Você está na página 1de 43

JUNG

Docente: Prof. Orpheu Cairolli

www.institutocarlosmussato.com.br
Rua Matheus Maccari, 500 – Parque Via Norte – Campinas – SP
Fones (19) 21213259; 32450741; 991172577 e-mail: carlosgrafologo@yahoo.com.br

E-mail Prof. Orpheu Cairolli: psicanalise@globo.com

Este é um material de uso exclusivo do autor e do Instituto Carlos Mussato não podendo ser reproduzido por qualquer meio, no todo ou em parte.

Prof. Orpheu Cairolli


JUNG
Prof. Orpheu Cairolli

Prof. Orpheu Cairolli


O Q U E V A M O S E S T U D A R

BIBLIOGRAFIA
INTRODUÇÃO

JUNG E FREUD
BIOGRAFIA

CARL GUSTAV JUNG


Espiritualidade

Inconsciente Coletivo INFLUÊNCIAS


Arquétipos

Psicologia Analítica
PENSAMENTOS E
Interpretação de Sonhos OBRAS
TEORIAS DE JUNG
Introversão/Extroversão

Tipos Psicológicos

Individuação

Alquimia

Sincronicidade

Prof. Orpheu Cairolli 3


A S P R E F E R Ê N C I A S E M
4 D I M E N S Õ E S
Extrovertido Como relaciona-se com os outros Introvertido

30 20 10 0 10 20 30

Prático Como reúne e utiliza informação Criativo

30 20 10 0 10 20 30

Analítico Como toma decisões Crenças

30 20 10 0 10 20 30

Estruturado Como se organiza e aos outros Flexível

30 20 10 0 10 20 30

Prof. Orpheu Cairolli 4


P E R F I L D E C O M P O R T A M E N T O
T E S T E
Nome: __________________________________________________________________________________________________________

Instruções: Cada linha tem 4 palavras, marque com um ‘X’ a palavra que melhor descreva seu perfil. Continue por todas as
linhas. Assegure-se de que cada linha tenha um único X e não deixe nenhuma linha em branco.
(De 1 a 20 à Forças, de 21 a 40 à Fraquezas)

Prof. Orpheu Cairolli 5


P E R F I L D E C O M P O R T A M E N T O
T E S T E
Nome: __________________________________________________________________________________________________________

Instruções: Cada linha tem 4 palavras, marque com um ‘X’ a palavra que melhor descreva seu perfil. Continue por todas as
linhas. Assegure-se de que cada linha tenha um único X e não deixe nenhuma linha em branco.
(De 1 a 20 à Forças, de 21 a 40 à Fraquezas)

Prof. Orpheu Cairolli 6


P E R F I L D E C O M P O R T A M E N T O
T E S T E
Nome: __________________________________________________________________________________________________________

Instruções: Agora transfira todos os seus ‘X’ da folha de perfil para esta folha de pontos e some os ‘X’ de cada coluna. A soma
dos totais deve ser 40. Observe que as palavras estão em ordens diferentes em cada folha.
(De 1 a 20 → Forças, de 21 a 40 → Fraquezas)

Prof. Orpheu Cairolli 7


P E R F I L D E C O M P O R T A M E N T O
T E S T E
Nome: __________________________________________________________________________________________________________

Instruções: Agora transfira todos os seus ‘X’ da folha de perfil para esta folha de pontos e some os ‘X’ de cada coluna. A soma
dos totais deve ser 40. Observe que as palavras estão em ordens diferentes em cada folha.
(De 1 a 20 → Forças, de 21 a 40 → Fraquezas)

Prof. Orpheu Cairolli 8


P E R F I L D E C O M P O R T A M E N T O
G R Á F I C O D E R E S U L T A D O S
Nome: __________________________________________________________________________________________________________

Instruções: Transfira os pontos obtidos em cada coluna para o lugar correspondente no gráfico (centro das colunas) e una os
pontos para observar o seu perfil

Prof. Orpheu Cairolli 9


P E R F I L D E C O M P O R T A M E N T O
M A T R I Z D E I D E N T I F I C A Ç Ã O

Racional

Minucioso Líder

Extrovertido
Introvertido

Paciente Cativante

Emocional

Prof. Orpheu Cairolli 10


P E R F I L D E C O M P O R T A M E N T O
C A R A C T E R Í S T I C A S D O S T I P O S
•  Líder: (Extrovertido, fazedor, de realista a otimista) Minucioso Líder

•  Suas emoções: Líder nato, dinâmico, gosta de mudanças, decidido, racional,


obstinado, independente, confiante.
•  No trabalho: Prático, ágil, produtivo, organizado, sabe o que quer. Paciente Cativante
•  Como amigo: Quase não precisa de amigos, lidera, organiza, trabalha
em grupo.
•  Como Pai ou Mãe: Estabelece metas, motiva a família, organiza o lar, é confiável.

