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V
O
L
POLICIAIS 1
U
M
E
PRF-PF-PC
Língua Portuguesa
Redação
RLM e Matemática
Noções de Informática
Noções de Direito Administrativo
Noções de Direito Constitucional
Ética no Serviço Público
Noções de Arquivologia
Noções de Contabilidade
Física Aplicada à Perícia de Acidentes Rodoviários
VIDEOAULAS DE:
- Atualidades
- Matemática Básica
SUMÁRIO 5
ÍNDICE
LÍNGUA PORTUGUESA ............................
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....................... 9
1. Interpretação e Compreensão de Texto ................... ..................................
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................... 10
2. Reescritura de Frases e Parágrafos do Texto ...................................
..................................................
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........ 11
3. Formação de Palavras....................
....................................
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............ 14
4. Emprego das Classes de Palavras ................ ...............................
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............................17
.............17
5. Sintaxe ...............
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........................28
.........28
6. Pontuação .............
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......................38
.......38
7. Gêneros textuais .............
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............ 41
8. Redação de Correspondências Oficiais ................. ................................
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...................46
....46
REDAÇÃO ...............................................................................................................................49
1. Redação para Concursos Públicos ..............
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.............................50
..............50
2. Dissertação Expositiva e Argumentativa..............
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...................55
....55
MATEMÁTICA ..........................................................................................................................60
1. Proposições ..............
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...................63
....63
2. Argumentos ...............
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.................67
..67
3. Psicotécnicos .............
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.................69
.69
4. Análise Combinatória ...............
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.................69
.69
5. Probabilidade ...............
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.............................72
..............72
6. Noções de Estatística...............................
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.................74
..74
7. Conjuntos Numéricos.....................................
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............ 81
8. Sistema Legal de Medidas .............
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...........................84
............84
9. Razões e Proporções ..............
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...................85
....85
10. Porcentagem e Juros ..............
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.................87
..87
11. Sequências Numéricas .............
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.................88
..88
12. Matrizes, Determinantes e Sistemas Lineares ...................................
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.... 91
13. Funções, Função Afim e Função Quadrática ............... ..............................
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...........................97
............97
14. Função Exponencial e Função Logarítmica ................... ..................................
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.......104
104
15. Trigonometria..............
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............105
105
16. Geometria Plana ...............
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.......109
109
17. Geometria Espacial.........................................
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........ 115
NOÇÕES DE INFORMÁTICA ......................................................................................................126
1. Hardware ..............
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..... 128
2. Software...........................................
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....... 130
3. Software...............
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...... 131
4. Linux ..............
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............................135
.............135
5. Windows ...............
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.....................137
......137
6 SUMÁRIO
ÍNDICE
1. Interpretação e Compreensão de Texto........................................................................10
2. Reescritura de Frases e Parágrafos do Texto .................................................................11
3. Formação de Palavras..........................
........................................................
.............................................................
.........................................
.......... 14
4. Emprego das Classes de Palavras ...........................
..........................................................
...................................................
.................... 17
4. 1. Substantivo......................
.....................................
..............................
..............................
..............................
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...........................
............17
17
4. 2. Artigo..........................................
.........................................................
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.............................19
..............19
4. 3. Adjetivo........................
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............................20
.............20
4. 4. Interjeição ..............................
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...20
20
4. 5. Numeral .............
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........20
20
4. 6. Advérbio ..........................................
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.........21
21
4. 7. Conjunção ...............
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....21
21
4. 8. Preposição .....................................
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........... 22
4. 9. Pronome ..........................................
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........ 22
4. 10. Palavra QUE ................
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.............24
24
4. 11. Palavra SE ....................
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.............24
24
4. 12. Verbo ...............
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..........26
26
5. Sintaxe ......................................................................................................................28
5. 1. Frase ..............
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.............2828
5. 2. Oração ...............................
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5.2.1 Termos Essenciais da Oração .............. .............................
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..... 28
5.2.2 Termos Integrantes da Oração .........................................
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..... 29
5.2.3 Termos Acessórios da Oração .................. .................................
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...............................30
................30
5. 3. Período Composto ...............
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.......31
31
5.3.1. Período Composto por Coordenação ...............................
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......31
31
5.3.2. Período Composto por Subordinação .............. .............................
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......31
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5. 4. Sintaxe de Concordância ...........................................
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............. 33
5.4.1. Concordância Nominal ...............
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............. 33
5.4.2 Concordância Verbal.........
Verbal........................
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........ 33
5. 5. Colocação Pronominal ...................................
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5. 6. Sintaxe de Regência...............
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... 34
5.6.1 Regência Nominal .............
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........ 34
5.6.2. Regência Verbal.................................
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5.6.3. Crase ...............
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6. Pontuação ..................................................................................................................38
7. Gêneros textuais ............................
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............... 41
8. Redação de Correspondências Oficiais ...........................
.........................................................
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.............. 46
10
1. Interpretação e Compreensão de Concessão Adversidade Conclusão Causa Tempo
embora mas – contudo dessa forma Porque quan-
T Texto
exto – ainda
que – se
– no entan-
to – todavia
– logo – por-
tanto – assim
– pois do – na
– já que hora em
bem que – se bem que sendo – por – visto que –
O que é Interpretar Textos? – mesmo – porém – conseguinte que – logo que
que – por entretanto. uma vez – assim
A Interpretar textos é, antes de tudo, compreender o que se mais que. que que
S
E leu. Para que haja essa compreensão, é necessária uma leitu-
U Leia o trecho a seguir, publicado no jornal Correio Popular:
G ra muito atenta e algumas técnicas que veremos no decorrer
U
T dos textos. Uma dica importante é fazer o resumo do texto por “Durante a sua carreira de goleiro, iniciada no Comercial
R
O parágrafos. de Ribeirão Preto, sua terra natal, Leão, de 51 anos, sempre
P
A impôs seu estilo ao mesmo tempo arredio e disciplinado. Por
U
G
N
Ambiguidade outro lado, costumava ficar horas aprimorando seus defeitos
Í
L Ambiguidade ou anfibologia é a falta de clareza em um após os treinos. Ao chegar à seleção brasileira em 1970,
enunciado que lhe permite mais de uma interpretação. É con-
hecida, também, como duplo sentido. Observe os exemplos a quando fez parte do grupo que conquistou o tricampeonato
seguir: mundial, Leão não dava um passo em falso. Cada atitude e
Exs.: Maria disse à Ana que sua irmã chegou. ( A irmã é cada declaração eram pensados com um racionalismo típico
de Maria ou Ana?)
de sua família, já que seus outros dois irmãos são médicos.”
chão. (Quem estava caída
A mãe falou com a filha caída no chão.
no chão?) Correio Popular, Campinas, 20 out. 2000.
Está em dúvida quanto à configuração da sua máquina? Observe que neste trecho há problemas de coerência.
Então, acabe com ela agora mesmo! (Acabe com a dúvi-
da, com a configuração ou com a máquina?)
“(...) costumava ficar horas aprimorando seus defeitos (...)”
Em alguns casos, especialmente na publicidade e nos textos Entende-se o que o redator do texto quis dizer, mas a con-
literários, a ambiguidade é proposital; mas, para que ocorra a strução é indevida, uma vez que a definição para aprimorar, se-
compreensão necessária, é preciso que o leitor tenha conheci- gundo o dicionário, é aperfeiçoar, melhorar a qualidade de. Por-
mento de mundo suficiente para interpretar de maneira literal
e não literal. tanto, se interpretada seguindo esta definição, entender-se-ia
No entanto, ela se torna um problema nos textos quando que o jogador melhorava seus defeitos.
causa dúvidas em relação à interpretação. Ela também pode Além da escolha inadequada do vocábulo, há também um
gerar problemas e fazer com que o autor seja mal interpretado, problema causado pelo uso indevido dos elementos de coesão.
como na frase “Sinto falta da galinha da minha mãe”.
Observe o uso da expressão “Por outro lado”, que deveria indi-
Ao escrever, para que não haja problemas relacionados
à ambiguidade, é necessária atenção do autor e uma leitura car algo contrário ao que foi dito anteriormente, mas neste caso
cuidadosa. precede uma afirmação que confirma o que foi dito no período
É importante observar que os textos não são estáticos e anterior, deixando o texto confuso.
dificilmente apresentarão apenas uma tipologia. É comum
que o texto seja, por exemplo, dissertativo-argumentativo, Perceba, portanto, que:
narrativo-descritivo
narrativo-des critivo ou descritivo-instrucional. É importante, Coesão é a relação entre as afirmações do texto
texto,, de maneira
portanto, identi
identificar
ficar a tipolo
tipologia
gia que predomin
predomina.
a. a deixá-lo claro e fazer sentido:
Coesão e Coerência Ontem o dia foi bom porque vi Lucas.
Observe as orações a seguir: Ontem o dia foi bom apesar de eu ter visto Lucas.
Mariana estava cansada. Viajou a noite toda. Foi trabalhar A relação de sentido estabelecida pela conjunção fará o sen-
no dia seguinte.
tido do texto.
Perceba que a relação entre elas não está clara. Agora, veja
o que acontece quando são inseridos elementos de coesão: Coerência é o sentido do texto, é o fato de o texto fazer
Mariana estava cansada porque viajou a noite toda. Mesmo sentido e ser compreendido pelo leitor em uma primeira leitura.
assim, foi trabalhar no dia seguinte. O que torna um texto coerente, entre outras coisas, é a escolha
Os elementos de coesão são responsáveis por criar a correta das conjunções. Por isso, a coesão e a coerência do texto
relação correta entre os termos do texto, tornando-o coerente.
Os elementos de coesão são representados pelas con- andam juntas e muitas vezes se confundem.
junções. As principais relações
relações estabelecidas
estabelecidas entre eles
eles são:
2. Reescritura de Frases e Parágrafos Além disso, nem toda substituição é coerente. Por exemp-
lo, na frase “Eu comprei uma casa”, fica incoerente reescrever
do Texto “Eu comprei um lar”.
ANOTAÇÕES
4. Emprego das Classes de Palavras Coletivo
São substantivos comuns que, apesar de estarem no singular,
indicam mais de um ser da mesma espécie.
4. 1. Substantivo Exs.: Enxame: grupo de insetos.
Todos os seres recebem nomes, e este nome é a classe gramat- Manada: grupo de búfalos, elefantes ou cavalos.
ical chamada substantivo. Os substantivos nomeiam os seres: Século: período de cem anos.
pessoas, objetos, fenômenos, sentimentos, qualidades, lugares ou Relação de Alguns Substantivos Coletivos
ações. Observe os exemplos:
▷ Acervo: bens patrimoniais, obras de arte;
Exs.: ▷ Alavão: ovelhas leiteiras;
O carro está estacionado na rua. ▷ Álbum: fotografias, selos;
objeto lugar ▷ Alcateia: lobos, feras;
Estava cansada da corrida. Antologia: reunião de textos literários;
▷
ação ▷ Armada: navios de guerra;
A sinceridade é uma virtude desejável nos amigos.
▷ Arquipélago: ilhas;
qualidade ▷ Arsenal: armas;
A chuva nos obrigou a cancelar, com tristeza , a festa na piscina.
▷ Assembleia: parlamentares, membros de asso-
fenômeno estado ciações;
Atilho: espigas;
Classificação dos Substantivos ▷
Abstrato
U
Cinemateca: filmes;
E
▷ S
A
São os substantivos que indicam seres (reais ou imaginári- ▷ Claque: pessoas pagas para aplaudir;
os) cuja existência depende de outros seres. ▷ Clero: a classe dos clérigos (padres, bispos,
Exs.: Banho: Alguém toma banho. cardeais...);
Cansaço: Alguém fica cansado. ▷ Clientela: clientes de médicos, de advogados;
Felicidade: Alguém fica feliz. ▷ Código: leis;
Portanto, são abstratos os substantivos que indicam senti- ▷ Conciliábulo: feiticeiros, conspiradores; 17
mentos, ações, estados e qualidades. ▷ Concílio: bispos em assembleia;
▷ Conclave cardeais para a eleição do Papa; ▷ Pinacoteca: quadros, telas;
18 ▷ Colmeia: cortiço de abelhas; ▷ Piquete: soldados montados, grevistas;
▷ Confraria: pessoas religiosas;
▷ Plantel: atletas, animais de raça;
▷ Congregação: professores, religiosos;
▷ Conselho: vereadores, diretores, juízes, militares; ▷ Plateia: espectadores;
▷ Consistório: cardeais, sob a presidência do Papa; ▷ Plêiade: poetas, artistas;
A
S
▷ Constelação: estrelas; ▷ Pomar: árvores frutíferas;
E Corja: vadios, tratantes, velhacos, ladrões;
U
G
▷
▷ Prole: filhos de um casal;
U ▷ Coro: anjos, cantores;
T ▷ Quadrilha: ladrões, bandidos, assaltantes;
R
O
▷ Corpo: jurados, eleitores, alunos;
P ▷ Correição: formigas; ▷ Ramalhete: flores;
A
U ▷ Cortiço: abelhas, casas velhas; ▷ Rancho: pessoas em passeio ou jornada, romeiros;
G
N
Í ▷ Elenco: atores, artistas; ▷ Récua: cavalgaduras (bestas de carga);
L
▷ Enxame: abelhas, insetos; ▷ Rebanho: ovelhas, carneiros, cabras, reses;
▷ Enxoval: roupas e adornos;
▷ Renque: árvores, pessoas ou coisas enfileiradas;
▷ Esquadra: navios de guerra;
▷ Esquadrilha: aviões; ▷ Repertório: peças teatrais ou musicais interpre-
▷ Falange: soldados, anjos; tadas por artistas;
▷ Fato: cabras; ▷ Resma: quinhentas folhas de papel;
▷ Fauna: animais de uma região; Réstia: cebolas, alhos;
Feixe: lenha, capim, varas;
▷
▷
▷ Revoada: aves voando;
▷ Filmoteca: filmes;
▷ Fornada: pães, tijolos; ▷ Ronda: grupo de soldados que percorre as ruas ga-
rantindo a ordem;
▷ Frota: navios mercantes, ônibus;
▷ Galeria: quadros, estátuas; ▷ Rol: lista, relação (de pessoas ou coisas);
▷ Girândola: foguetes, fogos de artifício; ▷ Ror: grande quantidade de coisas;
▷ Grei: gado miúdo, paroquianos, políticos; ▷ Roda: pessoas, amigos;
▷ Hemeroteca: jornais, revistas;
▷ Hostes: inimigos, soldados; ▷ Romanceiro: conjunto de poesias narrativas;
▷ Irmandade: membros de associações religiosas ou ▷ Súcia: pessoas desonestas, velhacos, patifes;
beneficentes; ▷ Sínodo: párocos (sacerdotes, vigários);
▷ Junta: médicos, credores, examinadores; ▷ Tertúlia: amigos, intelectuais em reunião;
▷ Júri: jurados;
▷ Talha: lenha;
▷ Legião: anjos, soldados, demônios;
▷ Magote: pessoas, coisas; ▷ Tríade: conjunto de três pessoas ou três coisas;
▷ Malta: desordeiros, ladrões, bandidos, capoeiras; ▷ Tríduo: período de três dias;
▷ Mapoteca: mapas; ▷ Tripulação: aeroviários, marinheiros;
▷ Matilha: cães de caça; ▷ Tropilha: cavalos;
▷ Matula: desordeiros, vagabundos, vadios;
▷ Tropa: muares;
▷ Magote: pessoas, coisas;
▷ Manada: bois, búfalos, elefantes, porcos; ▷ Trouxa: roupas;
▷ Maquinaria: máquinas; ▷ Turma: estudantes, trabalhadores;
▷ Miríade: astros, insetos, anjos; ▷ Vara: porcos;
▷ Molho: chaves, verdura, capim; ▷ Vocabulário: palavras.
Multidão: pessoas;
▷
▷ Ninhada: pintos;
Flexão do Substantivo
O substantivo é uma classe variável. Ou seja: os nomes sof-
▷ Nuvem: gafanhotos, mosquitos, poeira; rem alterações (variações) para indicar gênero, número e grau.
▷ Panapaná: borboletas em bando migratório; Exs.:
▷ Pelotão: soldados; gato ( substantivo masculino)
gata ( mudança de gênero: feminino)
▷ Penca: bananas, chaves, frutos; gatinha ( mudança de grau: diminutivo)
▷ Pente: balas de arma automática; gatão ( mudança de grau: aumentativo)
A alteração do substantivo para formar o feminino não Comuns de Dois Gêneros
ocorre em todos os casos e nem sempre da mesma maneira. São substantivos que utilizam a mesma forma para indicar
Acontecerá nos substantivos biformes, que são os que apre-
sentam uma forma para o masculino e outra para o feminino. tanto o masculino quanto o feminino. A diferença, nesse caso,
é o artigo, que será variável para indicar o sexo:
Formação do Feminino Exs.: O colega;
Nos substantivos biformes, alguns casos, por indicarem A colega;
nomes de seres vivos, geralmente indicam o sexo ao qual per- O chefe;
tence o ser, apresentando uma forma para o masculino e outra A chefe.
para o feminino.
Exs.: menino – menina Mudança de Gênero com Mudança de Sentido
leão – leoa Em alguns casos, a mudança de gênero implicará na mu-
O feminino pode ser formado de diferentes formas: dança de sentido do substantivo.
Alterando a terminação o por a: Exs.: O moral: ânimo;
Ex.: aluno – aluna. A moral: caráter;
Alterando a terminação e por a: O capital: valores (bens ou dinheiro);
Ex.: mestre – mestra. A capital: cidade;
Acrescentando a no final da palavra: O cabeça: líder;
Ex.: português – portuguesa.
A cabeça: parte do corpo;
Alterando a terminação ão por ã, oa ou ona:
Exs.: aldeão – aldeã; O grama: unidade de medida de peso;
varão – varoa; A grama: planta rasteira;
comilão – comilona. O rádio: aparelho sonoro;
Acrescentando esa, essa, isa, ina ou triz: A rádio: estação;
Exs.: barão – baronesa;
ator – atriz. 4. 2. Artigo
Em alguns casos, o feminino é indicado com uma palavra
diferente: Observe a oração a seguir:
Exs.: homem – mulher; Ex.: Uma ligação mudou meu dia: era o médico de minha
carneiro – ovelha. mãe, dizendo que eu podia buscá-la.
O artigo é um nome que acompanha o substantivo, de-
Substantivos Uniformes finindo-o. Observe que no primeiro caso destacado, o artigo
Em alguns casos, há apenas um substantivo para indicar indefine o substantivo, mostrando que é uma ligação como
tanto o sexo feminino quanto o masculino. Esses substantivos qualquer outra, nada específico. Já no segundo caso temos um
classificam-se em:
artigo definido, especificando a pessoa: não era um médico in-
Epicenos determinado, mas o médico específico.
São os substantivos uniformes que indicam nomes de ani- Observa-se, portanto, que o artigo classifica-se em defini-
mais e para especificar o sexo, utiliza-se macho ou fêmea. do ou indefinido.
Exs.: a girafa fêmea;
Artigo definido: utilizado para especificar o substantivo
a girafa macho.
- o, a, os, as.
Sobrecomuns Ex.: A encomenda chegou.
São substantivos uniformes que indicam tanto masculino Artigo indefinido: utilizado para apresentar o substantivo
quanto feminino. A identificação do sexo correspondente se
L
como algo não específico, como parte de um grupo, e não um
Í
N
dará através do contexto.
G
ser determinado.
U
Ex.: o indivíduo ( homem ou mulher).
A
Criança de oito anos comove público ao competir em tri- Ex.: Encontrei uma vizinha na festa. P
O
R
atlo carregando irmão deficiente. Combinações e Contrações dos Artigos
T
U
Comovente a atitude de Noah Aldrich, de 8 anos, que não Preposições Artigos
G
U
queria participar sozinho de uma competição de triatlo in- E
o, os a, as um, uns uma, umas
S
fantil nos Estados Unidos e resolveu levar o irmão caçula,
A
Lucas, de 6 anos, com ele. Porém, Lucas sofre de deficiência a ao, aos à, às - -
cerebral, que o impede de andar ou falar. Noah se preparou duma,
durante três meses para as provas de natação, corrida e de do, dos da, das dum, duns
dumas
ciclismo e usou um carrinho, uma bicicleta e um pequeno numa,
bote adaptado para que Lucas pudesse acompanhá-lo. em no, nos na, nas num, nuns
numas
Fonte: http://amazonrunners1.blogspot.com.br/2014/07/menino-de-
19
oito-anos-comove-publico-ao.html (adaptado) por (per) pelo, pelos pela, pelas - -
▷ Título: no centro da folha, em caixa alta. • Ensaio
44 ▷ Texto: É um texto com caráter também didático, em que são ex-
» Identificação do emissor. postas ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito
» O verbo atestar ou declarar deve aparecer no de certo tema. É caracterizado pela defesa de um ponto de
presente do indicativo, terceira pessoal do sin- vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosóf-
gular ou do plural. ico, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem
A » Finalidade do documento: em geral, costuma-se a necessidade de comprovação científica.
S usar o termo “para os devidos fins”. Também se
E História em Quadrinhos
U pode especificar: “para fins de trabalho”, “para fins
G
U escolares”, etc. É um gênero narrativo que consiste em contar algo por
T
R
» Nome e dados de identificação do interessado. meio de pequenos quadros. Pode haver diálogos diretos en-
O
P
» Citação do fato a ser atestado.
tre personagens. É caracterizado pela linguagem verbal e não
A
U verbal.
G ▷ Local e data: deve-se escrevê-lo a cerca de três
N
Í linhas do texto. Notícia
L
Editorial É um texto em que podem aparecer características nar-
É um gênero textual dissertativo-argumentativo que apre- rativas e descritivas. Conta-se como ocorreu um determina-
senta o posicionamento de uma empresa, revista, jornal sobre do fato. Aparecem as seguintes informações: o que ocorreu,
determinado assunto. como, quando, onde e quem estava envolvido.
Entrevista Ofício
É um gênero textual em que aparece o diálogo entre o O ofício tem o objetivo de informar, propor convênios,
entrevistador e o(s) entrevistado(s), para obter informações ajustes, acordos, encaminhar documentos, solicitar providên-
sobre o entrevistado ou algum assunto. Podem aparecer ele- cias e/ou informações.
mentos expositivos, argumentativos e narrativos.
É uma correspondência que pode ser dirigida tanto ao
Edital Poder Público quanto a particulares.
É um documento em que são apresentados avisos, ci- Formatação:
tações, determinações. ▷ Papel timbrado;
São diversos os tipos de editais, de acordo com o objetivo:
pode comunicar uma citação, um proclame, um contrato, uma ▷ Número de ordem na margem superior esquerda;
exoneração, uma licitação de obras, serviços, tomada de preço, ▷ Local e data na mesma linha do número de ordem,
etc. ao lado direito;
Entre eles, os editais mais comuns são os de concursos pú- ▷ Vocativo (a forma de se dirigir à pessoa a que se
blicos, que determinam as etapas dos processos seletivos e as destina a correspondência);
competências necessárias para a sua execução. ▷ O texto pode ser dividido em parágrafos;
Gêneros Literários ▷ Fecho;
Os gêneros literários costumam ser cobrados em algumas ▷ Assinatura e cargo do remetente;
provas. É importante saber que há a presença tanto da lingua- ▷ Endereçamento.
gem denotativa quanto da conotativa. Geralmente, as provas
trazem fragmentos de textos. Alguns gêneros mais cobrados Parecer
são: novela, conto, fábula, crônica, ensaio. O parecer é o pronunciamento fundamentado, com caráter
• Novela opinativo, de autoria de comissão ou de relator, snobre matéria
É um texto narrativo longo, em que são narradas várias sujeita a seu exame.
histórias. Sempre há uma história principal que caracteriza Partes de um parecer:
esse gênero. Exemplos: O Alienista, de Machado de Assis, e A ▷ Designação: número do processo, no centro superior
Metamorfose, de Kafka. do papel. Não é um item obrigatório.
• Conto ▷ Título: denominação do ato, seguido de numeração
É um texto narrativo curto, em que há, geralmente, um (Parecer nº).
enredo (uma história) e poucos personagens. ▷ Ementa: resumo do assunto do parecer, de maneira
• Fábula concisa, a dois espaços do título.
É um texto narrativo em que há uma história curta que ▷ Texto: introdução (histórico); esclarecimentos
termina com uma lição de moral. Geralmente, há a personi- (análise do fato); conclusão do assunto.
ficação, pois há personagens que não são humanos (animais, ▷ Fecho: compreende: local e/ou denominação do
objetos) que adquirem características humanas. órgão (sigla);
• Crônica » Data;
É uma narrativa breve, relacionada ao cotidiano. Pode ter » Assinatura (nome e cargo de quem emite o
um tom humorístico ou reflexivo (presença de críticas). parecer).
Propaganda 4) Fecho, utilizando as fórmulas usuais de cortesia, como
Caracterizado como um texto expositivo, o objetivo é as do ofício.
propagar informações sobre algo, para influenciar o leitor com 5) Local e data, por extenso.
mensagens que despertam as emoções e a sensibilidade. 6) Assinatura, nome e cargo ou função do signatário.
7) Anexos, complementando o Relatório, com material
Poema ilustrativo e/ou ocumental.
É um texto estruturado em versos (linhas) e pode também Classificação de Relatórios:
ter estrofes (conjunto de linhas). É muito comum haver a de- ▷ Informativo: aborda um problema ou situação e
scrição e a narração. oferece informações.
Reportagem ▷ Reativo: aborda um problema, examina as causas e
É um gênero textual que pertence à esfera jornalística e as consequências e oferece sugestões.
tem um caráter dissertativo-expositivo. A reportagem tem, ▷ Conclusivo: aborda um problema ou situação e
por objetivo, informar e levar os fatos ao leitor de uma maneira oferece conclusões.
concisa, clara, e direta. Portaria
Requerimento É um ato pelo qual as autoridades competentes determi-
O requerimento é o instrumento por meio do qual o sig- nam providências de caráter administrativo, dão instruções
natário pede, a uma autoridade, algo que lhe pareça justo ou le- sobre a execução de leis e de serviços, definem situações
gal. Qualquer pessoa que tenha interesse no serviço público pode funcionais e aplicam medidas de ordem disciplinar.
valer-se de um requerimento, que será dirigido a uma autoridade Partes:
competente para conhecer, analisar e solucionar o caso, podendo ▷ Numeração (classificação): número do ato e data de
ser escrito ou datilografado (digitado). expedição.
Os elementos constitutivos do requerimento são: ▷ Título: denominação completa de autoridade que
▷ Vocativo: indica a autoridade a quem se dirige a co- expede o ato.
municação (alinhado à esquerda, sem parágrafo, ▷ Fundamentação: citação da legislação básica em
identificando a autoridade e não a pessoa em si; que a autoridade apoia sua decisão, seguida do ter-
▷ Texto: nome do requerente (letras maiúsculas), quali- mo resolve.
ficação, objeto do requerimento; ▷ Texto: desenvolvimento do assunto.
▷ Fecho: pede deferimento, espera deferimento, ▷ Assinatura: nome da autoridade que expede o ato.
aguarda deferimento;
▷ Local e data; ANOTAÇÕES
▷ Assinatura.
Relatório
Relatório é um documento em que se faz uma descrição
de fatos, analisados com o objetivo de orientar o serviço in-
teressado ou o superior imediato para possíveis ações a serem
tomadas.
É, em última análise, a exposição circunstanciada de ativ-
idades levadas a termo por funcionário, no desempenho das
funções do cargo que exerce, ou por ordem de autoridade su-
perior.
É geralmente feito para expor: L
Situações de serviço;
Í
▷
N
G
▷ Resultados de exames; U
A
▷ Eventos ocorridos em relação a planejamento; P
O
▷ Prestação de contas ao término de um exercício etc. R
T
Suas partes componentes são:
U
G
1) Título (a palavra RELATÓRIO), em letras maiúsculas.
U
E
2) Vocativo: a palavra Senhor(a), seguida do cargo do
S
A
destinatário, e de vírgula.
3) Texto paragrafado, composto de introdução, desen-
volvimento e conclusão.
Introdução: enuncia-se o propósito do relatório;
Desenvolvimento: corpo do relatório - a exposição dos fatos;
Conclusão: o resultado ou síntese do trabalho, bem como a 45
recomendação de providências cabíveis.
46
8. Redação de Correspondências As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Sen-
hor, seguido do cargo respectivo:
Oficiais Senhor Senador,
Senhor Juiz,
O texto é um documento que pertence à administração
pública, por isso seu caráter oficial. Portanto, deve ser escrito de Senhor Ministro,
maneira formal e impessoal. Senhor Governador,
A O emissor da mensagem na redação oficial representa No envelope, o endereçamento das comunicações dirigi-
S
E
U o Poder Público, e não o cidadão que a emite. O receptor das às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a se-
G da mensagem será um órgão pertencente à administração guinte forma:
U
T
R pública ou os cidadãos de modo geral. A Sua Excelência o Senhor
O
P Fulano de Tal
A
U
Pronomes de Tratamento Ministro de Estado da Justiça
G Os pronomes de tratamento são tradicionais e apresenta-
N
Í 70064-900 – Brasília. DF
L dos pelo Manual de Redação da Presidência da República:
ANOTAÇÕES
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual6.jpg)
Banca Cespe
D
: existe; existe pelo menos um; algum; bém tem alguns sinônimos que são: “portanto”, “quando”,
e
M
: não existe; nenhum. “como” e “pois” (pois = condicional invertido. Ex.: A, pois B A
Ex.:
T
= B A). E
M
x + 2 = 5 (sentença aberta - não é proposição) Ex.: Á
p: x, x + 2 = 5 (lê-se: existe x tal que, x + 2 =5). Agora é
T
a: Danilo foi à praia (simples). I
C
proposição, uma vez que agora é possível classificar a b: Giovanna está brincando (simples).
A
proposição como verdadeira, já que sabemos que tem p: Danilo foi a praia se, e somente se Giovanna estava
um valor de “x” que somado a dois é igual a cinco. brincando (composta).
Negação de Proposição q: se 2 é par, então 3 é ímpar (composta).
(Modificador Lógico) Tabela-V
abela-Verdade
erdade e Conectivos Lógicos
Negar uma proposição significa modificar o seu valor ló- A tabela-verdade nada mais é do que um mecanismo 63
gico, ou seja, se uma proposição é verdadeira, a sua negação usado para dar valor às proposições compostas (que também
serão ou verdadeiras ou falsas), por meio de seus respectivos
64 conectivos.
A primeira coisa que precisamos saber numa tabela-ver-
dade é o seu número de linhas, e que esse depende do número P Q
de proposições simples que compõem a proposição composta.
Número de linhas = 2n, em que “n
“n” é o número de proposições
proposições
simples que compõem a proposição composta. Portanto se hou-
A ver 3 proposições simples formando a proposição composta então
C
I
T a tabela dessa proposição terá 8 linhas (23 = 8). Esse número de Valor lógico de uma proposição composta por disjunção
Á
M linhas da tabela serve para que tenhamos todas as relações possí- (ou) = tabela-verdade da disjunção ( ).
E
T veis entre “V” e ”F” das proposições simples. Veja: Uma proposição composta por disjunção só será falsa se
A
M todas as suas proposições simples que a compõem forem fal-
P Q R
e sas, caso contrário
contrário,, a disjunção será verdadeira.
M V V V Ex.: P Q
L
R V V F
P Q P Q
V F V
V V V
V F F
V F V
F V V
F V V
F V F
F F F
F F V
Representando por meio de conjuntos, temos: P Q
F F F
Observe que temos todas as relações entre os valores lógi-
cos das proposições, que sejam: as 3 verdadeiras (1ª linha), as
3 falsas (última linha), duas verdadeiras
verdadeiras e uma falsa (2ª, 3ª e 5ª
linhas), e duas falsas e uma verdadeira (4ª, 6ª e 7ª linhas). Nes- P Q
sa demonstração, temos uma forma prática de como se pode
organizar a tabela, sem se preocupar se foram feitas todas re-
lações entres as proposições.
Valor lógico de uma proposição composta por disjunção
Para o correto preenchimento da tabela, devemos seguir exclusiva (ou, ou) = tabela-verdade da disjunção exclusiva
algumas regras: ().
▷ Comece sempre pelas proposições simples e suas Uma proposição composta por disjunção excluexclusiva
siva só será
negações, se houver; verdadeira
verdade ira se as suas proposições simples que a compõem ti-
▷ Resolva os parênteses, colchetes e chaves, respec- verem valores diferentes, caso contrário, a disjunção exclusiva
tivamente (igual à expressão numérica), se houver; será falsa.
▷ Faça primeiro as conjunções e disjunções, depois os Ex.: P Q
condicionais e por último os bicondicionais;
▷ A última coluna da tabela deverá ser sempre a P Q P Q
da proposição toda, conforme as demonstrações V V F
adiante. V F V
O valor lógico de uma proposição composta depende dos F V V
valores lógicos das proposições simples que a compõem assim
como do conectivo utilizado, e é o que veremos a partir de F F F
agora.
Representando por meio de conjuntos, temos: P Q
Valor lógico de uma proposição composta por conjunção (e)
= tabela-verdade da conjunção ( ).
Uma proposição composta por conjunção só será verda-
deira se todas as suas proposições simples que a compõem P Q
forem verdadeiras,
verdadeiras, caso contrário, a conjunção será falsa.
Ex.: P Q
P Q P Q
V V V Valor lógico de uma proposição composta por condicio-
V F F
nal (se, então) = tabela-verdade do condicional ( ).
Uma proposição composta por condicional só será falsa se
F V F
a primeira proposição (também conhecida como antecedente
F F F ou condição suficiente) for verdadeira
verdadeira e a segunda proposição
Representando por meio de conjuntos, temos: P Q (também conhecida como consequente ou condição neces-
sária) for falsa; nos demais casos, o condicional será sempre Atente-se para o princípio da equivalência. A tabela-ver-
verdadeiro. dade está aí só para demonstrar a igualdade.
Ex.: P Q Seguem algumas demonstrações das mais importantes:
P Q P Q P ^ Q = Q ^ P: basta trocar as proposições simples de lugar
– também chamada de recíproca.
V V V
V F F P Q P Q
Q P
F V V V V V V
F F V V F F F
Q F F F F
P P Q =
Q P
: basta trocar as proposições simples de lugar
– também chamada de recíproca
recíproca..
P Q PvQ QvP
V V V V
V F V V
Valor lógico de uma proposição composta por bicondicio- F V V V
nal (se e somente se) = tabela-verdade do bicondicional ( ). F F F F
Uma proposição composta por bicondicional é verdade
verdadeira
ira
sempre que suas proposições simples que a compõem têm va- P Q = Q P: basta trocar as proposições simples de lugar
lores iguais, caso contrário, ela será falsa. - também chamada de recíproca
recíproca..
No bicondicional, “P” e “Q” são ambos suficientes e neces- P Q = ~P ~Q : basta negar as proposições simples –
sários ao mesmo tempo. também chamada de contrária
contrária..
Ex.: P Q P Q = ~Q ~P: troca as proposições simples de lugar e
negam-se – também chamada de contra-positiva
contra-positiva..
P Q P Q
V V V
P Q = (P ~Q) (~P Q): observe aqui a exclusividade
dessa disjunção.
V F F
F V F
P Q ~P ~Q P ~Q ~P
Q P Q Q P ~P ~Q
~Q~Q (P ~Q)
~P
~Q
F F V (~P Q)
Representando por meio de conjuntos, temos: P Q V V F F F F F F F F F
V F F V V F V V V V V
P=Q
F V V F F V V V V V V
F F V V F F F F F F F
P Q = Q P: basta trocar as proposições simples de
lugar - também chamada de recíproca.
P Q = ~P ~Q: basta negar as proposições simples –
Proposição também chamada de contrária.
Verdadeira quando... Falsa quando... P Q = ~Q ~P: troca as proposições simples de lugar
composta
e negam-se – também chamada de contra- positiva.
R
P Q P e Q são verdadeiras Pelo menos uma falsa
L
M
P e Q têm valores F V V F V F F F F F F
P Q P e Q têm valores iguais
diferentes F F V V V V V V V V V
A B
NENHUM A é B:
A B
Tipos de Argumentos
Existem vários tipos de argumento. Vejamos alguns:
Ex.:
e
Definições Analogia:
Argumento é um conjunto de proposições, divididas em As analogias são comparações (nem sempre verdadeiras).
premissas (proposições iniciais - hipóteses) e conclusões (pro- Neste caso, partindo de uma situação já conhecida verificamos
verificamos
posições finais - teses). outras desconhecidas, mas semelhantes. Nas analogias, não
Ex.: temos certeza. 67
Ex.:
p1 : Toda mulher é bonita. p1 : No Piauí faz calor.
p 2 : No Ceará faz calor. ficação, uma vez que dependendo do argumento
argumento,, um método
68 p 3 : No Paraná faz calor. ou outro, sempre será mais fácil e principalmente mais rápido.
Falaremos
Falare mos dos métodos por ordem de facilidade:
c: Sendo assim, no Brasil faz calor.
1º método: diagramas
método: diagramas lógicos (ou método dos conjun-
Falácia: tos).
As falácias são falsos argumentos, logicamente inconsistentes, Utilizado sempre que no argumento houver as expressões:
inválidos ou que não provam o que dizem. todo,, algum
todo algum ou
ou nenhum
nenhum,, e seus respectivos sinônimos.
A
C
I Ex.: Representaremos o que for dito em forma de conjuntos e
T verificaremos se está correto ou não.
Á p1 : Eu passei num concurso público.
M As representações genéricas são:
E
T p 2 : Você passou num concurso público.
A TODO A é B:
M c: Logo, todos vão passar num concurso público.
e
M
L Silogismos:
R
Tipo de argumento formado por três proposições, sendo B A
duas premissas e uma conclusão. São em sua maioria dedu-
tivos.
Ex.:
p1 : Todo estudioso passará no concurso. ALGUM A é B:
p 2 : Beatriz é estudiosa.
c: Portanto, Beatriz passará no concurso.
A B
Classificação dos argumentos
Os argumentos só podem ser classificados em, ou válidos,
ou inválidos: NENHUM A é B:
Válidos ou bem construídos:
Os argumentos são válidos sempre que as premissas B
garantirem a conclusão, ou seja, sempre que a conclusão
for uma consequência obrigatória do seu conjunto de pre- A
missas.
Ex.:
p1 : Toda mulher é bonita.
p 2 : Toda bonita é charmosa.
2º método: premissas
método: premissas verdadeiras (proposição simples
p 3 : Maria é mulher. ou conjunção).
c: Portanto, Maria é bonita e charmosa. Utilizado sempre que não for possível os diagramas lógicos
Veja que, se Maria é mulher, e toda mulher é bonita, e toda e quando nas premissas houver uma proposição simples ou
bonita é charmosa, então Maria só pode ser bonita e charmosa. uma conjunção.
A proposição simples ou a conjunção serão os pontos de
Inválidos ou mal construídos: partida da resolução, já que teremos que considerar todas as
Os argumentos são inválidos sempre que as premissas não premissas verdadeiras e elas – proposição simples ou conjun-
garantirem a conclusão, ou seja, sempre que a conclusão não ção – só admitem um jeito de serem verdadeiras.
for uma consequência obrigatória do seu conjunto de premissas. O método consiste em, considerar todas as premissas
Ex.: como verdadeiras, dar valores às proposições simples que a
p1 : Todo professor é aluno. compõem e no final avaliar a conclusão; se a conclusão tam-
p 2 : Daniel é aluno. bém for verdadeira o argumento é válido, porém se a conclu-
c: Logo, Daniel é professor. são for falsa o argumento é inválido.
Note que, se Daniel é aluno, nada garante que ele seja pro- Premissas verdadeiras e conclusão verdadeiras = argu-
fessor, pois o que sabemos é que todo professor é aluno, não mento válido.
o contrário. Premissas verdadeiras e conclusão falsa = argumento in-
Alguns argumentos serão classificados apenas por meio válido.
desse conceito. Fique atento para não perder tempo. Esses dois métodos (1º e 2º) são os mais utilizados para a
resolução das questões de argumento. Cerca de 70% a 80%
Métodos para Classificar das questões serão resolvidas por um desses dois métodos.
3º método: conclusão
método: conclusão falsa (proposição simples, disjun-
os Argumentos ção ou condicional).
Os argumentos nem sempre podem ser classificados da Utilizado sempre que não for possível um dos “dois”
mesma forma, por isso existem os métodos para sua classi- métodos citados anteriormente e quando na conclusão
houver uma proposição simples, uma disjunção ou um con- Neste capítulo, abordaremos inicialmente as questões
dicional. mais simples do raciocínio lógico para uma melhor familiari-
Pelo mesmo motivo do método anterior, a proposição zação com a matéria.
simples, a disjunção ou o condicional serão os pontos de Não existe teoria, somente prática e é com ela que vamos
partida da resolução, já que teremos que considerar a con- trabalhar e aprender.
clusão como sendo falsa e elas – proposição simples, dis-
junçãoo e condicional
junçã condic ional – só
s ó admitem
admit em um jeito de
d e serem falsas
fa lsas.. 4. Análise Combinatória
O método consiste em: considerar a conclusão como fal-
sa, dar valores às proposições simples, que a compõem, e su- Neste capítulo você verá as técnicas dos Arranjos, das Com-
por as premissas como verdadeiras, a partir dos valores das binações e saberá quando usar cada uma.
proposições simples da conclusão. No final, se assim ficar – a
conclusão falsa e as premissas verdadeiras
verdadeiras – o argumento será
Definição
inválido; porém se uma das premissas mudar de valor, então o A análise combinatória é utilizada para descobrir o núme-
argumento passa a ser válido. ro de maneiras possíveis de
possíveis de realizar determinado evento, sem
Conclusão falsa e premissas verdadeiras = argumento in- que seja necessário demonstrar todas essas maneiras.
válido. Ex.: Quantos são os pares formados pelo lançamento de
Conclusão falsa e pelo menos 1 (uma) premissa falsa = ar- dois “ dados
dados ” simultaneamente?
gumento válido. No primeiro dado, temos 6 possibilidades – do 1 ao 6 – e,
Para esses dois métodos (2º método e 3º método), po- no segundo dado, também temos 6 possibilidades – do 1
demos definir a validade dos argumentos da seguinte forma: ao 6. Juntando todos os pares formados, temos 36 pares
PREMISSAS CONCLUSÃO ARGUMENTO (6 . 6 = 36).
Verdadeiras Verdadeira Válido (1,1), (1,2), (1,3), (1,4), (1,5), (1,6),
(1 ,6),
Verdadeiras Falsa Inválido (2,1), (2,2), (2,3), (2,4), (2,5), (2,6),
Pelo menos 1 (uma) falsa Falsa Válido (3,1), (3,2), (3,3), (3,4), (3,5), (3,6),
4º método: tabela-verdade.
método: tabela-verdade. (4,1), (4,2), (4,3), (4,4), (4,5), (4,6),
Método utilizado em último caso, quando não for possível (5,1), (5,2), (5,3), (5,4), (5,5), (5,6),
usar qualquer um dos anteriores.
Dependendo da quantidade de proposições simples que (6,1), (6,2), (6,3), (6,4), (6,5), (6,6);
tiver o argumento, esse método fica inviável, pois temos que Logo, temos 36 36 pares.
desenhar a tabela-verdade.
tabela-verdade. No entanto, esse método é um dos Não há necessidade de expor todos os pares formados,
mais garantidos nas resoluções das questões de argumentos. basta que saibamos quantos pares são.
Consiste em desenhar a tabela-verdade do argumento em
questão e avaliar se as linhas em que as premissas forem todas Imagine se fossem 4 dados e quiséssemos saber todas as
verdadeiras
verdadeir as – ao mesmo tempo – a conclusão também será toda quadras possíveis, o resultado seria 1296 quadras. Um núme-
verdadeira.
verdadeir a. Caso isso ocorra, o argumento será válido, porém se ro inviável de ser representado. Por isso utilizamos a Análise
em uma das linhas em que as premissas forem todas verdadei- Combinatória.
ras e a conclusão for falsa, o argumento será inválido.
inválido. Para resolver as questões de Análise Combinatória, utiliza-
Linhas da tabela – verdade em que as premissas são todas mos algumas técnicas, que veremos a partir de agora.
verdadeiras e conclusão, nessas linhas, também todas verda-
deiras = argumento válido. Fatorial
Linhas da tabela – verdade em que as premissas são todas Fatorial de um número (natural e maior que 1) é a mul-
verdadeiras
verdade iras e pelo menos uma conclusão falsa, nessas linhas = tiplicação desse número pelos seus antecessores em ordem R
argumento inválido.
L
decrescente (até o número 1). M
Algumas questões de argumento não poderão ser feitas Considerando um número “n” natural maior que 1, defini-
e
por nenhum desses métodos apresentados anteriormente,
M
mos o fatorial de “n” (indicado pelo símbolo n!
n!)) como sendo: A
porém a questão não ficará sem resposta uma vez que co- T
E
nhecemos os princípios das proposições. Atribuiremos valor n! = n . (n - 1) . (n - 2) . ... . 4 . 3 . 2 . 1; para n 2
M
Á
para as proposições simples contidas nas premissas (consi- T
I
derando todas as premissas como verdadeiras).
C
Ex.: 4! = 4 . 3 . 2 . 1 = 24 A
6! = 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 720
3. Psicotécnicos 8! = 8 . 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 40320
Questões psicotécnicas são todas as questões em que não Observe que:
precisamos de conhecimento adicional para resolvê-las. As 6! = 6 . 5 . 4!
questões podem ser de associações lógicas, verdades e men- 8! = 8 . 7 . 6!
tiras, sequências lógicas, problemas com datas – calendários, Para n = 0, teremos: 0! = 1. 69
sudoku, entre outras. Para n = 1, teremos: 1! = 1.
Princípio Fundamental p = os elementos utilizados.
70 Ex.: salada de fruta.
da Contagem (PFC)
É uma das técnicas mais importantes e uma das mais Permutação
utilizadas nas questões de Análise Combinatória.
O PFC é utilizado nas questões em que os elementos po- Permutação Simples
dem ser repetidos ou ou quando
quando a ordem dos elementos fizer Usado quando os elementos (envolvidos no cálculo) não
A podem ser repetidos e quando a ordem dos elementos faz
C
I
diferença no resultado.
T
Á Esses “elementos” são os dados das questões, os va- diferença no resultado e quando são utilizados todos os ele-
M lores envolvidos. mentos do conjunto.
E
T Nada mais é do que um caso particular
par ticular de arranjo cujo p = n.
A Consiste de dois princípios: o multiplicativo e o aditivo
aditivo..
M Logo:
e A diferença dos dois consiste nos termos utilizados durante a
M
L
resolução das questões.
R
Multiplicativo: usado sempre que na resolução das ques-
“ e”. Como o próprio nome já diz, fa-
tões utilizarmos o termo “e
remos multiplicaçõe
multiplicações.s.
Aditivo: usado quando utilizarmos o termo “ ou”. Aqui rea-
lizaremos somas.
Ex.: Quantas senhas são possíveis com os algarismos 1,
3, 5 e 7?
Como nas senhas os algarismos podem ser repetidos,
para formar senhas de 3 algarismos temos a seguinte
possibilidade:
SENHA = Algarismo E Algarismo E Algarismo
Nº de SENHAS = 4 . 4 . 4 (já que são 4 os algarismos que Assim, a fórmula da permutação é:
temos na questão, e observe o princípio multiplicativo no
uso do “e”). Nº de SENHAS = 64. Pn = n!
Arranjo e Combinação As permutações são muito usadas nas questões de
Duas outras técnicas usadas para resolução de pro- anagramas.
blemas de análise combinatória, sendo importante saber Anagramas: todas as palavras formadas com todas as
quando usa cada uma delas. letras de uma palavra, quer essas novas palavras tenham
Arranjo: usado quando os elementos (envolvidos
Arranjo: (envolvidos no cálcu- sentido ou não na linguagem comum.
lo) não podem ser repetidos e quando a ordem dos elementos Ex.: Quantos anagramas têm a palavra prova?
faz diferença no resultado
A palavra prov provaa tem 5 letras, e nenhuma repetida, sendo
A fórmula do arranjo é: assim n = 5, e:
P 5 = 5!
= P 5 = 5 . 4 . 3 . 2 . 1
P 5 = 120 anagramas
Sendo:
Permutação com Elementos Repetidos
n = a todos os elementos do conjunto;
Na permutação com elementos repetidos, usa-se a seguin-
p = os elemento
elementoss utilizados. te fórmula:
Ex.: pódio de competição.
Combinação:: usado quando os elementos (envolvidos no
Combinação
cálculo) não podem ser repetidos e quando a ordem dos ele-
mentos não faz diferença no resultado.
A fórmula da combinação é: Sendo:
n = o número total de elementos do conjunto;
= k, y, w = as quantidades de elementos repetidos.
repetidos.
Ex.: Quantos anagramas têm a palavra concurso?
Observe que na palavra CONCURSO existem duas letras
Sendo: repetidas, o “C” e o “O”, e cada uma duas vezes, portanto
n = a todos os elementos do conjunto; n = 8, k = 2 e y = 2, agora:
Resumo:
Pn = n!
e = multiplicação
ou = adição
PERMUTAÇÃO
SIM
Princípio
Fundamental
SIM da Contagem
(P.F.C.) São utilizados
todos os ele-
mentos?
ANÁLISE Os elementos
podem ser Arranjo
COMBINATÓRIA repetidos? SIM
=
NÃO A ordem dos
elementos faz a
diferença?
NÃO
=
Combinação
Para saber qual das técnicas utilizar basta fazer duas, no Permutações Circulares e
máximo, três perguntas para a questão, veja:
R
Combinações com Repetição
L
Os elementos podem ser repetidos?
M
e
Se a resposta for sim, deve-se trabalhar com o PFC; se a Casos especiais dentro da Análise Combinatória.
C ombinatória.
M
questão? ou anti-horário
anti-horário.. Á
T
I
C
Se a resposta for sim, trabalha-se com arranjo; se a res-
Pc (n) = (n - 1)!
A
posta for não, trabalha-se com as combinações (todas as
questões de arranjo podem ser feitas por PFC).
Sendo:
(Opcional): vou utilizar todos os elementos para resolver
a questão? n = o número total de elementos do conjunto;
Para fazer a 3ª pergunta, depende, se a resposta da 1ª for Pc = permutação circular.
não e a 2ª for sim; se a resposta da 3ª for sim, trabalha-se Combinação com Repetição:
Repetição : usada quando p > n ou 71
com as permutações. quando a questão informar que pode haver repetição.
tivo “e” elas serão multiplicadas, e quando for pelo “ou”, elas
72 = = serão somadas.
Sendo:
Eventos Complementares
n = o número total de elementos do conjunto; Dois eventos são ditos complementares
complementares quando
quando a chance
p = o número de elementos utilizados; do evento ocorrer somado à chance de ele não ocorrer sempre
A Cr = combinação com repetição. dá 1 (um).
C
I
T
Á
M
E
5. Probabilidade P(A) + P(Ā) = 1
T
A Neste capítulo, veremos como é fácil e interessante calcu- Sendo:
M
lar probabilidade
probabilidade..
e P(A) = a probabilidade do evento ocorrer;
M
L
R
Definições P(Ā) = a probabilidade do evento não ocorrer.
Disciplina que serve para calcular as chances
chances de
de determi-
nado evento ocorrer. Casos Especiais de Probabilida
Probabilidade
de
Para o cálculo das probabilidades, temos que saber primeiro 3 A partir de agora veremos algumas situações típicas da
(três) conceitos básicos acerca do tema: probabilidade, que servem para não perdermos tempo na re-
Experimento Aleatório:
Aleatório: é o experimento em que não é
solução das questões.
possível garantir o resultado, mesmo que esse seja feito diver-
sas vezes nas mesmas condições. Eventos
Eventos Independentes
Ex.: Lançamento de uma moeda: ao lançarmos uma
Dois ou mais eventos são independentes quando não
moeda os resultados possíveis são o de cara e o de coroa,
mas não tem como garantir qual será o resultado desse dependem uns dos outros para acontecer, porém ocorrem si-
lançamento. multaneamente.
multaneamen te. Para calcular a probabilidade de dois ou mais
Ex.: Lançamento de um dado: da mesma forma que a
eventos independentes, basta multiplicar a probabilidade de
moeda, não temos como garantir qual o resultado (1, 2,
3, 4, 5 e 6) desse lançamento. cada um deles.
Espaço Amostral - ( ) ou (U):
(U): é o conjunto de todos os Ex.: Uma urna tem 30 bolas, sendo 10 vermelhas e 20
resultados possíveis para um experimento aleatório. azuis. Se sortearmos 2 bolas, 1 de cada vez e repondo a
Ex.: Na moeda: o espaço amostral na moeda é sorteada na urna,
ur na, qual será a probabilidade
probabi lidade de a primei-
prim ei-
= 2, pois só temos dois resultados possíveis para esse
experimento, que é ou CARA ou COROA. ra ser vermelha e a segunda ser azul?
Ex.: No “dado” : o espaço amostral no “dado” é
Sortear uma bola vermelha da urna não depende de uma
U = 6, pois temos do 1 (um) ao 6 (seis), como resultados
possíveis para esse experimento. bola azul ser sorteada e vice-versa, então a probabilidade
Evento: é o acontecimento – dentro do experimento ale-
Evento:
atório – que se quer determinar a chance de ocorrer. É uma
parte do espaço amostral. da bola ser vermelha é , e para a bola
bol a ser azul a pro-
Probabilidade Binomial
Essa probabilidade será tratada aqui de forma direta e com
o uso da fórmula. R
L
A fórmula para o cálculo dessa probabilidade é:
M
e
M
A
T
E
M
Á
T
I
C
Sendo:
A
C = o combinação;
n = o número de repetições do evento;
s = o números de “sucessos” desejados;
73
f = o número de “fracassos”.
74
6. Noções de Estatística Curso
Polícia Federal
Número de Alunos
250
Definições DEPEN
INSS
150
350
Este conteúdo utiliza técnicas para organizar, descrever, Receita Federal 250
analisar, interpretar e apresentar dados, por meio de tabelas, ROL: 150, 250, 250, 350.
gráficos e medidas descritivas.
A
C
I
População: conjunto de elementos com pelo menos uma Tabela de Frequência
T
Á
característica em comum. A tabela de frequência serve para organizar dados. A frequên-
M
E
Amostra: subconjunto da população, que deve representar cia Absoluta (F.A.) é o valor real do dado e a frequência Relativa
T a população.
A (F.R.) é o valor em porcentagem quando comparado ao total.
M Variável: característica que vai ser observada ou medida
e Ex.: As idades dos alunos de uma sala são: 12, 13, 13, 14, 11,
M
ou contada na população. 12, 15, 14, 13, 14, 15, 11, 12, 13, 13, 13, 15, 12, 12, 13. Organizan-
L Censo: é um conjunto de dados obtidos de todos os mem-
R do no ROL e na tabela de frequência como fica?
bros da população. No ROL fica: 11, 11, 12, 12, 12, 12, 12, 13, 13, 13, 13, 13, 13, 13,
Experimento Aleatório: fenômenos que, quando repeti- 14, 14, 14, 15, 15, 15.
dos inúmeras vezes em processos semelhantes, possuem re- Na tabela fica:
sultados imprevisíveis.
As variáveis podem ser quantitativas (discreta ou con- Tabela 02
tínua) ou qualitativas (nominal ou ordinal).
Idade F.A F.R (%) Frequência Acumulada
Quantitativa Discreta: podem assumir apenas alguns va-
lores.
11 2 10 2
Ex.: Número de filhos.
Quantitativa Contínua: podem assumir infinitos valores.
Ex.: Peso, altura.
12 5 25 7
Número de Alunos
Colunas
Empresa X
400 Ex.: Calcule a média de alunos, por curso, da Empresa X.
350 ROL: 150, 250, 250, 350.
300
250
200 Número de Alunos
150
100
50
0
Receita DEPEN INSS Polícia
Federal Federal
A média aritmética ponderada é calculada por meio do
somatório das multiplicações entre valores e as frequências
Setores
Empresa X
desses valores divididas pelo somatório dessas frequências.
Ex.: Calcule a nota final de um aluno cujas notas no 1º, 2º,
3º e 4º bimestres foram, respectivamente, 7,0; 6,0; 8,0; 8,0;
sabendo que o peso de cada bimestre ímpar vale 2 e de
cada bimestre par vale 3.
Receita Federal
INSS
DEPEN
Polícia Federal
R
L
M
Linhas Médias:
e
M
Empresa X A
T
400 Aritmética Simples (X) E
M
350
Ex.: 2 e 8.
Á
T
300
I
C
A
250
200 Número de Alunos
150 Propriedades:
100 Se a cada xi (i = 1, 2, ..., n) adicionarmos uma constante real
50 k, a média aritmética fica adicionada de k unidades;
0
Receita DEPEN INSS Polícia Se multiplicarmos cada xi (i = 1, 2, ..., n) por uma constante 75
Federal Federal real k, a média aritmética fica multiplicada por k.
Aritmética Ponderada (XP) Os valores da amostra devem ser colocados em ordem
76 Ex.: Notas de um aluno. crescente;
Se a quantidade de valores da amostra for ímpar, a medi-
Notas Peso ana é o valor central da amostra;
Se a quantidade de valores da amostra for par, é preciso
7,0 1 tirar a média dos valores centrais para calcular a mediana.
Ex.: 3 - 4 - 9 - 6 - 3 - 8 - 2 - 4 - 5 - 6
A 6,0 2
C
I
T
Á 8,0 3
M
E
T 7,5 4
A
M
e Média Ponderada:
M
L 4-5-7-2-9
R
Me = 2 - 45- - 7 - 9
Geométrica (G) Me = 5
Ex.: 2 e 8.
Ex.: Calcule a moda e a mediana:
40 - 44 - 42 - 23 - 36 - 40
Harmônica (H)
23 - 36 - 40 - 40 - 42 - 44
Ex.: 2 e 8. Mo = 40
Moda (Mo)
É o valor que mais aparece nos dados observados.
Ex.: Determine a moda dos alunos, por curso, da Empre- Medidas de Tendência Central com Da-
sa X. dos Agrupados na Tabela de Frequência
ROL: 150, 250, 250, 350
M o = 250 São assim chamadas, por mostrarem um valor ao redor do
qual se concentram os dados.
Moda é a medida de tendência central que consiste no val-
or observado com mais frequência em um conjunto de dados. Média Aritmética ( )
Ex.: 6 - 9 - 12 - 9 - 4 - 5 - 9 É a soma de todos os valores observados divididos pela
M o = 9 quantidade de valores.
12 - 13 - 19 - 13 - 14 - 12 - 16
M o = 12 e 13 (Bimodal)
4 - 29 - 15 - 13 - 18
Ex.: De acordo com os dados da tabela 2, será:
M o = Não há moda (Amodal)
= (11 + 11 + 12 + 12 + 12 + 12 + 12 + 13 + 13 + 13 + 13 + 13 +
Mediana (Md) 13 + 13 + 14 + 14 + 14 + 15 + 15 + 15) / 20
É o valor que ocupa a posição central (divide os dados ao = 260 / 20
meio) dos dados observados. = 13
A média aritmética ponderada é calculada por meio do
Numa sequência cuja quantidade de valores é ímpar, a somatório das multiplicações entre valores e as frequências
mediana será o valor do meio (no ROL), já na sequência, cuja desses valores divididas pelo somatório dessas frequências.
quantidade de valores é par, a mediana será a média dos dois De acordo com os dados da tabela é:
valores centrais.
Ex.: Calcule a mediana dos alunos, por curso, da Empresa X.
ROL: 150, 250, 250, 350.
At = Xmax - Xmin
Ex.: Calcule a amplitude dos alunos, por curso, da Em-
presa X. Ex.: Calcule o desvio padrão dos alunos, por curso, da
ROL: 150, 250, 250, 350. Empresa X.
At = 350 - 150
At = 200
Variância Propriedades
É a média do quadrado dos desvios (desvio = diferença
entre cada valor e a média). Quando adicionamos uma constante a cada elemento de
um conjunto de valores, o desvio padrão não se altera.
Populacional
Quando multiplicamos cada elemento de um conjunto de
valores por uma constante real k, o desvio padrão fica multi-
plicado por k.
Amostral Coeficiente de Variação
O coeficiente de variação é definido como a razão entre o
desvio padrão e a média. É uma medida de dispersão relativa
que indica a variabilidade da amostra em relação à média.
Populacional
Ex.: Calcule a variância dos alunos, por curso, da Empresa X.
ROL: 150, 250, 250, 350.
77
Medidas de Forma Simétrica X = Me = Mo
78 Assimetria Positiva X > Me > Mo
Assimetria
A medida de assimetria indica o grau de distorção da dis- Assimetria Negativa X < Me < Mo
tribuição em relação a uma distribuição simétrica. Cujo:
Simetria X = Média;
A Existe um eixo de simetria no gráfico gerado pela tabela Me = Mediana;
C
I de frequência. Esse eixo divide o gráfico em duas partes iguais.
T
Á Mo = Moda.
M
E
T
A Curtose
M
e A medida de curtose nos indica a forma da curva de dis-
M tribuição em relação ao seu achatamento.
L
R
Leptocúrtica
Média = Mediana = Moda Quando a distribuição apresenta uma curva de frequên-
cia mais fechada que a normal (ou mais aguda em sua parte
superior).
X = Me = Mo
Sempre que os dados tiverem média, mediana e moda ig-
uais, a distribuição será simétrica.
Assimétrica à Direita (ou de Assimetria Positiva)
Nesse caso, a cauda à direita é mais alongada que a cauda
à esquerda.
Mesocúrtica
A curva normal que é a referencial.
X > Me > Mo
X < Me < Mo
QUADRO RESUMO
(Tipos de Assimetria)
Teoria dos Conjuntos As relações entre subconjunto e conjunto são de: “está
contido = ” e “contém = ”.
Nesta seção, estão os principais conceitos sobre conjuntos Os subconjuntos estão contidos nos conjuntos e os con-
e suas operações. Um assunto importante e de fácil aprendiza- juntos contém os subconjuntos. Veja:
gem.
H F
Definições F H
O conceito de conjunto é redundante visto que se trata de Todo conjunto é subconjunto de si próprio. (D D);
um agrupamento ou reunião de coisas, que serão chamadas O conjunto vazio é subconjunto de qualquer conjunto.
de elementos do conjunto.
(Ø D);
Ex.: Se quisermos montar o conjunto das vogais do alfa-
beto, os elementos serão a, e, i, o, u. Se um conjunto A possui “p” elementos, então ele possui
A nomenclatura dos conjuntos é formada pelas letras 2p subconjuntos;
maiúsculas do alfabeto. O conjunto formado por todos os subconjuntos de um conjun-
E x.: Conjunto dos estados da região sul do Brasil: to A, é denominado conjunto das partes de A. Assim, se A = {4, 7},
A = {Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul}. o conjunto das partes de A, é dado por {Ø, {4}, {7}, {4, 7}}.
Representação dos Conjuntos
Os conjuntos podem ser representados tanto em chaves
Operações com Conjuntos
como em diagramas. União de conjuntos: a união de dois conjuntos quaisquer
será representada por “A B” e terá os elementos que perten-
Representação em Chaves cem a A “ou” a B, ou seja, todos os elementos.
Ex.: Conjuntos dos estados brasileiros que fazem frontei-
ra com o Paraguai:
B = {Paraná, Mato Grosso do Sul}.
Representação em Diagramas
Ex.: Conjuntos das cores da bandeira do Brasil:
A U B
D
A-B
Subconjuntos
Subconjuntos são partes de um conjunto. Complementar de um conjunto: se A está contido no conjun-
Ex.: Conjunto dos algarismos: F = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 0}. to universo U, o complementar de A é a diferença entre o conjunto
Ex.: Conjunto dos algarismos ímpares: H = {1, 3, 5, 7, 9}. universo e o conjunto A, será representado por “CU(A) = U – A”
Observe que o conjunto H está dentro do conjunto F sendo, e terá todos os elementos que pertencem ao conjunto universo, 79
então, o conjunto H um subconjunto de F. menos os que pertencem ao conjunto A.
Multiplicação
80 U
Nada mais é do que a soma de uma quantidade de par-
A celas fixas. Ao resultado da multiplicação chama-se produto.
Os símbolos que indicam a multiplicação são o “x” (sinal de
vezes) ou o “.” (ponto).
