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Ásia ganha importância significativa na produção fabril.

Aumento da importância do setor terciário (ex: software. Nem eram importantes nos
anos 80)
Alguns autores: multinacionais mudaram de divisão de mercados para divisão de
tarefas. Divisão internacional do trabalho não é mais por produtos e sim por tarefas.
Texto da aula passada: unctad olhando em 1993 as multinacionais e estava
observando as transformações: não apenas geografia da produção, mas da forma de
sua organização. E o protagonismo era o da grande empresa multinacional. As
barreiras à entrada não diminuíram, talvez tenham aumentado.
Ex: microship vira commoditie: grande empresa desmembra seu setor disso e prefere
buscar o preço no mercado. Ainda sim com lideranças: ciclo do produto, barreiras à
entrada (vira mais tecnológico, design, controle de mercado etc.).
As mudanças no comércio são fruto/reflexo do que está acontecendo no nível da
produção.
Akyuz: ministro do desenvolvimento da Malásia. Promessa do desenvolvimento da
globalização não se cumpriu, especialmente pelos países da 2ª rodada da Ásia: atração
de investimento > muitos relaxamentos/incentivos pelo Estado Nacional > competição
de quem abre mais a economia e oferece mais subsídios > a empresa remete mais
lucro ao exterior. A noção de upgrading social virou uma farsa.
Na época do fordismo, ligar desenvolvimento e industrialização era muito mais
automático. Com o pós-fordismo e as CGVs, isso se complica muito mais.

CRIAÇÃO E DISSOLUÇÃO DO MULTILATERALISMO DO PÓS-GUERRA

Tríade
Regular as taxas de câmbio e promover o livre comércio. Na perspectiva liberal
(Samuelson), este geraria convergência das rendas
FMI: regulação de fluxo de capitais de curto prazo para evitar
choques/estrangulamentos
BIRD: financiamento de longo prazo em moeda estrangeira
OIT: para manter o livre-comércio; evitar que um país burle
Surge em torno do GATT (tarefas bem altas). O sistema era altamente
protecionista, com tarifas internacionais de 30 a 40%, mas regulado. Protecionismo era
muito funcional às grandes empresas (cadeias produtivas altamente integradas >
protecionismo protegia lucros do k estrangeiro e k doméstico)
GATT: 8 rodadas. OMC é ratificada na rodada de Montevideu, em 1994:
modificação e inovações sobre o que era o GATT.
Redução das tarifas médias muito significativa. Vão para 10 a 15%. Em 5 anos,
consegue-se uma abertura do comércio mundial muito significativa. No Brasil, governo
Collor.
A partir de 1979, temos uma modificação da ideologia do sistema (globalização,
livre-comércio).
Como a mudança no padrão de produção torna o GATT
incompatível/disfuncional: produção muito mais internacionalizada
(globalização/divisão por tarefas/desmembramento). Quebra uma parte significativa
do k nacional em vários países > especialmente em países que fizeram um
desenvolvimento associado com o capital estrangeiro (ex: Brasil). As empresas se
mandaram. 1985 em diante: empurrão do mercosul; 1990: debate da ALCA. É rejeitada
mais pela fiesp (medo da fragilização da indústria brasileira dos 1980. Empresários com
medo, argumentavam que precisariam de tempo para se adaptar àquilo, à nova
internacionalização produtiva).
O multilateralismo se consolida com a OMC.
Decadência do BIRD e FMI. BIRD já era complicado: para pegar financiamento,
vinha combo de contratação de empresas; FMI: contrapartidas eram medidas
draconianas.
OMC: história curta. Se consolida em 1994 e em 2001 entra em crise. Ápice
com discussões sobre propriedade intelectual.
A rodada de Doha (2001) marca o inicio dos impasses. A forma de organização
da OMC favorecia muito os EUA e o fluxo Eua-Europa. Não se podia criar parceiros
preferenciais. Acordo com um país tinha que ser estendido aos outros.
Mercado comum: criar complementariedade produtiva entre países.
Regionalismo e capturar comércio para dentro do bloco. Desvio de comércio. OMC
surge para acabar com esse regionalismo. Política/teoria do Regionalismo aberto:
abertura entre blocos de livre-comércio > formação de grandes blocos de comércio.
Durou pouco na OMC.
A desconcentração do comércio em torno do eixo EUA-Europa promove um
novo player: a China. Ela entra na OMC em 2001 e marca o inicio da crise na OMC.
Começa a formar um bloco de países que pleiteam maior participação na organização
do comércio.
BRICS, protecionismo agrícola da Europa. Renúncia do brasileiro ao comando
da OMC: expressão de falha da tentativa de dar maior espaço aos países periféricos.
Conclusão: mais fácil e interessante aos países dos acordos bilaterais.
Até 2009, OMC concentrará mais de 400 acordos bilaterais. Teoria do
espaguete. Isso está ligado à complementariedade das cadeias produtivas entre os
países. Ex: é muito melhor/mais fácil negociar mercosul-china etc.
Surgimento de acordos regionais e “novo regionalismo”: acordo entre blocos.
Argumento liberal da vera para entrarmos nesses acordos de livre comércio: se
não entrarmos, ficaremos isolados. China comprou um dos maiores portos europeus
(porto grego de 5.000 anos) e está fazendo investimentos no porto e criando um
infraestrutura de logística (balcãs).
Crise do multilateralismo: a partir da crise da OMC. Não era institucionalidade
de negociação da OMC. É crise mais por uma geografia do comércio. O papel da OMC
seria reger esses acordos bilaterais, mas ela já não consegue mais dar conta. Nenhum
player importante já liga para a sua importância.
Biden: B3W. Parar a China e belt-root (?)
Crise da omc = crise do mundo multipolar.
A cadeia global não é bem global. Está ligada à periferia que os países criam.
Alemanha: leste europeu, norte da África.
Não dá para discutir política comercial sem política industrial. Qualquer acordo
serve.
Regionalismo aberta: face prática do multilateralismo. Ex nafta, união europeia

