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EM.10.LP.2.14.27.A-3019
Campo jornalístico-midiático
Produção
Ponto de
PARTIDA
Você com certeza já ouviu falar de podcast. Do que se trata? Você tem o hábito de escutar podcasts? Quando? Onde?
Sobre quais assuntos? Quais canais de podcasts você segue?
Vamos assistir a um vídeo para entender melhor sobre isso:
Agora nós vamos ouvir um podcast do programa “Conversa com Bial", em que o apresentador entrevista a atriz e co-
mediante Ingrid Guimarães. Você já ouviu falar dela? Conhece sua obra na televisão ou no cinema? E o apresentador, você
conhece? De onde?
O título do podcast é “Ingrid Guimarães fala da cultura machista no humor". Sobre quais assuntos você espera ouvir?
Você provavelmente já leu, ouviu ou assistiu a diversas entrevistas sobre os mais variados assuntos na mídia, não é
mesmo? Você gosta de entrevistas? Por que elas são importantes na sociedade em que vivemos?
Qual a última entrevista que você lembra ter lido ou visto? Quem era o entrevistado? Qual foi o tema da entrevista?
Em primeiro lugar, preencha o quadro a seguir com o que você já sabe sobre as características desse gênero textual:
Entrevista
Agora, você e seus colegas vão apresentar suas anotações em uma roda de conversa mediada pelo professor. Depois
de ter feito a discussão com a turma, defina em síntese o que é uma entrevista para você.
Ao final desta Sequência Didática, vamos voltar aqui para confirmar suas hipóteses iniciais e verificar o que você aprendeu!
2
+
Para saber
MAIS CONTEXTO DE PRODUÇÃO DAS ENTREVISTAS
A entrevista é um gênero que circula sobretudo no campo jornalístico-midiático, em veículos do meio
impresso ou digital, como jornais e revistas, portais, sites, blogs, redes sociais, emissoras de rádio e TV,
canais de vídeo na internet, podcasts etc.
Uma entrevista é normalmente escrita por profissionais da área de comunicação, como jornalistas e escritores, e seu
público-alvo pode ir do leitor em geral ao mais específico, a depender do veículo em que a entrevista é publicada, do
entrevistado, do tema abordado etc.
A finalidade desse gênero textual é divulgar informações, acontecimentos e pontos de vista da pessoa entrevistada, em
geral, uma figura pública de relevância social, cultual, política, econômica etc. Por esse motivo, os temas mais comuns
podem ser a carreira profissional dessas pessoas, sua trajetória de vida, influências, um trabalhado recém lançado, suas
opiniões e análises sobre algum tema específico ou acontecimento etc.
A entrevista de que você se lembrou tinha essas características? O entrevistado era uma pessoa pública relevante em
sua área de atuação? Por quê?
Atividade 1
Vamos ler juntos uma entrevista com a cantora Karol Conka publicada em meio digital. Primeiro vamos analisar em
detalhes e discutir como as informações sobre a entrevista aparecem na página do jornal na internet.
Texto 2
RIO – Apresentadora de TV, modelo, ativista do feminismo e atriz, mas fundamentalmente cantora, a curitiba-
na Karol Conka estreou em 2013 com o disco “Batuk freak”. Depois de cinco anos, muitos rolês e alguns singles
de muito sucesso (“Tombei”, “Farofei”, “Lalá”), ela enfim volta ao álbum esta sexta-feira com “Ambulante”.
O título é reflexo de seu espírito inquieto e aventureiro que agora a faz transitar pelo ragga, o reggae, o trap e
até o R&B romântico. “O ambulante é aquele que se joga ao mundo sem medo, sem pudor, levando suas andan-
ças a todos, sem distinção, suprindo necessidades que até mesmo quem as tem desconhece”, escreveu Elza
Soares no press release do disco, primeiro da parceria de Karol com a Sony Music.
Globo – Por que demorou cinco anos para você lançar outro álbum?
