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Caima Guiruta

Edmilson Abel Alfandega

Elizete Copertino

Estevao Joao Bapstista

Isidro Mariano

Osvalda Teresa Izidro Ractone

Licenciatura em Direito- 2º Ano

Causas da justificação, da exclusão da ilicitude e da culpa

Universidade Pungue

Chimoio

2023
Caima Guiruta

Edmilson Abel Alfandega

Elizete Copertino

Estevao Joao Bapstista

Isidro Mariano

Osvalda Teresa Izidro Ractone

Licenciatura em Direito- 2º Ano

Causas da justificação, da exclusão da ilicitude e da culpa

Trabalho realizado no âmbito da


cadeira de Direito penal I, curso de
Direito, 2º Ano, para fins avaliativos.

O Docente:

MA. Benedito da Costa Nobre

Universidade Pungue

Chimoio

2023
Índice
Capitulo I: Introdução..................................................................................................................3

1.2 Objectivos..................................................................................................................................4

1.2.1 Objectivo Geral.......................................................................................................................4

1.2.2 Objectivo Específicos.............................................................................................................4

1.3 Estrutura do Trabalho................................................................................................................4

1.4 Metodologia...............................................................................................................................4

Capitulo II....................................................................................................................................5

Causas de justificação. Da exclusão da ilicitude e da culpa........................................................5

2.1 O Consentimento do Ofendido...........................................................................................5

2.2 A Legitima Defesa. Requisitos...........................................................................................6

2. Estado de necessidade..............................................................................................................9

3. Circunstâncias dirimentes da responsabilidade penal............................................................11

3.1 Inimputabilidade absoluta................................................................................................12

3.2 Inimputabilidade relativa..................................................................................................12

3.3 Inimputabilidade em razão da anomalia psíquica............................................................13

Capitulo III.................................................................................................................................15

Conclusão...............................................................................................................................15

Capitulo IV.................................................................................................................................16

Referencias Bibliográficas.....................................................................................................16
Capitulo I: Introdução

No acto de qualificar o ilícito, tem-se os conceitos de tipicidade, antijuridicidade e culpabilidade.


Por conseguinte, regularizado isso, viu-se a necessidade de criar excepções, sendo elas, as
excludentes de ilicitude ou culpabilidade, a fim de salvaguardar algumas medidas tomadas por
pessoas que actuam em defesa própria ou ainda, principalmente.
O presente trabalho de curso tem como objecto de estudo os Institutos Jurídicos da excludente de
ilicitude e da culpa, mais especificamente o Instituto da legítima defesa, suas diversas fases e a
novel tese da legítima defesa antecipada, que vem ganhando espaço nos estudos doutrinários e na
prática forense.
A excludente de ilicitude, como bem prenuncia a peculiaridade de sua designação, tem o condão
de alijar o elemento ilicitude da conduta típica, não permitindo a formação da estrutura analítica
do crime e, por conseguinte, afastando as consequências que devam pesar sobre o agente. Dentre
as excludentes de ilicitude existentes, a mais antiga e mais conhecida é a Legítima Defesa, cuja
definição é preceituada pela própria lei que estabelece se encontrar em legítima defesa quem,
usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, actual ou iminente, a
direito seu ou de outrem. O fim específico deste trabalho está assentado na pesquisa do
cabimento ou não do deslocamento da temporalidade da resposta defensiva da agressão a um
momento pretérito ao da agressão injusta, tendo em vista que, dadas as circunstâncias, aguardar o
ato injusto para só então o repelir seria impraticável, quer pela desproporcionalidade da
violência, quer pela ausência de qualquer outro meio eficaz.

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1.2 Objectivos

1.2.1 Objectivo Geral


 Fazer uma busca de elementos que podem excluir a punibilidade dos factos(circustancias
dirimentes)

 Fazer uma Analise das Causas de Exclusão e Justificação de Ilicitude e da culpa

1.2.2 Objectivo Específicos

 Descrever as Causas de Exclusão e Justificação de Ilicitude


 Demonstrar as causas de exclusão da culpa

1.3 Estrutura do Trabalho


O presente trabalho está estruturado em quatro (4) capítulos, no qual o primeiro apresenta notas
introdutórias, que ajudam o leito a perceber aquilo que será abordado ao longo do
desenvolvimento do trabalho, e no segundo temos o marco teórico, no terceiro temos a conclusão
e por fim quarto capítulo onde serão apresentadas as referencias, as doutrinas usadas para a
elaboração do trabalho.

