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CURSO DE JORNALISMO
JORNALISMO E EMPRENDEDORISMO
Professor : José Wagner Borges Gondim
A separação do Brasil de Portugal demorou. Depois de consumado, teve que seguir o rito
estrutural , além de buscar reconhecimento internacional.
Mas essas forças internas brasileiras ( a elite econômica brasileira ) não eram homogêneas,
não tinha o mesmo foco ou a mesma visão tanto do processo de independência , como
econômico e cultural.
Mas percebem que era preciso mobilizar as classes diversas da população brasileira.
Para unir é preciso mobilizar. Para mobilizar é preciso despertar a opinião. Para ter
opinião é preciso imprensa. ( Nelson Werneck Sodré )
Em 1820, o Correio Brasiliense mantém contatos amistosos com os liberais e com o que
havia de imprensa ( ainda incipiente ) no Brasil. Identifica-se com José Bonifácio de
Andrada e visões de projetos políticos para o país.
Profissionais liberais e maçons, animados com as noticias da revolução constitucional de
Portugal reúne-se agora abertamente, enfrentando a repressão. ( essa característica marcaria
os últimos meses de governo de D. João VI no Brasil )
Com a Independência ( 1822 ) o Correio deixa de circular e Hipólito da Costa ajuda nos
esforços diplomáticos para reconhecimento do Brasil livre de Portugal na Europa.
Até 1821 o único jornal oficial brasileiro era a Gazeta do Rio de Janeiro.
Neste ano, surge um periódico publicado por um diretor da censura régia : José da Silva
Lisboa ,Visconde de Cairu , O Conciliador do Reino Unido . Conservador sobre as
liberdades políticas achava que liberdade de imprensa prejudicava o mundo livre.
Além do Conciliador do Reino Unido, outras folhas surgiram ( O Amigo do Rei e da Nação
e o Bem da Ordem ) todos anti-liberais.
A tensão entre Brasil e Portugal agrava-se . Um decreto determina que D. Pedro voltasse a
Portugal. Outros o fechamento de instituições no Brasil.
Um panfleto ( Despertador Brasileiro ) faz o que muitas folhas não conseguiram : agitou, a
partir do Rio de Janeiro, boa parte da opinião pública para o fato de que Portugal queria
reduzir o Brasil a uma mera colônia como na era do descobrimento. ( Isabel Lustosa o
classifica como o primeiro grito pela independência )
1822 : nasce o Correio do Rio de Janeiro. Pede uma constituição para o Brasil.
As folhas da época se dividem. Umas são usadas para atacar os inimigos da corte e D.
Pedro. Outros , no mesmo tom, defendem reforma em ritmo mais lento.
Não havia leis regulamentando a imprensa. Muitas folhas eram virulentas e os autores
usavam pseudônimos.
Em Portugal o clima era igualmente tenso com agressões ao Brasil e aos brasileiros. No
Brasil reagia-se na mesma moeda. A imprensa daqui açoitava a de lá ...e vice –versa.
Com a Independência, acaba a unidade entre esquerda e direita. A imprensa livre cessa.
Atentados a jornalistas são registrados.
Maçons, liderados por Gonçalves Ledo queriam que D. Pedro jurasse a Constituição antes
de ser elaborada.
D.Pedro volta atrás em função da reação das elites progressivas e revoga atos de
fechamento e punição.
José Bonifácio se revolta e pede demissão. 3 dias depois D. Pedro o chama de volta e lhe
dá mais poderes.
A Devassa ou a Bonifácia
José Bonifácio inicia feroz perseguição aos inimigos a Coroa que querem implantar uma
República. Fecha jornais ligados a maçonaria ( Revérbero e o Correio do Rio de Janeiro ) e
coopta adversários.
Em 1823 os principais jornais ativos no Rio e no restante das províncias era governista. O
Diário do Governo era o jornal oficial do novo império. José da Silva Lisboa edita o
Atalaia, governista, sempre atacando os maçons.
Mas havia resistência : Correio do Rio de Janeiro publica fortes artigos ( Frei Caneca )
contra adversários da Maçonaria. Frei Sampaio ( governista ) devolve a virulência.
Começa a Assembléia Constituinte e Legislativa do Brasil. O Diário da Assembléia ( órgão
oficial ) relata os debates com relativa precisão. Há muitas criticas José Bonifácio de
Andrada e à perseguição dos maçons .
José Bonifácio começa a cair em desgraça: quer abolir a escravidão, rever as concessões de
terra, tirar propriedade de portugueses vassalos ( vários deles filhos dos mesmos que
vieram com D. João VI e desabrigaram brasileiros )
Há forte reação das elites coloniais brasileiras. Usam a Marquesa de santos ( Domitila de
Castro ) para se queixar com D. Pedro.
João Soares Lisboa retorna ao Brasil e é preso . Da cadeia publica Correio Extraordinário
do Rio de Janeiro com fortes cores oposicionistas .
José Bonifácio lança o seu jornal : O Tamoio, de alto nível e anti-português. Atacava,
ainda que de forma indireta, D. Pedro , sempre cercado por colaborares portugueses que
continuavam a explorar o Brasil . Virou oposição, isolado .
Em contrapartida, surge Estrela Brasileira, absolutista, editado por Jean Baptiste Aimé de
Loy . Alguns historiadores garantem que D. Pedro pagava de Loy para escrever a o Estrela
O mais aguerrido jornalista da época : Cipriano Barata. Escrevia de Pernambuco para o Rio
de Janeiro, no Correio. Era temido até por José Bonifácio de Andrada, considerados por ele
e Frei caneca, um aristocrático.
O tom das criticas sobe ; D. Pedro I fecha a Assembléia Constituinte acusando a imprensa
de manchar a honra e à pessoa do Imperador.
Os Andrada ( Tamoio ) e José Soares Lisboa ( Correio do Rio de janeiro ) são banidos para
a Europa. Lisboa volta ao Brasil por Pernambuco e decide participar da Confederação do
Equador. Morre em combate.
Em resumo :