Conka – Eu achei que ia ficar um ano trabalhando o “Batuk freak” e depois ia lançar outro álbum. Acabou que
a minha carreira tomou uma proporção maior do que eu esperava, me tornei apresentadora de TV, referência de
moda, e fui me aventurar em outros universos, fui estudar... E nesse meio tempo acabei encontrando uma dificul-
dade de encontrar um produtor que tivesse afinidade com o meu universo.
Quando comentei isso, num desabafo, com meu amigo Boss in Drama (o produtor Péricles Martins), ele se
ofereceu para tentar. E já no primeiro dia foi maravilhoso, ele me trouxe criatividade e pluralidade. O álbum levou
cinco anos para sair, mas foi feito em quatro meses.
No primeiro disco eu era muito imatura, só escrevia letra e não opinava na produção musical. Nesse eu con-
segui passar o que eu queria musicalmente.
Nas letras do disco, transparece a sua vivência dos últimos anos, de quem de alguma forma deixou de ser
pedra para virar vidraça...
Eu tenho uma filosofia de vida que é a seguinte: vivemos num mundo plural, mas quando se trata de seres
humanos, somos todos iguais. Vivemos, choramos, sentimos e amamos. Aí eu penso que, se a vida é difícil de
viver, tenho que tentar deixá-la mais leve, respeitando limites, costumes e culturas.
Ainda assim, é necessário ter muito argumento. Se precisar ser mais ácido para ficar mais clara a mensagem,
a gente acaba sendo ácido. Todo mundo poderia ser feliz com o outro do jeito que o outro é, mas tem pessoas
que se incomodam muito com a diferença.
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Recentemente, em entrevista, você se mostrou um tanto cansada da palavra “empoderamento”. E na músi-
ca “Kaça”, você critica “quem fala de empoderar para se aproximar, pra se apropriar”.
Acho que é muito importante falar do poder da autoestima, mas é importante também ressaltar que tem pes-
soas distorcendo o sentido da palavra, se aproveitando da situação para parecerem um pouco mais “lacrativas”.
Fica aquela moralidade insuportável.
Quando vejo que um tema tão sério vira clichê e acaba sendo ridicularizado, eu pego outro argumento mais
válido e consistente para abafar aquilo ali. Não me acho empoderada, eu me acho é poderosa. Faço exatamente
o que quero, não sou uma marionete.
Passado todo esse tempo, o que significa hoje para você ser feminista?
Essa é uma outra palavra que muita gente não entende. Tem gente que acha que feminista é mulher que
odeia homem. Quando o feminismo fala em igualdade, é sem esse pensamento ignorante de querer que a mu-
lher seja igual ao homem, mas no sentido de nos olharmos como seres humanos e nos respeitarmos. O feminis-
mo está aí para informar as pessoas e dar a direção para um caminho do bem.
[...]
!
Você já
SABE COMPOSIÇÃO DAS ENTREVISTAS
As entrevistas são compostas dos seguintes elementos:
título (e subtítulo) – que destaca o nome do entrevistado e/ou uma frase sua, além do tema abordado na entrevista;
abertura da matéria – texto introdutório que apresenta sucintamente o entrevistado e o tema principal a ser abordado
na entrevista;
perguntas e respostas – estabelecem a interação, o diálogo entre entrevistador e entrevistado. Em geral, as pergun-
tas são elaboradas previamente pelo jornalista durante o roteiro da entrevista, de modo a garantir um fio condutor
à conversa, progredindo o tema do texto.
4. Que recursos são usados para marcar as perguntas e respostas no texto? Como aparecem os nomes do entrevistador
e do entrevistado?
5. O texto apresenta palavras próprias do vocabulário da área em que atua a entrevistada? Cite exemplos.
6. Tanto na abertura como nas perguntas, o jornalista demonstra conhecer ou ter estudado a entrevistada? Cite exemplos.
Atividade 2
Como anda o trabalho de sua dupla? Agora, vocês vão retomar a leitura e análise da entrevista, com foco em outros
aspectos da composição e linguagem do texto.
