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MÁQUINAS CORRENTE

CONTÍNUA
Riomar Merino Jorge

2019
Máquinas Corrente Contínua 1
Introdução
As Máquinas CC são reversíveis, ou seja, podem
funcionar como:
• Motores CC (recebe energia elétrica e produz
energia mecânica)
• Geradores CC (recebe energia mecânica e produz
energia elétrica)
Construtivamente, não existem diferenças entre
um motor e um gerador CC.

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Introdução
• As Máquinas CC têm o sistema indutor fixo
(enrolamento de campo) e o induzido girante
(armadura).
• Toda Máquina CC é dotada de um dispositivo,
constituído por alguns setores de cobre, isolados
entre si, formando um anel, acoplado no eixo da
armadura. Este dispositivo é chamado de comutador
Pacinotti (em homenagem a Antonio Pacinotti, seu
inventor).
• OBS: NÃO EXISTE MÁQUINA CC COM
INDUZIDO FIXO.
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Máquina CC Elementar
• A figura representa uma máquinas CC, bipolar, com
uma única espira na armadura e um comutador de 2
lâminas.

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Detalhes Construtivos

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Armadura
A armadura da máquinas CC consiste de:
1. Eixo (transmite o movimento/rotação)
2. Núcleo (formado por camadas laminadas de aço,
formando um circuito de baixa relutância, além
de fixar os enrolamentos)
3. Enrolamentos (bobinas nas quais circulam
corrente elétrica)
4. Comutador (anel de cobre, segmentado, ligado
aos enrolamentos e responsável pela
comutação).
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Armadura - Funções
A armadura da máquinas CC tem quatro funções
principais:
1. Permite rotação para ação geradora ou ação
motora mecânica;
2. Em virtude da rotação, produz a ação de
chaveamento para a comutação;
3. Contém os condutores que induzem a tensão ou
providenciam um torque eletromagnético;

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Armadura - Funções
4. Providencia uma faixa de baixa relutância para o
fluxo magnético. Pólo
• O fluxo polar é
dividido em vários
pincéis, em função
de se condensar em
frente aos dentes,
que apresentam um
caminho de menor
relutância.
Armadura
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Comutador Comutador

• O comutador é que
caracteriza uma
máquina CC.
• É um anel condutor,
dividido em vários
segmentos (lâminas ou
teclas), apoiados no
eixo da armadura, mas
dela isolados, bem
como isolados um do Escova
outro.
Armadura
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Comutador
• Cada segmento do
comutador é ligado a
um lado de bobina.
• É um dispositivo de
chaveamento mecânico,
acionado pela rotação
do eixo da máquina
(armadura).

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enrolamento de campo
O enrolamento de campo da máquinas CC consiste de:
1. Carcaça (estrutura mecânica da máquina e serve
para retorno do fluxo magnético)

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enrolamento de campo
A figura mostra a distribuição de fluxo magnético
na carcaça da máquina.
Este “S” indica
Este “N” indica
um pólo Sul
um pólo Norte
próximo à
próximo à
armadura. No
armadura. No
lado da carcaça,
lado da carcaça,
temos um pólo
temos um pólo
Norte, como
Sul, como pode
pode ser
ser verificado
verificado pelo
pelo sentido da
sentido da
corrente e do
corrente e do
CM (pólo S =>
CM (pólo N =>
onde CMentra)
de onde sai CM)

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enrolamento de campo
2. Enrolamentos de campo (bobinas que produzem
fluxo magnético para a armadura)
3. Pólos (formados por lâminas de ferro,
permitindo melhor distribuição do fluxo)
4. Interpolo (pólos menores, localizados entre 2
pólos, permitem uma compensação ou ajuste do
fluxo magnético na armadura)
5. Enrolamentos de compensação (não vistos na
figura anterior, são opcionais e servem para
ajustar o fluxo magnético na armadura)
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enrolamento de campo
6. Escovas (possibilitam a circulação da corrente
entre a armadura e a parte externa da máquina)
7. Detalhes mecânicos (suportes e mancais para a
armadura e escovas)

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Enrolamentos
Os enrolamentos da
armadura de máquinas
CC são sempre do tipo
não-saliente,
distribuídos igualmente
nas ranhuras, tipo
fechado, podendo ser
imbricado ou ondulado.

