Você está na página 1de 24

UNIVERSIDADE DE UBERABA

GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

MARIA EDUARDA BALDUINO DOMINGOS ALVES


THIAGO AUGUSTO DE FARIA

O USO DA TOXINA BOTULÍNICA NO TRATAMENTO


DAS DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES UMA REVISÃO DE
LITERATURA

UBERABA-MG
2022
MARIA EDUARDA BALDUINO DOMINGOS ALVES
THIAGO AUGUSTO DE FARIA

O USO DA TOXINA BOTULÍNICA NO TRATAMENTO


DAS DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES UMA REVISÃO DE
LITERATURA

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso


de Odontologia da Universidade de Uberaba, como parte
dos requisitos para a conclusão do curso de Graduação.
Orientador: Prof. Dr. Luís Henrique Borges

UBERABA-MG
2022
FOLHA DE APROVAÇÃO

MARIA EDUARDA BALDUINO DOMINGOS ALVES


THIAGO AUGUSTO DE FARIA

O uso da toxina botulínica no tratamento das disfunções


temporomandibulares

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso


de odontologia da Universidade de Uberaba como
parte das exigências para obtenção do título de
graduação em odontologia.

Orientador: Prof. Dr. Luís Henrique Borges

Uberaba, ___ de dezembro de 2022

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________
Prof. Dr. Luís Henrique Borges
Universidade de Uberaba

_______________________________________
Prof.

UBERABA-MG
2022
RESUMO

Atualmente uma grande parcela da população é acometida pelas dores orofaciais, em


sua grande parte essas dores encontram-se associadas a articulação temporomandibular
e suas estruturas anexas. As disfunções temporomandibulares, são caracterizadas pela
dor orofacial e na região pré-auricular e/ou também por limitações ou interferências nos
movimentos mandibulares, além de possíveis ruídos articulares. Existem vários métodos
que visam a melhora nos sintomas dos pacientes, estes tratamentos podem ser não
farmacológicos como placas oclusais, ou farmacológicos que é o caso da toxina
botulínica. Dentre toda essa gama de tratamentos o principal objetivo do profissional está
em encontrar um tratamento para cada caso em específico que vise a melhora nos
sintomas e os movimentos mandibulares de forma normal. Com o avanço das pesquisas,
a toxina botulínica se tornou uma opção extremamente significativa para aqueles
pacientes que sofrem com disfunções temporomandibulares (DTM) e dores orofaciais,
que geram um grande desconforto ao paciente, acarretando em alterações em sua
qualidade de vida. Estas complicações, resultam em inúmeras dificuldades, tanto na
abertura de boca do paciente, alimentação, insônia e desconforto. A aplicação da toxina
botulínica do tipo A, atua nas terminações nervosas, ocasionando bloqueio dos canais de
cálcio e assim diminuindo a saída de acetilcolina, consequentemente enfraquecendo a
musculatura, e por consequência a mesma musculatura a qual geralmente causa tal
sintomatologia dolorosa. Assim, este trabalho teve o objetivo realizar uma revisão da
literatura sobre o uso da toxina botulínica no tratamento das disfunções
temporomandibulares, suas possíveis complicações, indicações e contraindicações. Para
isso foi realizada uma revisão de literatura entre os anos de 2009 a 2022, nas principais
bases de dados, como Google scholar, Pubmed, Scielo, Lilacs, utilizando as palavras
chaves mencionadas abaixo. De acordo com a revisão da literatura, podemos concluir
que a toxina botulínica tem sido uma importante aliada nos tratamentos paliativos desta
patologia que acomete inúmeras pessoas e, para conseguirmos resultados favoráveis, é
importante que os protocolos sejam respeitados, a quantidade a ser utilizada e os
intervalos entre as aplicações.

Palavras-Chaves: Dor Facial; Síndrome da Disfunção da Articulação Temporomandibular;


Síndrome da Dor Miofascial; Toxinas Botulínicas Tipo A; Odontologia.
ABSTRACT

Currently, a large portion of the population is affected by orofacial pain, most of


which are associated with the temporomandibular joint and its associated structures.
Temporomandibular disorders are characterized by orofacial pain and pain in the
preauricular region and/or also by limitations or interference in mandibular movements, in
addition to possible joint noises. There are several methods that aim to improve the
symptoms of patients, these treatments can be non-pharmacological such as occlusal
splints, or pharmacological which is the case of botulinum toxin. Among all this range of
treatments, the main objective of the professional is to find a treatment for each specific
case that aims at improving symptoms and mandibular movements in a normal way. With
the advancement of research, botulinum toxin has become an extremely significant option
for those patients who suffer from temporomandibular disorders (TMD) and orofacial pain,
which generate great discomfort to the patient, resulting in changes in their quality of life.
These complications result in numerous difficulties, both in opening the patient's mouth,
feeding, insomnia and discomfort. The application of type A botulinum toxin acts on nerve
endings, causing blockage of calcium channels and thus decreasing the output of
acetylcholine, consequently weakening the musculature, and consequently the same
musculature which usually causes such painful symptoms. Thus, this work aimed to carry
out a literature review on the use of botulinum toxin in the treatment of temporomandibular
disorders, its possible complications, indications and contraindications. For this, a literature
review was carried out between the years 2009 to 2022, in the main databases, such as
Google Scholar, Pubmed, Scielo, Lilacs, using the keywords mentioned below. According
to the literature review, we can conclude that botulinum toxin has been an important ally in
the palliative treatments of this pathology that affects many people and, in order to achieve
favorable results, it is important that the protocols are respected, the amount to be used
and the intervals between applications.

