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Capítulo 2 – Propriedades da
substância pura
Aula 4
Prof. Fábio Santos Nascimento
Universidade Federal de Itajubá, campus de Itabira
N2 Ar
Figura 2.1 – Exemplo de um esquema para obter a constante universal dos gases. 3
EMEi07 - Fenômeno de Transporte - Prof. Fábio Santos Nascimento
𝑝𝑉 ∗
Para cada estado do gás podemos calcular a relação , onde p
𝑇
é a pressão absoluta (relativa + atmosférica), T é a temperatura
absoluta (K) e 𝑉 ∗ é o volume molar específico, e plotando o gráfico em
função da pressão absoluta p, obtém-se a figura abaixo 2.2:
8314
Figura 2.2 – Gráfico de (p𝑉 ∗ /T) versus pressão absoluta para diferentes temperaturas.
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Evidentemente nunca se pode chegar à pressão de zero atm.
Entretanto, pode-se prolongar estas curvas até que a pressão se anule.
Verifica-se que todas as curvas cortam o eixo das ordenadas em um
ponto cuja ordenada é:
𝑝𝑉 ∗ 𝐽
= 8314
𝑇 𝑘𝑚𝑜𝑙. 𝐾
Se repetir a experiência com outro gás, obtém-se o mesmo valor
para a citada relação, logo se pode escrever:
𝑝𝑉 ∗ 𝐽
lim = 𝑅ത = 8314
𝑝→0 𝑇 𝑘𝑚𝑜𝑙. 𝐾
Em que
• p = pressão absoluta (Pa)
• 𝑉 ∗ = volume molar específico (m3/kmol)
• 𝑅ത = constante universal dos gases (J/kmol K)
• T = Temperatura absoluta (K)
• em que
∗
𝑉 𝑚 𝑉
𝑉 = ,𝑛 = ,𝜈 =
𝑛 𝑀 𝑚
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Nascimento
Assim a equação de estado do gás perfeito também pode ser escrita:
𝑉 𝑉 𝑅ത
𝑝 𝑚 = 𝑅Tത ou 𝑝 = T
𝑚 𝑀
𝑀
𝑅ത
A razão , embora diferente para gases diferentes, é uma constante
𝑀
para um determinado gás e será designado por R (constante do gás).
Por exemplo, para o oxigênio temos:
𝑅ത 8314 𝐽Τ𝑘𝑚𝑜𝑙. 𝐾
𝑅= = = 259,8 𝐽Τ𝑘𝑔. 𝐾
𝑀 32 𝑘𝑔Τ𝑘𝑚𝑜𝑙
A equação de estado do gás perfeito pode também ser escrita nas
seguintes formas úteis:
𝑝𝑉 = 𝑚RT
𝑝ν = 𝑅𝑇
𝑝 = 𝜌𝑅𝑇 7
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Convém lembrar que a equação de estado do gás perfeito não é
exata para gases reais, no entanto, na maioria dos casos de interesse da
engenharia, os gases reais podem ser considerados como gases
perfeitos, sem, contudo, cometer grandes erros. Os gases reais se
comportam melhor como gases perfeitos quando menores forem as
pressões a que estão sujeitos.
Observe o erro cometido ao se considerar o gás real como gás
ideal, no caso dado ar, figura 2.3. Para pressões até 25 bar e
temperatura acima de 25 °C, o erro relativo do volume específico para
o ar é inferior a 1%.
Figura 2.3 – Erro relativo do ar
quando considerado gás
perfeito.
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Figura 2.4 – Porcentagem de
erro ao se aplicar a lei dos gases
perfeitos
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2.3 - Fator de compressibilidade
A relação 𝑝𝜈 = 𝑅𝑇, mostrada no item anterior, pode ser
denominada de fator de compressibilidade, Z, simbolizado por:
𝑝𝜈
𝑍=
𝑅𝑇
Sendo Z adimensional.
lim 𝑍 = 1
𝑝→0
50 K
100 K
60 K
200 K
1,0
300 K
Hidrogênio
P [atm]
0,0
0 100 200
𝑝 𝑇
𝑝𝑅 = e 𝑇𝑅 =
𝑝𝐶 𝑇𝐶
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O pseudovolume específico reduzido 𝜈𝑅′ é preferível utilizar por
𝜈
motivos de correlações do que o volume específico reduzido 𝜈𝑅 = ,
𝜈𝑐
onde 𝜈𝑐 é o volume específico crítico.
𝜈𝑃𝑐
𝜈𝑅′ =
𝑅𝑇𝑐
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O gráfico generalizado do fator de compressibilidade visa a
avaliação das propriedades p, v, T dos gases. Entretanto, ele não deve
substituir os gráficos p, v, T das substâncias.
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Exemplos
Estado 1
ν′𝑅1 = 1,12
Estado 2
𝑝2 = 15,24 𝑀𝑃𝑎
Comentário:
A utilização deste tipo de diagrama tem uma incerteza alta devido ao
erro de paralaxe.
• Solução:
• Utilizando a equação do estado para gás perfeito, tem-se:
𝑚
ത
𝑝1𝑉 = 𝑛𝑅𝑇1 ⇒ 𝑝1𝑉 = ത 1
𝑅𝑇
𝑀𝑂2
Como: V1 = V2 = V, tem-se
ത 1
𝑚𝑅𝑇 ത 2
𝑚𝑅𝑇
=𝑉=
𝑝1𝑀𝑂2 𝑝2𝑀𝑂2
180 5
𝑇2 = 33𝑥10
40𝑥105
𝑇2 = 148,5 𝐾
Comentário:
Gás perfeito tem boa aproximação para o comportamento de P-v-T
de gases reais a baixas densidades (baixas pressões e altas
temperaturas).