está maior que (Encargo) Despesa depreciação: 1.250.000 + 1.687.500
o valor contábil. = 2.937.500
Alteração da Vida útil doImobilizado a) 900.000,00 e 8.300.000,00.
b) 1.100.000,00 e 7.700.000,00.
O valor depreciável de um Ativo deve ser apropriado de
forma sistemática ao longo da sua vida útil estimada. c) 1.140.000,00 e 8.060.000,00.
O valor residual e a vida útil de um Ativo são revisados pelo d) 1.140.000,00 e 6.060.000,00.
menos ao final de cada exercício e, se as expectativas diferirem e) 740.000,00 e 6.460.000,00.
das estimativas anteriores, a mudança deve ser contabilizada C
como mudança de estimativa contábil, segundo o Pronuncia-
mento Técnico CPC 23 – Políticas Contábeis, Mudança de Esti- Momento 1 Momento 2
mativa e Retificação de Erro. Aquisição: 31/12/2011 Reestimativa da v. útil e v.
CPC 23 - Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Custo: R$ 11.000.000,00 residual: 02/01/2014
V. útil: 10 anos V. útil: 5 anos
Retificação de Erro.
V. residual: R$ 2.000.000,00 V. residual: R$ 3.500.000,00
 Mudança na estimativa contábil é um ajuste nos saldos
contábeis de Ativo ou de Passivo, ou nos montantes relativos ao 1º passo: calcular o valor contábil do Ativo em 31.12.2013,
consumo periódico de Ativo, que decorre da avaliação da situ-  pois, em janeiro/2014, terá sua vida útil e valor residual rees-
ação atual e das obrigações e dos benefícios futuros esperados, timados.
associados aos Ativos e aos Passivos. As alterações nas estima-  Aquisição: 31/12/2011 
tivas contábeis decorrem de nova informação ou inovações e, Custo: R$ 11.000.000,00
portanto, não são retificações de erros. V. útil: 10 anos = 10% a.a
A estimativa envolve julgamentos baseados na última in- V. residual: R$ 2.000.000,00
formação disponível e confiável. Por exemplo, podem ser ex-
igidas estimativas de: Uso: 2 anos 
a) créditos de liquidação duvidosa; Tx. acumulada = 10% a.a x 2 = 20%
b) obsolescência de estoque; Depreciação Acumulada: Custo: 11.000.000
c) valor justo de Ativos financeiros ou Passivos financeiros; V. residual: (2.000.000)
d) vida útil de Ativos depreciáveis ou o padrão esperado V. depreciável: 9.000.000
de consumo dos futuros benefícios econômicos incorpora-  x 20%
dos nesses Ativos; e Depreciação Acumulada 1. 800.000
e) obrigações decorrentes de garantias. Valor contábil: custo de aquisição (-) dep. acumulada =
O efeito de mudança na estimativa contábil deve ser recon- 11.000.000 – 1.800.000 = R$ 9.200.000,00
hecido prospectivamente, incluindo-o nos resultados do: Em 02/01/2014 a empresa redefiniu sua política de subs-  
a) período da mudança, se a mudança afetar apenas esse tituição de equipamentos e estabeleceu nova vida útil e novo    
período; ou valor residual.  
b) período da mudança e futuros períodos, se a mudança  2º passo: calcular o valor contábil do Ativo em 31.12.2014,  
afetar todos eles. considerando as novas avaliações.

O reconhecimento prospectivo do efeito de mudança na V. útil: 5 anos = 20% aa
 
estimativa contábil significa que a mudança é aplicada a tran-

V. residual: R$ 3.500.000,00
 
sações, a outros eventos e a condições a partir da data da mu-  
dança na estimativa. Depreciação 2014: Custo: 11.000.000
Ex.: (FCC) Uma empresa adquiriu uma máquina pelo val- V. residual: (3.500.000)
or de R$ 11.000.000,00. A compra ocorreu em 31/12/2011,  Dep. Acumulada em 12/2013: (1.800.000)
a empresa definiu a vida útil econômica em dez anos e V. depreciável: 5.700.000
estimou que a máquina será vendida ao final de sua vida  x 20%

útil por R$ 2.000.000,00 (valor líquido das despesas es-
 O 
Desp. Depreciação 2014: 1.140.000
 Ç 
timadas de venda).
 Õ  

Em 02/01/2014, a empresa redefiniu sua política de subs- Valor contábil em 31.12.2014 = custo: 11.000.000  S 

tituição de equipamentos e estabeleceu que utilizaria a Dep. Acumulada: (2.940.000) E 

máquina por apenas mais cinco anos. No final deste pe- Vr. Contábil: 8.060.000,00  C 
 O 
ríodo adicional de cinco anos o valor líquido de venda da N 
máquina foi estimado em R$ 3.500.000,00. Baixa do Ativo Não Circulante
 O 
M
 A empresa adota o método das quotas constantes para
I  
CPC 27 - O valor contábil de um item do Ativo Imobilizado

o cálculo da despesa de depreciação e sabe-se que não deve ser baixado:
houve necessidade de ajuste por redução ao valor recu-
 perável (impairment). a) por ocasião de sua alienação;
O valor da despesa de depreciação apresentado na De- b) quando não há expectativas de benefícios econômicos
monstração do Resultado de 2014 e o valor contábil do futuros com a sua utilização ou alienação.
 Ativo evidenciado no Balanço Patrimonial de 31/12/2014 Ex.1: baixa de uma máquina totalmente depreciada, com 589
foram respectivamente, em reais, custo histórico de R$ 10.000,00.
Ativo Imobilizado Total = 54 meses
590 Máquina 10.000 Dep. Acumulada = custo: 2.500
(-) Depreciação Acumulada 10.000 (-) V. residual: (500)
D – Depreciação Acumulada Vr. Depreciável: 2.000 x 54 meses = 900
C – Máquinas ------------------------R$ 10.000,00 120 meses
Ex.2: baixa de uma máquina obsoleta, com custo de R$ Valor contábil: custo (-) depreciação acumulada = 2.500 –
   A
   I 10.000,00 e depreciação acumulada de R$ 7.000,00. 900 = R$ 1.600,00
   M Na data da venda, o bem valia contabilmente R$ 1.600,00
   O Ativo Imobilizado
   N e foi vendido por R$ 1.000,00, gerando uma perda de R$
   O Máquina 10.000
   C
   E
600,00.
(-) Depreciação Acumulada 7.000
   E
   D
   S
D – Depreciação Acumulada---------R$ 7.000,00 Intangível
   E
    Õ
D – Outras Despesa
   Ç
   O
Prejuízos na Baixa de Imobilizado---R$ 3.000,00 Conceito
   N C – Máquinas-------------------------R$ 10.000,00  Ativo Intangível é um Ativo não monetário identificável
Ex.3: máquina vendida a prazo por R$ 3.200,00 com custo sem substância física.
de R$ 10.000,00 e depreciação acumulada de R$ 7.000,00 Um Ativo satisfaz o critério de identificação, em termos de
Imobilizado definição de um Ativo Intangível, quando:
Máquina 10.000 a) for separável, ou seja, puder ser separado da entidade
   e vendido, transferido, licenciado, alugado ou trocado, individ-
  
   (-) Depreciação Acumulada 7.000
ualmente ou junto com um contrato, Ativo ou Passivo relacio-
     D – Depreciação Acumulada--------- R$ 7.000,00 nado, independente da intenção de uso pela entidade; ou
   D – Contas a Receber/Caixa----------R$ 3.200,00 b) resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais,
     C – Máquinas-------------------------R$ 10.000,00
  
   independentemente de tais direitos serem transferíveis ou
  
   C – Outras Receitas separáveis da entidade ou de outros direitos e obrigações.
     Lucro na Venda de Imobilizado-------R$ 200,00
Ganho de capital: preço de venda > valor contábil
Reconhecimento
Perda de capital: preço de venda < valor contábil
Um Ativo Intangível deve ser reconhecido apenas se:
Ex.: (Ministério do Turismo/Contador/ESAF-2014) A em- a) for provável que os benefícios econômicos futuros esper-
 presa Máquinas, Móveis e Mercadorias S.A., em abril de ados atribuíveis ao Ativo serão gerados em favor da entidade; e
 2009, adquiriu 4 máquinas de igual valor e pagou por b) o custo do Ativo possa ser mensurado com confiabili-
elas, à vista, R$ 10.000,00. A vida útil foi estimada em dade.
10 anos e o valor residual em 20%. Em 30 de setembro Obs.: a norma deixa claro que, se as condições não pud-
de 2013, a empresa vendeu uma dessas máquinas por R$ erem ser atendidas, os gastos devem ser lançados como DES-
1.000,00, a prazo. PESA.
Uma vez realizada esta operação, pode-se dizer que a em- Custo de Aquisição
presa contabilizou perda de capital no valor de
Um Ativo Intangível deve ser reconhecido inicialmente ao
a) R$ 600,00. custo.
b) R$ 375,00. O custo de Ativo Intangível adquirido separadamente in-
c) R$ 500,00. clui:
d) R$ 100,00. a) seu preço de compra, acrescido de impostos de impor-
tação e impostos não recuperáveis sobre a compra, depois de
e) R$ 875,00. deduzidos os descontos comerciais e abatimentos; e
C b) qualquer custo diretamente atribuível à preparação do
Data aquisição: 04/2009 Ativo para a finalidade proposta.
Custo de cada máquina: R$ 2.500,00 Exemplos de custos diretamente atribuíveis são:
V. útil: 10 anos = 120 meses a) custos de benefícios aos empregados (conforme CPC 33
V. residual: 20% – Benefícios a Empregados) incorridos diretamente para que
Data venda: 30/09/2013 PV = R$ 1.000,00 o Ativo fique em condições operacionais (de uso ou funcio-
1º passo: encontrar o valor contábil da máquina na data da namento);
venda; para isso, precisamos calcular a depreciação acumula- b) honorários profissionais diretamente relacionados para
da do período. que o Ativo fique em condições operacionais; e
Uso: 4/2009 a 30/09/2013 c) custos com testes para verificar se o Ativo está funcio-
2009 = 9 meses nando adequadamente.
2010/2011/2012 = 36 meses Exemplos de gastos que não fazem parte do custo de Ativo
Intangível:
3013 = 9 meses
a) custos incorridos na introdução de novo produto ou Início da Amortização
serviço (incluindo propaganda e atividades promocionais);
A amortização deve ser iniciada a partir do momento em
b) custos da transferência das atividades para novo local que o Ativo estiver disponível para uso, ou seja, quando se en-
ou para nova categoria de clientes (incluindo custos de trein- contrar no local e nas condições necessários para que possa
amento); e funcionar da maneira pretendida pela administração.
c) custos administrativos e outros custos indiretos. A amortização deve cessar na data em que o Ativo é classi-
O reconhecimento dos custos no valor contábil de Ativo ficado como mantido para venda ou incluído em um grupo de
Intangível cessa quando esse Ativo está nas condições opera- Ativos classificado como mantido para venda.
cionais pretendidas pela administração.
Método de Amortização
Vida Útil O valor amortizável de Ativo Intangível com vida útil defin-
A entidade deve avaliar se a vida útil de Ativo Intangível ida deve ser apropriado de forma sistemática ao longo da sua
é definida ou indefinida e, no primeiro caso, a duração ou o vida útil estimada.
volume de produção ou unidades semelhantes que formam Podem ser utilizados vários métodos de amortização
essa vida útil. para apropriar de forma sistemática o valor amortizável de
A entidade deve atribuir vida útil indefinida a um Ativo In- um Ativo ao longo da sua vida útil. Tais métodos incluem o
tangível quando, com base na análise de todos os fatores rele- método linear, também conhecido como método de linha
vantes, não existe um limite previsível para o período durante reta, o método dos saldos decrescentes e o método de uni-
o qual o Ativo deverá gerar fluxos de caixa líquidos positivos dades produzidas.
para a entidade.
A contabilização de Ativo Intangível baseia-se na sua vida útil. Método Linear ou Quotas
Sobre amortização Constantes (mais utilizado)
Vida útil Definida Sujeito ao teste de A taxa de amortização é fixada tendo em vista o tempo
recuperabilidade de utilização do bem intangível, podendo tal tempo ser fixado
Ativo Intangível em lei que regule os direitos sobre o bem, em contrato ou ser
Não sobre amortização
Vida útil Indefinida proveniente da natureza do bem com existência limitada.
Sujeito ao teste de
recuperabilidade Exemplo:
Em 02.01.X8 a Cia. Alfa adquiriu o direito de explorar a
Amortização linha de transporte pelos 10 anos subsequentes. O custo para
obter a concessão foi R$ 600.000,00.
Amortização é a alocação sistemática do valor amor- Concessão obtida: R$ 600.000,00  
tizável de Ativo Intangível ao longo da sua vida útil.
Tx. amortização: 100%/10 = 10%a.a    
Aplicável aos bens imateriais (direito), intangíveis, ou
(Encargo) Despesa Amortização Anual: 600.000x 10% =
 
incorpóreos.
R$ 60.000,00 a.a ou
 
Bens Intangíveis sujeitos à

600.000 = 60.000 a.a  
Amortização - Art. 325/RIR  10 
 
Poderão ser amortizados: Amortização acumulada  
I. o capital aplicado na aquisição de direitos cuja Tempo se uso: 3 anos
existência ou exercício tenha duração limitada, ou Tx. acumulada: 10% x 3 = 30%
de bens cuja utilização pelo contribuinte tenha o Amortização Acumulada: 600.000 x 30%= 180.000 ou
 prazo legal ou contratualmente limitado, tais como: 600.000 x 3 = 180.000
a)  patentes de invenção, fórmulas e processos  10

 O 
de fabricação, direitos autorais, licenças, autor-
 Ç 
Valor contábil: custo de aquisição (-) Amort. Acumulada =  Õ  
izações ou concessões;

600.000 – 180.000 = R$ 420.000,00  S 
b) investimento em bens que, nos termos da lei