Cp(A)
Ex.: 4 x 7 = 7 + 7 + 7 + 7 = 28
A
C
I
T
7. Conjuntos Numéricos 7 . 4 = 4 + 4 + 4 + 4 + 4 + 4 + 4 = 28
As propriedades da multiplicação são:
Á Os números surgiram da necessidade de contar ou quanti-
M
E ficar coisas ou objetos. Com o passar do tempo, foram adquir- Elemento Neutro: qualquer número multiplicado por 1 terá
T como produto o próprio número.
A indo características próprias.
M Ex.: 5 . 1 = 5
e
M Números Naturais Comutativa: ordem dos fatores não altera o produto.
L
R É o primeiro dos conjuntos numéricos. Representado pelo Ex.: 3 . 4 = 4 . 3 = 12
símbolo . É formado pelos seguintes elementos: Associativa: o ajuntamento dos fatores não altera o resul-
= {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, ... +} tado.
O símbolo significa infinito, o + quer dizer positivo, en- Ex.: 2 . (3 . 4) = (2 . 3) . 4 = 24
tão + quer dizer infinito positivo. Distributiva: um fator em evidência multiplica todas as
parcelas dentro dos parênteses.
Números Inteiros
Ex.: 2 . (3 + 4) = (2 . 3) + (2 . 4) = 6 + 8 = 14
Na multiplicação existe “jogo de sinais”, que fica assim:
Esse conjunto surgiu da necessidade de alguns cálculos não
possuírem resultados, pois esses resultados eram negativos.
Representado pelo símbolo , é formado pelos seguintes Parcela Parcela Produto
elementos:
+ + +
, ..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, ..., + }
= {-
+ - -
Operações e Propriedades dos - + -
Números Naturais e Inteiros - - +
As principais operações com os números naturais e inteiros
são: adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e ra- Ex.: 2 . -3 = -6
diciação (as quatro primeiras são também chamadas operações -3 . -7 = 21
fundamentais).
Divisão
Adição É o inverso da multiplicação. Os sinais que a representam
Na adição, a soma dos termos ou parcelas resulta naquilo são: “÷”, “:”, “/” ou a fração.
que se chama total. Ex.: 14 ÷ 7 = 2
Ex.: 2 + 2 = 4
25 : 5 = 5
As propriedades da adição são:
Elemento Neutro: qualquer número somado ao zero tem 36/12 = 3
como total o próprio número. Por ser o inverso da multiplicação, a divisão também
Ex.: 2 + 0 = 2 possui o “jogo de sinal”.
Comutativa: a ordem dos termos não altera o total.
Ex.: 2 + 3 = 3 + 2 = 5 Números Racionais
Associativa: o ajuntamento de parcelas não altera o total. Com o passar do tempo alguns cálculos não possuíam re-
Ex.: 2 + 0 = 2
sultados inteiros, a partir daí surgiram os números racionais,
Subtração que são representados pela letra e são os números que po-
Operação contrária à adição, também conhecida como di- dem ser escritos sob forma de frações.
ferença. = (com “b” diferente de zero b 0); em que “a” é
Os termos ou parcelas da subtração, assim como o total, o numerador e “b” é o denominador.
têm nomes próprios:
Fazem parte desse conjunto também as dízimas perió-
M – N = P; em que M = minuendo, N = subtraendo e P =
diferença ou resto. dicas (números que apresentam uma série infinita de al-
Ex.: 7 – 2 = 5 garismos decimais, após a vírgula) e os números decimais
Quando o subtraendo for maior que o minuendo, a dife- (aqueles que são escritos com a vírgula e cujo denominador
rença será negativa. são as potências de 10).
Operações com os Números Racionais am/n =
72/3
Adição e Subtração
Para somar frações deve-se estar atento se os denomina- Radiciação
dores das frações são os mesmos. Caso sejam iguais, basta É a expressão da potenciação com expoente fracionário.
repetir o denominador e somar (ou subtrair) os numeradores, A representação genérica da radiciação é: ; cujo “n” é o
porém se os denominadores forem diferentes é preciso fazer índice da raiz, o “a” é o radicando e “ ” é o radical.
o M.M.C. (assunto que será visto adiante) dos denominadores, Quando o índice da raiz for o 2 ele não precisa aparecer e
constituir novas frações equivalentes às frações originais e, as- essa raiz será uma raiz quadrada.
sim, proceder com o cálculo. As propriedades das “raízes” são:
+ =
=
= am/m = a1 = a
+ = + =
Racionalização: se uma fração tem em seu denominador
Multiplicação um radical, faz-se o seguinte:
Para multiplicar frações basta multiplicar numerador com = · = =
a = a
1
R
2,8888... = =
L
51 = 5
M
e
a-n = 1/an 3,754545454... = =
M
A
T
E
2-3 = = 1/8
Transformando Número Decimal
M
Á
T
am . an = a(m + n) em Fração
I
C
A
32 . 33 = 3(2 + 3) = 35 = 243 Para transformar número decimal em fração, basta contar
quantas “casas” existem depois da vírgula; então o denomina-
am : an = a(m - n)
dor da fração será o número 1 acompanhado de tantos zeros
45 : 43 = 4(5 – 3) = 42 = 16 quantos forem o número de “casas”, já o numerador será o
(am)n = am . n número sem a “vírgula”. 81
2.4
(2 ) = 2 = 2 = 256
2 4 8
Ex.: 0,3 =
2,45 = Ex.:
82 2 < x < 5: o 2 e o 5 não fazem parte do intervalo.
49,586 = 2 x < 5: o 2 faz parte do intervalo, mas o 5 não.
2 x 5: o 2 e o 5 fazem parte do intervalo.
Números Irracionais Com os colchetes
Quando os colchetes estiverem voltados para os núme-
São os números que não podem ser escritos na forma de ros, significa que farão parte do intervalo. Porém, quando os
A
C
I fração. colchetes estiverem invertidos, significa que os números não
T farão parte do intervalo.
Á O conjunto é representado pela letra e tem como elemen-
M Ex.:
E
T
tos as dízimas não periódicas e as raízes não exatas.
A ]2;5[: o 2 e o 5 não fazem parte do intervalo.
M
e Números Reais [2;5[: o 2 faz parte do intervalo, mas o 5 não faz.
M Simbolizado pela letra , é a união do conjunto dos nú-
L [2;5]: o 2 e o 5 fazem parte do intervalo.
R meros racionais com o conjunto dos números irracionais.
Representado, tem-se: Sobre uma reta numérica
Intervalo aberto 2<x<5:
R 0 2 5
=
hm3 multiplica-se por 103
= =
Regra das Torneiras
Sempre que uma questão envolver uma “situação” que
Numa proporção, o produto dos antecedentes está para o pode ser feita de um jeito em determinado tempo (ou por uma
pessoa) e, em outro tempo, de outro jeito (ou por outra pes-
produto dos consequentes, assim como o quadrado de cada
soa), e quiser saber em quanto tempo seria se fosse feito tudo
antecedente está para quadrado do seu consequente.
ao mesmo tempo, usa-se a regra da torneira, que consiste na
aplicação da seguinte fórmula:
= =
J = C . i . t
= Cujo:
Ex.: Aplicando a propriedade fundamental das proporções: =Jjuros;
6x = 72 C = capital;
i = taxa de juros;
X = = 12 dias t = tempo da aplicação.
Ex.: Um capital de R$ 2.500,00 foi aplicado a juros de 2% Sequência dos números quadrados perfeitos:
ao trimestre durante um ano. Quais os juros produzidos? (1, 4, 9, 16, 25, 36, 49, 64, 81, 100...);
Em 1 ano há exatamente 4 trimestres, como a taxa está Sequência dos números primos: (2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23,
em trimestre, agora é só calcular: 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53...).
J = C . i . t Veja que na sequência dos números quadrados perfeitos a
J = 2.500 . 0,02 . 4 lei que determina sua formação é: an = n2.
J = 200
Juros Compostos Lei de Formação de uma Sequência
Para determinarmos uma sequência numérica, precisamos
Juros Compostos: os valores são somados ao capital no de uma lei de formação. A lei que define a sequência pode ser
final de cada período de aplicação, formando um novo capital, a mais variada possível.
para incidência dos juros novamente. É o famoso caso de juros Ex.: A sequência definida pela lei an = n 2 + 1, com “n” N,
sobre juros. cujo an é o termo que ocupa a n-ésima posição na sequên-
Para o cálculo de juros compostos, usa-se a seguinte fór- cia é: 0, 2, 5, 10, 17, 26... Por esse motivo, a n é chamado de
mula: termo geral da sequência.
M = C . (1 + i)t Progressão Aritmética (P.A.)
Toda sequência na qual, a partir do segundo termo, a sub-
Cujo: tração de um termo por seu antecessor tem como resultado
M = montante; um valor fixo, que chamaremos de razão e representaremos
C = capital; pela letra “r”, é chamada de progressão aritmética.
i = taxa de juros; Ex.: (2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, ...); r = 2
t = tempo da aplicação. (5, 2, -1, -4, -7, -10, -13, ...); r = -3
Um investidor aplicou a quantia de R$ 10.000,00 à taxa Uma P.A. pode ser crescente, decrescente ou constante:
de juros de 2% a.m. durante 4 meses. Qual o montante desse Crescente: é aquela que tem a razão positiva, r > 0;
investimento? Decrescente: é aquela que tem a razão negativa, r < 0;
Aplicando a fórmula, já que a taxa e o tempo estão na Constante: é aquela que tem a razão nula, r = 0.
mesma unidade:
Ex.: M = C . (1 + i)t
M = 10.000 . (1 + 0,02) 4 Termo Geral da P.A.
M = 10.000 . (1,02)4 Sabendo-se o primeiro termo de uma P.A. e sua razão, po-
M = 10.000 . 1,08243216 demos determinar qualquer termo que quisermos, bastando
para isso fazer uso da fórmula do termo geral, que é:
M = 10.824,32
an = a1 + (n - 1) . r
Capitalização
Capitalização: acúmulo de capitais (capital + juros). Sendo:
Nos juros simples, calcula-se por: M = C + J. a1 = o primeiro termo da P.A.;
Nos juros compostos, calcula-se por: J = M – C. an = o termo que se quer determinar;
Em algumas questões terão que ser calculados os
montantes do juro simples ou os juros do juro composto. n = o número do termo;
r = a razão da P.A.
11. Sequências Numéricas Ex.: Determine o 8º termo da P.A. (3, 7, 11, 15, ...)
R
L
Resolução:
M
Neste capítulo, será possível verificar a formação de uma e
sequência e também do que trata a P.A. (Progressão Aritmética) Sendo a1 = 3, e r = 4 (7 - 3 = 4), aplicando a fórmula do M
ANOTAÇÕES
N
O
Ç
Õ
E
S
D
E
I
N
F
O
R
M
Á
T
I
C
A
199
200
17. Glossário Cookie
Um cookie é uma informação que pode ser armazenada
A-D pelo navegador se um website requisitar. A informação não
pode ter um tamanho muito grande. Cookies possuem uma
Adware validade e, ao expirarem, são automaticamente deletados pelo
A Adwares são programas feitos para mostrar anúncios e navegador.
C
I
T
Á
propagandas de vários produtos. Geralmente são instalados Domínio
M no computador de uma forma injusta.
R Um domínio é um endereço na internet. Por exemplo,
O
F
N
Android example.com, assim como superdownloads.com.br ou globo.
I
É o sistema operacional do google para celulares, smart- com; todos são domínios. No Brasil, o Registro.br gerencia os
E
D phones e tablets. domínios, qualquer fora dos definidos por essa organização é
S
E considerado inválido. Os nomes dos domínios são transforma-
Õ
Ç Backdoor (Porta dos Fundos) dos para endereços IP através do DNS.
O
N Qualquer malware que possua um backdoor permite que o DNS
computador infectado seja controlado totalmente ou parcial-
mente via conexão com uma porta. Domain Name System, ou Sistema de Nomes de Domí-
nio. O DNS é o processo que resolve o domínio de um site, de
Bluetooth forma que, quando você acessar www.site.com, o seu com-
Bluetooth é uma forma de conexão que constitui uma rede
do tipo PAN (rede pessoal), utilizado para conexões de dispo-
putador possa transformar isso no endereço IP do servidor
de destino.
sitivos como mouses, teclados, celulares, smartphones, entre
outros dispositivos. Driver
Bug São informações sobre o funcionamento das peças de
O termo bug (“inseto”) é usado para definir defeitos inex- Hardware. Um driver é usado para que o sistema operacio-
plicáveis em engenharia e também em informática. Softwares nal se comunique com o hardware. Existem também drivers
bugados costumam travar mais. Outros bugs podem fazer com de software para software, por exemplo, sua placa de vídeo
que worms se propaguem pela Internet. precisa de um driver, assim como a placa de som e alguns
Existe uma história verídica que conta que, em 1947, o monitores.
computador Mark II estava com problemas no funcionamento
e era por causa de um inseto que estava dentro das placas do F-P
computador. É considerado um caso “real” de um “computa-
dor que não funcionava por um bug”, mas não é o primeiro Firewall
registro histórico do uso do termo. O Firewall monitora as conexões feitas pelo seu computa-
dor para garantir que nenhum recurso dele esteja sendo usado
BIOS indevidamente. São úteis na prevenção de worms, trojans e
Sigla para “Basic Input/Output System”, que pode ser tra- outros malwares que tentem explorar comunicações de rede.
duzido para “Sistema Básico de Entrada/Saída”. A BIOS é um
pequeno software armazenado em um componente da placa- Gateway
mãe que é responsável pelo boot do computador. É um ponto de junção, composto de hardware e software,
Boot que funciona como um “portão de entrada” ou acesso inter-
mediário entre duas redes de formatos diferentes.
Chama-se boot o processo que seu computador executa
quando é ligado. Hash
Cache Um hash é uma sequência de letras/números gerada por
um algoritmo de hashing, que busca identificar um arquivo ou
É uma memória de armazenamento temporário, com fina- informação unicamente. Hashs podem ser usados para saber
lidade de fornecer um acesso mais rápido às informações. se os arquivos que você baixa através da Internet são idênticos
Atualmente encontramos a cache em navegadores de in- aos distribuídos pelo desenvolvedor.
ternet, nos processadores, bem como nos HDs. A sequência do hash é limitada (dificilmente passa dos 512
bytes).
Cracker
Pessoas que usam seus conhecimentos de informática Hijack
para destruir computadores ou ganhar dinheiro, roubando e Chama-se hijack (sequestro) quando o navegador web do
burlando sistemas bancários e de cartão de crédito. computador tem sua página inicial alterada ou pop-ups apa-
A maioria das pessoas chama, erroneamente, os crackers recem enquanto navega um site que, normalmente, estaria
de hackers. limpo.
HTTP Protocolo
O HyperText Transfer Protocol foi criado para que os na- Protocolos são regras que definem o modo pelo qual dife-
vegadores e servidores web pudessem se comunicar de uma rentes sistemas se comunicam. Seu navegador e servidor web
forma padronizada. É um dos protocolos mais comuns da web. precisam entender um ao outro, por isso os dois se utilizam do
HTTP para interpretar as informações que recebem e formular
IRC as mensagens que irão mandar.
O Internet Relay Chat é um sistema para bate-papo muito
conhecido na internet. S-V
Kernel Scam
O kernel é o coração do Sistema Operacional, pois faz a Fraudes que buscam estritamente ganhos financeiros. Nas
comunicação mais básica entre o software e o hardware. fraudes do tipo scam, diferente do phishing, o usuário contrata
Um erro no kernel pode causar uma falha grave no sistema um serviço, mas nunca o recebe. Existem outros scams em que
operacional. Muitas vezes, erros diretos no boot do sistema são o usuário é induzido a realizar um pagamento para a transferên-
causados por falhas no kernel. cia de valores, mas a transação nunca é efetuada, fazendo com
que o usuário perca o dinheiro. Podemos assimilar esse tipo de
Keylogger ataque ao golpe do bilhete premiado.
[Key = chave; log = registro de ações] Software que cap-
tura as teclas digitas no computador. Atualmente, o termo Script
foi expandido para incluir vários softwares de monitoração Scripts são “roteiros” utilizados principalmente para au-
completa do sistema, tais como o Perfect Keylogger (BPK). tomatizar tarefas administrativas. São também conhecidos
como arquivos de lotes.
Log
Um Log (to log - registrar) é um arquivo que guarda infor- Servidor
mações passadas (registros). Existem registros/logs de erros, A Internet funciona com uma base de Servidor-Cliente.
páginas visitadas (“Histórico”), entre outros, que podem aju- Os servidores geralmente esperam para atender um clien-
dar na identificação e solução de problemas. te, como um caixa no banco (servidor) que atende as pessoas
Malware (clientes) que usam os serviços do banco. Invasões só ocorrem
quando o computador da vítima tiver um servidor para que o
Malware é software que tem objetivos maliciosos, nele, se cliente (o atacante) possa se conectar.
incluem todos os trojans, vírus e spywares.
SMTP
Na maioria das vezes, “malware” será apenas tratado
como um grupo que engloba spywares e adware. O Simple Mail Transfer Protocol é um protocolo de envio
de mensagens de correio eletrônico associado aos clientes de
MS-DOS
e-mail, é também para a troca de mensagens entre os servi-
Sistema operacional base do Windows. Atualmente ele dores de e-mail.
não é mais usado como sistema operacional, mas é possível
Smartphone
encontrá-lo no Windows; é o prompt de comando.
São os telefones Inteligentes.
Phishing
É uma página ou mesmo um e-mail falso que tentam in- Software
duzir o usuário a informar seus dados pessoais e confidenciais Software é a parte lógica do computador, aquela que você
como senhas. não pode ver nem tocar, mas opera constantemente.
N
O
Ç
POP3 Spam
Õ
E
S
O Post Office Protocol é um protocolo que trabalha no E-mail não solicitado. Geralmente contém propagandas D
absurdas com fórmulas mágicas para ganhar dinheiro e pro-
E
ciclo das mensagens eletrônicas. Serve para que os usuá- I
dutos farmacêuticos.
N
rios possam facilmente baixar as suas mensagens de e-mail F
O
do servidor.
Spoofing
R
M
Porta de Conexão
Á
Referente ao que é forjado/falsificado. Um ataque de “IP
T
I
C
O protocolo TCP/IP define 65535 “portas” lógicas para a Spoof” é aquele no qual o endereço IP do remetente é forja-
A
conexão. As portas são apenas um recurso criado pelo pro- do. Um e-mail “spoofed” é um e-mail em que o cabeçalho da
tocolo para facilitar a conexão entre dois computadores que mensagem (“De:” ou “From:”) foi falsificado.
ainda não possuem uma conexão ativa.
Várias portas possuem tarefas padrão. A porta 80, por Spyware
exemplo, é responsável por conexões do HTTP, que é o proto- Spywares são programas que capturam os dados do usuá- 201
colo utilizado pela maioria dos sites na web. rio ao fazer uso de algum serviço específico, como acessar de-
terminado site ou programa; eles podem vir acompanhados
202 de hijackers. Cuidado, spywares são diferentes de Phishings. ANOTAÇÕES
Sistema Operacional
Um Sistema Operacional é um Software especial que faz
A um trabalho muito importante: gerencia o hardware. Ele tam-
C
I
T bém tem uma interface para que os programadores possam
Á
M desenvolver programas que serão úteis, como editores de tex-
R
O
F
to, calculadoras ou navegadores web. O sistema operacional
N
I não é útil por si só, mas os programas que rodam nele são.
E
D
S TCP/IP
E
Õ Sigla para Transmission Control Protocol/Internet Protocol,
Ç
O
N ou simplesmente Protocolo de Controle de Transmissão/Pro-
tocolo de Internet. O TCP/IP é uma suíte que inclui vários pro-
tocolos como o IP, TCP e UDP. Ele é apenas chamado de TCP/
IP, pois o TCP e o IP são os dois protocolos mais importantes
incluídos nessa suíte.
TI
TI é uma abreviação para Tecnologia da Informação. Refe-
re-se a ela tudo que tenha um processador e consiga processar
informação.
Trojan Horse (Cavalo de Troia)
É um meio utilizado para infiltrar outros malwares ao com-
putador do usuário.
UDP
UDP (User Datagram Protocol) é um protocolo mais sim-
ples que o TCP e não possui muitos recursos. Ele também não
tem a garantia de que os pacotes chegam ao destino. É utiliza-
do por alguns serviços muito importantes como o DNS.
Por ser mais simples, ele pode algumas vezes ser mais rápido.
Vírus
Vírus (na definição clássica) é todo programa de compu-
tador que funciona como parasita, infectando os arquivos que
existem em um computador.
Por esse motivo, Trojans não são vírus, mas apenas “mal-
ware”. Worms também não são vírus, pois só usam a rede para
se espalhar e não infectam arquivos no disco rígido.
W
Worms
Worm é um tipo de malware que usa a rede para se es-
palhar. São muito famosos por infectar um grande número de
computadores em pouco tempo, usando anexos de e-mail e
forjando e-mails aparentemente legítimos.
Outros worms usam a rede local para serem instalados em
diferentes computadores.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL 203
ÍNDICE
1. Introdução ao Direito Constitucional..........................................................................205
Noções Gerais .............................................................................................................................205
Metodologia de Estudo............................................................................................................... 205
Classificações..............................................................................................................................205
2. Princípios Fundamentais ...........................................................................................207
Princípio da Tripartição dos Poderes.......................................................................................... 207
Princípio Federativo ...................................................................................................................208
Princípio Republicano.................................................................................................................209
Presidencialismo.........................................................................................................................209
Democracia .................................................................................................................................209
Fundamentos da República Federativa do Brasil .......................................................................209
Objetivos Fundamentais da República Federativa do Brasil.......................................................210
3. Direitos Fundamentais - Regras Gerais ...................................................................... 212
Conceito .......................................................................................................................................212
Amplitude Horizontal e Vertical ..................................................................................................212
Classificação ................................................................................................................................212
Características .............................................................................................................................212
Dimensões dos Direitos Fundamentais ....................................................................................... 213
Titulares dos Direitos Fundamentais ...........................................................................................213
Cláusulas Pétreas e os Direitos Fundamentais ............................................................................213
Eficácia dos Direitos Fundamentais.............................................................................................214
Força Normativa dos Tratados Internacionais.............................................................................215
Tribunal Penal Internacional - TPI ...............................................................................................215
Direitos X Garantias .....................................................................................................................215
4. Direitos Fundamentais - Direitos e Deveres Individuais e Coletivos ............................ 216
Direito à Vida ...............................................................................................................................216
Direito à Igualdade ......................................................................................................................216
Direito à Liberdade ......................................................................................................................217
5. Direitos Fundamentais - Direitos e Deveres Individuais e Coletivos ............................ 221
Direito à Propriedade ..................................................................................................................221
Direito à Segurança .................................................................................................................... 222
Remédios Constitucionais .......................................................................................................... 230
6. Direitos Fundamentais - Direitos Sociais e Nacionalidade ..........................................233
Direitos Sociais ........................................................................................................................... 233
Direitos de Nacionalidade .......................................................................................................... 235
204 NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
7. Direitos Fundamentais – Direitos Políticos e Partidos Políticos...................................239
Direitos Políticos......................................................................................................................... 239
Partidos Políticos ........................................................................................................................ 242
8. Da Organização Político–Administrativa ...................................................................243
Princípio Federativo ...................................................................................................................243
Vedações Constitucionais ..........................................................................................................244
Características dos Entes Federativos ........................................................................................244
Competências dos Entes Federativos .........................................................................................248
Intervenção................................................................................................................................. 252
9. Administração Pública ..............................................................................................255
Conceito ...................................................................................................................................... 255
Princípios Expressos da Administração Pública ......................................................................... 255
Princípios Implícitos da Administração Pública ......................................................................... 257
Regras Aplicáveis aos Servidores Públicos ................................................................................259
Direitos Trabalhistas....................................................................................................................261
Liberdade de Associação Sindical ...............................................................................................261
10. Organização dos Poderes - Poder Legislativo ..........................................................269
Princípios ....................................................................................................................................269
Poder Legislativo ........................................................................................................................ 270
11. Organização dos Poderes – Poder Executivo.............................................................282
Princípios .................................................................................................................................... 282
12. Organização dos Poderes – Poder Judiciário ............................................................289
Disposições Gerais ......................................................................................................................289
Composição dos Órgãos do Poder Judiciário ..............................................................................291
Análise das Competências dos Órgãos do Poder Judiciário .......................................................298
13. Funções Essenciais à Justiça ....................................................................................303
Ministério Público .......................................................................................................................303
Advocacia Pública.......................................................................................................................309
Defensoria Pública .......................................................................................................................310
Advocacia ....................................................................................................................................312
14. Defesa do Estado e das Instituições Democráticas .....................................................313
Sistema Constitucional de Crises .................................................................................................313
Forças Armadas ...........................................................................................................................316
Segurança Pública .......................................................................................................................317
15. Ordem Social .......................................................................................................... 321
Seguridade Social ........................................................................................................................321
Da Educação, da Cultura e do Desporto ..................................................................................... 323
Ciência e Tecnologia................................................................................................................... 325
Comunicação Social .................................................................................................................... 325
Meio Ambiente............................................................................................................................ 326
Família, Criança, Adolescente, Jovem e Idoso ........................................................................... 327
Índios .......................................................................................................................................... 329
1. Introdução ao Direito Constitucional Além de Guardião da Constituição, o STF possui outra
atribuição Constitucional, qual seja, a de intérprete do texto
fundamental. É o Supremo quem define a melhor interpre-
Noções Gerais tação para esta ou aquela norma Constitucional. Quando um
Para iniciarmos o estudo do Direito Constitucional, alguns Tribunal manifesta sua interpretação, dizemos que ele rev-
conceitos precisam ser esclarecidos, principalmente para elou sua jurisprudência (o pensamento dos tribunais),
aqueles que nunca tiveram contato com a matéria.
sendo a do STF a que mais interessa para o estudo do Di-
Primeiramente, faz-se necessário conhecer qual será o ob- reito Constitucional. E é exatamente neste ponto que se en-
jeto de estudo desta disciplina jurídica: Constituição Federal.
contra a maior importância do STF para o objetivo que aqui
A Constituição Federal é simplesmente a norma mais im-
portante de todo o ordenamento jurídico brasileiro. Ela é a se tem em vista: é essencial conhecer sua jurisprudência,
norma principal, a norma fundamental. pois costuma cair em prova. Para se ter ideia da importância
Se pudéssemos posicionar as espécies normativas na for- dessa matéria, é possível que alguma jurisprudência do STF
ma de uma pirâmide hierárquica, a Constituição Federal apare- seja contrária ao próprio texto constitucional. Dessa forma, o
ceria no topo desta pirâmide, ao passo que as outras espécies aluno precisa ter uma dupla percepção: conhecer o texto da
normativas estariam todas abaixo dela, como na ilustração: Constituição e conhecer a jurisprudência do STF.
Contudo, ainda existe outra fonte de conhecimento essen-
cial para o aprendizado em Direito Constitucional: a doutrina.
CF
A doutrina é o pensamento produzido pelos estudiosos do
Direito Constitucional. Conhecer a doutrina também faz parte
LEI, MP
de sua preparação.
DECRETO PRESIDEN- Em suma, para estudar Direito Constitucional é necessário es-
CIAL tudar:
A Constituição Federal;
PORTARIA A Jurisprudência do STF;
Doutrina de Direito Constitucional.
Para que sua preparação seja adequada, é necessário que Neste trabalho, apresentar-se-á o conteúdo de Direito
se tenha em vista uma Constituição atualizada. Isso por conta Constitucional atualizado, objetivo e necessário para prova de
de que a Constituição Federal foi promulgada em 1988, mas já forma que se tenha à mão um material suficiente ao estudo
foi alterada várias vezes. Significa dizer, numa linguagem mais para concurso público.
jurídica, que ela foi emendada.
As Emendas Constitucionais são a única forma de alteração Metodologia de Estudo
do Texto Constitucional. Portanto, jamais uma lei, ou outra espé-
Aproveitam-se essas considerações iniciais para passar
cie normativa hierarquicamente inferior à Constituição, poderá
uma dica de estudo que pode ser útil na preparação para con-
alterar o seu texto.
curso público. A preparação em Direito Constitucional precisa
Neste ponto caberia a pergunta: o que torna a Constituição
observar três passos:
Federal a norma mais importante do Direito Brasileiro? A res-
posta é muito simples: a Constituição possui alguns elementos Leitura da Constituição Federal;
que a distinguem das outras espécies normativas, por exem- Leitura da apostila; N
plo: Resolução de exercícios. O
Ç
Os Princípios Constitucionais; O aluno que seguir esses passos certamente chegará à
Õ
E
aprovação em concurso público. Essa é a melhor orientação
S
Os Direitos Fundamentais; D
Classificações
R
E
I
De nada adiantaria possuir uma Constituição Federal com
T
A partir de algumas características que possuem as Con-
O
poderoso que se alguém editar uma norma que contrarie o de um verdadeiro processo democrático para a sua elaboração,
disposto no texto constitucional, o Supremo a declarará incon- fruto de uma Assembleia Nacional Constituinte. A Outorgada
stitucional. Uma norma declarada inconstitucional pelo STF é aquela imposta, unilateralmente, por um governante ou por 205
não produzirá efeitos na sociedade. um grupo de pessoas, ao povo.
Quanto à possibilidade de alteração, mutação, podem ser
206 Flexíveis, Rígidas ou Semirrígidas. As Constituições Flexíveis
não exigem, para a sua alteração, qualquer processo legislativo
especial. As Rígidas, contudo, dependem de um processo leg-
L islativo de alteração mais difícil do que aquele utilizado para as
A
N normas ordinárias. As Constituições Semirrígidas são aquelas
O
I
C cuja parte de seu texto só pode ser alterada por um proces-
U so mais difícil, sendo que outra parte pode ser mudada sem
T
I
T qualquer processo especial.
S
N
O Quanto à forma adotada, as Constituições podem ser:
C
O Escritas ou Dogmáticas e Costumeiras. A Constituição Dog-
T
I mática é aquela que apresenta um único texto, no qual
E
R
I encontramos sistematizadas e organizadas todas as dis-
D
E posições essenciais do Estado. A Constituição Costumeira
D é aquela formada pela reunião de diversos textos esparsos,
S
E
Õ reconhecidos pelo povo como fundamentais, essenciais.
Ç
O Quanto à extensão, podem ser: Sintéticas ou Analíticas.
N
A Constituição Sintética é aquela concisa, enxuta e que só traz
as disposições políticas essenciais a respeito da forma, orga-
nização, fundamentos e objetivos do Estado. A Constituição
Analítica é aquela que aborda diversos assuntos, não neces-
sariamente relacionados com a organização do Estado e dos
poderes. Ela desce a minúcias que poderiam figurar em uma
lei ordinária, não precisando constar do texto constitucional.
A partir das classificações apresentadas acima, temos que a
Constituição Federal de 1988 pode ser considerada por Promul-
gada, Rígida, Escrita e Analítica.
ANOTAÇÕES
2. Princípios Fundamentais Poder Executivo
Função principal (típica) de administrar o Estado;
Os Princípios Fundamentais, também chamados de Poder Legislativo
Princípios Constitucionais, formam a base de toda a orga- Função principal (típica) de legislar e fiscalizar as contas
nização do Estado Brasileiro. Como bem citado pelo Profes- públicas;
sor José Afonso da Silva, “os Princípios Fundamentais visam Poder Judiciário
essencialmente definir e caracterizar a coletividade política Função principal (típica) jurisdicional.
e o Estado e enumerar as principais opções político-consti- Além da sua própria função, a Constituição criou uma
tucionais1”. sistemática que permite a cada um dos poderes o exercício da
Exatamente em razão de sua importância, a Constituição Fed- função do outro poder. Essa função acessória chamamos de
eral os colocou logo no início, pois eles são a base de todo o texto. função atípica:
O que se segue a partir desses princípios é mero desdobramento Poder Executivo
de seu conteúdo. Função atípica de legislar e julgar;
Quem se prepara para concurso público deve saber que, Poder Legislativo
quando esse tema é abordado, costuma-se trabalhar questões Função atípica de administrar e julgar;
com o conteúdo previsto nos Arts. 1º ao 4º do texto consti- Poder Judiciário
tucional. Geralmente, aparece apenas texto constitucional Função atípica de administrar e legislar.
puro, mas, dependendo do concurso, as bancas costumam
cobrar questões doutrinárias mais difíceis. Dessa forma, pode-se dizer que além da própria função,
cada poder exerce de forma acessória a função do outro poder.
Quais princípios serão abordados? Uma pergunta sempre surge na cabeça dos candidatos:
▷ Princípio da Tripartição dos Poderes; qual dos três poderes é mais importante?
▷ Princípio Federativo; A única resposta possível é a inexistência de poder mais
▷ Princípio Republicano; importante. Cada poder possui sua própria função de forma
▷ Presidencialismo; que não se pode afirmar que exista hierarquia entre os pode-
▷ Princípio Democrático; res do Estado.
▷ Fundamentos da República Federativa do Brasil; Eles são independentes e harmônicos entre si, e para se
▷ Objetivos Fundamentais da República Federativa do garantir essa harmonia, a doutrina norte-americana desen-
Brasil; volveu um sistema que mantém a igualdade entre os poderes:
▷ Princípios que Regem as Relações Internacionais do Sistema de Freios e Contrapesos ( checks and balances ).
Brasil. O sistema de freios e contrapesos adotado pela nossa Con-
stituição, revela-se nas inúmeras medidas previstas no texto
Princípio da Tripartição dos Poderes
constitucional que condicionam a competência de um poder
à apreciação de outro poder de forma a garantir o equilíbrio
Esse princípio, também chamado de Princípio da Sepa- entre os três poderes. Abaixo estão alguns exemplos delas:
ração dos Poderes, originou-se, historicamente, numa tenta- Exs.:
tiva de limitar os poderes do Estado. Alguns filósofos perce- A necessidade de sanção do Chefe do Poder Execu-
beram que, se o Poder do Estado estivesse dividido entre três
tivo para que um Projeto de Lei aprovado pelo Poder
entidades diferentes, seria possível que a sociedade exercesse
um maior controle de sua utilização. Legislativo possa entrar em vigor;
Na verdade, a divisão não é do Poder Estatal, haja vista ser O processo do Chefe do Poder Executivo por crime N
ele uno, indivisível e indelegável, mas apenas uma divisão das de responsabilidade a ser realizado no Senado Fed- O
Ç
suas funções. Nos dizeres de José Afonso da Silva: “O poder eral, cuja sessão de julgamento é presidida pelo Õ
E
político, uno, indivisível e indelegável, se desdobra e se compõe Presidente do STF; S
D
de várias funções, fato que permite falar em distinções das A necessidade de apreciação pelo Poder Legislati- E
D
funções, que fundamentalmente são três: a legislativa, a exec- vo das Medidas Provisórias editadas pelo Chefe do I
R
utiva e a jurisdicional” 2. Poder Executivo;
E
I
T
A previsão constitucional desse princípio encontra-se no A nomeação dos ministros do STF é feita pelo Presi-
O
C
Art. 2º , que diz: dente da República depois de aprovada pelo Senado
O
N
Art. 2º. São Poderes da União, independentes e Federal.
S
T
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Ju-
I
Em todas as hipóteses acima apresentadas, faz-se
T
U
diciário. necessária a participação de mais de um Poder para a con-
C
I
O
Esses são os três poderes, cada qual responsável pelo secução de um ato administrativo. Isso cria uma verdadeira
N
A
desenvolvimento de uma função principal do Estado: relação de interdependência entre os poderes, o que garante o
L
1 CANOTILHO, J. J. Gomes, e MOREIRA, Vital. Fundamentos da Constituição. In: equilíbrio entre eles.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 33ª Ed. São Paulo: Por último, não se pode esquecer que a separação dos po-
Malheiros, 2010. p. 94. 207
2 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 33ª Ed. São deres é uma das cláusulas pétreas por força do Art. 60, § 4º, III,
Paulo: Malheiros, 2010. p. 108. da Constituição Federal.
Significa dizer que a separação dos poderes não pode ser Por Desagregação
208 abolida do texto constitucional por meio de emenda: Ocorre quando um estado unitário resolve se descentralizar
Art. 60, § 4º - Não será objeto de deliberação a politicamente, desagregando o poder central em favor de vários
proposta de emenda tendente a abolir: entes titulares de poder político.
L
A
III. A separação dos Poderes.
N Como última observação, não menos importante, a Forma
O
I
C
U
Princípio Federativo Federativa de Estado também é uma cláusula pétrea.
T Esse princípio apresenta a Forma de Estado adotada no
I
T
Depois de estudar os Princípios da Tripartição dos Poderes
S Brasil: federação. A forma de Estado reflete o modo de exer- e o Federativo, passa-se a ver como eles estão estruturados
N
O cício do poder político em função do território. É uma forma dentro da República Federativa do Brasil. Uma informação im-
C
O
T
composta ou complexa3, visto que prevalece a pluralidade de portante antes disso: a autonomia política existente em cada
I
E poderes políticos internos. Está baseada na descentralização ente federativo pode ser percebida por meio de existência dos
R
I
D política do Estado, cuja representação se dá por meio de qua- poderes em cada um.
E tro entes federativos:
D
S Poder Executivo = Presidente da
E União; República
Õ
Ç Estados;
O
N
Distrito Federal;
Poder Legislativo = Congresso
Municípios. União
Nacional
Cada ente federativo possui sua própria autonomia políti-
ca, o que não pode ser confundido com o atributo da soberania,
pertencente ao Estado Federal. Poder Judiciário =
A autonomia de cada ente confere-lhe a capacidade política STF e D emais Órgãos J udiciais
de, inclusive, criar sua própria Constituição. Apesar de cada ente Federais
federativo possuir essa independência, não se pode esquecer
que a existência do pacto federativo pressupõe a existência de
uma Constituição Federal e da impossibilidade de separação Poder Executivo = Governador
(Princípio da Indissolubilidade do Vínculo Federativo). Havendo
quebra do pacto federativo, a Constituição Federal prevê como
instrumento de manutenção da forma de Estado a chamada In- Poder Legislativo =
tervenção Federal, a qual será estudada em momento oportuno. Estados
Assembleia Legislativa
Não existe hierarquia entre os entes federativos. O que os
distingue é a competência que cada um recebeu da Constituição
Federal. Deve-se ressaltar que os estados e o Distrito Federal Poder Judiciário = Tribunal de Justiça
possuem direito de participação na formação da vontade na-
cional ao possuírem representantes no Senado Federal. Os mu-
nicípios não possuem representantes no Senado Federal. Carac-
teriza-se, ainda, pela existência de um guardião da Constituição Poder Executivo = Prefeito
Federal, o Supremo Tribunal Federal. A doutrina tem apontado
para algumas características da forma federativa brasileira:
Tricotômica Poder Legislativo = Câmara de
Municípios
Vereadores
Federação constituída em três níveis: federal, estadual e
municipal. O Distrito Federal não é considerado nessa classi-
ficação, haja vista possuir competência híbrida, ou seja, ora Poder Judiciário =
age como estado ora como município. NÃO EXISTE
Centrífuga
Essa característica reflete a formação da federação brasileira.
É a formação “de dentro para fora”. O movimento é de centrifuga- Poder Executivo = Governador
dora. A força de criação do estado federal brasileiro surgiu a partir
de um Estado Unitário para a criação de um estado federado, ou
seja, o poder centralizado que se torna descentralizado. O poder Distrito Poder Legislativo = Câmara Legis-
político era concentrado nas mãos de um só ente e, depois, passa Federal lativa
a fazer parte de vários entes federativos.
3 A doutrina classifica as formas de Estado em Compostas ou Unitárias. Os Estados
Compostos ou Complexos possuem como base a descentralização política enquanto
que os Estados Unitários ou simples possuem uma única entidade política a qual exerce Poder Judiciário = Tribunal de Justiça
de forma centralizada o poder político (CUNHA, 2011, p. 872). Estado Federal é espécie
de Estado Composto, portanto, não se confunde com Estado Unitário.
Princípio Republicano Esse princípio também é conhecido como princípio
sensível e, no Brasil, caracteriza-se por seu exercício se dar de
O princípio Republicano representa a Forma de Governo forma direta e indireta. Por esse motivo, a democracia brasile-
adotada no Brasil. A forma de governo reflete o modo de aqui- ira é conhecida como semidireta ou participativa. Esse tema,
sição e exercício do poder político, além de medir a relação porém, será abordado na seção sobre Direitos Políticos.
existente entre o governante e o governado.
A melhor forma de entender esse instituto é conhecen- FORMA DE ESTADO FEDERATIVA
do suas características. A primeira característica decorre da
análise etimológica da expressão res publica. Essa expressão,
que dá origem ao Princípio ora estudado, significa coisa públi-
ca, ou seja, em um Estado Republicano o governante cuida da FORMA DE GOVERNO REPUBLICANA
coisa pública, governa para o povo.
Outra característica importante é a Temporariedade. Esse
atributo revela o caráter temporário do exercício do poder
político. Por causa desse princípio, em nosso Estado, o gover- SISTEMA DE ESTADO PRESIDENCIALISTA
nante permanece no poder por tempo determinado.
Em uma República, o governante é escolhido pelo povo.
Essa é a chamada Eletividade. O poder político é adquirido
REGIME DE ESTADO DEMOCRÁTICO
pelas eleições, sendo que a vontade popular se concretiza nas
urnas.
Por fim, em um Estado Republicano o governante pode ser Fundamentos da Repúbli-
responsabilizado por seus atos.
A forma de governo republicana se contrapõe à monarquia, ca Federativa do Brasil
cujas características são opostas às estudadas aqui. Entre os Princípios Constitucionais mais importantes, de-
stacam-se os Fundamentos da República Federativa do Brasil,
Presidencialismo os quais estão elencados no Art. 1º da Constituição Federal:
Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada
O Presidencialismo é o sistema de governo adotado no pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Brasil. O sistema de governo rege a relação entre o Poder Ex- Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático
ecutivo e o Legislativo medindo o grau de dependência entre de Direito e tem como fundamentos:
eles. No Presidencialismo, prevalece a separação entre os Po-
deres Executivo e Legislativo, os quais são independentes e I. A soberania;
harmônicos entre si. II. A cidadania;
A Constituição declara, em seu Art. 76, que: III. A dignidade da pessoa humana;
O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da IV. Os valores sociais do trabalho e da livre inicia-
República, auxiliado pelos Ministros de Estado. tiva;
O Presidencialismo possui uma característica muito impor- V. O pluralismo político.
tante, que é a concentração das funções executivas em uma A soberania é um fundamento que possui estreita relação
só pessoa, o Presidente, o qual é eleito pelo povo, e exerce ao com o Poder do Estado. É a capacidade que o Estado tem de
mesmo tempo três funções: Chefe de Estado, Chefe de Gover- impor sua vontade. Esse princípio possui uma dupla acepção:
no, e Chefe da Administração Pública. soberania interna e externa. N
A função de Chefe de Estado diz respeito a todas as A soberania interna é a capacidade de impor o poder es- O
Ç
atribuições do Presidente nas relações externas do País. Como tatal no âmbito interno, perante os administrados, sem se su- Õ
E
Chefe de Governo, o Presidente possui inúmeras atribuições in- jeitar a qualquer outro poder. S
D
ternas no que tange à governabilidade do país. Já como Chefe A soberania externa é percebida pelo reconhecimento dos E
Democracia
C
quem é titular de Direitos Políticos. Ela permite ao indivíduo
O
N
Este princípio revela o Regime de Governo adotado no que possui vínculo jurídico com o Estado participar de suas de-
S
T
I
Brasil. Caracteriza-se pela existência do Estado Democrático cisões e escolher seus representantes. O exercício da cidadania
T
U
de Direito e pela preservação da dignidade da pessoa humana. guarda estreita relação com a Democracia, pois essa autoriza a
C
I
O
A democracia significa o governo do povo, pelo povo e participação popular na formação da vontade estatal.
N
A
para o povo. É a chamada soberania popular. Sua fundamen- A dignidade da pessoa humana é considerada o
L
tação constitucional encontra-se no Art. 1º da CF: princípio com maior hierarquia axiológica da Constituição.
Art. 1º, Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, Sua importância se traduz na medida em que deve ser as-
que o exerce por meio de representantes eleitos ou di- segurada, primordialmente, pelo Estado, mas também deve 209
retamente, nos termos desta Constituição. ser observada nas relações particulares. Como fundamento,
embasa toda a gama de direitos fundamentais, os quais es-
tão ligados em sua origem a esse princípio. A dignidade da
Objetivos Fundamentais da
210
pessoa humana representa o núcleo mínimo de direitos e República Federativa do Brasil
garantias que devem ser assegurados aos seres humanos.
L O valor social do trabalho e da livre iniciativa revela a Outro grupo de Princípios Constitucionais que costuma ser
A
N adoção de uma economia capitalista ao mesmo tempo em que cobrado em prova é o dos Objetivos da República Federativa do
O
I
C
U
elege o trabalho como elemento responsável pela valorização Brasil, os quais estão previstos no Art. 3º da Constituição Federal:
T
I social. Ao mesmo tempo em que a Constituição garante uma
T
S liberdade econômica, protege o trabalho como elemento rela- Art. 3º. Constituem objetivos fundamentais da
N
O cionado à dignidade do indivíduo como membro da sociedade. República Federativa do Brasil:
C
O O Pluralismo Político, ao contrário do que parece, não está
T
I I. Construir uma sociedade livre, justa e solidária;
E relacionado apenas com a pluralidade de partidos políticos, de-
R
I
D vendo ser entendido sob um sentido mais amplo, pois revela uma II. Garantir o desenvolvimento nacional;
E
D sociedade em que pluralidade de ideias se torna um ideal a ser III. Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir
S
E preservado. Liberdades, como de expressão, religiosa ou política as desigualdades sociais e regionais;
Õ
Ç estão entre as formas de manifestação desse princípio.
O
N Geralmente, quando esse tema é cobrado em prova, costu- IV. Promover o bem de todos, sem preconceitos de
ma ser questionado apenas o texto constitucional. origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
SOBERANIA formas de discriminação.
Os objetivos são verdadeiras metas a serem perseguidas pelo
CIDADANIA Estado com o fim de garantir os ditames constitucionais. Deve-se ter
muita atenção em relação a esses dispositivos, pois eles costumam
FUNDAMENTOS
REPÚBLICA
ser cobrados em prova fazendo-se alterações dos termos consti-
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
FEDERATIVA DO tucionais.
BRASIL Outra característica que distingue os fundamentos dos
VALOR SOCIAL DO TRABALHO E objetivos é o fato de os fundamentos serem nominados com
DA LIVRE INICIATIVA
substantivos ao passo que os objetivos se iniciam com verbos.
Essa diferença pode ajudar a perceber qual a resposta correta
PLURALISMO POLÍTICO na prova.
GArantir o desenvolvimento
nacional
3ª Dimensão – aqui estão os conhecidos direitos de frater- não só as pessoas jurídicas de direito privado, mas também as
O
Ç
pessoas jurídicas de direito público.
Õ
nidade. São direitos que refletem um sentimento de solidarie- E
S
dade entre os povos na tentativa de preservarem os direitos de
Cláusulas Pétreas e os Di-
D
toda a coletividade. São de terceira geração o direito ao meio
E
D
ambiente saudável, o direito ao progresso da humanidade, ao reitos Fundamentais
I
R
E
patrimônio comum, entre outros. I
T
O Art. 60, § 4º da Constituição Federal, traz o rol das O
4ª Dimensão – esses direitos ainda não possuem um posi- chamadas Cláusulas Pétreas:
C
nesta dimensão ocorre a chamada globalização dos direitos fun- § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de S
T
emenda tendente a abolir:
I
damentais. São direitos que rompem com as fronteiras entre os
T
U
Estados. São direitos de todos os seres humanos, independente- I. A forma federativa de Estado; C
I
O
mente de sua condição, como o direito à democracia, ao plural- II. O voto direto, secreto, universal e periódico; N
A
ismo político. São também considerados direitos de 4ª geração III. A separação dos Poderes;
L
os direitos mais novos, que estão em construção, como o direito IV. Os direitos e garantias individuais.
genético ou espacial. As Cláusulas Pétreas são núcleos temáticos formados
5ª Dimensão – essa é a mais nova dimensão defendida por por institutos jurídicos de grande importância, os quais não 213
alguns doutrinadores. É formado basicamente pelo direito à podem ser retirados da Constituição. Observe-se que o tex-
to proíbe a abolição desses princípios, mas não impede que Daí a doutrina chamá-la de norma contível, restringível
214 os mesmos sejam modificados, no caso, para melhor. Isso já ou redutível. Essas espécies permitem que outra norma re-
foi cobrado em prova. É importante notar que o texto con- duza a sua aplicabilidade. São normas que produzem efeitos
stitucional prevê no inciso IV como sendo Cláusulas Pétreas imediatos, mas esses efeitos podem ser restringidos.
L apenas os direitos e garantias individuais. Pela literalidade Ex.: Art. 5º, VII, XII, XIII, XV, XXVII, XXXIII; Art. 9º; Art. 37, I;
A
N da Constituição, não são todos os direitos fundamentais que Art. 170, parágrafo único; entre outros.
O
I
C
são protegidos por esse instituto, mas apenas os de caráter Já as normas de eficácia limitada são desprovidas de
U
T
I
individual. Parte da doutrina e da jurisprudência entende que eficácia social. Diz-se que as normas de eficácia limitada não
T
S
essa proteção deve ser ampliada, abrangendo os demais di- são autoaplicáveis, possuem aplicabilidade indireta, mediata e
N
O
reitos fundamentais. Deve-se ter atenção com esse tema em reduzida ou diferida.
C prova, pois já foram cobrados os dois posicionamentos. São normas que dependem de outra para produzirem
O
T
efeitos. O que as difere das normas de eficácia contida é a
I
E
R
I
Eficácia dos Direitos Fundamentais dependência de outra norma para que produza efeitos soci-
D O § 1º do Art. 5º da Constituição Federal prevê que:
E ais. Enquanto as de eficácia contida produzem efeitos imedi-
D § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias atos, os quais poderão ser restringidos posteriormente, as de
S
E fundamentais têm aplicação imediata. eficácia limitada dependem de outra norma para produzirem
Õ
Ç
O
Quando a Constituição Federal se refere à aplicação de efeitos. Deve-se ter cuidado para não pensar que essas es-
N uma norma, na verdade está falando da sua eficácia. pécies normativas não possuem eficácia. Como se afirmou an-
Esse tema é sempre cobrado em provas de concurso. Com teriormente, elas possuem eficácia jurídica, mas não possuem
o intuito de obter uma melhor compreensão, é necessário con- eficácia social. As normas de eficácia limitada são classifica-
ceituar, classificar e diferenciar os vários níveis de eficácia das das, ainda, em:
normas constitucionais. Normas de eficácia limitada de princípio institutivo
▷
Para que uma norma constitucional seja aplicada é indis- (organizativo ou organizatório);
pensável que a ela possua eficácia.
▷ Normas de eficácia limitada de princípio programáti-
Se os efeitos produzidos se restringem ao âmbito normativo, co.
tem-se a chamada eficácia jurídica, ao passo que, se os efeitos As normas de eficácia limitada de princípio institutivo são
são concretos, reais, tem-se a chamada eficácia social. Eficácia
jurídica, portanto, é a capacidade que uma norma constitucional
aquelas que dependem de outra norma para organizar ou in-
stituir estruturas, entidades ou órgãos.
tem de revogar todas as outras normas que com ela apresen- Ex.: Art. 18, § 2º; Art. 22, Parágrafo único; Art. 25, § 3º;
tem divergência. Já a eficácia social, também conhecida como Art. 33; Art. 88; Art. 90, §2º; Art. 102, §1º; Art. 107, §1º; Art.
efetividade, é a aplicabilidade na prática, concreta, da norma. 113; Art. 121; Art. 125, §3º; 128, §5º; Art. 131; entre outros.
Todas as normas constitucionais possuem eficácia jurídica, mas
nem todas possuem eficácia social. Logo, é possível afirmar que As normas de eficácia limitada de princípio programático
todas as normas constitucionais possuem eficácia. O problema são aquelas que apresentam verdadeiros objetivos a serem
surge quando uma norma constitucional não pode ser aplicada perseguidos pelo Estado, programas a serem implementados.
na prática, ou seja, não possui eficácia social. Em regra, possuem fins sociais.
Para explicar esse fenômeno, foram desenvolvidas várias Ex.: Art. 7º, XI, XX, XXVII; Art. 173, §4º; Art. 196; Art. 205;
classificações acerca do grau de eficácia de uma norma con- Art. 215; Art. 218; Art. 227; entre outros.
stitucional. A classificação mais adotada pela doutrina e mais O Supremo Tribunal Federal (STF) possui algumas de-
cobrada em prova é a adotada pelo professor José Afonso da cisões que conferiram o grau de eficácia limitada aos seguintes
Silva1. Para esse estudioso, a eficácia social se classifica em: dispositivos:
Eficácia Plena; Ex.: Art. 5º, LI; Art. 37, I; Art. 37, VII; Art. 40, § 4º; Art. 18,
Eficácia Contida; §4º.
Eficácia Limitada. Feitas as considerações iniciais sobre esse tema, resta sa-
ber o que o § 1º do Art. 5º da CF quis dizer com “aplicação
As normas de eficácia plena são aquelas autoaplicáveis.
imediata”. Para traduzir essa expressão, basta analisar a ex-
São normas que possuem aplicabilidade direta, imediata e in-
tegral. Seus efeitos práticos são plenos. É uma norma que não plicação apresentada anteriormente. Segundo a doutrina, as
depende de complementação legislativa para produzir efeitos. normas que possuem aplicação imediata ou são de eficácia
Veja os exemplos: plena ou contida. Ao que parece, o texto constitucional quis re-
stringir a eficácia dos direitos fundamentais em plena ou con-
Ex.: Art. 1º; Art. 5º, caput e incisos XXXV e XXXVI; Art. 19; tida, não existindo, em regra, normas definidoras de direitos
Art. 21; Art. 53; Art. 60, § 1º e 4º; Art. 69; Art. 128, § 5º, I e II;
fundamentais com eficácia limitada. Entretanto, pelos próprios
Art. 145, § 2º; entre outros.
exemplos aqui apresentados, não é essa a realidade do texto
As normas de eficácia contida também são autoaplicá- constitucional. Certamente, existem normas de eficácia limita-
veis. Assim como as normas de eficácia plena, elas possuem da entre os direitos fundamentais (7º, XI, XX, XXVII). A dúvida
aplicabilidade direta e imediata. Contudo, sua aplicação não que surge então é: como responder na prova?
é integral. É neste ponto que a eficácia contida se diferencia da
eficácia plena. A norma de eficácia contida nasce plena, mas A doutrina e o STF têm entendido que, apesar do texto
pode ser restringida por outra norma. expresso na Constituição Federal, existem normas definido-
1 Silva, José Afonso da. “Curso de Direito Constitucional Positivo”. 27ª edição. São ras de direitos fundamentais que não possuem aplicabilidade
Paulo: Malheiros, 2005. imediata, as quais são de eficácia limitada. Diante dessa con-
tradição, a doutrina tem orientado no sentido de se conferir a Ainda há os tratados internacionais que não falam de
maior eficácia possível aos direitos fundamentais. Em prova, direitos humanos. São tratados que falam de outros temas,
pode ser cobrada tanto uma questão abordando o texto puro por exemplo, o comércio. Esses tratados possuem força
da Constituição Federal quanto o posicionamento da doutrina. normativa de Lei Ordinária.
Deve-se responder conforme for perguntado. Para o tratado ser equivalente à emenda constitucional,
A Constituição previu dois instrumentos para garantir a tem que ser aprovado nas duas casas do Congresso Nacional,
efetividade das normas de eficácia limitada: Ação Direta de em dois turnos, pelo voto de 3/5 dos membros.
Inconstitucionalidade por omissão e o Mandado de Injunção. Em suma, são três as forças normativas dos Tratados Interna-
Todas as normas constitucionais possuem eficácia jurídica, cionais:
mas nem todas possuem eficácia social.
EMENDA À CON-
JURÍDICA PLENA STITUIÇÃO
EFICÁCIA
TRATADOS NORMA
PRINCÍPIO INTERNACIONAIS SUPRALEGAL
SOCIAL CONTIDA ORGANIZATIVO
LEI ORDINÁRIA
LIMITADA
PRINCÍPIO Tribunal Penal Internacional - TPI
PROGRAMÁTICO Há outra regra muito interessante prevista no § 4º do
Art. 5º da Constituição:
§ 4º - O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.
Força Normativa dos É o chamado Tribunal Penal Internacional. Mas o que é o
Tratados Internacionais Tribunal Penal Internacional? É uma corte permanente, local-
Uma regra muito importante para a prova é a que está pre- izada em Haia, na Holanda, com competência de julgamento
vista no § 3º do Art. 5º: dos crimes contra a humanidade.
§3º - Os tratados e convenções internacionais sobre É um Tribunal, pois tem função jurisdicional; é Penal
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa porque só julga crimes; é Internacional, haja vista sua com-
do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quin- petência não estar restrita à fronteira de um só Estado.
tos dos votos dos respectivos membros, serão equiva- Mas uma coisa deve ser esclarecida. O TPI não julga
lentes às emendas constitucionais.
qualquer tipo de crime. Só os crimes que tenham repercussão
Esse dispositivo constitucional apresenta a chamada Força para toda a humanidade. Geralmente, são crimes de guerra,
Normativa dos Tratados Internacionais.
agressão estrangeira, genocídio, dentre outros.
Segundo o texto constitucional, é possível que um tratado Apesar de ser um tribunal com atribuições jurisdicionais, o
internacional possua força normativa de emenda constitucion- TPI não faz parte do Poder Judiciário brasileiro. Sua competên-
al, desde que preencha os seguintes requisitos: cia é complementar à jurisdição nacional, não ofendendo, por-
N
O
Tem que falar de direitos humanos; tanto, a soberania do Estado brasileiro. Isso significa que o TPI só
Ç
Õ
Tem que ser aprovado nas duas casas legislativas
E
▷
age quando a Justiça Brasileira se omite ou é ineficaz. S
do Congresso Nacional, ou seja, na Câmara dos
D
E
Deputados e no Senado Federal; Direitos X Garantias D
I
R
▷ Tem que ser aprovado em dois turnos em cada casa; Muitos questionam se direitos e garantias são a mesma
E
I
T
Tem que ser aprovado por 3/5 dos membros em
O
▷
coisa, mas a melhor doutrina tem diferenciado esses dois in- C
cada turno de votação, em cada casa. stitutos.
O
N
Preenchidos esses requisitos, o Tratado Internacional terá
S
Os direitos são os próprios direitos previstos na Constituição
T
força normativa de Emenda à Constituição.
I
T
Federal. São os bens jurídicos tutelados pela Constituição. Eles rep-
U
stituição? Qual será sua força normativa? Segundo o STF, São ferramentas disponibilizadas pela Constituição para a
caso o Tratado Internacional fale de direitos humanos, mas fruição dos direitos.
não preencha os requisitos do § 3º do Art. 5º da CF, ele terá Apesar da diferença entre os dois institutos é possível afir- 215
força normativa de Norma Supralegal. mar que toda garantia é um direito.’
216
4. Direitos Fundamentais - Aborto sentimental
II. Se a gravidez resulta de estupro e o aborto é pre-
Direitos e Deveres Individuais e Cole- cedido de consentimento da gestante ou, quando
incapaz, de seu representante legal.
L
A
N
tivos São os abortos necessárioe sentimental. Aborto
O
I A Constituição Federal, ao disciplinar os direitos individ- necessário é aquele praticado para salvar a vida da gestante
C e o aborto sentimental é utilizado nos casos de estupro. Es-
U
T
uais, os coloca basicamente no Art. 5º. Logo no caput desse
I
T artigo, já aparece uma classificação didática dos direitos ali sas duas exceções à prática do crime de aborto são hipóteses
S em que se permite a sua prática no direito brasileiro. Além
N previstos:
O dessas duas hipóteses previstas expressamente na legislação
C Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção
O
T de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e brasileira, o STF também reconhece a possibilidade da práti-
I
E
R aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do ca de aborto do feto anencéfalo (feto sem cérebro) 1. Mais
I
D direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à uma vez, o direito à vida encontra-se flexibilizado.
E
propriedade, nos termos seguintes:
D
S
Para estudarmos os direitos individuais, utilizaremos os
Legítima Defesa e Estado de Necessidade
E
Õ
Ç cinco grupos de direitos previstos no caput do Art. 5º: Esses dois institutos, também excludentes de ilicitude do
O
N Direito à vida; crime, são outras possibilidades de limitação do direito a vida,
conforme disposto no Art. 23 do Código Penal Brasileiro:
Direito à igualdade;
Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato:
Direito à liberdade;
I. Em estado de necessidade;
Direito à propriedade;
II. Em legítima defesa;
Direito à segurança.
Em linhas gerais e de forma exemplificativa, o estado de
Percebe-se que os 78 incisos do Art. 5º, de certa forma,
necessidade permite que, diante de uma situação de perigo,
decorrem de um desses direitos que podem ser chamados
uma pessoa possa, para salvar uma vida, tirar a vida de out-
de “direitos raízes”. Utilizando essa divisão, a seguir serão
abordados os incisos mais importantes desse artigo, tendo em ra pessoa. Na legítima defesa, caso sua vida seja ameaçada
vista a preparação para a prova. Logicamente, não conseguire- por alguém, existe legitimidade em retirar a vida de quem o
mos abordar todos os incisos, o que não tira a responsabili- ameaçou.
dade de lê-los. Outro ponto que deve ser ressaltado é que o direito à vida
não está adstrito apenas ao fato de se estar vivo. Quando a
Direito à Vida constituição protege o direito à vida, a faz em suas diversas
Ao falar desse direito, que é considerado pela doutrina acepções. Existem dispositivos constitucionais que protegem
como o direito mais fundamental de todos , por ser um pres- o direito à vida no que tange a sua preservação da integridade
suposto para o exercício dos demais direitos, enfrenta-se um física e moral (Art. 5º, III, V, XLVII, XLIX; Art. 199, §4º. A Consti-
primeiro desafio: esse direito é absoluto? tuição também protege o direito à vida no que tange à garan-
Assim como os demais direitos, o direito à vida não é absoluto. tia de uma vida com qualidade (Arts. 6º; 7º, IV; 196; 205; 215).
São várias as justificativas existentes para considerá-lo um direito
passível de flexibilização: Direito à Igualdade
Pena de Morte Igualdade Formal X Igualdade Material
Uma que já apareceu em prova: existe pena de morte no Possui como sinônimo o termo Isonomia. A doutrina clas-
Brasil? sifica esse direito em:
A sua resposta tem que ser “SIM”. A alínea “a” do inciso Igualdade Formal
XLVII do Art. 5º traz essa previsão expressamente: Traduz-se no termo “todos são iguais perante a lei, sem dis-
XLVII. Não haverá penas: tinção de qualquer natureza”. É o previsto no caput do Art. 5º.
a) de morte, salvo em caso de guerra declara- É uma igualdade jurídica, que não se preocupa com a realidade,
da, nos termos do Art. 84, XIX; mas apenas evita que alguém seja tratado de forma discrimi-
Todas as vezes que a Constituição traz uma negação acom- natória.
panhada de uma exceção, estamos diante de uma possibili- Igualdade Material
dade. Também chamada de igualdade efetiva ou substancial. É
Aborto a igualdade que se preocupa com a realidade. Traduz-se na
seguinte expressão: “tratar os iguais com igualdade e os desi-
A prática de aborto no Brasil é permitida? O Art. 128 do 1 O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Relator, julgou procedente
Código Penal Brasileiro apresenta duas possibilidades de a ação para declarar a inconstitucionalidade da interpretação segundo a qual a
prática de aborto que são verdadeiras excludentes de ilicitude: interrupção da gravidez de feto anencéfalo é conduta tipificada nos artigos 124,
126, 128, incisos I e II, todos do Código Penal, contra os votos dos Senhores Minis-
Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico: tros Gilmar Mendes e Celso de Mello que, julgando-a procedente, acrescentavam
Aborto necessário condições de diagnóstico de anencefalia especificadas pelo Ministro Celso de Mel-
lo; e contra os votos dos Senhores Ministros Ricardo Lewandowski e Cezar Peluso
I. Se não há outro meio de salvar a vida da ges- (Presidente), que a julgavam improcedente. Impedido o Senhor Ministro Dias Tof-
tante; foli. Plenário, 12.04.2012. ADPF 54 – Relator Min. Marco Aurélio.
guais com desigualdade, na medida das suas desigualdades”. Deve ser Necessário ao Exercício do Cargo
Esse tipo de igualdade confere um tratamento com justiça O critério discriminatório deve ser necessário ao exercício
para aqueles que não a possuem. do cargo. A título de exemplo: seria razoável exigir para um
cargo de policial militar, altura mínima ou mesmo, idade máx-
Todos são iguais perante ima, que representam vigor físico, tendo em vista a natureza
Formal a lei, sem distinção de
qualquer natureza do cargo que exige tal condição. As mesmas condições não
poderiam ser exigidas para um cargo de técnico judiciário, por
não serem necessárias ao exercício do cargo.
