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Introdução à paleografia e diplomática

Evolução do Alfabeto Latino – do século III a.C. ao advento da Imprensa,


no século XV

 A caligrafia é um bom elemento para a validação da data e autenticidade de um


documento. Permite ainda, localizar os documentos no tempo e espaço.
 O alfabeto latino tem origem (é uma variante tardia) num alfabeto grego
ocidental.
 O alfabeto latino tem originalmente 21 caracteres. Os restantes que
conhecemos foram introduzidos mais tarde – no último século antes de cristo.
Esses caracteres foram introduzidos para acomodarem a introdução de
palavras de origem grega.
 A escrita cursiva é uma escrita corrida, rápida.
 Escrita caligráfica é a escrita dos livros, a escrita bela e desenhada.
 Quanto mais cursiva (e a letras tiverem mais ligadas umas às outras – através
de nexos) mais difícil é de se entender.
 Jean Mallon:

 Escrita dos livros – capital (maiúscula) e minúscula primitiva (esta


escrita é quase desconhecida).
 Cursiva – Cursiva romana antiga (derivada na capital da escrita dos
livros) e cursiva recente (derivada na minúscula primitiva da escrita dos
livros).

Período Romano1 (século III a.C. – século V d.C.)

1
Romano Antigo e Romano Recente
 Só a partir do século III a.C. é que o alfabeto latino começa a ter uma existência
visível nas fontes.
 Nos seus primórdios o alfabeto latino não se escrevia só da esquerda para a
direita, mas sim, alternadamente, ou seja, uma linha da esquerda para a direita
e outra da direita para a esquerda, sucessivamente – busprofedon.
 Encontramos dois tipos de maiúscula romana – dois alfabetos maiúsculos:

 A capital quadrada (as letras percebem-se perfeitamente, uma vez


que ainda é a variante do alfabeto maiúsculo que utilizamos). As
letras podem-se inscrever num quadro perfeito. As letras eram
gravadas tão perfeitamente porque antes de gravarem as letras
pintavam uma quadra sobre pedra. A altura e largura das letras são
sensivelmente iguais. É a matriz do nosso alfabeto maiúsculo.
 A capital rústica. A altura e a largura não são semelhantes, as letras
são duas vezes mais altas que largas. Este alfabeto é mais difícil de
ler, porque já não o utilizamos.
 A cursiva romana antiga é muito difícil de ler porque é escrita em
maiúsculas. É um alfabeto maiúsculo cursivo.
 A cursiva recente já mistura carateres maiúsculos e minúsculos. As
letras são muito encostadas umas às outras.
 Escrita uncial, o que diferencia esta escrita é que as letras são
maioritariamente arredondadas. É o alfabeto maiúsculo mais
utilizado, depois do século VI até ao século XV. O alfabeto maiúsculo
uncial é o mais utilizado nas inscrições das lápides tumulares partir
do século XI-XII. É fácil ler esta escrita. Foi sendo adaptada ao longo
dos séculos.
Nota: A capital rústica e a cursiva romana antiga desaparecem no século II a.C.

Período das escritas dos conventos (século VI-VIII)

 Existe uma grande variedade de escritas – alfabetos minúsculos,


maioritariamente, muito diferentes entre si, mas todos variantes do alfabeto
latino.
 É o período de particularismo gráfico. Cada convento tem a sua escrita.
 Estes alfabetos derivam do alfabetos derivam do alfabeto uncial, que é
dominantes na Idade Média.
 Existem alfabetos cursivos, maiúsculos e minúsculos (variantes regionais).
Escrita Carolina (século IX-XI)

 O aparecimento da escrita carolina coincide coma a evolução política do centro


europeu a partir do século IX.
 É um alfabeto minúsculo caligráfico. As letras são escritas uma a uma, sem uma
ligação entre si – nexos – com espaço entre as letras. O que a torna totalmente
legível.
 Na origem desta escrita está a necessidade de comunicar através de uma
escrita que todos percebam, pois era um império gigantesco.
 É neste alfabeto que encontramos a matriz do nosso alfabeto minúsculo.

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