Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Administracao Aplicada A Engenharia de Seguranca Do Trabalho - Final
Administracao Aplicada A Engenharia de Seguranca Do Trabalho - Final
Segurança do Trabalho
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
ADMINISTRAÇÃO.................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
DOCUMENTAÇÃO EMPRESARIAL............................................................................................. 14
UNIDADE II
CAPÍTULO 1
ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES........................................................................................ 18
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
UNIDADE III
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 1
SISTEMA DE GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO................................................. 52
CAPÍTULO 2
SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO............................................................................................ 60
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 62
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
7
Introdução
Quando falamos em Administração, falamos sobre a tomada de decisão sobre recursos disponíveis,
trabalhando com e por meio de pessoas para atingir objetivos. A Administração é o gerenciamento
de uma organização, levando em conta as informações fornecidas por outros profissionais e também
pensando previamente as consequências de suas decisões.
O bom desempenho da administração depende de que o profissional consiga ser um bom líder,
capaz de lidar com pessoas, negociando e comunicando, e também apto a tomar decisões, tendo
uma visão sistêmica e global da situação que administra.
As empresas vêm sofrendo inúmeros processos de mudança ao longo do tempo. Muitas novas teorias
surgem, deixam marcas, outras desaparecem. O fato é que as empresas, devido à complexidade dos
processos organizacionais modernos, não podem prescindir de cuidados essenciais de segurança no
meio ambiente de trabalho, sob pena de terem sua imagem e seus lucros prejudicados.
Objetivos
»» Apresentar conceitos de administração.
»» Capacitar os alunos para a gestão de SST, por meio do Sistema de Gestão em SST –
SGSST ou do Sistema de Gestão Integrada – SGI.
8
ADMINISTRAÇÃO UNIDADE I
CAPÍTULO 1
Conceitos relacionados à
administração
Cada autor conceitua administração sob uma ótica particular. Segundo Chiavenato (2011),
Administração é o processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros
da organização e utilizar todos os recursos organizacionais disponíveis para alcançar objetivos
organizacionais definidos. Essa ciência envolve um complexo de decisões e ações aplicado a uma
variedade de situações em uma ampla variedade de organizações. Devido a essa complexidade, a
administração admite várias interpretações:
»» Exige várias ações orientadas para alcançar objetivos por meio de diferentes pessoas
e órgãos que trabalham conjunta e integradamente.
9
UNIDADE I │ADMINISTRAÇÃO
São dois os objetivos da administração: a eficiência e a eficácia. A eficiência diz respeito aos
meios, ou seja, aos métodos, processos e normas que se empregam na empresa a fim de que os
recursos sejam adequadamente utilizados. A eficácia diz respeito aos fins, ou seja, aos objetivos e
resultados a ser alcançado.
Baseado nas teorias administrativas, pode-se considerar como princípios gerais da administração:
10
ADMINISTRAÇÃO│ UNIDADE I
Planejamento
O processo de gestão fundamenta-se no ciclo do PDCA (Plan; Do; Check e Act) ou também chamado
ciclo de Deming (planejar; executar; verificar e agir). As ações planejadas devem ser implementadas,
verificadas e corrigidas (se for necessário). No final do ciclo, a direção deverá analisar e rever o
sistema de forma a manter a sua adequação e eficácia.
Planejar é pensar antes de agir, é indicar o caminho a ser percorrido. O planejamento possibilita
perceber a realidade, traçar planos de ação, antecipar-se aos eventos futuros.
Tipos de planos:
»» Normas - regulamentos para definir o que deve e o que não deve ser feito (é o caso
de normas de segurança).
Técnicas de planejamento:
11
UNIDADE I │ADMINISTRAÇÃO
12
ADMINISTRAÇÃO│ UNIDADE I
»» à Fluxo de dados – a seta fina é utilizada para indicar o sentido e a sequência das
fases do processo.
13
CAPÍTULO 2
Documentação empresarial
Razão social
É o nome de registro de uma empresa. Conhecido também como Nome Comercial, é o fruto do
nascimento de uma empresa, ou seja, é o nome dado a pessoa jurídica, sob o qual essa se individualiza
e exerce suas atividades. É o nome que consta em documentos legais, contratos e escrituras.
No momento da abertura da empresa, o órgão que realizará o registro deverá pesquisar se há algum
nome similar já existente. Esse fato impossibilita o registro.
Nome de fantasia
Também conhecido como Marca Empresarial, é o nome popular da empresa. Pode ou não, ser igual
ou parecido com a razão social da empresa. Visando o maior aproveitamento de marca e estratégia
de marketing e vendas, é o nome que serve para divulgação da empresa.
O registro do nome de fantasia não é obrigatório. Porém se este for registrado, ele será considerado
uma marca registrada. Esse registro deve ser feito junto ao órgão de marcas e patentes, o Instituto
Nacional de Propriedade Industrial – INPI. O INPI dá direito de utilização do nome da marca/
produto ao registro que for efetuado primeiro. A marca registrada passa a levar o símbolo ® e a
empresa passa a ser a dona absoluta dela. A partir daí, a marca passa a incorporar o patrimônio,
como um ativo da empresa. Há muitos casos em que seu valor é muitas vezes superior ao valor dos
seus bens patrimoniais.
Um dos exemplos mais famosos é da Coca Cola. Esse é o nome de fantasia da empresa de razão
social Coca-Cola Indústrias Ltda. Observem a força e o valor agregado que esse nome possui.
CNPJ
CNPJ é a sigla para Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica. É um registro único que identifica uma
pessoa jurídica junto à Receita Federal do Brasil – RFB. O CNPJ possui diversas informações, como:
Razão Social, Nome de Fantasia, endereço, data de abertura, descrição da atividade econômica,
natureza jurídica, verificação da situação cadastral na Receita Federal, entre outros dados que
são de interesse das administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
14
ADMINISTRAÇÃO│ UNIDADE I
Ramo de atividade
O ramo de atividade é a área do mercado na qual a empresa atua.
