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Janeiro 2020

3 OU 4 CILINDROS.
QUAL O MELHOR?

www.sabo.com.br
QUAL O MELHOR?
Imagine dois carros similares, só que um com motor 1.0 litro de três cilindros e 12
válvulas, que rende 75 cv; e outro também de 1.0 litro, mas com quatro cilindros e também
de 12 válvulas, que entrega 78 cv. Com qual você ficaria? A Sabó ajuda você a entender
as vantagens e as desvantagens do motor de três cilindros.

VS

De repente, quase no fim da década, surge uma “febre” de motores compactos com
três cilindros e praticamente todas as montadoras aderem à nova motorização para seus
modelos 1.0 litro. As grandes vantagens ressaltadas pelas fabricantes são o desempenho,
potência e economia superior aos modelos da mesma categoria com propulsores
de quatro cilindros.
Novidade? Nem tanto. Na realidade, essa “nova tecnologia” não é tão nova assim.
Aqui mesmo no Brasil, O DKW, um modelo nacional, chegou bem perto de rivalizar
com um líder dos modelos populares, o Fusca. No fim dos anos 50, o DKW rodava com
um diferente motor de dois tempos, três cilindros e 1 litro de capacidade volumétrica,
que causava estranheza principalmente pelo barulho do motor e o cheiro característico
de óleo queimado, já que era um motor de dois tempos.

DKW - primeiro brasileiro a utilizar motor 1.0 litro de apenas três cilindros
Já nos anos 90 surgiram os japoneses
Suzuki Swift e Daihatsu Cuore (nas fotos ao
lado), ambos importados e com motores a
gasolina, injeção eletrônica e três cilindros.
Também nesses modelos, o ruído do
funcionamento e o tamanho do motor
geravam desconfianças nos consumidores
e não foram veículos que emplacaram
no mercado, sendo preteridos pelos
tradicionais motores de quatro cilindros,
com seu ruído habitual e disposição no
cofre do motor.
Só mais recentemente é que os motores
1.0 litro de três cilindros voltaram com força
total e isso graças às tecnologias atuais em
sistemas de aspiração, filtros de ar, coletores
de admissão e borboletas que controlam
a admissão de ar eletronicamente, o que
tornou os três cilindros mais modernos
e com as características citadas como
vantagem no começo deste texto —
desempenho, potência e economia.

Estamos na nova era dos carros 1.000 cc,


a Era dos Três Cilindros.
Vendidos no exterior e em importados
desde o começo da década, o motor
três cilindros até bem pouco tempo era
novidade para grande parte dos brasileiros.
Os sul-coreanos Kia Picanto e Hyundai
HB20 foram os primeiros a saírem das
fábricas no Brasil com essa motorização,
embora desde 2011 ambos já circulassem
na Europa e na Ásia equipados com
motores de três cilindros. Em 2014, os
dois começaram a ser produzidos no
Brasil, sendo seguidos por outros modelos
Ford, VW, Renault, Citröen e Fiat também
produzidos na Europa com motores 1.000
cc e três cilindros, mas que até então não
tinham fabricação nas unidades brasileiras.

Motor 1.0 litro de três cilindros: compacto e leve


Esses motores 1.0 litro são mais potentes e econômicos do que os tradicionais quatro
cilindros. Exemplo disso é o Fiat Mille, onde a potência passou de 48 cv nos motores dos
modelos ano 1990 para 85 cv nos motores 1.0 litro atuais, com o consumo de até 20 km/L.
Mas, três é melhor que quatro? Se sim, por quê? Vamos ver!

CARACTERÍSTICAS DO
MOTOR DE TRÊS CILINDROS
Um carro de motor moderno, com
a tecnologia mais atual que a indústria
automobilística dispõe no mercado
mundial — essa é uma observação
comum dos proprietários de veículos
equipados com as novas gerações de
motores de três cilindros que invadiram
o mercado nacional, tais como VW Up!,
Hyundai HB20 e Ford Fiesta.
A tendência pela redução do
tamanho dos motores de combustão
interna e a adoção dos motores de
três cilindros não é nova. A indústria
automobilística mundial encontrou
esta alternativa como um meio de
reduzir o consumo de combustível e,
consequentemente, e reduzir a emissão Motor de três
de CO2 na atmosfera. cilindros com
detalhamento do
E tudo isso simplesmente pela cabeçote

