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Araripina-PE
2019
UNIVERSIDADE PITÁGORAS UNOPAR
Araripina-PE
2019
UNIVERSIDADE PITÁGORAS UNOPAR
Ser Assistente Social nem sempre foi um sonho, mas a partir do momento
que ingressei no curso de Serviço Social, me apaixonei completamente pela
profissão. Eu sempre soube que queria cuidar das pessoas, conversar e saber como
ajudar. Não foi um caminho fácil, houve muitos obstáculos, mas sempre os
superando com maestria. E sem Deus e minha família me apoiando, sei que teria
sido bem mais difícil.
Tudo que espero é ser uma profissional que saiba arcar com minhas
obrigações, e tentar transformar pessoas melhores, para podermos ter um mundo
melhor.
Agradeço primeiramente a Deus, por me dar forças para continuar e
enfrentar tudo que apareceu a minha frente. Agradeço a minha família (mãe e
irmãos) pela força e por sempre quererem o melhor de mim. Agradeço a meu
namorado por não me deixar desistir, a minha cunhada que sempre me ajudou no
que pôde.
Agradeço a minha Tutora Joyce pelo apoio, carinho, compreensão e
paciência e pela excelência em nós ensinar. Agradeço ao CAPS Araripina, onde fiz
meu estágio e aos profissionais por terem me ensinado tanto e me colocado na área
da saúde, a qual me apaixonei.
Por fim, agradeço aos meus amigos e colegas de faculdade que sempre
estiveram aqui comigo, diretamente ou indiretamente, na realização desse sonho.
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BARROS OLIVEIRA, Dara Gabrielly de. A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL DE SERVIÇO
SOCIAL JUNTO AO IDOSO. 2019. 27 p. Monografia (Bacharelado em Serviço Social) – Sistema de
Ensino Presencial Conectado. UNOPAR - UNIVERSIDADE PITÁGORAS UNOPAR, 2019.
RESUMO
1 INTRODUÇÃO 7
1.1 Objetivos 8
1.1.1 Objetivo Geral 8
1.1.2 Objetivos Específicos 8
1.2 Justificativa 8
1.3 Metodologia 9
2 DESENVOLVIMENTO 10
2.1 Breve Histórico do Serviço Social no Brasil 10
2.2 O Profissional do Serviço Social 11
2.3 Idosos 12
2.4 O Estatuto do Idoso 15
2.5 Atuação do Serviço Social e o Idoso 17
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 22
REFERÊNCIAS 23
7
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1 INTRODUÇÃO
1.2 Justificativa
1.3 Metodologia
Serviço Social é entendido como uma prática social que se desenvolve com
responsabilidade social, solidariedade social junto aos sujeitos, aos seus direitos
individuais, junto à humanidade, aos seus direitos coletivos, prospectivos e de bem-
estar (CARVALHO, 2011).
Historicamente a profissão foi se estruturando até romper com o Serviço
Social tradicional e conquistar sua dimensão teórico crítica, após o movimento de
reconceituação. O movimento de reconceituação põe o trabalho social num
processo de ruptura com o assistencial beneficente, passando a ser visto como um
trabalho politicamente orientado, crítico ao capitalismo e à exploração, levando o
serviço social a se articular com movimentos sociais, na busca de um serviço social
alternativo, voltado para o popular, para o criativo, rompendo com a burocracia,
observando o ser humano como um sujeito histórico (NETTO, 2001).
Uma matéria no site da Universidade Católica de Brasil conta um pouco sobre
a história do Serviço Social no Brasil:
“A história do Serviço Social no Brasil surgiu na década de 1930. Nesse período, o
país passava por um período turbulento, com diversas manifestações da classe
trabalhadora, que reivindicava por melhores condições de trabalho e justiça social.
