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INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

CAÇADOR-006/SC

ENSINO PRESENCIAL
CURSO LIVRE EM TEOLOGIA

LOURIVAL FURTADO SCHULTZ

DEPENDENCIA QUIMICA/ ESPIRITUALIDADE E RELIGIÃO COMO FATOR NA


RECUPERAÇÃO DE DEPENDENTES QUIMICOS

Caçador -SC
2022
INSTITUTO TEÓLOGICO QUADRANGULAR
006/SC

LOURIVAL FURTADO SCHULTZ

DEPENDENCIA QUIMICA/ ESPIRITUALIDADE E RELIGIÃO COMO FATOR NA


RECUPERAÇÃO DE DEPENDENTES QUIMICOS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito parcial para
conclusão do Curso Livre de Teologia,
ministrado pelo Instituto Teológico
Quadrangular, Unida Teológica Pastoral
Caçador (SC/006).

Orientadora: Prª Cristiana Correa.

CAÇADOR
2022
LOURIVAL FURTADO SCHULTZ

DEPENDENCIA QUIMICA/ ESPIRITUALIDADE E RELIGIÃO COMO FATOR NA


RECUPERAÇÃO DE DEPENDENTES QUIMICOS

Este trabalho de Conclusão de Curso foi


julgado adequado para Conclusão do
Curso livre em Teologia ministrado pelo
Instituto teológico Quadrangular, Unidade
teológica Quadrangular, Unidade teológica
Pastoral Caçador (SC/006) e aprovado em
sua forma fina com nota_______ pela
Comissão Examinadora formada pelos
professores:

__________________________
Bacharel em Teologia
Prof.ª Cristiana Correa
Examinadora

______________________________________
Bacharel em Teologia/ Especialista em
Ciências das Religiões
Prof.ª Rita Claudete Lopes de Costa
Examinadora

_____________________________________________________
Especialista em gestão do
Desenvolvimento humano e Organizacional/ Especialista em
Ciências das Religiões /Bacharel em Teologia
Prof.ª Vera de Fátima da Rosa Dias
Orientadora

Caçador, 11/11/2022
“Concedei-nos Senhor, a serenidade
necessária para aceitar as coisas que não
podemos modificar, coragem para modificar
aquelas que podemos e sabedoria para
distinguir uma das outras’’. Chaves.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela oportunidade concedida, a minha


esposa Juliana por sempre estar me motivando as minhas filhas Ana Julia e Isabely
minhas filhas amadas.
Agradeço ao meu pastor Ademar de Bairros por acreditar em mim, aos
demais pastores e professores do Instituto Teológico Quadrangular, em especial a
pastora Vera dias, pastora Noeli Neis e a pastora Cristiana Correa obrigado por todo
apoio e incentivo.
RESUMO

A Dependência química é uma realidade vivenciada nos dias atuais é uma doença
crônica, progressiva e fatal que leva a morte, causa destruição de famílias e lares e
diversos problemas sociais. Diante do problema exposto não podemos ficar omissos
a esta realidade. Profissionais juntamente com a sociedade, igreja precisa ter maior
conhecimento quanto aos paradigmas a serem quebrados a Recuperação e a
reabilitação de dependentes químicos. O Dependente químico é uma pessoa que
não pode controlar e apreciar sua própria vida como as outras pessoas, O
dependente precisa de ajuda para conseguir superar o momento mais difícil de sua
vida a recuperação de uma doença que não existe cura e pode levar o dependente a
degradação total de sua vida até mesmo a morte. Independente da religião
professada observa-se um forte impacto da religiosidade e da espiritualidade no
tratamento do dependente químico, sugerindo que o vínculo religioso facilita a
recuperação e diminui os índices de recaídas dos pacientes submetidos aos
diversos tipos de tratamento. A igreja atuante e inserida na sociedade pode
desenvolver um trabalho de excelência ajudando através do desenvolvimento
espiritual levar o dependente químico a encontrar em Cristo alivio e um lugar seguro
para conseguirem a ficar sem fazer uso das drogas e a encontrarem uma nova
forma de viver e serem pessoas amadas e respeitadas como seres humanos e filhos
de Deus.

Palavras – chaves: Dependência química, Espiritualidade, Religião, Dependentes


Químicos e Recuperação.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................9
1.1 QUESTAO DE PESQUISA.....................................................................................9

1.2 OBJETIVO GERAL.................................................................................................9

1.3 OBJETIVOS ESPECIFICOS...................................................................................9

1.4 JUSTIFICATIVA....................................................................................................10

2. REFERENCIAL TEÓRICO...............................................................................................11
2 .1 CONCEITO DE DEPENDENCIA QUIMICA.........................................................11

2.1.1 Como diagnosticar a dependência química.......................................................13

2.2 DEPENDENTE QUIMICO/ ADICTO.....................................................................13

2.2.1 Características de um dependente químico......................................................14

2.3 DROGAS...............................................................................................................16

2.3.1 Tipos de drogas..................................................................................................17

2.3.2 Vias de administração e complicações do uso da cocaína...............................18

2.4. ESPIRITUALIDADE.............................................................................................22

2.4.1 Qual a importância da espiritualidade?..............................................................22

2.4.2 Qual é a diferença entre religião e espiritualidade?..........................................23

2.4.3 Como buscar a espiritualidade?.........................................................................25

2.5 RELIGIÃO..............................................................................................................26

2.6 RECUPERAÇÃO...................................................................................................27

2.7 GRUPOS DE AUTO AJUDA.................................................................................28

2.7.1 O Que é Narcóticos Anônimos...........................................................................28

2.8 PASSOS NARCÓTICOS ANONIMOS..................................................................29

2.9 TRADIÇÕES NA...................................................................................................30

2.9.1 Como funciona o NA?........................................................................................31

2.10 QUANDO É INDICADO PARTICIPAR DOS GRUPOS DE NARCÓTICOS


ANÔNIMOS?...............................................................................................................31
2.11 QUAIS OS BENEFÍCIOS DE TER UM GRUPO DE APOIO?............................32

2.12 ALCOOLICOS ANONIMOS.........................................................................................32


2.12.1 Alcoólicos Anônimos: o que é?........................................................................32

2.12.2 Como funcionam os Alcoólicos Anônimos?.....................................................33

2.12.3 Benefício dos alcoólicos anônimos..................................................................33

3 METODOLOGIA.................................................................................................................35
4 RESULTADOS E DISCUSSOES.....................................................................................36
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES....................................................37
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS....................................................................................38
ANEXO / Testemunho pessoal............................................................................................39
9

1 INTRODUÇÃO

A dependência química é definida como uma doença a qual pode levar a


morte assim sendo tende -se a necessidade de nós enquanto igreja inseridos na
sociedade de também voltarmos nossos olhares a esta questão a qual afeta tanto o
meio familiar, social e religioso o qual o dependente químico encontra-se inserido.
Observa-se que o problema passa a influenciar a parte espiritual do
dependente químico, necessitando da intervenção religiosa na recuperação do
dependente químico, é possível utilizar-se da espiritualidade para se ter recursos
que visam objetivos terapêuticos na recuperação e reabilitação para que o indivíduo
seja inserido na sociedade e na igreja com membro ativo e participante.

1.1 QUESTAO DE PESQUISA

Quais as contribuições da igreja na prevenção e reabilitação de drogas?

1.2 OBJETIVO GERAL

Desenvolver na igreja um projeto de prevenção e reabilitação de dependentes


químicos membros da igreja e comunidade em geral.

