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EDUCAÇÃO, SAÚDE, TRABALHO, CULTURA, POLÍTICA, MEIO

AMBIENTE, ATIVIDADE ESPORTIVA, MOBILIDADE, DIREITO


À CIDADE, EMPODERAMENTO SOCIAL, TRANSFORMAÇÃO
PESSOAL, TRANSFORMAÇÃO SOCIAL, TRANSFORMAÇÃO
URBANA, VALORIZAÇÃO DA ARQUITETURA,
CRIANÇAS, JOVENS, ADULTOS, IDOSOS, CUIDADO
EM 1888, FOI ASSINADA NO BRASIL, A LEI ÁUREA (LEI IMPERIAL N.º 3.353), QUE SUPOSTAMENTE
EXTINGUIRIA A ESCRAVIDÃO NO PAÍS. NÃO HAVENDO NENHUMA POLÍTICA PÚBLICA RELATIVA A
TRABALHO, EDUCAÇÃO, SAÚDE, CULTURA OU MORADIA VOLTADA À POPULAÇÃO NEGRA, ESSA DATA NÃO É
CELEBRADA.

“Abolição nunca existiu. Foi negado o acesso à moradia e à terra aos ex- “Foi-se a chibata e implantou-se a
escravizados. Também aconteceu com os índios e acontece hoje com lei. Ambas sob a tutela das mesmas
todos os excluídos desse sistema que não quer perder sua mão-de-obra mãos. Mãos dos senhores de engenho.
barata [...]O que querem de nós? Que a gente se contente com fome e ‘Senhôzinho, não me toque!’ Mesmo levando
favela? É ruim, hein!” a minha alma, as marcas não sairão.”
Carmen Silva, líder MSTC Preta Ferreira, Minha Carne, 2019

Citação extraída do portal Jornalistas Livres, a partir de entrevista realizada por Flávia Foto: Rodrigo Zaim, durante gravação do vídeoclipe “Minha
Martinelli com Carmen Silva. Carne” (2019), de Preta Ferreira. Direção de Tarsila Araújo,
Sônia Ara Mirim e Preta Ferreira. Na foto: Carmen Silva e Preta
Ferreira, no MASP, em São Paulo.
APRESENTAÇÃO À BIENAL DE ARQUITETURA CHICAGO

Esta publicação é fruto da colaboração entre MSTC, consequências à vida de pessoas sem teto e de baixa Venho por meio desta agradecer a confiança e respeito do O movimento faz o que o Estado não é capaz de
Escola da Cidade, O grupo inteiro e uma extensa rede de renda, majoritariamente negras. MSTC comigo enquanto sua dirigente. fazer. O MSTC aproxima esse cidadão do Estado que
colaboradores, na ocasião da apresentação do movimento O reconhecimento internacional do trabalho Neste momento, vivemos um estado de exceção tanto o afasta de si. Assim o movimento é um interlocutor
na Bienal de Arquitetura de Chicago (2019), intitulada: realizado pelo MSTC colabora com a descriminalização dos no país que tanto amo, no qual sempre procurei agir com direto entre ambos, dizendo aos seus cidadãos que é
“And Other Such Stories...”. movimentos sociais no atual contexto brasileiro marcado decência e, acima de tudo, me dedicando a incentivar possível ter qualidade de vida. Produzem assim, uma
O processo de pesquisa envolvido nessa por retrocessos em direitos e conquistas obtidas nos milhares de pessoas para que tenham uma conduta cívica cidade inclusiva, compacta, geradora de serviços e
publicação, bem como na exposição apresentada em últimos anos colocam em risco sua importante atuação. e coletiva; que façam de suas vidas um cotidiano de busca preparando um cidadão que respeite o Estado de direito,
Chicago, colaborou na consolidação do chamado Estúdio Durante a produção desta exposição, a líder do por direitos, com a ampla compreensão de que direito não onde esse também possa viver sob o seu julgo.
9 de Julho. Um projeto político-pedagógico e de extensão, MSTC e coordenadora geral Carmen Silva Ferreira, é assistencialismo. Perceber que a verdadeira ação cidadã Encontro-me impossibilitada de comparecer
no qual os alunos da Escola da Cidade tem a possibilidade participante oficial desta edição da Bienal de Arquitetura se dá na ação e construção de um Estado de absoluta e estar com vocês, porém fico agradecida por essa
de atuar diretamente em campo, dentro da Ocupação 9 de Chicago, teve sua prisão decretada pelas mesmas inclusão, cumprindo leis, mas também bradando quando participação. Sou grata pelo reconhecimento de um
de Julho, simultaneamente aos cursos que frequentam na acusações de que já havia sido absolvida junto às este mesmo Estado for falho e inoperante. Um Estado que trabalho simples, porém árduo, que é a formação de
escola. O Estúdio dá sequência e fortalece as ações da autoridades jurisdicionais brasileiras – falsas acusações não dê continuidade à desordem em curso ou aprofunde cidadãos aptos a reconhecerem que, ao atuar em
Escola junto ao MSTC, desde a criação inovadora de uma de extorsão de famílias que habitam as ocupações e de as mazelas da falta de moradia digna, incluindo: rede e no coletivo podemos viver em circunstâncias
parceria entre arquitetura, cinema e ensino na produção conexão com o crime organizado. Carmen não pôde, educação, saúde e mobilidade, acima de tudo. Um Estado melhores, idealizando uma vivência e convivência com
do filme “Era o Hotel Cambridge” (2016). assim, participar deste evento. que pratique a escuta dos seus. todos, assegurando a diversidade e liberdade, porque
Os conteúdos a seguir apresentam o MSTC No início de 2019, o MSTC começou a sofrer Ao convidar o MSTC, a Bienal de Arquitetura de não podemos viver nos separando por classes. Nossas
como um movimento social organizado com uma perseguições políticas sistemáticas. Em 24 de junho de Chicago legitima este movimento com a ideologia de convicções são de que a diversidade nos une, nos
sofisticada atuação em rede para a conversão de 2019, a cantora e produtora social Janice Ferreira Silva, verdadeiramente vincular o cidadão à sociedade, com o aproxima e podemos sim fazer o melhor quando se têm
espaços abandonados em habitação para trabalhadores conhecida como Preta, filha de Carmen Silva Ferreira, foi objetivo de participação real, cumprindo as demandas boa vontade.
de baixa renda, acolhendo e transformando a vida de presa sem informações condenatórias precisas, junto de sociais e de fortalecimento do Estado por meio da Obrigada à curadoria da Bienal de Arquitetura de
crianças, jovens, adultos e idosos, incluindo imigrantes seus irmãos Sidney Ferreira e Edinalva Franco, também participação popular. O MSTC tem premissa de levar Chicago, estarei presente em pensamento e coração!
e refugiados. Visa, principalmente, multiplicar e agentes de apoio do MSTC. O caso de Preta tornou-se aos menos favorecidos socialmente o entendimento do Sigamos em frente por cidades mais inclusas e que
compartilhar os conhecimentos do movimento em conhecido nacionalmente e a campanha por sua liberdade funcionamento das leis, buscando gerir uma formação possam entender que somos humanos.
torno da moradia na cidade de São Paulo. Acredita- está se espalhando, apoiada por muitas figuras públicas geopolítica e social de todos que a ele se associam.
se que assim seja possível aproximar novas pessoas importantes. Sua luta se tornou um símbolo da resistência
interessadas na luta por moradia, sejam elas sem teto, contra forças conservadoras e racistas, que estão agindo
ou sua rede de apoio e assessoria nos âmbitos jurídicos, para criminalizar movimentos sociais e silenciá-los em
da cultura, da arquitetura, da educação, entre outros – seus direitos de protestar e lutar por direitos cívicos.
como já vêm ocorrendo. Como parceiros do MSTC e desta exposição, os
As diretrizes conceituais desse material tomam editores e todos que participaram dessa publicação
como partido a noção de moradia como prática de gostariam de expressar o apoio a todos os movimentos
cidadania. Enfatizamos, portanto, o reconhecimento da sociais sérios e éticos no Brasil, e de outros países do
moradia como direito (garantido na constituição federal mundo que enfrentam tentativas de natureza semelhante.
brasileira de 1988), bem como a ampliação do conceito Enaltecemos os bravos membros de nossas sociedades
de morar, não apenas como um teto, mas como direito à que trabalham com sua criatividade e se esforçam para
cidade, incluindo: saúde, educação, mobilidade, cultura, lutar por condições melhores e mais igualitárias na vida
segurança e toda a infraestrutura para uma vida digna de nossas cidades.
numa grande metrópole excludente como São Paulo,
na qual a especulação imobiliária tem causado graves Que eles sejam respeitados e continuem agindo
livremente.

#PRETALIVRE
#SIDNEYLIVRE
#EDINALVALIVRE Carmen Silva
LIBERDADE ÀS LIDERANÇAS DOS MOVIMENTOS Líder do MSTC
SOCIAIS. Movimento Sem Teto Centro
O MSTC caminha ao lado da FRENTE

ABOLIÇÃO DA O QUE É
DE LUTA POR MORADIA (FLM)
e a CENTRAL DE MOVIMENTOS
SOCIAIS (CMP) e acredita que,
enquanto houver um trabalhador
sem condições de ter uma casa para

ESCRAVATURA UM
viver, a luta contra a especulação
imobiliária deve continuar. Tem
como objetivo, “melhorar a qualidade
de vida, habitação, saúde, lazer e

NO BRASIL MOVIMENTO
cultura para todos os associados e
aqueles que querem fazer parte do
MSTC, defendendo, organizando
e desenvolvendo trabalhos sociais
gratuitamente”. Prevê a distribuição,

LEI ÁUREA, 1888 SOCIAL?


entre os participantes, dos benefícios
alcançados junto aos órgãos
municipais, estaduais, federais
(CDHU, COHAB) e iniciativa privada.
Realiza ocupações, mutirões de
autoconstrução, forma grupos de
base e atua no cenário geopolítico
regional, municipal, estadual e
federal.

