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Relatório de Estágio
Realizado em
Quinta do Azevinho
de
20 de Fevereiro a 1 de Abril
por
Débora Amorim
Orientadores
Entidade: Pedro Figueiredo Lopes
ESAV: José Manuel Gomes Moreira Costa
Viseu, 2018
IPV – Instituto Politécnico de Viseu
ESAV – Escola Superior Agrária de Viseu
Relatório de Estágio
Realizado em
Quinta do Azevinho
de
20 de Fevereiro a 1 de Abril
por
Débora Amorim
Orientadores
Entidade: Pedro Lopes
ESAV: José Manuel Gomes Moreira Costa
Viseu, 2018
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Agradecimentos
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Resumo
Este relatório tem como objetivo dar a conhecer a empresa Quinta do Azevinho, fazendo
referência às atividades que a mesma realiza e às tarefas que foram desenvolvidas durante o estágio.
Pretende-se assim que seja compreendida a ordem e dificuldade das tarefas desenvolvidas
num Centro Hípico e a complexidade do ensino e trabalho do Cavalo.
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Índice
1. Introdução........................................................................................................................... 9
2. A Empresa ......................................................................................................................... 10
2.1. História ........................................................................................................................ 10
2.2. Instalações ................................................................................................................... 11
2.3. Atividades desenvolvidas ............................................................................................ 13
2.3.1. Escola de Equitação ......................................................................................... 13
2.3.2. Hipoterapia...................................................................................................... 14
2.3.3. Cavalos a penso ............................................................................................... 15
2.3.4. Desbaste e treino de cavalos........................................................................... 15
3. Atividades realizadas durante o estágio ........................................................................... 16
3.1. Maneio Alimentar ....................................................................................................... 16
3.2. Limpeza e cuidados das instalações ............................................................................ 17
3.2.1. Limpeza de corredor e sala de arreios ............................................................ 17
3.2.2. Manutenção das boxes ................................................................................... 17
3.3. Maneio do Cavalo........................................................................................................ 18
3.3.1. Limpeza ........................................................................................................... 19
3.3.2. Aparelhamento ............................................................................................... 21
3.3.3. Trabalho .......................................................................................................... 24
3.3.3.1. À guia ........................................................................................................... 24
3.3.3.2. No plano ...................................................................................................... 25
3.3.3.3. Nos obstáculos ............................................................................................ 28
4. Conclusão .......................................................................................................................... 32
5. Bibliografia ........................................................................................................................ 33
6. Webgrafia.......................................................................................................................... 33
Índice de Figuras
Figura 1. Quinta do Azevinho ...................................................................................................... 10
Figura 2. Picadeiro Interior .......................................................................................................... 11
Figura 3. Picadeiro Exterior ......................................................................................................... 11
Figura 4. Guia mecânica .............................................................................................................. 12
Figura 5. Boxes interiores ............................................................................................................ 12
Figura 6. Comedouro manual ...................................................................................................... 12
Figura 7. Boxes exteriores ........................................................................................................... 12
Figura 8. Padock .......................................................................................................................... 13
Figura 9. Aula de Sela 2 ............................................................................................................... 14
Figura 10. Aula de hipoterapia .................................................................................................... 14
Figura 11. Cavalo residente ......................................................................................................... 15
Figura 12. Aceitação do arreio .................................................................................................... 15
Figura 13. Administração de palha.............................................................................................. 16
Figura 14. Varrendo o corredor................................................................................................... 17
Figura 15. Retirando cagados ...................................................................................................... 18
Figura 16. Cavalo saudável .......................................................................................................... 18