1. É possível ver relação de diálogo entre as perguntas do entrevistador e as respostas da entrevistada? Em alguma
pergunta há referência ao que foi dito antes pela entrevistada? Cite um exemplo.
2. Os termos O título e isso, em destaque no 2º parágrafo e na 1ª resposta do texto, retomam respectivamente quais ideias?
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3. Na primeira resposta, que conectivos expressam a ideia de passagem de tempo?
4. Na terceira pergunta, o que o entrevistador quis dizer a expressão “deixou de ser pedra para virar vidraça...”
Justifique com as ideias do próprio texto.
6. Releia os dois primeiros parágrafos da abertura. Em que momento o autor da entrevista expressa sua opinião sobre a
entrevistada? Ele utiliza algum argumento? De que tipo?
7. Ao longo da entrevista, Conka expressa suas opiniões sobre diversos assuntos. Cite algumas. Que palavras indicam
seus posicionamentos?
!
Você já
SABE ESTILO E LINGUAGEM DA ENTREVISTA
Por ser um gênero de texto interacional, ou seja, que registra a interação entre no mínimo duas pessoas
por meio do discurso, uma característica importante do estilo da entrevista é a sucessão de perguntas
e respostas, conferindo ao texto o caráter de conversa, de diálogo.
• Em geral, dentre os recursos utilizados para indicar as perguntas e respostas estão:
• Perguntas com destaque: negrito, itálico ou sublinhado;
• Respostas sem destaque;
• Nomes do entrevistador (ou do veículo) e do entrevistado indicados por extenso na primeira pergunta/resposta;
• Nas demais perguntas e respostas, forma simples, abreviação com iniciais ou sem indicação.
Agora que nós já lemos, discutimos e analisamos uma entrevista, que tal começarmos a produzir nossas próprias
entrevistas?
Como é necessário em toda produção textual, a 1ª etapa vai ser o planejamento do texto.
Vocês vão se reunir em grupo e escolher uma pessoa da sua escola ou comunidade para entrevistar.
Para ajudar na escolha do entrevistado e do tema da entrevista, seu grupo precisa discutir e responder às seguintes
questões:
Agora que definiram o entrevistado, vocês precisam entrar em contato com a pessoa, convidando-a para conceder a
entrevista e marcando o dia, local e horário do encontro. Lembrem-se de deixar um espaço de tempo suficiente para vocês
conseguirem criar o roteiro e ensaiá-lo.
Para elaborar o roteiro da entrevista, é essencial lembrar dos seguintes pontos antes de encontrar o entrevistado:
• Pesquisar sobre o entrevistado e estudar o tema da entrevista;
• Elaborar as perguntas com base no tema escolhido;
• Supor algumas respostas do entrevistado para criar possíveis réplicas ou outras perguntas.
• Ensaiar a entrevista, seguindo o roteiro;
• Escolher uma pessoa do grupo para ser o entrevistador;
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No dia marcado para a entrevista, é importante se lembrar de:
• Levar o material necessário (roteiro da entrevista, celular, câmera, gravador...);
• Escolher um espaço silencioso e confortável;
• Apresentar-se ao entrevistado explicando o objetivo da entrevista;
• Deixar o entrevistado à vontade para responder às perguntas;
• Gravar a entrevista em áudio para ajudar na escrita do texto;
• Registrar imagens do encontro para compor na publicação.
Escolham apenas uma pessoa do grupo para ser o entrevistador e conduzir as perguntas elaboradas. Os demais, de-
vem prestar atenção na entrevista, apoiar o entrevistador a seguir o roteiro e registrar as imagens e o áudio do encontro.
Atenção: o objetivo da atividade é produzir uma entrevista escrita. O registro do encontro em áudio servirá como mate-
rial de apoio para vocês produzirem o texto escrito.
