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08 A 12 DE

JANEIRO
2024

CORRELAÇÃO
DE FORÇAS
ASSUNTOS DO PAÍS
INTRODUÇÃO
A semana tem como foco o Ato que marca um ano da tentativa de golpe à democracia
brasileira. Além disso, é destaque também a movimentação dos parlamentares,
mesmo em recesso, nos temas que tratam da desoneração da folha de pagamento e
os vetos do presidente Lula à LDO. Na economia, o foco é na avaliação dos resultados e
indicadores de 2023.

“DEMOCRACIA INABALADA”
*Foto: reproducão Google.

O ato “Democracia Inabalada”, que marcará um ano


da invasão às sedes dos Três Poderes, deve reunir cerca
de 500 convidados, entre autoridades e representantes
da sociedade civil, no Congresso Nacional. Está previsto
no Ato um momento simbólico que mostrará as obras
que foram danificadas nas invasões no dia 8. Um
deles será a entrega da tapeçaria de Burle Marx na
qual vândalos urinaram durante os ataques. A peça
já passou por restauro e, em outubro, voltou a ser
exposta no Congresso Nacional. Ainda será parte da cerimônia a restituição
de um exemplar da Constituição Federal furtada do STF pelos golpistas e
posteriormente recuperada. Além de Lula, Lira e Pacheco, também deve falar
o ministro do Supremo Alexandre de Moraes. A ideia é que, apesar de possíveis
criticas à oposição, os discursos se mantenham na linha de fortalecimento da
democracia. Oito governadores não comparecerão à cerimônia - SP, DF, AC, AL,
GO, MT, MS e PR. Os chefes do Executivo do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e
de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), ainda não definiram se vão.

DEFENSORES DOS ATOS


GOLPISTAS *Foto: reproducão Google.

A oposição ao governo do presidente Lula divulgou


um manifesto contra o ato “Democracia Inabalada”,
organizado pelo Palácio do Planalto em conjunto com
o Congresso Nacional e o STF para marcar 1 ano desde
o 8 de Janeiro. O documento é encabeçado pelo líder
da Oposição no Senado, senador Rogério Marinho (PL/
RN). No texto, os parlamentares criticam o “abuso de
poder” do STF e afirmam que “a volta à normalidade democrática não pode
mais esperar”. Assinado por 30 senadores, inclui nomes de 7 partidos: PL, PP,
Republicanos, PSDB, PSD, Podemos e União Brasil. Das 7 siglas que têm nome
na lista da oposição, 4 têm ministérios na Esplanada: PP, Republicanos, PSD e
União Brasil. No entanto, PP e Republicanos alegam que a representação dos
partidos em ministérios atende uma demanda da Câmara e não tem a ver
com as bancadas do Senado.

2023 CORRELAÇÃO DE FORÇAS


EXECUTIVO X LEGISLATIVO

*Foto: reproducão Google.


Com um Congresso mais alinhado à direita em
relação ao governo, o primeiro ano da legislatura
foi marcado por embates entre o Executivo e o
Legislativo, em meio a vitórias e derrotas das pautas
governistas. A maior bancada partidária da Câmara
dos Deputados, por exemplo, foi o PL, partido de
Bolsonaro, com 99 parlamentares, seguido pelo PT, de
Lula, com 68. O marco temporal das terras indígenas
e a desoneração da folha de pagamento foram algumas das derrotas
de Lula na esfera do Legislativo, uma vez que os vetos presidenciais às
leis foram, em sua maioria, derrubados. Por outro lado, os parlamentares
demonstraram comprometimento com a pauta econômica do Executivo.
A reforma tributária, esperada por mais de 40 anos, além de representar
uma vitória histórica do governo, também teve o carimbo de Arthur Lira (PP/
AL), presidente da Câmara, e de Rodrigo Pacheco (PSD/MG), presidente
do Senado. Outros projetos aprovados como a taxação das apostas
esportivas e dos super-ricos deram margem para o Executivo perseguir a
meta fiscal prevista. Entre os principais destaques votados em 2023, estão:
Reforma Tributária; Arcabuço Fiscal; Desoneração da Folha; Desempate
do Carf; Taxação das apostas esportivas; Valorização do salário mínimo;
Juros do rotativo e do parcelado do cartão de crédito; Lei dos Agrotóxicos;
Bolsa para estudantes de baixa renda; Igualdade salarial; Nova Lei das
Cotas; e, Dia da Consciência Negra.