Lançamento Contábil

ou contrato que regule a concessão de serviço E 
 C 
 público, devem reverter ao poder concedente, ao A amortização deve normalmente ser reconhecida no re-  O 

fim do prazo da concessão, sem indenização; sultado. No entanto, por vezes, os benefícios econômicos fu-  O 
M
c) custo de aquisição, prorrogação ou modificação turos incorporados no Ativo são absorvidos para a produção I  

de contratos e direitos de qualquer natureza, inclu- de outros Ativos. Nesses casos, a amortização faz parte do cus-
 sive de exploração de fundos de comércio; to de outro Ativo, devendo ser incluída no seu valor contábil.
d) custos das construções ou benfeitorias em bens lo- D- Despesa (custo) com Amortização.
cados ou arrendados, ou em bens de terceiros, quan- C- Amortização Acumulada.
do não houver direito ao recebimento de seu valor; Ex.: (CESPE) No que se refere ao disposto no Comitê
e) o valor dos direitos contratuais de exploração de Pronunciamentos Contábeis 04 – Ativo Intangível, 591
de florestas de que trata o art. 328.  julgue o item seguinte. O valor amortizável de Ativo In-
tangível com vida útil indefinida deverá ser amortizado Tempo de uso: 9 anos
592 de modo a refletir o padrão de consumo, pela entidade, Tx. Acumulada: 5% x 9 = 45%
dos benefícios econômicos futuros. Exaustão Acumulada: 150.000 x 45% = 67.500
CPC 04 – Intangível Valor Contábil: Custo = 150.000
Ativo Intangível é um Ativo não monetário identificável (-) E/Ac: = (67.500)
sem substância física.
R$ 82.500,00
   A Amortização é a alocação sistemática do valor amortizável
   I
de Ativo Intangível ao longo da sua vida útil. Exaustão em função da relação do período e da pos-
   M sança conhecida da mina:
   O
   N A entidade deve avaliar se a vida útil de Ativo Intangível
   O é definida ou indefinida e, no primeiro caso, a duração ou o Método das unidades extraídas.
   C
   E volume de produção ou unidades semelhantes que formam Exemplo:
   E
   D essa vida útil. Custo de concessão = R$ 150.000,00
   S Possança conhecida = 50.000m3
   E A entidade deve atribuir vida útil indefinida a um Ativo In-
    Õ
   Ç tangível quando, com base na análise de todos os fatores rele- Produção do ano = 2.000m3
   O
   N vantes, não existe um limite previsível para o período durante Taxa de exaustão do ano =prod. ano/possança =
o qual o Ativo deverá gerar fluxos de caixa líquidos positivos 2.000/50.000 = 4%a.a ou
para a entidade. Tempo previsto para esgotamento da mina = possança/
A contabilização de Ativo Intangível baseia-se na sua vida prod. ano = 50.000/2.000 = 25 anos = 4%a.a
útil. Um Ativo Intangível com vida útil definida deve ser amor- (Encargo) Despesa de Exaustão do ano   = 4% x R$
   tizado, enquanto a de um Ativo Intangível com vida útil in- 150.000,00 = 6.000,00 ou
  
   definida não deve ser amortizado.
     Exaustão Exaustão de Recursos Florestais
   Só haverá exaustão de recursos florestais quando o esgota-
     Conceito mento dos recursos estiver previsto para ocorrer antes do fim do
  
  
   Corresponde à perda do valor, decorrente da sua exploração,
   de direitos
prazo contratual, ou quando o prazo de exploração dos recursos
cujo objeto seja recursos minerais ou florestais, ou bens for indeterminado.
     aplicados nessa exploração. Hipóteses de exploração dos recursos florestais:
Valor desembolsado para exercer o direito de exploração 1) Quando o prazo contratual for inferior ao período previs-
+ todos os dispêndios necessários a essa exploração to para esgotamento dos recursos florestais, a perda de valor
será contabilizada como amortização, e não como exaustão,
Base de Cálculo da Exaustão visto que, antes do esgotamento dos recursos, o direito de ex-
Lançamento: ploração terá terminado.
D- Despesa Exaustão. 2) Quando o esgotamento dos recursos estiver previsto para
C- Exaustão Acumulada. ocorrer antes do fim do prazo contratual, a perda de valor será
contabilizada como exaustão.
 Não Devem Sofrer Exaustão 3) Quando o prazo de exploração dos recursos for indeter-
▷ Recursos minerais que não têm previsão de esgot- minado, a perda de valor será contabilizada como exaustão.
amento. 4) Os projetos florestais destinados à exploração dos re-
▷ As florestas destinadas à exploração dos respectivos spectivos frutos sujeitam-se à depreciação, calculada com
frutos sujeitam-se à depreciação e não à exaustão. base na vida útil estimada dos recursos florestais objeto da
▷ florestas plantadas com a finalidade de proteção do exploração.
solo ou do meio ambiente como um todo também Exemplo
não se sujeitam ao cômputo dos encargos das in- Bem a ser exaurido = Plantação de eucaliptos para uti-
versões (depreciação, amortização ou exaustão). lização em uma siderúrgica.
▷ Os direitos contratuais para a exploração de recursos Valor de Aquisição = R$ 600.000,00.
florestais por prazo determinado (inferior ao esgot- Quantidade total = 400 hectares de floresta com eucalipto
amento dos recursos) estão sujeitos à amortização, plantado.
e não à exaustão, cujo critério econômico será o pra- Extração do ano = 80 hectares da floresta.
zo de vigência do contrato. Taxa de exaustão do ano = 80/400 = 20%.
Exaustão de Recursos Minerais Despesa de exaustão = 600.000 x 20% = R$ 120.000,00.
Exaustão em função do prazo de concessão: Dec. 3000/99 RIR
Ex.: Art. 334. Poderá ser computada, como custo ou encar-
 go, em cada período de apuração, a importância corre-
Custo de Concessão = R$ 150.000,00  spondente à diminuição do valor de recursos florestais,
Prazo de concessão = 20 anos resultante de sua exploração (Lei nº 4.506, de 1964,
Taxa de exaustão anual = 100%/20 = 5% a.a artigo 59, e Decreto-Lei nº 1.483, de 1976, artigo 4º).
(Encargo) Despesa de exaustão (anual):  5% x 150.000,00 § 1º A quota de exaustão dos recursos florestais des-
= 7.500 tinados a corte terá como base de cálculo o valor das
florestas (Decreto-Lei nº 1.483, de 1976, artigo 4º, § 1º). c) A taxa de exaustão será de 12,5% ao ano. (verdadeiro)
§ 2º Para o cálculo do valor da quota de exaustão será v. útil = 8 anos
observado o seguinte critério (Decreto-Lei nº 1.483, de taxa = 100%/8 = 12,5% aa
1976, artigo 4º, § 2º): d) Ao fim do 5º ano, a exaustão acumulada será de 50% do
I  - apurar-se-á, inicialmente, o percentual que custo da mina. (verdadeiro)
o volume dos recursos florestais utilizados ou a Exaustão/Ac: custo: 300.000
quantidade de árvores extraídas durante o período (-) V. residual: (60.000)
de apuração representa em relação ao volume ou à Vr. Exaurido: 240.000 x 5 = 150.000
quantidade de árvores que no início do período de 8
apuração compunham a floresta; Exaustão acumulada de R$ 150.000,00, que representa
II - o percentual encontrado será aplicado sobre o 50% do custo total da mina de R$ 300.000,00.
valor contábil da floresta, registrado no Ativo, e o e) O custo a ser baixado no ato da venda será de R$
resultado será considerado como custo dos recur- 90.000,00. (ERRADO)
 sos florestais extraídos.
O bem é baixado pelo seu valor contábil na data da venda.
§ 3º As disposições deste artigo aplicam-se também às
florestas objeto de direitos contratuais de exploração
Valor contábil: custo: 300.000
 por prazo indeterminado, devendo as quotas de ex- E/Ac: (150.000)
austão ser contabilizadas pelo adquirente desses dire- 150.000
itos, que tomará como valor da floresta o do contrato Valor contábil: R$ 150.000,00
(Decreto-Lei nº 1.483, de 1976, artigo 4º, § 3º).
Ex.: (ESAF) A mina Etereal, após a aquisição e instalação, ANOTAÇÕES
custara R$ 300.000,00 aos cofres da nossa empresa, mas
tinha capacidade estimada em 500 mil metros cúbicos
de minério e foi instalada com capacidade de exploração
em 8 anos, mantendo-se o residual de proteção de 20%
da capacidade produtiva. Ao fim do 5º ano de exploração
bem-sucedida, a mina foi alienada por R$ 200.000,00,
com quitação em vinte duplicatas mensais.
Analisando essas informações, assinale abaixo a única
assertiva que não é verdadeira.
a) A exploração anual será de 50 mil m� de minério.
b) A taxa de exaustão será de 10% do custo total  
por ano.    
c) A taxa de exaustão será de 12,5% ao ano.
 
d) Ao fim do 5º ano, a exaustão acumulada será de
 

50% do custo da mina.  
e) O custo a ser baixado no ato da venda será de R$

 
90.000,00.  
E
Custo: R$ 300.000,00
Capacidade estimada: 500 mil m3
Capacidade de exploração: 8 anos N 
Residual de proteção: 20%  O 
 Ç 
Uso: 5 anos  Õ  

PV: R$ 200.000,00  S 

a) A exploração anual será de 50 mil m� de minério. (ver-




dadeiro)

 C 
capacidade estimada – residual de proteção/v. útil =
 O 

500.000 – 100.000 = 400.000/8 = 50.000m3
 O 
M
Residual de proteção: 20% x 500.000 = 100.000 I  

b) A taxa de exaustão será de 10% do custo total por ano.
(verdadeiro)
Custo mina – valor residual/v. útil = 300.000 – 60.000 =
240.000/8 = 30.000
Vr. Residual = 300.000 x 20% = 60.000
Despesa com exaustão é de R$ 30.000,00 que representa 593
10% do custo total da mina de R$ 300.000,00
594
14. Demonstrações Contábeis a)  os principais critérios de avaliação dos ele-
mentos patrimoniais, especialmente estoques,
dos cálculos de depreciação, amortização e ex-
Lei nº 6.404/76 austão, de constituição de provisões para encar-
 gos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas
Exercício Social  prováveis na realização de elementos do Ativo;
Art. 175. O exercício social terá duração de 1 (um) ano e b) os investimentos em outras sociedades, quando
   A
   I a data do término será fixada no estatuto. relevantes (art. 247, parágrafo único);
   M
   O Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos c) o aumento de valor de elementos do Ativo re-
   N
   O casos de alteração estatutária o exercício social poderá  sultante de novas avaliações (art. 182, § 3º);
   C
   E ter duração diversa. d) os ônus reais constituídos sobre elementos do
   E  Ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras
   D
   S Demonstrações Financeiras responsabilidades eventuais ou contingentes;
   E
    Õ
   Ç
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as
   O elaborar, com base na escrituração mercantil da com-  garantias das obrigações a longo prazo;
   N
 panhia, as seguintes demonstrações financeiras, que f) o número, espécies e classes das ações do cap-
deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio ital social;
da companhia e as mutações ocorridas no exercício: g) as opções de compra de ações outorgadas e
I - balanço patrimonial; exercidas no exercício;
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumu- h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, §
  
  
  
lados; 1o); e
III - demonstração do resultado do exercício; e  j) os eventos subsequentes à data de encerramento
     do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito
   IV – demonstração dos fluxos de caixa; e
relevante sobre a situação financeira e os resultados
     V – se companhia aberta, demonstração do valor
  
   adicionado. futuros da companhia.
  
   § 1º As demonstrações de cada exercício serão publica- § 6º  A companhia fechada com patrimônio líquido, na
     das com a indicação dos valores correspondentes das data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões
de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da
demonstrações do exercício anterior. ( Demonstrações
demonstração dos fluxos de caixa.” (NR)
Comparativas)
§ 7º A Comissão de Valores Mobiliários poderá, a seu
§ 2º  Nas demonstrações, as contas semelhantes critério, disciplinar de forma diversa o registro de que
 poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão trata o § 3o deste artigo.
 ser agregados, desde que indicada a sua natureza e Ex.: (ESAF) Assinale abaixo a opção correta.
não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respecti- a) Na constituição da companhia e nos casos de
vo grupo de contas; mas é vedada a utilização de des- alteração estatutária, o exercício social não poderá ter
ignações genéricas, como “diversas contas” ou “contas duração diferente de um ano.
correntes”. b) Nas demonstrações, as contas semelhantes
§ 3º As demonstrações financeiras registrarão a des- poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão ser
tinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos da agregados e é permitida a utilização dos termos “diver-
administração, no pressuposto de sua aprovação pela sas contas” ou “contas correntes”.
assembleia geral. c) As demonstrações financeiras registrarão a
§ 4º As demonstrações serão complementadas por notas destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos
explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações da administração no pressuposto de sua aprovação
contábeis necessários para esclarecimento da situação pat- pela assembleia geral.
rimonial e dos resultados do exercício. d) Na determinação do resultado do exercí-
§ 5º As notas explicativas devem: cio, serão computados as receitas e os rendimentos
I - apresentar informações sobre a base de prepa- ganhos e realizados no período, além dos custos,
ração das demonstrações financeiras e das práticas despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos.
contábeis específicas selecionadas e aplicadas para e) O aumento do valor de elementos do Ativo
negócios e eventos significativos; em virtude de novas avaliações, registrado como
II  - divulgar as informações exigidas pelas práti- reserva de reavaliação, poderá ser computado como
cas contábeis adotadas no Brasil que não este- lucro para efeito de distribuição de dividendos ou
 jam apresentadas em nenhuma outra parte das participações.
demonstrações financeiras; C.
III - fornecer informações adicionais não indicadas  Alternativa A. Lei nº 6.404/76, Art. 175. O exercício social
nas próprias demonstrações financeiras e consid- terá duração de 1 (um) ano e a data do término será fixada no
eradas necessárias para uma apresentação ade- estatuto.
quada; e Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos casos de
IV - indicar: alteração estatutária o exercício social poderá ter duração diversa.
 Alternativa B. Lei nº 6.404/76, Art. 176, § 2º Nas demons- Parágrafo único. Considera-se de grande porte , para os fins ex-
trações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os pe- clusivos desta Lei, a sociedade ou conjunto de sociedades sob
quenos saldos poderão ser agregados, desde que indicada a sua controle comum que tiver, no exercício social anterior  , Ativo to-
natureza e não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respec- tal superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões
tivo grupo de contas; mas é vedada a utilização de designações de reais) ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00
 genéricas, como “diversas contas” ou “contas correntes”. (trezentos milhões de reais). (Grifo nosso)
 Alternativa C. Lei nº 6.404/76, Art. 176, § 3º As demonstra- Ex.: (FGV) A alternativa que contém apenas relatórios
ções financeiras registrarão a destinação dos lucros segundo a que integram o conjunto completo de demonstrações
 proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de sua contábeis exigidas pelo Pronunciamento Técnico CPC –
aprovação pela assembleia geral.  26 (R1) - Apresentação das Demonstrações Contábeis é:
 Alternativa D. Lei 6.404/76, Art. 187, § 1º Na determinação a) balanço patrimonial, demonstração do resultado do
do resultado do exercício serão computados: exercício e relatório dos auditores independentes.
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, inde-
 pendentemente da sua realização em moeda; e b) demonstração do valor adicionado, relatório de
b ) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incor- sustentabilidade e balanço patrimonial.
ridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos.
c) notas explicativas, demonstração do resultado
 Alternativa E. A reserva de reavaliação foi extinta.
abrangente e demonstração das mutações do patri-
Lei nº 6.404/76 x CPC 26
Demonstrações Contábeis
mônio líquido.
Lei 6.404/76 CPC 26 – Apresentação das DCs d) demonstração do resultado abrangente, relatório
Balanço patrimonial ao final do da administração e demonstração dos lucros acumu-
Balanço Patrimonial.
período. lados.
Demonstração dos lucros Demonstração do resultado do
ou prejuízos acumulados. período. e) demonstração das mutações do patrimônio líquido,
Demonstração do resultado Demonstração do resultado abrangen- demonstração do resultado do exercício e relatório da
do exercício. te do período. administração.
Demonstração dos fluxos Demonstração das mutações do C.
de caixa. patrimônio líquido do período.
CPC 26 (R1) - Apresentação das Demonstrações Contábeis 
Se companhia aberta, O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui:
Demonstração dos fluxos de caixa do
demonstração do valor
período. (a) balanço patrimonial ao final do período;
 
adicionado.
(b1) demonstração do resultado do período;
   
