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Ângela Xavier

Parte 1 - Organização do Organismo Humano

Anatomia, ciência:

- estuda e descreve a estrutura do corpo [forma e tamanho dos ossos do corpo; relação entre a
estrutura de uma parte do corpo e a sua função (ex: ossos – resistência e suporte ao corpo porque as
suas células estão rodeadas de substancia dura e mineralizada)].

- compreende a relação entre a estrutura e a função → facilita a compreensão e apreço pela


anatomia.

1. Anatomia do desenvolvimento (A.D.): estuda as alterações estruturais que ocorrem entre a


conceção e a idade adulta.

- Embriologia: (subespecialidade da A.D.) aborda as alterações desde a conceção até ao


final da oitava semana de desenvolvimento [maioria das malformações congénitas ocorre
durante o desenvolvimento embriológico].

2. Anatomia Geral (A.G.): estudo das estruturas observadas sem o auxílio do microscópio.
Abordada em duas perspetivas:

. Descritiva: estuda o corpo por sistemas e aparelhos [constituídos por um grupo de


estruturas que tem uma ou mais funções em comum (ex: aparelho cardiovascular,
respiratório; sistema nervoso, ósseo, músculo-esquelético)].

. Topográfica: estuda o corpo por áreas (cabeça, abdómen, braço, em cada uma das regiões
os sistemas e aparelhos são estudos em simultâneo).

3. Anatomia de Superfície (A.S.): estudo da forma externa do corpo e da sua relação com
estuturas internas, mais profundas (ex: o esterno e as porções das costelas podem ser observados
e apalpados no tórax). As estruturas podem ser usadas como referências anatómicas que dão
informação importante para o diagnóstico de uma situação (ex: ouvir melhor os sons cardíacos).

Citologia: estuda as características das células.


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Histologia: estuda os tecidos (ex: células e material circundante).

Fisiologia1: estuda os processos ou funções (normais) dos organismos vivos (estruturas dinâmicas
em permanente alteração, nunca estáveis e imutáveis).

- objectivos:

. compreender e prever as respostas do organismos aos diferentes estímulos.

. perceber como o organismo mantém certas condições num ambiente em mudança.

- especificidades:

. fisiologia celular: estuda os processos que ocorrem nas células.

. . fisiologia sistémica: estuda as funções dos sistemas de órgãos.

. neurofisiologia: ocupa-se do sistema nervoso.

. fisiologia cardiovascular: estuda o coração e vasos sanguíneos.

. patologia: estuda aspetos da doença, com ênfase na causa e desenvolvimento das


condições anómalas e das alterações estruturais e funcionais resultantes da
doença.

. fisiologia do exercício: estuda as alterações na função e na estrutura (no exercício).

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estudo do corpo humano deve englobar a anatomia e fisiologia porque as estruturas, funções e processos estão interligados.
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Capitulo 1 – Organização e Estrutura Funcional

O corpo humano pode ser estudado em 6 níveis estruturais de organização:

1. Químico2: interação entre os átomos3 que se combinam e formam moléculas4 (H20; açucares;
gorduras e proteínas)
2. Celular:

. Células – unidade básica da vida.

. Organelos – moléculas combinam-se e formam pequenas estruturas que constituem as


células que apresenta uma ou mais funções (ex: núcleo – contem informação hereditárias
das células; mitocôndrias – produzem adenosina trifosfato (ATP) usada pelas células
como fonte de energia; REL).

3. Tecidos:
. Tecido – conjunto de células semelhantes e pelas substâncias que as rodeiam (determinam
a função do tecido).
. existem quatro tipos: Epitelial; Conjuntivo; Muscular e Nervoso.

2
Nível mais elementar
3
Pequenas partículas constituintes de matéria.
4
Conjunto de átomos unidos por ligações químicas. A sua função de uma molécula encontra-se intimamente ligada à sua estrutura (moléculas de colagénio são fibras proteicas
resistentes que fornecem à pele estrutura e flexibilidade. Com a idade a estrutura de colagénio altera-se e a pele mais frágil.
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4. Órgãos: formado por um ou mais tipo de tecidos com uma ou mais funções em comum (ex:
bexiga, olho, coração, rim, estomago, pele)

5. Sistema de orgânico:
. conjunto de órgãos considerado como uma unidade pois apresenta uma ou mais funções
comuns/semelhantes, com uma semelhança estrutural [ex: aparelho urinário (rins - urina,
ureter – transporte da urina, bexiga – armazena a urina, uretra – elimina)].
. existem 11 sistemas e aparelhos: tegumentar, ósseo, muscular, nervoso, endócrino,
cardiovascular, linfático, respiratório, digestivo, urinário e reprodutor.
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6. Organismo global / ser organizado:


. é qualquer estrutura viva considerada como um todo, quer seja uni ou multicelular como
o ser humano.

. organismo humano é um sistema de órgãos interdependentes complexo.


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Características da Vida

A característica comum a todos os organismos vivos é a VIDA. Características essenciais da vida são:

1. Organização:
. todos os seres vivos são altamente organizados (constituídos por uma/mais células compostas por
organelos altamente especializados que dependem da organização precisa das moléculas);
. diferentes partes têm relações umas com as outras e interagem umas com as outras para executar
funções especificas;
. uma rutura do estado de organização pode resultar na perda da função, morte;

2. Metabolismo:
. conjunto de reações químicas que ocorrem num organismo que resultam na produção de energia para
o desempenho de funções vitais (ex: permitem desdobrar moléculas alimentares e matérias-primas para
sintetizar as moléculas do próprio organismo; ou quando parte de uma molécula se move
relativamente a uma outra, originando uma alteração na conformação dessa mesma molécula);
. necessário às funções vitais (ex: capacidade de resposta, crescimento, desenvolvimento e reprodução);

3. Capacidade de resposta:
. capacidades de um organismo para se aperceber das alterações no seu ambiente (meio interno e
externo) e de adaptar-se;
. as respostas incluem:
- procura de alimentos ou de água;
- fuga do perigo ou de condições ambientais desfavoráveis;
. organismos adaptam-se de forma a manterem o seu ambiente interno estável (ex: em ambientes quentes
a temperatura do corpo aumenta e as glândulas sudoríparas produzem suor → possibilita a descida de
temperatura para níveis normais);

4. Crescimento:
. capacidade de aumento do numero e tamanho das células produzindo um avolumar de todo o
organismo ou de parte dele (ex. músculo dilatado por exercício → maior numero de células do que outro
não exercitado);
. pele de um adulto tem mais células que a pele de uma criança;
. aumento das substancias envolventes das células também contribui para o crescimento;
. crescimento do osso resulta de um aumento do numero de células e da aglomeração de materiais em
volta delas;
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5. Desenvolvimento:

. modificações que o organismo sofre ao longo do tempo (inicia-se com a fertilização e termina com a
morte);

. as maiores alterações desenvolvimentais ocorrem antes do nascimento, mas muitas continuam e


prosseguem ao longo da vida;

. desenvolvimento implica:

- Diferenciação celular: alteração na estrutura e função da célula (de indiferenciada a


especializada);

- Morfogénese: alteração na forma dos tecidos, órgãos e todo o organismo;

(ex. a seguir a fertilização as células indiferenciadas especializam-se em vários tipos de células,


epiteliais, ósseas, musculares ou nervosas → essas células já diferenciadas formam tecidos e
órgãos)

6. Reprodução:
. formação de novas células ou organismos;
. sem reprodução o crescimento e desenvolvimento não seriam possíveis;
. sem reprodução do organismo haveria a extinção das espécies;

I. Pesquisa Biomédica
- o estudo dos seres unicelulares (ex: bactérias) forneceu muita informação sobre as células humanas (parte
da pesquisa biomédica não pode ser realizada usando seres unicelulares ou células isoladas);

- os grandes progressos na cirurgia do coração aberto e transplante renal foram possíveis aperfeiçoando
técnicas noutros mamíferos, antes de serem tentadas em seres humanos;

- há leis rigorosas que regulamentam o uso de animais em pesquisa biomédica → asseguram um sofrimento
mínimo do animal e desencorajam experimentação desnecessária.

II. Homeostase
- Condições que permitem que as funções do corpo (líquidos) se mantenham a níveis constantes adequadas
à vida (existência e manutenção de um meio ambiente constante dentro do corpo);

- Conjunto de fenómenos de autorregulação que levam à preservação da consistência das propriedades e


da composição do meio interno de um organismo;
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- As células encontram-se rodeadas por um liquido cujo volume, temperatura e constituição


química deve estar dentro dos limites/valores estreitos normais → VARIAVEIS (ex. temperatura)

SETPOINT

[mecanismos homeostáticos (ex. transpiração, tremores; FA)

mantêm a temperatura próximo de um valor normal ideal, normal]

Não são capazes de manter a temperatura precisamente no Setpoint → a temperatura


aumenta e diminui ligeiramente = AMPLITUDE NORMAL

Se a temperatura está dentro da amplitude normal → a homeostase5 é mantida

- Sistemas Orgânicos ajudam a controlar o ambiente interior de forma a mante-lo constante (ex. aparelho
digestivo, respiratório, circulatório e urinário funcionam em conjunto de modo a que cada célula receba
quantidades adequadas de nutrientes e oxigénio e a que os produtos de excreção não atinjam níveis tóxicos.
Se o liquido intersticial se desvia dos níveis de homeostase, as células não funcionam normalmente e podem
mesmo morrer) → a perturbação da homeostase resulta numa doença / morte.

III. Feedback Negativo (retroação negativa)


- “Negativo” = mecanismo fisiológico capaz de reduzir ou contrariar qualquer desvio do setpoint.

- Mecanismo de controlo homeostático / mantem a homeostase (ex. controlo de reduzir a pressão


alta/mecanismos de feedback negativo fazem com que o valor normal seja reposto porque é a
pressão que gera o movimento do sangue, do coração para os tecidos).

5
Homeostase significa manutenção de uma amplitude normal.
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- Sangue conduz oxigénio e nutrientes aos tecidos e remove os produtos da degradação → mantem
a homeostasia dos tecidos.

- 3 componentes/passos:

1. Receptor – sensível / deteta a alteração no valor da variável, no setpoint.

Envia a mensagem para o …

2. Centro de controlo – recebe a informação acerca da variável, analisa (estabelece o


setpoint à volta do qual a variável é mantida) e processa nova informação.

Envia a nova mensagem para o …

3. Efector – produz respostas que alteram o valor da variável (faz regressar os valores
normais, setpoint)

- os receptores que monitorizam a variação da pressão arterial encontram-se em vasos sanguíneos perto do
coração e cabeça.

- o centro de controlo da pressão arterial (localizado no cérebro) recebe os sinais enviados pelos nervos dos
receptores, que avalia a informação e envia sinais ao coração através dos nervos.

- o coração é o órgão efector e a frequência cardíaca aumenta e diminui como resposta aos sinais do cérebro

- SE a pressão arterial6 aumentar ligeiramente, os receptores detetam a elevação e enviam informação para o
centro de controlo no cérebro que provoca uma diminuição na frequência dos batimentos cardíacos,
resultando uma diminuição na pressão arterial (e vice-versa) → P.A. sobe e desce dentro de valores normais.

6
> FC logo > PA e vice-versa
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NOTA:
- existem situações onde um desvio da amplitude normal pode ser mais benéfico (ex. no exercício físico a P.A.
é mais elevada, as células musculares necessitam de um aumento no aporte de Oxigénio e nutrientes e na
remoção de produtos de excreção para fazer face ao maior nível de atividade  a elevada P.A. aumenta o
aporte de sangue aos músculos o qual mantém a homeostasia durante o exercício através do fornecimento de
oxigénio e da remoção dos produtos de excreção.

IV. Feedback Positivo (retroação positiva)

As respostas dos mecanismos de feedback positivo:


- não são homeostáticas7
- são raras em pessoas saudáveis
- tornam-se um ciclo vicioso (afasta da homeostase) e resulta na morte [ex. fornecimento
inadequado de sangue ao músculo cardíaco]

7
Há raras exceções, como mecanismo de retroação positiva que ocorre fisiologicamente temos a dilatação no parto, útero distendido pelo aumento do feto, as contrações
empurram o feto em direção ao orifício do útero, estirando-o e estimulando a ocorrência de mais contrações que provoca mais contração do útero  termina quando o feto sai e
o estimulo da contração é eliminado.
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Positivo = quando ocorre um desvio do valor normal, a resposta do sistema é no sentido de aumentar
esse desvio. Ex.: os desvios do ponto de equilíbrio normal provocam desvios adicionais, a partir do valor normal quer
na direção positiva quer na negativa.

NOTA:

- Após grandes hemorragias, a P.A. desce e o fornecimento de sangue ao músculo cardíaco é inadequado 
logo a homeostase do musculo cardíaco é perturbada e este deixa de funcionar normalmente.

- O coração bombeia menos sangue, o que provoca uma diminuição da P.A, logo menor é o fornecimento de
sangue ao músculo cardíaco e o coração bombeia ainda menos sangue  se o processo se mantiver até a PA ser
baixa demais para manter o musculo cardíaco o coração para de bater (morte):
Mecanismo de Feedback Positivo Destrutivo.
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Terminologia e planos do corpo humano


Posições do corpo

1. Posição anatómica

- ser humano em pé e ereto


- pés orientados para a frente
- face orientada para a frente
- membros superiores (braços) ao longo do corpo
- Palmas das mãos orientadas para a frente
- Polegar virado para fora
- Cotovelo acima da mão
- supinação (decúbito dorsal): deitado de
costas (cotovelo e mão ao mesmo nível)
- pronação (decúbito ventral): deitado de
barriga para baixo (cotovelo e mão ao mesmo nível)
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2. Termos descritivos orientados

- superior cefálico (“em cima”) / inferior caudal (“em baixo”)

Cefálico e caudal para descrever direção


dos movimentos no tronco (e não nos membros)
- anterior ventral (“em frente”) / posterior dorsal (“atrás”)
- proximal (“mais próximo”) / distal (“mais longe”)  em estruturas lineares (membros) nos quais

a extremidade se encontra perto de outra


estrutura e a outra afastada;

- interno ou medial / externo ou lateral

(próximo da linha média) (afastada da linha média) [ex. o nariz está numa posição medial da face, os olhos são laterais ao nariz]

- superficial (superfície do corpo) / profundo (interior do corpo)

3. Partes e Regiões do corpo

Braço do ombro ao cotovelo

Antebraço do cotovelo ao punho

Superior Punho

Mão

Membros

Coxa da anca ao joelho

Inferior Perna do joelho ao tornozelo

Tornozelo

Cabeça

Regiões Medianas Pescoço Torax

Tronco Pelve (extremidade inferior do tronco que se

encontra articulada com as ancas)

Abdómen
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Abdómen subdivide-se por duas linhas imaginárias em 4 Quadrantes:

- Quadrante Superior Direito

- Quadrante Superior Esquerdo


- Quadrante Inferior Direito
- Quadrante Inferior Esquerdo

Ou por quatro linhas imaginárias em Grelhas de 9 Janelas/regiões:

- Hipocôndrio Direito e Hipocôndrio Esquerdo


- Epigastro (região epigástrica)
- Flanco Direito e Flanco Esquerdo
- Região Umbilical
- Região Inguinal Direita e Inguinal Esquerda (região ilíaca)
- Hipogastro (região hipogástrica)

4. Planos

4.1.Plano Sagital mediano


- atravessa o corpo verticalmente (separa em duas metades
iguais – direita / esquerda
- forma como o corpo seria dividido por uma flecha que o
atravessasse no sentido ântero-posterior.

4.2.Plano Transversal ou Horizontal


- atravessa o corpo paralelamente ao chão (em duas metades
– superior / inferior)
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4.3. Plano Frontal ou Coronal


- atravessa verticalmente da direita para a esquerda (duas partes – anterior / posterior)

Nota:
- corte ao longo do eixo maior do órgão  corte longitudinal
- corte ao longo do plano que forma um angulo reto com o eixo maior  corte transversal
- corte ao longo do eixo maior formando um ângulo diferente do angulo reto  corte oblíquo
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5. Cavidades Corporais

- Nasal
- Craniana cavidades que abrem para o exterior do corpo
- Abdominal

- Tronco contem 3 cavidades (não abrem para o exterior):


a. Cavidade Torácica
- rodeada pela caixa torácica e costelas (esterno)
- separada da cavidade abdominal pelo diafragma
- apresenta cavidade pericárdica e cavidades pleurais
- apresenta mediastino:
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. estrutura mediana que divide a cavidade em direita e esquerda (parede do meio)


. contem o coração, timo, traqueia, esófago, vasos sanguíneos, nervos
. pulmões situam-se um de cada lado do mediastino

b. Cavidade Abdominal
- limite superior: diagrama
- limite anterior: músculos abdominais
- contem o estomago, baço, pâncreas, intestino, fígado e rins

c. Cavidade Pélvica
- pequeno espaço delimitado pelos ossos pélvicos
- localizada inferiormente à cavidade abdominal e internamente aos ossos ilíacos
- contem a bexiga, órgãos reprodutores internos, parte do intestino grosso

Não se encontra fisicamente separadas – Cavidade Abdominopélvica.


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5. Membranas Serosas (visceral e parietal)

- revestem os órgãos das cavidades do tronco e delimita-os


. porção parietal – reveste a parede da cavidade
. porção visceral – está em contacto com os órgãos internos

- Constituição:
. não contêm glândulas
. camada de tecido epitelial pavimentoso simples
. camada de tecido conjuntivo (laxo)
. membrana basal
. humificadas por um liquido seroso produzido pelas membranas serosas tornando a superfície
deslizante
. existe um espaço/cavidade entre as membranas serosas  preenchida por uma pelicula fina.