Key Words: Facial Pain; Temporomandibular Joint Dysfunction Syndrome; Myofascial Pain
Syndrome; Botulinum Toxins Type A; Dentistry.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................7

OBJETIVOS............................................................................................................8

METODOLOGIA DE PESQUISA............................................................................8

REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................9

DISCUSSÃO.........................................................................................................17

CONCLUSÃO........................................................................................................20

REFERÊNCIAS.....................................................................................................21
1. INTRODUÇÃO

As disfunções temporomandibulares (DTM) se correlacionam em uma série de


disfunções e desordens que afetam a articulação temporomandibular (ATM) e os
músculos da mastigação e suas estruturas. (GUARDA-NARDINI et al., 2012)

Estas desordens geralmente resultam de alterações na musculatura, pois


qualquer desarranjo ou desequilíbrio nos músculos mastigatórios pode vir a
desencadear uma sintomatologia dolorosa na região articular, causando assim
distúrbios no sistema estomatognático. (ANTONIA et al., 2013)

Na atualidade cerca de 40 a 75% da população manifesta algum sinal ou sintoma


relacionado aos distúrbios que envolvem os músculos da mastigação, associadas com
a própria articulação temporomandibular e suas estruturas anexas. (CARDOSO et al.,
2022)

Atualmente, com o avanço da Odontologia toxina botulínica tem ganhado amplo


destaque em suas indicações nos tratamentos para disfunções temporomandibulares,
distonia orofacial, bruxismo, hipertrofia de masseter, sialorreia, assimetrias faciais de
origem muscular, sorriso gengival, e até mesmo casos de assimetrias labiais que
podem causar exposição acentuada de tecido gengival. (FREITAS et al., 2019)

A taxa de eficácia se trata de um dos fatores decisivos quando se trata da


escolha do método de tratamento a ser seguido, estudos acerca da toxina botulinica
tem apontado uma eficácia de em média 87,5% dos pacientes, e tendo um efeito que
pode se perdurar por cerca de 30 e 90 dias. (SILVA, 2020)

O manejo deste excesso de atividade muscular, o qual resulta na disfunção e


como consequência suas dores associadas. (BORGES et al., 2022)

A toxina botulínica se trata de uma bactéria anaeróbica que produz diferentes


sorologias, das quais a BTX-A é a variedade de maior potência e utilização clínica. A
7
neurotoxina presente na toxina botulínica possui alta afinidade pelas sinapses
colinérgicas, essa afinidade permite que ocorra um bloqueio na liberação de acetilcolina
nos terminais nervosos, porem esse bloqueio realizado pela toxina botulínica não gera
nenhuma alteração tanto na síntese de acetilcolina quanto no armazenamento da
mesma. (DALL‘ MAGRO et al., 2015)

Um dos maiores benefícios associados ao uso da toxina é à sua maneira de


tratamento não tão invasivo, o qual em grande parcela dos casos tem resultados
reversíveis. Fato o qual deve ser amplamente observado, analisado e discutido entre
cirurgião-dentista e paciente, para que quando o quadro do paciente puder vir a
retroceder não haver insatisfação nem pelo profissional, nem pelo paciente, deixando
claro que se trata de uma característica da toxina. (ALBUQUERQUE et al., 2020)

A toxina botulínica tem se tornado uma opção terapêutica importante com efeitos
favoráveis. O objetivo deste trabalho foi em aprofundar-se nos possíveis efeitos
adversos e colaterais, suas relações de prós e contras para o paciente, nas correlações
com a toxina botulínica a longo prazo após as aplicações, e a longevidade destes
tratamentos.

2. OBJETIVOS

Este trabalho teve como objetivo realizar uma revisão de literatura sobre o uso da toxina
botulínica no tratamento das disfunções temporomandibulares.

3. METODOLOGIA DE PESQUISA

Essa revisão de literatura, teve como base o uso de pesquisas em plataformas


de banco de dados como PubMed, SciELO, LILACS e Google Scholar. Utilizando como
meio de busca as palavras chaves “dor facial”, “síndrome da disfunção da articulação
8
temporomandibular”, “síndrome da dor miofascial”, “toxinas botulínicas tipo A”,
“temporomandibular disorders”, “diagnosis”, “treatment”, no período de 2009 a 2022.
Dentre os artigos disponíveis para consulta, foram selecionados aqueles que
abordavam temas relacionados disfunções temporomandibulares, dor orofacial e
pacientes que foram submetidos a aplicações com toxina botulínica como forma de
tratamento para estas desordens.