eliminação de um cilindro, propiciando


redução de peças, dos atritos internos e de todas as massas móveis no interior do motor.
Tudo é menor e mais fácil de girar. Menos pistões e seus anéis atritando dentro dos
cilindros, menos molas e suas válvulas sendo abertas e fechadas, menos atritos entre
biela/virabrequim e virabrequim mais curto e leve. Em resumo, menos inércia e atritos
internos fazem um motor fácil de acelerar e que desperdiça muito menos energia.
Mas, atenção: essa tecnologia funciona bem para os motores menores. Em motores de
capacidade volumétrica maior, se fossem construídos com três cilindros ou dois, teriam
pistões, bielas e até o próprio virabrequim muito pesados para suportar a grande carga
térmica e mecânica de uma maior potência.
Na prática, um motor de três cilindros é eficiente para até 1.5 litro (como o usado
no Ford EcoSport, por exemplo). Acima disso, até cerca de 2.2 litros, o sistema funciona
muito bem com quatro cilindros. Em capacidades cúbicas superiores, pode ter até cinco
ou seis cilindros; e acima dos 4 litros, um oito cilindros em V é insuperável.
Dessa forma, há um equilíbrio construtivo entre todas as peças que compõe um motor.
Nada muito grande nem muito pequeno, nem pesado nem leve demais, mas resistente
e durável para suportar a carga térmica e mecânica proporcionais ao tamanho e à potência.
Nos motores de três cilindros de hoje, que a maioria dos fabricantes está adotando,
há um ótimo equilíbrio térmico e mecânico. Esses motores têm se mostrado ótimos na
performance, tanto na potência quanto no torque, com baixíssimos índices de consumo
graças ao menor atrito interno e aos comandos de válvulas variáveis, que otimizam
o torque nos baixos regimes e a potência nas altas rotações.
No entanto, nem tudo tem funcionamento superior nos motores de três cilindros.
A eliminação de um cilindro gera uma maior vibração no conjunto e vamos explicar
as razões desse fenômeno.

Ciclo de Quatro Tempos

Válvula de Vela de Válvulas Válvulas Válvula Válvula


admissão ignição fechadas fechadas aberta fechada
aberta
Válvula
de escape
Mistura ar-
fechada
combustível Vela de Saída de
ignição gases
ativada
Câmara de
combustão

Pistão

Haste de
conexão

Virabrequim

Aspiração Compressão Combustão Exaustão


O pistão impele o A mistura ar-combustível A explosão força o O pistão expele os
combustível e o gás é comprimida pistão para baixo gases queimados

Esquema de funcionamento do motor a combustão interna de Ciclo Otto


Tecnicamente, em um motor a combustão interna de Ciclo Otto, cada cilindro possui
4 estágios: aspiração, compressão, combustão e exaustão. Cada cilindro realiza um estágio
por vez e, geralmente, cada cilindro realiza um estágio diferente dos outros. Portanto,
num motor comum de quatro cilindros, cada cilindro realiza um estágio diferente dos
demais.
Já os motores de três cilindros não possuem pistões deslocando-se de forma conjunta
e sincronizada, como nos motores de quatro cilindros. Cada pistão chega ao ponto morto
inferior e ao ponto morto superior de forma individualizada. Isso por si só já promove
certa instabilidade rotacional.
Mas o fato realmente relevante é que a combustão não iniciará em um cilindro
vizinho após o término do processo de combustão que está em andamento. Esse fato
é compreensível visto que sabemos que um curso de combustão dura 180o de ângulo
do virabrequim. E esse é o intervalo de combustão de um motor de quatro cilindros.

720° ÷ 4 = 180°
No entanto, o intervalo de combustão de um motor de três cilindros é de 240o
de ângulo do virabrequim.

720° ÷ 3 = 240°
Visto que a combustão tem duração de 180o de ângulo do virabrequim, em um motor
de três cilindros existe um espaço vazio de 60o sem a aplicação de energia proveniente
da combustão ao sistema, até que o próximo pistão esteja em posição para o início da
combustão (240o - 180o = 60o). Esse é o motivo principal da ocorrência de vibração e
ruído tão reclamado pelos proprietários desses modelos.
Logicamente existem alternativas para a minimização desse incomodo. A utilização de
um eixo balanceador acoplado ao virabrequim é a mais eficiente. Porém, boa parte das
montadoras não está disposta a adicionar o componente ao custo de produção. Alternativas
de custo reduzido — como balanceamento da árvore de manivelas, recalibração de coxins
de sustentação e adoção de massas devidamente posicionadas ao volante do motor — já
são práticas utilizadas por algumas marcas para atenuar essa característica.
Tomando como exemplo o VW EA111, o motor 1.0 litro de quatro cilindros que vinha
sendo usado nos últimos anos e foi dando lugar progressivamente ao moderno motor de
três cilindros EA211, que utiliza uma liga de alumínio tanto no cabeçote quanto no bloco.
Bloco do motor VW EA211