Igualdade
Em suma, podem ser exigidos critérios discriminatórios
desde que previstos em lei e que sejam necessários ao exer-
Tratar os iguais com igual- cício do cargo, observados os critérios de proporcionalidade
Material dade e os desiguais com
desigualdade e razoabilidade.
Esse tema sempre tem sido alvo de questões em prova,
A igualdade formal é a regra utilizada pelo Estado para con- principalmente sob o aspecto jurisprudencial. Veja este exem-
ferir um tratamento isonômico entre as pessoas. Contudo, por plo de questão:
diversas vezes, um tratamento igualitário não consegue atender
a todas as necessidades práticas. Faz-se necessária a utilização
Ações Afirmativas
da igualdade em seu aspecto material para que se consiga pro- Como formas de concretização da igualdade material
duzir um verdadeiro tratamento isonômico. foram desenvolvidas políticas públicas de compensação di-
Imaginemos as relações entre homens e mulheres. A regra rigidas às minorias sociais chamadas de Ações Afirmativas
é que homem e mulher são tratados da mesma forma conforme ou Discriminações Positivas. São verdadeiras ações de cunho
previsto no inciso I do Art. 5º: social que visam a compensar possíveis perdas que determi-
I. Homens e mulheres são iguais em direitos e nados grupos sociais tiveram ao longo da história de suas vi-
obrigações, nos termos desta Constituição; das. Quem nunca ouviu falar nas “quotas para os pobres nas
Universidades” ou ainda, “reserva de vagas para deficientes
Contudo, em diversas situações, homens e mulheres serão
em concursos públicos”? Essas são algumas das espécies de
tratados de forma diferente:
ações afirmativas desenvolvidas no Brasil.
Licença-Maternidade
Mas por que reservar vagas para deficientes em concursos
Tem duração de 120 dias para a mulher. Para o homem, apenas
públicos? Ora, é óbvio que o deficiente, qualquer que seja sua
5 dias de licença-paternidade;
deficiência, quando se prepara para um concurso público pos-
Aposentadoria sui muito mais dificuldade que uma pessoa que tem a pleni-
A mulher se aposenta 5 anos mais cedo que o homem; tude de seu vigor físico. Em razão dessa diferença, o Estado,
Serviço Militar Obrigatório na tentativa de reduzir a desigualdade existente entre os con-
Só o homem está obrigado. correntes, resolveu compensar a limitação de um portador de
Essas são algumas das situações em que são permitidos necessidades especiais reservando-lhe vagas especiais.
tratamentos desiguais entre as pessoas. As razões que justifi- Perceba que, ao contrário do que parece, quando se res-
cam essa discriminação são as diferenças efetivas que existem ervam vagas num concurso público para deficientes estamos
entre os homens e as mulheres em cada uma das hipóteses. diante de um nítido tratamento discriminatório, que nesse
Exemplificando, a mulher tem mais tempo para se recuperar caso é justificável pelas diferenças naturais entre o concorrente
em razão da nítida distinção do desgaste feminino para o mas- sadio e o concorrente deficiente. Lembre-se de que igual-
N
O
culino no que tange ao parto. É indiscutível que, por mais des- dade material é tratar iguais com igualdade e desiguais com
Ç
Õ
E
gastante que seja o nascimento de um filho para o pai, nada se desigualdade. O que se faz por meio dessas políticas de com- S
D
compara ao sofrimento suportado pela mãe. Por essa razão, a pensação é tratar os desiguais com desigualdade, na medida E
licença-maternidade é maior que a licença-paternidade. de suas desigualdades. Só dessa forma é possível alcançar um
D
I
R
Direito à Liberdade
I
Essas questões encontram a mesma resposta: sim! É pos-
O
N
b) direitos da pessoa humana; requisição virá do STF, STJ ou do TSE quando houver desobe- D
E
diência de ordem judicial. E no inciso VI e VII a requisição será D
c) autonomia municipal; do Supremo quando houver representação interventiva feita
I
R
E
d) prestação de contas da administração pelo Procurador Geral da República nos casos de recusa de ex-
I
T
O
pública, direta e indireta; ecução de lei federal ou ofensa aos princípios sensíveis. C
O
e) aplicação do mínimo exigido da receita re- O decreto interventivo especificará todas as condições em N
S
sultante de impostos estaduais, compreendida a que ocorrerá a medida e terá eficácia imediata após a sua de- T
I
T
proveniente de transferências, na manutenção e cretação pelo Presidente da República. Após sua decretação, U
C
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços a medida será submetida a apreciação do Congresso Nacional I
O
no prazo de 24 horas:
N
públicos de saúde.
A
L
Art. 36 , § 1º - O decreto de intervenção, que especifi-
A partir desse artigo, a doutrina classificou a intervenção cará a amplitude, o prazo e as condições de execução e
federal em dois tipos: que, se couber, nomeará o interventor, será submetido
Intervenção Federal Espontânea; à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia 253
Intervenção Federal Provocada. Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º - Se não estiver funcionando o Congresso Nacional II. Não forem prestadas contas devidas, na forma
254 ou a Assembleia Legislativa, far-se-á convocação ex- da lei;
traordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas. III. Não tiver sido aplicado o mínimo exigido da re-
Caberá ao Congresso Nacional aprovar ou suspender a ex- ceita municipal na manutenção e desenvolvimento
L
A
ecução da Intervenção: do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;
N Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Na-
O
I
C cional: IV. O Tribunal de Justiça der provimento a represen-
U tação para assegurar a observância de princípios
T
I IV. Aprovar o estado de defesa e a intervenção
T
S federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender indicados na Constituição Estadual, ou para prover
N
O
C qualquer uma dessas medidas. a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
O
T Nas hipóteses de intervenção decretada por requisição do Devem ser atendidos os mesmos requisitos da Inter-
I
E
R
Poder Judiciário previstas no Art. 34, VI e VII, a Constituição venção Federal: temporariedade, controle político pelo leg-
I
D dispensou a necessidade e apreciação do Congresso Nacional, islativo e decreto do Chefe do Executivo.
E destacando que, nesses casos, o decreto limitar-se-á a sus-
D Na hipótese do inciso IV, a intervenção dependerá de
S
E
pensão do ato impugnado, caso essa medida seja suficiente
Õ para conter a crise. Se a mera suspensão do ato não resta- representação interventiva do Procurador-Geral de Justiça,
Ç
O belecer a normalidade, poderão ser adotadas outras medidas sendo dispensada a apreciação da Assembleia Legislativa.
N
com o mesmo objetivo: Segundo o STF, essa decisão do Tribunal de Justiça que au-
Art. 36 , § 3º - Nos casos do Art. 34, VI e VII, ou do Art. toriza a intervenção do Estado no Município possui nature-
35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional za político-administrativa e tem caráter definitivo, sendo
ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a insuscetível de recurso extraordinário para o STF 1.
suspender a execução do ato impugnado, se essa medi-
da bastar ao restabelecimento da normalidade. ANOTAÇÕES
Não podemos esquecer que nos casos de intervenção es-
pontânea ou provocada por solicitação, o Presidente deverá
consultar, antes da decretação, o Conselho da República e o
Conselho da Defesa Nacional que emitirão parecer opinativo
sobre a situação:
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronun-
ciar-se sobre:
V. Intervenção federal, estado de defesa e estado
de sítio;
Art. 91 , § 1º - Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
II . Opinar sobre a decretação do estado de def-
esa, do estado de sítio e da intervenção federal.
Cessando a crise, a ordem será restabelecida, inclusive
com o retorno das autoridades públicas afastadas, caso não
possuam outra incompatibilidade:
§ 4º - Cessados os motivos da intervenção, as autori-
dades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo
impedimento legal.
Apesar de a Constituição Federal não mencionar sobre a
possibilidade de controle judicial da Intervenção, seria possível
que ocorresse este controle caso os limites constitucionais es-
tabelecidos fossem desrespeitados. Ressalta-se que contra a
Intervenção em si não cabe atuação do Poder Judiciário, con-
siderando ser essa uma medida de natureza política.
Intervenção Estadual
A intervenção estadual poderá ocorrer nos Municípios lo-
calizados em seu território mediante decreto do Governador
do Estado nas hipóteses previstas no Art. 35:
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios,
nem a União nos Municípios localizados em Território
Federal, exceto quando:
I. Deixar de ser paga, sem motivo de força maior, 1 Súmula 637 do STF: não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal
por dois anos consecutivos, a dívida fundada; de Justiça que defere pedido de intervenção estadual em Município.
9. Administração Pública União
julgado;
E
representa o interesse público ou da coletividade, e a coletiv-
I
T
O
II. Mediante processo administrativo em que lhe idade, em regra, deve prevalecer sobre o interesse privado. A C
seja assegurada ampla defesa;
O
Administração Pública, em sua relação com os administrados N
§ 2º - Invalidada por sentença judicial a demissão do esses da sociedade, é nessa relação que vamos desenvolver
N
A
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocu- a supremacia do interesse público, que decorre da relação de
L
pante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de ori- verticalidade entre o Estado e os particulares.
gem, sem direito a indenização, aproveitado em outro Esse princípio não goza de caráter absoluto, pois o Estado
cargo ou posto em disponibilidade com remuneração também age como se fosse particular em suas relações jurídi- 257
proporcional ao tempo de serviço. cas, geralmente econômicas, por exemplo, o Estado não pode
abusar da autoridade estatal sobre os direitos e princípios fun- A melhor forma de verificar a sua utilização prática é no
258 damentais dos administrados, já que esses são os limites da caso concreto. Imagine uma fiscalização sanitária realizada pelo
supremacia do interesse público. poder público em que o administrado é flagrado cometendo um
Decorre desse princípio o poder de império exercido ilícito sanitário, ou seja, encontra um produto com o prazo de
L pela Administração Pública, a qual poderá impor sua von- validade vencido. Dependendo da infração cometida, será apli-
A
N tade ao particular de forma coercitiva, podendo inclusive cada uma penalidade administrativa maior ou não. Com a apli-
O
I
C restringir seus direitos e impor obrigações, como ocorre no cação dos princípios em tela, a penalidade deve ser necessária,
U adequada e equivalente à infração cometida. Os princípios ga-
T
I caso da desapropriação e requisição administrativa. Logi-
T rantem que a sanção aplicada não seja maior que a necessária
S camente, esse princípio não goza de caráter absoluto, não
N para atingir o fim proposto pelo poder público. O que se busca é
O tendo aplicabilidade nos atos praticados de mera gestão
C uma adequação entre os meios e os fins necessários, proibindo
O administrativa ou quando o poder público atua como par-
T
I ticular nas relações econômicas. o excesso na aplicação das medidas.
E
R
I Sem dúvida, esses princípios gerais de direito estão entre
D
E
Indisponibilidade do Interesse Público os mais utilizados atualmente nas decisões do Supremo Tribu-
D nal Federal, pois esses princípios são utilizados nas decisões
S
Juntamente com a Supremacia do Interesse Público, o
E
Õ princípio da Indisponibilidade do Interesse Público forma a base para se adequar a lei ao caso concreto.
Ç do regime jurídico-administrativo. Por esse princípio, a Admin-
O Em suma, esses princípios são a adequação dos meios
N istração Pública não pode ser vista como dona da coisa pública, com a finalidade proposta pela Administração Pública, com
mas apenas gestora. A coisa pública pertence ao povo, e o Es- o fim de evitar os excessos cometidos pelo agente público.
tado é o responsável pelo cuidado ou gestão da coisa pública. Em razão disso, também são conhecidos como a proibição
Como limitação a esse princípio, existe o princípio da le- do excesso, por isso trabalhar a razoabilidade e a propor-
galidade, que determina os passos e em que condições a Ad- cionalidade como unidade.
ministração Pública pode se utilizar dos bens públicos, sempre
Continuidade dos Serviços Públicos
respeitando a indisponibilidade do interesse público. Desta-
ca-se ainda o papel que esse princípio exerce como limitador Esse princípio se traduz pelo próprio nome. Ele exige que a
do princípio da supremacia do interesse público. atividade administrativa seja contínua, não sofra interrupções
Um ponto importante a respeito desse princípio é que os e seja adequada, com qualidade, para que não ocorram pre-
bens públicos são indisponíveis, não pertencendo aos seus ad- juízos tanto para a Administração quanto para os adminis-
ministradores ou aos seus agentes os quais estão proibidos, trados. Apesar disso, há situações excepcionais, em que se
inclusive de renunciar a qualquer direito ou prerrogativa iner- permite a interrupção do serviço público. Existem limitações
ente ao Poder Público. a esse princípio, tanto para a Administração, quanto para o
particular que está incumbido de executar o serviço público, e
Na desapropriação, a Administração Pública pode retirar
sua atuação pode ser percebida no próprio direito de greve do
o bem de uma pessoa pelo fundamento da Supremacia do in-
servidor público que se encontra condicionado à observância
teresse público, por outro lado, em razão da Indisponibilidade da lei para ser exercido.
do interesse público, há vedação à Administração Pública no
sentido de não se apropriar de tal bem sem que o particular O poder de vinculação desse princípio é tão grande que o
seja indenizado. particular, ao prestar o serviço público por delegação, não poderá
interrompê-lo ainda que a administração pública não cumpra sua
Supremacia Desapropriação
parte no contrato. Significa dizer que o particular prejudicado no
contrato administrativo não poderá opor a exceção do contrato
não cumprido, ficando desobrigado apenas por decisão judicial
transitada em julgado, ou seja, o particular não pode deixar de
cumprir sua obrigação pelo não cumprimento por parte da ad-
Indisponibilidade Desapropriação ministração, mas o particular pode deixar de prestar o serviço pú-
blico quando determinado por decisão judicial.
O responsável pela prestação do serviço público só ficaria
desobrigado da sua prestação em caso de emergência e desde
Razoabilidade e Proporcionalidade que haja aviso prévio em situações de segurança, de ordem
Esses princípios são, por vezes, vistos em separado pela técnica ou mesmo por inadimplência do usuário.
doutrina; eles servem para a limitação da atuação administra-
tiva, e devem ser vistos em conjunto, como unidade. A Razoab- Autotutela
ilidade e a Proporcionalidade decorrem do princípio do devido Esse princípio permite que a Administração avalie e reve-
processo legal e são utilizados, principalmente, como limitador ja seus próprios atos, tanto em relação à legalidade do ato,
da discricionariedade administrativa, ainda mais quando o ato quanto ao aspecto do mérito. Essa possibilidade não impede o
limitado restringe os direitos do administrado. Trata-se, portan- ato de ser apreciado pelo Poder Judiciário, limitando a verifi-
to, de uma ferramenta para controle de legalidade que pode cação da legalidade, nunca o mérito. Quando o ato for revisto
gerar a nulidade do ato administrativo. Ao pensar em Razoabi- em razão de vício de legalidade, ocorre a anulação do ato, se
lidade e Proporcionalidade, deve-se pensar em dois elementos a questão é de mérito (discricionariedade e oportunidade), a
que os identificam: adequação e necessidade. administração revoga seus atos.
Este princípio foi consagrado pelo Supremo por meio da celetista, ou seja, quem ocupa um emprego público possui
Súmula 473: uma relação trabalhista com a Administração Pública.
Súm. 473, STF. A administração pode anular seus própri- Função pública é a atribuição ocupada por quem não pos-
os atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, sui cargo ou emprego público. Ocorre em duas situações: nas
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, contratações temporárias e nas atividades de confiança.
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeit- Os cargos, empregos e funções são acessíveis a todos
ados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os os brasileiros e estrangeiros que preencherem os requi-
casos, a apreciação judicial. sitos previstos em lei. Aos estrangeiros, o acesso é limit-
A autotutela dos atos administrativos não depende de ado, essa é norma de eficácia limitada, pois depende de
provocação, podendo a administração analisar de ofício seus regulamentação, como professores ou pesquisadores em
próprios atos. Essa é a ideia primordial da autotutela. universidades e instituições de pesquisa científica e tec-
Segurança Jurídica nológica. Destaca-se ainda que existem cargos privativos
de brasileiros natos, os quais estão previstos no Art. 12, §
Esse princípio tem fundamento inicial já no Art. 5º da CF, 3º da CF: Presidente e Vice-Presidente da República, Pres-
que decorre da própria garantia fundamental à Segurança idente da Câmara dos Deputados, Presidente do Senado
Jurídica; no que tange a sua aplicabilidade na Administração Federal, Ministro do STF, oficial das forças armadas, carreira
Pública, esse princípio evoca a impossibilidade da lei nova diplomática e Ministro do Estado da Defesa.
prejudicar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada, ou seja, esse princípio veda a aplicação retroativa de O acesso aos cargos e empregos públicos depende de
nova interpretação da norma administrativa, para que o ad- aprovação em concurso público de provas ou de provas e
ministrado não seja surpreendido com inovações jurídicas. títulos dependendo do cargo a ser ocupado. A realização
do concurso não será necessária para o preenchimento de
Por se tratar de um direito fundamental, a administração cargos em comissão, haja vista serem de livre nomeação
pública fica obrigada a assegurar o seu cumprimento sob pena e exoneração. Estão obrigados a contratar por meio de
de ser responsabilizada.
concurso toda a Administração Pública direta e indireta,
Regras Aplicáveis aos Ser- seja do Poder Executivo, Legislativo, ou Judiciário, seja da
União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
vidores Públicos É importante ressaltar, neste momento, que a função públi-
Passamos agora a analisar as regras aplicáveis aos servi- ca aqui tratada não pode ser confundida com a função que
dores públicos, as quais estão previstas nos Arts. 37 a 41 da todo agente da Administração Pública detém, que é aquele
Constituição Federal. conjunto de atribuições inerentes ao cargo ou emprego; neste
momento a função pública foi tratada como diferenciação do
Cargos, Empregos e Funções cargo e do emprego públicos. Em seguida, é necessário ressal-
Os primeiros dispositivos relacionados aos servidores pú- tar que os cargos em comissão dispensam o concurso público,
blicos e que foram apresentados pela Constituição Federal
que é meio exigido para que se ocupe um cargo ou emprego
regulamentam o acesso a cargos, empregos e funções públi-
públicos.
cas. Vejamos o que diz o Art. 37, I e II da CF:
Validade do Concurso Público
I. Os cargos, empregos e funções públicas são
acessíveis aos brasileiros que preencham os req- A Constituição Federal previu prazo de validade para os
uisitos estabelecidos em lei, assim como aos es- concursos públicos. Vejamos o que diz o Art. 37, III e IV:
trangeiros, na forma da lei; Art. 37, III . O prazo de validade do concurso público
II. A investidura em cargo ou emprego público de- será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual N
pende de aprovação prévia em concurso público de período;
O
Ç
provas ou de provas e títulos, de acordo com a nature-
Õ
IV. Durante o prazo improrrogável previsto no ed- E
za e a complexidade do cargo ou emprego, na forma
S
ital de convocação, aquele aprovado em concurso D
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo
E
público de provas ou de provas e títulos será con- D
em comissão declarado em lei de livre nomeação e vocado com prioridade sobre novos concursados
I
R
exoneração.
E
para assumir cargo ou emprego, na carreira.
I
T
O
Ao iniciarmos este estudo, uma distinção se faz necessária O prazo de validade será de até 2 anos, podendo ser C
antes de tudo: qual a diferença entre cargo, emprego e função
O
prorrogado apenas uma vez, por igual período. O prazo de N
pública?
S
validade passa a ser contado a partir da homologação do re- T
I
Cargo público é a unidade de competência ofertada por sultado. Este é o prazo que a Administração Pública terá para
T
U
A seguir, são abordados alguns limites específicos que Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os
C
O
seguintes limites máximos: a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio N
também estão previstos no texto constitucional, mas em out- máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do subsídio dos Depu-
S
T
ros artigos, pois são determinados a algumas autoridades: tados Estaduais; b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habitantes, o
I
T
subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por cento do subsídio dos
U
Governador e Prefeito: subsídio do ministro do STF; Deputados Estaduais; c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil habi-
C
I
O
Deputado Estadual e Distrital 1: 75% do subsídio do Dep- tantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta por cento do
N
A
utado Federal; subsídio dos Deputados Estaduais; d) em Municípios de cem mil e um a trezentos L
mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a cinquenta por
Vereador: 75% do subsídio do Deputado Estadual para os cento do subsídio dos Deputados Estaduais; e) em Municípios de trezentos mil e
municípios com mais de 500.000 habitantes. Nos municípios um a quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores correspond-
com menos habitantes, aplica-se a regra proporcional a popu- erá a sessenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; f) em Municípios 265
de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corre-
1 Arts. 27, §2º e 32, §3º da Constituição Federal sponderá a setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
Casos em que se pode ultrapassar pensionistas, observados critérios que preservem o
266 o teto constitucional equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste arti-
go (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
Magistratura + Min. STF + 19.12.2003).
Magistério Min. TSE
L
A
§ 1º - Os servidores abrangidos pelo regime de previ-
N
O
dência de que trata este artigo serão aposentados, cal-
I
C culados os seus proventos a partir dos valores fixados
U
T Teto Ministro STF na forma dos §§ 3º e 17 (Redação dada pela Emenda
I
T
S Os limites aplicam-se as empresas públicas e sociedades Constitucional nº 41, 19.12.2003).
N
O
C
de economia mista desde que recebam recursos da União dos I. Por invalidez permanente, sendo os proventos
O Estados e do Distrito Federal para pagamento do pessoal e proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se
T
I
E custeio em geral: decorrente de acidente em serviço, moléstia profis-
R
I
D
§ 9º - O disposto no inciso XI aplica-se às empresas sional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na
E públicas e às sociedades de economia mista, e suas forma da lei (Redação dada pela Emenda Consti-
D
S subsidiárias, que receberem recursos da União, dos tucional nº 41, 19.12.2003);
E
Õ Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para II. Compulsoriamente, com proventos proporciona-
Ç
O pagamento de despesas de pessoal ou de custeio is ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos
N
em geral. de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade,
A Constituição Federal também trouxe previsão expressa na forma de lei complementar; (Redação dada pela
vedando qualquer equiparação ou vinculação de remuneração Emenda Constitucional nº 88, de 2015)
de servidor público: III. Voluntariamente, desde que cumprido tempo
XIII. É vedada a vinculação ou equiparação de quais- mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço
quer espécies remuneratórias para o efeito de remu- público e cinco anos no cargo efetivo em que se
neração de pessoal do serviço público. dará a aposentadoria, observadas as seguintes
Antes da EC 19/1998, muitos servidores incorporavam
vantagens pecuniárias calculadas sobre outras vantagens, ge-
condições (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional nº 20, de 15/12/98);
rando aumento desproporcional da remuneração. Isso acabou a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de
com a alteração do texto constitucional: contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos
XIV. Os acréscimos pecuniários percebidos por de idade e trinta de contribuição, se mulher (Re-
servidor público não serão computados nem acu- dação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
mulados para fins de concessão de acréscimos ul- 15/12/98);
teriores. b) sessenta e cinco anos de idade, se homem,
Destaque-se, ainda, a regra constitucional que prevê a irre- e sessenta anos de idade, se mulher, com proven-
dutibilidade da remuneração dos servidores públicos: tos proporcionais ao tempo de contribuição (Re-
XV. O subsídio e os vencimentos dos ocupantes de dação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
cargos e empregos públicos são irredutíveis, res- 15/12/98).
salvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo § 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por
e nos Arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remu-
A irredutibilidade aqui é meramente nominal, não existin- neração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que
do direito à preservação do valor real em proteção a perda do se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para
poder aquisitivo. A irredutibilidade também não impede a alter- a concessão da pensão (Redação dada pela Emenda
ação da composição remuneratória; significa dizer que podem Constitucional nº 20, de 15/12/98).
ser retiradas as gratificações, mantendo-se o valor nominal da § 3º - Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por
remuneração, nem mesmo a supressão de parcelas ou gratifi- ocasião da sua concessão, serão consideradas as remuner-
cações; é preciso considerar que o STF entende não haver direito ações utilizadas como base para as contribuições do servi-
adquirido a regime jurídico. dor aos regimes de previdência de que tratam este artigo
Regras de Aposentadoria e o Art. 201, na forma da lei (Redação dada pela Emenda
Esse tema costuma ser trabalhado em Direito Previ- Constitucional nº 41, 19.12.2003).
denciário devido às inúmeras regras de transição que foram § 4º - É vedada a adoção de requisitos e critérios dif-
editadas, além das previstas no texto constitucional. Para as erenciados para a concessão de aposentadoria aos
provas de Direito Constitucional, é importante a leitura aten- abrangidos pelo regime de que trata este artigo, res-
ta dos dispositivos abaixo: salvados, nos termos definidos em leis complementar-
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos es, os casos de servidores (Redação dada pela Emenda
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- Constitucional nº 47, de 2005):
nicípios, incluídas suas autarquias e fundações, é as- I. Portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda
segurado regime de previdência de caráter contribu- Constitucional nº 47, de 2005);
tivo e solidário, mediante contribuição do respectivo II. Que exerçam atividades de risco; (Incluído pela
ente público, dos servidores ativos e inativos e dos Emenda Constitucional nº 47, de 2005);
III. Cujas atividades sejam exercidas sob condições tivo observará, no que couber, os requisitos e critérios
especiais que prejudiquem a saúde ou a integri- fixados para o regime geral de previdência social (In-
dade física (Incluído pela Emenda Constitucional cluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98).
nº 47, de 2005). § 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de car-
§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de con- go em comissão declarado em lei de livre nomeação e
tribuição serão reduzidos em cinco anos, em relação ao exoneração bem como de outro cargo temporário ou
disposto no § 1º, III, “a”, para o professor que com- de emprego público, aplica-se o regime geral de prev-
prove exclusivamente tempo de efetivo exercício das idência social (Incluído pela Emenda Constitucional nº
funções de magistério na educação infantil e no ensi- 20, de 15/12/98).
no fundamental e médio (Redação dada pela Emenda § 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
Constitucional nº 20, de 15/12/98). nicípios, desde que instituam regime de previdência
§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos complementar para os seus respectivos servidores tit-
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é ulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das
vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo re-
conta do regime de previdência previsto neste artigo. gime de que trata este artigo, o limite máximo estabe-
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de lecido para os benefícios do regime geral de previdência
15/12/98). social de que trata o Art. 201 (Incluído pela Emenda Con-
§ 7º - Lei disporá sobre a concessão do benefício de stitucional nº 20, de 15/12/98).
pensão por morte, que será igual (Redação dada pela § 15 - O regime de previdência complementar de que
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003). trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do re-
I. Ao valor da totalidade dos proventos do servidor spectivo Poder Executivo, observado o disposto no Art.
falecido, até o limite máximo estabelecido para os 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio
benefícios do regime geral de previdência social de de entidades fechadas de previdência complementar,
que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento de natureza pública, que oferecerão aos respectivos
da parcela excedente a este limite, caso aposentado à participantes planos de benefícios somente na mo-
data do óbito; ou (Incluído pela Emenda Constitucion- dalidade de contribuição definida (Redação dada pela
al nº 41, 19.12.2003); Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003).
II. Ao valor da totalidade da remuneração do servi- § 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção,
dor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servi-
até o limite máximo estabelecido para os benefícios dor que tiver ingressado no serviço público até a data
do regime geral de previdência social de que trata o da publicação do ato de instituição do correspondente
art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela regime de previdência complementar (Incluído pela
excedente a este limite, caso em atividade na data Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98).
do óbito (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41,
§ 17 - Todos os valores de remuneração considerados
19.12.2003). para o cálculo do benefício previsto no § 3º serão dev-
§ 8º - É assegurado o reajustamento dos benefícios idamente atualizados, na forma da lei (Incluído pela
para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003).
real, conforme critérios estabelecidos em lei (Redação § 18 - Incidirá contribuição sobre os proventos de apo-
dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003).
sentadorias e pensões concedidas pelo regime de que
§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou trata este artigo que superem o limite máximo estabe-
municipal será contado para efeito de aposentadoria lecido para os benefícios do regime geral de previdên-
e o tempo de serviço correspondente para efeito de cia social de que trata o Art. 201, com percentual igual
N
disponibilidade (Incluído pela Emenda Constitucional
O
ao estabelecido para os servidores titulares de cargos
Ç
nº 20, de 15/12/98).
Õ
efetivos (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41,
E
S
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de 19.12.2003). D
rendas; Federal;
D
I
R
II. Plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orça- VIII. Concessão de anistia;
E
I
T
mento anual, operações de crédito, dívida pública
O
IX. organização administrativa, judiciária, do C
e emissões de curso forçado; Ministério Público e da Defensoria Pública da União
O
N
III. Fixação e modificação do efetivo das Forças
S
e dos Territórios e organização judiciária e do T
Armadas;
I
T
Ministério Público do Distrito Federal;
U
IV. Planos e programas nacionais, regionais e seto-
C
X. Criação, transformação e extinção de cargos,
I
O
riais de desenvolvimento; N
empregos e funções públicas, observado o que es-
A
V. Limites do território nacional, espaço aéreo e
L
Aprovado Aprovado
legislativa, as contas referentes ao exercício ante- XII. Conceder indulto e comutar penas, com au- E
I
T
rior; diência, se necessário, dos órgãos instituídos em O
lei;
C
XXV. Prover e extinguir os cargos públicos federais,
O
N
na forma da lei; XXV. Prover os cargos públicos federais, na forma
S
T
da lei.
I
XXVI. Editar medidas provisórias com força de lei,
T
U
nos termos do Art. 62; São três competências que podem ser delegadas para três
C
I
O
XXVII. Exercer outras atribuições previstas nesta pessoas: Ministro de Estado, Procurador-Geral da República e
N
A
Constituição. Advogado-Geral da União.
L
Parágrafo único: O Presidente da República poderá Ministro de Estado é qualquer ministro que auxilie o Pre-
delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, sidente da República na administração do Estado. São exem-
XII e XXV
XXV,, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao plos: Ministro da Justiça, Ministro da Fazenda e Ministro da 283
Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral Agricultura.
Processo Eleitoral O critério de idade é para a situação de desempate. Ocor-
284 O processo de eleição do Presidente da República também rendo morte, desistência ou impedimento de algum candidato
encontra regulação expressa no texto constitucional: do segundo turno, deverá ser convocado o próximo mais votado.
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente Finalizada a eleição, o Presidente e o Vice terão prazo de
L
A
da República realizar-se-á, simultaneamente, no pri- dez dias a contar da posse, para assumir o cargo. Caso não seja
N meiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no
O
I último domingo de outubro, em segundo turno, se assumido, o cargo será declarado vago. Se o Presidente as-
C
U houver, do ano anterior ao do término do mandato sume e o Vice não, o cargo do Vice é declarado vago, ficando o
T
I
T presidencial vigente. Presidente sem Vice até o fim do mandato. Caso o Vice assuma
S
N § 1º - A eleição do Presidente da República impor- e o Presidente não, o cargo de Presidente será declarado vago,
O
C tará a do Vice-Presidente com ele registrado. assumindo o Vice a função de Presidente e permanecendo du-
O
T § 2º - Será considerado eleito Presidente o candidato rante o seu mandato sem Vice.
I
E que, registrado por partido político, obtiver a maioria
R Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República
I
D
absoluta de votos, não computados os em branco e
E os nulos. tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, pre-
D
S § 3º - Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta stando o compromisso de manter, defender e cumprir
E
Õ
na primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte a Constituição, observar as leis, promover o bem geral
Ç dias após a proclamação do resultado, concorrendo os
O
N dois candidatos mais votados e considerando-se eleito do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a
aquele que obtiver a maioria dos votos válidos. independência do Brasil.
§ 4º - Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer Parágr
Par ágrafo único. Se, decorrid
afo único decorridos
os dez dias da dat
dataa fixada
morte, desistência ou impedimento legal de candidato, paraa a poss
par posse,
e, o Pres
Presiden
idente
te ou o Vice
Vice-Pr
-Presid
esident
ente,
e, salv
salvoo mo-
mo-
convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior tivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será
votação.
declarado vago.
§ 5º - Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, rema-
nescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a
Impedimento e Vacância
mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
Algumas considerações são importantes acerca desse tema. O Impedimento e a Vacância são espécies de ausência do
Primeiramente, deve-se registrar que a Constituição regulou até o Presidente da República. São circunstâncias em que o Pres-
dia em que deve ocorrer a eleição: idente não está no exercício de sua função. A diferença entre
Primeiro Turno: os dois institutos está no fato de que, na vacância a ausência é
Primeiro Domingo de Outubro; definitiva, enquanto no impedimento a ausência é temporária.
Segundo Turno: São exemplos de vacância: morte, perda do cargo, renúncia. São
Último Domingo de Outubro.
exemplos
exem plos de impedimento: doença, viagem, férias. Na vacância,
Uma coisa chama a atenção no caput do Art. 77. É que a ocorre sucessão; no impedimento, ocorre substituição. Tanto no
Constituição diz que as eleições ocorrem no ano anterior ao do
término do mandato presidencial vigente. Pergunta-se: será caso de impedimento como no de vacância, a Constituição Fed-
que essa regra é aplicável no direito brasileiro? eral determina que o Vice-Presidente ficará no lugar do Presi-
É claro que esse dispositivo é aplicado nos dias de hoje. dente, pois essa é a sua função precípua:
A eleição ocorre no ano anterior ao do término do mandato Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimen-
presidencial vigente, pois o mandato acaba no dia 1º de ja- to, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente.
neiro, conforme dispõe o Art. 82: Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei
quatro anos e terá início em primeiro de janeiro do ano complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por
seguinte ao da sua eleição. ele convocado para missões especiais.
Ora, se o novo mandato tem início em primeiro de janeiro,
significa que o mandato antigo acaba no dia primeiro de janei- O problema maior surge quando o Presidente e o Vice se
ro. Logo, está corretíssimo afirmar que as eleições ocorrem no ausentam ao mesmo tempo. Nesse caso, a Constituição de-
ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. termina que se convoquem outros sucessores: Presidente da
Quando votamos para Presidente, só votamos no Presi- Câmara dos Deputados, Presidente do Senado Federal e Pres-
dente. O Vice é eleito como consequência da eleição do Pres- idente do Supremo Tribunal Federal.
Federal. Esses são os legitimados
idente. Esse será eleito se tiver a maioria absoluta dos votos, a sucederem o Presidente da República e o Vice-Presidente de
não computados os votos brancos e nulos, ou seja, será eleito forma sucessiva e temporária quando ocorrer a ausência dos
aquele que possuir a maioria absoluta dos votos válidos.
válidos. Maio- dois ao mesmo tempo:
ria absoluta dos votos significa dizer que o eleito obteve o pri- Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e
meiro número inteiro após a metade dos votos válidos. Se nin-
do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos car-
guém obtiver maioria absoluta, deve-se convocar nova eleição
– segundo turno. Para o segundo turno, são chamados os dois gos, serão sucessivamente chamados ao exercício da
candidatos mais votados. Se, porventura, ocorrer empate no Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o
segundo lugar, a Constituição determina que seja convocado do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.
o mais idoso.
Presidente da República Presidente da República e
Vice-Presidente
Definitivo Temporário
Primeiros 2 anos do mandato Últimos 2 anos do mandato
Eleições Diretas 90 dias Eleições Indiretas 30 dias
Vice-Presidente Definitivo
eleitos os novos Presidente e Vice-Presidente, quem permanece no lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presiden-
te da República.
cargo é um dos sucessores temporários: Presidente da Câmara, do Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de 285
Senado ou do STF. Ministérios e órgãos da administração pública.
O Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacion- nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especial-
286 al também são órgãos auxiliares do Presidente da República, mente na faixa de fronteira e nas relacionadas com
mas que possuem atribuição consultiva. Em situações deter- a preservação e a exploração dos recursos naturais
n aturais
minadas pela Constituição, o Presidente, antes de tomar algu- de qualquer tipo;
L ma decisão, precisa consultar esses dois órgãos. IV. Estudar, propor e acompanhar o desenvolvi-
A
N
O
Abaixo, seguem os Arts. 89, 90 e 91, cujas regras também mento de iniciativas necessárias a garantir a
I podem ser cobradas em prova. Destacam-se as composições e
C
U
independência nacional e a defesa do Estado
T
I
as competências desses órgãos: democrático.
T
S Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de § 2º - A lei regulará a organização e o funcionamento
N
O consulta do Presidente da República, e dele participam: do Conselho de Defesa Nacional.
C
O I. O Vice-Presidente da República;
T
I
E II. O Presidente da Câmara dos Deputados; Responsabilidades
R
I
D
III. O Presidente do Senado Federal;
E IV. Os líderes da maioria e da minoria na Câmara A forma de governo adotada no País é a República e, por
D essa razão, é possível responsabilizar
responsabilizar o President
Presidentee da Repúbli-
S dos Deputados;
E
Õ V. Os líderes da maioria e da minoria no Senado ca por seus atos. A Constituição tratou de regular a respons-
Ç abilização por Crime de Responsabilidade e por Infrações Pe-
O Federal;
N nais Comuns.
VI. O Ministro da Justiça;
VII. Seis cidadãos brasileiros natos, com mais de Antes de trabalhar com cada uma das responsabilidades,
trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomea- serão analisadas as chamadas Imunidades.
dos pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Imunidades são prerrogativas inerentes aos cargos mais
Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos importantes do Estado. Cargos que são estratégicos e essen-
Deputados, todos com mandato de três anos, ve- ciais à manutenção da ordem constitucional. Entre vários, se
dada a recondução. destaca o de Presidente da República.
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronun-
ciar-se sobre:
A imunidade pode ser:
Material
I. Intervenção federal, estado de defesa e estado É a conhecida irresponsabilidade penal absoluta. Essa imu-
de sítio; nidade protege o titular contra a responsabilização penal.
II. As questões relevantes para a estabilidade das Formal
instituições democráticas.
§ 1º - O Presidente da República poderá convocar São Prerrogativas de Cunho Processual
Ministro de Estado para participar da reunião do Con- Um primeiro ponto essencial que precisa ser estabeleci-
selho, quando constar da pauta questão relacio
relacionada
nada do: o Presidente não possui imunidade material, contudo, em
com o respectivo Ministério. razão da importância do seu cargo, possui imunidades formais.
§ 2º - A lei regulará a organização e o funcionamento Apesar de o President
Presidentee não possuir imunidade material, outros
do Conselho da República. cargos a possuem, por exemplo, os Parlamentares.
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de con- Ao todo, pode-se elencar quatro prerrogativas proces-
sulta do Presidente da República nos assuntos relacio- suais garantidas
suais garantidas pela Constituição Federal ao Chefe do Exec-
nados com a soberania nacional e a defesa do Estado utivo da União:
democrático, e dele participam como membros natos:
I. O Vice-Presidente da República;
• Processo
II. O Presidente da Câmara dos Deputados; A Constituição exige juízo de admissibilidade emitido pela
Câmara para que o Presidente possa ser processado durante o
III. O Presidente do Senado Federal;
seu mandato. Isso significa que o Presidente da República só
IV. Ministro da Justiça;
Justiça; poderá ser processado se a Câmara dos Deputados autorizar
V. O Ministro de Estado da Defesa; pelo voto de 2/3 dos membros:
VI. O Ministro das Relações Exteriores; Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente
VII. O Ministro do Planejamento; da República, por dois terços da Câmara dos Dep-
VIII. Os Comandantes da Marinha, do Exército e da utados, será ele submetido a julgamento perante
Aeronáutica. o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais
§ 1º - Compete ao Conselho de Defesa Nacional: comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes
I. Opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de responsabilid
responsabilidade.
ade.
de celebração da paz, nos termos desta Constitu- Prerrogativa de Foro
ição;
O Presidente não pode ser julgado por qualquer juiz, haja
II. Opinar sobre a decretação do estado de defesa,
do estado de sítio e da intervenção federal; vista a importância da função que exerce no Estado.
III. Propor os critérios e condições de utilização Diante disso, a Constituição estabeleceu
estabeleceu dois foros compe-
de áreas indispensáveis à segurança do território tentes para julgar o Presidente:
Supremo Tribunal Federal O Presidente responderá por esse tipo de infração caso
Será julgado pelas infrações penais comuns; sua conduta se amolde ao previsto no Art. 85 da Constituição
Senado Federal Federal:
Será julgado pelos Crimes de Responsabilidade. Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do
Presidente da República que atentem contra a Consti-
Analisando essas duas primeiras prerrogativas, não se
tuição Federal e, especialmente, contra:
pode esquecer o previsto no Art. 86, § 1º:
I. A existência da União;
§ 1º - O Presidente ficará suspenso de suas funções:
II. O livre exercício do Poder Legislativo, do Poder
I. Nas infrações penais comuns, se recebida a
Judiciário, do Ministério Público
Público e dos Poderes con-
denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal
stitucionais das unidades da Federação;
Federal;
III. O exercício dos direitos políticos, individuais e
II. Nos crimes de responsabilidade, após a instauração
sociais;
do processo pelo Senado Federal.
IV. A segurança interna do País;
§ 2º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias,
o julgamento não estiver concluído, cessará o afasta-
V. A probidade na administração;
admini stração;
mento do Presidente, sem prejuízo do regular prosse- VI. A lei orçamentária;
guimento
guimen to do processo.
p rocesso. VII. O cumprimento das leis e das decisões judici-
A Constituição determina que, após iniciado o processo, tan- ais.
to por infração penal comum quanto por crime de responsabili- Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei
dade, o Presidente fique suspenso de suas funções pelo prazo de especial, que estabelecerá as normas de processo e
180 dias, tempo necessário para que se finalize o processo. Caso julgamento.
o Presidente não seja julgado nesse período, ele poderá retornar Esse rol de condutas, consideradas como Crime de Re-
ao exercício de suas funções sem prejuízo de continuidade do sponsabilidade estabelecido na Constituição, é meramente
exemplificativo, já que é a Lei 1.079/50 o dispositivo regula-
processo. Deve-se ter muito cuidado em prova com o início do
dor do Crime de Resposabilidade. Deve-se destacar sua rele-
prazo de suspensão: vância na fixação de outras autoridades que respondem por
Infração Penal Comum esse crime, novos crimes além dos procedimentos adotados
O prazo de suspensão inicia-se a partir do recebimento da nesse processo, principalmente na competência exclusiva do
denúncia ou queixa;
queixa ; cidadão para denunciar o Presidente. Destaca-se ainda que,
Crime de Responsabilidade para haver condenação, o Senado deve proferi-la pelo voto
de 2/3 dos seus membros.
O prazo de suspensão inicia-se a partir da instauração do
Considerando que não se trata de um crime, essa infração
processo..
processo
não pode resultar numa pena privativa de liberdade. Quem
Caso a Câmara autorize o processo do Presidente por pratica crime de responsabilidade não pode ser preso. A con-
crime de responsabilidade, o Senado deverá processá-lo, sequência estabelecida no Art. 52, parágrafo único, é a perda
pois não assiste discricionariedade ao Senado em proces- do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer função
sar ou não. Sua decisão é vinculada à decisão da Câmara, pública pelo prazo de oito anos:
pelo fato de as duas Casas serem políticas. Contudo, nos Art. 5 2, Parágrafo único. Nos casos previstos nos
casos de infração penal comum, o STF não está obriga- incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supre- N
do a processar o Presidente em respeito à Separação dos mo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que O
sponsabilidade é que ele não é um crime. O crime de respons- Também conhecida na doutrina como Imunidade Formal
abilidade é uma infração de natureza político-administrativa. Temporária, essa prerrogativa afirma que o Presidente não
O nome crime é impróprio para esse instituto. O processo que poderá ser responsabilizado por atos alheios aos exe
exercícios
rcícios de 287
visa a esse tipo de responsabilização é o Impeachment. suas funções:
§ 4º - O Presidente da República, na vigência de seu
288 mandato, não pode ser responsabilizado por atos est- Imunidade
ranhos ao exercício de suas funções.
Para melhor compreender as imunidades conferidas ao
L
A Presidente da República, analisemos as seguintes situações
N Formal Material
O
I hipotéticas:
C
U
T
01. Suponhamos que o Presidente da República seja fla-
I
T
S
grado após ter cometido o assassinado de duas pes- Autorização da Câmara dos
N soas por motivos particulares. Processo Deputados = 2/3 dos votos
O
C
O
a) Poderia ele, no momento em que é flagrado, ser
T
I
E
preso pelo crime?
R
I
D
Não. O Presidente só pode ser preso se tiver uma sentença STF: Crime Comum
E
D
condenatória.
S Poderia o Presidente ser processado pelo crime de duplo Prerrogativa de
E
Õ
Foro Senado: Crime de Respons-
Ç homicídio durante o se mandato? abilidade
O
N O Presidente não pode ser responsabilizado por atos al-
heios aos exercícios de suas funções. Ao matar duas pessoas,
ele não comete o crime na condição de Presidente, ou seja, Prisão Só depois da sentença penal
condenatória
esse crime não possui relação com sua função de Presidente.
Por esse motivo, ele não pode ser processado durante o seu
mandato. Não significa que ficará impune pelo crime cometi-
Irresponsabilidade Não responde por ato
do, apenas será responsabilizado normalmente após o man- Penal relativa alheio a sua função
dato, nesse caso, sem nenhuma prerrogativa. Apesar de não
haver previsão legal, a jurisprudência entende que o prazo
prescricional, nesse caso, ficará suspenso, não prejudicando a ANOTAÇÕES
responsabilização do Presidente.
02. Suponhamos agora que, em reunião com os Ministros,
o Presidente tenha discutido com um deles. Em meio à
confusão, o Presidente mata o Ministro.
a) Poderia ele ser preso por esse crime?
O Presidente não pode ser preso enquanto não sobrevier
sentença condenatória. É a imunidade em relação às prisões.
b) O Presidente poderá ser processado por esse crime
enquanto estiver no seu mandato?
Nesse caso sim. Perceba que o crime cometido foi em razão
da função de Presidente, visto que não estaria na reunião com
Ministros se não fosse o Presidente da República. Dessa forma,
ele será processado por essa infração penal comum no Supre-
mo Tribunal Federal, caso a Câmara dos Deputados autorize
o processo. Havendo sentença condenatória, ele poderá ser
preso. A possibilidade de responsabilização do Presidente da
República por infração penal comum só ocorre se o crime com-
etido estiver ligado à sua função de Presidente.
Já em relação a outras esferas do direito, como cíveis, admin-
istrativas, trabalhistas ou qualquer outra área, o presidente não
possui prerrogativa. Isso significa que o Presidente responderá
normalmente, sem nenhum privilégio, nas outras esferas do Di-
reito. O tema das Responsabilidades do Presidente tem sido alvo
de inúmeras questões de prova. As questões podem ser trabalha-
das a partir da literalidade do texto constitucional ou mesmo in-
vocando caso concreto para verificação das regras e prerrogativas
do Presidente.
12. Organização dos Poderes – Poder Critérios para Ingresso na Carreira
Conforme o que diz o Art. 93, I, da Constituição Federal:
Judiciário Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo
Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistra-
Disposições Gerais tura, observados os seguintes princípios:
de efetivo exercício;
Õ
cada uma sob a responsabilidade de um TRF.
E
S
Para fazer parte dos TRFs o juiz precisa ter no mínimo 30 ▷ 4 /5 – juízes dos TRT’s, oriundos da magistratu- D
E
e no máximo 65 anos de idade. Quando comparada aos Tribu- ra de carreira, indicados pelo próprio tribunal. D
I
R
nais Superiores, a idade mínima sofre uma atenuação de 35 ▷ Como se pode perceber, no TST adota-se o critério E
I
de ingresso pela regra do Quinto Constitucional.
T
para 30 anos; deve-se ter atençaõ em relação a isso. O
de experiência. As demais vagas são destinadas a promoção sibilidade daqueles que são oriundos do quinto
de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, que constitucional nos TRTs de ingressarem no TST
pode ocorrer ou por merecimento ou por antiguidade, de for- na vaga destinada aos membros da magistratura 293
ma alternada. trabalhista (4/5 das vagas).
A Constituição prevê, ainda, o funcionamento junto ao TST ▷ 4 /5 – juízes do trabalho promovidos por antiguida-
294 da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Mag- de e merecimento, alternadamente.
istrados do Trabalho e o Conselho Superior da Justiça do Tra- A Constituição prevê, dentro da estrutura dos TRTs, como
balho, conforme o Art. 111-A, § 2º: forma de democratizar o acesso à Justiça do Trabalho, a pos-
L Art. 111-A , § 2º - Funcionarão junto ao Tribunal Supe- sibilidade de instalação da justiça itinerante, com a realização
A
N de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos
O
I
rior do Trabalho:
C
U I. A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamen- limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de eq-
T
I
T to de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre uipamentos públicos e comunitários. Não se deve esquecer de
S
N outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o que os TRTs poderão funcionar descentralizadamente, constitu-
O
C ingresso e promoção na carreira; indo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do
O
T II. O Conselho Superior da Justiça do Trabalho, jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo, garan-
I tindo-se, dessa forma, uma maior celeridade processual. Ainda
E
R
cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão
I
D administrativa, orçamentária, financeira e patrimo- dentro da estrutura da Justiça do Trabalho, a Constituição prevê
E
D nial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo a possibilidade de juízes de direito exercerem as atribuições da
S graus, como órgão central do sistema, cujas decisões jurisdição trabalhista nas comarcas não abrangidas pela Justiça
E
Õ
Ç terão efeito vinculante. do Trabalho, garantindo-se, nesse caso, recurso para o TRT:
O Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, po-
N § 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho pro-
cessar e julgar, originariamente, a reclamação para a dendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição,
preservação de sua competência e garantia da autori- atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o re-
dade de suas decisões. (Incluído pela Emenda Consti- spectivo Tribunal Regional do Trabalho.
tucional nº 92, de 2016) Por fim, a Constituição determinou que a jurisdição nas
Tribunal Regional do Trabalho Varas do Trabalho seja exercida por um juiz singular:
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exer-
O ingresso no Tribunal Regional do Trabalho se dá con-
forme as regras previstas no Art. 115 da CF:
cida por um juiz singular.
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho com- Competências
põem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quan- Quanto às competências da Justiça do Trabalho, a Consti-
do possível, na respectiva região, e nomeados pelo tuição encarregou-se de defini-las expressamente no Art. 114:
Presidente da República dentre brasileiros com mais Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e
de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: julgar:
I. Um quinto dentre advogados com mais de dez I. As ações oriundas da relação de trabalho, abrangi-
anos de efetiva atividade profissional e membros do dos os entes de direito público externo e da adminis-
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos tração pública direta e indireta da União, dos Estados,
de efetivo exercício, observado o disposto no Art. 94; do Distrito Federal e dos Municípios;
II. Os demais, mediante promoção de juízes do II. As ações que envolvam exercício do direito de
trabalho por antiguidade e merecimento, alterna- greve;
damente. III. As ações sobre representação sindical, entre
§ 1° - Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre
justiça itinerante, com a realização de audiências e de- sindicatos e empregadores;
mais funções de atividade jurisdicional, nos limites ter- IV. Os mandados de segurança, “Habeas Corpus” e
ritoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipa- “Habeas Ddata”, quando o ato questionado envolver
mentos públicos e comunitários. matéria sujeita à sua jurisdição;
§ 2° - Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão
V. Os conflitos de competência entre órgãos com
funcionar descentralizadamente, constituindo
jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no Art.
Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno aces-
102, I, o;
so do jurisdicionado à justiça em todas as fases do
processo. VI. As ações de indenização por dano moral ou patri-
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exer-
monial, decorrentes da relação de trabalho;
cida por um juiz singular. VII. As ações relativas às penalidades administra-
São no mínimo sete juízes recrutados, quando possível, na tivas impostas aos empregadores pelos órgãos de
respectiva região os quais serão nomeados pelo Presidente da fiscalização das relações de trabalho;
República entre brasileiros com mais de 30 e menos de 65 anos VIII. A execução, de ofício, das contribuições soci-
de idade. Para ser um juiz do TRT, é necessária a observação dos ais previstas no Art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos
seguintes critérios: legais, decorrentes das sentenças que proferir;
▷ 1 /5 – advogados com mais de 10 anos de efeti- IX. Outras controvérsias decorrentes da relação de
va atividade profissional e membros do Minis- trabalho, na forma da lei.
tério Público do Trabalho com mais de 10 anos § 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes
de efetivo exercício; poderão eleger árbitros.
I. promover, privativamente, a ação penal pública, seja, por Membros aprovados em concurso público de provas
304 na forma da lei; e títulos, assegurada a participação da OAB durante a sua re-
II. zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos alização, entre os quais são exigidos os seguintes requisitos:
e dos serviços de relevância pública aos direitos Ser bacharel em direito;
L
A
assegurados nesta Constituição, promovendo as Possuir, no mínimo, três anos de atividade jurídica.
N
O
medidas necessárias a sua garantia; Em relação à atividade jurídica, deve-se salientar a regula-
I
C III. promover o inquérito civil e a ação civil públi- mentação feita pela Resolução nº 40 do Conselho Nacional do
U
T
I ca, para a proteção do patrimônio público e social, Ministério Público, a qual prevê, entre outras atividades, o ex-
T
S do meio ambiente e de outros interesses difusos e ercício da advocacia ou de cargo, função e emprego que exija
N
O coletivos; a utilização preponderante de conhecimentos jurídicos, ou até
C
O IV. promover a ação de inconstitucionalidade ou mesmo a realização de cursos de pós-graduação dentro dos
T
I
E representação para fins de intervenção da União e parâmetros estabelecidos pela referida resolução. É impor-
R tante lembrar que esse requisito deverá ser comprovado no
I
D
dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
E V. defender judicialmente os direitos e interesses momento da investidura no cargo, ou seja, na posse1, depois
D
S das populações indígenas; de finalizadas todas as fases do concurso.
E
Õ VI. expedir notificações nos procedimentos admin- A Constituição exige ainda que o Membro do Ministério
Ç
O istrativos de sua competência, requisitando infor- Público resida na comarca de lotação, salvo quando houver
N
mações e documentos para instrui-los, na forma da autorização do chefe da Instituição. Em razão da semelhança
lei complementar respectiva; e importância com a carreira da magistratura, a Constituição
VII. exercer o controle externo da atividade policial, previu expressamente a aplicação do Art. 93 aos membros do
na forma da lei complementar mencionada no ar- Ministério Público, no que for compatível com a carreira. E, por
fim, determina que a distribuição dos processos aos órgãos min-
tigo anterior;
isteriais seja feita de forma imediata.
VIII. requisitar diligências investigatórias e a in-
stauração de inquérito policial, indicados os fun- No âmbito de suas atribuições, algumas funções merecem
destaque:
damentos jurídicos de suas manifestações proces-
suais; Titular da Ação Penal Pública
IX. exercer outras funções que lhe forem conferi- Segundo o inciso I do Art. 129, compete ao Ministério Pú-
das, desde que compatíveis com sua finalidade, blico promover, privativamente, a ação penal pública, na forma
sendo-lhe vedada a representação judicial e a con- da lei. A doutrina classifica esse dispositivo como espécie de
sultoria jurídica de entidades públicas. norma de eficácia contida possuindo aplicabilidade direta e
§ 1º . A legitimação do Ministério Público para as ações imediata, permitida a regulamentação por lei.
civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, Essa competência é corroborada pela possibilidade de
nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Con- requisição de diligências investigatórias e da instauração de
stituição e na lei. inquérito policial, para que o órgão ministerial formule sua
§ 2º. As funções do Ministério Público só podem ser ex- convicção sobre o ilícito penal, o que está previsto no inciso
ercidas por integrantes da carreira, que deverão residir VIII do Art. 129.
na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do Essa exclusividade conferida pela Constituição Federal
chefe da instituição (Redação dada pela Emenda Con- encontra limitação no próprio texto constitucional, ao per-
stitucional nº 45, de 2004). mitir o cabimento de ação penal privada subsidiária da públi-
§ 3º. O ingresso na carreira do Ministério Público far- ca nos casos em que o Ministério Público fique inerte e não
se-á mediante concurso público de provas e títulos, cumpra com sua obrigação2.
assegurada a participação da Ordem dos Advogados Dessa competência decorre o poder de investigação do
do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel Ministério Público, o qual tem sido alvo de muita discussão nos
em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica tribunais. Quem não concorda com esse poder sustenta ser a
e observando-se, nas nomeações, a ordem de classifi- atividade de investigação criminal uma atividade exclusiva da
cação (Redação dada pela Emenda Constitucional nº autoridade policial nos termos do Art. 144 da CF.
45, de 2004). O posicionamento que tem prevalecido na doutrina e na
§ 4º. Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o jurisprudência é no sentido de que o Ministério Público tem
disposto no Art. 93 (Redação dada pela Emenda Con- legitimidade para promover a investigação criminal, haja vista
stitucional nº 45, de 2004). ser ele o destinatário das informações sobre o fato delituoso
§ 5º . A distribuição de processos no Ministério Público produzido no inquérito policial. Ademais, por ter caráter ad-
será imediata (Incluído pela Emenda Constitucional nº ministrativo, o inquérito policial é dispensável, não dependen-
45, de 2004). do o MP da sua existência para promover a persecução penal.
No desempenho das suas funções institucionais, algumas
características foram previstas pela Constituição, as quais são
muito importantes para a prova.
1 Resolução do CNMP nº 87, de 27 de junho de 2012.
Os §§ 2º e § 3º afirmam que as funções do Ministério 2 Ações Diretas de Inconstitucionalidade, Ações Declaratórias de Constitucionali-
Púbico só podem ser exercidas por integrantes da carreira, ou dade, Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental.
Para a solução desse caso, tem-se aplicado a Teoria dos Interventiva para fins de intervenção da União e dos Estados
Poderes Implícitos. Segundo a teoria, as competências expres- nas hipóteses previstas na Constituição Federal.
samente previstas no texto constitucional carregam consigo os
meios necessários para sua execução, ou seja, a existência de uma Controle Externo da Atividade Policial
competência explícita implica existência de competências im- A Constituição Federal determina que o Ministério Públi-
plicitamente previstas e necessárias para execução da atribuição co realize o controle externo da atividade policial. Fala-se em
principal. Em suma, se ao Ministério Público compete o ofereci- controle externo haja vista o Ministério Público não pertencer
mento exclusivo da Ação Penal Pública, por consequência da apli- à mesma estrutura das forças policiais. É uma instituição to-
cação dessa teoria, compete também a execução das atividades talmente autônoma a qualquer órgão policial, razão pela qual
necessárias à formação da sua opinião sobre o delito. Significa não se pode falar em subordinação dos organismos policiais
dizer que o poder de investigação criminal está implicitamente ao Parquet . A justificativa para essa atribuição decorre do fato
previsto no poder de oferecimento da ação penal pública. de ser ele o destinatário final da atividade policial.
Se, por um lado, o controle externo objetiva a fiscalização
Legitimidade para Promover o Inquérito das atividades policiais para que elas não sejam desenvolvi-
Civil e a Ação Civil Pública das além dos limites legais, preservando os direitos e garan-
O Ministério Público também é competente para promover tias fundamentais dos investigados, por outro, garante o seu
o inquérito civil e a ação civil pública nos termos do inciso III perfeito desenvolvimento, prevenindo e corrigindo a produção
do Art. 129. Essas ferramentas são utilizadas para a proteção probatória, visando ao adequado oferecimento da ação penal.
do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros O controle externo da atividade policial desenvolvido pelo
interesses difusos e coletivos. Ministério Público, além de regulamentado nas respectivas
Entendem-se como interesses difusos aqueles de nature- leis orgânicas, está normatizado na Resolução nº 20 do CNMP.
za indivisível, cujos titulares não se podem determinar apesar Ressalte-se que o controle externo não exime a instituição
de estarem ligados uns aos outros pelas circunstâncias fáticas. policial de realizar o seu próprio controle interno por meio das
Interesses coletivos se diferenciam dos difusos na medida em corregedorias e órgãos de fiscalização.
que é possível determinar quem são os titulares do direito. Sujeitam-se ao citado controle externo todas as institu-
Segundo a Constituição Federal, a ação civil pública não é ições previstas no Art. 144 da Constituição Federal 4, bem como
medida exclusiva a ser adotada pelo Ministério Público: as demais instituições que possuam parcela do poder de polí-
Art. 129 , § 1º . A legitimação do Ministério Público para cia desde que estejam relacionadas com a segurança pública e
as ações civis previstas neste artigo não impede a de ter-
a persecução criminal.
ceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Conselho Nacional do Ministério Público
Constituição e na lei. O Conselho Nacional do Ministério Público, a exemplo do
A lei de Ação Civil Pública (Lei nº 7.347/85) prevê que são le- Conselho Nacional de Justiça, foi criado pela Emenda Consti-
gitimados para propor tal ação, além do MP: tucional nº 45/2004 com o objetivo de efetuar a fiscalização
A Defensoria Pública; administrativa e financeira do Ministério Público, bem como o
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; cumprimento dos deveres funcionais de seus membros.
A autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de Composição
economia mista; Segundo o texto constitucional, o CNMP é composto de 14
A associação que concomitantemente esteja constituí- membros, nomeados pelo Presidente da República, depois de
da há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil e inclua aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal,
entre suas finalidades institucionais a proteção ao meio am- para um mandato de dois anos, sendo permitida apenas uma
biente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concor- recondução. Veja-se a composição prevista pela Constituição N
blico com o fim de colher os elementos de prova necessários a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, I
R
para um mandato de dois anos, admitida uma re-
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para a sua convicção sobre o ilícito e, posteriormente, instrução
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condução, sendo:
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da Ação Civil Pública. C
I. o Procurador-Geral da República, que o pre-
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Controle de Constitucionalidade side;
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Função das mais relevantes desempenhada pelos órgãos II . quatro membros do Ministério Público da
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ministeriais ocorre no Controle da Constitucionalidade das leis União, assegurada a representação de cada uma
C
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e atos normativos. Essa atribuição é inerente à sua função de de suas carreiras; N
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guardião da ordem jurídica. Como protetor da ordem jurídica,
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compete ao Ministério Público oferecer as ações de controle 4 Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de
abstrato de constitucionalidade3, bem como a Representação todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pes-
soas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia 305
3 Art. 5º, LIX, da CF. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias
esta não for intentada no prazo legal. militares e corpos de bombeiros militares.
III. três membros do Ministério Público dos Estados; III. requisitar e designar membros do Ministério Pú-
306 IV. dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal blico, delegando-lhes atribuições, e requisitar servi-
Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça; dores de órgãos do Ministério Público.
V. dois advogados, indicados pelo Conselho Feder- § 4º. O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos
L al da Ordem dos Advogados do Brasil; Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho.
A
N
O VI. dois cidadãos de notável saber jurídico e repu- § 5º. Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias
I
C tação ilibada, indicados um pela Câmara dos Dep- do Ministério Público, competentes para receber rec-
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I utados e outro pelo Senado Federal. lamações e denúncias de qualquer interessado contra
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S § 1º . Os membros do Conselho oriundos do Ministério membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive
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O Público serão indicados pelos respectivos Ministérios contra seus serviços auxiliares, representando direta-
C
O Públicos, na forma da lei. mente ao Conselho Nacional do Ministério Público.
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Atribuições Princípios Institucionais
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E Vejamos as atribuições previstas constitucionalmente para A Constituição Federal prevê expressamente no § 1º do Art.