1.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS

a) 1º Ter noções Básicas do que é drogas e dependência química.


b) como agir no Acolhimento a pessoas que estão enfrentando o problema
com as drogas e chegando na igreja.
c) levar até o dependente químico a possibilidade de encontrarem na igreja a
esperança de viver uma vida livre das drogas.
10

1.3 JUSTIFICATIVA

Como Cristãos temos a responsabilidade de amar nosso próximo e ajuda-lo


tanto na parte física como espiritual. Precisamos ter um olhar mais compreensível
sobre estas pessoas que sofrem na miséria da adicção para que não venham a
morrer sem terem encontrado uma pessoa que lhe apresentem uma alternativa
através de um grupo de auto ajuda e igreja a alcançarem um desenvolvimento
espiritual através do amor de Jesus Cristo.
O dependente precisa de ajuda para conseguirem superar o momento mais
difícil de sua vida a recuperação de uma doença que não existe cura e pode levar o
dependente a degradação total de sua vida até mesmo a morte. A igreja atuante e
inserida na sociedade pode desenvolver um trabalho de excelência ajudando
através do desenvolvimento espiritual levar o dependente químico a encontrar em
Cristo alivio e um lugar seguro para conseguirem a ficar sem fazer uso das drogas e
a encontrarem uma nova forma de viver e serem pessoas amadas e respeitadas
como seres humanos e filhos de Deus.
Vinde a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu vos
aliviarei. Tomais sobre vos o meu julgo e aprendei de mim, porque sou manso e
humilde de coração; e achareis descanso para vossa alma. Porque o meu julgo e
suave e meu fardo e leve. (MT 11:28-30).
11

2. REFERENCIAL TEÓRICO

O presente referencial teórico tem coma finalidade falar sobre a importância


de a igreja ter um programa para ajudar as pessoas e membros a serem libertos das
drogas. Para tanto estaremos dissimulando o tema na concepção de alguns
estudiosos do mesmo.

2 .1 CONCEITO DE DEPENDENCIA QUIMICA

O tema dependência química, embora seja o mais utilizado, dá margem para


uma compreensão segundo a qual determinado componente químico causa a
dependência. Isto é, a dependência química pode ser entendida como uma doença
causada pelos efeitos de uma substância. Nesse sentido, o objeto droga torna-se
responsável por causar a doença (Santiago, 2017).
Lima (2008) afirma que a droga também pode ser concebida como
“combustível e veículo, fonte de energia e móvel para a ação, voltadas para o lúdico,
para a representação de si e do grupo a que se pertence, ao mesmo tempo em que
também servem para o necessário devaneio” (p. 100).
Diante de todas as consequências que o consumo de substâncias psicoativas
pode causar, Hess et al., 2012; Sayago et al., (2014), esse modo de abordá-las nos
parece distante da realidade clínica e social. No entanto, não podemos
desconsiderar que o consumo de substâncias psicoativas tem um lugar social
vinculado à obtenção de prazer, principalmente no que diz respeito às drogas lícitas.
É conhecido que o consumo de substância psicoativa esteve presente em
toda a história da humanidade, pois “o homem sempre buscou, através dos tempos,
maneiras de aumentar o seu prazer e diminuir o seu sofrimento” (PRATTA &
SANTOS, 2009, p. 203).
No entanto, as mudanças que ocorreram na cultura, “levaram a um modo de
vida racional, materialista e normatizador” Pratta & Santos, (2009, p. 207). Diante
disso, o consumo de substâncias psicoativas pode ser lido como uma “forma de
evasão, de contestação e/ou transgressão” Pratta & Santos, (2009, p. 207). No
entanto, não há consenso quanto a isso, pois se o consumo de drogas pode ser
12

entendido como transgressão, também pode ser entendido como uma forma de
submissão à lógica corrente nos tempos hipermodernos (LIMA, 2008; LIPOVETSKY,
2004). Isto é, o dependente químico se submete a um imperativo típico dos tempos
atuais: consuma!
A dependência química é uma doença que não tem cura mais pode ser
estacionada. Através da participação do dependente químico em grupos de auto
ajuda, onde o dependente trabalha os três aspectos onde a doença mais se
manifesta psicológico, biológico e social.
Sabe-se que os seres humanos aplicam seus comportamentos na busca de
prazer. Sendo assim, qualquer movimento que lhe ofereça uma sensação de bem-
estar, de prazer ou aceitação social tende a ser repetido. Esse é o conceito de
recompensa que permeia o comportamento humano. Dessa forma, explica-se o
motivo de muitas pessoas que utilizam drogas tornarem-se dependentes, pois a
substância ingerida e sua consequente ação no sistema nervoso propiciaram ao
indivíduo sensações prazerosas, ainda que momentâneas.
A dependência química, como um grave problema de saúde pública,
necessita de atenção especial. Portanto, a área de saúde tem muito a realizar no
que diz respeito ao uso de drogas e à promoção de saúde Gelbcke & Padilha,
(2004). Assim, trabalhar essa questão na nossa realidade exige um conjunto de
ações específicas que envolvam melhorias tanto no tratamento em si, no caso da
dependência já instalada, quanto em termos de promoção e prevenção ao uso de
drogas, de acordo com o modelo biopsicossocial de saúde, o qual apresenta uma
concepção holística do ser humano.
Dentro desses parâmetros, considerando-se as características e os fatores
relacionados ao uso de drogas na atualidade, a condução de um programa
terapêutico para o indivíduo dependente exige uma avaliação individual, uma vez
que não existe um modelo que seja adequado para todos os pacientes. Atualmente,
diversos tipos de tratamento estão sendo implantados para o trabalho com a
dependência química, como por exemplo, o tratamento médico, o comportamental, o
psicoterápico, o psiquiátrico ou o da ajuda mútua. Esses tipos de tratamentos
implicam em intervenções terapêuticas específicas, a saber: desintoxicação
(considerado apenas o primeiro passo), farmacoterapia, psicoterapias (individual, em
grupo e com os familiares), terapias (ocupacional e cognitivo-comportamental), além
dos grupos de ajuda mútua (MACIEIRA, 2000).
13

2.1.1 Como diagnosticar a dependência química

O primeiro passo para tratar a dependência química é o diagnóstico, que deve


ser feito somente com um médico especialista como o psiquiatra.
Para que desta forma, esse profissional possa investigar e conhecer o que
deu origem a dependência e quais estratégias devem ser postas em prática para
lutar contra ela e saber lidar da melhor forma possível para que o adicto não volte ao
seu consumo novamente.
O diagnóstico da dependência química é feito com base na CID – 10
(Classificação Internacional de Doenças), da Organização Mundial da Saúde (OMS)
e no DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, da
Associação Americana de Psiquiatria, eles são os mais utilizados nos diagnósticos
dos transtornos por uso de substâncias psicoativas.
O diagnóstico da dependência só pode ser feito com a presença de pelo
menos três ou mais dos sintomas, sendo eles exibidos em um período de um ano,
os critérios incluem a compulsão, ou seja, desejo intenso de se consumir a droga;
dificuldade de se controlar o uso; a abstinência física, quando o indivíduo parou ou
diminuiu o uso da substância, a tolerância que é o consumo de drogas com doses
cada vez mais altas.
Além desses critérios podem ser utilizados questionários, testes sanguíneos
ou exames que revelam a exposição do indivíduo ao consumo de drogas que podem
ajudar tanto no diagnóstico como também no tratamento da doença.
Exames físicos também podem ser realizados para se detectar sinais ou
sintomas que podem colaborar na constatação. Sendo o paciente diagnosticado é
essencial que além do tratamento para a doença, a pessoa seja acompanhada por
uma equipe multidisciplinar para o auxílio, em seu processo de recuperação e
melhora por completo da sua saúde e qualidade de vida.

2.2 DEPENDENTE QUIMICO/ ADICTO

O Dependente químico é uma pessoa que não pode controlar e apreciar sua
própria vida como as outras pessoas. Vê a necessidade de se ter algo diferente e
14

acha que encontrou isto nas drogas e coloca o uso das drogas acima do bem estar
da família, esposa e filhos. Precisa ter a droga a qualquer custo o que acaba
prejudicando muitas pessoas mais principalmente a si mesmo.
Através de sua incapacidade de aceitar responsabilidades pessoais o que
parece para o dependente químico que é impossível encarra a vida como ela é a
maioria dos dependentes químicos percebe que está lentamente cometendo
suicídio, mas a doença é um inimigo traiçoeiro que tem tirado o poder de fazer
qualquer coisa. Muitos dos dependentes acabam numa prisão ou procuram ajuda
através da medicina, religião ou psiquiatra.
A doença é crônica, ela acaba gerando problemas de saúde a longo prazo,
desta forma, ela pode estar relacionada a um determinado tipo de droga ou a um
conjunto delas.
A dependência química passa a ser reconhecida como doença pela
Organização Mundial de Saúde (OMS) sendo considerada então um transtorno
psiquiátrico de acordo com a classificação internacional de doenças (CID 10).