Figura 17. Limpa cascos............................................................................................................... 19
Figura 18. Almofaça..................................................................................................................... 19
Figura 19. Cardoa ........................................................................................................................ 20
Figura 20. Brussa ......................................................................................................................... 20
Figura 21. Escova das crinas ........................................................................................................ 20
Figura 22. Mandil ........................................................................................................................ 20
Figura 23. Ligaduras de trabalho ................................................................................................. 21
Figura 24. Protetores de tendão ................................................................................................. 21
Figura 25. Suadouro .................................................................................................................... 22
Figura 26. Protetor de dorso ....................................................................................................... 22
Figura 27. Arreio .......................................................................................................................... 22
Figura 28. Cabeçada .................................................................................................................... 23
Figura 29. Aparelho pessoa ......................................................................................................... 23
Figura 30. Rédeas fixas ................................................................................................................ 24
Figura 31. Trabalho à guia com gogue ........................................................................................ 24
Figura 32. Trabalho no plano ...................................................................................................... 25
Figura 33. Serpentina de 4 arcos ................................................................................................. 27
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Figura 34. Círculos, voltas e meias voltas (direta e indireta) ..................................................... 27
Figura 35. Linha do meio ............................................................................................................. 27
Figura 36. Oito ............................................................................................................................ 27
Figura 37. Diagonal ..................................................................................................................... 27
Figura 38. Trabalho no plano sobre varas no chão ..................................................................... 28
Figura 39. Trabalho nos obstáculos............................................................................................. 28
Figura 40. Diferentes tipos de obstáculos .................................................................................. 29
Figura 41. Fases do salto ............................................................................................................ 30
Figura 42. Saltos compostos com 7m entre si............................................................................. 31
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Lista de abreviaturas
(ESAV) – Escola Superior Agrária de Viseu
(E1) – Elementar 1
(E3) – Elementar 3
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1. Introdução
O presente relatório foi elaborado com base no estágio realizado no âmbito do curso de
Técnico Superior Profissional em Produção Animal.
Foi por estima aos cavalos e desejo de evoluir e aprofundar o meu conhecimento sobre a
Doutrina Equestre, que decidi estagiar na Quinta do Azevinho, uma empresa ligada aos cavalos
e ao ensino de cavaleiros.
A finalidade deste relatório, além de dar a conhecer a empresa, apresenta ainda todas a
atividades que lá são desenvolvidas e os procedimentos a ter na manutenção de um Centro
Hípico e no cuidado e ensino daquele que tão nobremente é o Cavalo.
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2. A Empresa
2.1. História
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2.2. Instalações
As instalações da Quinta do Azevinho podem ser utilizadas de modo geral pelos seus
clientes, sendo que estes devem respeitar a regras e normas impostas, bem como horários de
aulas e utilização de picadeiros.
A Quinta possui:
1 Picadeiro interior;
1 Picadeiro exterior;
1 Guia mecânica
17 Boxes interiores;
28 Boxes exteriores;
5 Padocks
Ambos os picadeiros são utilizados para o trabalho diário do cavalo, seja à guia, no
plano ou nos obstáculos.
O picadeiro interior tem dimensões de
20m x 60m, uma teia de madeira prensada a toda
a sua volta e o piso consiste numa camada de
15cm de pó de pedra devidamente espalhado e
compactado. A teia tem um papel importante no
que respeita à segurança do cavaleiro e do cavalo,
pois evita que ambos toquem e raspem na parede,
prevenindo assim possíveis acidentes. Figura 2. Picadeiro Interior
O picadeiro exterior tem dimensões de 40m x 60m, possui sebe a substituir a teia e o
piso consiste em areia fina com drenagem subterrânea.
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A guia mecânica é uma estrutura vedada, descoberta,
com 2.5 cm de largura, com separações individuais e
capacidade para 4 animais, que gira à volta de um eixo. Tem
uma caixa de controlo com velocidade regulável e tem 3
posições (esquerda, direita e automático). Está programada
para a posição “automático”, mudando por isso de direção de 7
em 7 min. No fim do programa (60 min), a guia não desliga
totalmente, ficando a rodar à velocidade de um passo de
descanso, para que os cavalos nunca fiquem parados até os
irem buscar. Durante o inverno raramente é utilizada devido à Figura 4. Guia mecânica
acumulação de água.