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Enrolamento Imbricado
• A característica de um enrolamento imbricado é que o
condutor passa pela 1ª ranhura do 1° pólo N e retorna pela
1ª ranhura do 1° pólo S, adjacente.
• Na seqüência, retorna para a 2ª ranhura do 1° pólo N e vai
para a 2ª ranhura do 1° pólo S, até completar todas as
ranhuras do 1° par de pólos.
• Posteriormente, o condutor segue para a 1ª ranhura do 2°
pólo N, retornando pela 1ª ranhura do 2° pólo S, e assim,
sucessivamente até completar todas as ranhuras do 2° par de
pólos.
• O processo se repete para os outros pares de pólos, caso
existam.
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Enrolamento Imbricado
• Enrolamento
imbricado, máquina
6 pólos (3 pares de
pólos), com 4
ranhuras por pólo,
totalizando 24
ranhuras.

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Enrolamento Ondulado
• Em um enrolamento ondulado, o condutor passa pela 1ª
ranhura do 1° pólo N, vai para a 1ª ranhura do 1° pólo S,
adjacente.
• Na seqüência, vai para a 1ª ranhura do 2° pólo N, 1ª ranhura
do 2° pólo S, até completar a 1ª ranhura de cada um dos
pólos da máquina.
• Posteriormente, o condutor segue para a 2ª ranhura do 1°
pólo N, 2ª ranhura do 1° pólo S, 2ª ranhura do 2° pólo N, 2ª
ranhura do 2° pólo S e assim, sucessivamente até completar
a 2ª ranhura de cada do pólo.
• O processo se repete até completar todas as ranhuras da
máquina.
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Enrolamento Ondulado
• Enrolamento
ondulado, máquina 6
pólos (3 pares de
pólos), com 4
ranhuras por pólo,
totalizando 24
ranhuras.

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Reatância da Armadura
• O termo reatância é comumente utilizado em circuitos
CA, sendo estranho seu emprego em uma máquina CC.
• Entretanto, devemos observar que a armadura,
funcionando como motor ou como gerador, se
movimenta no interior do enrolamento de campo,
ficando exposta a fluxos magnéticos variáveis, pois uma
hora o condutor está próximo a um pólo Norte e, em
outra, está próximo de um pólo Sul.
• Verificaremos, mais tarde, que correntes alternadas
(senoidais ou não) percorrem os condutores da
armadura.
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Reatância da Armadura
• Independentemente do funcionamento da máquina,
como gerador ou como motor, a armadura sempre
estará sendo percorrida uma corrente elétrica que,
por sua vez, produzirá campo magnético na
armadura.

Espira

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Reatância da Armadura
• A figura representa o campo magnético resultante (A)
provocado por todos os condutores da armadura de uma
máquina bipolar.
Linha Neutra

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Distorção no Fluxo Polar
• Na máquina CC com corrente circulando pela
armadura (motor CC ou gerador CC com carga),
existem dois fluxos magnéticos:
– O fluxo da armadura (A)
– O fluxo polar, produzido pelos enrolamentos de campo
em torno dos pólos (f)

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Distorção no Fluxo Polar
• A soma fasorial apresenta a resultante (r):

Linha Neutra Deslocada

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Deslocamento da Linha Neutra
A linha neutra deveria estar alinhada com as escovas. Para
reduzir o faiscamento, as escovas devem ser alinhadas com
a linha neutra de operação da máquina.

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Formas de Compensação
• É óbvio que ficar acertando a posição das escovas
em uma máquina CC, em função de sua forma de
operação, não é o procedimento mais adequado.
• Assim, existem vários métodos de compensação dos
efeitos da reação da armadura, entre os quais
podemos citar:
– Extremidades de pólos com alta relutância
– Redução no fluxo da armadura
– Utilização do interpolo (quando disponível)

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Pólos com Alta Relutância
• Os pólos são montados com chapas laminadas, como
mostrado na figura (b), o que aumenta a relutância das
extremidades dos pólos, fazendo com que o fluxo polar se
concentre no centro do pólo (figura a).