DESONERAÇÃO DA FOLHA I

*Foto: reproducão Google.


Em dezembro do ano passado, o Congresso Nacional
derrubou o veto integral (VET 38/2023) do presidente
Lula ao projeto de lei (PL 334/2023) que prorroga,
por mais quatro anos, a chamada desoneração da
folha salarial. Implantada em 2012, a medida vem
sendo prorrogada, atendendo a uma demanda de 17
grandes setores da economia do país. Preocupado
com o impacto nas contas públicas, o governo de
Lula publicou uma MP com as três medidas econômicas que buscam
compensar perdas ou renúncias de arrecadação de impostos para reforçar
o caixa da União neste ano. A MP revogou a lei que renovou a prorrogação
da desoneração da folha até dezembro de 2027 e apresentou medidas
que tratam da reoneração gradual da folha de pagamentos, da limitação
das compensações tributárias decorrentes de decisões judiciais e da
retomada da tributação sobre o setor de eventos. Sem efeito imediato, as
novas regras passam a valer a partir de 1º de abril de 2024. Até essa data,
a desoneração continua em vigor. Além disso, a MP também traz a norma
que limita as compensações tributárias decorrentes de decisões judiciais.

2023 CORRELAÇÃO DE FORÇAS


DESONERAÇÃO DA FOLHA II
*Foto: reproducão Google.

Após a publicação da MP sobre a reoneração


da folha, o presidente do Senado, Rodrigo
Pacheco (PSD/MG), pretende reunir os líderes
partidários na próxima semana para debater
a medida do governo Lula. O encontro depois
deste 8 de janeiro, quando Pacheco estará de
volta à capital para o ato em memória a 1 ano
dos ataques golpistas às sedes dos Três Poderes. O presidente do
Senado também disse que vai levar em conta o “contexto de reação
política” à edição da MP, e que pedirá uma análise técnica sobre
a constitucionalidade da MP. Pacheco informou que vai analisar o
teor do texto, com a assessoria da consultoria legislativa do Senado
Federal.

VETOS À LDO

*Foto: reproducão Google.


O presidente Lula sancionou com vetos a Lei
de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024. Ele
vetou um trecho do calendário que obrigava
o empenho (reserva) dos recursos em até
30 dias após a divulgação das propostas e a
determinação de que todo o pagamento deveria
ser feito ainda no primeiro semestre de 2024,
no caso de transferências fundo a fundo – ou
seja, da União para os entes federados – para as áreas de saúde
e assistência social. Segundo o Planalto, isso dificultaria a gestão
das finanças públicas. O presidente também vetou o trecho que
determinava que todo o pagamento, no caso de transferências fundo
a fundo (da União aos entes federados) para as áreas de saúde e
assistência social, deveria ser feito ainda no primeiro semestre de
2024.

2023 CORRELAÇÃO DE FORÇAS


NOVO SALÁRIO MÍNIMO
*Foto: reproducão Google.

Desde o último dia 1º, o salário mínimo oficial


é de R$ 1.412. O valor, que será pago a partir de
fevereiro referente à folha de janeiro, é 6,97% maior
que o salário de R$ 1.320, que vigorou de maio a
dezembro de 2023. Aprovado no Orçamento Geral
da União de 2024, o valor de R$ 1.412 corresponde
à inflação pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao
Consumidor) acumulado nos 12 meses terminados em novembro, que
totalizou 3,85%, mais o crescimento de 3% do PIB em 2022. Segundo o
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(Dieese), o reajuste do salário mínimo beneficiará 59,3 milhões de
trabalhadores e resultará em um incremento da renda anual no
montante de R$ 69,9 bilhões. A entidade estima que o governo –União,
Estados e municípios– arrecadará R$ 37,7 bilhões a mais por causa do
aumento do consumo atrelado ao salário mínimo maior.

