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COMITÊ DE
• GE - Tanques-rede
• GE - Reprodução e Casas Genéticas
SANIDADE DA
• GE - Viveiros Escavados e Sistemas Fechados
• GE - Revisão Bibliográfica
PEIXE BR
• GE - Diagnósticos e Estudo Epidemiológico
• GE - Protocolos e Biosseguridade
Bruno Santos, Celia Scorvo, Daniel Fuziki, Danielle Damasceno, Emerson Es-
teves, Giovanni Lemos, Hugo Roa, Iurych Bussons, Marcela Yamashita, Mábilis
Kanazawa, Marco Túlio, Marina Delphino, Maisa Selingardi, Miguel Fernandez,
Rodrigo Zanolo, Santiago Benites, Valéria M. Troice Marin e Eduardo Conte.
02
4. COMUNICAÇÃO DOS RISCOS
www.adisseo.com
Biosseguridade
2.2 na produção é cooperar para garantir a
qualidade e segurança dos nossos produtos.
AVALIAÇÃO
Vacinação e monitoramento
do plantel
Controle de
patógenos
DOS RISCOS
Limpeza e
desinfecção
TRANSPORTE EQUIPAMENTOS
DE PEIXES E VEÍCULOS Controle de tráfego de
veículos e pessoas
INSTALAÇÕES PESSOAS
E ESTRUTURAS (FUNCIONÁRIOS, VISITANTES)
Auditoria de
processos
Alevinos de
Tilápia e Tambaqui
PESSOAS
insumos, bem como outros produtores, são potenciais
carreadores de patógenos ao centro de cultivo, espe-
cialmente quando circulam entre diferentes fazendas
de criação de peixes em um curto intervalo. O risco de
introdução de patógenos acentua-se quando o visitante
percorre diferentes centros de criação, os quais muitas
vezes não adotam medidas de biosseguridade (descan-
so sanitário, por exemplo), podendo carrear patógenos
Os veículos utilizados para transporte de suprimen- a partir de vestimentas, utensílios para análise de água e
tos necessários para produção animal (ração e medi- utensílios para necropsia de peixes, entre outros fômites.
camentos, entre outros insumos) também possuem
potencial de carreamento de patógenos, uma vez que
circulam em diferentes fazendas de criação, bem como
diferentes regiões e bacias hidrográficas, podendo car-
rear patógenos entre fazendas. No entanto, o risco ine-
rente a estes veículos é menor quando comparado aos
veículos de transporte dos peixes, uma vez que estes não
entram em contato com os animais e seus resíduos.
AQUÍCOLAS
medidas são aqui categorizadas como medidas gerais de
biosseguridade, uma vez que devem ser implementadas
desde as casas genéticas e multiplicadores de forma jo-
vens, fazendas de engorda em viveiro escavado, tanques
elevados, bem como empreendimentos de tanques-re-
de instalados em grandes corpos hídricos.
Por outro lado, outras medidas de biosseguridade
são estruturadas para atender aos riscos inerentes a um
tipo específico de criação, tais como protocolos de
saúde realizados em reprodutores e matrizes. Portanto,
04
logo em sequência serão abordadas as medidas de bios-
seguridade específicas para cada sistema de produção
de peixes, considerando fazendas de produção de alevi-
nos e casas genéticas, fazendas de viveiro escavado e tan-
ques-elevados e, por fim, fazendas de tanques-rede. As
medidas gerais de biosseguridade que devem ser aplica-
das nos diferentes empreendimentos aquícolas visam,
especialmente, soluções contra as principais fontes de
introdução de patógenos para este modelo de criação
animal descritas no Item 3, como seguem:
EQUIPAMENTOS
Ações de setorização de equipes de colaboradores
dedicadas para cada fase de criação animal, bem como
seus equipamentos de uso rotineiro, compõem medi-
das importantes contra a disseminação de doenças em
um centro de criação. No entanto, em pisciculturas de
pequeno porte o uso compartilhado de funcionários e
equipamentos se fazem essenciais na rotina de produ-
ção. Dessa forma, é importante a capacitação da equipe
de colaboradores sobre as vias de transmissão de do-
enças por fômites, bem como contaminação cruzada
entre utensílios e suprimentos, além das medidas de
biosseguridade, limpeza e desinfecção, direcionadas a
mitigar os canais de contaminação e dispersão de doen-
ças nos centros de cultivo.