- Funções:
. quando os órgãos roçam contra a parede do corpo ou contra outros órgãos, a associação do
liquido produzido pelas membranas e das membranas serosas lisas - reduz a fricção –
proteção dos órgãos internos;
. manter os órgãos no lugar;
. funcionam como uma barreira seletiva permeável (faz trocas e elimina substancias toxicas,
ex. hemodialises)

. tem porção visceral

- cavidade torácica têm 3 cavidades revestidas por membrana serosa:

a) Cavidade Pericárdica
- rodeia o coração
- contém liquido pericárdico
- localiza-se entre o pericárdio visceral e o pericárdio parietal
- o pericárdio visceral envolve o coração que está contido num saco de tecido conjuntivo
revestido pelo pericárdio parietal
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b) Cavidade Pleural
- envolve cada pulmão (revestidos por pleura visceral)
- pleural = associado às costelas
- contem liquido pleural
- localiza-se entre a pleura visceral e a pleura parietal
- pleura parietal reveste:
. a superfície interna da parede torácica
. as superfícies laterais do mediastino
. a superfície superior do diagrama

c) Cavidade Peritoneal
- envolve a cavidade abdominopélvica
- contem liquido peritoneal
- localiza-se entre o peritoneu visceral e o peritoneu parietal
- peritoneu visceral reveste:
. órgãos da cavidade abdominopélvica
- peritoneu parietal reveste:
. a parede da cavidade abdominopélvica
. a superfície inferior do diafragma

- Mesentérios (“epiplons”):
. tem duas camadas de peritoneu fundidas
. suportam os órgãos abdominopélvicos à parede da cavidade abdominal
. proporcionam uma via de acesso para vasos sanguíneos, linfáticos e nervos
alcançarem os órgãos (irrigá-los)

- Orgãos retroperitoniais (através do peritoneu):


. revestidos por peritoneu parietal
. órgãos abdominopélvicos que estão ligados por se encontrarem mais próximos da
parede do corpo e não possuem mesentérios
. rins, glândulas supra-renais, parte dos intestinos, pâncreas, bexiga
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Capitulo II – A base química da vida

- inorgânica: ocupa-se das moléculas que não têm carbono


- orgânica: ocupa-se das moléculas que contêm carbono

- exceções (moléculas inorgânicas):


. monóxido carbono
. dióxido carbono
. iões biocarbonato

QUÍMICA INORGANICA

Água
. substancia química essencial à vida
. átomo de oxigénio ligado a dois átomos de hidrogénio por ligações covalentes8
. moléculas polares
. carga parcialmente positiva associada aos átomos de Hidrogénio
. carga parcialmente negativa associada aos átomos de Oxigénio
. átomos ligados por pontos de hidrogénio  organizam as moléculas de água numa rede e
constituem a força que permite que as moléculas se mantenham unidas.
. peso mulher jovem: 50% água (têm mais gordura corporal)
. peso homem jovem: 60% água
. volume e distribuição da água no organismo varia com idade e sexo
. plasma contem 92% de água (parte líquida do sangue)
. tem propriedades físicas e químicas que se adequam às múltiplas funções que desempenha

Funções:
a) Manutenção da temperatura corporal
- água possui um calor especifico elevado  é necessário uma quantidade grande
de calor para elevar a sua temperatura assim a água tolera grandes variações de
temperatura.

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Quando um átomo partilha um ou mais pares de eletrões, em que a combinação de átomos forma moléculas. Ligação covalente entre dois átomos de
hidrogénio forma a molécula de hidrogénio – cada átomo de hidrogénio tem um eletrão.
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- quando a água evapora, passa do estado líquido ao gasoso e como é necessário


calor para tal, a evaporação de água na superfície do corpo retira-lhe o calor em
excesso.

b) Proteção
- contra fricções (ex. Lagrimas protegem a superfície do olho da fricção das pálpebras)
- a água forma uma almofada líquida em torno dos órgãos contra traumatismos (ex.
liquido cefalorraquidiano  envolve o cérbero)

c) Reações Químicas
- atua como reagente nas reações químicas dentro das células
- torna possível reações químicas e participa em algumas delas:
. reação de hidrolise  reação de decomposição
. reação de desidratação  reação de síntese com produção de água

d) Meio Solvente
- mistura: combinação de duas ou mais substancias fisicamente unidas mas não
quimicamente ligadas.
- solução: qualquer líquido, gás ou solido que contenha substâncias uniformemente
distribuídas sem limites definidos por elas.
- soluto (ex. sal): dissolve-se no solvente (ex. água)
- suspensão  mistura que contem materiais que se separam uns dos outros, a não
ser que sejam mantidos em conjunto por agitação permanente (ex: sangue é uma suspensão
que contem eritrócitos em suspensão no plasma)

- colóide  mistura (coloidal) na qual uma substância dispersa (tipo soluto) é


distribuída por uma substância dispersante (tipo solvente). As partículas dispersas
são maiores que uma só molécula, mas suficientemente pequenas para
permanecerem dispersas e não sedimentarem (ex. plasma, interior liquido das células)

. líquidos complexos existentes no interior e exterior das células são soluções,


suspensões e colóides  ex. sangue é uma solução, contém nutrientes
dissolvidos (açúcar), uma suspensão onde estão os eritrócitos e um colóide
que contem proteínas.
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e) Serve de sistema de transporte de substancias:


- devido à capacidade para dissolver substâncias.

QUÍMICA BÁSICA

- 4 grandes moléculas orgânicas essenciais (características estruturais e funcionais especificas) aos


organismos vivos são:
. glúcidos
. lípidos
. proteínas
. ácidos nucleicos (ADN e RNA)

1. Glícidos / Hidratos de Carbono

- moléculas polares [devido ao elevado numero de átomos de oxigénio (solúveis em H2O)]


- são compostos orgânicos terciários constituídos por átomos de carbono, hidrogénio e oxigénio
- variam de moléculas pequenas a outras grandes
- cada átomo de carbono se liga aos mesmos átomos que formam a molécula da água (hidratos
de carbono)

- Funções:
. fornecer energia (desdobrados)
. estrutural (glícidos não digeridos aumentam o volume das fezes  permite o bom
funcionamento do intestino delgado)

- classificam-se segundo o nº de açucares presentes na estrutura:

1.1. Monossacáridos
. unidade estrutural mais pequena dos glícidos
. açúcares simples
. classificados quanto ao nº de átomos de carbonos:
- 3 carbonos (trioses)
- 4 carbonos (tetroses)
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- 5 carbonos (pentoses)  ribose, desoxirribose (componentes dos ácidos


ribonucleico – RNA- e o desoxirribonucleico –
ADN)
- 6 (hexoses)  isómeros (ex. glicose, frutose, galactose)  moléculas com
o mesmo tipo e numero de átomos mas diferem no seu
arranjo tridimensional.

1.2.Dissacáridos
. molécula composta por 2 açucares simples (monossacarídeo) ligados por
reação de desidratação
. glicose e frutose  combinam-se e formam um dissacárido (sacarose) e uma
molécula de agua
. lactose  resulta da combinação da glicose com a galactose
. maltose  resulta da ligação de duas moléculas de glicose

1.3.Polissacáridos
. hidratos carbono complexos
. macromoléculas formadas pela união de muitos monossacarídeos ligados entre
si para formar cadeias longas, lineares ou ramificadas
. mais comuns:
 Glicogénio (açúcar animal):
- polissacarídeo composto por muitas moléculas de glicose
- molécula de reserva (devido à glicose ser metabolizada e a
energia ser usadas pelas células)
 Amido:
- composto por longas cadeias de glicose
- plantas usam amido como molécula de reserva
- vegetal  fonte de energia

 Celulose:
- composto por longas cadeias de glicose
- vegetal  estimula o intestino, aumenta o volume fecal e
elimina fezes
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2. Lípidos

- segundo maior grupo de moléculas orgânicas


- moléculas apolares (insolúveis em H2O)
- solúveis em solventes orgânicos não polares (gorduras, fosfolípidos, esteróis, colesterol)
compostos por C, H, O, P e Azoto
- funções:
. protegem e isolam (pele e pelo)
. ajudam a regular processos fisiológicos (regulação)
. vitamina (E, K) e hormonal (sexual)
. constituintes da membrana plasmática (estrutural)
. armazenam energia (desdobrados e usados como fonte de energia)

2.1. Gorduras:
. principal tipo de lípidos
. ingeridas e decompostas nas células por reações de hidrolise que libertam energia para
uso das próprias células.

2.2. Triglicéridos (triacilgliceróis):


. constituem 95% das gorduras do corpo (principais grupo lípidos)
. compostos por duas estruturas diferentes:
2.2.1.
1 glicerol  molécula de 3 átomos de carbono e um grupo hidroxilo ligado a
cada átomo de carbono;

. glicéridos  descrito pelo numero e o tipo de ácidos gordos que se combinam


com o glicerol através de reações de desidratação:
- monoglicéridos  um ácido gordo;
- diglicéridos  dois ácidos gordos;
- triglicéridos  três ácidos gordos ligados a uma
molécula de glicerol
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2.2.2.
3 ácidos gordos  cadeia linear de átomos de carbono com um grupo carboxilo
ligado a uma das extremidades;

- um átomo de Oxigénio e um grupo hidroxilo ligado a um


átomo de carbono)
- responsável pela:
. natureza ácida da molécula, já que liberta iões
hidrogénio para a solução;

. ácidos gordos diferem pelo comprimento da sua cadeia e pelo grau de


saturação:
- contêm um par de átomos de carbono (cadeias de 14 e 18 átomos
de carbono)
- saturado  ligações covalentes simples entre os átomos de
carbono (carne de vaca, óleo de coco, óleo de palma, manteiga, ovos,
queijo)
- insaturado  uma ou mais ligações covalentes duplas entre
átomos de carbono.
- monoinsaturados  uma ligação covalente dupla
- polinsaturados  duas ou mais ligações covalentes duplas

2.3. Fosfolípidos:
. semelhantes aos triglicéridos com exceção de que um dos ácidos gordos ligado à
molécula de glicerol é substituído por uma molécula que contem fosfato (azoto);
. moléculas polares na extremidade à qual o fosfato se encontra ligado e apolares na outra
extremidade;
. a extremidade polar é atraída pela água (hidrofílica)
. a extremidade apolar é repelida pela água (hidrofóbica)
. componentes das membranas plasmáticas

2.4. Vitaminas Lipossolúveis: são moléculas apolares


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2.5. Esteroides: as propriedades de solubilidades são semelhantes; compostas por atomos de


carbono ligados entre si formando 4 estruturas em forma de anel (colesterol, sais biliares,
estrogénios, progesterona e testosterona)

3. Proteínas

- compostos quaternários constituídos por:


. carbono, oxigénio, hidrogénio, azoto ligados entre si (ligaç. covalentes)

- Unidades estruturais:
. determinada pela sequencia de aminoácidos ligados (ligações peptídicas)
. 20 moléculas de Aminoácidos  cada aminoácido tem um grupo amina, um grupo
carboxilo, um átomo de hidrogénio, uma cadeia
lateral (R-radical) ligado ao mesmo átomo de
carbono.

- podem ligar-se e formar cadeias mais complexas:

3.1. Peptídeos:
. 2 moléculas de aminoácidos
. ligações peptídicas – ligações covalentes q se formam durante a síntese proteica
entre as moléculas de aminoácidos

3.2. Polipéptidos: cadeias sucessivas de 20 aminoácidos

- Proteínas:
. macro moléculas de elevada massa molecular
. constituídas por cadeias polipeptídicas
. possuem estrutura tridimensional

- Função (desempenham funções cruciais no processo biológico):


a) Enzimática: acuam como enzimas em quase todas as reações químicas que ocorrem
nos seres vivos
b) Estrutural: fazem parte da estrutura de todos os constituintes celulares
Ângela Xavier

29

c) Transporte: transportam iões, moléculas pequenas (ex. hemoglobina – transporta O)


d) Hormonal: muitas hormonas (insulina, adrenalina, Hipofisárias) têm constituição
proteica;
e) Imunológica: proteínas altamente especificas (neutralizam substancias estranhas ao
organismo)
f) Motora: são componentes maioritárias dos músculos
g) Reserva alimentar: algumas funcionam como reserva fornecendo aminoácidos ao
organismo (desenvolvimento)
h) Regulação (regulam processos orgânicos)
i) Protegem (contra microrganismos e substancias estranhas)
j) Contração (actina e miosina ajudam na contração muscular)
k) Energia (degradadas para obtenção de energia

4. Ácidos Nucleicos (ADN, RNA)

- macromoléculas de informação
- detêm e transmitem a informação genética
- 2 tipos:
. ADN (ácido desoxirribonucleico):
- unidades básicas constituídas por:
. grupo fosfato (características ácidas)
. pentose (desoxirribose)
. base azotada (adenina, timina, guanina, citosina)
- constituídos por 2 cadeias nucleotídicas unidas por pontes de hidrogénio (H)
que formam uma dupla hélice;
- ADN determina a síntese proteica  controla todas as características
funcionais e estruturais das proteínas;
- não abandona o núcleo.

. RNA (ácido ribonucleico):


- estruturalmente relacionado com o ADN´(cadeia simples)
- 4 nucleótideos
- bases orgânicas são as mesmas, exceção uracilo substitui a timina
- função: síntese de proteínas;
Ângela Xavier

30

Capitulo III– Estrutura e Funcionamento da célula


Célula:
- unidade básica altamente organizada
- triliões de células (ser humano)
- origem (a partir de uma célula fertilizado)
- os diferentes tipos de células partilham características

 Funções das células (depende da estrutura da célula):


- mantêm as características da vida (substancia mineralizada)
- proteção e suporte do peso e do corpo (células ósseas)
- movimento (células musculares permitem o movimento)
- meio de comunicação (produzem e recebem sinais químicos)
- metabolismo celular (reações metabólicas) e libertação de energia
- síntese de moléculas
- reprodução e asseguram a hereditariedade (uma copia do código genético do individuo)

 Constituintes:
A) Citoplasma (célula eucariótica) - situado entre o núcleo e a membrana plasmática
A.1) Citosol:
- massa semifluida aparentemente homogénea
- encontra-se várias estruturas:
A.1.1.) Citoesqueleto:
. fibras proteicas
. suporta a célula
. mantêm o núcleo e os organelos no lugar
. permite os movimentos celulares
A.1.2.) Inclusões citoplasmáticas:
. agregados de substancia química produzidas pela célula ou provenientes do
exterior (glícidos, lípidos, proteínas)

B) Organelos citoplasmáticos
- estrutura no interior das células
- fabrico de proteínas
Ângela Xavier

31

B.1) Ribossomas:
. estrutura esférica
. função: síntese das proteínas
. livres / associados ao reticulo endoplasmático (R.E.):
- liso ou rugoso (se tiver sáculos com ribossomas)
- tubos largos
- função: síntese de proteínas (R) e lípidos (L)

B.2) Complexo de Golgi:


. sáculos membranosos achatados
. função: modifica; armazena e distribuiu proteínas e lípidos produzidos pelo
R.E.

B.3) Mitocôndrias
. estrutura esféricas (forma de feijão)
. membrana dupla
. função: local da síntese de ATP na presença de Oxigénio (respiração aeróbica)

C) Núcleo:
- atividades celulares no citoplasma
- estrutura esférica e alongada no centro da célula
- contêm material genético da célula
- limitado involucro nuclear (2 membranas)
- contêm poros nucleares (movimento da substancia do núcleo para o citoplasma)

D) Nucléolo:
- zona densa e arredondada do núcleo
- contem ADN

E) Membrana plasmática ou celular (M.P.):


- delimitação externa da célula (interagem c o exterior)
- separa substancias do interior (intracelulares) do exterior (extracelulares/intercelulares)
- envolve e suporta os conteúdos celulares
- ancora a célula ao ambiente extracelular ou outras células
- desta depende a capacidade das células se reconhecerem e comunicarem
Ângela Xavier

32

- determina o que entra e sai da célula


- dupla camada lipídica (fosfolípidos; colesterol; proteínas)
- nem sempre existe uma delimitação entre membrana plasmática e o meio extracelular
- constituída por: 45-50% lípidos; 45-50% proteínas; 4-8% glícidos
- glícidos combinam-se com lípidos para formar glicolípidos
- glícidos combinam-se com proteínas para formar glicoproteínas

- glicocálice  conjunto de glicolípidos, glicoproteínas e glícidos na superfície externa.

- potencial de membrana: diferença de cargas que regula do movimento de iões


(exterior com carga mais positivam, pois fora da célula há mais concentração de iões com
carga positiva).

- conceção moderna da M.P.:


. modelo do mosaico fluido  estrutura altamente seletiva e flexível (podendo
alterar forma e composição)  delimita a célula;
regula o fluxo do material entre a célula e o
meio; e comunicação intercelular e com o meio.

E.1.) Lípidos da membrana:


. responsáveis pela estrutura e algumas funções da M.P.