“Foi negado o acesso à “O que o MSTC ensina

Suposta liberdade aos


moradia e à terra aos
ex-escravizados.”
nenhuma escola ensina.” Organização Social
Walcir Felix, morador
escravizados que moravam na Carmen Silva, ocupação Rio Branco de um grupo com as mesmas
senzala da casa grande
líder MSTC necessidades

“O movimento nos possibilita algo além


da chave de casa. Possibilita através do
Onde foram morar os Nos morros, MSTC – Movimento Sem estudo, sem pagar aluguel, que consigamos
negros libertos? nas ruas Teto do Centro o diploma universitário. Significa que
podemos ter um a profissão, ser alguém na
Luta para garantir o vida.” Sirlândia Almeida, 28 anos, atua nos
direito à MORADIA dos grupos de base e é de Cururupu, Maranhão
trabalhadores de BAIXA
Origem das RENDA
Não houve políticas públicas de inclusão social: O MSTC está de acordo com o
moradia, saúde, educação e trabalho para os negros
libertos, nem para outras populações submetidas ao
favelas Código Civil Brasileiro, tem seu
próprio Estatuto, possui CNPJ
sistema colonial racista, sexista e classista. 04.346.220/0001-22 como entidade
Sem Fins Lucrativos e possui registro
“O MSTC é uma escola”
Francisca Costa (Grupo de Como? no Ministério das Cidades, hoje
CapaCidades. 04.346.220/0001-22
Base São Domingos)
Origem do déficit
habitacional
Políticas públicas são um conjunto
de programas, ações e atividades
desenvolvidos pelo Estado para
garantir e colocar em prática direitos
que são estão na Constituição
Federal.
"Logo após a abolição da escravatura veio Grupos de Base são a
a Nova República e veio a imposição dos semente do Movimento
impostos, taxando todos aqueles livres."
Carmen Silva, líder MSTC
GRUPOS DE BASE 1. EMPODERAMENTO DO
TRABALHADOR DE BAIXA
SÃO ENCONTROS SEMANAIS OU QUINZENAIS
PARA EDUCAR
RENDA COMO SUJEITO
DE DIREITOS
E ESCLARECER SOBRE:

1. Empoderamento do trabalhador de baixa renda como sujeito de direitos


2. Valorização da educação infantil e da saúde da família
3. Vida em comunidade e trabalho em conjunto para autogestão Se os movimentos sociais do século XX foram marcados
4. Direito à moradia pelos homens em frente aos portões das fábricas, no
5. Importância da regularização da documentação dos associados século XXI serão as mulheres frente à moradia.
6. Acesso a Fundos de Investimento social para a habitação
7. A relação do Estatuto da Cidade com os Movimentos Sociais
8. Direito à cidade
9. Incentivo à participação nas agendas dos órgãos públicos

Os Grupos de Base cumprem a Enfatizamos, portanto, o “No MSTC, são mulheres que tomam a “A minha mudança mesmo é no meu
função de educar e esclarecer reconhecimento da moradia como
aqueles que querem se associar direito (garantido na Constituição frente!” Elizabete Pereira, moradora da pessoal, no meu profissional, e foi através
ao movimento a respeito de seus Brasileira de 1988), bem como a Ocupação José Bonifácio do Movimento de moradia. Eu trabalhava
direitos, não só relacionados à ampliação do conceito de morar, não em casa de família, tá? Eu era doméstica,
moradia mas como cidadãos. apenas como um teto mas como
direito à cidade, incluindo: saúde,
eu trabalhava até em duas casas. Eu
educação, mobilidade, cultura, trabalhava em uma casa que eu era
segurança e toda a infraestrutura babá, depois eu saí e fui para uma outra,
para uma vida digna nas cidades.
trabalhava durante o dia fazendo o serviço
geral e continuava babá, né? E trabalhava
à noite. A gente tem uma entidade, uma
“Eu, mulher negra, moradora de ocupação,
GRUPOS DE BASE A PARTICIPAÇÃO NO MOVIMENTO ONG, que se chama APOIO, [...] a missão
EM FUNCIONAMENTO EM 2019
resisto! E vou continuar resistindo. Eu não
dela é a inclusão dos excluídos do mercado
↗ é o instrumento mais efetivo para o resgate da estou sozinha e isso é importante. Eu nunca
de trabalho. Eu fui convidada pela APOIO
↗ São Domingos cidadania, o que inclui direitos e também deveres; senti vontade de sair da minha terrinha,
Reuniões aos domingos. ↗ resulta em um relatório das demandas para a para trabalhar de educadora social, olha
↗ Caguassu
mas as coisas ficaram bem complicadas.
mobilização do poder público; a diferença!” Jo Marina, moradora da
Possui coordenador fixo. ↗ é a força da luta! [...] eu tive perdas bem importantes que
Reuniões aos domingos a cada 15 dias.
Ocupação 9 de julho
me marcou muito. A questão do genocídio,
↗ Rio Branco
Reuniões aos sábados a cada 15 dias. esse eu conheço na pele, conheço de
“Hoje eu sou uma assistente social. Sou uma
↗ Vila Formosa verdade: o genocídio que acontece com
Reuniões aos domingos a cada 15 dias. sobrevivente da violência contra a mulher.
a população negra, jovem no Brasil e em
E hoje sou muito feliz de poder falar para
especial na cidade de Salvador. Um dos
outras mulheres que é possível sim sair
motivos que me trouxe a São Paulo foi essa
da violência.”Leni Ferreira, ex-moradora da
violência sofrida, eu precisava fugir daquilo
Ocupação Cambridge
então foi também uma fuga.” Dani Neves,
moradora da Ocupação 9 de julho

“A força que nós temos [contra a criminalização dos movimentos] é a união!”


Fabrício, morador da Ocupação São Francisco
2. VALORIZAÇÃO DA 3. VIDA EM COMUNIDADE
EDUCAÇÃO INFANTIL E TRABALHO EM
E DA SAÚDE DA FAMÍLIA CONJUNTO PARA
AUTOGESTÃO
Todas as crianças
das famílias do A base do movimento
movimento devem COMBATE AO é a PARTICIPAÇÃO
estar matriculadas em ANALFABETISMO NO
escolas BRASIL “O Movimento não faz gestão Uma lição de autogestão e
convivência em comunidade é o
Aprendem a fazer a autogestão da
zeladoria do edifício, ou seja:
sozinho! O Movimento faz que os associados do movimento organização do local – projeto
gestão com vocês!” levam para vida e aplicam quando de ocupação dos espaços,
“A gente é coletivo! Só juntos conquistam sua moradia através das administração, manutenção, mutirões
demandas. de obras necessárias: elétrica,
é que a gente vence!” hidráulica, civil; limpeza dos espaços
Carmen Silva, líder do MSTC comuns.
O movimento
COMBATE À proporciona
EXCLUSÃO oportunidades
CULTURAL E culturais junto aos seus
SEGREGAÇÃO Ações coletivas
parceiros, em especial
SOCIAL DO para as crianças, “A premissa do Movimento “Trabalhos em equipe organizados quando existem
BRASIL para que tenham é que a pessoa interaja, direcionados para sanar excessos pra ser removidos
participe. (...) O Movimento necessidades de forma e demandas pra resolver.
contato, experimentem não atua para botar vocês rápida, através da [...] São mutirões de limpeza
e produzam arte dentro de um quadrado.” colaboração de todos. Os e de melhoria nos prédios e
Carmen Silva, líder do MSTC moradores das ocupações são locais, cada ocupação
e cultura nas mais – sobre o convite à Bienal de são convocados a ajudar faz o seu.”
Todos os membros de variadas formas Arquitetura de Chicago de acordo com as suas Ronaldo Felisberto, morador
habilidades e aptidões. São da Ocupação José Bonifáco
famílias associadas ao
movimento devem ter
a carteirinha do SUS e TRABALHANDO Mutirão de limpeza Combate a focos de
a carteira de vacinação PARA A SAÚDE do edifício ou terreno contaminação de
em dia PÚBLICA recém ocupado dengue e outras pragas
DO PAÍS,
“Eu conheço mais da lei do Brasil do que PREVENINDO
em meu país! [...] minhas filhas têm aula de DOENÇAS E
reforço, de gastronomia, tem tudo, aqui a
gente só aprende.” EPIDEMIAS TRABALHAR PARA A SAÚDE
Sonia, imigrante paraguaia, moradora da PÚBLICA DA CIDADE
Ocupação 9 de Julho
4. DIREITO À MORADIA Necessidade O contato com
de moradia o movimento
digna é feito
através da
comunicação
Enfatizamos, portanto, o reconhecimento da moradia como direito (garantido
na Constituição Brasileira), bem como a ampliação do conceito de morar, não
A experiência da vivência nas
ocupações adquirida pelas famílias
oral, da
apenas como um teto, mas como direito à cidade, incluindo: saúde, educação, são replicadas nas unidades panfletagem
mobilidade, cultura, segurança e toda a infraestrutura para uma vida digna definitivas de moradia, isso garante
numa grande metrópole como São Paulo. maiores chances de sucesso da ou das redes
Fundado em 2001, o MOVIMENTO SEM TETO DO CENTRO (MSTC) habitação social, pois as famílias já
atua na mobilização e organização de famílias sem teto que estão na luta por vão conscientizadas das obrigações socias
moradia digna no centro da cidade de São Paulo. condominiais.

O trabalho técnico social das


demandas e dos empreendimentos
definitivos é um trabalho realizado
para a manutenção da autogestão
“A gente precisa multiplicar “Moradia é o alicerce e a após entrega, e que as famílias
nossas bases. Levar até eles base da família. Sem um cumprem como o pagamento relativo
à sua unidade habitacional.
a informação que a gente
tem.”
endereço a pessoa não
consegue emprego, acesso
"Resumindo, o movimento trabalha As famílias interessadas são
à estratégia de saúde,
para a Caixa Econômica Federal
não receber calote e é uma relação direcionadas para os Grupos de
“Sou ativista, (...) mas antes qualidades de vida.” fiduciária. O MSTC é um seguro,
é um avalista na medida em que
Base e devem participar de no
de ser ativista sou nativista Danilo Martinelle, Conselheiro
(...). Quero o meu país Tutelar e morador da
organiza os gastos gerais que
devem ser apresentados à Caixa
mínimo três reuniões para serem
melhor!” Ocupação São Francisco Econômica Federal: laudo ambiental,
laudo Sabesp, projeto arquitetônico,
associadas
assessoria técnica, etc..."
“Aqui é o espaço em que Carmen Silva
a gente dialoga com a
verdade. QUEM NÃO LUTA...
TÁ MORTO!”

