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ALTITUDE E MERGULHO
DA PATOGÉNESE ÀS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Excluindo a Antártida, apenas 2.5% da massa terrestre fica mais de 3.000m acima
do nível do mar
ALTITUDE - Relevância
ALTITUDE – RELEVÂNCIA
Milhares de viajantes visitam destinos em altitude todos os anos
Turismo
Montanhismo
Trekking
Ski
Turismo de aventura
Ecoturismo
Ações militares
Ações de resgate
Viagens profissionais
…
A maior parte dos destinos pode ser alcançado em menos de 1 dia
ALTITUDE - Relevância
ALTITUDE – RELEVÂNCIA
ALTITUDE - Relevância
ALTITUDE – RELEVÂNCIA
Potosi, Bolívia 4.090m Puno, Perú 3.819m Lhasa,Tibete 3.658m La Paz, Bolívia 3.640m
Lei de Boyle-Mariotte / Lei de Boyle: num sistema fechado, a uma temperatura constante,
a pressão absoluta e o volume de uma dada quantidade de gás são inversamente proporcionais
Lei de Boyle-Mariotte / Lei de Boyle: num sistema fechado, a uma temperatura constante,
a pressão absoluta e o volume de uma dada quantidade de gás são inversamente proporcionais
Pressão
FiO % O2 em relação
Altitude barométrica PO2 ar
2 ao nível do mar
(Pb)
Nível do mar
760 mmHg 21% 159 mmHg 100%
0m
2000 m 594 mmHg 21% 125 mmHg 78%
Monte Evereste
250 mmHg 21% 53 mmHg 33%
8848 m
149 mmHg
40 mmHg
100 mmHg
Pressão
FiO
barométri
TROCAS GASOSAS – 2000 m altitude 2
ca (Pb)
21% 594 mmHg
115 mmHg
40 mmHg
65 mmHg
Pressão
FiO
barométri
TROCAS GASOSAS – 8848m altitude 2
ca (Pb)
21% 250 mmHg
TROCAS GASOSAS: AOS 8848M DE ALTITUDE
MONTE
PO2 ar ambiente = FiO2 x
Pb
EVERESTE
53 mmHg
43 mmHg
40 mmHg
0 mmHg
TROCAS GASOSAS
MECANISMO ADAPTAÇÃO
ALTITUDE – Mecanismos de adaptação
Produção CO2
O estímulo ventilatório principal é o aumento da PaCO2
Eliminação CO2
Anidrase Carbónica
↑ CO2 ↑ ventilação
(acidemia)
Quimiorreceptores
do tronco cerebral
↓ CO2
(alcalémia) ↓ ventilação
ALTITUDE – Mecanismos de adaptação
↑ CO2 ↑ ventilação
(+/- acidemia)
Quimiorreceptores
do tronco cerebral
↓ CO2
(+/- alcalémia) ↓ ventilação
RESPOSTA RENAL
minutos ↑ excreção de
Normalização do pH sérico
a horas bicarbonato
semanas ↑ produção de
a meses ↑ eritropoiese ↑ capacidade de transporte de O2
eritropoetina
ALTITUDE – Mecanismos de adaptação
↑ capacidade de uptake
de O2 nos pulmões
DOENÇA AGUDA DA
ALTITUDE
( Doença aguda da montanha)
( Mal da montanha )
( Hipobaropatia )
Pode evoluir para…
Sintomas inespecíficos: Cefaleias, Náuseas +/- vómitos, Anorexia, Dificuldade em falar, Fadiga,
Sensação de “cabeça vazia”, Distúrbios do sono
Não há MCD’s que permitam fazer o diagnóstico
DOENÇA AGUDA DA MONTANHA - apresentação
DOENÇA AGUDA DA MONTANHA - apresentação
Sintomas raros aos 1500m mas aumentam de frequência com altitudes mais elevadas
Afecta > 25% das pessoas que sobem até aos 3500m altitude e > 50% daquelas que ascendem a
localizações acima dos 6000m
Em 2/3 das pessoas com Doença aguda da montanha os sintomas iniciam nas primeiras 12h
DOENÇA AGUDA DA MONTANHA - apresentação
DISTÚRBIOS DO SONO
Episódios de periodic breathing*: oscilação da frequência respiratória e do volume corrente
Sonhos vívidos
Resposta ventilatória
Altitude Hipóxia ↓ PaO2 ↑ ventilação*
hipóxica
↓ PaCO2
Apneia ↓ ventilação* ↓ drive respiratório e
alcalose respiratória
http://accessmedicine.mhmedical.com/content.aspx?bookid=1623§ionid=105763997
DOENÇA AGUDA DA MONTANHA - apresentação
PERDA DE PESO
Relação com a altitude absoluta e com o tempo de exposição
Exercício físico
8000m -
↓ até 15% do peso corporal total, inevitável:
Alimentação precária 7000m - atrofia muscular por efeitos da hipóxia no
↑ diurese 6000m - metabolismo proteico
Anorexia 5000m -
Náuseas 4000m - - ↓ ~3% do peso corporal total, por
↑ diurese e desidratação.