COLETA DE
PEIXES MORTOS E
MORIBUNDOS
Tambores destinados
ao acondicionamento
de peixes mortos
ADEQUADAS
COMPOSTAGEM AERÓBICA
Conforme Bueno et al. (2008), a compostagem é Estrutura de
um método natural e econômico de reciclagem da ma- compostagem
DOS PEIXES
alimentos vivos na criação de peixes, sendo estes ampla-
mente utilizados nas fases iniciais de criação de espécies
nativas. Estes alimentos são considerados fontes po-
tenciais de risco biológico, uma vez que podem conter
agentes de doenças importantes, como, por exemplo,
bactérias do gênero Vibrio, sendo assim, orienta-se:
PROGRAMA
fermidades, recomenda-se que, na ocorrência de epi- do em situações de eventos de mortalidades atípicos,
sódio de mortalidade atípica, o responsável técnico com maior intensidade de perdas, que estão relacio-
e/ou o profissional de saúde deve avaliar as possíveis nados a alterações bruscas das condições de criação
DE VIGILÂNCIA
causas, bem como acionar o mecanismo de coleta e e/ou ambientais, tais como:
1
EPIDEMIOLÓGICA
MUDANÇAS CLIMÁTICAS BRUSCAS: CHEGADA DE FRENTES FRIAS RIGO-
ROSAS, TEMPESTADES, INVERSÃO TÉRMICA DA COLUNA D’ÁGUA, ALTERA-
ÇÕES BRUSCAS DA QUALIDADE DA ÁGUA, TAIS COMO QUEDAS BRUSCAS DE
E NOTIFICAÇÃO DE
OXIGÊNIO DISSOLVIDO E INTOXICAÇÃO POR COMPOSTOS NITROGENADOS,
ENTRE OUTRAS ALTERAÇÕES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA.
SUSPEITAS AO SVO 2
FALHAS EM MANEJO DE ROTINA: INCLUINDO TRANSPORTE, ESTOCAGEM
DE FORMAS JOVENS, ALÉM DE MANEJO DE CLASSIFICAÇÃO, REPICAGEM DE
ANIMAIS, ALÉM DE FALHAS EM PROCEDIMENTOS DE VACINAÇÕES.
3
mento e melhor compreensão da prevalência, dinâmica
e impacto dos agentes infecciosos na produção. Esse
conhecimento permite identificar as melhores formas
OUTRAS CONDIÇÕES ADVERSAS: PROBLEMAS NO FORNECIMENTO DE ELETRI-
de prevenção e tratamento. Na produção intensiva de
CIDADE, BEM COMO PROBLEMAS MECÂNICOS COM EQUIPAMENTOS DE OXI-
peixes, por ser uma atividade em plena expansão e in- GENAÇÃO ARTIFICIAL. ALÉM DISSO, CUIDADO ESPECIAL DEVE SER ATRIBUÍDO
tensificação, a realização de diagnóstico laboratorial é AO USO EQUIVOCADO DE FÁRMACOS TERAPÊUTICOS FORA DAS ESPECIFICA-
determinante para a identificação e o monitoramento ÇÕES DE POSOLOGIA (DOSE DA MEDICAÇÃO) E PRESENÇA DE CONTAMINAN-
destas enfermidades, assim como para proporcionar TES NA ÁGUA, TAIS COMO DEFENSIVOS AGRÍCOLAS, BEM COMO DE OUTROS
massa crítica de informações para tomada de decisões PRODUTOS QUÍMICOS NÃO RECOMENDADOS PARA ATIVIDADE AQUÍCOLA.
em planos de contenção, prevenção e tratamento destas
enfermidades.
mortalidade, cujo fator causal não estiver relacionado os quais deverão, obrigatoriamente, ser notificados aos
PRIORIDADE
DIA DIA DIA DIA DIA DIA DIA DIA DIA DIA PRIORIDADE
às situações descritas acima, e que acumule taxas de órgãos sanitários responsáveis de cada estado.