“ART. 6O SÃO DIREITOS SOCIAIS A EDUCAÇÃO,


A SAÚDE, A ALIMENTAÇÃO, O TRABALHO, Os associados devem
A MORADIA, O TRANSPORTE, O LAZER, A participar das agendas
dos orgãos públicos: Se necessário,
SEGURANÇA, A PREVIDÊNCIA SOCIAL, A assembleias, eventos e as famílias são
PROTEÇÃO À MATERNIDADE E À INFÂNCIA, A conselhos municipais, encaminhadas para
ASSISTÊNCIA AOS DESAMPARADOS, NA FORMA estaduais e federais as ocupações e devem
se engajar em tarefas
DESTA CONSTITUIÇÃO.” coletivas de manutenção
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO das áreas comuns
BRASIL DE 1988
5. IMPORTÂNCIA DA
ORIENTAÇÃO CIDADÃ PARA OS INTEGRANTES DO
MOVIMENTO.

Orienta e auxilia no cadastro e emissão de

REGULARIZAÇÃO DA DOCUMENTOS PARA QUE USUFRUAM DE SEUS


DIREITOS, PARTICIPEM PLENAMENTE DA VIDA
POLÍTICA DA CIDADE e estejam aptos a serem

DOCUMENTAÇÃO DOS contemplados com habitação social.

ASSOCIADOS Atualmente o MSTC administra a obra do antigo Hotel


Cambridge, e serão contempladas 121 famílias que
acreditaram na luta.

DEMANDAS PERMANECEM SE REUNINDO QUINZENALMENTE


COMPONDO 17 COMISSÕES QUE ATUAM NA
O Movimento, com o seu corpo administrativo, organiza FISCALIZAÇÃO DESSA OBRA.
as famílias de acordo com a renda e encaminha a
demanda para os programas habitacionais nas três O trabalho das comissões é alinhado ao técnico social
instâncias de governo: municipal, estadual e federal. exigido pela Caixa Econômica Federal.

Em seus 19 anos de existência, o MSTC já garantiu DEMANDAS já atendidas:


o benefício da moradia para mais de 2 mil famílias,
dividindo suas conquistas com os demais ↗ PAR
movimentos filiados à FLM. Edifício Labor
Antigo Hotel São Paulo
Por meio de demandas, é possível que antigas ↗ CDHU
Orienta e ocupações sejam reformadas se utilizando de fundos de Edifício Pari Canindé 1 e 2

auxilia as Orienta e auxilia investimento e programas de habitação social públicos –


para então se tornarem moradia definitiva de famílias.
Antigo Cinema da Mooca
Pari Canindé 1 e 2

famílias na as famílias a se ↗ COHAB


Condomínio residencial São Rafael

emissão e cadastrarem nos Condomínio Residencial


Caraguatatuba

atualização programas de ↗ Famílias Bolsa Aluguel


↗ Carta de crédito estadual
de seus habitação social e ↗ PROGRAMAS DE HABITAÇÃO
SOCIAL
documentos cadastros nacionais Governo Federal
Governo Estadual
Governo Municipal

Negocia e apresenta Ao ocupar, mapeia os


Com as famílias organizadas de acordo junto ao poder público
com a renda, assegura-se que tenham os edifícios ociosos que
as famílias associadas, não cumprem sua
requisitos necessários para acesso aos cadastradas e com
programas de habitação social função social. O poder
toda documentação público é noticiado
regularizada sobre os edifícios ilegais
Associados e abrigados

A FLM possui
30.000 associados O poder público faz um chamamento, define os
5.000 são associados ao MSTC, que fundos e programa habitacional, atendendo à
abriga hoje, 2.000 pessoas demanda apresentada pelo movimento
6. ACESSO A FUNDOS DE
INVESTIMENTO SOCIAL
PARA A HABITAÇÃO
PROGRAMAS DE CDHU – Companhia de
Desenvolvimento Habitacional e
FUNDOS DE FDS – Fundo de Desenvolvimento
Social
PMCMV – Programa Minha Casa
Minha Vida, Federal
PMCMV-E – Programa Minha
Casa Minha Vida – Entidades,
HABITAÇÃO SOCIAL Urbano de São Paulo, Estadual INVESTIMENTO Federal
Fonte do investimento: Diversas REQUISITOS INSCRIÇÃO:
Existem múltiplos programas Procedimentos:
SOCIAL PARA A fontes de recursos e Orçamento ↗ Faixa 1: Renda familiar ≤ R$ Programa criado para atender
de habitação social em todas as - Um a dez salários mínimos; HABITAÇÃO COM Geral da União (OGU) 1.800,00 reais; especificamente Entidades,
esferas de governo. Seguem em - Cadastros e documentos Programa habitacional vinculado: ↗ Faixa 1,5: Renda familiar ≤ R$ ou seja, movimentos sociais
detalhe os mais conhecidos e atualizados: NIS, CPF, RG, Título REGISTRO PELA contratado no âmbito do programa 2.600,00 reais; de moradia, que apresentam
dos quais o MSTC já conseguiu de eleitor; CAIXA ECONÔMICA Nacional de Habitação Urbana ↗ Faixa 2: Renda familiar ≤ R$ demandas coletivas e não
benefício para suas famílias. - Não ser proprietário e não PNHU, integrante do PMCMV-E 4.000,00 reais; individuais.
possuir financiamento de imóvel FEDERAL ↗ Faixa 3: Renda familiar de até R$ Procedimentos: Construção
COHAB – Companhia de residencial. CASA PAULISTA 7.000,00 reais. de unidades habitacionais ou
Habitação de São Paulo, - Não ter sido atendida FUNDURB – Fundo de requalificação de imóveis urbanos;
Municipal anteriormente por programas Desenvolvimento Urbano Fonte do investimento: Gestão ORDEM DE PRIORIDADE
habitacionais de recursos oriunda através de CRITÉRIOS NACIONAIS DE REQUISITOS INSCRIÇÃO:
Procedimentos: Realização de - Residir ou trabalhar na Região Fonte investimento: Outorga Parceria com a SEHAB, visando SELEÇÃO: ↗ 90% famílias com renda mensal
cadastro online, em que é nomeado Metropolitana de São Paulo há Onerosa e outras, 30% do fundo aporte de recursos orçamentários 1. Famílias que moram/ficaram bruta ≤ R$ 1.800,00
um titular familiar que possua cinco anos é destinado à aquisição de do município, juntamente com desabrigadas em áreas de risco ou ↗ 10% famílias com renda mensal
mais de 18 anos ou que seja Seleção: Ordem de prioridade com terrenos bem localizados para subsídio destinado ao PMCMV – insalubres; bruta ≤ R$ 2.350,00
emancipado, além de residir ou critérios nacionais moradia social e para programas FAR e PMCMV-E – FDS. 2. Famílias com mulheres ↗ Cadastros regularizados: FGTS;
trabalhar na Região Metropolitana 1. 7% famílias com membros habitacionais. Programa habitacional vinculado: responsáveis pela família; RAIS; SIPES (SINAD e CADIN);
de São Paulo. É necessário portadores de deficiências; CDHU, PMCMV e PMCMV-E 3. Famílias com pessoa com SIACI/CIWEB e CADMUT.
atualizar o cadastro anualmente 2. 5% reservadas às famílias FPHIS – Fundo Paulista de deficiência.
mesmo sem mudanças. compostas por idosos; Habitação de Interesse Social FAR – Fundo de Arrendamento *Os critérios municipais são ORDEM DE PRIORIDADE
Seleção: 3. 4% reservadas a policiais Residencial determinados em cada Município. CRITÉRIOS NACIONAIS DE
1. Famílias que moram/ficaram civis, policiais militares, agentes Fonte do investimento: RECURSOS: FAR – Faixa 1 FGTS – SELEÇÃO:
desabrigadas em áreas de risco ou de segurança penitenciária e FNHIS, Orçamento Secretaria Fonte do investimento: Orçamento Faixa 2 e 3 1. Renda familiar compatível com
insalubres; agentes de escolta e vigilância de Habitação, Convênios, Geral da União (OGU) modalidade;
2. Famílias com mulheres penitenciária. empréstimos, doações. Programa Programa habitacional vinculado: 2. Famílias com mulher
responsáveis financeiramente; Recursos: Programas de habitacional vinculado: CDHU PMCMV responsável pela família;
3. Famílias com pessoa com urbanização de favelas; parcerias São subsídios para programas de 3. Famílias com pessoa com
deficiência. com Governo Federal, FPHIS, Casa FNHIS – Fundo Nacional de habitação social dos três níveis de deficiência;
Recursos: Programas de Paulista. Habitação de Interesse Social governo. 4. Famílias residentes em áreas
urbanização das favelas; parcerias de risco, insalubres, perda
do Governo do Estado e Governo Fonte do investimento: Recursos do da residência por enchente,
Federal. Fundo de Apoio ao Desenvolvimento alagamento, transbordamento ou
Social – FAS e Doações do OGU. qualquer outro desastre natural.
Programa habitacional vinculado: Outros critérios podem ser
Programas estrutura- dos no SNHIS determinados pela Entidade
– Sistema Nacional de Habitação de mediante submissão para
Interesse Social. aprovação da Secretaria Nacional
de Habitação.
RECURSOS: OGU (Orçamento
Geral da União) depositado no
FDS (Fundo de Desenvolvimento
Social).
↗ participação dos futuros
moradores na construção;
↗ Acompanhamento com
assistente social por 1 ano após
entrega;
↗ A demanda em grupo
favorece a criação de comunidade
e pertencimento *Maiores chances
de sucesso e permanência na
moradia social.
7. A RELAÇÃO DO 8. DIREITO À CIDADE
ESTATUTO DA CIDADE
COM OS MOVIMENTOS
SOCIAIS