Balanço patrimonial do início do
§ 6º A companhia fechada
 
período mais antigo, comparati- (b2) demonstração do resultado abrangente do período;
com patrimônio líquido, na  
vamente apresentado, quando a (c) demonstração das mutações do patrimônio líquido do pe-
data do balanço, inferior 
entidade aplicar uma política contábil ríodo;
a R$ 2.000.000,00 (dois  
retrospectivamente ou proceder à rea-
milhões de reais) não será (d) demonstração dos fluxos de caixa do período;

presentação retrospectiva de itens das  
obrigada à elaboração e
publicação da demon-
demonstrações contábeis, ou quando (e) notas explicativas, compreendendo as políticas contábeis  
stração dos fluxos de caixa.
proceder à reclassificação de itens de  significativas e outras informações elucidativas;
suas demonstrações contábeis. (ea) informações comparativas com o período anterior 
Demonstração do valor adicionado do (f) balanço patrimonial do início do período mais antigo, com-
período.  parativamente apresentado, quando a entidade aplicar uma
A CVM determina que as cias abertas devam publicar a  política contábil retrospectivamente ou proceder à reapresen- N 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL, tação retrospectiva de itens das demonstrações contábeis, ou
 O 
 Ç 
ficando desobrigadas, portanto, de elaborar a Demonstração quando proceder à reclassificação de itens de suas
 Õ  

de Lucros ou Prejuízos Acumulados- DLPA.
 S 
(f1) demonstração do valor adicionado do período, conforme D 
O CPC 26 inclui na composição do conjunto completo de Pronunciamento Técnico CPC 09, se exigido legalmente ou por

demonstrações contábeis: algum órgão regulador ou mesmo se apresentada voluntaria-



 C 
mente.
 O 
a) notas explicativas, compreendendo as políticas con- N 
tábeis significativas e outras informações elucidativas;
 O 
 A entidade pode usar outros títulos nas demonstrações em vez da- M
b) informações comparativas com o período anterior. queles usados neste Pronunciamento Técnico, desde que não con-
I  

Demonstrações Financeiras de Sociedades de Grande Porte trarie a legislação societária brasileira vigente.
Lei 11.638/07, Art. 3º Aplicam-se às sociedades de grande por-
te, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por
Escrituração
ações, as disposições da Lei nº 6.404/76, sobre escrituração e Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em
elaboração de demonstrações financeiras e a obrigatoriedade de registros permanentes, com obediência aos preceitos
auditoria independente por auditor registrado na Comissão de da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de 595
Valores Mobiliários. contabilidade geralmente aceitos, devendo observar
métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e VII- o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu
596 registrar as mutações patrimoniais segundo o regime montante por ação do capital social.
de competência. § 1º Na determinação do resultado do exercício serão
§ 1º As demonstrações financeiras do exercício em que computados:
houver modificação de métodos ou critérios contábeis, a) as receitas e os rendimentos ganhos no perío-
de efeitos relevantes, deverão indicá-la em nota e res- do, independentemente da sua realização em
   A
 saltar esses efeitos. moeda; e
   I
   M § 2º  A companhia observará exclusivamente em liv- b ) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos
   O ros ou registros auxiliares, sem qualquer modificação
   N ou incorridos, correspondentes a essas receitas e
   O da escrituração mercantil e das demonstrações regu- rendimentos.
   C
   E ladas nesta Lei, as disposições da lei tributária, ou de
   E Demonstração do Resultado do Exercício – Lei nº 6.404/76
   D legislação especial sobre a atividade que constitui seu
   S objeto, que prescrevam, conduzam ou incentivem a RECEITA BRUTA
   E
    Õ utilização de métodos ou critérios contábeis diferentes
   Ç Vendas Brutas
   O ou determinem registros, lançamentos ou ajustes ou a
   N Prestação de Serviços
elaboração de outras demonstrações financeiras.
§ 3º  As demonstrações financeiras das companhias (-) DEDUÇÕES DA RECEITA
abertas observarão, ainda, as normas expedidas pela Impostos s/ Vendas e Serviços (ICMS, ISS, PIS, COFINS)
Comissão de Valores Mobiliários e serão obrigatoria- Devoluções ou Cancelamentos
   mente submetidas a auditoria por auditores indepen-
  
   dentes nela registrados. Descontos Incondicionais e Abatimentos
(=) RECEITA LÍQUIDA
     § 4º  As demonstrações financeiras serão assinadas
    pelos administradores e por contabilistas legalmente (-) Custo das mercadorias vendidas ou dos produtos e serviços
     habilitados. vendidos
  
  
  
  
§ 5º  As normas expedidas pela Comissão de Valores (=) LUCRO BRUTO OU RESULTADO OPERACIONAL BRUTO
Mobiliários a que se refere o § 3º deste artigo deverão (-) DESPESAS OPERACIONAIS
      ser elaboradas em consonância com os padrões inter-
nacionais de contabilidade adotados nos principais (-) Despesas com Vendas
mercados de valores mobiliários. (-) Despesas Administrativas
§ 6º As companhias fechadas poderão optar por ob- (-) Despesas Financeiras
 servar as normas sobre demonstrações financeiras ex- (+) Receitas Financeiras
 pedidas pela Comissão de Valores Mobiliários para as
companhias abertas. (-) Outras Despesas Operacionais
(+) Outras Receitas Operacionais
Demonstração do Resultado (=) RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO OU LUCRO/PREJUÍZO
do Exercício OPERACIONAL
(+) Outras Receitas
Lei nº 6.404/76 (-) Outras Despesas
Art. 187.  A demonstração do resultado do exercício (=) RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA = LAIR
discriminará: (-) Contribuição Social s/ o Lucro (CSLL)
I. a receita bruta das vendas e serviços, as de-
duções das vendas, os abatimentos e os impostos; (-) Imposto de Renda s/ o Lucro
II. a receita líquida das vendas e serviços, o custo das (=) LUCRO APÓS O IMPOSTO DE RENDA = LAPIR
mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; (-) PARTICIPAÇÕES ESTATUTÁRIAS
III. as despesas com as vendas, as despesas finan- Debêntures
ceiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais
Empregados
e administrativas, e outras despesas operacionais;
IV - o lucro ou prejuízo operacional, as outras re- Administradores
ceitas e as outras despesas; Partes Beneficiárias
V. o resultado do exercício antes do Imposto sobre Fundos de Assistência de Empregados
a Renda e a provisão para o imposto; (=) LUCRO/ PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
VI - as participações de debêntures, empregados,
LUCRO/PREJUÍZO LÍQUIDO POR AÇÃO = Lucro líquido/Nº de ações
administradores e partes beneficiárias, mesmo na em circulação
forma de instrumentos financeiros, e de institu-
Outras receitas e outras despesas  = ganho ou perda de
ições ou fundos de assistência ou previdência de
capital decorrente da venda de Ativo fixo (investimento, imo-
empregados, que não se caracterizem como des-
bilizado ou intangível) ou perda de capital pela baixa do Ativo
 pesa;
fixo por perecimento, obsolescência ou extinção.
Participações estatutárias   = são participações no lucro (-) Contribuição Social s/ o Lucro (CSLL)
previstas no estatuto. São determinadas sucessivamente e
nessa ordem, pois cada participação diminui a base de cálculo (-) Imposto de Renda s/ o Lucro
da participação seguinte. (=) RESULTADO DAS OPERAÇÕES CONTINUADAS
Ex.: (+/-) RESULTADO LÍQUIDO DAS OPERAÇÕES DESCONTINUADAS
(=) LUCRO APÓS O IMPOSTO DE RENDA = LA-
 = RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO.
PIR--------10.000
(-) PARTICIPAÇÕES ESTATUTÁRIAS  Novidades CPC 26
 Debêntures  = 10% x 10.000 = 1.000 1) Início a partir da receita líquida
 Empregados  = 10% (10.000 – 1.000) = 900 CPC 30, Item 8: Para fins de divulgação na demonstração
 Administradores = 0 do resultado, a receita inclui somente os ingressos brutos de
 Partes Beneficiárias  = 5% (9.000 – 900) = 405  benefícios econômicos recebidos e a receber pela entidade
 Fundos de Assistência de Empregados = 0 quando originários de suas próprias atividades. As quantias co-
bradas por conta de terceiros – tais como tributos sobre vendas,
CPC 26 tributos sobre bens e serviços e tributos sobre valor adicionado
Além dos itens requeridos em outros Pronunciamentos não são benefícios econômicos que fluam para a entidade e não
do CPC, a demonstração do resultado do período deve, no resultam em aumento do patrimônio líquido. Portanto, são ex-
mínimo, incluir as seguintes rubricas, obedecidas também as cluídos da receita.
determinações legais: 2) Separação das receitas e despesas financeiras
(a) receitas; No modelo previsto no CPC 26, as receitas e despesas finan-
(aa) ganhos e perdas decorrentes de baixa de Ativos finan- ceiras devem ser destacadas após o resultado antes das receitas
ceiros mensurados pelo custo amortizado; e despesas financeiras. A separação do resultado financeiro evi-
dencia com mais propriedade o resultado oriundo das operações
(b) custos de financiamento; da empresa.
(c) parcela dos resultados de empresas investidas recon- 3) Resultado de operações descontinuadas
hecida por meio do método da equivalência patrimonial; Segundo ED Luiz Ferrari:
(d) tributos sobre o lucro; ▷ Operações continuadas: são aquelas que a empresa
(ea) um único valor para o total de operações descontinua- pretende realizar para o presente e futuro, pois tais
das (ver Pronunciamento Técnico CPC 31); operações têm, por prazo indeterminado, o potencial
(f) em atendimento à legislação societária brasileira vigen- de gerar receitas e atrair a atenção dos consumidores.
te na data da emissão deste Pronunciamento, a demonstração ▷ Operações descontinuadas: operações que a empresa
do resultado deve incluir ainda as seguintes rubricas: apoio no passado, mas não irá dar continuidade no
futuro. Estão em processo de acabar até acabar e não
 
(i) custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços
vendidos; necessariamente aquelas que já acabaram, de forma    
que num determinado período presente ainda podem
 
(ii) lucro bruto; gerar resultados para empresa até o momento de efe-  
(iii) despesas com vendas, gerais, administrativas e outras tivamente acabarem. 
despesas e receitas operacionais; CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Oper-
 

(iv) resultado antes das receitas e despesas financeiras; ação Descontinuada, item 32, define:  
Uma operação descontinuada é um componente da enti-
 
(v) resultado antes dos tributos sobre o lucro;
dade que foi baixado ou está classificado como mantido para
(vi) resultado líquido do período. venda e
Demonstração do Resultado do Exercício – CPC 26 (a) representa uma importante linha separada de negócios
ou área geográfica de operações;
RECEITA LÍQUIDA
(b) é parte integrante de um único plano coordenado para N 
(-) Custo das mercadorias vendidas ou dos produtos e serviços venda de uma importante linha separada de negócios ou área
 O 
 Ç 
vendidos geográfica de operações; ou
 Õ  

(=) LUCRO BRUTO OU RESULTADO OPERACIONAL BRUTO (c) é uma controlada adquirida exclusivamente com o ob-
 S 

 jetivo da revenda.

(-) Despesas com Vendas

Vale ressaltar que não são as vendas normais de Ativo

 C 
(-) Despesas Administrativas Imobilizado e sim vendas relativas a divisões, produtos ou
 O 

(-) Despesas gerais atividades que a empresa abandonou que não existirão mais  O 
no futuro.
M
(-) Outras Despesas Operacionais/ Outras despesas
I  

A primeira forma de análise é o método da natureza da
(+) Outras Receitas Operacionais/ Outras receitas despesa. As despesas são agregadas na demonstração do
(=) RESULTADO ANTES DAS RECEITAS E DESPESAS FINANCEIRAS resultado de acordo com a sua natureza (por exemplo, de-
(-) Despesas Financeiras preciações, compras de materiais, despesas com transporte,
benefícios aos empregados e despesas de publicidade), não
 (+) Receitas Financeiras sendo realocados entre as várias funções dentro da entidade. 597
(=) RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA = LAIR Esse método pode ser simples de aplicar, porque não são
necessárias alocações de gastos a classificações funcionais. Ex.: (FGV) O Frigorífico Eta S.A. atua em três diferentes
598 Um exemplo de classificação que usa o método da natureza  segmentos, que durante x1 apresentaram os seguintes
do gasto é o que se segue: resultados, apurados em 31/12, em milhares de reais:
Receitas X
Outras Receitas X
   A
   I
Variação do estoque de produtos X
   M acabados e em elaboração
   O
   N Consumo de matérias-primas e X
   O
   C materiais
   E
   E Despesa com benefícios a X
   D
   S
empregados Devido à baixa rentabilidade do segmento
   E
    Õ
   Ç
Depreciações e amortizações X de aves, a direção do Frigorífico Eta S.A. deu início, em
   O
   N
Outras despesas X novembro de x1, a um plano para vender esse segmento
Total da despesa (X) de negócios, tendo iniciado um programa firme para
Resultado antes dos tributos X localizar um comprador e concluir o plano. O segmento
A segunda forma de análise é o método da função da despesa estava disponível para venda imediata em suas condições
ou do “custo dos produtos e serviços vendidos”, classificando-se
   atuais, e a direção da companhia acreditava ser altamente
  
  
as despesas de acordo com a sua função como parte do custo dos
provável que a venda estivesse concluída até o final do
produtos ou serviços vendidos ou, por exemplo, das despesas
    
   de distribuição ou das atividades administrativas. No mínimo, a primeiro semestre de x2. Durante dezembro de x1 a dire-
     entidade deve divulgar o custo dos produtos e serviços vendidos ção do Frigorífico Eta S.A. passou a discutir a possibilidade
  