D o CNMP: 127 os chamados Princípios Institucionais, os quais norteiam o
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Õ § 2º. Compete ao Conselho Nacional do Ministério Públi- desenvolvimento das atividades dos Órgãos Ministeriais:
Ç co o controle da atuação administrativa e financeira do
O § 1º. São princípios institucionais do Ministério Público a
N Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcio- unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
nais de seus membros, cabendo-lhe: O Princípio da Unidade revela que os membros do
I. zelar pela autonomia funcional e administrativa Ministério Público integram um órgão único chefiado por um
do Ministério Público, podendo expedir atos reg- Procurador-Geral. Essa unidade é percebida dentro de cada
ulamentares, no âmbito de sua competência, ou ramo do Ministério Público, não existindo unidade entre o
recomendar providências;
Ministério Público estadual e da União, ou entre os diversos
II. zelar pela observância do Art. 37 e apreciar, de Ministérios Públicos estaduais, ou ainda entre os ramos do
ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos Ministério Público da União. Qualquer divisão que exista den-
administrativos praticados por membros ou órgãos tro de um dos Órgãos Ministeriais possui caráter meramente
do Ministério Público da União e dos Estados, po- funcional.
dendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para Já o Princípio da Indivisibilidade, que decorre do Princípio
que se adotem as providências necessárias ao exato da Unidade, revela a possibilidade de os membros se substi-
cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos tuírem sem qualquer prejuízo ao processo, pois o Ministério Pú-
Tribunais de Contas; blico é uno e indivisível. Os membros agem em nome da institu-
III. receber e conhecer das reclamações contra ição e nunca em nome próprio, pois pertencem a um só corpo.
membros ou órgãos do Ministério Público da União Esse princípio veda a vinculação de um membro a um processo
ou dos Estados, inclusive contra seus serviços aux- permitindo, inclusive, a delegação da denúncia a outro membro.
iliares, sem prejuízo da competência disciplinar e Ressalte-se que, como no Princípio da Unidade, a Indivisibili-
correicional da instituição, podendo avocar proces- dade só ocorre dentro de um mesmo ramo do Ministério Público.
sos disciplinares em curso, determinar a remoção, a E, por fim, há o Princípio da Independência Funcional,
disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios com uma dupla acepção: em relação aos membros e em
ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e relação à instituição. No que tange aos membros, o referido
aplicar outras sanções administrativas, assegurada Princípio garante uma atuação independente no exercício
ampla defesa; das suas atribuições sujeitando-se apenas às determinações
IV. rever, de ofício ou mediante provocação, os pro- constitucionais, legais e de sua consciência jurídica, não hav-
cessos disciplinares de membros do Ministério Pú- endo qualquer hierarquia ou subordinação intelectual entre
blico da União ou dos Estados julgados há menos os membros. Sob a perspectiva da instituição, o Princípio da
de um ano; Independência Funcional elimina qualquer subordinação do
V. elaborar relatório anual, propondo as providências Ministério Público a outro Poder. Apesar da Independência
que julgar necessárias sobre a situação do Ministério Funcional, verifica-se a existência de uma mera hierarquia
Público no País e as atividades do Conselho, o qual administrativa.
deve integrar a mensagem prevista no Art. 84, XI. Além desses princípios expressos na Constituição Feder-
§ 3º. O Conselho escolherá, em votação secreta, um al, a doutrina e a Jurisprudência reconhecem a existência de
Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério um princípio implícito no texto constitucional: Princípio do
Público que o integram, vedada a recondução, com- Promotor Natural. Esse princípio decorre da interpretação
petindo-lhe, além das atribuições que lhe forem con- do Art. 129, § 2º, da Constituição, que afirma:
feridas pela lei, as seguintes: § 2º. As funções do Ministério Público só podem ser ex-
I. receber reclamações e denúncias, de qualquer ercidas por integrantes da carreira, que deverão residir
interessado, relativas aos membros do Ministério na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do
Público e dos seus serviços auxiliares; chefe da instituição.
II. exercer funções executivas do Conselho, de in- O Princípio do Promotor Natural veda a designação de
speção e correição geral; membros do Ministério Público fora das hipóteses constitucio-
15. Ordem Social Equidade na forma de participação no custeio;
Diversidade da base de financiamento;
A Ordem Social é um conjunto de ações desencadeadas Caráter democrático e descentralizado da adminis-
por meio de prestações positivas do Estado que visam a redu- tração, mediante gestão quadripartite, com partic-
zir as desigualdades sociais e a garantir um tratamento míni- ipação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
mo, com o fim de tornar efetivo o fundamento constitucional aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
da dignidade da pessoa humana. Perceba este sentimento ex- A universalidade de cobertura representa a cobertura so-
presso no Art. 193 da Constituição Federal: bre qualquer situação de risco social enquanto que a universal-
Art. 193. A ordem social tem como base o primado do idade de atendimento está relacionada com a cobertura para
trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça so- todos os que necessitarem.
ciais. A uniformidade e equivalência de benefícios e serviços às
O trabalho é considerado como a base de toda a teia social. populações urbanas e rurais deixa claro que não existe trata-
É ele que garante a dignidade para as pessoas. Além disso, o mento diferenciado entre os trabalhadores urbanos e rurais.
citado artigo deixa claro o objetivo da Ordem Social, qual seja, Ambos são tratados da mesma forma.
garantir o bem-estar e a justiça sociais. A seletividade e a distributividade visa a redistribuir os
Esses direitos decorrem dos direitos sociais trabalhados benefícios sociais na tentativa de atender a quem mais dele
anteriormente no Art. 6º da Constituição. São direitos imple- necessitar. Em tese, esses princípios permitem um tratamento
mentados por meio de políticas públicas. desigual sob o enfoque da igualdade material.
A Constituição Federal estabeleceu alguns grupos de direit- A Irredutibilidade do valor dos benefícios garante ao ben-
os que serão trabalhados na Ordem Social: eficiário a manutenção do valor nominal dos benefícios.
Seguridade Social; A equidade na forma de participação no custeio apre-
Educação, Cultura e Desporto; senta a ideia de distribuição justa levando em consideração
Ciência e Tecnologia; a capacidade de contribuição e a isonomia entre os con-
Comunicação Social; tribuintes. A ideia aqui para a manutenção da Seguridade é
Meio Ambiente; que o custeio seja distribuído de forma justa entre os vários
agentes contributivos. Esse princípio nos conduz ao seguinte,
Família, Criança, Adolescente, Jjovem e Idoso; e que é a diversidade da base de financiamento, o qual conta
Índios. com a participação de vários agentes responsáveis pela ma-
Esse tema, quando cobrado em prova, costuma ter uma nutenção financeira da Seguridade Social, especialmente, os
abordagem próxima da literalidade da Constituição. Significa trabalhadores, as empresas e os entes estatais.
dizer que, para o candidato acertar questões sobre Ordem Por fim, há o último objetivo, que é o caráter democrá-
Social, será necessária a leitura repetida dos artigos que com- tico e descentralizado da administração, mediante gestão
põem essa parte da Constituição Federal. Apesar de o mais co- quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos em-
brado ser o próprio texto, tratar-se-á de cada um desses temas pregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos cole-
sob uma abordagem doutrinária e jurisprudencial. giados. Aqui, há uma questão que já apareceu várias vezes em
prova, principalmente por causa da palavra quadripartite, que
Seguridade Social significa a participação na gestão de forma democrática, en-
A Seguridade Social está prevista no Art. 194 e constitui volvendo quatro atores sociais: trabalhadores, empregadores,
um conjunto de ações que visam a garantir o mínimo exis- aposentados e Governo.
tencial para a população, objetivando melhores condições Agora serão analisados os três serviços que compõem a
de vida. É composta de três ações: a saúde, a Previdência Seguridade Social: Saúde, Previdência Social e Assistência
Social e a Assistência Social.
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Social. Aqui se propõe analisar apenas os pontos mais impor- O
Ç
A implementação dessas ações são obrigação não só do tantes, envolvendo esses temas. Como já sinalizado anterior-
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Estado, mas também da sociedade, conforme estabelece o mente, na Ordem Social o mais cobrado em prova é o próprio
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Art. 194: texto constitucional. E
Saúde
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integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e
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da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relati- Acerca desse tema, várias questões costumam ser cobradas O
vos à saúde, à previdência e à assistência social. em prova. Segue a análise de algumas delas:
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Apesar da ação conjunta, a obrigação de organizar a Se- Caráter não Contributivo
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guridade Social é do Estado, que deve fazer amparada nos
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serviços às populações urbanas e rurais; ficiado pela saúde pública poderá utilizar dos seus serviços
Seletividade e distributividade na prestação dos independentemente de filiação ou contribuição à Previdência
benefícios e serviços; Social. Observando a leitura do caput do Art. 196 se pode per- 321
Irredutibilidade do valor dos benefícios; ceber que esse direito de caráter social é garantido a todos:
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Esta- na qualidade de segurado. Esse tema está regulamentado
322 do, garantido mediante políticas sociais e econômicas na Lei 8.213/91 e será melhor estudado na disciplina de Di-
que visem à redução do risco de doença e de outros reito Previdenciário.
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
L serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Regras para Aposentadoria
A As regras de aposentadoria são o ponto forte desse tema;
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Vinculação ao Direito à Vida serão tratadas junto à disciplina de Direito Previdenciário.
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U O direito à saúde decorre do próprio direito à vida, como Art. 201 , §7º. É assegurada aposentadoria no regime
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T forma de garantir qualidade à vida em sua modalidade de ex- geral de previdência social, nos termos da lei, obedeci-
S
N istência humana. De nada adianta garantir ao indivíduo o direito das as seguintes condições:
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C de viver se essa vida não possuir o mínimo de dignidade. Ga-
O rantir saúde é cumprir os ditames constitucionais que protegem I. trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e
T
I
E o indivíduo em sua existência, em perfeita consonância com o trinta anos de contribuição, se mulher;
R
I
D princípio da dignidade da pessoa humana. II. sessenta e cinco anos de idade, se homem, e ses-
E senta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco
D
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Remoção de Órgãos, Tecidos e Substâncias Humanas anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos
E Outra norma muito interessante e que pode cair em prova
Õ os sexos e para os que exerçam suas atividades em
Ç é a proteção constitucional à remoção de órgãos, tecidos e sub-
O regime de economia familiar, nestes incluídos o pro-
N stâncias humanas. A Constituição Federal, em seu Art. 199, § 4º, dutor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.
traz expressamente a vedação para a comercialização de órgãos, Art. 201 , §8º. Os requisitos a que se refere o inciso I
apesar de não regulamentar as formas de remoção, pesquisa,
do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco anos,
coleta e processamento de sangue. A falta de regulamentação para o professor que comprove exclusivamente tempo
ocorre porque a Constituição deixou para a legislação infracon-
stitucional o dever de fazê-la.
de efetivo exercício das funções de magistério na edu-
cação infantil e no ensino fundamental e médio.
O dispositivo em questão é um exemplo de norma de eficá-
O destaque fica para a redução do período de contribuição
cia limitada, o qual foi regulamentado pelas Leis 10.205/01,
9.434/97 e 11.105/05: para quem exerce a função de magistério. Observe-se que
a Constituição Federal reduziu em cinco anos a o tempo de
Art. 199 , § 4º. A lei disporá sobre as condições e os contribuição necessário para aposentadoria para o professor
requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e
que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das
substâncias humanas para fins de transplante, pesqui-
sa e tratamento, bem como a coleta, processamento e
funções de magistério na educação infantil e no ensino funda-
transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado mental e médio.
todo tipo de comercialização. Com relação a esse tema, algumas observações se fazem
necessárias. Primeiramente, deve-se destacar que exclusiv-
Previdência Social idade do tempo de efetivo exercício das funções de mag-
istério compreende não apenas as funções exercidas em sala
Caráter Contributivo e Filiação Obrigatória de aula, mas também as exercidas nos cargos de direção,
Sem dúvida, uma das questões mais cobradas em prova coordenação e assessoramento pedagógico, desde que ex-
está no próprio caput do Art. 201, que afirma ser a Previdência ercidos por professores. Em segundo lugar, deve-se atentar
Social de caráter contributivo e filiação obrigatória: para os professores que possuem esses benefícios, os quais
Art. 201. A previdência social será organizada sob a estão expressamente previstos na Constituição.
forma de regime geral, de caráter contributivo e de fil- Só terão direito à aposentadoria especial os professores da
iação obrigatória, observados critérios que preservem educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio.
o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos ter-
mos da lei, a: Previdência Privada
I. cobertura dos eventos de doença, invalidez, Outra regra que já foi cobrada em prova diz respeito à pos-
morte e idade avançada; sibilidade de o regime de previdência ser organizado pela ini-
II. proteção à maternidade, especialmente à ges- ciativa privada. Algumas palavras-chave definem essa relação
tante; de previdência privada: complementar, autonomia e facultati-
III. proteção ao trabalhador em situação de desem- vo. Vejamos o que diz o Art. 202 da CF:
prego involuntário; Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter
IV. salário-família e auxílio-reclusão para os de- complementar e organizado de forma autônoma em
pendentes dos segurados de baixa renda; relação ao regime geral de previdência social, será
V. pensão por morte do segurado, homem ou mul- facultativo, baseado na constituição de reservas que
her, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, garantam o benefício contratado, e regulado por lei
observado o disposto no § 2º. complementar.
Ter caráter contributivo significa dizer que só poderá § 1°. A lei complementar de que trata este artigo assegurará
ser beneficiado pela Previdência Social quem contribuir ao participante de planos de benefícios de entidades de
previamente com o sistema de previdência público. Além previdência privada o pleno acesso às informações relativas
da contribuição, a Constituição exige a filiação ao Sistema, à gestão de seus respectivos planos.
2º. As contribuições do empregador, os benefícios e V. a garantia de um salário mínimo de benefício
as condições contratuais previstas nos estatutos, reg- mensal à pessoa portadora de deficiência e ao ido-
ulamentos e planos de benefícios das entidades de so que comprovem não possuir meios de prover à
previdência privada não integram o contrato de tra- própria manutenção ou de tê-la provida por sua
balho dos participantes, assim como, à exceção dos família, conforme dispuser a lei.
benefícios concedidos, não integram a remuneração
dos participantes, nos termos da lei.
Da Educação, da Cultura e do Desporto
§ 3º. É vedado o aporte de recursos a entidade de previ- Educação
dência privada pela União, Estados, Distrito Federal e Mu- O acesso à educação é um dos grandes serviços de ordem
nicípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, social e deverá ser garantido segundo os princípios previstos
sociedades de economia mista e outras entidades públi- no Art. 206, que costuma ser muito cobrado em prova:
cas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, Art. 206. O ensino será ministrado com base nos se-
em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá ex- guintes princípios:
ceder a do segurado. I. igualdade de condições para o acesso e per-
§ 4º. Lei complementar disciplinará a relação entre a manência na escola;
União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, inclusive II. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divul-
suas autarquias, fundações, sociedades de economia gar o pensamento, a arte e o saber;
mista e empresas controladas direta ou indiretamente, III. pluralismo de ideias e de concepções ped-
enquanto patrocinadoras de entidades fechadas de agógicas, e coexistência de instituições públicas e
previdência privada, e suas respectivas entidades fecha- privadas de ensino;
das de previdência privada. IV. gratuidade do ensino público em estabeleci-
mentos oficiais;
§ 5º. A lei complementar de que trata o parágrafo ante-
rior aplicar-se-á, no que couber, às empresas privadas V. valorização dos profissionais da educação esco-
lar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira,
permissionárias ou concessionárias de prestação de com ingresso exclusivamente por concurso público
serviços públicos, quando patrocinadoras de entidades de provas e títulos, aos das redes públicas;
fechadas de previdência privada. VI. gestão democrática do ensino público, na forma
§ 6º. A lei complementar a que se refere o § 4° deste da lei;
artigo estabelecerá os requisitos para a designação dos VII. garantia de padrão de qualidade;
membros das diretorias das entidades fechadas de prev- VIII. piso salarial profissional nacional para os
idência privada e disciplinará a inserção dos participantes
profissionais da educação escolar pública, nos ter-
nos colegiados e instâncias de decisão em que seus inter- mos de lei federal.
esses sejam objeto de discussão e deliberação.
Gratuidade do Ensino Público
Quando se diz complementar, quer se dizer que com-
Como consequência da regra constitucional, que prevê
plementa o regime geral de previdência. A autonomia rep-
gratuidade do ensino público, o STF editou a Súmula Vincu-
resenta a não vinculação do regime privado ao público. E,
lante nº 12, proibindo a cobrança de taxa de matrícula nas Uni-
por fim, a faculdade de se aderir, haja vista não constituir
versidades Públicas:
obrigação a nenhum trabalhador.
Súmula Vinculante 12. A cobrança de taxa de matrícu-
Assistência Social la nas universidades públicas viola o disposto no Art. N
O
206, IV, da Constituição Federal.
Ç
O Art. 203 prevê os benefícios e serviços da Assistência Õ
E
Social. São várias as prestações oferecidas a quem precisa de Igualdade de Condições e Acesso Meritocrático
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assistência, geralmente aos hipossuficientes. A Assistência So- Outros dois princípios que se destacam nos Arts. 206 e
E
D
cial não depende de contribuição à previdência social: 208, da CF, são a igualdade de condições de acesso e per-
I
R
E
Art. 203. A assistência social será prestada a quem manência na escola e o acesso meritocrático aos níveis mais
I
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dela necessitar, independentemente de contribuição à elevados de ensino: C
seguridade social, e tem por objetivos:
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Art. 206 , I. igualdade de condições para o acesso e
N
S
I. a proteção à família, à maternidade, à infância, à permanência na escola;
T
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adolescência e à velhice;
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Art. 208 , V. acesso aos níveis mais elevados do ensino, C
I
II. o amparo às crianças e adolescentes carentes; da pesquisa e da criação artística, segundo a capaci-
O
N
É o regime que o Estado adota para o controle dos atos ad- mento dos poderes da Administração Pública, afinal de contas,
ministrativos ilegais praticados pelo poder público nas diversas qualquer pessoa que tenha como fim máximo da sua atuação
esferas e em todos os poderes. Existem dois sistemas que são o interesse da coletividade, somente conseguirá atingir esses 335
globalmente utilizados. objetivos se dotadas de poderes especiais.
O Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público é o Poderes Funções Típicas Funções Atípicas
336 fundamento dos deveres da Administração Pública, pois essa
Criar Leis Administrar
tem o dever de nunca abandonar o interesse público e de usar Legislativo
Fiscalizar (Tribunal de Contas) Julgar Conflitos
os seus poderes com a finalidade de satisfazê-lo
satisfazê-lo..
O Criar Leis
V
I Desses dois princípios decorrem todos os outros princípios Executivo Administrar
T Julgar Conflitos
A
R
e regras que se desdobram no regime jurídico administrativo.
T Administrar
Judiciário Julgar Conflitos
S
I
N
I
Noções de Estado Criar Leis
M É importante notar que a atividade administrativa está
D
A Conceito de Estado presente nos três poderes, por isso, o Direito Administrativo,
O
T
I Estado é a pessoa jurídica territorial soberana.
soberana. por ser um dos ramos do Direito Público, disciplina não somen-
E
R
I Pessoa:: capacidade para contrair direitos e obrigações.
Pessoa te a atividade administrativa do Poder Executivo, mas também
D a do Poder Legislativo e do Judiciário.
E Jurídica:: é constituída por meio de uma formalidade docu-
Jurídica
D
S
E
Õ
mental e não por uma mulher, tal como a pessoa física.
Territorial Soberana:
Soberana: quer dizer que, dentro do território
Noções de Governo
Ç O governo é atividade política e discricionária, tendo con-
O
N
do Estado, esse detém a soberania, ou seja, sua vontade pre-
valece ante a das demais pessoas (sejam elas físicas ou jurídi- duta independente. Governar está relacionado com a função
cas). Podemos definir soberania da seguinte forma: soberania política do Estado, a de comandar, de coordenar, de direcionar
e de fixar planos e diretrizes de atuação do Estado. O governo
é a independência na ordem internacional (lá fora ninguém
é o conjunto de Poderes e órgãos constitucionais responsáveis
responsáveis
manda no Estado) e supremacia na ordem interna (aqui dentro
pela função política do Estado.
quem manda é o Estado).
O governo está diretamente ligado com as decisões toma-
Elementos do Estado
das pelo Estado. Exerce a direção suprema e geral, ao fazer uma
Território: é a base fixa do Estado (solo, subsolo, mar, es-
Território: analogia, podemos dizer que o governo é o cérebro do Estado.
paço aéreo). Função de Governo e Função Administrativa
Povo:: é o componente humano do Estado.
Povo É comum aparecer em provas de concursos públicos ques-
tões que confundem as ideias de governo e de administração
Governo Soberano:
Soberano: é o responsável pela condução do pública. Para evitar esse erro, analisaremos as diferenças entre
Estado. Por ser tal governo soberano, ele não se submete a as expressões:
nenhuma vontade externa, pois, relembrando, lá fora o Estado
é independente e aqui dentro sua vontade é suprema, afinal, a Segundo o jurista brasileiro, Hely Lopes Meirelles, o go-
vontade do Estado é a vontade do povo. verno é uma atividade política e discricionária e tem conduta
independente.
Formas de Estado De acordo com ele, a administração é uma atividade neutra,
Temos duas formas de Estado: normalmente vinculada à lei ou à norma técnica, e exercida me-
Estado Unitário:
Unitário: é caracterizado pela centralização políti- diante conduta hierarquizada.
ca; não existe divisão em estados membros ou municípios, há Não podemos confundir Governo com Administração Pú-
somente uma esfera política central que emana sua vontade blica, pois governo se encarrega de definir os objetivos do Es-
para todo o país. É o caso do Uruguai. tado e definir as políticas para o alcance desses objetivos; a
Estado Federado:
Federado: caracteriza-se pela descentralização Administração
Administr ação Pública se encarrega simplesmente em atingir
os objetivos traçados pelo governo.
política; existem diferentes
diferentes entidades políticas autônomas que
são distribuídas regionalmente e cada uma exerce o poder po- O governo atua mediante atos de soberania ou, pelo me-
lítico dentro de sua área de competência. É o caso do Brasil. nos, de autonomia política na condução dos negócios públicos.
A Administração é atividade neutra, normalmente vinculada à
Poderes do Estado lei ou à norma técnica. Governo é conduta independente, en-
Os poderes do Estado estão previstos no texto Constitu- quanto a Administração é hierarquizada.
cional. O Governo deve comandar com responsabilidade consti-
Art. 2º. São Poderes da União, independentes e harmô-
tucional e política, mas sem responsabil
responsabilidade
idade técnica e legal
nicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. pela execução. A administração age sem responsabilidade
política, mas com responsabilidade técnica e legal pela exe-
Os poderes podem exercer as funções para que foram cução dos serviços públicos.
investidos pela Constituição Federal (funções típicas) ou exe-
cutar cargos diversas das suas competências constitucionais Sistemas de Governo
(funções atípicas). Por esse motivo, não há uma divisão ab- Sistema de governo se refere ao grau de dependência en-
soluta entre os poderes, e sim relativa, pois o poder Executiv
Executivoo tre o poder legislativo e executivo.
pode executar suas funções típicas (administrar) e pode tam-
bém iniciar o processo legislativo em alguns casos (pedido de Parlamentarismo
vagas para novos cargos). Além disso, é possível até mesmo É caracterizado por uma grande relação de dependência
legislar no caso de medidas provisórias com força de lei. entre o poder legislativo e o executivo.
A chefia do Estado e a do Governo são desempenhadas Compõe a Administração Pública material qualquer pes-
por pessoas distintas. exercem as atividades
soa jurídica, seus órgãos e agentes que exercem
Chefe de Estado: responsável pelas relações internacionais. administrativas do Estado. Como exemplo de tais atividades,
Chefe de Governo: responsável pelas relações internas, o há a prestação de serviços públicos, o exercício do poder de
chefe de governo é o da Administração pública. polícia, o fomento, a intervenção e as atividades da Adminis-
tração Pública.
Presidencialismo Essas são as chamadas atividades típicas do Estado e, pelo
É caracterizado por não existir dependência, ou quase nenhu- critério formal, qualquer pessoa que exerce alguma dessas é Ad-
ma, entre o Poder Legislativo e o Executivo. ministração Pública, não importa quem seja. Por esse critério,
A chefia do Estado e a do Govern
Governoo são representadas pela teríamos, por exemplo, as seguintes pessoas na Administração
mesma pessoa. Pública:
O Brasil adota o presidencialism
presidencialismo. o. União, Estados, Municípios, DF, Autarquias, Fundações
Públicas prestadoras de serviços públicos, Empresa Pú-
Formas de Governo blica prestadora de serviço público, Sociedade de Eco-
Conforme Hely Meirelles, a forma de governo se refere à nomia Mista prestadora de serviços públicos e, ainda,
relação entre governantes e governados. as concessionárias, autorizatárias e permissionárias de
Monarquia serviço público.
Hereditariedade: o poder é passado de pai para filho.
Hereditariedade: Esse critério não é o adotado pelo Brasil. Assim sendo, a
classificação feita acima não descreve a Administração Pública
Vitaliciedade:: o detentor do poder fica no cargo até a mor-
Vitaliciedade Brasileira, que, conforme veremos
veremos a seguir
s eguir,, adota o modelo for-
te. mal de classificação.
Ausência de prestação de contas.
Sentido Formal/Subjetiv
Formal/Subjetivoo
República
Em sentido formal ou subjetivo, a Administração Pública
Eletividade: o governante precisa ser eleito para chegar
Eletividade: compreende o conjunto de órgãos e pessoas jurídicas encar-
ao poder.
regadas, por determinação legal, do exe
exercício
rcício da função admi-
Temporalidade:: ao chegar ao poder, o governante ficará
Temporalidade nistrativaa do Estado.
nistrativ
no cargo por tempo determinado.
Pelo modelo formal, segundo Meirelles, a Administração Pú-
Dever de prestar contas. blica é o conjunto de entidades (pessoas jurídicas, seus órgãos e
O Brasil adota a república como forma de governo. agentes) que o nosso ordenamento jurídico identifica como Ad-
2. Administração Pública ministração Pública, pouco interessa a sua área de atuação, ou
seja, pouco importa a atividade mas, sim, quem a desempenha.
Antes de fazermos qualquer conceituação doutrinária
A Administração Pública Brasileira que adota o modelo formal é
sobre Administração Pública, podemos entendê-la como a
classificada em Administração Direta e Indireta.
ferramenta utilizada pelo Estado para atingir os seus obje-
Organização da Administração
tivos. O Estado possui objetivos, e quem escolhe quais são
eles é o seu governo, pois a esse é que cabe a função política
A Administração Pública foi definida pela Constituição Fe-
(atividade eminentemente discricionária) do Estado e que deral no Art. 37.
determina as suas vontades, ou seja, o Governo é o cérebro
37.. A Administração Pública direta e indireta de
Art. 37
do Estado. Para poder atingir esses objetivos, o Estado preci-
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis- N
sa fazer algo, e o faz por meio de sua Administração Pública. O
trito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios Ç
Sendo assim, essa é a responsável pelo exercício das ativida- Õ
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida-
E
des públicas do Estado.
S
de e eficiência e, também, ao seguinte: D
E
ESTADO
ADMINISTRAÇÃO O Decreto-Lei nº 200/67 determina quem é Administra- D
OBJETIVO I
PÚBLICA ção Pública Direta e Indireta.
R
E
I
Art. 4º. A Administração Federal compreende:
T
O
I. A Admini
Administração
stração Direta, que se constitui dos
A
D
MEIO serviços integrado
integradoss na estrutu
estrutura
ra admini
administrativa
strativa
M
I
da Presidência da República e dos Ministérios.
N
I
Classificação de
S
II. A Administração Indireta, que compreende as
T
R
A
Administração
Administr ação Pública seguintes categorias de entidades, dotadas
dotadas de per- T
I
V
sonalidade jurídica própria: O
Sentido Material/
Material/Objetivo
Objetivo a) Autarquias;
Em sentido material ou objetivo, a Administração Pública b) Empresas Públicas;
compreende o exercício
exercício de atividades pelas quais se manifesta a c) Sociedades de Economia Mista. 337
função administrativa do Estado. d) Fundações públicas.
Dessa forma, temos somente quatro pessoas que repre- Descentralização Administrativa:
Administrativa : técnica administrativa em
338 sentam a Administração Direta e nenhuma outra. São consi- que a Administração direta passa a atividade administrativa,
deradas pessoas jurídicas de direito público e possuem várias serviço ou obra pública para outras pessoas jurídicas ou físicas
características.
característic as. As pessoas da Administr
Administração
ação Direta recebem o (para pessoa física somente por delegação por colaboração). A
O descentralização pode ser feita por outorga legal (titularidade
V
I
nome de pessoas políticas do estado. + execução) ou diante delegação por colaboração (somente
T
A
R
A Administração Indireta também representa um rol taxati- execução). A outorga legal cria as pessoas da Administração
T vo e não cabe ampliação. Existem quatro pessoas da Adminis- Indireta (FASE). A Delegação por colaboração gera os conces-
S
I
N
I tração Indireta e nenhuma outra; elas possuem características sionários, permissionários e Autorizatários de serviços públicos:
M
D marcantes. Contudo, não possuem a mais importante e que di- Descentralização
Descentralizaç ão por Outorga Legal (também cha-
A
O ferencia das pessoas políticas do Estado, ou seja, a capacidade mada de descentr
descentralização
alização técnica, por serviços, ou
T
I funcional): é feita por lei e transfere a titularidade
E de legislar (capacidade política).
R
I e a execução da atividade administrativa por prazo
D
E Administração Direta indeterminado para uma pessoa jurídica integrante
D da administração indireta.
S
E
Õ
A Administração Direta é representada pelas entidades Descentralização por Delegação (tam-
Ç
O
políticas. São elas: União, Estados, DF e os Municípios. bém chamada de descentral
descentralização
ização por colaboração
colaboração):):
N A definição no Brasil foi feita pelo Decreto-Lei nº 200/67, é feita em regra por um contrato administrativo e,
que dispõe sobre a organização da Administração Federal e nesses casos, depende de licitação; também pode
estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa. acontecer descentralização por delegação por meio
de um ato administrativo. Transfere somente a exe-
É importante observar que esse decreto dispõe somente
cução da atividade administrativa, e não a sua titu-
sobre a Administração Pública Federal, todavia, pela aplicação
laridade, por prazo determinado para um particular,
do princípio da simetria, tal regra é aplicada uniformemente por
pessoa física ou jurídica.
todo o território nacional. Assim sendo, tal classificação utilizada
nesse decreto define expressamente a Administração Pública
Federal e também, implicitamente, a Administração Pública dos
ADMINISTRAÇÃO
DIRETA
demais entes da federação.
Os Entes Políticos possuem autonomia política (capacida-
de de legislar), administrativa
administrativa (capacidade de auto-organiza
auto-organizar- r-
se) e capacidade financeira (capacidade de julgar as próprias OUTORGA LEGAL DELEGAÇÃO
contas). Não podemos falar aqui em hierarquia entre os entes,
mas sim em cooperação, pois um não dá ordens aos outros, PARTICULARES QUE
ENTES DA ADMINISTRA-
visto que eles são autônomos. ÇÃO INDIRETA
VÃO EXECUTAR O SER-
VIÇO PÚBLICO POR SUA
Características CONTA E RISCO
São pessoas jurídicas de direito público interno – tem au-
tonomia.
▷ Unidas formam a República Federativa do Brasil: • AUTARQUIAS • CONCESSÕES
pessoa jurídica de direito público externo –tem so- • FUNDAÇÕES PÚBLICAS • PERMISSÕES
berania (independência na ordem externa e supre- • EMPRESAS PÚBLICAS • AUTORIZAÇÕES
macia na interna). • SOCIEDADES DE ECO-
NOMIA MISTA
▷ Regime jurídico de direito público.
▷ Autonomia Política: Administrativa e Financeira. Outorga Legal
▷ Sem subordinação: atuam por cooperação. ▷ Feita por lei;
▷ Competências: hauridas da CF. ▷ Transfere a titularidade e a execução do serviço pú-
▷ Responsabilidade civil - regra - objetiva. blico;
▷ Bens: públicos, não pode ser objeto de sequestro, ▷ Não tem prazo.
arresto, penhora etc. Delegação
▷ Débitos judiciais: são pagos por precatórios. ▷ Feita por contrato, exceto as autorizações;
▷ Regime de pessoal: regime jurídico único. ▷ Os contratos dependem de licitação;
▷ Competência para julgamento de ações judiciais. ▷ Transfere somente a execução do serviço público e
União = Justiça Federal. não a titularidade;
Demais Entes Políticos = Justiça Estadual. ▷ Há fiscalização do Poder Público. Tal
Tal fiscalização de-
corre do exercício do poder disciplinar;
Noção de Centralização, ▷ Tem prazo.
Descentralização e Desconcentração Desconcentração Administrativa : técnica de subdi-
Centralização Administrativa:
Administrativa : órgãos e agentes traba- visão de órgãos públicos para que melhor desempe-
lhando para a Administr
Administração
ação Direta. nhem o serviço público ou atividade administrativa.
Em outras palavras, na desconcentração, a Pessoa federal, temos como exemplo a nomeação dos dirigentes das
Jurídica distribui competências no âmbito de sua agências reguladoras. Tais nomeações são feitas pelo Presi-
própria estrutura. É a distribuição de competências dente da República e, para terem efeito, dependem de apro-
entre os diversos órgãos integrantes da estrutura de vação do Senado Federal.
uma pessoa jurídica da Administração Pública. So- Via de regra, lembraremos que a nomeação do dirigente
mente ocorre na Administração Direta ou Indireta, de uma entidade administrativa é feita pelo chefe do Poder
jamais para particulares, uma vez que não existem Executivo, sendo que, em alguns casos, é necessária a prévia
órgãos públicos entre particulares. aprovação de outro poder. Excepcionalmente, o Judiciário e o
Legislativo poderão nomear dirigentes para essas entidades,
Administração Indireta desde que vinculadas ao respectivo poder.
Criação dos Entes da Administração Indireta
Pessoas / Entes / Entidades Administrativas
A instituição das entidades administrativas
administrativas depende sem-
▷ Fundações Públicas;
pre de uma lei ordinária específica. Essa lei pode criar a en-
▷ Autarquias; tidade administrativa. Nesse caso, nasce uma pessoa jurídica
▷ Sociedades de Economia Mista; de direito público, as autarquias. A lei também pode autorizar
▷ Empresas Públicas. a criação das entidades administrativas. Nessa circunstância,
Características nascem as demais entidades da administração indireta: fun-
▷ Tem personalidade jurídica própria; dações públicas, empresas públicas e sociedades de economia
mista. Pelo fato dessas entidades serem autorizadas por lei,
▷ Tem patrimônio e receita próprios; elas são pessoas jurídicas de Direito Privado.
Privado.
▷ Tem autonomia: A lei que cria ou que autoriza a criação de uma entidade ad-
Administrativa; ministrativaa é uma lei ordinária específica.
ministrativ
Técnica; Quando a lei autoriza a criação de uma entidade da Adminis-
Financeira. tração Indireta, a sua construção será consumada após o registro
Obs.: na serventia registral pertinente (cartório ou junta comercial, con-
Não tem autonomia política;. forme o caso).
Finalidade definida em lei; DESCENTRALIZAÇÃO POR
Controle do Estado. OUTORGA LEGAL (LEI)
Não há subordinação nem hierarquia entre os entes da ad-
ministração direta e indireta, mas sim, vinculação que se ma- LEI AUTORIZA
LEI CRIA
nifesta por meio da supervisão ministerial
ministerial realizada
realizada pelo mi- A CRIAÇÃO
nistério ou secretaria da pessoa política responsável pela área
de atuação da entidade administrativa. Tal supervisão tem por
finalidade o exercício do denominado controle finalístico ou PESSOA JURÍDICA DE PESSOA JURÍDICA DE
poder de tutela.
tutela . DIREITO PÚBLICO DIREITO PRIVADO
Em alguns casos, a entidade administrativa
administrativa pode estar di-
retamente vinculada à chefia do poder executivo e, nesse con-
texto, caberá a essa chefia o exercício do controle finalístico de FUNDAÇÃO PÚBLICA
AUTARQUIA EMPRESA PÚBLICA
tal entidade. SOC. DE ECON. MISTA
São frutos da descentr
descentralização
alização por outorga legal.
N
▷ O
Nomeação de Dirigentes. Extinção dos entes da administração indireta:
indireta:
Ç
▷
Õ
E
Os dirigentes das entidades administrativas
administrativas são nomeados Só lei revoga lei.
S
▷ D
pelo chefe do poder a que está vinculada a respectiva enti- Se a lei cria, a lei extingue.
E
▷ D
dade, ou seja, as entidades administrativas ligadas ao poder ▷ Se a lei autoriza a criação, autoriza também a ex-
I
R
tinção.
E
executivo federal têm seus dirigentes nomeados pelo chefe de I
T
O
tal poder, que, nesse caso, é o(a) Presidente(a) da República. Relação da Administraçã
Administraçãoo
A
D
É válido lembrar que, em todos os poderes, existe a função ad- M
ministrativa no executivo, de forma típica, e nos demais poderes, Pública Direta com a Indireta I
N
I
de forma atípica. Além disso, a função administrativa de todos os As entidades compreendidas na Administração Indireta
S
T
R
poderes é exercida pela sua Administração Pública (Administra- vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência estiver A
T
ção Direta e Indireta), assim sendo, existe Administração Pública enquadrada sua principal atividade. Dessa forma, não há que
I
V
O
Direta e Indireta nos três poderes e, caso uma entidade adminis- se falar em hierarqu
hierarquia
ia ou subordinação, mas, sim vinculação.
trativa seja vinculada ao Poder Legislativo ou Judiciário, caberá ao A vinculação entre a Administração Direta e a Administração
chefe do respectivo poder a nomeação de tal dirigente. Indireta gera o chamado controle finalístico ou supervisão minis-
Excepcionalmente, a nomeação de um dirigente pode terial. Assim, a Administração Direta não pode intervir nas deci- 339
depender ainda de aprovação do Poder Legislativo. Na esfera sões da Indireta, salvo se ocorrer a chamada fuga de finalidade.
Se a autarquia além das regras do regime jurídico comum
340 ainda é alcançada por alguma regra especial, peculiar às suas
SUBORDINAÇÃO E atividades, será considerada uma autarquia em regime especial.
HIERARQUIA
• Agências Reguladoras
O São responsáveis por regular, normatizar e fiscalizar deter-
V
I VÍNCULO
T minados serviços públicos que foram delegados ao particular
particular..
A ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO
R
T
S
DIRETA INDIRETA Em razão dessa característica, elas têm mais liberdade e maior
I
N
I
autonomia, se comparadas com as Autarquias comuns.
M
D
Ex.: ANCINE, ANA, ANAC, ANTAQ,
ANTAQ, ANATEL, ANEEL, ANP, ANP,
A ANTT.
O
T
I
E
CONTROLE SUPERVISÃO • Autarquia Territorial
R
I FINALÍSTICO MINISTERIAL É classificado como Autarquia Territorial, o espaço que faça
D
E parte do território da União, mas que não se enquadre na defi-
D
S
E
Autarquias nição de Estado membro, DF ou município. No Brasil atual, não
Õ Autarquia é a pessoa jurídica de direito público,
público, criada por existem exemplos
exemplos de Autarquias Territoriais,
Territoriais, mas elas podem vir
Ç
O
lei, com capacidade de autoadministração, para o desempe- a ser criadas. Nesse caso, esses Territórios fazem parte da Ad-
N
ministração Direta e são Autarquias Territoriais, pois são criados
nho de serviço público descentralizado (atividade típica do
por lei e assumem personalidade jurídica de direito público.
Estado). É o próprio serviço público personificado.
• Associações Públicas (Autarquias Interfederativas ou
Vejamos
Vejamos a seguir as suas características: Multifederativas)
Personalidade Jurídica: Direito Público. Também chamada de consórcio público de Direito Público.
Recebem todas as prerrogativ
prerrogativas
as do Direito Público. O consórcio público é a pessoa jurídica formada exclusi-
▷
Finalidade: atividade típica do Estado. vamente por entes da Federação, na forma da Lei nº 11.107,
de 2005, para estabelecer relações de cooperação federativa,
Regime Jurídico: público. inclusive a realização de objetivos de interesse comum, consti-
Responsabilidadee Civil: objetiva.
Responsabilidad tuída como associação pública, com personalidade jurídica de
Bens: públicos (não podem ser objeto de penhora, arresto, direito público e natureza autárquica, ou como pessoa jurídica
sequestro). de direito privado, sem fins econômicos.
▷ Ao serem constituídas, recebem patrimônio do Ente Sendo assim, não é todo consórcio público que representa
representa
Instituidor e, a partir desse momento, seguem com uma Autarquia Interfederativa, mas somente os públicos de
sua autonomia. Direito Público.
• Autarquia Fundacional ou Fundação Autárquica
Débitos Judiciais: pagamento por precatórios.
As Fundações Públicas de Direito Público (exceção) são
Regime de Pessoal: regime jurídico único.
consideradas, na verdade, uma espécie de autarquia.
Competência para o julgamento de suas ações judiciais: • Agências Executivas
▷ Autarquia Federal = Justiça Federal. As agências executivas não se configuram como pessoas
▷ Outras Esferas = Justiça Estadual. jurídicas, menos ainda outra
outra classificação qualquer.
qualquer. Represen-
Ex.: INSS, Banco Central do Brasil. tam, na prática, um título que é dado às autarquias e funda-
ções públicas que assinam contrato de gestão com a Adminis-
Espécies de Autarquias tração Pública. Art. 37, §8º.
• Comum ou Ordinária (de Acordo com Decreto--Le
Decreto--Leii Conselhos fiscalizadores de profissões são considerados
nº 200/67) autarquias. Contudo, comportam uma exceção muito impor-
São as autarquias que recebem as características princi- tante:
pais, ou seja, criadas diretamente por lei, pessoas jurídicas de ADI 3.026-DF Min. Eros Graus. 08/06/2006. OAB: Con-
direito público e que desempenham um serviço público espe- siderada entidade sui generis , um serviço independente não
cializado; seu ato constitutivo é a própria lei. sujeita ao controle finalístico da Administração Direta.
Sob Regime Especial Fundação Pública
As autarquias em regime especial são submetidas a um A Fundação Pública é a entidade dotada de personalidade ju-
regime jurídico peculiar, diferente do jurídico relativo às au- rídica de Direito Privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de
tarquias comuns. autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que
Por autarquia comum deve-se entender as ordinárias, aquelas não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público,
que se submetem a regime jurídico comum das autarquias. Na com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos
esfera federal, o regime jurídico comum das autarquias é o Decre- respectivos órgãos de direção e funcionamento custeado por re-
to-Lei nº 200/67. cursos da União e de outras fontes.
Regra subsidiárias que explorem atividade econômica de
▷ Autorizada por lei; produção ou comercialização de bens ou de prestação
▷ Pessoa jurídica de Direito Privado; de serviços, dispondo sobre:
▷ Depende de registro dos atos constitutivos na junta I. Sua função social e formas de fiscalização pelo
comercial; Estado e pela sociedade;
▷ Depende de lei complementar que especifique o II. A sujeição ao regime jurídico próprio das empre-
campo de atuação. sas privadas, inclusive
incl usive quanto aos direitos e obri-
gações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
Exceção
III. Licitação e contratação de obras, serviços, com-
▷ Criada diretamente por lei; pras e alienações, observados os princípios da Ad-
▷ Pessoa jurídica de direito público; ministração Pública;
▷ Possui um capital personalizado (diferença mera- IV. A constituição e o funcionamento dos conselhos
mente conceitual); de administração e fiscal, com a participação de
▷ Considerada pela doutrina como autarquia funda- acionistas minoritários;
cional.
V. Os mandatos, a avaliação de desempenho e a
As fundações públicas de Direito Público, são espécie de responsabilidade dos administradores.
autarquia, sendo chamadas pela doutrina como autarquias
§ 2º - As empresas públicas e as sociedades de econo-
fundacionais.
mia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não
Características extensivos às do setor privado.
Personalidade Jurídica:Direito Privado. § 3º - A lei regulamentará as relações da Empresa Pú-
inalidade:
F Lei complementar definirá – Sem fins blica com o Estado e a sociedade.
lucrativos. § 4º - A lei reprimirá o abuso do poder econômico que
egime
R Jurídico: Híbrido (regras de Direito Público vise à dominação dos mercados, à eliminação da concor-
+ Direito Privado) incontroverso. rência e ao aumento arbitrário dos lucros.
esponsabilidade
R Civil: se for prestadora de ser- § 5º - A lei, sem prejuízo da responsabilidade indivi-
viço público é objetiva, caso contrário é subjetiva. dual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a
ens
B Privados, com exceção: bens diretamente responsabilidade desta, sujeitando-a as punições com-
ligados à prestação de serviço público são bens pú- patíveis com sua natureza, nos atos praticados contra
blicos. a ordem econômica e financeira e contra a economia
ébitos
D Judiciais: são pagos por meio do seu patri- popular.
mônio, com exceção dos bens diretamente ligados à Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista Presta-
prestação de serviços públicos, que são bens públicos doras de Serviço Público
e não se submetem a pagamento de débitos judiciais. Essas entidades são criadas para a exploração da atividade
egime
R de Pessoal: Regime Jurídico Único. econômica em sentido amplo, o que inclui o exercício delas em
ompetência
C para o julgamento de suas ações
sentido estrito e também a prestação de serviços públicos que
judiciais: podem ser explorados com o intuito de lucro.
Justiça Federal.
Segundo o Art. 175 da Constituição Federal:
Federal:
Outras esferas = Justiça Estadual. Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, di-
Ex.: IBGE, Biblioteca Nacional, FUNAI. retamente ou sob regime de concessão ou permissão,
N
O
Empresas Públicas e Sociedades sempre atrav
atravésés de licitação, a prestação de serviços
Ç
Õ
públicos.
E
de Economia Mista
S
M
D Responsabilidade Civil: se for prestadora de serviço público, Empresa Pública
A a responsabilidade civil é objetiva, se for exploradora da atividade
O Entidade dotada de personalidade jurídica de Direito Pri-
T
I econômica, a civil é subjetiva. vado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, au-
E
R
I Bens Privados, com exceção:
exceção: bens diretamente ligados à torizado por lei para a explor
exploração
ação de atividade econômica que
D
E públicos.Débitos Judiciais:
prestação de serviço público são bens públicos.Débitos o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou
D são pagos por meio do seu patrimônio, com exceção dos bens di-
S
de conveniência administrativa, podendo revestir-se de qual-
E
Õ
retamente ligados à prestação de serviços públicos, que são bens quer das formas admitidas em direito.
Ç
O públicos e não se submetem a pagamento de débitos judiciais. ▷ Autorizado por lei;
N
Regime de Pessoal: CLT
Pessoal: CLT – Emprego Público. ▷ Pessoa jurídica de Direito Privado;
Exemplo de Empresa Pública: Caixa Econômica Federal, ▷ 100% na constituição de capital público;
Correios. ▷ Constituído de qualquer forma admitido em direito;
sil eExemplo de Sociedade de Economia Mista: Banco do Bra- ▷ Competência
Competên cia da Justiça Federal.
Petrobras. Esse quadro foi desenvolvido para memorização das ca-
Sociedade de Economia Mista racterísticas mais importantes das pessoas da Administração
Pública indireta.
A Sociedade de Economia Mista é uma entidade dota-
da de personalidade jurídica de Direito Privado, autoriza- Tabela Comparativa
Comparativa das Características dos
da por lei para a exploração de atividade econômica, sob Entes da Administração Pública
a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a EAE: Exploração da atividade econômica.
voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da
PSP: Prestação de serviço público.
ENTIDADES SOCIEDADE DE
CARACTERÍSTICA AUTARQUIA FUNDAÇÃO PÚ
PÚBLICA EMPRESA PÚ
PÚBLICA
POLÍTICAS ECONOMIA MISTA
PERSONALIDADE
Direito Público Direito Público Direito Privado Direito Privado Direito Privado
JURÍDICA
Exploração da ativi-
Exploração da atividade
Competências Atividade dade econômica OU
FINALIDADE Lei Complementar definirá econômica OU prestação
constitucionais típica do Estado prestação de serviço
de serviço público
público
Privados, exceção:
Privados, exceção: bens Privados, exceção: bens
bens diretamente
diretamente ligados à diretamente ligados à
BENS Públicos Públicos ligados à prestação
prestação de serviços públi- prestação de serviços pú-
de serviços públicos
cos são bens públicos. blicos são bens públicos.
são bens públicos.
Regime Jurídico
REGIME DE PESSOAL Regime Jurídico Único Regime Jurídico Único CLT CLT
Único
COMPETÊNCIA PARA União: Justiça Fed- Federal: Justiça Federal; Federal: Justiça Federal; Federal: Justiça Federal; Todas: Justiça
Todas:
eral; Demais: Justiça
JULGAMENTO Demais: Justiça Estadual. Demais: justiça Estadual. Demais: justiça Estadual. Estadual.
Estadual.
3. Órgão Público Características
Neste capítulo, aprenderemos
aprenderemos a respeito dos órgãos públi- Não possui personalidade jurídica
cos, sua finalidade, seu papel na estrutura da Administração Muitas pessoas se assustam com essa regra devido ao fato
Pública, bem como as diversas teorias e classificações relativas de o órgão público ter CNPJ, realizar licitações e também por
ao tema. Começaremos a partir das teorias que buscam expli- celebrar contratos públicos. Todavia, essas situações não de-
car o que é o órgão público. vem ser levadas em consideração nesse momento.
Teorias O CNPJ não é suficiente para conferir personalidade jurídi-
ca para o órgão público, a sua instituição está ligada ao direito
São três as teorias criadas para caracterizar e conceituar a tributário, e realmente o órgão faz licitação, celebra contratos,
ideia de órgão público: a Teoria do Mandato, Teoria da Repre- mas ele não possui direitos, não é responsável pela conduta
sentação e Teoria Geral do Órgão. dos seus agentes e tudo isso por que ele não possui personali-
Teoria do Mandato dade jurídica, órgão público não é pessoa.
Essa teoria preceitua que o agente, pessoa física, fun- Integram a estrutura da pessoa ju-
cionaria como o mandatário da pessoa jurídica, agindo sob rídica que pertencem
seu nome e com a responsabilidade dela, em razão de ou- O órgão público é simplesmente o integrante da estrutura
torga específica de poderes (não adotado). corporal (orgânica)
(orgânica) da pessoa jurídica a que está ligado. O ór-
Teoria da Representação gão público é para a pessoa jurídica a que está ligado, o que o
coração, os rins, o fígado, o estômago e o pulmão, dentre tan-
O agente funcionaria como um tutor ou curador do Esta- tos outros órgãos do corpo humano são para nós, essenciais.
do, que representaria nos atos que necessita participar (não ▷ Não possui capacidade processual, salvo os órgãos
adotado). independentes e autônomos que podem impetrar
Teoria Geral do Órgão Mandado de Segurança em defesa de suas prerro-
gativas constitucionais, quando violadas por outro
Tem-se presunção de que a pessoa jurídica exteriora sua
órgão.
vontade por meio dos órgãos, os quais são parte integrante
integrante da
própria estrutura da pessoa jurídica, de tal modo que, quando ▷ Não possui patrimônio próprio.
os agentes que atuam nesses órgãos manifestam sua vontade, ▷ São hierarquiza
hierarquizados.
dos.
considera-se que essa foi manifestada pelo próprio Estado. Fa- ▷ São frutos da desconcentr
desconcentração.
ação.
lamos em imputação da atuação do agente, pessoa natural, à ▷ Estão presentes na Administração Direta e Indireta.
pessoa jurídica (adotado pela CF/8
CF/88).
8). ▷ Criação e extinção: por meio de Lei.
Alguns órgãos possuem uma pequena capacidade, que é ▷ Estruturação: pode ser feita por meio de decreto au-
impetrar mandado de segurança para garantir prerrogativas tônomo, desde que não impliquem em aumento de
próprias. Contudo, somente os órgãos independentes e au- despesas.
tônomos têm essa capacidade.
Os agentes que trabalham nos órgãos estão em impu-
▷
Segundo o doutrinador Hely Lopes Meirelles, os órgãos tação à pessoa jurídica que estão ligados.
não possuem personalidade jurídica, tampouco vontade pró-
pria, agem em nome da entidade a que pertencem, mantendo
mantendo
relações entre si e com terceiros, e não possuem patrimônio
Classificação
próprio. Os órgãos manifestam a vontade da Pessoa Jurídica à Dentre as diversas classificações pertinentes ao tema,
qual pertencem; os agentes, quando atuam para o Estado, di- a partir de agora, abordaremos as classificações quanto à N
posição estatal que leva em consideração a relação de su-
O
zemos que estão em imputação à pessoa jurídica a qual estão Ç
bordinação e hierarquia, a estrutura que se relaciona com a
Õ
efetivamente
efetivam ente ligados. Assim, falamos em imputação à pessoa E
desconcentração e a composição ou atuação funcional que se
S
jurídica. D
relaciona com a quantidade de agentes que agem e manifes-
E
Constatamos que órgãos são meros centros de compe- D
tência, e os agentes que trabalham nesses órgãos estão em tam vontade em nome do órgão. I
R
E
imputação à pessoa jurídica a que estão ligados; suas ações Posição Estatal
I
T
O
são imputadas ao ente federativo. Assim, quando um servi- A
Quanto à posição estatal, os órgãos são classificados em
D
dor público federal atua, suas ações são imputadas (como se M
radas como se a União estivesse agindo. Por esse motivo, os ▷ Seus agentes são inseridos por eleição.
atos que gerem prejuízo a terceiros são imputados a União, ▷ Têm suas competências determinadas pelo texto
ou seja, é a União que paga o prejuízo e, depois, entra com constitucional. 343
ação regressiva contra o agente público. ▷ Possuem alguma capacidade processual.
Órgãos Autônomos Conceito
344 ▷ São classificados como órgãos diretivos. Considera-se agente público toda pessoa física que exerça,
▷ Possuem capacidade administrativa, financeira e ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, no-
técnica. meação, designação, contratação ou qualquer outra forma de in-
O
V
I ▷ São exemplos os Ministérios e as Secretarias. vestidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função pública.
T
A Possuem alguma capacidade processual.
R
T
S
▷
Classificação
I
N
I
Órgãos Superiores ▷ Agentes políticos.
M
D
▷ São órgãos de direção, controle e decisão. ▷ Agentes administrativos.
A
O ▷ Não possuem autonomia administrativa ou financeira. ▷ Particulares em colaboração com o poder público.
T
I Exemplos são as coordenadorias, gabinetes, etc.
E
R
I
▷
Agentes Políticos
D
E
Subalternos Estão nos mais altos escalões do Poder Público. São res-
D ▷ Exercem atribuições de mera execução. ponsáveis pela elaboração das diretrizes governamentais e
S
E
Õ ▷ Exercem
Exerc em reduzido poder decisório. pelas funções de direção, orientação e supervisão geral da
Ç Administração
Administração Pública.
O
N
▷ São exemplos as seções de expediente ou de ma-
teriais. Características
▷ Sua competência é haurida da Constituição Federal.
Federal.
Estrutura ▷ Não se sujeitam às regras comuns aplicáveis aos ser-
A classificação quanto à estrutura leva em consideração, a vidores públicos em geral.
partir do órgão analisado, se existe ou não um processo de des- ▷ Normalmente são investidos em seus cargos por
concentração, se há ramificações que levam a órgãos subordina- meio de eleição, nomeação ou designação.
Não são hierarquizados, subordinando-se tão so-
dos ao órgão analisado. ▷
Simples: são aqueles que representam um só centro de
mente à Constituição Federal.
Exceção: auxiliares imediatos dos chefes do Executivo são,
competências, sem ramificações, independentemente do nú- hierarquizados,
hierarquizados, pois se subordinam ao líder desse poder.
mero de cargos. Ex.: Ministros de Estado; Secretários estaduais e municipais.
Composto: são
Composto: são aqueles que reúnem em sua estrutura diver- Poder Federal Estadual Municipal
sos órgãos, ou seja, existem ramificações.
Presidente da Governadores; Prefeitos;
A Presidência da República é um órgão composto, pois dela Executivo República; Secretários Secretários
se origina outros órgãos de menor hierarquia, dentre esses o Ministros de Estados. Estaduais. Municipais.
Ministério da Justiça, por exemplo, que também é órgão com- Deputados Fed-
posto, pois, a partir dele, tem-se novas ramificações,
ramificações, tais como o erais; Deputados
Legislativo Vereadores
Estaduais.
Departamento Penitenciário Nacional, o Departamento de Polí- Senadores.
cia Federal, entre outros . Membros do Poder
Membros do
Judiciário Poder Judiciário Não há
A partir da Presidência da República, tem-se também um Judiciário Federal.
Estadual.
órgão chamado de gabinete, e esse é considerado simples, pois Membros do Membros do
a partir dele não há novos órgãos, ou seja, não nasce nenhuma Ministério Ministério Público Ministério Público Não há
ramificação a partir do gabinete da Presidência da República. Público Federal. Estadual.
Administração Pública
D
A seguir, analisaremos as características dos princípios
I
R
E
fundamentais da administração pública que mais aparecem
I
T
Neste capítulo, o objetivo é conhecer o rol de princípios
O
nas provas de concurso público. A
fundamentais que norteiam e orientam toda a atividade admi- D
Princípio da Legalidade
M
nistrativaa do Estado, bem como toda a atuação da Administra-
nistrativ I
N
ção Pública direta e indireta.
I
O Princípio da Legalidade está previsto em dois luga-
S
T
Tais princípios são de observância obrigatória para toda a
R
res distintos na Constituição Federal. Em primeiro plano, A
T
Administração Pública, quer da União, dos Estados, do Distri- no Art. 5º, II: ning
ninguém
uém será obri
obrigado
gado a fazer ou deixa
deixarr de
I
V
to Federal, quer dos Municípios. São considerados expressos,
O
fazer alguma coisa senão em virtude de lei . O Princípio da
pois estão descritos expressamente no caput do Art. 37 da Legalidade regula a vida dos particulares e, ao particular,
Constituição Federal de 1988. é facultado fazer tudo que a lei não proíbe; é o chamado
Art. 37. A Administração Pública direta e indireta de princípio da Autonomia da Vontade. Essa regra não deve 345
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis- ser aplicada à administração pública.
Em segundo plano, o Art. 37, caput do texto Constitucio-
346 nal, determina que a Administração Pública somente pode FINS PÚBLICOS
fazer aquilo que a lei determina ou autoriza. Assim, em caso
de omissão legislativa (falta de lei), a Administração Pública
O
V
I está proibida de agir. IMPESSOALIDADE
T
A Nesse segundo caso, a lei deve ser entendida em senti-
R
T
S
I do amplo, o que significa que a administração pública deve PROIBIÇÃO DE PROMOÇÃO
N
I
M
obedecer aos mandamentos constitucionais, às leis formais e PESSOAL § 1º, ART. 37
D
A materiais (leis complementares, leis delegadas, leis ordinárias,
O
T
I
E
Medidas Provisórias) e também às normas infra legais (decre- Princípio da Moralidade
R
I tos, resoluções, portarias, entre outros), e não somente a lei O Princípio da Moralidade é um complemento ao da legali-
D
E em sentido estrito. dade, pois nem tudo que é legal é moral. Dessa forma, o Esta-
D
S do impõe a sua administração a atuação segundo a lei e tam-
E PRINCÍPIO PARA
Õ TODOS OS
bém segundo a moral administrativa. Tal princípio traz para o
Ç Art. 5º
O PARTICULARES
agente público o dever de probidade. Esse dever é sinônimo
N
de atuação com ética, decoro, honestidade e boa-fé.
O Princípio da Moralidade determina que o agente deva
LEGALIDADE
sempre trabalhar com ética e em respeito aos princípios mo-
PRINCÍPIO PARA TODA
rais da administração pública. O princípio está intimamente
Art. 37 ligado ao dever de probidade (honestidade) e sua não obser-
caput ADMINISTRAÇÃO vação acarreta a aplicação do Art. 37, §4º da CF/88 e a Lei nº
PÚBLICA
8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa); (Ver CF/88).
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importa-
Princípio da Impessoalidade rão a suspensão dos direitos políticos, a perda da fun-
O Princípio da Impessoalidade determina que todas as
ção pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarci-
mento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
ações da administração pública devem ser revestidas de fi- sem prejuízo da ação penal cabível. (Ver CF/88)
nalidade pública. Além disso, como segunda vertente, proí- O desrespeito ao Princípio da Moralidade afeta a própria
be a promoção pessoal do agente público, como determina legalidade do ato administrativo, ou seja, leva a anulação do
o Art. 37, § 1º da CF/88: ato, e ainda pode acarretar a responsabilização dos agentes
por improbidade administrativa.
Art. 37, § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, O Princípio da Moralidade não se refere ao senso comum
serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter de moral, que é formado por meio das instituições que pas-
caráter educativo, informativo ou de orientação social, sam pela vida da pessoa, tais como família, escola, igreja, entre
dela não podendo constar nomes, símbolos ou ima- outras. Para a administração pública, esse princípio refere-se
à moralidade administrativa, que está inserida no corpo das
gens que caracterizem promoção pessoal de autorida-
normas de Direito Administrativo.
des ou servidores públicos (Ver CF/88).
O Princípio da Impessoalidade é tratado sob dois prismas, Princípio da Publicidade
a saber: Esse princípio deve ser entendido como aquele que deter-
mina que os atos da Administração sejam claros quanto à sua
▷ Como determinante da finalidade de toda atuação procedência. Por esse motivo, em regra, os atos devem ser pu-
administrativa (também chamado de princípio da blicados em diário oficial e, além disso, a Administração deve
finalidade, considerado constitucional implícito, in- tornar o fato acessível (público). Tornar público é, além de
serido no princípio expresso da impessoalidade). publicar em diário oficial, apresentar os atos na Internet, pois
esse meio hoje é o que deixa todas as informações acessíveis.
▷ Como vedação a que o agente público se promova à
O Princípio da Publicidade apresenta dupla acepção em
custa das realizações da administração pública (veda- face do sistema constitucional vigente:
ção à promoção pessoal do administrador público pe- ▷ Exigência de publicação em órgão oficial como re-
los serviços, obras e outras realizações efetuadas pela quisito de eficácia dos atos administrativos que de-
administração pública). vam produzir efeitos externos e dos atos que impli-
É pelo Princípio da Impessoalidade que dizemos que o quem ônus para o patrimônio público.
agente público age em imputação à pessoa jurídica a que Essa regra não é absoluta, pois, em defesa da intimidade
e também do Estado, alguns atos públicos não precisam ser
está ligado, ou seja, pelo princípio da impessoalidade as publicados:
ações do agente público são determinadas como se o pró- Art. 5º , X, CF. São invioláveis a intimidade, a vida pri-
prio Estado estivesse agindo. vada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral de- com a Emenda Constitucional nº 19/98), e apresenta dois as-
corrente de sua violação. pectos principais:
Art. 5º, XXXIII, CF. Todos têm direito a receber dos ór- ▷ Relativamente à forma de atuação do agente públi-
gãos públicos informações de seu interesse particular, ou co, espera-se o melhor desempenho possível de suas
de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no atribuições, a fim de obter os melhores resultados.
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas ▷ Quanto ao modo de organizar, estruturar e discipli-
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da nar a Administração Pública, exigiu-se que esse seja
sociedade e do Estado. o mais racional possível, no intuito de alcançar me-
Sendo assim, o ato que tiver em seu conteúdo uma infor- lhores resultados na prestação dos serviços públicos.
mação sigilosa ou relativa à intimidade da pessoa tem que res- Art. 37 , § 8º - A autonomia gerencial, orçamentária
guardar o devido sigilo. e financeira dos órgãos e entidades da administração
▷ Exigência de transparência da atuação administra- direta e indireta poderá ser ampliada mediante contra-
tiva: to, a ser firmado entre seus administradores e o poder
Art. 5º, XXXIII, CF. Todos têm direito a receber dos órgãos
público, que tenha por objeto a fixação de metas de
públicos informações de seu interesse particular, ou de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei
dispor sobre (Ver CF/88).