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Redução no Fluxo da Armadura
• O deslocamento da linha neutra é função do fluxo polar e do fluxo da
armadura.
• Enfraquecendo o fluxo da armadura, reduzimos o deslocamento da
linha neutra.
• O uso de ranhuras nos pólos enfraquece o fluxo da armadura, sem
enfraquecer o fluxo polar.

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Utilização do Interpolo
• Quando disponível, o enrolamento de interpolo é ligado em
série com a armadura, de tal forma que produza um campo
magnético igual e com sentido contrário ao produzido pela
armadura, de forma a anulá-lo.
• O aumento na corrente na armadura também fortalece o
campo produzido pelo interpolo, anulando-o para qualquer
carga.

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Geradores – Princípio
Funcionamento
O funcionamento de um gerador está baseado no 3°
Princípio do Eletromagnetismo ou Lei de Indução
Eletromagnética de Faraday.
• Sempre que houver movimento relativo entre
condutor e campo magnético, aparecerá uma
força eletro motriz (FEM) induzida no
condutor
Lei de Lens
• O sentido da FEM é tal que, pelo seus efeitos,
tende a anular a causa que lhe deu origem.
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Regra Mão Direita n° 2 - Gerador
O sentido da FEM pode ser determinado através da
Regra de Fleming, ou regra da mão direita n° 2,
considerando o sentido convencional da corrente.
Invertendo o sentido do movimento,
a FEM inverte de sentido

Polegar  Movimento condutor


Indicador  Sentido CM (Norte para Sul)
Médio  Sentido FEM (Sentido convencional)
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Gerador Elementar
Formado por uma única espira dentro de um campo
magnético. Observar que a polaridade dos terminais
da espira estão relacionados com a carga e não com
a espira.

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Geração em CA
Ao girarmos uma espira dentro de um CM, a FEM
induzida será sempre alternada e senoidal.

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Anéis Coletores - Escovas
Os anéis coletores e as escovas possibilitam ligar
uma carga na espira, permitindo a circulação da
corrente, sem danificar a espira, quando esta girar.

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Geração CA 0

Nesta posição, os condutores


não cortam as linhas de CM, não
havendo tensão induzida.

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Geração CA 1

Nesta posição, os condutores


cortam as linhas de CM,
havendo tensão induzida.

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Geração CA 2

Quando o condutor está próximo


do pólo a FEM é máxima.

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Geração CA 3

A FEM começa a reduzir seu


valor, mas continua positiva.

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Geração CA 4

Nesta posição, os condutores


não cortam as linhas de CM, não
havendo tensão induzida

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Geração CA 5

A corrente no condutor preto


inverteu de sentido, invertendo a
tensão na carga.

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Geração CA 6

Novamente, a FEM é máxima no


condutor e, conseqüentemente, a
tensão na carga também o é.

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Geração CA 7

A tensão na carga está reduzindo


de valor.

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Geração CA 8

Novamente, inicia-se novo ciclo.

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Geração em CC
A geração de eletricidade ocorre na forma alternada.
Porém, com o uso de um comutador, ou seja, um
anel condutor bipartido, a tensão na carga é contínua
pulsante.

Valor médio

Comutador
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Geração em CC
A figura representa um gerador CC, visto em corte,
conectado à uma carga e girando no sentido horário.
A seqüência de figuras, a seguir, mostram o processo
de comutação de CA em CC.

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Comutação em CC 0

Nesta posição, os condutores


não cortam as linhas de CM, não
havendo tensão induzida.

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Comutação em CC 1

Nesta posição, os condutores


cortam as linhas de CM,
havendo tensão induzida.
Observar que o comutador se
movimenta.
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Comutação em CC 2

Quando o condutor está próximo


do pólo a FEM é máxima.

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Comutação em CC 3

A FEM começa a reduzir seu


valor, mas continua positiva.

