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1.

Introdução:
- Rochas ornamentais: Na área de estudo pode apresentar vários
conceitos, entretanto, de forma geral, diz respeito à matéria prima de
origem geológica que quando extraída, é utilizada para fins
decorativos, como esculturas e construção civil. Além das
características significativas, como cor e brilho, a textura, a estrutura,
o padrão, a disponibilidade e o preço se mostram relevantes na sua
escolha.
- Podendo ser classificadas de acordo com suas características físico-
químicas e estéticas, normalmente se dividindo em três grandes
grupos:
1. Granitos: Denomina-se granito ornamental o conjunto de
rochas silicáticas compostas por diversos minerais. Englobando os
granitos, pegmatitos, granodioritos, dioritos, gnaisses, etc.
2. Mármores: Definição aplicada ao conjunto de rochas
constituídas de minerais carbonatos de dureza 3-4 (calcita, dolomita,
etc). Esta designação inclui os mármores propriamente ditos e outras
rochas carbonatadas.
3. Ardósias: São rochas metamórficas de grão fino que
apresentam esfoliação característica, devido à orientação planar de
seus minerais principais (por conta da clivagem ardosiana). Tendo
em sua composição mineralógica, quartzo (principalmente) e a sílica,
podendo apresentar minerais acessórios como carbonatos, óxidos,
sulfetos metálicos e minerais argilosos.

- Etapa de Beneficiamento: Após a etapa de lavra, ocorre o


beneficiamento das rochas ornamentais que se refere à transformação
de materiais brutos, extraídos de pedreiras em forma de blocos ou,
como em alguns casos em placas. Tendo em mente que após a
extração, a rocha passa por etapas de beneficiamento como, corte
esquadrejamento e polimento. E como seu objetivo, diz respeito ao
tratamento final da rocha, essa etapa irá adequar às chapas de acordo
com as especificações de dimensões e acabamento superficial que o
produto final deve apresentar. Portanto, pode ser classificado de dois
tipos:

1. Beneficiamento primário: Corresponde a etapa inicial da


transformação da rocha após a sua extração e transporte,
também conhecido como etapa de desdobragem ou serragem,
de forma geral, o beneficiamento primário corresponde à
preparação/corte de blocos em peças com espessura variável e
próxima daquelas apresentadas pelos produtos finais,
usualmente de dois ou três centímetros, na forma de chapas,
espessores (chapas grossas para arte funerária, monumentos,
etc) ou tiras.

2. Beneficiamento secundário: Corresponde a etapa final de


transformação, onde são obtidos os diversos produtos a serem
consumidos pelo setor de aplicação de rochas ornamentais nas
suas diversas modalidades.

Também conhecido como etapa de acabamento, após o


desdobramento dos blocos ocorre o processo de
beneficiamento secundário de rochas, que corresponde ao
polimento e lustro das placas, reduzindo a rugosidade da
superfície serrada, imprimindo brilho à chapa.

-Fluxograma de beneficiamento: O resíduo vindo do


beneficiamento de rochas ornamentais , quando tratado, é um
pó com umidade abaixo de 20 %, de granulação fina, inerte e
danoso à saúde.

2. Etapa de Transporte:

- Exemplo:

A produção brasileira de rochas ornamentais totaliza mais de 10 milhões de


toneladas por ano. O Espírito Santo é o principal produtor, com mais de
50% de participação. É em solo capixaba que se encontra grande parte das
serrarias (teares). Por conta disso, é bastante comum observar caminhões
cruzando as estradas do Estado transportando blocos ou mesmo o produto
já beneficiado em chapas. O município de Cachoeiro de Itapemirim é o
principal pólo de beneficiamento. Nele, encontram-se muitas empresas do
segmento. De acordo com dados estatísticos, 80% do granito beneficiado
no Sul do Estado, principalmente em Cachoeiro do Itapemirim, vêm do
Norte do Espírito Santo e do Sul da Bahia. O transporte a partir da extração
até a serraria; da serraria para o beneficiamento e do beneficiamento para o
porto (exportação) ou outro destino dentro do País é 100% rodoviário.
Para se ter uma idéia, estimativas apontam que existam no Estado cerca de
1,5 mil empresas do setor de rochas ornamentais e 1,2 mil teares, dos quais
90% são do tipo convencional e 10% do tipo multifio diamantado, de alta
tecnologia. Com tudo isso, o segmento gera mais de 120 mil empregos,
entre diretos e indiretos.

Muitas das vezes os caminhões enfrentam condições adversas e perigosas,


como estradas em más condições e estreitas para pegar a carga, a qual
geralmente é transportada em carretas prancha. E quando chove o perigo
aumenta. Muitas pedreiras, localizadas no Norte do Espírito Santo e no Sul
da Bahia ficam em locais ermos e de difícil acesso. Por isso este tipo de
transporte exige que o motorista seja bastante experiente e tenha cuidado
redobrado. Aliás, atualmente ele tem de fazer um curso especial sobre o
transporte de rochas ornamentais. Caso seja flagrado sem ter essa formação
especial, ele poderá ser multado e ainda terá a viagem interrompida.

Diversas empresas realizam o transporte de rochas ornamentais no Estado e


algumas delas uniram o ‘útil ao agradável’, pois além de transportar
também beneficiam o produto. É o caso da Serra Mar Granitos e
Transportes, de Cachoeiro. “Começamos como empresa de beneficiamento
do mármore e do granito. Depois de um tempo sentimos necessidade de ter
os nossos próprios caminhões para o transporte”, informou Cledimar
Geraldo Gregue, sócio gerente da empresa. A ideia de ter frota própria
ganhou força também porque Cledimar já foi carreteiro.