CNAE
A Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE é uma classificação utilizada com o
objetivo de padronizar os códigos de identificação das unidades produtivas do país nos cadastros
e registros da Administração Pública nas três esferas do governo, em especial na área tributária,
contribuindo para a melhoria da qualidade dos sistemas de informação que dão suporte às decisões
e ações do Estado, possibilitando, ainda, a maior articulação inter-sistemas.
A partir da CNAE, foram derivadas mais duas outras classificações: a CNAE-Fiscal e a CNAE-
Domiciliar.
A CNAE-Domiciliar, que na maioria dos casos agrupou classes da CNAE, foi desenvolvida para ser
utilizada no censo demográfico e em outras pesquisas domiciliares.
Grau de risco
Definido pela Norma Regulamentadora no 04 – NR - 4, o grau de risco é utilizado para mensurar o
risco de cada atividade. É definido com base na atividade econômica descrita na CNAE.
De posse do CNAE da empresa, o grau de risco é consultado diretamente na NR-4, conforme a figura
abaixo:
15
UNIDADE I │ADMINISTRAÇÃO
Fonte: <http://segurancadotrabalhonwn.com>
Tamanho da empresa
I – É considerada microempresa, pessoa jurídica e firma mercantil individual que tiver receita bruta
anual igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais).
Também pela Lei Complementar no 123/2006, a pequena empresa é caracterizada por ter receita
bruta anual superior a R$ 360.000,00 e inferior a R$ 3.600.000,00.
No Brasil as microempresas e as empresas de pequeno porte podem optar pelo Sistema Integrado
de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte,
conhecido como Simples/Federal, introduzido a partir de 1997 pela Lei no 9.317, de 1996.
16
ADMINISTRAÇÃO│ UNIDADE I
Média empresa
Uma empresa de médio porte, no Brasil, segundo o IBGE, é caracterizada pela quantidade de
funcionários que ela possui. Se for indústria, é considerada como média a empresa com 100 a
499 empregados. Caso ela seja uma empresa comercial ou de serviços, ela poderá ter de 50 a 99
empregados.
Ela também poderá ser considerada média se tiver mais de R$ 2.400.000,00 de receita bruta anual.
Porém esses critérios não possuem fundamentação legal, e são utilizadas pelas organizações que
oferecem apoio as pequenas e médias empresas.
Grande empresa
Empresa de grande porte ou Grande empresa é uma empresa que recebe tratamento diferenciado
por alguns governos por possuírem uma estrutura de maior capacidade de produção. Geralmente
a diferença é baseada pela quantidade de empregados ou faturamento da empresa. O tratamento
diferenciado pode ser caracterizado por cobrança de mais impostos ou incentivos fiscais específicos.
Existem várias leis que buscam especificar o que é uma empresa de grande porte. A Lei no 11.638, de
28 de dezembro de 2007, no artigo Art. 3o, estabelece que:
Segundo o IBGE a empresa de indústria é considerada de grande porte se tiver mais de 500
empregados. Se for de Comércio ou de Serviços, mais de 100 empregados. Mas não existe
fundamentação legal sobre a classificação por quantidade de empregados.
17
SEGURANÇA NAS UNIDADE II
ORGANIZAÇÕES
CAPÍTULO 1
Atribuições e responsabilidades
De uma forma indireta a Segurança do Trabalho tem também caráter de proteção ao patrimônio
da empresa: a colocação de equipamentos de combate a incêndio protegem a vida do trabalhador e
evita também que os bens da empresa sejam danificados; a manutenção preventiva de determinado
equipamento ou máquina permite a descoberta de peças desgastadas, cuja falha pode lesar um
trabalhador ou danificar de modo irreparável o equipamento; exames pré-admissionais e periódicos
realizados nos motoristas de empilhadeiras previnem problemas de saúde que poderiam provocar
acidentes durante o transporte de materiais, causando a lesão ou morte do motorista e/ou colega de
trabalho e a perda da própria empilhadeira.
18
SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES│ UNIDADE II
Brigadistas
As Brigadas são grupos de pessoas organizadas e capacitadas para atuar em emergências, sinistro
ou desastre, dentro de uma empresa, indústria ou estabelecimento. São responsáveis em combatê-las
de maneira preventiva, a fim de eliminar riscos e efetuar corretivas ante as eventualidades reais. Sua
função está orientada a salvaguardar as pessoas, os seus bens e tudo entorno destas.
19
CAPÍTULO 2
Serviço Especializado em Segurança e
Medicina do Trabalho – SESMT
O SESMT está fundamentado no artigo 162 da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT e na NR-4
– Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho, atualizada pela Portaria no 128, de
2009, publicada pelo Ministério do Trabalho e Emprego – TEM (BRASIL, 2009).
Competências do SESMT
Dentre as competências do SESMT, destacam-se abaixo algumas consideradas importantes. Porém
faz-se necessária uma consulta integral a NR-4 a fim de aprofundamento no conteúdo.
20
SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES│ UNIDADE II
Em alínea final, a NR-4 esclarece que “as atividades dos profissionais integrantes dos SESMT são
essencialmente prevencionistas, embora não seja vedado o atendimento de emergência, quando
se tornar necessário. Entretanto, a elaboração de planos de controle de efeitos de catástrofes, de
disponibilidade de meios que visem ao combate a incêndios e ao salvamento e de imediata atenção
à vítima deste ou de qualquer outro tipo de acidente estão incluídos em suas atividades”.
