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     UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO


      ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS
                                                         CURSO EDUCAÇÃO FÍSICA
       BACHARELADO EDUCAÇÃO FÍSICA
 
 
 
 
 
 
                                                       Luana Rocha Oliveira
Ana Paula Oliveira
Lorena dos Reis Oliveira
Vitória Alves da Silva
Fagner Leandro
                                           
    

                      

Rio de Janeiro

2021
INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO VOLEIBOL

INTRODUÇÃO

O esporte e a atividade física não são apenas uma base para o desenvolvimento
pessoal, social e de aprendizagem, mas também motivam a inclusão e a integração
social. Os esportes quebram barreiras e constroem pontes onde normalmente existem
limites. O esporte pode ser compreendido entre culturas, idiomas e religiões. O desporto
e a atividade física promovem a tolerância, a solidariedade, a inclusão e muitos outros
valores desportivos. Grupos marginalizados e com limitações físicas, como pessoas em
risco de discriminação e deficientes, por exemplo, têm a oportunidade de interagir e se
integrar com outros grupos sociais por meio do esporte. O esporte também oferece às
pessoas com deficiência uma oportunidade de aumentar sua participação na sociedade,
mostrar seus talentos e desafiar estereótipos.
O voleibol é um dos esportes mais praticados em todo o mundo e que todos
podem desfrutar por meio de práticas acolhedoras, inclusivas e seguras. Essa prática
esportiva é facilmente adaptável e é um esporte sem muito contato físico, tornando-o
uma das melhores escolhas para oportunidades incluir diversos grupos da sociedade.
Nesse sentido, o vôlei oferece oportunidades para que possa se desenvolver parcerias
colaborativas, educar e compreender as barreiras, envolver toda a comunidade, reduzir
as barreiras por meio de equipamentos e treinamentos modificados e inclusivos, permitir
o esporte para todas as idades e aumentar a autoestima dos praticantes.
Sabe-se que existem diversos empecilhos para a inclusão da população no
voleibol, o primeiro desafio é a falta de investimento no esporte, mesmo que seja um
dos esportes mais praticados em nosso país, ainda não é tão valorizado, mas a realidade
piora quando fala-se em incentivo financeiro para pessoas portadoras de necessidades
especiais, população idosa e para as comunidades periféricas.
DESENVOLIMENTO

