Você está na página 1de 4

A Indústria Petroquímica

A indústria petroquímica é a indústria que utiliza o petróleo e seus derivados como matéria-
prima. É atualmente a fonte da maior parte dos artigos de consumo disponíveis no mundo
moderno. Os polímeros tais como plásticos, fibras e elastômeros são produzidos com matérias-
primas petroquímicas. A química fina, base para medicamentos e insumos agrícolas, também
vem da petroquímica.

Derivada do petróleo, a petroquímica substitui com vantagens uma série de matérias-primas


utilizadas pelo homem há milhares de anos, como vidro, madeira, algodão, celulose e metais.
Ao substituir matérias-primas de origem animal, como couro, lã e marfim, possibilita o acesso
a bens de consumo pela população de baixa renda.

As indústrias petroquímicas ficam localizadas próximo às refinarias, para facilitar o acesso às


matérias-primas e formam, assim, os chamados Polos Petroquímicos.

Primeira geração: Transformação de correntes petrolíferas através dos processos de


craqueamento, pirólise, reforma catalítica, etc.

Segunda geração: Utilizam como matéria-prima os produtos do refino e da primeira geração.


Produzem resinas, polímeros, elastômeros, etc.

Terceira geração: Utilizam como matéria-prima os produtos da segunda geração. Produzem


comodities para os mais diversos setores, como alimentício, construção civil, eletrônico, etc.

O que são polímeros?

Moléculas grandes com peso molecular variável.

OBS.: Os polímeros de origem petroquímica têm seus monômeros obtidos a partir o


petróleo. Em seguida, por um processo de polimerização, utilizando um catalisador químico,
essas estruturas são unidas formando o polímero.

Quanto à sua estrutura química os polímeros podem ser divididos em:

Homopolímeros: possuem uma única estrutura monomérica em sua cadeia.

Exemplo: polietileno – monômero: eteno.

Copolímeros: possui mais de uma estrutura monomérica em sua cadeia. Exemplo:

SBR (borracha sintética) – monômeros: Estireno e Butadieno.

Quanto ao comportamento mecânico os polímeros podem ser divididos em plásticos (pouca


elasticidade/deformação), fibras poliméricas (pequena deformação e alta resistências),
borrachas ou elastômeros (elevada elasticidade).

Os polímeros podem ser divididos quanto a fusibilidade e/ou solubilidade em:

• Termoplásticos: materiais plásticos que apresentam a capacidade de ser moldados pelo


aumento de temperatura e endurecidos pelo resfriamento. Ex: Polietileno, polipropileno,
policloreto de vinila, etc.

• Termofixos ou termorrígidos: materiais plásticos que, quando curados ou sofrerem ligações


cruzadas, com ou sem aquecimento, não podem ser moldados por meio de um aquecimento
posterior. Ex: Resina epóxi, poliéster, poliuretano, etc.
Exemplos de Polímeros: Polietileno; polipropileno; poliestireno; PVC; teflon; borrachas
sintéticas...

PVC

O PVC é duro e tem boa resistência térmica e elétrica. Com plastificantes, o PVC torna-se mais
mole, prestando-se então para a fabricação de tubos flexíveis, luvas, sapatos, "couro- plástico"
(usado no revestimento de estofados, automóveis etc.), fitas de vedação etc. Em 2018, 12,6%
de todo o plástico produzido no Brasil foi PVC, ficando atrás apenas dopolipropileno (20,3) e
do polietileno (35,9)

O PVC possui o cloro (57%) e o eteno (43%) como matéria-prima.

Ao reagir, o cloro e o eteno, ambos em fase líquida, dão origem ao DCE (dicloro-etano):

C2H4 (eteno) + Cl2 (cloro) →C2H4Cl2 (1,2-dicloroetano)

Posteriormente, em um circuito fechado, o DCE sofre uma transformação e converte-se a

MVC (cloreto de vinila), representado por:

C2H4Cl2 →C2H3Cl (monômero cloreto de vinila) + HCl

Finalmente, através do agrupamento destes monômeros, mais conhecido como processo de


Polimerização, formam-se os polímeros, moléculas gigantes de Policloreto de Vinila, o nosso
conhecido PVC ((C2H3Cl)n).