E.1.1.) fosfolípidos:
- organizam-se e formam duplas camada lipídica (bicamada lipídica)
- cabeça polar hidrofílica
- cabeça apolar hidrofóbica

E.2.) Proteínas da membrana:


. responsáveis por algumas funções da M.P.
. funções:
- comunicação intercelular
- enzimática (catalisam reações químicas na M.P.)
- transporte (iões/moléculas ligam-se à proteína)

E.2.1.) proteínas intrínsecas / integrais


- penetram na bicamada lipídica estendendo-se de uma camada até à outra
Ângela Xavier

33

- regiões de aminoácidos com grupos R hidrofóbicos e outras hidrofílicos


- função: transporte

E.2.2.) proteínas extrínsecas / periféricas


- ligadas à superfície interna ou externa da dupla camada lipídica
- moléculas recetoras

. proteínas funcionam como sítios de ligação  células ligam-se umas às outras;


. proteínas funcionam como canais proteicos  permitem entrada de moléculas e iões;

E.3) Movimento através da membrana plasmática (M.P.):


- separa o material extracelular do material intracelular
- seletivamente permeável (só à passagem de algumas substancias)  mantem o
volume da célula  HOMEOSTASIA

E.4) Transporte de materiais através de M.P.:


E.4.1.) Transporte não mediado
- controle por processos físicos (difusão simples  deslocação da
substancia a favor do gradiente de concentração sem intervenção de
proteínas transportadores  transporte passivo [ex. difusão de gases respiratórios
(oxigénio para as células)]

E.4.2.) Transporte mediado


- intervêm as proteínas da membrana (difusão facilitada; transporte
ativo; seleção simples)
- transporte de partículas de uma área de maior concentração para uma
área de menor concentração
- intervêm em proteínas transportadoras
- transporte passivo (ex. glicose)

. transporte de substancia contra o gradiente de concentração (menos para mais)


. intervêm proteínas de transporte
. célula usa energia no transporte de substancias
. ex: transporte de iões de sódio e potássio
Ângela Xavier

34

E.4.3.) Osmose
- difusão da água (solvente) através de uma membrana semipermeável (M.P.)
- provoca alterações no volume da célula
- pressão osmótica:
. força necessária para evitar a passagem da água por osmose através de uma
membrana seletivamente permeável / força para que a àgua se desloque de um
lado para o outro;
. agua move-se através da membrana da região onde há maior quantidade de
moléculas de agua;
. quanto maior a concentração do soluto mais aumenta a pressão osmótica;

E.5) Processos ativos de ingestão:

E.5.1.) Endocitose:
- transporte de material volumosos para o interior da célula (através da M.P.
por formação de uma vesicula)
- Fagocitose (sólido): alimentação da célula; quando há movimento de material
solido volumosos para o interior das células, formando
vesiculas fagocíticas.
- Pinocitose (liquido): semelhante à fagocitose mas contem moléculas
dissolvidas em líquido e não partículas, captado por
invaginações profundas da membrana e as vesiculas
formadas são menores. Transporte de muitas células.
(célula dos rins, fígado; células epiteliais do intestino
delgado)
E.5.2.) Exocitose:
- há acumulação de secreções dentro de vesiculas  estas vesiculas de secreção
deslocam-se para a M.P. onde as vesiculas se fundem, sendo o conteúdo das
vesículas expelido para o exterior da célula (hormonas, enzimas digestivas,
resíduos de ingestão intracelular)

Metabolismo celular:
- soma de todas as reações catabólicas (decomposição) e anabólicas (síntese) que ocorrem na célula (ex.
decomposição das moléculas dos alimentos - glícidos, lípidos, proteínas – liberte energia que é usada na
síntese de ATP;
Ângela Xavier

35

Capitulo IV – HISTOLOGIA

Estudo dos tecidos

Histologia:
 ciência que estuda os tecidos ao microscópio;

 observação duma amostra de tecido permite determinar a doença especifica:

 Leucemia (os glóbulos brancos têm uma estrutura das células anormal/alteradas e o nº substancial)

 Tecidos orgânicos são interdependentes

 ex. tecido epitelial tem de absorver cálcio e outros nutrientes do tubo digestivo para se formar novo

tecido ósseo

Tecidos: conjunto de células similares e das substâncias que as envolvem.

A estrutura das células e a matriz extracelular são características usadas para identificar os 4

diferentes tipos de tecido:

- embrionário
- epitelial ambos, apresentam formas mais diversificadas
- conjuntivo
- muscular
- nervoso

Classificação dos Tecidos baseia-se em:

- estrutura das células (especializadas)

- matriz extracelular (material que constitui)


. fibras proteicas
. substancia fundamental (não celulares q envolvem a célula)
. liquido
. confere características funcionais
- funções (tecido muscular e nervoso)

- relações intercelulares (tecido epitelial e conjuntivo)


Ângela Xavier

36

TECIDO EMBRIONÁRIO

 após 13-14 dias após fecundação

 células progenitoras e indiferenciadas e pré-embrionárias) ---> formam um disco alongado com

duas camadas:

 Ectoderme (pele)

 Endoderme (tubo digestivo)

 Mesoderme  células migram entra as camadas (vasos sanguíneos, músculos, ósseos)

NOTA:

- osteoblastos: formam o osso

- osteócitos: mantêm o osso

- osteoclastos: degregam o osso

- condroblastos: formam cartilagem

- macrófagos: presentes num tipo TC; proteção contra infeções (fagocitose); derivados dos monócitos
(derivam das células provenientes da medula óssea)

- mastócitos: são células encontradas sob as membranas do TC laxo nos pequenos vasos sanguíneos dos
órgãos. Contêm heparina, histamina e enzimas proteolíticas (quando há processo de inflamação)

- glóbulos brancos: células responsáveis pelas infeções, presentes no TC, leucócitos, monócitos,
proteção, deslocam-se continuamente dos vasos sanguíneos para o TC.

- membrana basal:

- onde assenta o epitélio;


- composta por material especializado e acelular segregado por células do tecido (epitelial,
conjuntivo);
- fixa epitélios aos tecidos subjacentes;
- suporta e guia a migração celular  reprodução dos tecidos.
Ângela Xavier

37

TECIDO EPITELIAL

Características:

- conjunto de células justapostas;

- possui pouco material extracelular (entre células);

- não existem vasos sanguíneos;

- apresenta uma membrana basal e uma superfície livre

- mantêm a capacidade de realizar mitoses [regenerarem e renovarem; dividirem-se e


formarem novas células (ex. células da pele e do tubo digestivo)]

- possuem junções celulares especializados que ligam entre si células

- possui uma superfície:

. livre / apical (não se encontra ligada a outras)

. superfície lateral (ligada a outras células epiteliais)

. superfície basal (ligada à membrana basal9)

- Localização: tubo digestivo, exterior do corpo (pele); vasos sanguíneos, trato respiratório,

- Funções:

. proteger as estruturas adjacentes (contra microrganismos)

. atua como barreira entre a superfície livre e tecidos subjacentes (impede o


movimento de muitas substâncias através da camada epitelial – pele; evita a perde de
água)

. reveste superfícies corporais (exterior do corpo – tubo digestivo, vasos sanguíneos)

. transporte (permitir a passagem de substancias, ex. epitélio pulmonar – troca de O2 e


C2O entre o ar e o sangue – difusão)

. segregar substancias (glândulas mucosas, sudoríparas)

. absorver substancias (absorção de materiais / moléculas)

9
Epitélios com membrana basal: capilares linfáticos, sinusoides hepáticas (capilares ligados ao fígado) e glândulas endócrinas.
Ângela Xavier

38

Classificação dos Epitélios

Número de camadas Forma das células

Pavimentoso
Simples (células achatadas ou planas – participa na difusão, filtração,

Uma única camada de células, cada célula estende-se da secreção, proteção e revestimento)

membrana basal até à superfície livre. Cúbito


(forma de cubo – células de igual altura e largura)
Cilíndrico
(alto e delgado – células mais altas do que largas)

Húmido
Pavimentoso Camada mais exterior com células vivas
Camadas mais (na boca, esófago, reto, vagina).
profundas têm células
Estratificado
vivas e consoante o Ceratinizado
Mais do que uma camada de células 
estado da camada mais Camadas de células mortas, c proteína
apenas uma camada é adjacente à membrana basal
exterior é dividido em: dura – queratina (tecido com grande
(papel de proteção – fricção e abrasão – ex. pele e tubo
digestivo) resistência e impermeabilidade) – pele.

Cubito e Cilíndrico (raro)


participam na secreção e absorção

Pseudoestratificado
Células epiteliais todas elas ligadas à membrana basal
mas apenas algumas atingem a superfície livre.
Cilíndrico
(constrói cama de células que parece possuir varias
camadas – aparência estratificada)

Transição Grosseiramente cubico ou com muitas superfícies


Estratificado mas o número de células é variável, Número de camadas depende se o órgão está distendido ou não:
dependendo se é distendida ou não (diminui em - Órgão distendido: células achatadas e diminui o seu numero
resposta à distenção) por camada.
- Órgão não distendido: células cubicas.
Ângela Xavier

39
Ângela Xavier

40

Características do Tecido Epitelial:

1. Junções celulares (zona de contacto celular


especializado):

- ligam as células epiteliais mecanicamente entre si


- ajudam a formar uma barreira de permeabilidade
- fornecem um mecanismo de comunicação
intercelular

- localização: superfície basilar e lateral das


células

- as células epiteliais segregam glicoproteínas 


fixam a célula à membrana basal entre si (ligação
fraca e reforçada por desmossomas).

Tipos de junções celulares:


 Desmossomas:
. ponto de adesão / ancora entre as células (umas às outras)
. cada um contem um disco denso no ponto de adesão e um material adesivo entre as células
 Hemidesmossomas:
. similar a metade de um desmossoma
. liga as células epiteliais à membrana basal
 Junção do hiato:
. pequeno canal proteico ou junção comunicante (permite que as células comuniquem entre si)
. encontram-se nos discos intercalares
 Zónula aderente:
. localizada nos tecidos epiteliais simples
. formam uma rede de glicoproteínas na superfície lateral da célula JUNÇÕES
. funciona como uma “cola” que mantem as células juntas
DE
 Zónula ocludente: COESÃO
. perto da superfície livre forma um anel em volta da célula
. funciona como um adesivo forte
. formam uma barreira de permeabilidade
Ângela Xavier

41

Glândulas:
- órgãos de secreção de hormonas
- compostas por epitélio, com uma rede de suporte de tecido conjuntivo
- desenvolvem-se a partir de invaginações do epitélio no embrião

 EXÓCRINAS:
. apresentam canal de excreção e são maioritariamente multicelulares
. não possuem canais
. com tecido conjuntivo altamente vascularizado
. produtos: hormonas
. segregam diretamente para corrente sanguínea

 ENDÓCRINAS:
. segregam diretamente para a corrente sanguínea
. mantêm o contacto aberto com o epitélio a partir do qual se desenvolveu
. apresentam canal de excreção
. canais revestidos pelo epitélio
. são maioritariamente multicelulares
. quanto à estrutura podem ser:
A - Unicelulares (glândulas do estâmago e colon)
B - Tubulares simples retas (células caliciformes no intestino delgado e grosso e nas vias respiratórias)
C - Tubulares simples glomerulares (parte inferior do estomago e do intestino delgado)
D – Acínica simples (glândulas sebáceas da pele)
E – Tubular Composta (glândulas sebáceas da pele)
F – Ramificada acínica (glândulas muscosas do duodeno)
G- Acínica composta (glândulas mamarias e do pâncreas)
Ângela Xavier

42

. quanto à forma os canais podem ser:


- canais em forma de túbulos (tubulares)
- canais em forma de alvéolos (saco/ ácinos)

Forma Tubulares Àcinas


Estrutura
Simples TS AS
Compostos/Ramificados TR AR
Ângela Xavier

43

. quanto à SECREÇÃO as glândulas são classificadas por:


A – Merócrinas
. células da glande produzem vesiculas que contem produtos de excreção e as
vesiculas esvaziam os seus conteúdos por exocitose
. ex. glândulas sudoríparas, porção exócrina do pâncreas

B - Apócrinas
. produtos de excreção são armazenados na célula perto do lume do canal
. uma parte da célula perto do canal que contem os produtos de secreção,
destaca-se da célula e junta-se à secreção
. ex. glândula mamaria

C – Holócrinas
. os produtos de secreção são armazenados nas células da glândula
. células inteiras destacam-se da glândula fazendo parte da secreção
. a perda das células é compensada por outras células mais profundas da
glândula
. ex. glândulas sebáceas da pele (oleosas) que expelem células inteiras
Ângela Xavier

44

TECIDO CONJUNTIVO

Características:
- abundante
- faz parte de todos os órgãos do corpo
- células especializadas com uma determinada função
- células separadas por uma abundante matriz extracelular (dá aos tecidos a maior parte das
suas características principais e serve de base de classificação do tecido conjuntivo em
subgrupos )

Funções:

 Envolver /delimitar e separar (ex. fígado e rins – capsulas em redor dos órgãos; músculos e

artérias – camadas para separar tecidos e órgãos)

 Ligação de tecidos uns aos outros (ex. tendões – cabos/bandas de TC resistente que ligam

músculos aos ossos; ligamentos – são bandas de TC que ligam os ossos uns aos outros)

 Sustentar e mover (ex. ossos do tecido esquelético – suporte do corpo; cartilagem – suporta

estruturas como nariz, pavilhões e superfícies articulares; articulações)

 Armazenar (ex. tecido adiposo (gordura) – armazena moléculas de energia; ossos –

armazenam cálcio e fosfato)

 Almofadar e isolar (ex. tecido adiposo – almofadar e conservar o calor – à volta do rim)

 Transportar (ex. vasos sanguíneos – gases, nutrientes, enzimas, hormonas)

 Proteger (ex. células sist. imunitário e do sangue)

Células do tecido conjuntivo:


- os nomes das células terminam em sufixos que identificam as funções das células:
. blastos  criam a matriz
. citos  mantêm-na
. clastos  degradam-na para reconstrução
Ângela Xavier

45

- células produzidas fora do TC quando é necessário (células especializadas):


. fibroblastos  originam o TC fibroso (intensa atividade de síntese; ex. colagénio, elastina)
. fibrócitos  mantêm-no
. condroblastos  formam a cartilagem
. condrocitos  mantêm-nas
. plasmócitos, macrófagos, leucócitos, células adiposas, mastócitos

Fibras proteicas da matriz extracelular:


- ajudam a formar o tecido conjuntivo, existem 3 tipos de fibras:
A) Colagénio:
. formada por 3 cadeias de polipéptidos
. é forte e flexível
. pouco elástico
. formada por feixe de fina fibras
. confere grande força e suporte (ex. osso, cimento dentário, cartilagem)

B) Reticulina / reticulares (fibras de):


. são fibras de colagénio finas e curtas em rede
. confere suporte a células e tecidos
. não são tao fortes como o colagénio (nos tecidos linfáticos)

C) Elastina / elásticas:
. muito elástica
. moléculas têm a forma de uma mola e formam uma rede por todo o tecido (ex.
confere elasticidade aos tecidos – ouvido externo, epiglote)
. formam redes entrelaçadas

Moléculas da matriz extracelular:


- 2 tipos de moléculas não proteicas que fazem parte da matriz extracelular:
 Ácido hialurónico:
. cadeia simples de polissacarídeos
. lubrifica cavidades articulares (liquido oleoso)
. aparência vítrea (componente do humor)
Ângela Xavier

46

 Proteoglicanos:
. armazenam grandes quantidades de água
. conferem elasticidade ao tecido
. agregado é uma macromolécula formada por polissacáridos ligados a um centro
proteico, em que este liga-se ao ácido Hialurónico

Classificação do Tecido Conjuntivo:


- 3 categoria principais dos TC baseados nas seguintes características:
1- matriz em que as fibras são a característica principal
2- matriz com fibras proteicas e com substancia fundamental
3- matriz predominantemente liquida
Orientação das fibras proteicas:

Laxo elástico
Propriamente dito Regular ou Ordenado colagénio
Denso ex. tendões, ligamentos orientados na mm
direção

matriz em que as fibras são a característica


principal

Irregular ou não cordenado elástico

Colagénio
ex. fibras proteicas dispersas
(Propriedades especiais) Adiposo

Especial Reticular

Medula Óssea (produção de células

sanguíneas)

Hialina

Cartilagem Fibrosa

Elástica

matriz com fibras proteicas e com substancia fundamental

Compacto (ex. diáfises dos ossos; superfície externa osso)


Osso Esponjoso (confere revestimento – osso nariz, ossos crânio)

matriz predominantemente liquida Sangue


Ângela Xavier

47

Tecido Conjuntivo Adulto:


- classificado de acordo com:
. natureza da substancia fundamental
. organização das fibras
Ângela Xavier

48
Ângela Xavier

49

TECIDO MUSCULAR

Características:

- contráctil  responsável pelo movimento


- 3 tipos de TM:
. esquelético (ligado aos ossos)
. cardíaco (coração)
. liso (paredes dos órgãos ocos, vasos sanguíneos, olhos, glândulas, pele)

- classificado de acordo com:


 Estrutura:
- estriado: observam-se bandas microscopias
- não estriado ou liso (ex. estomago)

 Função:
- voluntario: controlado conscientemente (ex. músculo esquelético)
- involuntário: não controlado conscientemente (ex. musculo cardíaco e liso)
Ângela Xavier

50

TECIDO NERVOSO

Características:

- capacidade de conduzir sinais elétricos = potenciais de ação

- encontra-se no cérebro, medulo espinal e nervos

- constituído por: neurónios (nevróglias/glia)  condutoras dos sinais elétricos do tecido


nervoso por todo o corpo;

- neurónios são suportados pelas nevróglias que alimentam, protegem e isolam o neurónio.