•  Cativante (Extrovertido, falador, otimista)

•  Suas emoções: Falador, bem humorado, toca o ouvinte, emotivo e demonstrativo, contagiante,
alegre, curioso.
•  No trabalho: Criativo, brilhante, estimula e inspira seus colegas.
•  Como amigo: Faz amizades facilmente, gosta de elogios e de atividades espontâneas, foge da
rotina, não guarda rancor.
•  Como Pai ou Mãe: Torna o lar divertido, é apreciado pelos amigos dos filhos.

Prof. Orpheu Cairolli 11


P E R F I L D E C O M P O R T A M E N T O
C A R A C T E R Í S T I C A S D O S T I P O S
•  Minucioso: (Introvertido, pensador, de realista a pessimista) Minucioso Líder

•  Suas emoções: Profundo, pensador, analítico, filosófico, sensível, cuidadoso,


idealista.
•  No trabalho: Pontual, perfeccionista, detalhista, organizado, econômico, Paciente Cativante
percebe os problemas e encontra soluções criativas.
•  Como amigo: Seletivo nas amizades, discreto, fiel, sensível aos problemas
das pessoas.
•  Como Pai ou Mãe: Quer tudo certo, mantém a casa em ordem, incentiva os estudos.

•  Paciente (Introvertido, observador, de realista a pessimista)

•  Suas emoções: Calmo, acomodado, equilibrado, coerente, boa alma, controla as emoções, de
bem com a vida, “pau-pra-toda-obra”.
•  No trabalho: Competente, estável, amável, evita conflitos, bom sobre pressão.
•  Como amigo: De fácil convivência, agradável, inofensivo, bom ouvinte, observador, às vezes
irônico.
•  Como Pai ou Mãe: Reserva tempo para os filhos, não tem pressa, aceita a vida tal como ela é.

Prof. Orpheu Cairolli 12


B I O G R A F I A

"Minha vida foi singularmente pobre em acontecimentos


exteriores. Sobre estes não posso dizer muito, pois se me
afiguram ocos e desprovidos de consistência. Eu só me
posso compreender à luz dos acontecimentos interiores. São
estes que constituem a peculiaridade de minha vida e é
deles que trata minha autobiografia.”
Carl Gustav Jung

Prof. Orpheu Cairolli 13


B I O G R A F I A E M T Ó P I C O S

1875: Nasce em Kesswill, Suíça, a 26 de julho, filho do pastor Johann Paul Jung, e Emilie Preiswerk;

1895 - 1900: Estuda medicina na Universidade de Basileia;

1900: É assistente de Eugen Bleuler, médico-chefe do Burghölzli (hospital psiquiátrico) em Zurique;

1902: Tese de doutoramento: "Sobre a psicologia e a patologia dos fenômenos ditos ocultos";

1903: Casa-se com Emma. Desta união nascem cinco filhos.

1905 - 1909: Chefe de clínica no Burghölzli;

1905 - 1913: Professor de psiquiatria, psicologia e psiconeurose na Faculdade de Medicina de


Zurique;

1907: Encontra-se com Freud. Escreve o trabalho “Psicologia da Demência Precoce”;

1908: I Congresso Internacional de Psicanálise;

1909: Sai de Burghölzli, viaja para os Estados Unidos com Freud e abre sua clínica particular em
Kuessnacht;

Prof. Orpheu Cairolli 14


B I O G R A F I A E M T Ó P I C O S

1910: Eleito primeiro presidente da Associação Psicanalítica Internacional, escreve “Símbolos da


Transformação” e dá aulas na Universidade de Fordham;

1913: Jung dá o nome à sua psicologia de "Psicologia Analítica"; demite-se da Universidade de


Zurique, renuncia a presidência da Associação e rompe com Freud;

1914: Conferências em Londres e Aberdeen; é mobilizado para o serviço de saúde;

1916: Escreve a “Estrutura do Inconsciente”, “Sete Sermões aos Mortos” e “A Função


Transcendente”; sobre os gnósticos;

1918 - 1919: Comandante do campo de internação de Soldados ingleses; pintura de mandalas; em


1919 usa pela primeira vez o termo “arquétipo”;