  
  
  
segundo esse método separadamente das outras despesas. Esse de concentrar suas atividades apenas no segmento de
método pode proporcionar informação mais relevante aos usuári-
     os do que a classificação de gastos por natureza, mas a alocação suínos, devido a sua maior rentabilidade, e colocar à venda
de despesas às funções pode exigir alocações arbitrárias e envolv- também o segmento de bovinos.
er considerável julgamento. Um exemplo de classificação que uti- Nas demonstrações contábeis do Frigorífico
liza o método da função da despesa é a seguinte: Eta S.A. relativas a x1, o resultado líquido das opera-
Receitas X ções continuadas será apresentado por:
Custo dos produtos e serviços (X) a) R$ 980.000.
vendidos
b) R$ 2.100.000.
Lucro bruto X
c) R$ 2.240.000.
Outras receitas X
d) R$ 2.940.000.
Despesas de vendas (X)
e) R$ 3.080.000.
Despesas administrativas (X)
D.
Outras despesas (X)
Segundo os dados do enunciado, em novembro de X1, a cia.
Resultado antes dos tributos X iniciou um plano para vender o segmento de aves, tendo ini-
A escolha entre o método da função das despesas e o mét- ciado um programa firme para localizar um comprador e con-
odo da natureza das despesas depende de fatores históricos e cluir o plano. O segmento de aves também estava disponível
setoriais e da natureza da entidade. Ambos os métodos propor-  para venda imediata em suas condições atuais, devendo ser
cionam uma indicação das despesas que podem variar, direta classificado como Ativo mantido para venda, e seu resultado
ou indiretamente, com o nível de vendas ou de produção da demonstrado como Resultado de operações descontinuadas.
entidade.  Já o segmento de bovinos estava apenas em discussão da
Dado que cada método de apresentação tem seu mérito  possibilidade de também ser colocado à venda, a diretoria do
conforme as características de diferentes tipos de entidade, o Frigorífico está “discutindo a possibilidade” de atuar apenas
Pronunciamento Técnico estabelece que cabe à administração no segmento de suínos, não atendendo aos requisitos para ser
eleger o método de apresentação mais relevante e confiável, classificado como Ativo mantido para venda.
atendidas as exigências legais. Entretanto, tendo em vista que Portanto, o resultado líquido das operações continuadas apu-
a informação sobre a natureza das despesas é útil ao prever os rados em 31/12, em milhares de reais, será de:
futuros fluxos de caixa, é exigida divulgação adicional quando Lucro Líquido Suínos ................................................ 2.100
for usada a classificação com base no método da função das + Lucro Líquido Bovinos ............................................. 840
despesas. = Resultado líquido das operações continuadas ....... 2.940
Lucro, Participações e Destinações. Ex.: (ESAF) O estatuto social da Cia. Amarílis prevê direito
à participação nos lucros de empregados, administra-
Dedução de Prejuízos e Imposto sobre a Renda dores e as debêntures emitidas, a base de 10% cada uma.
Em um determinado período, o valor do Lucro após o Im-
Art. 189.  Do resultado do exercício serão deduzidos,  posto de Renda e Contribuições foi de R$ 1.500.000,00
 antes de qualquer participação, os prejuízos acumu- e, no mesmo período, a empresa apresenta um saldo de
 lados  e a provisão para o Imposto sobre a Renda.  prejuízos acumulados no valor de R$ 450.000,00. Com
base nessas informações e de acordo com o estabelecido
Parágrafo único. O prejuízo do exercício será obriga- no artigo 187 da Lei n° 6.404/76, é correto afirmar que,
toriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas nesse período,
reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem. a) o valor a ser transferido para o Patrimônio
Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser Líquido é de R$ 984.150,00.
utilizadas para:
b) o lucro líquido apurado no exercício é de R$
I  - absorção de prejuízos que ultrapassarem os
900.000,00.
lucros acumulados e as reservas de lucros (artigo
189, parágrafo único). (Grifo nosso) c) a provisão para participação dos Administra-
dores foi R$ 150.000,00.
d) a provisão para participações a empregados
é de R$ 94.500,00.
e) a provisão para participação de debêntures é
de R$ 76.545,00.
DRE Cálculo extracontábil
Antes da transferência do prejuízo do exercício apurado na
LAPIR----1.500.000 LAPIR----1.500.00
DRE para a conta de prejuízo acumulado, deve-se observar o
Debenturista----(105.000) (-) Prejuízo acumulado----(450.000)
parágrafo único do art. 189 e, havendo saldo remanescente, a
Empregado----(94.500) BC debenturista----1.050.000
transferência é concluída.
Administradores----(85.050) Debenturista – 10%----(105.000)
LLE----1.215.450 BC empregado----945.000  
Empregado – 10%----(94.500)    
BC administradores----850.500  
Administradores----(85.050)
 
Participações 
Lucro-----765.450  
Art. 190.  As participações estatutárias de emprega- *BC = base de cálculo

 
dos, administradores e partes beneficiárias  serão de- Os valores das participações calculados extracontabilmente serão  
terminadas, sucessivamente e nessa ordem, com base transferidos para DRE.
nos lucros que remanescerem depois de deduzida a Para evitarmos esse “vai e volta” de informações, a única
 participação anteriormente calculada. diferença dos valores apresentados na DRE e no cálculo
extracontábil é o prejuízo acumulado, então poderíamos
Parágrafo único. Aplica-se ao pagamento das partici- chegar ao LLE da seguinte maneira: Lucro + Prejuízo acu- N 
 pações dos administradores e das partes beneficiárias
 O 
mulada = 765.450 + 450.000 = R$ 1.215.450,00
 Ç 
 Õ  
o disposto nos parágrafos do artigo 201. (Grifo nosso) E 
RESPOSTA: D.
 S 

Convém observar que apesar de o Art. 190 não fazer


Lucro Líquido

referência aos debenturistas, esta participação deverá ser a



 C 
Art. 191. Lucro líquido do exercício é o resultado do exercí-
 O 
primeira a ser calculada (vide Art. 187). N 
cio que remanescer depois de deduzidas as participações
 O 
A conta Prejuízo Acumulado não faz parte da DRE, mas
M
de que trata o artigo 190. I  

ela influência na base de cálculo das participações estatutárias
Proposta de Destinação do Lucro
(vide Art. 190). A DRE evidencia as receitas e despesas do
período, o prejuízo acumulado corresponde a prejuízos de Art. 192. Juntamente com as demonstrações financeiras
do exercício, os órgãos da administração da companhia
períodos anteriores. Por esse motivo, não devem contar na apresentarão à assembleia geral ordinária, observado o
DRE do exercício atual, fazendo-se necessários cálculos extra- disposto nos artigos 193 a 203 e no estatuto, proposta 599
contábeis.  sobre a destinação a ser dada ao lucro líquido do exercício.
Demonstração do Lucro ou CPC 23 - Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e
600 Retificação de Erro.
Prejuízo Acumulado – DLPA Mudança na estimativa contábil é um ajuste nos saldos
contábeis de Ativo ou de Passivo, ou nos montantes relativos
ao consumo periódico de Ativo, que decorre da avaliação da
situação atual e das obrigações e dos benefícios futuros es-
   A
perados, associados aos Ativos e Passivos. As alterações nas
   I estimativas contábeis decorrem de nova informação ou in-
   M
   O
   N
ovações e, portanto, não são retificações de erros. Aplicação
   O Lei 6.404/76- Art. 186. retrospectiva.
   C
   E  A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados Erros de períodos anteriores são omissões e incorreções nas
   E
   D discriminará: demonstrações contábeis da entidade de um ou mais períodos
   S anteriores decorrentes da falta de uso, ou uso incorreto, de infor-
   E
    Õ I. o saldo do início do período, os ajustes de exer- mação confiável que: (a) estava disponível quando da autorização
   Ç
   O cícios anteriores e a correção monetária do saldo para divulgação das demonstrações contábeis desses períodos; e
   N
inicial; (b) pudesse ter sido razoavelmente obtida e levada em consid-
II. as reversões de reservas e o lucro líquido do ex- eração na elaboração e na apresentação dessas demonstrações
ercício; contábeis. Tais erros incluem os efeitos de erros matemáticos,
erros na aplicação de políticas contábeis, descuidos ou interpre-
III. as transferências para reservas, os dividendos, a tações incorretas de fatos e fraudes. Aplicação retrospectiva.
    parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo
  
   ao fim do período.
Ex.:
No exercício de 2015 a Cia. Chaves deixou de registrar uma
     nota fiscal de venda a prazo no valor de R$ 10.000,00. Isso
   § 1º   Como ajustes de exercícios anteriores serão
 provocou a redução do lucro daquele exercício.
     considerados apenas os decorrentes de efeitos da
  
   mudança de critério contábil, ou da retificação de
O erro foi percebido somente em 2016. Não sendo possível
  
   erro imputável a determinado exercício anterior,
contabilizar uma venda de 2015 em 2016, devido ao regime
de competência, é feito um ajuste diretamente na conta de
     e que não possam ser atribuídos a fatos subse-
lucros acumulados por meio do seguinte lançamento:
quentes. D- Duplicata a receber.
§ 2º  A demonstração de lucros ou prejuízos acu- C- Lucros Acumulados.
mulados deverá indicar o montante do dividendo É importante lembrar que as contas de resultado são en-
 por ação do capital social e poderá ser incluída na cerradas ao final de cada período. Por isso, uma receita de ex-
demonstração das mutações do patrimônio líquido, ercícios anteriores não pode ser reconhecida no período atual.
 se elaborada e publicada pela companhia. Já as contas patrimoniais têm os seus saldos acumulados de
ESTRUTURA DE DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS um período para outro, permitindo a correção diretamente na
ACUMULADOS conta de lucros acumulados e duplicata a receber.
Ex.: (2015/CESPE/CGE-PI) De acordo com a Lei n.º
 Saldo no Início do Período 6.404/1976, julgue o próximo item, a respeito da elab-
(+/-) Ajuste de Exercícios Anteriores oração e apresentação das principais demonstrações
(+) Reversões de Reservas de Lucros
contábeis.
(+/-) Lucro (Prejuízo) Líquido do Exercício Os ajustes de exercícios anteriores devem ser evi-
(-) Transferências para reservas de lucros
denciados na demonstração de lucros ou prejuízos acumula-
dos quando motivados por mudança de critério contábil ou
(-) Dividendos (indicando o dividendo por ação) por retificação de erro atribuível a um exercício anterior, e
(-) Parcela dos lucros incorporada ao capital não puderem ser atribuídos a fatos subsequentes.
(-) Dividendos antecipados (art.204) Comentário:
(=) Saldo ao final do período
Ajuste de Exercícios Anteriores
Art. 186. § 1º Ajustes de Exercícios anteriores
Art. 186. § 1º Ajustes de Exercícios anteriores  Como ajustes de exercícios anteriores serão con-
Como ajustes de exercícios anteriores serão consider- siderados apenas os decorrentes de efeitos da mu-
ados apenas os decorrentes de efeitos da mudança de dança de critério contábil, ou da retificação de erro
critério contábil, ou da retificação de erro imputável a
determinado exercício anterior, e que não possam ser
imputável a determinado exercício anterior, e que não
atribuídos a fatos subsequentes. (Grifo nosso) possam ser atribuídos a fatos subsequentes.
Todo ajuste de exercício anterior será corrigido diretamente na
conta de lucros ou prejuízo acumulado. Ex.: (2010/FCC/TRF - 4ªR) Dados extraídos da Demon-
 stração de Lucros Acumulados da Cia. Pouso Alegre, relati-
vos ao exercício encerrado em 31/12/2009 (em R$):
A juste credor de períodos anteriores........... 10.000,00 (d) para cada componente do patrimônio líquido, a con-
ciliação do saldo no início e no final do período, demonstran-
Dividendos propostos pela administração 150.000,00 do-se separadamente as mutações decorrentes:
Constituição da Reserva Legal..................... 20.000,00 (i) do resultado líquido;
(ii) de cada item dos outros resultados abrangentes; e
Lucro líquido do Exercício .......................... 400.000,00 (iii) de transações com os proprietários realizadas na
Reversão da Reserva de Contingências ...... 70.000,00 condição de proprietário, demonstrando separadamente suas
integralizações e as distribuições realizadas, bem como modi-
Constituição de outras reservas de lucros 240.000,00 ficações nas participações em controladas que não implicaram
Saldo em 31/12/2009................................................ 0,00 perda do controle.
Informação a ser apresentada na demonstração das mu-
O saldo inicial em 31/12/2008 correspondia a um prejuízo tações do patrimônio líquido ou nas notas explicativas
acumulado, em R$, de Para cada componente do patrimônio líquido, a entidade
50.000,00. deve apresentar, ou na demonstração das mutações do pat-
30.000,00. rimônio líquido ou nas notas explicativas, uma análise dos out-
ros resultados abrangentes por item.
70.000,00. O patrimônio líquido deve apresentar o capital social, as
60.000,00. reservas de capital, os ajustes de avaliação patrimonial, as res-
80.000,00. ervas de lucros, as ações ou quotas em tesouraria, os prejuízos
acumulados, se legalmente admitidos os lucros acumulados
Comentário: e as demais contas exigidas pelos Pronunciamentos Técnicos
R azonete da conta Lucros ou Prejuízos emitidos pelo CPC.
Acumulados – DLPA A entidade deve apresentar, na demonstração das mu-
tações do patrimônio líquido ou nas notas explicativas, o
Sd. Inicial = ? montante de dividendos reconhecidos como distribuição aos
240.000,00 10.000,00 proprietários durante o período e o respectivo montante dos
dividendos por ação.
20.000,00 70.000,00 Alteram o Patrimônio Líquido
150.000,00 400.000,00 a) LLE ou PLE (prejuízo líquido do exercício);
b) redução por dividendos distribuídos;
410.000,00 480.000,00 c) aumento de capital pelos sócios;
Sd. Final= 0 d) acréscimos pela constituição de reservas de capital;  
Sd. inicial + 480.000 – 410.000,00 = 0 e) decréscimos pela aquisição de ações da própria com-
panhia/ ações em tesouraria;
   
Sd. inicial + 70.000 = 0
 
f) acréscimo ou redução por ajustes de exercícios ante-  
Sd. inicial = - 70.000,00 riores; 
g) acréscimo ou redução por ajustes de avaliação patri-
C.
 
monial. 
 
Demonstração das Mutações Razonete do Patrimônio Líquido – DMPL  
do Patrimônio Líquido Devedor Credor
A demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é Saldo Inicial
aquela destinada a evidenciar as mudanças, em natureza e valor, PLE LLE
ocorridas no patrimônio líquido da entidade, em um determina- Dividendo distribuído Aumento de capital pelos sócios N 
do período de tempo.  O 
Aquisição de ações da própria Constituição de reservas de
 Ç 
 Õ  
CPC 26 – Apresentação das DCs companhia/ ações em tesouraria capital E 
 S 
A demonstração das mutações do patrimônio líquido inclui Ajustes de exercícios anteriores Ajustes de exercícios anteriores


as seguintes informações: Ajustes de avaliação patrimonial Ajustes de avaliação patrimonial

 C 
(a) o resultado abrangente do período, apresentando sepa-  O 
Saldo Final N 
radamente o montante total atribuível aos proprietários da enti-  O 
M
dade controladora e o montante correspondente à participação Não alteram o Patrimônio Líquido I  

de não controladores; a) aumento de capital com utilização de reservas e lu-
(b) para cada componente do patrimônio líquido, os cros;
efeitos da aplicação retrospectiva ou da reapresentação ret- b) constituição de reservas de lucros;
rospectiva, reconhecidos de acordo com o Pronunciamento c) reversão de reservas para conta de lucros acumulados;
Técnico CPC 23 – Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e d) compensação de prejuízos com reserva.
Retificação de Erro; Ex.: (Analista Previdenciário/CESGRANRIO) As infor- 601
(c) (eliminada); mações abaixo foram colhidas na Cia. Alvorada.
- Ocorreu um erro contábil no exercício de 2002, somente Contábeis, e que aumentaria o resultado daquele exercício
602 identificado após a publicação das Demonstrações Contá- em R$ 56. 000,00.
beis, e que aumentaria o resultado daquele exercício em Fato Modificativo Aumentativo – AEA
R$ 56. 000,00.
- Em novembro de 2003 houve um aumento de capital de
- Em novembro de 2003 houve um aumento de capital de R$ 1.000.000,00, com a seguinte origem:
R$ 1.000.000,00, com a seguinte origem: Transferência
   A de Reserva de Capital, R$ 500.000,00; Lucros Acumula- Transferência de Reserva de Capital, R$ 500.000,00 - Fato
   I
   M dos, R$ 200.000,00; e Aporte de Recursos por parte dos Permutativo;
   O
   N sócios, R$ 300.000,00. Lucros Acumulados, R$ 200.000,00 - Fato Permutativo;
   O
   C
   E - Em dezembro, por não ocorrido o fato que a originou, foi Aporte de Recursos por parte dos sócios, R$ 300.000,00 -
   E
   D
realizada a reversão das Reservas para Contingências no Fato Modificativo Aumentativo.
   S valor de R$ 50.000,00. - Em dezembro, por não ter ocorrido o fato que a originou,
   E
    Õ
   Ç
- O Lucro Líquido do exercício montou a R$ 487.500,00. foi realizada a reversão das Reservas para Contingências
   O - O número de ações da empresa em 2003 era de no valor de R$ 50.000,00 - Fato Permutativo.
   N
780.000. - O Lucro Líquido do exercício montou a R$ 487.500,00 -
A Diretoria apresentou a seguinte proposta para distribui- Fato Modificativo Aumentativo.
ção do Lucro Líquido: - O número de ações da empresa em 2003 era de
Reserva Legal 5% 780.000.
   Reserva Estatutária
  