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Os padocks são campos amplos onde os animais podem andar soltos, gozando de um
regime de semi-liberdade. Na Quinta do Azevinho os padocks são utilizados maioritariamente
durante o verão, onde vivem os cavalos de escola. Durante o inverno os animais são recolhidos
e colocados em boxes, para que estejam mais protegidos do frio, vento e da chuva. Nestes
locais existem abrigos e árvores para que os animais se possam proteger do sol e estão
distribuídos entre 2 a 3 baldes
de água (regularmente
abastecidos) por todos os
padocks. Existe sempre palha á
disposição e a ração é
distribuída no mesmo horário
dos restantes cavalos que se
encontram em boxes. Figura 8. Padock
13
três andamentos. Seguidamente passam para a
Sela 3, começando então a efetuar os primeiros
saltos, que vão dos 50 cm aos 70 cm. Quando o
alunos se sentem plenamente à vontade para
fazer um percurso até 70 cm, estão então aptos
para passar para a Sela 4, onde podem começar
a treinar, e posteriormente competir em provas
de 80 cm. A Sela 4 marca uma importante
passagem do que é denominado “Provas de
Escola” para as “Provas Nacionais”. São
intituladas ”Provas de Escola” as provas que vão Figura 9. Aula de Sela 2
até ao 80 cm e “Provas Nacionais”, as provas a
partir de 1m para cima (não se aplica a poules e provas regionais). Qualquer cavaleiro que
queira concorrer a nível nacional terá que ter realizado e ter sido aprovado no Exame de Sela
4, onde constam 4 provas: Obstáculos (80cm), Dressage (P3), Maneio e prova Escrita.
2.3.2. Hipoterapia
A Hipoterapia consiste na utilização dos
andamentos tridimensionais do cavalo como método
terapêutico, tendo como objetivo estimular o Sistema Nervoso
Central de pessoas com necessidades educativas especiais, entre
eles deficientes motores, cognitivos, portadores e autismo, entre
muitas outras patologias. Posteriormente esta prática irá
traduzir-se em benefícios no desenvolvimento de competências
motoras, cognitivas, comunicativas e psicossociais.
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Os cavalos de escola da Quinta estão treinados tanto para as aulas de equitação como
para a Hipoterapia, sendo por isso animais calmos e confiáveis o suficiente para que os seus
cavaleiros se sintam à vontade com eles e possam tirar o maior partido possível das aulas.
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Terminado o desbaste inicia-se imediatamente um treino contínuo e específico adaptado à
disciplina equestre que o poldro seguirá (Dressage, Obstáculos; CCE; entre outros).
(http://www.ene.pt/Imgs/Tese_Luis_Negr%C3%A3o.pdf)
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ondulantes naturais do mesmo. Se isto acontecer, dá-se uma indigestão ou excesso de
fermentação, que pode resultar numa rutura do intestino.
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Na Quinta do Azevinho as camas são
feitas de serrim. Começa-se por retirar as fezes
com uma forquilha de cagados e seguidamente
procede-se à viragem da cama com uma forquilha
simples de 4 bicos, retirando todos os focos de
humidade. Este processo repete-se todos os dias
de manhã, após dada a alimentação. Quando a
cama começa a ficar demasiado baixa é colocado
mais serrim para aumentar novamente o seu
volume. Camas baixas podem levar a várias lesões
nos animais por estes entrarem facilmente em Figura 15. Retirando cagados
contacto com o cimento do chão da box.
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3.3.1. Limpeza
A limpeza é uma parte importante nos cuidados dos cavalos. Para além de evitar o
surgimento de lesões e problemas de pele, é normalmente durante o seu processo que são
detetadas outras lesões que possa o animal eventualmente ter, sendo por isso um
procedimento que deve ser levado com alguma calma e atenção.
A sessão diária de cuidados limpa e massaja o corpo do animal, sendo retirados o
excesso de gordura, a pele morta, o pó e outras sujidades acumuladas. Para que se possa
proceder a uma correta e eficaz limpeza do equino, existem vários materiais que devem ser
utilizados de um modo e numa ordem específica (http://cavalomeu.blogspot.com).
as de ferro.
Figura 18. Almofaça
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3) Cardoa: A cardoa é uma escova de pelos compridos
e duros, que se utiliza para retirar a sujidade
levantada pela almofaça. Esta é utilizada da frente
para trás, no sentido do crescimento do pelo.
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3.3.2. Aparelhamento
Após a limpeza, segue-se o aparelhamento do cavalo. Este processo consiste em
colocar no animal todos os equipamentos necessários para que se possa de seguida dar início
ao seu trabalho. Os equipamentos devem-se adaptar ao tipo de trabalho a que o animal estará
sujeito e devem ser colocados corretamente, de maneira a que não possam em circunstância
alguma magoar o animal. Deste modo o animal deve ser aparelhado sempre por um
profissional ou com vigia deste, caso seja um amador a efetuar o processo.