1921: Publica “Tipos Psicológicos”;

1923: Construção da torre perto do lago de Zurique; Jung trava amizade com Richard Wilhelm
(tradutor de "I Ching - O Livro das Mutações");

1924 - 1925: Visita aos índios Pueblo do Novo México (Estados Unidos);

Prof. Orpheu Cairolli 15


B I O G R A F I A E M T Ó P I C O S

1925 - 1926: Expedição a Uganda, ao Quênia, às margens do Nilo; visita aos Elgonys no Monte
Elgon;

1928: "O Eu e o Inconsciente";

1929: Comentário de "O Segredo da Flor de Ouro";

1932: Prêmio de literatura em Zurique. Inicia o magistério de psicologia na Universidade Federal


Politécnica de Zurique aonde permaneceu até 1940;

1933: Viagem ao Egito e Palestina;

1934: Presidente da Sociedade Médica Geral para Psicoterapia até 1939;

1936: Doutor "honoris causa" em Harvard (Massachusetts);

1938: Viagem à Índia, a convite do governo britânico; presidente do Congresso Internacional de


Psicoterapia, em Oxford; membro da Real Sociedade de Medicina;

1940: Aulas de “Psicologia e Religião” na Universidade de Yale;

Prof. Orpheu Cairolli 16


B I O G R A F I A E M T Ó P I C O S

1941: Publica ensaios sobre “Mitologia”;

1944: Nomeação para a cátedra de Psicologia da Faculdade de Medicina de Basileia; publica


“Psicologia e Alquimia”;

1945: Doutor "honoris causa" da Universidade de Genebra;

1948: Inauguração do Instituto C. G. Jung em Zurique;

1951: Publica “Aion” – Fenomenologia de si mesmo;

1952: "Sincronicidade" e "Resposta a Jó";

1955: Morte de sua mulher a 27 de novembro;

1955 - 1956: "Mysterium Conjunctionis";

1957: Começo da redação de "Memórias, Sonhos e Reflexões", com Aniela Jaffé; entrevista na TV
para a BBC;

1961: Termina, dez dias antes de morrer, um ensaio para "O Homem e Seus Símbolos"; morre em 6
de junho.

Prof. Orpheu Cairolli 17


INFLUÊNCIAS
Carl Gustav Jung

Eugene Bleuler Sigmund Freud F. Nietzsche Schopenhauer


Psiquiatra suíço Médico neurologista e Friedrich Wilhelm Arthur Schopenhauer
notável por suas criador da Psicanálise. Nietzsche filólogo, filósofo alemão do
contribuições para o Nasceu em família filósofo, crítico século XIX. Seu
entendimento da judaica, em Freiberg cultural, poeta e pensamento sobre o
esquizofrenia. Império Austríaco. compositor alemão do amor não se encaixa
“Dementia Praecox ou “Além do Princípio do século XIX. em nenhum dos
Grupo das Prazer”, “Sexualidade “Além do Bem e do sistemas de sua época.
Esquizofrenias”. e a Psicologia do Mal” e “Genealogia “Mundo Como
Amor”, “Mal Estar na da Moral”. Vontade e
Cultura”. Representação”.

Prof. Orpheu Cairolli


O B R A S
Obra Completa de C. G. Jung, lançada no Brasil pela editora Vozes:

Volume 1: Estudos psiquiátricos.


Volume 2: Estudos experimentais.
Volume 3: Psicogênese das doenças mentais.
Volume 4: Freud e a psicanálise.
Volume 5: Símbolos da transformação.
Volume 6: Tipos psicológicos.
Volume 7/1: Psicologia do inconsciente.
Volume 7/2: O eu e o inconsciente.
Volume 8/1: A energia psíquica.
Volume 8/2: A natureza da psique
Volume 8/3: Sincronicidade.
Volume 9/1: Os arquétipos e o inconsciente coletivo.
Volume 9/2: Aion - Estudo sobre o simbolismo do si-mesmo.

Prof. Orpheu Cairolli 19


O B R A S
Obra Completa de C. G. Jung, lançada no Brasil pela editora Vozes:

Volume 10/1: Presente e futuro.


Volume 10/2: Aspectos do drama contemporâneo.
Volume 10/3: Civilização em transição.
Volume 10/4: Um mito moderno sobre coisas vistas no céu.
Volume 11/1: Psicologia e religião.
Volume 11/2: Interpretação psicológica do Dogma da Trindade.
Volume 11/3: O símbolo da transformação na missa.
Volume 11/4: Resposta a Jó.
Volume 11/5: Psicologia e religião oriental.
Volume 11/6: Escritos diversos.
Volume 12: Psicologia e alquimia.
Volume 13: Estudos alquímicos.