Com a pressão, o governo decide controlá-la através da criação de organismos
normalizadores e disciplinares das relações de trabalho, como o Ministério do
Trabalho, Indústria e Comércio. Nos anos 1940 e 1950, o Serviço Social brasileiro
passou a receber grande influência norte-americana, sendo muito marcado pelo
tecnicismo. Nessas décadas, se destacou uma base positivista e funcionalista e
sistêmica, que bebia na fonte da psicanálise e da sociologia. Entre os anos 60 e 70,
iniciou-se um movimento de renovação da profissão, que buscou a reatualização do
tradicionalismo profissional e uma ruptura com o conservadorismo. Já no final da
década, em 1979, ocorreu o Congresso da Virada, um marco para o Serviço Social
no Brasil. Nesse evento, a profissão se tornou laica e passou a fazer parte das
Ciências Sociais. Já na década de 90, o Serviço Social começou a tomar grandes
dimensões no mundo e no Brasil, especialmente em relação a questões sociais e
que ferem os direitos a cidadania, moral e ética. Com a ampliação de seus campos
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de atuação, ele passou a atuar no chamado terceiro setor, nos conselhos de direitos
e a ocupar funções de assessoria. Nessa mesma época, devido às mudanças
ocorridas tanto na sociedade, quanto e na categoria, a profissão foi regulamentada
pela Lei 8662, de 7 de junho de 1993, que legitima o Conselho Federal de Serviço
Social e os Conselhos Regionais.Nos anos 2000, aumentou a discussão em torno
da eficiência das políticas sociais e do agravo da questão social. Com isso, também
cresceu o número de cursos de graduação pensando em garantir uma ampliação da
categoria do Serviço Social, nos mais diversos setores da sociedade”.
2.3 Idosos
Pode-se dizer que definir o que é ser idoso nos dias atuais contribui para
quebrar alguns preconceitos sociais sobre a condição do idoso no Brasil, no entanto
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é uma tarefa difícil, dada as alterações nos padrões sociais e, principalmente,
culturais que contribuem para que, a cada geração, novas características venham se
juntar ao rol de situações que definem o que é ser idoso (CAMARANO; PASINATO,
2004).
Ninguém pode ter dúvidas de que o período histórico em que estamos
situados é marcado por diversas transformações societárias, e que afetam
diretamente o conjunto da vida social em qualquer canto do globo terrestre. O
aumento do número de pessoas idosas constitui-se em uma realidade inexorável.
Não há em nenhuma parte de nosso ambiente geográfico que, em alguma medida,
não esteja vivenciando a presença cada vez maior de demandas postas pelo
envelhecimento humano. Mas será que essas demandas estão sendo atendidas
pelos governos e cidadãos? (Pitico, 2016).
Os autores Camarano e Pasinato (2004) colocam em discussão a
necessidade do conceito de idoso, pois, consideram que a classificação permite
distinguir idosos de não idosos e relacionam o conteúdo da classificação a um
determinado público. “A velhice, como as categorias etárias, étnicas, raciais ou de
gênero, é uma forma de segmentar e classificar uma população, mas também de
construir uma hierarquia entre diferentes segmentos assim constituídos” (DEBERT,
2011, p. 548).
Assim, não se pode perder de vista a importância de cada uma delas no que
concerne a uma percepção mais abrangente do indivíduo idoso, haja vista que o
processo de envelhecimento apresenta peculiaridades bem diversificadas. Por isso
que, os fatores envolvidos no envelhecer implicam uma multiplicidade de fatores
biológicos, sociais e emocionais que vislumbram a pessoa em sua individualidade.
Considerar isoladamente aspectos fisiológicos e psicológicos constitui uma
abstração uma vez que são processos interdependentes (NERI, 1991)
O Brasil possui a quinta maior população idosa do mundo, com cerca de
29,3 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Desse total, 69,9% são
independentes para o autocuidado e 30,1% têm alguma dificuldade para realizar
atividades da vida diária, segundo estudo de 2017 (Lima-Costa, MF et al, com base
em dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013). Dessa parcela, 17,3% tem muita
dificuldade com atividades instrumentais, que são aquelas diárias, como preparar
alimentos, cuidar da casa, se deslocar; e outros 6,8% apresentam dificuldades com
atividades básicas, como vestir-se e alimentar-se. Preocupa também o avanço das
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doenças crônicas nessa população. Atualmente, entre os idosos de 60 a 69 anos,
25,1% tem diabetes, 57,1% foram diagnosticados com hipertensão, além de a
maioria estar com excesso de peso (63,5%) e 23,1% com obesidade. (Ministério da
Saúde, 2017).
Estas mudanças físicas, psicológicas e sociais alteram a maneira do idoso
se relacionar consigo mesmo, com os outros e com o ambiente. Segundo pesquisa
encomendada pela empresa Senior Concierge para a MC15 Consultoria, 49% dos
idosos se preocupam em ser um peso para a família. Eles esperam ser tratados
como qualquer adulto com capacidade de discernimento e poder de decisão, e
ficam incomodados quando as pessoas os tratam como crianças, tomam decisões
sem os consultar ou ignoram a sua própria vontade. (EXAME, 2016). Este é um
processo natural, progressivo e irreversível, que provoca modificações
morfológicas, fisiológicas e bioquímicas que se manifestam tanto por mudanças
corporais externas como flacidez muscular, rugas, entre outros, quanto internas,
alterações no metabolismo basal e funcionamento irregular de órgãos vitais. Muitas
vezes, essas transformações orgânicas comprometem o funcionamento as
capacidades físicas, relacionando novas fragilidades, inclusive psicológicas e
comportamentais (MORAES, 2008).