TABELA 1 AÇÕES
PARÂMETROS PARA TAXA DE MORTALIDADE DIÁRIA E TAXA DE MORTALIDADE ACUMULADA EM 10 DIAS
CONSECUTIVOS NECESSÁRIOS PARA NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA AO SVO (SERVIÇO VETERINÁRIO OFICIAL)
Histórico e Registros relacionados Responsável Técnico Empreendimentos Aquícolas
MORTALIDADE
FASES DE PESO MORTALIDADE
ACUMULADA
CRIAÇÃO
g %/dia % em 10 dias POSSíVEIS CAUSAS
Comunicar o
Alevinagem 0,5 a 10 3,0 30,0
Responsável Técnico
Recria 10 a 100 2,0 20,0
Terminação > 100 1,5 15,0
Registros: hora, no protocolo,
Mudanças Climáticas bruscas chamadas de ocorrência,
fotográficos, Parametros de
Nessas condições, o responsável técnico do em- lógica e diagnóstico oficial do Ministério da Agricul- Qualidade de Água
Comunicar o Serviço
preendimento aquícola, ou o profissional de saúde, tura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), bem como
Veterinário Oficial (SVO)
bem como qualquer outro integrante da equipe de e avaliação de riscos de dispersão da condição sanitária
colaboradores deverão, obrigatoriamente, comunicar e o seu impacto naquela região, bem como a todo o
Falhas de Manejo de Rotina Monitoramento de incidentes
formalmente ao SVO, que por sua vez integra os ór- setor, seguindo as normas sanitárias vigentes. Entre
gãos estaduais de defesa animal. A partir dessa ação, é as informações necessárias que deverão fazer parte da
desencadeado o protocolo de investigação epidemio- notificação oficial, estão:
Retirada e Destinação Surto de Mortalidade
Outras Condições Adversas dos peixes mortos Atípica de Causa não
01 PROPRIEDADE ACOMETIDA: INCLUIR ENDEREÇO COMPLETO, BEM não infeciosas determinada, com altos
COMO COORDENADAS GEOGRÁFICAS QUANDO POSSÍVEL. índices de mortalidade
(tabela2)
02
ESPÉCIE ANIMAL: INFORMAR A ESPÉCIE DE PEIXE COM A QUAL
OCORREU O EPISÓDIO DE MORTALIDADE (TILÁPIA DO NILO, TAM- Necropsia e Coleta Envio de amostras
Avaliação Clinica
BAQUI, SURUBIM, ENTRE OUTRAS). de Amostras para Diagnóstico
Suspeita de Enfermidades
Infecciosas
CASAS GENÉTICAS
ORGANOGRAMA GERAL DA FAZENDA INCLUINDO DESENHO DA PLANTA, DIS-
B TRIBUIÇÃO DOS TANQUES E DEMAIS PRÉDIOS DA UNIDADE PRODUTIVA
LABORATÓRIO 2
COMPOSTAGEM ESCAVADOS ALEVINOS
QUALIDADE DA ÁGUA
Os patógenos podem entrar e/ou espalhar dentro As fontes, poços e nascentes geralmente apresen-
ou até mesmo para outras unidades produtivas por tam risco menor de patógenos em comparação com
meio de fontes de água contaminadas. Isso pode en- as fontes de água de superfície. Portanto, seu uso deve
volver fontes de água usadas para abastecer viveiros ser priorizado. Em adição, deve-se considerar o uso de
(afluentes) e efluentes, bem como fontes de água usa- telas na entrada e descarga de água utilizada para ati-
das para transporte de animais. As fontes de água de vidade aquícola, com o objetivo de evitar o escape de
uma unidade produtiva devem ser avaliadas, pois elas populações cultivadas ou introdução de populações
diferem quanto ao grau de risco para a introdução de selvagens no cultivo. Diferentes metodologias podem
patógenos. As fontes de água podem vir de nascentes, ser utilizadas para a desinfecção da água de captação
poços, rios ou lagos. As fontes de água de superfície para abastecimento das áreas produtivas, como o uso
(por exemplo, rios e lagos) apresentam maior risco e de químicos, luz ultravioleta ou ozônio, desde que de-
podem conter poluentes e patógenos, que podem pre- vidamente aprovado o seu uso pelo MAPA.