O Estatuto da Cidade (2001) foi uma conquista de lutas


sociais e levou doze anos para ser aprovado no Congresso
Nacional Brasileiro. Representa um marco no rompimento
com a cultura patrimonialista vigente no poder público
que, através de leis, colaborava para reproduzir
EDIFÍCIOS OCUPADOS E
desigualdades, preservar privilégios e interesses de LANÇAMENTOS IMOBILIÁRIOS NO
oligarquias. CENTRO DE SÃO PAULO
Reconhece a importância da participação das
comunidades, MOVIMENTOS e entidades da sociedade lançamentos imobiliários Occupied buildings and real state releases in downtown São Paulo

civil no planejamento e gestão das cidades. Abre um edifícios ocupados real states releases

caminho legítimo e direcionado para que movimentos occupied buildings

sociais e suas bases reivindiquem e cobrem seus direitos


MAP: Guilherme Pardini e Giulia Godinho, 2019
SOURCE: EDIF; LABHAB; SMDU

0 0,5 1 2km Mapa: Guilherme Pardini e Giulia Ribeiro,


às autoridades públicas em todos os níveis de governo. 0 500 1000
2019
2000 m

Fonte: EDIF; LABHAB; SMDU

Edifícios ocupados e lançamentos imobiliários no


Após seu esvaziamento e
centro de São Paulo
desinvestimento nos anos 1980, o
centro de São Paulo volta a ser, nos
Localizados como pontos, no perímetro urbano de São
últimos anos, alvo de especulação
Paulo, edificações, atualmente ocupadas por movimentos
imobiliária. O retorno dos
de moradia com notificação de remoção total ou parcial.
investimentos para a região entram
Maria das Neves Lindoso Pereira Dados disponibilizados pelo Observatório de
em atrito com os movimentos
Remoções, desenvolvido desde 2012 e junho de 2019,
sociais de luta por moradia, que
como produto de investigação dos laboratórios de
Objetivos De acordo com o Estatuto das Cidades: ocuparam diversos edifícios, frente
pesquisa LabCidade (FAUUSP, USP), LabJUTA (UFABC),
ao vazio que se encontrava em
Laboratório de Estudos da Habitação (LEHAB, UFC) e o
↗ Regulamentar a participação de diferentes atores e “§ 3o Os instrumentos previstos neste artigo que décadas passadas.
Grupo de Pesquisa Práticas Sociais no Espaço Urbano
agentes políticos presentes na cidade para assegurar demandam dispêndio de recursos por parte do Poder (PRAXIS-EA, UFMG).
interesses coletivos; Público municipal devem ser objeto de controle Constam também a localização dos lançamentos
↗ Fortalecer o papel do município na regulamentação social, garantida a participação de comunidades, imobiliários presentes no GEOEmbraesp entre 2016 e
do direito à propriedade; MOVIMENTOS e entidades da sociedade civil 2019.
↗ Minimizar conflitos e questionamentos jurídicos que e consórcios imobiliários, e operações urbanas
surgem na utilização de instrumentos urbanísticos nas consorciadas.”
prefeituras. Estatuto da Cidade, 2001

“Seção II. Da Composição


Diretrizes Art. 4o O ConCidades é composto pelos seguintes Na lógica do sistema neoliberal, os
membros, organizados por segmentos: (...) TANTA CASA SEM GENTE, lucros não são revertidos para os
projetos sociais, na maioria das vezes,
↗ Frisa a importância da gestão participativa que foi IV – vinte e três representantes de entidades dos
essencial para a elaboração do Estatuto das Cidades;
↗ Indica que sejam estabelecidas relações entre
movimentos populares;”
TANTA GENTE SEM CASA. os lucros alimentam a especulação
do mercado financeiro.
o setor estatal, o setor privado e a comunidade, O MSTC está de acordo com o Código Civil
especialmente em ações voltadas às parcerias público- Brasileiro, tem seu próprio Estatuto, possui CNPJ
privadas, consórcios públicos, consórcios imobiliários e 04.346.220/0001-22 como entidade Sem Fins
operações urbanas consorciadas. Lucrativos e possui registro no Ministério das
Cidades, hoje CapaCidades. 04.346.220/0001-22
“NOSSA ORDEM É Art.39 A propriedade urbana cumpre sua função
social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no Plano Diretor, 595.691 UND = 93% do déficit
A DESORDEM DO assegurando o atendimento das necessidades dos
cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça social
RM de São Paulo, 2015
Fonte: Fundução João Pinheiro habitacional
SISTEMA” e ao desenvolvimento das atividades econômicas,
respeitadas as diretrizes previstas no art.2º desta lei

Carmen Siva,
líder do MSTC
Uma propriedade abandonada, com
dívida de IPTU é objeto da especulação
imobiliária e não cumpre função social
AÇÃO DOS MOVIMENTOS ORGANIZADOS DE MORADIA
PARA COMBATER DÉFICIT HABITACIONAL
Melhora a
mobilidade
OCUPAR OS IMÓVEIS urbana
DO CENTRO DA CIDADE
COMO MORADIA, É DAR
A ELES UMA FUNÇÃO Melhora a
SOCIAL segurança
urbana

INVADIR OCUPAR
Evita a ocupação
entrar em propriedade que cumpre função social:
↗ em uso
propriedade que não cumpre função social:
↗ abandonada ou ociosa dívida de IPTU
das regiões de
↗ IPTU em dia
↗ não é objeto de especulação imobiliária
↗ objeto da especulação imobiliária mananciais

"A cidade, ao contrário,


Ajuda o poder exclui a população pobre e a
DIFERENÇA ENTRE OCUPAR E INVADIR
público a mapear joga... nas áreas de proteção
dos mananciais, atraindo
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE
conforme a constituição federal brasileira
as propriedades gente para os extremos,
servir ao interesse coletivo: habitação, cultura e serviços.
ilegais da cidade caso de Parelheiros, ao Sul,
e da Cantareira, ao Norte."
Erminia Maricato.

Combate focos de COLABORA


O Art.6 da Constituição de 1988, defende o direito social a moradia, entre outros. O Inciso XIII do Art.5 exige que
a propriedade cumpra sua função social. Ocupar é uma forma de dar função social através da moradia, a um contaminação de PARA A SAÚDE
edifício ou terreno abandonado ou endividado. Assim, ocupar é uma maneira de pressionar o governo para elaborar
e cumprir políticas públicas habitacionais, denunciar a especulação imobiliária e oferecer moradia digna e qualidade
dengue e outras pragas PÚBLICA
de vida a pessoas que não podem pagar aluguel.
Ocupamos edificações e terrenos que
“OCUPAR NÃO É CRIME.
não cumprem sua função social, onde
as famílias vivem com dignidade,
qualidade e acessibilidade, saindo
É UM DIREITO”
9. INCENTIVO À
PARTICIPAÇÃO NAS
de condições precárias e aluguéis
abusivos, até serem contempladas
por programas de habitação social Walcir Felix, Morador Rio
AGENDAS DOS ÓRGÃOS
propostos pelo governo.
Os prédios ocupados pelo
MSTC, em São Paulo, são habitados Branco
por trabalhadores de baixa renda,
sendo eles jovens, adultos e
também idosos e crianças, incluindo
imigrantes e refugiados. Esses
habitantes transformam os locais
“Nossas práticas são públicas e largamente
acompanhadas e noticiadas pela imprensa.
PÚBLICOS
abandonados, depredados e sem
Temos CNPJ e nosso estatuto é registrado
função social em um lar organizado,
com capacidade residencial e em cartório. Estamos em constante diálogo
cultural.
Dentro das ocupações do
com a sociedade civil em eventos abertos
em que chegamos a receber mais de oito
“PARTICIPAR É TER PODER DE
MSTC há uma gestão compartilhada
e generosa, que mantém os mil pessoas. Junto do poder público, e com DECISÃO POR ALGUMA COISA
locais cheios de vida, reduzindo representantes das secretarias de Direitos
as condições de vulnerabilidade
social à qual grande parte dos sem
Humanos, Assistência Social, Infraestrutura NA CIDADE.”
e Obras, Habitação, Segurança Urbana,
teto se encontram. Para isso, são
desenvolvidas ações educativas e Guarda Civil Metropolitana, Ministério Tatiana Rodrigues, sobre a
culturais, bem como de formação Público, Tribunal de Contas, que, entre
política, ambiental e esportiva,
possibilitando que seus moradores
outros, visitam e vistoriam nossas Atuação participação nos conselhos
passem por um ciclo completo
contemplando ocupação, resistência
ocupações sem qualquer impedimento. E
com a academia, desenvolvemos uma série
geopolítica
e empoderamento social. de projetos em nossos espaços.” Nos órgãos públicos que tem a
Carmem Silva presença civil permitida. A participação
de todos é importante, ocupando
“Ninguém aqui vai morar na rua. O
movimento sempre vai te acolher e dar um Como o MSTC os cargos de conselheiros ou não,
para garantir que tenham voz ativa
jeito de te abrigar. Você não está sozinho. participa? como cidadãos, estando por dentro
Na última reintegração de posse que teve das políticas públicas e levando os
na São Francisco, as famílias que moravam problemas da comunidade e cidade
lá passaram um mês na José Bonifácio até para as pautas dos conselhos,
que pudessem voltar para a São Francisco.
conferências e assembléias.
O movimento não abandona ninguém, não
exclui ninguém. É você que se exclui.”
Walcir Felix, morador ocupação Rio Branco

VOTO
CONSELHEIROS
sociedade civil candidatos

Associados aos Movimentos movimentos sociais indicam pessoas associadas


associados a serem candidatos a movimentos sociais
Sociais a conselheiros entre outros da
sociedade civil

A atuação geopolítica e de cidadania O movimento promove ações e debates, junto ao governo


está relacionada à participação dos e à sociedade civil, para que o direito constitucional de
associados em órgãos públicos, acesso à moradia seja cumprido pelo Estado. Busca
audiências, assembléias, fóruns e assim, corrigir as falhas cometidas há décadas pelo poder
conselhos, especialmente aqueles público, no que diz respeito à distribuição urbanística e
que pedem a presença da sociedade habitacional das metrópoles brasileiras.
civil organizada.
Marineide de Jesus da Silva
CONSELHOS ORGANIZAÇÃO DE
Existem no nível federal, estadual e municipal, variando UMA CONFERÊNCIA
termos de composição, atribuições, estrutura e
vinculação, mas guardam em comum o propósito de Convocação
controle social das políticas públicas e o fortalecimento ↗ poder executivo local convoca a conferência através de
da democracia participativa no Brasil. ato normativo;
↗ formação de comissão organizadora, sendo eles:
membros do governo, membros da sociedade civil
organizada;
Organizam a mobilização e conferência, acompanham
etapas estadual e federal, e dão devolutivas à sociedade
civil.