Nessa nova família, o motor de O motor de três cilindros tem maior


mesma cilindrada pesa quase 25 quilos potência que o quatro cilindros da mesma
a menos, desenvolvendo potência e VW (são 82 cv contra 76 cv da versão
torque bem superiores, emitindo menos quatro cilindros, que continua sendo
poluentes e gastando menos combustível. produzida), mais torque, e este propulsor
Indiscutivelmente superior ao seu antecessor. sobe de rotação mais rapidamente.
O carro oferece tudo o que o tradicional
1.0 litro de quatro cilindros já apresentava;
somado, porém, a uma maior economia
(média, em uso urbano, de 12,5 km/litro
de gasolina), sem penalizar o desempenho.
A montadora conseguiu reduzir o peso e aumentar
a eficiência térmica. Para isso, junto do cabeçote
e bloco em alumínio foi adotado um comando
de admissão variável, válvulas
acionadas por balancins roletados
e a tampa do cabeçote tem
os eixos de comando e os
cames de acionamento
integrados, com um design
que permitiu a redução
do diâmetro dos
mancais dos eixos e,
consequentemente,
redução do atrito.
Esses e outros
cuidados técnicos
permitiram à engenharia
da VW renunciar ao
uso de um contraeixo,
que é a forma mais
simples para balancear
as explosões e reduzir a
vibração de um motor de três Bloco em alumínio é um dos
cilindros, mas que traz um custo adicional fatores para redução de peso
dos motores de três cilindros
para o fabricante do motor.
Todas as fábricas que optaram pelo motor de três cilindros, adotaram em suas
configurações as quatro válvulas por cilindro, o duplo comando de válvulas e variador
de fase pelo menos no comando das válvulas de admissão, além de processos mais
sofisticados na fundição (agora sob pressão e não mais por gravidade).
Entretanto, a redução do tamanho dos motores se faz necessário para o atendimento
das normas de emissões de poluentes cada vez mais rígidas. Assim, a presença de certa
medida de vibração nos motores de três cilindros parece ser um preço que o consumidor
terá que pagar até que as montadoras decidam investir em tecnologias mais eficientes
para atenuar essa característica.
VANTAGENS E DESVANTAGENS
DO MOTOR DE TRÊS CILINDROS
Hoje em dia o motor de três cilindros já virou praticamente uma obrigatoriedade entre
os automóveis compactos recém-lançados no mercado. São poucos os modelos de
entrada que ainda utilizam o tradicional propulsor de quatro cilindros — o Chevrolet Onix
e o Chevrolet Prisma, que lideram em suas categorias, são dois deles.
Ao longo do tempo, o motor de três cilindros atraiu a atenção dos técnicos por uma
série de vantagens em relação ao de quatro cilindros; mas as desvantagens, sobretudo no
que se relaciona ao equilíbrio do ciclo de explosões, sempre o condenou. Vamos pontuar
cada uma destas vantagens e desvantagens. Avalie e tire suas conclusões.