Prof. Orpheu Cairolli 20


O B R A S
Obra Completa de C. G. Jung, lançada no Brasil pela editora Vozes:

Volume 14/1: Mysterium Coniunctionis - Os componentes da Coniunctio; Paradoxa; As


personificações dos opostos.
Volume 14/2: Mysterium Coniunctionis - Rex e Regina; Adão e Eva; A Conjunção.
Volume 14/3: Mysterium Coniunctionis - Epílogo; Aurora Consurgens.
Volume 15: O espírito na arte e na ciência.
Volume 16/1: A prática da psicoterapia.
Volume 16/2: Ab-reação, análise dos sonhos, transferência.
Volume 17: O desenvolvimento da personalidade.
Volume 18/1: A vida simbólica
Volume 18/2: A vida simbólica
Cartas de Carl Gustav Jung.
O Homem e seus Símbolos. Obra para leigos, organizada por Jung e escrita por ele e seus
colaboradores, com artigos de Aniella Jaffé, Marie-Louise fon Franz e outros.
O Segredo da Flor de Ouro: Um Livro de Vida Chinesa.
Memórias, Sonhos e Reflexões. Autobiografia escrita em conjunto com Aniela Jaffé.
O Livro Vermelho.

Prof. Orpheu Cairolli 21


PENSAMENTOS E TEORIAS
Carl Gustav Jung

Prof. Orpheu Cairolli


E S P I R I T U A L I D A D E

•  O trabalho de Jung sobre si mesmo e seus pacientes o convenceu de que a vida


tem um propósito espiritual além das metas materiais. Ele acreditava que a nossa
principal tarefa é descobrir e cumprir o nosso potencial inato de profundidade;
•  Baseado em seu estudo do cristianismo, o hinduísmo, o budismo, o gnosticismo,
taoísmo e outras tradições, Jung acreditava que esta jornada de transformação,
que ele chamou de individuação, está no centro místico de todas as religiões. É
uma viagem para conhecer a si mesmo e ao mesmo tempo para conhecer o
Divino;
•  Ao contrário de visão objetivista de Freud, o panteísmo de Jung o levou a
acreditar que a experiência é essencial para o nosso bem-estar, as ideias de Jung
sobre religião deram um contrapeso ao ceticismo freudiano;
•  A ideia de Jung da religião como um caminho prático para a individuação tem
sido bastante popular e ainda é tratada nos textos modernos sobre a psicologia
da religião, embora suas ideias também tenham sido criticadas.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Carl_Gustav_Jung
Prof. Orpheu Cairolli 23
I N C O N S C I E N T E C O L E T I V O

“O inconsciente coletivo - tanto quanto podemos dizer algo sobre ele - parece
consistir em motivos mitológicos ou imagens primordiais, razão pela qual os mitos
de todas as nações são seus verdadeiros expoentes. De fato, toda a mitologia pode
ser tomada como uma espécie de projeção do inconsciente coletivo” (Estrutura da Psique,
CW 8, par. 325).

“O inconsciente coletivo é tudo menos um sistema pessoal encapsulado, é


objetividade ampla como o mundo e aberta ao mundo. Eu sou o objeto de todos os
sujeitos, numa total inversão de minha consciência habitual, em que sempre sou
sujeito que tem objetos. Lá estou eu na mais direta ligação com o mundo, de forma
que facilmente esqueço quem sou na realidade. 'Perdido em si-mesmo' é uma boa
expressão para caracterizar esse estado. Este si-mesmo, porém, é o mundo, ou
melhor, um mundo, se uma consciência pudesse vê-lo. Por isso, devemos saber
quem somos” (Obras Completas, vol. IX/1)