Mobilização – Divulgação
↗ eventos preparatórios sobre os temas da conferência:
palestras, debates, reuniões.
CONSELHEIROS

↗ representantes da
sociedade civil
↗ representantes do
poder público CONFERÊNCIAS REGIONAIS CONFERÊNCIAS ESTADUAIS –
E MUNICIPAIS MESMAS ETAPAS
↗ representantes
da sociedade civil ↗ acompanhar
organizada: MOVIMENTOS ↗ assistir DEMANDAS CONSELHEIROS CONSELHEIROS CONSELHEIROS
• Regionais Regionais Estaduais
SOCIAIS, ONGs, ↗ orientar sociedade civil • Setoriais Setoriais
encaminhadas
• Municipais aos conselhos Municipais
entidades profissionais, 1a ETAPA
escolhidos na
PROPOSTAS
estaduais APROVADAS
sindicalistas... conferência
• Estaduais
EIXO TEMA A EIXO TEMA B municipal
• Federais
↗ planejar ↗ orçamentos CONSELHEIROS CONSELHEIROS
• Regionais • Regionais PROPOSTAS
↗ fiscalizar ↗ fundos • Setoriais • Setoriais NÃO
↗ gerenciar ↗ políticas públicas • Municipais • Municipais APROVADAS

ELABORAM AS EIXO TEMA C EIXO TEMA D encaminhadas aos ASSEMBLEIA


PROPOSTAS CONSELHEIROS CONSELHEIROS conselhos federais LEGISLATIVA
• Regionais • Regionais
• Setoriais • Setoriais CONSELHOS FEDERAIS –
• Municipais • Municipais MESMAS ETAPAS
CONFERÊNCIAS PODER LEGISLATIVO 2a ETAPA

CONSELHEIROS CONSELHEIROS
↗ identificar demandas ↗ MUNICIPAL – PLENÁRIAS COMISSÃO CONSELHEIROS Estaduais Estaduais
retorna para
↗ elaborar propostas Câmara Municipal • Regionais escolhidos na
novo estudo
• Setoriais conferência
↗ encaminhar propostas ↗ ESTADUAL – DELEGADOS • Municipais PROPOSTAS
estadual
PROPOSTAS NÃO
↗ fiscalizar resultados Assembleia Legislativa • Federal APROVADAS
↗ devolutiva para sociedade civil ↗ FEDERAL – • Estadual
PROPOSTAS
• Municipal
Câmara dos Deputados APROVADAS
3a ETAPA • Federais

CÂMARA CÂMARA DOS


MUNICIPAL DEPUTADOS

O ESTATUTO DA CIDADE PREVÊ A FORMAÇÃO DE CONSELHOS

FUNÇÕES DOS CONSELHOS CONSELHOS MUNICIPAIS COM REPRESENTANTES CMH — Conselho Municipal de Habitação;
↗ acompanhar, orientar e assistir à sociedade civil; DO MSTC NO MOMENTO ATUAL CPM — Conselho Participativo Municipal;
↗ planejar, fiscalizar, avaliar, controlar e gerenciar orçamentos, políticas públicas e fundos. CMTT — Conselho Municipal de Transporte e Trânsito;
↗ participação no planejamento de metas para CONSEG — Coordenadoria Estadual dos conselhos
CONFERÊNCIAS Secretarias Municipais e Estaduais; comunitários de segurança;
1. identificar demandas; ↗ participação na discussão de leis e estatutos vigentes CMDCA — Conselho Municipal dos Direitos da Criança e
2. elaborar propostas; com presença da sociedade civil. do CONSELHO TUTELAR;
3. encaminhar propostas ao PODER LEGISLATIVO: Câmara Municipal – Câmara Estadual – CMS — Conselho Municipal de Saúde / Conselho Gestor
Assembleia Legislativa Federal/Câmara dos Deputados; das Unidades Básicas de Saúde;
4. fiscalizar resultados CRESS — Conselho Regional de Serviço Social.
“A gente vai com uma
certeza. A certeza de
denunciar a violação
dos nossos direitos!”

Foto: Christian Braga, 2018

CARMEN SILVA, LÍDER DO MSTC, MINUTOS ANTES


DA ENTRADA NA OCUPAÇÃO 9 DE JULHO, EM
Foto: Marcos Cimardi, no contexto da
ASSEMBLÉIA NO TÉRREO DA OCUPAÇÃO DO obra Alma de Bronze (2016-2018) de
Virgínia de Medeiros

ANTIGO HOTEL CAMBRIDGE


AGENCIAMENTO
URBANO E
INOVAÇÃO SOCIAL

Manutenção e cuidado

Ação de limpeza ao entrar no edifício

O edifício foi construído no início da década de 40, Em seguida são necessárias obras de recuperação,
durante o governo de Getúlio Vargas, para abrigar o essenciais para habitar o local, reformas hidráulicas e
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os três elétricas, além da construção civil, na recuperação das
primeiros andares do edifício foram concebidos para escadas e fechamento de espaços com drywall. Aqui,
o atendimento ao público, com espaços para serviços novamente, a mão de obra é das famílias do próprio
administrativos. Os demais andares, 12 ao todo, foram grupo, sendo profissionais da área como eletricistas,
idealizados como moradia para os funcionários do próprio encanadores, chefes de obra e pedreiros, habilitados
INSS, configurando um edifício de uso misto que, por para efetuar os serviços necessários. A capacidade de
três décadas, funcionou como projetado. Em 1970, com o recuperação do prédio pelos movimentos de moradia é
início da decadência do INSS, começou um processo de reconhecida pelo poder público e, além de incentivada, é
degradação que resultou no abandono do prédio. Por 42 acompanhada através de relatórios feitos em parceria com
anos o edifício ficou abandonado e em 2016 o Movimento a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (COMDEC).
Sem Teto do Centro (MSTC) passou a ocupá-lo. Assim, o movimento atua como um agente social
A primeira atividade da ocupação foi a limpeza que recupera infraestruturas abandonadas e devedoras de
do local. As famílias que já participam do movimento impostos. Investem tempo, trabalho e recursos coletivos
ajudaram a retirar o lixo acumulado dos andares, acabaram em melhorias necessárias para a reutilização segura
com poças de água parada e pintaram as paredes de cal desses edifícios, assim como sua regularização junto ao
branco, diminuindo a incidência de doenças como dengue município. Regeneram a qualidade da vida urbana em seu
através do combate de mosquitos, ratos e baratas. Com entorno e possibilitam a conversão definitiva de áreas
essa ação, o edifício se torna minimamente habitável e abandonadas em edifícios voltadas à moradia definitiva
contribui para a saúde pública da cidade. de diversas famílias.

Edifício atual. Frames do vídeo “Alma de Bronze” (2016-2018), da artista Virgínia de Medeiros
TRECHO DO RELATÓRIO
DE AÇÕES MITIGADORAS
DE RISCO À SEGURANÇA
DO EDIFÍCIO 9 DE JULHO

ANTES. USO do GLP. Foto do Relatório do COMDEC- 14.Mai.2018.

ANTES. Degradação dos degraus FOTO ATUAL 7.B. Vista de lance de escadas-tipo, onde
Foto do Relatório do COMDEC – 14.Mai.2018 podem ser vistos os reparos realizados em degraus danificados,
a instalação de fitas antiderrapantes e corrimão em madeira.
COMDEC. Jun.2019
FOTO ATUAL. Vista do gás GLP da cozinha comunitária instalado em área externa. COMDEC.Jun.2019

O valor para a realização de toda “SE A PREFEITURA RECONHECE


essa infra-estrutura é decidida em
assembléia, justamente para evitar a O PAPEL DE ORGANIZAÇÃO DOS
extorsão.
MOVIMENTOS NAS OCUPAÇÕES, AO
PONTO DE REALIZAR VISTORIAS
E SOLICITAR AÇÕES MITIGADORAS
COMDEC é a Coordenadoria
Municipal de Proteção e Defesa Civil
NAS OCUPAÇÕES, POR QUE O ALTO
da Cidade de São Paulo. DESCONHECIMENTO DA MÍDIA E DO
MINISTÉRIO PÚBLICO ACUSAM OS
ANTES. Disjuntor e fiação exposta FOTO ATUAL. Eletrodutos e tomadas regularizadas em
MOVIMENTOS DE EXTORSÕES?”
Foto do Relatório do COMDEC – 14. Mai.2018 apartamento. COMDEC.Jun.2019
Carmen Silva
PROJETO PARA RECUPERAÇÃO
DE FACHADAS OCUPAÇÃO 9
DE JULHO, ANTIGO EDIFÍCIO
IAPETC – INSS, SÃO PAULO
Vinicius de Andrade