judicar os animais aquáticos. Além disso, é essencial monitorar regularmente a TABELA 2
qualidade da água em relação aos seus parâmetros físi- TABELA DE QUALIDADE DE ÁGUA RECOMENDADA COM AS VARIAÇÕES DESEJÁVEIS NO PERÍODO
co-químicos, tais como: temperatura, oxigênio dissol- REPRODUTIVO
NECESSIDADES
do aplicável, e, se necessário, remeter amostras para
diagnóstico laboratorial de acordo com a avaliação
do responsável técnico.
MÍNIMAS PARA
MATRIZES E
REPRODUTORES
A introdução dos animais deve ser realizada de forma
segura, acompanhada dos documentos de Guia de Trans-
porte Animal (GTA), da NFe, zelando pela manutenção
das condições sanitárias do empreendimento aquícola.
Da mesma forma, deve-se reservar uma área adequada
em tanques específicos isolados dos demais viveiros de
criação animal para realização de quarentena. Deve ser
estabelecido período mínimo de 15 dias de quarentena
para observação clínica, monitorando a manifestação de
quaisquer doenças, bem como ocorrência de mortalida-
de, contanto com equipe capacitada e barreiras sanitárias
adequadas. É importante salientar que os viveiros desti-
nados à realização da quarentena devem ser previamente
submetidos a vazio sanitário, limpeza e desinfecção prévia
e posteriormente o recebimento de animais.
INCUBAÇÃO
A piscicultura deve contar com infraestrutura ade- A água do processo de incubação deve ser de primeiro
quada, com sala de incubação isolada, acesso restrito uso, poço artesiano, nascente e/ou desinfetada por algum
aos colaboradores do setor e controlada para proces- método que tenha sua efetividade contra vírus e bactérias
so de incubação de ovos e larvas. Além disso, torna-se comprovada. Além disso, a equipe de colaboradores da
essencial estabelecer barreiras sanitárias nos locais de área de incubação deve ser exclusiva desse processo e não
entrada e saída do laboratório de incubação, confor- pode realizar outras tarefas fora da área estabelecida.
me descrito no Item 4.3 deste documento. A unidade Estabelecer calendário e programação de vazio
deve realizar processo obrigatório de desinfecção e sanitário das estruturas. Isso deve ser realizado ao me-
hidratação dos ovos, que devem ser realizadas confor- nos uma vez por ano, podendo ser parcializado entre
me o manual de procedimentos e recomendações do as áreas, dependendo do sistema de produção adotado
fabricante dos produtos utilizados. Com essa medida, (viveiros ou tanques). Somado à implantação do vazio
se pode estabelecer uma importante barreira sanitária sanitário, torna-se fundamental aplicar medidas de lim-
entre as matrizes e o laboratório de incubação, além peza e desinfecção das estruturas para descontaminação
de minimizar a transmissão de doenças que possuam das instalações, sendo elaborado um POP para revisão
forma de transmissão vertical. das autoridades competentes.