VANTAGENS
FABRICAÇÃO SIMPLIFICADA - Eles estão sendo amplamente utilizado pelas fabricantes
de carros compactos pois, além de utilizarem somente três cilindros (diminuindo o número
de pistões, anéis, bielas, válvulas e molas, por exemplo), são mais curtos (diminuindo
os custos no processo de fundição de bloco e cabeçote) e têm um processo produtivo
menos complexo, sobretudo para posicioná-los no compartimento do motor do carro.
MAIS LEVE - Por ser mais compacto e utilizar uma quantidade menor de materiais,
o motor de três cilindros também consegue ser mais leve que um propulsor de quatro
cilindros equivalente. Em média, uma unidade de três cilindros consegue ser 30 quilos
mais leve. Isso afeta diretamente o peso final do carro, além de beneficiar alguns outros
pontos, como é o caso da manutenção em oficinas e o alívio do esforço na suspensão
dianteira.
MAIS EFICIÊNCIA - Outra grande vantagem de um propulsor de três cilindros é a
eficiência maior, tanto no consumo de combustível como nas emissões de poluentes. Isso
é possível devido às mudanças no formato da câmara de combustão e da cabeça dos
pistões, resultando em menores perdas pelo sistema de escape.
Fora isso, eles costumam usar o comando de válvulas variável, uma tecnologia que
melhora a maneira em que os gases entram e saem da câmara de combustão.
MENOS ATRITO - Como já citado, os propulsores de três cilindros conseguem trabalhar
com menos atrito — num propulsor convencional, 20% da potência gerada é utilizada
para combater o atrito. Ou seja, há um maior aproveitamento da potência do propulsor,
resultando em respostas mais vigorosas.
MAIOR DESEMPENHO - Um desempenho maior e melhor pode ser notado ainda por
alguns outros itens, como a já citada injeção de combustível acoplada ao sistema de
admissão de ar e o comando variável de válvulas.
DESVANTAGENS
MAIOR VIBRAÇÃO - Esta é, sem dúvidas, uma das maiores desvantagens de um motor
de três cilindros. Como ele é dotado de um número ímpar de cilindros, há uma assimetria
na distribuição de massas e forças, tornando mais difícil o seu balanceamento. Tanto é que
muitas fabricantes estão dando atenção maior aos coxins de sustentação do propulsor
— o EcoSport 1.5, por exemplo, tem vibração do motor similar a um conjunto de quatro
cilindros.
MAIORES NÍVEIS DE RUÍDO – Não chega a ser uma desvantagem que afeta diretamente
a condução do veículo, mas é considerada como algo desagradável por boa parte dos
condutores. No entanto, é fato que os motores de três cilindros conseguem emitir um
barulho bem mais intenso que um carro da mesma categoria dotado de um propulsor de
quatro cilindros. Uns veem tal ruído como semelhante ao de um carro esportivo, enquanto
outros assemelham com o de um cortador de grama.

QUAL A VANTAGEM DO
1.0 LITRO TRÊS CILINDROS TURBO?
Imagine um carro da categoria básica que reúne potência, eficiência energética,
durabilidade e menor emissão de poluentes. Ele existe e tem nome. É o bom e velho
conhecido do brasileiro modelo 1.000 cc com três cilindros e turbo.
O 1.0 turbo é um motor extremamente compacto, leve — feito em liga de alumínio —
e desenhado para funcionar com o menor atrito possível. Esse conjunto, aliado a pneus
de baixa resistência à rolagem, aerodinâmica aprimorada e pesos menores do conjunto,
faz um carro mais eficiente.
Segundo especialistas e proprietários de modelos com motor 1.0 três cilindros
turbo, uma das vantagens oferecidas é o torque, que é a característica desejada que o
consumidor mais utiliza no trânsito urbano.
O motor 1.0 turbo é muito durável, pois vem de lançamentos de sucesso —
principalmente na Europa, onde foi exaustivamente testado. Possui reforços internos,
como pistões e bronzinas melhoradas para suportar pressões maiores na câmara de
combustão em função do trabalho do turbo. Isso propicia respostas mais rápidas e firmes
do motor, aproximando o seu desempenho ao de motores com maior cilindrada. Isso o
torna um concorrente forte no mercado brasileiro. Em termos de potência, desempenho
e economia, o 1.0 turbo pode alcançar níveis semelhantes aos dos motores 1.4 e 1.6.
O apelo ambiental e os anseios de uma sociedade sustentável também estão presentes
nos modelos de motores 1.0 turbinados. O público consumidor busca, nesses tipos
de motores, variáveis como desempenho e tecnologias avançadas — que têm tmabém
como benefício índices menores de emissões de poluentes pelo sistema de escapamento.