Prof. Orpheu Cairolli 24


I N C O N S C I E N T E C O L E T I V O

•  Segundo Jung, o inconsciente coletivo não deve sua existência a experiências


pessoais; ele não é adquirido individualmente. Jung faz a distinção: o
inconsciente pessoal é representado pelos sentimentos e ideias reprimidas,
desenvolvidas durante a vida de um indivíduo. O inconsciente coletivo não se
desenvolve individualmente, ele é herdado. É um conjunto de sentimentos,
pensamentos e lembranças compartilhadas por toda a humanidade.
•  O inconsciente coletivo é um reservatório de imagens latentes, chamadas de
arquétipos ou imagens primordiais, que cada pessoa herda de seus ancestrais. A
pessoa não se lembra das imagens de forma consciente, porém, herda uma
predisposição para reagir ao mundo da forma que seus ancestrais faziam. Sendo
assim, a teoria estabelece que o ser humano nasce com muitas predisposições
para pensar, entender e agir de certas formas. Ex.: o medo de cobras pode ser
transmitido através do inconsciente coletivo, criando uma predisposição para que
uma pessoa tema as cobras. No primeiro contato com uma cobra, a pessoa pode
ficar aterrorizada, sem ter tido uma experiência pessoal que causasse tal medo e
sim derivando o pavor do inconsciente coletivo. Mas nem sempre as
predisposições presentes no inconsciente coletivo se manifestam tão facilmente.

http://www.pucsp.br/pos
Prof. Orpheu Cairolli 25
A R Q U É T I P O S

•  No Inconsciente Coletivo existem estruturas psíquicas ou Arquétipos. São formas


sem conteúdo próprio que servem para organizar ou canalizar o material
psicológico. São como prateleira onde podem ser guardadas coisas como livros,
objetos, documentos, mas somente farão sentido quando a vida ou o meio onde
você existir lhe oferecer tais itens. De qualquer maneira as formas existem
antecipadamente ao conteúdo. Arquetipicamente existe a forma para colocar
Deus, mas isso depende das circunstâncias existenciais, culturais e pessoais.
•  Jung também chama os Arquétipos de imagens primordiais, porque eles
correspondem frequentemente a temas mitológicos que reaparecem em contos e
lendas populares de épocas e culturas diferentes. Os mesmos temas podem ser
encontrados em sonhos e fantasias de muitos indivíduos. De acordo com Jung, os
Arquétipos, como elementos estruturais e formadores do inconsciente, dão
origem tanto às fantasias individuais quanto às mitologias de um povo.

http://www.psiqweb.med.br
Prof. Orpheu Cairolli 26
A R Q U É T I P O S

•  A história de Édipo é uma boa ilustração de um Arquétipo. É um motivo tanto


mitológico quanto psicológico, uma situação arquetípica que lida com o
relacionamento entre filhos e pais.
•  O termo Arquétipo pode ser mal compreendido, julgando-se que expressa
imagens ou motivos mitológicos definidos. Mas estas imagens ou motivos
mitológicos são apenas representações conscientes do Arquétipo que é uma
tendência a formar tais representações que podem variar em detalhes, de povo a
povo, de pessoa a pessoa, sem perder sua configuração original.
•  Uma extensa variedade de símbolos pode ser associada a um Arquétipo. Ex.: o
Arquétipo materno compreende não somente a mãe real de cada indivíduo, mas
também todas as figuras de mãe, figuras nutridoras, imagens míticas de mulheres
tais como Vênus, Virgem Maria, mãe Natureza e símbolos de apoio e nutrição,
tais como a Igreja e o Paraíso. O Arquétipo materno inclui aspectos positivos e
também negativos, como a mãe ameaçadora, dominadora ou sufocadora.

http://www.psiqweb.med.br
Prof. Orpheu Cairolli 27
A R Q U É T I P O S

•  Jung escreveu que cada uma das principais estruturas da personalidade seriam
Arquétipos, incluindo o Ego, a Persona, a Sombra, a Anima (nos homens), o
Animus (nas mulheres) e o Self.

http://www.psicosmica.com
Prof. Orpheu Cairolli 28
P S I C O L O G I A A N A L Í T I C A

•  Mesmo antes de juntar-se a Freud, Jung começou a desenvolver um sistema


teórico que chamou, originalmente, de “Psicologia dos Complexos”, chamando-
o, mais tarde, de “Psicologia Analítica”. Utilizou o conceito de “complexos”
baseado na complexidade de interação entre o inconsciente pessoal e coletivo.
•  O método psicoterapêutico de Jung segue o de Freud, como ele sempre
admitiu. Em casos raros, quando abordagem freudiana não era suficiente, Jung
aplicaria o método de orientar o paciente a um confronto pessoal com o
inconsciente coletivo e seus arquétipos, o que chamou de “individuação”.
•  Métodos de exploração:
•  Teste de associação livre (registro de tempo médio de respostas a palavras-estímulos)
•  Interpretação de sonhos
•  Análise de símbolos (integração de conteúdos inconscientes e extensão da mente consciente)
•  Imaginação ativa (deixar fluir as fantasias como um ator que delas participa)
•  Brincar, pintar e outras atividades lúdicas

http://www.carl-jung.net/psychotherapy.html
Prof. Orpheu Cairolli 29
I N T E R P R E T A Ç Ã O D E S O N H O S