4. REVISÃO DE LITERATURA

Boeing et al. (2009) apontaram em sua revisão de literatura as propriedades


farmacológicas, possíveis aplicações e os usos clínicos da toxina botulínica. O princípio
ativo da toxina botulínica encontra-se em um complexo proteico derivado do Clostridium
botulinum. A TxB se trata de uma neurotoxina com extrema afinidade pelas sinapses
colinérgicas, o que resulta em um bloqueio na liberação de acetilcolina destes terminais
nervosos, porém este bloqueio não altera a condução neural dos sinais elétricos e
síntese e/ ou armazenamento de acetilcolina. Quando a técnica ocorre da maneira
adequada e correta, em doses e localização adequada, a injeção muscular de TxB
ocasiona uma desenervação química parcial, diminuindo assim a contratura, porém
sem causar a paralisia completa. A ação da TxB na musculatura estriada esquelética
pode se iniciar em torno de alguns dias (2 a 5 dias) após a aplicação, podendo em
alguns casos se perdurar por até duas semanas. Porém, uma vez que seu efeito se
encontra instalado no indivíduo o mesmo deve perdurar em média por três a quatro
meses, o que gera uma melhora na qualidade de vida do paciente que conseguirá se
abster de medicações analgésicas neste período. Durante o período mais intenso de o
efeito da TxB poderá ser notado histologicamente a atrofia muscular e alteração das
fibras. Ao passar do segundo e terceiro mês poderá notar-se que gradualmente a ação
começará a diminuir partindo das margens. Essa reversão da paralisia local pode
ocorrer de duas maneiras, seja por brotamento neural, que se trata formação da
reinervação e formação de novas placas terminais, e esta reversão também pode

9
ocorrer pela regeneração das proteínas de acoplamento das vesículas de acetilcolina, a
qual tem sua função reestabelecida entre um a quatro meses. Os autores também
acreditam que a TxB também possua uma ação inibitória em outros neurotransmissores
e neuropeptídios, o que explicaria a sua ação anti-inflamatória e analgésica. Uma ampla
rede de estudos ainda é necessária para evidenciar melhor os mecanismos envolvidos
nessa ação inibitória da TxB sobre os nociceptores.
Sposito (2009) relatou em seu trabalho que a partir do momento em que há a
presença da toxina botulínica no organismo humano poderão ser formados anticorpos,
devido ao fato de se tratar de proteínas estranhas ao organismo. A exposição à toxina
botulínica promove uma resposta imune ativando linfócitos B e T, células de memória
imune, formação de citocinas e a formação de anticorpos. Esses anticorpos são
chamados de neutralizantes ou bloqueadores, os mesmos podem bloquear a atividade
biológica da toxina e provocar a falha terapêutica. Os anticorpos neutralizantes ligam-se
aos antígenos da toxina botulínica limitando a eficácia da toxina botulínica, isso também
resultará na ação das células de memória as quais promovem respostas imunes em
casos de aplicações sequenciais. Essa situação é de grande importância clínica já que
muitas das vezes são necessárias repetidas aplicações para os tratamentos de
problemas crônicos. O estudo aponta que os fatores de risco para a existência da falha
terapêutica encontram-se associadas aos anticorpos formados, incluindo a dose de
tratamento e o intervalo existente entre as aplicações. O risco não se encontra na
atividade biológica da toxina em si, mas sim na quantidade e na frequência a qual o
antígeno se apresenta ao sistema imune. Outro ponto importante nos fatores de risco
para a falha terapêutica encontra-se na reagibilidade do sistema imune, mas esse fator
se trata de um aspecto individual, como por exemplo a imunocompetência do tecido
injetado. O estudo aponta também que doses cumulativas, tempo de tratamento, idade
não se mostram como fatores de risco. Também cabe ressaltar um fator adicional na
constituição dos anticorpos, pode ocorrer uma reação cruzada entre os sorotipos de
toxina botulínica e com a neurotoxina do tétano. Com isso os anticorpos contra o
segundo sorotipo ocorrem de maneira mais ágil, pois já há a pré-existência de
anticorpos. A formação desses anticorpos de maneira geral é um problema potencial na
eficácia terapêutica da toxina, e a formação dos mesmos pode ser evitada com a

10
utilização de doses menores possíveis, com a associação do maior intervalo entre
aplicações. O efeito da ação da toxina botulínica pode ser de 2-3 meses, variando
conforme as patologias e os pacientes. Já foi determinado que um aumento na diluição
da toxina pode beneficiar a difusão da mesma na musculatura, aumentando assim os
efeitos terapêuticos e diminuindo as reações adversas, porém ainda não foi
concretizado qual essa relação ideal entre a toxina e a sua diluição.
Donnarumma et al. (2010) produziram uma pesquisa retrospectiva a qual
ressaltou os seguintes tópicos. A articulação temporomandibular (ATM) se trata da
única articulação móvel do crânio, para que essa articulação funcione em perfeito
equilíbrio, deve haver uma relação harmônica entre a oclusão dental e o equilíbrio
neuromuscular. A disfunção temporamandibular (DTM) se trata de alguns distúrbios que
podem acometer os músculos mastigatórios e a ATM. As DTM’s tem sua origem em
diversos fatores, esses fatores podem ser estruturais, neuromusculares, oclusais,
psicológicos, hábitos parafuncionais, lesões traumáticas e degenerativas da articulação
temporomandibular. Alguns fatores intraorais podem acentuar as disfunções, como
perda de elementos dentais, desgaste das estruturas dentais, próteses com má
adaptação, cáries, dentre outros. O estresse, a ansiedade são algumas das situações
que podem intensificar hábitos como bruxismo, onicofagia, sucção digital, que
intensificam as disfunções. As DTM’s se caracterizam principalmente por dores, tanto
na articulação temporomandibulares, quantos nos músculos mastigatórios, e as
mulheres são as mais afetadas, em uma proporção de 4:1 em relação aos homens.
Alguns dos sintomas mencionados pelos pacientes com DTM são: dores de ouvido,
sensação de plenitude auricular, sensação de diminuição de acuidade auditiva,
zumbidos, tonturas, vertigens, limitação dos movimentos mandibulares, oclusão estática
e dinâmicas anormais e também pode haver a presença de ruídos articulares (como
estalido e/ou crepitação). Os estalidos presentes podem estar ou não acompanhados
de dor, podem acontecer estalidos duplo, ao abrir e fechar a boca, esses podem
caracterizar o deslocamento do disco articular e limitação na abertura da boca. As
crepitações frequentemente indicam uma artrose.
Guarda-nardini et al. (2012) o estudo randomizado e controlado foi realizado com
o objetivo de comparar a eficácia das injeções de toxina botulínica e uma ciclo de

