Você está na página 1de 2

CADIOU, François et all. Como se faz a história: historiografia, método e pesquisa.

Petrópolis: Vozes, 2007.

FICHAMENTO

PERSPECTIVAS ACERDA DA HISTÓRIA NO SÉC. XVI


Os historiadores até meados da primeira metade do séc. XVI discutiam se a História era
uma arte ou ciência devido ao seu aspecto narrativo que podia pender à poesia, e seu aspecto
investigativo que podia pender à ciência. Entretanto, a dicotomia não se resumia aí, pois havia
uma divergência na noção de tempo. Para os narradores, o tempo era contado de forma
cronológica. Para o último, o passado era reconstituído pelas análises de fontes, dado corpo ao
passado.
[Na perspectiva da narração como fato cronológico, isso transparece uma perspectiva de
os acontecimentos serem ordinais, sequenciado e podendo ser até ‘premeditado’. Visto o
segundo raciocínio, parece-me mais viável, pois a partir de acontecimentos isolados e em
tempos distintos, formam-se a construção do passado.]
Feita a análise da Doação de Constantino, por Nicolas do Cues e Lorenzo Valla,
percebeu-se a fragilidade das narrativas corroboradas pelos documentos, demonstrando que a
doação feita por Constantino foi falsa. Somente a partir, por fim, do séc. XVI é que os
eruditos, os quais ficavam empregados as investigações documentais, adotaram junto a isso a
narração dos fatos embasados nas fontes. Esse período foi denominado História Perfeita
(1560-1600).
[Essas narrativas não eram primeiramente corroboradas por documentos, por isso a
facilidade em deturpar as documentações; e isso trouxe preocupação aos eruditos que
voltaram os olhos para além da investigação. Esse período também deu surgimento a
Arqueologia.]

A HISTÓRIA NA FRANÇA DO SÉC. XVII


Os historiadores ao buscarem na Antiguidade formas de enxergar o mundo, nos quais
encontra nos greco-romanos a história patrióticas. A partir daí desenvolvem uma narrativa
voltada aos feitos dos “grandes homens”. Excluindo a historiografia fundante dos grecos que
voltavam suas atenções às polis.

OS ANTIQUÁRIOS1
Petrarca busca nos textos e imagens formas de contar as narrativas a partir desses
documentos. Esse campo deixado por Petrarca foi pouco difundido, entretanto, continuaram a
existir. Os antiquários à época preocupavam-se propriamente a buscar vestígios de moedas e
outras providências materiais, desse modo, conseguindo corroborar os documentos por meio

1
Antiquário: atuais profissionais da Arqueologia.
da datação das moedas2. Os numismáticos voltavam seus estudos contra os textos escritos,
pois segundo eles, os textos tendiam a serem deturpados pelo copistas.

HISTÓRIA DA FRANÇA
Muitos historiadores no século XVII escreveram sobre os reis e seus reinados. Foram
subsidiados a construir narrativas para fortalecer e justificar os reis vigentes à época. Visto
isso, a historiografia francesa no século XVII esteve praticamente submetido às narrativas
imperiais.b

2
Devido a esses estudos, surgiu uma área de estudo no séc. XVI, a Numismática, desenvolvida por Guillaume
Budé; a qual busca nas moedas corroborar a veracidade dos documentos, ignorando completamente a iconografia
das moedas.

Você também pode gostar