Motor Ford EcoBoost em corte: três cilindros com turboalimentação

O turbocompressor acoplado a essas verdadeiras máquinas de alto rendimento já está


deixando o mercado boquiaberto. A Volkswagen foi a primeira a trazer a superalimentação
e a injeção direta para seu três cilindros, com desempenho que surpreendeu a todos.
Depois vieram a Hyundai com seu HB20 turbo e a Ford, com o seu 1.0 EcoBoost, um três
cilindros turbo que surpreendeu no mercado europeu e que já está disponível no Fiesta
nacional.
Se compararmos o Ford Fiesta EcoBoost com seu irmão de motor aspirado quatro
cilindros de 1.6 litros (ainda em linha de produção), ao utilizar gasolina, a potência é
igual, mas o Fiesta EcoBoost ganha não apenas 1,5 kgfm de torque. Sua curva de torque
máximo começa bem antes, próximo das 1.400 rpm, e continua constante até 4.000 rpm.
Na prática, é mais rápido em todas as situações.
Duas características impressionantes deste motor são silêncio na marcha lenta e baixo
nível de vibrações. O compacto da Ford supera nesses quesitos os demais 1.0 litro três
cilindros no mercado, embora ao se acelerar a fundo seja fácil de notar a sonoridade
típica. A fábrica indica aceleração de 0 a 100 km/h em 9,6s. Sua desvantagem é ter
apenas versão a gasolina.
Se um motor três cilindros 1.0 aspirado (comum) gera a mesma potência de um motor
de quatro cilindros de mesma cilindrada, um motor de três cilindros turbo gera uma
potência muito maior e a eficiência maior ainda, gerando menos poluição.
Isso porque o turbocompressor empurra mais ar para dentro das câmaras de
combustão, gerando uma explosão com mais intensidade e com a mesma quantidade
de combustível. Assim, os motores 1.0 turbo geram potências comparadas a um motor
2.0 aspirado. É o caso do Golf com motor 1.0 de três cilindros turbinado, que gera 125 cv
de potência e quase 20 kgfm de torque. Quase os mesmos números do Golf 2.0 aspirado.
Para resumir: tudo melhora nas versões com turbo e injeção direta, recursos que
melhoram ainda mais o rendimento térmico e volumétrico dos motores 1.0 três cilindros.

TENDÊNCIA DO MERCADO:
O QUE PENSA O CONSUMIDOR?
É fato que os motores de três cilindros já aparecem como uma tendência no mercado
automotivo brasileiro e também no restante do mundo. Hoje em dia, carros compactos
que não possuem um propulsor com um cilindro a menos são vistos como obsoletos
e “beberrões”, por exemplo, visto que as unidades de quatro cilindros costumam ser mais
antigas e, consequentemente, menos modernas.
Além disso, o propulsor de três cilindros já pode ser visto também em carros de
categorias superiores.
Mesmo assim, ainda não existe uma opinião unânime dos consumidores. Para muitos
a questão de ter somente três cilindros causa um certo desconforto e desconfiança.
Já para outros é sinônimo de inovação. As maiores dúvidas dos consumidores estão
realmente no campo das suposições geradas pelo fato de ter apenas três cilindros ser
uma coisa boa ou ruim.
Outra das vantagens citadas nesses motores é o uso diário urbano, onde é necessário
sempre o anda e para do trânsito. Tem também a questão de três cilindros exigirem uma
manutenção menor em comparação aos quatro cilindros, pelo fato de ter um cilindro
a menos e, claro, menos peças para manutenção.
É POSSÍVEL A CONSTRUÇÃO DE UM
MOTOR COM APENAS DOIS CILINDROS?
Sim, é possível um motor de pelo menos dois cilindros. A Fiat comercializa alguns de
seus modelos no mercado europeu com motores dotados da tecnologia TwinAir, que
contam com dois cilindros, 875 cm3 e cerca de 85 cavalos de potência.
Pelo menos nesse caso há o uso de tecnologias que possibilitaram a redução de perdas
por bombeamento e atrito entre as peças, beneficiando o consumo de combustível e a
redução das emissões de CO2.
Há também a Renault, que apresentou (em meados de 2014) um motor de dois tempos
a diesel também com apenas dois cilindros, capaz de entregar entre 48 e 68 cavalos de
potência e de 11,5 a 14,8 kgfm de torque. No entanto, ao que tudo indica ele segue sendo
testado, visto que ainda não chegou ao mercado.
Porém, tal tipo de motorização ainda não está disponível em automóveis oferecidos
em nosso mercado por ser mais complexa e cara para ser produzida (um motor dois
cilindros precisaria de coxins ou árvore de balanceamento mais robustos e modernos
para diminuir as vibrações ainda maiores).
Fora isso, seria necessário o uso de um volante com massa ainda maior para compensar
a inércia do funcionamento irregular do propulsor. Logo, a complexidade e a inviabilidade
de um motor monocilíndrico seriam ainda maiores.
O raciocínio lógico é: “se os motores três cilindros estão cumprindo bem as suas
funções, pelo menos por ora não seria necessário um propulsor dois cilindros”. Mas não
se assuste caso veja algo do tipo futuramente.
CONFIRA A LISTA DE ALGUNS CARROS
COM MOTOR DE TRÊS CILINDROS NO BRASIL