•  No início, Jung utilizou a mesma teoria de Freud, mais tarde desenvolveu sua
própria teoria que inclui quatro elementos básicos, mas adverte que os sonhos
devem ser interpretados pelo método de Freud e somente casos excepcionais
exigem o uso de seu próprio método.:
•  Nível subjetivo (Freud objetivo): o sonho revela de forma simbólica algumas
características da vida psicológica individual ou de suas transformações
psicológicas internas. Torna-se um indicador de mudanças = individuação.
•  Aspecto prospectivo (Freud retrospectivo): o sonho como um mapa da futura
evolução psicológica do sonhador para uma relação mais equilibrada entre
seu ego e o inconsciente (seja ele pessoal ou coletivo).
•  Compensação: inclui uma poderosa ideia: o sonho é uma tentativa de
contrabalançar a tendência psicológica consciente hipertrofiada.
•  Amplificação: há elementos do sonho em que o sonhador não consegue
fornecer associações pessoais. São símbolos. Então o analista deve intervir
com o seu conhecimento e preencher lacunas do sonhador. O material
associativo virá de várias áreas culturais: mitologia, religião, folclore, etc.

http://www.carl-jung.net/dreams.html
Prof. Orpheu Cairolli 30
I N T R O V E R S Ã O / E X T R O V E R S Ã O

•  Introversão: (Verter para dentro) Comportamento que se caracteriza pelo maior


interesse pelo mundo interior, por experiências íntimas, por sua vida mental,
ideias, sonhos e sentimentos. Interpretação subjetiva do mundo. Os arquétipos
artista, escritor, escultor, engenheiro, compositor e inventor são altamente
introvertidos.
•  Extroversão: (Verter para fora) Ao contrário da introversão, corresponde ao maior
interesse pelos fatos externos, naturais ou sociais. O extrovertido obtém
gratificações a partir do que está fora do “self”, interpreta o mundo de maneira
objetiva.
•  Os conceitos Jungianos são diferentes da ideia moderna fiel aos meios
behavioristas de descrever tais características, como por exemplo: o extrovertido
tende a apreciar as interações humanas, ser entusiasta, falador, assertivo, e
sociável enquanto o introvertido tende a ser mais reservado, reflexivo, obtendo
prazer em atividades solitárias como leitura, escrita, caminhada, pesca, etc.

Prof. Orpheu Cairolli 31


A S P R E F E R Ê N C I A S E M
4 D I M E N S Õ E S
Extrovertido Como relaciona-se com os outros Introvertido

30 20 10 0 10 20 30

Prático Como reúne e utiliza informação Criativo

30 20 10 0 10 20 30

Analítico Como toma decisões Crenças

30 20 10 0 10 20 30

Estruturado Como se organiza e aos outros Flexível

30 20 10 0 10 20 30

Prof. Orpheu Cairolli 32


T I P O S P S I C O L Ó G I C O S

Prof. Orpheu Cairolli 33


T I P O S P S I C O L Ó G I C O S

Extroversão atitudes Introversão

A Mente
Humana

Percepção tarefas Julgamento

Sensação Intuição funções Pensamento Sentimento

Prof. Orpheu Cairolli 34


T I P O S P S I C O L Ó G I C O S
M Y E R S B R I G G S

INFJ INTJ
ISTJ ISFJ
Líder ou seguidor Pensador
Organizador nato Fazer acontecer
inspirador independente
11,6% Guardiões 13,8%
1,5% 2,1%

ISFP INFP INTP


ISTP
Ações falam mais que Tornar a vida mais Solucionador de
Vamos fazer!
palavras amável problemas nato
5,4%
8,8% 4,4% 3,3%
Artesãos
ESTP ESFP ENFP ENTP
Aproveitar o momento Vamos tornar o As pessoas são o O progresso é o
ao máximo trabalho divertido produto produto
4,3% 8,5% 8,1% 3,2%

ESFJ
ESTJ ENFJ ENTJ
O amigo confidente de
Administrador nato
Guardiões todo mundo Persuasão profunda Líder nato
8,7% 2,4% 1,8%
12,3%

Idealistas Racionais

Prof. Orpheu Cairolli 35


I N D I V I D U A Ç Ã O

•  Todo indivíduo possui uma tendência para a Individuação ou auto desenvolvimento.