Prevenção: hidratação e alimentação
adequadas, atividade física
DOENÇA AGUDA DA MONTANHA - apresentação
↑consumo de O2
Saturação periférica de O2
DOENÇA AGUDA DA MONTANHA – Fatores de risco
DOENÇA DA ALTITUDE – FATORES DE RISCO
Saturação periférica de O2
DOENÇA AGUDA DA MONTANHA – Fatores de risco
DOENÇA DA ALTITUDE – FATORES DE RISCO
Saturação periférica de O2
DOENÇA AGUDA DA MONTANHA – Fatores de risco
DOENÇA DA ALTITUDE – FATORES DE RISCO
RELACIONADOS COM O VIAJANTE
Suscetibilidade individual
Altitude em que mora • Crianças = adultos
Idade • Jovens têm maior risco
Comorbilidades • Idosos não parecem ter maior risco
Condição física
Experiência prévia em altitude
Saturação periférica de O2
DOENÇA AGUDA DA MONTANHA – Fatores de risco
DOENÇA DA ALTITUDE – FATORES DE RISCO
Saturação periférica de O2
DOENÇA AGUDA DA MONTANHA – Fatores de risco
DOENÇA DA ALTITUDE – FATORES DE RISCO
… na capacidade de atingir o
alvo
DOENÇA AGUDA DA MONTANHA – Fatores de risco
DOENÇA DA ALTITUDE – FATORES DE RISCO
maps.google.com
DOENÇA AGUDA DA MONTANHA
DOENÇA AGUDA DA
ALTITUDE
( Doença aguda da montanha)
( Mal da montanha )
( Hipobaropatia )
Pode evoluir para…
↑ ADH
Exercício ↑ Diurese
↑ Aldosterona
Acumulação de
líquido extracelular
DOENÇA AGUDA DA
ALTITUDE
( Doença aguda da montanha)
( Mal da montanha )
( Hipobaropatia )
Pode evoluir para…
SINTOMAS
Sinais e sintomas iniciais são inespecíficos: astenia, tosse dispneia, taquicardia, taquipneia, hipóxia
• Dispneia em repouso
• Dispneia para esforços • Astenia incapacitante
• Astenia • Tosse produtiva com Morte
• Tosse seca expectoração hemoptóica
• Febre
• Coma
DOENÇA AGUDA DA MONTANHA
DOENÇA AGUDA DA
ALTITUDE
( Doença aguda da montanha)
( Mal da montanha )
( Hipobaropatia )
Pode evoluir para…
Não completamente
esclarecido…
↑ permeabilidade da BHE
Edema vasogénico
(extracelular > ic)
Atingimento preferencial da
substância branca (++
corpo caloso)
EDEMA CEREBRAL AGUDO DA ALTITUDE
EDEMA CEREBRAL AGUDO DA ALTITUDE
EDEMA CEREBRAL AGUDO DA ALTITUDE
Cefaleia
Com o agravamento…
Anorexia
Ataxia (membros +/- tronco)
Náuseas
Vómitos Irracionalidade
Fotofobia Alucinações
CUIDADOS BÁSICOS
Aconselhamento assertivo sobre os riscos da subida
Preferir subidas em grupo organizadas
Evitar álcool e sedativos/hipnóticos a partir de 48h antes de começar a subir (↓centro respiratório)
Não fazer exercício físico extenuante nas 48h após uma subida
Aclimatização aos ~2.750m, durante 2 dias, antes de começar a subida
VELOCIDADE DE ASCENSÃO
Uma subida GRADUAL é a melhor forma de prevenir e atenuar a
Doença Aguda da Montanha
Regras
Acima dos 2.500-3.000m, nunca dormir a mais de 600m de altitude em relação à noite anterior.