Acima
de
5000
Para
50 101 251 501 1001 2001 3501 cada
grupo
Grau de Risco a a a a a a a de
100 205 500 1000 2000 3500 5000 4000
ou
fração
acima
de
2000*
Técnico Seg. Trabalho 1 1 2 1
Engenheiro Seg. Trabalho 1* 1 1*
1
1 Aux. Enfermagem do Trabalho 1 1 1
Enfermeiro do Trabalho 1*
Médico do Trabalho 1* 1* 1 1*
21
UNIDADE II │SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES
Além das disposições gerais contidas nos Quadros I e II, a NR-4 estabelece regras para a organização
e o dimensionamento do SESMT em situações especiais.
22
SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES│ UNIDADE II
f. Normas para a constituição de SESMT comum a mais de uma empresa ou para uso
de serviços de segurança externos à empresa. (NR-4 itens 4.14 e 4.15) e respectivas
subdivisões.
»» Médico do Trabalho.
»» Enfermeiro do Trabalho.
Para execução do registro, deve ser apresentada ao órgão regional do MTE a seguinte documentação
comprobatória, conforme disposto na NR-4:
23
UNIDADE II │SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES
Relacionamento do SESMT
Na sua função de administrar as atividades de prevenção e de segurança na empresa, o SESMT deve
manter ótimo relacionamento com todas as áreas técnicas e administrativas, além de servir como
mediador, quando necessário, entre as áreas que têm responsabilidade de participar ativamente da
segurança do trabalho.
A seguir são apresentadas as atribuições do SESMT relativas a cada nível de organização da empresa.
Administração
»» Discussão e aprovação de normas de segurança da empresa.
Gerência
»» Instruções e programas específicos.
»» Apreciação de resultados.
Supervisão
»» Assessoramento na condução da execução dos programas de segurança.
24
SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES│ UNIDADE II
Finanças
»» Planejamento e controle orçamentários das verbas destinadas à segurança.
Empregados
»» Intervenção dos novatos, participação em treinamentos e respectivas reciclagens.
CIPA
»» Atendimento das sugestões, recomendações e reinvindicações dos membros da
CIPA.
»» Estudo dos produtos químicos para controle dos riscos quanto ao uso e manuseio.
25
UNIDADE II │SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES
Manutenção
»» Discussão e encaminhamento das medidas recomendadas para solucionar
problemas emergentes relacionados com a segurança.
Engenharia
»» Evitar que projetos de edificações, instalações, equipamentos etc., tenham falhas
no que diz respeito à legislação ou às normas de segurança reconhecida.
»» Evitar que produtos químicos sejam utilizados sem que se conheçam seus riscos e
medidas de precaução.
Suprimentos
»» Adquirir EPIs com certificado de aprovação e de acordo com as especificações
estabelecidas pelo SESMT.
26
SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES│ UNIDADE II
Laboratórios
»» Conhecimento dos componentes químicos consumidos e reconhecimento das
respectivas periculosidades.
»» Estudo dos produtos perigosos, visando à sua substituição por outros de menor
periculosidade.
Recursos humanos
»» Atuação conjunta, do ponto de vista da segurança, no plano de integração de novos
empregados.
27
CAPÍTULO 3
Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes – CIPA
No Brasil, a criação desses comitês se deu em 1944, por um ato da Presidência da República, pelo
então Presidente Getúlio Vargas, ao ser promulgado o Decreto-Lei no 7.036, conhecido como Nova
Lei da Prevenção de Acidentes.
Atualmente a CIPA está regulamentada pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, em seus
artigos 162 a 165, e pela NR-5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, contida na
Portaria no 3.214, de 1978, baixada pelo então Ministério do Trabalho (BRASIL, 2010).
Organização da CIPA
A organização da CIPA é obrigatória nos locais de trabalho, seja qual for sua característica –
comercial, industrial, bancária, com ou sem fins lucrativos, filantrópicas, empresas públicas – desde
que tenham o mínimo legal de empregados regidos pela CLT conforme o Quadro I da NR-5, ou seja,
que a empresa tenha, no mínimo, 20 empregados.
Os representantes do empregador são designados pelo próprio, enquanto os dos empregados são
eleitos em votação secreta representando, obrigatoriamente, os setores de maior risco de acidentes
e com maior número de funcionários. A votação deve ser realizada em horário normal de expediente
e tem de contar com a participação de, no mínimo, a metade mais um do número de funcionários
de cada setor.
A lista de votação assinada pelos eleitores deve ser arquivada por um período mínimo de três anos
na empresa. A lei confere à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego – SRTE, como órgão
de fiscalização competente, o poder de anular uma eleição quando for constatado qualquer tipo de
irregularidade em sua realização.
28
SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES│ UNIDADE II
A estrutura da CIPA é composta dos seguintes cargos: presidente (indicado pelo empregador); vice-
presidente (nomeado pelos representantes dos empregados, entre os seus titulares); secretário e
suplente (escolhidos de comum acordo pelos representantes do empregador e dos empregados).
Não se exige qualquer formação técnica dos seus componentes, embora a NR-5 lhes atribua funções
que seriam responsabilidade do corpo técnico do SESMT e para cuja execução é necessário um
conhecimento específico que eles não possuem. Assim, antes de iniciar a atividade é importante que
os integrantes da Cipa sejam capacitados em Segurança do Trabalho.
Eleição da CIPA
Para uma eleição da CIPA, o processo eleitoral deverá observar as seguintes condições:
29
UNIDADE II │SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES
Atribuições da CIPA
As atribuições básicas de uma CIPA são as seguintes:
30
SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES│ UNIDADE II
»» Promover a divulgação e zelar pela observância das normas de segurança, ou, ainda,
de regulamentos e instrumentos de serviço emitidos pelo empregador.
»» Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano
de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas.
31
UNIDADE II │SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES
Atribuições específicas
Empregados:
Presidente da CIPA:
Vice-Presidente:
32
SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES│ UNIDADE II
Secretário:
»» Preparar as correspondências.
Mandato da CIPA
O mandato dos membros titulares da CIPA é de um ano, e aqueles que faltarem a quatro reuniões
ordinárias sem justificativa perderão o cargo, sendo substituídos pelos suplentes. Não é válida,
como justificativa, a alegação de ausência por motivo de trabalho.
Os representantes dos empregados titulares da CIPA não podem sofrer demissão arbitrária
entendendo-se como tal a que não se fundamentar em motivo disciplinar, técnico ou econômico.
Esta garantia no emprego é assegurada ao cipeiro desde o momento em que o empregador tomar
conhecimento de sua inscrição de candidato às eleições da CIPA e prolonga-se até um ano após o
término do mandato. Os cipeiros não podem também ser transferidos para outra localidade a não
ser que concordem expressamente.
A reeleição deve ser convocada pelo empregador, com um prazo mínimo de 45 dias antes do término
do mandato e realizada com antecedência de trinta dias em relação ao término do atual mandato. Os
membros da CIPA eleitos e designados para um novo mandato serão empossados automaticamente
no primeiro dia após o término do mandato anterior.
33
UNIDADE II │SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES
Registro da CIPA
A Empresa deve solicitar ao órgão do Ministério do Trabalho e Emprego o registro da CIPA por meio
de requerimento, juntando cópias das atas de eleição, instalação e posse com o calendário anual das
reuniões ordinárias e o livro de atas com o termo de abertura e as atas anteriormente mencionadas
transcritas. O requerimento e as cópias das atas devem ser em duas vias, e uma via será devolvida
protocolada pelo auditor-fiscal do Trabalho, que analisou a documentação apresentada.
O registro deve ser feito no prazo máximo de dez dias após a data da eleição. Comunicada a SRTE,
uma cópia protocolada deve ser enviada ao setor responsável pela segurança do trabalho na
empresa. Após ter sido registrada na SRTE, a CIPA não pode ter o seu número de representantes
reduzido nem ser desativada antes do término do mandato, ainda que haja redução de empregados
na empresa.
Existem outras formas de composição da CIPA. Essa formação particular dependerá da atividade
econômica exercida pela empresa.
Treinamento da CIPA
Conforme a NR-5, a empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e
suplentes. O treinamento de CIPA, em primeiro mandato, será realizado no prazo máximo de trinta
dias, contados a partir da data da posse.
As empresas que não se enquadrem no Quadro I da NR- 5 deverão promover anualmente treinamento
para o profissional designado para responsabilizar-se pelo cumprimento do objetivo desta norma.
De acordo com a NR- 5, o treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os seguintes
itens:
»» Estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados do
processo produtivo.
34
SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES│ UNIDADE II
O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximo oito horas diárias e
será realizado durante o expediente normal da empresa. O treinamento poderá ser ministrado:
A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive quanto à entidade ou profissional
que o ministrará, e sua manifestação deverá constar em ata. Mas cabe à empresa decidir que entidade
ou profissional ministrará o treinamento.
Mapa de riscos
O mapa de riscos foi criado por meio da portaria no 5 em 17/8/1992 e modificado pela Portaria no
25 de 29/12/1994 e Portaria 8 de 23/2/1999, tornando obrigatória a elaboração de mapas de risco
pela CIPA de cada empresa.
35
UNIDADE II │SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES
Mapa de Risco é a representação gráfica dos riscos existentes nos diversos locais de trabalho, na
empresa. Trata-se de identificar situações e locais potencialmente perigosos. Ele serve para reunir
as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação da empresa em relação à
segurança e saúde no trabalho e para possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e a divulgação
de informações entre os trabalhadores, bem como estimular sua participação nas atividades de
prevenção.
Cabe à CIPA identificar os riscos no processo de trabalho com a participação do maior número de
trabalhadores e com assessoria do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina
do Trabalho – SESMT, quando houver.
No mapa, os tipos de riscos ambientais são representados graficamente, através de círculos de cores
e tamanhos proporcionalmente diferentes (grau de perigo), sobre planta ou esboço do local de
trabalho.
Fonte: <www.areaseg.com.br>
36
SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES│ UNIDADE II
Fonte: <www.areaseg.com.br>
Fonte: <www.areaseg.com.br>
›› Atividades exercidas.
›› Ambiente.
37
UNIDADE II │SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES
Depois de discutido e aprovado pela CIPA, o mapa de riscos, completo ou setorial, deverá ser afixado
em cada local analisado, de forma claramente visível e de fácil acesso para os trabalhadores.
38
ADMINISTRAÇÃO E
A ENGENHARIA DE UNIDADE III
SEGURANÇA
CAPÍTULO 1
NR-7: Programa de Controle Médico de
Saúde Operacional – PCMSO
O PCMSO é um programa técnico-preventivo a ser realizado pela empresa como parte integrante do
conjunto mais amplo de iniciativas no campo da proteção à saúde dos empregados. Esse programa é
obrigatório para todas as empresas e possui caráter preventivo, possibilitando rastrear e diagnosticar
precocemente os agravos à saúde relacionados ao trabalho, além de constatar a existência de casos
de doenças profissionais ou os danos reversíveis à saúde do trabalhador.
Esse programa especifica procedimentos e condutas a serem adotadas pelas empresas em função
dos riscos a que os empregados se expõem no ambiente de trabalho. O objetivo primordial é a
promoção e a preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores, por meio da prevenção,
detecção precoce, monitoramento e controle de possíveis danos à saúde do empregado.