1.4 Metodologia
Para o desenvolvimento do presente trabalho, a recolha de informação ou de dados recorreu à
seguida da análise da informação para a sua harmonização e posteriormente a sua compilação.
Ou seja a recolha de informações baseou-se na utilização de informação já existente em
documentos anteriormente elaborado com o objectivo de obter dados relevante para responder as
questões de investigação do conteúdo.

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Capitulo II

Causas de justificação. Da exclusão da ilicitude e da culpa

O princípio considerado sagrado do direito penal e o da legalidade ou o chamado Nullum sine


lege. Portanto, só deve ser considerada uma infracção aquele acto que estiver descrito na lei
penal. Ao contrário se pode dizer então que todo acto que coincidir com a descrição feita pela lei
penal deve ser considerado crime.

Antes de mais devemos fazer uma destrinça entre acto típico e acto ilícito. Pois que a tipicidade
esta relacionada com o chamado numerus clausus, com a descrição legal de uma conduta,
enquanto a ilicitude esta ligada c antijuricidade de um certo acto.

Chegamos a ponto de que já sabemos que o facto típico não e igual a um facto ilícito, mas sim
um indício de ilicitude.

Todavia as causas da ilicitude, subdividem-se em dois importantes grupos: as causas da


exclusão da ilicitude e as causas da exclusão da culpa.

As causas da exclusão da ilicitude, representam o exercício de um direito que e autorizado ou


pela lei penal ou por outra constante no ordenamento jurídico, o chamado o principio da unidade
jurídica para as causas excludentes da ilicitude. A legitima defesa neste caso quem age em
legitima defesa, e que tenha o mesmo agido com participação de alguma outra pessoa, devem ser
ambos isentos de qualquer pena em virtude de os mesmos terem agido em, exercício de um
direito.

Já o segundo caso da exclusão da culpa, estas representam um facto inerente ao agente do crime
que faz dirimir a culpa, imputabilidade em virtude da idade (menor de 16 anos).

2.1 O Consentimento do Ofendido

Em Direito Penal o consentimento do ofendido e uma das causas da justificação do facto,


concretamente uma causa de exclusão da ilicitude, e importante de mais, esclarecer que não se
deve confundir o consentimento ofendido com a figura de perdão ou da desistência do

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procedimento criminal, o consentimento deve ser entendido como anterior a pratica daquele acto
que e punível, enquanto o perdão e a desistência são sempre posteriores ao facto punível.(Art.
56º do CP)

2.2 A Legitima Defesa. Requisitos

Legítima defesa é a repulsa a injusta agressão, actual ou iminente, a direito próprio ou de


outrem, usando moderadamente os meios necessários.

2.2.1 Natureza jurídica

Trata-se de causa excludente da antijuridicidade. Assim, embora seja típico o fato, não há crime
em face da ausência de ilicitude, isto e, a legitima defesa como uma das causas da exclusão da
ilicitude.(Art. 51; nº 1; al. b.)

A legítima defesa ainda pode ser definida como sendo a manifestação do direito a defesa do
cidadão quando própria e do dever de auxílio quando alheia. Portanto, em regra, e ao Estado que
incumbe assegurar a defesa dos cidadãos quando os seus direitos são postos em causa. Mas
situações há em que não e possível em tempo de evitar a agressão ilícita de recorrer as instâncias
do Estado criadas especialmente para a defesa do cidadão, dai que o mesmo Estado legitima que
nestas situações os mesmos cidadãos têm o direito de se defenderem com meios pr6prios com
vista a fazer cessar a agressão em tempo útil. Todavia, a legitima defesa contem em si alguns
requisitos, de modo a que não se possam legitimar algumas agressões propositadas.(Art. 53 do
CP)

2.2.2 Agressão

Assim em princípio, deve haver o direito de defesa quando se trata de uma agressão. A
agressão pode ser passada, actual, futura, verbal, física, eminente e de intensidade variada. Mas o
mais importante e que se deve tratar de uma agressão ilícita. Sobre a ilicitude da agressão, não se
deve equiparar a justiça da mesma, uma vez que quanta a ilicitude se deve entender que o
agressor não tenha nenhuma autorização legal para o efeito, porque no caso contrario não se
poderá falar de direito a reacção da mesma agressão, o caso de um oficial de justiça que pretende

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fazer cumprir uma ordem de captura, e fazendo das algemas para reter a possibilidade de fuga do
capturando.