O projeto prevê a criação de uma desprender no futuro. A proposta Pela natureza peculiar do
solução que dialoga com a pré- foi concebida como um plano de edifício, de uso misto, a Ocupação
existência do edifício projetado longo prazo, uma vez que o material 9 de Julho oferece habitação a
pelo arquiteto Jaime da Fonseca utilizado tem longa durabilidade e 138 famílias, 347 moradores e
Rodrigues, inserindo-se de forma dispensa manutenção. Além disso, a promove, nas áreas antes destinadas
nitidamente destacada, sem instalação das chapas metálicas pode à administração e atendimento
mimetizar-se com o edifício existente. ser programada ao longo do tempo, do antigo INSS, ações culturais
As fachadas originais do de acordo com a necessidade e a e educacionais, como: aulas de
edifício são revestidas com emboço e disponibilidade de recursos. desenho; aulas de reforço para VISTA 1 VISTA 2
reboco, aplicados sobre alvenaria de O capeamento será realizado crianças; gestão colaborativa ESCALA 1:400 ESCALA 1:400
tijolos. Esta solução, típica da época por meio da instalação das telhas de da cozinha; marcenaria e horta
em que foi construído o edifício, aço, fixadas sobre perfis tubulares comunitárias; brechó; e outras
requer manutenção permanente e, também de aço que deverão, por atividades como festas tradicionais
ainda assim, tem vida útil limitada sua vez, ser aparafusados com e encontros temáticos. Toda essa
relativamente menor do que uso de chumbadores na alvenaria. economia criativa é gerada por
aquela alcançada pela estrutura da Esse é um sistema construtivo leve, uma gestão horizontal, que o
edificação. Hoje observa-se uma facilmente manuseável que não MSTC promove com sua rede de
série de patologias, resultando, sobrecarregará a estrutura existente, colaboradores da sociedade civil
muitas vezes, na ocorrência de e que pode ser facilmente removida e das universidades e escolas
desprendimento de fragmentos, (sem que haja qualquer sequela parceiras.
ocasionando a queda de detritos, relevante) preservando integralmente Sendo assim, após a 1
além de expor as alvenarias de a possibilidade de reversão desta reabilitação do prédio para receber
tijolos, tornando-as vulneráveis às intervenção, na eventualidade de se os integrantes do MSTC, o edifício
infiltrações. decidir por recuperar e restaurar o passa a cumprir plenamente sua
A presente proposta visa à edifício no futuro. função habitacional, bem como
recuperação das fachadas originais Segundo o Plano Diretor contribuir com a necessidade de lazer 2
do edifício por meio da instalação da cidade, a Ocupação 9 de Julho e cultura, cumprindo assim todas
de telhas de aço galvanizado, situa-se dentro de uma Zona as demandas do plano diretor em 3
1 • chapa metálica
que deverão, a um só tempo, Especial de Interesse Social 3 (ZEIS relação a edifícios em ZEIS 3. para arremate de
conter a deterioração do reboco 3) podendo ser destinada para a topo da alvenaria,
remanescente, impermeabilizar as habitação social. Em acordo com as espessura 2mm
fachadas fragilizadas e funcionar políticas municipais de habitação e • pintura na mesma
como anteparo mecânico para cultura, esta Ocupação contempla cor da telha
bloquear a queda de fragmentos a população com zonas de lazer,
que eventualmente venham a se aulas e outras atividades culturais e 2 • telha metálica
econômicas. galvanizada
• cor a definir
4
3 • argamassa de
revestimento

“As ações mitigadoras de grande porte necessitam de um corpo técnico, onde o 4 • perfil metálico
para fixação
movimento busca as parcerias e apoio, dando a oportunidade das universidades terem da telha fixada
uma prática executiva de aprendizado. Essa estratégia aproxima o universo acadêmico DET. TIPO
diretamente na
alvenaria
das reais demandas da cidade. Apesar do movimento fazer arquitetura efêmera com sua DETALHE DE ARREMATE DAS ALVENARIAS
• tubo metálico
IMPERMEABILIZAÇÃO E PROTEÇÃO MECÂNICA
própria mão de obra.” ESCALA 1:100
20x20mm
Carmem Silva
PARCERIAS CULTURAIS E
AÇÕES PEDAGÓGICAS
Para as reformas de reabilitação do prédio, são geradas Outro aspecto relevante em relação a essas reformas é a
demandas de materiais de construção. Essas demandas demanda por projetos das obras de grande envergadura.
são discutidas em assembleias de moradores com rateio Quando não realizadas pelos próprios mestres de
dos valores entre os residentes. Mesmo que a maioria obras residentes na ocupação – aptos para tal –, ou por
daqueles que trabalham nas obras de recuperação simpatizantes da sociedade civil, os projetos podem
sejam moradores da própria ocupação, algumas vezes ser realizados em parceria com instituições de ensino.
é necessário contratar profissionais terceirizados Dessa maneira, promovem uma atualização nos modelos Disciplina eletiva - Escola da Cidade: “Mobiliário para
para realizar serviços específicos. Os custos dessas educacionais de extensão e ensino; geram discussões Ocupação Praça Aberta - Ladeira da Memória”
contratações são também discutidos em assembléias e e pesquisas sobre as reais necessidades da sociedade;
divididos entre os moradores. e proporcionam um engajamento político-social dos Professor: Luis Felipe Abbud
estudantes, ao atuarem na revitalização dos espaços
vazios da cidade. Disciplina eletiva realizada no 2o semestre 2017 para a
construção de peças de mobiliário e equipamentos de
lazer na Ocupação Praça Aberta, realizada pelo MSTC
em um terreno público abandonado no centro da cidade
vizinha à Ladeira da Memória, uma zona de transporte
intermodal caracterizada pela circulação diária de grande
número de pessoas. Durante o projeto foram realizadas
reuniões presenciais com Carmen Silva Ferreira e órgãos
da prefeitura, pleiteando a concessão de uso da praça
para programas de lazer. Os estudantes realizaram
um levantamento detalhado da praça e desenvolveram
projetos de equipamentos com modelos em escala. Com
o insucesso da ocupação na praça, um único projeto
desenvolvido acabou por ser efetivamente construído na
área externa da Ocupação 9 de Julho: um banco ao redor
de uma árvore próximo à horta, que foi realizado em uma
oficina com o coletivo A Cidade Precisa de Você.

Disciplina Eletiva - Escola da Cidade - “Narrativa em


Construção - Mobiliario para Ocupação 9 de Julho”

Professores: Fabiola Bergamo + Luis Felipe Abbud

Disciplina eletiva realizada no 2o semestre 2018 para


projeto e construção de mobiliário para os moradores
da Ocupação 9 de Julho. Foram realizadas visitas
aos apartamentos de moradores e entrevistas para
entendimento de suas necessidades residenciais,
seguidas da composição de um quadro de referências,
de atendimentos e da realização de aulas expositivas,
todas ocorridas na Sala Multiuso da Ocupação.
As equipes levantaram recursos para a compra de
materiais e os grupos de estudantes puderam realizar
projetos de diferentes peças de mobiliário, e que foram
apresentadas em assembléia para os moradores. Todas
as peças de mobiliário foram efetivamente construídos
nas marcenarias da Escola da Cidade e da Ocupação 9
de Julho, a preço de custo e com valores inferiores aos
encontrados no mercado popular. O mobiliário foi exibido
no apartamento 909, que ficou aberto para visitação
durante alguns meses, e suas peças doadas paras os
moradores da ocupação.
“Em junho de 2019, o MSTC cofres municipais. Ao final “Ela compreende a
apresentou à Prefeitura de do prazo de concessão, de importância e a força do
São Paulo, por intermédio maneira similar às PPPs mercado, por isso o vê
dos secretários municipais tradicionais, estabelecidas como parceiro estratégico,
da Habitação e da Cultura, com empresas privadas, com quem vale a pena
uma proposta de parceria o imóvel retornaria ao unir forças. É uma das
público popular (novo tipo Município. poucas lideranças com
de PPP), na qual, em troca Vislumbra-se, por meio capacidade de dialogar com
da concessão do imóvel por de programas de locação funcionários públicos, com
um período de 30 anos, se social administrados por a iniciativa privada e até
compromete a implantar movimentos sociais, na com aqueles que discordam
um programa de locação forma de autogestão, e de sua atuação. Ela realiza
social e um programa de implantados em edifícios a partir das ideias que
atividades culturais, de públicos abandonados, uma surgem. Reúne experiência
acordo com as políticas nova forma de viabilizar a prática e fundamental para
municipais de habitação, moradia popular no centro aprendermos a desenvolver
cultura e economia criativa. de São Paulo, garantindo saídas mais acessíveis para
Os custos para implantação o direito constitucional toda a população.”
desses programas, incluindo à moradia e evitando a Magik JC – construtira
a finalização da reforma que essas famílias sejam André Czitrom, empresário
do prédio, seriam arcados expulsas e passem a
pelo próprio movimento aumentar o contingente de
e por seus parceiros moradores em situação de
nacionais e internacionais, rua ou das ocupações em
sem nenhum gasto para os áreas de mananciais.”
Celso Carvalho, arquiteto
Fotos: Cozinha Ocupação 9 de Julho.

O modelo de revitalização dos espaços abandonados Até agora, o MSTC realizou, às suas próprias custas, Carmen atua numa lacuna da sociedade, “Nunca nos colocamos contra o poder
proposto por esses movimentos do centro de São Paulo várias ações de requalificação da segurança de domicílios
é um exemplo viável e com custo zero para os cofres e áreas comuns, que já atenderam cerca de 70% das em um modelo parecido com o da público e sempre acatamos os seus marcos
públicos. diretrizes estabelecidas pela Defesa Civil. Enterprise Community [organismo sem fins regulatórios: Ministério das Cidades,
lucrativos sediado em Columbia, Maryland, hoje Capacidades; portarias estaduais e
que constrói habitações acessíveis nos municipais; conselhos municipal e estadual
Estados Unidos para famílias de baixa de habitação, entre outros. Nosso trabalho
renda]. Essa organização tem um braço é tão grande que, além do emprego de
de financiamento e outro de gestão – algo mão de obra gratuita tanto técnica quanto
que as empresas sociais brasileiras ainda operacional, temos encargos para pagar,
não conseguiram, e que Carmen maneja pois para nós nada sai de graça. Estamos
muito bem. Ela vem desenvolvendo uma dispostos a contribuir para ensinar a
metodologia que não tem paralelo na metodologia do trabalho em rede, para não
cadeia econômica do país. Seu sucesso está se esvaziar as reservas dos cofres públicos.
baseado na busca de financiamento, gestão A receita é simples, trabalhar em rede.”
territorial, predial e de pessoas. Ela ainda Carmem Silva
responde pela administração comunitária
da obra de recuperação do imóvel.
Philip Yang, fundador do Instituto
Urbem, empresário do setor de petróleo,
gás, mineração e energia, mestre em
administração pública pela Harvard Kennedy
School, serviu como diplomata brasileiro em
Genebra, Pequim e Washington.
A ENTRADA J ESCADAS

O EDIFÍCIO 9 DE JULHO – RUA


PRINCIPAL
K ELEVADOR
B JARDIM (sem serviço)