Hoje, o transporte de bloco de rocha tem de ser feito conforme


determinação técnica que leva em conta as medidas do bloco, utilizando
ganchos e correntes com especificações determinadas. É especificado para
o transporte conjunto mínimo de oito travas de segurança, sendo duas em
cada lateral da carroceria, duas frontais e duas traseiras. Cada trava de
segurança deve ser posicionada de forma que cada uma de suas faces
tangencie o bloco em pelo menos um ponto. As rochas menores –
chamadas enteras – devem ser transportadas em caçambas, desde que
devidamente travadas.

O transporte de rochas, inteiras ou em chapas serradas – como granito e


mármore – pode ser feito também dentro de contêineres. Além disso, todos
os equipamentos têm de passar por uma verificação da qualidade do
material para obter a certificação de segurança veicular. Essas medidas
mitigaram os incidentes envolvendo caminhões transportando blocos, tendo
em vista que antes, a carga era levada solta e às vezes se desprendia em
uma curva, ocasionando acidentes, muitas vezes fatal, vitimando o
caminhoneiro e demais usuários das estradas.

Para poder circular, os veículos são obrigados a obter um Certificado de


Segurança Veicular, após a adaptação dos dispositivos de segurança.
Segundo levantamento do Departamento de Polícia Rodoviária do Espírito
Santo, estas duas medidas, aliadas ao aumento da fiscalização, reduziram
significativamente o número de acidentes, de feridos e o número de mortes
resultantes de acidentes causados por este tipo de transporte.

- Norma Reguladora: O CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito) abriu


em abril do ano de 2022 uma resolução sobre os requisitos de segurança
para o transporte de blocos e chapas serradas de rochas ornamentais, sendo
encerrada no mês seguinte. Nele constam as seguintes informações sobre
os veículos transportadores:

CAPÍTULO III

DOS REQUISITOS DOS VEÍCULOS

Art. 5º Os veículos ou combinações de veículos para transporte de carga


(CVC) utilizados no transporte de blocos de rochas ornamentais, assim
como das chapas serradas, tanto na disposição vertical quanto na
horizontal, devem obedecer aos limites de pesos, dimensões e tolerâncias
estabelecidos pela Resoluções nº 882, de 13 de dezembro de 2021, do
CONTRAN, ou suas sucedâneas, bem como atender às configurações
permitidas pela Portaria nº 63, de 1º de abril de 2009 do DENATRAN
(departamento nacional de trânsito), ou outras que venham a substituí-las.

Parágrafo único. Não é permitido o uso de CVC com Peso Bruto Total
Combinado (PBTC) superior a 57 toneladas para o transporte de blocos de
rochas ornamentais ou chapas serradas, salvo nos casos de transporte em
contêineres, conforme estabelecido no art. 14 desta Resolução.

-Tipos de Transporte: Quanto ao tipo de transporte, como visto pela


resolução, pode ser feita de duas formas: por caminhões ou contêineres.
- Acessórios: Quanto os acessórios que auxiliam no transporte de blocos ou
chapas serradas, podem ser:

1. Garras para Placas de Pedra: São equipamentos indicado para


movimentação de placas de rochas ornamentais, brutas ou polidas.
Podendo ser utilizado no carregamento e descarregamento de
caminhões com sistema de cavaletes triangulares, armazenamento e
paginação de pátio em geral em indústrias de beneficiamento de
rochas, marmorarias e depósitos.
2. Balancins de Carga: Os balancins, também chamados travessas de
elevação ou barras de carga, consistem em uma ou mais travessas
equipadas com ganchos, ventosas ou ímanes. São dispositivos por
meio dos quais se prende uma carga a um equipamento de elevação,
como uma grua, um guindaste ou uma ponte rolante, por exemplo.
Tendo como principal vantagem assegurar que a peça não irá se
desprender da carga ou se romper.

3. Pré-corte:

- Inicialmente os blocos de rocha são submetidos a um pré-corte que pode


ser feito através da serra de disco ou através do corte com fios helicoidais
diamantados, tendo como objetivo tornar as dimensões mais homogêneas
dos blocos de rocha oriundos da pedreira, dando uma forma para que
possam ser processados pelos próximos equipamentos. Equipamento que
realiza essa operação Monofio Diamantado.

- Monofio Diamantado: é uma máquina de corte de rocha ornamental por


fio diamantado que tem como principal finalidade a preparação da matéria-
prima extraída em bruto para posteriores processamentos. Por essa mesma
razão, está preparada para processar blocos de grandes dimensões, podendo
executar serragem de chapa para polimento ou corte por disco, ou o simples
acerto de blocos para engenhos (ou teares) de lâminas ou Multifios.

Uma das principais vantagens do corte com fio diamantado, para além da
suavidade de funcionamento e baixo consumo de energia, é precisamente a
grande área útil de corte, muito superior a qualquer máquina de disco. Em
funcionamento normal são expectáveis produções na ordem dos 2,8m2/h
em granito (com vel. descida = 80cm/h) ou 7m2/h em mármore (com vel.
descida = 2m/h). Os limites máximos estarão sempre dependentes do fio
diamantado e tipo de pedra a cortar.
Nessa situação é possível posicionar vários blocos no solo, com o fio a
deslocar-se ao longo dos carris (barras de madeira que servem de guia para
deslocamento de blocos). O comprimento dos carris é variável e pode
inclusive conter uma ou mais mesas fixas (com ou sem rotação) para o
trabalho em blocos de menores dimensões.

www.directindustry.com/pt/fabricante-industrial/balancim-69712.html
Acessórios para Movimentação | Ventowag
Governo Federal - Participa + Brasil - Requisitos de segurança para o transporte de
blocos e chapas serradas de rochas ornamentais. (www.gov.br)
Como é o transporte de blocos de rocha (guiadotrc.com.br)

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