  
10% - A Diretoria apresentou a seguinte proposta para distri-
     Reserva para Contingência R$ 100.000,00 buição do Lucro Líquido:
   Dividendos R$ 0,25 por ação
Reserva Legal 5%
     Considere, a seguir, as características da Demonstração de
  
   Reserva Estatutária 10%
  
   Mutações do Patrimônio Líquido.
Reserva para Contingência R$ 100.000,00
     Itens Capital
Reserva
de
Reserva de Lucros
Es-
Lucros
Con- Acumu- Total Dividendos R$ 0,25 por ação
Capital Legal tingên- lados
tatutária
cia * Reserva Legal – 5% x LLE = 5% x 487.500 = 24.375,00
Saldo em
31.12.2002
1.500.0 00 650.0 00 150.0 00 220.0 00 180.0 00 270.0 00 2.970.0 00 * Reserva Estatutária – 10% x LLE = 10% x 487.500 =
Ajuste de 48.750,00
exercícios
anteriores
* Reserva para Contingência – 100.000,00
Aumento Total---------------------R$ 173.125,00 - Fato Permutativo
de Capital
Reversão
* Dividendos = 0,25 x 780.000 = 195.000 - Fato Modifica-
de Reser- tivo Diminutivo
vas
Lucro  C.
Líquido Reserva de Lucros
do Reserva de Lucros
exercício Itens Capital Es- Contingên- Acumulados Total
Capital Legal
tatutária cia
Proposta
da Saldo em
Diretoria 1.500.000 650.000 150.000 220.000 180.000 270.000 2.970.000
31.12.2002
Reservas Ajuste de
exercícios 56.000 56.000
Dividen- anteriores
dos
Aumento
Saldo em 1.000.000 (500.000) (200.000) 300.000
2.5 00.0 00 150.000 174.375 268.7 50 230.000 295.375 3.618.500 de Capital
31.12.2003
Reversão
Tendo em vista todas as informações apresentadas, o de 50.000 -
valor que será retirado do grupo do Patrimônio Líquido, Reservas

em reais, é: Lucro
Líquido do 487.500 487.500
a) 56.000,00 exercício

b) 176.125,00 Proposta
da
c) 195.000,00 Diretoria

d) 300.000,00 Reservas 24.375 48.750 100.000 (173.125) -

e) 487.500,00 Dividen-
dos
(195.0 00) (195.0 00)

- Ocorreu um erro contábil no exercício de 2002, so- Saldo em


2.500.000 150.000 174.375 268.750 230.000 295.375 3.618.500
mente identificado após a publicação das Demonstrações 31.12.2003
Como vimos: Tipos de Choque
No choque entre dois corpos, podem ocorrer perdas de
energia em virtude do aquecimento, da deformação e do som
provocados pelo impacto, porém, jamais haverá ganho de
Então: energia. Portanto, o módulo da velocidade de afastamento
deve ser menor ou, no máximo, igual ao módulo da velocidade
de aproximação.

O impulso de uma força, devido à sua aplicação em certo


intervalo de tempo, é igual à variação da quantidade de mo- Como a velocidade de afastamento (Vaf) apresenta mó-
vimento do corpo ocorrida neste mesmo intervalo de tempo. dulo menor ou igual ao módulo da velocidade de aproximação
Conservação da Quantidade (Vap), a razão entre elas determina um coeficiente de restitui-
ção compreendido entre zero e um.
de Movimento ▷ Choque inelástico:
Assim como a energia mecânica, a quantidade de movi- É o tipo de choque que ocorre quando, após a colisão, os
mento também é mantida quando não há forças dissipativas, corpos seguem juntos (com a mesma velocidade).
ou seja, o sistema é conservativo, fechado ou mecanicamente
isolado. ▷ Choque parcialmente elástico:
É o tipo de choque que ocorre quando, após a colisão, os
Um sistema é conservativo se:
corpos seguem separados (velocidade diferentes), tendo o sis-
tema uma perda de energia cinética.
▷ Choque perfeitamente elástico:
É o tipo de choque que ocorre quando, após a colisão, os
corpos seguem separados (velocidade diferentes) e o sistema
não perde energia cinética.

Então, se o sistema é conservativo, temos:


3. Estática
Estática é a parte da física que estuda e explica o equilíbrio
das forças que atuam em um corpo, fazendo com que esse cor-  
po não se mova ou fique em MU.    
Como a massa de um corpo, ou mesmo de um sistema, Quando o corpo está parado (v = 0), diz-se que ele está  
dificilmente varia, o que sofre alteração é a velocidade deles. em equilíbrio estático, já quando o corpo está em Movimento  
Uniforme (v = constante), ele está em equilíbrio dinâmico. 
Colisões  
Durante uma colisão de dois corpos, as forças externas são
Estática dos Corpos Rígidos 
 
Para que um ponto esteja em equilíbrio, ele precisa satisfa-
 
desprezadas se comparadas às internas, portanto, o sistema
pode ser sempre considerado mecanicamente isolado: zer a seguinte condição:
A resultante de todas as forças aplicadas a este ponto deve F 
Í   
 S 

ser nula.
I  
 C 

Chamamos de corpo rígido ou corpo extenso todo o objeto





I  
que não pode ser descrito por um ponto. Para conhecermos
 C 

o equilíbrio nestes casos, é necessário estabelecer dois con-



À  

ceitos:



Í   
 C 

Centro de Massa
I  

Coeficiente de Restituição



Antes do choque (colisão), os corpos A e B se aproximam Seja CM o ponto em que podemos considerar concentrada
 C 
I  

toda a massa do corpo, este ponto será chamado Centro de



com velocidade Vap (velocidade de aproximação). Após o

Massa do corpo.

choque, os corpos A e B se afastam com velocidade Vaf (velo-


 S 

cidade de afastamento). O coeficiente de restituição (e) de um


 O 
Para corpos simétricos, que apresentam distribuição uni- D 
 O 

choque é definido pela razão entre as velocidades de afasta-



forme de massa, o centro de massa é o próprio centro geomé-
I  
Á  

mento e velocidade de aproximação. trico do sistema, como no caso de uma esfera homogênea ou
I  
 O 
 S 

de um cubo perfeito.
Para os demais casos, o cálculo do centro de massa é feito
através da média aritmética ponderada das distâncias de cada 629
ponto do sistema.
Momento de uma Força Particularmente, ao falar em fluídos líquidos, deve-se falar
630 em sua viscosidade, que é o atrito existente entre suas mo-
Imagine uma pessoa tentando abrir uma porta: ela preci- léculas durante um movimento. Quanto menor a viscosidade,
sará fazer mais força se for empurrada na extremidade con- mais fácil o escoamento do fluido.
   S
   O
trária à dobradiça, onde a maçaneta se encontra, ou no meio
   I
   R
    Á
   I
da porta? Pressão
   V
   O
   D Claramente, percebemos que é mais fácil abrir ou fechar a É a força exercida sobre a superfície de determinada área.
   O
   R
   S
porta se aplicarmos força em sua extremidade, onde está a ma- Matematicamente, a pressão é igual ao quociente entre a
   E
   T
   N çaneta. Isso acontece, pois existe uma grandeza chamada Mo- força aplicada e a área desta superfície.
   E
   D
   I
   C
mento de Força , que também pode ser chamado Torque.
   A
   E
   D
Esta grandeza é proporcional à Força e à distância da apli-
   A
   I
   C
    Í
cação em relação ao ponto de giro, ou seja:
   R
   E
   P
    À
   A
Em que:
   D
   A
   C
▷ p = Pressão (Pa);
   I
   L
   P
Como este é um produto vetorial, podemos dizer que o ▷ F = Força (N);
   A
   A módulo do Momento da Força é:
   C
   I
   S
▷ A = Área (m�).
    Í
   F
A unidade de pressão é o Pascal (Pa), que é o nome ado-
tado para N/m�.
   Densidade
  
  
Em que:
     M = Módulo do Momento da Força; A densidade é a grandeza que relaciona a massa de um
   F = Módulo da Força; corpo ao seu volume.
     d = distância entre a aplicação da força ao ponto de giro; braço
  
  
  
  
de alavanca;
sen  = menor ângulo formado entre os dois vetores.
     Como sen 90° = 1, se a aplicação da força for perpendicular
Em que:
▷ d = Densidade (kg/m�);
à “d”, o momento será máximo;
▷ m = Massa (kg);
Como sen 0° = 0, quando a aplicação da força é paralela à
▷ V = Volume (m�).
“d”, o momento é nulo.
O Momento da Força de um corpo é: Pressão Hidrostática
▷ Positivo quando girar no sentido anti-horário; Da mesma forma como os corpos sólidos, os fluídos tam-
▷ Negativo quando girar no sentido horário. bém exercem pressão sobre outros, devido ao seu peso. Para
obtermos essa pressão, consideremos um recipiente contendo
Condições de Equilíbrio um líquido de densidade “d” que ocupa o recipiente até uma
de um Corpo Rígido altura “h”, em um local do planeta onde a aceleração da gravi-
dade é “g”. A Força exercida sobre a área de contato é o peso
Para que um corpo rígido esteja em equilíbrio, além de não do líquido.
se mover, esse corpo não pode girar. Por isso, precisa satisfazer
duas condições:
▷ A resultante das forças aplicadas sobre seu centro de P=
massa deve ser nula (não se move ou se move com
velocidade constante).
▷ A resultante dos Momentos da Força aplicados ao
corpo deve ser nula (não gira ou gira com velocida-
de angular constante). Como:

Estática dos Fluidos - Hidrostática d=


Chamamos hidrostática a ciência que estuda os líquidos
em equilíbrio estático.
Fluido
Fluido é uma substância que tem a capacidade de escoar.
Quando um fluído é submetido a uma força tangencial, de- Mas:
forma-se de modo contínuo, ou seja, quando colocado em um
recipiente qualquer, o fluído adquire o seu formato. V=
Podem-se considerar como fluidos líquidos e gases.
Logo: Teorema de Pascal
“O acréscimo de pressão exercida num ponto em um líqui-
do ideal em equilíbrio se transmite integralmente a todos os
Ou seja, a pressão hidrostática não depende do formato do pontos desse líquido e às paredes do recipiente que o contêm.”
recipiente, apenas da densidade do fluído, da altura do ponto Quando aplicamos uma força a um líquido, a pressão cau-
onde a pressão é exercida e da aceleração da gravidade. sada se distribui integralmente e igualmente em todas as di-
reções e sentidos.
Pressão Atmosférica Pelo teorema de Stevin sabemos que:
Atmosfera é uma camada de gases que envolvem toda a
superfície da Terra.
Aproximadamente, todo o ar presente na Terra está abai-
xo de 18000 metros de altitude. Como o ar é formado por
Então, considerando dois pontos, A e B:
moléculas que têm massa, o ar também tem massa e, por
consequência, peso. A pressão que o peso do ar exerce sobre
a superfície da Terra é chamada Pressão Atmosférica, e seu
valor depende da altitude do local onde é medida. Quanto
maior a altitude menor a pressão atmosférica e vice-versa.
Teorema de Stevin
“A diferença entre as pressões de dois pontos de um fluído
F
em equilíbrio é igual ao produto entre a densidade do fluído, a  _ _ _ _ _ _ _ _
aceleração da gravidade e a diferença entre as profundidades B h
dos pontos.”  _ _ _ _ _ _ _ _
A
Seja um líquido qualquer de densidade d em um recipiente
Ao aplicarmos uma força qualquer, as pressões no ponto A
qualquer. e B sofrerão um acréscimo:
Escolhemos dois pontos arbitrários R e T.
 
   
 
hQ  
 _ _ _ _ _ _ _ _ hR

 
Q Se o líquido em questão for ideal, ele não sofrerá compres-

 
 _ _ _ _ _ _ _ _
são, então, a distância h será a mesma após a aplicação da  
R força.
Assim:
As pressões em Q e R são:

Í   
 S 
I  
 C 




I  
 C 



À  



Í   
 C 
I  
A diferença entre as pressões dos dois pontos é:




 C 
I  

Prensa hidráulica:




 S 

 O 

 O 

S2 I  
Á  

I  
 O 
S1
 S 

Por meio desse teorema, podemos concluir que todos os


pontos a uma mesma profundidade, em um fluido homogê-
neo (que tem sempre a mesma densidade), estão submetidos 631
à mesma pressão.
Uma das principais aplicações do teorema de Pascal é a Assim:
632 prensa hidráulica.
Essa máquina consiste em dois cilindros de raios diferen-
   S
tes A e B, interligados por um tubo. No seu interior, existe um
   O
   I
   R
    Á
líquido que sustenta dois êmbolos de áreas diferentes S 1 e S2.
   I
   V
   O
   D
Se aplicarmos uma força de intensidade F no êmbolo de
   O
   R área S1, exerceremos um acréscimo de pressão sobre o líquido Em que:
   S
   E
   T
   N
dado por:  = Empuxo (N);
   E
   D
   I
   C
   A
dF = Densidade do fluido (kg/m3);
   E
   D
   A
VFD = Volume do fluido deslocado (m3);
   I
   C
    Í
   R
g = Aceleração da gravidade (m/s2).
   E
   P
O valor do empuxo não depende da densidade do corpo
    À
   A
   D
Pelo teorema de Pascal, sabemos que esse acréscimo de pres- que é imerso no fluido, mas podemos usá-la para saber se o
   A
   C
   I
são será transmitido integralmente a todos os pontos do líquido, corpo flutua, afunda ou permanece em equilíbrio com o fluido.
   L
   P
   A inclusive ao êmbolo de área S2, porém, transmitindo uma força
   A Então, se:
   C
   I diferente da aplicada:
   S
    Í
   F ▷ Densidade do corpo > densidade do fluido: o corpo
afunda;
   ▷ Densidade do corpo = densidade do fluído: o corpo
  
   fica em equilíbrio com o fluido;
     Como o acréscimo de pressão é igual para ambas as ex-
▷ Densidade do corpo < densidade do fluído: o corpo
   pressões, pode-se igualá-las:
flutua na superfície do fluido.
    