O Chery New QQ é o carro mais em


conta do País. O modelo é dotado de um
motor 1.0 litro flex de três cilindros em
linha, com quatro válvulas por cilindro,
e dispensa o tanquinho auxiliar para
partidas a frio. Ele consegue desenvolver
74 cavalos de potência com gasolina e 75
cv com etanol, a 6.000 rpm, e torque de
9,7 e 10,1 kgfm, respectivamente, a 4.500
rpm, e está associado ao câmbio manual
de cinco marchas. Este propulsor equipa
todas as versões do New QQ em nosso
mercado (Smile, Look e ACT). O modelo
Chery New QQ 1.0 tem preços que variam de R$ 27.290,00
a R$ 32.990,00.

A Fiat desenvolveu o motor 1.0 litro Firefly


flex de três cilindros, com apenas duas
válvulas por cilindro e sem tanquinho
auxiliar. Ele conta com 72 cv com gasolina
e 77 cv com etanol, a 6.000 rpm, e torque
de 10,4 e 10,9 kgfm, respectivamente,
a 3.250 rpm, com câmbio manual de
cinco marchas. O 1.0 Firefly flex equipa
atualmente os modelos Argo e Uno em
suas configurações e também o Mobi na
variante Drive, a mais completa e cara da
linha. O Fiat Mobi Drive 1.0 parte de R$
41.260,00, o Uno Drive 1.0 de R$ 42.980,00
e o Argo Drive 1.0 de R$ 47.790,00.
Fiat Argo, Mobi e Uno 1.0
O motor de três cilindros da Ford pode ser
encontrado na dupla de compactos Ka e
Ka Sedan em suas versões mais em conta.
Os modelos contam com um 1.0 litro flex
de três cilindros em linha, com quatro
válvulas por cilindro e duplo comando de
válvulas. Desenvolve 80 cv com gasolina
e 85 cv com etanol, a 6.500 rpm, e 10,2 e
10,7 kgfm, respectivamente, a 3.500 rpm.
O Ford Ka 1.0 tem preços que partem de
R$ 44.780,00 e o Ford Ka Sedan 1.0 custa
a partir de R$ 49.250,00.
Ford Ka e Ka Sedan 1.0

Outro três cilindros oferecido pela Ford


no Brasil é o 1.0 EcoBoost usado na
configuração SEL Style do New Fiesta
hatch, que custa a partir de R$ 69.790,00,
com quatro válvulas por cilindro, injeção
direta de combustível, coletor de escape
integrado ao cabeçote, turbocompressor,
entre outros. Além disso, ele é movido
somente a gasolina e gera 125 cavalos
de potência, a 6.000 rpm, e 17,3 kgfm de
torque, entre 1.400 e 4.000 rpm. O 1.0
EcoBoost é ofertado exclusivamente com
Ford New Fiesta 1.0 o câmbio automatizado de seis marchas e
EcoBoost dupla embreagem.
Um dos carros mais vendidos do País,
o Hyundai HB20 foi o primeiro modelo
nacional com motor 1.0 litro de três
cilindros, usado também no sedã HB20S. O
propulsor é flex e com quatro válvulas por
cilindro, que dispensa também o tanquinho
auxiliar para partidas a frio. São 75 cv
com gasolina e 80 cv com etanol, a 6.200
rpm, e 9,4 e 10,2 kgfm, respectivamente,
a 4.500 rpm, com câmbio manual de cinco
marchas. O Hyundai HB20 1.0 parte de
R$ 43.660,00, enquanto o Hyundai HB20S
1.0 custa a partir de R$ 50.990,00.
Hyundai HB20 e HB20S 1.0

O primeiro carro com motor de três


cilindros no País foi o Kia Picanto. Ele e o
HB20 compartilham o mesmo propulsor.
A nova geração manteve a mecânica,
com até 80 cv e 10,2 kgfm, mas neste
caso há um câmbio automático de quatro
velocidades de série. Este modelo parte
de R$ 58.990,00.