11
Manipulação Fascial (técnica licenciada pela e registrado para Luigi Stecco). O estudo
ressalta o fato de a dor miofascial se apresentar como a forma mais comum da
disfunção temporomandibular. Estes pacientes geralmente são afetados de maneira
psicológica e social, as taxas relacionadas a incapacidade, devido as dores crônicas,
são altas. As dores orofaciais se tornam desafiadoras clinicamente, desde a conclusão
do diagnóstico até a proposta de tratamento. Atualmente as propostas de intervenção
variam desde fisioterapia, relaxamento muscular, drogas, aparelhos orais, terapias
comportamentais, acupuntura, até injeções de toxina botulínica.
Antonia et al. (2013) descrevem em seu trabalho que o uso da toxina pode ter
algumas limitações como em casos de pacientes que apresentam difícil cooperação,
casos de infecção ou inflamação no local que foi proposta a aplicação, anormalidades
anatômicas que podem dificultar e até mesmo em alguns casos pode impossibilitar a
aplicação, por exemplo obesidade ou deformidade, para pacientes que possuem
desordens na junção neuromuscular como miastenia grave, síndrome de Lambert-
Eaton, esclerose lateral amiotrófica o uso da toxina se encontra contraindicado. O
estudo também relata que alguns possíveis efeitos adversos como dor ou rigidez
muscular rara podem durar em média uma ou duas semanas. Também pode ocorrer
alteração na expressão facial e possível dificuldade na mastigação e deglutição quando
a aplicação ocorre no musculo masseter, essas situações irão variar conforme a técnica
utilizada e dose aplicada.
Braga et al. (2014) realizaram uma revisão de literatura apontando os seguintes
dados, a musculatura esquelética tem em sua composição inúmeras fibras, de
diâmetros variados, as miofibrilas as quais compõem estas fibras são responsáveis pela
a contração muscular. A actina e a miosina encontram-se armazenadas nos
sarcômeros, os quais tem sua disposição paralela uns aos outros, os quais formam as
miofibrilas, gerando as pontes cruzadas. Quando ocorre o episódio de interação entre a
cabeça da miosina com o sarcômero, existe a ligação da miosiona no sítio ativo do
filamento de actina, promovendo o encurtamento do sarcômero, e por consequência há
o encurtamento do músculo. Este encurtamento se deve ao potencial de ação que se
propaga pelos axônios motores chegando nas terminações nervosas das fibras
musculares, nessas terminações ocorre a liberação de uma mínima quantidade de

12
acetilcolina, substância neurotransmissora. A ação da acetilcolina nas fibras musculares
se dá através da abertura de inúmeros canais proteicos acetilcolina-dependentes. A
abertura desses canais resulta em uma grande quantidade de entrada dos íons de
sódio para o meio interno da membrana plasmática nas fibras musculares, resultando
em um potencial de ação. Esse potencial de ação se espalha por toda fibra muscular,
penetrando profundamente no interior desta fibra. A partir disso sucede-se para que o
retículo sarcoplasmático libere uma grande quantidade de íons de Ca+, que são
armazenadas no interior das miofibrilas, promovendo forças que atraem os filamentos
de actina e miosina, que resultam no deslizamento entre estas fibras, o que compõe o
processo de contração muscular.
O estudo de Pedron (2014) aponta que podem ocorrer algumas reações
adversas após a aplicação da toxina botulínica dependendo da localização e
quantidade da aplicação, algumas dessas reações podem ser dor, eritema, pequeno
edema local, náusea, cefaleia, reação alérgica, hipoestesia, entorpecimento temporário
da região, xerostomia e alteração de voz. Também é importante ressaltar que a
aplicação da toxina possui algumas contraindicações em pacientes gestantes e
lactantes, pacientes com hipersensibilidade a toxina botulínica, a lactose e a albumina,
e portadores de doenças neuromusculares e autoimunes.
Dall‘ magro et al. (2015) realizaram uma pesquisa bibliográfica afim de analisar
as principais aplicações odontológicas da toxina botulínica tipo A. Foi descrito no
trabalho a distonia craniocervical que se classifica como uma desordem neurológica
caracterizada por contrações musculares involuntárias que podem causar torções,
movimentos repetitivos que afetam a musculatura.A DTM representa uma série de
problemas clínicos que envolvem a musculatura mastigatória, a articulação temporomandibular
(ATM) e estruturas associadas. São características destes distúrbios a dor facial na região da
ATM e dos músculos da mastigação, limitação ou desvio na faixa de movimento mandibular, ou
sons da ATM durante o movimento e função da mandíbula. Foi descrito neste estudo que as dores
em pacientes com DTM são encontradas em várias situações em pacientes com distonia crânio-
cervical, especialmente naqueles com distonia oromandibular. A indicação terapêutica para
pacientes com distonia crânio-cervical é principalmente a injeção de toxina botulínica. Os autores
vêm sugerindo o uso das injeções de toxina deveriam ser usadas para os tratamentos de

