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❖ Histórico
Teatro
- Já vi, sim. Desde que tivemos essa guerra na Europa muitas pessoas vieram
em nossa amada pátria em busca de uma vida melhor. Só que existe muitas
pessoas e pouco trabalho, então muitos acabam ficando nas ruas. (Almeida)
- Falando em Europa agora lembrei-me, vistes aquela nova corrente literária que
lá surge? O modernismo. (Luana)
- Já vi, e dando minha sincera opinião, não gostei. Acho que uma das partes mais
importantes de nossa cultura seriam as tradições, e o modernismo carrega o anti-
tradicionalista como uma de suas bases. (Almeida)
- Concordo contigo, amigo, uma das coisas que mantém a nossa linda sociedade
atual são as nossas tradições. Acho que não valeria a pena jogá-las fora pra mudar
nossa cultura. (Luana)
- Acho que se esse movimento chegar até nós, como os patriotas que somos,
devemos proteger o nosso país desse mal, com unhas e dentes. (A)
- Bom dia, nobres companheiros! Sobre o que conversam nesta agradável manhã?
(Davi)
- Bom dia! Conversávamos sobre uma nova corrente literária da Europa. Diga-me,
por acaso já ouviste falar do modernismo? (Luana)
- Sim. Estão animados com sua chegada em nosso país? Devo admitir que estou
deveras empolgado. (Davi)
- Eu também discordo, amigo. Acho que falo por nós dois quando digo que acabar
com as tradições não vai ajudar a progredir com o nosso patriotismo. (Luana)
Narração
❖ Artístico
A Semana foi aberta no dia 11 de fevereiro de 1922. Desse dia até o dia 18 do
mesmo mês, o Theatro Municipal abrigou continuamente uma exposição de arte.
Nos dias 13, 15 e 17 foram realizados espetáculos de música, dança, conferências
e leituras de poesia e prosa, tudo diante de um público que reagiu com vaias e
apupos. O fato de os dias serem intercalados denuncia a expectativa dos
organizadores de que os espetáculos repercutiriam nos dias que se seguissem às
apresentações. Com efeito, os jornais dos dias 14, 16 e 18 noticiaram
escandalizados ou eufóricos os acontecimentos das noites anteriores.
Teatro
Esse daqui seria caso nós conseguíssemos imprimir algum jornal antigo e seriam
duas pessoas comentando sobre o evento*
- Olhe aqui, companheira, a semana de arte moderna como capa do jornal, mais
uma vez... Provavelmente o evento mais memorável que eu já fui (Laura)
- Realmente, fiquei muito surpresa com o que foi exposto. Não esperava nada
daquilo. (Thaís)
- Achei intrigante a decisão de nos criticar, a elite, sendo que nós que financiamos
toda aquela apresentação. Certamente esses artistas são extremamente
audaciosos. (Marília)
- Devo dizer que achei que a exposição como um todo foi extremamente polêmica,
porém o cenário que mais me deixou estupefata foi quando o Heitor Villa-Lobos
entrou com um pé calçado e o outro não. Simplesmente não me veio à cabeça o
porquê daquilo. (Thaís)
- Ouvi dizer que ele veio vestido desse jeito por conta de calos que havia em seu pé,
mas duvido muito dessa informação. Além disso achei um absurdo quando ele foi
tocar o piano e no meio da apresentação começou a tocar aqueles tambores. Em
minha opinião foi totalmente merecedor das vaias que recebeu. (Laura)
- Concordo com você. Particularmente acho que não existe essa necessidade de
inovação tão radical em nossa arte. Essa exposição, pelo menos pra mim, foi uma
espécie de anarquismo contra a nossa arte. (Almeida)
Narração
❖ Consequências
Teatro
- Finalmente acabamos com essa revolucionária exposição, agora sim o Brasil irá
ficar a par com os nossos ideais de mudança. (Marília)
- Sim, tenho certeza absoluta que nosso trabalho irá causar um burburinho grande
na elite brasileira. (Thaís)
- Concordo. Acho que na verdade isso é uma grande oportunidade para nós.
(Luana)
- Devíamos fazer alguma coisa para poder aumentar ainda mais o nosso espalhar
de ideias, como criar algo para poder difundir ainda mais o ideal modernista. (Luana)
- Verdade, quanto mais pessoas forem atingidas, maior seria a probabilidade de nós
conseguirmos um maior apoio. (T)
- Mas se nós fizermos isso, tem a grande possibilidade de acabar sem dinheiro.
Pode ser que venham a forçar a nossa saída do jornal e aí vamos morrer de
fome. (Marília)
- Acho que possuo a solução para esse nosso problema: vamos criar revistas
para poder espalhar o nosso trabalho sem acabar ferindo com a integridade do
nosso local de trabalho. (Thaís)
De 1922 até hoje, a Semana de Arte Moderna foi se firmando como o mais
marcante “fato” de nossa história cultural e, assim, concretizou seu objetivo:
sacralizar-se como evento-símbolo da mentalidade renovadora no Brasil.