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Psicologia Aplicada às Práticas Comunitárias e ao contexto das Políticas Públicas

Roteiro Avaliação Somativa 1

Fundamentação teórica

Neste trabalho, vocês devem fazer a fundamentação teórica geral do projeto de

intervenção, de modo a embasar como a Psicologia se insere neste campo de saberes e

práticas.

1 Introdução

Nesse tópico é preciso apresentar o trabalho, sua relação com a disciplina, importância

para formação (1 - 2 parágrafos).

2 Psicologia e Políticas Públicas

O objetivo deste tópico é subsidiar as discussões futuras sobre a realidade que vocês
encontrarão. Portanto, é importante compreender a relação entre a construção das políticas
públicas (aspectos históricos, políticos, econômicos e afins) e a Psicologia (como nos
inserimos? Ajudamos na construção? Nossas ferramentas respondem as demandas? Como
evoluímos do início das políticas públicas aos dias atuais?).

A partir dos textos disponibilizados vocês conseguem apresentar essa relação, no entanto,
caso queiram procurar mais materiais fiquem à vontade (Articular ao menos 2 textos para
reconstrução desta relação - não são fichamentos, mas deve servir de embasamento).

3 Referências

De acordo com as normas da ABNT.

OBS:

• Parâmetro: 2 a 4 páginas (sem contar as referências)

• Atividade em grupo (atentar-se ao processo de trabalho)

Boa aprendizagem!!!
1 Introdução

Ao se deparar com as demandas sociais, sempre nos questionamos o quanto


podemos contribuir para concorrer com um senso de igualdade, equidade e justiça,
mas sempre fica o questionamento, isso é realmente possível?

Tal tarefa é muito complexa, uma vez que por detrás de todo ato político,
existem ideologias, valores e pesquisas teóricas que divergem ou concorrem para
que uma demanda de um determinado nicho social, não obtenha a acessibilidade
necessária aos seus direitos e deveres (Yamamoto, 2010).

Outro ponto a ser questionado é sobre o fazer do psicólogo frente às


questões sociais, nos quais ainda permanecem sobre um viés higienista,
sintomático e totalmente pragmático. Prática que permeia a fala de uma empatia
setorizada e que permite o acolhimento apenas ao acessar a sala de seus
consultórios. Podemos incorrer no erro, ao olhar para as questões sociais, através
de uma psicologia elitista? Devemos realmente olhar para o mundo no qual nos
lançamos ao processo social a justa razão de sua própria resolutiva, ou tentarmos
entender que cada processo, necessita de um outro processo?

É possível também observar que a busca das problemáticas sociais, não


estão nesta ou naquela prática, neste ou naquele modo de fala, mas está inserido
no Roda D'Água da vida, que produz força motriz, através do deslocar da linha do
tempo que não importa a quão forte essa água a empurre, ela sempre retornará ao
mesmo lugar. Isso se deve ao fato que o eixo na qual ela se insere, não permite
alcançar novas propostas, novos fluxos. Impedindo assim o progresso (Marx, 1985).

Nossa sociedade vive processos políticos baseados no sistema do capital,


das classes e como Marx diz em seu manifesto comunista (2005), existe a
necessidade de exército de reserva, do controle das massas, da setorização e da
mecanização do indivíduo e da mais-valia. E através desse processo, muitas
demandas de lutas sociais permeiam a falibilidade das tentativas de construir algo
comum.

Dessa maneira a única forma de se construir um novo processo é vivenciar a


análise Hegeliana, da tese antítese e da síntese e afirmar que o que aprendemos
com esta disciplina, não é sobre as demandas sociais e sim sobre ver o mundo tal
como ele e expor nossa voz, para que assim não permaneçamos em um
pensamento velado em um comodismo banal e passamos a usar da negação da
negação como um novo modo de entender os papéis coletivos e individuais de
todos em meio aos processos políticos e conquistar um sincretismo fluido, na qual
permita com que a roda gire, não apenas em um sentido, mas em todos os que ela
puder e souber (Hegel, 1999).

No século XX se iniciou o surgimento de diversos serviços e práticas


públicas, com a intenção de um avanço do bem estar social e econômico para a
sociedade em geral. Essa área de estudo surge de forma acadêmica nos Estados
Unidos da América, olhando para a produção do governo em vez de uma análise de
modelo de estado e suas instituições. A chegada dessas ideias e práticas nos
países europeus aparecem já como uma prática governamental e não acadêmica,
como nos Estados Unidos, já que o desenvolvimento da área já era grande. Esse
campo teórico, como supracitado, tinha a visão na prática governamental, e diziam
que as práticas feitas por estes podem ser formuladas cientificamente e analisadas
por pesquisadores independentes. A ampliação desse cenário foi impulsionado pela
guerra fria, que gerava cada vez mais uma necessidade social que as práticas
comunitárias vinham para sanar.