2.2.1 Características de um dependente químico

A dependência química é uma doença que possui características que estão


envolvidas com variados fatores que são considerados complexos, como o
comportamento e o psicológico do indivíduo que são expressas de modo particular
em cada pessoa, mas que possuem muitas semelhanças entre os dependentes.
Podem ser percebidos em um dependente químico, algumas alterações em
seus comportamentos que podem indicar que ele apresenta dependência de
substâncias psicoativas.
Existem algumas características próprias do comportamento de um adicto,
que incluem: 
A Compulsão que é um aspecto físico que se refere ao desejo intenso e
necessidade de consumir a droga de maneira imediata, esse comportamento é uma
característica muito marcante nessa doença, pois a pessoa apresenta compulsão
por tudo que sente prazer.
15

A Obsessão que é um aspecto psicológico, que está relacionado a ideias e


pensamentos persistentes e repetitivos sobre o uso de drogas que podem causar
agitação no indivíduo e mal-estar.
A Onipotência onde o adicto acredita que está no controle de todas as
situações recorrentes do seu uso de drogas.
O dependente químico nega que possui ter uma doença, ele se nega a aceitar
que é dependente de drogas, quando o dependente químico admite que é impotente
e lhe falta habilidade para conduzir sua própria vida, abra-se uma porta para a
recuperação ninguém pode convencer o dependente que ele sofre de uma doença
a não ser ele mesmo.
Depressão, acontece quando ocorre alterações no cérebro do usuário devido
aos prejuízos causados pelo uso e o indivíduo começa a ter que usar doses cada
vez maiores para obter o prazer parecido com o do primeiro uso. 
A Impulsividade que também é uma característica bastante encontrada nos
dependentes, onde ele toma atitudes sem pensar ou ponderar as consequências.
Existem muitas outras características no dependente, pois elas acabam por
variar muito, estando eles interligados e assim se percebe que a dependência
química corresponde a uma doença complexa em que seus sintomas também
apresentam características psicossomáticas.
Existem alguns fatores que podem aumentar os riscos de uma pessoa se
tornar dependente químico e vir a ter problemas com drogas ou álcool. Porém, eles
não se apresentam de uma única forma em todas as pessoas, podendo sofrer
variações de acordo com a personalidade, estilo de vida, idade, determinada fase
pela qual o indivíduo está passando ou o ambiente no qual vive.
Os fatores de risco apenas podem contribuir para o surgimento da doença,
mas não significa dizer que vá causar a dependência química, pois varia de pessoa
para pessoa, onde um fator pode ser determinante para uma e para outra não gerar
nenhum tipo de problema. Os riscos se relacionam a uma diversidade de situações
que são como um obstáculo para o indivíduo, contribuindo assim para o aumento da
probabilidade do sujeito se tornar dependente. Os fatores de risco podem acabar por
gerar muitas vezes problemas com impactos significativos no aspecto neurológico,
entre outros problemas na vida da pessoa. Alguns fatores também podem ser
considerados de risco para o indivíduo como o abuso de medicamentos, doenças,
solidão, sentimento de abandono. Para que se possa analisar esses aspectos
16

devem ser considerados não só um fator, mas sim um conjunto deles pois são
complexos e se encontram de certa forma interligados, onde um pode acabar por
influenciar o outro. Além disso, também podem ser considerados como alguns dos
principais fatores de risco, as influências sociais, transtornos psiquiátricos, baixa
autoestima, ambiente familiar conflitivo e fatores hereditários. São muitos os fatores
de risco, mais entre os mais comuns se encontram a influência social pois estar em
um ambiente onde existe o hábito de se consumir substâncias psicoativas, acaba
por facilitar o seu uso, abrindo caminho para a primeira dose, geralmente acontece
por influência de pessoas muito próximas como família ou amigos que utilizam a
substância.
Os Transtornos psiquiátricos pré-existentes onde o indivíduo pode fazer uso
de substâncias psicoativas para reduzir os sintomas de transtornos psiquiátricos
como por exemplo ansiedade ou depressão.
A Baixa autoestima que está relacionada a redução dos interesses, a pessoa
não se sente bem consigo mesma, tendo uma percepção negativa sobre si mesmo,
falta de cuidados, sentimento de solidão ou vazio.
Muitas vezes no ambiente familiar há conflitos onde o dependente químico
tem um relacionamento difícil com os demais membros da família, há brigas
discussões, e entre outros casos há fatores hereditários onde os aspectos genéticos
podem ter relação com a dependência química.

2.3 DROGAS

As drogas são definidas como toda substância, natural ou não, que modifica


as funções normais de um organismo. Também são chamadas
de entorpecentes ou narcóticos. A maioria das drogas são produzidas a partir de
plantas (drogas naturais), como por exemplo a maconha, que é feita com  Cannabis
sativa, e o Ópio, proveniente da flor da Papoula. Outras são produzidas em
laboratórios (drogas sintéticas), como o Ecstasy e o LSD. A maioria
causa dependência química ou psicológica, e podem levar à morte em caso
de overdose. . Existem exames médicos que conseguem detectar a presença de
várias drogas no organismo - são chamados de Exames Toxicológicos.
17

2.3.1 Tipos de drogas

A seguir apresentaremos os tipos de drogas e ações que as mesmas


apresentam:

a) Ansiolíticos: Os ansiolíticos, também chamados tranquilizantes, são


medicamentos capazes de atuar no sistema nervoso sobre o estado de
ansiedade e a tensão, trazendo ao indivíduo uma sensação de calma
tranquilizadora. São medicamentos prescritos a pessoas que sofrem de
ansiedade ou insônia por também terem efeitos hipnóticos. Porém,
muitas pessoas utilizam os ansiolíticos de forma indiscriminada e
inadequada, sempre que pensam enfrentar uma situação que gera
ansiedade. Outro grande problema, é a mistura de ansiolíticos
benzodiazepínicos (o tipo mais comum) com bebida alcoólica, que
pode levar o indivíduo a graves problemas médicos, pois o álcool é um
depressor do sistema nervoso central e potencializa os efeitos dos
ansiolíticos. Em longo prazo, a utilização inadequada dos ansiolíticos
traz prejuízos nos processos de aprendizagem e memória do indivíduo,
e nas funções psicomotora. As intoxicações agudas por
benzodiazepínicos são encontradas com alguma frequência nas salas
de emergência. A sedação é o achado mais comum, mas pode haver
casos de desinibição comportamental, com agressividade e hostilidade.
Tal efeito é mais comum quando os benzodiazepínicos são
combinados com o álcool, mas pode aparecer em pacientes idosos ou
com lesões prévias no Sistema Nervoso Central.

b) Anticolinérgicos: Os anticolinérgicos podem ser naturais (encontrado


em algumas plantas, como saia branca, lírio, trombeta de anjo, etc.) ou
sintéticos (encontrados em medicamentos contra o Mal de Parkinson,
cólicas estomacais ou intestinais, e ainda em colírios para dilatar a
pupila), e em ambos os tipos os efeitos produzidos são os mesmos. Os
efeitos provocados pelos anticolinérgicos são os delírios e as
18

alucinações. Os sintomas e sinais após o seu uso são pupilas dilatadas


e sem reflexos, visão borrada, boca e narinas secas, dificuldade
respiratória, taquicardia, diminuição da pressão sanguínea, e
hipertermia. Quando utilizados a longo prazo, os anticolinérgicos
deixam a pessoa em um permanente estado de desinteresse e
desorientação, podendo ser explorada por outros, e ainda prejudicando
o seu desempenho acadêmico ou ocupacional.

c) Cocaína: A cocaína é uma substância capaz de estimular o sistema


nervoso central, causando aceleração do pensamento, inquietação
psicomotora, aumento do estado de alerta, inibição do apetite, perda
do medo e sensação de poder. No entanto, as sensações agradáveis
por ela proporcionada duram curto período de tempo, e após seus
efeitos, a pessoa pode ser levada a um estado de depressão,
necessitando de outras doses da droga para ter a sensação que está
saindo deste estado. A cocaína pode ser aspirada, injetada ou fumada
(sob a forma de crack). Seu uso contínuo pode levar a sérias
complicações cardiovasculares, respiratórios, gastrointestinais, perda
da capacidade sexual, entre outros. Quanto aos problemas
psicológicos causados pelo seu uso a longo prazo, estão a depressão,
ansiedade, irritabilidade, agressividade, dificuldades de concentração,
e sentimentos de perseguição (paranoia).