Considerando o número crescente de novos pató- Saúde Animal (OIE). A vigilância deve ser adaptada
genos que afetam a criação de peixes nos últimos anos, de forma a atender às características dos diferentes
é extremamente recomendável estabelecer um plano sistemas produtivos utilizados para a produção de for-
de vigilância interna com foco em matrizes, reproduto- mas jovens de tilápia e espécies nativas.
res e alevinos. Isso inclui a coleta de dados (exemplos: Além do plano de vigilância, o responsável e os
mortalidade, sinais clínicos, tratamentos, qualidade da demais funcionários da unidade produtiva devem es-
água e rastreabilidade) e análise de amostras biológicas tar cientes dos sintomas de todas as doenças infeccio-
para detecção de doenças endêmicas e emergentes, a fim sas (principalmente as virais), sendo elas endêmicas,
orientar estratégias para o seu controle e/ou erradicação. emergentes ou exóticas, para permitir ação imediata
Para maiores informações sobre frequência de sobre qualquer possível surto de doença. Em caso de
amostragem e número de análises a realizar, é importan- suspeitas de doenças de notificação compulsória, bem
te envolver o responsável técnico da unidade, que tam- como doenças emergentes, deve-se realizar a comuni-
bém poderá consultar o Código Sanitário de Animais cação ao SVO (Serviço Veterinário Oficial), confor-
Aquáticos <www.oie.int>, da Organização Mundial de me abordados no Item 4.8.
TRANSPORTE
organismos, como moluscos (mexilhão dourado) de
uma unidade à outra.
DE PEIXES
Procedimentos de limpeza e
desinfecção de caminhão (a) e
caixas de transporte (b) destinado
ao transporte de peixes
PROTOCOLO DE
Após o exame clínico, os animais deverão ser eutanasiados, preferencialmente por aprofundamento de plano
anestésico e, em seguida, necropsiados para observação das seguintes alterações:
ACÚMULO DE LÍQUIDO NA CAVIDADE CELOMÁTICA
AVALIAÇÃO SANITÁRIA
FÍGADO: HEMORRÁGICO, FÍGADO GORDUROSO, HEPATOMEGALIA E/OU
NÓDULOS ESBRANQUIÇADOS (GRANULOMAS)
DE FORMAS JOVENS
TRATO GASTROINTESTINAL: HEMORRAGIA E ACÚMULO DE LÍQUIDOS
Aliado às ações de controle sanitário que já são Recomenda-se que sejam coletados fragmentos
estabelecidas pelos fornecedores de formas jovens 1 de órgãos internos dos animais analisados, sendo uti-
descritas no Item 5.1, é proposta neste item a realiza- ISKNV lizado álcool absoluto (P.A.) como agente fixador, e
ção de triagem de saúde a cada lote de alevinos e ou (Infectious Spleen and Kidney Necrosis Virus) armazenamento pelo período de 1 (um) mês. Dessa
juvenis que serão estocados nas fazendas de tanques- forma, em caso de ocorrência de episódios de mortali-
rede. Para tanto, recomenda-se a coleta de 30 (trinta) dade após a estocagem dos animais nas gaiolas, carac-
animais para realização desta avaliação sanitária, pre- terizadas com taxa de mortalidade igual ou superior a
ferencialmente aqueles que porventura apresentem 0,4%/dia, durante cinco (5) dias consecutivos, o pro-
sinais clínicos de enfermidades de interesse – sendo 2 dutor poderá remeter as amostras de backup para o
coletados os animais ainda nos veículos de transporte FRANCISELOSE laboratório de diagnósticos, juntamente com animais
(Francisella orientalis)
antes de sua transferência para gaiolas. Dessa forma, moribundos coletados durante o episódio de mortali-
garantimos que não haverá contaminação dos animais dade, para realização de diagnóstico de patógenos de
com qualquer patógeno já estabelecido na fazenda de interesse. Nessa ocasião, ressaltamos que as amostras
tanques-rede de destino. armazenadas podem ser utilizadas unicamente para
Entre as principais enfermidades de interesse para 3 detecção molecular de patógenos, sendo inapropria-
realização dessa triagem, foram selecionados patóge- COLUMNARIOSE das para outras análises (exemplos: histopatologia e
nos que podem causar alto impacto sobre as formas (Flavobacterium columnare) cultivo bacteriano, entre outras).