Com o avanço histórico da área a busca por uma definição do que seria uma
política pública veio se expandindo. Dizer que há uma maneira de definir de forma
clara e objetiva é incorrer em erro, mas podemos compartilhar a visão de vários
autores que tentaram nos dar uma luz sobre o assunto. Mead (1995, apud Souza,
2006, p. 5) diz que ela é a análise do governo através de grandes questões
públicas, Lynn (1980, apud Souza, 2006, p. 5) como as ações do governo que
produzem efeitos específicos, Dye (1984, apud Souza, 2006, p. 5) de forma mais
direta, diz que as políticas públicas são "aquilo que o governo escolhe ou não fazer",
Laswell (1936, apud Souza, 2006, p. 5) diz que política pública é tentar responder às
questões: quem ganha o que? Por quê? E que diferença faz?

Independente das definições que buscamos, o que é comum é o


apontamento para a prática do governo e seus interesses. Assim podemos dizer
que a explicação sobre a natureza das políticas públicas e seus processos é a
busca desta área de conhecimento. Nisso podemos ver então um cenário de
atuação do psicólogo, como a prática pública deve idealmente sempre visar um bem
estar e uma necessidade social podemos dizer que a prática do psicólogo é
fundamental para o bem fazer da política pública.

Não tem denominação melhor que está para iniciar esse tópico para falar da
relação de psicologia x políticas públicas. Segundo Demo (1985), “que esse trabalho
nos mostra a perspectiva processual dos fenômenos sociais, sendo assim
impossível sua delimitação final, tratando-se "de um vir-a-ser, do processo
inacabado e inacabável, que admite sempre aperfeiçoamentos e superações".
Deste modo podemos entender que a Psicologia é um campo em movimento, no
qual, a partir de seus paradoxos e indeterminação, potencializa-se a emersão de
novos saberes e fazeres.

As políticas públicas e a psicologia vieram com o intuito de ajudar à


população que está em sofrimento mental e em condições precárias de vida. Além
disso, de dar assistência aos mais necessitados, lembrando que vivemos numa
sociedade em que infelizmente o capitalismo/condição financeira é o epicentro para
se ter uma vida com luxos e regalias. Veio também com o intuito de dar local de voz
a essa “massa” e entendermos que além de nós existe e não sei como dizer isso
sem o sentido literal da palavra, muita desgraça no dia a dia de diversas pessoas e
não temos muitas vezes noção da situação que elas vivenciam.

Concluo que é um tanto quanto limitante acharmos que podemos


correlacionar a psicologia em qualquer vertente/segmento do ramo profissional que
ela abrange, afinal, a partir do momento que tratamos do ser um humano como um
todo e buscamos justamente o entendimento do ser único e individual diante de nós,
dito isto, não existe crença, princípios ou política que nós dará o “gabarito” dessa
equação. Mas a união de ideais, psicologia com o conhecimento e empatia e as
políticas públicas com o assistência em grande escala, podemos dizer que ainda há
esperança para todos em um futuro não tão distante.
Bibliografia

HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do espírito. 4.ed. Trad. Paulo Meneses. Tomo 1.


Petrópolis: Vozes, 1999.

MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. Manifesto Comunista. Tradução de Álvaro Pina.


São Paulo: Bomtempo Editorial, 2005.

MARX, Karl. A miséria da filosofia. Trad. José Paulo Netto. São Paulo: Global, 1985.

SILVA, R. B.; CARVALHAES, F. F. DE. PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS: IMPASSES


E REINVENÇÕES. Psicologia & Sociedade, v. 28, n. 2, p. 247–256, ago. 2016.

Silva, Rafael Bianchi e Carvalhaes, Flávia Fernandes de PSICOLOGIA E


POLÍTICAS PÚBLICAS: IMPASSES E REINVENÇÕES. Psicologia & Sociedade
[online]. 2016, v. 28, n. 02 [Acessado 18 Setembro 2022] , pp. 247-256. Disponível
em: <https://doi.org/10.1590/1807-03102016v28n2p247>. ISSN 1807-0310.
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Souza, Celina Políticas públicas: uma revisão da literatura. Sociologias [online].


2006, n. 16 [Acessado 18 Setembro 2022] , pp. 20-45. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/S1517-45222006000200003>. Epub 07 Jan 2008. ISSN
1807-0337. https://doi.org/10.1590/S1517-45222006000200003.

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