Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
LICENCIATURA EM DIREITO
CADEIRA: DIREITO CRIMINAL GERAL II
TRABALHO DE PESQUISA CIENTÍFICA EM GRUPO
II ANO- PÓS LABORAL
TEMA
Causas De Justificação Do Facto E De Exclusão De Ilicitude
A Docente:
dra. Armorina Mabai
O Discente:
Afonso Maculuve
Carmelina Mucapa
Pedro Pululo
Simplícia Cuinica
Índice
Introdução.............................................................................................................................................4
2
CAPÍTULO I.........................................................................................................................................5
1.1 Contextualização do tema............................................................................................................5
1.2 Delimitação do Tema...................................................................................................................5
1.3. Problematização..........................................................................................................................5
CAPITULO II.......................................................................................................................................6
2.1. Acção..........................................................................................................................................6
2.2. Tipicidade...................................................................................................................................6
2.3. Ilicitude.......................................................................................................................................6
3. Culpa.............................................................................................................................................7
CAPITULO III......................................................................................................................................8
4. Causas da justificação do facto e exclusão da ilicitude..................................................................8
4.1. Legitima Defesa........................................................................................................................8
4.2. Pressupostos...............................................................................................................................8
4.3. Requisitos...................................................................................................................................9
4.4. Necessidade de defesa................................................................................................................9
4.5. Excesso de legítima defesa (art. 185 cp)..................................................................................10
4.6. O consentimento do ofendido (Art. 56 CP)...............................................................................10
4.7. Estado de necessidade (Art. 52º CP).........................................................................................10
4.8. Requisitos do direito de necessidade.......................................................................................11
5. Conclusão........................................................................................................................................13
6. Bibliografia......................................................................................................................................14
3
Introdução
Como vimos nas aulas todo facto típico em princípio é ilícito, ou seja, o tipo pressupõe uma
norma proibitiva e, como tal indicia a existência da ilicitude, quanto ao comportamento que
violar tal norma. Estas normas são a regra e são denominadas normas proibitivas, em
contrapartida há circunstâncias que afastam o caracter ilícito de um comportamento humano
denominadas normas permissivas, estas normas tornam lícitas determinadas condutas
humanas tipificadas em leis incriminadoras, são essas normas que prevê as causas da
justificação do facto ou da exclusão da ilicitude, estas normas são a excepção, dai significa
que nem todos factos são ilícitos.
Pretende-se com o presente tema debater situações que a ordem jurídica pondera e por vezes
exclui a culpabilidade do agente em casos em que se verifica a intenção do agente, ou seja,
pretende- se com o presente trabalho trazer em discussão casos de condutas que são toleradas,
aceites pela ordem jurídica apesar de tipificadas, mas que, entretanto, não devem ser
consideradas criminosas. Para tal Julgamos importante trazer algumas nuances relativas a
teoria da infracção criminal, pois é com esta introdução que numa fase inicial pretendemos
estruturar o presente trabalho trazendo alguns conceitos básicos, a delimitação do tema, a
problematização a justificativa.
4
CAPÍTULO I
1.3. Problematização
5
1.4 Justificativa
Pretendemos trazer com o presente trabalho uma maior reflexão em relação ao tema, e deste
modo dar um singelo contributo para a Instituição no que toca ao material didático disponível
para auxiliar os estudantes de direito assim como acreditamos iremos detetar lacunas e propor
melhorias na doutrina.
CAPITULO II
Como nos referimos na parte introdutória do nosso trabalho achamos relevante revisitar
alguns dos aspectos tratados na teoria geral da infracção criminal para servir de ponto de
partida e de um certo modo facilitar o prezado leitor na sua interacção com o tema que nos
propomos a estudar.
2.1. Acção
Segundo o Dr. Figueiredo Dias não faz sentido autonomizar a acção da tipicidade, porque na
tipicidade, um dos elementos objectivos do tipo é a conduta, a qual pode ser por acção ou por
omissão. Logo, se a acção não é dominada pela vontade, não há conduta e por conseguinte,
não havendo conduta, falta um dos elementos objectivos do tipo e consequentemente não está
preenchida a categoria analítica da tipicidade.
2.2. Tipicidade
É a descrição da conduta que preenche o ilícito criminal. É o preenchimento de um tipo de
crime.
2.3. Ilicitude
Qualidade do que é ilícito. Quando o tipo está preenchido, tanto do ponto de vista objectivo
como subjetivo, diz-se que está indiciada a Ilicitude. Quando a conduta do agente é típica, a
consequência que daí se tira é que a conduta é ilícita. O tipo indicia a ilicitude. Na ilicitude
distingue-se entre a ilicitude formal e ilicitude material
6
a) Ilicitude formal
É a contrariedade à ordem jurídica. É a violação de deveres penalmente sancionáveis.
Pode tratar-se da violação do dever de ter uma certa conduta praticando um facto ou de
violação do dever de não ter determinada conduta, através da omissão de um comportamento
devido.
b) Ilicitude material
3. Culpa
No juízo de culpabilidade é apreciada a formação da vontade do agente e se ela se deveu a
uma atitude defeituosa diante do Direito.
O juízo da ilicitude do facto deve preceder o juízo da culpabilidade, pois não faz sentido falar
em culpa relativamente a factos lícitos, mas já faz sentido falar em actos ilícitos sem que haja
culpa.
O que está em causa na culpa é saber se numa dada situação concreta, do ponto de vista de
política criminal, é ou não necessário punir uma pessoa. Se, num caso concreto, os fins de
prevenção – geral ou especial - exigirem que uma pessoa seja punida, pode dizer-se que ela
tem culpa.