Quando a dependência se estabelece, o indivíduo limita os seus


comportamentos apenas para a busca e a utilização da droga, pondo de lado todas
as outras atividades. A cocaína e as anfetaminas tem um efeito específico nas vias
dopaminérgicas mesolímbica e mesocortical, e especialmente no chamado sistema
de recompensa, caracterizado pelas grandes estruturas: Segmento ventral "VTA"
(Ventral Tegment Area), Núcleo accumbens e Córtex pré frontal.

2.3.2 Vias de administração e complicações do uso da cocaína


19

As principais vias de administração da cocaína são: inalada, injetável e


fumada. Historicamente, o abuso de cocaína envolvia o comportamento de inalar a
forma em pó (sal de hidroclorito). No final da década de 80, a via injetável passou a
predominar, sendo evidência deste fato o grande número de usuários de cocaína
injetável serem pessoas infectadas pelo vírus HIV.
Na década de 90, observou-se o aumento do uso na forma fumada. Quando a
cocaína é processada na forma de uma pasta (free base ou crack) ela pode ser
fumada, sendo volatilizada à altas temperaturas sem nenhuma destruição dos
componentes. A forma fumada leva a droga ao cérebro de maneira mais rápida que
a inalada, já que a inalação requer que a cocaína passe da corrente sanguínea do
nariz, para o coração onde ela será bombeada para os órgãos do corpo, inclusive
para o cérebro. Entretanto, na forma fumada, a droga faz um atalho passando dos
pulmões diretamente para o coração e para o cérebro. Quanto mais rápido uma
droga com poder de dependência chega os cérebros, maior será a chance de ser
abusada. Se por um lado a cocaína injetável tem como complicação mais importante
a ocorrência de diversas infecções, por outro lado a via pulmonar com o crack traz
consigo outras complicações como um maior potencial de dependência e o maior
apelo à população mais jovem.
Os efeitos agudos e crônicos do uso da cocaína Um dos principais efeitos da
intoxicação aguda por cocaína é a sensação de prazer descrita muitas vezes como
euforia. Doses baixas e iniciais de estimulantes causam estimulação dopaminérgica
aguda no centro endógeno do prazer no cérebro. A sensação induzida de hiper
alerta pode ser confirmada por eletroencefalograma (EEG) e eletrocardiograma
(ECG). O EEG alterado mostra uma dessincronização generalizada das ondas
cerebrais. Os efeitos agudos podem ser descritos como:

a) Euforia que frequentemente evolui para disforia;


b) Sensação de energia aumentada;
c) Sensação de melhor funcionamento;
d) Aumento das percepções sensoriais (sexuais, auditivas, táteis e
visuais);
e) Diminuição do apetite;
f) Aumento de ansiedade e suspeição;
g) Diminuição da necessidade de sono;
20

h) Diminuição do cansaço e fadiga;


i) Aumento da auto confiança, egocentrismo;
j) Delírios de cunho persecutório;

sintomas gerais de descarga simpática (tonturas, tremor, hiporreflexia, febre,


midríase, sudorese, taquipneia, taquicardia, hipertensão). - Se pelo menos dois
destes sinais estão presentes após uma hora de uso, preenchem critérios para
intoxicação por estimulante.
Os efeitos patológicos do uso crônico da cocaína podem ser observados nas
diversas esferas: fisiológica, psicológica e social/interpessoal. Quanto aos efeitos
fisiológicos, o uso repetido de baixas doses de cocaína leva ao aumento da
sensibilidade e potencialização da atividade motora com reações exageradas ao
susto, discinesia, anormalidades posturais. Quanto aos efeitos cardiológicos
crônicos destacam-se:

a) Taquicardia,
b) Hipertensão,
c) Vaso constrição da artéria coronariana com diminuição do fluxo
sanguíneo, gerando um aumento da incidência de isquemias durante a
abstinência.
d) Arritmia,
e) Miocardite ou cardiomiopatia relacionada à catecolamina.

Entre os efeitos no SNC destacam-se:

a) Efeito no centro termo regulador podendo causar hipertermia maligna,


b) Diminuição do limiar convulsivo,
c) Vaso constrição cerebral com aumento de AIT ou AVC,
d) Cefaleia vascular migratória durante a abstinência pode ser associada
a desregulação serotoninérgica,
e) Atrofia cortical, especialmente nos lobos frontais e temporais.
f) Efeitos pulmonares: tosse crônica com secreção preta especialmente
para os usuários de estimulantes fumados, edema pulmonar,
21

pneumonia granulomatosa com hipertensão pulmonar, "pulmão de


crack" (dor toráxica, hemoptise e infiltrado alveolar difuso).
g) Efeitos nasais e na face: inflamação e atrofia da mucosa nasal, sinusite
crônica, necrose e até perfuração do septo nasal, ulceração de gengiva
devido a aplicação de cocaína oral.
h) Efeitos do uso durante a gravidez: placenta prévia, aborto espontâneo,
sofrimento fetal.

Alguns desses entorpecentes destacaremos a seguir:

a) Ecstasy: É uma substância inicialmente utilizada como moderador de apetite,


porém atualmente é extensamente usada por pessoas que frequentam festas
rave e casas noturnas, e tem a forma de um comprimido. Seus efeitos agudos
compreendem intensa hipertermia, podendo ir acima de 400 graus
centígrados (o que pode levar a desidratação), taquicardia e elevação da
pressão arterial, alucinações, aumento da atividade física e insônia. Os
efeitos causados pelo seu uso a longo prazo são hepatopatias, cardiopatias,
emagrecimento, transtornos psiquiátricos e lesão cerebral.

b) LSD: O LSD, também conhecido como "ácido", é uma substância sintética, ou


seja, produzida em laboratório, capaz de provocar grandes alterações
mentais, causando fortes efeitos alucinógenos no indivíduo. As alucinações,
em sua maioria, ocorrem na área visual ou auditiva. Estados de intensa
euforia podem ser intercalados com sentimentos de medo e tristeza, além da
presença de sentimentos persecutórios.

Os efeitos agudos do uso do LSD são pupilas dilatadas, aumento da


temperatura corporal e da pressão arterial, taquicardia, sudorese, perda de apetite,
insônia, boca seca, tremores, alteração na percepção temporo-espacial e corporal,
despersonalização, sinestesia (mistura de informações sensoriais, como "ouvir uma
cor", "ver um som"). Já os efeitos crônicos se traduzem por fadiga, tensão,
transtornos psiquiátricos se houver predisposição, "flashbacks" (fenômeno de causa
desconhecida, mas que leva o usuário a apresentar todos os sintomas psíquicos de
22

uma experiência anterior, mesmo sem ter utilizado a droga novamente),


incapacidade de perceber e avaliar situações de risco.

a) Anfetaminas: As anfetaminas são drogas estimulantes, que provocam o


aumento da atividade cerebral, apresentando efeitos inibidores da fadiga, ou
seja, a pessoa anda mais, corre mais, não tem necessidade de sono, fala
mais, come em menor quantidade, etc. Os efeitos agudos são euforia,
aumento da vigilância e da atividade motora, melhora do desempenho
atlético, taquicardia, dilatação das pupilas, aumento da pressão arterial e da
temperatura do corpo, o que pode levar a convulsões.
Os efeitos produzidos pelo uso prolongado são intensa perda de peso,
hipertensão, agressividade, irritabilidade, sentimentos persecutórios, tremores,
respiração rápida, desorganização do pensamento, e repetição compulsiva de
atividades.