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Comutação em CC 4

Nesta posição, os condutores


não cortam as linhas de CM, não
havendo tensão induzida

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Comutação em CC 5

A corrente no condutor preto


inverteu de sentido. Porém, a
lâmina preta está em contato
com a escova de baixo,
invertendo a tensão na carga.
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Comutação em CC 6

Novamente, a FEM é máxima no


condutor e, conseqüentemente, a
tensão na carga também o é.

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Comutação em CC 7

A tensão na carga está reduzindo


de valor.

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Comutação em CC 8

Novamente, inicia-se novo ciclo.

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Comutação de 4 lâminas
Aumentando o número de lâminas no comutador e
de bobinas na armadura, a tensão na carga torna-se
mais contínua. Observar que a lâmina de uma
bobina só entra em contato com a escova quando a
sua FEM estiver próxima de valores máximos.

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Comutação de 4 lâminas
Aumentando o número de lâminas no comutador e
de bobinas na armadura, a tensão na carga torna-se
mais contínua. Observar que a lâmina de uma
bobina só entra em contato com a escova quando a
sua FEM estiver próxima de valores máximos.

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Saturação e comutação em CC
Os circuitos magnéticos são projetados no limite,
provocando a saturação dos mesmos.
Outro problema é o isolante existente entre as
lâminas do comutador, fazendo com que o circuito
fique sem tensão durante um pequeno intervalo de
tempo.

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Inversão do Sentido de Rotação
Invertendo o sentido de rotação, a polaridade da
tensão na carga muda (Regra Mão Direita n° 2 –
Gerador).
Sentido Horário Sentido Anti-horário

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Inversão do Campo Magnético
Invertendo o CM do enrolamento de campo, a
polaridade da tensão na carga muda (Regra Mão
Direita n° 2 – Gerador).

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Geradores CC – Conceitos Básicos 1
• O funcionamento de um gerador CC
depende de outra máquina que faz a
armadura girar.
• O gerador apresenta perdas mecânicas
devido ao atrito da armadura com os
mancais e das escovas com o
comutador.
• Ocorrem perdas elétricas (Joule) devido
a circulação de corrente na armadura,
enrolamento e escovas.
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Geradores CC – Conceitos Básicos 2
• O contato entre a escova e o comutador não é
perfeito, havendo uma resistência de contato.

Real Ideal

• Em geral, para um gerador, os valores especificados


de tensão e potência referem-se a valores para carga.
Desta forma, a armadura deve trabalhar com valores
maiores de tensão e potência, para compensar perdas
e quedas de tensão internas
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Geradores CC – Conceitos Básicos 3
• O 2° Princípio do Eletromagnetismo estabelece que
uma carga em movimento, dentro de um CM, fica
sujeita à ação de uma força, cujo sentido é dado pela
regra da mão direita.

Obs: Se a carga for


negativa, o sentido
da força é invertido
em 180°.

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Geradores CC – Conceitos Básicos 4
• Movimentando um condutor
dentro de um CM, todas as
cargas (prótons e elétrons) que
o compõe estarão em
movimento.
• Pelo 2° Princípio do
Eletromagnetismo, as cargas se
movimentarão no condutor
(grande facilidade de
movimentação de cargas),
dando origem a uma ddp no
FEM  E  Bv
condutor.
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Geradores CC – Conceitos Básicos 5
• Em um circuito fechado,
circulará uma corrente
devido à FEM (3°
Princípio).
• Pelo 2° Princípio,
sabemos que condutor
percorrido por corrente
fica sujeito à ação de
uma força (F), cujo
sentido é dado pela regra
da mão direita. F  Bi 
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Geradores CC – Conceitos Básicos 6
• Sabemos que FEM  E  Bv
• Se v variar, E variará. Para uma dada carga R, a potência na
mesma variará, o que não é aceitável ( P  V 2 R)
• Assim, para dado gerador, com B e  conhecidos, a
velocidade deve ser constante.
• Devido à corrente de carga, uma força (F) agirá no
condutor, tentando para-lo ou reduzir sua velocidade.
• Para isto não ocorrer, há necessidade de aumentarmos a
força que atua no condutor para que permaneça em
velocidade constante.