É um programa da empresa, mas, ao contrário do PPRA, tem um único responsável legal pela sua
condução, que é o médico coordenador do PCMSO, o qual faz parte do SESMT e deve ser parceiro
do Engenheiro de Segurança nas ações preventivas. O documento é elaborado pelo médico,
preferencialmente com especialização em Medicina do Trabalho, abordando os riscos ambientais,
programando consultas e exames complementares, ações preventivas de saúde do trabalhador,
relatórios anuais e avaliações epidemiológicas, para que sejam adotadas as medidas corretivas de
acordo com o perfil encontrado.
39
UNIDADE III │ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA
Mesmo as empresas consideradas nos parágrafos anteriores poderão ser obrigadas a indicar
médico coordenador do PCMSO, quando suas condições representarem potencial de risco grave
aos trabalhadores. Essa situação é determinada pelo Delegado Regional do Trabalho, com base em
parecer técnico conclusivo da autoridade regional competente em matéria de segurança e saúde do
trabalhador, ou em negociação coletiva.
Responsabilidades
As responsabilidades pelo planejamento, implementação e monitoramento do PCMSO distribuem-
se entre o empregador e o médico coordenador, e cabe à empresa contratante de mão de obra
prestadora de serviços informar aos contratados os riscos existentes e auxiliar na elaboração e
implementação do PCMSO nos locais de trabalho onde os serviços estão sendo prestados.
»» Garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como zelar pela sua
eficácia.
»» Encarregar dos exames complementares previstos nos itens, quadros e anexos da NR-7
profissionais e/ou entidades devidamente capacitados, equipados e qualificados.
40
ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA│ UNIDADE III
Objetivos do PCMSO
Para a elaboração do PCMSO, o mínimo requerido é um estudo prévio para reconhecimento de
riscos ocupacionais existentes na empresa, por meio de visitas aos locais de trabalho, baseando-se
nas informações contidas no PPRA.
O reconhecimento de riscos deve ser feito por intermédio de visitas aos locais de trabalho pra
análise dos processos produtivos, postos de trabalho, informações sobre ocorrências de acidentes
de trabalho e doenças ocupacionais, atas de CIPA, Mapas de Risco, estudos bibliográficos etc.
A partir desse reconhecimento de riscos, deve ser estabelecido um conjunto de exames clínicos
complementares específicos para cada grupo de trabalhadores da empresa, utilizando-se de
conhecimentos científicos atualizados e em conformidade com a boa prática médica.
Entre as diretrizes, uma das mais importantes é aquela que estabelece que o PCMSO deve considerar
as questões incidentes tanto sobre o indivíduo quanto sobre a coletividade de trabalhadores,
privilegiando o instrumental clínico-epidemiológico. A norma estabelece ainda o prazo e a
periodicidade para a realização das avaliações clínicas, assim como define os critérios para a
execução e a interpretação dos exames médicos complementares (os indicadores biológicos).
»» Admissional: deverá ser realizado antes que o trabalhador assuma suas atividades.
41
UNIDADE III │ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA
·· A cada dois anos, para os trabalhadores com idades entre 18 (dezoito) anos e
45 (quarenta e cinco) anos de idade.
Para os trabalhadores cujas atividades envolvem os riscos discriminados nos Quadros I e II da NR-7,
os exames médicos complementares deverão ser executados e interpretados com base nos critérios
42
ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA│ UNIDADE III
constantes dos referidos quadros e seus anexos. A periodicidade de avaliação dos indicadores
biológicos do Quadro I deverá ser, no mínimo, semestral, podendo ser reduzida a critério do médico
coordenador, ou por notificação do médico agente da inspeção do trabalho, ou mediante negociação
coletiva de trabalho.
Para os trabalhadores expostos a agentes químicos não constantes dos Quadros I e II, outros
indicadores biológicos poderão ser monitorizados, dependendo de estudo prévio dos aspectos
de validade toxicológica, analítica e de interpretação desses indicadores. Outros exames
complementares usados normalmente em patologia clínica para avaliar o funcionamento de órgãos
e sistemas orgânicos podem ser realizados, a critério do médico coordenador ou encarregado, ou por
notificação do médico agente da inspeção do trabalho, ou ainda decorrente de negociação coletiva
de trabalho.
Registro do PCMSO
Para cada exame médico realizado, o médico emitirá o ASO, em 2 (duas) vias. A primeira via
do ASO ficará arquivada no local de trabalho do trabalhador, mesmo se tratando de frente de
trabalho ou canteiro de obras, à disposição da fiscalização do trabalho. A segunda via do ASO será
obrigatoriamente entregue ao trabalhador, mediante recibo na primeira via. O ASO deverá conter
no mínimo:
Os dados obtidos nos exames médicos, incluindo avaliação clínica e exames complementares, as
conclusões e as medidas aplicadas deverão ser registradas em prontuário clínico individual, que
ficará sob a responsabilidade do médico-coordenador do PCMSO. Os registros deverão ser mantidos
por período mínimo de 20 (vinte) anos após o desligamento do trabalhador. Esse prazo na NR-7
remete ao antigo Código Civil Brasileiro, no seu artigo 77, pois esse era o prazo de prescrição das
43
UNIDADE III │ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA
ações pessoais. Havendo substituição do médico, os arquivos deverão ser transferidos para seu
sucessor.
O PCMSO deverá prever as ações de saúde a serem executadas durante o ano e a elaboração de
relatório anual discriminando, por setores da empresa, o número e a natureza dos exames médicos,
incluindo avaliações clínicas e exames complementares, estatísticas de resultados considerados
anormais, assim como o planejamento para o próximo ano, tomando como base o modelo proposto
no Quadro III da NR-7.