“Individuação significa tornar-se um ser único, homogêneo, na medida em que por
‘individualidade’ entendemos nossa singularidade mais íntima, última e
incomparável, significando também que nos tornamos o nosso próprio si mesmo.
Podemos, pois, traduzir ‘individuação’ como tornar-se si mesmo”. (Jung, 1928, p.49).
•  Individuação é um processo de desenvolvimento da totalidade e, portanto, de
movimento em direção a uma maior liberdade. Isto inclui o desenvolvimento do
eixo Ego-Self, além da integração de várias partes da psique: Ego, Persona, Sombra,
Anima ou Animus e outros Arquétipos inconscientes. Quando tornam-se
individuados, esses Arquétipos expressam-se de maneiras mais sutis e complexas.
•  Quanto mais conscientes nos tornamos de nós mesmos através do auto
conhecimento, tanto mais se reduzirá a camada do inconsciente pessoal que
recobre o inconsciente coletivo. Desta forma, emerge uma consciência livre do
mundo mesquinho, suscetível e pessoal do Eu, aberta para a livre participação de
um mundo mais amplo de interesses objetivos.

http://www.psiqweb.med.br
Prof. Orpheu Cairolli 36
A L Q U I M I A

“Alquimia, como uma filosofia da natureza de grande consideração na Idade Média,


lança uma ponte para o passado, a gnose, e também para o futuro, a psicologia
moderna do inconsciente.”
"Antes de ter descoberto a alquimia, eu tinha sonhado, repetidamente, que ao lado
da minha casa havia uma outra casa, mais precisamente uma asa ou algo que era
estranho para mim. Cada vez eu me surpreendia mais no meu sonho, porque eu não
sabia que essa parte da casa, aparentemente estava lá desde o início". Esta parte
estranha da casa revelou seu significado, finalmente: a asa desconhecida era uma
parte da minha personalidade, um aspecto do meu ‘self’. Esta parte estava
inconsciente e iria revelar-se como um interesse para o estudo em profundidade da
alquimia medieval” (este estudo foi anunciado definitivamente em um sonho de 1926, quando
Jung sonhava estar vivendo no século XVII).

"Mais tarde, entendi que esse sonho estava se referindo à alquimia que atingiu o
seu clímax no século XVII.”
C. G. Jung

http://www.carl-jung.net/alchemy.html
Prof. Orpheu Cairolli 37
A L Q U I M I A

•  Alquimia era a química da Idade Média, que procurava descobrir a panaceia


universal, ou remédio contra todos os males físicos e morais, e a pedra filosofal,
que deveria transformar os metais em ouro.
•  O trabalho e os escritos de Jung a partir da década de 1940 foram focados em
alquimia e apontam para duas direções. Uma delas é a necessidade de encontrar
um paralelo histórico com suas próprias descobertas da vida psíquica
inconsciente. A segunda refere-se à série de sonhos que evocam o novo campo
de pesquisa, no qual Jung fala longamente em sua autobiografia: Memórias,
Sonhos e Reflexões.
•  Em 1944, Jung publicou Psicologia e Alquimia, onde analisou os símbolos
alquímicos e chegou à conclusão de que existe uma relação direta entre eles e o
processo psicanalítico. Ele argumentou que o processo alquímico é a
transformação da alma impura em alma perfeita e uma metáfora para o processo
de individuação.

http://www.carl-jung.net/alchemy.html
Prof. Orpheu Cairolli 38
S I N C R O N I C I D A D E

•  O termo “Sincronicidade“ foi cunhado por Jung para expressar o conceito de


conexão sem causalidade de dois ou mais fenômenos psicofísicos. Este conceito
foi inspirado por um paciente que estava em situação de impasse no tratamento
e sonhou com um besouro. No dia seguinte, durante a sessão, um inseto bateu
contra a janela do consultório de Jung e, surpreendentemente, era o mesmo
besouro do sonho.
•  Isso poderia ser considerado coincidência, mas não uma coincidência sem
sentido. Ao utilizar o método de amplificação, Jung fez uma associação entre o
besouro e o conceito de morte e renascimento da filosofia esotérica da
antiguidade, um processo que, de forma simbólica, o paciente deve experimentar
uma renovação e revitalização de sua personalidade unilateral, a causa da
neurose que ela estava sofrendo.
•  Assim, sincronicidade representa uma coincidência significativa de fenômenos
físicos e psicológicos que são conectados sem causalidade.