- os neurónios (células nervosas) têm 3 porções fundamentais:

. Corpo celular: possui o núcleo; funções celulares;

. Dendritos: recetores de informação (prolongamentos / projeções do citoplasma) –


recebem os potenciais de ação;

. Axónios: enviam informação (prolongamentos / projeções do citoplasma) – conduzem


os potenciais de ação;

- os neurónios que possuem:

. 1 axónio  neurónios unipolares

. 1 dendrito + 1 axónio  neurónios bipolares

. vários dendritos + 1 axónio  neurónios multipolares

REPARAÇÃO DOS TECIDOS:

 INFLAMAÇÃO (resposta inflamatória):

A) Lesão de tecidos: resposta inflamatória, mobiliza as defesas do organismo, isola e destrói


microrganismos; combatem a lesão; agentes que originam lesão – microrganismos, frio, calor,
substancias químicas, eletricidade, traumatismo mecânico.
B) Inflamação produz 5 manifestações (Sinais Inflamatórios): rubor, calor, edema, dor,
impotência funcional – mecanismos que beneficiam a recuperação (da lesão).
C) Assim que há lesão, são ativados os mediadores da infeção – induzem a libertação ou
ativação nos tecidos e vasos adjacentes de substancia química (histamina, prostaglandinas);
Ângela Xavier

51

induzem a dilatação dos vasos (rubor e calor); aumentam a permeabilidade dos vasos (edema);
estimulam os neurónios (dor – leva a impotência funcional, se tem dor protege-se e não
mobiliza).
D) Glóbulos brancos saem dos vasos e deslocam-se para o local de infeção – onde vão
fagocitar bactérias.

 Resposta inflamatória por vezes: dura mais ou é mais intensa do que era desejável

 Medicação:

. anti-histamínico – bloqueiam efeito da histamina

. aspirina: inibe a síntese prostaglandinas

. corticoides: diminuem a libertação de mediadores da inflamação

. antibióticos: infeção (resposta inflamatória insuficiente)

 Reparação dos Tecidos:

- substituir as células que foram mortas por células viáveis.

- feita por:

. regeneração: células novas do mesmo tipo das que foram destruídas (função recuperada).

. substituição: um novo tipo de tecido que pode originar a formação de cicatrizes e perda de
função.

- células envolvidas no processo de reparação:

. labeis: realizam mitoses, dividem-se e é recuperada a função.

. estáveis: regeneração surge quando se verifica lesão; não se dividem apos cessar o processo de
crescimento; mantem a capacidade de divisão e regeneração face à lesão (TC; Gl. Endócrinas,
Pâncreas).

. permanentes: capacidade reduzida de replicação; quando mortas são substituídas por um tipo
diferente de células; os neurónios são capazes de recuperar de uma lesão; corpo celular
destruído e restante neurónio acaba por morrer.

- reparação por regeneração: pele, s. Linfático; s. Hematopoiéticos.


Ângela Xavier

52

- a predominância depende do tipo de tecidos, da natureza e da extensão.

 Processo de Cicatrização de uma ferida:

a) 1ª Intenção (ferida cirúrgica):


- os bordos da ferida encontram-se próximos (ex. incisão cirúrgica).
- a resposta inflamatória induz a vasodilatação: permite que um grande número de células
sanguíneas e outras substâncias cheguem ao local.
- a permeabilidade vascular aumenta: edema, fibrina, número de células sanguíneas que se
deslocam para os tecidos lesados.
- ferida enche-se de sangue e forma um coagulo que contem proteína filamentosa, fibrina, um
dos bordos da ferida atua como barreira.
- Superfície do coágulo seca vai formar crosta que encerra exteriormente a ferida – prevenção
da infeção.
- formação de tecido de granulação – um delicado TC que substitui o coagulo – fibroblasto,
colagénio, e capilares.
- desse tecido de granulação vai-se formando a cicatriz – inicialmente tem uma cor de
vermelho vivo, devido à grande vascularização do tecido.
- gradualmente a ferida vai ficando branca na medida que o colagénio se acumula e os
capilares são comprimidos.

b) 2ª Intenção:
- células epiteliais levam mais tempo a regenerar e a cobrir a ferida – bordos da ferida tao
distantes e o colagénio pode não fechar completamente a ferida.
- uma maior extensão de tecido lesado – o grau de resposta inflamatória é maior; o risco de
infeção é maior (existem mais dendritos celulares para as células fagocitárias removerem
dendritos); forma-se mais tecido de granulação; dá-se a concentração da ferida (em resultado
da contração dos fibroblastos de tecido de granulação).
- a concentração da ferida dá origem às cicatrizes desfigurantes e debilitantes.
- grandes ferimentos devem ser suturados para que cicatrizem por 1ª intenção – cicatrização é
mais rápida; o risco de infeção menor; o tecido cicatricial é mais reduzido.
Ângela Xavier

53

Capitulo V – SISTEMA TEGUMENTAR

 composto por: pele, unhas, glândulas, cabelo, pêlos.

 Funções:
- Proteção
- Sensação (recetores sensoriais que detestam calor, frio e tacto, pressão e dor)
- Regulação da temperatura corporal (pelo controlo de fluxo de sangue através da pele e
atividade das glândulas sudoríparas)
- Excreção (pequenas quantidades de dendritos são eliminadas pela pele e secreção de
glândulas)

 Constituição da Pele (duas camadas):

Epiderme:
- sobre a derme / camada mais superficial da pele
- constituída por tecido epitelial
- resiste à abrasão da superfície da pele
- reduz a perda de água através da pele
- tem 5 camadas:
camada mais profunda . basal / germinativo
. espinhosa
. granulosa
. translucida
. córnea
- células:
. queratinócitos (na camada córnea)  queratinização processo em que as
células mudam de forma e de composição
química – enetrem-se de queratina (mistura de
fibras de queratina e querato-hialina). Durante
este processo as células morrem.
. melanócitos (produzem a melanina)
Ângela Xavier

54

- Pele espessa:
. 5 camadas
. córnea com numerosa camada de células
. encontram-se em áreas sujeitas a pressão e fricção
. (mãos, pés, ponta dos dedos)
- Pele fina:
. menos camadas de células por camada granulosa
. translucida ausente
. existem pelos apenas na pele fina
. cobre o resto do corpo
. mais flexível

- Calosidades: pele sujeita a pressão / fricção

- Cor de pele: determinada por pigmentos presentes na pele – melanina

Derme:
- constituintes: camada de tecido conjuntivo e vasos sanguíneos
- função: resistência estrutural da pele;
- encontram-se também: terminações nervosas, folículos pilosos, músculos lisos,
glândulas, vasos linfáticos
- tem 2 camadas:
. reticular (mais profunda, faz fronteira com a hipoderme)
. papilar (mais superficial; TC laxo – removem produtos de excreção e
ajudam a regular a temperatura corporal)
- Contem:
. linhas de clivagem ou linhas de tensão  provocadas por fibras de
colagénio e elastina que se encontram na mm direção; uma incisão
paralelamente às linhas de tensão tem menos probabilidade de abrir do que
uma incisão que as atravessa (quanto mais aproximados dos bordos de uma
ferida, menor é a probabilidade de infeção e de formação de grande
quantidade tecido de cicatrização)
Ângela Xavier

55

Hipoderme:
- onde “assenta” a pele (“alicerces”)
- constituintes: camada de tecido conjuntivo laxo; tecido adiposo; vasos sanguíneos
- funções: estabelece ligação ente a pele e o músculo / osso subjacente; suporte;
nutrição; proteção;
- principais células: fibroblastos; células adiposas; macrófagos
Ângela Xavier

56

Anexos da Pele

 Pêlo

- existem em quase tudo o corpo


- constituição:
. haste – projeta-se para fora da superfície da pele
. raiz – encontra-se abaixo da superfície
. bulbo piloso – base da raiz

- eixo central  medula (2 ou 3 camadas de células com queratina mole)


- corpo do pêlo  córtex (células com queratina dura (tem mais enxofre))
- superfície do pêlo  cutícula (uma só camada de células)

- folículo pilosos  formado por bainha radicular dérmica e um bainha radicular epitelial

- Cabelo (melania produzida por mela


- Músculos (associados a cada folículo sebáceo – células de TM liso – musculo eretor do pêlo)
Ângela Xavier

57

 Glândulas

A) Glândulas Sebáceas
- localizam-se na derme
- são glândulas alveolares (ou acinosas) simples ou compostas que produzem sebo
(subst oleosa, branca, rica em lípidos)
- sebo é libertado por lise e morte das células secretoras, as glândulas sebáceas são
classificadas como glândulas holócrinas
- ex. lábios, pálpebras, órgãos genitais externos
- não estão associadas a pêlos mas abrem na superfície da pele

B) Glândulas Sudoríparas
- Glândulas sudoríparas merócrinas (ou écrinas):
. libertam secreções de forma merócrina
. glândulas glomerulares tubulares simples que abre da superfície da pele,
através de poros sudoríparos
. 2 partes: - porção profunda glomerular – encontra-se na derme e o canal excretor
- porção glomerular da glândula - produz um liquido isotónico
(H2O)
. suor  liquido hiposmótico que sai do canal excretor; quando a temperatura
corporal começa a elevar-se acima dos níveis normais, as glândulas
sudoríparas produzem suor que se evapora e arrefece o corpo. (pode ser
libertado nas palmas das mãos, plantas dos pés e axilas com resultado de
stress emocional).

- Glândulas sudoríparas apócrinas:


. libertam secreções de forma apócrinas
. glândulas glomerulares tubulares compostas
. abrem nos folículos pilosos acima da abertura das glândulas sebáceas
. localizam-se: nas axilas, órgãos geniais externos, em torno do ânus
. não ajudam a regular a temperatura
. tornam-se ativas na puberdade como resultado da influencia das hormonas sexuais
. secreções com substancias orgânicas inodoras mas rapidamente metabolizadas por
bactérias originando o odor corporal
Ângela Xavier

58

- Glândulas ceruminosas
. glândulas sudoríparas merócrinas modificadas
. localizam-se no canal auditivo externo (meato auditivo externo)
. cera dos ouvidos: combinação das glândulas ceruminosas com as sebáceas

- Glândulas mamárias
. glândulas sudoríparas apócrinas modificadas
. localizam-se nas mamas
. produzem leite

 Unhas

- corpo da unha (distal) – parte visível da unha


- raiz da unha (proximal) – coberta pela pele
- prega ungueal – cobre os bolbos proximais e laterais da unha e são mantidos pelo sulco ungueal;
- eponíquio / cutícula – formado quando a camada córnea da prega ungueal cresce sobre o
corpo da unha;
- hiponíquio – encontra-se debaixo da extremidade; região espessada da camada córnea;

- matriz ungueal – produz o corpo da unha; tecido epitelial


- leito ungueal – localiza-se entre a matriz e o hiponíquia; tecido epitelial
Ângela Xavier

59

Capitulo VI – SISTEMA ESQUELETICO


Ossos e Tecidos – Suporte e Movimento
 Ligado permanentemente a outros sistemas;

 Componentes:
- ossos (estão em constante mutação)
- cartilagem
- ligamentos (fixam ossos a ossos) têm origem nos FIBROBLASTOS
- tendões (inserção de músculos nos ossos) (torna-se um fibrócito quando se encontra

rodeado pela matriz)

 Crescimento:
- Crescimento Aposicional: superfície de fibroblastos divide-se para produzir mais
fibroblastos, que segregam matriz para ao exterior das fibras existentes (parte mais
externa do tecido);
- Crescimento Intersticial: fibrócitos proliferam e segregam matriz no interior do tecido;
 Funções:

- Suporte:

. osso - principal tecido de suporte

. cartilagem – suporte firme e flexível no interior de estruturas como nariz, ouvido externo,
caixa torácica, traqueia

. ligamentos – bandas resistentes de TC fibroso, inserem nos ossos e os mantêm unidos

- Proteção (de órgãos)

- Movimento (corpo como uma maquina, biomecânico – aparelho locomotor)

- Armazenamento (sais minerais, cálcio, fosforo, gordura)

- Produção de elementos sanguíneos (eritrócitos, plaquetas, glob.brancos)


Ângela Xavier

60

 Tendões e Ligamentos:
Semelhanças Diferenças
São compostos por TC denso regular, têm cor As fibrilhas de Colagénio dos ligamentos são
branca. frequentemente menos compactas.
Possuem fibras de Colagénio densamente Algumas fibrilhas de muitos ligamentos são
compactadas – o que dá elasticidade, contudo compactas (não são paralelas).
há limites de elasticidade se não há rutura.
Os ligamentos são geralmente mais planos do
que os tendões e formam bainhas e bandas de
tecido. Alguns ligamentos têm elasticidade,
tom amarelado.

 Cartilagem:
o Cartilagem Hialina
- formada por uma rede de Colagénio (força) e Proteoglicanos10 (resistência)
- associa-se mais intimamente ao osso
- suporta a matriz
- função: desenvolvimento dos ossos
- condroblastos:
. células que produzem nova matriz com cartilagem mais desenvolvida
. chondros = cartilagem
- condrócito:
. forma-se quando um condroblasto é envolvido pela matriz (do TC)
. célula arredondada que ocupa um espaço da matriz - lacuna;
- pericôndrio:
. cartilagem é rodeada por uma bainha de TC de duas camadas
. é uma membrana
. constituído por:
camada externa constituída por TC denso irregular que contem fibroblastos;
camada interna, mais delicada, com menos fibras e com condroblastos que
produzem uma cartilagem nova que é acrescentada à superfície da já existente, pelos
condroblastos da camada interna do pericôndrio;

CRESCIMENTO APOSICIONAL

10
Macromolécula que consiste em numerosos polissacarídeos ligados a um núcleo proteico comum. Responsáveis pelo armazenamento da água. Fornece
uma textura diferente.
Ângela Xavier

61

 vasos sanguíneos e nervos ocupam a camada externa do pericôndrio, mas


não entram na matriz;

CRESCIMENTO INTERSTICIAL

 Ossos:
- sistema de alavanca (206 ossos)
- constituído por:
A) Matriz óssea:
. responsável pelas características do osso
. organizada em finas bainhas ou camadas – lamelas
. constituída por:
- 35% material orgânico (colagénio e Proteoglicanos)
- 65% material inorgânico (cristal de fosfato de cálcio – hidroxiapatite –força
– suporte de pesos)

B) Células ósseas:
. produzem matriz óssea
. origem nos OSTEOBLASTOS:
-tem reticulo endoplasmático desenvolvimento e numerosos ribossomas
- eliminam o cálcio;
Ângela Xavier

62

- tecido em constante remodelação;


- produzem colagénio e proteoglicanos que são armazenados nas vesiculas do
aparelho de Golgi e libertados da célula por exocitose;
- libertam vesiculas de matriz (sacos ligados à membrana que se formam quando
forma botões que ficam estreitadas;
- ossificação / osteogénese: formação de osso pelos osteoblastos e dá-se por
crescimento aposicional à superfície de osso ou cartilagem já existentes.

. Osteócitos:
- célula madura que se forma quando o osteoblasto fica rodeado por matriz
óssea;
- mantêm a matriz óssea;
- espaços ocupados pelos corpos celulares dos osteócitos – lacunas;
- espaços ocupados pelos seus prolongamentos celulares – canalículos;

. Osteoclastos:
- células grandes com vários núcleos;
- responsáveis pela reabsorção ou destruição do osso;
- libertam enzimas que digerem os componentes proteicos da matriz
- os osteoblastos colaboram na reabsorção do osso pelos osteoclastos produzindo
enzimas que degradam a fina camada da matriz orgânica não mineralizada que
cobre o osso;

. Osso Reticular:
- neoformado; não lamelar ou imaturo;
- as fibras de colagénio orientam-se aleatoriamente em muitas direções
- primeiro a ser formado no desenvolvimento fetal ou reparação de uma fratura;

. Osso Lamelar:
- osso maduro que se organiza em finas camadas – lamelas;

. Osso esponjoso:
- contem menos matriz ósseo e mais espaço;
Ângela Xavier

63

- constituído por bastonetes ou placas ósseas interligadas – trabéculas (onde


há espaços são preenchidos por medula óssea e vasos sanguíneos);
- aspeto poroso;
- não têm vasos sanguíneos;
- orientados ao longo das linhas de tensão do osso e têm uma camada de
osteoblastos na sua superfície;

. Osso compacto:
- contem mais matriz ósseo (matriz solida) e menos espaço;
- situa-se na zona mais periférica do osso
- mais denso
- tem vasos sanguíneos penetram na própria substancia óssea, e as lamelas do
osso compacto vão orientar-se propriamente em torno desses vasos
sanguíneos;
- canais de Havers (ou canais centrais): revestidos pelo endósteo e contêm
vasos sanguíneos, nervos e TC laxo;
- lamelas concêntricas: camadas circulares de matriz óssea que rodeiam um
centro comum, o canal central;
- sistema de Havers: conjunto formado por um determinado canal central, o
seu conteúdo, e pelas lamelas concêntricas e respetivos osteócitos;
Ângela Xavier

64

Anatomia óssea
Classificação dos Ossos
- cada osso pode ser classificado de acordo com a sua forma:
. longos (mais compridos do que largos)
. curtos (largos, espessos e compridos, cúbicos ou redondos, ex. punhos e tornozelos)
. achatados (forma delgada e achatada, encurvados, ex. esterno, crânio, omoplata)
. irregulares (ex. vertebras, osso da face)

1. Estrutura/Anatomia do Osso Longo


 3 componentes principais:
. Diáfise:

- forma o corpo do osso;

- constituída por osso compacto;

- extremidades constituídas por osso esponjoso com uma camada mais exterior de osso
compacto;

- cartilagem articular: nas articulações, as extremidades do osso longo são cobertas por
cartilagem hialina;

- desenvolvem-se a partir dos centros de ossificação;

. Epífise:
- parte do osso longo que se desenvolve a partir de um centro de ossificação distinto do da
diáfise;
- forma a extremidade do osso;
- constituída por osso esponjoso;
- superfície externa é composta por camada de osso compacto e superfície articular é coberta
por cartilagem articular;

. Placa epifisária:
- constituída por cartilagem hialina ;
- localiza-se entre epífise e diálise;
- dá-se o crescimento ósseo em comprimento
- linha epifisária – forma-se quando o crescimento pára e a placa epifisária ossifica
Ângela Xavier

65

 Osso é constituído por:


- Medula óssea, que se divide em:

. Medula Amarela:
. constituída por tecido adiposo
. encontra-se na diáfise dos ossos longos maduros
. Medula Vermelha:
. formação de elementos sanguíneos
. encontra-se nas epífises dos ossos longos maduros e na epífise e diáfise dos
ossos dos recém-nascidos

- Periósteo:
. Camada externa: TC conjuntivo denso fibroso irregular, que contem vasos sanguíneos e nervos;
. Camada interna: formada por uma única camada de osteoblastos e alguns osteoclastos.