7
Nas Causas da justificação do facto e exclusão da ilicitude que consequentemente excluem a
culpa do agente iremos para o presente trabalho debruçar apenas sobre a legítima defesa e o
estado de necessidade
CAPITULO III
Não há coincidência com a legítima defesa prevista no Código Civil, pois, no Código Penal
repudia-se a ponderação de interesses, ao contrário do que acontece no Código civil;
4.2. Pressupostos
Circunstâncias de facto que revelem uma situação de legítima defesa, por outras palavras, são
os elementos extrínsecos à causa de justificação e sem a verificação dos quais não é
admissível a legítima defesa. O primeiro pressuposto refere-se na agressão actual e ilícita e o
segundo na existência de interesses juridicamente protegidos.
8
a) A titularidade desses interesses pode ser do agente que age em legítima defesa, ou de
terceiro;
b) Na legítima defesa de terceiro, a conduta legítima pode dirigir-se contra o próprio
terceiro.
Exemplo: Arrancar uma navalha do suicida para impedir que retire à própria vida.
a) Para que haja uma agressão, é necessário que haja acção, no sentido do Direito Penal,
isto é, uma acção definível como comportamento dominado ou dominável pela
vontade.
b) A agressão não tem que ser dolosa ou culposa
c) É permitida a legítima defesa em relação a uma acção negligente.
d) É permitida a legítima defesa em relação a um comportamento desculpável (acção
praticada por um louco ou por uma criança)
4.3. Requisitos
São os elementos intrínsecos à causa de justificação e sem cuja verificação o exercício da
defesa não é legítimo, embora seja possível.
9
4.4. Necessidade de defesa
a) Que o agente utilize o meio necessário de defesa que implique as consequências
menos gravosas para o agressor, de entre aqueles meios que tiver à sua disposição.
Que não seja possível recorrer à força pública;
b) A necessidade do meio não obriga a que, aquele que suporta a agressão, tenha de
fugir.
Animus defendendi
É o elemento subjectivo da legítima defesa.
Quem actuar numa situação objectiva de defesa, mas sem o elemento subjectivo, deve ser
punido por crime consumado e não se deve aplicar.
Não há legítima defesa nos casos de provocação pré-ordenada.
Aqui não há legítima defesa. Se do tiro resultou a morte do agressor, o agente será punível
pelo crime de homicídio, podendo a pena ser especialmente atenuada. Contudo, observa se a
legitima defesa, fundada no preceituado no nº 1 do artigo 53 CP.
Do preceito do nº 2 do art. 53º CP Trata-se do excesso resultante de medo, perturbação ou
susto não censuráveis, nestes casos o agente não será punido.
10
4.7. Estado de necessidade (Art. 52º CP)
Causa de exclusão da ilicitude da conduta de quem, não tendo o dever legal de arcar o perigo,
sacrifica um bem jurídico para salvar outro, próprio ou alheio, ameaçado por situação de
perigo atual ou iminente não provocado dolosamente pelo agente, cuja perda não era razoável
exigir. Ou seja não é ilícito o facto praticado como meio adequado para afastar um perigo
actual que ameace interesses juridicamente protegidos do agente ou de terceiro, quando se
verificarem os pressupostos previstos no art. 52º CP.
1. Pressupostos
a) Existência de interesses juridicamente protegidos do agente ou de terceiro;
b) Existência de um perigo actual que ameace esses interesses;
c) Que a situação de perigo não tenha sido criada pelo próprio agente;
d) Existência de uma sensível superioridade do interesse a salvaguardar,
relativamente ao interesse sacrificado.
Exemplo:
O agente está confrontado com um incêndio e a sua vida está em perigo. Para se salvar do
incêndio tem de arrombar a porta da casa do vizinho.
Nessa situação ele está a defender um bem jurídico - a vida – consideravelmente superior à
coisa alheia que é propriedade do vizinho em relação à qual comete tipicamente um crime de
dano que é justificável pelo exercício do direito de necessidade.
Requisito de adequação
11
A acção praticada no exercício do direito de necessidade só será lícita se for
adequada a afastar o perigo.
Tem de haver uma relação causal entre essa acção e o afastamento do perigo.
Que o agente deve utilizar o meio menos gravoso que tenha ao seu alcance para
repelir a situação de perigo.
Elemento subjectivo
Este elemento subjectivo tem um carácter exclusivamente intelectual, não se exige
qualquer postura volitiva do agente.
Exemplo:
Se o agente arrombar a porta do vizinho ignorando que existe um incêndio, salvará a sua
vida mas deverá ser punível por tentativa de dano e não por crime de dano consumado.
12
5. Conclusão
Podemos assim concluir que apesar de conceito do direito criminal nos transparecer
estritamente que toda aquela conduta humana susceptível de pôr em causa aqueles valores ou
bem jurídicos considerados fundamentais numa determinada sociedade não é passível de
sanção, ficou luzente que nem todos os factos tipificados são ilícitos, desse modo,
contrapondo-se com as normas proibitivas que indiciam uma ilicitude. As normas
permissivas que foram objecto do presente trabalho nomeadamente o estado de necessidade
a legítima defesa e o consentimento do ofendido são devidamente garantidas as pessoas como
forma de repelir um perigo actual e iminente.
13
6. Bibliografia
Lei nº 24/2019 de 24 de Dezembro – Codigo Penal
DIAS, Jorge de Figueiredo, Ed. L. ALMEDINA, direito Criminal I
14