2.2.3 Da ilicitude au ilegalidade da agressão

Ainda sobre a ilicitude da agressão, levantam-se algumas divergências de pensamento de alguns


autores que defendem que uma agressão para que seja susceptível de legitima defesa, e
necessário que seja ilícita. Para que seja esta considerada ilícita e necessário que recorramos aos
princípios gerais da ilicitude, no que chegaremos a conclusão que esta esta sempre ligada a
definição de crime e que por fim so podem cometer actos criminais os homens criminalmente
imputáveis. Assim concluem estes que a legítima defesa só pode ser contra a agressão de uma
pessoa imputável nos termos da lei penal. o que quer dizer que contra a agressão de animais,
menores ou dementes não podem estes ser defendidos por via da legitima defesa pelos
argumentos acima expostos mas podem contra-atacar por via do instituto do Estado de
Necessidade. Outros autores têm um entendimento diferente. Entendem estes que a lei fala de
agressão ilegal e não ilícita. E que o ilícito pode estar ligado aos princípios gerais da Teoria
Geral do Crime, enquanto o ilegal pode ter mais que ver com a concepção mais generalista e
menos técnica, dai que a lei não tenha restringido a legítima defesa somente aos humanos
imputáveis mas também as agressões perpetradas por menores inimputáveis, dementes, animais e
outras agressões. Nas, baseados no principio geral de interpretação, entendemos que onde 0
legislador não distingue, não deve então o interprete distinguir. Portanto a legitima defesa aplica-
se a defesa contra todo o tipo de agressão seja ela humana ou de qualquer outra natureza.(Art.
53; n 1; al. a.)

2.2.4 Necessidade de não provação

Uma outra querela que se levanta em relação ao facto de não ter que ser a legitima defesa
motivada por um acto anterior de provocação do defendente. Quer isto dizer: não pode o
defendente provocar ou praticar um acto de provocação de forma dolosa ou negligente para
depois poder reagir contra a agressão do provocado, alegando a legitima defesa. Em principio
não deve haver legitima defesa contra a legitima defesa uma vez que este representa a pratica de
um acto lícito e contra os actos lícitos não se pode verificar a legitima defesa, podendo qualquer

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reacção a este configurar um crime. Porem a prática dos actos correntes da vida em sociedade
não devem ser co0notados com provocação. Os empurrões numa fila de mercado informal ou o
uso de expressões verbais inconvenientes mas comummente aceitos. Assim o acto de provocação
propriamente dito desfaz a legitimidade de defesa em caso de reacção do provocado.

2.2.5 Impossibilidade do recurso a forca pública

Outro requisito que se toma em consideração na legítima defesa e a impossibilidade de recurso a


força publica em tempo útil. Não pode o defendente reagir a agressão, quando este possa recorrer
a forca pública, esquadra de polícia ou tribunais. A isto não se deve entender que o defendente se
deva acobardar as ofensas a honra e devendo sempre fugir para uma esquadra. Uma vez que a
defesa nessas circunstâncias se apresenta como o exercício de um direito, que merece para nos
dignidade constitucional, deve 0 defendente, dentro das suas reais possibilidades, to mar de si,
actos que facão cessar a agressão eminente ou em execução.

2.2.6 Impessoalidade da defesa

Deve-se ainda ter em conta que a legítima defesa pode ser própria ou alheia. A própria vai ser
aquela em que o defendente pretende se defender de uma agressão que e dirigida a si enquanto a
alheia e aquela de que se dirige ao agressor quando este pretende agredir uma terceira pessoa e
que esta terceira pessoa não consente com aquela ofensa. Este ultimo aspecto focado sobre o
consentimento é importante porquanto esta agressão e consentida, não deve haver intervenção de
terceiro na defesa sob pena de este que se pretendia ser defendente passar a ser agente de um
crime, por carência de um dos requisitos da legitima defesa que e no caso concreto a ilegalidade
da agressão.

