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Articulação da PEC
O relator do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI), pretende
apresentar o texto até esta terça-feira (29) para garantir que a PEC
seja aprovada até o final deste ano.
Aliados de Lula defendem três possíveis formatos para o texto, com
divergência sobre o período em que o programa ficaria fora do teto –
um, dois ou quatro anos:
• a proposta do PT, que libera R$ 198 bilhões do teto de gastos
por quatro anos;
• a proposta do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), elevando o
teto em R$ 80 bilhões;
• e a proposta do senador Alessandro Vieira (PSDB-SE), com um
furo no teto de R$ 70 bilhões para bancar o Bolsa Família.
“Ele [Lula] vai estar lá [em Brasília] a partir de segunda-feira. Quer
participar de várias reuniões com partidos, bancadas; quer conversar
novamente com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do
Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Vai passar em Brasília de
segunda a sexta para fazer essas conversas e também encaminhar
PEC, que é muito importante”, afirmou a presidente nacional do PT,
Gleisi Hoffmann.
Segundo o senador eleito Wellington Dias (PT-PI), designado por Lula
para tratar de pautas relacionadas ao Orçamento da União em 2023,
Lula pretende participar das tratativas ao lado do vice-presidente eleito
e coordenador da transição, Geraldo Alckmin (PSB).
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Indefinição de ministérios
Há quase duas semanas, em uma viagem a Portugal, o presidente
eleito havia indicado que começaria a estruturar a equipe ministerial
que vai chefiar o país em 2023 quando retornasse ao Brasil no último
fim de semana.
“A partir de segunda-feira, terça-feira, eu vou assumir a minha tarefa
de coordenação-geral [na transição de governo], vou tentar trabalhar a
ideia de começar a montar o governo e vou criar os grupos de
transição que faltam ser criados”, disse.
Lula, no entanto, foi surpreendido por uma cirurgia para retirada de
lesões na prega vocal esquerda. Em repouso a pedido da equipe
médica que o acompanha, Lula foi obrigado a adiar compromissos
presenciais previstos para a última semana em Brasília.
Embora afastado publicamente, as cobranças de aliados e do
mercado financeiro sobre as nomeações não esfriaram, e o desafio de
dar início à nomeação de ministros deve estar presente nas pautas ao
longo desta semana em Brasília.
A escolha dos ministros também é vista como fundamental para que
pautas de interesse do futuro governo avancem ainda neste ano no
Congresso.
Gleisi Hoffmann tem dito que o presidente não tem pressa para as
definições dos comandos de pastas, em especial do comandante da
equipe econômica. Ela segue o tom adotado por Lula durante toda a
campanha à Presidência.
“[Ele] vai fazer no momento que achar oportuno e achar correto, quer
ter bastante segurança nesse sentido. Pode ser que ele fale alguma
coisa na semana que vem ou não, não é esta a finalidade dele na ida
a Brasília”, disse a presidente do PT.
Transição ainda incompleta
Além da estrutura do futuro governo, Lula tem outro problema a ser
resolvido ainda na transição. Três grupos técnicos ainda não tiveram
membros anunciados:
• defesa;
• inteligência estratégica; e
• centro de governo.
O grupo que vai fazer o diagnóstico e iniciar o diálogo institucional do
novo governo com os militares tem recebido especial atenção.
Para aliados, as indicações são importantes para uma aproximação da
gestão Lula com as Forças Armadas, um dos principais pilares do
apoio público ao atual governo Jair Bolsonaro (PL).
Segundo Gleisi, os integrantes desses grupos de trabalho ainda
pendentes devem ser anunciados já nesta segunda.