As modificações fisiológicas que se produzem no decurso do
envelhecimento resultam de interações complexas entre os vários fatores
intrínsecos e extrínsecos e manifestam-se por meio de mudanças estruturais e
funcionais. Seja qual for o mecanismo e o tempo de envelhecimento celular, este
não atinge simultaneamente todas as células, tecidos, órgãos e sistemas (SOUSA,
2002).
Já o psicológico relaciona-se às modificações cognitivas e afetivas
transcorridas ao longo do tempo, mas o “[...] envelhecimento não é um processo
homogêneo. Cada pessoa vivencia esta fase da vida de forma diferente,
considerando sua história particular e todos os aspectos estruturais relacionados à
vida dela: classe social, gênero, etnia”. Homens e mulheres sofrem perdas,
preconceitos e estereótipos, mas os recursos com que contam para enfrentar a
velhice são distintos. (MINAYO; COIMBRA JR., 2002, p. 14).
No processo de envelhecimento, estão envolvidas, portanto, dimensões
psicológicas, influenciadas por fatores que contribuem para a percepção de
aspectos subjetivos, que irão determinar o enfrentamento e a qualidade de vida do
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idoso. Neste sentido, entende-se que o envelhecimento é marcado por
peculiaridades vivenciadas de cada indivíduo (MINAYO; COIMBRA JR., 2002).
Nem sempre os filhos têm a opção de dar total autonomia para os pais.
Dados da Pesquisa Nacional de Saúde, realizada em 2015 pelo IBGE, indicam que
17,3% das pessoas acima de 60 anos apresentam limitações para exercer
atividades diárias como utilizar meios de transporte, cuidar do próprio dinheiro ou
fazer compras. Nesse estágio, a família que não se preparou para assumir a
responsabilidade de ajudar na manutenção de vida do idoso, é pega de surpresa. E
mesmo cuidados simples como levar para fazer compras no supermercado ou
acompanhar em uma consulta médica podem se transformar em uma tarefa
complicada para os filhos, devido ao excesso de trabalho e a vida agitada das
grandes cidades. (EXAME, 2016).
Pode-se inferir que é preciso haver uma mudança de valores, sobretudo no
que tange à imagem que a sociedade propaga dos idosos, de fragilidade e
dependência. Entre as necessidades dos idosos, está sim a iminência destes
serem incluídos nas decisões a seu respeito e na sociedade a qual fazem parte.
Pois, além das tradicionais representações que associam o envelhecimento ao
descaso, surgem novas imagens e práticas que atrelam o processo de
envelhecimento a novos hábitos, novos vínculos afetivos, satisfação pessoal, que
ampliam o entendimento de envelhecimento (SILVA, 2008).
Ter paciência e procurar compreender um familiar idoso é fundamental, pois
um bom tratamento e qualidade de vida contribui para o bem estar do idoso. As
políticas públicas também são de suma importância para o futuro do país, pois
cada vez mais a população vai envelhecendo e o país estando preparado para
essa etapa da vida humana faz muita diferença.
O exercício profissional com pessoas idosas integra dilemas éticos que urge
que o Serviço Social reflita, pois são cada vez em maior número as pessoas que
vivem sós, ou com doenças degenerativas e incapacitantes que as impedem de
exercer os seus direitos: liberdade, autonomia e participação. Cabe aos profissionais
debater e aprofundar os melhores princípios a seguir tendo em vista o bem-estar,
sobretudo daqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade ou fragilidade
social. (Carvalho, 2011).
Todos esses fatores contribuem para que o idoso tenha sua autoestima
afetada, muitos rejeitam o próprio envelhecimento em virtude da imagem que fazem
de si mesmo em decorrência das imposições sociais e que são perpetuadas pela
mídia. Para muitos idosos, a realidade de exclusão foi presente no decorrer de toda
a sua trajetória de vida e se acentuou ainda mais na velhice. Estas condições trazem
repercussões ainda piores, ao se pensar que na única fase que estes acreditavam
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alcançar a dignidade e respeito, tornam-se vítimas de um sistema opressor e
excludente (MINAYO; COIMBRA JUNIOR, 2011).