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo
da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas O Princípio da Eficiência orienta a atuação da adminis-
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e tração pública de forma que essa busque o melhor custo
do Estado; (Ver CF/88). benefício no exercício de suas atividades, ou seja, os ser-
viços públicos devem ser prestados com adequação às ne-
O Princípio da Publicidade orientou o poder legislativo cessidades da sociedade que o custeia.
nacional a editar a Lei nº 12.527/2011, que regulamenta o dis-
positivo do Art. 5º, XXXIII, da CF. Dispõe sobre o acesso à infor- A atuação da Administração Pública tem que ser eficiente,
mação pública, sobre a informação sigilosa, sua classificação, o que acarreta ao agente público o dever de agir com presteza,
bem como a informação pessoal, entre outras providências. esforço, rapidez e rendimento funcional. O seu descumprimen-
to poderá acarretar a perda do seu cargo por baixa produti-
Tal dispositivo merece ser lido, pois essa lei transpassa toda a vidade apurada em procedimento da avaliação periódica de
essência do Princípio da Publicidade. desempenho, tanto antes da aquisição da estabilidade, como
Podemos inclusive afirmar que esse princípio foi materiali- também após.
zado em lei após a edição da Lei nº 12.527/2011. Veja a seguir a
redação do Art. 3º dessa Lei: Princípio da Supremacia do
Art. 3º. Os procedimentos previstos nesta Lei desti- Interesse Público sobre o Privado
nam-se a assegurar o direito fundamental de acesso à
Esse princípio é também considerado o norteador do
informação e devem ser executados em conformidade
Direito Administrativo. Ele determina que o Estado, quando
com os princípios básicos da administração pública e
trabalhando com o interesse público, se sobrepõe ao parti-
com as seguintes diretrizes: cular. Devemos lembrar que esse princípio deve ser utilizado
I. Observância da publicidade como preceito geral pelo administrador público de forma razoável e proporcional
e do sigilo como exceção; para que o ato não se transforme em arbitrário e, consequen-
II. Divulgação de informações de interesse público, temente, ilegal.
independentemente de solicitações; É o fundamento das prerrogativas do Estado, ou seja,
III. Utilização de meios de comunicação viabiliza- da relação jurídica desigual ou vertical entre o Estado e o
dos pela tecnologia da informação; particular. A exemplo, temos o poder de império do Estado
IV. Fomento ao desenvolvimento da cultura de (também chamado de poder extroverso), que se manifesta
N
O
transparência na administração pública; por meio da imposição da lei ao administrado, admitindo
Ç
Õ
até o uso da força coercitiva para o cumprimento da norma.
E
V. Desenvolvimento do controle social da adminis-
S
PUBLICIDADE
Exemplos de Incidência: I
N
Intervenção na propriedade privada;
I
S
T
Exercício do poder de polícia, limitando ou condicionan-
R
TRANSPAR- A
TORNAR ÊNCIA do o exercício de direito em prol do interesse público;
T
I
PÚBLICO
V
DO ATO Presunção de legitimidade dos atos administrativos.
O
empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, Natureza contratual.
Natureza contratual: contrato
por sua conta e risco e por prazo determinado (Art. 2º, II).
de adesão (Art. 40).
Celebração do contra-
Concessão de Serviço Público Precedida da Execução de to: pessoa jurídica ou
Celebração do contrato: pessoa jurídica
Obra Pública: a construção, total ou parcial, conservação, refor- Consórcio de empresas.
ou pessoa física.
ma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interes- Não há precariedade. Delegação a título precário.
se público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação,
na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou a consórcio Não é cabível revogação Revogabilidade unilateral do contrato
do contrato. pelo poder concedente.
de empresas que demonstre capacidade para a sua realização,
por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessio-
nária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do
Autorização de Serviço Público
serviço ou da obra por prazo determinado (Art. 2º, III). Autorização de serviço público é o ato discricionário, me-
Permissão de Serviço Público: a delegação, a título pre- diante o qual o Poder Público delega ao particular, a título
cário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, precário, a prestação de serviço público que não exija alto in-
feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que vestimento de capital ou alto grau de especialização técnica.
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta Características do termo de autorização
e risco (Art. 2º, IV). ▷ Tem natureza precária/discricionária:
» É discricionária a autorização.
Características Comuns das
» Pode ser revogada unilateralmente pela Admi-
Concessões e Permissões nistração Pública por razões de conveniência e
▷ São delegações de prestação de serviço público; oportunidade.
▷ Transferem somente a execução do serviço público, fi- ▷ Em regra, não tem prazo determinado.
cando a titularidade com o poder público concedente; ▷ A revogação não acarreta direito à indenização.
▷ A prestação do serviço é por conta e risco do par- Exceção: nos casos de autorização por prazo certo, ou seja,
ticular; com tempo determinado no ato de autorização, a revogação
▷ O poder concedente fiscaliza a prestação feita pelo antes do término do prazo pode ensejar ao particular o direito
particular em decorrência do exercício do poder dis- à indenização.
ciplinar; Cabimento da autorização de serviços públicos
▷ O particular tem o dever de prestar um serviço pú- ▷ Casos em que o serviço seja prestado a um grupo
blico adequado: restrito de usuários, sendo o seu beneficiário exclu-
» Descumprimento. sivo ou principal o próprio particular autorizado.
» Intervenção. Ex.: Exploração de serviços de telecomunicação em re-
» Aplicação de penalidade administrativa. gime privado, que é autorizada a prestação por usuário
» Extinção por caducidade. restrito que é o seu único beneficiário: operador privado
▷ Duração por prazo determinado, podendo o contra- de rádioamador.
to prever sua prorrogação, estipulando as condições; ▷ Situações de emergência, transitórias e eventuais.
Diferença entre autorização de serviços públicos e a autori- Da mesma forma, essa lei também é aplicada para:
zação do poder de polícia ▷ Órgãos da Administração Pública Direita;
▷ Administração Pública Indireta (autarquias, fun-
Autorização de Serviço Público Autorização do poder de Polícia dações públicas, empresas públicas, sociedades de
economia mista);
Concede ao particular o ▷ Fundos Especiais;
Concede ao particular o exercício
exercício de atividade cuja
titularidade é exclusiva do
de atividades regidas pelo direito ▷ Entidades Controladas (direta ou indiretamente
privado, livre à iniciativa privada. pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios).
poder público.
Características comuns entre Concessão, Autorização e A parceria público-privada é um Contrato administrativo
Permissão de Serviços Públicos de concessão, podendo adotar duas modalidades:
São formas de delegação da prestação de serviços públicos. Concessão Patrocinada
▷ Transferem somente a execução da atividade e não É a concessão de serviços públicos ou de obras públicas
a sua titularidade. de que trata a Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando
As delegações de serviço público são fiscalizadas em de- envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contra-
corrência do Poder Disciplinar da Administração Pública. prestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.
As concessões patrocinadas regem-se Lei nº 11.079/2004,
Diferenças entre Concessão, Permissão aplicando subsidiariamente o disposto na Lei nº 8.987, de 13 de
fevereiro de 1995, e nas leis que lhe são correlatas.
e Autorização de Serviços Públicos
Concessão Administrativa
Concessão Permissão Autorização É o contrato de prestação de serviços de que a Administra-
Sempre licitação, todavia, ção Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva
Sempre licitação execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.
admite outras modal-
na modalidade Não há licitação.
idades e não somente As concessões administrativas regem-se pela Lei nº
concorrência.
concorrência. 11.079/2004, aplicado adicionalmente o disposto nos Arts. 21,
Natureza contratual: 23, 25 e 27 a 39 da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e
Natureza contratual. contrato de adesão Ato administrativo. Art. 31 da Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995.
(Art. 40).
Concessão Patrocinada contraprestação paga pela
Concessão da
Celebração do Autorização pode Administração + tarifa paga pelo usuário.
Celebração do contrato: Concessão Administrativa contraprestação paga
contrato: pessoa ser feita para pes-
pessoa jurídica ou pessoa
jurídica ou consórcio soa física, jurídica pela Administração.
física.
de empresas. ou consórcio de
A concessão comum não constitui parceria público-pri-
empresas.
vada – assim entendida a concessão de serviços públicos ou
Não há precarie- Delegação a título Ato administrativo
de obras públicas de que trata a Lei nº 8.987/1995, quando
dade. precário. precário.
não envolver contraprestação pecuniária do parceiro pú-
Revogabilidade unilateral Revogável unilat- blico ao parceiro privado. Os contratos administrativos de
Não é cabível revo-
do contrato pelo poder eralmente pelo
gação do contrato.
concedente. Poder Concedente.
concessão comum continuam sendo regidos exclusivamen-
te pela Lei nº 8.987/1995 demais legislação correlata .
Os contratos administrativos que não caracterizem con-
Parcerias Público-Privadas
N
O
cessão comum, patrocinada ou administrativa continuam re- Ç
Õ
A Parceria Público-Privada (PPP), cujas normas gerais en- gidos exclusivamente pela Lei nº 8.666/1993 e pelas leis que E
S
contram-se traçadas na Lei nº 11.079/2004, é um contrato de lhe são correlatas. D
E
prestação de obras ou serviços com valor não inferior a R$ 20 É vedada a celebração de contrato de parceria público- D
I
-privada:
R
milhões firmado entre empresa privada e o governo federal, E
I
Cujo valor do contrato seja inferior a R$
T
estadual ou municipal, com duração mínima de cinco e no má- ▷
O
de disputas, inclusive a arbitragem, a ser realizada no III. Inabilitado o licitante melhor classificado, serão
Brasil e em língua portuguesa, nos termos da Lei nº analisados os documentos habilitatórios do licitan-
9.307,, de 23 de setembro de 1996, para dirimir confli-
9.307 te com a proposta classificada em 2o (segundo) lu-
tos decorrentes ou relacionados ao contrato. gar, e assim, sucessivamente, até que um licitante
O edital deverá especificar, quando houver, as garantias classificado atenda às condições fixadas no edital;
da contraprestação do parceiro público a serem concedidas ao IV. Proclamado o resultado final do certame, o
privado. objeto será adjudicado ao vencedor nas condições
Art. 12. O certame para a contratação de parcerias pú- técnicas e econômicas por ele ofertadas.
blico-privadas obedecerá ao procedimento previsto na Disposições Aplicáveis à União
legislação vigente sobre licitações e contratos adminis-
trativos e também ao seguinte: Apesar de traçar normas gerais aplicáveis no âmbito
I. O julgamento poderá ser precedido de etapa de Federal, Estadual, Distrital e Municipal, a Lei 11.079/2004
qualificação de propostas técnicas, desclassifican- traz algumas regras específicas para a União.
do-se os licitantes que não alcançarem a pontua- Órgão Gestor de Parcerias Público-privadas Federais
ção mínima, os quais não participarão das etapas Será instituído por decreto
decreto e e com competência
competência para:
para:
seguintes; ▷ Definir os serviços prioritários para execução no regime
II. O julgamento poderá adotar como critérios, de parceria público-privada.
além dos previstos nos incisos I e V do Art. 15 da Lei ▷ Disciplinar os procedimentos para celebração desses
nº 8.987,
8.987, de 13 de fevereiro de 1995, os seguintes: contratos.
a) menor valor da contraprestação a ser paga ▷ Autorizar a abertura da licitação e aprovar seu edital.
pela Administração Pública; ▷ Apreciar os relatórios de execução dos contratos.
b) melhor proposta em razão da combinação do Esse órgão será composto por indicação nominal de um
critério da alínea a com o de melhor técnica, de representante titular e respectivo suplente de cada um dos
acordo com os pesos estabelecidos no edital; seguintes órgãos:
III. O edital definirá a forma de apresentação das ▷ Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, ao
propostas econômicas, admitindo-se: qual cumprirá a tarefa de coordenação das respecti-
a) propostas escritas em envelopes lacrados; ou vas atividades.
b) propostas escritas, seguidas de lances em ▷ Ministério da Fazenda.
viva voz; ▷ Casa Civil da Presidência da República.
IV. O edital poderá prever a possibilidade de sa- Das reuniões desse órgão para examinar projetos de par-
neamento de falhas, de complementação de insufi- ceria público-privada participará um representante do órgão
ciências ou ainda de correções de caráter formal no da Administração Pública direta cuja área de competência seja
curso do procedimento, desde que o licitante possa pertinente ao objeto do contrato em análise.
Para deliberação do órgão gestor sobre a contratação de O FGP responderá por suas obrigações com os bens e
parceria público-privada, o expediente deverá estar instruído direitos integrantes de seu patrimônio, não respondendo os
com pronunciamento prévio e fundamentado: cotistas por qualquer obrigação do Fundo, salvo pela integra-
▷ Do Ministério do Planejamento, Orçamento e Ges- lização das cotas que subscreverem.
tão, sobre o mérito do projeto. A integralização com bens acima referido será feita inde-
▷ Do Ministério da Fazenda, quanto à viabilidade da pendentemente de licitação, mediante prévia avaliação e au-
concessão da garantia e à sua forma, relativamen- torização específica do Presidente da República, por proposta
te aos riscos para o Tesouro Nacional e ao cum- do Ministro da Fazenda.
primento do limite de que trata o Art. 22 da Lei nº O aporte de bens de uso especial ou de uso comum no FGP
11.079/2004. será condicionado a sua desafetação de forma individualizada.
Para o desempenho de suas funções, o órgão gestor de A capitalização do FGP, quando realizada por meio de re-
parcerias público-privadas federais poderá criar estrutura de cursos orçamentários, dar-se-á por ação orçamentária especí-
fica para essa finalidade, no âmbito de Encargos Financeiros
apoio técnico com a presença de representantes de institui- da União.
ções públicas.
O FGP será criado, administrado, gerido e representado
O órgão gestor de parcerias público-privadas federais judicial e extrajudicialmente
extrajudicialmente por instituição financeira contro-
remeterá ao Congresso Nacional e ao Tribunal de Contas da lada, direta ou indiretam
indiretamente,
ente, pela União, com observância das
União, com periodicidade anual, relatórios de desempenho normas a que se refere o inciso XXII do Art. 4º da Lei nº 4.595,
dos contratos de parceria público-privada (esse relatórios, de 31 de dezembro de 1964.
salvo informações classificadas como sigilosas, serão dispo- O estatuto e o regulamento do FGP serão aprovados em
nibilizados ao público, por meio de rede pública de transmis- assembleia dos cotistas. A representação da União na referida
são de dados). assembleia dar-se-á na forma do inciso V do Art. 10 do Decre-
Compete aos Ministérios e às Agências Reguladoras,
Reguladoras , nas to-Lei nº 147, de 3 de fevereiro de 1967.
suas respectivas áreas de competência, submeter o edital de Caberá à instituição financeira deliberar sobre a gestão e
alienação dos bens e direitos do FGP, zelando pela manuten-
licitação ao órgão gestor, proceder à licitação, acompanhar e
ção de sua rentabilidade e liquidez.
fiscalizar os contrato
contratoss de parceria público-privada.
público-privada.
O estatuto e o regulamento do FGP devem deliberar sobre
Os Ministérios e Agências Reguladoras encaminharão a política de concessão de garantias, inclusive no que se refere
ao órgão gestor de parcerias público-privadas federais, com à relação entre ativos e passivos do Fundo.
periodicidade semestral,
semestral , relatórios circunstanciados acerca A garantia será prestada na forma aprovada pela assem-
da execução dos contratos de parceria público-privada, na bleia dos cotistas, nas seguintes modalidades:
forma definida em regulamento. ▷ Fiança, sem benefício de ordem para o fiador.
Ficam a União, seus fundos especiais, suas autarquias, ▷ Penhor de bens móveis ou de direitos integrantes do
suas fundações públicas e suas empresas estatais depen- patrimônio do FGP,
FGP, sem transferênci
transferênciaa da posse da coi-
dentes autorizadas a participar, no limite global de R$ sa empenhada antes da execução da garantia.
6.000.000.000,00 (seis bilhões de reais), reais), em Fundo Ga- Hipoteca de bens imóveis do patrimônio do FGP.
▷
rantidor de Parcerias Público-Privadas (FGP) que terá por ▷ Alienação fiduciária, permanecendo a posse direta dos
finalidade prestar garantia de pagamento de obrigações bens com o FGP ou com agente fiduciário por ele con-
pecuniárias assumidas pelos parceiros públicos federais, dis- tratado antes da execução da garantia.
tritais, estaduais ou municipais em virtude das parcerias de ▷ Outros contratos que produzam efeito de garantia, N
que trata a Lei nº 11.079/2004. desde que não transfiram a titularidade ou posse O
Ç
O FGP terá natureza privada e patrimônio próprio separa- direta dos bens ao parceiro privado antes da exe- Õ
E
cução da garantia.
S
do do patrimônio dos cotistas, e será sujeito a direitos e obri- D
da União;
O
Revogação do ato discric
discricionário
ionário legal inconveniente
Ç
Õ
IV. Apoiar o controle externo no exercício de sua e inoportuno.
E
S
missão institucional. Cassação do ato pelo descumprimento dos requisi-
D
E
§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem tos que são exigidos para a sua manutenção.
D
representação, a denúncia, o recurso, o pedido de reconside- Controle Exercido pelo Congresso Nacional Õ
E
S
ração, a revisão, dentre outros meios. A competência exclusiva do Congresso Nacional vem des- D
O meio utilizado pela Administração Pública para proces- crita no Art. 40 da Constituição Federal:
E
D
sar o pedido do interessado é o processo administrativo, que, V. Sustar os atos normativos do Poder Executivo
I
R
E
na esfera federal, é regulado pela Lei nº 9.784/99. que exorbitem do poder regulamentar ou dos limi-
I
T
O
tes de delegação legislativa;
Controle Legislativo
A
D
Tal situação acontece quando, no exercício do poder regu- M
É a fiscalização realizada pelo Poder Legislativo, na sua lamentar,, o presidente da república edite um decreto para com-
lamentar
I
N
I
função típica de fiscalizar, na atuação da Administr
Administração
ação Públi- plementar determinada lei e, nesse decreto, ele venha a inovar o
S
T
R
ca dos três poderes. ordenamento jurídico, ultrapassando os limites da lei. Todavia, a A
T
Quando exercido na atuação administrativa dos outros sustação do ato normativo pelo Congresso Nacional não invalida
I
V
O
poderes, é espécie de controle externo; quando realizado na todo o decreto mas somente o trecho dele que esteja exorbitan-
Administração Pública do próprio poder legislativo, é espécie do do exer
exercício
cício do poder regulamentar.
de controle interno. IX. Julgar anualmente as contas prestadas pelo
Presidente da República e apreciar os relatórios 375
11 ALEXANDRINO, Marcelo & PAULO Vicente. Direito Administrativo Descomplica-
do. 19ª edição. São Paulo - 2011. sobre a execução dos planos de governo;
governo;
X. Fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qual- XI. Avaliar periodicamente a funcionalidade do Sis-
376 quer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, tema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus
incluídos os da administração indireta; componentes, e o desempenho das administrações
tributárias da União, dos Estados e do Distrito Fe-
Controle Exercido Privativamen- deral e dos Municípios.
O
V
I te pelo Senado Federal
T
A As competências privativas do Senado Federal vêm descri- Controle Exercido
Exercido pela Câmara dos Deputados
R
T
S tas no Art. 52 da Constituição Federal, dentre essas, algumas A competência da Câmara dos Deputados vem descrita
I
N
I se referem ao exercício de atividades de controle: no Art. 51 da Constituição Federal, e nesse momento ana-
M
D I. Processar e julgar o Presidente e o Vice-Presiden- lisaremos as competências relativas à área de controle da
A te da República nos crimes de responsabilidade,
O
administração:
T
I bem como os Ministros de Estado e os Comandan- Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
E
R
I tes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos I. Auto
Autoriza
rizar,r, por
p or doi
doiss terços de seus mem
membros,
bros, a
D crimes da mesma natureza conexos com aqueles;
E instauração de processo contra o Presidente e o
D II. Processar e julgar os Ministros do Supremo Tri-
S Vice-Presidente da República e os Ministros de
E
Õ
bunal Federal, os membros do Conselho Nacional Estado;
Ç de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Pú-
O II. Proceder à tomada de contas do Presidente da
N blico, o Procurador-Geral da República e o Advoga-
República, quando não apresentadas ao Congresso
do-Geral da União nos crimes de responsabilidade;
Nacional dentro de sessenta dias após a abertura
Nesses dois primeiros casos, o julgamento será presidi-
da sessão legislativa;
do pelo presidente do STF, limitando-se este à condenação,
Fiscalização Contábil, Financeira e Orça-
que somente será proferida por dois terços dos votos do
Senado Federal. mentária na Constituição Federal
III. Aprovar previamente,
previamente, por voto
voto secreto, após ar- Também chamado de controle financeiro, em sentido am-
guição pública, a escolha de: plo, vem descrito no Art. 70 da CF, que traz as seguintes regras:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta CF. A fiscalização contábil, financeira, orçamentá-
Art.. 70, CF.
Art
Constituição; ria, operacional e patrimonial da União e das entidades
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indi- da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
cados pelo Presidente da República; legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
c) Governador de Território; renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacio-
d) Presidente e diretores do Banco
B anco Central; nal, mediante controle externo, e pelo sistema de controle
e) Procurador-Geral da República; interno de cada Poder.
f) titulares de outros cargos que a lei deter- Como podemos observar, segundo os ditames do Art. 70
minar. da Constituição Federal, a fiscalização contábil, financeira e
IV. Aprovar previamente,
previamente, por voto
voto secreto, após ar- orçamentária é realizada tanto por meio de controle interno
guição em sessão secreta, a escolha dos chefes de como de externo.
missão diplomática de caráter permanente; Áreas alcançadas pelo controle financeiro (amplo):
V. Aut
Autoriz
orizar
ar oper
operaçõ
ações
es ex
exter
ternas
nas de natnature
ureza
za fina
finan-
n- Contábil:: controla o cumprimento das formalidades no re-
Contábil
ceira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito gistro de receitas e despesas.
Federal, dos Territórios e dos Municípios; Financeira:: controla a entrada e a saída de capital, sua des-
Financeira
VI. Fixar, por proposta do Presidente da República, tinação.
limites globais para o montante da dívida consoli- Orçamentária:: fiscaliza e acompanha a execução do orça-
Orçamentária
dada da União, dos Estados, do Distrito Federal e mento anual, plurianual.
dos Municípios; Operacional:: controla a atuação administrativa, obser-
Operacional
VII. Dispor sobre limites globais e condições para as vando se estão sendo respeitadas as diretrizes legais que
operações de crédito externo e interno da União, orientam a atuação da Administração Pública, bem como
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, avaliando aspectos de eficiência e economicidade.
de suas autarquias e demais entidades
en tidades controladas
Patrimonial:: controle do patrimônio público, seja ele mó-
Patrimonial
pelo Poder Público Federal;
vel ou imóvel.
VIII. dispor sobre limites e condições para a conces-
são de garantia da União em operações de crédito
Aspectos Controlados:
externo e interno; As áreas alcançadas pelo controle financeiro
financeiro (sentido am-
IX. Estabelecer limites globais e condições para o
plo) abrangem os seguintes aspectos:
montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Legalidade:: atuação conforme a lei.
Legalidade
Federal e dos Municípios; Legitimidade:: atuação conforme os princípios orientado-
Legitimidade
X. Aprovar, por maioria
maior ia absoluta
absol uta e por
po r voto secre- res da atuação da Administração Pública.
to, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral O controle financeiro realizado pelo Congresso Nacional
da República antes do término de seu mandato; não analisa aspectos de mérito.
Para que o controle financeiro seja eficiente, é necessária V. Fiscalizar as contas nacionais das empresas
a prestação de contas por parte das pessoas físicas ou jurídi- supranacionais de cujo capital social a União par-
cas que, de qualquer forma, administrem dinheiro ou direito ticipe, de forma direta ou indireta, nos termos do
patrimonial público; tal regra vem descrita no parágrafo único tratado constitutivo;
do Art. 70: VI. Fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repas-
Art. 70, Parágrafo único. Prestará contas qualquer pes-
Parágrafo sados
sad os pela Uniã
Uniãoo medi
mediant
antee con
convên
vênio,
io, acordo,
acordo, ajuste
ajuste
soa física ou jurídica, pública ou privada,
privada, que utilize, ar- ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Dis-
recade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens trito Federal ou a Município;
e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou VII. Prestar as informações solicitadas pelo Con-
que, em nome desta, assuma obrigações de natureza gressoo Nacional,
gress Nacional, por qualquer
qualquer de suas
suas Casas,
Casas, ou por
pecuniária. qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscali-
zação contá
contábil,
bil, finance
financeira,
ira, orçame
orçamentária,
ntária, opera
operacional
cional
Controle Exercido pelos Tribunais de Contas e patrimonial e sobre resultados de auditorias e ins-
Os Tribunais de Contas são órgãos de controle vinculados peções realiza
realizadas;
das;
ao Poder Legislativo. A finalidade que possuem é auxiliar na VIII. Aplicar aos responsáveis, em caso de ilegali-
função de exercer o controle externo da Administração Públi- dade de despesa ou irregularidade de contas, as
ca. sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre
Apesar da expressão órgãos auxiliares, os tribunais de con- outras cominações, multa proporcional ao dano
tas não se submetem ao poder legislativo, ou seja, não existe causado ao erário;
hierarquia nem subordinação entre os tribunais de contas e o IX. Assinar prazo para que o órgão ou entidade
poder legislativ
legislativo.
o. adote as providências necessárias ao exato cum-
A Constituição Federal, no Art. 71, estabelece as competên- primento da lei, se verificada ilegalidade;
X. Sustar, se não atendido, a execução do ato im- im -
cias do Tribunal de Contas da União (TCU), e, pelo princípio da
simetria, os tribunais de contas estaduais e municipais detêm pugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
Deputados e ao Senado Federal;
as mesmas competências nas suas esferas de fiscalização, não
XI. Representar ao Poder competente sobre irregu-
sendo permitidas às Constituições Estaduais e às leis orgânicas
laridades ou abusos apurados.
municipais criar novas hipóteses de controle. Veja
Veja as competên-
§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adota-
cias dos Tribunais de Contas a seguir.
do diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará,
• Hipóteses de Controle: de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Na- § 2º - Se o Congresso
Congresso Nacional ou o Poder Exec Executivo,
utivo, no
cional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Con- prazo de noventa
noventa dias, não efetivar
efetivar as medidas
medidas prev
previstas
istas
tas da União, ao qual compete: no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
I. Apreciar as contas prestadas anualmente pelo § 3º - As decisões do Tribunal de que resulte
resulte imputação
Presidente da República, mediante parecer prévio de débito ou multa terão eficácia de título executivo.
que deverá ser elaborado em sessenta dias a con- § 4º - O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional,
tar de seu recebimento; trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.
II. Julgar as contas dos administradores e demais
• Pontos relevantes:
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos
A partir dessas regras, analisaremos alguns aspectos rele-
da administração direta e indireta, incluídas as fun-
dações e sociedades instituídas e mantidas pelo Po- vantes referentes ao controle da Administração Pública quan-
do feito pelos tribunais de contas, nas suas respectivas áreas
der Público federal, e as contas daqueles que derem
de competência
competências: s:
causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que N
resulte prejuízo ao erário público; Apreciação e julgamento das contas públicas O
Ç
O TCU tem a competência de apreciar e julgar as contas
Õ
III. Apreciar, para fins de registro, a legalidade dos
E
dos administradores públicos.
S
atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na D
C ontas
ontas do Presidente da República são somente apre-
E
administração direta e indireta, incluídas as fun- D
dações instituídas e mantidas pelo Poder Público, ciadas mediante parecer prévio do tribunal de contas, a
I
R
E
excetuadas
excet uadas as nomeações
nom eações para cargo de provimen- competência para julgá-las é do Congresso Nacional. I
T
O
to em comissão, bem como a das concessões de O julgamento das contas feito pelo TCU não depende de A
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas homologação ou parecer do Poder Legislativ
Legislativo,
o, pois, lembran-
D
M
as melhorias posteriores que não alterem o funda- do, os Tribunais de Contas não são subordinados ao Poder
I
N
I
mento legal do ato concessório; Legislativo.
S
T
R
IV. Realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Julgamento das Contas do Próprio Tribunal de Contas A
T
Deputados, do Senado Federal, de Comissão técni- Como a Constituição Federal não se preocupou em estabe-
I
V
O
ca ou de inquérito, inspeções e auditorias de natu- lecer quem é que detém a competência para julgar as contas
reza contábil, financeira, orçamentária, operacional dos Tribunais de Contas, o STF entendeu que podem as Cons-
e patrimonial, nas unidades administrativas dos tituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais submeterem as
Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e de- contas dos Tribunais de Contas a julgamentos das suas respec- 377
mais entidades referidas no inciso II; tivas casas legislativ
legislativas.
as.
378
Controle dos Atos Administrativos
O TCU tem o poder de sustar a execução do ato e, nesse
11. Responsabilidade Civil do Estado
caso, deve dar ciência dessa decisão à Câmara dos Deputados A responsabilidade civil consubstancia-se na obrigação de
e ao Senado Federal. indenizar um dano patrimonial decorrente de um fato lesivo
O
V Vinculante nº 3. Nos processos perante ao Tribu-
Súmula Vinculante voluntário. É modalidade de obrigação extracontratual e,
I
T
A
nal de Contas da União, asseguram-se o contraditório e para que ocorra, são necessários alguns elementos previs-
R a ampla defesa quando da decisão puder resultar anu- tos no Art. 37, § 6º, da Constituição Federal:
T
S
I
N lação ou revogação de ato administrativo que beneficie §6º - As pessoas jurídicas de direito público e as pessoas
I
M o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do jurídicas de direito
jurídicas direito priva
privado
do prestador
prestadoras
as de serviç
serviçoo públi-
D
A ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e co responderão pelos danos seus agentes, nessa quali-
O
T pensão. dade, causarem a terceiros, assegurado o direito de re-
I
E
R Controle dos Contratos Administrativos gresso contr
contraa o responsá
responsável
vel nos casos de
de dolo ou culpa.
I
D
E
D
Regra: o TCU não pode sustar os contratos administrativos,
administrativos,
pois tal competência é do Congresso Nacional, que deve soli-
Teoria do Risco Administrativo
S É a responsabilidade objetiva do Estado, que paga o terceiro
E citar de imediato ao Poder Executivo a adoção das medidas
Õ
Ç cabíveis. lesado, desde que ocorra o dano por ação praticada pelo agente
O
N
Exceção : caso o Congresso Nacional ou o Poder Executivo público, mesmo o agente não agindo com dolo ou culpa.
Executivo
não tomem as medidas necessárias para a sustação do con- Enquanto para a Administração a responsabilidade inde-
trato em 90 dias, o TCU terá competência para efetuar a sua pende da culpa, para o servidor, ela depende: aquela é objetiva,
esta é subjetiva e se apura pelos critérios gerais do Código Civil.
sustação.
Declaração de inconstitucionalidade das Leis Requisitos
Segundo o STF, os tribunais de contas, no exercício de suas O fato lesivo causado pelo agente em decorrência de culpa
competências, podem declarar uma norma inconstitucional e
em sentido amplo, a qual abrange o dolo (intenção), e a culpa
afastar a sua aplicação nos processos de sua apreciação. Toda-
Toda- em sentido estrito, que engloba a negligência, a imprudência
via, tal declaração de inconstitucio
inconstitucionalidade
nalidade deve ser feita pela e a imperícia.
maioria absoluta dos membros dos tribunais de contas. A ocorrência de um dano patrimonial ou moral.
Súmula 347, STF. O Tribunal de Contas, no exercício de
347, STF. O nexo de causalidade entre o dano havido e o compor-
suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade tamento do agente, o que significa ser necessário que o dano
das leis e dos atos do poder público. efetivamente
efetiva mente haja decorrido diretamente, da ação ou omissão
Controle Judiciário indevida do agente.
As Pessoas Jurídicas de Direito Privado
Privado prestadoras de ser-
É um controle de legalidade (nunca de mérito) realizado viço público estão também sob a responsabilidade na modali-
pelo poder judiciário, na sua função típica de julgar, nos atos dade risco administrativo.
praticados pelas Administração Pública de qualquer poder. Situações de quebra do nexo causal da Administração Pú-
Esse controle por abranger somente aspectos de legalida- blica (Rompimento do Nexo Causal).
de, fica restrito à possibilidade de anulação dos atos adminis-
Caso I
trativoss ilegais, não podendo o poder judiciário realizar o con-
trativo
trole de mérito dos atos administrativos e, em consequência, Culpa exclusiva de terceiros ou da vítima.
não podendo revogar os atos administrativos praticados pela Ex.: Marco, Agente Federal, dirigindo regularmente via-
Administração
Administr ação Pública. tura oficial em escolta, atropela Sérgio, um suicida. Nes-
O controle judiciário somente será exercido por meio da pro- sa situação, a Administração Pública não está obrigada
a indenizar, pois o prejuízo foi causado exclusivamente
vocação do interessado, não podendo o poder judiciário apre-
pela vítima.
ciar um ato administrativo de ofício, em decorrência do atributo
da presunção de legitimidade dos atos administrativos. Caso II
É importante lembrar que a própria Administração Pública Caso fortuito, evento da natureza imprevisível e inevitável.
faz o controle de legalidade da sua própria atuação, todavia as Ex.: A PRF apreend
apreendee um veículo em depósito.
depósito. No local,
local, cai
cai
decisões administrativas não fazem coisa julgada. Assim sen- um raio e destrói por completo o veículo apreendido. Nessa
situação,
situação, a Administração
Administração não estará
estará obrigada
obrigada a indenizar
do, a decisão administrativa pode ser reformada pelo poder
o prejuízo sofrido, uma vez que não ocorreu culpa.
judiciário, pois somente as decisões desse poder é que tem o
efeito de coisa julgada. Caso III
Motivo de força maior, evento humano imprevisível e ine-
Os meios para provocar a atuação do poder judiciário são
vitável.
vários, dentre eles, encontram
encontramos:
os:
Ex.: A PRF apreend
apreendee um veículo
veículo em depósito.
depósito. Uma
Uma mani-
▷ Mandado de Segurança. festação popular intensa invade-o e depreda todo o veículo,
▷ Ação Popular. inutilizando-o. Nessa situação, a Administração não estará
▷ Ação Civil Pública. obrigada a indenizar o prejuízo sofrido, uma vez que não
▷ Dentre outros. ocorreu culpa.
Estão incluídas todas as pessoas jurídicas de Direito ▷ Depende de ajuizamento de ação de reparação de
Público, ou seja, a Administração Direta, as autarquias e as danos.
fundações públicas de direito público, independentemente Leis de Efeitos Concretos
de suas atividades.
Responsabilidade Civil Decorrente
Teoria da Culpa Administrativa de Atos Jurisdicionais
Segundo a Teoria da Culpa Administrativa, também co-
nhecida como Teoria da Culpa Anônima ou Falta de Serviço, Regra: irresponsabilidade do Estado.
o dever do Estado de indenizar o dano sofrido pelo particular Exceção:
somente existe caso seja comprovada a existência de falta de
serviço. É possível ainda ocorrer a responsabilização do Estado Erro judiciário – Esfera Penal, ou seja, erro do judiciário
aos danos causados por fenômenos da natureza quando ficar que acarretou na prisão de um inocente ou na manutenção do
comprovado que o Estado concorreu de alguma maneira para preso no cárcere por tempo superior ao prolatado na sentença,
que se produzisse o evento danoso, seja por dolo ou culpa. Art. 5º, LXXV, da CF. Segundo o STF, essa responsabilidade não
Nessa situação, vigora
vigora a responsabilidade
responsabilidade subjetiva, pois
pois te- alcança outras esferas.
mos a condição de ter ocorrido com dolo ou culpa. A culpa Caso seja aplicada uma prisão cautelar a um acusado cri-
administrativa
administrati va pode decorrer de uma das três formas possíveis minal e ele venha a ser absolvido, o Estado não responderá
de falta do serviço: pelo erro judiciário, pois se entende que a aplicação da medida
▷ Inexistência
Inexistência do serviço.
não constitui erro do judiciário, mas sim, uma medida cautelar
▷ Mau funcionamento do serviço.
s erviço.
pertinente ao processo.
▷ Retardamento
Retardame nto do serviço.
Cabe sempre ao particular prejudicado pela falta com-
provar sua ocorrência para fazer justa indenização.
Ação de Reparação de Danos
Para os casos de omissão, a regra geral é a responsabi- Administração Pública X Particular:
lidade subjetiva. No entanto, há casos em que mesmo na Pode ser amigável ou judicial.
omissão a responsabilidade do Estado será objetiva como, ▷ Não pode ser intentada contra
contra o agente público cuja
por exemplo, no caso de atendimento hospitalar deficiente ação acarretou o dano.
e de pessoas sob a custódia do Estado, ou seja, o preso, Ônus da Prova:
P rova:
pois, nesse caso, o Estado tem o dever de assegurar inte- Particular: nexo de causalidade direto e imediato entre o
gridade física e mental do custodiado.
fato lesivo e o dano.
Teoria do Risco Integral Administração Pública:
A Teoria do Risco Integral representa uma exacerbação da ▷ Culpa exclusiva da vítima.
responsabilidade civil da Administração.
Administração. Segundo essa teoria, ▷ Força Maior.
basta a existência de evento danoso e do nexo causal para que ▷ Culpa concorrente da vítima.
surja a obrigação de indenizar para a administração, mesmo Valor da Indenização destina-se à cobertura das seguin-
que o dano decorra de culpa exclusiva do particular.
tes despesas:
Alguns autores consideram
consideram essa teoria para o caso de aci- ▷ O que a vítima perdeu;
dente nuclear.
▷ O que a vítima gastou (advogados);
Danos Decorrentes de Obras Públicas ▷ O que a vítima deixou de ganhar.
Em caso de morte:
N
Só Fato da Obra: sem
Obra: sem qualquer irregularidade na sua exe-
O
Sepultamento;
Ç
▷
cução.
Õ
E
▷ Pensão alimentícia para os dependentes com base S
Responsabilidade Civil Objetiva
Objetiva da
da Administração Públi- na expectativa de vida da vítima.
D
E
ca ou particular (tanto faz quem execute a obra). D
Prescrição: I
Má Execução da Obra
R
E
Art. 1º da Lei nº 9.494/97: 5 anos.
I
Administração Pública: Responsabilidade
Pública: Responsabilidade Civil Objeti-
T
▷
O
va, com direito de ação regressiva. Tal prazo aplica-se inclusive às delegatárias de serviço pú- A
D
blico.
M
▷ Particular: Responsabilidade
Particular: Responsabilidade Civil Subjetiva. I
N
Ação Regressiva
I
requerimento
requerime nto ou outros documentos. Segue o teor dos artigos:
Ç
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ma que melhor garanta o atendimento do fim pú- E
Art. 5º. O processo administrativo pode iniciar-se de
S
blico a que se dirige, vedada aplicação retroativa de D
Direitos e Deveres dos Administrados em que for admitida solicitação oral, deve ser formulado
E
I
T
por escr
escrito
ito e conter
conter os segui
seguinte
ntess dados:
dados:
O
O Art. 3º da Lei nº 9.784/99 trata de uma lista exemplifica- I. Órgão ou autoridade administrativa a que se di-
A
D
tiva de direitos dos administrados para com a Administração
M
rige; I
N
Pública. É muito importante frisar o inciso IV que discorre so- II. Identificação do interessado ou de quem o re-
I
S
T
bre a presença do advogado no processo administrativo.
administrativo. presente;
R
A
Art. 3º. O administrado tem os seguintes direitos pe-
T
III. Domicílio do requerente ou local para recebi- I
V
rante à Administração, sem prejuízo de outros que lhe mento de comunicações;
O
A lei possui muitos prazos, dessa forma, sintetizaremos, Art. 49. Concluída a instrução de processo adminis-
em um único tópico, todos eles para melhor entendimento e, trativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias
consequentemente, para acertar as questões nas provas de para decidir, salvo prorrogação por igual período ex- 383
concursos públicos: pressamente motivada.
Prazo para Reconsiderar Prazo de recon-
5 dias
384 Quantidade de dias: cinco dias. siderar
Art. 56, § 1º - O recurso será dirigido à autoridade que Recurso Admin- Se não existir disposição legal
10 dias
proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no pra- istrativo específica, o prazo será de 10 dias.
O zo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.
V
I Se a lei não fixar prazo diferente, o
T
A Recurso Administrativo Prazo de decidir
30 dias
prazo será de 30 dias;
R
T Quantidade de dias: 10 dias. RA O prazo total pode ser de até 60
S
I
N
dias, ante justificativa explícita.
I Observação:
M Alegações Finais 5 dias úteis
D
A
▷ Se não existir disposição legal específica, o prazo
O será de 10 dias. Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do
T
I
E Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos
R
I o prazo para interposição de recurso administrativo, administrados que dele participem devem ser pratica-
D
E contado a partir da ciência ou divulgação oficial da de- dos no prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior.
D Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode
S cisão recorrida.
E ser dilatado até o dobro, mediante comprovada justi-
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Ç Prazo de Decidir Recurso Administrativo ficação.
O
N Quantidade de dias: 30 dias. Art. 26 , § 2º - A intimação observará a antecedência
Observações: mínima de três dias úteis quanto à data de compare-
Se a lei não fixar prazo diferente, o prazo será de 30 dias. cimento.
▷
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou
▷ O prazo total pode ser até de 60 dias, se houver jus-
diligência ordenada, com antecedência mínima de três
tificativa explícita.
dias úteis, mencionando-se data, hora e local de rea-
Art. 59, § 1º - Quando a lei não fixar prazo diferente, lização.
o recurso administrativo deverá ser decidido no prazo Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um
máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos au- órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo
tos pelo órgão competente. máximo de quinze dias, salvo norma especial ou com-
§ 2º - O prazo mencionado no parágrafo anterior pode- provada necessidade de maior prazo.
rá ser prorrogado por igual período, ante justificativa Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o di-
explícita. reito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias,
Alegações Finais salvo se outro prazo for legalmente fixado.
Art. 49. Concluída a instrução de processo adminis-
Quantidade de dias: 5 dias úteis. trativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para para decidir, salvo prorrogação por igual período ex-
dele conhecer deverá intimar os demais interessados pressamente motivada.
para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem ale- Art. 56 , § 1º - O recurso será dirigido à autoridade que
gações. proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no pra-
Prazos da Lei nº 9.784/99 zo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.
Art. 59 , § 1º - Quando a lei não fixar prazo diferente,
Quantidade o recurso administrativo deverá ser decidido no prazo
Tipo Observações
de Dias máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos au-
Se não existir disposição específi- tos pelo órgão competente.
ca, o prazo será de 5 dias; § 2º - O prazo mencionado no parágrafo anterior pode-
Prática dos atos 5 dias rá ser prorrogado por igual período, ante justificativa
O prazo total pode ser até de 10
dias (dilatado até o dobro). explícita.
Intimação de Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para
comunicação dos 3 dias úteis dele conhecer deverá intimar os demais interessados
atos para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem ale-
gações.
Intimação da
3 dias úteis
Instrução
13. Lei nº 8.112, de 11 de Dezembro de 1990
Salvo norma especial ou compro-
Parecer 15 dias
vada necessidade de maior prazo. Disposições Gerais
Direito de A Lei nº 8.112/90 instituiu o Regime Jurídico dos Servidores
Salvo se outro prazo for legal- Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime
manifestação da 10 dias
mente fixado. especial, e das fundações públicas federais.
instrução
Pode ser prorrogado por igual A Lei nº 8.112/90 alcança:
período se expressamente mo- ▷ União;
Prazo de decidir 30 dias tivada; ▷ Autarquias federais;
O prazo total pode ser até de 60 dias. ▷ Fundações públicas federais.
As empresas públicas e as sociedades de economia mis- Prazo de Validade
ta não são regidas por essa lei. Além disso, não é qualquer O prazo de validade do concurso público é de até dois anos
autarquia ou fundação pública que a adota, são apenas as e prorrogável uma única vez, por igual período (a administra-
federais. ção prorroga apenas se quiser).
Conceitos Importantes A Lei nº 8.112/90 estabelece que não se abrirá novo concurso
▷ Servidor: pessoa legalmente investida em cargo pú- enquanto houver candidato aprovado em seleção anterior com
blico (o que torna alguém um servidor público é a prazo de validade não expirado.
INVESTIDURA, sendo que ela é dada com a POSSE). Art. 37, IV, CF. Durante o prazo improrrogável pre-
▷ Cargo público: conjunto de atribuições e responsa- visto no edital de convocação, aquele aprovado em
bilidades previstas na estrutura organizacional que concurso público de provas ou de provas e títulos
devem ser cometidas a um servidor. será convocado com prioridade sobre novos concur-
sados para assumir cargo ou emprego, na carreira.
Cargo Público Segundo a Lei nº 8.112/90, não poderia ser aberto novo
▷ Acessíveis a todos os brasileiros (estrangeiros ex- concurso enquanto há algum vigente. Mas atenção, pois, con-
cepcionalmente: universidades e instituições de forme a regra constitucional, pode sim ser aberto novo con-
pesquisa científica e tecnológica federais poderão curso nesse caso, porém deve ser observada a prioridade na
prover seus cargos com professores, técnicos e cien- nomeação.
tistas estrangeiros, de acordo com as normas e os Para responder se é possível ou não abrir um novo concur-
procedimentos da Lei nº 8.112/90). so enquanto houver um não expirado com candidatos aprova-
▷ Criados por lei. dos, fique de olho no comando da questão:
▷ Com denominação própria e vencimentos pagos pe- De acordo com a Lei nº 8.112/90: não pode.
los cofres públicos De acordo com a Constituição Federal: pode, mas deve ser
▷ Provimento pode ser em: observada a prioridade na ordem de nomeação.
» caráter efetivo; De acordo com o STF, os candidatos aprovados dentro das
» em comissão.
vagas têm direito subjetivo à nomeação durante o prazo de
validade do concurso.
A Lei nº 8.112/90 veda a prestação de serviços gratuitos, Entretanto, o próprio STF reconhece que, em virtude do
salvo os casos previstos nela. princípio da supremacia do interesse público sobre o privado,
Diferenças entre cargo efetivo, cargo em comissão e fun- ocorrendo situações excepcionais, relevantes, supervenientes,
ção de confiança: imprevisíveis e extraordinárias, nem mesmo os aprovados
Cargo efetivo: nesse os servidores ingressam por meio de dentro das vagas teriam direito a nomeação. Seria o caso, por
concurso público. Deverão passar pelo estágio probatório e exemplo, de um concurso feito para um órgão novo, que na
podem adquirir estabilidade no serviço público. prática, por falta de verbas, jamais foi efetivamente instalado.
Cargo em comissão e função de confiança: não estão Nessa situação a nomeação de candidatos que iriam receber,
sujeitos ao estágio probatório, mas jamais adquirem estabi- mas não iriam sequer trabalhar pela inexistência física do ór-
lidade. Tratam-se de atribuições de chefia, direção ou asses- gão, violaria o princípio supracitado.
soramento. Assim, no que se refere aos aprovados dentro das vagas:
Cargo em comissão: é de livre nomeação e exoneração ( ad
Regra: Direito subjetivo à nomeação;
nutum), isto é, a autoridade escolhe livremente e pode exonerar
independente de motivo. Podem ser preenchidos tanto por par- Exceção: Não tem direito à nomeação (ocorrendo situa-
ticulares como por servidores (mas um percentual mínimo de ções expecionais). N
servidores de carreira deve ser observado, de acordo com a CF). Reserva de Vagas para Deficiente
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Função de confiança: é de livre designação e dispensa. Nos termos da Lei nº 8.112/90, é assegurado o direito de se
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Apenas servidores efetivos podem ser designados. inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas
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atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são
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Do Provimento portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% das
D
I
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vagas oferecidas no concurso.
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Concurso Público
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A Lei nº 8.112/90 não estabeleceu um patamar mínimo,
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Regras Gerais mas a legislação específica diz que é de 5%. Neste caso, se o D
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edital prever quatro vagas, não haverá nenhuma para porta-
O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo
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dores de deficiência, pois a reserva dessa caracterizaria 25%
I
ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o
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regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a do total, o que extrapola o limite estabelecido. R
A
T
inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, Reserva de Vagas para Negros I
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quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóte- A Lei nº 12.990/2014 reserva aos negros 20% das vagas ofere-
ses de isenção nele expressamente previstas. cidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos
Os cargos públicos de provimento efetivo serão necessa- e empregos públicos no âmbito da administração pública federal,
riamente preenchidos mediante prévia aprovação em concur- das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e 385
so público. das sociedades de economia mista controladas pela União.
Requisitos para Investidura Esses prazos (para tomar posse e entrar em exercício) são
386 Requisitos básicos para investidura em cargo público: declináveis, isto é, não é necessário aguardar o último dia, pode
▷ Nacionalidade brasileira (nato ou naturalizado). tomar posse em um dia após a nomeação e já entrar em exercí-
▷ Gozo dos direitos políticos. cio no dia seguinte.
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V ▷ Quitação com as obrigações militares e eleitorais. Regras referentes à posse:
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A ▷ Nível de escolaridade exigido para o exercício do ▷ Pode ser dada mediante procuração específica.
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cargo. ▷ Existe posse apenas nos casos de provimento de
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I
▷ Idade mínima de dezoito anos. cargo por nomeação (única forma de provimento
M ▷ Aptidão física e mental. originária).
D
A
Esses são os requisitos básicos. As atribuições do cargo ▷ Apresenta declaração de bens e valores, bem como
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I podem justificar a exigência de outros, mas eles devem estar de estar ou não em exercício de outro cargo, empre-
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R go ou função pública.
I
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estabelecidos em lei.
▷ Depende de prévia inspeção médica oficial (só pode ser
E
D
A Súmula 683 do STF diz que: empossado se for julgado apto física e mentalmente para
S
E
O limite de idade para inscrição em concurso públi- o exercício do cargo).
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Ç co só se legitima em face do Art. 7º, XXX, da Cons-
O tituição Federal quando possa ser justificado pela À autoridade responsável do órgão ou entidade para
N
natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. onde for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe
exercício.
Da Posse e do Exercício
O início da atividade de função de confiança coincidirá
Posse: dada com a assinatura do respectivo termo (na com a data de publicação do ato de designação, salvo quando
posse é que ocorre a investidura).
o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro
Nesse termo constarão as atribuições, os deveres, as res- motivo legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após
ponsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que o término do impedimento, que não poderá exceder a trinta
não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das
partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei.
dias da divulgação.
O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício
Exercício: efetivo desempenho das atribuições do cargo serão registrados no assentamento individual do servidor.
público ou da função de confiança.
Ao entrar em exercício, o mais novo concursado apresen-
A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publi- tará ao órgão competente os elementos necessários ao seu
cação do ato de provimento. É de quinze dias o tempo para o assentamento individual.
servidor empossado em cargo público entrar em exercício, con-
tados da data da posse. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é
Publicação do ato de provimento (nomeação) 30 dias
contado no novo posicionamento na carreira a partir da data
POSSE 15 dias Exercício.
de publicação do ato que promover o servidor.
▷ Não tomar posse: o ato de provimento é tornado Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em
sem efeito. razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, res-
▷ Não entrar em exercício: O servidor será EXONE- peitada a duração máxima do trabalho semanal de quarenta
RADO (cargo) ou o ato de designação tornado sem horas e observados os limites mínimo e máximo de seis horas
efeito (função de confiança). e oito diárias, respectivamente (pode haver disposição de jor-
No caso de posse, em se tratando de servidor, que esteja na nada diversa em leis especiais).
data de publicação do ato de provimento, em licença prevista Jornada do servidor (limites)
nos incisos I, III e V do Art. 81, ou afastado nas hipóteses dos ▷ Semanal - 40 horas
incisos I, IV, VI, VIII, alíneas “a”, “b”, “d”, “e” e “f”, IX e X do Art. ▷ Diária - mínimo seis horas e máximo oito.
102, o prazo será contado do término do impedimento. O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança
Nessa situação, se a pessoa já for servidor e estiver go- submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, obser-
zando de determinadas licenças ou afastamentos, o tempo vado o disposto no Art. 120 (regras de afastamento ou não do
para tomar posse será iniciado após o término desse impe- cargo efetivo para exercício do cargo em comissão), podendo
dimento. ser convocado sempre que houver interesse da Administração.
O servidor que deva ter exercício em outro município em
razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido Estabilidade e Estágio Probatório
ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no O Art. 20 da Lei nº 8.112/90 diz que ao entrar em exercício,
máximo, trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará
para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do
sujeito a estágio probatório por período de 24 meses, durante
cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslo-
camento para a nova sede. o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação
O servidor pode (facultado) declinar desses prazos se esti- para o desempenho do cargo [...].
ver em licença ou afastado legalmente, esse período conta do Entretanto, de acordo com o Art. 41 da CF o prazo para
término do impedimento. aquisição da estabilidade é de três anos, sendo esse também
o entendimento aplicado nas provas para o prazo do estágio ▷ Sentença judicial transitada em julgado.
probatório (isso está pacificado inclusive pela jurisprudência ▷ Processo administrativo disciplinar no qual lhe seja
do STJ). assegurada ampla defesa.
Tanto o prazo para o estágio probatório, como o pe- Já a Constituição Federal estabelece as seguintes hipóte-
ríodo para adquirir estabilidade, é de três anos de efetivo ses de perda do cargo pelo servidor estável:
exercício. ▷ Sentença judicial transitada em julgado.
A estabilidade é dada no serviço público, após esse prazo e ▷ Processo administrativo em que lhe seja assegurada
preenchido os requisitos, o servidor torna-se estável no servi- ampla defesa.
ço público naquela esfera (feita apenas uma vez nessa esfera). ▷ Procedimento de avaliação periódica de desem-
Para que seja adquirida, é necessária a aprovação em estágio penho, na forma de lei complementar, assegurada
probatório. Este diz respeito ao cargo. A cada nova função ele ampla defesa.
deve ser cumprido, independente de o servidor já ser estável ▷ Excesso de despesas com pessoal (Art. 169, §4º).
ou não.
Na Lei nº 8.112/90 a avaliação de desempenho (estágio 13. 1. Provimento e Vacância
probatório) observará os seguinte fatores:
▷ Assiduidade.
Provimento
▷ Disciplina. Provimento é o modo pelo qual um cargo público é preen-
▷ Capacidade de iniciativa. chido. Essas formas, assim como as de vacância, configuram um
▷ Produtividade. rol taxativo, isto é, existem apenas essas hipóteses expressa-
mente previstas em lei.
▷ Responsabilidade.
São Formas de provimento de cargo público (sete hipóte-
Quatro meses antes de findo o período do estágio ses - rol taxativo):
probatório, será submetida à homologação da autoridade ▷ Nomeação (única originária, as outras modalidades são
competente a avaliação do desempenho do servidor, rea- formas derivadas de provimento – ou secundárias).
lizada por comissão constituída para essa finalidade, de ▷ Promoção (forma híbrida - é também forma de va-
acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da res- cância).
pectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de ▷ Readaptação (forma híbrida – é também forma de
apuração dos fatores acima citados. vacância).
O servidor não habilitado em estágio probatório será exo- ▷ Reversão.
nerado desse cargo (e não demitido). ▷ Aproveitamento.
O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer ▷ Reintegração.
cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia ▷ Recondução.
ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e somente
Nomeação
poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos
de Natureza Especial, cargos de provimento em comissão do Gru- Trata-se da única forma originária de provimento de cargo
po-Direção e Assessoramento Superiores (DAS), de níveis 6, 5 e 4, público, sendo feita:
ou equivalentes. Em caráter efetivo quando se tratar de cargo isolado
Licenças e afastamentos permitidos: de provimento efetivo ou de carreira.
Licenças Em comissão (inclusive na condição de interino) para car-
N
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fundir, o afastamento para mandado CLASSISTA não A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de I
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pode no estágio probatório). provimento efetivo depende de prévia habilitação em con-
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R
▷ Estudo ou Missão no Exterior. curso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a A
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Servir em organismo internacional. ordem de classificação e o prazo de sua validade.
I
V
▷ O
▷ Curso de formação (outro cargo federal). Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento
Servidor Estável e a Perda do Cargo do servidor na carreira, mediante promoção, serão estabele-
A Lei nº 8.112/90 diz que o servidor estável somente perde- cidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira na 387
rá o cargo em virtude de: Administração Pública Federal e seus regulamentos.
Promoção No caso de ser revertido, o servidor perceberá, em subs-
388 tituição aos proventos da aposentadoria, a remuneração do
É uma forma híbrida, pois ela é tanto modalidade de provi-
cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de na-
mento como de vacância de cargo público.
tureza pessoal que percebia anteriormente à aposentadoria.
O
Ela é aplicada apenas nos cargos escalonados em carrei-
V Em nenhuma hipótese poderá ser revertido o aposentado
I ra. Trata-se de progresso dentro da carreira e não da troca de
T
A que já tiver completado 70 anos de idade (embora atualmente
R cargo (lembre-se que a Constituição Federal não permite o in-
T a idade para a aposentadoria compulsória seja de 75 anos, a
S
I gresso em cargo púbico de provimento efetivo sem concurso).
N
I
idade máxima para a reversão permanece como 70 anos, de
M
Vale ressaltar que a promoção não interrompe o tempo de acordo com texto expresso da Lei nº 8.112/90).
D
A
exercício, que é contado no novo posicionamento na carreira a
O
T
I
partir da data de publicação do ato que promover o servidor. Reintegração
E A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo
R
I
D
Readaptação anteriormente ocupado, ou na função resultante de sua transfor-
E
D
Aplicada no caso de o servidor (estável ou não) sofrer mação, quando invalidada a sua demissão por decisão adminis-
S uma limitação (física ou mental) que seja incompatível com trativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
E
Õ as atribuições do cargo que ocupa, mas que ainda pode exer- Dessa forma, quando o servidor tiver sido demitido de ma-
Ç
O cer outro cujas atribuições não estejam impossibilitadas pela
N
sua limitação sofrida. neira indevida e essa demissão for invalidada, ele voltará ao
seu cargo, recebendo esse instituto o nome de reintegração.
Caso o readaptando seja julgado incapaz para o serviço
Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará
público, ele será aposentado por invalidez (e não exonerado).
em disponibilidade (poderá posteriormente ser aproveitado
Seria o caso de um servidor que exerce atividades emi-
em outro cargo, obedecidas as regras do aproveitamento).
nentemente externas (como um oficial de justiça) sofrer um
Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante
acidente que o deixe paraplégico. Como cadeirante, ele não
terá aptidão física para as atribuições do cargo, mas ele poderá será reconduzido à função de origem, sem direito à indeniza-
exercer normalmente funções internas, sendo readaptado em ção ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em dis-
um cargo dessa natureza. ponibilidade.
Requisitos: Se o cargo do servidor, que estiver sendo reintegrado,
▷ Cargos de atribuições afins. estiver ocupado, o atual ocupante é quem deverá deixar o
▷ Respeitada habilitação exigida. cargo, ocorrendo para ele uma das seguintes hipóteses:
▷ Mesmo nível de escolaridade. ▷ Recondução ao cargo anterior (sem direito à inde-
nização).
▷ Equivalência de vencimentos (não pode reduzir o
▷ Aproveitado em outro cargo.
subsídio ou remuneração).
▷ Colocado em disponibilidade.
Se não existir cargo vago, o servidor exercerá suas atribui-
ções como excedente, até a ocorrência de vaga. Aproveitamento
Reversão Trata-se do retorno do servidor em disponibilidade.
Ex.: Servidor estável cujo órgão para o qual estava lotado
Trata-se do retorno à atividade de servidor aposentado, foi extinto, fica em disponibilidade e recebe proporcio-
podendo ocorrer de duas modalidades: nalmente ao tempo trabalhado.
De Ofício: quando tiver sido aposentado por invalidez e junta O aproveitamento é feito em cargo de atribuições e ven-
médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria cimentos compatíveis com a função anteriormente ocupada.
(no caso de o cargo estiver provido, ele exercerá suas atribuições A disponibilidade ocorre nas hipóteses de reorganização
como excedente até a ocorrência de vaga). Nessa situação a própria ou extinção de órgão ou entidade, eliminação do cargo ou
administração, verificando tal contexto, o reverterá ao cargo. declaração de sua desnecessidade no órgão ou entidade, o
Mediante solicitação (no interesse da administração), servidor estável que não for redistribuído será colocado em
desde que: disponibilidade, até seu aproveitamento.
▷ Seja feita a pedido do servidor. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a dis-
▷ A aposentadoria tenha sido voluntária. ponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo
▷ Ele seja estável enquanto na atividade. legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial.
▷ A aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos an- Recondução
teriores à solicitação. A recondução ocorre quando o servidor passa de um cargo
▷ Haja cargo vago. para outro e acontece alguma das hipóteses previstas na lei,
A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resul- fazendo com que ele deixe a atividade atual, mas possa retor-
tante de sua transformação. Mas caso não haja cargo vago, a nar ao seu cargo anterior. Entretanto, ele somente poderá uti-
consequência depende da modalidade de reversão: lizar a reversão caso seja estável na função para a qual deseja
De ofício: exercerá suas funções como excedente. retornar e que antes de assumir a nova, tenha solicitado o POC
A pedido: somente pode ser feita se houver cargo vago. (posse em outro cargo inacumulável).
A recondução é o retorno do servidor estável ao cargo an- Demissão
teriormente ocupado e decorrerá de: A demissão é a penalidade aplicada para o servidor que come-
▷ Inabilitação em estágio probatório relativo a outro ter uma infração funcional grave. Os detalhes e regras da demissão
cargo são estudadas em tópico próprio (Regime Jurídico Disciplinar).
Ex.: Era técnico e estável, passou no concurso de analista,
mas foi reprovado no estágio probatório. Ele será recon- Promoção
duzido ao cargo de técnico. A promoção já foi estudada no tópico de provimento. Vale
▷ Reintegração do anterior ocupante. lembrar que trata-se de uma maneira híbrida, pois ela caracteriza
Ao ser reconduzido, caso seu cargo de origem encontre-se tanto forma de provimento, como de vacância de cargo público.
ocupado, ele poderá ser aproveitado em outro (observadas as
regras do aproveitamento). Aposentadoria
A jurisprudência admite que a recondução também seja A aposentadoria pode ocorrer de três formas:
feita por opção do servidor, caso o mesmo não se adapte ao ▷ Por invalidez permanente.
novo cargo. ▷ Compulsória.
Voluntária.
Vacância ▷
Essas hipóteses de exoneração de ofício, previstas na Lei ções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, so- D
E
nº 8.112/90, são direcionadas para o servidor não estável. En- ciedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades D
I
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público.
R
tretanto, a Constituição Federal prevê algumas situações de E
I
T
exoneração que alcançam o servidor estável:
13. 2. Formas de Deslocamento
O
A
▷ Mediante procedimento de avaliação periódica de D
M
desempenho, na forma de lei complementar e ga- Tanto a remoção, quanto a redistribuição, não são formas de I
N
rantida a ampla defesa (Art. 41, § 1º, III). provimento e também não geram vacância.
I
S
T
Corte de despesas com excesso de pessoal (Art.
R
▷
Remoção
A
T
169, § 3º). I
V
A remoção é o deslocamento do servidor, no âmbito do
O
Falecimento mesmo quadro, para ter exercício em outra unidade (não exis-
Essa forma de vacância não enseja maiores explicações, pois te nenhuma alteração no seu vínculo funcional, ele apenas
com a morte do servidor, seu cargo será declarado vago e apto exercerá suas funções em outra unidade). A remoção pode ser 389
para ser provido por outra pessoa. dada com ou sem mudança de sede.
Remoção: Ela será feita com prévia apreciação do órgão central do
390 Dentro do mesmo quadro. SIPEC (Sistema de Pessoal Civil), com observância de alguns
Com ou sem mudança de sede. preceitos:
▷ Interesse da administração.
O
V
Modalidades ▷ Equivalência de vencimentos.
I
T
A
A remoção pode ocorrer de ofício ou a pedido do servidor. ▷ Manutenção da essência das atribuições do cargo.
R
T No caso de a pedido, temos aquela que é feita no interesse da ▷ Vinculação entre os graus de responsabilidade e
S administração (ele apenas será removido se a administração
I
N
complexidade das atividades.
I achar conveniente e oportuno) e também hipóteses em que
M ▷ Mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habi-
D
A
a administração será obrigada a remover o servidor (indepen- litação profissional.
O dente de interesse dela).
T
I ▷ Compatibilidade entre as atribuições do cargo e as
E
R
I
Remoção de Ofício finalidades institucionais do órgão ou entidade.
D A remoção de ofício é realizada no interesse da Adminis- A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de
E
D tração e, a princípio, independe de aceitação do servidor (ele lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços,
S será obrigado a deslocar-se para o local determinado).
E
Õ
inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de
Ç Essa é a única modalidade de remoção em que o servidor órgão ou entidade.
O
N faz jus à ajuda de custo (espécie de indenização, estudada no A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante
tópico de direitos e vantagens).
ato conjunto entre o órgão central do SIPEC e os órgãos e enti-
A Pedido, a Critério da Adminis- dades da Administração Pública Federal envolvidos.
tração (discricionariedade) Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade,
Nesse caso o servidor solicita a remoção para a Adminis- extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor estável
tração Pública, porém, ele apenas será deslocado se a Admins- que não for redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu
tração achar conveniente. aproveitamento na forma definida na Lei nº 8.112/90.