2.4. ESPIRITUALIDADE

Certamente, cada pessoa tem sua própria ideia desse conceito. Em um


contexto geral, a espiritualidade pode ser definida como a busca humana por um
significado para a vida por meio de conexões intangíveis.
Espiritualidade tem a ver com propósito e sentido. É um grande ato de conexão
entre o ser humano e o divino. É a busca por um reencontro com a sua essência,
conectando-se com algo maior que si próprio.

2.4.1 Qual a importância da espiritualidade?

Muitos de nós possuem o desejo de compreender coisas que não podem ser
explicadas e a espiritualidade aponta o caminho para a descoberta dos mistérios da
vida. A espiritualidade é uma forma de buscar a tranquilidade. Praticá-la traz um
senso de perspectiva, significado e propósito para nossas vidas. Geralmente ela
encoraja o otimismo e a busca por uma existência mais alegre. Ela também ajuda na
identificação dos nossos próprios valores e na apreciação dos valores do
23

outro. Pessoas espirituais são mais altruístas, compassivas e perdoadoras porque


acreditam que estamos conectados uns aos outros por um poder maior do que todos
nós, e que essa conexão é baseada no amor e na compaixão.
2.4.2 Qual é a diferença entre religião e espiritualidade?

É muito comum a associação da espiritualidade com a religião, no entanto é


muito importante saber que elas não estão, necessariamente, ligadas.
Religião, por definição, é um conjunto pessoal ou sistema institucionalizado
de atitudes, crenças e práticas religiosas; o serviço e adoração a Deus ou ao
sobrenatural.
Já a espiritualidade, por outro lado, conota uma experiência de conexão com
algo maior do que você; viver a vida cotidiana de maneira reverente e sagrada. Ou
como a Dra. Christina Puchalski (líder na tentativa de incorporar espiritualidade à
saúde), afirma: “Espiritualidade é o aspecto da humanidade que se refere à maneira
como os indivíduos buscam e expressam significado e propósito e a maneira como
eles vivenciam sua conexão com o momento, para si mesmo, para os outros, para a
natureza e para o significativo ou sagrado." O pensamento pós-moderno abriu a
possibilidade de entender a religião e a espiritualidade como aspectos importantes
na experiência humana, uma vez que para algumas pessoas a religião é parte
integrante de suas vidas e experiências cotidianas (SAVIO e BRUSCAGIN; 2008).
Isso acontece porque a espiritualidade está inserida na cultura e no cotidiano
de muitas pessoas, pois quando se encontram em situações de risco, de perdas,
medo, doenças, estressantes ou traumáticas e de agradecimentos se voltam para
sua crença, fé, independentemente de sua religião.
Assim, a espiritualidade, pode ser considerada como uma forma de expressão
religiosa, no relacionamento com Deus em atividades solitárias, estando ligadas as
vivências do indivíduo, não necessitando necessariamente estar ligada a uma
religião ou crença específica (SOCCI, 2006). Para as pessoas que acreditam em
Deus as convicções espirituais dão aos valores um poder a mais para influenciar a
vida, uma vez que as realidades e as experiências espirituais podem tornar os
comportamentos humanos diferentes, influenciando na identidade, na ação e no
estilo de vida dos seres humanos, já que os valores religiosos podem oferecer
estrutura de referência aos comportamentos. “Os valores espirituais ajudam a
24

enraizar os valores de saúde mental em termos dos universais, e a perspectiva


espiritual torna mais fácil de estabelecer uma estrutura moral de referência, porque
vê o mundo em termos de ser carregado de valores” (SAVIO e BRUSCAGIN, 2008,
p. 24).
Com isso, percebe-se que os aspectos culturais e espirituais se inter-
relacionam e ambos contribuem para a formação dos valores e da identidade do
indivíduo. Tudo isto faz parte da história de vida de cada pessoa, que poderá
contribuir de maneira positiva ou negativa no momento de responder aos estímulos
internos e externos. Em meio a estes aspectos que estão contidos na vida do
indivíduo encontra-se também as crenças pessoas, que são as formas que se vê o
mundo e os momentos da vida. Neste sistema compreende-se ainda os valores,
convicções, atitudes, vieses e suposições que unidas formam as possíveis respostas
emocionais, de decisões e guiam as ações (SAVIO e BRUSCAGIN, 2008).
Assim, a espiritualidade influencia na forma como os indivíduos podem lidar
com as adversidades, com as experiências de dor e sofrimento, no que é visto como
um problema e perceber o significado dos sintomas, uma vez que estas influencias
surgem das heranças familiares, do sistema de crenças pessoais, rituais e da prática
da mesma (SAVIO e BRUSCAGIN, 2008).
Segundo os mesmos autores, na formação da identidade há a adoção de
valores que antecipa o senso de direção e na formação da autoimagem, integrando
assim, ideias sobre si próprio e sobre os outros.
A pratica da religiosidade pelo dependente químico pode ajudar em sua
recuperação, pois a mesma lhe orientara no comportamento do cotidiano, como por
exemplo fazendo ele pensar sobre o uso de substancias licitas e ilícitas. Também
oferece apoio social, podendo ser utilizado como suporte psicossocial, uma vez que
as pessoas se sentem pertencendo a um grupo, e isto facilitará a adesão a
programas de promoção à saúde.
As crenças religiosas fornecem apoio através do reforço da aceitação,
resistência e resiliência, gerando paz, autoconfiança, perdão a si próprio e as
demais pessoas, doação e autoimagem positiva. Em contrapartida, pode também
estar ligada a autocrítica, gerando culpa, dúvida, ansiedade e depressão. Desta
forma, a crença religiosa gera lócus de controle favorecendo a saúde física, já que
lócus de controle é uma expressão que surge a partir da teoria de aprendizagem
social e tenta entender por que as pessoas lidam de maneira diferente em relação
25

ao um mesmo problema (MOREIRA-ALMEIDA, LOTUFO NETO e KOENIG, 2006).


Com isso, percebe-se que o enfrentamento religioso pode ser positivo ou negativo. É
positivo quando ligado ao fato de envolver comportamentos e em encontrar lições
em Deus para os momentos estressantes, fazer o que lhe cabe e deixar o restante
nas mãos de Deus, busca de ajuda de membros do clero ou da igreja, busca na
religião encontrar um novo rumo para sua vida quando o antigo não é viável, e ainda
apoia e conforta espiritualmente as outras pessoas. Já o enfrentamento negativo
está nas atitudes passivas que as pessoas depositam em relação a Deus,
esperando que o mesmo controle a situação, vê o estresse como um castigo divino
ou um ato demoníaco e por isso levantam questionamento em relação ao amor de
Deus (PANZINI e BANDEIRA, 2005).
Existem pesquisas que mostram que a religiosidade e a espiritualidade estão
relacionadas à saúde física e mental, na redução do índice de suicídio, uso/abuso de
drogas e/ou álcool, na delinquência e na depressão. Da mesma forma, aumentando
o bem-estar e a longevidade dos indivíduos que dela utilizam (MOREIRA-ALMEIDA
et al., 2006; SANCHEZ e NAPOO, 2007; 2008; PANZINI, ROCHA, BANDEIRA e
FLECK, 2007; PANZINI e BANDEIRA, 2005). Com isso, percebe-se hoje que o
maior envolvimento religioso está relacionado às baixas taxas de uso e abuso de
álcool e drogas, pois Moreira-Almeida et al. (2006), constataram uma menor
prevalência de depressão, transtornos de ansiedade, comportamento antissocial,
uso de nicotina, álcool e abuso de drogas entre os religiosos ou espiritualizados.
Existem ainda, estudos realizados por Sanchez e Nappo (2008), que apontam
a religiosidade como protetora ao consumo de drogas entre as pessoas que
frequentam a igreja regularmente, que praticam os preceitos religiosos, creem na
importância a religião e que tiveram educação religiosa na infância. Assim, a
religiosidade aparece como um auxílio aumentando o otimismo, pois os praticantes
recebem suporte emocional, desenvolvendo a resiliência, diminuindo o estresse e os
níveis de ansiedade e também auxiliando na ressocialização, uma vez que se tem
uma nova rede de amigos e ocupação para o tempo livre através de trabalhos
voluntários. Bem como alguns casos onde se proporciona atendimento psicológico
individual, valorização das potencialidades individuais e apoio dos líderes religiosos
sem julgamento, o que auxilia na formação de uma nova estrutura familiar,
facilitando, assim, a recuperação e diminuindo o índice das recaídas.
26