O vôlei foi criado em 1895, pelo americano William G. Morgan, então diretor de


Educação Física da Associação Cristã de Moços (ACM) na cidade de Holyoke, em
Massachusetts, nos Estados Unidos. O primeiro nome deste esporte que viria se tornar
um dos maiores do mundo foi mintonette, O voleibol - ou vôlei - chegou no Brasil no
ano de 1915. Não se sabe ao certo quem trouxe o esporte ao país, mas foi nesse ano que
aconteceu a primeira partida de vôlei na cidade de Recife, Pernambuco. No entanto, o
esporte, que hoje é muito difundido no país, somente começou a ganhar força em 1923.
Isso porque nesse ano foi organizado o primeiro campeonato no Rio de Janeiro, sendo o
Fluminense o primeiro clube brasileiro profissional criado. Na atualidade, o voleibol
vem ganhando forças e hoje depois do futebol se tornou o esporte mais praticado do
Brasil. Entretanto, para uma grande parcela da população essa realidade ainda continua
distante, pois aqueles que residem nas periferias ainda se abstém desse esporte que já
comprovado, traz benefícios tanto físicos quanto psicológicos e socioculturais.
Sabemos que nascer e crescer em uma periferia já é um grande obstáculo para
milhares de crianças e jovens, um lugar onde as pessoas já não criam muitas
expectativas em alcançar um sucesso no futuro, porém, imaginemos que uma criança
se destaca em um esporte e vira campeã olímpica, podemos imaginar a felicidade dos
familiares e da comunidade, por uma daquelas crianças que tiveram poucas
oportunidades ter conseguido ser vista, vencer barreiras e se destacar dentre milhares
levando uma medalha para casa. Provavelmente a vida dessa criança ou jovem além da
família irá mudar bastante. Um exemplo dessa mudança é a de Drussyla Alessandra
Felix Costa, nascida em João Pessoa, é uma voleibolista de praia e de quadra brasileira,
representou seu país nas categorias júnior e juvenil nos Campeonatos Mundiais e no
Circuito Sul-Americano de voleibol de praia, além disso ela fez parte da equipe
brasileira que conquistou o título da primeira edição do Campeonato Sul-Americano
Sub-16 sendo também conhecida como MPV da competição. Drussila, além de
nordestina é uma mulher negra que cresceu na periferia do Rio de Janeiro, mas que
venceu as barreiras e conseguiu chegar longe, existem muitas outras garotas e garotos
como Drussila, que conseguiram mudar de vida através do vôlei, entretanto ainda
existem milhares de meninos e meninas as margens da pobreza e da violência, sem
visibilidade de seus talentos, que precisavam apenas de uma chance para mudarem de
vida, o esporte pode ser uma ferramenta de inclusão social e transformação na vida
dessas pessoas, não podemos dizer que é a única, mas é uma das mais eficazes se
caminhar junto com uma boa educação.
O Brasil é composto por centenas de favelas, e nelas podemos enxergar a
desigualdade social que existe ali, sabemos que os locais com um menor poder
aquisitivo são as periferias, e logo é onde a maioria dos quais não conhecem, nunca
frequentaram e não procuram se informar, acham que só existe marginalização,
entretanto não é bem assim que funciona, quem mora na periferia não é menos
qualificado de quem mora nas comunidades nobres da cidade, os bairros menos
favorecidos abrigam milhares de crianças e jovens talentosos e que precisavam apenas
de uma melhor oportunidade para desenvolver seus talentos. A maioria dos pais que
vivem nessas comunidades não tem dinheiro para pôr seus filhos em clubinhos de
voleibol, de comprar vestimentas, tênis, pagar um transporte para leva-los até os clubes,
muitos vivem com menos de um salário mínimo por mês por família, muitos jovens por
esse motivo precisam trabalhar cedo para ajudar dentro de casa. Desse modo,
percebemos a importância da existência de projetos sociais dentro desses ambientes,
seja pelo poder público ou por aqueles que trabalham em prol de ajudar essas periferias.
Esses projetos, tem como objetivo a prevenir a marginalização, a vulnerabilidade
infanto-juvenil, pois pela escarces de dinheiro, muitos são encantados pela grana fácil e
rápida, armas, carros luxuosos, mas que os levam para uma sentença que na maioria das
vezes não tem mais volta. A diferença que esses projetos fazem na vida dessa população
e incomparável, muitas famílias moram em imóveis com apenas um cômodo, e prender
seus filhos o dia inteiro dentro de casa é algo inviável, outros precisam trabalhar e não
tem com quem deixar, e esses ficam a maior parte do tempo nas ruas, e esses programas
são uma ferramenta de escape para os pais, pois muitos afirmam que se sentem muito
mais seguros em deixar seus filhos nesses projetos que na rua, um exemplo dessa
inclusão é o projeto “Segundo Tempo”.
[...]O programa atua diretamente com cerca de 100 estudantes.
Protegidos do perigo das ruas, longe da violência urbana,
crianças e adolescentes protagonizam uma realidade bem
diferente. Nesse novo cenário de vida motivado pelo esporte,
encontram o apoio de pessoas que encontram na inclusão sua
bandeira de luta. É o caso de Vera Lúcia da Conceição, 56 anos.
Educadora voluntária, conhecida pelos jovens como Tia Vera,
está ocupa o lugar de "supermãe" no coração dos alunos[...]
Ainda nesse viés, se pararmos para pensar o quanto é difícil fazer a inclusão
social do vôlei dentro das periferias, imaginemos a dificuldade de fazer a inserção de
portadores de necessidades especiais e da terceira idade nessa área, a falta de
investimento e visibilidade ainda é muito grande, mas que veremos com mais detalhes
nos próximos parágrafos.
A inclusão social é uma ferramenta importante de participação e controle
social, responsável por atuar na garantia de direitos a todos os cidadãos e na
manutenção da democracia como regime político igualitário. Dessa forma, existem
diversas outras inclusões sociais dentro do voleibol, já que o esporte pode e vem sendo
adaptado para as diferentes necessidades.
Nesse sentido, o vôlei pode ser adaptado para pessoas com deficiência visual o
que é uma ótima novidade. Essa modalidade foi adaptada em 1980 e passou a ser
gerenciada pela ( IBSA) que é a federação internacional para cegos em 1982 e desde
então é praticada por muitos jovens e adultos.
No esporte adaptado não é tão diferente do original, porém, existem algumas
regras que são importantes para a prática adaptada ser realizada como o barbante que
vai servir para delimitar os limites da quadra, para guiar os alunos e também vai ajudar
na mobilidade dos mesmos; já a bola não deve ser tão pesada para a prática. Em uma
aula adaptada com alunos com baixa visão, o professor pode usar uma bola de plástico
de cor vibrante com o seu interior preenchido com arroz para poder aumentar o som da
bola e ajudar a guiar os alunos durante a prática do jogo.
Já o vôlei sentado é uma disciplina do esporte em que os atletas jogam na
posição sentada. O jogo sentado utiliza as mesmas habilidades e técnicas de vôlei do
jogo importante em pé, com algumas diferenças nas regras. Os jogadores usam os
braços e as pernas para se movimentar pela quadra, e é um jogo físico e rápido.
No vôlei sentado, podem competir homens e mulheres que possuam alguma
deficiência física ou relacionada à locomoção. São 6 jogadores em cadatime, divididos
por uma rede de altura diferente e em uma quadra menor do que na versão olímpica da
modalidade. Os sets têm 25 pontos corridos e, o Tie-Break, 15. Ganha a partida a equipe
que vencer três sets. 
As diferenças do vôlei para o vôlei sentado são: a rede tem cerca de 3 pés de
altura e quadra tem 10 x 6 metros com uma linha de ataque de 2 metros.  A quadra é
dividida em dois lados de 5m de profundidade por 6m de largura. A altura da rede é
fixada em 1,15m para homens e 1,05m para mulheres. Os jogadores podem bloquear
saques, mas uma “bochecha” deve estar em contato com o chão sempre que fizerem
contato com a bola. Os jogadores devem permanecer em contato com a quadra o tempo
todo ao manusear a bola. Ficar de pé, subir ou dar passos não é permitido. Uma pequena
perda de contato com a quadra é permitida em dois cenários: ao fazer uma jogada
defensiva na zona de defesa para defender uma bola e ao fazer uma jogada defensiva na
zona de ataque.
A terceira idade vem sendo bastante considerada como um campo de estudo
para a prática de esportes. O Voleibol adaptado tem sido um dos esportes mais
praticados por esse grupo +60. Ele possui grande capacidade de melhoria na
flexibilidade, ajuda a quem tem problemas cardiovasculares e também na agilidade. É
um jogo onde há pouco contato físico e a incidência de lesões é baixa, além de
contribuir na socialização dos jogadores envolvidos. Para a terceira idade, essa
adaptação ocorre de modo que os idosos joguem de forma segura e satisfatória. Utiliza-
se movimentos simples e, claro, adaptados, para que haja desenvolvimento motor,
fisiológico, cognitivo e social.
Há algumas mudanças para que este grupo que são indicadas, como por exemplo:
diminuir o peso da bola, introdução de bolas de borracha grandes e, posteriormente,
pequenas. O saque, neste tipo de voleibol pode ser arremessado, golpeado ou empurrado
com uma das mãos abaixo do nível da cintura. O bloqueio não costuma ser tão utilizado
como no voleibol tradicional, porque os jogadores não podem saltar, e sim ficar com os
braços levantados na rede e ficar nas pontas dos pés; sempre respeitando suas
limitações.
Os idosos praticando voleibol adaptado possuem melhora significativa em suas aptidões
físicas, coordenação motora, flexibilidade, velocidade e envolvimento social; mais uma
vez o esporte incluindo e trazendo melhoria de qualidade de vida de todas, não sendo
diferente com aqueles que já possuem a idade avançada.
O artigo o esporte adaptado como fator de inclusão social para pessoas com
deficiência física tem como objetivo investigar a influência do esporte adaptado na
inclusão de pessoas com deficiência física na sociedade. Desta forma foram realizadas
entrevistas com perguntas nas quais procurou investigar em quais aspectos o esporte
adaptado contribui para uma socialização tanto na visão dos excluídos quanto a sua
visão sobre os excludentes. Nesse contexto, estudo deixa claro a imagem do esporte
adaptado como fator de inclusão social, ele faz com que as barreiras sejam quebradas
e que os atletas se sintam de alguma forma cidadãos com objetivos e dentro desta
sociedade vistos pelo seu desempenho e capacidade de realização.