O relatório anual deverá ser apresentado e discutido na CIPA, quando existente na empresa,
de acordo com a NR-5, sendo sua cópia anexada ao livro de atas daquela comissão. O relatório
anual do PCMSO poderá ser armazenado na forma de arquivo informatizado, de modo que fique
imediatamente acessível ao agente de inspeção do trabalho. As empresas desobrigadas de indicarem
médico coordenador ficam dispensadas de elaborar o relatório anual.
44
CAPÍTULO 2
NR-9: Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais – PPRA
O PPRA, como todo programa preventivo, impõe antecipação, reconhecimento, avaliação e controle
da ocorrência de riscos ambientais, envolvendo ações, sob a responsabilidade do empregador, cuja
abrangência depende das características de cada ambiente de trabalho.
Porém muitas empresas realizam o PPRA, mas não o implementam. E esse é um programa que
serve como base para o desenvolvimento de qualquer ação que possa objetivar a proteção à saúde
do trabalhador, seja no aspecto de promoção à saúde ou na prevenção de doenças ocupacionais.
O PPRA visa criar um plano de ação que assegure a saúde e a integridade dos trabalhadores.
Essa norma trata dos riscos ambientais presentes em um local de trabalho, determinando a sua
identificação, bem como o planejamento para reduzir a exposição dos funcionários a eles.
Uma característica importante desse programa é que ele pode ser elaborado dentro dos conceitos
mais modernos de gerenciamento e gestão, em que o empregador tem autonomia suficiente para,
com responsabilidade, adotar um conjunto de medidas e ações que considere necessárias para
garantir a saúde e integridade física dos trabalhadores.
Para que possa atingir seus objetivos prevencionistas, o PPRA deverá relacionar-se estreitamente
com o PCMSO - Programa de Controle Médico da Saúde Ocupacional - PCMSO previsto na NR-7.
Os dois programas se completam: o PPRA reflete o monitoramento ambiental e os compromissos da
alta administração da empresa com a melhoria da segurança e da saúde dos trabalhadores, gerando
informação para o PCMSO; o PCMSO, por sua vez, com base no PPRA, monitora os indivíduos
e informa a ocorrência de doenças ocupacionais. É um ciclo infinito e harmônico, em busca da
melhoria contínua das condições de trabalho.
45
UNIDADE III │ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA
A NR-9 define como riscos ambientais “os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos
ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de
exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador”.
A estrutura do PPRA
Segundo estabelece a norma, o PPRA deverá apresentar sua estrutura descrita num documento-
base, contendo, no mínimo, a seguinte estrutura:
Pelo menos uma vez ao ano e sempre que houver necessidade, deverá ser feita uma análise global do
PPRA para avaliação do seu desenvolvimento, realização dos ajustes necessários e estabelecimento
de novas metas e prioridades. O documento base e suas possíveis alterações deverão estar
disponíveis de modo a proporcionar o imediato acesso às autoridades competentes. Junto a eles, as
complementações deverão ser apresentadas e discutidas na CIPA, quando existente na empresa, de
acordo com a NR-5, e a cópia anexada ao livro de atas dessa Comissão.
O cronograma deverá indicar claramente os prazos para o desenvolvimento das etapas e cumprimento
das metas definidas.
O desenvolvimento do PPRA
A elaboração, a implementação, o acompanhamento e a avaliação do PPRA poderão ser feitas pelo
Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT ou por pessoa
ou equipe de pessoas que, a critério do empregador, sejam capazes de desenvolver o disposto na NR-
9. Essa abertura existe porque se trata de documento da empresa e não do SESMT. Como se trata
de um compromisso da empresa, esta está livre para indicar pessoa de sua confiança para elaborar
o PPRA. Entretanto, cabe a ela a responsabilidade de garantir a qualidade técnica do documento.
Para o desenvolvimento desse programa se faz necessário que as ações estabelecidas devam ser
desenvolvidas no âmbito de cada estabelecimento da empresa, e sua abrangência e profundidade
46
ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA│ UNIDADE III
dependem das características dos riscos existentes no local de trabalho e das respectivas necessidades
de controle. Deve incluir as seguintes etapas:
»» Identificação.
47
UNIDADE III │ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA
Medidas de controle
O PPRA deve prever a adoção de medidas de proteção necessárias e suficientes para a eliminação, a
minimização ou o controle dos riscos ambientais e estabelecer critérios e mecanismos de avaliação
da eficácia dessas medidas, considerando os dados obtidos nas avaliações realizadas e no controle
médico da saúde previsto na NR-7.
As medidas de proteção deverão ser adotadas sempre que forem verificadas uma ou mais das
seguintes situações:
Quando não for possível implantar medidas de proteção coletiva ou essas não forem suficientes, ou
ainda em caráter complementar ou emergencial, deverão ser adotadas outras medidas.
48
ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA│ UNIDADE III
Deverão ser objeto de controle sistemático as situações que apresentem exposição ocupacional
acima dos níveis de ação, conforme indicado a seguir:
»» Para o ruído, a dose de 0,5 (dose superior a 50%), conforme critério estabelecido na
NR-15, Anexo I, item 6.
As vantagens a seguir relacionadas só terão efetividade a partir de uma implementação bem feita, e
trará esses benefícios caso possa haver o envolvimento da empresa como um todo, desde a diretoria
até os terceirizados, ou seja, se houver uma política de segurança e saúde ocupacional que permeie
toda a empresa.
A responsabilidade do PPRA
Do empregador: estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento do PPRA, como atividade
permanente da empresa.