- Fibras perfurantes ou de Sharpey:


. Penetram o periósteo até parte exterior do osso e ajudam a fixação de tendões, ligamentos e
periósteo ao osso.

- Endósteo:
. é formada por uma única camada de osteoblastos e osteoclastos, que reveste as cavidades
internas dos ossos

Desenvolvimento dos ossos

 Ossificação:
- formação de ossos pelos osteoblastos, que envolvem dois passos:
1. os prolongamentos citoplasmáticos dos osteoblastos estendem-se e unem-se a
prolongamentos de outros osteoblastos
2. os osteoblastos formam uma matriz óssea extracelular contendo principalmente
hidroxipatite e colagénio
- osso não laminar  surge quando a matriz óssea se forma inicialmente durante o
desenvolvimento fetal ou durante uma fraturar; tem fibras de colagénio orientadas em diversas
direções.
Ângela Xavier

66

- osso laminar  quando a matriz óssea é destruída pelos osteoclastos surge uma nova matriz, que
é formada pelos osteoblastos – remodelação (converte o osso não laminar em lamiar).

1. Ossificação membranosa (ex. clavícula e ossos do crânio)


. por volta de 8ªsemana de desenvolvimento embrionário e completa-se cerca dos 2 anos
. ossos do crânio, mandibula (maxilar inferior) e diáfises das clavículas
. fontanelas (ou moleirinhas) – espaços com maiores dimensões cobertos por membrana ainda
não ossificados localizados entre os ossos do cérebro em desenvolvimento;

PASSOS:
. ocorre a partir de membranas de TC
. as células especializadas existentes no tecido vão
transformar-se em osteoblastos
. há formação de osso não laminar em locais –
núcleos de ossificação
. a ossificação prossegue a partir dos núcleos
. osso originado é esponjoso
. as células que se encontram nas trabéculas formam
medula óssea vermelha
. as células que envolvem o osso dão origem ao
periósteo
. os osteoblastos em contacto co o periósteo formam
osso compacto

2. Ossificação encondral
(ex. maioria dos ossos do corpo e os da base do crânio)
- começa no final da 8ª semana do desenvolvimento embrionário ate
18/20 anos;

A. Os condroblastos produzem um modelo de cartilagem


hialina – modelo cartilagíneo rodeado por um
Pericôndrio, exceto nos locais onde se formam
articulações; é produzido condroblastos que se tornam
Ângela Xavier

67

condrócitos, envolvidos na matriz cartilagínea;

B. As células progenitoras formam osteoblastos e o pericôndrio transforma-se em periósteo – o


pericôndrio da diáfise torna-se periósteo e forma-se uma bainha ou manga óssea. Internamente os
condrócitos atrofiam e forma-se cartilagem calcificada.

C. A primeira zona de ossificação, é a periférica que se denomina de bainha óssea, em simultâneo


ocorre a mineralização da matriz entre as lacunas (cartilagem calcificada) – um ponto principal de
ossificação forma-se à medida que os vasos sanguíneos e os osteoblastos invadem a cartilagem
calcificada. Os osteoblastos depositam matriz óssea, formando osso esponjoso.
D. Forma-se osso esponjoso na diáfise (centro primário de ossificação, com a continuação da ossificação
a bainha estende-se pela diáfise – continua o processo de formação de manga óssea, calcificação da
cartilagem e produção de osso esponjoso. A cartilagem calcificada começa a formar-se na epífise. Uma
cavidade medular inicia a sua formação no centro da epífise.

E. Os osteoclastos removem osso da diáfise para dar lugar à formação de medula óssea vermelha. Nos
ossos longos o centro primário de ossificação está na diáfise enquanto nas epífises se encontram os
pontos secundários. Na ossificação da epífise não há formação de medula vermelha – pontos de
ossificação secundários formam-se nas epífises de osso longos.

Crescimento Ósseo

- ao contrario dos tendões, dos ligamentos e das cartilagens, os ossos não podem ter crescimento
intersticial
- o crescimento dos ossos só pode ser aposicional (formação de um osso novo na sua superfície) [o
escondral (crescimento da cartilagem, seguido da substituição da cartilagem pelo osso)].
Ângela Xavier

68

 Crescimento Aposicional / Crescimento do Osso em espessura:


- responsável pelo aumento do diâmetro do osso longo
e pelo crescimento de outros em tamanho e espessura;

- crescimento em espessura lento  superfície óssea


torna-se lisa; os osteoblastos do periósteo depositam
camadas uniformes de osso, formando lamelas
circunferenciais que são destruídas durante a
remodelação formando osteons;

- crescimento em espessura rápido, passos:


- osteoblastos do periósteo depositam osso formando
series de cristas ósseas separadas entre si por goteiras;
- o periósteo cobre as cristas ósseas e estende-se para
baixo até ao fundo das goteiras e um/mais vasos
sanguíneos do periósteo passam a alojar-se no interior
de cada goteira;
- à medidas que os osteoblastos vão produzindo osso,
as cristas aumentam de dimensões e aproximam-se
umas para as outras convertendo as goteiras em tuneis;
- o periósteo nos canais passa a ser endósteo  uma
vez, que a membrana reveste a superfície interna do
osso;
- a produção de mais lamelas preenche o canal –
rodeia completamente o vaso sanguíneo – produz um
osteon;

- no osso esponjoso é adicionada mais matriz à superfície das trabéculas


- no osso compacto há formação de mais lamelas

 Crescimento Encondral:
- responsável pelo aumento do comprimento dos ossos, este crescimento no interior da cartilagem
articular é responsável pelo crescimento da epífise.
- nos ossos longos o crescimento encondral da placa epifisária resulta no aumento da diáfise;
Ângela Xavier

69

 Crescimento do ósseo em comprimento


- ossos longos e prolongamentos ósseos – crescimento na placa epifisária;
- num osso longo a placa epifisária separa a epífise da diáfise
- os prolongamentos ósseos longos como as apófises vertebrais também têm placas epifisárias;
- o crescimento na placa epifisária envolve a formação de nova cartilagem (mesma velocidade que o osso
se forma na sua face diafisária) por crescimento cartilagíneo intersticial, seguido de crescimento ósseo
aposicional na superfície da cartilagem.
- consequentemente, a placa epifisária mantem a mesma espessura, mas o comprimento da diáfise
aumenta;

- Placa Epifisária: .
. separa a epífise da diáfise dos ossos longos e está organizada em 4 zonas:
Zona de repouso da cartilagem – localiza-se perto da epífise, apresenta condrócitos que não se
dividem rapidamente;
 Zona de proliferação – produzem nova cartilagem por crescimento intersticial e os condrócitos
dividem-se e formam colunas;
 Zona de hipertrofia – os condrócitos já existentes aumentam de tamanho e os condrócitos longe
da zona de proliferação estão mais maduros e hipertrofiados;
 Zona de calcificação – matriz fina e mineralizada e os condrócitos hipertrofiados e matriz óssea
calcificada. Estes condrócitos hipertrofiados morrem e os vasos sanguíneos da diáfise crescem
para o interior – TC que rodeia estes vasos têm osteoblastos do endósteo;
Ângela Xavier

70

. vista ao RX, aparece como uma linha radio-transparente entre a diáfise e a epífise;
. a diáfise funde-se com as epífises entre os 12 e os 25 anos, esta fusão ocorre por ossificação da placa, à
qual se passa a designar linha epifisária, nesse momento o crescimento ósseo cessou.

 Crescimento da Cartilagem Articular


- as epífises aumentam as suas dimensões devido ao crescimento na cartilagem articular;
- o crescimento da cartilagem articular aumenta o tamanho dos osso que não têm epífises (ex. Ossos
curtos)
- condrócitos (próximo da superfície da cartilagem articular) são semelhantes aos da zona da
cartilagem em repouso da placa epifisária;
- na parte mais profunda da cartilagem junto ao tecido ósseo, a cartilagem é calcificada, sobre
ossificação para originar osso novo;
- quando as epífises atingem a sua dimensão máxima  cessa o crescimento da cartilagem e a
sua substituição por osso  mantém-se na superfície articular dos ossos longos ao longo da
vida, não sofre ossificação e perde o pericôndrio.
Ângela Xavier

71

Fatores que afetam o Crescimento Ósseo

 Nutricionais:
- doença metabólica que afete a velocidade de proliferação celular ou a produção de Colagénio;
- carência da Vitamina D – causa deficiente absorção de cálcio que resulta em ossos pouco
mineralizados originando raquitismo ou asteomalácia (ou “raquitismo adulto”);
- carência da Vitamina C – causa deficiente síntese de colagénio originando escorbuto;

 Hormonais:
- hormona de crescimento do lobo anterior da hipófise aumenta o crescimento dos tecidos no geral;
- hormona tiroide em falta diminui o tamanho do individuo
- hormonas sexuais aumentam o crescimento ósseo mas também o crescimento das placas epifisárias;

Remodelação Óssea
- um osso velho é substituído por um novo  remodelação óssea;
- osteoclastos removem o osso velho
- osteoblastos depositam osso novo
- remodelação óssea converte o osso reticular em osso lamelar

- está envolvida:
. no crescimento ósseo
. na modificação da configuração óssea
. na adaptação dos ossos ao stress mecânico
. na reparação óssea
. na regulação de iões de cálcio no organismo

- unidade multicelular básica (UMB)  conjunto temporário de osteoclastos que se deslocam na


superfície óssea ou a atravessam, removendo a matriz antiga e substituindo-a por nova matriz.
Ângela Xavier

72

Reparação Óssea
- osso é um tecido vivo que pode ser reparado após lesão (4 passos):

1. Formação de hematoma:

- quando um osso sofre fratura, os vasos sanguíneos existentes no osso e no periósteo que o rodeia
são lesados, dando o hematoma;

- hematoma  massa localizada de sangue, extravasado dos vasos sanguíneos mas confinada
dentro de um órgão ou espaço;

- o sangue do hematoma forma coagulo com proteínas fibrosas que detêm a hemorragia;

- rotura dos vasos sanguíneos nos canais centrais resulta num aporte de sangue inadequado aos
osteócitos, pelo que o tecido ósseo adjacente à fratura morre.

2. Formação de calo ósseo:


- calo ósseo  massa de tecido que se forma no local da fratura e que une os topos ósseos
fraturados;
- forma-se um calo interno entre as extremidades quebradas do osso bem como no canal medular
se a fratura ocorrer na diáfise de um osso longo; à medida que o coagulo se dissolve:
. os macrófagos removem os restos celulares
. os osteoclastos destroem tecido osso morto
. os fibroblastos produzem fibras de colagénio e materiais extracelulares para formar tecido
de granulação (forma-se rede fibrosa mais densa – osso unido)
. condroblastos derivados das células osteocondrais do periósteo e do endósteo começam a
produzir cartilagem nessa rede fibrosa;
- calo externo  forma um colar em torno dos topos opostos dos fragmentos ósseos -
osteocondrais do periósteo transformam-se em osteoblastos que produzem osso e condroblastos
que produzem cartilagem;

3. Ossificação do calo

4. Remodelação óssea
- o preenchimento do hiato entre os fragmentos ósseos com um calo interno de osso reticular
não conclui o processo de reparação porque o osso reticular não tem uma estrutura tao forte como
Ângela Xavier

73

o osso lamelar original – reparação não esta completa enquanto o osso reticular do calo interno e o
osso morto adjacente ao local de fratura não forem substituídos por osso compacto. à medida que
o calo interno se remodela e torna mais forte, o calo externo diminui de tamanho pela atividade
dos osteoclastos.

Homeostasia do Cálcio

- o osso é o local de maior armazenamento de cálcio do corpo humano e o movimento de cálcio


para dentro e para fora do osso contribui para determinar os seus níveis sanguíneos;
- o cálcio presente no osso está na forma de cristais, assim sendo quando os séricos de cálcio:
. diminuem, os osteoclastos destroem osso
. aumentam os osteoblastos formam osso

- a Hormona Paratiroide (PTH) é a principal reguladora dos níveis séricos de cálcio;

Cálcio do sangue PTH Osteoclastos


Cálcio do sangue PTH Osteoblastos
Cálcio do sangue Calcitonina Osteoclastos

- Osteoclastos libertam mais cálcio do osso para o sangue do que aquele que é
removido do sangue pelos osteoblastos para construir novo osso.
- resulta na estimulação da degradação do osso e na elevação dos níveis
sanguíneos de cálcio.
- os osteoblastos respondem à PTH libertam enzimas que degradam a capa da
matriz óssea orgânica não mineralizada que cobre o osso (matriz acessível aos
osteócitos).
- Calcitonina  hormona segregada pela glândula tiroideia, liga-se a recetores
nos osteoclastos, diminuindo a atividade destes.

- a regulação do numero de osteoclastos é medida através dos osteoblastos, das células do


estroma (estaminais) da medula óssea vermelha e das células percursoras dos osteoclastos;
Ângela Xavier

74

- quando a PTH se liga aos osteoblastos e às células do estroma produzem recetor para a
activação do ligando do fator nuclear kappaB (RANKL) – superfície dos osteoblastos e das
células do estroma - pode combinar-se com o recetor para o factor de ativação nuclear
KappaB (RANK) – superfície celular das células percursoras dos osteoblastos.

- Osteoprotegerina (OPG):
. segrega pelos osteoblastos e pelas do estroma
. inibe a produção de osteoclastos porque se liga ao RANKL, impedindo-o de se ligar aos
seus recetores nas células percursoras de osteoclastos;

PTH secreção de OPG dos osteoblastos e osteoclastos


células do estroma ( RANK)

- Osteoporose:

. frequente nas mulheres com idade superior a 40 anos, em que existe uma reabsorção óssea
superior à formação;

. resulta uma diminuição do tecido ósseo, pode levar à perde de 1/2 do tecido ósseo da
mulher e ¼ do dos homens;

. Causas:

Estrogénio (menopausa);

Testosterona;

Consumo e absorção de cálcio, vitamina D e C;

Pouco exercício físico;

. Tratamento:

Consumo de cálcio, vitamina D e C; exercício físico e estrogénios;


Ângela Xavier

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Capitulo VII – SISTEMA ESQUELETICO


Nº total de osso: 206
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 Osso pode apresentar:


. Tubérculo – saliência arredondada
. Apófise – prolongamento

Se estiverem presentes no osso é porque durante a vida estava inserido nesse tubérculo ou
nessa apófise.

Esqueleto Axial
 Divide-se em:
- cabeça óssea
- ossículos (ou ossinhos) auditivos
- osso hióide
- coluna vertebral
- caixa torácica

 forma o eixo vertical do corpo

 Protege: encéfalo; medula espinhal e órgãos vitais alojados no tórax

1. Cabeça Óssea
 Funções:
o Protege o encéfalo
o Suporta os órgãos da visão, da audição, do olfato e do paladar
o Fornece alicerces para as estruturas responsáveis pela entrada do ar, alimentos e agua
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 Quando o esqueleto é desarticulado, a mandíbula separa-se com facilidade da cabeça óssea, que
permanece intacta.

 Parte exterior e interior do crânio apresenta: bordos, linhas, apófises e lâminas:

o Estruturas importantes para a inserção de músculos ou para os ossos da cabeça se


articularem entre si.

 Vista superior do crânio:


o Quatro ossos:
 Frontal
 dois parietais (ossos pares) – unem-se na linha média pela sutura sagital e
unem ao osso frontal pela sutura coronal
 occipital

Vista Superior

 Vista posterior do crânio:


- ossos parietais e occipital são as principais estruturas observáveis
- ossos parietais unem-se ao occipital pela sutura lambdática (onde se formam ossos
wormianos)
- protuberância occipital exterior:
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. palpada através do escalpe na base da cabeça


. varia de tamanho de individuo para individuo
. tem um ligamento da nuca - ligamento cervical posterior – estende ao longo do pescoço
e ajuda a manter a cabeça ereta puxando para trás a região occipital.
. as linhas curvas occipitais são um conjunto de pequenas saliências que se estendem
lateralmente a partir da protuberância e são os pontos de inserção dos músculos do pescoço.

