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plementaridade com o Programa Nacional de Intervenção podia esperar durante o período de 2000 a 2004. Este efec-
Integrada sobre os Determinantes da Saúde Relacionados tivo ganho de saúde traduziu-se numa diminuição, em rela-
com os Estilos de Vida, o Programa Nacional de Prevenção ção ao esperado, de 3.059 episódios de internamento hos-
e Controlo das Doenças Cardiovasculares, o Programa Na- pitalar por descompensação diabética por cetoacidose sem
cional de Combate à Obesidade e a Plataforma Nacional coma e numa diminuição de custos a nível do internamento
Contra a Obesidade, visando prevenir o excesso de peso e hospitalar estimada em cerca de um milhão de euros (6).
a obesidade em todos os grupos etários da população. Estes resultados permitem inferir um impacto positivo da
O novo Programa Nacional de Prevenção e Controlo da estratégia de melhoria da acessibilidade das pessoas com
Diabetes foi objecto de aprovação Ministerial, passa a inte- diabetes aos dispositivos médicos de autovigilância e à me-
grar o Plano Nacional de Saúde e destina-se a ser aplicado lhoria dos cuidados em geral à população com diabetes.
pelos profissionais de saúde nas unidades de saúde familiar,
centros de saúde, hospitais, unidades prestadoras de cuida- OBJECTIVOS
dos continuados e serviços contratualizados.
O Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes
POPULAÇÃO COM DIABETES visa atingir os seguintes objectivos:
A partir do ano de 1999 observou-se, em Portugal, uma di- No âmbito do Programa Nacional de Prevenção e Controlo
minuição da taxa de registo de episódios de internamento da Diabetes consideram-se como complicações major da
hospitalar por diabetes com complicações não especificadas (5). diabetes (8):
Esta diminuição corresponde à data de início da disponibi- 1. Doença cardiovascular (DCV) (9);
lização dos dispositivos médicos de autovigilância e ao desen- 2. Nefropatia;
volvimento, por todo o País, de numerosas consultas de dia- 3. Neuropatia;
betes, em particular nos centros de saúde, que estão, muitas 4. Amputação;
vezes, associados à consulta da especialidade, de um sistema 5. Retinopatia.
de cuidados partilhados e de acções de formação dos profis-
sionais de saúde, com ênfase particular na educação tera- HORIZONTE TEMPORAL
pêutica do diabético.
Verificou-se, também, que o total de episódios de internamen- O Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes
to hospitalar por cetoacidose sem coma é inferior ao que se visa abranger um horizonte temporal de dez anos, após a
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sua aprovação, sem prejuízo de eventuais correcções estra- co vulneráveis da etiologia da diabetes;
tégicas que a avaliação do Plano Nacional de Saúde venha a 2. Prevenção secundária, através do diagnóstico precoce e tra-
aconselhar em 2010. tamento adequado, de acordo com o principio da equi-
dade;
POPULAÇÃO ALVO 3. Prevenção terciária, através da reabilitação e reinserção
social das pessoas com diabetes;
O Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes 4. Promoção da qualidade dos cuidados de saúde a prestar à
é dirigido à população em geral, no entanto assume-se como pessoa com diabetes;
população alvo preferencial: 5. Identificação dos obstáculos à implementação do Progra-
1. Pessoas com diabetes, com e sem complicações da doença; ma, através de uma comissão de acompanhamento que
2. Mulheres grávidas; identifique as barreiras existentes à sua gestão, nomeada-
3. População com risco acrescido de desenvolvimento de mente em matéria de acesso das pessoas com diabetes a
diabetes. cuidados de saúde adequados, de acordo com a história
natural da doença.
RISCO ACRESCIDO DE As estratégias de intervenção a desenvolver devem, ainda,
DESENVOLVIMENTO DE DIABETES assentar numa sólida infraestrutura de saúde, que garanta:
1. Profissionais de saúde com a formação necessária para res-
Consideram-se como possuidoras de risco acrescido de de- ponder às exigências da qualidade dos cuidados a prestar;
senvolvimento de diabetes as pessoas com (10): 2. Disponibilidade de tecnologias de informação, que facili-
1. Excesso de peso (IMC ≥ 25) e Obesidade (IMC ≥ 30); tem o acesso atempado a informação indispensável à ges-
2. Obesidade central ou visceral, H ≥ 94 cm e M ≥ 80 cm; tão do Programa;
3. Idade ≥ 45 anos se europeus e ≥ 35 anos se de outra 3. Resposta organizativa das chefias dos serviços prestado-
origem/região do mundo; res de cuidados de saúde.