A Pedido, para Outra Localidade, Indepen- Caso não ocorra nenhuma dessas situações poderá ser man-
dentemente do Interesse da Administração tido sob responsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter exer-
Nessa modalidade de remoção, configurada alguma das cício provisório, em outro órgão ou entidade, até seu adequado
hipóteses previstas na lei, o servidor tem direito a ser removi- aproveitamento.
do (não existe interesse da administração aqui, ela é obrigada ▷ Redistribuição:
a deslocar o servidor). ▷ Deslocamento do cargo de provimento efetivo.
Hipóteses: ▷ Ocupado ou vago.
▷ Para acompanhar cônjuge ou companheiro, também ▷ Para outro órgão ou entidade, do MESMO Poder.
servidor público civil ou militar, de qualquer dos Po-
deres da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, que foi deslocado no interesse da 13. 3. Direitos e Vantagens
Administração.
Nesse caso, o cônjuge ou companheiro (união estável) do Vencimento e Remuneração
servidor foi removido de ofício para outra localidade. Esse re-
gido pela Lei nº 8.112/90 tem direito a acompanhar o cônjuge/ Conceitos
companheiro removido. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de
O cônjuge ou companheiro que foi removido de ofício cargo público, com valor fixado em lei (vencimento é o básico).
não precisa ser regido pela Lei 8.112/90, ele pode ser um Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido
servidor civil ou militar, de qualquer das esferas e de qual- das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei
quer dos Poderes. (não pode ser inferior ao salário-mínimo).
▷ Por motivo de saúde do servidor, cônjuge, compa- Remuneração = Vencimentos + Vantagens
nheiro ou dependente que viva às suas expensas e Para fins de diferenciação, é importante saber que o sub-
conste do seu assentamento funcional, condiciona- sídio difere da remuneração pois ele é pago em parcela única,
da à comprovação por junta médica oficial.
sendo obrigatório para determinadas carreiras (hipóteses do
▷ Em virtude de processo seletivo promovido, na Art. 144 da CF). O pagamento por subsídio pode ser aplicado
hipótese em que o número de interessados for su-
perior ao número de vagas, de acordo com normas facultativamente para outras carreiras de servidores (cargos
pré-estabelecidas pelo órgão ou entidade em que escalonados em carreiras).
aqueles estejam lotados. Proventos: retribuição pecuniária do inativo (aposentado ou
servidor em disponibilidade remunerada).
Redistribuição
A redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento Características
efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pes- Irredutibilidade: o vencimento do cargo efetivo, acresci-
soal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder. do das vantagens de caráter permanente, é irredutível.
Isonomia: é assegurada a isonomia de vencimentos para As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de
cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Po- força maior poderão ser compensadas a critério da chefia
der, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas as van- imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício.
tagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao ▷ O desconto somente poderá incidir na remuneração
local de trabalho. ou nos proventos nos seguintes casos:
Teto: nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a ▷ Imposição legal.
título de remuneração, importância superior à soma dos va- ▷ Mandado judicial.
lores percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer ▷ Consignação em folha de pagamento (com autori-
título, no âmbito dos respectivos Poderes (o teto varia de acor- zação do servidor e à critério da administração, na
do com o Poder em que está o servidor): forma definida em regulamento).
Poder Executivo – Ministros de Estado. A Lei nº 8.112/90, em seu Art. 45, § 1º, define que mediante
Poder Legislativo – Membros do Congresso Nacional. autorização do servidor, poderá haver consignação em folha de
Poder Judiciário – Ministros do Supremo Tribunal Federal. pagamento em favor de terceiros, a critério da administração e
Algumas vantagens estão excluídas do teto (não são leva- com reposição de custos, na forma definida em regulamento.
das em conta nesse limite): O total de consignações facultativas de que trata esse § 1º
▷ Gratificação natalina. não excederá a 35% da remuneração mensal, sendo 5% (cinco
▷ Adicional pelo exercício de atividades insalubres, por cento) reservados exclusivamente para:
perigosas ou penosas. I. a amortização de despesas contraídas por meio
▷ Adicional pela prestação de serviço extraordinário. de cartão de crédito; ou
▷ Adicional noturno. II. a utilização com a finalidade de saque por meio
▷ Adicional de férias. do cartão de crédito.
O teto remuneratório é encontrado também no Art. 37, XI, Reposições e Indenizações ao erário serão realizadas com
o pagamento, no prazo máximo de trinta dias, podendo ser
da Constituição Federal, sendo o teto geral o subsídio de Minis-
parceladas, a pedido do interessado (cada parcela não pode-
tro do STF, mas ele também trouxe outros limites específicos: rá ser inferior ao correspondente a dez por cento da remune-
Art. 37, XI, CF. A remuneração e o subsídio dos ocupan- ração, provento ou pensão).
tes de cargos, funções e empregos públicos da admi- Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês ante-
nistração direta, autárquica e fundacional, dos mem- rior ao do processamento da folha, a reposição será feita imedia-
bros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, tamente, em uma única parcela.
do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores O servidor que estiver em débito com o erário e for de-
de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e mitido, exonerado ou ter aposentadoria ou disponibilidade
os proventos, pensões ou outra espécie remunerató-
cassada, terá o prazo de 60 dias para quitar (caso não pague
ria, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as
nesse prazo, implicará sua inscrição em dívida ativa).
vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não
O vencimento, a remuneração e o provento não serão
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se prestação de alimentos resultante de decisão judicial.
como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e
Vantagens
nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do
Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio
dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Po- Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as
der Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do seguintes vantagens: N
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte Indenizações (não incorporam nunca). O
Ç
e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em Gratificações (pode incorporar - depende de lei).
Õ
E
Adicionais (pode incorporar - depende de lei).
S
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, D
no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem
E
D
membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros I
R
acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idên-
E
Defensores Públicos.
I
T
tico fundamento.
O
Perda da Remuneração
A
D
Indenizações
M
O servidor perderá:
I
N
São indenizações:
I
A remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem
S
▷
T
Ajuda de custo.
R
motivo justificado. ▷ A
Diárias.
T
A parcela de remuneração diária, proporcional aos ▷
I
▷
V
Transporte.
O
atrasos, ausências justificadas e saídas antecipa- ▷
estiverem incluídas entre as suas atribuições per- salubre e em serviço não penoso e não perigoso.
D
I
R
manentes. Na concessão dos adicionais de atividades penosas, de insalu-
E
I
T
IV. Participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar pro- bridade e de periculosidade, serão observadas as situações esta-
O
Ex.: Servidor que receba R$20 reais a hora normal. Se tra- Para desempenho de mandato classista.
▷
balhar em jornada extraordinária, terá direito a R$30 cada Além desses casos do Art. 81, a Lei nº 8.112/90 prevê outras
extra. Se isso for feito no período noturno, calcularemos os hipóteses de licenças, estudadas, em seus aspectos mais rele-
25% sobre esses R$30 (ficaria então R$ 37.50 cada hora vantes, na sequência.
extra noturna). A licença concedida dentro de 60 dias do término de outra
Adicional de Férias da mesma espécie será considerada como prorrogação.
O adicional de férias é pago, independentemente de solici- Dessa forma, caso após o término de determinada licença,
tação, ao servidor, por ocasião das férias, um adicional corres- o servidor entre novamente nesse estado (na mesma modali-
dade) dentro de 60 dias, essa segunda licença será considera-
pondente a 1/3 da remuneração do período das férias.
da prorrogação da primeira e não uma nova.
No caso de o servidor exercer função de direção, chefia
ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respec- Licença para Tratamento de
tiva vantagem será considerada no cálculo desse adicional. Saúde de Pessoa da Família
Regras sobre as férias Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doen-
O período de férias é de 30 dias, podendo ser acumula- ça em pessoa da sua família (do cônjuge ou companheiro, dos
das no máximo até dois períodos, no interesse do serviço, pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou depen-
salvo legislação específica. dente que viva a suas expensas e conste do seu assentamento
Para o primeiro período aquisitivo, exige-se do servidor 12 funcional), mediante comprovação por perícia médica oficial.
meses de exercício. Ele deve ter pelo menos 12 meses de efe- Para que ela seja concedida, a assistência do servidor deve ser
tivo exercício, somente após esse período poderá tirar férias. indispensável e não possa ser prestada simultaneamente com o
Caso o servidor tenha faltado ao serviço (injustificadamen- exercício do cargo (ou mediante compensação de horários).
te), é vedado levar à conta de férias essas faltas. Assim, caso Dentro de cada período de 12 meses, essa licença pode ser
ele tenha dez faltas no período aquisitivo, esses dez dias não concedida nas seguintes condições:
poderão ser retirados de suas férias (no caso de faltas injustifi- Com remuneração: até 60 dias (consecutivos ou não).
cadas existem medidas apropriadas). Sem remuneração: até 90 dias (consecutivos ou
Parcelamento: pode ser feito o parcelamento das férias não). Esses 90 dias contam-se após o término dos
em até três etapas, desde que servidor requeira e no interes- 60 dias remunerados.
se da administração (nesse caso recebe o adicional de 1/3 logo Dessa forma, essa licença pode ser concedida por até um
na primeira parcela). prazo máximo de 150 dias, dentro de um período de 12 me-
Pagamento das férias ses, sendo que, os primeiros sessentas dias são remunerados
▷ Até dois dias antes do início delas (inclusive do res- e o prazo restante da licença de 90 não são.
pectivo adicional de 1/3). Ao servidor que estiver sob essa licença, é vedado o exer-
▷ No caso de exoneração, o servidor tem direito às fé- cício de atividade remunerada durante a duração da mesma.
rias, inclusive proporcionais (1/12 avos para cada mês O período remunerado dessa licença que exceder a 30 dias
de efetivo exercício ou fração superior a 14 dias). será computado apenas para efeito de aposentadoria e disponibi-
Raio X ou substâncias radioativas: 20 dias consecuti- lidade. Já o tempo de licença não remunerado não é contado para
vos por semestre (a acumulação nesse caso é vedada). quaisquer efeitos.
Motivo de Afastamento do Cônjuge com a respectiva remuneração, por até três meses, para parti-
cipar de curso de capacitação profissional.
Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar
cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto Esse período não é acumulável, assim, caso tenha, por
do território nacional, para o exterior ou para o exercício de exemplo, 15 anos de efetivo exercício, terá direito aos mesmos
mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo, possuin- três meses.
do as seguintes características: Essa licença é computada como tempo de efetivo exercício
▷ Ela é concedida sem remuneração. e não pode ser utilizada por servidores em estágio probatório
▷ Por prazo indeterminado. por expressa vedação legal contida na Lei nº 8.112/90.
O período em que o servidor usufruir dessa licença não ▷ Regras para essa licença
será computado como tempo de serviço para qualquer efeito. ▷ Devida a cada cinco anos (quinquênio) de efetivo
No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companhei- exercício.
ro também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer ▷ No interesse da Administração.
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos ▷ Com remuneração.
Municípios, a Lei nº 8.112/90 prevê a possibilidade de exercício ▷ Até três meses (para participar de curso de capaci-
provisório em órgão ou entidade da Administração Federal di- tação).
reta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de ▷ Não acumulável.
atividade compatível com o seu cargo. Não confundir com o afastamento para o curso de for-
Licença para o Serviço Militar mação. Nesse caso deixa o cargo para participar do curso de
Ao servidor convocado para o serviço militar será con- formação exigido na nova função.
cedida licença, na forma e condições previstas na legislação Ex.: Um servidor que é técnico de algum órgão federal e
específica. passou para o cargo de agente da polícia federal. Nesse
A Lei nº 8.112/90, ao tratar dessa licença prevê que após a caso, ele ficará afastado para fazer o curso, mesmo es-
conclusão do serviço militar, o servidor terá um prazo de 30 tando em estágio probatório, desde que seja também
dias para reassumir seu cargo. cargo na esfera federal.
Esse período em que estiver em licença prestando o serviço Licença para Tratar de
militar obrigatório será considerado como de efetivo exercício.
Interesses Particulares
Licença para Atividade Política Essa licença é concedida a critério da administração (ato
O servidor terá direito à licença para atividade política nas discricionário) para os servidores ocupantes de cargo efetivo,
seguintes disposições: que não estejam em estágio probatório, por um prazo de até
Sem remuneração : durante o período que mediar três anos consecutivos.
entre a sua escolha em convenção partidária,
Além da discricionariedade de sua concessão, essa licença
como candidato a cargo eletivo, e a véspera do re-
pode ser interrompida a qualquer tempo (no interesse do ser-
gistro de sua candidatura perante a Justiça Eleito-
ral. Esse período não será computado como tempo viço ou a pedido do servidor).
de efetivo exercício. O período que o servidor gozar da licença para tratar de
Com remuneração : a partir do registro da candidatura interesses particulares não será considerado como tempo de
até o décimo dia seguinte ao da eleição. Entretanto, serviço para qualquer efeito.
esse período não poderá ultrapassar três meses (após Licença para tratar de interesses particulares:
esse prazo a licença não será mais remunerada). Esse
Não pode estar no estágio probatório.
N
▷
segundo momento da licença será considerado como
O
Ç
tempo de serviço apenas para efeitos de aposentadoria ▷ Prazo: até três anos consecutivos. Õ
E
Sem remuneração.
S
e disponibilidade. ▷ D
É devida a cada quinquênio de efetivo exercício, sendo ciação de classe de âmbito nacional, sindicato representativo
que, o servidor poderá, no interesse da Administração (tra- da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão.
ta-se de um ato discricionário, a Administração opta pela sua Essa licença também pode ser concedida para participar 395
concessão ou não), afastar-se do exercício do cargo efetivo, de gerência ou administração em sociedade cooperativa cons-
tituída por servidores públicos para prestar serviços a seus produzidas por acidente em serviço, doença profissional ou
396 membros. qualquer das enfermidades especificadas como graves, con-
A duração dessa licença é a mesma do mandado, admitin- tagiosas ou incuráveis.
do prorrogação em caso de reeleição. O servidor que apresentar indícios de lesões orgânicas ou
O funcionais será submetido a inspeção médica. Ele será sub-
V
I O tempo de fruição dela é considerada como período de metido a exames médicos periódicos, nos termos e condições
T
A
R
efetivo exercício para todos os efeitos (exceto para promoção definidos em regulamento. Para esses fins, a União e suas en-
T
S
I por merecimento). tidades autárquicas e fundacionais poderão:
N
I Além do disposto em regulamento específico, devem ser ▷ Prestar os exames médicos periódicos diretamente
M
D observados os seguintes limites, de acordo o número de asso- pelo órgão ou entidade a qual se encontra vinculado
A
O ciados da entidade. o servidor.
T
I
E ▷ Até 5.000 associados : dois servidores. ▷ Celebrar convênio ou instrumento de cooperação ou
R
I parceria com os órgãos e entidades da administra-
D ▷ De 5001 a 30.000 associados : quatro servidores. ção direta, suas autarquias e fundações.
E
D ▷ Mais de 30.000 associados: oito servidores. Celebrar convênios com operadoras de plano de
S ▷
E Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos
Õ assistência à saúde, organizadas na modalidade de
Ç
O para cargos de direção ou de representação nas referidas en- autogestão, que possuam autorização de funciona-
N
tidades, desde que cadastradas no órgão competente. mento do órgão regulador, na forma do Art. 230.
▷ Ou prestar os exames médicos periódicos mediante
Licença para Tratamento contrato administrativo, observado o disposto na Lei
da Própria Saúde nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e demais normas
Será concedida ao servidor licença para tratamento de sua pertinentes.
própria saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia mé- Principais Características:
dica oficial, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus. Com remuneração.
▷
Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada ▷ Prazo máximo contínuo de 24 meses.
na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar Até 24 meses é considerada como tempo de efetivo
▷
so de poder (encaminhada pela via hierárquica e ▷ Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quan-
do solicitado.
apreciada pela autoridade superior àquela contra a
qual é formulada, assegurando-se ao representan- A vedação de que trata o inciso X (participar de gerência ou
do ampla defesa). administração de sociedade privada, personificada ou não perso-
nificada, exercer o comércio) não se aplica nos seguintes casos:
Proibições ▷ Participação nos conselhos de administração e fis-
Já no Art. 117 dessa Lei encontramos algumas das interdi- cal de empresas ou entidades em que a União dete-
ções impostas ao servidor. Dependendo da proibição violada, nha, direta ou indiretamente, colaboração no capi-
ele poderá ser responsabilizado administrativamente com ad- tal social ou em sociedade cooperativa constituída
vertência, suspensão ou demissão. para prestar serviços a seus membros.
Ao servidor é proibido: ▷ Quando estiver em gozo de licença para o trato de
▷ Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem pré- interesses particulares, observada a legislação sobre
via autorização do chefe imediato. conflito de interesses.
▷ Retirar, sem prévia anuência da autoridade compe- Da Acumulação
tente, qualquer documento ou objeto da repartição.
▷ Recusar fé a documentos públicos. A Constituição Federal, em seu Art. 37, XVI, trata da acu-
▷ Opor resistência injustificada ao andamento de do- mulação remunerada de cargos, dispondo o seguinte:
cumento e processo ou execução de serviço. XVI. É vedada a acumulação remunerada de cargos
▷ Promover manifestação de apreço ou desapreço no públicos, exceto, quando houver compatibilidade
recinto da repartição. de horários, observado em qualquer caso o dispos-
to no inciso XI:
▷ Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos
casos previstos em lei, o desempenho de atribuição a) a de dois cargos de professor;
que seja de sua responsabilidade ou de seu subor- b) a de um cargo de professor com outro técnico
dinado. ou científico;
▷ Coagir ou aliciar subordinados no sentido de filia- c) a de dois cargos ou empregos privativos de
rem-se a associação profissional ou sindical, ou a profissionais de saúde, com profissões regula-
partido político. mentadas;
▷ Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função XVII. A proibição de acumular estende-se a empregos
de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até e funções e abrange autarquias, fundações, empresas
o segundo grau civil. públicas, sociedades de economia mista, suas subsi-
▷ Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou diárias, e sociedades controladas, direta ou indireta-
de outrem, em detrimento da dignidade da função mente, pelo poder público;
pública. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada
▷ Participar de gerência ou administração de sociedade a acumulação remunerada de cargos públicos. Essa proibição
privada, personificada ou não personificada, exercer o estende-se a:
▷ Cargos autoria), a responsabilidade administrativa será afastada.
▷ Empregos Se for absolvido por outro motivo, como falta de provas, por
▷ Funções exemplo, a responsabilidade administrativa não será afetada.
E a proibição acima prevista também abrange: A responsabilidade civil do servidor é subjetiva (somente
▷ Autarquias. será configurada se ele agiu com dolo ou culpa). Ela decorre de
▷ Fundações públicas. ato omissivo ou comissivo (ação ou omissão), doloso ou cul-
▷ Empresas públicas. poso, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. Quem
▷ Sociedades de economia mista. pode responder objetivamente (regra geral, que não exige a
▷ Da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Terri- comprovação de dolo ou culpa, assunto aprofundado em tópico
tórios e dos Municípios. específico) é o Estado, nunca o servidor.
A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condiciona- Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o
da à comprovação da compatibilidade de horários. servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.
Considera-se acumulação proibida a percepção de venci- A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores
mento de cargo ou emprego público efetivo com proventos e contra eles será executada, até o limite do valor da herança
da inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas recebida.
remunerações forem acumuláveis na atividade. Assim, quando o servidor causar um dano a terceiros, esse
O servidor não poderá exercer mais de um cargo em co- terceiro somente poderá acionar judicialmente, visando a uma
missão, exceto no caso previsto no parágrafo único do Art. indenização, a Administração, ele não pode ingressar com a
9º (caso em que tem exercício nos dois, mas deve optar pela ação diretamente contra o servidor.
remuneração de um deles), nem ser remunerado pela parti-
cipação em órgão de deliberação coletiva. Caso a Administração Pública seja condenada, ela poderá
ajuizar ação regressiva contra esse servidor, para reaver os va-
Essa disposição não se aplica à remuneração devida pela
participação em conselhos de administração e fiscal das em- lores que houver pago ao particular em indenização. Entretan-
presas públicas e sociedades de economia mista, suas sub- to, o servidor apenas será responsabilizado se tiver agido com
sidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou dolo ou culpa (responsabilidade subjetiva).
entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato
participação no capital social, observado o que, a respeito, dis- omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou
puser legislação específica. função.
O servidor vinculado ao regime dessa Lei, que acumular li- A responsabilidade penal abrange os crimes e contraven-
citamente dois cargos efetivos, quando investido em função de ções imputadas ao servidor, nessa qualidade.
provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos
efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal
horário e local com o exercício de um deles, declarada pelas ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior
autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos. ou, quando houver suspeita de envolvimento dessa, a outra
Nessa hipótese, o servidor acumulou licitamente dois car-
autoridade competente para apuração de informação concer-
gos efetivos, mas caso ele seja investido em algum em comis-
nente à prática de crimes ou improbidade de que tenha co-
são, ele fica afastado dos dois. Por outro lado, havendo com-
patibilidade (horário e local), ele poderá exercer um desses nhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo,
cargos efetivos e o de comissão ao mesmo tempo (mas essa emprego ou função pública.
compatibilidade deve ser declarada pelas autoridades máxi-
mas dos órgãos ou entidades envolvidas). Penalidades Disciplinares
Assim como as formas de provimento e de vacância, as
N
Responsabilidade do Servidor
O
Ç
penalidades administrativas possuem um rol taxativo (7 mo- Õ
E
Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servidor res- dalidades): S
Administrativa.
D
▷
Suspensão.
I
▷
R
Civil (obrigação de reparar o dano).
E
▷
Demissão.
I
▷
T
Penal (abrange crime e contravenções imputadas ao
O
▷
▷ Cassação de aposentadoria. A
servidor, nessa qualidade).
D
Cassação da disponibilidade.
M
▷
Essas esferas são independentes, podendo cumular-se.
I
N
Dessa forma, a absolvição ou condenação em uma delas, ▷ Destituição de cargo em comissão. I
S
T
como regra geral, em nada influencia nas demais. ▷ Destituição de função comissionada. R
A
Na aplicação das penalidades serão consideradas a natu-
T
Pela mesma infração ele poderá responder nas três esfe-
I
V
reza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela
O
ras, não havendo bis in idem (não será considerada dupla ou
tripla condenação pelo mesmo fato, pois são diferentes, com provierem para o serviço público, as circunstâncias agravan-
consequências diferentes). tes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.
Apesar da independência das esferas, caso o servidor seja O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o funda- 401
absolvido criminalmente (negada a existência do fato ou sua mento legal e a causa da sanção disciplinar.
Advertência Hipóteses de Suspensão:
402 Trata-se da penalidade utilizada em caso de infrações fun- ▷ Reincidência das faltas punidas com advertência.
cionais leves. Aplicada nas situações de violação de proibição ▷ Violação das demais proibições que não tipifiquem
constante do Art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância infração sujeita a penalidade de demissão.
O
V de dever funcional (Art. 116) previsto em lei, regulamentação ▷ Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao
I
T
A ou norma interna, que não justifique imposição de penalida- cargo que ocupa (exceto em situações de emergên-
R
T de mais grave. cia e transitórias).
S
I
N Principais características da advertência: ▷ Exercer quaisquer atividades que sejam incompa-
I
M ▷ Feita sempre por escrito (não existe advertência verbal). tíveis com o exercício do cargo ou função e com o
D horário de trabalho.
A
O ▷ Em caso de reincidência, será convertida em suspen- Recusa injustificada a realizar inspeção médica.
▷
T
I são (se cometer nova falta punível com advertência
E Durante o período de suspensão, o servidor perde a re-
R
I na sequência de outra, antes do prazo do cancela-
D
mento, essa advertência se converte em suspensão). muneração, entretanto, quando houver conveniência para o
E
D serviço (ato discricionário), a penalidade de suspensão poderá
S ▷ Cancelamento do registro: após três anos (caso não ser convertida em multa, na base de 50% por dia de vencimen-
E
Õ pratique outra falta, não possui efeitos retroativos). to ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer
Ç
O
N
Hipóteses: em atividade.
▷ Não observar os deveres do servidor (Art. 116 da Lei A suspensão será cancelada dos registros no prazo de cin-
nº 8.112/90). co anos, caso não pratique nova infração nesse período (mas
▷ Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem esse cancelamento não opera efeitos retroativos, ele não rece-
prévia autorização do chefe imediato. berá o período em que ficou afastado).
▷ Retirar, sem prévia anuência da autoridade compe- Demissão
tente, qualquer documento ou objeto da repartição.
É o desligamento do servidor ativo, em caráter de pena-
▷ Recusar fé a documentos públicos.
lidade (é diferente de exoneração, pois exoneração não é pe-
▷ Opor resistência injustificada ao andamento de do- nalidade).
cumento e processo ou execução de serviço.
Hipóteses:
▷ Promover manifestação de apreço ou desapreço no
▷ Crime contra a administração pública.
recinto da repartição.
▷ Abandono de cargo (ausência intencional por +30
▷ Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos dias consecutivos).
casos previstos em lei, o desempenho de atribuição
que seja de sua responsabilidade ou de seu subor- ▷ Inassiduidade habitual (falta injustificada ao servi-
dinado. ço por 60 dias, interpoladamente, no período de 12
meses).
▷ Coagir ou aliciar subordinados no sentido de filia-
▷ Improbidade administrativa.
rem-se a associação profissional ou sindical, ou a
partido político. ▷ Incontinência pública e conduta escandalosa, na
repartição.
▷ Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função
de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até ▷ Insubordinação grave em serviço.
o segundo grau civil. ▷ Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular,
salvo em legítima defesa própria ou de outrem.
▷ Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quan-
do solicitado. ▷ Aplicação irregular de dinheiros públicos.
▷ Revelação de segredo do qual se apropriou em ra-
Suspensão zão do cargo.
Durante o prazo em que estiver suspenso, o servidor não re- ▷ Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimô-
ceberá sua remuneração e esse período também não será com- nio nacional.
putado como tempo de serviço para qualquer efeito. A Lei nº ▷ Corrupção.
8.112/90 define que o prazo máximo de suspensão é de 90 dias. ▷ Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções
Essa penalidade será aplicada em caso de reincidência públicas.
das faltas punidas com advertência e de violação das demais ▷ Transgressão dos incisos IX a XVI do Art. 117:
proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de » Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal
demissão. ou de outrem, em detrimento da dignidade da
O servidor que injustificadamente, recusar-se a ser sub- função pública.
metido à inspeção médica determinada pela autoridade com- » Participar de gerência ou administração de so-
petente, será suspenso pelo prazo de até 15 dias, cessando os ciedade privada, personificada ou não personi-
efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação. ficada, exercer o comércio, exceto na qualidade
Essa hipótese de suspensão é diferenciada das demais, de acionista, cotista ou comanditário.
pois além de prever um prazo menor, caso o servidor cum- » Atuar, como procurador ou intermediário,
pra a determinação, a penalidade será encerrada. junto a repartições públicas, salvo quando se
tratar de benefícios previdenciários ou assis- ▷ Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou
tenciais de parentes até o segundo grau, e de de outrem, em detrimento da dignidade da função
cônjuge ou companheiro. pública.
» Receber propina, comissão, presente ou van-
▷ Atuar, como procurador ou intermediário, junto a re-
tagem de qualquer espécie, em razão de suas
atribuições. partições públicas, salvo quando se tratar de benefícios
» Aceitar comissão, emprego ou pensão de esta-
previdenciários ou assistenciais de parentes até o se-
do estrangeiro. gundo grau, e de cônjuge ou companheiro.
» Praticar usura sob qualquer de suas formas. Não poderá retornar ao serviço público federal:
» Proceder de forma desidiosa. ▷ Crime contra a administração pública.
» Utilizar pessoal ou recursos materiais da repar- ▷ Improbidade administrativa.
tição em serviços ou atividades particulares. ▷ Aplicação irregular de dinheiros públicos.
Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de car- Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimô-
▷
gos, empregos ou funções públicas o servidor será notifica-
do para apresentar opção no prazo improrrogável de dez nio nacional.
dias, contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, ▷ Corrupção.
adotará procedimento sumário para a sua apuração e regu-
larização imediata (será utilizado o processo administrativo Competência para Aplicação
disciplinar no rito sumário).
A opção pelo servidor até o último dia de prazo para de-
das Penalidades
fesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá As penalidades disciplinares serão aplicadas:
automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo.
▷ Pelo Presidente da República, pelos Presidentes
Cassação da Aposentadoria das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais
ou Disponibilidade Federais e pelo Procurador-Geral da República,
Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do ina- quando se tratar de demissão e cassação de apo-
tivo que houver praticado, na atividade, falta punível com a sentadoria ou disponibilidade de servidor vincula-
demissão. do ao respectivo Poder, órgão, ou entidade.
Ex.: Na atividade, servidor que já possuía tempo de ser-
viço para aposentar-se voluntariamente pratica uma falta ▷ Pelas autoridades administrativas de hierarquia
funcional (dia 10), em seguida, temendo a punição ele se imediatamente inferior àquelas mencionadas no
aposenta (dia 15). No dia 20, um PAD é instaurado em vir- inciso anterior quando se tratar de suspensão su-
tude dessa infração. Se a consequência desse PAD for a pe- perior a 30 dias.
nalidade de demissão, ele terá sua aposentadoria cassada.
Pelo chefe da repartição e outras autoridades na for-
▷
Destituição da Função de Confiança ma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos
e do Cargo em Comissão casos de advertência ou de suspensão de até 30 dias.
A destituição de cargo em comissão exercido por não ocu- ▷ Pela autoridade que houver feito a nomeação, quan-
pante de função efetiva será aplicada nos casos de infração do se tratar de destituição de cargo em comissão.
sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.
Caso o servidor tenha sido exonerado e seja constatada pena- Competência
N
O
advertência
I
prejuízo da ação penal cabível):
N
I
S
Destituição Autoridade que nomeou ou designou
Improbidade administrativa.
T
▷
R
A
Aplicação irregular de dinheiros públicos. Prescrição da Ação Disciplinar
T
▷ I
V
Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimô-
O
▷
gral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispensados do O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, I
N
não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito, sendo que elas
I
S
ponto, até a entrega do relatório final. As reuniões serão regis-
T
serão inquiridas separadamente.
R
tradas em atas que deverão detalhar as deliberações adotadas.
A
T
Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infir- I
V
Instauração mem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes.
O
A instauração do processo administrativo é dada com a Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão pro-
publicação da portaria que designar a comissão (cuja compo- moverá o interrogatório do acusado. Ele será intimado para
sição já foi vista no tópico anterior) encarregada de realizar a depor e não poderá trazer seu depoimento escrito, assim 405
investigação. como as testemunhas.
Havendo mais de um acusado, cada um deles será ouvido Julgamento
406 separadamente, e sempre que divergirem em suas declarações Após o recebimento do processo, a autoridade julgadora deve-
sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação en-
rá proferir sua decisão no prazo de 20 dias . Caso ela não o faça no
tre eles.
prazo, não haverá a nulidade do processo (apenas podendo ocorrer
O
V
O procurador do acusado poderá assistir ao interrogató- a prescrição pela demora e a responsabilização da autoridade jul-
I
T rio, bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe ve- gadora).
A
R
T
dado interferir nas perguntas e respostas, mas é facultado a
S
I ele reinquirir as testemunhas, por intermédio do presidente da Como regra geral, a competência para julgamento é da mes-
N
I comissão. ma autoridade que instaurou o processo. Entretanto, se a penali-
M dade a ser aplicada exceder a alçada da administração instaurado-
D
A A indiciação do servidor será formulada após a infração dis-
O ciplinar ser tipificada, devendo especificar os fatos imputados ao ra do processo, esse será encaminhado à autoridade competente,
T
I que decidirá em igual prazo (também terá 20 dias para decidir).
E
R
servidor e as respectivas provas.
I No caso de haver mais de um indiciado e diversidade de
D O indiciado será citado por mandado expedido pelo
E
D presidente da comissão para apresentar defesa escrita, no sanções, o julgamento caberá à autoridade competente para a
S
E prazo de dez dias, sendo assegurado o direito de do pro- imposição da pena mais grave.
Õ
Ç cesso na repartição. No caso de dois ou mais indiciados, o Se a penalidade prevista for a demissão ou cassação de
O
N prazo será comum e de 20 dias. aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá às auto-
O período de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, ridades de que trata o inciso I do Art. 141 (Presidente da Repúbli-
para diligências reputadas indispensáveis. ca; Presidentes das Casas do Poder Legislativo; Presidentes dos
Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República).
O indiciado que mudar de residência fica obrigado a comu-
nicar à comissão o lugar onde poderá ser encontrado. Se a comissão tiver reconhecido a inocência do servidor, a
Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será autoridade instauradora do processo determinará o seu arqui-
citado por edital, publicado no Diário Oficial da União e em vamento, salvo se flagrantemente contrária à prova dos autos.
jornal de grande circulação na localidade do último domicílio
conhecido, para apresentar defesa.
O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quan-
do contrário às provas dos autos.
Nesse caso de citação por edital, o prazo para defesa será de Quando o referido relatório contrariar as provas dos au-
15 dias a partir da última publicação do edital. tos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente, agravar
Defesa a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de
O indicado que regularmente citado não apresentar defe- responsabilidade.
sa no prazo será considerado revel. A revelia será declarada, Dessa forma, tal autoridade fica vinculada ao relatório da
por termo, nos autos do processo e devolverá o prazo para a comissão, salvo se a conclusão for contrária às provas dos autos.
defesa.
Nesse caso, para defender o indiciado revel, a autoridade Verificada a ocorrência de vício insanável, a autoridade que
instauradora do processo designará um servidor como defensor determinou a instauração do processo ou outra de hierarquia
dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de superior declarará a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará,
mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do no mesmo ato, a constituição de outra comissão para instau-
indiciado. ração de novo processo.
Observe que diferentemente de um processo judicial civil, Como vimos, o julgamento fora do prazo legal não implica
a revelia no PAD não possui efeitos tão graves (como a presun- nulidade do processo.
ção dos fatos narrados pela outra parte), pois no PAD prevale- Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julga-
ce o princípio da verdade material. Dessa forma, mesmo diante dora determinará o registro do fato nos assentamentos indi-
da revelia, continua sendo da Administração o ônus de provar viduais do servidor.
o alegado contra o servidor.
Quando a infração estiver capitulada como crime, o pro-
Relatório cesso disciplinar será remetido ao Ministério Público para ins-
Após a apreciação da defesa, a comissão elaborará relató- tauração da ação penal, ficando trasladado na repartição.
rio minucioso, o qual resumirá as peças principais dos autos
e mencionará as provas em que se baseou para formar a sua O servidor que estiver respondendo a processo disciplinar
convicção. só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntaria-
mente, após a conclusão do processo e o cumprimento da
O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou penalidade, acaso aplicada.
à responsabilidade do servidor.
Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão Processo Administrativo
indicará o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem
como as circunstâncias agravantes ou atenuantes. Disciplinar de Rito Sumário
O processo disciplinar, com o relatório da comissão, será O procedimento disciplinar de rito sumário tem como prin-
remetido à autoridade que determinou a sua instauração, para cipal característica a tramitação mais rápida do que o processo
julgamento. administrativo comum.
Ele possui algumas regras próprias, diferentes do pro- A indicação da materialidade na hipótese de abandono de
cesso administrativo, mas no restante, ele segue as disposi- cargo é feita pela indicação precisa do período de ausência
ções aplicáveis ao rito comum (subsidiariamente). intencional do servidor ao serviço superior a trinta dias. Já no
Esse procedimento de rito sumário será utilizado no caso caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de
de acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públi- falta ao serviço sem causa justificada, por período igual ou su-
cas, abandono de cargo e inassiduidade habitual. perior a sessenta dias interpoladamente, durante o período de
doze meses.
O prazo para a conclusão do processo administrativo dis-
ciplinar submetido ao rito sumário não excederá trinta dias, Após a apresentação da defesa, a comissão elaborará re-
contados da data de publicação do ato que constituir a co- latório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade
missão, podendo ser prorrogado por até quinze, quando as do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos,
circunstâncias o exigirem. indicará o respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de
abandono de cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao
Quando for constatada a acumulação ilegal, a autoridade serviço superior a trinta dias e remeterá o processo à autori-
responsável por instaurar a sindicância ou processo adminis- dade instauradora para julgamento.
trativo notificará o servidor, por intermédio de sua chefia ime- Modalidades de PAD e Principais Diferenças
diata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez
dias, contados da data da ciência. Sindicância PAD PAD Sumário
Se o servidor não apresentar essa opção, será instaurado Suspensão + 30 Acúmulo ilegal
o procedimento sumário para a sua apuração e regularização dias. de cargos.
Advertência.
imediata. Demissão. Abandono de
Competência Suspensão até cargo.
A Lei nº 8.112/90 define que caso o servidor faça a opção 30 dias. Cassação.
Inassiduidade
até o último dia de prazo para defesa configurará sua boa-fé, Destituição. Habitual.
hipótese em que se converterá automaticamente em pedido Prazo 30 + 30 60 + 60 30 + 15
de exoneração do outro cargo.
▷ Fases do PAD de Rito Sumário: 2 ou 3 servi- 3 servidores
dores estáveis. estáveis. 2 servidores
Comissão
▷ Instauração ocorre com a publicação do ato que Transitória. Permanente.
estáveis.
constituir a comissão, a ser composta por dois servi-
dores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e
a materialidade da transgressão objeto da apuração. Revisão do Processo Administrativo
Instrução sumária compreende indiciação, defesa e
▷ O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer mo-
relatório.
mento, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos
▷ Julgamento. ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do puni-
do ou a inadequação da penalidade aplicada.
A comissão lavrará, até três dias após a publicação do ato
que a constituiu, termo de indiciação e promoverá a citação Na revisão serão aduzidos fatos novos ou circunstâncias
pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de sua che- suscetíveis de justificar:
fia imediata para apresentar defesa escrita, no prazo de cin-
co dias, sendo assegurado ao servidor vista do processo na ▷ A inocência do punido; ou
repartição. ▷ A inadequação da penalidade aplicada. N
Após a apresentação da defesa, a comissão elaborará re- Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento O
Ç
latório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a
Õ
E
do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, revisão do processo (incapacidade mental - o curador pode
S
D
opinará sobre a licitude da acumulação em exame, indicará requerer).
E
D
o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à autori- I
R
dade instauradora, para julgamento. Ônus da prova no processo revisional: requerente (deve E
I
provar esses fatos novos ou circunstâncias alegadas).
T
No prazo de cinco dias, contados do recebimento do pro-
O
A
cesso, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão.
D
A simples alegação de injustiça da penalidade não cons- M
Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, titui fundamento para a revisão, que requer elementos no-
I
N
I
será aplicada a pena de demissão, destituição ou cassação de
S
vos, ainda não apreciados no processo originário. T
aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, em-
R
A
O requerimento de revisão do processo será dirigido ao
T
pregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, I
V
hipótese em que os órgãos ou entidades de vinculação serão Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, se autori-
O
O servidor que for ocupante de cargo em comissão que As aposentadorias e pensões serão concedidas e mantidas
não seja, simultaneamente, ocupante de cargo ou emprego pelos órgãos ou entidades aos quais se encontram vinculados
efetivo na administração pública direta, autárquica e funda- os servidores, observado o disposto nos Arts. 189 e 224 da Lei
cional não terá direito aos benefícios do Plano de Seguridade nº 8.112/90 (cálculo e revisão da aposentadoria; atualização das
Social, com exceção da assistência à saúde. pensões).
O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo, sem di-
reito à remuneração, inclusive para servir em organismo oficial O recebimento indevido de benefícios havidos por fraude,
internacional do qual o Brasil seja membro efetivo ou com o dolo ou má-fé, implicará devolução ao erário do total auferido,
qual coopere, ainda que contribua para regime de previdência sem prejuízo da ação penal cabível.
social no exterior, terá suspenso o seu vínculo com o regime do
plano de Seguridade Social do Servidor Público enquanto du- Dos Benefícios
rar o afastamento ou a licença, não lhes assistindo, nesse pe-
ríodo, os benefícios do mencionado regime de previdência. Da Aposentadoria
Será assegurada ao servidor licenciado ou afastado sem A Constituição Federal sofreu alterações no que se refere
remuneração a manutenção da vinculação ao regime do ao tema aposentadoria do servidor, sendo que muitas disposi-
plano de Seguridade Social do Servidor Público, mediante o ções da Lei nº 8.112/90 ficaram sem aplicabilidade.
recolhimento mensal da respectiva contribuição, no mesmo
percentual devido pelos servidores em atividade, incidente so- Os aposentados, assim como os servidores em disponibi-
bre a remuneração total do cargo a que faz jus no exercício de lidade, são inativos. Dessa forma não recebem remuneração e
suas atribuições, computando-se, para esse efeito, inclusive, sim proventos.
as vantagens pessoais. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos
Esse recolhimento deve ser efetuado até o segundo dia útil Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas
após a data do pagamento das remunerações dos servidores
públicos, aplicando-se os procedimentos de cobrança e exe- autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência
cução dos tributos federais quando não recolhidas na data de de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do
vencimento. respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos
O plano de Seguridade Social visa a dar cobertura aos ris- pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio
cos a que estão sujeitos o servidor e sua família, e compreende financeiro e atuarial.
um conjunto de benefícios e ações que atendam às seguintes
finalidades: Modalidades de Aposentadoria
▷ Garantir meios de subsistência nos eventos de doen- Por invalidez permanente
ça, invalidez, velhice, acidente em serviço, inativida- Nessa modalidade de aposentadoria os proventos serão
de, falecimento e reclusão. proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente
▷ Proteção à maternidade, à adoção e à paternidade. de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave,
▷ Assistência à saúde. contagiosa ou incurável, na forma da lei.
Compulsória ▷ Esclerose Múltipla.
Nesse caso o servidor titular de um cargo de provimento ▷ Neoplasia Maligna.
efetivo será compulsoriamente aposentado, aos setenta anos de ▷ Cegueira posterior ao ingresso no serviço público.
idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. ▷ Hanseníase .
Voluntária ▷ Cardiopatia grave.
Nessa modalidade o servidor que requer a sua aposenta- ▷ Doença De Parkinson.
doria, desde que cumprido o tempo mínimo de dez anos de
▷ Paralisia Irreversível E Incapacitante.
efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efe-
tivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes ▷ Espondiloartrose Anquilosante.
condições: ▷ Nefropatia Grave.
▷ Sessenta anos de idade e trinta e cinco de contri- ▷ Estados avançados do mal de Paget (osteíte defor-
buição, se homem, e cinquenta e cinco anos de ida- mante).
de e trinta de contribuição, se mulher (os requisitos ▷ Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS).
de idade e de tempo de contribuição serão reduzi- ▷ Outras que a lei indicar, com base na medicina es-
dos em cinco anos para o professor que comprove pecializada.
exclusivamente tempo de efetivo exercício das fun- Na hipótese de aposentadoria por invalidez, o servidor
ções de magistério na educação infantil e no ensino será submetido junta
à médica oficial, que atestará tal ques-
fundamental e médio). tão quando caracterizada a incapacidade para o desempenho
▷ Sessenta e cinco anos de idade, se homem, e ses- das atribuições do cargo ou a impossibilidade de se aplicar o
senta anos de idade, se mulher, com proventos disposto no Art. 24 da Lei nº 8.112/90 (readaptação).
proporcionais ao tempo de contribuição. A aposentadoria compulsória será automática, e declarada
Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião por ato, com vigência a partir do dia imediato àquele em que o
de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do res- servidor atingir a idade limite de permanência no serviço ativo.
pectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposenta- A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará a partir
doria ou que serviu de referência para a concessão da pensão. da data da publicação do respectivo ato.
Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por oca- A aposentadoria por invalidez será precedida de licença
sião da sua concessão, serão consideradas as remunerações para tratamento de saúde, por período não excedente a 24
utilizadas como base para as contribuições do servidor aos (vinte e quatro) meses. Nesse caso, serão consideradas apenas
regimes de previdência de que tratam o Art. 40 e o Art. 201 da as licenças motivadas pela enfermidade ensejadora da invali-
Constituição Federal, na forma da lei. dez ou doenças correlacionadas.
É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados Expirado o período de licença e não estando em condições
para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regi- de reassumir o cargo ou de ser readaptado, o servidor será
me de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos aposentado.
em leis complementares, os casos de servidores:
O lapso de tempo compreendido entre o término da licen-
▷ Portadores de deficiência. ça e a publicação do ato da aposentadoria será considerado
▷ Que exerçam atividades de risco. como de prorrogação da licença.
Cujas atividades sejam exercidas sob condições espe-
▷
A critério da Administração, o servidor em licença para
ciais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. tratamento de saúde ou aposentado por invalidez poderá ser
Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acu- convocado a qualquer momento, para avaliação das condições
muláveis na forma dessa Constituição, é vedada a percepção de que ensejaram o afastamento ou a aposentadoria.
mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência
N
O provento da aposentadoria será calculado com obser-
O
acima estudado. Dessa forma, se a cumulação fosse lícita na ati-
Ç
vância do disposto no § 3º do Art. 41 (o vencimento do cargo
Õ
vidade, o servidor também poderá cumular os proventos.
E
efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é ir-
S
D
É assegurado o reajustamento dos benefícios para preser- redutível) e revisto na mesma data e proporção, sempre que se
E
Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis provento integral, calculado com base no fundamento legal de
(para efeitos dessas regras): concessão da aposentadoria.
▷ Tuberculose ativa. Quando proporcional ao tempo de serviço, o provento 409
▷ Alienação mental. não será inferior a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade.
Ao servidor aposentado será paga a gratificação natalina, Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direi-
410 até o dia vinte do mês de dezembro, em valor equivalente ao to à licença-paternidade de 5 dias consecutivos.
respectivo provento, deduzido o adiantamento recebido. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis meses,
Ao ex-combatente que tenha efetivamente participado de a servidora lactante terá direito, durante a jornada de trabalho,
O operações bélicas, durante a Segunda Guerra Mundial, nos ter- a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois
V
I
T mos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, será concedida períodos de meia hora.
A
R aposentadoria com provento integral, aos 25 (vinte e cinco) À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de crian-
T
S
I anos de serviço efetivo. ça até 1 ano de idade, serão concedidos 90 dias de licença re-
N
I munerada. No caso de adoção ou guarda judicial de criança
M
D
Do Auxílio-Natalidade com mais de 1 ano de idade, a licença será de 30 dias.
A
O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de
O
T
I nascimento de filho, em quantia equivalente ao menor venci- Da Licença por Acidente em Serviço
E
R
I mento do serviço público, inclusive no caso de natimorto. Será licenciado, com remuneração integral, o servidor aci-
D dentado em serviço.
E Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de
D
S 50% (cinquenta por cento), por nascituro. Configura acidente em serviço o dano físico ou mental
E
Õ O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediata-
Ç
O público, quando a parturiente não for servidora. mente, com as atribuições do cargo exercido.
N
Equipara-se ao acidente em serviço o dano:
Do Salário-Família
▷ Decorrente de agressão sofrida e não provocada
O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao inativo, pelo servidor no exercício do cargo.
por dependente econômico. Consideram-se dependentes eco- ▷ Sofrido no percurso da residência para o trabalho e
nômicos para efeito de percepção do salário-família:
vice-versa.
O cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os
O servidor acidentado em serviço que necessite de trata-
enteados até 21 anos de idade ou, se estudante, até
24 anos ou, se inválido, de qualquer idade. mento especializado poderá ser tratado em instituição priva-
O menor de 21 anos que, mediante autorização judi- da, à conta de recursos públicos. O tratamento recomendado
cial, viver na companhia e às expensas do servidor, por junta médica oficial constitui medida de exceção e somen-
ou do inativo. te será admissível quando inexistirem meios e recursos ade-
A mãe e o pai sem economia própria. quados em instituição pública.
Não se configura a dependência econômica quando o be- A prova do acidente será feita no prazo de 10 dias, prorrogá-
neficiário do salário-família perceber rendimento do trabalho vel quando as circunstâncias o exigirem.
ou de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou provento da
aposentadoria, em valor igual ou superior ao salário-mínimo. Da Pensão
Quando o pai e a mãe forem servidores públicos e viverem A Lei nº 8.112/90 estabelece que em caso de morte do servi-
em comum, o salário-família será pago a um deles; quando se- dor, os dependentes, nas hipóteses legais, fazem jus à pensão a
parados, será pago a um e outro, de acordo com a distribuição partir da data de óbito, observado o limite estabelecido no inciso
dos dependentes. XI do caput do Art. 37 da Constituição Federal (teto remunerató-
Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a madrasta rio) e no Art. 2º da Lei nº 10.887, de 18 de junho de 2004.
e, na falta desses, os representantes legais dos incapazes. Lei nº 10.887/2004, Art. 2º. Aos dependentes dos ser-
vidores titulares de cargo efetivo e dos aposentados de
O salário-família não está sujeito a qualquer tributo, nem qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distri-
servirá de base para qualquer contribuição, inclusive para a to Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias
Previdência Social. e fundações, falecidos a partir da data de publicação
O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração, não desta Lei, será concedido o benefício de pensão por
acarreta a suspensão do pagamento do salário-família. morte, que será igual:
Da Licença à Gestante, à Adotante I. à totalidade dos proventos percebidos pelo apo-
sentado na data anterior à do óbito, até o limite
e da Licença-Paternidade máximo estabelecido para os benefícios do regime
Será concedida licença à servidora gestante por 120 dias geral de previdência social, acrescida de 70% (seten-
consecutivos, sem prejuízo da remuneração. ta por cento) da parcela excedente a este limite; ou
A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de II. à totalidade da remuneração do servidor no car-
gestação, salvo antecipação por prescrição médica. go efetivo na data anterior à do óbito, até o limite
No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a máximo estabelecido para os benefícios do regime
partir do parto. geral de previdência social, acrescida de 70% (se-
Na situação de natimorto, decorridos 30 dias do evento, a tenta por cento) da parcela excedente a este limite,
servidora será submetida a exame médico, e se julgada apta, se o falecimento ocorrer quando o servidor ainda
reassumirá o exercício. estiver em atividade.
No caso de aborto atestado por médico oficial, a servi- Parágrafo único. Aplica-se ao valor das pensões o limite
dora terá direito a 30 dias de repouso remunerado. previsto no Art. 40, § 2º, da Constituição Federal”.
São BENEFICIÁRIOS das pensões: ▷ desaparecimento no desempenho das atribuições do
I. o cônjuge; cargo ou em missão de segurança.
II. o cônjuge divorciado ou separado judicialmente A pensão provisória será transformada em vitalícia ou
ou de fato, com percepção de pensão alimentícia temporária, conforme o caso, decorridos 5 anos de sua vigên-
estabelecida judicialmente; cia, ressalvado o eventual reaparecimento do servidor, hipóte-
III. o companheiro ou companheira que comprove se em que o benefício será automaticamente cancelado.
união estável como entidade familiar; Acarreta Perda da Qualidade de Beneficiário
IV. o filho de qualquer condição que atenda a um ▷ o seu falecimento;
dos seguintes requisitos: ▷ a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após
a) seja menor de 21 anos; a concessão da pensão ao cônjuge;
b) seja inválido; ▷ a cessação da invalidez, em se tratando de benefi-
d) tenha deficiência intelectual ou mental, nos ciário inválido, o afastamento da deficiência, em se
termos do regulamento; tratando de beneficiário com deficiência, ou o levan-
V. a mãe e o pai que comprovem dependência eco- tamento da interdição, em se tratando de beneficiá-
nômica do servidor; rio com deficiência intelectual ou mental que o torne
VI. o irmão de qualquer condição que comprove de- absoluta ou relativamente incapaz, (respeitados os
pendência econômica do servidor e atenda a um dos períodos mínimos decorrentes da aplicação das alí-
requisitos previstos no inciso IV. neas “a” e “b” do inciso VII do Art. 222);
A concessão de pensão aos beneficiários de que tratam os ▷ o implemento da idade de 21 (vinte e um) anos, pelo
incisos I a IV acima tratados exclui os beneficiários referidos filho ou irmão;
nos incisos V e VI. Assim, o cônjuge ou companheiros e os ▷ a acumulação de pensão na forma do Art. 225 (exer-
filhos excluem os pais e irmão, possuindo preferência. cer a opção em caso de ter direito a duas ou mais
A concessão de pensão aos beneficiários de que trata o pensões);
inciso V acima tratado exclui o beneficiário referido no inciso ▷ a renúncia expressa.
VI. Desse modo, caso o servidor possua pais e irmãos, somente O cônjuge e companheiro (ainda que divorciados, mas que
os pais irão receber a pensão, possuindo preferência. recebam pensão alimentícia) também perdem a condição de
O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho beneficiário nas seguintes hipóteses:
mediante declaração do servidor e desde que comprovada ▷ o decurso de 4 meses, se o óbito ocorrer sem que o
dependência econômica, na forma estabelecida em regu- servidor tenha vertido 18 contribuições mensais ou se
lamento. o casamento ou a união estável tiverem sido iniciados
Caso ocorra habilitação de vários titulares à pensão, o seu em menos de 2 anos antes do óbito do servidor;
valor será distribuído em partes iguais entre os beneficiários ▷ o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos de
habilitados. acordo com a idade do pensionista na data de óbi-
O direito de requerer a pensão não prescreve, podendo ser to do servidor, depois de vertidas 18 contribuições
requerida a qualquer tempo. Somente as prestações exigíveis mensais e pelo menos 2 anos após o início do casa-
há mais de 5 anos é que irão prescrever. mento ou da união estável:
Concedida a pensão, qualquer prova posterior ou habilita- 1. 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de
ção tardia que implique exclusão de beneficiário ou redução idade;
de pensão só produzirá efeitos a partir da data em que for 2. 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis)
oferecida. anos de idade; N
Casos de perda do direito à pensão por morte: 3. 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e O
Ç
▷ após o trânsito em julgado, o beneficiário condena- nove) anos de idade; Õ
E
do pela prática de crime de que tenha dolosamente 4. 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos
S
D
resultado a morte do servidor; de idade; E
D
▷ o cônjuge, o companheiro ou a companheira se com- 5. 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quaren- I
R
provada, a qualquer tempo, simulação ou fraude no ta e três) anos de idade;
E
I
T
casamento ou na união estável, ou a formalização 6. vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos
O
A
desses com o fim exclusivo de constituir benefício de idade.
D
M
previdenciário, apuradas em processo judicial no Caso o óbito do servidor decorra de acidente de qualquer na-
I
N
qual será assegurado o direito ao contraditório e à tureza ou de doença profissional ou do trabalho, é aplicado essa
I
S
T
ampla defesa. regra, independentemente do recolhimento de 18 contribuições
R
A
Será concedida pensão provisória por morte presumida
T
mensais ou da comprovação de 2 anos de casamento ou de união I
V
do servidor, nos seguintes casos: estável.
O
▷ declaração de ausência, pela autoridade judiciária A critério da administração, o beneficiário de pensão cuja
competente; preservação seja motivada por invalidez, por incapacidade ou
▷ desaparecimento em desabamento, inundação, incên- por deficiência poderá ser convocado a qualquer momento 411
dio ou acidente não caracterizado como em serviço; para avaliação das referidas condições.
O tempo de contribuição a Regime Próprio de Previdên- básica o implemento de ações preventivas voltadas para a
412 cia Social (RPPS) ou ao Regime Geral de Previdência Social promoção da saúde e será prestada pelo Sistema Único de
(RGPS) será considerado na contagem das 18 (dezoito) con- Saúde – SUS, diretamente pelo órgão ou entidade ao qual
tribuições mensais referidas nas alíneas “a” e “b” do inciso VII estiver vinculado o servidor, ou mediante convênio ou con-
O do caput do Art. 222. trato, ou ainda na forma de auxílio, mediante ressarcimento
V
I
T No caso de morte ou perda da qualidade de beneficiário, a parcial do valor despendido pelo servidor, ativo ou inativo, e
A respectiva cota reverterá para os cobeneficiários.
R
T
seus dependentes ou pensionistas com planos ou seguros
S
I As pensões serão automaticamente atualizadas na mesma privados de assistência à saúde, na forma estabelecida em
N
I data e na mesma proporção dos reajustes dos vencimentos regulamento.
M
D dos servidores. Nas hipóteses previstas na Lei 8.112/90 em que seja exigida
A
O Excepcionado o direito de opção, é vedada a percepção perícia, avaliação ou inspeção médica, na ausência de médico
T
I
E cumulativa de pensão deixada por mais de um cônjuge ou ou junta médica oficial, para a sua realização o órgão ou en-
R
I companheiro ou companheira e de mais de 2 pensões.
D tidade celebrará, preferencialmente, convênio com unidades
E
D Do Auxílio-Funeral de atendimento do sistema público de saúde, entidades sem
S fins lucrativos declaradas de utilidade pública, ou com o Insti-
E
Õ
O auxílio-funeral é devido à família do servidor falecido na
Ç atividade ou aposentado, em valor equivalente a um mês da tuto Nacional do Seguro Social - INSS.
O
N remuneração ou provento. Na impossibilidade, devidamente justificada, da realiza-
No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será pago ção do convênio acima citado, o órgão ou entidade promoverá
somente em razão do cargo de maior remuneração. a contratação da prestação de serviços por pessoa jurídica,
O auxílio será pago no prazo de 48 horas, por meio de que constituirá junta médica especificamente para esses fins,
procedimento sumaríssimo, à pessoa da família que houver indicando os nomes e especialidades dos seus integrantes,
custeado o funeral. Se esse for custeado por terceiro, ele será com a comprovação de suas habilitações e de que não estejam
indenizado, observado acima disposto. respondendo a processo disciplinar junto à entidade fiscaliza-
Em caso de falecimento de servidor em serviço fora do lo- dora da profissão.
cal de trabalho, inclusive no exterior, as despesas de transporte Para os fins do disposto acima, ficam a União e suas entidades
do corpo correrão à conta de recursos da União, autarquia ou
fundação pública.
autárquicas e fundacionais autorizadas a:
Celebrar convênios exclusivamente para a prestação de ser-
Do Auxílio-Reclusão viços de assistência à saúde para os seus servidores ou empre-
À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão, nos gados ativos, aposentados, pensionistas, bem como para seus
seguintes valores: respectivos grupos familiares definidos, com entidades de auto-
Dois terços da remuneração, quando afastado por motivo gestão por elas patrocinadas por meio de instrumentos jurídicos
de prisão, em flagrante ou preventiva, determinada pela au- efetivamente celebrados e publicados até 12 de fevereiro de 2006
toridade competente, enquanto perdurar a prisão (caso seja e que possuam autorização de funcionamento do órgão regula-
absolvido, o servidor terá direito à integralização da remune- dor, sendo certo que os convênios celebrados depois dessa data
ração). somente poderão sê-lo na forma da regulamentação específica
Metade da remuneração, durante o afastamento, em vir- sobre patrocínio de autogestões, a ser publicada pelo mesmo ór-
tude de condenação, por sentença definitiva, a pena que não gão regulador, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias da vigência
determine a perda de cargo. desta Lei, normas essas também aplicáveis aos convênios existen-
O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia tes até 12 de fevereiro de 2006.
imediato àquele em que o servidor for posto em liberdade, Contratar, mediante licitação, na forma da Lei nº 8.666, de
ainda que condicional. 21 de junho de 1993, operadoras de planos e seguros privados de
Ressalvado o disposto neste artigo, o auxílio-reclusão será devi- assistência à saúde que possuam autorização de funcionamento
do, nas mesmas condições da pensão por morte, aos dependentes do órgão regulador.
do segurado recolhido à prisão. O valor do ressarcimento fica limitado ao total despendido
Emenda Constitucional nº 20 pelo servidor ou pensionista civil com plano ou seguro privado
Art. 13. Até que a lei discipline o acesso ao salário-famí- de assistência à saúde.
lia e auxílio-reclusão para os servidores, segurados e seus
dependentes, esses benefícios serão concedidos apenas ANOTAÇÕES
àqueles que tenham renda bruta mensal igual ou inferior a
R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais), que, até a publicação
da lei, serão corrigidos pelos mesmos índices aplicados aos
benefícios do regime geral de previdência social.
Da Assistência à Saúde
A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo, e de
sua família compreende auxílio médico, hospitalar, odon-
tológico, psicológico e farmacêutico. Terá como diretriz
14. Licitação ADM. PÚBLICA UNIÃO; ESTADOS;
DIRETA DISTRITO FEDERAL;
Conceito de Licitação MUNICÍPIOS.
Art. 37, XXI . Ressalvados os casos especificados na leg-
islação, as obras, serviços, compras e alienações serão AUTARQUIA;
contratados mediante processo de licitação pública que ADM. PÚBLICA FUNDAÇÃO PÚBLICA;
assegure igualdade de condições a todos os concor- INDIRETA SOCIEDADE DE
rentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de ECONOMIA MISTA;
pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, EMPRESAS PÚBLICAS.
nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigên-
cias de qualificação técnica e econômica indispensáveis Como licitar?
à garantia do cumprimento das obrigações. Em primeiro lugar, deve ser definido o objeto que se quer
Procedimento administrativo, de observância obrigatória contratar. Depois disso, é necessário estimar o valor total da
obra, do serviço ou do bem a ser licitado, mediante realização
pelas entidades governamentais, em que, observada a igual- de pesquisa de mercado. É importante, ainda, verificar se há
dade entre os participantes, deve ser selecionada a melhor previsão de recursos orçamentários para o pagamento da des-
proposta entre as apresentadas pelos interessados e com elas pesa e se essa se encontrará em conformidade com a Lei de
travar determinadas relações de conteúdo patrimonial, uma Responsabilidade Fiscal.
vez preenchidos os requisitos mínimos necessários ao bom Assim, após apuração da estimativa, deve ser adotada a
cumprimento das obrigações a que eles se propõem (preceito modalidade de licitação adequada, com prioridade especial
da Lei 8.666/93). para o pregão, quando o objeto pretendido referir-se a bens e
serviços comuns listados no Decreto nº 3.555, de 8 de agosto
Regras Gerais sobre Licitações de 2002, que regulamenta essa modalidade. Lembrando que
As regras gerais de licitação são de suma importância a modalidade pregão não está expressamente prevista na Lei
para quem fará um concurso público, pois, de forma objetiva, nº 8.666/93.
conseguimos entender as questões propostas, dessa maneira,
iniciaremos com indagações frequentes: Princípios Explícitos
O que é licitação? ▷ Legalidade;
Licitação é o procedimento administrativo que autoriza a ▷ Impessoalidade;
execução de obras, a prestação de serviços e o fornecimen- ▷ Moralidade e Probidade Administrativa;
to de bens para atendimento de necessidades públicas; as ▷ Igualdade;
alienações e locações devem ser contratadas mediante lici- Publicidade;
▷
tações públicas. Vinculação ao Instrumento Convocatório;
▷
Por que licitar? ▷ Julgamento Objetivo.
A Constituição Federal, Art. 37, XXI, prevê, para a Adminis- Estão previstos no Art. 3º da Lei nº 8.666/93:
tração Pública, a obrigatoriedade de licitar. Art. 3º . A licitação destina-se a garantir a observância
do princípio constitucional da isonomia, a seleção da
O procedimento de licitação objetiva permite que a admin-
proposta mais vantajosa para a Administração e a pro-
istração contrate aqueles que reúnem as condições necessárias moção do desenvolvimento nacional sustentável e será N
para o atendimento do interesse público, levando em consid- processada e julgada em estrita conformidade com os
O
Ç
eração aspectos relacionados à capacidade técnica e econômi- princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da
Õ
E
co-financeira do licitante, à qualidade do produto e ao valor do
S
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade D
objeto, sempre procurando atender ao princípio da isonomia administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório,
E
D
(igualdade) e objetivando a proposta mais vantajosa. do julgamento objetivo.
I
R
E
Quem deve licitar? O Art. 3º, que trata dos princípios da licitação, determina a I
T
O
Estão sujeitos à regra de licitar, prevista na Lei nº 8.666, estrita obediência a vários princípios básicos expressos. Con- A
tudo, dá relevância a um deles, ou seja, o princípio da isono-
D
de 1993, além dos órgãos integrantes da administração direta,
M
mia tem um tratamento diferenciado.
I
N
os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as I
A licitação, por si só, traz uma ideia de disputa isonômica e
S
T
empresas públicas, as sociedades da economia mista e demais a finalidade é a de conseguir a proposta mais vantajosa para a
R
A
entidades controladas direta e indiretamente pela União, Esta-
T
Administração a fim da celebração do contrato administrativo.