 Vista Lateral da cabeça óssea:


- osso parietal
- escama do temporal
- temporal – onde o cabelo embranquece com maior precocidade
- sutura escamosa une estes ossos;
- meato auditivo externo – abertura do canal – transmite as ondas sonoras do tímpano;
- pavilhão auricular (orelha) rodeia o meato;
- apófise mastoideia:
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. abaixo e atras do meato auditivo externo;


. grande saliência inferior (palpada atras da orelha);
. não tem osso solido, tem:
- células pneumáticas mastoideias que estão em conexão com o ouvido médio;
- linhas curvas temporais superior e inferior:
- músculos envolvidos na rotação da cabeça
- pontos de inserção do musculo temporal (mastigação)
- desenvolvem-se em arco sobra a superfície externa do parietal

- superfície externa da grande asa do osso esfenóide:


. adiante do osso temporal
. um de cada lado da cabeça
. esfenóide  único osso que atravessa o cérebro

- osso malar / zigomático:


. anterior ao esfenoide
. ver e palpar facilmente na maçã do rosto

- arcada zigomática:
. reunião de apófises dos ossos temporal e malar
. forma uma ponte sobre o lado do crânio
. facilmente palpada na parte lateral da face
. os músculos inferiores e superiores à arcada podem palpar-se quando os maxilares se
abrem e fecham

- maxila / maxilar superior:


. anterior e inferior ao malar com o qual se articula

- mandibula / maxilar inferior:


. inferior à maxila e articula-se posteriormente com o oso temporal
.consiste em duas porções:
. corpo – estende de diante para trás
. ramo montante – estende de cima, atras do corpo na direção do temporal
 tem na extremidade superior tem um côndilo mandibular que articula com:
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. cavidade glenoideia (fossa mandibular) do osso temporal


. apófise coronoideia (em forma de bico de corvo) – musculo mastigação

. bordo alveolar da maxila contem os dentes superiores (arcada dentária superior)


. bordo alveolar da mandibula contem os dentes inferiores (arcada dentária inferior)
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 Vista Frontal da cabeça óssea:

- saliências: órbitas e cavidade nasal


- testa (frontal)
- malar (região malar ou maça do rosto)
- maxilas (os maxilares superiores)
- mandibula (maxilar inferior)
- duas fendas (superior ou fenda esferoidal e inferior ou fenda esfeno-maxilar) na região posterior da
órbitra constituem aberturas pelas quais os nervos comunicam com estruturas da órbitra ou passam
para a face;

- órbitas:
. fossas de forma piramidal quadrante com os vértices dirigidos para trás;
. rotação dos olhos dentro destas cavidades;
. os ossos das órbitas dão proteção aos olhos e fornecem os pontos de inserção aos músculos que
os movem;
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. contem vasos sanguíneos, nervos, gorduras, globo ocular e músculos que o movem;
. tem aberturas das quais as estruturas comunicam entre esta e outras cavidades;
. contêm osso: - frontal; esfenoide: malar; maxila; lacrimal; etmóide; palatino

- canal lacrimo-nasal:
. por aqui passa o canal lacrimal da órbitra para a cavidade nasal
. passagem das lágrimas dos olhos para a fossa nasal

- buraco óptico:
. onde passa o nervo óptico que transmite o sentido da visão
. situa-se no ápex posterior da órbitra.

- fossas nasais (cavidade nasal):


. têm abertura em forma de pêra que abre para diante está dividida em metades (direita e
esquerda) por um septo nasal (parede nasal) que é constituído por:
- parte óssea: vómer e lâmina perpendicular do etmóide;
- parte anterior do septo: cartilagem hialina;
. contem osso:
- frontal; nasal; esfenoide; etmoide; corneto inferior; lacrimal; maxila; palatino; vómer
. parte externa das fossas apresenta três saliências ósseas:
- cornetos nasais:
- orientados para baixo
- corneto inferior  osso separado
- corneto médio e superior  prolongamentos do etmóide
- aumentam a área da superfície das fossas nasais
- facilitam a humidificação, remoção de partículas e aquecimento do ar
Inalado

- seios perinasais (paranasais):


- abrem-se na cavidade nasal;
- diminuem o peso do crânio
-atuam como camaras de ressonância durante a emissão de voz
- frontais, etmoidais, esfenoidais e maxilares
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Ossos Parte da cavidade nasal


Frontal Tecto
Nasal Tecto
Esfenóide Tecto
Etmóide Tecto, Septo, Parede lateral
Corneto inferior Parede lateral
Lacrimal Parede lateral
Maxilar Pavimento
Palatino Pavimento e parede lateral
Vómer Septo
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 Interior da Caixa Craniana:


- Cavidade craniana:
. cavidade da cabeça óssea ocupada pelo encéfalo
. visualizada cortando a calote – porção superior abobadada do crânio
. pavimentos da cavidade craniana divide-se em:
- fossa anterior
- fossa média formam-se à medida que o neurocrânio em

- fossa posterior desenvolvimento se adapta à forma do encéfalo


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. Fossa anterior, localiza-se uma prega proeminente:

- Apófise crista galli


. ponto de inserção de uma das meninges (membrana de TC espesso que envolve e
protege o encéfalo).
. cada lado da apófise tem uma goteira para o bulbo olfactivo, que recebe os nervos
olfactivos – o pavimento de cada goteira olfactiva é formado pela lamina crivada do
etmoide.
. buracos olfactivos  furos ou perfurações por onde os nervos olfactivos se estendem
desde a base do crânio ate ao tecto da cavidade nasal .
- sela turca  ocupada pela hipófise
- pequena asa do esfenoide  forma uma pregas de cada lado do canal óptico separando a fossa
craniana anterior da fossa craniana intermedia.
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. Fossa intermédia:
- fenda esfenoide
- buraco oval
- buraco grande redondo
- buraco pequeno redondo
- abertura interior do canal carotídeo
- buraco lácero anterior – no pavimento do canal carotídeo - preenchido por cartilagem

. Fossa posterior:
- buraco occipital – encéfalo e medula espinhal continuam um com o outro
- canal do grande hipoglosso – localiza-se ântero-lateralmente em relação ao buraco occipital
- buracos jugulares – localizam-se de cada lado do buraco occipital no bordo posterior do
rochedo
- meato auditivo interno – situa-se na face posterior do rochedo a meio caminho entre os
bordos posterior e superior do rochedo

 Vista inferior do crânio:


- côndilos occipitais – superfícies lisas que constituem os pontos de articulação entre o crânio e
a coluna vertebral e localizam-se junto aos bordos laterais e anteriores
do buraco occipital.

- canais carotidianos – por onde passam as artérias carótidas internas atreves das quais o
sangue chega ao encéfalo (e das artérias vertebrais que passam através
do buraco occipital).

- buracos láceros posteriores (forâmen jugular) – buracos onde passam as veias jugulares
internas; localizam-se lateralmente em relação aos côndilos occipitais.

- apófises estiloideias (2) – longas e pontiagudas projetam-se inferiormente a partir do rochedo


ou porção petrosa do temporal. Em cada uma destas apófises inserem-se
três músculos envolvidos no movimento da língua, osso hioide e
faringe.
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- cavidade glenoideia (fossa mandibular) – mandibula se articula com o resto do crânio, é


anterior à apófise mastoideia, na base da arcada zigomática.
- apófise pterigoideia – divide-se em duas laminas verticais (interna e externa).

- musculos pterigoideus interno e externo - colaboram no movimento da mandibula inserem-


se na lamina externa.

- vómer – forma a maior parte da porção posterior das apófises pterigoideias na linha mediana
da cavidade nasal.

- palato duro (palato ósseo) – forma o pavimento das fossas nasais e é constituído por quatro
ossos unidos por suturas; palato duro e palato mole separam as fossas
nasais da boca (permite respirar e comer ao mm tempo)

- as apófises palatinas:
. dos dois ossos maxilares formam os dois terços anteriores do palato
- apófise palatina da maxila
. as lâminas horizontais do dois ossos palatinos formam o seu terço posterior
- lamina horizontal do palatino

 Ossos da cabeça
- Crânio: contem 6 ossículos auditivos (ossinhos do ouvido) – audição
- cada osso temporal contem um conjunto ossinhos do ouvido:
. martelo
. bigorna
. estribo

- 22 ossos que se dividem em duas porções:


. neurocrânio / caixa craniana –
. 8 ossos (envolvem e protegem o encéfalo)
. ossos pares: parietais e temporais
. ossos impares: frontal e occipital, esfenoide e etmóide
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. viscerocrânio / ossos da face


. formam a estrutura da face, na parte anterior da cabeça
. são: maxilares (2); malares ou zigomático (2); palatinos (2); lacrimais
(2); nasais (2); cornetos inferiores (2); mandíbula (1) e vómer (1);
. osso frontal e etmóide também contribuem para a face;
. mandibula não faz parte do crânio mas sim do osso da face;

- Função ossos da face:


. proteção aos principais órgãos: olhos, nariz, língua, local de implementação dentária
. inserção para os músculos envolvidos na mastigação, expressão facial e movimentos
oculares;

- cavidades alveolares – encaixes para os dentes que se encontram nas saliências alveolares das
mandibulas.
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2. Osso Hióide
 osso impar

 não faz parte do crânio mas liga-se a este por ligamentos e músculos da língua e músculos do
pescoço que elevam a laringe durante a fala e a deglutição

Localizado na parte superior do pescoço

3. Coluna Vertebral

 26 ossos no total

 Também designado por: ráquis

 Organizada em cinco regiões:


- cervical
- dorsal
- lombar
- sagrada
- coccígea

 Nº de ossos por grupos (diferentes um dos outros):


- 7 vertebras cervicais (curvaturas mais frágeis)
- 12 vertebras torácicas (curvaturas mais frágeis)
- 5 vertebras lombares
- 1 sacro curva
- 1 cóccix sagrada

 Quando há rutura de um dos discos intervertebral das


vertebras lombares gerem-se as hérnias discais.
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 Curvatura da coluna vertebral, da criança ao adulto:


- o feto só apresenta duas curvaturas e a coluna em forma de C
- quando a criança levanta a cabeça forma-se uma curvatura anteriormente convexa
- quando se consegue sentar, a porção lombar torna-se convexa

 Existem portanto 4 curvaturas fisiológicas da coluna vertebral no adulto:


- Curva cervical: anteriormente convexa
- Curva torácica: anteriormente côncava
- Curva lombar: anteriormente convexa
- Curva sagrada: anteriormente sagrada

 Com a idade e com alguns hábitos posicionais patológicos pode resultar em alterações nas curvaturas:
- Lordose: curvatura convexa exagerada
- Cifose: curvatura côncava exagerada
- Escoliose: curvatura lateral

 Funções da coluna vertebral:


- Suporte do peso da cabeça e do tronco
- proteção da espinal-medula
- permite aos nervos raquidianos saírem na espinal-medula
- é um local de inserção muscular
- permite o movimento da cabeça e do tronco

 Constituição geral das vertebras:


- corpo
- buraco vertebral
- arco vertebral
- pedículo
- lâmina
- apófise transversal
- apófise espinhosa
- apófise articular
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ESTRUTURA DESCRIÇÃO
Corpo Suporta o peso; parte com maiores dimensões com superfície achatadas
que se orientam superior e inferiormente; forma a parede do buraco
vertebral; discos localizam-se entre os corpos;
Buraco Vertebral Buraco em cada vertebra por onde passa a medula espinal; os buracos
vertebrais adjacentes formam o canal vertebral;
Arco Vertebral Projeta-se posteriormente a partir do corpo; forma as paredes laterais e
posteriores do buraco vertebral; tem diversas apófises e superfícies
articulares; pode ser dividido em duas metades (direita e esquerda) e cada
metade tem duas parte: pedículo e lamina;
Pedículo Um de cada lado, formando a raiz do arco; formando as paredes laterais do
buraco vertebral;
Lâmina Placa fina; parte posterior do arco; forma a parede posterior do buraco vertebral;
Apófise Transversa Apófise que se dirige lateralmente a partir da junção da lâmina com o
pedículo; local de inserção muscular;
Apófise Espinhosa Apófise que se dirige lateralmente a partir da junção das duas lâminas; local
de inserção de músculos; reforça a coluna vertebral, permitindo-lhe
movimento;
Apófise Articulares Apófise superior e inferior que contêm facetas articulares pelas quais as
vertebras se articulam umas com as outras (a apófise articular inferior
articula-se com a apófise articular superior da vertebra subjacente);
fortalecem à coluna vertebral e permitem o movimento/articulação;
Buracos de conjugação Abertura lateral entre duas vertebras adjacentes pelo qual os nervos
raquidianos saem do canal vertebral (espinal-medula) e passam pelos
buracos de conjugação (resultam da justaposição das vertebras); cada
buraco é delimitado por chanfradura pedicular (inferior da vertebra
superior e a superior da vertebra inferior);
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 Discos Intervertebrais:
- constituídos por fibrocartilagem
- localizados entre os corpos de vértebras adjacentes
- proporcionam suporte adicional
- evitam que os corpos vertebrais façam atrito uns contra os outros
- formados por:
. um anel fibroso exterior periférico
. um núcleo pulposo, gelatinoso, interior
- com a idade o disco vai sendo comprimido  diminui a distância entre vértebras 
diminui a altura total do individuo  anel fibroso mais fraco e mais susceptível a hérnia.

 Diferenças regionais nas vértebras:

- as vertebras têm uma configuração genérica semelhante existindo, no entanto, algumas


diferenças entre os vários grupos:

A) Vértebras cervicais:

. apresentam corpos muito pequenos

. as apófises espinhosas são parcialmente bífidas:

- 7ª vertebra cervical não é bífida, é pronunciada – vertebra proeminente.

. em cada apófise transversa existe um buraco transversário, por onde passa as artérias
vertebrais.
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1ª.vertebra - Atlas: não apresenta corpo nem apófise espinhosa e tem grandes
facetas articulares superiores, que se articulam com os côndilos occipitais da base
do crânio; (mover lateralmente a cabeça, sinal de dizer que sim); segura a cabeça;

2ª.vertebra - Áxis: principal característica é a presença da apófise odontoide,


(movimento de rotação tipo não); possui na parte superior do seu pequeno corpo
uma apófise altamente modificada, a apófise odontoide ou dente do áxis.

B) Vértebras torácicas ou dorsais:

. apófises espinhosas longas e finas dirigidas para baixo

. apófises transversas compridas

. 10 primeiras apresentam facetas articulares para a tuberosidades das costelas


localizadas nas apófises transversas

. nos bordos superiores e inferior encontramos facetas para a cabeça das costelas

C) Vértebras lombares:

. apresentam corpos largos e espessos

. apófises espinhosas e transversas fortes e retangulares

. facetas articulares superiores estão convergentes uma com a outra

. facetas articulares inferiores estão divergentes

D) Vértebras sagradas:

. altamente modificadas em comparação com outras

. as cinco vertebras estão fundidas num osso único – sacro

. apófises sagradas uniram-se para formar partes laterais cujas superfícies superiores são
asas de o sacro

. superfície lateral do sacro são as superfícies auriculares em forma de orelha que


unem o sacro aos ossos pélvicos

. apófises espinhosas das quatro vertebras uniram-se e formaram saliências na parte


posterior (dorsal) do sacro - crista sagrada
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. no lugar da quinta vertebral espinhosa está o hiato sagrado na extremidade inferior do


sacro, local frequentemente adotado para a administração de anestésicos.

. os buracos de conjugação dividem-se em posteriores (dorsais) e anteriores (ventrais) –


buracos sagrados – de cada lado da linha média onde passam os ramos anteriores e
posteriores dos nervos raquidianos

. promontório sagrado localiza-se na face anterior do corpo da primeira vertebra


sagrada, separa a cavidade abdominal da cavidade pélvica

. cóccix – porção mais inferior da coluna vertebral, formado por 3 a 5 vertebras fundidas
que formam um triangulo com o vértice orientado inferiormente. As vertebras
coccígeas são de tamanho reduzido e não apresentam buracos nem apófises

4. Caixa Torácica
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 Protege os órgãos vitais alojados no tórax e forma uma camara semirrígida que pode aumentar e
diminuir de volume durante a respiração (pulmões, coração)
 Formada pelas vertebras torácicas, pelas costelas com as suas cartilagens e pelo esterno
 Evita o colapso dos pulmões durante a respiração

A) Costelas e Cartilagens costais:

. 12 pares de costelas (7 verdadeiras e 5 falsas costelas)

. 7 pares superiores – costelas verdadeiras ou vertebro-esternais – articulam-se atrás


com as vertebras torácicas e unem-se ao esterno através das cartilagens costais (estas são
flexíveis e permitem a expansão da caixa torácica na respiração).

. 5 pares inferiores – costelas falsas – articulam-se com as vertebras torácicas mas não se
articulam diretamente com o esterno.

. falsas costelas (2 grupos):

- 8ª, 9ª, 10ª - costelas vertebra-condrais – reúnem-se numa cartilagem comum que se
insere no esterno através da sua fusão com a cartilagem costal das sétimas costelas.

- 11ª e 12ª – costelas flutuantes ou vertebrais – não têm qualquer ligação ao esterno.

. são ossos longos, formados por cabeça, colo, tubérculo, extremidade esternal, angulo, corpo e
articulam-se em diversos pontos:

Articula-se com os corpos de duas vertebras adjacentes e com o disco


intervertebral entre elas – a cabeça de cada costela articula-se com a faceta
Cabeça
articular inferior da vertebra superior e a faceta articular superior da
vertebra inferior.

Tubérculo ou Articula-se com as apófises transversas da vertebra inferior.


tuberosidade

Extremidade esternal Continua com a cartilagem costal que se vai unir ao esterno.

Colo Fica entre a cabeça e a tuberosidade.

Corpo ou eixo É a parte principal da costela.

Angulo Lado externo da tuberosidade e é o ponto de maior curvatura.


Ângela Xavier

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B) Esterno

. osso impar

. forma de espada

. divide-se em 3 partes:

Manúbrio Apresenta facetas articulares para a primeira costela e para a clavícula.


(punho da espada) Na linha média do bordo superior do manúbrio está a fúrcula esternal.

Corpo O local de união do manúbrio com o copo designa-se angulo esternal (onde
(lamina da espada) se dá a articulação da 2ª costela).

Da 3ª à 7ª costela a cartilagem une-se ao corpo.

Apêndice xifoideu Não existe qualquer articulação com este.


(ponta da espada)
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Esqueleto Apendicular

 Formado pelos membros inferiores e superiores e pelas cinturas escapulares e pélvicas


 As cinturas é onde os membros se ligam ao tronco.
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1. Cintura Escapular e Membro Superior

A) Cintura Escapular (ou ombro ou cintura dos peitorais)

constituída por dois ossos – omoplata e clavícula - permitem a ligação e articulação do membro
superior ao tronco

Omoplata: Osso achatado e triangular que se pode ver e palpar com facilidade numa
pessoa viva. A base do triângulo, o bordo superior, olha para cima; o vértice
ou angulo inferior, dirige-se para baixo.