Atividade 4 - Produção
Agora chegou a 2ª etapa da produção textual: a escrita do texto. Como muita coisa vocês já anteciparam na etapa do
planejamento, esse é o momento de rever todo o material da entrevista, escutar o áudio do encontro, selecionar as melho-
res perguntas e respostas que entrarão no texto, excluir o que não ficou legal. Tudo isso faz parte da edição da entrevista
e tem o objetivo de compor o texto com coerência, respeitando o tema.
Para ajudar na escrita, lembre-se de inserir:
• Abertura da entrevista, apresentando o entrevistado e o tema;
• As perguntas e respostas selecionadas com base no tema;
• Encerramento, pergunta final concluindo a entrevista;
• Uma foto que represente o entrevistado e/ou o tema;
• Título (e subtítulo) sugestivo, trazendo o nome do entrevistado e o tema principal da entrevista.
• O título pode ser uma fala do próprio entrevistado que sintetize o tema.
No final da entrevista, é possível também colocar uma ficha com o perfil, ou “raio X" do entrevistado, trazendo informa-
ções como nome, data e local de nascimento, idade, formação profissional, área de atuação, cidade onde mora etc.
Agora, vocês vão deixar seus textos “descansarem" um pouco, enquanto continuamos e aprofundamos nossos estudos
sobre o gênero textual entrevista. Isso é importante para deixar amadurecer algumas ideias. Mais adiante, vocês vão reto-
mar seus textos, revisá-los com base no aprenderam e prepará-los para publicação.
Você conhece a revista Superinteressante? Quais temas são publicados por ela?
A entrevista que nós vamos ler agora foi feita com um filósofo e publicada na seção “Tecnologia” da revista. Que temas
e discussões você espera encontrar nesse texto? Qual será a linguagem utilizada?
Texto 3
Antes de seguir com a leitura do texto, vamos discutir algumas questões oralmente.
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Eduardo Szklarz S. O escritor Mark Bauerlein afirma que a inter-
A discussão sobre os efeitos da internet no nosso net está emburrecendo os jovens, porque substituiu
cérebro continua. Se você ficou achando que a web pode as relações verticais (entre jovens e adultos) pelas
estar deixando os adolescentes mais burros, não se horizontais (entre pares). O que acha?
preocupe. De acordo com um dos filósofos mais festeja- DW. Não é assim! Esse é o argumento da
dos da atualidade, os jovens na verdade nunca foram tão echochamber [“câmara de eco”, termo usado nos EUA
inteligentes – e o mérito é da rede. Para o americano Da- para descrever negativamente grupos que pensam pare-
vid Weinberger, a era digital está quebrando a noção do cido e que repetem seus pensamentos entre si]. Por trás
conhecimento monopolizado por especialistas. Através dessa noção existe uma profunda falta de entendimento
do diálogo global, os adolescentes estão conseguindo sobre a natureza da conversa. As pessoas sempre con-
interpretar e discutir esse conhecimento, e realmente versam com quem concordam, de um jeito ou de outro.
entender o que acontece ao seu redor. Weinberger é pro- Não há nada de errado nisso. É assim que avançamos.
fessor do Centro Berkman para Internet e Sociedade, da
Universidade Harvard, onde mestres, alunos, empreen- S. Por exemplo?
dedores, advogados e arquitetos virtuais se dedicam a DW. Quando queremos debater algum assunto,
explorar a internet. “A web, um mundo de pura conexão, procuramos pessoas com quem temos coisas em
livre de qualquer restrição de assunto, está nos mos- comum. Se há divergências grandes demais, não leva-
trando quem somos – e desfazendo alguns de nossos mos o papo adiante. Quantas vezes você conseguiu
mais profundos mal-entendidos sobre o que significa ser discutir política com um neonazista? Não dá, porque
humano no mundo real”, diz. Nesta entrevista, Weinber- não há nada em comum. Você pode tentar, mas
ger descreve o que são esses enganos e explica por que não vai convencê-lo de que o nazismo é ruim. Não é
a desordem do mundo digital é altamente positiva para a confrontando diferenças radicais que a compreensão
nossa massa cinzenta. humana avança. Nós avançamos, e mudamos nossas
crenças, conversando com pessoas com quem basi-
Super. Como a internet melhora a inteligência camente concordamos. Qual o problema nisso?
dos jovens?