49
CAPÍTULO 3
Perfil Profissiográfico Previndenciário – PPP
No formulário do PPP existem campos a serem preenchidos com todas as informações relativas
ao empregado, como por exemplo: a atividade que exerce, o agente nocivo ao qual está exposto, a
intensidade e a concentração do agente, exames médicos clínicos, além de dados referentes à empresa.
O formulário deve ser preenchido pelas empresas que exercem atividades que exponham seus
empregados a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à
saúde ou à integridade física (origem da concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos
de contribuição). Além disso, todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como
empregados do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA e do Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, de acordo com NR-9, também devem preencher o PPP.
Exigência legal
O PPP está disposto na Lei no 8213/1991 e foi criado para substituir antigos formulários que eram
preenchidos obrigatoriamente apenas para aqueles trabalhadores que eram expostos a agentes
50
ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA│ UNIDADE III
A exigência abrange aqueles que laborem expostos a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos
ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, considerados para fins de
concessão de aposentadoria especial, ainda que não presentes os requisitos para a concessão desse
benefício, seja pela eficácia dos equipamentos de proteção, coletivos ou individuais, seja por não se
caracterizar a permanência.
Responsabilidade
A responsabilidade pela emissão do PPP é:
O PPP deverá ser emitido com base nas demonstrações ambientais, exigindo, como base de dados:
A atualização do Perfil Profissiográfico Previdenciário deve ser feita sempre que houver alteração
que implique mudança das informações contidas nas suas seções ou pelo menos uma vez ao ano,
quando permanecerem inalteradas suas informações.
51
GESTÃO DE
SEGURANÇA E SAÚDE UNIDADE IV
DO TRABALHO
CAPÍTULO 1
Sistema de Gestão de Segurança e
Saúde no Trabalho
Nas décadas de 1980 e 1990 foram desenvolvidos alguns modelos normativos para gestão de
SST, mas sempre restritos a países ou setores de atividades específicos. Dentro do processo de
desenvolvimento de normas, deve-se destacar a participação da Grã-Bretanha, que, por intermédio
de seu organismo normalizador British Standards, sempre foi considerada o berço das normas de
sistemas de gestão, uma vez que as normas publicadas por essa organização foram precursoras
das normas mundialmente utilizadas, no que tange o contexto de sistema da qualidade, sistema de
gestão ambiental e sistema de gestão em segurança do trabalho.
Dentre as normas que tratam de Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho – SGSST,
destacam-se as normas BS 8800: 1996 e OHSAS 18001, comentadas a seguir.
52
GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO│ UNIDADE IV
Trata-se de um guia que fornece orientações de como a gestão de SST pode ser integrada ao
gerenciamento do negócio. Essa incorporação ajuda a minimizar os riscos para os funcionários e
outros integrantes, estabelecendo para a organização uma imagem responsável no ambiente em que
atua.
A norma propõe uma série de elementos, descritos como requisitos, que devem compor um SGSST,
sem estabelecer critérios de desempenho, ou mesmo especificações detalhadas de como projetar o
sistema. Esses requisitos são apresentados no quadro abaixo.
4.0.1 Generalidades
4.0.2 Levantamento da situação inicial
4.1 Política de SSO (Segurança e Saúde Ocupacional)
4.2.1 Generalidades do Planejamento
4.2.2 Avaliação de Risco
4.2.3 Requisitos legais e outros
4.2.4 Providências para a gestão da SSO
4.3.1 Estrutura e Responsabilidade
4.3.2 Treinamento, conscientização e competência
4.3.3 Comunicações
4.3.4 Documentação do sistema de gestão da SSO
4.3.5 Controle de documentos
4.3.6 Controle operacional
4.3.7 Preparação e resposta a emergências
4.4.1 Monitoramento e medição
4.4.2 Ação corretiva
4.4.3 Registros
4.4.4 Auditoria
4.5 Levantamento gerencial
Essas condições foram criadas com caráter genérico para que pudessem ser aplicáveis a todos
os tipos de organizações. Assim, o modo e a extensão em que cada um desses requisitos deve ser
implementado depende de fatores como porte, natureza das atividades, perigos existentes, cultura
da organização e a complexidade das operações.
A BS 8800 foi criada com a intenção de proporcionar uma base e uma linguagem comum para os
sistemas de gestão de segurança e saúde ocupacional, auxiliando as empresas a estabelecer uma
plataforma universal para tratar e administrar questões de risco, higiene no trabalho, comportamento
e atitudes seguras em relação ao ambiente onde se exercem alguma atividade.
Apesar disso, diferentemente das normas das séries ISO-9000 e ISO-14000, a BS-8800 não permite
que as empresas obtenham a certificação de seus SGSST por meio de auditorias de organismos
certificadores, pois é composta por um conjunto de orientações e recomendações, não estabelecendo
requisitos auditáveis.
53
UNIDADE IV │GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
54
GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO│ UNIDADE IV
Os requisitos estabelecidos pela norma BSI-OHSAS-18001 devem ser entendidos como boas práticas
de administração voltadas para a melhoria de desempenho em SST. Assim, cada requisito prescrito
deve ser visto como algo que, segundo a experiência internacional de diversos especialistas, é uma
boa prática que traz resultados positivos para as empresas.
Deve-se destacar que a norma BSI-OHSAS-18001 de maneira análoga às normas relativas aos SGQ e
SGA não definem padrões de desempenho, ou como devem ser desenvolvidos cada um dos elementos
do SGSST. Eles apenas apresentam quais são os requisitos básicos que devem ser atendidos pelo
SGSST, sem estabelecer como concebê-los, ou quais os resultados mínimos que devem ser obtidos,
ficando estes a critério das próprias empresas.