2.4.3 Como buscar a espiritualidade?


Não existe uma fórmula ou manual que desperte sua espiritualidade. Essa é
uma questão de prática e concentração no seu propósito e pode funcionar de formas
distintas para cada pessoa.

2.5 RELIGIÃO

Definição de Religião é uma palavra em do termo "religare" - o homem estava


separado de Deus e, uma vez reconhecendo seu pecado, precisava de algo que o
ligasse novamente a Deus - que o religasse. Daí o termo religare - religião. “Jesus é
a única religião que existe, pois, através dele, de sua morte na cruz e ressurreição,
temos livre acesso a Deus” Jesus é a ponte, a ligação. É também um conjunto de
princípios, crenças e práticas de doutrinas religiosas, baseadas em livros sagrados,
que unem seus seguidores numa mesma comunidade moral, chamada Igreja. e um
fenômeno de intensa importância para a vida dos seres humanos e se manifesta
através de diferentes formas.
Por desempenhar função social indispensável, o homem sempre tem
procurado algo sobre natural que lhe transmita paz de espirito e segurança, ou
mesmo respostas para o grande enigma da sua própria existência e da criação do
universo como um todo bem como do sentido da vida terrena e após a morte.
(OLIVEIRA,2014).
A religião é um vínculo íntimo e necessário entre o mundo profano e o mundo
sagrado, no qual a experiencia religiosa, enquanto resultado da transcendência e do
transcendente, dá respostas para as diversas perguntas sobre o sentido da vida e
da existência, oferece amparo segurança para os momentos difíceis, preenche
aquele vazio gerado pela finitude da vida e garante um destino positivo no final da
caminhada do ser humano.
Pela experiencia religiosa a humanidade olha para o transcendente como
causa de sua existência, o amparo para sua contingência (limites) e para o seu
abandono, a resposta segura para as suas interrogações e a meta para onde está
caminhando. (OLIVEIRA,2014).

2.5.1 Definição de Fé
27

Fé é a coragem de acreditar (sem qualquer desconfiança), em algo que nos


foi prometido e ainda não vemos, masque esperamos, baseados na Fidelidade da
Palavra que nos foi dada. Fé nas promessas de Deus. Definição de irreligião
consiste em ignorar ou descrer radicalmente da religião e de seus dogmas, sendo
uma postura de ceticismo prático, a irreligião é uma posição de distância e desprezo
do fenômeno religioso e de suas doutrinas.
Irreligião é o afastamento da Igreja, da religião ou dos seus ensinamentos, a
indiferença enquanto a existência de Deus e o valor da religião.

2.6 RECUPERAÇÃO

Justifica-se que a dependência química e uma realidade vivenciada por


muitas pessoas, desta forma os profissionais juntamente com a sociedade precisam
ter maior conhecimento quanto a este paradigma a ser quebrado, que é a
reabilitação destes dependentes. Estudos apontam, conforme pulem et al. Apul
SANCHES e Nappo (2009) que independente da religião professada observa-se um
forte impacto da religiosidade e da espiritualidade no tratamento do dependente
químico, sugerindo que o vínculo religioso facilita a recuperação e diminui os índices
de recaídas dos pacientes submetidos aos diversos tipos de tratamento. Maiores
níveis de envolvimento religioso estão associados positivamente a indicadores de
bem estar psicológico, como satisfação com a vida, felicidade, afeto positivo e moral
elevado melhor saúde física e mental. O nível de envolvimento tende a estar
inversamente relacionado a depressão, pensamentos e comportamentos suicidas,
uso e abuso de álcool e outros tipos de drogas.
Habitualmente, o impacto positivo do envolvimento religioso na saúde mental
é mais intenso entre pessoas sob stress ou em situação de fragilidade, como idosos,
pessoas com deficiência e doenças clinicas (GARRET, 2010, p 17). Luz (2OO7,
p.05).
Ao tratar de religiosidade vivenciada no tratamento e recuperação de usuários
de drogas, afirma-se que:
28

Os resultados encontrados neste campo permitem concluir que a fé religiosa


vivenciada proporciona esperança e ânimo para as pessoas em processo
de recuperação e tratamento adquiram autonomia e confiança perante ao
inúmeros desafios a serem vencidos no qual no qual a religiosidade se
apresenta como aspecto fundamental neste contexto, pois possibilita um
novo sentido para a vida, uma nova forma de enxergar o mundo que o cerca

Nesta perspectiva de analise, Luz (2007, p.13-14) reforça a importância da


religiosidade, expressa por meio de seus atos e símbolos religiosos, no tratamento e
recuperação de drogaditos afirmando que:
Diversos estudos comprovam que o envolvimento com uma religião,
juntamente com o envolvimento da família, da prática de atividades
saudáveis, e informações concretas sobre drogas e suas consequências
para a vida de uma pessoa, constitui-se tanto fatores de proteção ao uso de
substancias químicas quanto ajudam significativamente no processo de
tratamento e recuperação de dependentes químicos, pois é crescente o
número de pesquisas que apontam a importância da religiosidade neste
processo

Dada a problemática do uso de drogas, envolvendo a interação de fatores


biopsicossociais, aspectos que vão desde a formação da personalidade do indivíduo
até as questões familiares, sociais, legais, política se econômicas, é inegável,
portanto, que os atos e símbolos religiosos auxiliam grandemente no tratamento e
na recuperação de drogaditos.

2.7 GRUPOS DE AUTO AJUDA

Narcóticos Anônimos formou-se em julho de 1953, com a primeira reunião no


sul da California. A irmandade cresceu desordena mente, mas logo se espalhou por
várias partes dos Estados Unidos. Ficou evidente desde o início a necessidade de
um livro sobre recuperação para ajudar a fortalecer a irmandade em 1962 foi
publicado o livreto branco de narcóticos anônimos, mas a irmandade tinha pouca
estrutura os anos 60 foi um período de luta. O número de membros cresceu
rapidamente por um tempo e em seguida começou a diminuir. Logo ficou claro a
necessidade de um direcionamento mais especifico. O NA demonstrou sua
maturidade em 1972 quando foi aberto em Los Angeles um escritório mundial de
serviço (Word Service Office- WSO).

2.7.1 O Que é Narcóticos Anônimos


29

Narcóticos Anônimos ou NA é uma Irmandade ou Sociedade sem fins


lucrativos, de homens e mulheres para quem as drogas se tornaram um problema
maior. Somos adictos em recuperação, que nos reunimos regularmente para
ajudarmos uns aos outros a nos mantermos limpos. Este é um programa de total
abstinência de todas as drogas e há somente um requisito para ser membro:
o desejo de parar de usar. Sugue-se que todos mantenham a mente aberta e dê a si
mesmo uma oportunidade. Nosso programa é um conjunto de princípios escritos de
uma maneira tão simples que podemos segui-los nas nossas vidas diárias. O mais
importante é que eles funcionam, não tem subterfúgios, não somos filiados a
nenhuma outra organização, não temos matrícula nem taxas, não há compromissos
escritos, nem promessas a fazer a ninguém. Não estamos ligados a nenhum grupo
político, religioso ou policial e, em nenhum momento, estamos sob vigilância. O
recém-chegado é a pessoa mais importante em qualquer reunião, porque só dando
podemos manter o que temos. Qualquer pessoa pode juntar-se a nós,
independentemente da idade, situação financeira, raça, orientação sexual, crença,
religião ou falta de religião.