ÁLVARO DE CARVALHO 427


C QUADRA DE L SALA DE JANTAR
ESPORTES
M COZINHA
D ESTACIONAMENTO
N MARCENARIA
E CENTRAL DE GÁS
O ARMAZÉM
F GALERIA
REOCUPA P SECRETARIA

G SALA MULTIUSO Q SALA DE


REUNIÕES
78,35% dos moradores
H BRECHÓ
estrangeiros são de
origem africana.
ORIGEM DOS MORADORES I BANHEIRO

Foreign Residents (10,76%)


Santa Catarina (1,16%) Angola (5,23%)
Paraná (1,45%) Congo (2,91%)
Pará (2,03%) Ghana (0,29%)
Mato Grosso (0,29%) Haiti (0,58%) Depois de São Paulo,
Mato Grosso do Sul (0,29%) Paraguay (1,16%) que corresponde a
Goiás (0,29%) Peru (0,58%) 58,43% da origem
dos moradores,
Alagoas (1,45%) os brasileiros de
origem nordestina
Moradores brasileiros (89,83%) Bahia (9,59%) correspondem à maior
parcela (21,51%),
São Paulo (58,43%)
principalmente do
Ceará (2,03%) Maranhão e da Bahia
(15,12%). Essa região,
A
Maranhão (5,52%) da década de 1950 até
meados da década de
Paraíba (0,58%) 2000, representou uma
Piauí (0,87%) forte onda migratória B
Pernambuco (0,87%) para a cidade de São
Paulo.
Rio Grande do Norte (0,29%)
Sergipe (0,29%)
Espírito Santo (0,29%)
Minas Gerais (4,07%)

GALERIA REOCUPA

Os moradores da ocupação reativaram o


antigo saguão no térreo do prédio como
uma galeria de arte, em frente à Avenida 9
de Julho (importante avenida da cidade de C
H
São Paulo). A Galeria Reocupa tem como G Q
I O
objetivo contribuir para o posicionamento
da Ocupação 9 de Julho como espaço J P
de referência para discussão e reflexão K O
sobre cultura, cidade e sociedade N
contemporânea. L
M L

F
D

PERSPECTIVA ISOMÉTRICA
DA GALERIA REOCUPA PERSPECTIVA ISOMÉTRICA DO EDIFÍCIO
ID
A O
V EN J U L H
0 1,25 2,50 5m 0 5 10 15m A E
9D
ESTRUTURA DO MSTC
Entidade sem fins lucrativos

MSTC

ADMINISTRATIVO de voluntários e
FUNÇÃO MEDIADORES DE CONSELHOS MUNICIPAIS COM ASSESSORIA
prestadores de
• pagamento de CONFLITOS REPRESENTANTES DO MSTC TÉCNICA
serviços
funcionários
ADMINISTRADOR • organização
GERAL interna do MSTC
ASSISTENTES
SOCIAIS
JURÍDICO ARQUITETURA FINANCEIRO COMUNICAÇÃO

CONTROLADOR DEMANDA • equipe de


• coletivo de • acessoria contábil
GERAL CAMBRIDGE advogados
arquitetos nos processos
OCUPAÇÃO OCUPAÇÃO OCUPAÇÃO OCUPAÇÃO OCUPAÇÃO que auxilia nos
independentes administrativos
CASARÃO RIO BRANCO 9 DE JULHO SÃO FRANCISCO JOSÉ BONIFÁCIO procedimentos • equipes formadas
e escritórios que ligados ao
judiciais e legais, por jornalistas,
desenvolvem movimento
FUNÇÃO CAIXA facilitando a artistas para a
projetos
• contratos ECONÔMICA documentação comunicação com
necessários para
registros de atas FEDERAL COORDENADORES FUNÇÃO e legalidade do os canais oficiais de
trabalho do MSTC a readequação
em cartórios e DAS OCUPAÇÕES • mediadora de conflitos movimento e imprensa, promover
com a Caixa dos prédios e
certidão • auxilia na organização de moradores campanhas
Econômica Federal demandas vindas
documentos em favor dos
trabalho do MSTC do poder público
• devolutivas para assistentes movimentos
com a Caixa
CONTRATAÇÃO sociais e lideranças por moradia,
SERVIÇOS PAGOS Econômica Federal
DE MANUTENÇÃO EVENTOS • compra de materiais necessários desmontar as
PELO MSTC
CONSTRUTORA DO EDIFÍCIO CULTURAIS E a obras fake news e para
EDUCATIVOS a comunicação
FUNÇÃO de eventos
• participação organizados pelo
ASSESSORIA no planejamento MSTC
FUNÇÃO
TÉCNICA
• contrata a equipe de metas para
SEGURANÇA SERVIÇOS MEDIADORAS DE EQUIPES DE LIMPEZA DE
desde a demolição secretarias CMH Conselho Municipal de Habitação
E PORTARIA TERCEIRIZADOS ANDAR DEVOLUTIVA ÁREAS COMUNS
até a execução da municipais e
obra
ASSESSORIA estaduais
CPM Conselho Participativo Municipal
ARQUITETÔNICA • participação na
INTERNET
FUNÇÃO discussão de leis e
FUNÇÃO estatutos vigentes
• controlam a CMTT Conselho Municipal de Transporte e Trânsito
• um por andar
execução de obras com presença da
ASSISTENTE INSTALAÇÃO DE • responsável pela
necessárias sociedade civil
SOCIAL GÁS limpeza do andar
CONSEG Conselho Estadual dos Conselhos Comunitários de Segurança
• escala de trabalho
• material de
limpeza e obras
HIDRANTES CMDCA Conselho Municipal dos Direitos da Criança do Adolescente
CONTADOR
CIVIL ELÉTRICA HIDRÁULICA
DE OBRA
CMS Conselho Municipal de Saúde
mestre de obras ESCADA
ELETRICISTA HIDRÁULICA
SEGURANÇA
CHEFE CHEFE
CGUBS Conselho Gestor das Unidades Básicas de Saúde
MORADOR MORADOR
DRYWALL
• INSS
• FGTS PAGAMENTO DE
CRESS Conselho Regional de Serviço Social
• ISS FUNCIONÁRIOS
pedreiros LAJES
• IPTU DA OBRA ELETRICISTA HIDRÁULICA
• taxa de lixo MORADOR MORADOR
• processos CONSELHO
FACHADAS
trabalhistas TUTELAR
ENCARGOS
MORADOR MORADOR
VOLUNTÁRIO VOLUNTÁRIO

DIVERSOS PARCEIROS E APOIADORES


ENTRE: UNIVERSIDADES, INSTITUIÇÕES
CULTURAIS, ORGANIZAÇÕES NÃO
GOVERNAMENTAIS ENTRE OUTROS
ESTÚDIO 9 DE JULHO
Maio à agosto de 2019
O Estúdio 9 de Julho foi uma
iniciativa consolidada por ocasião da
Bienal de Arquitetura de Chicago,
envolvendo alunos de pós graduação
e professores da Escola da Cidade,
junto à colaboradores, ativistas e
multiplicadores do MSTC em uma
ação conjunta de produção e reunião
do material apresentado.
Colaboradores Ficha técnica

