Esta pesquisa teve o objetivo investigar as idéias e proposições de um grupo de
professores a respeito da contextualização no ensino de química. Especificamente, procuramos conhecer que significados atribuem ao se referirem a práticas de ensino nas quais os conteúdos são socialmente contextualizados, como refletem sobre essa temática frente a novos conhecimentos e como tais reflexões se manifestam nos materiais instrucionais por eles elaborados.Tais idéias foram investigadas a partir de um curso de formação continuada, que procurou promover discussões e reflexões sobre a temática da pesquisa e a construção de materiais instrucionais pelos próprios professores (unidades didáticas). Foram discutidas e analisadas quatro perspectivas de contextualização no ensino, baseadas nos trabalhos de M. Lutfi, D. Auler e G. Aikenhead. Os materiais instrucionais foram analisados de modo a verificar quais concepções sobre a contextualização se refletiram nas unidades didáticas elaboradas pelos professores. A investigação foi realizada por meio de questionários abertos, atividades, relatos de professores gravados em áudio e vídeo, análise de documentos e entrevistas semi- estruturadas. Os resultados desta pesquisa mostraram uma ampliação das concepções dos professores, que caracterizavam, inicialmente, o ensino de Química contextualizado como simples exemplificação e descrição de fatos ou situações do cotidiano com o intuito de ensinar química e passaram a compreender idéias de contextualização como a abordagem de questões sociais, com vistas a desenvolver atitudes e valores e à transformação da realidade social. Os dados também mostraram que as unidades didáticas foram elaboradas com diferentes perspectivas, que nem sempre refletiam as idéias dos professores. Três grupos foram observados: as unidades didáticas que refletiam as idéias manifestadas pelos professores que ampliaram seus entendimentos, as que representavam idéias de contextualização menos elaboradas do que as manifestadas pelo professor e aquelas unidades que refletiam idéias tão simplistas quanto as manifestadas inicialmente. O nível pouco elaborado de contextualização foi justificado pelo o número elevado de aulas que os professores ministram, o que os impossibilita de preparar materiais com esse perfil e a dificuldade de realizarem aulas dialogadas. Levantamos também, a questão da falta de entendimento, por parte de alguns professores, de como desenvolver materiais instrucionais com enfoque na contextualização social dos conteúdos. Percebemos dois fatores subjacentes às suas justificativas um de cunho epistemológico, que diz respeito à formação tradicional do professor fundada no conhecimento específico da Química, e outro de natureza prático- profissional, que diz respeito ao seu preparo pessoal e de suas aulas, o que exigiria maior demanda de trabalho, de maneira a resguardar o papel de professor como soberano absoluto da sala de aula.
RESUMO: As grandes dificuldades dos alunos em assimilar os conteúdos de química é o
reflexo de um ensino caracterizado pela falta de contextualização dos conhecimentos dessa disciplina. Com base nessa constatação, o presente trabalho tem por objetivo entender a importância da contextualização no ensino-aprendizagem de química. A metodologia utilizada consistiu em pesquisa bibliográfica em livros, artigos científicos, dissertações, documentos oficiais sobre o tema em questão. Os resultados revelam que a contextualização dos conteúdos de química contribui para aprendizagem significativa de conhecimentos químicos. Comprovando que contextualizar os conteúdos de química é trilhar para a aprendizagem dos mesmos.