Kia Picanto 1.0


O motor usado nas versões mais em conta
do Nissan March e do Nissan Versa é um
1.0 litro flex de três cilindros, com bloco
em alumínio e sistema de partida a frio
sem tanquinho. Em ambos os casos, seja
com etanol ou gasolina, são 77 cv, a 6.200
rpm, e 10 kgfm, a 4.000 rpm, com câmbio
de cinco marchas. O March 1.0 parte de
R$ 44.990,00 e o Versa 1.0, de R$ 48.990,00.

Nissan March e Versa 1.0

Recém-introduzido por aqui, o Renault


Kwid oferece um motor 1.0 litro flex de
três cilindros, com quatro válvulas por
cilindro e duplo comando de válvulas, sem
tanquinho de gasolina para partidas a frio.
Ele desenvolve 66 cv com gasolina e 70
cv com etanol, a 5.500 rpm, e 9,4 e 9,8
kgfm, respectivamente, a 4.250 rpm, com
câmbio de cinco marchas. O subcompacto
Renault Kwid 1.0 custa a partir de R$ 30.990,00.
Os modelos Logan e Sandero também
utilizam o motor 1.0 litro flex do Kwid,
mas numa versão mais “moderna”. Nesses
casos, o propulsor conta com variador
de fase nos comandos de admissão e
escape. Com isso, ele passa a gerar 79
cv com gasolina e 82 cv com etanol, a
6.300 rpm, e torque de 10,2 e 10,5 kgfm,
respectivamente, a 3.500 rpm, acoplado
a um câmbio manual de cinco marchas.
O Renault Sandero 1.0 pode ser encontrado
Renault Logan e por a partir de R$ 44.050,00, e o Logan 1.0
Sandero 1.0 a partir de R$ 45.850,00.

As versões de entrada dos modelos Up!,


Gol, Voyage e Polo são equipadas com
o motor 1.0 MPI flex de três cilindros
da Volkswagen. Ele conta com quatro
válvulas por cilindro, comando duplo,
bloco e cabeçote em alumínio, e dispensa
o tanquinho auxiliar para partidas a frio.
Nos modelos Up!, Gol e Voyage, ele rende
75 cv com gasolina e 82 cv com etanol,
a 6.250 rpm, e 9,7 e 10,4 kgfm, a 3.000
Volkswagen Up!, Gol, rpm. Já no Polo, são 75 cv e 84 cv, a 6.350
Voyage e Polo 1.0 rpm, enquanto o torque é o mesmo. O
câmbio é um manual de cinco marchas. O
Volkswagen Up! 1.0 parte de R$ 38.740,00,
o Gol 1.0 de R$ 43.840,00, o Voyage 1.0 de
R$ 51.200,00 e o Polo 1.0 de R$ 49.990,00.
Outro motor de três cilindros da
Volkswagen é o 1.0 TSI, que equipa as
versões topo de linha do Polo e do Virtus
e a variante de entrada do Golf. Ele é flex
e conta com turbocompressor, injeção
direta de combustível, coletor de escape
integrado ao cabeçote, entre outros, e
dispensa o tanquinho auxiliar.
No Golf 1.0, são 116 cv com gasolina e
125 cv com etanol, a 5.500 rpm, e 20,4
kgfm com ambos os combustíveis, a 2.000
Volkswagen Up!, Polo, rpm, com câmbio manual de seis marchas.
Virtus e Golf 1.0 TSI Já o Polo 1.0 TSI e o Virtus 1.0 TSI rendem
116 cv e 128 cv, a 5.500 rpm, e o mesmo
torque, mas com câmbio automático de
seis velocidades.
Esse propulsor está presente ainda no Up!
em suas versões mais caras. Nesse caso,
são 105 cv e 16,8 kgfm máximos, com
transmissão manual de cinco marchas.
Hoje, o Up! 1.0 TSI parte de R$ 55.700,00,
o Polo 1.0 TSI de R$ 67.150,00, o Virtus
1.0 TSI de R$ 73.490,00 e o Golf 1.0 TSI
de R$ 78.780,00.
EXISTEM PRODUTOS SABÓ PARA OS
MOTORES 1.0 LITRO TRÊS CILINDROS?
Claro que tem! A Sabó tem uma linha completa de itens de reposição para aplicação
nos motores 1.000 cilindradas com três cilindros de diversas montadoras.
Acesse o catálogo eletrônico Sabó ou visite a seção de Lançamentos no site Sabó e
conheça as aplicações em juntas, retentores, parafusos de cabeçotes e jogos de juntas
para essas e outras motorizações.
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