+1 dia sem atividade física para aclimatização por cada aumento de 600-1.200m de altitude.
Se houver sintomas de AMS, não progredir na subida até alívio de sintomas.
DOENÇA AGUDA DA MONTANHA – Prevenção
DOENÇA DA ALTITUDE – FATORES DE RISCO
INGESTÃO DE FLUIDOS
Evitar a desidratação
Estimula a diurese e os mecanismos de compensação renal
DIETA
Evitar alimentação insuficiente (questões logísticas, anorexia, …)
Ingestão de hidratos de carbono aumenta a SatO2 da Hb (até 4%), mas apenas
durante o período de digestão (~150 min)
DOENÇA AGUDA DA MONTANHA – Prevenção
DOENÇA DA ALTITUDE – FATORES DE RISCO
MEDIDAS FARMACOLÓGICAS
Ponderar em conjunto com o viajante:
Opção pessoal
História prévia de AMS
Fatores de risco para AMS
Previsão de subida rápida
DOENÇA AGUDA DA MONTANHA – Prevenção
DOENÇA DA ALTITUDE – FATORES DE RISCO
MEDIDAS FARMACOLÓGICAS
Ponderar em conjunto com o viajante:
Opção pessoal
História prévia de AMS
Fatores de risco para AMS
Previsão de subida rápida
DOENÇA AGUDA DA MONTANHA – Prevenção
DOENÇA DA ALTITUDE – FATORES DE RISCO
MEDIDAS FARMACOLÓGICAS
ACETAZOLAMIDA:
• Pilar da profilaxia da Doença da Altitude
• Eficácia bem estabelecida (reduz a incidência em ~75%)
• Posologia: 125mg 12/12h, inicio na véspera do começo da subida e deve ser manter o
tratamento enquanto toda a subida e nos 2 primeiros dias a uma altitude estável
• Efeitos laterais: parestesias, ↑diurese, disgeusia para bebidas carbonatadas
• Possível reação alérgica cruzada com as sulfuniloreias, furosemida, sulfametoxazol
DOENÇA AGUDA DA MONTANHA – Prevenção
DOENÇA DA ALTITUDE – FATORES DE RISCO
MEDIDAS FARMACOLÓGICAS
ACETAZOLAMIDA:
DOENÇA AGUDA DA MONTANHA – Prevenção
DOENÇA DA ALTITUDE – FATORES DE RISCO
MEDIDAS FARMACOLÓGICAS
DEXAMETASONA
• Normalmente reservado para tratamento
• Pode ser considerada a profilaxia com este fármaco em caso de intolerância ou alergia a
acetazolamida
• Reduz sintomas mas não vai facilitar a aclimatização
• Efeitos secundários importantes
• 4mg 12/12h ou 2 mg 6/6h → muitos comprimidos
DOENÇA AGUDA DA MONTANHA – Prevenção
DOENÇA DA ALTITUDE – FATORES DE RISCO
MEDIDAS FARMACOLÓGICAS
NIFEDIPINA
Vasodilatador pulmonar – melhora as trocas e a capacidade de exercício
30mg 12/12h PO – profilaxia de edema pulmonar agudo da altitude em indivíduos
suscetíveis (episódio prévio de EAP)
DOENÇA AGUDA DA MONTANHA – Prevenção
DOENÇA DA ALTITUDE – FATORES DE RISCO
MEDIDAS FARMACOLÓGICAS:
Ibuprofeno: pode ser utilizado como profilaxia caso não se possa utilizar
dexametasona ou acetazolamida
MEDIDAS FARMACOLÓGICAS
Ginkgo Biloba: baixa evidencia, não deve ser utilizado como profilaxia
Budesonido inalado - baixa evidencia, não deve ser utilizado como profilaxia
Oxigénio
AINES e Paracetamol
Tratamento sintomático: alívio da cefaleia
É uma EMERGÊNCIA!!!
GOLD STANDART: DESCER
Dexametasona (8mg → 6mg ev 6/6h): para alívio de sintomas durante a descida
Se impossível descer…
Oxigénio
Camara hiperbárica portátil (~↓1.500m)
Não há dados que suportem a utilização de soro hipertónico, manitol. Diuréticos de ansa podem levar a
hipotensão e isquemia.