CONCLUSÃO

Portanto, o voleibol é um dos esportes que podem promover a inclusão de


diversas camadas da sociedade. Nesse sentido, principalmente deficientes físicos,
pessoas em vulnerabilidade econômica e idosos podem praticar esse esporte que é cada
vez mais inclusivo, sendo uma modalidade esportiva que garante diversos benefícios,
seja para lazer, para cuidar da saúde ou como atividade profissional.
REFERÊNCIAS

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https://youtu.be/tNWMIm17y1. Acesso em 12 de dezembro de 2022

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suburbshttps://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/the-5294.

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Foundation, 2022: Disponível em:<https://pt.wikipedia.org/w/index.php?
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IMPULSIONA. Vôlei sentado: origem, regras e como praticar |impulsiona. 4 out. 2014.
Disponível em: https://impulsiona.org.br/volei-sentado/.
SECRETARIA MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO PREFEITURA DE
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https://www.dourados.ms.gov.br/index.php/evento-de-voleibol-adaptado-para-idosos-e-
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CARDOSO GRUBANO, EVERSON. O ESPORTE ADAPTADO COMO FATOR DE
INCLUSÃO SOCIAL PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FISICA. Disponível
em:http://repositorio.unesc.net/bitstream/1/3075/1/Everson%20Cardoso
%20Grubano.pdf.

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