David Weinberger. A grande mudança da era digital é
S. Bauerlein diz que os jovens não estão crescen-
fazer com que os meios, o conhecimento e a autoridade
do, e sim criando um universo longe dos adultos.
agora sejam de todos. Estamos produzindo conheci-
mento juntos, não de forma individual, e não precisamos DW. Talvez ele pense que crescer é tornar-se como
mais carregar os fatos conosco. Em vez de memorizar ele, não sei. A noção de “crescer” muda a cada geração.
o PIB da Índia, podemos consultá-lo na Wikipédia. A com-
preensão não é tão simples como o conhecimento; ela é
S. Ele também fala da necessidade que temos de
sempre objeto de novas interpretações e discussões. E é
tempo e espaço, coisas que estão se perdendo com
justamente nesse ponto que a internet é melhor do que
a velocidade da internet. Concorda?
os outros meios. Ela permite que as pessoas discutam e,
assim, compreendam melhor o mundo. DW. Concordo que precisamos de tempo e espaço,
mas discordo de que a internet seja apenas velocida-
S. Como a internet está mudando nossa sociedade? de. Há sites que as pessoas visitam rapidamente, mas
também há blogs onde as pessoas escrevem uma vez
DW. Primeiro, é preciso compará-la com a cultura da
por ano e deixam textos maravilhosos. Sempre pode-
qual viemos, dominada pelos meios de comunicação
mos escolher entre entabular uma conversa rápida ou
de massa. Nela, existia a relação “um para muitos”,
dar uma caminhada lenta. É assim também na web.
onde apenas uma pessoa falava e todas as demais
escutavam. A TV, o rádio e as publicações impressas
operam numa economia de escassez, já que poucos fa-
lam. Como esses meios falam com um grande número
de pessoas, o resultado é que as mensagens precisam
ser simplificadas o máximo possível.
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Agora, juntos, vamos analisar a entrevista lida e responder a algumas questões oralmente:
1. Que informações constam no 1º parágrafo da entrevista?
2. Qual a finalidade das aspas no 1º parágrafo?
3. Qual é o tema principal abordado nessa entrevista?
4. Como os nomes do entrevistador e entrevistado são marcados nessa entrevista? E as perguntas e respostas?
É semelhante à primeira entrevista?
5. Na entrevista, é utilizado um vocabulário específico da área de atuação do entrevistado? Cite exemplos.
6. Tanto na abertura como nas perguntas, o jornalista demonstra ter se preparado para a entrevista? Justifique.
7. As perguntas e respostas revelam interação entre entrevistador e entrevistado? Cite um exemplo.
8. Por que o autor escolheu a primeira pergunta para começar a entrevista? Qual sua intenção?
9. Por que as duas últimas perguntas da entrevista foram colocadas ali? Com que ideia o entrevistado encerra o texto?
10. Qual a finalidade do quadro ao final da entrevista?
Atividade 6
Certamente, você pôde perceber, nessa entrevista, que o autor defendeu sua tese a respeito dos benefícios da internet
para a inteligência do jovem, utilizando diversos argumentos. Que outros gêneros textuais você conhece com essa caracte-
rística? Comente.
?
Você
SABIA? Por circular no campo jornalístico-midiático, o gênero
entrevista também pode apresentar opiniões e argumentos,
a depender do tema, do enfoque dado pelo entrevistador, do
objetivo da entrevista. Sendo assim, ao responder as perguntas, o entrevis-
tado pode exprimir teses e opiniões e, consequentemente, apresentar argu-
mentos para defendê-las. As perguntas do entrevistador, nesse caso, devem
direcionar o debate e permitir que o entrevistado esclareça suas ideias, mas
também é possível contestá-lo, apresentando contra-argumentos.