INVESTIMENTOS NO PAÍS

*Foto: reproducão Google.


De acordo com o Banco Central (BC), os
investimentos diretos no país caíram 25,3% em
12 meses até novembro em relação ao mesmo
período do ano anterior, segundo o Banco Central
(BC). O IDP – que indica a entrada do dólar no
Brasil por aquisição ou aumento do capital
social de empresas residentes e operações
intercompanhia – somou US$ 57,7 bilhões, queda
de US$ 19,4 bilhões. De acordo com o BC, o recuo é explicado pela
redução nos preços das commodities e por fatores como o risco
fiscal, que impactam na atratividade do país. Já as contas externas
registraram déficit de US$ 1,6 bilhão em novembro, menor saldo
negativo para o mês desde 2016. O montante considera exportações e
importações, serviços adquiridos por brasileiros no exterior e a renda,
como remessa de juros, lucros e dividendos do Brasil para outros
países. A diminuição no déficit foi puxada pela balança comercial, que
somou US$ 6,7 bilhões em novembro ante US$ 4,7 bilhões no mesmo
mês de 2022.

2023 CORRELAÇÃO DE FORÇAS


*Foto: reproducão Google.

SUPERÁVIT ECONÔMICO
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento,
Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o Brasil
registrou superávit recorde de US$ 98,8 bilhões
em 2023 – o maior da série histórica, que começa
em 1989. O saldo positivo superou o de 2022 em
60,6%. Naquele ano, o Brasil registrou superávit
de US$ 61,5 bilhões. O superávit ocorre quando o
valor exportado pelo Brasil supera as importações. Do contrário, se as
importações forem maiores, é registrado déficit na balança comercial.
No total, em 2023: as exportações somaram US$ 339,7 bilhões; as
importações somaram US$ 240,8 bilhões. O setor agropecuário
respondeu por 24% das exportações brasileiras, somando US$ 81,5
bilhões em 2023. Já o setor extrativista registrou participação de 23,2%
no resultado do ano, com US$ 78,8 bilhões.

CRESCIMENTO GLOBAL

*Foto: reproducão Google.


De acordo com estudo das Nações Unidas, o
crescimento econômico global deve desacelerar
de uma estimativa de 2,7% em 2023 para 2,4%
em 2024. O desempenho estará abaixo da
taxa de crescimento pré-pandemia de 3,0%. A
previsão surge após o desempenho econômico
global ter superado as expectativas em 2023. As
perspectivas de crescimento na América Latina
e no Caribe estão se deteriorando. Em 2024, a projeção é de que o
PIB regional cresça apenas 1,6%, depois de atingir um crescimento
estimado de 2,2% em 2023. Segundo a ONU, embora a inflação esteja
recuando em várias economias, o espaço fiscal limitado e o fraco
investimento continuarão a prejudicar a capacidade da região de
enfrentar os desafios sociais e a mudança climática. Apesar disso, o
relatório aponta a tendência de queda na inflação global, estimada em
5,7% em 2023 e prevista para diminuir para 3,9% em 2024. Entretanto,
pressões de preços permanecem altas em diversos países, com riscos
de aumento caso conflitos geopolíticos se intensifiquem. O relatório
ainda destaca a necessidade de cooperação internacional mais forte
para impulsionar o crescimento e promover a transição verde.