jovens, como listados ao lado:
Necropsia de tilápia
para análises sanitárias
SETORIZAÇÃO DA
dade do trânsito animal. Além disso, deve-se determinar
um local com o melhor fluxo de água, bem como onde
não haja trânsito de peixes de outros setores, além de
PRODUÇÃO
baixo fluxo de embarcações e pessoas. Todos os equi-
pamentos e utensílios utilizados nessa fase devem ser
da própria unidade de produção, evitando ao máximo
o uso compartilhado de utensílios da própria piscicul-
tura, além daqueles utilizados pelo fornecedor de forma
jovem, diminuindo, assim, a possibilidade de veicula-
ção de doenças por fômites. Vale ressaltar que, como
tendência dos principais polos de criação, têm-se reali-
A organização e a disposição dos tanques-rede no ENGORDA: ÁREA DESTINADA À FASE zado mudanças no local de recepção de formas jovens,
corpo hídrico, considerando a faixa etária dos animais INTERMEDIÁRIA DA PRODUÇÃO, dando-se preferência a viveiros escavados e/ou tanques
e a predominância de correntes de água e de ventos, é COMPREENDENDO DE JUVENIS DE elevados, de forma a postergar sua introdução nos tan-
de extrema importância para minimizar a disseminação 30 A 45 GRAMAS ATÉ PEIXES COM ques-redes, alcançando maior eficiência na setorização,
de enfermidades típicas de determinada fase para outra. MÉDIA APROXIMADA DE 250 A 400 bem como promovendo melhorias sobre os cuidados Recepção e aclimatação de
GRAMAS de saúde e bem-estar animal. alevinos em piscicultura
Com isso, os centros de cultivo em tanques-rede devem
estabelecer o fluxo de estocagem de animais em gaiolas
TERMINAÇÃO: ÁREA DESTINADA
de forma a alcançar o distanciamento entre peixes em
À FASE FINAL DA PRODUÇÃO,
fase de alevinagem, recria, terminação e área de isola-
COMPREENDENDO PEIXES DE 400 A
mento. O objetivo desta ação é proporcionar maior dis- 450 GRAMAS ATÉ PEIXES COM MÉDIA
tanciamento entre categorias de animais, ao passo que APROXIMADA DE 900 GRAMAS A 1,7
a pressão sanitária de cada fase de criação não sirva de KG (PESOS DE ABATE)
fonte de contaminação para outro lote mais susceptível,
de acordo com o grupo de risco para determinada en- ÁREA DE ISOLAMENTO: SETOR
fermidade. A seguir, apresentamos a definição didática DESTINADO AOS TANQUES-REDE
de cada setor para melhor entendimento. NOS QUAIS SE ENCONTRAM PEIXES
ENFERMOS OU SOBRE VIGILÂNCIA,
COM OCORRÊNCIA DE MORTALIDADE
RECRIA: ÁREA DESTINADA À FASE ATÍPICA. SUGERIMOS QUE ESSA
MAIS JOVEM DA PRODUÇÃO, ÁREA SEJA A MAIS AFASTADA DAS
COMPREENDENDO DE ALEVINOS DE 1 DEMAIS, PARA TENTAR MINIMIZAR
A 3 GRAMAS ATÉ PEIXES COM MÉDIA A TRANSMISSÃO DE DOENÇAS PARA
APROXIMADA DE 30 A 45 GRAMAS AS DEMAIS FASES DE CRIAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DE
TERMINAÇÃO
Embora não sejam todas as pisciculturas que ado-
tem uma segunda classificação de peixes durante o ciclo
de terminação, muitas empresas realizam este manejo
em animais com peso aproximado de 250 a 400 g – pelo
fato deste manejo ser realizado em animais maiores, so-
bretudo, com maior chance de ocasionar lesões sobre
os animais e, com isso, abrir soluções de continuidade
para contaminação e infecção de agentes oportunistas.