13
disfunções temporomandibulares.
Barbosa et al. (2017) aponta em seu estudo que o uso da toxina botulínica é
absolutamente contraindicada nos casos de pacientes gestantes, lactantes, pacientes
que encontram-se com o estado de saúde geral debilitado, crianças menores de 2 anos
de idade e idosos com mais de 75 anos, para aqueles pacientes que são alérgicos ou
possuem sensibilidade aos componentes da toxina o uso também é contraindicado,
assim como pacientes com infecções ativas nos locais da aplicação, como acnes com
pústulas e herpes simples, e em cicatrizes hipertrófica ou queloidal. A aplicação da
toxina também possui restrições quanto ao uso de medicamentos do paciente, como os
aminoglicosídeos que interferem na transmissão neuromuscular, a penicilamina,
quinina, bloqueadores de canal de cálcio.
Cazumbá et al. (2017) relata que a toxina pode ser um tratamento eficiente
devido a seu efeito miorrelaxante, quando se trata das disfunções e dores na
articulação temporomandibular, a toxina permite que ocorra um relaxamento do
músculo esquelético, uma melhora significativa na dor presente, já que a disfunção se
trata de uma síndrome dolorosa, resultante de espasmos musculares derivados de uma
hiperatividade, distensão ou contração do músculo. A dor na maioria das vezes
encontrasse localizada na área pré-auricular, espalhando-se para as regiões: temporal,
frontal ou occipital, podendo apresentar-se como: cefaleia, otalgia, ou até mesmo, dor
de dente.
Maranhão et al. (2017) descreve em seu estudo como ocorre a transmissão
neuromuscular e que esta transmissão não ocorre caso não haja a liberação da
acetilcolina na terminação motora. Esse neurotransmissor se dispersa pela fenda
sináptica para que chegue até seus receptores. Essa permeabilidade presente na
membrana pré-sináptica se deve ao sódio e potássio. Quando ocorre a entrada do
sódio na fibra muscular resulta em uma redução do potencial de ação da placa motora,
ela se despolariza. Se o potencial da placa motora for grande, de modo que ultrapasse
o limiar, ocorre a despolarização da membrana e a propagação do impulso por toda a
fibra muscular, resultando assim na contração muscular. A ação da toxina botulínica
ocorre devido a sua afinidade pelas sinapses colinérgicas, resultando em um bloqueio
na liberação da acetilcolina nestes terminais, mas esse bloqueio não interfere na

14
condução neural dos sinais elétricos ou a síntese e armazenamento de acetilcolina.
Maranhão et al. (2017) mostra alguns dos pontos onde podemos realizar as
aplicações da neurotoxina e sua quantidade indicada. A neurotoxina pode ser aplicada
na hipertrofia do músculo masseter, que se trata de um desenvolvimento excessivo, que
pode ser uni ou bilateral, do músculo masseter, o qual gera um desconforto estético
para o paciente. As indicações de doses recomendadas na literatura variam de 20U a
60U, por músculo, com injeções intramusculares superficiais, em duas a três regiões do
músculo masseter, tendo sempre atenção em relação ao nervo facial. Enquanto no
músculo temporal (porções anterior, média e posterior) 30 a 50U por músculo, em
quatro regiões nas bandas anterior, média e posterior do mesmo em que a dose total
nunca deve exceder os 200U.
Mosconi et al. (2018) realizaram uma pesquisa qualitativa com o intuito de
elucidar os melhores métodos de diluição e a melhor quantidade nos diversos tipos de
tratamento. A toxina se trata de um produto que se apresenta na forma de frasco-
ampola que contem 100 unidades (U) de toxina na forma de pó liofilizado. Para que se
possa realizar a aplicação deve-se diluir em solução saline 0,9% estéril sem
conservantes. Não se trata de um procedimento complexo, mas que requer atenção já
que as moléculas de toxina são grandes, e no momento da introdução do soro pode ser
que ocorram bolhas, e caso essas bolhas venham a acontecer, as mesmas irão quebrar
as moléculas de toxina inativando as mesmas.
Freitas et al. (2019) em sua revisão de literatura apontaram como a toxina
botulínica e seus benefícios tem-se difundido entre os tratamentos. No caso da
Odontologia a toxina se encontra como aliada das disfunções temporomandibulares,
bruxismo, assimetrias faciais, dentre outros inúmeros tratamentos. Trata-se de uma boa
indicação terapêutica devido a sua ação transitória o que permite um acompanhamento
mais próximo ao paciente.
Albuquerque et al. (2020) realizaram uma revisão de literatura que visou
descrever o uso da toxina botulínica, a qual tem sido amplamente utilizada no ambiente
odontológico. A toxina se trata de uma terapia minimamente invasiva, que atua no
controle da hiperatividade muscular, que visa amenizar a sintomatologia dolorosa,
promovendo melhoras para a qualidade de vida do paciente. O uso da toxina deve ser