2.2.7 O Conflito de deveres

Ainda sabre o estado de necessidade se pode dizer que pode-se falar em conflito de deveres. Este
conflito surge quando ha uma situação objectiva de igualdade de bens jurídicos sacrificáveis.
Como e o caso de alguém que tem um único medicamento e que pretende salvar a vida de dois
doentes. Tomando-se em conta que só se pode salvar a vida dos referidos doentes com um único
medicamento, portanto, não se pode dividir, o agente tem de escolher entre um e outro. Outro e o
caso de num precipício, um pai ter dois dos seus filhos pendurados por uma mão e para que se

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salve pelo menos um seja preciso sacrificar, largando-o e deixando cair ao precipício, o outro.
Neste caso, os bens jurídicos em análise são idênticos, portanto, vida.(Art. 54 do CP)

2. Estado de necessidade

Alguns autores preferem a designação de Direito de Necessidade. Esta e também uma das causas
de justificação do facto. Todavia a doutrina e muito hesitante quanto a sua qualificação de causa
excludente da culpa ou ilicitude.

O estado de necessidade é uma causa de exclusão de ilicitude, encontrasse tipificado no art. 52


do CP. Consiste em uma conduta lesiva praticada para afastar uma situação de perigo. Não é
qualquer situação de perigo que admite a conduta lesiva e não é qualquer conduta lesiva que
pode ser praticada na situação de perigo. Existindo uma situação de perigo que ameace dois bens
jurídicos, um deles terá que ser lesado para salvar o outro de maior valor.

O caso de um Homem que para apagar o fogo de uma determinada residência que se encontra em
chamas este opta por arrombar a porta da mesma residência para apagar as chamas; O caso de A
se estar a afogar e B arrancar a Mia de C que se encontra fora de perigo e ir salvar o A; O caso de
A encontrar um homem atropelado estatelado na estrada e ainda com vida e retirar as chaves da
viatura de B para conduzir o ferido ao hospital ate mesmo sem habilitações para tal. O que se
verifica nos exemplos enunciados e que ha uma ponderação de valores do agente em que este
prefere sacrificar um bem jurídico menor em benefício de um bem jurídico maior. Portanto,
numa situação normal, o acto de arrombar uma porta, arrancar uma bóia, ou retirar uma viatura
de outrem sem o seu consentimento e sem a respectiva licença de condução, constituem
infracções tipificadas na lei penal como crimes de danos, roubo, subtracção de veículos e
condução ilegal respectivamente. Porem porque o agente se encontra numa situação de ter que
evitar um mal maior pratica este um mal menor. No nosso ordenamento jurídico o estado de
necessidade esta regulado precisamente no (nº 1, al. a. do art. 51 e no art. 52) ambos do Código
Penal. O estado de necessidade deve representar um perigo justificado objectivamente. Pois que
não pode o agente praticar um acto típico para salvaguardar um mal menor ou um mero capricho.
Onde pode-se dar o exemplo de alguém que arromba uma porta para poder se esquivar da chuva

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ou que derruba lima árvore no quintal de outrem sob alegação de que a árvore lhe impedia o bom
estacionamento da viatura.

O regime jurídico-penal do estado de necessidade e regulamentado pelo artigo 52 do código


penal. Diz este dispositivo legal o seguinte: só pode verificar-se a justificação do facto nos
termos da alínea a) do número um do artigo precedente, quando concorrem os seguintes
requisitos:

a) Realidade do mal;
b) Impossibilidade de recorrer a forca pública;
c) Impossibilidade de legítima defesa;
d) Falta de outro meio menos prejudicial do que o facto praticado;
e) Probabilidade da eficácia do meio empregado.

a) Realidade do mal

A realidade do mal corresponde a situação de perigo actual e eminente de lesão a um bem


jurídico protegido do agente ou de terceiro. Tais bens podem corresponder a integridade física,
liberdade, honra ou propriedade, como exemplos.