1. Em síntese, qual é a tese do filósofo David Weinberger sobre o tema? Em que parte do texto ela é explicitada?
2. Nas perguntas e respostas há opiniões explícitas? Que palavras da entrevista expressam ponto de vista, tanto do
entrevistado como do entrevistador?
4. Na 3ª, 5ª e 6ª pergunta, o entrevistador menciona as ideias de outro escritor. Com que objetivo? Como essas citações
são indicadas?
Atividade 7
Vamos juntos ler o quadro a seguir e depois, em dupla, vocês vão discutir e responder às questões propostas.
!
Você já
SABE TIPOS DE ARGUMENTO
Dentre os tipos de argumentos mais comuns estão:
Argumento de raciocínio
Analisa relações de causa e/ou consequência sobre a tese
lógico
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1. No quadro a seguir, vamos reler algumas passagens do texto, identificando e justificando o tipo de argumento empre-
gado pelo entrevistado:
?
Você
SABIA? O QUE SÃO PERGUNTAS RETÓRICAS?
As perguntas retóricas são um importante instrumento de persuasão. São perguntas feitas com o objeti-
vo de provocar reflexão, chamar a atenção do leitor, reforçar uma ideia, fazer uma crítica. Em geral, quem
faz uma pergunta retórica não espera resposta, pois se trata, muitas vezes, de uma afirmação em forma de pergunta.
Agora é a hora de aproveitar tudo o que desenvolvemos até aqui e retomar a entrevista que vocês começaram a produ-
zir no início desta SD.
Vamos à 3ª etapa da produção de texto: a revisão e reescrita.
Vocês vão voltar aos grupos que produziram a entrevista, reler o texto e, orientando-se pelo quadro a seguir, anotando
os problemas encontrados e como melhorá-los.
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Agora, feita a revisão, é o momento de reescrever a entrevista, corrigindo os problemas encontrados e preparando o texto
para publicação. Para isso, você e seu grupo podem digitar o texto no computador, usando um programa de edição de textos
(como o Word).
Lembrem-se de que vocês estão preparando a entrevista para ser publicada de verdade, seja no site da escola, num
blog, nas redes sociais ou no jornal de sua cidade. Você e seu grupo, com a ajuda do professor, vão escolher o melhor veí-
culo para publicar e compartilhar a entrevista.
Portanto, durante ou após a reescrita do texto no computador, vocês devem se preocupar também com as seguintes
questões de formatação:
• a fonte e tamanho da letra (no título e no corpo do texto);
• as margens e a disposição do texto na página (layout);
• o destaque em negrito ou itálico para as perguntas;
• a forma de marcar os nomes do entrevistador e entrevistado nas perguntas e respostas;
• a imagem para ilustrar a entrevista, seguida de legenda;
• a data da publicação e os créditos do texto (nomes das pessoas que o escreveram).
Chegamos ao término desta Sequência Didática. O que você achou de ter estudado sobre o gênero entrevista? Como
você avalia seu processo? Do que mais gostou? O que foi mais desafiador para você?
Retome a definição que você deu para o gênero entrevista, no Ponto de Partida desta SD. Com base em tudo o que
desenvolveu até aqui, o que você mudaria ou acrescentaria nessa definição?
Vamos agora sistematizar os principais pontos que estudamos sobre esse gênero textual, comparando as três entrevis-
tas estudadas até aqui.
Veículo/ local de
2.
publicação
3. Autor da entrevista
4. Data da entrevista
5. Tema da entrevista
Modalidade (oral ou
6.
escrita)
Nível de formalidade
7.
na linguagem
Apresentação do tema
8.
e entrevistado
Forma de indicar os
9.
nomes
Forma de destacar as
10.
perguntas
Conhecimento do
11. entrevistador sobre o
entrevistado
Conversa sobre a obra
12.
ou carreira
Defesa de tese e
13.
argumentos
Citação ou depoimento
14.
de outras pessoas
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