TRATAMENTO HAPE
DOENÇA DA ALTITUDE – FATORES DE RISCO
Conselhos:
Acetazolamida profiláctica: pode minimizar os sintomas
Considerar passar as primeiras noites a menor altitude (i.e.Valle Sagrado ~2800-3000m).
Não há evidência sobre a eficácia do chá de coca
BOLÍVIA
DESTINOS DE ALTITUDE COMUNS: BOLÍVIA
La Paz (3.640m)
Ruta de La Muerte
Potosi (4.090m)
↑ velocidade de subida!
Não envolve escalada técnica: as dificuldades são
frequentemente subestimadas
Prevalência de AMS: ~75% (>> Evereste)
Em alguns percursos, apenas 10% atingem o topo
Acetazolamida reduz significativamente a
probabilidade de desenvolver AMS.
Conceder tempo para a aclimatização
aumenta a probabilidade de disfrutar da
experência e de ter sucesso em alcançar o topo.
KILIMANJARO
DOENÇA DA ALTITUDE – PREVENÇÃO
VELOCIDADE DE ASCENSÃO
Nepal Kilimanjaro
Altitude AMS Altitude AMS
(m) (m)
3.000-4.000 10% 2.743 9%
4.000-4.500 15% 3.760 44%
4.500-5.000 51% 4.730 58%
Adaptado de: Taylor AT. High-altitude illnesses: Physiology, risk factors, prevention, and treatment. RMMJ 2011;2(1):e0022. doi:10.5041/RMMJ.10022
MERGULHO
MERGULHO- Fisiopatologia
MERGULHO – FISIOLOGIA
Lei de Boyle-Mariotte / Lei de Boyle: num sistema fechado, a uma temperatura constante,
a pressão absoluta e o volume de uma dada quantidade de gás são inversamente proporcionais
P=1/V
MERGULHO- Fisiopatologia
MERGULHO – FISIOLOGIA
Lei de Dalton: Numa mistura gasosa, a pressão que cada gás exerce é independente da
pressão dos restantes gases, sendo igual à que exerceria se estivesse sozinho no mesmo
volume; a pressão total é igual à soma das pressões parciais dos componentes da mistura.
MERGULHO- Fisiopatologia
MERGULHO – FISIOLOGIA
Lei de Boyle + Lei de Dalton
Profundidade
↑ pressão
Lei de Boyle + Lei de Dalton
↓ volume
↑ pressão parcial
dos gases em
solução
MERGULHO- Fisiopatologia
MERGULHO – FISIOLOGIA
Profundidade
↑ pressão
↓ volume
↑ pressão parcial
dos gases em
solução
↑ solubilidade dos
gases
MERGULHO
MERGULHO – FISIOLOGIA
• Lesão por diminuição do volume das cavidades preenchidas por gases compressíveis
• Vai acontecer quando o mergulhador não consegue equilibrar a pressão das
cavidades com a atmosférica (maior)
MERGULHO- Patologia da compressão
BAROTRAUMA COMPRESSÃO
BAROTRAUMA DE COMPRESSÃO
• Tratamento:
• Descongestionantes
• ORL
MERGULHO- Patologia da compressão
NARCOSE PORPOR
NARCOSE NITROGÉNIO
NITROGÉNIO
Estado de euforia
Raciocínio lento
Parestesias nas extremidades (língua, dedos, lábios)
Perda de visão periférica
Estado de embriaguez
Casos extremos de alucinações
MERGULHO- Patologia da compressão
NARCOSE PORPOR
NARCOSE NITROGÉNIO
NITROGÉNIO
Distensão
Expansão por ↑volume Dor
Ascensão rápida
ocupado pelos gases Inflamação
Embolização
arterial sistémica
AVC
…
EAM
Enfarte renal
Isquemia
periférica
MERGULHO- Patologia da descompressão
DOENÇA DA DDA
DOENÇA : EMBOLIA –GEMBOLIA
DESCOMPRESSÃO
ESCOMPRESSÃO ASOSA GASOSA
Perda de consciência
Barotrauma
Doença da descompressão
Resposta inadequada a situações de risco/stress
MERGULHO- CONSULTA PRÉ- VIAGEM