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um salto esta pode enrolar-se à volta dos restantes membros do cavalo antes que o cavaleiro
tenha tempo de parar, podendo provocar lesões graves ao cavalo e consequentemente ao
cavaleiro. As caneleiras para as mãos dos cavalos chamam-se Protetores de Tendão e
encaixam perfeitamente no tendão e boleto do animal, tendo duas tiras de velcro que passam
na canela e apertam para trás. As caneleiras dos pés chamam-se Protetores de Boleto e
protegem somente o boleto, encaixando perfeitamente no boleto e têm uma tira de velcro
que aperta para trás.
As cloches são proteções que devem ser utilizadas em qualquer tipo de trabalho
do cavalo, pois protegem as quartelas e os talões de possíveis alcançadelas que o animal possa
dar com as pinças dos posteriores nestes locais. São colocadas á volta da muralha do casco e
têm uma fita com velcro que aperta para fora e para trás. Normalmente só são utilizadas
cloches nas mãos, contudo há cavalos que cruzam os pés e acabam por se aleijar, devendo
colocar-se nestas situações cloches nos pés também.
De seguida coloca-se o suadouro, o protetor
de dorso, o arreio e a cilha
(http://cavalomeu.blogspot.com). O suadouro é
utilizado para proteger o cavalo do couro do arreio e o
arreio do suor do cavalo e é colocado sobre o garrote
com as fitas de velcro viradas para a frente.
Figura 25. Suadouro
Figura 26. Protetor de dorso arreio e deixem uma folga no garrote. Existem arreios
diferentes adaptados a todas as modalidades, incluindo
obstáculos e ensino, devendo por isso escolher-se o arreio adequado ao trabalho que o cavalo
irá ter.
Para fixar o arreio ao corpo do cavalo
utiliza-se uma cilha. Existem também várias cilhas
diferentes para cada modalidade, sendo que nos arreios
de ensino são utilizadas cilhas mais curtas e simples e
nos arreios de obstáculos utilizam-se cilhas babete, que
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As rédeas fixas têm uma grande
utilidade no trabalho à guia, pois promovem o
alongamento da linha de cima do dorso,
distendendo-a e arredondando-a. Deve-se ter em
atenção o correto ajuste do comprimento das
rédeas, para que não fiquem demasiado justas
nem demasiado compridas.
3.3.3. Trabalho
Após o cavalo estar bem limpo e aparelhado, leva-se para o picadeiro e inicia-se o
seu trabalho. O trabalho deve ser sempre feito por um profissional ou acompanhado por um.
3.3.3.1. À guia
O trabalho à guia é de extrema importância e utilidade tanto no trabalho de
um cavalo adulto como no desbaste de um poldro. É com este trabalho que os poldros
começam a aprender a suportar a presença do arreio e posteriormente do peso do cavaleiro e
é-lhes ensinado a obedecer à voz e ao
chicote. Quando chegam a adultos, o
objetivo do trabalho à guia passa a ser
melhorar o fortalecimento muscular e
aperfeiçoar a flexibilidade e equilíbrio nos
seus três andamentos naturais.