http://www.carl-jung.net
Prof. Orpheu Cairolli 39
J U N G E F R E U D
E N C O N T R O S
•  No início do século passado trocaram 359 cartas e se encontraram pela primeira
vez em 27 de fevereiro de 1907 criando uma amizade que durou cerca de 7 anos,
durante a qual trocavam informações sobre seus sonhos, análises, confidências e
casos clínicos.
•  Em 1908, Jung tornou-se editor do recém fundado Anuário para Pesquisa
Psicanalítica e Psicopatológica.
•  No ano seguinte, Jung viajou com Freud e o psicanalista húngaro Sándor Ferenczi
para os Estados Unidos para participarem de conferência na Universidade Clark,
em Worcester, Massachusetts.
•  Em 1910, Jung se tornou presidente da International Psychoanalysis Association -
IPA.
•  Discutiram e se desenvolveram em temas como o inconsciente, a interpretação
de sonhos e a psicoterapia psicanalítica.

Prof. Orpheu Cairolli 40


J U N G E F R E U D
D E S E N C O N T R O S
•  Jung jamais conseguiu aceitar que as causas dos conflitos psíquicos sempre
envolveriam algum trauma de natureza sexual e Freud não admitia o interesse de
Jung pelos fenômenos espirituais como fontes válidas de estudo em si.
•  Após o esfriamento e o último encontro em setembro de 1913, a amizade
encaminhou-se para a ruptura definitiva.
•  Enquanto Freud foi punido pelos nazistas e exilado em Londres, Jung tornar-se-ia
uma das faces mais visíveis da psiquiatria alemã da época.
•  A primeira divergência refere-se aos diferentes conceitos de inconsciente. Jung
viu a teoria de Freud como incompleta e desnecessariamente negativa. Jung
considerava que Freud concebeu o inconsciente apenas como um repositório de
emoções reprimidas e desejos. Concordou com o modelo de Freud, chamando-o
de "inconsciente pessoal", mas propôs a existência de uma segunda forma mais
profunda do inconsciente subjacente ao pessoal, chamando de “inconsciente
coletivo”, onde os arquétipos residem, representados na mitologia por um lago.
Freud já havia mencionado um nível coletivo do funcionamento psíquico, mas o
viu principalmente como um apêndice para o resto da psique.

Prof. Orpheu Cairolli 41


B I B L I O G R A F I A ( J U N G )

Obras de Jung da Coleção “Obras Completas” da Editora Vozes utilizadas neste trabalho:

Volume 4: Freud e a psicanálise.


Volume 5: Símbolos da transformação.
Volume 6: Tipos psicológicos.
Volume 7/1: Psicologia do inconsciente.
Volume 7/2: O eu e o inconsciente.
Volume 8/3: Sincronicidade.
Volume 9/1: Os arquétipos e o inconsciente coletivo.
Volume 11/1: Psicologia e religião.
Volume 12: Psicologia e alquimia.
Volume 16/1: A prática da psicoterapia.

JUNG, C. G. Memórias, Sonhos e Reflexões. São Paulo: Editora Nova Fronteira, 1986.

Prof. Orpheu Cairolli 42


B I B L I O G R A F I A C O M P L E M E N T A R
& T R A B A L H O

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Pietro Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2001
CAIROLLI, Orpheu. Faltou Xícara em Bagdá – Competências essenciais para negociar e vender bem. São Paulo: Editora de
Cultura, 2006.
CALEGARI, Maria da Luz; GEMIGNANI, Orlando H. Encarando a Diversidade. São Paulo: Innova, 2005.
CALEGARI, Maria da Luz; VIZIOLI, Miguel. Liderança: A força do temperamento. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
GARCIA-ROZA, Luiz Alfredo. Freud e o inconsciente. 20. Ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004
LAPLANCHE e Pontalis Vocabulário de Psicanálise, Martins Fontes.
Obras Completas – Edição eletrônica das obras completas de Freud - Imago.
ZIMERMAN,D.E. Psicanálise em perguntas e respostas-Artmed
Sites:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carl_Gustav_Jung
http://www.carl-jung.net
http://www.psicosmica.com
http://www.psiqweb.med.br
http://www.pucsp.br/pos

TRABALHO: Apresentar um artigo contendo: Introdução, desenvolvimento, conclusão e bibliografia.


Discorrer sobre UM dos quatro temas: “Arquétipos”, “Individuação”, “A Prática da Psicoterapia de Jung”, “Sincronicidade”.

psicanalise@globo.com Prof. Orpheu Cairolli 43

Você também pode gostar