Cada organização deve refletir, a partir de seu porte e da natureza de seus riscos, e adequar os
aspectos referidos, em face de suas características e especialidades, com o propósito de definir,
tornar efetiva, rever e manter a política da SST da organização, com base que poderá definir e
estabelecer: a estrutura operacional; as atividades de planejamento; as responsabilidades; as
práticas; os procedimentos; os processos; os recursos.
Definida a política da SST, a organização deve desenhar um sistema de gestão que englobe
desde a estrutura operacional até a disponibilização dos recursos, passando pelo planejamento,
pela definição de responsabilidades, pelas práticas, pelos procedimentos e processos, aspectos
decorrentes da gestão e que atravesse horizontalmente toda a organização.
O sistema deve ser orientado para a gestão de riscos, devendo assegurar a identificação de perigos,
a avaliação e o controle de riscos.
Durante a implantação de sistemas de gestão de SST a organização deve atentar para quatro
atividades básicas: o planejamento, a implementação e operação, a verificação e as ações corretivas.
Esses quatro blocos de atividades são baseados na metodologia do ciclo PDCA.
55
UNIDADE IV │GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
56
GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO│ UNIDADE IV
4.3. Planejamento
Identificação de perigos, avaliação de riscos e determinação de controles
Planejar (Plan)
A organização deve comunicar as informações sobre estes requisitos legais às pessoas que trabalham sob seu controle e às outras
partes interessadas pertinentes.
Objetivos e Programa(s)
A organização deve implementar objetivos de SST documentados, nas funções e níveis pertinentes da organização.
Os objetivos devem ser mensuráveis, sempre que possível, e consistentes com a política de SST.
A organização deve implementar programas para atingir seus objetivos. Estes devem incluir a atribuição de responsabilidade, os
meios e o prazo para os objetivos serem atingidos.
57
UNIDADE IV │GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
A organização deve estabelecer procedimentos para a comunicação interna entre os vários níveis e também com terceirizados e
outros visitantes no local de trabalho, além do tratamento das solicitações oriundas de partes interessadas externas.
A organização deve estabelecer procedimentos para a participação dos trabalhadores através do seu envolvimento no
desenvolvimento e análise crítica das políticas e objetivos e de SSO.
Documentação
A documentação do sistema de gestão da SST deve conter a política e os objetivos, o escopo do sistema da SST, a descrição dos
principais elementos do sistema de gestão e sua interação e referência com documentos associados. Além disso, os documentos
devem incluir registros exigidos pela norma OHSAS e/ou os determinados pela organização como sendo necessários.
58
GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO│ UNIDADE IV
Controle de Registros
A organização deve estabelecer e manter registro, conforme necessário, para demonstrar a conformidade com os requisitos do seu
sistema de gestão da SST e com a OHSAS 18001, bem como os resultados obtidos.
Auditoria Interna
A organização deve assegurar que as auditorias internas do sistema de gestão da SST sejam realizadas em intervalos planejados a
fim de determinar a conformidade do sistema de gestão de SST com o que foi planejado, incluído os requisitos da Norma OHSAS.
Os procedimentos de auditoria devem considerar as responsabilidades, competências e os requisitos para o planejamento e
realização das mesmas. Estes procedimentos devem relatar os resultados e realizar a manutenção dos registros.
alterações no sistema de gestão da SST, incluindo a política de SST e os seus objetivos. Os registros das revisões realizadas pela
alta administração devem ser mantidos.
A análise crítica realizada pela direção deve ser coerente com o comprometimento da organização com a melhoria contínua e deve
incluir quaisquer decisões e ações relacionadas a possíveis mudanças no desempenho, nos recursos, nos objetivos e na política da
SST.
Cada país mantém uma estrutura legal para reconhecer e validar as avaliações de conformidade dos
sistemas de gestão. A certificação de um sistema de gestão ocorre por meio de um organismo de
Certificação (OC). A acreditação das OCs garante o reconhecimento e a confiabilidade do certificado.
No Brasil a acreditação dos organismos certificadores e realizada pelo Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia - INMETRO. Entretanto, ainda não existe entidade responsável
pela acreditação de OCs para avaliação da OHSAS 18001.
59
CAPÍTULO 2
Sistema integrado de gestão
O Sistema de Gestão Integrado – SGI permite integrar os processos de qualidade com os de saúde
e segurança, gestão ambiental e responsabilidade social. O SGI é focalizado na satisfação de um
conjunto de interesses, pois procura simultaneamente: a satisfação dos clientes, a proteção do meio
ambiente, a segurança e saúde das pessoas em seus postos de trabalho e o controle dos impactos
sociais das organizações. Entretanto, a gestão se torna complexa à medida que a organização tem
diversos processos.
Os processos produtivos geram produtos desejáveis (aquilo desejado pelo cliente) e os não desejáveis
(poluentes, resíduos, condições inseguras etc), que podem impactar negativamente no ambiente,
na sociedade, na saúde e na segurança dos empregados. O gerenciamento desses dois aspectos do
processo produtivo será extremamente facilitado se o gestor dispuser de um sistema de gestão único,
que trate de questões relativas à qualidade, ao meio ambiente, à segurança e à responsabilidade
social do seu processo.
»» Economia de tempo da alta direção ao permitir a realização de uma única análise crítica.
60
ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA│ UNIDADE III
O SIG integra de uma só vez operações do dia a dia relacionados aos aspectos e objetivos a seguir:
»» Aumento da competitividade.
61
Referências
ARAUJO, L. C.; GARCIA, A. A.; MARTINES, Simone. Gestão de Processos - Melhores Resultados e
Excelência Organizacional. São Paulo: Atlas, 2011.
ZOCCHIO, Álvaro. Política de Segurança e Saúde no Trabalho. São Paulo: Editora LTr, 2000.
Sites
<http://portal.mte.gov.br>. Acesso em 10 dez. 2013.
62
REFERÊNCIAS
63