2023 CORRELAÇÃO DE FORÇAS


*Foto: reproducão Google.
DISTRIBUIÇÃO DA
RIQUEZA
Um relatório publicado pelo Ministério da Fazenda
no final do ano passado, detalhou a desigualdade
na distribuição da renda e da riqueza da população
brasileira. Pelo levantamento, 10% dos declarantes
de Imposto de Renda - dados das declarações
de 2021 e 2022 - concentram 51% da renda total
do país. Pouco mais da metade das pessoas que
declararam o imposto têm menor renda e concentram 14% do total de
ganhos. Em 2022, cerca de 38,4 milhões de contribuintes apresentaram
declaração do Imposto de Renda, o que corresponde a 35,6% da
População Economicamente Ativa (PEA) do Brasil. Em relação à riqueza,
que soma bens e direitos declarados no IR, a concentração é ainda
maior. Os 10% mais ricos concentram 58% da riqueza nacional. O estudo
sobre o IR mostra também a desigualdade de gênero na concentração
da renda. Do total das pessoas que declararam renda, apenas 37% são
mulheres e quase 63% são homens.

ENDIVIDAMENTO
FAMILIAR

*Foto: reproducão Google.


De acordo com o Banco Central (BC), o
endividamento das famílias brasileiras com o
sistema financeiro fechou o mês de outubro
em 47,6%, menor do que em setembro (47,7%).
O recorde da série histórica do BC ocorreu em
julho de 2022 (50,1%). Se forem descontadas
as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou
em 30,2% no décimo mês de 2023, mesma taxa
de setembro. Outubro foi o quarto mês de operação do programa
federal de renegociação de dívidas “Desenrola”. Na fase do programa
iniciada no dia 17 de julho foi possível renegociar dívidas bancárias de
consumidores que ganham até R$ 20 mil mensais, sem garantia do
Tesouro Nacional. Além disso, o nome de pessoas que tinham dívidas
de até R$ 100 nos bancos foi “desnegativado” automaticamente, sem
o perdão dos compromissos. A segunda fase, para quem ganha até
dois salários mínimos (R$ 2.640,00), começou no fim de setembro e tem
garantia do Tesouro. Segundo os dados do BC para o mês de outubro,
o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro
Nacional (SFN) terminou o mês em 27,2%. Em setembro, o porcentual
era de 27,3%. O recorde da série foi registrado em junho de 2023, com
28,4%. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento
da renda passou de 25,2% no nono mês do ano para 25,1% em outubro.

2023 CORRELAÇÃO DE FORÇAS


*Foto: reproducão Google.

RESOLUÇÕES DO TSE
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou a
minuta das resoluções que vão reger as eleições
municipais deste ano. Entre elas estão regras
para regulamentar o uso de inteligência artificial
e a atuação das redes sociais. O texto indica
que, na propaganda eleitoral, a utilização de
conteúdo fabricado ou manipulado, parcial ou
integralmente, por meio “de tecnologias digitais para criar, substituir,
omitir, mesclar, alterar a velocidade, ou sobrepor imagens ou sons,
incluindo tecnologias de inteligência artificial, deve ser acompanhada
de informação explícita e destacada de que o conteúdo foi fabricado
ou manipulado e qual tecnologia foi utilizada”. Partidos e candidatos
que não forem transparentes na divulgação do uso de IA podem ser
enquadrados no artigo 323 do Código Eleitoral.

SERVIDORES
DEMITIDOS

*Foto: reproducão Google.


O primeiro ano de Lula no Palácio do Planalto
terminou com 1.865 servidores do governo
federal punidos por irregularidades. Desse total,
483 foram expulsos do serviço público. De acordo
com o painel da CGU sobre a responsabilização
de agentes públicos, 50,7% das sanções
expulsivas (demissão, demissão por justa causa,
destituição do cargo) tiveram fundamento legal
ligado à corrupção. O órgão da administração federal que mais teve
servidores expulsos foi o Ministério da Educação, com 106 agentes
públicos, seguido dos ministérios da Previdência Social (78), da Justiça
e Segurança Pública (67), da Agricultura e Pecuária (41), da Fazenda
(41), das Comunicações (41), da própria CGU (39) e da Saúde (32).

2023 CORRELAÇÃO DE FORÇAS


LEGISLATIVO

TEMAS IMPORTANTES
DA SEMANA

O Congresso Nacional segue em recesso até 2 de fevereiro de 2024.


EFRAIM NETO
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