15
controlado e indicado de maneira adequada, realizando o acompanhamento periódico,
e supervisionado, para que se tenha um prognóstico favorável.
Silva (2020) ressalta que ocorre melhoras significativas na qualidade de vida dos
pacientes com DTMs após as aplicações de toxina botulínica. A mesma deve ser
aplicada nos músculos masseter, temporal e pterigóide lateral para o tratamento das
disfunções.
Borba et al. (2022) em seu estudo relata que em observação ao uso da toxina
botulínica em paciente com disfunção temporomandibular ocorreram melhoras
significativas nos quadros de disfunção, porém essa terapêutica já não se apresentou
tão eficiente no tratamento de dores miofasciais, observou-se que não houve melhora
significativa na dor. O estudo também aponta que nenhuma terapia tem mostrado
eficácia permanente para o tratamento do bruxismo. As terapêuticas atuais se focam
em manejar os sintomas e prevenir as suas complicações. Esses estudos também
mostram resultados positivos no uso da toxina botulínica para o tratamento do
bruxismo, que resultaram na diminuição da intensidade da contração da musculatura da
mandíbula. Notou-se um alívio no rangido dental e melhora funcional da mastigação e
deglutição, redução na frequência dos eventos do bruxismo, diminuição dos níveis de
dor induzida causadas pela patologia. Os pacientes no geral necessitaram de injeções
de toxina em um intervalo médio de cinco meses. Quando comparadas as terapêuticas
dos aparelhos orais e o uso da toxina botulínica, ambos se mostram de igual eficiência.
A toxina se trata de opção segura, de fácil aplicação, com excelentes resultados.
Cardoso et al. (2022) realizou um estudo acerca das características da toxina
botulínica levando em consideração desde suas características básicas como o fato de
se tratar de um agente biológico, proteína catalisadora, formado a partir de uma
bactéria anaeróbica Gram positiva, a Clostridium botulinum. Seu mecanismo de ação se
encontra na característica do bloqueio na liberação de acetilcolina, a qual promove uma
denervação química temporária nos pontos de aplicação. Seu efeito se perdura em no
máximo 06 meses. Sua diversidade de possíveis usos tem sido amplamente estudada
na Odontologia, e a partir do momento em que se respeita os princípios do material, as
doses recomendadas, os locais de aplicação indicados, e a as contraindicações
apontadas têm-se um efeito muito satisfatório com a toxina.

16
Borges et al. (2022) realizaram uma revisão de literatura a respeito do uso da toxina
botulínica nos tratamentos de disfunções temporomandibulares com finalidades terapêuticas,
analisando suas aplicações, benefícios e contraindicações. De acordo com esses estudos
realizados os autores concordaram que um tratamento exclusivo e permanente para a DTM não é
a melhor conduta a ser tomada, pois se trata de uma enfermidade complexa e de origem
etiológica multifatorial. Pois, a etiologia indefinida, o caráter autolimitante e a altíssima eficácia
recomendam a utilização inicial de terapias não invasivas e reversíveis para os pacientes que
sofrem de DTM. Essa característica explica o fato de que a toxina botulínica tipo A vem sendo
amplamente utilizada nas terapias de disfunções temporomandibulares.

5. DISCUSSÃO
O trabalho produzido por Donnarumma et al. (2010) relatam as possíveis origens das
disfunções temporomandibulares. Estes podem ser estruturais, neuromusculares, oclusais,
psicológicos, hábitos parafuncionais, lesões traumáticas e degenerativas da articulação
temporomandibular. Alguns fatores intraorais podem acentuar as disfunções, como perda de
elementos dentais, desgaste das estruturas dentais, próteses com má adaptação, cáries, dentre outros.
O estudo também aponta o vínculo entre as DTM’s e o estresse, a ansiedade que são algumas das
situações que podem intensificar hábitos como bruxismo, onicofagia, sucção digital, que
intensificam as disfunções. Também é apontado as características das disfunções, como as dores, os
zumbidos nos ouvidos, os ruídos articulares.
O estudo de CAZUMBÁ et al. (2017) aponta a disfunção como uma síndrome
dolorosa, resultante de espasmos musculares, onde essa dor em grande maioria das
vezes se encontra na área pré-auricular, espalhando-se para as regiões: temporal,
frontal ou occipital, e essa dor pode se apresentar de diferentes maneiras seja como
uma cefaleia, uma otalgia, ou até mesmo, dor de dente. Mas, o uso da toxina pode ser
um tratamento efetivo devido a sua ação miorrelaxante.
O estudo de Braga et al. (2014) retrata a ação do neurotransmissor acetilcolina
sobre as fibras musculares. Apontando seu papel que resulta em gerar um potencial de
ação que percorre toda a fibra muscular, fazendo com que o reticulo sarcoplasmático
libere uma grande quantidade de Ca+, que são armazenadas no interior das miofibrilas,
gerando forças que atraem os filamentos de actina e miosina, que resultam no