Acrómio Grande apófise da omoplata, que se pode palpar na parte externa do ombro,
com 3 funções – formar uma cobertura protetora para a articulação; formar
(apófise acromial)
uma faceta articular para a clavícula; proporcionar pontos de inserção para
alguns músculos do ombro.

Espinha da Omoplata Estende-se do acrómio através da face posterior da omoplata e divide essa face
(espinha escapular) numa pequena fossa supra-espinhosa (superior à espinha) e numa fossa
infra-espinhosa maior (inferior à espinha).

Fossa infra-escapular Face anterior e profunda da omoplata.

Apófise Coracoideia Mais pequena, oferece pontos de inserção a alguns músculos do ombro e do

(em forma de bico de braço.


corvo)

Cavidade Glenoideia Localizada na porção súpero-lateral do osso, articula-se com a cabeça do


úmero.

Clavícula: Osso longo com uma ligeira curva sigmoideia (forma S) que se pode observar
e palpar com facilidade no ser humano vivo. A extremidade externa da
clavícula articula-se o acrómio, e a sua extremidade interna articula-se com o
manúbrio do esterno. Estas articulações constituem as únicas conexões ósseas
entre a cintura escapular e o esqueleto axial. A clavícula mantém o membro
superior afastado do tronco, facilitando a sua mobilidade.
Ângela Xavier

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B) Braço

. parte do membro superior que vai do ombro ao cotovelo

. contem um osso – úmero: articula-se com a cavidade glenoideia da omoplata

Colo Anatómico Distal à cabeça, é particularmente inexistente pelo que se identificou


um colo cirúrgico.

Colo Cirúrgico Chama-se assim devido à localização de frequentes fraturas que


exigem reparação cirúrgica (remoção do úmero é feita até ao colo
cirúrgico).

Troquino (grande tubérculo) Localiza-se na face externa da extremidade proximal do úmero.

Troquiter (pequeno tubérculo) Localiza-se na face anterior desta extremidade dando ambos inserção a
diversos músculos.

Goteira bicipital Goteira localizada entre o troquino e o troquiter e dá passagem a um


tendão do musculo bicípite braquial.

Impressão deltoideia Localiza-se na face externa (lateral) do úmero, um pouco abaixo do seu
terço proximal e constitui um ponto de inserção do músculo deltoíde.
(tuberosidade deltoideia)

Côndilo umeral (capitulum) As superfícies articulares da extremidade distal do úmero revelam


alguns acidentes pouco usuais nos locais onde o úmero se articula com
os dois ossos do antebraço.

É a parte externa (lateral) da superfície articular (muito arredondada)


que se articula com o rádio formando o côndilo.

Tróclea umeral (carreto) Parte interna (medial) assemelha-se a um carreto ou roldana e articula-
se com o cúbito.

Epicôndilo e Epitróclea Proximais ao côndilo e à tróclea encontra-se o epicôndilo, externo


(epicôndilo medial) e a epitróclea, interna (epicôndilo lateral) que
constituem pontos de inserção de músculos do antebraço.
Ângela Xavier

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Ângela Xavier

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C) Antebraço
. apresenta dois ossos
. estende-se desde o cotovelo até ao punho
. é formado pelo radio e cubito
Cubito (ulna): Osso par e longo. Encontra-se no lado interno (medial) que é o lado
que corresponde ao 5ºdedo (dedo mínimo).

Grande cavidade sigmoideia Localiza-se na extremidade proximal do cubito. Superfície articular


(chanfradura troclear ou semi- em forma de C para a tróclea do úmero.
lunar)

Olecrânio (saliência do cotovelo) Apófise maior posterior que limita a grande cavidade sigmoideia.
Palpável e designado por “o cotovelo”.

Apófise coronoidea Apófise mais pequena. Em forma de bico de pato.

Apófise estiloideia Na extremidade distal do cubito tem uma pequena cabeça que se
articula com o rádio e com os ossos do carpo, pode ser observada no
lado posterior e interior (cubital) do antebraço distal.

Localiza-se do lado posterior-interior da cabeça (do cubito). Inserem-


se os ligamentos do punho.

Radio: Encontra-se do lado externo (lateral) que corresponde ao lado do


1ºdedo (polegar). A extremidade proximal do rádio é a cabeça –
concava e articula-se com o côndilo do úmero. As superfícies laterias
da cabeça (do radio) constituem um cilindro liso, onde o radio roda
contra a pequena chanfradura sigmoideia do cubito (chanfradura
radical).

Quando se roda o antebraço (supinação e pronação), a extremidade


proximal do cubito fica imóvel, e o rádio roda.

Tuberosidade bicipital (radial) Ponto de inserção do bicípete braquial, um dos principais músculos
anteriores do braço.

Apófise estiloideia A extremidade distal do rádio que se articula com o cúbito e com os
ossos do carpo, é alargada e apresenta a apófise estiloideia que se
localiza externamente e onde se inserem os ligamentos do punho.
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D) Punho

. zona curta e de transição

. localizada entre o antebraço e a mão

. compõe-se de 8 ossos cárpicos (carpo)

. osso dispostos em duas filas de 4

. no conjunto os ossos são anteriormente côncavos e posteriormente convexos


Ângela Xavier

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Carpo: Constituído pelo pisiforme, piramidal, semilunar, escafoide,


trapezoide, trapézio, unciforme e grande osso.

A concavidade anterior dos ossos do carpo é acentuada pelo


tubérculo do trapézio, na base do polegar, e pela apófise unciforme
do osso unciforme (hamatum) na base do 5ºdedo (mínimo). Existe
um ligamento que cruza o punho estendendo-se do tubérculo do
trapézio até à apófise unciforme, o qual forma na face anterior do
punho um túnel que se chama canal cárpico ou túnel do carpo,
onde passam tendões, nervos e vasos sanguíneo que entram na mão.

Escafoide Fila proximal de fora para dentro. Forma de um barco.

Semilunar Forma de meia-lua.

Piramidal Tem três pontas.

Pisiforme Localizado na superfície palmar do piramidal. Forma de ervilha.

Unciforme Fila distal de dentro para fora. Tem um prolongamento em forma de


gancho no lado palmar. Base do dedo mínimo e anelar.

Grande osso Forma de cabeça. Base do dedo médio.

Trapezoide Forma semelhante a um trapézio. Base do dedo indicador.

Trapézio Quadrilátero com lados paralelos. Base do polegar.

E) Mão

. formada pelos 5 ossos metacárpicos e pelas falanges (linha ou linha de soldados com as suas
lanças apontadas em frente).

. os metacárpicos articulam-se com os ossos do carpo e constituem o esqueleto da mão, a


partir do mais externo (base do polegar) e formam uma curva de tal forma que na posição de
repouso a palma da mão é concava.

. as extremidades distais dos metacarpos contribuem para formar os nós dos dedos.

. os espaços entre os metacárpicos são ocupados por tecidos moles.

. articulam-se com os ossos do carpos a proximal e com as falanges a distal.


Ângela Xavier

106

. com exceção do 1º dedo (ou polegar) todos têm 3 falanges (proximal, média, distal).

. formam-se na articulação entre a falange proximal do polegar e o respetivo metacárpico um


ou dois ossos sesamoideus (são pequenos ossos que se formam em alguns tendões,
aumentando a sua força mecânica quando cruzam articulações).
Ângela Xavier

107

2. Cintura Pélvica e Membro Inferior


A) Cintura Pélvica (ou anca):
. local de articulação dos membros inferiores com o
tronco, suporta o peso do corpo e protege órgãos
internos.

. formada por dois osso coxais direito e esquerdo (ossos


ilíacos ou coxais) e um sacro

. os dois ossos coxais reúnem-se e com o sacro e o


cóccix formam um anel ósseo – bacia óssea ou pelve
(pélvis) – confere suporte mais estável e menos móvel
que a cintura escapular, e protege o feto na fase de
desenvolvimento.

. cada osso coxal (coxa) é formado superiormente por


uma lamina óssea grande e côncava para uma região
ligeiramente mais estreita ao centro, e inferiormente por
um anel ósseo expandido que rodeia o buraco obturado
(ocluso ou fechado, encerrado por tecidos moles)

. na face externa (lateral) de cada osso coxal, no ponto de


articulação do membro inferior com a cintura pélvica
localiza-se uma escavação – acetábulo – superfície
articular tem a forma de crescente e ocupa os segmentos superiores e lateral (externo) da escavação.

. cada osso coxal é formado pela fusão, durante o desenvolvimento de 3 ossos que se reúnem no
centro do acetabulo:
- ílion: virilha
- ísquion: anca
- púbis: pelo genital
Ângela Xavier

108

Ílion

Crista ilíaca Bordo superior do ilíaco. Termina anteriormente na espinha ilíaca ântero-
superior e posteriormente na espinha ilíaca póstero-superior. A crista e a
espinha anterior podem palpar-se.

Espinha iliaca antero- Ponto de referência anatómico para determinar o ponto correto de administração
superior das injeções intermusculares no músculo quadricípite crural (anterior da coxa)

Grande chanfradura Localiza-se no bordo posterior do ílion, logo abaixo da espinha ilíaca
ciática (isquiática) póstero-inferior. Por aqui passa o nervo ciático.

Superfície auricular do Reúne-se ao sacro para formar a articulação sacro-ilíaca.


ílion

Fossa ilíaca Grande depressão na face medial (interna) do ílion.

Ísquion

Tuberosidade isquiática Onde se inserem os músculos posteriores da coxa e sobre a qual a pessoa se
senta

Púbis

Crista pectínea Medial, inserem músculos abdominais. palpada anteriormente. logo


abaixo está a articulação entre os dois ossos coxais – sínfise (reunião)
púbica ou sínfise do púbis.

Crista do púbis Lateral, inserem músculos abdominais.

Bacia Dividida em duas partes por um plano imaginário que passa pelo
promontório sagrado ao longo das linhas ilio-pectíneas do ílion até à
crista pectínea. A fronteira óssea deste plano é a linha inominada.

Grande Bacia (pelve Localizada acima do estreito superior da bacia e é parcialmente rodeada
falas) por osso atras e de lado. A parede é formada por músculos abdominais.

Pequena Bacia Ou pelve verdadeira. Localizada abaixo do estreito superior da bacia e é


(escavação pélvica) completamente rodeada por osso. O seu limite superior é o estreito
superior da bacia. A abertura inferior do púbis, as espinhas e
tuberosidades isquiáticas e o cóccix, é o estreito inferior da bacia.
Ângela Xavier

109

 Diferença entre a Pelve Masculina e a Feminina:


- a bacia masculina é mais maciça do que a feminina devido ao maior peso e tamanho.
- bacia feminina é mais larga e tem os estreitos mais amplos e arredondados (desenvolvimento
do feto, abertura durante o trabalho de parto).
- sacro feminino é mais largo e o promontório não é tao saliente para diante.
- estreito superior da bacia: forma de coração no homem e oval na mulher.
- estreito inferior da bacia: mais largo e menos fundo na mulher.
- ilion: menos fundo e mais bojudo nas mulheres.
- espinhas ciáticas: mais afastadas na mulher.
- tuberosidades isquiáticas: viradas externamente na mulher e internamente nos homens.
Ângela Xavier

110

B) Coxa

. contem um osso único, par e longo – fémur

. na extremidade proximal do fémur temos duas tuberosidades:

- grande trocânter: lateral/externo ao colo (parte mais larga da anca)

- pequeno trocânter: inferior e posterior ao colo

Fémur Tem uma cabeça proeminente e arredondada, onde se articula com o acetabulo
e um colo bem definido – ambos localizados num angulo obliquo em relação
ao eixo do fémur.

Trocânteres Pontos de inserção de músculos que unem a anca à coxa.

Côndilos interno e Localizados na extremidade distal do fémur. São superfícies lisas e


externo arredondadas que se articulam com a tíbia.

Epicôndilos interno e Localização proximal em relação aos côndilos. Pontos de inserção de


externo músculos e ligamentos.

Tubérculo do grande Próximo à tuberosidade interna. Pontos de inserção dos músculos.


adutor

Rótula Grande osso sesamoideu localizado no tendão do músculo quadricípite


femoral (importante musculo da zona anterior da coxa). Articula-se com a
tróclea femoral (chanfradura rotuliana) de modo a criar uma superfície
articular lisa na extremidade distal anterior do fémur. Mantem o tendão
afastado da extremidade distal do fémur e modifica o angulo do tendão entre o
quadricípete femoral e a tíbia, onde o tendão se insere (amplia a força que
pode ser aplicada pelo musculo na tíbia, tornando menor a concentração
muscular para mover a tíbia):
Ângela Xavier

111
Ângela Xavier

112

C) Perna

. situa-se entre o joelho e o tornozelo

. consiste em dois ossos: tíbia e perónio (fíbula)

Tíbia Osso da canela. Maior que o perónio. Suporta mais parte do peso da perna. Pode-se
observar e palpar com facilidade, logo abaixo da rótula – tuberosidade anterior da
tíbia (tuberosidade tibial) – que é ponto de inserção do músculo quadricípete
crural.
Crista anterior Forma “a canela”.
Cavidades Localizadas na extremidade proximal da tíbia. Temos cavidade lateral (externa) e
glenoideias da medial (interna). São achatadas e articulam com os côndilos do fémur.
tíbia
Espinha da tíbia Localizada entre as cavidades. É uma crista entre as duas superfícies articulares da
(eminencia tíbia proximal.
inter-condiliana)
Maléolo interno Forma-se pelo alargamento da extremidade distal da tíbia. Contribui para a face
(medial) interna da articulação o tornozelo.
Perónio (fíbula) Semelhante a um broche ou uma fivela. Não se articula com fémur mas tem uma
pequena cabeça proximal onde se articula com a tíbia.
Maléolo externo É onde a extremidade distal do perónio se encontra ligeiramente alargada, formando a
(lateral) face externa da articulação do tornozelo. A porção mais delgada e frágil do perónio esta
proximal ao maléolo externo.
Ângela Xavier

113

D) Tornozelo e Pé

. Porção proximal do pé é formada por 7 ossos társicos: cuneiforme intermedio, cuneiforme


externo, cuboide, escafóide, calcâneo e o astrágalo.

. A porção proximal do pé é muito maior que o punho. Os quatro ossos distais formam uma fila.

Astrágalo (talus) Osso do tornozelo. Articula-se com a tíbia e com o perónio e forma a articulação
tibiotársica (articulação do tornozelo) e também com o calcâneo e o escafoide
(navicular).

Calcâneo Osso do calcanhar. É o maior, o mais forte dos ossos do pé. Localiza-se abaixo do
astrágalo e suporta-o. Faz protusão para trás. É o ponto de inserção importante para
os músculos da barriga da perna.

Escafóide Localiza-se entre o astrágalo, posterior, e os cuneiformes, anteriormente.

Cuneiformes 3 ossos internos da fila distal em forma de cunha: primeiro, segundo e terceiro
cuneiformes.

Cuboide Com a forma de um cubo, é o mais externo na fila distal.

Metatársicos e Dispostos de uma forma semelhante às mãos. Formam-se pequenos ossos


Falanges sesamoideus nos tendões dos músculos inseridos no dedo grande. Os ossos
metatársicos são numerados do lado interno para o externo.

Pé Concavo ventralmente (inferiormente) e convexo dorsalmente. Formam as arcadas


plantares. Tem 3 arcadas principais que distribuem o peso do corpo entre o
calcanhar quando em pé ou andamento.
Ângela Xavier

114
Ângela Xavier

115

Capitulo VIII – ARTICULAÇÕES E MOVIMENTO

ARTICULAÇÕES
. classificam-se estruturalmente como fibrosas, cartilagíneas e sinoviais

. classificam-se, também, de acordo com a sua função (grau de mobilidade)

1. Articulações Fibrosas

. constituídas por dois ossos unidos por tecido conjuntivo fibroso interposto entre as superfícies
articulares não têm cavidade articular e têm pouco ou nenhum movimento.
. classificam-se com base na estrutura – suturas, sindesmoses ou gonfoses:
. aderentes por bordos:
- suturas
- sincondroses
. aderentes por superfície:
- planas (sínfises ou anfiartroses)
- curvas (gonfoses ou gonfartroses)
. não aderentes ou sindesmoses

A) Suturas
- linhas de junção entre os ossos do crânio.
- articulações completamente imoveis nos adultos.
- raramente são lisas.
- os ossos interpenetram-se (entrelaçado de tipo interdigital,
que confere à sutura estabilidade)
- tecido entre os dois ossos (ligamento interósseo) é tecido
conjuntivo denso, organizado.
- periósteo prolonga-se sobre a articulação.
- têm ligamento sutural, formado pelo periósteo e pelas fibras
densas do tecido conjuntivo.
- nas crianças as superfícies articulares encontram-se separadas.
Ângela Xavier

116

- fontanelas: áreas membranosas nos pontos de junção dos ossos (parede craniana de recém nascidos) 
é possível verificar o seu movimento com a pulsação, e estão abertas permitindo o crescimento da
cabeça apos nascimento.
- os bordos ósseos são locais de continuo crescimento ósseo membranoso.
- com a idade ocorre ossificação do tecido conjuntivo (suturas ossificam).
- num adultos não ocorre fusão das sutura coronal, sagital e lambdática do crânio.
- a ossificação dos frontais ocorre logo apos o nascimento – sinostose – crescimento conjunto de
dois ossos substituindo a sua articulação, de modo a formar um osso único.