  
   Peso Aparente
  
   Conhecendo o princípio de Arquimedes, podemos es-
     tabelecer o conceito de peso aparente, que é o responsável,
no exemplo dado da piscina, por nos sentirmos mais leves ao
Empuxo submergirmos.
Ao entrarmos em uma piscina, nos sentimos mais leves do Peso aparente é o peso efetivo, ou seja, aquele que real-
que quando estamos fora dela. mente sentimos. No caso de um fluido:
Isso acontece devido a uma força vertical para cima exerci-
da pela água a qual chamamos Empuxo, e a representamos
por .
O Empuxo representa a força resultante exercida pelo flui-
do sobre um corpo. Como tem sentido oposto à força Peso,
causa o efeito de leveza, no caso da piscina.
A unidade de medida do Empuxo é o Newton (N).
4. Ondulatórias
Chamamos de ondulatória a parte da física que é respon-
m sável por estudar as características e propriedades em comum
dos movimentos das ondas.
Movimento Harmônico Simples (MHS)
Os movimentos harmônicos simples estão presentes em
vários aspectos de nossas vidas, como nos movimentos do
pêndulo de um relógio, de uma corda de violão ou de uma
mola. Esses movimentos realizam um mecanismo de “vai e
Princípio de Arquimedes vem” em torno de uma posição de equilíbrio, sendo caracteri-
Arquimedes descobriu que todo o corpo imerso em um zados por um período e por uma frequência.
fluido em equilíbrio, dentro de um campo gravitacional, fica O período “T” é o menor intervalo de tempo para uma re-
sob a ação de uma força vertical, com sentido oposto a este petição desse fenômeno. A frequência “f” é o número de vezes
campo, aplicada pelo fluido, cuja intensidade é igual à intensi- que um movimento é repetido em um determinado intervalo
dade do Peso do fluido que é ocupado pelo corpo. de tempo.
Assim, pode-se verificar que:

ou

Posição do Móvel em MHS


A unidade de “T” é o segundo e a de f é hertz (Hz). A equação que representa a posição de um móvel em MHS
No estudo feito do MHS, utilizaremos como referência um será dada a seguir em função do tempo.
sistema massa-mola, que pode ser visualizado na figura a seguir.
m

-a x0 a
x0
As posições a e -a são deformações máximas que a mola
O bloco em vermelho ligado a uma mola tendo como terá quando o bloco de massa m for colocado em oscilação.
posição de equilíbrio do sistema a posição X o. A posição X é dada em função do tempo.
Nesse sistema, desprezaremos as forças dissipativas (atri-
to e resistência do ar). O bloco, quando colocado em oscilação,
movimentar-se-á sob a ação da força restauradora elástica,
que pode ser calculada pela seguinte expressão: Em que:
▷ A = elongação máxima (m);
 = frequência angular (rad/s);
▷  = espaço angular que um ponto projetado pelo
bloco sobre uma circunferência realiza (rad);  
Período ▷ t = intervalo de tempo.    
O período de um corpo em MHS é o intervalo de tempo re- Velocidade do Móvel em MHS
 
 
ferente a uma oscilação completa e pode ser calculado através 
da seguinte expressão:  

 
Sendo:  

Í   
 S 
I  
 C 

Logo:

O período [T(s)] depende da massa do corpo colocado em



I  
 C 

oscilação [m(kg)] e da constante elástica da mola [k(N/m)].



À  

Frequência

Í   
 C 
I  
Em que:

A frequência de um corpo em MHS corresponde ao número


a = elongação máxima (m);




 C 
I  

de oscilações que esse corpo executa por unidade de tempo e ▷  = frequência angular (rad/s);




essa grandeza pode ser determinada pela seguinte expressão:  = espaço angular que um ponto projetado pelo
 S 
▷ R 
 O 

bloco sobre uma circunferência realiza (rad);



 O 

I  
t = intervalo de tempo.
Á  


I  
 O 

Aceleração do Móvel em MHS


 S 

Frequência é inversamente proporcional ao período e pode ser 633


expressa matematicamente pela seguinte relação:
Sendo: Para todos os outros pontos do sistema:
634

   S
   O
   I
   R
    Á
Então:
   I
   V
   O
   D
   O
   R
   S
   E
Como não há dissipação de energia nesse modelo, toda a
   T
   N
   E energia mecânica é conservada durante o movimento de um
   D
   I
   C
   A ▷ A fase é sempre medida em radianos. oscilador massa-mola horizontal.
   E
   D
   A
   I
   C
▷ A pulsação pode ser definida por: Pêndulo Simples
    Í
   R
   E
▷ A fase inicial é o igual ao ângulo inicial do mo- Um pêndulo é um sistema composto por uma massa aco-
   P
    À vimento em um ciclo trigonométrico, ou seja, é o plada a um pivô que permite sua movimentação livremente. A
   A
   D
   A
ângulo de defasagem da onda senoidal. massa fica sujeita à força restauradora causada pela gravidade.
   C
   I
   L
   P
   A
   A
Energia do Oscilador O pêndulo simples consiste em uma massa presa a um fio
   C
   I
   S Analisando a energia mecânica do sistema, tem-se que: flexível e inextensível por uma de suas extremidades e livre
    Í
   F por outra, representado da seguinte forma:
v=0

  
  
   x

    
   v=0
     
  
  
  
   -A 0 A x

     Quando o objeto é abandonado na posição x = A, a


energia mecânica do sistema é igual à energia potencial
elástica armazenada, pois não há movimento e, consequen-
temente, energia cinética. Assim: m
O período de um pêndulo simples pode ser expresso por:

Ondas
No estudo da física, onda é uma perturbação que se propa-
ga no espaço ou em qualquer outro meio, como, por exemplo,
Ao chegar na posição x = -A, novamente o objeto ficará na água. Uma onda transfere energia de um ponto para outro,
momentaneamente parado (v = 0), tendo sua energia mecâni- mas nunca transfere matéria entre dois pontos. As ondas po-
ca igual à energia potencial elástica do sistema. dem se classificar de acordo com a direção de propagação de
energia, quanto à natureza das ondas e quanto à direção de
No ponto em que x = 0, ocorrerá o fenômeno inverso ao da propagação.
máxima elongação, sendo que:
 Quanto à direção de propagação de energia, as ondas se
classificam da seguinte forma:
▷ Unidimensionais:  propagam-se em uma única di-
mensão;
▷ Bidimensionais: propagam-se num plano;
▷ Tridimensionais: propagam-se em todas as direções.
 Quanto à natureza, as ondas se classificam em:
▷ Ondas mecânicas:  são aquelas que necessitam
de um meio material para se propagar como, por
exemplo, onda em uma corda ou mesmo as ondas
Assim, podemos concluir que, na posição x = 0, ocorre sonoras;
a velocidade máxima do sistema massa-mola, já que toda a ▷ Ondas eletromagnéticas: são aquelas que não ne-
energia mecânica é resultado dessa velocidade. cessitam de meio material para se propagarem,
elas podem se propagar tanto no vácuo (ausência É comum aos movimentos uniformes, mas, conhecendo a es-
de matéria) como também em certos tipos de ma- trutura de uma onda:
teriais. São exemplos de ondas eletromagnéticas: a 
luz solar, as ondas de rádio, as micro-ondas, raios X,
entre muitas outras.
 Quanto à direção de propagação, as ondas se classificam em:
▷ Ondas transversais: são aquelas que têm a direção
de propagação perpendicular à direção de vibração,
como, por exemplo, as ondas eletromagnéticas.
▷ Ondas longitudinais: nessas ondas, a direção de pro-
pagação se coincide com a direção de vibração. Nos
líquidos e gases, a onda se propaga dessa forma.
Para descrever uma onda, é necessária uma série de gran-
dezas, entre elas, temos: velocidade, amplitude, frequência, Temos que S =  e que t = T, assim:
período e o comprimento de onda.
Componentes de uma onda
Uma onda é formada por alguns componentes básicos,
quais sejam:
Crista

Esta é a equação fundamental da Ondulatória, já que é valida


A para todos os tipos de onda.
Desse modo, é comum utilizar-se frequências na ordem
de kHz (1quilohertz = 1.000Hz) e de MHz (1megahertz =
Vale 1.000.000Hz)
Em que:
Ondas Sonoras
 
A = amplitude da onda.

   
São ondas mecânicas, pois somente se propagam através  
É denominada comprimento da onda, e expressa pela letra de um meio material. Diferentemente das ondas eletromagné-  
grega lambida (), a distância entre duas cristas ou dois vales ticas (como, por exemplo, a luz), as ondas sonoras não podem 
consecutivos. se propagar no vácuo.  
Chamamos período da onda (T) o tempo decorrido até que As ondas sonoras são consideradas ondas de pressão. Por

 
duas cristas ou dois vales consecutivos passem por um ponto, e exemplo, quando um músico bate em um tambor musical, a  
frequência da onda (f) o número de cristas ou vales consecutivos vibração da membrana produz alternadamente compressões
que passam por um mesmo ponto, em uma determinada unidade e rarefações do ar, ou seja, produz variações de pressão que se F 
de tempo. propagam através do meio, no caso, o ar.
Í   
 S 
I  
 C 

Portanto, o período e a frequência são relacionados por:



Dependendo da fonte emitente, as ondas sonoras podem A 

apresentar qualquer frequência, desde poucos hertz (como as



I  
 C 

ondas produzidas por abalos sísmicos), até valores extrema-



mente elevados (comparáveis às frequências da luz visível).


À  

Porém, nós, seres humanos, só conseguimos ouvir ondas so-



Í   
 C 

noras cujas frequências estejam compreendidas entre 20 Hz e


I  

A unidade internacionalmente utilizada para a frequência D 

20.000 Hz, sendo chamadas, genericamente, de sons.


é Hertz (Hz), sendo que 1Hz equivale à passagem de uma



 C 
I  
Ondas sonoras que possuem frequência abaixo de 20 Hz

crista ou de um vale em 1 segundo. E 

são denominadas infrassons  e as ondas que possuem fre-



Velocidade de Propagação das Ondas


 S 

quência superior a 20.000 Hz são denominadas ultrassons.



 O 

Como não transportam matéria em seu movimento, é previ- A propagação do som em meios gasosos depende fortemen-
 O 

I  
Á  

sível que as ondas se desloquem com velocidade contínua, logo, te da temperatura do gás. É possível, inclusive demonstrar experi-

I  
 O 

mentalmente que a velocidade do som em gases é dada por:


 S 
estas devem ter um deslocamento que valide a expressão:

635
Em que: Efeito Doppler
636 ▷ k = constante que depende da natureza do gás; O Efeito Doppler é a alteração da frequência sonora per-
▷ T = temperatura absoluta do gás (em kelvin). cebida pelo observador em virtude do movimento relativo de
   S aproximação ou afastamento entre a fonte e o observador.
   O
   I
   R
    Á
   I
Intensidade Sonora Veja, inicialmente, o caso de uma fonte sonora fixa e um
   V
   O
   D A intensidade do som é a qualidade que nos permite ca- observador movendo-se ao longo de uma mesma reta, ado-
   O
   R
   S
racterizar se um som é forte ou fraco, e depende da energia tando um referencial que esteja em repouso em relação ao
   E
   T
   N
   E
que a onda sonora transfere. meio através do qual as ondas se propagam. Se ambos, fonte
   D
   I
   C
   A
A intensidade sonora (I) é definida fisicamente como a po- e observador, estivessem em repouso, o número de ondas re-
   E
   D tência sonora recebida por unidade de área de uma superfície, cebidas na unidade de tempo seria dada por:
   A
   I
   C
    Í ou seja:  Número de ondas =
   R
   E
   P
    À
Em que:
   A
   D
   A
▷ v é a velocidade do som;
   C
   I
   L
   P
▷  é o comprimento de onda emitido pela fonte.
   A
   A
   C
   I
No entanto, em virtude do movimento do observador, em
   S
    Í
   F Mas como a potência pode ser definida pela relação de energia direção à fonte de ondas, ela receberá um número adicional de
por unidade de tempo: ondas (simultaneamente) que será dado por:
 Numero adicional de ondas =
  
  
   Em que:
     ▷ vo é a velocidade do observador.
   Como a frequência de uma onda pode ser definida como o
     número de comprimentos de onda que serão produzidos (re-
  
   Então, também podemos expressar a intensidade por:
  
  
cebidos) na unidade de tempo, então, a frequência percebida
pelo observador será a seguinte:
    

As unidades mais usadas para a intensidade são


J/m� e W/m�.
É chamada mínima intensidade física, ou limiar de audi-
bilidade, o menor valor da intensidade sonora ainda audível:

É chamada máxima intensidade física, ou limiar de dor ,o


maior valor da intensidade sonora suportável pelo ouvido:
Tornando a relação mais geral, para o caso em que o ob-
servador se aproxime (sinal positivo) ou se afaste (sinal nega-
tivo), a frequência percebida pelo observador poderá ser dada
pela seguinte expressão:
Conforme um observador se afasta de uma fonte sonora, a
intensidade sonora ou nível sonoro () diminui logaritmica-
mente, sendo representado pela equação:
Em que: o termo f´ representa a frequência percebida pelo
observador (chamada frequência aparente), e f é a frequência
emitida pela fonte (chamada frequência real).
Agora, no caso em que a fonte se move enquanto o observa-
dor permanece em repouso, os comprimentos de ondas tornar-
A unidade utilizada para o nível sonoro é o Bel (B), mas se-ão cada vez menores (som mais agudo). Então, sabendo que
como essa unidade é grande, se comparada com a maioria dos a frequência da fonte é f e vs é a velocidade das ondas emitidas
valores de nível sonoro utilizados no cotidiano, seu múltiplo (lembremo-nos que estamos tratando do som), o comprimento
usual é o decibel (dB), de maneira que 1B = 10dB. de onda que chegará ao observador será dado por:
Tanto a luz como o infravermelho ou ondas de rádios são
iguais, e o que diferencia uma onda eletromagnética da outra
é a sua frequência. Quanto mais alta for essa frequência, mais
energética é a onda.
Em uma onda eletromagnética, o campo elétrico variável
Dessa forma, como o som torna-se mais agudo (maior fre- e o campo magnético variável estão intimamente ligados:
quência), essa fonte poderá ser calculada da seguinte forma: ambos variam em fase, ou seja, quando um deles atinge a in-
tensidade máxima, o mesmo ocorre com o outro e, quando um
deles se anula, o outro também se anula.
Além disso, os campos e são perpendiculares um ao outro
e também à direção de propagação da onda que se desloca com
velocidade v. Isso nos permite classificar a onda eletromagnética
como onda transversal. A figura abaixo mostra-nos a disposição
Generalizando, mais uma vez, os resultados para os casos dos campos elétricos e magnéticos de uma onda eletromagnética,
em que a fonte aproxima-se (sinal negativo) ou afasta-se (si- e a direção e o sentido de sua propagação.
nal positivo) do observador: x

v

z
Portanto, se ambos movem-se relativamente entre si, a y
expressão resultante será:

Representação esquemática da oscilação dos campos elé-


trico e magnético de uma onda eletromagnética.
Observe que a distância entre dois pontos vizinhos de máximo do
Fenomenologicamente, podemos compreender o Efei- campo elétrico, ou do campo magnético, corresponde ao compri-
to Doppler da seguinte forma: no caso de aproximação, a mento de onda  da onda eletromagnética. Para as ondas eletro-
frequência aparente da onda recebida pelo observador fica magnéticas, vale, também, a equação fundamental das ondas: v =
maior que a frequência emitida. Ao contrário, no caso de afas-  . f, em que f é a frequência com que os campos variam.
tamento, a frequência aparente diminui. Um exemplo típico é  
o caso de uma ambulância com sirene ligada que passe por Assim, é possível estabelecer uma relação entre a inten-
sidade E do campo elétrico e a intensidade B do campo mag-
   
um observador. Ao se aproximar, o som é mais agudo (maior  
frequência e menor comprimento de onda), enquanto que, ao nético:  
se afastar, o som é mais grave (menor frequência e maior com- 
primento de onda).  
Por um viés mais prático, o efeito Doppler permite a me-

 
dição da velocidade de objetos através da reflexão de ondas  
emitidas pelo próprio equipamento de medição, que podem Em que v é a velocidade de propagação da onda eletro-
ser radares, baseados em radiofrequência, ou lasers, que magnética. F 
utilizam frequências luminosas. Muito utilizado para medir a
Frequências Naturais e Ressonância
Í   
 S 
I  
 C 

velocidade de automóveis, aviões, na Mecânica dos fluidos e



na Hidráulica, em partículas sólidas dentro de um fluido em Sempre que um corpo capaz de oscilar sofrer uma série


I  
 C 

escoamento. periódica de impulsos, com uma frequência igual a uma das





frequências naturais de vibração do corpo, este, em geral, é À  

Ondas Eletromagnéticas

posto em vibração com uma amplitude relativamente grande.