17
deslizamento entre estas fibras, o que compõe o processo de contração muscular.
A discussão de Silva (2020) aborda o fato de que as DTMs que causam dores de
cabeça, dores na face, sensibilização dos músculos da face e/ou mastigatórios podem ser
tratadas com a aplicação da toxina botulínica nos músculos: masseter, temporal e
pterigóide lateral, e que este tratamento resulta em grandes melhoras para o paciente.
O relato de Maranhão et al. (2017) também mostra como ocorre a transmissão
neuromuscular e como a toxina botulínica age promovendo um bloqueio na liberação de
acetilcolina na terminação motora. Essa ação causada pela toxina se deve a sua relação
com as sinapses colinérgicas, este bloqueio ocorre de modo que não haja interferências
na condução neural dos sinais elétricos ou na síntese e armazenamento de acetilcolina.
A partir disto podemos analisar o estudo de Boeing et al. (2009) o qual aborda as
propriedades farmacológicas, possíveis aplicações e os usos clínicos da toxina botulínica.
A toxina botulínica se trata de uma neurotoxina com extrema afinidade pelas sinapses
colinérgicas, ocasionando um bloqueio na liberação de acetilcolina nestes terminais
nervosos. A ação da toxina na musculatura estriada esquelética tem seu início em média
de alguns dias (2 a 5 dias) após a aplicação, podendo em alguns casos se perdurar por
até duas semanas. E a partir do momento que este efeito se encontra instalado no
individuo, o mesmo perdura pôr em média três a quatro meses, resultando em uma
melhora na qualidade de vida do paciente, já que o mesmo poderá cessar neste período o
uso de analgésicos. Os autores também ressaltam o fato de que a toxina botulínica é um
princípio de ação transitória e temporária.
O trabalho executado por Mosconi et al. (2018) descreve um pouco mais sobre as
especificações de uso da toxina botulínica. Devido ao fato de a toxina ser comercializada
em forma de pó, faz-se necessária a diluição da mesma. O melhor diluidor apontado para
o uso com a toxina é o soro 0,9% salina estéril, nos casos de soluções salinas que
apresentam conservantes em suas formulações faz com que a eficácia da toxina seja
alterada devido a alteração de pH que ocorrerá nos casos que tenham o uso de tal
diluidor. O estudo também relata que a diluição pode ser feita em qualquer quantidade,
esta parte fica a critério do profissional que utlizará a substância, contudo essa dose é
mensurada a partir da necessidade do paciente, a qual será avaliada pelo profissional.
Devemos então analisar o apontamento proposto por Maranhão et al. (2017) que

18
aponta para as indicações e recomendações acerca da aplicação da toxina, nestas
indicações que relatam que a dose recomendada na literatura varia de 20U a 60U, por
músculo, com injeções intramusculares superficiais, em duas a três regiões do músculo
masseter, tendo sempre atenção em relação ao nervo facial. Já no músculo temporal
(porções anterior, média e posterior) 30 a 50U por músculo, em quatro regiões nas
bandas anterior, média e posterior do mesmo em que a dose total nunca deve exceder os
200U.
Com isso podemos analisar o estudo de Pedron (2014), o qual relata algumas das
possíveis reações que a toxina pode causar como dor, eritema, pequeno edema local,
náusea, cefáleia, reação alérgica, hipoestesia, entorpecimento temporário da região,
xerostomia e alteração de voz, essas reações adversas variam conforme a quantidade e
localização da aplicação. Também é relatado as contraindicações em pacientes gestantes
e lactantes, pacientes com hipersensibilidade a toxina botulínica, a lactose e a albumina, e
portadores de doenças neuromusculares e autoimunes.
No estudo levantado por Antônia et al. (2013) é relatado que podem ocorrer
intercorrências, mesmo que raras, como dor ou rigidez muscular no local de aplicação.
Aponta também que alguns pacientes não devem ser submetidos a este tipo de
tratamento, como é o caso dos pacientes como pacientes que possuem desordens na
junção neuromuscular como miastenia grave, síndrome de Lambert-Eaton, esclerose
lateral amiotrófica.
No trabalho apresentado por Barbosa et al. (2017) também podemos encontrar a
abordagem relacionada as contraindicações e os cuidados relacionados a condição
sistêmica do paciente, e mostra que devemos nos atentar ao uso de medicamentos que o
paciente realiza, já que alguns deles podem até mesmo impedir a contração muscular
e/ou prejudicar o efeito da toxina, diminuindo sua eficácia.
Com isso vale a pena analisar o estudo de Sposito (2009) que aponta que a partir
do momento em que há a presença da toxina botulínica no organismo humano poderão
ser formados anticorpos, devido ao fato de se tratar de proteínas estranhas ao organismo.
Esses anticorpos são chamados de neutralizantes ou bloqueadores, os mesmos podem
bloquear a atividade biológica da toxina e provocar a falha terapêutica. Neste estudo
podemos analisar que os fatores de risco para a existência da falha terapêutica podem

19
encontra-se associado aos anticorpos formados, incluindo a dose de tratamento e o
intervalo existente entre as aplicações. A exposição à toxina botulínica promove uma
resposta imune ativando linfócitos B e T, células de memória imune, formação de
citoquínas e a formação de anticorpos. Esses anticorpos são chamados de neutralizantes
ou bloqueadores, os mesmos podem bloquear a atividade biológica da toxina e provocar a
falha terapêutica. Os anticorpos neutralizantes ligam-se aos antígenos da toxina botulínica
limitando a eficácia da toxina botulínica, isso também resultará na ação das células de
memória as quais promovem respostas imunes em casos de aplicações sequenciais.
Essa situação é de grande importância clínica já que muitas das vezes são necessárias
repetidas aplicações para os tratamentos de problemas crônicos. A formação destes
anticorpos, analisando de maneira ampla é um problema potencial na eficácia terapêutica
da toxina, e a formação desses anticorpos pode ser evitada com a utilização de doses
menores possíveis, com a associação do maior intervalo entre suas aplicações.
Contudo, Borba et al. (2022) em seu trabalho relata as melhoras significativas nos
quadros das DTM’s, porém para dores miofasciais já não se apresentou com ampla
eficácia. O trabalho também aponta que nenhuma terapia vem mostrando eficácia
permanente em casos como o bruxismo, um dos principais fatores causais das disfunções
temporomandibulares, mas também mostra resultados positivos no uso da toxina
botulínica para o tratamento do bruxismo, que resultaram na diminuição da intensidade da
contração da musculatura da mandíbula. O estudo também relatou que houve um alívio
no rangido dental e melhora funcional da mastigação e deglutição, redução na frequência
dos eventos do bruxismo, diminuição dos níveis de dor induzida causadas pela patologia.

