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Como conseguir uma verdadeira transformação social com tanta desigualdade que
presenciamos diariamente? Uma das respostas está na promoção do esporte, que é uma
excelente alternativa para acabar com essas diferenças, especialmente nas regiões mais
carentes.
Ele é uma das chaves que modifica a vida de centenas de crianças e adolescentes atendidas
por ONGs em todo o Brasil. A prova de que projetos como esses trazem resultados está no
depoimento de quem teve a sua vida transformada por eles.
Em primeiro lugar , o esporte ,em um país marcado pelo abismo entre classes tem o poder de
diminuir as desigualdades sociais .Isso porque, como meio de ascensão social, ele é capaz de
tirar pessoas de situações calamitosas de vida.
Neste texto você vai conhecer quatro histórias que mostram que é possível lutar contra as
estatísticas e não deixar que o seu futuro esteja pré-definido. Conheça e se emocione!
Nesse sentido, a falta de incentivo financeiro público e privado faz com que muitos atletas não
tenham as condições de estrutura e treinadores necessários para prepararem-se devidamente.
Outrossim, a ausência de investimentos governamentais destinados ao esporte de base,
oferecido nas escolas, corrobora para essa situação. Os dados do Censo Escolar de 2015, que
mostram que 60% das escolas públicas do Brasil não possuem quadra poliesportiva,
comprovam essa tese. Em virtude disso, grande parte da população desconhece o efeito
metamorfoseador do esporte, e aqueles que conhecem e querem praticá-lo, encontram
diversos obstáculos.
Ao serem acolhidas nas ONGs, os jovens mudam a forma de ver o mundo e isso impacta
diretamente a sua maneira de lidar com as pessoas e de agir diante dos problemas.
Conheça agora a história de superação de Rafaela Silva, Adriele Ribeiro, Rodrigo Borges e
Yolande Mabika, todos atletas do Instituto Reação.
Rafaela Silva
Única judoca brasileira a ser campeã olímpica e mundial, Rafaela Silva começou no judô com o
objetivo de parar de brigar nas ruas.
Quando entrou para o projeto em 2000, Rafaela tinha apenas oito anos. Aos 16 se tornou
campeã mundial júnior e, aos 20, disputou seus primeiros Jogos Olímpicos. Com 21 anos ela
trouxe para o Brasil nossa primeira medalha de ouro do judô feminino no Campeonato
Mundial Sênior. Três anos depois, conquistou a medalha de ouro olímpica, nos Jogos do Rio, e
entrou para a história como uma das maiores judocas brasileiras de todos os tempos.
Nascida e criada na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, Rafaela gosta de declarar: “No judô
encontrei disciplina, passei a respeitar os outros e comecei a levar o esporte a sério. O judô me
mostrou o mundo! Com os recursos que ganho garanto meu sustento e ajudo a minha família
a pagar as contas.”
Adriele Ribeiro
O judô é somente o primeiro passo para a realização dos sonhos de Adriele Ribeiro, que
pretende ser médica. Atleta determinada e aluna aplicada, também estuda violino e inglês.
Em 2015, ganhou uma bolsa de estudos na Escola Mater, graças ao seu bom desempenho no
Reação. Em 2016, bolsa integral no Colégio ORT – Instituto de Tecnologia, participando em
2018 do projeto de intercâmbio escolar no Panamá.
Mesmo com todas essas conquistas, Adriele nunca deixou o judô de lado. Hoje, ela tem ainda
mais certeza do quanto o esporte foi fundamental para alcançar tudo isso.
Sonhando com o judô desde muito novo, somente aos 17 anos Rodrigo Borges, o Feijão,
conseguiu entrar para o esporte, ao fazer parte da primeira turma do Reação.
Hoje, faixa preta de judô e jiu-jitsu, ele é formado em Educação Física e atua na área, graças a
conquista de uma bolsa de estudos, tornando-se a primeira pessoa de sua família a fazer
faculdade.
“Antes do judô, nem cogitava ter o terceiro grau. Achava que chegaria, no máximo, ao ensino
médio, como minha mãe. Hoje, sei que a minha filha e netos seguirão o meu exemplo e terão
diferentes perspectivas das que eu tinha quando eu era criança”, declarou Feijão.
Yolande Mabika
Depois de muita luta chegou ao Instituto Reação e teve sua vida modificada, ao encontrar
apoio e todo suporte necessário para voltar a lutar: “Quando subi no tatame outra vez, me
senti muito feliz. Senti como se estivesse saindo num outro planeta, como se as pessoas
estivessem perto de mim novamente. Antes, não. Antes, estava sozinha.”
Hoje, a tristeza ficou para trás, Yolande se tornou uma atleta de alto rendimento e disputou os
Jogos Olímpicos do Rio em 2016, pela equipe de refugiados.
Torna-se evidente, portanto, que o esporte tem importância decisiva na inclusão social e, no
Brasil, encontra-se desvalorizado. Nesse cenário, o Estado deve, por meio do Ministério da
Educação, tratar, através de palestras e cartilhas educativas, do valor do esporte como meio
de inclusão e da sua importância na formação do caráter; além disso, deve construir a
estrutura necessária para a prática esportiva e contratar mais educadores físicos qualificados
para as escolas, para incentivar desde cedo a realização do esporte. Ademais, a mídia deve
veicular campanhas e ficções engajadas que provem o papel socializador do esporte e
incentivem a prática esportiva. Assim, será possível ter uma sociedade menos desigual e mais
integrada.
Bibliografia