2.8 PASSOS NARCÓTICOS ANONIMOS

1. Admitimos que éramos impotentes perante a nossa adicção, que tínhamos


perdido o domínio sobre as nossas vidas.
2. Viemos a acreditar que um Poder superior a nós mesmos poderia devolver-
nos à sanidade.
3. Decidimos entregar a nossa vontade e as nossas vidas aos cuidados de
Deus, na forma em que O concebíamos.
4. Fizemos um minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.
5. Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano a
natureza exata das nossas falhas.
6. Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses
defeitos de carácter.
7. Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse das nossas imperfeições.
8. Fizemos uma relação de todas as pessoas que tínhamos prejudicado e
dispusemo-nos a reparar os danos a elas causados.
30

9. Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que
possível, salvo quando fazê-las significasse prejudicar essas pessoas ou
outras.
10. Continuamos a fazer um inventário pessoal e quando estávamos errados
admitimos prontamente.
11. Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar o nosso contato
consciente com Deus na forma em que O concebíamos, rogando apenas
pelo conhecimento da Sua vontade em relação a nós e pelas forças para
realizar essa vontade.
12. Tendo experimentado um despertar espiritual graças a estes passos,
procuramos transmitir esta mensagem a outros adictos e praticar estes
princípios em todas as nossas atividades.

2.9 TRADIÇÕES NA

a) O nosso bem-estar comum deve vir em primeiro lugar; a recuperação


individual depende da unidade de NA.
b) Para o nosso propósito comum existe apenas uma autoridade — um Deus
amoroso que pode se expressar na nossa consciência de grupo. Nossos
líderes são apenas servidores de confiança, eles não governam.
c) O único requisito para ser membro é o desejo de parar de usar.
d) Cada grupo deve ser autônomo, exceto em assuntos que afetem outros
grupos ou NA como um todo.
e) Cada grupo tem apenas um propósito primordial — levar a mensagem ao
adicto que ainda sofre.
f) Um grupo de NA nunca deverá endossar, financiar ou emprestar o nome
de NA a nenhuma sociedade relacionada ou empreendimento alheio, para
evitar que problemas de dinheiro, propriedade ou prestígio nos desviem do
nosso propósito primordial.
g) Todo grupo de NA deverá ser totalmente autossustentado, recusando
contribuições de fora.
h) Narcóticos Anônimos deverá manter-se sempre não profissional, mas
nossos centros de serviço podem contratar trabalhadores especializados.
31

i) NA nunca deverá organizar-se como tal; mas podemos criar quadros ou


comitês de serviço diretamente responsáveis perante aqueles a quem
servem.
j) Narcóticos Anônimos não tem opinião sobre questões de fora; portanto o
nome de NA nunca deverá aparecer em controvérsias públicas.
k) Nossa política de relações públicas baseia-se na atração, não em
promoção; na imprensa, rádio e filmes precisamos sempre manter o
anonimato pessoal.
l) O anonimato é o alicerce espiritual de todas as nossas Tradições,
lembrando-nos sempre de colocar princípios acima de personalidades.

2.9.1 Como funciona o NA?

Os grupos de Narcóticos Anônimos funcionam como um alicerce para os


adictos, pois é neles que os dependentes conseguem partilhar seus sentimentos e
colocar em prática estratégias desenvolvidas para lidar da melhor forma com
situações de risco. Existem grupos de NA compostos tanto por homens quanto
por mulheres, ambos são chamados de adictos em recuperação. Sabe-se que a
dependência química é uma doença que necessita de contínua modificação e
desenvolvimento para que seja mantida a abstinência. Os participantes se reúnem
para prestar ajuda uns aos outros com o objetivo de permanecerem distantes das
drogas na qual desenvolveram a doença. Sendo assim, as pessoas que frequentam
esses grupos se comprometem a se manterem limpos e com a mente aberta para
continuarem a comparecer nos grupos. Para que isso ocorra alguns princípios são
seguidos pelos participantes, porém, não são obrigatórios. O foco principal da
reunião desses grupos não é falar sobre a droga que gerou a dependência de cada
pessoa, mas sim, o problema que enfrenta e que pode gerar recaída e o que pode
ser feito para que ele seja ajudado. Por conta disso, é essencial que as pessoas
fiquem à vontade para fazer a partilha de suas dores e angústias aos outros
participantes do grupo.

2.10 QUANDO É INDICADO PARTICIPAR DOS GRUPOS DE NARCÓTICOS


ANÔNIMOS?
32

Esses grupos são indicados a pessoas que se encontram em recuperação


das drogas e estão em processo de abstinência da substância causadora de sua
dependência. Essas pessoas podem e devem participar desses grupos, pois
representam um apoio essencial nesse momento e servem como uma base da
manutenção da recuperação. Diante disso, os grupos funcionam como um alicerce
para quem deseja manter-se em sobriedade e desenvolver novos hábitos e
modificar sua rotina, além da conscientização e incentivo para se manter longe das
drogas.

2.11 QUAIS OS BENEFÍCIOS DE TER UM GRUPO DE APOIO?

Os grupos de apoio representam um apoio essencial para a continuidade do


desenvolvimento e motivação para saber lidar com possíveis problemas
relacionados à abstinência. Entre os benefícios de se frequentar grupos de apoio
estão a identificação de semelhanças das experiências vividas sem a presença de
julgamentos, além da pessoa encontrar a motivação necessária para superar
obstáculos em sua vida. Os grupos geram a possibilidade de a pessoa reconhecer
que também possui limitações e que é possível sim superá-las. Além disso, o
autoconhecimento se constitui como uma peça-chave, uma vez que os participantes
através das trocas de experiências e liberação de sentimentos e emoções podem
desenvolver habilidades e estratégias essenciais na manutenção da recuperação.

2.11 ALCOOLICOS ANONIMOS

2.11.1 Alcoólicos Anônimos: o que é?

Os Alcoólicos Anônimos são um grupo de ajuda mútua, uma irmandade


composta por homens e mulheres, fundada com o desejo de auxiliar aqueles que
passam por Dificuldades em relação ao Álcool, compartilhando suas experiências,
vivências, forças e fraquezas; a fim de superar o problema em comum:
O alcoolismo.
33

Sendo um programa de apoio gratuito e autossuficiente, que tem o intuito de


acolher alcoolistas e ensinar a eles um novo estilo de vida longe do álcool que tinha
se entranhado em todas as áreas da vida da pessoa. A vida sem o álcool é
necessária para aqueles dos Alcoólicos Anônimos, pois com o álcool, essas pessoas
traziam a ruína para suas vidas.

2.11.2 Como funcionam os Alcoólicos Anônimos?

A irmandade dos Alcoólicos Anônimos funciona num sistema de reuniões,


onde o propósito é cada um compartilhar um pouco de suas experiências com o
álcool, assim como suas experiências de recuperação desse estado. Assim
acolhendo os novos visitantes e também ensinando meios de como lidar com as
dificuldades da doença do alcoolismo, embora as histórias sejam diferentes, todos
ali tiveram perdas significativas na vida por conta do álcool. A irmandade se divide
em unidades, que são colocadas em locais estratégicos e que servem para ajudar
as pessoas dos bairros e comunidades dos arredores, esses grupos não possuem
ligação direta com nenhum tipo de religião, seita, partido político, nem qualquer outro
tipo de instituição.