I
V
dos, Distrito Federal e Municípios.
O
O propósito específico é a realização de obras, serviços, con-
Art. 175 . Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, di- cessão, permissões, compras, alienações ou locações.
retamente ou sob regime de concessão ou permissão, Devemos nos atentar, pois a competência para legislar acer-
sempre por meio de licitação, a prestação de serviços ca de licitação é privativa da União, sempre sobre normas gerais, 413
públicos. e está prevista no Art. 22, XXVII, da Constituição Federal:
Art. 22 . Compete privativamente à União legislar sobre: Impessoalidade
414 XXVII. Normas gerais de licitação e contratação, Esse princípio obriga a Administração a observar, nas suas
em todas as modalidades, para as administrações decisões, critérios objetivos previamente estabelecidos, afa-
públicas diretas, autárquicas e fundacionais da stando a discricionariedade e o subjetivismo na condução dos
O
V
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obe- procedimentos da licitação. Aqui, o princípio obedece aos dita-
I
T decido o disposto no Art. 37, XXI, e para as empre- mes da Constituição Federal e tem por finalidade a obediência
A
R
T
sas públicas e sociedades de economia mista, nos estrita aos fins coletivos, impedindo, de qualquer modo, a pro-
S
I termos do Art. 173, § 1º, III; moção pessoal do administrador e as chamadas “facilidades”
N
I
M É de se notar que os Estados, Distrito Federal e municípios para qualquer particular envolvido no procedimento.
D
A podem legislar sobre normas específicas acerca de licitação Moralidade e Probidade Administrativa
O
T pública e contratos administrativos, mesmo sem autorização
I
E da União, desde que as leis promulgadas não ofendam a Con- Aqui devemos nos atentar, pois, de acordo com a Constitu-
R
I
stituição Federal e também não contrariem as normas gerais. ição Federal, a moralidade administrativa é tida como princípio e
D
E a probidade como dever. Contudo, o texto da Lei nº 8.666/93 traz
D Dessa forma, é importante frisar que a Lei nº 8.666/93 insculpido os dois como sendo princípios norteadores da licitação,
S é aplicável a toda Administração Pública, de acordo com os
E em que a conduta dos licitantes e dos agentes públicos tem que
Õ
Ç Arts. 1º e 2º da lei: ser, além de lícita, compatível com a moral, ética, bons costumes e
O
N Art. 1º. Esta Lei estabelece normas gerais sobre lic- com as regras da boa administração.
itações e contratos administrativos pertinentes a
obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, Igualdade
alienações e locações no âmbito dos Poderes da É o mais relevante princípio da lei de licitação e significa
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- dar tratamento igual a todos os interessados. É condição es-
nicípios. sencial para garantir em todas as fases da licitação. Também
chamado de princípio da isonomia entre os licitantes. A igual-
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei,
além dos órgãos da administração direta, os fundos dade aqui tem dois sentidos: primeiro, a administração deve
especiais, as autarquias, as fundações públicas, as em- dispensar tratamento isonômico entre os licitantes; segundo,
presas públicas, as sociedades de economia mista e deve a igualdade garantir que a concorrência seja viável entre
demais entidades controladas direta ou indiretamente os particulares.
pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. O Art. 3º, § 2º, da Lei, reza que em igualdade de condições
Art. 2º. As obras, serviços, inclusive de publicidade, com- será assegurado à preferência sucessivamente a bens e
pras, alienações, concessões, permissões e locações da serviços em caso de empate, seguindo o seguinte critério de
Administração Pública, quando contratadas com terceiros, desempate:
serão necessariamente precedidas de licitação, ressalva- ▷ Produzidos no país;
das as hipóteses previstas nesta Lei. ▷ Produzidos ou prestados por empresas brasileiras;
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se
▷ Produzidos ou prestados por empresas que invistam
contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou enti- em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no
dades da Administração Pública e particulares, em que
país.
haja um acordo de vontades para a formação de víncu-
lo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual Publicidade
for a denominação utilizada. O Princípio da Publicidade reza que qualquer interessa-
do deve ter acesso às licitações públicas e seu controle, me-
Princípios Explícitos em Espécie diante divulgação dos atos praticados pelos administradores
Legalidade em todas as fases da licitação. No entanto, o conteúdo dos
propostos são sigilosos, conforme prevê o Art. 3º, § 3º, Lei
Nos procedimentos de licitação, esse princípio vincula os nº 8.666/93.
licitantes e a Administração Pública às regras estabelecidas,
§ 3º. A licitação não será sigilosa, sendo públicos e
nas normas e princípios em vigor, ou seja, o administrador
acessíveis ao público os atos de seu procedimento, sal-
fica vinculado aos ditames na lei, tendo alguma liberdade vo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva
(discricionariedade) somente quando a própria lei assim au- abertura.”
torizar ou determinar, como é o caso da licitação dispensável Dessa forma, quanto maior o valor do contrato, maior será
e licitação dispensada. a publicidade de seus atos. Assim, no convite, a divulgação
Todos os atos de licitação devem estar estritamente na será mínima, devido ao reduzido valor do contrato, e, na con-
lei. Sendo assim, o administrador público não pode exigir do corrência, a divulgação será a maior possível.
licitante condições de habilitação econômica com certa mar- Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrên-
gem acima do necessário ao cumprimento das obrigações a cias, das tomadas de preço, dos concursos e dos leilões, em-
serem contratadas. Assim, somente permitirá as exigências de bora realizados no local da repartição interessada, deverão ser
qualificação técnica e econômicas indispensáveis à garantia do publicados com antecedência, como dispõe o Art. 21 da Lei de
cumprimento das obrigações. Licitação:
d) na hipótese de conflito de interesses específico
e transitório, comunicar sua ocorrência ao supe-
Resolução nº 10, de 29 de
442
rior hierárquico ou aos demais membros de órgão Setembro de 2008
colegiado de que faça parte a autoridade, em se
tratando de decisão coletiva, abstendo-se de vo-
A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, no uso de suas atribui-
ções conferidas pelo art. 1º do Decreto de 26 de maio de 1999 e
tar ou participar da discussão do assunto;
O
C
pelos arts. 1º, inciso III, e 4º, inciso IV, do Decreto nº 6.029, de 1º
I
L
e) divulgar publicamente sua agenda de compro- de fevereiro de 2007, nos termos do Decreto nº 1.171, de 22 de
B missos, com identificação das atividades que não
Ú junho de 1994, Decreto nº 4.553, de 27 de dezembro de 2002 e
P sejam decorrência do cargo ou função pública.
O
tendo em vista a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999,
Ç
I 4. A Comissão de Ética Pública deverá ser informada
V
R pela autoridade e opinará, em cada caso concreto, Resolve
E
S sobre a suficiência da medida adotada para prevenir Art. 1º Ficam aprovadas, na forma desta Resolução, as
O situação que possa suscitar conflito de interesses. normas de funcionamento e de rito processual, deli-
N
A 5. A participação de autoridade em conselhos de admi- mitando competências, atribuições, procedimentos e
C
I
T nistração e fiscal de empresa privada, da qual a União outras providências no âmbito das Comissões de Éti-
É
seja acionista, somente será permitida quando resultar ca instituídas pelo Decreto nº 1.171, de 22 de junho de
de indicação institucional da autoridade pública com- 1994, com as alterações estabelecidas pelo Decreto nº
petente. Nestes casos, é-lhe vedado participar de deli- 6.029, de 1º de fevereiro de 2007.
beração que possa suscitar conflito de interesses com Capítulo I
o Poder Público.
• Das Competências e Atribuições
6. No trabalho voluntário em organizações do terceiro se-
Art. 2º Compete às Comissões de Ética:
tor, sem finalidade de lucro, também deverá ser observa-
I. atuar como instância consultiva do dirigente má-
do o disposto nesta Resolução.
ximo e dos respectivos servidores de órgão ou de
7. As consultas dirigidas à Comissão de Ética Pública entidade federal;
deverão estar acompanhadas dos elementos pertinen-
tes à legalidade da situação exposta.
II. aplicar o Código de Ética Profissional do Servidor
Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado
Brasília, 25 de setembro de 2003 pelo Decreto nº 1.171, de 1994, devendo:
João Geraldo Piquet Carneiro a) submeter à Comissão de Ética Pública - CEP
Presidente propostas de aperfeiçoamento do Código de Éti-
ca Profissional;
Resolução nº 09, de 20 b) apurar, de ofício ou mediante denúncia, fato
de Maio de 2005 ou conduta em desacordo com as normas éticas
pertinentes;
O PRESIDENTE DA COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, no uso
de suas atribuições e tendo em vista o disposto no art. 2º, in- c) recomendar, acompanhar e avaliar o desenvol-
ciso V, do Decreto de 26 de maio de 1999, que cria a Comissão vimento de ações objetivando a disseminação, ca-
de Ética Pública, e nos termos do art. 4º do Código de Conduta pacitação e treinamento sobre as normas de ética
da Alta Administração Federal. e disciplina;
III. representar o órgão ou a entidade na Rede de
Resolve Ética do Poder Executivo Federal a que se refere o
Art. 1º Fica aprovado o modelo anexo da Declaração art. 9º do Decreto nº 6.029, de 2007;
Confidencial de Informações de que trata a Resolução IV. supervisionar a observância do Código de Con-
no 5, de 7 de junho de 2001. duta da Alta Administração Federal e comunicar à
CEP situações que possam configurar descumpri-
Art. 2º A autoridade ocupante de cargo público vincu- mento de suas normas;
lado ao Código de Conduta da Alta Administração Fe-
V. aplicar o código de ética ou de conduta próprio,
deral deverá apresentar a Declaração Confidencial de
se couber;
Informações, devidamente preenchida:
VI. orientar e aconselhar sobre a conduta ética do
I. pela primeira vez, até dez dias após a posse; e servidor, inclusive no relacionamento com o cida-
II. sempre que ocorrer alteração relevante nas in- dão e no resguardo do patrimônio público;
formações prestadas, até trinta dias da ocorrência. VII. responder consultas que lhes forem dirigidas;
Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua VIII. receber denúncias e representações contra
publicação. servidores por suposto descumprimento às normas
Art. 4º Fica revogado o Anexo à Resolução no 5, de 7 éticas, procedendo à apuração;
de junho de 2001. IX. instaurar processo para apuração de fato ou
FERNANDO NEVES DA SILVA conduta que possa configurar descumprimento ao
Presidente da Comissão de Ética Pública padrão ético recomendado aos agentes públicos;
X. convocar servidor e convidar outras pessoas a Capítulo II
prestar informação;
• Da Composição
XI. requisitar às partes, aos agentes públicos e aos
órgãos e entidades federais informações e docu- Art. 3º A Comissão de Ética do órgão ou entidade será
mentos necessários à instrução de expedientes; composta por três membros titulares e respectivos
XII. requerer informações e documentos necessá- suplentes, servidores públicos ocupantes de cargo efe-
rios à instrução de expedientes a agentes públicos tivo ou emprego do seu quadro permanente, designa-
e a órgãos e entidades de outros entes da federa- dos por ato do dirigente máximo do correspondente
ção ou de outros Poderes da República; órgão ou entidade.
XIII. realizar diligências e solicitar pareceres de es- § 1º Não havendo servidores públicos no órgão ou na
pecialistas; entidade em número suficiente para instituir a Comis-
XIV. esclarecer e julgar comportamentos com indí- são de Ética, poderão ser escolhidos servidores públi-
cios de desvios éticos; cos ocupantes de cargo efetivo ou emprego do quadro
XV. aplicar a penalidade de censura ética ao servi- permanente da Administração Pública.
dor e encaminhar cópia do ato à unidade de gestão § 2º A atuação na Comissão de Ética é considerada
de pessoas, podendo também: prestação de relevante serviço público e não enseja
a) sugerir ao dirigente máximo a exoneração de qualquer remuneração, devendo ser registrada nos as-
ocupante de cargo ou função de confiança; sentamentos funcionais do servidor.
b) sugerir ao dirigente máximo o retorno do ser-
vidor ao órgão ou entidade de origem; § 3º O dirigente máximo de órgão ou entidade não po-
derá ser membro da Comissão de Ética.
c) sugerir ao dirigente máximo a remessa de
expediente ao setor competente para exame de § 4º O Presidente da Comissão será substituído pelo
eventuais transgressões de naturezas diversas; membro mais antigo, em caso de impedimento ou va-
d) adotar outras medidas para evitar ou sanar cância.
desvios éticos, lavrando, se for o caso, o Acordo § 5º No caso de vacância, o cargo de Presidente da Co-
de Conduta Pessoal e Profissional - ACPP; missão será preenchido mediante nova escolha efetua-
XVI. arquivar os processos ou remetê-los ao órgão da pelos seus membros.
competente quando, respectivamente, não seja
comprovado o desvio ético ou configurada infra- § 6º Na ausência de membro titular, o respectivo su-
ção cuja apuração seja da competência de órgão plente deve imediatamente assumir suas atribuições.
distinto; § 7º Cessará a investidura de membros das Comissões
XVII. notificar as partes sobre suas decisões; de Ética com a extinção do mandato, a renúncia ou por
XVIII. submeter ao dirigente máximo do órgão ou desvio disciplinar ou ético reconhecido pela Comissão de
entidade sugestões de aprimoramento ao código
Ética Pública.
de conduta ética da instituição;
Art. 4º A Comissão de Ética contará com uma Secreta-
XIX. dirimir dúvidas a respeito da interpretação das
ria-Executiva, que terá como finalidade contribuir para
normas de conduta ética e deliberar sobre os casos
a elaboração e o cumprimento do plano de trabalho
omissos, observando as normas e orientações da CEP;
da gestão da ética e prover apoio técnico e material
XX. elaborar e propor alterações ao código de ética
necessário ao cumprimento das atribuições.
ou de conduta próprio e ao regimento interno da É
respectiva Comissão de Ética; § 1º O encargo de secretário-executivo recairá em de-
T
I
C
XXI. dar ampla divulgação ao regramento ético; tentor de cargo efetivo ou emprego permanente na A
restrição do art. 14 desta Resolução; missão de Ética e designado pelo dirigente máximo do
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órgão ou da entidade.
R
XXIII. requisitar agente público para prestar servi- V
I
ços transitórios técnicos ou administrativos à Co-
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§ 2º Fica vedado ao Secretário-Executivo ser membro O
missão de Ética, mediante prévia autorização do da Comissão de Ética.
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dirigente máximo do órgão ou entidade;
B
§ 3º A Comissão de Ética poderá designar representan-
L
XXIV. elaborar e executar o plano de trabalho de
I
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tes locais que auxiliarão nos trabalhos de educação e O
gestão da ética; e
de comunicação.
XXV. indicar por meio de ato interno, representan-
tes locais da Comissão de Ética, que serão designa- § 4º Outros servidores do órgão ou da entidade po-
dos pelos dirigentes máximos dos órgãos ou enti- derão ser requisitados, em caráter transitório, para
dades, para contribuir nos trabalhos de educação e realização de atividades administrativas junto à Secre- 443
de comunicação. taria-Executiva.
Capítulo III VIII. coordenar o desenvolvimento de ações obje-
444 • Do Funcionamento tivando a disseminação, capacitação e treinamento
sobre ética no órgão ou entidade; e
Art. 5º As deliberações da Comissão de Ética serão to-
IX. executar outras atividades determinadas pela
madas por votos da maioria de seus membros.
Comissão de Ética.
Art. 6º As Comissões de Ética se reunirão ordinaria-
O § 1º Compete aos demais integrantes da Secretaria-
C
I mente pelo menos uma vez por mês e, em caráter
L -Executiva fornecer o suporte administrativo necessá-
B extraordinário por iniciativa do Presidente, dos seus
Ú rio ao desenvolvimento ou exercício de suas funções.
P membros ou do Secretário-Executivo.
O § 2º Aos representantes locais compete contribuir com
Ç
I
Art. 7º A pauta das reuniões da Comissão de Ética será as atividades de educação e de comunicação.
V
R
composta a partir de sugestões do presidente, dos
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S membros ou do Secretário--Executivo, sendo admitida Capítulo V
O a inclusão de novos assuntos no início da reunião. • Dos Mandatos
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A Capítulo IV Art. 11. Os membros da Comissão de Ética cumprirão
C
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É • Das Atribuições mandatos, não coincidentes, de três anos, permitida
uma única recondução.
Art. 8º Compete ao presidente da Comissão de Ética:
§ 1º Os mandatos dos primeiros membros e dos respec-
I. convocar e presidir as reuniões; tivos suplentes serão de um, dois e três anos, estabeleci-
II. determinar a instauração de processos para a dos em portaria designatória.
apuração de prática contrária ao código de ética § 2º Poderá ser reconduzido uma única vez ao cargo de
ou de conduta do órgão ou entidade, bem como as membro da Comissão de ética o servidor público que
diligências e convocações; for designado para cumprir o mandato complementar,
caso o mesmo tenha se iniciado antes do transcurso da
III. designar relator para os processos;
IV. orientar os trabalhos da Comissão de Ética, or- metade do período estabelecido no mandato originário.
§ 3º Na hipótese de o mandato complementar ser exerci-
denar os debates e concluir as deliberações;
do após o transcurso da metade do período estabelecido
V. tomar os votos, proferindo voto de qualidade, e
no mandato originário, o membro da Comissão de Ética
proclamar os resultados; e
que o exercer poderá ser conduzido imediatamente ao
VI. delegar competências para tarefas específicas posterior mandato regular de 3 (três) anos, permitindo-
aos demais integrantes da Comissão de Ética. lhe uma única recondução ao mandado regular.
Parágrafo único. O voto de qualidade de que trata o
Capítulo VI
inciso V somente será adotado em caso de desempate.
Art. 9º Compete aos membros da Comissão de Ética:
• Das Normas Gerais do Procedimento
Art. 12. As fases processuais no âmbito das Comissões
I. examinar matérias, emitindo parecer e voto;
de Ética serão as seguintes:
II. pedir vista de matéria em deliberação; I. Procedimento Preliminar, compreendendo:
III. fazer relatórios; e a) juízo de admissibilidade;
IV. solicitar informações a respeito de matérias sob b) instauração;
exame da Comissão de Ética. c) provas documentais e, excepcionalmente, ma-
Art. 10. Compete ao Secretário-Executivo: nifestação do investigado e realização de diligên-
I. organizar a agenda e a pauta das reuniões; cias urgentes e necessárias;
II. proceder ao registro das reuniões e à elaboração d) relatório;
de suas atas; e) proposta de ACPP;
III. instruir as matérias submetidas à deliberação f) decisão preliminar determinando o arquiva-
da Comissão de Ética; mento ou a conversão em Processo de Apuração
Ética.
IV. desenvolver ou supervisionar a elaboração de
estudos e subsídios ao processo de tomada de de- II. Processo de Apuração Ética, subdividindo-se
cisão da Comissão de Ética; em:
V. coordenar o trabalho da Secretaria--Executiva, a) instauração;
bem como dos representantes locais; b) instrução complementar, compreendendo:
VI. fornecer apoio técnico e administrativo à Co- 1. a realização de diligências;
missão de Ética; 2. a manifestação do investigado; e
VII. executar e dar publicidade aos atos de compe- 3. a produção de provas;
tência da Secretaria-Executiva; c) relatório; e
d) deliberação e decisão, que declarará improce- classe poderá provocar a atuação da Comissão de Éti-
dência, conterá sanção, recomendação a ser aplica- ca, visando a apuração de transgressão ética imputada
da ou proposta de ACPP. ao agente público ou ocorrida em setores competentes
Art. 13. A apuração de infração ética será formalizada do órgão ou entidade federal.
por procedimento preliminar, que deverá observar as Parágrafo único. Entende-se por agente público todo
regras de autuação, compreendendo numeração, ru- aquele que por força de lei, contrato ou qualquer ato
brica da paginação, juntada de documentos em ordem jurídico, preste serviços de natureza permanente, tem-
cronológica e demais atos de expediente administrativo. porária, excepcional ou eventual, ainda que sem retri-
Art. 14. Até a conclusão final, todos os expedientes de buição financeira, a órgão ou entidade da Administra-
apuração de infração ética terão a chancela de “reserva- ção Pública Federal direta e indireta.
do”, nos termos do Decreto nº 4.553, de 27 de dezembro Art. 20. O Procedimento Preliminar para apuração de
2002, após, estarão acessíveis aos interessados confor- conduta que, em tese, configure infração ao padrão
me disposto na Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999. ético será instaurado pela Comissão de Ética, de ofício
Art. 15. Ao denunciado é assegurado o direito de co- ou mediante representação ou denúncia formulada por
nhecer o teor da acusação e ter vista dos autos no re- quaisquer das pessoas mencionadas no caput do art. 19.
cinto da Comissão de Ética, bem como de obter cópias § 1º A instauração, de ofício, de expediente de inves-
de documentos. tigação deve ser fundamentada pelos integrantes da
Parágrafo único. As cópias deverão ser solicitadas for- Comissão de Ética e apoiada em notícia pública de
malmente à Comissão de Ética. conduta ou em indícios capazes de lhe dar sustentação.
Art. 16. As Comissões de Ética, sempre que constata- § 2º Se houver indícios de que a conduta configure, a
um só tempo, falta ética e infração de outra natureza,
rem a possível ocorrência de ilícitos penais, civis, de
inclusive disciplinar, a cópia dos autos deverá ser enca-
improbidade administrativa ou de infração disciplinar,
minhada imediatamente ao órgão competente.
encaminhará cópia dos autos às autoridades compe-
tentes para apuração de tais fatos, sem prejuízo da § 3º Na hipótese prevista no § 2º, o denunciado deverá
ser notificado sobre a remessa do expediente ao órgão
adoção das demais medidas de sua competência.
competente.
Art. 17. A decisão final sobre investigação de conduta
§ 4º Havendo dúvida quanto ao enquadramento da
ética que resultar em sanção, em recomendação ou em conduta, se desvio ético, infração disciplinar, ato de
Acordo de Conduta Pessoal e Profissional será resumi- improbidade, crime de responsabilidade ou infração
da e publicada em ementa, com a omissão dos nomes de natureza diversa, a Comissão de Ética, em caráter
dos envolvidos e de quaisquer outros dados que per- excepcional, poderá solicitar parecer reservado junto à
mitam a identificação. unidade responsável pelo assessoramento jurídico do
Parágrafo único. A decisão final contendo nome e órgão ou da entidade.
identificação do agente público deverá ser remetida à Art. 21. A representação, a denúncia ou qualquer outra
Comissão de Ética Pública para formação de banco de demanda deve conter os seguintes requisitos:
dados de sanções, para fins de consulta pelos órgãos I. descrição da conduta;
ou entidades da administração pública federal, em ca- II. indicação da autoria, caso seja possível; e
sos de nomeação para cargo em comissão ou de alta
III. apresentação dos elementos de prova ou indi-
relevância pública.
cação de onde podem ser encontrados.
Art. 18. Os setores competentes do órgão ou entidade da- Parágrafo único. Quando o autor da demanda não se
rão tratamento prioritário às solicitações de documentos identificar, a Comissão de Ética poderá acolher os fatos
e informações necessárias à instrução dos procedimentos narrados para fins de instauração, de ofício, de proce-
É
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de investigação instaurados pela Comissão de Ética, con-
I
dimento investigatório, desde que contenha indícios
C
A
forme determina o Decreto nº 6.029, de 2007. suficientes da ocorrência da infração ou, em caso con- N
§ 1º A inobservância da prioridade determinada neste
O
trário, determinar o arquivamento sumário. S
artigo implicará a responsabilidade de quem lhe der Art. 22. A representação, denúncia ou qualquer outra
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causa. demanda será dirigida à Comissão de Ética, podendo
V
I
Ç
§ 2º No âmbito do órgão ou da entidade e em relação ser protocolada diretamente na sede da Comissão ou
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aos respectivos agentes públicos a Comissão de Ética encaminhadas pela via postal, correio eletrônico ou fax.
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terá acesso a todos os documentos necessários aos tra-
B
§ 1º A Comissão de Ética expedirá comunicação oficial L
I
balhos, dando tratamento específico àqueles protegidos divulgando os endereços físico e eletrônico para aten-
C
O
por sigilo legal. dimento e apresentação de demandas.
Capítulo VII § 2º Caso a pessoa interessada em denunciar ou re-
presentar compareça perante a Comissão de Ética, esta
• Do Rito Processual poderá reduzir a termo as declarações e colher a assi-
Art. 19. Qualquer cidadão, agente público, pessoa ju- natura do denunciante, bem como receber eventuais 445
rídica de direito privado, associação ou entidade de provas.
§ 3º Será assegurada ao denunciante a comprovação III. o fato não possa ser provado por testemunha.
446 do recebimento da denúncia ou representação por ele § 2º As testemunhas poderão ser substituídas desde
encaminhada. que o investigado formalize pedido à Comissão de Éti-
Art. 23. Oferecida a representação ou denúncia, a Co- ca em tempo hábil e em momento anterior à audiência
missão de Ética deliberará sobre sua admissibilidade, de inquirição.
O verificando o cumprimento dos requisitos previstos Art. 27. O pedido de prova pericial deverá ser justifi-
C
I nos incisos do art. 21.
L cado, sendo lícito à Comissão de Ética indeferi-lo nas
B § 1º A Comissão de Ética poderá determinar a colheita de seguintes hipóteses:
Ú
P informações complementares ou de outros elementos de
O I. a comprovação do fato não depender de conhe-
Ç
I prova que julgar necessários. cimento especial de perito; ou
V
R § 2º A Comissão de Ética, mediante decisão fundamen- II. revelar-se meramente protelatório ou de ne-
E
S tada, arquivará representação ou denúncia manifesta- nhum interesse para o esclarecimento do fato.
O
N mente improcedente, cientificando o denunciante. Art. 28. Na hipótese de o investigado não requerer
A § 3º É facultado ao denunciado a interposição de pe-
C
I
a produção de outras provas, além dos documentos
T
É
dido de reconsideração dirigido à própria Comissão de apresentados com a defesa prévia, a Comissão de Éti-
Ética, no prazo de dez dias, contados da ciência da de- ca, salvo se entender necessária a inquirição de teste-
cisão, com a competente fundamentação. munhas, a realização de diligências ou de exame peri-
§ 4º A juízo da Comissão de Ética e mediante consen- cial, elaborará o relatório.
timento do denunciado, poderá ser lavrado Acordo Parágrafo único. Na hipótese de o investigado, com-
de Conduta Pessoal e Profissional. provadamente notificado ou citado por edital público,
§ 5º Lavrado o Acordo de Conduta Pessoal e Profissio- não se apresentar, nem enviar procurador legalmente
nal, o Procedimento Preliminar será sobrestado, por constituído para exercer o direito ao contraditório e à
até dois anos, a critério da Comissão de Ética, confor- ampla defesa, a Comissão de Ética designará um de-
fensor dativo preferencialmente escolhido dentre os
me o caso.
servidores do quadro permanente para acompanhar
§ 6º Se, até o final do prazo de sobrestamento, o Acor-
do de Conduta Pessoal e Profissional for cumprido,
o processo, sendo-lhe vedada conduta contrária aos
interesses do investigado.
será determinado o arquivamento do feito.
Art. 29. Concluída a instrução processual e elaborado o
§ 7º Se o Acordo de Conduta Pessoal e Profissional for relatório, o investigado será notificado para apresentar
descumprido, a Comissão de Ética dará seguimento ao as alegações finais no prazo de dez dias.
feito, convertendo o Procedimento Preliminar em Pro- Art. 30. Apresentadas ou não as alegações finais, a Co-
cesso de Apuração Ética. missão de Ética proferirá decisão.
§ 8º Não será objeto de Acordo de Conduta Pessoal e § 1º Se a conclusão for pela culpabilidade do investi-
Profissional o descumprimento ao disposto no inciso gado, a Comissão de Ética poderá aplicar a penalidade
XV do Anexo ao Decreto nº 1.171, de 1994. de censura ética prevista no Decreto nº 1.171, de 1994,
Art. 24. Ao final do Procedimento Preliminar, será pro- e, cumulativamente, fazer recomendações, bem como
ferida decisão pela Comissão de Ética do órgão ou enti- lavrar o Acordo de Conduta Pessoal e Profissional, sem
dade determinando o arquivamento ou sua conversão prejuízo de outras medidas a seu cargo.
em Processo de Apuração Ética. § 2º Caso o Acordo de Conduta Pessoal e Profissional seja
Art. 25. Instaurado o Processo de Apuração Ética, a Co- descumprido, a Comissão de Ética dará seguimento ao
missão de Ética notificará o investigado para, no prazo Processo de Apuração Ética.
de dez dias, apresentar defesa prévia, por escrito, lis- § 3º É facultada ao investigado pedir a reconsideração
tando eventuais testemunhas, até o número de quatro, acompanhada de fundamentação à própria Comissão
e apresentando ou indicando as provas que pretende de Ética, no prazo de dez dias, contado da ciência da
produzir. respectiva decisão.
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo poderá Art. 31. Cópia da decisão definitiva que resultar em pe-
ser prorrogado por igual período, a juízo da Comissão de nalidade a detentor de cargo efetivo ou de emprego
Ética, mediante requerimento justificado do investigado. permanente na Administração Pública, bem como a
ocupante de cargo em comissão ou função de confian-
Art. 26. O pedido de inquirição de testemunhas deverá
ça, será encaminhada à unidade de gestão de pessoas,
ser justificado.
para constar dos assentamentos do agente público,
§ 1º Será indeferido o pedido de inquirição, quando: para fins exclusivamente éticos.
I. formulado em desacordo com este artigo; § 1º O registro referido neste artigo será cancelado após o
II. o fato já estiver suficientemente provado por decurso do prazo de três anos de efetivo exercício, conta-
documento ou confissão do investigado ou quais- dos da data em que a decisão se tornou definitiva, desde
quer outros meios de prova compatíveis com o rito que o servidor, nesse período, não tenha praticado nova
descrito nesta Resolução; ou infração ética.
§ 2º Em se tratando de prestador de serviços sem vín- Capítulo IX
culo direto ou formal com o órgão ou entidade, a cópia
• Disposições Finais
da decisão definitiva deverá ser remetida ao dirigente
máximo, a quem competirá a adoção das providências Art. 35. As situações omissas serão resolvidas por delibe-
cabíveis. ração da Comissão de Ética, de acordo com o previsto no
§ 3º Em relação aos agentes públicos listados no § 2º, a Código de Ética próprio, no Código de Ética Profissional
Comissão de Ética expedirá decisão definitiva elencan- do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, no
do as condutas infracionais, eximindo-se de aplicar ou Código de Conduta da Alta Administração Federal, bem
de propor penalidades, recomendações ou Acordo de como em outros atos normativos pertinentes.
Conduta Pessoal e Profissional. Art. 36. O Regimento Interno de cada Comissão de Éti-
ca poderá estabelecer normas complementares a esta
Capítulo VIII
Resolução.
• Dos Deveres e Responsabilidades dos Integrantes Art. 37. Fica estabelecido o prazo de seis meses para
da Comissão que as Comissões de Ética dos órgãos e entidades do
Art. 32. São princípios fundamentais no trabalho de- Poder Executivo Federal possam se adequar ao dispos-
senvolvido pelos membros da Comissão de Ética: to nesta Resolução.
I. preservar a honra e a imagem da pessoa inves- Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo poderá
tigada; ser prorrogado, mediante envio de justificativas, nos
II. proteger a identidade do denunciante; trinta dias que antecedem o termo final, para aprecia-
III. atuar de forma independente e imparcial; ção e autorização da Comissão de Ética Pública.
Art. 38. Esta Resolução entra em vigor na data de sua
IV. comparecer às reuniões da Comissão de Ética,
publicação.
justificando ao presidente da Comissão, por escri- JOSÉ PAULO SEPÚLVEDA PERTENCE
to, eventuais ausências e afastamentos; Presidente da Comissão de Ética Pública
V. em eventual ausência ou afastamento, instruir
o substituto sobre os trabalhos em curso; ANOTAÇÕES
VI. declarar aos demais membros o impedimento ou
a suspeição nos trabalhos da Comissão de Ética; e
VII. eximir-se de atuar em procedimento no qual
tenha sido identificado seu impedimento ou sus-
peição.
Art. 33. Dá-se o impedimento do membro da Comissão
de Ética quando:
I. tenha interesse direto ou indireto no feito;
II. tenha participado ou venha a participar, em outro
processo administrativo ou judicial, como perito, tes-
temunha ou representante legal do denunciante, de-
nunciado ou investigado, ou de seus respectivos côn-
juges, companheiros ou parentes até o terceiro grau; É
III. esteja litigando judicial ou administrativamente T
I
C
com o denunciante, denunciado ou investigado, ou A
ÍNDICE
1. Arquivística: Princípios e Conceitos ......................................................................... 449
Conceitos Fundamentais ............................................................................................................449
Arquivologia ou Arquivística......................................................................................................449
Documento .................................................................................................................................450
Documentos de Arquivo ..............................................................................................................451
Princípios Arquivísticos ...............................................................................................................451
Função do Arquivo .....................................................................................................................452
Características dos Arquivos ......................................................................................................452
Distinção entre Arquivo, Biblioteca e Museu.............................................................................. 453
Classificação dos Arquivos ......................................................................................................... 453
Classificação dos Documentos ...................................................................................................456
Prazo de Guarda dos Documentos .............................................................................................458
Destinação Final dos Documentos..............................................................................................459
2. Gestão da Informação e de Documentos................................................................... 459
Planejamento do Sistema de Arquivamento ..............................................................................460
Fases da Gestão de Documentos ................................................................................................460
Métodos de Arquivamento ......................................................................................................... 463
3. Tipologias Documentais e Suportes Físicos............................................................... 474
Introdução ..................................................................................................................................474
Mudança de Suporte ...................................................................................................................475
Automação ................................................................................................................................. 477
Preservação e Conservação........................................................................................................479
4. Legislação Arquivística ............................................................................................ 480
CONARQ......................................................................................................................................480
SINAR ..........................................................................................................................................481
Arquivo Nacional ........................................................................................................................ 482
Lei nº 8.159, de 08 de Janeiro de 1991 ........................................................................................489
Lei nº 12.527, de 18 de Novembro de 2011 ...................................................................................491
Lei nº 5.433, de 8 de Maio de 1968 .............................................................................................498
Decreto nº 1.799, de 30 de Janeiro de 1996 ...............................................................................499
Decreto nº 4.073, de 3 de Janeiro de 2002 .................................................................................501
5. Documentos Eletrônicos e Digitais ............................................................................505
Documentos Eletrônicos.............................................................................................................505
Documentos Digitais................................................................................................................... 505
Gerenciamento Eletrônico de Documentos ou Gestão Eletrônica de Documentos - GED ......... 505
Gerenciamento de Documentos Eletrônicos - GDE ....................................................................506
Gerenciamento de Produtos Eletrônicos - GPE ..........................................................................506
Sistema de Informação ...............................................................................................................506
1. Arquivística: Princípios e Conceitos diferentes níveis hierárquicos a tomar decisões e ter acesso
rápido e fácil à documentação necessária.
Segundo o Dicionário Internacional de Terminologia Ar- Segundo o Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ)
quivística publicado pelo Conselho Internacional de Arquivos em seu glossário, versão 2010, encontramos as seguintes
(CIA), um arquivo é “o conjunto de documentos, quaisquer
que sejam suas datas, suas formas ou seus suportes mate- definições para Arquivo:
riais, produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídi- 01. Um conjunto de documentos produzidos e acumu-
cas, de direito público ou privado, no desempenho de suas lados por uma entidade coletiva, pública ou privada,
atividades”. pessoa ou família, no desempenho de suas atividades,
Para a Lei nº 8.159, de 8/1/1991 – que dispõe sobre a independentemente da natureza do suporte;
política nacional de arquivos públicos e privados: 02. Uma instituição ou serviço que tem por finalidade a
custódia, o processamento técnico, a conservação e o
Art. 2º Consideram-se arquivos, para os fins desta Lei,
acesso a documento arquivístico, salientando-se, ainda
os conjuntos de documentos produzidos e recebidos que, Arquivo Digital é o Conjunto de bits que formam
por órgãos públicos, instituições de caráter público e uma unidade lógica interpretável por um programa de
entidades privadas, em decorrência do exercício de ati- computador e armazenada em suporte apropriado.
vidades específicas, bem como por pessoa física, qual-
quer que seja o suporte da informação ou a natureza
Em suma: Arquivologia = Arquivística = Estudo dos Ar-
dos documentos.
quivos.
Segundo a historiadora Heloísa Liberalli Bellotto, “a natu- O termo “ARQUIVO” também é utilizado para:
reza dos arquivos é administrativa, é jurídica, é informacional, ▷ Órgão de documentação – Arquivo Nacional.
é probatória, é orgânica, é serial, é contínua, é cumulativa. A ▷ Conjunto de documentos.
soma de todas essas características faz do arquivo uma insti-
tuição única e inconfundível”. ▷ Móvel para guarda de documentos.
A Arquivologia ou Arquivística é uma das disciplinas que Segundo o Arquivo Nacional, 2006, p. 27: conjunto de do-
vem crescendo em importância nos últimos anos devido ao cumentos produzidos e acumulados por uma entidade coletiva
alto grau de especialização exigido nos concursos públicos pública ou privada, pessoa ou família, no desempenho de suas
atualmente. atividades, independentemente da natureza do suporte.
Se fizermos uma análise superficial, facilmente percebere- O arquivo não trata somente do armazenamento de docu-
mos que matérias da área do Direito, há muito tempo, já não mentos, pois se encontra muito associado à informação nele
fazem a diferença em concursos. O nível de concorrência e contida. Os documentos de arquivo são caracterizados por se-
competição entre os concurseiros tornou o conhecimento des- rem um conjunto orgânico, resultado das atividades de uma
sas disciplinas obrigatório. entidade pública, de uma pessoa física ou jurídica.
A informação não orgânica, existe muitas vezes nos se-
Conceitos Fundamentais tores de trabalho, mas, também, na biblioteca, no centro de
Os conceitos arquivísticos englobam uma infinidade de documentação, sob a forma de publicações, de bancos de
nomenclaturas e termos próprios, muitos desses capazes de dados ou de dossiês temáticos, etc de acordo com Jean-Yves
confundir pela similaridade. Dito isso, será esquematizado Rousseau e Carol Couture, em Os Fundamentos da Disciplina
todo o conteúdo para uma fácil e rápida assimilação, dando Arquivística, Capítulo 2: O Lugar da arquivística na gestão da
ênfase naquilo que vem sendo mais cobrado pela banca nos informação, página 65, 1998.
últimos certames. A informação orgânica arquivística é utilizada pelos se-
tores de trabalho da organização com o objetivo de decidir,
Arquivologia ou Arquivística de agir e de controlar as decisões e as ações empreendidas e,
É a ciência que tem por objetivo o conhecimento dos ar- ainda, a fim de efetuar pesquisas sobre o passado que ponham N
quivos e das teorias, métodos e técnicas a serem observadas em evidência decisões ou ações efetuadas anteriormente. As- O
Ç
na sua constituição, organização, desenvolvimento e utiliza- sim, reduzimos as incertezas e fazemos com que a tomada de Õ
E
ção. As palavras destacadas constituem a chave para o enten- decisões seja mais segura devido aos aprofundamentos do S
tica faz da arquivologia uma ciência ímpar, pois sua principal Entretanto, é possível encontrar outras informações que são
função é auxiliar o gestor, nos diferentes níveis hierárquicos, a mantidas no setor para subsidiar as suas ações, tais como: Diá-
rio Oficial da União, Coleção IOB, Manual da RAIS, CLT, dentre
tomar decisões.
outras. São, portanto, informações não orgânicas.
A disciplina de Arquivologia fornecerá subsídios para a Fonte: http://www.arquivoememoria.files.wordpress.com/Renato Tarciso 449
Gestão da Informação com a função de auxiliar o gestor nos Barbosa de Sousa.
A significação orgânica entre os documentos é caracterís- Art. 3º. Conjunto de procedimentos e operações técni-
450 tica fundamental dos arquivos, de modo que um documento cas referentes à produção, tramitação, uso, avaliação
destacado de seu conjunto pode perder valor, pois o Arquivo e arquivamento do documento em fase corrente e in-
é um todo orgânico e origina-se das atividades de um órgão e termediária, visando a sua eliminação ou recolhimento
reflete o dia a dia dessas atividades. É, portanto, um organis-
para guarda permanente.
mo vivo que nasce, cresce e sofre transformações. Cada Arqui-
A
I vo é um Arquivo, possuindo cada um, características próprias. No livro Arquivística, Temas Contemporâneos, Vanderlei
G Batista dos Santos (org.), Editora Senac, 3ª edição, p. 188 afir-
O Um documento fora de seu dossiê pode não ter significado.
L
O Fonte: http://www.senado.gov.br/senado. ma: (...) o arquivista, ou o profissional da informação de forma
V
I
U Para a melhor compreensão do que é Arquivo, devemos co- geral, seja atuante no ciclo decisório que envolve os objetivos
Q
R nhecer três conceitos básicos: Documento, Informação e Suporte. institucionais. (...) atuar de forma pró-ativa significa antecipar
A
E demandas e elaborar instrumentos que permitam aos clientes
D
S
Documento de informação concatenarem fontes e chegarem às suas pró-
E É toda informação registrada em um suporte material, sus- prias decisões com base em insumos de alto valor agregado.
Õ
Ç cetível de consulta, estudo, prova e pesquisa, que comprova ou
O
N atesta os fatos, fenômenos, formas de vida e pensamento do Atribuições do Arquivista
gênero humano em determinada época ou lugar. A Lei nº 6.546, de 04 de julho de 1978, regulamenta a pro-
Atualmente, não devemos mais associar os arquivos ao fissão de arquivista e, em seu Art. 2°, determina quais são as
mero armazenamento de papel. Temos um novo paradigma atribuições do arquivista:
arquivístico, muito mais associado à informação do que neces- 01. planejamento, organização e direção de serviços de
sariamente ao suporte em que essa informação é armazenada
arquivo;
ou transmitida.
02. planejamento, orientação e acompanhamento do pro-
Informação
cesso documental e informativo;
É uma ideia ou conhecimento, um elemento de referência 03. planejamento, orientação e direção das atividades de
ou uma mensagem contida no documento. De acordo com o identificação das espécies documentais e participação
Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística por informa- no planejamento de documentos e controle de multi-
ção temos um elemento referencial, noção, ideia ou mensa- cópias;
gem contidos em um documento. 04. planejamento, organização e direção de serviços e
As práticas arquivísticas de acesso e suas normas e orien-
centros de documentação e informação constituídos
tações no contexto informacional estabelecem que o docu-
mento de arquivo exerça sua função social somente ao ser de acervos arquivísticos e mistos;
divulgado e conhecido. É a descrição arquivística que torna 05. planejamento, organização e direção de serviços de
possível ao cidadão e ao pesquisador o acesso às informações microfilmagem aplicada aos arquivos e orientação do
e aos testemunhos contidos nos documentos, situando-os em planejamento da automação aplicada aos arquivos;
seu contexto de produção. O Programa de Assistência Técnica 06. orientação quanto a classificação, arranjo e descrição de
visa a alcançar, a curto e médio prazos, os seguintes resultados: documentos e orientação da avaliação e seleção de docu-
i) conscientização da função social dos arquivos como instru- mentos para fins de preservação;
mento de apoio ao Estado e ao cidadão, bem como à pesquisa
histórica e ao desenvolvimento científico e cultural. 07. adoção de medidas necessárias à conservação de do-
Fonte: Resolução nº 3, de 26 de dezembro de 1995. ARQUIVO NACIONAL. cumentos;
Conselho Nacional de Arquivos - CONARQ. 08. elaboração de pareceres e trabalhos de complexidade
sobre assuntos arquivísticos e assessoramento aos tra-
Suporte balhos de pesquisa científica ou técnico-administrativa;
É o meio material no qual a informação é registrada. Meio 09. desenvolvimento de estudos sobre documentos cultu-
físico. ralmente importantes.
Ex.: papel, CD, DVD, fotografia, filme.
Ao se tratar com de Documentos de Arquivo devemos con- Atribuições dos Técnicos de Arquivo
siderar que: A mesma Lei, em seu Art. 3º, estabelece quais são as atri-
a) São produzidos ou recebidos; buições dos Técnicos de Arquivo:
b) São recebidos por uma Instituição ou pessoa; 01. recebimento, registro e distribuição dos documentos,
c) São acumulados. bem como controle de sua movimentação;
Documento = Informação + Suporte 02. classificação, arranjo, descrição e execução de demais
Profissional da Informação tarefas necessárias à guarda e conservação dos docu-
O Decreto nº 82.590/1978 regulamenta a profissão criada mentos, assim como prestação de informações relati-
pela Lei 6.546, de 4 de julho de 1978, que, pela evolução em suas vas aos mesmos;
atribuições passou a ser denominada de “gestão de documentos” 03. preparação de documentos de arquivos para microfil-
que é definida pela Lei 8.159/1991: magem e conservação e utilização do microfilme;
04. preparação de documentos de arquivo para processa- arquivos não têm interesses, paixões, vontades
mento eletrônico de dados. ou ambições, eles simplesmente registram.
No Art. 4º da referida lei temos, ainda: O exercício das
profissões de Arquivista e de Técnico de Arquivo depende de Princípios Arquivísticos
registro na Delegacia Regional do Trabalho do Ministério do Como toda ciência, a Arquivologia é composta e regida por
Trabalho, que foi regulamentado pelo Decreto nº 93.480, de princípios e conceitos. Alguns são mais cobrados pelas bancas,
29 de outubro de 1986. E em seu Art. 5º a Lei nº 6.546/1978 outros nem tanto. Dentre os que mais aparecem em questões de
diz: Não será permitido o exercício das profissões de Arquivista concursos, destacam-se:
e de Técnico de Arquivo aos concluintes de cursos resumidos, ▷ Proveniência ou respeito aos fundos: respeitar que
simplificados ou intensivos, de férias, por correspondência ou todos os documentos recebidos ou produzidos de-
avulsos . vem ser imediatamente anexados à pasta do fun-
Os arquivistas devem obedecer às naturezas dos documen- cionário. Visa fixar a identidade dos documentos
tos, pois documentos sigilosos não devem ter seu conteúdo relativa ao seu produtor. Os documentos devem ser
divulgado enquanto permanecerem sob sigilo. De acordo com observados e organizados segundo a competência e
o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística, acesso sig- as atividades da instituição ou de uma pessoa; de-
nifica a “possibilidade de consulta a documentos e informações vem manter individualidade, não sendo misturados
ou a Função arquivística destinada a tornar acessíveis os docu- aos de origem diversa. Os documentos são arquiva-
mentos e a promover sua utilização”. dos respeitando-se a separação por pessoa, setor,
divisão, departamento e instituição de origem. O
Documentos de Arquivo Objetivo desta separação é facilitar o acesso, a con-
Conceitualmente, são aqueles mantidos por uma institui- sulta e o manuseio para acelerar a acessibilidade à
ção ou pessoa ao longo de suas atividades administrativas, informação contida no documento. Ao tratar docu-
com valor de prova. Os documentos de arquivo são produzidos mentação de uso não corrente deve-se obedecer ao
ou recebidos. Isso significa que são acumulados dessa forma. princípio da proveniência, segundo o qual, devem
Os documentos de arquivo apresentam as seguintes caracte- ser mantidos reunidos, num mesmo fundo, todos
rísticas: os documentos provenientes de uma mesma fonte
▷ Autenticidade: está ligada ao processo de criação, geradora de arquivo.
manutenção e custódia; os documentos são produ- ▷ Organicidade: também chamado de Respeito pela
tos de rotinas processuais que visam ao cumprimen- Estrutura. Este princípio reflete a estrutura, as fun-
to de determinada função ou consecução de alguma ções e as atividades da instituição produtora ou
atividade; e são autênticos, quando são criados e acumuladora em suas relações internas e externas.
conservados, de acordo com procedimentos regu- Os documentos não devem ser misturados com de
lares que podem ser comprovados a partir dessas outras entidades produtivas. Para verificar a sua
rotinas estabelecidas. organicidade enquanto documento de arquivo, é
Os documentos devem possuir marcas, sinais ou necessário fazer a vinculação do documento com a
símbolos que indicam sua origem. Não devemos estrutura da empresa e suas atividades, se o docu-
confundir com veracidade da informação, pois esta mento reflete essa estrutura ele é orgânico, se não
pode ser falsa ou verdadeira. refletir não é orgânico.
▷ Naturalidade: os registros arquivísticos não são co- Relação orgânica são os vínculos que os documentos ar-
letados artificialmente, mas acumulados de modo quivísticos guardam entre si e que expressam as funções e ati-
natural nas instituições, em função das atividades vidades da pessoa ou organização que os produziu.
desenvolvidas por elas; os registros arquivísticos se ▷ Unicidade: qualidade pela qual os documentos de
acumulam de maneira contínua e progressiva. São arquivo, a despeito de forma, espécie ou tipo, con-
como sedimentos sobrepostos e isso os dotam de um
N
servam caráter único em função de seu contexto de
O
elemento de coesão natural, embora estruturada.
Ç
origem.
Õ
Inter-relacionamento: os documentos estabelecem
E
▷
Integridade: um fundo deve ser preservado sem
S
▷
relações no decorrer do andamento das transações
D
dispersão, mutilação, alienação, destruição não au-
E
para as quais foram criados; eles estão ligados por A
torizada ou acréscimo indevido. R
um elo que é criado no momento em que são produ- Q
Cumulatividade: os documentos possuem uma
U
zidos ou recebidos; os registros arquivísticos são um ▷ I
formação progressiva, natural e orgânica. Este
V
conjunto indivisível de relações.
O
princípio é fundamentado pelas ideias do italiano
L
Unicidade: cada registro documental assume um lu-
O
▷ G
gar único na estrutura documental do grupo ao qual Elio Lodolini ao afirmar que o arquivo é uma infor- I
A
são provas confiáveis das ações a que se referem e podemos deduzir três características básicas que dis-
devem essa confiabilidade às circunstâncias de sua tinguem os arquivos:
criação e às necessidades de prestar contas. 01. Exclusividade de criação e recepção por uma reparti-
▷ Imprescritibilidade: princípio pelo qual é assegu- ção, firma ou instituição. Não se considera arquivo uma
rado ao Estado o direito sobre os arquivos públicos, coleção de manuscritos históricos reunidos por uma
sem limitação de tempo, por serem estes conside- pessoa.
rados bens públicos inalienáveis. 02. Origem no curso de suas atividades – os documentos de-
▷ Inalienabilidade: princípio pelo qual é impedida a vem servir de prova de transações realizadas.
alienação de arquivos públicos a terceiros. 03. Caráter orgânico que liga o documento aos outros do
mesmo conjunto. Um documento, destacado de seu
▷ Pertinência Territorial: é um princípio que possui
conjunto, do todo a que pertence, significa muito me-
um conceito oposto ao do princípio da proveniência
nos do que quando em conjunto...”
e segundo o qual, documentos ou arquivos, deveriam
ser transferidos para a custódia de arquivos com juris- Para alcançar esses objetivos, é necessário que o arquivo
dição arquivística sobre o território ao qual se reporta disponha dos seguintes requisitos:
o seu conteúdo, sem levar em conta o lugar em que ▷ Contar com pessoal qualificado e em número sufi-
foram produzidos. ciente.
▷ Princípio da Pertinência : princípio segundo o qual ▷ Estar instalado em local apropriado.
os documentos deveriam ser reclassificados por as- ▷ Dispor de instalações e materiais adequados.
sunto sem ter em conta a proveniência e a classifica- ▷ Utilizar sistemas racionais de arquivamento, funda-
ção original. Também pode aparecer em suas provas mentados na teoria arquivística moderna.
com o nome de princípio temático.
▷ Contar com normas de funcionamento.
▷ Princípio da Reversibilidade: princípio segundo o
▷ Contar com dirigente qualificado, preferencialmente
qual todo procedimento ou tratamento empreendi-
do em arquivos pode ser revertido, se necessário. formado em Arquivologia.
A importância do arquivo para a instituição está associada
Função do Arquivo ao aumento expressivo do volume de documentos que ela se
▷ Guardar e organizar os documentos que circulam utiliza no exercício de suas atividades e a necessidade de se
na instituição, tornando disponíveis as informações estabelecerem critérios de guarda e de eliminação de docu-
mantidas sob sua guarda, utilizando, para isso, téc- mentos quando estes já não são mais úteis para a organização.
nicas que permitam um arquivamento ordenado e A adoção de técnicas arquivísticas adequadas permite não
eficiente (Valor Primário). apenas a localização eficiente da informação desejada, mas
▷ Garantir a preservação dos documentos, utilizando também a economia de recursos para a instituição.
Distinção entre Arquivo, sa adquirir, com o tempo, caráter cultural, a partir do caráter
histórico que alguns de seus documentos podem adquirir.
Biblioteca e Museu A presença de peças tridimensionais em um conjunto do-
Embora arquivo, museu e biblioteca tenham a mesma fi- cumental indica tratar-se de museu e os documentos de mu-
nalidade (guardar documentos), seus objetivos são diferentes, seus são peças e objetos de valor cultural, tendo os mais varia-
tendo em vista os tipos documentais que cada instituição trata. dos tipos e dimensões e, por serem objetos, são caracterizados
Objetivos Comuns como tridimensionais.
As finalidades da biblioteca e do museu são didáticas,
Guardar documentos culturais, técnicas ou científicas. A diferença entre os ar-
Preservar documentos quivos e as bibliotecas pode ser reconhecida na função
administrativa que os arquivos têm para uma organiza-
Dar acesso aos documentos ção pública ou privada, diferentemente da função cultural
das bibliotecas, pois o arquivo caracteriza-se por ser um
Arquivo
conjunto orgânico, resultado das atividades de uma pes-
É o conjunto de documentos criados ou recebidos (acu- soa física ou jurídica, e não uma coleção de documentos
mulados) por uma instituição ou pessoa, no exercício de sua de diversas fontes. O arquivo de um órgão é o conjunto
atividade, preservados para garantir a consecução de seus ob- de documentos recebidos ou expedidos por esse órgão no
jetivos. Os documentos não são objetos de coleção (escolha exercício de suas atividades. Esse conjunto de documentos
artificial) e sim da acumulação natural, no decurso de ativida- pode ser formado por qualquer espécie documental. A bi-
des administrativas. blioteca é um órgão colecionador, enquanto o arquivo é um
Relembrando: os documentos de Arquivo são produzidos órgão receptor. As finalidades da biblioteca e do museu são
ou recebidos. Isto significa que são acumulados dessa forma. didáticas, culturais, técnicas ou científicas.
Sua função é guardar e organizar os documentos, tornan- Quadro comparativo entre biblioteca, museu e arquivo:
do disponíveis as informações mantidas sob sua guarda. E sua
Diferenças
finalidade é servir à Administração e secundariamente servir
à História. Biblioteca e Museu Arquivo
Os documentos de arquivos provêm de atividades pú- Objetivos Culturais Objetivos Funcionais
blicas ou privadas, servidas pelo arquivo e são produzidos
Provêm de várias fontes
um único exemplar ou em número restrito de cópias. Há, Provém somente das ativi-
(colecionadores, doações,
assim, uma significação orgânica entre os documentos. Sa- Objetivos dades públicas ou privadas
compra)
liente-se que o Princípio da Cumulatividade afirma que os
arquivos são uma formação progressiva, natural e orgânica. Há um número de cópias
Existem vários exemplares
Dentro de sua finalidade funcional, preservam as informa- restritas
ções que evidenciam o funcionamento da instituição ao longo Conjunto (refere-se a uma
do tempo. Unidades isoladas
atividade)
Biblioteca Avaliar Caráter revogável Caráter irrevogável N
É o conjunto de material, em sua maioria, impresso e não
O
Ç
Questão de conveniência Normalmente se encontra
Õ
produzido pela instituição em que está inserida. Normalmente E
e não de preservação em uma única via S
constituída de coleções temáticas. D
E
A biblioteca tem finalidade essencialmente cultural – Métodos determinados Métodos variáveis de
A
Classificar
R
guardar informações para estudo. Seus documentos são acu- previamente acordo com o órgão Q
U
mulados por meio de compra, doação ou permuta.
I
V
Descrição Unidades discriminadas Conjunto de documentos
O
Museu
L
O
lidade de conservar, estudar e colocar à disposição do público Os arquivos podem ser classificados em 4 tipos:
conjuntos de peças e objetos de valor cultural. ▷ Quanto à entidade mantenedora
Podemos verificar que, enquanto o arquivo tem finalidade » Público ou privado.
funcional, a finalidade das bibliotecas e dos museus é essen- ▷ Quanto à natureza dos documentos 453
cialmente histórica e cultural, embora o arquivo também pos- » Especial ou especializado.
▷ Quanto ao estágio de evolução Quanto ao Estágio de Evolução
454 » Intermediário ou Corrente. ou Teoria das Três Idades
▷ Quanto à extensão de sua atuação Ciclo Vital Arquivístico
» Setorial ou central. Corrente Intermediário Permanente
A
I
G
O
Quanto à Entidade Mantenedora Ainda em Consultados esporadica-
Aqueles que
serão arquivados
L tramitação mente
O ▷ Dividem-se em público e privado. definitivamente
V
I
U Normalmente, por já
Q Público Também terem cumprido seu
R Não serão jamais
A Órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, chamado de objetivo administrativo,
E
eliminados
aquivos ativos são transferidos para um
D
S
nas esferas Federal, Estadual, Municipal e do DF. Também são arquivo central
E Cumprem prazos
Õ considerados públicos os arquivos das Fundações Públicas e s
a Possuem valor
Ç c
i
t prescricionais e
O Empresas Públicas. s
í administrativo Valor secundário,
N r precaucionais antes de
e
t para a orga- ou seja, históri-
Art. 7º , Lei 8.159/1991. Os arquivos públicos são os c sua destinação final
a
r nização, valor co-cultural
a (guarda permanente ou
conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no C primário
destruição)
exercício de suas atividades, por órgãos públicos de Definido devido
âmbito federal, estadual, do distrito federal e muni- a sua frequente Arquivos chamados Arquivo são aber-
utilização e também de semiativos tos ao público
cipal em decorrência de suas funções administrativas,
consulta
legislativas e judiciárias;
§ 1º. São também públicos os conjuntos de docu-
Arquivos fecha- Possuem também valor São chamados de
dos ao público primário arquivos inativos
mentos produzidos e recebidos por instituições de
Arquivos fechados ao
caráter público, por entidades privadas encarrega-
público
das da gestão de serviços públicos no exercício de Documentos que
suas atividades. Protocolo,
o contam a história
l
p arquivamen-
da organização:
m to, consulta,
Privado e
x
E empréstimo,
sua origem, con-
stituição, normas
São aqueles mantidos por instituição de caráter particular. expedição
e regulamentos
Exemplos: arquivo de instituições financeiras, arquivo de gran- Arquivos Correntes
des redes de lojas, arquivo de imprensa. São os arquivos que guardam os documentos mais novos
e mais utilizados pela instituição. No arquivo corrente, os do-
Existe, ainda, na doutrina, a seguinte divisão: públicos, cumentos possuem grande frequência de uso e possuem fim
institucionais, comerciais, pessoais ou familiares. Sobre administrativo.
isso, devemos lembrar que os institucionais, comerciais, Segundo essa teoria, os documentos de arquivo passam
por três estágios distintos de arquivamento, de acordo com
pessoais ou familiares devem ser entendidos como arqui- a frequência de utilização, a utilidade administrativa para a
vos privados. instituição e o valor intrínseco do documento. Geralmente, as
questões de prova podem ser facilmente respondidas obser-
Quanto à Natureza dos Documentos vando-se as seguintes características:
Podem ser especiais ou especializados. 1ª IDADE – Arquivo Corrente – valor primário – uso restrito
aos produtores do documento. Estes arquivos também podem
Arquivos Especiais ser chamados de Arquivo Corrente, Arquivo Ativo ou Arquivo de
São arquivos cuja forma física (suporte) dos documen- Movimento. São consultados frequentemente pelos administra-
dores ou gestores, assim, devem permanecer em locais de fácil
tos exige cuidado especial, diferenciado, por causa da sua acesso. Os documentos que fazem parte desse arquivo possuem
preservação ou manuseio. Exemplos: foto, filme, negativo, elevado Valor Primário.
microfilme. 2ª IDADE – Arquivo Intermediário - documentos que
aguardam destinação final – depósito temporário – valor pri-
Especializados mário – acesso com autorização do órgão produtor. Estes ar-
São aqueles que mantêm em sua guarda documentos de de- quivos também podem ser chamados de Arquivo Semiativo,
terminada área do conhecimento, relacionados a assunto especí- Arquivo Intermediário, “limbo” ou “purgatório” e deixaram de
ser consultados com frequência, portanto, não é necessário
fico. Exemplo: arquivo médico, arquivo cartográfico, arquivos de conservá-lo próximo ao local de uso, todavia, ainda possuem
engenharia. Valor Primário. Um dos motivos que fazem com que esses ar-
quivos permaneçam distante do local de uso é em função dos Saliente-se que a transferência e o recolhimento são fei-
custos de manutenção dos mesmos. tos em razão da frequência de uso do documento e não do
3ª IDADE – Arquivo Permanente - é o arquivo propriamente seu valor. Assim, a divisão em corrente, intermediário e per-
dito – valor secundário e histórico. Estes arquivos são chamados manente são gradações de frequência de uso e não de valor
de Arquivo Inativo, Arquivo Permanente ou Arquivo de Custó- documento.
dia. Os documentos que estão neste arquivo perderam seu valor Observe, todavia, que as Bancas têm colocado em suas
de natureza administrativa, no entanto, conservam seu valor his- provas a existência de uma gradação de valor, ou seja, há uma
tórico e documental, portanto, possuem Valor Secundário: his- diminuição do valor primário, assim, os documentos serão
tórico, probatório ou informativo. É o arquivo propriamente dito. transferidos para o Arquivo Intermediário.
Arquivo Corrente - é onde se localizam os documentos O arquivo intermediário também pode ser chamado de
mais utilizados, sendo esta, a fase em que são criados os do- transitório, pois os documentos que estão no arquivo interme-
cumentos e sua tramitação é acentuada, bem como, o índice diário conservam a classificação que lhes foi dada no arquivo
de consultas elevado, assim, sua localização deve ser de fácil corrente. Aqueles que produziram o documento mantém po-
acesso. der sobre o mesmo podendo dar autorização para que outros
Os documentos com alta frequência de uso ou com grande o consultem. O arquivo deve, portanto, ser dirigido por profis-
possibilidade de uso fazem parte de um Arquivo Corrente e um sionais de arquivo conhecedores dos métodos tradicionais de
documento de elevado valor primário deve permanecer próxi- classificação e elaboração de instrumentos de pesquisa.
mo ao seu local de uso em função de constantes consultas por De acordo com Marilena Leite Paes na obra Arquivo: Teoria e
parte dos gestores ou administradores. Prática, tratando-se do arquivo intermediário: Sua função princi-
Arquivo corrente, para alguns autores, também pode ser pal consiste em proceder a um arquivamento transitório, isto é, em
denominado: arquivo de prosseguimento, arquivo imediato, assegurar a preservação de documentos que não são mais movi-
arquivo de andamento, arquivo de vigilância ou arquivo “fol- mentados, utilizados pela administração e que devem ser guarda-
low up”. dos temporariamente, aguardando pelo cumprimento dos prazos
estabelecidos pelas comissões de análise ou, em alguns casos, por
Os arquivos correntes localizam-se nos próprios setores um processo de triagem que decidirá pela eliminação ou arquiva-
que produzem/recebem os documentos (arquivos setoriais) mento definitivo, para fins de prova ou de pesquisa .
ou em locais próximos a estes (arquivo central/geral).
