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Roberta Baia
Vanessa Lobato
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As mesmas atendem pelos nomes de Primeiridade, Secundidade e Terceiridade.
Em primeiridade faz-se apenas a contemplação do fenômeno, e tudo que se pode ver são
suas qualidades, não sendo possível fazer nenhuma análise nesta fase, visto que ela
ocorre de maneira muito imediata. Na secundidade, já é possível começar a fazer
distinções, mas ainda não se pode tomar nada como certo. Pois apenas na terceiridade, é
que se pode afirmar algo, é onde a análise acontece de fato, e é onde se encontra a noção
de signo. De modo que, qualquer coisa pode configurar-se como signo, desde que
apresente uma qualidade, exista por si mesmo e seja declarado culturalmente.
A Revista ELLE surgiu no Brasil no ano 1988, pertence ao grupo Abril e editada
pela Editora do mesmo grupo. Segundo Castro (2017), a revista impressa conforme
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consta no site da publiabril, tem cerca de 44.933 assinantes e na revista digital 11.158, o
site chegou a 32.953.000 de visualizações na página que trazem temas como: tendências
de moda, estilos de vida, beleza, comportamento e cultura. A vista disso, a revista em
análise lançou quatro capas diferentes na edição de 2015, nas quais contém uma modelo
e frases do movimento feminista.
Outrossim, outro fato importante desse contexto histórico foi quando a Comissão
de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmera dos Deputados aprovou um projeto
que dificulta o atendimento médico às vítimas de estupro, nesse projeto ainda continha a
lei de punição para os médicos que indicassem a pílula do dia seguinte para as vítimas
ou sugerisse a realização do aborto legal.
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direitos” e “Minha roupa não é convite”. Mais precisamente toma-se como estudo, ao
longo deste trabalho, a capa onde consta o segundo título supracitado, a qual
observaremos de acordo com as tricotomias de Peirce.
Imagem 1: Primeiridade
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Imagem 2: Secundidade
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Fonte: imagem criada pelas autoras.
Imagem 3: Terceiridade
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Tendo em vista o que foi explanado nas duas primeiras tricotomias, partimos
agora para uma análise mais definitiva do objeto em estudo, a terceiridade. Nessa fase já
podemos afirmar que se trata de uma mulher no centro da capa (1) ao observarmos o
formato do corpo, os seios, a face feminina e ainda o cabelo comprido sendo uma
convenção social a mulher ter os cabelos longos. Ademais, ainda sobre a mulher,
identificamos que de um lado do seu corpo na parte superior está nu (2), enquanto que
do outro lado usa uma roupa formal na cor preta (3) o que convencionalmente são trajes
formais masculinos.
Nessa mesma linha de pensamento, percebemos por meio das expressões faciais
(4), da maquiagem contornada e do cabelo desgrenhado (5) na imagem da modelo, a
representação de força feminina, posicionamento e determinação, contrariando a
imagem que a sociedade convencionou agregar às mulheres de que elas devem ser
frágeis, meigas, recatadas e submissas.
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mulher analisada acima, afirmamos que essa intertextualidade, objetiva argumentar o
respeito com a livre escolha da mulher.
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Referências:
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