Portanto, é recomendado que as pisciculturas utilizem
equipamentos próprios para este manejo (puçá, bolsa
de pesagem, balança e classificadoras, entre outros), evi-
tando o uso compartilhado entre outras fases de criação.
PROCEDIMENTO
capacidade de fixação de bioencrustação, bem como
possui contato direto com animais moribundos, além
de animais que porventura morreram na criação, tor-
DE LIMPEZA E
na-se imprescindível determinar uma rotina de remo-
ção, lavagem com água sobre pressão, somado ao uso
de detergentes apropriados e, por fim, uso de solução
desinfetante que promova e descontaminação ade- Lavagem e higienização de tanques-rede
MANUTENÇÃO DE
quada deste utensílio. em área separada da produção
GAIOLAS, COMEDOUROS
E BOLSÕES
A prática de higienização das gaiolas utilizadas
para criação de peixes faz parte da rotina de todas as
pisciculturas em tanques-rede. Para tanto, é impor-
tante que este procedimento seja realizado fora do
reservatório em local apropriado, de forma a evitar a
eliminação de resíduos sólidos e contaminantes para o
ambiente de criação. Contudo, para fazendas que uti-
lizam tanques-rede de grande volume, não é possível
realizar a remoção das gaiolas da água devido ao seu
grande volume. Dessa forma, é recomendado destinar
uma área mais afastada da produção, contendo estru-
turas necessárias de içamento e higienização por meio
de água sobre pressão para remoção de bioencrusta-
ção que se fixa sobre as telas.
CM
As aves, especialmente àquelas piscívoras e migra- ma, com a dificuldade na captura de peixes, naturalmen- MY
tórias, são atraídas para o ambiente de tanques-rede te as aves buscarão outros locais para obter seu alimento. CY
pela disponibilidade de peixes em criação, bem como Da mesma forma que as aves, os peixes de vida livre CMY
de ração. Além disso, esses animais podem atuar no são atraídos para a área de produção animal devido à K
carreamento de agentes infecciosos para os centros de disponibilidade de alimentos, animais e/ou ração, que
criação, além de poder ocasionar lesões nos animais porventura escapem das gaiolas. Esses animais também
devido às tentativas de capturas de peixes, estresse e até devem ser encarados como potenciais agentes de dis-
mesmo mortalidade de peixes. Como medida para mi- seminação de doenças para o ambiente de criação em
tigação da presença de aves no ambiente de criação em gaiolas. Portanto, as pisciculturas devem implementar
gaiolas, recomenda-se construir tanques-rede com altura estratégias de boas práticas de produção para assegurar
suficiente entre a tampa da gaiola até a lâmina d’água para a manutenção regular de gaiolas, comedouros e bolsões
que as aves não acessem os animais em criação. Dessa for- para mitigar o escape de ração e alevinos e ou juvenis.
CRIAÇÃO EM
de biosseguridade específicas a esse modelo de criação
animal. Ressaltamos que muitas ações direcionadas ao
controle da introdução e disseminação de patógenos
VIVEIROS ESCAVADOS
são genéricas a todos os sistemas de criação de peixes,
sendo estas abordadas no Item 4 deste documento.
E TANQUES ELEVADOS
A criação de peixes em viveiros escavados é predo-
minante entre as espécies nativas brasileiras, bem como
na criação de tilápia no sul do Brasil, além de fazer cada
vez mais parte da estratégia de setorização de fases jo-
vens para os produtores em tanques-rede, os quais vêm
migrando para um modelo misto de produção (viveiro
escavado, tanques elevados e tanques-rede). As orienta-
ções técnicas a seguir estão voltadas para sistemas con-
vencionais de produção de peixes em viveiros de terra,
além de sistemas intensivos de produção desenvolvidos
em terra (e não em tanques-rede). Para tanto, contare-
mos com as seguintes definições:
• Viveiros de terra: são estruturas construídas para
a prática da piscicultura, nas quais os viveiros são con-
feccionados em terra, a partir do trabalho de máquinas.