Í   

Esse fenômeno é chamado de ressonância e diz-se que o cor-


 C 

O resultado da interação de campos variáveis é a produ-


I  

po entra em ressonância com os impulsos aplicados.


ção de ondas de campos elétricos e magnéticos que podem




 C 

se propagar até mesmo pelo vácuo e apresentam proprieda- Cada sistema físico capaz de vibrar possui uma ou mais I  

des típicas de uma onda mecânica, como reflexão, retração, frequências naturais, isto é, que são características do sistema,


difração, interferência e transporte de energia. A essas ondas, mais precisamente da maneira como este é construído. Como,
 S 

 O 

dá-se o nome de ondas eletromagnéticas. por exemplo, um pêndulo ao ser afastado do ponto de equilí-

 O 

As ondas eletromagnéticas têm como característica prin- brio, cordas de um violão ou uma ponte para a passagem de
I  
Á  

pedestres sobre uma rodovia movimentada.


I  

cipal a sua velocidade. Da ordem de 300.000Km/s no vácuo,


 O 
 S 

no ar, sua velocidade é um pouco menor. Considerada a maior Todos esses sistemas possuem sua frequência natural, que
velocidade do universo, elas podem vencer vários obstáculos lhes é característica. Quando ocorrem excitações periódicas
físicos, tais como gases, atmosfera, água, paredes, dependen- sobre o sistema, como quando o vento sopra com frequência 637
do da sua frequência. constante sobre uma ponte durante uma tempestade, acon-
tece um fenômeno de superposição de ondas que alteram a  1ª lei da reflexão: O raio de luz refletido e o raio de luz
638 energia do sistema, modificando sua amplitude. incidente, assim como a reta normal à superfície, perten-
Conforme estudamos anteriormente, se a frequência na- cem ao mesmo plano, ou seja, são coplanares.
tural de oscilação do sistema e as excitações constantes sobre  2ª Lei da reflexão:  O ângulo de reflexão (r) é sempre
   S
   O
   I
   R
ele estiverem sob a mesma frequência, a energia do sistema igual ao ângulo de incidência (i).
    Á
   I
   V será aumentada, fazendo com que vibre com amplitudes cada
   O
   D
   O
vez maiores. i =r
   R
   S
   E
O fenômeno da ressonância é facilmente demonstrado ao
   T
   N
   E
   D
colocarmos dois diapasões idênticos no ar, quando um é posto Espelho Plano
   I
   C
   A
a vibrar, naturalmente o outro poderá ser ouvido, pois iniciará Um espelho plano é aquele em que a superfície de reflexão
   E
   D uma vibração. é totalmente plana.
   A
   I

5. Óptica
   C
    Í
   R
   E
Os espelhos planos têm utilidades bastante diversificadas,
   P
    À desde as domésticas até como componentes de sofisticados
   A
   D Óptica é o ramo da física que estuda os fenômenos re- instrumentos ópticos.
   A
   C
   I
   L
lacionados à luz. A óptica explica os fenômenos da reflexão, Representa-se um espelho plano por:
   P
   A refração e difração. N
   A
   C
A C
   I
   S
    Í
   F Reflexão da Luz
Reflexão é um fenômeno físico no qual ocorre a mudança da i r
   direção de propagação da luz (desde que o ângulo de incidência
  
   não seja de 90°). Ou seja, consiste no retorno dos feixes de luz Espelho plano
     incidentes em direção à região de onde ela veio, após eles en- B
   trarem em contato com uma determinada superfície refletora.
    
  
   Quando a luz incide sobre uma superfície e retorna para o
  
   meio em que estava se propagando, dizemos que ela sofreu As principais propriedades de um espelho plano são a si-
reflexão. A reflexão difere da refração, pois a refração consiste
     no desvio de luz para um meio diferente do qual a luz estava se
metria entre os pontos objeto e imagem e que a maior parte
da reflexão que acontece é regular.
propagando. A reflexão pode ser de dois tipos: reflexão regular,
quando os raios de luz incidem sobre superfícies totalmente poli-  Construção das imagens em um espelho plano:
das, e reflexão difusa, quando os raios incidem sobre superfícies Para se determinar a imagem em um espelho plano, bas-
irregulares. Essa última é a responsável pela percepção do am- ta imaginarmos que o observador vê um objeto que parece
biente que nos cerca. estar atrás do espelho. Isso ocorre porque o prolongamento
É possível esquematizar a reflexão de um raio de luz, ao atingir do raio refletido passa por um ponto imagem virtual (PIV),
uma superfície polida, da seguinte forma: “atrás” do espelho.
N Nos espelhos planos, o objeto e a respectiva imagem têm
A C sempre naturezas opostas, ou seja, quando um é real o outro
deve ser virtual, portanto, para se obter geometricamente a
imagem de um objeto pontual, basta traçar por ele, através
i r do espelho, uma reta e marcar simetricamente o ponto ima-
gem.
T
 Translação de um espelho plano:
B Considerando a figura:

Em que:
AB = raio de luz incidente; d1 d1
BC = raio de luz refletido; x
N = reta normal à superfície no ponto B;
T = reta tangente à superfície no ponto B;
i = ângulo de incidência, formado entre o raio incidente e a
reta normal; d2  d2
r = ângulo refletido, formado entre o raio refletido e a reta normal.
A parte superior do desenho mostra uma pessoa a uma
 Leis da Reflexão distância “d1”do espelho, logo, a imagem aparece a uma dis-
Os fenômenos em que acontece reflexão, tanto regular tância “d1” em relação ao espelho.
quanto difusa e seletiva, obedecem a duas leis fundamentais Na parte inferior da figura, o espelho é transladado “l” para
que são: a direita, fazendo com que o observador esteja a uma distância
“d2” do espelho, fazendo com que a imagem seja deslocada x Espelhos Esféricos
para a direita.
Chamamos espelho esférico qualquer calota esférica que
Pelo desenho, podemos ver que:
seja polida e possua alto poder de reflexão.
x = 2d2 - 2d1

Que pode ser reescrito como:

x = 2(d 2 - d1)


É fácil observar-se que a esfera da qual a calota acima faz
Mas, pela figura, podemos ver que: parte tem duas faces, uma interna e outra externa. Quando a
superfície refletiva considerada for a interna, o espelho é cha-
l = d2 - d1 mado côncavo, já nos casos em que a face refletiva é a externa,
o espelho é chamado convexo.
Logo:
espelho convexo

x = 2l

Assim, pode-se concluir que sempre que um espelho é


transladado paralelamente a si mesmo, a imagem de um ob-
 jeto fixo sofre translação no mesmo sentido do espelho, mas
com comprimento equivalente ao dobro do comprimento da espelho côncavo
translação do espelho.  Reflexão da luz em espelhos esféricos:
Se utilizarmos essa equação, e medirmos a sua taxa de Assim como para espelhos planos, as duas leis da reflexão
variação em um intervalo de tempo, podemos escrever a ve- também são obedecidas nos espelhos esféricos, ou seja, os ân-
locidade de translação do espelho e da imagem da seguinte gulos de incidência e reflexão são iguais, e os raios incididos,
forma: refletidos e a reta normal ao ponto incidido.
refletido
normal

incidente
 
   
refratado
 
Ou seja, a velocidade de deslocamento da imagem é igual  
ao dobro da velocidade de deslocamento do espelho. 
Quando o observador também se desloca, a velocidade ao ser  
considerada é a velocidade relativa entre o observador e o espe-  Aspectos geométricos dos espelhos esféricos:

lho, ao invés da velocidade de translação do espelho, ou seja:
 
Para o estudo dos espelhos esféricos, é útil o conhecimen-
 
to dos elementos que os compõe, esquematizados na figura
abaixo: F 
Í   
 S 

 Associação de dois espelhos planos


I  
 C 

Dois espelhos planos podem ser associados, com as su- calota




perfícies refletoras se defrontando e formando um ângulo “”


I  
 C 

entre si, com valores entre 0° e 180°.


R
À  

Para se calcular o número de imagens que serão vistas na as-




sociação, usa-se a fórmula:


Í   
 C 

e.p.
I  

V


C  A 
 C 
I  





 S 

Sendo “” o ângulo formado entre os espelhos.
 O 

 O 

I  
Á  
Quando a expressão for um número par, o ponto ob-

I  
 O 
 S 

 jeto P poderá assumir qualquer posição entre os dois espelhos.


▷ C é o centro da esfera;
▷ V é o vértice da calota;
 Se a expressão for um número ímpar, o ponto objeto O eixo que passa pelo centro e pelo vértice da calota é cha- 639
P, deverá ser posicionado no plano bissetor de “ ”. mado eixo principal.
As demais retas que cruzam o centro da esfera são chama-  Determinação de imagens:
640 das eixos secundários. Analisando objetos diante de um espelho esférico, em
O ângulo “”, que mede a distância angular entre os dois eixos posição perpendicular ao eixo principal do espelho, podemos
secundários que cruzam os dois pontos mais externos da calo- chegar a algumas conclusões importantes.
   S
   O
   I
   R ta, é a abertura do espelho. Um objeto pode ser real ou virtual. No caso dos espelhos,
    Á
   I
   V
   O O raio da esfera R que origina a calota é chamado raios de dizemos que o objeto é virtual se ele se encontra “atrás” do
   D
   O espelho. No caso de espelhos esféricos, a imagem de um ob-
   R
   S
curvatura do espelho.  jeto pode ser maior, menor ou igual ao tamanho do objeto. A
   E
   T
   N
   E
Um sistema óptico que consegue conjugar, a um ponto imagem pode, ainda, aparecer invertida em relação ao objeto.
   D
   I
   C
   A
objeto, um único ponto como imagem é dito estigmático. Os Se não houver sua inversão, dizemos que ela é direita.
   E
   D espelhos esféricos normalmente não são estigmáticos, nem Nos espelhos côncavos:
   A
   I
   C
    Í
   R
aplanéticos ou ortoscópicos, como os espelhos planos. ▷ Se o objeto estiver antes do centro de curvatura, sua
   E
   P
No entanto, espelhos esféricos só são estigmáticos para imagem será real, invertida e menor do que o obje-
    À
   A
   D os raios que incidem próximos do seu vértice V e com uma to e estará entre o centro de curvatura e o foco do
   A
   C
   I espelho;
   L pequena inclinação em relação ao eixo principal. Um espelho
   P
   A ▷ Se o objeto estiver no centro de curvatura, sua ima-
   A
   C
   I
com essas propriedades é conhecido como espelho de Gauss. gem será real, invertida e do mesmo tamanho do
   S
    Í
   F Um espelho que não satisfaz as condições de Gauss (in- objeto e estará no centro de curvatura do espelho;
cidência próxima do vértice e pequena inclinação em relação ▷ Se o objeto estiver entre o centro de curvatura e o
   ao eixo principal) é dito astigmático. Um espelho astigmático foco do espelho, sua imagem será real, invertida e
  
   conjuga a um ponto uma imagem parecendo uma mancha. maior do que o objeto e estará antes do centro de
      Focos dos espelhos esféricos:
curvatura;
   ▷ Se o objeto estiver no foco, sua imagem não existirá;
     Para os espelhos côncavos de Gauss, pode-se verificar que
Se o objeto estiver depois do foco, sua imagem
  
   todos os raios luminosos que incidirem ao longo de uma di-

  
   reção paralela ao eixo secundário passam por (ou convergem
será virtual, normal e maior do que o objeto.
Nos espelhos convexos:
     para) um mesmo ponto F - o foco principal do espelho.
▷ As imagens são sempre virtuais, normais e meno-
res do que o objeto.
 Equação fundamental dos espelhos esféricos:
y

F
i

o
x C F
p p’
espelho côncavo
No caso dos espelhos convexos, a continuação do raio re-
fletido é que passa pelo foco. Tudo se passa como se os raios
refletidos se originassem do foco.
Dadas a distância focal e posição do objeto, é possível de-
terminar, analiticamente, a posição da imagem por meio da
equação de Gauss, que é expressa por:

 Aumento linear transversal:


A ampliação ou aumento da imagem é dada por:

espelho convexo
Sendo o foco do espelho aproximadamente igual ao ponto
médio do centro de curvatura ao vértice do espelho, tem-se:

Ou seja:
Refração da Luz
A refração é o fenômeno que ocorre com a luz quando ela
passa de um meio homogêneo e transparente para outro meio
também homogêneo e transparente, porém, diferente do pri-
meiro. Nessa mudança de meio, podem ocorrer mudanças na
velocidade de propagação e na direção de propagação.
Refringência
▷ Meio homogêneo: é o meio no qual todos os pontos Dizemos que um meio é mais refringente que outro quando
apresentam as mesmas propriedades físicas, como seu índice de refração é maior que do outro. Ou seja, o etanol é
densidade, pressão e temperatura. mais refringente que a água.
▷ Meio transparente: é o meio através do qual pode- De outra maneira, podemos dizer que um meio é mais
mos visualizar nitidamente os objetos. refringente que outro quando a luz se propaga por ele com
▷ Meio isotrópico: é o meio no qual a velocidade da velocidade menor que no outro.
luz é a mesma em qualquer que seja sua direção de
propagação. Leis de Refração
Observe o desenho:
Índice de Refração Absoluto
Para o entendimento completo da refração, convém a in- Meio de incidência
Raio 1
trodução de uma nova grandeza que relacione a velocidade da
radiação monocromática no vácuo e em meios materiais. Essa v1 . 1 . f 1
grandeza é o índice de refração da luz monocromática no meio
apresentado, e é expressa por: dioptro

 
2
Raio 2    
Em que n é o índice de refração absoluto no meio, e c é a v2 . 2 . f
 
velocidade da luz no vácuo (300.000.000m/s ou 3.108m/s). Meio de refração  

É importante observar que o índice de refração absoluto
Em que:  
nunca pode ser menor do que 1, já que a maior velocidade 
 possível em um meio é c, se o meio considerado for o próprio ▷ Raio 1 é o raio incidente, com velocidade e compri-  
mento de onda característico;
 
vácuo.
Para todos os outros meios materiais, n é sempre maior ▷ Raio 2 é o raio refratado, com velocidade e compri-
que 1. mento de onda característico; F 
Í   
 S 
I  

A reta tracejada é a linha normal à superfície;


 C 

Índice de Refração Relativo




O ângulo formado entre o raio 1 e a reta normal é o


I  

entre Dois Meios


 C 

ângulo de incidência;


À  

Chama-se índice de refração relativo entre dois meios a ▷ O ângulo formado entre o raio 2 e a reta normal é o P 


relação entre os índices de refração absolutos de cada um dos ângulo de refração;
Í   
 C 
I  

meios, de modo que: ▷ A fronteira entre os dois meios é um dioptro plano.