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Geradores CC – Conceitos Básicos 7
• FR  m  a
• Se FR = 0  a = 0  v = cte
• Fext – F = 0  Fext = F

A Energia Mecânica da máquina que aciona o


gerador é convertida em energia elétrica dentro
do gerador (Lei da Conservação da Energia).

• O inverso ocorre quando a corrente de carga diminui,


devendo ocorrer a redução da força externa para evitar o
aumento da FEM.
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Geradores CC
Existem 3 tipos básicos de geradores CC:
• Gerador shunt (derivação)
• Gerador série
• Gerador composto
Estes geradores são chamados de auto-excitados,
ou seja, a armadura fornece a tensão para excitar
o(s) enrolamento(s) de campo.
A diferença entre eles consiste na forma pela qual é
produzida a excitação do enrolamento de campo
polar.
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Gerador Shunt
Quando a excitação é produzida por um enrolamento
de campo conectado através de toda ou quase toda a
a tensão produzida entre as escovas da armadura.

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Gerador Shunt
• O circuito da armadura é formado pelas resistências
da armadura (Rw), das escovas (Rb), do
enrolamento de compensação (Rc) e do enrolamento
dos interpolos (Ri).
• A parte que gira (armadura) está representada pelo
retângulo pontilhado da figura.

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Gerador Shunt – Circuito
Equivalente

Ra  Rw  Rb  Rc  Ri
Ia  If  IL
Va  Vf  VL
Vf VL
If  e IL 
Rf RL
Va  Tensão nos ter min ais da armadura
Va  Eg  Ra  Ia
Vf  Tensão no circuito de campo
VL  Tensão na c arg a
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Razões que Impedem a Auto-
excitação
1. Falta ou baixo magnetismo residual.
2. Conexões do circuito de campo invertidas com
relação ao circuito da armadura.
3. Sentido errado de rotação da armadura.
4. Resistência do circuito de campo maior que a
resistência crítica.
5. Conexão aberta ou alta resistência no circuito da
armadura.

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Efeito da Carga na Auto-excitação
• Se a resistência de carga for muito baixa, grande
parte da corrente irá para a carga e não para o
campo, dificultando a auto-excitação.
• Para conseguir a auto-excitação, a carga deve ser
conectada após o gerador shunt ter atingido a
tensão nominal.

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Gerador Série
Quando a excitação é produzida por um enrolamento
de campo ligado em série com a armadura,
produzindo um fluxo que é função da carga.

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Gerador Série – Circuito Equivalente
O circuito da armadura é formado pelas resistências
da armadura (Rw), das escovas (Rb), do
enrolamento de compensação (Rc) e do enrolamento
dos interpolos (Ri).
Ra  Rw  Rb  Rc  Ri
Ia  IL  Is  Id
Va  VL  IsRs

O Campo só é
excitado quando a
carga for ligada.
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Gerador Série
O gerador série é incapaz de se auto-excitar.

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Gerador Composto Cumulativo
O campo série se soma com o campo shunt,
resultando um maior campo magnético por pólo,
possibilitando aumentar a tensão gerada.

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Gerador Composto Cumulativo

Máquinas Corrente Contínua 78


Gerador Composto Hiper
Cumulativo
• Com o aumento da carga, o campo série fortalece,
aumentando o campo resultante, aumentando a
tensão gerada. FEM  E  Bv
• Como o aumento da tensão gerada é maior do que as
quedas de tensão internas, a tensão resultante é
maior do que a tensão nominal, mesmo com o
gerador em carga.
• Para isto, o campo série deve possuir algumas
espiras a mais e a área de cada pólo deve ser maior,
a fim de não saturar.
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Gerador Composto Cumulativo
Normal
• Neste gerador, o aumento da carga fortalece o
campo série, que fortalece o CM resultante e
aumentando a tensão gerada.
• Entretanto, o aumento da tensão gerada é igual ao
valor das quedas de tensão internas, resultando uma
tensão igual a nominal, mesmo com o gerador em
carga.
• O número de espiras do campo série e a área de cada
pólo são calculados para produzir este resultado.