O sistema que se utilizará para
trabalhar o cavalo (aparelho pessoa; rédeas
fixas; gogue ou chambon) só deve ser
colocado quando o animal já se encontrar no
Figura 31. Trabalho à guia com gogue
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picadeiro. Depois do sistema estar colocado corretamente inicia-se o trabalho para a
esquerda. O equitador, fazendo-se sempre acompanhar de um chicote, deve manter-se no
centro de um círculo, fazendo com que o cavalo comece a andar a passo á sua volta. Aos
poucos vai aumentando o comprimento da guia, de maneira a que o cavalo descreva um
círculo com um diâmetro cada vez maior (o ideal será de 20 m). Depois, empurrando o cavalo
com o chicote, pede o trote e passado algum tempo pede o galope, elevando assim o grau de
dificuldade progressivamente. Terminado o trabalho para o lado esquerdo, começa-se o
trabalho para o lado direito. A forma correta e mais segura de pegar na guia é exercer a
condução com a mão do mesmo lado em que se trabalha isto é, se o cavalo trabalha para a
mão esquerda é a mão esquerda que deve conduzir e vice-versa, enquanto a outra mão segura
o excedente da guia e suporta o chicote. O chicote está virado para a frente quando está em
ação durante o trabalho, ou para trás quando o mesmo termina e é necessário trazer o cavalo
ao centro do círculo. O tempo de trabalho costuma durar cerca de 20 min (10 min para cada
lado) e deve ter-se em atenção que o esforço realizado para um lado deve ser sempre o mais
idêntico possível daquele que foi utilizado para o outro, ou seja, tempo de passo, trote e
galope igual para os dois lados (http://www.ene.pt/Imgs/Tese_Luis_Negr%C3%A3o.pdf).
3.3.3.2. No plano
O ensino do cavalo baseia-se em determinados Conceitos Equestres que têm
como objetivos o aperfeiçoamento dos seus andamentos naturais e a sua completa submissão
às ajudas do cavaleiro, obtendo-se assim um cavalo Calmo, Para diante e Direito. Estes
conceitos são trabalhados no plano para que depois, se for o caso, se possam utilizar nos
obstáculos (Manual do Monitor de Equitação Geral).
É indispensável que o cavalo
permaneça “Calmo” para que possa compreender e
responder facilmente às exigências do cavaleiro sem
se irritar com este. O conceito de “Para Diante”
significa que o cavalo mantém um permanente
desejo de andar para diante, que se traduz numa
pronta resposta á solicitação das ações do cavaleiro.
Apenas quando um cavalo se encontra calmo e para
diante, se lhe pode pedir que ande “Direito”. Este Figura 32. Trabalho no plano
conceito define então que um cavalo direito é um
cavalo que se apresenta flexível para ambos os lados (esquerda e direita) e tenha capacidade
de se adaptar facilmente às figuras do picadeiro que lhe são exigidas.
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Para que se possa então aperfeiçoar os andamentos naturais do cavalo
(passo, trote e galope), é necessário primeiro conhecer e perceber a sua mecânica. Podem
considerar-se saltados ou marchados, consoante se têm tempo(s) de suspensão ou não;
basculados de pescoço ou não; consoante o movimento do balanceiro do pescoço e simétricos
ou assimétricos, consoante se as oscilações da coluna são ou não semelhantes à esquerda e à
direita (Manual Oficial de Formação Equestre).
Passo:
4 Tempos;
Marchado;
Basculado de pescoço;
Simétrico
Trote:
2 Tempos com momento de suspensão entre eles;
Saltado;
Não basculado de pescoço;
Simétrico
Galope:
3 Tempos seguidos por um momento de suspensão;
Saltado;
Basculado de pescoço;
Assimétrico
Sabendo-se que um dos Princípios Gerais da equitação é que se deve sempre progredir
do fácil para o difícil, devem ser ensinadas (tanto ao jovem cavalo como ao jovem cavaleiro)
primeiro as figuras do picadeiro mais fáceis e, posteriormente, apenas quando estas estão
bem compreendidas, as mais complexas (Manual Oficial de Formação Equestre).
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As figuras do picadeiro existentes são universais:
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À medida que a experiência do cavaleiro vai evoluindo, é necessário que o seu
conhecimento progrida também. Sendo assim é de estrema importância que este conheça
desde cedo quais os tipos de obstáculos que existem, quais os fatores de decisão do salto e
quais as suas fases.
Existem diversos tipos de obstáculos que aparecem frequentemente nas
provas, como os oxeres, os verticais, as cruzes, os muros, as valas de água e as tríplices, entre
outros menos frequentes (Manual Oficial de Formação Equestre).
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Conhecendo-se os fatores de decisão, passa-se então a adaptar cada obstáculo
a cada um deles:
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em esquema é um conjunto vários cavaletes separados com 2m a 3m entre si, levando o
cavalo a saltar a tempo sucessivamente sem ter de “dar” passadas entre eles. Saltos
compostos são obstáculos distanciados entre si de 7m a 12m. Podem ser constituídos por dois,
três ou mais obstáculos, denominando-se respetivamente duplos, triplos, quádruplos, etc.