Podem também objectos de estado de necessidade os bens da sociedade. Assim, o estado de


necessidade pressupõem um perigo para os bens jurídicos,

b) Impossibilidade de recorrer a forca publica

Este requisito e idêntico ao exigido para a legitima defesa, portanto, remetemos para o ponto
anterior sobre a matéria.

c) Impossibilidade de recorrer aos tribunais

A impossibilidade da legitima defesa quer dizer que o estado de necessidade tem um carácter
residual ou subsidiário, existindo nas situações de perigo actual e eminente em que não seja
possível exercer o direito de defesa.

d) Falta de outro meio prejudicial do que o facto praticado

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Antes de mais e preciso dizer que impõe a necessidade de compatibilizar este rewuisito
do código penal «falta de outro meio menos prejudicial do que o facto praticado» com o
do artigo 339º. do CC, de evitar «um dano manifestamente superior», pois já assinalamos
que, com a entrada em vigor do novo codogo civil, abandonou-se a teoria diferenciada,
havendo somente o estado de necessidade que afasta a ilicitude. Assim os requisitos
precisam de ser compatibilizados.

Ora em ambas as situações, trata-se de ponderação entre os interesses em jogo, isto e,


entre os bens jurídicos colocados em conflito com o estado de necessidade. Assim o
direito de necessidade, como a única alternativa de afastar o perigo eminente e actual,
deve ser objectivamente necessário e subjectivamente conduzido pela vontade de salvar o
bem jurídico em perigo, que normalmente, devera ser de valoração inferior ao bem a ser
salvo, sob pena de deslegitimar o direito de necessidade,

Desse requisito, impõem se a determinação do critério de hierarquização dos bens em


conflito, pois e este critério que servira de bitola para legitimar ou deslegitimar o estado
de necessidade. Assim, teremos:

- na situação da identidade da valoração dos bens jurídicos em conflito, por exemplo,


sacrificar vida humana para salvar outra vida humana, não há lugar ao estado de
necessidade que exclui a culpa( que e, para todos efeitos, um estado de necessidade
supralegal e agressivo.

e) Probabilidade da eficácia do meio empregado

A probabilidade da eficácia do meio empregado tem a ver com o que dissemos


anteriormente, que o meio deve ser adequado para afastar o perigo actual e iminente. A
adequação assenta num critério de valoração entre interesses em jogo, devendo prevalecer o
critério de que só podem ser sacrificados interesses com identidade axiológica superior sob
pena de ilegitimidade da acção de necessidade.

Alem das causas da exclusão da ilicitude e da culpa, existem outros elementos que impedem
a punibilidade dos factos, tais como:

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3. Circunstâncias dirimentes da responsabilidade penal

ARTIGO 47 do C.P

a) A falta de imputabilidade.

A falta de imputabilidade e um elemento das juridicidade que impede a punibilidade dos factos,
portanto, dentro dela nascem alguns elementos com o mesmo objectivo, tais como:

A inimputabilidade absoluta, a inimputabilidade relativa, assim como a inimputabilidade em


razão de anomalia psíquica, que a seguir ir-se-á discutir.

3.1 Inimputabilidade absoluta

Imputabilidade absoluta significa que não importam as circunstâncias, o indivíduo definido como
"inimputável" não poderá ser penalmente responsabilizado por seus atos na legislação
convencional, ficando sujeitos às normas estabelecidas em legislação especial.

ARTIGO 48

(Inimputabilidade absoluta)

Não são susceptíveis de imputação:

a) os menores que não tiverem completado 16 anos; e

b) os que sofrem de anomalia psíquica sem intervalos lúcidos.

3.2 Inimputabilidade relativa

Inimputabilidade relativa indica que o indivíduo pertencente a certas categorias definidas em


lei poderá ou não ser penalmente responsabilizado por seus atos, dependendo da análise

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individual de cada caso na Justiça, segundo a avaliação da capacidade do acusado, as
circunstâncias atenuantes ou agravantes, as peculiaridades do caso e as provas existentes.