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Gerador Composto Hipo Cumulativo
• Neste gerador, o aumento da carga fortalece o
campo série, que fortalece o CM resultante e
aumentando a tensão gerada.
• Entretanto, o aumento da tensão gerada é igual ao
valor das quedas de tensão internas, resultando uma
tensão igual a nominal, mesmo com o gerador em
carga.
• O número de espiras do campo série e a área de cada
pólo são calculados para produzir este resultado.

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Gerador Composto Diferencial
O campo série é contrário ao campo shunt.

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Gerador Composto Diferencial

Máquinas Corrente Contínua 83


Comparação Geradores

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Efeito da Velocidade nos Geradores

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Gerador Excitação Independente
Quando a excitação de um ou mais campo ocorre
através de uma fonte de tensão CC, independente da
armadura.

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Excitação Mista
Quando ocorre excitação independente (shunt)
juntamente com a auto-excitação (série).

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Motores – Princípio Funcionamento
O funcionamento de um motor está baseado no 2°
Princípio do Eletromagnetismo ou Lei da Força
Magnética.
• Todo condutor percorrido por corrente elétrica
e imerso em uma região de campo magnético
ficará sujeito à ação de uma força magnética.

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Regra Mão Direita n° 2 - Motor
O sentido da força magnética pode ser determinado
através da regra da mão direita n° 2, considerando o
sentido convencional da corrente.

Força

Máquinas Corrente Contínua 89


Motor Elementar
Formado por uma única espira dentro de um campo
magnético. Os condutores ficam sujeitos à uma
força que faz a armadura girar. Quanto maior o raio
da armadura, maior será o torque.
T = F.r

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Motor Elementar
Formado por uma única espira dentro de um campo
magnético. Os condutores ficam sujeitos à uma
força que faz a armadura girar. Quanto maior o raio
da armadura, maior será o torque.
T = F.r

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Torque Útil

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Inversão da Corrente

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Corrente nos condutores

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Motor excitação independente

Máquinas Corrente Contínua 95


Partida de Motores

Máquinas Corrente Contínua 96


Curvas Características

Máquinas Corrente Contínua 97


Curvas características

Máquinas Corrente Contínua 98


Curvas características
O

Máquinas Corrente Contínua 99


Motor de Passo
• É um transdutor que converte energia elétrica em
movimento controlado através de pulsos, o que
possibilita o deslocamento por passo.
• O seu funcionamento pode ser comparado ao motor
síncrono: um campo rotativo (neste caso, gerado
pela eletrônica de controle ) faz girar o CM.
• Apresenta alta precisão e facilidade do seu controle,
sendo possível obter uma rotação específica de um
certo grau, sendo muito utilizado nas áreas de
mecatrônica e robótica.
Máquinas Corrente Contínua 100
Motor de Passo - Fotos
• Existem diversos tipos de motores de passo, alguns
podendo chegar a dimensões e potências muito
elevadas. Os mais comuns são utilizados em
periféricos de computador.

Máquinas Corrente Contínua 101


Funcionamento
Ao circular corrente em uma determinada bobina, o
CM gerado atrairá o rotor, que permanecerá imóvel
enquanto a bobina estiver energizada.

Bobina 1 Bobina 2 Bobina 3 Bobina 4


energizada energizada energizada energizada

Máquinas Corrente Contínua 102


Inversão no Sentido de Rotação
Para inverter o sentido de rotação, basta inverter a
ordem com que as bobinas são energizadas.
• Sentido anti-horário

• Sentido horário

Máquinas Corrente Contínua 103


Excitação a uma Bobina
Conhecido como
motor de passo
inteiro, é muito
impreciso, pois
com 4 pólos cada
passo corresponde
a 90°.

Máquinas Corrente Contínua 104


Excitação a duas Bobina
Conhecido como
motor de meio
passo, as bobinas
adjacentes são
ligadas ao mesmo
tempo, fazendo
com que cada
passo valha a 45°.

Máquinas Corrente Contínua 105


Seqüência de Controle a Meio Passo
As duas seqüências
anteriores são
misturadas a fim de
reduzir o passo e
aumentar a
precisão.