 C 
Conhecendo os elementos de uma refração, podemos en-
I  


tender o fenômeno através das duas leis que o regem.




 S 

 1ª Lei da Refração: diz que o raio incidente (raio 1), o raio



 O 

refratado (raio 2) e a reta normal ao ponto de incidência


 O 

Mas, como visto:


I  
Á  

(reta tracejada) estão contidos no mesmo plano, que, no



I  
 O 
 S 

caso do desenho acima, é o plano da tela.


 2ª Lei da Refração - Lei de Snell: é utilizada para calcu-
lar o desvio dos raios de luz ao mudarem de meio, e é 641
Então, podemos escrever: expressa por:
A fórmula que determina essa distância é:
642

   S
   O
   I
   R
    Á
   I
   V
   O No entanto, sabemos que:
Prisma
   D
   O
   R
Um prisma é um sólido geométrico formado por uma face
   S
   E
   T
superior e uma face inferior paralelas e congruentes (também
   N
   E
   D
= chamadas de bases) ligadas por arestas. As laterais de um pris-
   I
   C
   A ma são paralelogramos.
   E
   D
   A
   I
No entanto, para o contexto da óptica, é chamado prisma
   C
    Í
   R
Além de que: o elemento óptico transparente com superfícies retas e poli-
   E
   P
    À
das que é capaz de refratar a luz nele incidida. O formato mais
   A
   D usual de um prisma óptico é o de pirâmide com base quadran-
   A
   C
   I
   L
gular e lados triangulares.
   P
   A
   A
   C
   I
   S
    Í
   F
Ao agruparmos essas informações, chegamos a uma forma
completa da Lei de Snell:
  
  
  
    
  
    
  
  
  
   Dioptro
     É todo o sistema formado por dois meios homogêneos e
transparentes.
Quando essa separação acontece em um meio plano, cha- A aplicação usual dos prismas ópticos é seu uso para sepa-
mamos, então, dioptro plano. rar a luz branca policromática nas sete cores monocromáticas
ar do espectro visível, além de que, em algumas situações, pode
refletir tais luzes.
dioptro  Funcionamento do prisma:
Quando a luz branca incide sobre a superfície do prisma, sua
água
velocidade é alterada, no entanto, cada cor da luz branca tem
um índice de refração diferente, e logo, ângulos de refração di-
ferentes, chegando à outra extremidade do prisma separadas.
A figura acima representa um dioptro plano, na separação  Tipos de prismas:
entre a água e o ar, que são dois meios homogêneos e trans- ▷ Prismas dispersivos são usados para separar a luz
parentes. em suas cores de espectro.
 Formação de imagens através de um dioptro: ▷ Prismas refletivos são usados para refletir a luz.
Considere um pescador que vê um peixe em um lago. ▷ Prismas polarizados podem dividir o feixe de luz
O peixe encontra-se a uma profundidade H da superfície da em componentes de variadas polaridades.
água. O pescador o vê a uma profundidade h. Conforme mos- Lentes Esféricas Convergentes
tra a figura a seguir: Em uma lente esférica com comportamento convergente,
Observador a luz que incide paralelamente entre si é refratada, tomando
direções que convergem a um único ponto.
1 Tanto lentes de bordas finas como de bordas espessas
Ar - meio 1 podem ser convergentes, dependendo do seu índice de re-
h Água - meio 2 fração em relação ao do meio externo.
2
H O caso mais comum é aquele em que a lente tem índice
x de refração maior que o índice de refração do meio externo.
Nesse caso, um exemplo de lente com comportamento con-
vergente é o de uma lente biconvexa (com bordas finas):
Focos de uma Lente e Vergência
 Focos principais:
Uma lente possui um par de focos principais: foco principal
n1 objeto (F) e foco principal imagem (F’), ambos localizam-se a
sobre o eixo principal e são simétricos em relação à lente, ou
seja, a distância OF é igual a distância OF’.
▷ Foco imagem (F’): É o ponto ocupado pelo foco
n1 < n2 imagem, podendo ser real ou virtual.
Já o caso menos comum ocorre quando a lente tem me- ▷ Foco objeto (F): É o ponto ocupado pelo foco obje-
nor índice de refração que o meio. Nesse caso, um exemplo to, podendo ser real ou virtual.
de lente com comportamento convergente é o de uma lente ▷ Distância focal: É a medida da distância entre um
bicôncava (com bordas espessas): dos focos principais e o centro óptico, esta medida é
caracterizada pela letra f.
▷ Vergência: Dada uma lente esférica em determina-
do meio, chamamos vergência da lente (V) a unida-
de caracterizada como o inverso da distância focal,
n1 ou seja:
n2

n1 > n2

Lentes Esféricas Divergentes A unidade utilizada para caracterizar a vergência no Siste-


Em uma lente esférica com comportamento divergente, ma Internacional de Medidas é a dioptria, simbolizado por di.
a luz que incide paralelamente entre si é refratada, tomando Um dioptria equivale ao inverso de um metro, ou seja:
direções que divergem a partir de um único ponto.
Tanto lentes de bordas espessas como de bordas finas po-
dem ser divergentes, dependendo do seu índice de refração 1di = 1m-1
em relação ao do meio externo.
O caso mais comum é aquele em que a lente tem índice de Uma unidade equivalente à dioptria, muito conhecida por
refração maior que o índice de refração do meio externo. Nes-
 
quem usa óculos, é o “Grau”.
se caso, um exemplo de lente com comportamento divergente
   
é o de uma lente bicôncava (com bordas espessas):
 
1di = 1grau  

 
Quando a lente é convergente, usa-se distância focal posi- 
 
tiva (f > 0), e para uma lente divergente, usa-se distância focal  
negativa (f < 0).
n1 Associação de Lentes F 
Í   
 S 
I  
 C 
Duas lentes podem ser colocadas de forma que funcionem

n2 A 

como uma só, desde que sejam postas coaxialmente, isto é,




I  

n1 < n2
 C 

com eixos principais coincidentes. Nesse caso, elas serão cha-




madas de  justapostas, se estiverem encostadas, ou separa-


À  

Já o caso menos comum ocorre quando a lente tem menor


das, caso haja uma distância d separando-as.




índice de refração que o meio. Nesse caso, um exemplo de len-
Í   
 C 

Essas associações são importantes para o entendimento


I  

te com comportamento divergente é o de uma lente biconvexa D 

(com bordas finas): dos instrumentos ópticos. A 


 C 
I  

Quando duas lentes são associadas, é possível obter uma




lente equivalente. Esta terá a mesma característica da associa-




 S 

ção das duas primeiras.



 O 

 O 

Se a lente equivalente tiver vergência positiva, será con-



I  
Á  

vergente, e se tiver vergência negativa, será divergente. I  
 O 

n1
 S 

 Associação de lentes justapostas:


n2 Quando duas lentes são associadas de forma justaposta,
utiliza-se o teorema das vergências  para definir uma lente 643
n1 > n2 equivalente.
Como exemplo de associação justaposta temos: do anteparo consiste em um dispositivo eletrônico, conheci-
644 do como CCD (Charge-CoupledDevice), que converte as in-
tensidades de luz que incidem sobre ele em valores digitais
Lente 1 Lente 2 armazenáveis na forma de Bits (pontos) e Bytes (dados). O
   S
   O
   I funcionamento óptico da câmera fotográfica é basicamente
   R
    Á
   I
E.p. equivalente ao de uma câmera escura, com a particularidade
   V
   O
   D
   O
que, no lugar do orifício, uma lente convergente é utilizada. No
   R
   S
   E
fundo da câmera, encontra-se o anteparo no qual a imagem
   T
   N será gravada.
   E
   D
   I
Esse teorema diz que a vergência da lente equivalente à
   C
   A
   E
associação é igual à soma algébrica das vergências das lentes
   D
   A
   I
componentes. Ou seja:
   C
    Í
   R
   E
   P
    À
   A
Veq = V1 + V2
   D
   A
   C
   I
   L
   P
   A Que também pode ser escrita como:
   A
   C
   I
   S
    Í
   F A
B’
  
  
   0
0 i
      Associação de lentes separadas: A’
   Quando duas lentes são associadas de forma separada,
     B
  
   utiliza-se uma generalização do teorema das vergências para
  
   definir uma lente equivalente.
     Um exemplo de associação separada é:
p
Lente 1 p’

Lente 2

E.p.
d

Projetor
A generalização do teorema diz que a vergência da lente Um projetor é um equipamento provido de uma lente con-
equivalente à tal associação é igual à soma algébrica das ver- vergente (objetiva) que é capaz de fornecer imagens reais, in-
gências dos componentes menos o produto dessas vergências vertidas e maiores que o objeto, que pode ser um slide ou filme.
pela distância que separa as lentes. Desta forma: Normalmente, os slides ou filmes são colocados invertidos,
assim, a imagem projetada será vista de forma direta.
Veq = V1 + V2 - V1V2d

Que também pode ser escrito como:

Instrumentos Óticos Lupa


A Lupa é o mais simples instrumento óptico de observa-
Câmera Fotográfica ção. Também é chamada de lente de aumento. Uma lupa é
A câmera fotográfica é um equipamento capaz de proje- constituída por uma lente convergente com distância focal na
tar e armazenar uma imagem em um anteparo. Nos antigos ordem de centímetros, capaz de conjugar uma imagem virtual,
equipamentos, nos quais um filme deve ser posto dentro da direta e maior que o objeto.
câmera, o anteparo utilizado é um filme fotossensível capaz No entanto, esse instrumento se mostra eficiente apenas
de propiciar uma reação química entre os sais do filme e a luz quando o objeto observado estiver colocado entre o foco prin-
que incide nele. No caso das câmeras digitais, uma das partes cipal objeto e o centro óptico.
Olho Humano
O olho humano é um sistema óptico complexo, formado
por vários meios transparentes, além de um sistema fisiológico
com inúmeros componentes.
Todo o conjunto que compõe a visão humana é chamado
globo ocular.
humor vítreo conjuntiva
retina íris
Quando uma lupa é presa a um suporte, recebe a denomi- esclera cristalino
nação de microscópio simples. coróide pupila
Microscópio Composto mácula córnea
nervo ópitico humor aquoso
Um microscópio composto é um instrumento óptico com-
posto fundamentalmente por um tubo delimitado nas suas ex-
tremidades por lentes esféricas convergentes, formando uma A luz incide na córnea e converge até a retina, formando
associação de lentes separadas. as imagens.
A lente mais próxima do objeto observado é chamada Para essa formação de imagem, acontecem vários fenô-
objetiva, e é uma lente com distância focal na ordem de milí- menos fisiológicos, no entanto, para o estudo da óptica, po-
metros. A lente próxima ao observador é chamada ocular, e é demos considerar o olho como uma lente convergente, com
uma lente com distância focal na ordem de centímetros. distância focal variável. Sendo representado:
O funcionamento de um microscópio composto é bastan- lente
te simples. A objetiva fornece uma imagem real, invertida e
maior que o objeto. Essa imagem funciona como objeto para o córnea retina
ocular, que funciona como uma lupa, fornecendo uma imagem
final virtual, direta e maior.
Ou seja, o objeto é aumentado duplamente, fazendo com
que objetos muito pequenos sejam melhores observados.

5mm 15mm
 
Tal representação é chamada olho reduzido , e traz a repre-    
sentação das distâncias entre a córnea e a lente e entre a lente  
e a retina, sendo a última a distância da imagem produzida em  
relação a lente (p’). 
Esse microscópio composto também é chamado Microscó-  
pio Óptico, sendo capaz de aumentar até 2.000 vezes o objeto  Adaptação visual: 
 
observado. Existem também Microscópio Eletrônicos capazes Chama-se adaptação visual a capacidade apresentada  
de proporcionar aumentos de até 100.000 vezes e Microscó- pela pupila de se adequar à luminosidade de cada ambiente,
pios de Varredura que produzem aumentos superiores a 1 mi- comprimindo-se ou dilatando-se. F 
lhão de vezes.
Í   
 S 
Em ambientes com grande luminosidade, a pupila pode
I  
 C 

Luneta atingir um diâmetro de até 1,5mm, fazendo com que entre me-



I  

nos luz no globo ocular, protegendo a retina de um possível


 C 

Lunetas são instrumentos de observação a grandes dis-




tâncias, sendo úteis para observação de astros (luneta astro- ofuscamento. À  

nômica) ou para observação da superfície terrestre (luneta



Já em ambientes mais escuros, a pupila se dilata, atingindo

Í   
 C 

terrestre).
I  

diâmetro de até 10mm. Assim, a incidência de luminosidade





Uma luneta é basicamente montada da mesma forma que aumenta no globo ocular, possibilitando a visão em tais am-

 C 

um microscópio composto, com objetiva e ocular, no entanto,


I  

bientes.

a objetiva da luneta tem distância focal na ordem de metros,



 Acomodação visual:
 S 

sendo capaz de observar objetos afastados.



 O 

As pessoas que têm visão considerada normal, emétropes,



 O 

I  

têm a capacidade de acomodar objetos de distâncias de 25cm


Á  

I  
 O 

em média, até distâncias no infinito visual.


 S 

 Ponto próximo:
A primeira distância (25cm) corresponde ao ponto próxi- 645
mo, que é a mínima distância que uma pessoa pode enxergar
corretamente. O que caracteriza essa situação é que os múscu-
646 los ciliares encontram-se totalmente contraídos. ANOTAÇÕES
Nesse caso, pela equação de Gauss:
   S
   O
   I
   R
    Á
   I
   V
   O
   D
   O
   R
   S
   E
   T
   N
   E
   D
   I
   C
   A
   E
   D
   A
   I
   C
Considerando o olho com distância entre a lente e a retina
    Í
   R
   E
   P de 15mm, ou seja, p’=15mm:
    À
   A
   D
   A
   C
   I
   L
   P
   A
   A
   C
   I
   S
    Í
   F

  
  
  
    
  
    
  
  
  
   Nesse caso, o foco da imagem será encontrado 14,1mm
     distante da lente.
 Ponto remoto:
Quando a distância infinita corresponde ao ponto remo-
to que a distância máxima alcança para uma imagem focada.
Nessa situação, os músculos ciliares encontram-se totalmente
relaxados.
Da mesma forma que para o ponto próximo, podemos uti-
lizar a equação de Gauss para determinar o foco da imagem.

No entanto, é um valor indeterminado, mas se pensar-


mos que infinito corresponde a um valor muito alto, veremos
que essa divisão resultará em um valor muito pequeno, po-
dendo ser desprezado.
Assim, teremos que:

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