ARTIGO 49

(Inimputabilidade relativa)

1. São relativamente inimputáveis:

a) os menores que, tendo mais de 16 anos e menos de 21, tiverem procedido sem
discernimento;

b) os que sofrem de anomalia psíquica que, embora tenham intervalos lúcidos, praticarem o
facto naquele estado; e

c) os que, por qualquer outro motivo independentemente da sua vontade, estiverem


acidentalmente privados do exercício das suas faculdades intelectuais no momentode
cometerem o facto punível.

3.3 Inimputabilidade em razão da anomalia psíquica

Podemos definir o conceito de anomalia psíquica como “uma perturbação da capacidade do


agente de entender o significado e o sentido dos seus atos. Como a lei renunciou à consagração
de elementos densificadores do conceito de anomalia psíquica entende-se, como tal, todas as
causas de perturbação grave do entendimento e da vontade do sujeito

Para o autor Figueiredo Dias existem três ês elementos de que depende a verificação da
inimputabilidade em razão da a anomalia psíquica, os quais já iremos definir, mas que se
consubstanciam, desde já, na existência de uma anomalia psíquica no autor (conexão
biopsicológica); na incapacidade do agente para, no momento da prática do facto avaliar a
ilicitude deste ou para se determinar de acordo com essa avaliação (conexão normativo-

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compreensiva); e por último, a anomalia ter de ser verificada no momento da prática do facto
(conexão fática/temporal).

ARTIGO 50

(Inimputabilidade em razão de anomalia psíquica)

1. É inimputável quem, por força de uma anomalia psíquica, for incapaz, no momento da prática
do facto, de avaliar a ilicitude deste ou de se determinar de acordo com essa avaliação.

2. O regime constante do número anterior é aplicável aos casos de intoxicação completa devida
ao consumo de bebidas alcoólicas, estupefacientes, substâncias psicotrópicas ou tóxicas ou
outras que produzam efeitos análogos.

3. A imputabilidade não é excluída quando a anomalia psíquica ou a situação descrita no número


anterior tiverem sido provocadas pelo agente com intenção de praticar o facto ou quando a
realização do facto tenha sido prevista ou devesse ter sido prevista pelo agente.

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Capitulo III

Conclusão

A legítima defesa tem como característica o direito de protecção individual arraigado no


conhecimento jurídico popular, Dito isso precisa estar claro que para que um ato seja entendido
como de legítima defesa precisa enquadrar-se nos seguintes requisitos: Agressão injusta, actual
ou iminente; contra direitos próprios ou de terceiros; repulsa com os meios necessários, com uso
moderado; conhecimento da ação justificante e a vontade de defender-se.
Contudo O estado de necessidade possui requisitos que precisam estar presentes para que se
caracterize o instituto. Para que haja o estado de necessidade todos os requisitos devem estar
presentes, Situação de perigo (ou situação de necessidade); conduta lesiva ou facto necessitado.”
A situação de perigo se subdivide em, “um perigo actual; ameaça a direito próprio ou alheio;
situação não causada voluntariamente pelo sujeito; inexistência de dever legal de arrostar perigo
Já a prática da conduta lesiva necessita de inevitabilidade do comportamento lesivo;
inexigibilidade de sacrifício do interesse ameaçado; conhecimento da situação de fato
justificante.

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Capitulo IV

Referencias Bibliográficas

1. Os documentos legislativos

Código Penal aprovado pela lei n. 24/2019 de 31 de Dezembro


República de Moçambique, código civil (CC), o código de 1966, aprovado como código civil
português, pelo Dec- lei nº 47344, de 25 de Dezembro de 1966 e extensivas províncias
ultramarinas pela portaria nº 22 869, de 4 de setembro de 1967.

II. Obras de natureza várias


MACIE, Albano , Direito penal I, s/ed. Escolar editora, 2018

DE SOUSA, Elisio Frank Xavier, Direito penal Mocambicano, s/ed, Escolar editora, 2012

PINTO, Margarida Correia, imputabilidade diminuída nas situações delimitadas na alínea e) do


n.º 2 do artigo 132.º do código penal e a sua compatibilidade com a aplicação exclusiva de uma
pena de prisão, lisboa, 2018.

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