Máquinas Corrente Contínua 106


Seqüência de Controle a Meio Passo
Continuação

Máquinas Corrente Contínua 107


Aumento da Precisão do Passo
• Atualmente, um sistema de engrenagens é utilizado,
de modo a diminuir o passo do motor. Assim, a cada
volta do CMG, o rotor girou alguns graus.
• Dependendo do tipo do motor, sua precisão pode
chegar a centésimos de grau. Grande parte dos
motores de passo encontrados em periféricos de
computador tem uma relação de 100 passos por
volta, o que dá uma precisão de 3,6 graus com
controle de passo completo, e 1,8 graus com
controle a meio passo.
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Aumento da Precisão do Passo

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Circuito Equivalente
Geralmente, um motor de 4 pólos apresenta 5 fios,
sendo um comum de alimentação e 4 retornos.

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Circuito Controle
Os motores de passo são controlados por circuitos
eletrônicos específicos, como o mostrado a seguir.

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Tipos de Motores de Passo
• Relutância variável: Apresenta um rotor com muitas
polaridades construído a partir de ferro doce,
apresenta também em enrolamento de campo
laminado. Por não possuir imã, quando energizado
apresenta torque estático nulo. Tendo assim baixa
inércia de rotor não pode ser utilizado como carga
inercial grande.
• Imã permanente: Apresenta um rotor de ferrite e é
magnetizado radialmente e, devido a isto, o torque
estático não é nulo.
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Tipos de Motores de Passo
• Híbridos: É uma mistura dos dois anteriores e
apresenta rotor e enrolamento de campo
multidentados. O rotor é de imã permanente e
magnetizado axialmente. Apresenta grande precisão
(3%), boa relação torque/tamanho e ângulos
pequenos (0,9 e 1,8 graus). Para que o rotor avance
um passo é necessário que a polaridade magnética
de um dente do enrolamento de campo se alinha
com a polaridade magnética oposta de um dente do
rotor.
Máquinas Corrente Contínua 113
Vantagens e Desvantagens
• Vantagens: tamanho e custo reduzidos, total
adaptação a lógica digital (o que permite o controle
preciso da velocidade direção e distância),
características de bloqueio, pouco desgaste e
dispensa realimentação.
• Desvantagens: má relação potência/volume e,
principalmente, controle relativamente complexo.

Máquinas Corrente Contínua 114


Parâmetros
• Passo Angular: rotação do eixo durante um passo,
isto é, número de passos por rotação.
• Momento de Frenagem: momento máximo com o
rotor bloqueado, sem perda de passos.
• Momento (Torque) :efeito rotativo de uma força,
medindo a partir do produto da mesma pela
distância perpendicular até o ponto em que ela atua,
partindo de sua linha de ação.
• Taxa de Andamento: regime de operação atingido
após uma aceleração suave.
Máquinas Corrente Contínua 115
Parâmetros
• Momento de Inércia: medida da resistência
mecânica oferecida por um corpo à aceleração
angular.
• Auto - Indutância: determina a magnitude da
corrente média em regimes pesados de operação, de
acordo com o tipo de enrolamento do enrolamento
de campo: relaciona o fluxo magnético com as
correntes que o produzem.
• Resistências Ôhmicas: determina a magnitude da
corrente do enrolamento de campo com o rotor
parado.
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Parâmetros
• Corrente máxima do enrolamento de campo:
determinada pela bitola do fio empregado nos
enrolamentos.
• Holding Torque: é mínima potência para fazer o
motor mudar de posição parado.
• Torque Residual: é a resultante de todos os fluxos
magnético presente nos pólos do enrolamento de
campo.
• Resposta de Passo: é tempo que o motor gasta para
executar o comando.
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Parâmetros
• Ressonância: como todo material, o motor de passos
tem sua freqüência natural. Quando o motor gira
com uma freqüência igual a sua, ele começa a
oscilar e a perder passos.
• Sew Rate: por um momento o motor não responde
de acordo com o comando, ele não para, não começa
e nem reverte o movimento.
• Taxa de Arranque: é a máxima aceleração permitida
de operação, intimamente relacionada com o
momento de inércia do rotor.
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