2.11.3 Benefício dos alcoólicos anônimos

Os grupos de apoio de Alcoólicos Anônimos só tem a contribuir para que um


alcoolista consiga alcançar uma vida melhor, mas para que fique mais claro, irei
listar dez benefícios dos grupos de Alcoólicos Anônimos.

1. Ouvir e compartilhar histórias semelhantes às suas sem qualquer julgamento.


2. Tomar consciência das próprias limitações em relação à dependência
química.
3. Desenvolver autoconhecimento e auto reflexões
4. Desenvolver novas ferramentas e habilidades para a vida.
34

5. Aceitar sua condição e continuar a persistir para se tornar uma pessoa nova e
melhor.
6. Reconhecer suas próprias falhas e melhorar seus relacionamentos
interpessoais.
7. Encontrar novas motivações e inspirações para superar os desafios e
continuar a seguir em frente.
8. Mudar o rumo de sua vida para um meio mais produtivo e menos
autodestrutivo.
9. Aprender a lidar melhor com suas expectativas e medos.
10. Ter a oportunidade de ajudar outras pessoas com o seu conhecimento
adquirido.

Não há como negar a influência que esse grupo e comunidade tem para o
combate ao alcoolismo, às drogas e para uma saúde mental melhor para todos,
sejam adictos ou familiares.
35

3 METODOLOGIA

Para a elaboração deste trabalho foi realizado a pesquisa bibliográfica através


de leitura de vários artigos na internet, sites, blogs, apostilas, bíblia sagrada e livros
publicados e analisados os quais contribuirão para realização deste trabalho de
pesquisa.
A pesquisa bibliográfica é o conjunto de obras para a ajuda de trabalhos
escolares e acadêmicos. Ela é essencial nos trabalhos de investigação uma vez que
proporcionam maior características ao documentário.
Compreende obras escritas (desde jornais, revistas, livros, artigos) e ainda
obras de áudio, vídeos, ilustrações, etc. e são referenciadas no final dos trabalhos
em ordem alfabética.
Há normas que se propõem a orientar o aspecto certo de fazer as
bibliografias, o que facilita a localização das obras e pesquisa vindouras. No Brasil,
as normas são de encargo da ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas.
(DIANA,2020).
36

4 RESULTADOS E DISCUSSOES

Ao Concluir essa pesquisa de conclusão de curso, percebeu-se que é


possível desenvolver um grupo de auto- ajuda voltado ao dependente químico e a
família do mesmo. Pois a cada dia vemos a necessidade de se ter estes grupos nas
igrejas.
Enquanto Cristãos temos que fazer a diferença no meio que estamos
inseridos não é simplesmente ser conhecido como “evangélico”, fazer a diferença é
ter a postura de um cristão que anda com Deus e que reflete esse andar nos seus
relacionamentos.
Como igreja, temos a missão de fazermos a diferença na vida das pessoas,
de marcarmos a vida dos nossos familiares, dos nossos colegas de trabalho, enfim
da nossa sociedade.
Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi
achado. E começaram a alegrar-se. (LUCAS 15:24). Deus se alegra quando o filho
volta para casa há festa no Céu.
Se Deus se alegra na presença de seus anjos por um pecador arrependido,
se hoje temos morada na casa do Pai, e se não estamos mais mortos e perdidos em
nossos pecados e delitos, isso tudo é pela obra redentora de Cristo na cruz.
37

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

Após a compreensão da importância da religião e espiritualidade na


recuperação e reabilitação de dependentes químicos, sugere-se a abertura de um
grupo de auto ajuda na igreja local, para que membros da igreja e sociedade
venham a estar participando ativamente com outras pessoas através de reuniões
poderão estar compartilhando suas experiencias de vidas e assim ficarem livres do
mundo das drogas e encontrar uma nova maneira de viver.
38

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

Disponível em:< https://www.hrtgb.org/noticias/716/dependencia-quimica-tudo-o-


que-voce-precisa-saber>. Acesso em: 30 ago. 2022.

Disponível em: <https://www.scielo.br/>. Acesso em: 30 ago. 22.

Disponível em: <https://www.infoescola.com/drogas/>. Acesso em: 30 ago. 2022.

Disponível em: <https://portalidea.com.br/cursos/>. Acesso em: 02 out. 22


NARCOTICS ANONYMOUS WORD SERVICES, INC. CHATSWORTH,
CALIFORNIA. Disponível em: https://www.eniobritopinto uol.com.br/>. Acesso em:
18 out. 22.

Disponível em: <http://www.dicionarioinformal.com.br/>. Acesso em: 18 out. 22.

Disponível em: <http://www.significados.com.br/religiao/>. Acesso em: 18 out. 22.

Disponível em: <https://blog.caffeinearmy.com.br/espiritualidade/espiritualidade-o-


que-e-qual-sua-importancia-e-como-desenvolve-la/>. Acesso em 20 out. 22.

Disponível em: <https://www.gruporecanto.com.br/blog/dependente-quimico/>.


Aceso em 28 out. 22.
39

ANEXO / TESTEMUNHO PESSOAL

Meu nome e Lourival F. Schultz sou um Dependente Químico em


recuperação graças a um poder superior que para mim é Deus, a minha família em
especial minha esposa Juliana me encontro limpo sem fazer uso de drogas ou
qualquer substancia que mude meu animo ou humor há quatorze anos sete meses e
alguns dias mais o mais importante para mim e o dia de hoje.
Meu primeiro contato com a substancia ou droga foi aos dezesseis anos a
primeira droga que experimentei foi o álcool uma droga lícita eu por experiência
própria considero a mais perigosa pois é a porta de entrada para as demais drogas
logo em seguida conheci a maconha droga que me acompanharia por logos
dezessete anos.
Onde eu estivesse ela estaria, junto escondida a sete chaves pois para mim
tratava-se de um objeto ou substancia mais importante desejada idolatrada e amada
no início me causava sensações boas me acalmava e me dava a falsa percepção de
um mundo que eu poderia controlar e onde eu poderia ser aceito. Bastaria ter a
droga para usar ou apresentar na roda de “amigos”, no início conseguia ter um certo
controle sobre a droga.
Conseguindo conciliar trabalho estudos e vida social mais com o passar do
tempo a droga foi me retirando o controle que eu achava que tinha sobre ela todo
tempo era para ela em pensamentos no uso e em encontrar maneiras de adquiri-la
40

vivia para usar e usava para viver.Com o passar dos anos já tendo experimentado
todos os tipos de drogas fui apresentado a cocaína que no início me deu a sensação
de super poderes achei que que tinha me tornado um super homem mais logo ela
cocaína me levou tudo o que ainda tinha me sobrado em minha triste jornada pelo
mundo ilusório das drogas cheguei ao fundo do meu posso ao conhecer o crack em
pouco tempo a droga me levou beira da morte ,pedi socorro pois estava
completamente abatido e escravizado pela droga foi quando admiti minha derrota e
que tinha perdido totalmente o controle de minha vida.
Com trinta e três anos a droga me levou para um a clínica de tratamento para
dependência química onde começou minha recuperação meinha internação durou
vinte oito dias ,mais seria só o início pois a recuperação e para toda vida ao receber
alta descobri que minha recuperação seria provada realmente ao estar novamente
na rua onde a droga estão presente fui aconselhado a procurar um grupo de alta
ajuda N.A (Narcóticos anônimos onde fui apresentado a uma nova maneira de viver
e ficar sem fazer o uso de drogas com seis meses de recuperação Deus me
colocou um anjo em minha vida mesmo eu tendo apresentado todo meu currículo
ela não me condenou pelos meus erros mais falou que eu era muito importante e
que ela queria me apresentar a algo que mudaria totalmente minha vida me fez o
convite para visitar a igreja onde vim a aceitar Jesus.
Hoje sou casado com o anjo minha esposa amada Juliana , amiga mãe
mulher cheia do Espirito Santo, tenho duas filhas amadas Ana Julia e Isabely
construí uma família abençoada por Deus minha vida foi restituída estou limpo sem
drogas a 15 anos.

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