As principais rotinas que envolvem o arquivamento na fase Arquivo Permanente
corrente são: De acordo com a Lei 8.159, de 8 de janeiro de 1991:
▷ Inspeção: verificação se realmente o arquivo desti- Art. 8º , § 3º. Consideram-se permanentes os docu-
na-se ao arquivamento, pois pode ser apenas para mentos de valor histórico, probatório e informativo e
anexar ou apensar ou simplesmente para ser forne- devem ser definitivamente preservados.
cida uma informação. Ou seja, são os documentos que possuem Valor Secundá-
▷ Análise: consiste em classificar e determinar como rio. São os arquivos que guardam os documentos que, já tendo
será codificado, caso não tenha sido feita a classifi- cumprido seu fim administrativo, sua função administrativa,
cação no protocolo. agora são preservados e conservados pelo seu valor histórico
▷ Ordenação: dispor os documentos conforme a co- para a Instituição (valor secundário).
dificação. Dicas que ajudarão a identificá-lo:
Arquivamento: inserir o documento na unidade pré- É o arquivo em que os documentos já perderam seu
▷
▷
ÍNDICE
1. Conceitos Iniciais ...................................................................................................... 516
Conceito de Contabilidade ..........................................................................................................516
Objeto ..........................................................................................................................................516
Finalidade ....................................................................................................................................516
Usuários .......................................................................................................................................516
Funções da Contabilidade ...........................................................................................................516
Aspectos Patrimoniais .................................................................................................................516
Campo de Aplicação ....................................................................................................................516
Técnicas Contábeis ......................................................................................................................516
2. Patrimônio ............................................................................................................... 517
Conceitos .....................................................................................................................................517
Componentes Patrimoniais .........................................................................................................517
Equação Fundamental da Contabilidade .....................................................................................517
Estados Patrimoniais ...................................................................................................................518
3. Contas ......................................................................................................................520
Conta ..........................................................................................................................................520
Tipos de Contas .......................................................................................................................... 520
Classificação das Contas .............................................................................................................520
Elementos essenciais da conta ...................................................................................................521
Plano de Contas ..........................................................................................................................521
Função da Conta – Razão de sua Existência ................................................................................521
Teoria das Contas ........................................................................................................................521
Situações das Contas: Débitos e Créditos................................................................................... 522
Razonete .................................................................................................................................... 523
Saldo das Contas......................................................................................................................... 523
Balancete .................................................................................................................................... 523
4. Escrituração .............................................................................................................524
Conceitos ...................................................................................................................................524
Processos de Escrituração .......................................................................................................... 524
Métodos de Escrituração ............................................................................................................ 525
Funcionamento das Contas ........................................................................................................ 525
Fórmulas de Lançamento ........................................................................................................... 527
Erros de Escrituração.................................................................................................................. 528
Regimes de Escrituração ............................................................................................................ 529
Livros de Escrituração.................................................................................................................530
Balancete de Verificação .............................................................................................................531
Fatos Contábeis .......................................................................................................................... 532
514 NOÇÕES DE ECONOMIA
Imobilizado .................................................................................................................................581
Depreciação ................................................................................................................................584
Métodos de Depreciação ............................................................................................................ 585
Alteração da Vida útil doImobilizado ......................................................................................... 589
Baixa do Ativo Não Circulante ....................................................................................................589
Intangível....................................................................................................................................590
Amortização ................................................................................................................................591
Exaustão .....................................................................................................................................592
14. Demonstrações Contábeis ...................................................................................... 594
Lei nº 6.404/76...........................................................................................................................594
Demonstração do Resultado do Exercício ..................................................................................596
516
1. Conceitos Iniciais dos elementos que compõem o patrimônio (bens, direitos e
obrigações).
Quantitativos: relacionados à identificação em valores
Conceito de Contabilidade monetários dos elementos que compõem o patrimônio.
Iniciaremos o estudo desta disciplina entendendo o que é
Contabilidade. Para isso, vejamos dois conceitos: o primeiro foi Campo de Aplicação
A
apresentado no 1º Congresso Brasileiro de Contabilidade, e o O campo de aplicação da Contabilidade é a azienda (pat-
I
M segundo já foi abordado em prova da ESAF: rimônio considerado juntamente com a pessoa que tem sobre
O Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções ele poderes de administração e disponibilidade. Patrimônio +
N
O de orientação, controle e registro relativos aos atos e fatos da pessoa que o administra).
C
E administração econômica. (1º Congresso Brasileiro de Contab-
E
Muito cuidado neste item! É fácil confundir o campo de
D ilidade – 1924) aplicação (azienda) com o objeto da Contabilidade (patrimô-
S
E Contabilidade é a ciência que estuda, registra, controla e nio). O que ocorre é que muitos concurseiros pensam: “Ora,
Õ
Ç interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades com se o objeto de estudo da Contabilidade é o patrimônio, então
O ele (o patrimônio) será o local onde aplicarei a Contabilidade
N fins lucrativos ou não. (ESAF)
(campo de aplicação), certo?” Errado! A Contabilidade é apli-
Objeto cada em um patrimônio que sofre variação, e o patrimônio
Na Contabilidade, o objeto é sempre o patrimônio de uma não sofrerá variação sozinho. Para que ele sofra variação,
entidade, definido como um conjunto de bens, direitos e de é necessária a figura do gestor, capaz de administrar o pat-
obrigações. rimônio. Ou seja, para que possamos aplicar a Contabilidade, é
Conjunto de
necessário um patrimônio sob gestão organizada.
Objeto Patromônio bens, direito e
Técnicas Contábeis
obrigações
As técnicas contábeis são quatro:
Finalidade Escrituração:(registrará os fatos que alteram o pat-
▷
rimônio).
A Contabilidade é mantida com a finalidade de fornecer
às pessoas interessadas (usuários) informações sobre um pat- Demonstração:(exporá, por meio de relatórios, to-
▷
ANOTAÇÕES
N
O
Ç
Õ
E
S
D
E
E
C
O
N
O
M
I
A
519
520
3. Contas CONTAS PATRIMONIAIS
ATIVO PASSIVO
Conta Ativo Circulante Passivo Circulante
É um título que identifica um elemento patrimonial com Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante
características semelhantes (bem, direito, obrigação ou PL) ou
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
A
uma variação patrimonial (receitas e despesas).
I Capital Social
M Conta Sintética: conta genérica. Nome que indica um
O conjunto de contas. Assim, o valor patrimonial de uma conta ARLP (-) Capital a Realizar
N
O sintética é igual à soma dos valores patrimoniais das contas Investimento Reserva de Capital
C
E analíticas que a compõem. Imobilizado (+/-) Ajuste de Avaliação Patri-
E monial
D Conta Analítica: conta específica. É aquela que demanda Intangível
S Reservas de Lucro
E controle e acompanhamento em separado das demais. Apre-
Õ (-) Prejuízo Acumulado
Ç senta um maior grau de detalhamento e, por isso, recebe o
O (-) Ações em Tesouraria
N registro contábil.
Conta Sintética CONTAS DE RESULTADO: utilizadas para a apuração do re-
Banco conta movimento = 100 sultado do exercício (lucro ou prejuí zo). Consideradas contas
transitórias, visto que seu tempo de vida é limitado a um ex-
Conta analítica Conta analítica ercício social, pois, ao final de cada exercício, seus saldos serão
Banco do Brasil = 80 Bradesco = 20 zerados (encerrados) a fim de que se possa apurar o resultado
Ex.: (CESPE/AFT/2013) Julgue o item a seguir, relativo ao
do período. São elas:
plano de contas e a funções e estrutura das contas.A con- ▷ Contas de Receita.
ta Passivo Circulante é denominada conta sintética, sen- ▷ Contas de Despesa.
do o seu saldo obtido pelo somatório do saldo de contas CONTAS RESULTADO
analíticas.
DESPESAS RECEITAS
▷ Conta sintética: conta genérica. Classificação das Contas
▷ Conta analítica: conta específica.
Exs.: Quanto aos Elementos que Registrem
▷ Passivo Circulante= 100 (conta sintética) Patrimoniais: registram bens, direitos, obrigações e PL.
▷ Fornecedor = 60 (conta analítica) São contas estáticas, compõem o Balanço Patrimonial.
▷ Impostos a recolher = 10 (conta analítica) Ex.: caixa, fornecedor, capital social.
▷ Empréstimos obtidos = 30 (conta analítica) Resultado: registram receitas e despesas. São contas
dinâmicas, compõem a DRE.
Tipos de Contas Ex.: juros Ativos, salários, desconto concedido, desconto obtido.
PATRIMONIAIS Ativo, Passivo e PL BP
Quanto à Necessidade de
Contas permanentes Desdobramento ou Divisão
CONTAS
Sintéticas: conta genérica. Nome que indica um conjunto
de contas (funciona como agregadora, possuindo conta em
RESULTADO Receita e Despesa DRE nível inferior).
Ex.: Passivo Circulante.
Contas temporárias Analíticas: conta específica. Apresentam um maior grau
de detalhamento e, por isso, recebem o registro contábil.
▷ Contas permanentes: saldos acumulados de um
período para outro. Ex.: fornecedor, imposto a recolher.
▷ Contas transitórias: saldos encerrados ao final de Quanto à Natureza do Saldo
cada período.
Devedora: Ativo, Retificadora do Passivo (-) P, Retificado-
CONTAS PATRIMONIAIS: utilizadas para controle e apu- ra do PL (-) PL, Despesa.
ração do patrimônio, registram bens, direitos, obrigações e Ex.: caixa, capital a integralizar, salários.
situação líquida. Consideradas contas permanentes, saldos
acumulados de um período para outro. São elas: Credora: Retificadora do Ativo (-) A, Passivo, PL, Receita.
▷ Contas do Ativo. Ex.: depreciação acumulada, fornecedor, juros Ativos.
▷ Contas do Passivo. Quanto à Movimentação
▷ Contas do Patrimônio Líquido. Unilaterais: recebem registro apenas a débito ou a crédito
▷ Contas Retificadoras: têm a função de reduzir o saldo de (sofrem variações somente em um sentido).
outra conta. Ex.: receitas, despesas.
Bilaterais : recebem registro tanto a débito quanto a crédi- Elementos essenciais da conta
to (sofrem variações nos dois sentidos). ▷ Nome;
Ex.: fornecedor, clientes, caixa. ▷ Data da ocorrência do fato (período);
▷ Saldo (em valor monetário);
Quanto à Variação na Natureza do Saldo ▷ Valor debitado e creditado (movimento);
Estáveis: contas cujo saldo só pode ser devedor ou credor, ▷ Histórico do fato contábil.
sem variação. Ex.: ( CESPE/TRT 10R/2013) Em relação às contas e à
escrituração contábil, julgue o item seguinte. A estrutu-
Ex.: fornecedor, capital a integralizar, caixa. ra básica de uma rubrica contábil ou conta contempla o
Instáveis: contas cujo saldo ora pode ser devedor, ora, cre- nome da conta, o período a que ela se refere, seu saldo
dor. em valor monetário e seu movimento em determinado
período.
Ex.: ajuste de avaliação patrimonial. ▷ Elementos essenciais da conta são:
Patrimonial e estática ▷ nome.
Elementos ▷ Data da ocorrência do fato (período);
Resultado e dinâmica
▷ Saldo (em valor monetário).
Sintética
Necessidade ▷ Valor debitado e creditado (movimento).
Analítica
▷ Histórico do fato contábil.
Classificação Devedora
das contas
Natureza
Credora Plano de Contas
Unilateral
Movimentação Conceito
Bilateral
É o conjunto composto pela relação ordenada e codificada
Estável das contas utilizadas pela entidade, com objetivo de uniformi-
Variação do saldo
Instável zar seus registros contábeis.
O plano de contas deve ser flexível, permitindo a exclusão
Ex.: (CESPE/AFT/2013) Julgue o item a seguir, relativo a ou inclusão de contas, acompanhando a dinâmica das oper-
plano de contas e a funções e estrutura das contas. A conta ações da entidade.
Juros Ativos é uma conta de resultado, analítica, de nature- Composição
za credora, unilateral e dinâmica.
Um plano de contas é composto, basicamente, pelos se-
guintes elementos:
Conta sintética: conta genérica. Elenco de Contas: é a estrutura do plano de contas.
▷ ▷
Compreende a relação ordenada e codificada de to-
▷ Conta analítica: conta específica.
das as contas utilizadas pela entidade (listagem das
Passivo Circulante= 100 (conta sintética)
▷
contas a serem adotadas nos registros contábeis).
▷ Fornecedor = 60 (conta analítica) 1. ATIVO - Grupo
▷ Impostos a recolher = 10 (conta analítica) 1.1. Ativo Circulante – Subgrupo (primeiro grau)
▷ Empréstimos obtidos = 30 (conta analítica) 1.1.1. Disponibilidades – Subgrupo (segundo grau)
1.1.1.1. Caixa – Conta (primeiro grau)
Conta: Juros Ativos =
Receita 1.1.1.1.0001 Caixa matriz – conta (segundo grau) N
O
Manual de Contas : evidencia o uso adequado de
Ç
▷
Quanto aos Registram receitas.
Õ
Contas de Resul- cada conta, definindo os seguintes elementos:
E
elementos que São contas dinâmicas, S
tado
registrem compõem a DRE.
Função da Conta – Razão
D
E
E
de sua Existência
C
Apresentam um maior O
Quanto à necessi- Contas Analíticas –
N
grau de detalhamento
dade de desdobra-
O
conta específica e por isso, recebem o Funcionamento da Conta – quando a conta será
M
▷
mento ou divisão
registro contábil.
I
debitada ou creditada, bem como seu saldo.
A
N
Importante!
I
A
Lançamento Contábil
E
ou contrato que regule a concessão de serviço E
C
público, devem reverter ao poder concedente, ao A amortização deve normalmente ser reconhecida no re- O
N
fim do prazo da concessão, sem indenização; sultado. No entanto, por vezes, os benefícios econômicos fu- O
M
c) custo de aquisição, prorrogação ou modificação turos incorporados no Ativo são absorvidos para a produção I
A
de contratos e direitos de qualquer natureza, inclu- de outros Ativos. Nesses casos, a amortização faz parte do cus-
sive de exploração de fundos de comércio; to de outro Ativo, devendo ser incluída no seu valor contábil.
d) custos das construções ou benfeitorias em bens lo- D- Despesa (custo) com Amortização.
cados ou arrendados, ou em bens de terceiros, quan- C- Amortização Acumulada.
do não houver direito ao recebimento de seu valor; Ex.: (CESPE) No que se refere ao disposto no Comitê
e) o valor dos direitos contratuais de exploração de Pronunciamentos Contábeis 04 – Ativo Intangível, 591
de florestas de que trata o art. 328. julgue o item seguinte. O valor amortizável de Ativo In-
tangível com vida útil indefinida deverá ser amortizado Tempo de uso: 9 anos
592 de modo a refletir o padrão de consumo, pela entidade, Tx. Acumulada: 5% x 9 = 45%
dos benefícios econômicos futuros. Exaustão Acumulada: 150.000 x 45% = 67.500
CPC 04 – Intangível Valor Contábil: Custo = 150.000
Ativo Intangível é um Ativo não monetário identificável (-) E/Ac: = (67.500)
sem substância física.
R$ 82.500,00
A Amortização é a alocação sistemática do valor amortizável
I
de Ativo Intangível ao longo da sua vida útil. Exaustão em função da relação do período e da pos-
M sança conhecida da mina:
O
N A entidade deve avaliar se a vida útil de Ativo Intangível
O é definida ou indefinida e, no primeiro caso, a duração ou o Método das unidades extraídas.
C
E volume de produção ou unidades semelhantes que formam Exemplo:
E
D essa vida útil. Custo de concessão = R$ 150.000,00
S Possança conhecida = 50.000m3
E A entidade deve atribuir vida útil indefinida a um Ativo In-
Õ
Ç tangível quando, com base na análise de todos os fatores rele- Produção do ano = 2.000m3
O
N vantes, não existe um limite previsível para o período durante Taxa de exaustão do ano =prod. ano/possança =
o qual o Ativo deverá gerar fluxos de caixa líquidos positivos 2.000/50.000 = 4%a.a ou
para a entidade. Tempo previsto para esgotamento da mina = possança/
A contabilização de Ativo Intangível baseia-se na sua vida prod. ano = 50.000/2.000 = 25 anos = 4%a.a
útil. Um Ativo Intangível com vida útil definida deve ser amor- (Encargo) Despesa de Exaustão do ano = 4% x R$
tizado, enquanto a de um Ativo Intangível com vida útil in- 150.000,00 = 6.000,00 ou
definida não deve ser amortizado.
Exaustão Exaustão de Recursos Florestais
Só haverá exaustão de recursos florestais quando o esgota-
Conceito mento dos recursos estiver previsto para ocorrer antes do fim do
Corresponde à perda do valor, decorrente da sua exploração,
de direitos
prazo contratual, ou quando o prazo de exploração dos recursos
cujo objeto seja recursos minerais ou florestais, ou bens for indeterminado.
aplicados nessa exploração. Hipóteses de exploração dos recursos florestais:
Valor desembolsado para exercer o direito de exploração 1) Quando o prazo contratual for inferior ao período previs-
+ todos os dispêndios necessários a essa exploração to para esgotamento dos recursos florestais, a perda de valor
será contabilizada como amortização, e não como exaustão,
Base de Cálculo da Exaustão visto que, antes do esgotamento dos recursos, o direito de ex-
Lançamento: ploração terá terminado.
D- Despesa Exaustão. 2) Quando o esgotamento dos recursos estiver previsto para
C- Exaustão Acumulada. ocorrer antes do fim do prazo contratual, a perda de valor será
contabilizada como exaustão.
Não Devem Sofrer Exaustão 3) Quando o prazo de exploração dos recursos for indeter-
▷ Recursos minerais que não têm previsão de esgot- minado, a perda de valor será contabilizada como exaustão.
amento. 4) Os projetos florestais destinados à exploração dos re-
▷ As florestas destinadas à exploração dos respectivos spectivos frutos sujeitam-se à depreciação, calculada com
frutos sujeitam-se à depreciação e não à exaustão. base na vida útil estimada dos recursos florestais objeto da
▷ florestas plantadas com a finalidade de proteção do exploração.
solo ou do meio ambiente como um todo também Exemplo
não se sujeitam ao cômputo dos encargos das in- Bem a ser exaurido = Plantação de eucaliptos para uti-
versões (depreciação, amortização ou exaustão). lização em uma siderúrgica.
▷ Os direitos contratuais para a exploração de recursos Valor de Aquisição = R$ 600.000,00.
florestais por prazo determinado (inferior ao esgot- Quantidade total = 400 hectares de floresta com eucalipto
amento dos recursos) estão sujeitos à amortização, plantado.
e não à exaustão, cujo critério econômico será o pra- Extração do ano = 80 hectares da floresta.
zo de vigência do contrato. Taxa de exaustão do ano = 80/400 = 20%.
Exaustão de Recursos Minerais Despesa de exaustão = 600.000 x 20% = R$ 120.000,00.
Exaustão em função do prazo de concessão: Dec. 3000/99 RIR
Ex.: Art. 334. Poderá ser computada, como custo ou encar-
go, em cada período de apuração, a importância corre-
Custo de Concessão = R$ 150.000,00 spondente à diminuição do valor de recursos florestais,
Prazo de concessão = 20 anos resultante de sua exploração (Lei nº 4.506, de 1964,
Taxa de exaustão anual = 100%/20 = 5% a.a artigo 59, e Decreto-Lei nº 1.483, de 1976, artigo 4º).
(Encargo) Despesa de exaustão (anual): 5% x 150.000,00 § 1º A quota de exaustão dos recursos florestais des-
= 7.500 tinados a corte terá como base de cálculo o valor das
florestas (Decreto-Lei nº 1.483, de 1976, artigo 4º, § 1º). c) A taxa de exaustão será de 12,5% ao ano. (verdadeiro)
§ 2º Para o cálculo do valor da quota de exaustão será v. útil = 8 anos
observado o seguinte critério (Decreto-Lei nº 1.483, de taxa = 100%/8 = 12,5% aa
1976, artigo 4º, § 2º): d) Ao fim do 5º ano, a exaustão acumulada será de 50% do
I - apurar-se-á, inicialmente, o percentual que custo da mina. (verdadeiro)
o volume dos recursos florestais utilizados ou a Exaustão/Ac: custo: 300.000
quantidade de árvores extraídas durante o período (-) V. residual: (60.000)
de apuração representa em relação ao volume ou à Vr. Exaurido: 240.000 x 5 = 150.000
quantidade de árvores que no início do período de 8
apuração compunham a floresta; Exaustão acumulada de R$ 150.000,00, que representa
II - o percentual encontrado será aplicado sobre o 50% do custo total da mina de R$ 300.000,00.
valor contábil da floresta, registrado no Ativo, e o e) O custo a ser baixado no ato da venda será de R$
resultado será considerado como custo dos recur- 90.000,00. (ERRADO)
sos florestais extraídos.
O bem é baixado pelo seu valor contábil na data da venda.
§ 3º As disposições deste artigo aplicam-se também às
florestas objeto de direitos contratuais de exploração
Valor contábil: custo: 300.000
por prazo indeterminado, devendo as quotas de ex- E/Ac: (150.000)
austão ser contabilizadas pelo adquirente desses dire- 150.000
itos, que tomará como valor da floresta o do contrato Valor contábil: R$ 150.000,00
(Decreto-Lei nº 1.483, de 1976, artigo 4º, § 3º).
Ex.: (ESAF) A mina Etereal, após a aquisição e instalação, ANOTAÇÕES
custara R$ 300.000,00 aos cofres da nossa empresa, mas
tinha capacidade estimada em 500 mil metros cúbicos
de minério e foi instalada com capacidade de exploração
em 8 anos, mantendo-se o residual de proteção de 20%
da capacidade produtiva. Ao fim do 5º ano de exploração
bem-sucedida, a mina foi alienada por R$ 200.000,00,
com quitação em vinte duplicatas mensais.
Analisando essas informações, assinale abaixo a única
assertiva que não é verdadeira.
a) A exploração anual será de 50 mil m� de minério.
b) A taxa de exaustão será de 10% do custo total
por ano.
c) A taxa de exaustão será de 12,5% ao ano.
d) Ao fim do 5º ano, a exaustão acumulada será de
50% do custo da mina.
e) O custo a ser baixado no ato da venda será de R$
90.000,00.
E
Custo: R$ 300.000,00
Capacidade estimada: 500 mil m3
Capacidade de exploração: 8 anos N
Residual de proteção: 20% O
Ç
Uso: 5 anos Õ
E
PV: R$ 200.000,00 S
Demonstrações Financeiras de Sociedades de Grande Porte trarie a legislação societária brasileira vigente.
Lei 11.638/07, Art. 3º Aplicam-se às sociedades de grande por-
te, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por
Escrituração
ações, as disposições da Lei nº 6.404/76, sobre escrituração e Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em
elaboração de demonstrações financeiras e a obrigatoriedade de registros permanentes, com obediência aos preceitos
auditoria independente por auditor registrado na Comissão de da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de 595
Valores Mobiliários. contabilidade geralmente aceitos, devendo observar
métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e VII- o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu
596 registrar as mutações patrimoniais segundo o regime montante por ação do capital social.
de competência. § 1º Na determinação do resultado do exercício serão
§ 1º As demonstrações financeiras do exercício em que computados:
houver modificação de métodos ou critérios contábeis, a) as receitas e os rendimentos ganhos no perío-
de efeitos relevantes, deverão indicá-la em nota e res- do, independentemente da sua realização em
A
saltar esses efeitos. moeda; e
I
M § 2º A companhia observará exclusivamente em liv- b ) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos
O ros ou registros auxiliares, sem qualquer modificação
N ou incorridos, correspondentes a essas receitas e
O da escrituração mercantil e das demonstrações regu- rendimentos.
C
E ladas nesta Lei, as disposições da lei tributária, ou de
E Demonstração do Resultado do Exercício – Lei nº 6.404/76
D legislação especial sobre a atividade que constitui seu
S objeto, que prescrevam, conduzam ou incentivem a RECEITA BRUTA
E
Õ utilização de métodos ou critérios contábeis diferentes
Ç Vendas Brutas
O ou determinem registros, lançamentos ou ajustes ou a
N Prestação de Serviços
elaboração de outras demonstrações financeiras.
§ 3º As demonstrações financeiras das companhias (-) DEDUÇÕES DA RECEITA
abertas observarão, ainda, as normas expedidas pela Impostos s/ Vendas e Serviços (ICMS, ISS, PIS, COFINS)
Comissão de Valores Mobiliários e serão obrigatoria- Devoluções ou Cancelamentos
mente submetidas a auditoria por auditores indepen-
dentes nela registrados. Descontos Incondicionais e Abatimentos
(=) RECEITA LÍQUIDA
§ 4º As demonstrações financeiras serão assinadas
pelos administradores e por contabilistas legalmente (-) Custo das mercadorias vendidas ou dos produtos e serviços
habilitados. vendidos
§ 5º As normas expedidas pela Comissão de Valores (=) LUCRO BRUTO OU RESULTADO OPERACIONAL BRUTO
Mobiliários a que se refere o § 3º deste artigo deverão (-) DESPESAS OPERACIONAIS
ser elaboradas em consonância com os padrões inter-
nacionais de contabilidade adotados nos principais (-) Despesas com Vendas
mercados de valores mobiliários. (-) Despesas Administrativas
§ 6º As companhias fechadas poderão optar por ob- (-) Despesas Financeiras
servar as normas sobre demonstrações financeiras ex- (+) Receitas Financeiras
pedidas pela Comissão de Valores Mobiliários para as
companhias abertas. (-) Outras Despesas Operacionais
(+) Outras Receitas Operacionais
Demonstração do Resultado (=) RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO OU LUCRO/PREJUÍZO
do Exercício OPERACIONAL
(+) Outras Receitas
Lei nº 6.404/76 (-) Outras Despesas
Art. 187. A demonstração do resultado do exercício (=) RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA = LAIR
discriminará: (-) Contribuição Social s/ o Lucro (CSLL)
I. a receita bruta das vendas e serviços, as de-
duções das vendas, os abatimentos e os impostos; (-) Imposto de Renda s/ o Lucro
II. a receita líquida das vendas e serviços, o custo das (=) LUCRO APÓS O IMPOSTO DE RENDA = LAPIR
mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; (-) PARTICIPAÇÕES ESTATUTÁRIAS
III. as despesas com as vendas, as despesas finan- Debêntures
ceiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais
Empregados
e administrativas, e outras despesas operacionais;
IV - o lucro ou prejuízo operacional, as outras re- Administradores
ceitas e as outras despesas; Partes Beneficiárias
V. o resultado do exercício antes do Imposto sobre Fundos de Assistência de Empregados
a Renda e a provisão para o imposto; (=) LUCRO/ PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
VI - as participações de debêntures, empregados,
LUCRO/PREJUÍZO LÍQUIDO POR AÇÃO = Lucro líquido/Nº de ações
administradores e partes beneficiárias, mesmo na em circulação
forma de instrumentos financeiros, e de institu-
Outras receitas e outras despesas = ganho ou perda de
ições ou fundos de assistência ou previdência de
capital decorrente da venda de Ativo fixo (investimento, imo-
empregados, que não se caracterizem como des-
bilizado ou intangível) ou perda de capital pela baixa do Ativo
pesa;
fixo por perecimento, obsolescência ou extinção.
Participações estatutárias = são participações no lucro (-) Contribuição Social s/ o Lucro (CSLL)
previstas no estatuto. São determinadas sucessivamente e
nessa ordem, pois cada participação diminui a base de cálculo (-) Imposto de Renda s/ o Lucro
da participação seguinte. (=) RESULTADO DAS OPERAÇÕES CONTINUADAS
Ex.: (+/-) RESULTADO LÍQUIDO DAS OPERAÇÕES DESCONTINUADAS
(=) LUCRO APÓS O IMPOSTO DE RENDA = LA-
= RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO.
PIR--------10.000
(-) PARTICIPAÇÕES ESTATUTÁRIAS Novidades CPC 26
Debêntures = 10% x 10.000 = 1.000 1) Início a partir da receita líquida
Empregados = 10% (10.000 – 1.000) = 900 CPC 30, Item 8: Para fins de divulgação na demonstração
Administradores = 0 do resultado, a receita inclui somente os ingressos brutos de
Partes Beneficiárias = 5% (9.000 – 900) = 405 benefícios econômicos recebidos e a receber pela entidade
Fundos de Assistência de Empregados = 0 quando originários de suas próprias atividades. As quantias co-
bradas por conta de terceiros – tais como tributos sobre vendas,
CPC 26 tributos sobre bens e serviços e tributos sobre valor adicionado
Além dos itens requeridos em outros Pronunciamentos não são benefícios econômicos que fluam para a entidade e não
do CPC, a demonstração do resultado do período deve, no resultam em aumento do patrimônio líquido. Portanto, são ex-
mínimo, incluir as seguintes rubricas, obedecidas também as cluídos da receita.
determinações legais: 2) Separação das receitas e despesas financeiras
(a) receitas; No modelo previsto no CPC 26, as receitas e despesas finan-
(aa) ganhos e perdas decorrentes de baixa de Ativos finan- ceiras devem ser destacadas após o resultado antes das receitas
ceiros mensurados pelo custo amortizado; e despesas financeiras. A separação do resultado financeiro evi-
dencia com mais propriedade o resultado oriundo das operações
(b) custos de financiamento; da empresa.
(c) parcela dos resultados de empresas investidas recon- 3) Resultado de operações descontinuadas
hecida por meio do método da equivalência patrimonial; Segundo ED Luiz Ferrari:
(d) tributos sobre o lucro; ▷ Operações continuadas: são aquelas que a empresa
(ea) um único valor para o total de operações descontinua- pretende realizar para o presente e futuro, pois tais
das (ver Pronunciamento Técnico CPC 31); operações têm, por prazo indeterminado, o potencial
(f) em atendimento à legislação societária brasileira vigen- de gerar receitas e atrair a atenção dos consumidores.
te na data da emissão deste Pronunciamento, a demonstração ▷ Operações descontinuadas: operações que a empresa
do resultado deve incluir ainda as seguintes rubricas: apoio no passado, mas não irá dar continuidade no
futuro. Estão em processo de acabar até acabar e não
(i) custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços
vendidos; necessariamente aquelas que já acabaram, de forma
que num determinado período presente ainda podem
(ii) lucro bruto; gerar resultados para empresa até o momento de efe-
(iii) despesas com vendas, gerais, administrativas e outras tivamente acabarem.
despesas e receitas operacionais; CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Oper-
(iv) resultado antes das receitas e despesas financeiras; ação Descontinuada, item 32, define:
Uma operação descontinuada é um componente da enti-
(v) resultado antes dos tributos sobre o lucro;
dade que foi baixado ou está classificado como mantido para
(vi) resultado líquido do período. venda e
Demonstração do Resultado do Exercício – CPC 26 (a) representa uma importante linha separada de negócios
ou área geográfica de operações;
RECEITA LÍQUIDA
(b) é parte integrante de um único plano coordenado para N
(-) Custo das mercadorias vendidas ou dos produtos e serviços venda de uma importante linha separada de negócios ou área
O
Ç
vendidos geográfica de operações; ou
Õ
E
(=) LUCRO BRUTO OU RESULTADO OPERACIONAL BRUTO (c) é uma controlada adquirida exclusivamente com o ob-
S
jetivo da revenda.
D
(-) Despesas com Vendas
E
Vale ressaltar que não são as vendas normais de Ativo
E
C
(-) Despesas Administrativas Imobilizado e sim vendas relativas a divisões, produtos ou
O
N
(-) Despesas gerais atividades que a empresa abandonou que não existirão mais O
no futuro.
M
(-) Outras Despesas Operacionais/ Outras despesas
I
A
A primeira forma de análise é o método da natureza da
(+) Outras Receitas Operacionais/ Outras receitas despesa. As despesas são agregadas na demonstração do
(=) RESULTADO ANTES DAS RECEITAS E DESPESAS FINANCEIRAS resultado de acordo com a sua natureza (por exemplo, de-
(-) Despesas Financeiras preciações, compras de materiais, despesas com transporte,
benefícios aos empregados e despesas de publicidade), não
(+) Receitas Financeiras sendo realocados entre as várias funções dentro da entidade. 597
(=) RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA = LAIR Esse método pode ser simples de aplicar, porque não são
necessárias alocações de gastos a classificações funcionais. Ex.: (FGV) O Frigorífico Eta S.A. atua em três diferentes
598 Um exemplo de classificação que usa o método da natureza segmentos, que durante x1 apresentaram os seguintes
do gasto é o que se segue: resultados, apurados em 31/12, em milhares de reais:
Receitas X
Outras Receitas X
A
I
Variação do estoque de produtos X
M acabados e em elaboração
O
N Consumo de matérias-primas e X
O
C materiais
E
E Despesa com benefícios a X
D
S
empregados Devido à baixa rentabilidade do segmento
E
Õ
Ç
Depreciações e amortizações X de aves, a direção do Frigorífico Eta S.A. deu início, em
O
N
Outras despesas X novembro de x1, a um plano para vender esse segmento
Total da despesa (X) de negócios, tendo iniciado um programa firme para
Resultado antes dos tributos X localizar um comprador e concluir o plano. O segmento
A segunda forma de análise é o método da função da despesa estava disponível para venda imediata em suas condições
ou do “custo dos produtos e serviços vendidos”, classificando-se
atuais, e a direção da companhia acreditava ser altamente
as despesas de acordo com a sua função como parte do custo dos
provável que a venda estivesse concluída até o final do
produtos ou serviços vendidos ou, por exemplo, das despesas
de distribuição ou das atividades administrativas. No mínimo, a primeiro semestre de x2. Durante dezembro de x1 a dire-
entidade deve divulgar o custo dos produtos e serviços vendidos ção do Frigorífico Eta S.A. passou a discutir a possibilidade
segundo esse método separadamente das outras despesas. Esse de concentrar suas atividades apenas no segmento de
método pode proporcionar informação mais relevante aos usuári-
os do que a classificação de gastos por natureza, mas a alocação suínos, devido a sua maior rentabilidade, e colocar à venda
de despesas às funções pode exigir alocações arbitrárias e envolv- também o segmento de bovinos.
er considerável julgamento. Um exemplo de classificação que uti- Nas demonstrações contábeis do Frigorífico
liza o método da função da despesa é a seguinte: Eta S.A. relativas a x1, o resultado líquido das opera-
Receitas X ções continuadas será apresentado por:
Custo dos produtos e serviços (X) a) R$ 980.000.
vendidos
b) R$ 2.100.000.
Lucro bruto X
c) R$ 2.240.000.
Outras receitas X
d) R$ 2.940.000.
Despesas de vendas (X)
e) R$ 3.080.000.
Despesas administrativas (X)
D.
Outras despesas (X)
Segundo os dados do enunciado, em novembro de X1, a cia.
Resultado antes dos tributos X iniciou um plano para vender o segmento de aves, tendo ini-
A escolha entre o método da função das despesas e o mét- ciado um programa firme para localizar um comprador e con-
odo da natureza das despesas depende de fatores históricos e cluir o plano. O segmento de aves também estava disponível
setoriais e da natureza da entidade. Ambos os métodos propor- para venda imediata em suas condições atuais, devendo ser
cionam uma indicação das despesas que podem variar, direta classificado como Ativo mantido para venda, e seu resultado
ou indiretamente, com o nível de vendas ou de produção da demonstrado como Resultado de operações descontinuadas.
entidade. Já o segmento de bovinos estava apenas em discussão da
Dado que cada método de apresentação tem seu mérito possibilidade de também ser colocado à venda, a diretoria do
conforme as características de diferentes tipos de entidade, o Frigorífico está “discutindo a possibilidade” de atuar apenas
Pronunciamento Técnico estabelece que cabe à administração no segmento de suínos, não atendendo aos requisitos para ser
eleger o método de apresentação mais relevante e confiável, classificado como Ativo mantido para venda.
atendidas as exigências legais. Entretanto, tendo em vista que Portanto, o resultado líquido das operações continuadas apu-
a informação sobre a natureza das despesas é útil ao prever os rados em 31/12, em milhares de reais, será de:
futuros fluxos de caixa, é exigida divulgação adicional quando Lucro Líquido Suínos ................................................ 2.100
for usada a classificação com base no método da função das + Lucro Líquido Bovinos ............................................. 840
despesas. = Resultado líquido das operações continuadas ....... 2.940
Lucro, Participações e Destinações. Ex.: (ESAF) O estatuto social da Cia. Amarílis prevê direito
à participação nos lucros de empregados, administra-
Dedução de Prejuízos e Imposto sobre a Renda dores e as debêntures emitidas, a base de 10% cada uma.
Em um determinado período, o valor do Lucro após o Im-
Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, posto de Renda e Contribuições foi de R$ 1.500.000,00
antes de qualquer participação, os prejuízos acumu- e, no mesmo período, a empresa apresenta um saldo de
lados e a provisão para o Imposto sobre a Renda. prejuízos acumulados no valor de R$ 450.000,00. Com
base nessas informações e de acordo com o estabelecido
Parágrafo único. O prejuízo do exercício será obriga- no artigo 187 da Lei n° 6.404/76, é correto afirmar que,
toriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas nesse período,
reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem. a) o valor a ser transferido para o Patrimônio
Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser Líquido é de R$ 984.150,00.
utilizadas para:
b) o lucro líquido apurado no exercício é de R$
I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os
900.000,00.
lucros acumulados e as reservas de lucros (artigo
189, parágrafo único). (Grifo nosso) c) a provisão para participação dos Administra-
dores foi R$ 150.000,00.
d) a provisão para participações a empregados
é de R$ 94.500,00.
e) a provisão para participação de debêntures é
de R$ 76.545,00.
DRE Cálculo extracontábil
Antes da transferência do prejuízo do exercício apurado na
LAPIR----1.500.000 LAPIR----1.500.00
DRE para a conta de prejuízo acumulado, deve-se observar o
Debenturista----(105.000) (-) Prejuízo acumulado----(450.000)
parágrafo único do art. 189 e, havendo saldo remanescente, a
Empregado----(94.500) BC debenturista----1.050.000
transferência é concluída.
Administradores----(85.050) Debenturista – 10%----(105.000)
LLE----1.215.450 BC empregado----945.000
Empregado – 10%----(94.500)
BC administradores----850.500
Administradores----(85.050)
Participações
Lucro-----765.450
Art. 190. As participações estatutárias de emprega- *BC = base de cálculo
dos, administradores e partes beneficiárias serão de- Os valores das participações calculados extracontabilmente serão
terminadas, sucessivamente e nessa ordem, com base transferidos para DRE.
nos lucros que remanescerem depois de deduzida a Para evitarmos esse “vai e volta” de informações, a única
participação anteriormente calculada. diferença dos valores apresentados na DRE e no cálculo
extracontábil é o prejuízo acumulado, então poderíamos
Parágrafo único. Aplica-se ao pagamento das partici- chegar ao LLE da seguinte maneira: Lucro + Prejuízo acu- N
pações dos administradores e das partes beneficiárias
O
mulada = 765.450 + 450.000 = R$ 1.215.450,00
Ç
Õ
o disposto nos parágrafos do artigo 201. (Grifo nosso) E
RESPOSTA: D.
S
Lucro Líquido
E
em reais, é: Lucro
Líquido do 487.500 487.500
a) 56.000,00 exercício
b) 176.125,00 Proposta
da
c) 195.000,00 Diretoria
e) 487.500,00 Dividen-
dos
(195.0 00) (195.0 00)
ser nula.
I
C
A
ceitos:
P
E
R
Í
C
Centro de Massa
I
Coeficiente de Restituição
A
D
E
A
Antes do choque (colisão), os corpos A e B se aproximam Seja CM o ponto em que podemos considerar concentrada
C
I
D
Massa do corpo.
E
mento e velocidade de aproximação. trico do sistema, como no caso de uma esfera homogênea ou
I
O
S
de um cubo perfeito.
Para os demais casos, o cálculo do centro de massa é feito
através da média aritmética ponderada das distâncias de cada 629
ponto do sistema.
Momento de uma Força Particularmente, ao falar em fluídos líquidos, deve-se falar
630 em sua viscosidade, que é o atrito existente entre suas mo-
Imagine uma pessoa tentando abrir uma porta: ela preci- léculas durante um movimento. Quanto menor a viscosidade,
sará fazer mais força se for empurrada na extremidade con- mais fácil o escoamento do fluido.
S
O
trária à dobradiça, onde a maçaneta se encontra, ou no meio
I
R
Á
I
da porta? Pressão
V
O
D Claramente, percebemos que é mais fácil abrir ou fechar a É a força exercida sobre a superfície de determinada área.
O
R
S
porta se aplicarmos força em sua extremidade, onde está a ma- Matematicamente, a pressão é igual ao quociente entre a
E
T
N çaneta. Isso acontece, pois existe uma grandeza chamada Mo- força aplicada e a área desta superfície.
E
D
I
C
mento de Força , que também pode ser chamado Torque.
A
E
D
Esta grandeza é proporcional à Força e à distância da apli-
A
I
C
Í
cação em relação ao ponto de giro, ou seja:
R
E
P
À
A
Em que:
D
A
C
▷ p = Pressão (Pa);
I
L
P
Como este é um produto vetorial, podemos dizer que o ▷ F = Força (N);
A
A módulo do Momento da Força é:
C
I
S
▷ A = Área (m�).
Í
F
A unidade de pressão é o Pascal (Pa), que é o nome ado-
tado para N/m�.
Densidade
Em que:
M = Módulo do Momento da Força; A densidade é a grandeza que relaciona a massa de um
F = Módulo da Força; corpo ao seu volume.
d = distância entre a aplicação da força ao ponto de giro; braço
de alavanca;
sen = menor ângulo formado entre os dois vetores.
Como sen 90° = 1, se a aplicação da força for perpendicular
Em que:
▷ d = Densidade (kg/m�);
à “d”, o momento será máximo;
▷ m = Massa (kg);
Como sen 0° = 0, quando a aplicação da força é paralela à
▷ V = Volume (m�).
“d”, o momento é nulo.
O Momento da Força de um corpo é: Pressão Hidrostática
▷ Positivo quando girar no sentido anti-horário; Da mesma forma como os corpos sólidos, os fluídos tam-
▷ Negativo quando girar no sentido horário. bém exercem pressão sobre outros, devido ao seu peso. Para
obtermos essa pressão, consideremos um recipiente contendo
Condições de Equilíbrio um líquido de densidade “d” que ocupa o recipiente até uma
de um Corpo Rígido altura “h”, em um local do planeta onde a aceleração da gravi-
dade é “g”. A Força exercida sobre a área de contato é o peso
Para que um corpo rígido esteja em equilíbrio, além de não do líquido.
se mover, esse corpo não pode girar. Por isso, precisa satisfazer
duas condições:
▷ A resultante das forças aplicadas sobre seu centro de P=
massa deve ser nula (não se move ou se move com
velocidade constante).
▷ A resultante dos Momentos da Força aplicados ao
corpo deve ser nula (não gira ou gira com velocida-
de angular constante). Como:
Prensa hidráulica:
N
▷
T
E
S
R
O
D
O
V
S2 I
Á
R
I
O
S1
S
ou
-a x0 a
x0
As posições a e -a são deformações máximas que a mola
O bloco em vermelho ligado a uma mola tendo como terá quando o bloco de massa m for colocado em oscilação.
posição de equilíbrio do sistema a posição X o. A posição X é dada em função do tempo.
Nesse sistema, desprezaremos as forças dissipativas (atri-
to e resistência do ar). O bloco, quando colocado em oscilação,
movimentar-se-á sob a ação da força restauradora elástica,
que pode ser calculada pela seguinte expressão: Em que:
▷ A = elongação máxima (m);
= frequência angular (rad/s);
▷ = espaço angular que um ponto projetado pelo
bloco sobre uma circunferência realiza (rad);
Período ▷ t = intervalo de tempo.
O período de um corpo em MHS é o intervalo de tempo re- Velocidade do Móvel em MHS
ferente a uma oscilação completa e pode ser calculado através
da seguinte expressão:
Sendo:
F
Í
S
I
C
A
Logo:
A
P
Frequência
R
Í
C
I
Em que:
A
D
S
O
I
R
Á
Então:
I
V
O
D
O
R
S
E
Como não há dissipação de energia nesse modelo, toda a
T
N
E energia mecânica é conservada durante o movimento de um
D
I
C
A ▷ A fase é sempre medida em radianos. oscilador massa-mola horizontal.
E
D
A
I
C
▷ A pulsação pode ser definida por: Pêndulo Simples
Í
R
E
▷ A fase inicial é o igual ao ângulo inicial do mo- Um pêndulo é um sistema composto por uma massa aco-
P
À vimento em um ciclo trigonométrico, ou seja, é o plada a um pivô que permite sua movimentação livremente. A
A
D
A
ângulo de defasagem da onda senoidal. massa fica sujeita à força restauradora causada pela gravidade.
C
I
L
P
A
A
Energia do Oscilador O pêndulo simples consiste em uma massa presa a um fio
C
I
S Analisando a energia mecânica do sistema, tem-se que: flexível e inextensível por uma de suas extremidades e livre
Í
F por outra, representado da seguinte forma:
v=0
x
v=0
-A 0 A x
Ondas
No estudo da física, onda é uma perturbação que se propa-
ga no espaço ou em qualquer outro meio, como, por exemplo,
Ao chegar na posição x = -A, novamente o objeto ficará na água. Uma onda transfere energia de um ponto para outro,
momentaneamente parado (v = 0), tendo sua energia mecâni- mas nunca transfere matéria entre dois pontos. As ondas po-
ca igual à energia potencial elástica do sistema. dem se classificar de acordo com a direção de propagação de
energia, quanto à natureza das ondas e quanto à direção de
No ponto em que x = 0, ocorrerá o fenômeno inverso ao da propagação.
máxima elongação, sendo que:
Quanto à direção de propagação de energia, as ondas se
classificam da seguinte forma:
▷ Unidimensionais: propagam-se em uma única di-
mensão;
▷ Bidimensionais: propagam-se num plano;
▷ Tridimensionais: propagam-se em todas as direções.
Quanto à natureza, as ondas se classificam em:
▷ Ondas mecânicas: são aquelas que necessitam
de um meio material para se propagar como, por
exemplo, onda em uma corda ou mesmo as ondas
Assim, podemos concluir que, na posição x = 0, ocorre sonoras;
a velocidade máxima do sistema massa-mola, já que toda a ▷ Ondas eletromagnéticas: são aquelas que não ne-
energia mecânica é resultado dessa velocidade. cessitam de meio material para se propagarem,
elas podem se propagar tanto no vácuo (ausência É comum aos movimentos uniformes, mas, conhecendo a es-
de matéria) como também em certos tipos de ma- trutura de uma onda:
teriais. São exemplos de ondas eletromagnéticas: a
luz solar, as ondas de rádio, as micro-ondas, raios X,
entre muitas outras.
Quanto à direção de propagação, as ondas se classificam em:
▷ Ondas transversais: são aquelas que têm a direção
de propagação perpendicular à direção de vibração,
como, por exemplo, as ondas eletromagnéticas.
▷ Ondas longitudinais: nessas ondas, a direção de pro-
pagação se coincide com a direção de vibração. Nos
líquidos e gases, a onda se propaga dessa forma.
Para descrever uma onda, é necessária uma série de gran-
dezas, entre elas, temos: velocidade, amplitude, frequência, Temos que S = e que t = T, assim:
período e o comprimento de onda.
Componentes de uma onda
Uma onda é formada por alguns componentes básicos,
quais sejam:
Crista
Como não transportam matéria em seu movimento, é previ- A propagação do som em meios gasosos depende fortemen-
O
V
I
Á
sível que as ondas se desloquem com velocidade contínua, logo, te da temperatura do gás. É possível, inclusive demonstrar experi-
R
I
O
635
Em que: Efeito Doppler
636 ▷ k = constante que depende da natureza do gás; O Efeito Doppler é a alteração da frequência sonora per-
▷ T = temperatura absoluta do gás (em kelvin). cebida pelo observador em virtude do movimento relativo de
S aproximação ou afastamento entre a fonte e o observador.
O
I
R
Á
I
Intensidade Sonora Veja, inicialmente, o caso de uma fonte sonora fixa e um
V
O
D A intensidade do som é a qualidade que nos permite ca- observador movendo-se ao longo de uma mesma reta, ado-
O
R
S
racterizar se um som é forte ou fraco, e depende da energia tando um referencial que esteja em repouso em relação ao
E
T
N
E
que a onda sonora transfere. meio através do qual as ondas se propagam. Se ambos, fonte
D
I
C
A
A intensidade sonora (I) é definida fisicamente como a po- e observador, estivessem em repouso, o número de ondas re-
E
D tência sonora recebida por unidade de área de uma superfície, cebidas na unidade de tempo seria dada por:
A
I
C
Í ou seja: Número de ondas =
R
E
P
À
Em que:
A
D
A
▷ v é a velocidade do som;
C
I
L
P
▷ é o comprimento de onda emitido pela fonte.
A
A
C
I
No entanto, em virtude do movimento do observador, em
S
Í
F Mas como a potência pode ser definida pela relação de energia direção à fonte de ondas, ela receberá um número adicional de
por unidade de tempo: ondas (simultaneamente) que será dado por:
Numero adicional de ondas =
Em que:
▷ vo é a velocidade do observador.
Como a frequência de uma onda pode ser definida como o
número de comprimentos de onda que serão produzidos (re-
Então, também podemos expressar a intensidade por:
cebidos) na unidade de tempo, então, a frequência percebida
pelo observador será a seguinte:
z
Portanto, se ambos movem-se relativamente entre si, a y
expressão resultante será:
na Hidráulica, em partículas sólidas dentro de um fluido em Sempre que um corpo capaz de oscilar sofrer uma série
P
L
I
C
Ondas Eletromagnéticas
P
se propagar até mesmo pelo vácuo e apresentam proprieda- Cada sistema físico capaz de vibrar possui uma ou mais I
D
E
des típicas de uma onda mecânica, como reflexão, retração, frequências naturais, isto é, que são características do sistema,
N
T
E
difração, interferência e transporte de energia. A essas ondas, mais precisamente da maneira como este é construído. Como,
S
R
O
dá-se o nome de ondas eletromagnéticas. por exemplo, um pêndulo ao ser afastado do ponto de equilí-
D
O
V
As ondas eletromagnéticas têm como característica prin- brio, cordas de um violão ou uma ponte para a passagem de
I
Á
R
no ar, sua velocidade é um pouco menor. Considerada a maior Todos esses sistemas possuem sua frequência natural, que
velocidade do universo, elas podem vencer vários obstáculos lhes é característica. Quando ocorrem excitações periódicas
físicos, tais como gases, atmosfera, água, paredes, dependen- sobre o sistema, como quando o vento sopra com frequência 637
do da sua frequência. constante sobre uma ponte durante uma tempestade, acon-
tece um fenômeno de superposição de ondas que alteram a 1ª lei da reflexão: O raio de luz refletido e o raio de luz
638 energia do sistema, modificando sua amplitude. incidente, assim como a reta normal à superfície, perten-
Conforme estudamos anteriormente, se a frequência na- cem ao mesmo plano, ou seja, são coplanares.
tural de oscilação do sistema e as excitações constantes sobre 2ª Lei da reflexão: O ângulo de reflexão (r) é sempre
S
O
I
R
ele estiverem sob a mesma frequência, a energia do sistema igual ao ângulo de incidência (i).
Á
I
V será aumentada, fazendo com que vibre com amplitudes cada
O
D
O
vez maiores. i =r
R
S
E
O fenômeno da ressonância é facilmente demonstrado ao
T
N
E
D
colocarmos dois diapasões idênticos no ar, quando um é posto Espelho Plano
I
C
A
a vibrar, naturalmente o outro poderá ser ouvido, pois iniciará Um espelho plano é aquele em que a superfície de reflexão
E
D uma vibração. é totalmente plana.
A
I
5. Óptica
C
Í
R
E
Os espelhos planos têm utilidades bastante diversificadas,
P
À desde as domésticas até como componentes de sofisticados
A
D Óptica é o ramo da física que estuda os fenômenos re- instrumentos ópticos.
A
C
I
L
lacionados à luz. A óptica explica os fenômenos da reflexão, Representa-se um espelho plano por:
P
A refração e difração. N
A
C
A C
I
S
Í
F Reflexão da Luz
Reflexão é um fenômeno físico no qual ocorre a mudança da i r
direção de propagação da luz (desde que o ângulo de incidência
não seja de 90°). Ou seja, consiste no retorno dos feixes de luz Espelho plano
incidentes em direção à região de onde ela veio, após eles en- B
trarem em contato com uma determinada superfície refletora.
Quando a luz incide sobre uma superfície e retorna para o
meio em que estava se propagando, dizemos que ela sofreu As principais propriedades de um espelho plano são a si-
reflexão. A reflexão difere da refração, pois a refração consiste
no desvio de luz para um meio diferente do qual a luz estava se
metria entre os pontos objeto e imagem e que a maior parte
da reflexão que acontece é regular.
propagando. A reflexão pode ser de dois tipos: reflexão regular,
quando os raios de luz incidem sobre superfícies totalmente poli- Construção das imagens em um espelho plano:
das, e reflexão difusa, quando os raios incidem sobre superfícies Para se determinar a imagem em um espelho plano, bas-
irregulares. Essa última é a responsável pela percepção do am- ta imaginarmos que o observador vê um objeto que parece
biente que nos cerca. estar atrás do espelho. Isso ocorre porque o prolongamento
É possível esquematizar a reflexão de um raio de luz, ao atingir do raio refletido passa por um ponto imagem virtual (PIV),
uma superfície polida, da seguinte forma: “atrás” do espelho.
N Nos espelhos planos, o objeto e a respectiva imagem têm
A C sempre naturezas opostas, ou seja, quando um é real o outro
deve ser virtual, portanto, para se obter geometricamente a
imagem de um objeto pontual, basta traçar por ele, através
i r do espelho, uma reta e marcar simetricamente o ponto ima-
gem.
T
Translação de um espelho plano:
B Considerando a figura:
Em que:
AB = raio de luz incidente; d1 d1
BC = raio de luz refletido; x
N = reta normal à superfície no ponto B;
T = reta tangente à superfície no ponto B;
i = ângulo de incidência, formado entre o raio incidente e a
reta normal; d2 d2
r = ângulo refletido, formado entre o raio refletido e a reta normal.
A parte superior do desenho mostra uma pessoa a uma
Leis da Reflexão distância “d1”do espelho, logo, a imagem aparece a uma dis-
Os fenômenos em que acontece reflexão, tanto regular tância “d1” em relação ao espelho.
quanto difusa e seletiva, obedecem a duas leis fundamentais Na parte inferior da figura, o espelho é transladado “l” para
que são: a direita, fazendo com que o observador esteja a uma distância
“d2” do espelho, fazendo com que a imagem seja deslocada x Espelhos Esféricos
para a direita.
Chamamos espelho esférico qualquer calota esférica que
Pelo desenho, podemos ver que:
seja polida e possua alto poder de reflexão.
x = 2d2 - 2d1
x = 2l
incidente
refratado
Ou seja, a velocidade de deslocamento da imagem é igual
ao dobro da velocidade de deslocamento do espelho.
Quando o observador também se desloca, a velocidade ao ser
considerada é a velocidade relativa entre o observador e o espe- Aspectos geométricos dos espelhos esféricos:
lho, ao invés da velocidade de translação do espelho, ou seja:
Para o estudo dos espelhos esféricos, é útil o conhecimen-
to dos elementos que os compõe, esquematizados na figura
abaixo: F
Í
S
R
À
e.p.
I
A
V
D
E
C A
C
I
D
E
N
T
E
S
R
Sendo “” o ângulo formado entre os espelhos.
O
D
O
V
I
Á
Quando a expressão for um número par, o ponto ob-
R
I
O
S
reção paralela ao eixo secundário passam por (ou convergem
será virtual, normal e maior do que o objeto.
Nos espelhos convexos:
para) um mesmo ponto F - o foco principal do espelho.
▷ As imagens são sempre virtuais, normais e meno-
res do que o objeto.
Equação fundamental dos espelhos esféricos:
y
F
i
o
x C F
p p’
espelho côncavo
No caso dos espelhos convexos, a continuação do raio re-
fletido é que passa pelo foco. Tudo se passa como se os raios
refletidos se originassem do foco.
Dadas a distância focal e posição do objeto, é possível de-
terminar, analiticamente, a posição da imagem por meio da
equação de Gauss, que é expressa por:
espelho convexo
Sendo o foco do espelho aproximadamente igual ao ponto
médio do centro de curvatura ao vértice do espelho, tem-se:
Ou seja:
Refração da Luz
A refração é o fenômeno que ocorre com a luz quando ela
passa de um meio homogêneo e transparente para outro meio
também homogêneo e transparente, porém, diferente do pri-
meiro. Nessa mudança de meio, podem ocorrer mudanças na
velocidade de propagação e na direção de propagação.
Refringência
▷ Meio homogêneo: é o meio no qual todos os pontos Dizemos que um meio é mais refringente que outro quando
apresentam as mesmas propriedades físicas, como seu índice de refração é maior que do outro. Ou seja, o etanol é
densidade, pressão e temperatura. mais refringente que a água.
▷ Meio transparente: é o meio através do qual pode- De outra maneira, podemos dizer que um meio é mais
mos visualizar nitidamente os objetos. refringente que outro quando a luz se propaga por ele com
▷ Meio isotrópico: é o meio no qual a velocidade da velocidade menor que no outro.
luz é a mesma em qualquer que seja sua direção de
propagação. Leis de Refração
Observe o desenho:
Índice de Refração Absoluto
Para o entendimento completo da refração, convém a in- Meio de incidência
Raio 1
trodução de uma nova grandeza que relacione a velocidade da
radiação monocromática no vácuo e em meios materiais. Essa v1 . 1 . f 1
grandeza é o índice de refração da luz monocromática no meio
apresentado, e é expressa por: dioptro
2
Raio 2
Em que n é o índice de refração absoluto no meio, e c é a v2 . 2 . f
velocidade da luz no vácuo (300.000.000m/s ou 3.108m/s). Meio de refração
É importante observar que o índice de refração absoluto
Em que:
nunca pode ser menor do que 1, já que a maior velocidade
possível em um meio é c, se o meio considerado for o próprio ▷ Raio 1 é o raio incidente, com velocidade e compri-
mento de onda característico;
vácuo.
Para todos os outros meios materiais, n é sempre maior ▷ Raio 2 é o raio refratado, com velocidade e compri-
que 1. mento de onda característico; F
Í
S
I
Chama-se índice de refração relativo entre dois meios a ▷ O ângulo formado entre o raio 2 e a reta normal é o P
E
R
relação entre os índices de refração absolutos de cada um dos ângulo de refração;
Í
C
I
A
S
O
I
R
Á
I
V
O No entanto, sabemos que:
Prisma
D
O
R
Um prisma é um sólido geométrico formado por uma face
S
E
T
superior e uma face inferior paralelas e congruentes (também
N
E
D
= chamadas de bases) ligadas por arestas. As laterais de um pris-
I
C
A ma são paralelogramos.
E
D
A
I
No entanto, para o contexto da óptica, é chamado prisma
C
Í
R
Além de que: o elemento óptico transparente com superfícies retas e poli-
E
P
À
das que é capaz de refratar a luz nele incidida. O formato mais
A
D usual de um prisma óptico é o de pirâmide com base quadran-
A
C
I
L
gular e lados triangulares.
P
A
A
C
I
S
Í
F
Ao agruparmos essas informações, chegamos a uma forma
completa da Lei de Snell:
Dioptro
É todo o sistema formado por dois meios homogêneos e
transparentes.
Quando essa separação acontece em um meio plano, cha- A aplicação usual dos prismas ópticos é seu uso para sepa-
mamos, então, dioptro plano. rar a luz branca policromática nas sete cores monocromáticas
ar do espectro visível, além de que, em algumas situações, pode
refletir tais luzes.
dioptro Funcionamento do prisma:
Quando a luz branca incide sobre a superfície do prisma, sua
água
velocidade é alterada, no entanto, cada cor da luz branca tem
um índice de refração diferente, e logo, ângulos de refração di-
ferentes, chegando à outra extremidade do prisma separadas.
A figura acima representa um dioptro plano, na separação Tipos de prismas:
entre a água e o ar, que são dois meios homogêneos e trans- ▷ Prismas dispersivos são usados para separar a luz
parentes. em suas cores de espectro.
Formação de imagens através de um dioptro: ▷ Prismas refletivos são usados para refletir a luz.
Considere um pescador que vê um peixe em um lago. ▷ Prismas polarizados podem dividir o feixe de luz
O peixe encontra-se a uma profundidade H da superfície da em componentes de variadas polaridades.
água. O pescador o vê a uma profundidade h. Conforme mos- Lentes Esféricas Convergentes
tra a figura a seguir: Em uma lente esférica com comportamento convergente,
Observador a luz que incide paralelamente entre si é refratada, tomando
direções que convergem a um único ponto.
1 Tanto lentes de bordas finas como de bordas espessas
Ar - meio 1 podem ser convergentes, dependendo do seu índice de re-
h Água - meio 2 fração em relação ao do meio externo.
2
H O caso mais comum é aquele em que a lente tem índice
x de refração maior que o índice de refração do meio externo.
Nesse caso, um exemplo de lente com comportamento con-
vergente é o de uma lente biconvexa (com bordas finas):
Focos de uma Lente e Vergência
Focos principais:
Uma lente possui um par de focos principais: foco principal
n1 objeto (F) e foco principal imagem (F’), ambos localizam-se a
sobre o eixo principal e são simétricos em relação à lente, ou
seja, a distância OF é igual a distância OF’.
▷ Foco imagem (F’): É o ponto ocupado pelo foco
n1 < n2 imagem, podendo ser real ou virtual.
Já o caso menos comum ocorre quando a lente tem me- ▷ Foco objeto (F): É o ponto ocupado pelo foco obje-
nor índice de refração que o meio. Nesse caso, um exemplo to, podendo ser real ou virtual.
de lente com comportamento convergente é o de uma lente ▷ Distância focal: É a medida da distância entre um
bicôncava (com bordas espessas): dos focos principais e o centro óptico, esta medida é
caracterizada pela letra f.
▷ Vergência: Dada uma lente esférica em determina-
do meio, chamamos vergência da lente (V) a unida-
de caracterizada como o inverso da distância focal,
n1 ou seja:
n2
n1 > n2
n1 < n2
C
n1
S
Lente 2
E.p.
d
Projetor
A generalização do teorema diz que a vergência da lente Um projetor é um equipamento provido de uma lente con-
equivalente à tal associação é igual à soma algébrica das ver- vergente (objetiva) que é capaz de fornecer imagens reais, in-
gências dos componentes menos o produto dessas vergências vertidas e maiores que o objeto, que pode ser um slide ou filme.
pela distância que separa as lentes. Desta forma: Normalmente, os slides ou filmes são colocados invertidos,
assim, a imagem projetada será vista de forma direta.
Veq = V1 + V2 - V1V2d
5mm 15mm
Tal representação é chamada olho reduzido , e traz a repre-
sentação das distâncias entre a córnea e a lente e entre a lente
e a retina, sendo a última a distância da imagem produzida em
relação a lente (p’).
Esse microscópio composto também é chamado Microscó-
pio Óptico, sendo capaz de aumentar até 2.000 vezes o objeto Adaptação visual:
observado. Existem também Microscópio Eletrônicos capazes Chama-se adaptação visual a capacidade apresentada
de proporcionar aumentos de até 100.000 vezes e Microscó- pela pupila de se adequar à luminosidade de cada ambiente,
pios de Varredura que produzem aumentos superiores a 1 mi- comprimindo-se ou dilatando-se. F
lhão de vezes.
Í
S
Em ambientes com grande luminosidade, a pupila pode
I
C
A
Luneta atingir um diâmetro de até 1,5mm, fazendo com que entre me-
A
P
L
I
tâncias, sendo úteis para observação de astros (luneta astro- ofuscamento. À
P
terrestre).
I
bientes.
E
N
Acomodação visual:
S
Ponto próximo:
A primeira distância (25cm) corresponde ao ponto próxi- 645
mo, que é a mínima distância que uma pessoa pode enxergar
corretamente. O que caracteriza essa situação é que os múscu-
646 los ciliares encontram-se totalmente contraídos. ANOTAÇÕES
Nesse caso, pela equação de Gauss:
S
O
I
R
Á
I
V
O
D
O
R
S
E
T
N
E
D
I
C
A
E
D
A
I
C
Considerando o olho com distância entre a lente e a retina
Í
R
E
P de 15mm, ou seja, p’=15mm:
À
A
D
A
C
I
L
P
A
A
C
I
S
Í
F
Nesse caso, o foco da imagem será encontrado 14,1mm
distante da lente.
Ponto remoto:
Quando a distância infinita corresponde ao ponto remo-
to que a distância máxima alcança para uma imagem focada.
Nessa situação, os músculos ciliares encontram-se totalmente
relaxados.
Da mesma forma que para o ponto próximo, podemos uti-
lizar a equação de Gauss para determinar o foco da imagem.