6. CONCLUSÃO

De acordo com a revisão da literatura, podemos concluir que:

1. A toxina botulínica tem sido uma importante aliada nos tratamentos paliativos
desta patologia que acomete inúmeras pessoas.

2. Para conseguirmos resultados favoráveis, é importante que os protocolos sejam

20
respeitados, a quantidade a ser utilizada e os intervalos entre as aplicações.

21
7. REFERÊNCIAS

1. ALBUQUERQUE, Savana Costa de et al. Indicações para fins terapêuticos da


toxina botulínica do tipo A no uso odontológico: uma revisão de literatura. Revista
Eletrônica Acervo Saúde, [s. l.], v. 58, p. 1-10, 2020.

2. ANTONIA, Magali Dall’ et al. Jaw muscles myofascial pain and botulinum
toxin. Revista Dor, São Paulo, v. 14, ed. 1, p. 52-57, jan/mar 2013.

3. BARBOSA, C. M. R.; BARBOSA, J. R. A. Toxina botulínica em odontologia.


Elsevier: Conhecimento sem Fronteiras, 1 ed., Rio de Janeiro, 2017.

4. BOEING, Marcelo et al. Toxina Botulínica no Tratamento da Dor. Revista


Brasileira de Anestesiologia, [s. l.], v. 59, ed. 3, p. 366-381, maio-junho 2009.

5. BORBA, Daniela Bezerra de Menezes et al. Utilizaçāo da toxina botulínica no


tratamento do bruxismo. Research, Society and Development, [s. l.], v. 11, ed. 4,
p. 1-14, 2022.

6. BORGES, Cristine D'Almeida et al. Ação da Toxina Botulínica na Disfunção


Temporomandibular. Arch Health Invest, [S. l.], v. 11, n. 1, p. 8-12, 2022.

7. BRAGA, Rafael Zagnoli Marra et al. Mecanismos bioquímicos da contração


muscular promovida pela cãibra. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício,
[s. l.], v. 13, ed. 4, p. 230-238, julho/agosto 2014.

8. CARDOSO, Maria Socorro Orestes et al. Toxina botulínica e Odontologia: revisão


integrativa. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 11, p. 1-18, 17
maio 2022.

22
9. CAZUMBÁ, Fernanda. Brito. Uso de Toxina Botulínica em Odontologia. Revista
Fluminense de Odontologia - Ano XXIII, n.47, 2017.

10. DALL‘ MAGRO, Alessandra Kuhn et al. Aplicações da toxina botulínica em


odontologia. Revista Salusvita, [s. l.], v. 34, ed. 2, p. 371- 382, 2015.

11. DONNARUMMA, Mariana Del Cistia et al. DISFUNÇÕES


TEMPOROMANDIBULARES: SINAIS, SINTOMAS E ABORDAGEM
MULTIDISCIPLINAR. Revista CEFAC, [s. l.], v. 12, ed. 5, p. 788-794, set/out
2010.

12. FREITAS, Karina Maria Salvatore et al. EFEITOS DA TOXINA BOTULÍNICA NO


TRATAMENTO ODONTOLÓGICO. Revista UNINGÁ, Maringá, v. 56, ed. 5, p.
153-162, jul/set 2019.

13. GUARDA-NARDINI, Luca et al. Myofascial Pain of the Jaw Muscles: Comparison
of Short-Term Effectiveness of Botulinum Toxin Injections and Fascial Manipulation
Technique. The Journal Of Craniomandibular Practice, [s. l.], v. 30, ed. 2, p. 95-
102, april 2012.

14. GUSMÃO, Rodrigo Michiles et al. Toxina botulínica como alternativa no tratamento
da paralisia facial de Bell: revisão de literatura. Brazilian Journal of
Development, Curitiba, v. 6, ed. 12, p. 95667-95681, dezembro 2020.

15. MARANHÃO, Cláudio et al. O USO DA TOXINA BOTULÍNICA NA


ODONTOLOGIA. Revista Ciências e Odontologia, [S. l.], v. 1, n. 1, p. 5-9, 29
nov. 2017.

23
16. MOSCONI, Pabllo Mandelli et al. Estudo da toxina botulínica e sua diluição.
Revista UNINGÁ, Maringá, ano 2017, v. 55, n. S3, p. 84-95, out/dez 2018.

17. PEDRON, Irineu Gregnanin et al. A utilização da toxina botulínica em


Odontologia. Revista da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas, [s. l.], v.
68, ed. 3, p. 244-245, 2014.

18. SILVA, Juliana Paim da. Toxina botulínica: vantagens e intercorrências na


odontologia. Journal of Multidisciplinary Dentistry, [S. l.], v. 10, n. 3, p. 44–9,
2022.

19. SPOSITO, Maria Matilde de Mello. Toxina Botulínica do Tipo A: mecanismo de


ação. Acta Fisiatr, [s. l.], v. 16, ed. 1, p. 25-37, 2009.

24

Você também pode gostar