Os peixes são criados com a presença do solo natural e a
produtividade primária é estimulada. No caso de peixes
filtradores e onívoros, há aproveitamento do alimento
natural, além da ração, que é utilizada. Podem ser abertos
ou fechados (com recirculação e tratamento de água)
PROCEDIMENTO DE
animais para criação. raspagem (c) e a calagem (d).
LIMPEZA E MANUTENÇÃO
DE VIVEIROS
O procedimento de limpeza e desinfecção de vivei-
ros escavados deve ser ajustado de acordo com as carac-
terísticas utilizadas em cada ciclo de criação, uma vez
que viveiros que adotam altas densidades de estocagem,
necessariamente, requerem, a cada ciclo produtivo, a re-
alização de procedimentos de vazio sanitário, secagem
e remoção de sedimentos. Por outro lado, para viveiros
com baixa densidade de estocagem, aliados ao uso de
produtos biológicos biorremediadores, não se requer
tamanha frequência de remoção de sedimentos. Para to-
mada de decisão para realização desses procedimentos,
entre outros fatores produtivos, deve ser considerado o
histórico sanitário do último lote de peixes produzidos,
sendo altamente recomendado em casos de registro de
problemas sanitários.
Na Figura 7, pode-se notar a sequência de ações ado-
tadas para realização desse procedimento de limpeza e
desinfecção em viveiros escavados. Inicialmente, logo
após a despesca dos animais nota-se grande quantida-
de de lama e sedimento acumulado (Figura 7a), que a
partir da ação de raios solares alcança a secagem (Figu-
ra 7b), que por sua vez facilita o processo de raspagem
Entrada de agentes
Perímetros de acesso
Entrada de agentes
Desinfecção de veículos Entrada de agentes de clientes BUENO, P.; TAPIAS, R.; LÓPEZ, F.; DÍAZ, M. J. Optimizing composting parameters for nitrogen
Entrada de patógenos nas unidades
conservation in composting. Bioresource Technology, 99(11): 5069-5077, 2008.
Pedilúvio Entrada de agentes nas unidades
Medidas de Desinfecção ineficiente
biossegurança
estabelecidas Sinais - placas Contaminação horizontal BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CO-
Gestão de Pragas Entrada de agentes e contaminação horizontal
NAMA. Resolução n. 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos cor-
Entrada ou transmissão de agentes
Treinamento
por falta de conhecimento pos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as
Entrada de visitas Entrada do agente condições e padrões de lançamento de efluentes e dá outras providencias. Disponível em:
Entrada do visitante Contaminação horizontal de unidades
http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=459. Acesso em 12/03/2021.
Movimento de equipamentos Contaminação horizontal de unidades
Controle de
Movimento de materiais Contaminação horizontal de unidades
movimento
Limpeza de hapas/redes Contaminação horizontal de unidades BRASIL, Ministério da Pesca e Aquicultura. Manual de coleta e remessa de amostras para
Matrizes Admissão de patógenos de outras áreas geográficas
Movimento de
diagnóstico de enfermidades de animais aquáticos na Rede Nacional de Laboratórios do
Alevinos Admissão de patógenos de outras áreas geográficas
material biológico
Juvenil Admissão de patógenos de outras áreas geográficas
Ministério da Pesca e Aquicultura - RENAQUA. p. 67, 2013. Disponivel em: https://www.gov.
Vigilância Núcleo Diagnóstico precoce da doença br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-
Vigilância Núcleo Aleatória Diagnóstico precoce da doença
-saude-animal/arquivos-programas-sanitarios/ManualdeColetaRenaqua.pdf. Acesso em
Vigilância
Amostragem de produção de peixe Diagnóstico precoce da doença
12/03/2021.
Entrada ou transmissão de agentes
Treinamento
por falta de conhecimento