MSTC – MOVIMENTO SEM TETO DO CENTRO Carmen Silva MSTC - MOVIMENTO SEM TETO DO O GRUPO INTEIRO (desde 2014) • BRIERS,Carmen; Cattoor, Bieje; De
CENTRO (CITY CENTER HOMELESS Meulder, Bruno; De Vos, Lisa; Stevens,
O MSTC é um movimento social que atua na mobilização e Líder do MSTC na cidade de São Paulo, Carmen nasceu na PEOPLE’S MOVEMENT) São Paulo Co-curadoria, edição, design Jeroen. A Look Into The Vibrant Lifes
organização de famílias em situação de rua que lutam por Bahia. Vítima de violência doméstica, mãe de oito filhos e (Desde 2000 ) e instalação em Chicago Of A Residual Building.Ocupação Hotel
condições dignas de moradia, fundado na crença de que, enquanto imigrante sem-teto. Na luta pela reforma urbana, ela constituiu Carol Tonetti, Claudio Bueno, Vitor Cesar, Cambridge, Avenida 9 De Julho, 216, São
existir um trabalhador incapaz de ter uma casa para morar, o vários oásis de solidariedade e respeito em São Paulo, cidade Coordenação geral Ligia Nobre Paulo. Ennivonment And Planning, 2016
combate à especulação imobiliária deve continuar. O movimento, que excluía os mais pobres, os mais fracos e os diferentes. Carmen Silva Ferreira Assistência ao design de exposições
juntamente com o governo e a sociedade civil, promove ações e Carmen foi a principal atriz do longa-metragem Era o Hotel Guilherme Pardini • CAFFÉ, Carla. Era O Hotel Cambridge
debates que garantem que o direito constitucional, de acesso à Cambridge (Eliane Caffé, 2017): “Este filme é importante para Mediadores do MSTC Assistência em design gráfico – Arquitetura, Cinema E Educação. São
moradia, possa ser executado adequadamente pelo governo. Isso é o movimento de moradia porque falamos por nós mesmos. A Ana Paula do Nascimento Pinheiro, Julia Pinto, Daniel Carvalho Paulo: Edições, Sesc, 2016.
realizado ao longo da criação e promoção de medidas alternativas imprensa oficial nos criminaliza, nos coloca como ladrões. Em Elisabete Afonso Perreira, Kellen Wini
às falhas estruturais cometidas pelas autoridades públicas nas muitos países, os problemas habitacionais são cada vez mais Da Silva Ferreira Santos, Layla Raisa EQUIPE DE PRODUÇÃO • FERRARI, Erica Regina. De Terra, Pedra
últimas décadas em termos de planejamento urbano, social, graves. As realidades são diferentes, mas os problemas são os Espíndola Vieira, Marcia De Fatima E Palavra/ Ocupação-Monumento. São
políticas de inclusão e moradia para as metrópoles brasileiras. mesmos, vêm da mesma fonte “. Araujo, Maria Monica Gomes Dos Santos, Apoio logístico Thais Albuquerque Paulo: Dissertação De Mestado Eca Usp,
www.movimentosemtetodocentro.com.br Ronaldo Felisberto Dos Santos, Tatiana Consultoria jurídica Maria Aparecida 2019.
Rodrigues Pereira Correia
Contabilidade Dayse Lymberopoulos, • FERREIRA, Carmen Silva. A Terra
Membros entrevistados do MSTC Gabriele Liandrade De Sousa, Luana Prometida. São Paulo: N-1, 2019.
ASSOCIAÇÃO ESCOLA DA CIDADE Carla Caffé Danilo Martinelle, Elisabete Afonso Rodrigues, Tamara Pereira
Escola de Arquitetura Coordenadora de Projetos, Escola da Cidade Pereira, Irene Da Silva, Kellen Wini Tradução Matthew Rinaldi • Grupo De Trabalho – Adequação E
Ferreira, Leila Sandra Alves Marques, Legendas Clarissa Mohany Segurança | Ocupação 9 De Julho.
Experiência arrojada e independente de nível universitário em Artista, diretora de arte e professora, Carla Caffé é reconhecida Márcia De Fátima Araújo, Maria Das Revisão Renata Assumpção, Marina Registro De Atualizações Nas Obras Do
ensino de arquitetura, a Escola da Cidade é entendida como por seus projetos multidisciplinares envolvendo práticas Neves Lindoso Pereira, Marineide Jesus Piotto, Gabriella Gonçalles Edifício Sede Da Ocupação 9 De Julho –
uma atividade colaborativa e multidisciplinar, orientada para pedagógicas, tendo participado de importantes eventos e Da Silva, Ronaldo Felisberto Dos Santos, MSTC. São Paulo, 2019.
o desenvolvimento social. É a materialização do sonho de um exposições internacionais como a Bienal de Arquitetura de Sonia Mabel Bogado De Miranda, Tatiana AGRADECIMENTOS
grupo de arquitetos em conjunto com outros profissionais, Veneza, 2018. Seus principais projetos no cinema incluem os Rodrigues, Walcir Felix • LIRA,Ícaro. Residência Ocupação
que visa capacitar arquitetos, urbanistas, críticos e cidadãos, a longas-metragens Era o Hotel Cambridge (Eliane Caffé, 2017) Ana Catarina Mousinho, André Cambridge. São Paulo: Edições Aurora,
conhecer o seu entorno e realidade, e contribuir com o exercício e Estação Central (Walter Salles, 1998). Entre seus livros Montenegro, Aparelhamento, Aurora 2017.
de sua profissão transformando a condição da vida das cidades. publicados estão Era o Hotel Cambridge - Arquitetura, Cinema ASSOCIAÇÃO ESCOLA DA CIDADE Films, Bruna Daniel, Clara Barzhaghi,
Seu projeto pedagógico ganha corpo em um conjunto articulado e Educação (Editora SESC, 2017) e A(e)rea Paulista (Galeria São Paulo (desde 1996) Edições Sesc, Erica Ferrari, Eliane Caffé, • ROELENS,Levi. Arrival Centre – Settling
e consistente de conteúdos, ações e disciplinas que criam uma Vermelho, 2012). Para mais informações: Isabel Maria Macedo Alexandre, Jeroen In Central São Paulo. Book Vi – Ocupação
interdisciplinaridade e experiências de aprendizado permeáveis www.carlacaffe.com.br Presidente Alvaro Puntoni Stevens, Katía Truijen, Laura Davina, Nove De Julho. Ku Leuven: Master Of
ao mundo exterior. O estúdio da 9 de Julho, coordenado por Luis Vice-presidente Fernando Viégas Marina Otero Verzier, Megafone Filmes, Engineering: Architecture Thesis, 2015.
Felipe Abbud, foi criado dentro da escola a fim de organizar e Luís Felipe Abud Vice-presidente Marta Moreira N-1 Edições, Pedro Rivera, Penha Brant,
promover atividades pedagógicas em conjunto com os ocupantes Coordenador – Estúdio 9 de Julho, Escola da Cidade Peter Pal Pelbart, Rui Pires, Sofia Brayner, • STEVENS, Jeroen. Occupied City –
da 9 de Julho e já produziu uma ampla gama de produtos, como Conselho universitário Tarsila Araújo, Vinícius Andrade, Virginia Hotel Cambridge And Central Sao Paulo
intervenções efetivas de construção e infraestrutura, design Abbud é formado em arquitetura pela Universidade de São da Escola da Cidade De Medeiros, Washington Fajardo, Tomás Between Urban Decay And Resurrecton.
de móveis, pesquisa e atividades socioculturais desenvolvidas Paulo (2010), com programa de intercâmbio na Universidade Diretora Cristiane Muniz Alvim, Jornalistas Livres In Artopoulos, Georgios; Cairns, Graham;
em conjunto com os habitantes do prédio ocupado. Para mais de Tecnologia de Delft (Holanda, 2008) e pós-graduação em Vice-diretora Maira Rios Day, Kirsten. From Conflict To Inclusion
informações: educação em arquitetura na Associação Escola da Cidade Todas as famílias que vivem na Ocupação In Housing – Interaction Of Communities,
www.escoladacidade.org (São Paulo), onde leciona desde 2016 e é membro do Conselho Conselho social e comunicação 9 De Julho e MSTC Residents And Activitsts. London: Ucl
Social, coordenando o estúdio 9 de Julho. A estratégia Diretor Anderson Freitas Press, 2017.
didática de Abbud é baseada na elaboração de disciplinas que Coordenadores Alexandre Benoit, Fábio Todos os grupos e coletivos que apoiam
mesclam as atividades pedagógicas dos alunos com projetos Rago Valentim, Luís Felipe Abbud e trabalham em conjunto à causa do • STEVENS,Jeroen. Occupy, Resist,
de inovação social que lidam com demandas urbanas e atuam movimento MSTC Construct, Dwell! A Genealogy Of Urban
em conjunto com movimentos sociais, especialmente o MSTC Occupation Movements In Central São
O GRUPO INTEIRO
desde sua participação no projeto de longa metragem “Era o COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DO OBRAS EXIBIDAS Paulo. In Radical Housing Journal, Apr.
Co-curadores, artistas, editores, instalações e designers
Hotel Cambridge” (2016). Ele é o fundador e diretor criativo PROJETO E EDITORA DA PUBLICAÇÃO 2019.
do NúMENA (2012 -), estúdio que atua em vários projetos Carla Caffé • Aparelhamento. Quem Ocupa Cuida,
Composto por Carol Tonetti, Cláudio Bueno, Ligia Nobre e Vitor
socioculturais, passando por diferentes frentes, como design e 2019. Video In 2 Screens, 17’ And 16’. • STEVENS, Jeroen. Prototypes Of
Cesar, O Grupo Inteiro reúne diferentes práticas e repertórios.
ativação de espaços públicos, cenografia, design de exposições, Urbanism: Urban Movements Occupying
Desde 2014, o grupo se posicionou como uma encruzilhada.
produções audiovisuais, instalações, pesquisa e engajamento da ESTÚDIO 9 DE JULHO • Workshop – Ocupação 9 De Julho. Central São Paulo.geograohic Research
Busca, assim, multiplicar caminhos e estabelecer condições para
cidadania. Para mais informações: Bandeiras e Faixas de Manifestação,2019. Forum - Vol.38, 2018.
o diálogo público por meio de proposições estéticas políticas
www.numena.com.br Coordenação pedagógica Tinta Acrílica sobre Tecido.
por diferentes redes, plataformas e projetos realizados por
Luís Felipe Abbud • STEVENS, Jeroen. São Paulo Ocupada
seus membros e colaboradores. As proposições e projetos mais
Coordenação executiva • Eliane Caffé (Dir.). Era O Hotel – Cidade Da Luta / Occupyied Sao Paulo –
recentes realizados pelo grupo incluem: “Condutores” (2016)
Carol Tonetti, Luís Felipe Abbud Cambridge, 2016. Longametragem, 99’. City Of Struggle.pamphlet, 2017
no MASP e Sesc Interlagos, “Manejo” (2016) em colaboração
com Jorge Menna Barreto na 32ª Bienal de São Paulo, “Fields
Projeto “MSTC: Habitação como • Preta Ferreira, Tarsia Araujo (Dir.)Minha • STEVENS, Jeroen. Sao Paulo Ocupada:
of Prepositions ”(2016) no Sesc Ipiranga em parceria com a
Prática de Cidadania” Carne, 2019. Videoclipe, 8’. City Making In Central Margins – A
Central Saint Martins / UAL (Londres),“ Mano Fato Mano ”no
Pesquisa Helena Cavalheiro, Louise Manifesto. Ku Leuven: Master Of Urbanism
Centro Cultural São Paulo (2014-2015),“ Metacozinha ”na Casa
Uchôa, Rodrigo Voegeli • Virgínia De Medeiros. Quem Não Luta & Strategic Planning Thesis, 2015.
do Povo (2015),“ Obstáculo” e “Teia” para “A Marquise, o MAM e
Assistência de pesquisa Amanda Tá Morto, 2016-2019. Video Instalação, 4
nós no meio” no MAM São Paulo (2018), “Correspondência” para
Ribeiro, André Ferreira, Bibiana Tini, Cora Videos, 13’ Cada Video.PUBLICAÇÕES • STUDIO-X RIO. Fight, Squat, Resist –
Pro-Helvetia / FAR ° / Collège de Marens (Suíça), “Polvo” para
Rocha, Fernando Botton, Giulia Godinho, Housing Alternatives Of The Social
“Campos de Invisibilidade” no Sesc Belenzinho (2018-19) sobre a
Gyovanna Freire • ARANTES, Priscila (Org.). Paço Movements. São Paulo, 11Th São Paulo
infraestrutura tecnológica global e seus modos de operação em
Consultoria Fernanda Colejo, Comunidade No Hotel Cambridge. São Architecture Biennial, 2017.
relação à dinâmica da vida e da Terra. Para mais informações:
Paula Santoro Paulo: Paço Das Artes, 2017.
www.ogrupointeiro.net
Publicação produzida na ocasião da Publicado pela Bienal de Arquitetura de
Bienal de Arquitetura de Chicago, 2019 Chicago 2019, sob o tema “… and other
Carla Caffé, Estúdio 9 de Julho + such stories”, com curadoria de Yesomi
MSTC e O grupo inteiro (Org.) Umulo, Sepake Angiama, and Paulo
Tavares

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