No entanto, tratar a velhice, da perspectiva da decadência física e da
ausência de papeis sociais, remete pensar na necessidade de uma socialização
progressiva da gestão do envelhecimento, que foi por muito tempo considerado
próprio da esfera familiar, bem como de instituições privadas ou filantrópicas. Porém
por questões culturais e até mesmo demográficas o tema de envelhecimento tornou-
se uma questão pública (DEBERT, 2000).
A intervenção do Serviço Social está atenta a esses problemas e
proporciona práticas sociais alternativas que valorizam as pessoas idosas dentro da
sociedade e dentro do grupo familiar: por exemplo, prestando informação sobre
direitos, incentivando a participação através de grupos de autoajuda ou promovendo
serviços de proximidade como o voluntariado (ONU, 1999, p. 85-86).
O planejamento e a adoção de medidas com amplitude de cobertura nas
“áreas da educação, saúde, assistência social, segurança alimentar, habitação,
trabalho e emprego, mobilidade e acessibilidade” se faz necessário para qualificar a
trajetória do idoso e das futuras gerações (SILVA; YAZBEK, 2014, p.109).
Os desafios principais vivenciados pelo Profissional do Serviço Social para a
garantia do idoso aos seus direitos estão mais relacionados à falta de recursos
humanos e financeiros; ao compromisso e respeito dos cuidadores; a não aplicação
do estatuto do idoso, além de falta de participação e conhecimento dos idosos na
luta dos seus direitos.
O Assistente Social deve dispor de condições adequadas e dignas,
asseguradas pelas instituições contratantes, que lhes permitam proceder à escuta,
reunião, aos contatos e encaminhamentos necessários à atuação técnica-operativa,
em cumprimento aos artigos 4º. e 5º. da Lei 8662/93, das competências e
atribuições profissionais (CRESS, 2019).
A realidade atual, cada vez mais, tem exigido do Assistente Social o
desenvolvimento de seu processo de trabalho junto a outros profissionais
(psicólogos, médicos, advogados, economistas, entre outros), de forma
interdisciplinar, desenvolvendo ações coletivas. Nesse contexto, o profissional é
desafiado a desenvolver sua intervenção profissional de forma a garantir que suas
habilidades e conhecimentos teórico-metodológicos, associados à sua sensibilidade,
lhe permitam uma interpretação certa da ação e realidade, dos processos sociais e
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de sua competência profissional, que o distinga dos demais, na qual as ações
relacionadas com as expressões da questão social são realizadas, preservando a
unidade da diversidade (KIST, 2008, p. 48).
O trabalho em equipe requer um processo de ajuste constante e diário entre
os vários profissionais. Este é uma prática construída no cotidiano e que envolve um
entendimento e disponibilização de cada um. A formação e capacitação de
profissionais identificados com a prática de atendimento ao idoso possibilitará uma
maior facilidade na sua constituição e desenvolvimento. A atuação multiprofissional
pode possibilitar melhoria na qualidade de atendimento aos idosos, pois:
GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. SP: Atlas, 2002. 175 p.
IAMAMOTO, Marilda V. Serviço Social em Tempo de Capital Fetiche. Capital
Financeiro, Trabalho e questão Social. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2008.
______; CARVALHO, Raul de. Relações sociais e serviço social no Brasil - esboço
de uma interpretação histórico-metodológica. São Paulo: Cortez, Lima, Peru: Celats,
2008.
IBGE. Estudo revela 60 anos de transformações sociais no país. Disponível em: <
https://censo2010.ibge.gov.br/noticias-censo?
busca=1&id=1&idnoticia=892&t=estudo-revela-60-anos-transformacoes-sociais-
pais&view=noticia> Acesso em 23 de setembro de 2019.
MINISTÉRIO DA SÁUDE. Saúde: 30% dos idosos têm dificuldade para realizar
atividades diárias. Disponível em: <http://www.saude.gov.br/noticias/agencia-
saude/41773-saude-30-dos-idosos-tem-dificuldade-para-realizar-atividades-diarias>
Acesso em: 11 de setembro de 2019.
NETTO, José Paulo. Cinco notas a propósito da “questão social”. In: ABEPSS.
Revista Temporalis, Brasilia: Abepss, ano XX, n. 3 jan/jul. 2001.
PITICO, José Anísio. Quais são os desafios enfrentados pelo idoso? Disponível em:
<https://www.iespe.com.br/blog/quais-sao-os-desafios-enfrentados-pelo-idoso/>
Acesso em: 11 de setembro de 2019.
VILAS BOAS, Marco Antoni. Estatuto do idoso comentado. Rio de Janeiro: Forense,
2005.