4.Vida sedentária; O Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes
5. História familiar de diabetes, em primeiro grau; desenvolve-se de acordo com as seguintes estratégias de
6. Diabetes gestacional prévia; intervenção:
7. História de doença cardiovascular prévia: E1.
a) Doença cardíaca isquémica, doença cerebrovascular e Implementar programas de intervenção comunitária, desti-
doença arterial periférica; nados à população em geral, visando a prevenção primária
8. Hipertensão arterial; da diabetes.
9. Dislipidemia; E2.
10. Intolerância à glicose em jejum e diminuição da tolerân- Divulgar, à população em geral, informação sobre a diabetes
cia à glicose, prévias; e os seus factores de risco.
11. Consumo de fármacos que predisponha à diabetes. E3.
Identificar grupos de risco acrescido de desenvolvimento de
ESTRATÉGIAS diabetes, através de inquérito, por questionário, a ser aplica-
do pelos profissionais de saúde (11-13).
Para se obter o conhecimento epidemiológico da diabetes, E4.
a sua distribuição na população portuguesa, para ser refor- Rastrear pessoas com diabetes entre os grupos de risco
çada a capacidade organizativa dos serviços prestadores de acrescido de desenvolvimento da doença.
cuidados de saúde e serem melhorados os modelos de boas E5.
práticas na gestão da doença e para ser reduzida a incidên- Elaborar e divulgar manual de boas práticas na vigilância da
cia da diabetes e das suas complicações, o Programa Nacio- diabetes, a ser distribuído aos profissionais dos cuidados de
nal de Prevenção e Controlo da Diabetes deve ser desenvol- saúde primários, que inclua orientações técnicas sobre:
vido através da implementação, a nível nacional, regional e a) Promoção de estilos de vida saudável;
local, de estratégias de intervenção, de formação e de co- b) Realização de rastreios da diabetes entre os grupos de
lheita e análise de informação. risco acrescido de desenvolvimento e de diagnóstico da
doença;
Estratégias de Intervenção c) Seguimento das pessoas identificadas com diabetes, hiper-
glicémia intermédia (14,15) ou pertencentes aos grupos de
As estratégias de intervenção visam o reforço da capacidade risco acrescido de desenvolvimento de diabetes, identifi-
organizativa, a introdução de modelos de boas práticas na cadas pelo rastreio;
gestão da diabetes, a redução da incidência da diabetes suas d) Aconselhamento e planeamento da gravidez da mulher
complicações, estando delineadas de acordo com os seguin- com diabetes prévia;
tes princípios orientadores: e) Detecção precoce da diabetes gestacional;
1. Prevenção primária, através do combate aos factores de f) Seguimento do pós-parto das mulheres diabéticas e das
risco conhecidos, incidindo, sobretudo, nos factores de ris- que desenvolveram diabetes gestacional;
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ANEXO 1
FICHA DE AVALIAÇÃO DE RISCO DE DIABETES TIPO 2
4. Pratica, diariamente, actividade física pelo menos durante 30 minutos no trabalho ou durante o tempo
livre (incluindo actividades da vida diária)?
0 p.____ Sim
2 p. ____ Não
7. Alguma vez teve açúcar elevado no sangue (ex. num exame de saúde, durante um período de doença ou
durante a gravidez)?
0 p.____ Não
5 p.____ Sim
8.Tem algum membro de família próxima ou outros familiares a quem foi diagnosticado diabetes
(Tipo 1 ou Tipo 2)?
0 p.____ Não
3 p.____ Sim: avós, tias, tios ou primos 1º grau (excepto pais, irmãos, irmãs ou filhos)
5 p.____ Sim: Pais, irmãos, irmãs ou filhos
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ANEXO II
TABELA DE AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (I. M.C.)
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