Modificações na produção de mercadorias


Consolidação da nova regionalização da produção
IED relacionado ao setor de serviços, especialmente.
Hierarquia das cadeias globais e regionalização
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 Características centrais. Os três elementos centrais
1. Firmas líderes: as que controlam marcas e tecnologias
2. Sistemistas/assemblers/contractors: elos intermediários que
tem a função de coesionar a rede empresas que agenciam a
rede. Organizam a produção global, organizando o sistema e
subsistema.
3. Canais de distribuição

Cada cadeia tem suas peculiaridades, apesar das semelhanças.


Quem está fora desses 3 elementos, está apenas catando caquinhos da rede.
Curva sorriso: há elos mais importantes das cadeias. P&D, marca, design > produção >
serviços pós-venda Possibilidade de impor seus mark-ups sob seus subcontratados.
Cresce muito mais a desigualdade de distribuição do valor ao longo da cadeia. Os elos
importantes não estão mais na produção e montagem (design, marca, gerenciamento
das cadeias, marketing e distribuição). Se olharmos para os oligopólios que cresceram
muito pós-2000: Walmart, Carrefour etc.
Olhar: como as empresas líderes tentaram captar/criar seus próprios canais de
distribuição.
O problema da política industrial hoje: aonde se concentra renda, não se produz
emprego.

Cabeças de poço
Sistemas/cadeias para-petroleiros: epcistas > são os contractors/assemblers. Montam
a plataforma. Compram todas as peças e montam (grande capacidade de agregar
valor). Quem fazia isso era Odebrecht, Camargo correia. Depois a Petrobrás começou a
absorver a governança da cadeia (enquanto sistemistas), a epc, por essas empresas
terem passado a perna.
Uma das poucas empresas que produz arvore de natal molhada no Brasil: são josé dos
campos – jacaréi

Relativização das barreiras à entrada: foram mais para as pontas da curva (P&D,
design, marca)
Onde foram muito mais relativizadas é na produção.

HIERARQUIA DAS CGVs e REGIONALIZAÇÃO


Brutal concentração em certas regiões
Complementariedade intra-regional
América latina, países desmembrados da urss, áfrica e oriente médio: escanteados das
CGVs. Entram com commodities.
Padrão de comércio muito concentrados nas complementariedades regionais.
As cadeias não são tão globais assim, pois a complementariedade são muito regionais
(devido à transferência das subcontratações para países próximos devido ao
aprofundamento dos blocos regionais de comércio).
Além dos fluxos intra-regionais, o inter-regionais maiores são aqueles na tríade
europa, ásia, eua.
Nike: brutal concentração na Ásia.
Lições
1) As CGVs não são tão globais. É basicamente EUA, Europa e Ásia, em termos de
volume/fluxo de valor.
2) O local da inserção (curva sorriso) é fundamental para a análise. A
industrializalição não dá mais aquele empuxo produtivo. Produção: alguns
empregos e mal remunerados.
a. Intel: produção/montagem de chips na Costa Rica e descapitalização da
economia do país. E depois fechou a empresa e mandou para outro
lugar. Nenhuma
b. México, Bangladesh avançaram na industrialização, mas como nos
outros países, muito pouco avanço socioeconômico. Social-upgrading.
3) Entrada nas CGVs:
a. Heterogeneamente distribuída. Gabriel Palma: patos vulneráveis,
gansos voadores.
b. Hoje em dia é muito mais questões regionais (protagonismo na cadeia
regional) do que política industrial independente de cada país;
Muito difícil pensar desenvolvimento em termos regionais (complementariedade
dentro da América Latina. Fortalecer regionalmente o bloco; considerar a 4ª revolução
industrial
O mundo de inserção de CGVs está acabando. Não é se inserir nelas mais.
Pensar em como entra nesse novo paradigma. Não vamos ser player da 4ª, pois
perdemos a 3. Pensar
Refortalecer certo cinturão de empresas tecnológicas para formar algum protagonismo
para o que virá.
Crise de 2008: crescimento da elasticidade-renda do comércio. No final do
fordismo:1,2. Agora 2,3. Quando se diminui
Retomada do comércio: volta com maior velocidade que a retomada econômica>
Problema em normalizar fretes e organização das redes. Está ligado à inflação pós-
pandemia também.
Coeficiente de importação no Brasil pós-2008: de 30% para 70%. Ralo do mundo.
Momentos pós-crise: sempre recomposição brutal dos fluxos de comércio.

Emprego fabril não terá para todos. Geografia econômica. Mas incentivar players >
redistribuição de renda.
Complexo de saúde > vai passar por uma revolução por exemplo > SUS (política
industrial via demanda). Setor público é fundamental. Criação de mercado. E no
começo seremos customizador de tecnologia.

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