A resina de PVC é um pó muito fino na cor branca e totalmente inerte.

Processo de Produção do PVC

A partir do sal marinho, pelo processo de eletrólise, obtém-se o cloro, soda cáustica e
hidrogênio. A eletrólise é a reação química resultante da passagem de uma corrente elétrica
por água salgada (salmoura). Assim se dá a obtenção do cloro, que representa 57% da resina
de PVC produzida.

O petróleo, que representa apenas 43% desta resina, passa por um caminho um pouco mais
longo. O primeiro passo é uma destilação do óleo cru, obtendo-se aí a nafta leve. Esta passa,
então, pelo processo de craqueamento catalítico (quebra de moléculas grandes em moléculas
menores com a ação de catalisadores para aceleração do processo), gerando-se o eteno.

No reator químico ocorre a reação entre o eteno e o cloro (ambos em fase líquida) a fim de
gerar o dicloroetano, na presença de um catalisador químico.

A partir de uma reação de pirólise, há a formação do MVC a partir do dicloroetano.

O HCl produzido na etapa de pirólise é utilizado como matéria- prima na reação de oxicloração.

O MVC é armazenado em tanques e segue para o reator de polimerização. Três rotas são
utilizadas para essa etapa, entretanto, a polimerização em suspensão é utilizada em 80% dos
processos.

Microgotas (50-250 μm) de MVC são dispersas em água com ajuda de um dispersante.

Cada microgota funciona como um microssistema de polimerização.

O PVC formado é insolúvel e tende a precipitar no reator formando duas fases:


fase 1 – MVC

fase 2 – PVC.

A resina produzida é obtida na forma de uma lama, que passa por um processo de recuperação
de MVC, que é depois realimentado ao reator, e depois por um processo de centrifugação para
remoção do excesso de água. A resina é seca em um secador de leito fluidizado, peneirada e
armazenada em silos.

Pode haver ainda a adição de aditivos químicos que conferem diferentes características ao
polímero:

• Estabilizantes: protegem o PVC contra a degradação do calor e da luz.

• Plastificantes: dão ao PVC flexibilidade.

• Lubrificantes: os internos reduzem a viscosidade do PVC fundido. Os externos

impedem a aderência e retardam a solidificação.

• Cargas: melhoram as propriedades mecânicas e reduzem o custo.

• Pigmentos: dão ao PVC a coloração desejada, a opacidade e a proteção contra os raios

Ultra Violetas.

Moldagem

Para cada tipo de produto a ser fabricado, há uma técnica diferente de produção.

Moldagem por Extrusão

Extrusão de tubos rígidos de PVC

O processo de produção de tubos rígidos de PVC inicia-se na extrusora, responsável pela


geleificação, plastificação e homogeneização do composto originalmente na forma de pó. Uma
vez fundido, o composto alimenta a matriz, responsável pela conformação domaterial na
forma do produto final. À saída da matriz encontra-se um calibrador a vácuo, o qual resfria o
material fundido e dá dimensões ao produto final.

Produção de filmes de PVC

A resina é aquecida na extrusora. A alimentação de ar forma uma bolsa do polímero que vai
sendo resfriada até o topo do equipamento, onde é unida e passa por um sistema de rolos que
forma o filme final. O filme é armazenado e comercializado em bobinas.

Injeção

Produtos típicos de PVC obtidos por meio de moldagem por injeção são conexões, alguns
acabamentos de perfis, solados de calçados e peças técnicas diversas.

Sopro

O princípio geral de moldagem por extrusão- sopro consiste em extrudar verticalmente o


composto de PVC fundido na forma de um tubo ou mangueira, expandindo-o no interior de
um molde oco bipartido por meio da injeção de ar comprimido e forçando-o a assumir o
formato interior do molde. Uma vez resfriado o produto é extraído do molde e tem início um
novo ciclo de moldagem.

Você também pode gostar