Interdependências são dois obstáculos com 12m a 16m de distância entre si. Um percurso é
formado por vários obstáculos dispostos por todo o picadeiro, existindo vários isolados,
compostos e interdependências (Manual do Monitor de Equitação Geral).
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4. Conclusão
Durante este estágio tive a oportunidade de aprofundar os meus conhecimentos sobre
o ensino tanto do cavalo como do cavaleiro. O facto de poder auxiliar as aulas de equitação
ajudou-me a desenvolver melhor a capacidade de resolução rápida de problemas, devido ao
facto de por vezes o cavalo não querer colaborar ou o aluno não compreender o que se lhe era
pedido, tendo então de agir de modo a resolver rapidamente a dificuldade sem prejudicar a
aula.
O cuidado na alimentação é realmente bastante importante e não podem jamais
ocorrer enganos nas medidas de concentrado dado a cada cavalo ou na sua troca, pois isso
pode levar aos animais sérios problemas de saúde. Contudo, devo referir que seria muito mais
benéfico para os animais se lhes fosse dado feno ao invés de palha, pois o feno contém
vitaminas e minerais importantes para o seu bom desempenho nutricional, enquanto a palha
possui um valor nutricional baixo e pouco benéfico para o seu organismo.
Apesar de já saber proceder à limpeza e manutenção das instalações antes de iniciar o
estágio, pude com ele compreender que não é de facto fácil proceder a estas tarefas de
maneira a que o Centro Hípico se mantenha todos os dias limpo e com bom aspeto. Talvez
tenha notado a falta de uma lista de direitos e deveres aos quais os alunos deveriam ser
obrigados a cumprir. Penso que se estes limpassem os cascos do cavalo antes de o ir tirar da
box e se mantivessem a sala de arreios limpa e arrumada, fosse mais fácil para os tratadores
de manter tudo limpo e agradável de frequentar.
Na minha opinião, a minha evolução foi mais pronunciada no que diz respeito à
correta realização do trabalho do cavalo. O facto de saber passar à guia da maneira correta, de
saber como trabalhar um cavalo no plano e nos obstáculos contribui em muito para a minha
formação profissional. Tive contudo bastantes dificuldades em escolher que parte do trabalho
no plano e nos obstáculos abordar neste relatório, pois a dimensão e a complexidade da
Doutrina Equestre é tal que para a desenvolver corretamente foram publicados inúmeros
livros escritos por grandes Metres da equitação, sendo-me por isso impossível descreve-la
toda aqui.
Tendo em conta que o objetivo principal deste trabalho era descrever todas as
atividades desenvolvidas no Centro Hípico e os procedimentos a ter na manutenção do mesmo
e no cuidado e ensino do cavalo, considero que o objetivo foi alcançado na íntegra.
Assim concluo que este estágio foi uma mais-valia para a minha formação profissional
e que, apesar de já ter alguns conhecimentos antes de o iniciar, terminei com um nível de
conhecimentos muito superior ao que tinha, e isso com certeza que me auxiliará no futuro.
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5. Bibliografia
Veloso, Manuel Maria Pinheiro das Neves (Cor. Cav.), Manual do Monitor de Equitação
Geral, 2009, ESCOLA NACIONAL DE EQUITAÇÃO
Pombeiro, Joaquim Rodrigo Nest Arnaut (Cor.), Manual Oficial de Formação Equestre,
2005, INSTITUTO DO DESPORTO DE PORTUGAL
6. Webgrafia
http://www.equiapara.com/ - consultado em 14/5/2018
https://www.fep.pt/Portals/0/Ficheiros/Federacao/Regulamentos/Reg.%20Formaca
o%20de%20Praticantes%20-%2024.01.2014.pdf - consultado em 17/5/2018
http://www.fph.com.br/files/outros/image/manual_equitacao_site_final.pdf -
consultado em 17/6/2018
https://www.fep.pt/Portals/0/Ficheiros/Disciplinas/Ensino/2018/Regulamento%20E
nsino%20Final%20com%20Poneis%202018.pdf - consultado em 17/6/2018
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