B) Sindesmoses
- (apertar ou ligar)
- tipo de articulação fibrosa em que os ossos estão mais afastados do que numa sutura e são
unidos por ligamentos. Numa sindesmose pode haver algum movimento pela flexibilidade
dos ligamentos, como é o caso da sidesmose radio-cubital, que mantém unidos o radio e o
cúbito.
Ângela Xavier

117

C) Gonfoses
- articulações que consistem no encaixe em cavidades.
- são mantidas no seu lugar por finos feixes de tecido conjuntivo rico em colagénio.
- os feixes de tecido conjuntivo entre os dentes e os seus encaixes são os ligamentos
periodontais que permitem a mastigação.

2. Articulações Cartilagíneas

A) Sincondroses
- articulação assinovial.
- união por meio de cartilagem hialina.
- são imoveis quando são temperáveis, tal como as uniões dos ossos embrionários do
ilíaco.
- pouco ou nenhum movimento.
- placas epifisárias dos ossos em crescimento são sincondroses.
- na sincondroses esterno-costal existe um certo grau de movimento para os movimentos
respiratórios.
- mantem-se durante toda a vida.

B) Sinfises ou Anfiartrose
- união por meio de fibrocartilagem
- algumas são articulações semi-móveis
- ex: junções entre o manúbrio e o corpo do esterno, a sínfise púbica e os discos
intervertebrais

C) Gonfoses ou gonfartroses

- as superfícies articulares são curvas

- consistem em encaixes em cavidades

- são mantidas no lugar por feixes de tecido conjuntivo regular colagénio

- apresentam mobilidade mínima

- ex: articulação dos dentes com os alvéolos


Ângela Xavier

118

3. Articulações Sinoviais

- articulações anatomicamente mais complexas que as fibrosas e as cartilagíneas.


- encontram-se essencialmente no esqueleto apendicular

Liquido sinovial Localizado no interior das articulações sinoviais. Permite uma grande amplitude
de movimento entre os ossos que aí se articulam.

Cartilagem articular Cobre as superfícies ósseas das articulações sinoviais. Constitui uma superfície
ou hialiana lisa onde os ossos entram em contacto, que diminui o atrito entre os ossos da
articulação.

Placa ou almofada achatada de fibrocartilagem. Localizado entre as cartilagens


Disco articular articulares ósseas. A circunferência do disco está ligada à capsula fibrosa.
ex. articulações temporo-mandibular, esterno-clavicular e acrómio-clavicular.

Almofada fibrocartilagínea incompleta, em forma de crescente, em articulações


Menisco como o joelho e o punho. Assemelha-se a um disco articular com um buraco no
centro. A circunferência do menisco liga-se à capsula articular fibrosa.

Cavidade articular Encerram as superfícies articulares dos ossos de uma articulação sinovial.
sinovial Envolvida por uma capsula articular que mantem os ossos unidos e permite o
movimento.

É formada por duas camadas: Cápsula fibrosa exterior - é constituída por tecido
conjuntivo denso heterogéneo e é uma continuação da camada fibrosa do
periósteo que cobre os ossos que constituem a articulação; podem formar
ligamentos e tendões fortalecendo e estabilizando a articulação limitando o
Capsula articular movimento. E, por uma, Membrana sinovial interior – forra cavidade articular,
exceto sobre a cartilagem articular e os discos articulares; membrana fina e
delicada que consiste num conjunto de células de tecido conjuntivo modificado
intercaladas em partes da capsula fibrosa ou separadas dela por uma camada de
tecido areolar ou adiposo; produz líquido sinovial (mistura de proteína, lípidos,
acido hialurónico) com consistência viscosa e qualidades lubrificantes que cobre
as superfícies das articulações.
Ângela Xavier

119

Bolsa sinovial Prolongamento (bolsa/saco) de algumas articulações da membrana sinovial.


Contêm liquido entre estruturas que ao movimentarem-se umas sobre as outras
diminuiriam o atrito.
Bursite: situações inflamatórias da bolsa levando a dor e limitação dos
movimentos articulares.

Cartilagem Articular A nutrição da cartilagem é feita por uma rede de vasos sanguíneos que se
encontra externa à articulação. Pode ser nutrida pelo líquido sinovial e pelo
próprio osso. Os nervos entram na cápsula e, em menor extensão, na membrana
sinovial mas não na cartilagem nem na cavidade articular.

A) Tipos de Articulaçoes Sinoviais


- a classificação deste tipo de articulações é feita de acordo com a forma das suas superfícies
articulares.

- existem 6 tipos de articulações sinoviais:


. planas ou artródias
. em sela ou apifiartroses
. em roldana ou trocleartroses
. cilíndricas ou trocartroses
. esféricas ou enartroses
. elípticas ou condilartroses

- movimento das articulações sinoviais pode ser:


. mono-axial (em redor de um eixo)
. bi-axial (em redor de dois exos formando entre si um angulo recto)
. multiaxial (em redor de vários eixos)

Consistem em duas superfícies lisas opostas e de tamanho idêntico.


São articulações monoaxiais. O movimento de rotação é limitado.
Articulações Planas ex: apófises articulares entre as vertebras; acrómio-clavicular; carpo-
metacárpicas; sacro-ilíaca; intercárpica; intertársica
Ângela Xavier

120

Constituídas por duas superfícies articulares em forma de sela e


Articulações em Sela orientadas perpendicularmente para que se articulem. Apresentam
movimentos biaxiais.
ex: articulação carpometacárpica do polegar; esterno-clavicular

Formadas por um duplo cone de vértices internos e uma superfície


Articulações em côncava correspondente. São articulações monoaxiais.
Roldana ex: articulação do cotovelo e do joelho; interfalângica; tornozelo.

Consistem numa apófise cilíndrica que roda num anel parcialmente de


osso e de ligamento. São articulações monoaxiais.
Articulações Cilíndricas Só apresentam movimentos de rotação em torno de um eixo.
ex: atlóido-odontoideia (articulação odontoide de axis com o atlas);

Articulações Esféricas Consiste numa superfície articular em cabeça e outra onde se encaixa parte
da cabeça.São articulações multiaxiais.
ex: coxo-femoral (anca); escapulo-umeral (ombro)

São articulações esféricas modificadas.


Articulações Elípticas A sua superfície é mais próximo da forma elíptica que esférica.
São articulações biaxiais.
ex: articulação atlantoccipital; têmporo-mandibular; radiocárpica
(punho); metacarpo-falângicas (nós dos dedos)
Ângela Xavier

121
Ângela Xavier

122

TIPOS DE MOVIMENTO
. é a estrutura da articulação e a forma como as suas superfícies articulares que condicionam só seus
movimentos.

. a maioria dos movimentos apresenta um oposto.

. em relação à posição anatómica podemos ter:

- movimento que se afasta da posição

- movimento que se aproxima

. Classificação dos movimento:

a) Angulares:
- uma parte da estrutura linear dobra-se sobre outra, modificando o angulo entre ambas.
- existe uma parte solida e outra mole.
- temos dois movimentos angulares:

 Flexão e extensão:

. flexão move uma parte do corpo numa direção anterior ou ventral.

. extensão move uma parte do corpo numa direção posterior ou dorsal.

. existe uma exceção – a articulação do joelho – enquanto a flexão desloca a


perna para posterior a extensão desloca-a para anterior.

. os movimentos do pé que aproximam os dedos da perna são designados de


flexão - a posição é a de andar com o calcanhar.

. os movimentos do pé que afastam os dedos da perna são considerados de


extensão – aposição é a de uma bailarina em pontas.
Ângela Xavier

123

 Abdução e adução:

. abdução é o movimento que afasta da linha mediana (movimento de afastar os


braços; ou inclinar/dobrar a cabeça/cintura para um lado ou outro – flexão
lateral)
. adução é o movimento que aproxima da linha mediana (colocar os braços ao
longo do corpo; )

b) Circulares:
- consiste na rotação de uma estrutura em torno de um eixo ou no movimento em arco da
estrutura.
- temos dois movimentos circulares:

 Rotação:

. rodar de uma estrutura em torno de um eixo


. existe uma rotação externa e interna
. a rotação do antebraço é uma rotação composta por pronação e supinação.
. prono significa deitar de cara para baixo.
. supino significa deitar de cara para cima.
. na pronação a palma da mão fica voltada para posterior - caso
o cotovelo esteja fletido a palma da mão fica virada para baixo.
. na supinação a palma da mão fica para anterior – caso o
cotovelo esteja fletido fica superior.

 Circundução:

. consiste no movimento que combina a flexão, extensão,


abdução e adução.
. ocorre nas articulações multiaxiais, tal como a articulação
do ombro.
. neste movimento o braço faz um movimento de cone com
o vértice no ombro.
Ângela Xavier

124

c) Especiais:
- movimentos que não se encaixam em nenhum dos outros.
- são exclusivos de uma determinada articulação.
- os movimentos especiais são:
 Elevação e depressão (abaixamento):
. elevação move uma estrutura para cima
. depressão move uma estrutura para baixo

 Projeção e retração:
. projeção é o movimento que desloca uma
estrutura no sentido anterior.
. retração é o movimento que desloca uma
estrutura no sentido posterior.
. ex. mandibula

 Didução (ou lateralidade):


. movimento da estrutura para a direita ou para a esquerda.
. é exclusivo da mandibula.
. a lateralidade direita é contrária à esquerda.

 Oponência (do polegar):


. é um movimento exclusivo do polegar em oposição aos restantes dedos.
. tem retorno à posição neutra.

 Inversão e Eversão:
. inversão é o movimento do pé que coloca a sola do pé virada para a linha média
(interna).
. eversão é o movimento do pé de forma que a superfície plantar
seja externa.
Ângela Xavier

125

 Movimentos combinados: a maioria dos movimentos que fazemos no nosso dia-a-dia é


uma combinação dos movimentos de que falámos.

AMPLITUDE DO MOVIMENTO
. exprime o grau de mobilidade possível numa dada articulação.

. amplitude de movimento ativo – quantidade de movimentos que se pode efetuar pela contração
dos músculos que atuam sobre ela.

. amplitude de movimento passivo – quantidade de movimento que se pode efetuar na articulação


quando as estruturas que aí se encontram são movidas por uma força exterior (fisioterapeuta
segura o antebraço e o move na direção do braço, fletindo a articulação do cotovelo).

DRESCRIÇÃO DE ARTICULAÇÕES

a) Articulação temporomendibular (ATM):


- a mandibula articula-se com o osso temporal.

- o côndilo mandibular encaixa-se na cavidade glenoideia do temporal.

- disco articular (fibrocartilagem) localiza-se entre a mandíbula e o temporal,


dividindo a articulação nas cavidades superior e inferior.

- a articulação apresenta uma capsula fibrosa, à qual se fica o bordo do menisco e que
é reforçada pelos ligamentos lateral externo e acessório (lateral interno).

- esta articulação designa-se de: bicondilomeniscartrose conjugada / conjugada bi-


condiliana, bicondilo (2 condilos) + meniscartrose (condilartrose que apresenta o
menisco) + conjugada (movimentos de uma são sempre acompanhados pela outra).

- em todos os movimentos do menisco acompanha a trajectoria condiliana.

- alterações da posição do menisco condicionam a amplitude dos movimentos.


Ângela Xavier

126

- os movimentos da articulação são:

. abertura e fecho ou abaixamento e elevação


. projeção e retração e didução
. lateralidade direita e esquerda
Ângela Xavier

127

b) Articulação do ombro / escapulo-umeral:

- articulação esférica, que apresenta grande mobilidade e reduzida estabilidade.

- a cabeça do úmero articula-se com a cavidade glenoideia do úmero.

- esta cavidade é pouco profunda, permitindo assim uma grande variedade de


movimentos.

- apresenta movimentos de flexão, extensão, abdução, rotação e circundação.

- o dedrum glenoideu é um anel de fibrocartilagem que cobre parcialmente a cavidade


glenoideia.

- observa-se a presença das bolsas serosas infra-acromial ou sub-deltoideia e da


subescapular.

- estas bolsas abrem apara a cavidade articular.

- esta articulação é mantida no lugar através de ligamentos e músculos, estes puxam a


cabeça do úmero na direção superior e interna para a cavidade glenoideia da omoplata.

- os ligamentos peri-articulares (coifa/manga) que posicionam estabilidade à


articulação são 4 mais 1 tendão:
Ângela Xavier

128

. Ligamento gleo-umeral: tem 3 feixes – superior, medio, inferior- localizado no


lado anterior da capsula e insere-se na cabeça do úmero e dirige-se
para o bordo anterior da cavidade glenoideia.

. Ligamento umeral transverso: cruza entre o troquino e o troquiter e está


localizado no lado lateral-anterior da capsula e contem o tendão do
bicípite, mantendo-o no lugar contra a goteira bicipital.

. Ligamento coraco-glenoideu (ou acromial): ligamento acessório que passa por


cima da articulação. Insere-se na apófise coracoideia e dirige-se para
o acrómio.

. Ligamento coraco-umeral: insere-se na apófise coracoideia e dirige-se para o


colo do úmero e cruza anteriormente a capsula.

. Tendão do bicípite braquial: atravessa a capsula articular e fixa-se no tubérculo


supra-glenoideu.

c) Articulação da anca / coxo-femural

- as duas superfícies da articulação são a cabeça do fémur e o acetabulo do ilíaco.

- a acentuar o rebordo da articulação existe o dedrum cotiloideu que é um cordão


fibrocartilaginoso.

- movimentos articulares: flexão, extensão, abdução, circundação e rotação.

- a capsula articular é reforçada por ligamentos e estende-se desde o rebordo cotiloideu até
ao colo do fémur.

- os 5 ligamentos que posicionam a articulação da anca são:

. Ligamento Transverso do acetabulo: cruza a chanfradura isquiopúbica no bordo


inferior do acetabulo.

. Ligamento Ilifemural: estende-se desde a espinha ilíaca ântero-inferior à linha


intertrocanteriana.

. Ligamento Pubofemural: estende-se desde a porção púbica do dedrum cotiloideu


à porção inferior do colo do fémur.
Ângela Xavier

129

. Ligamento Isquiofemural: localizado posteriormente à articulação. Estende-se


desde a porção púbica do acetábulo à porção superior do colo do
fémur.

. Ligamento redondo: estende-se desde a fóvea capital da cabeça do fémur até ao


dedrum cotiloideu e ligamento transverso do acetábulo. Apresenta
uma pequena artéria no seu interior para nutrir a cabeça do fémur.

d) Articulação do tornozelo / tibiotársica:


- a tíbia, o perónio e o astrágalo formam a articulação.

- é classificada de tróclea altamente modificada.

- o maléolo interno da tíbia e o externo do perónio formam proteções da articulação.

- movimentos articulares: extensão, flexão, inversão e eversão

- existe uma capsula e ligamentos para fortalecer articulação que são:

. Ligamento lateral interno: localizado na face interna da articulação e origina-se


no maléolo interno da tíbia e dirige-se para o calcâneo, astrágalo e
escafoide.

. Ligamento lateral externo: constituído por dois feixes –> Feixe perónio-
calcaneano – independente da capsula e origina-se no maléolo
externo e termina na superfície lateral do calcâneo. Feixe perónio-
astragaliano – é fundido com a capsula e origina-se no maléolo
externo e termina no corpo do astrágalo.

e) Articulação do joelho:

- é uma articulação em roldana complexa

- é uma articulação entre:

. o úmero e o cubito – articulação úmero-cubital (trocleartrose)

. o úmero e o radio – articulação úmero-radial (condilartrose)

- movimentos articulares: flexão, extinção e rotação (reduzida).


Ângela Xavier

130

- a forma da grande cavidade sigmoideia do cubito (chanfradura troclear) e a sua


associação coma tróclea do úmero limitam o movimento no cotovelo à flexão e à
extensão.

- os dois côndilos da extremidade inferior soa as superfícies articulares deste mesmo osso.

- na tíbia temos as superfícies articulares na extremidade proximal – cavidades glenoideias


– onde encontramos meniscos de forma semilunar, que acentuam a concavidade da
superfície.

- é posicionada por ligamentos e complementada por bolsas:

. Asas da rotula: estende-se dos bordos da rótula às tuberosidades dos côndilos


femurais.

. Ligamento rotuliano: localizado na face anterior da articulação, estende-se desde


a rótula à tuberosidade anterior da tíbia e faz parte do tendão do
quadricípite.

. Ligamento popliteu oblíquo: espessamento da capsula, localiza-se na face


posterior da articulação e cruza-a.

. Ligamento popliteu arqueado: localiza-se na face posterior da articulação e


estende-se desde a cabeça do perónio à capsula fibrosa.

. Ligamento lateral interno: localizado do lado interno da articulação, estende-se


desde a tuberosidade do côndilo interno do fémur ao bordo
interno da tíbia.

. Ligamento lateral externo: localizado no lado externo da articulação. Estende-se


desde a tuberosidade do côndilo externo do fémur à cabeça do
perónio.

. Ligamento cruzado anterior: estende-se desde a porção antero-interna da


espinha da tíbia, dirige-se posterior, superior e obliquamente ate
à face interna do côndilo femural externo.

. Ligamento cruzado posterior: estende-se desde a porção posterior da espinha da


tíbia, dirige-se anterior e superiormente ate à face do côndilo
interno do fémur.

. Ligamento coronal: liga os meniscos aos côndilos tibiais.


Ângela Xavier

131

. Ligamento transverso: liga as porções anteriores dos meniscos interno e externo.

. Ligamento meniscofemoral: existem dois, um anterior e um posterior. Ligam a


parte posterior do menisco externo ao côndilo interno do fémur.
Um cruza anteriormente o ligamento cruzado posterior e outro
posteriormente.

. Bolsas: existem varias bolsas na articulação do joelho – fundo de saco


subquadricipital, polpliteia, dos gémeos, pré-rotuliana
subcutânea, infrarotuliana subcutânea e infra-rotuliana
profunda.

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